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QUEM FOI RUBEM ALVES?
É considerado um dos principais pedagogos brasileiros da história do Brasil, junto com Paulo Freire, um dos fundadores da Teologia da Libertação e intelectual polivalente nos debates sociais no Brasil. Nasceu no dia 15 de setembro de 1933, em Boa Esperança, sul de Minas Gerais, naquele tempo chamada de Dores da Boa Esperança. A cidade é conhecida pela serra imortalizada por Lamartine Babo e Francisco Alves na música “Serra da Boa Esperança”. Morreu em julho de 2014.
A família mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1945, onde, apesar de matriculado em bom colégio, sofria com a chacota de seus colegas que não perdoavam seu sotaque mineiro. Buscou refúgio na religião, pois vivia solitário, sem amigos. Teve aulas de piano, mas não teve o mesmo desempenho de seu conterrâneo, Nelson Freire. Foi bem sucedido no estudo de teologia e iniciou sua carreira dentro de sua igreja como pastor em cidade do interior de Minas.
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No período de 1953 a 1957 estudou Teologia no Seminário Presbiteriano de Campinas (SP), tendo se transferido para Lavras (MG), em 1958, onde exerce as funções de pastor naquela comunidade até 1963.
Casou-se em 1959 e teve três filhos: Sérgio (1959), Marcos (1962) e Raquel (1975). Foi ela sua musa inspiradora na feitura de contos infantis.
Em 1963 foi estudar em Nova York, retornando ao Brasil no mês de maio de 1964 com o título de Mestre em Teologia pelo Union Theological Seminary.
Denunciado pelas autoridades da Igreja Presbiteriana como subversivo, em 1968, foi perseguido pelo regime militar. Abandonou a igreja presbiteriana e retornou com a família para os Estados Unidos, fugindo das ameaças que recebia.
Lá, torna-se Doutor em Filosofia (Ph.D.) pelo Princeton Theological Seminary.
Sua tese de doutoramento em teologia, “A Theology of Human Hope”, publicada em 1969 pela editora católica Corpus Books é, no seu entendimento, “um dos primeiros brotos daquilo que posteriormente recebeu o nome de Teoria da Libertação”.
De volta ao Brasil, por indicação do professor Paul Singer, conhecido economista, é contratado para dar aulas de Filosofia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro (SP).
Em 1971, foi professor-visitante no Union Theological Seminary. 366
Em 1973, transferiu-se para a Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, como professor-adjunto na Faculdade de Educação.
No ano seguinte, 1974, ocupa o cargo de professor-titular de Filosofia no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), na UNICAMP.
Foi nomeado professor-titular na Faculdade de Educação da UNICAMP e, em 1979, professor livre-docente no IFCH daquela universidade. Convidado pela “Nobel Fundation”, profere conferência intitulada “The Quest for Peace”.
Na Universidade Estadual de Campinas foi eleito representante dos professores titulares junto ao Conselho Universitário, no período de 1980 a 1985, Diretor da Assessoria de Relações Internacionais de 1985 a 1988 e Diretor da Assessoria Especial para Assuntos de Ensino de 1983 a 1985.
No início da década de 80 torna-se psicanalista pela Sociedade Paulista de Psicanálise.
Em 1988, foi professor-visitante na Universidade de Birmingham, Inglaterra. Posteriormente, a convite da “Rockefeller Fundation” fez “residência” no “Bellagio Study Center”, Itália.
Na literatura e a poesia encontrou a alegria que o manteve vivo nas horas más por que passou. Admirador de Adélia Prado, Guimarães Rosa, Manoel de Barros, Octávio Paz, Saramago, Nietzsche, T. S. Eliot, Camus, Santo Agostinho, Borges e Fernando Pessoa, entre outros, tornou-se autor de inúmeros livros, foi colaborador de diversos jornais e revistas com crônicas de grande sucesso, em especial entre os vestibulandos.
Afirmava ser “psicanalista, embora heterodoxo”, pois nela reside o fato de que acredita que no mais profundo do inconsciente mora a beleza.
Após se aposentar tornou-se proprietário de um restaurante na cidade de Campinas, onde deu vazão a seu amor pela cozinha. No local eram também ministrados cursos sobre cinema, pintura e literatura, além de contar com um ótimo trio com música ao vivo, sempre contando com “canjas” de alunos da Faculdade de Música da UNICAMP.
Foi membro da Academia Campinense de Letras, professor-emérito da Unicamp e cidadão-honorário de Campinas, onde recebeu a medalha Carlos Gomes de contribuição à cultura.
(Retirado de http://www.releituras.com/)
Estimados(as) leitores(as) a obra “Tertúlias em educação de jovens e adultos, educação Inclusiva e políticas educacionais” chega a nós como uma literatura reflexiva e instrumental para nos ajudar a desconstruir conceitos (e preconceitos) por anos infiltrados nas nossas estruturas sociais. Autores e autoras se debruçam em discussões que nos ajudam a pensar a diversidade e não negá-la. Aqui os textos foram produzidos tendo como temáticas as diversas formas do “como fazer” em cenários de diversidade na EJA, na inclusão social dos mais pobres e dos alunos com deficiência. Buscam trazer luz aos temas apresentando como pano de fundo a defesa do acesso e da produção da pesquisa acadêmica que constrói a nova escola que queremos: a que forma cidadãos para a sociedade da diferença. Espero que aproveitem a leitura e sigam conosco nesse movimento que é de transformação e de enfrentamento, mas também de amor e de comunhão.
Michele Waltz Comarú
O livro trata de temas caros para a inclusão escolar, para a educação de jovens e adultos e para as políticas educacionais. Busca coadunar várias ações que são desenvolvidas com foco nas demandas apresentadas pela escola. Ressalta a importância de formulação de políticas públicas educacionais para suprir as imensas demandas nas áreas específicas da EJA e da EI. Investiga as causas que provocam evasão, baixa entrada e exclusão dos sujeitos alunos no sistema educacional, apontando para a necessidade da construção de paradigmas plurais, que visam pressupostos epistemológicos de inclusão e de integração democrática. Perfaz um caminho na defesa de que todos os alunos têm potencialidades e formas diferentes de conhecimento e apreensão cognitiva, devendo ser respeitados nas suas singularidades e especificidades. Defende novas práticas de ensino que trabalhem na perspectiva problematizadora, interdisciplinar, autônoma e emancipatória, proporcionando maior estabilidade emocional e vivência nas possibilidades dos sujeitos. Os artigos organizados neste livro passeiam por diversos assuntos tangenciados pela EJA, EI e PE, entre eles, os “Saberes e sabores da avaliação reguladora: uma história de sucesso na EJA”; “Pensando a cultura inclusiva de uma escola estadual mineira à luz do index da inclusão”; “Temas ambientais na EJA: uma análise a partir das propostas curriculares para o ensino de química do RJ”; “Inclusão social e acessibilidade no teatro”; “Autismo na escola: desafios à construção de uma Prática Inclusiva no Ensino Profissional”; “As narrativas da EJA impulsionando o ensino interdisciplinar – ciências e arte”; “EJA em uma análise de representações sociais acerca da categoria trabalho”; “Narrativa de uma mulher negra em ações afirmativas no Brasil nos dias atuais”; “Políticas públicas para formação de professores do magistério”; “A reforma do ensino médio: as mudanças na escola, no currículo e na vida dos alunos e professores”; “Relações dialógicas e reflexões sobre o bullying no ensino fundamental”; “Educandos: sujeitos autônomos?”; “Mariana, Brumadinho e os currículos das engenharias: a responsabilidade das universidades e das políticas públicas de educação na aplicação eficiente da legislação”; e por fim “A importância da atividade docente na formação da consciência crítica”. Todos expõem análises e práticas pedagógicas que divulgam o que se faz entre os muros escolares, num contexto de formação dos sujeitos e de suas próprias ações, fundadas na autonomia da ação educacional. Importante destacar que práticas cotidianas que constroem esse pensamento se pautam em experiências baseadas no engajamento a uma causa justa, ética e afetiva à aprendizagem, que deve acontecer livre de preconceitos e estigmatizações. Boa leitura.
Maria de Fatima M. S. Braga
coleção DEBATES Contemporâneos em EDUCAÇÃO