2| Sexta-feira e sábado, 2 e 3 de fevereiro de 2018
OPINIÃO
EDITORIAL A falta que a falta faz Quantas vezes nos pegamos em busca do que nos falta. Aquele amor. Aquele dinheiro. Aquela felicidade. Aquele sorriso. Aquele abraço apertado. Aquilo que nos preenche. Mas e quando encontramos uma dessas coisas que faltava não parece que precisamos encontrar algo que ainda falta? No amor pode faltar a reciprocidade. O dinheiro foi o suficiente para comprarmos o que precisávamos, mas agora queremos algo além daquilo. A felicidade está nas pequenas coisas, mas bateu uma tristeza por algum motivo. O abraço apertado já não é suficiente para suportar ou superar a dor. O que nos preenche está sufocando. E assim uma bola de neve envolve os sentimentos. E a falta continua fazendo falta mesmo quando a falta se completa. Essa reflexão surgiu após um vídeo da youtuber Jout Jout viralizar pela internet. No vídeo ela lê “A parte que falta”, de Shel Silverstein, editado pela Companhia das Letrinhas. Um livro infantil carregado de expressões que mostram o quanto a falta é um sentimento que nos move e que nos faz buscar sempre mais alguma coisa. Assim como é na vida quando encontramos algo que nos complete precisamos buscar algo que possa completar um vazio que antes não existia, mas agora passou a existir. Leitores de todas as idades se deparam com perguntas sobre o que é o amor e o quanto dependemos da falta para nos sentirmos bem. Mas, aí encontramos outra falta e começamos a perseguir uma forma de completa-la. É um círculo vicioso, assim como a forma do livro que percorre as páginas em busca da peça que falta, mas quando a encontra percebe que não é aquilo que a torna feliz, mas sim a busca animada pelo que lhe falta. Fica a reflexão de que a falta pode ser a verdadeira felicidade, que não está no outro, mas dentro de si mesmo e que é preciso olhar para dentro de si para perceber isso.
O que é cativar? Eu creio que todos se lembrem da história do Pequeno Príncipe, quando ele se encontra com a raposa no deserto, convida-a para brincar, e ela lhe responde: “Não posso, porque tu ainda não me cativaste”. E daí segue o diálogo para explicar o sentido da palavra “cativar”, quando a
Uber em tempos de precarização Como nossa cidade não é uma ilha, nesta última semana tomamos conhecimento de que uma empresa virtual de transporte individual começou suas atividades, mesmo que não tivesse uma regulamentação anterior deste serviço pelo poder público local. A regulamentação está sendo discutida agora e nos próximos dias deverá ser encaminhada para a Câmara de Vereadores, e diga-se, que
Festival de Pesca Você deve estar perguntando: O que uma pescaria tem a ver com Educação? Muitas coisas... Principalmente se for na modalidade esportiva. Cachoeira do Sul sedia neste final de semana mais uma edição do Torneio de Pesca Esportiva, promovido pelo Clube de Pesca e Tiro, Sociedade Jacuí de Preservação Ambiental, Prefeitura Municipal e colaboradores (Jornal do Povo, Hotel Jacuí, SOS Balanças, Ponto RS, ULBRA, entre outros) com a coordenação
raposa diz ao Pequeno Príncipe que significa “criar laços”. E diante da pergunta sobre o que significa “criar laços”, a raposa ensina outra lição: depois que um cativar ao outro terão necessidade um do outro e ambos serão únicos um para o outro. E a raposa diz ao Pequeno Príncipe: “Depois que tu me cativares, minha vida será cheia de sol e vais me tirar da toca”. E o diálogo prossegue para esclarecer o que é cativar, quando chegam à conclusão de que é preciso processo de aproximação, de um sentar ao lado do outro na relva até chegarem mais próximos. Aparentemente, parece apenas uma história infantil, mas, na verdade, se destina também aos adultos, para reverem seus valores e reaprenderem as coisas simples da vida, para que guardem a lição dos sábios.
Interessante como Saint-Exupèry produz uma estória que conquista crianças e adultos pelas verdades que encerra, ensinando-nos que o essencial é invisível para os olhos, cuja verdade passa despercebida da maioria dos adultos. Em uma pesquisa sobre o Pequeno Príncipe, garimpamos as frases mais relevantes: “Todas as pessoas grandes foram crianças um dia, mas poucas sem lembram disto; nem todo mundo tem amigo; é bem mais difícil julgar a si mesmo do que os outros; a gente só conhece bem as coisas que cativou; a gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar; nenhuma pessoa grande entenderá que isso possa ter tanta importância”. Depois disso, quem sabe a releitura do Pequeno Príncipe valha a pena!
nesta semana houve aprovação de lei na Câmara dos Deputados que aprovou a matéria regulamentado a operação dos aplicativos em nível nacional. Apesar da ausência normativa, o Uber já opera em várias cidades do País e tem, salvo melhor juízo, a aprovação de seus usuários. O negócio parece ser algo de outro mundo, pois segundo se notícia, o valor cobrado pelo serviço pode ser equivalente a 50% do valor cobrado pelos taxistas. É neste aspecto que quero refletir no presente texto. Mas quem paga a conta desta diferença enorme? O Uber não é com certeza, pois recebe 25% dos valores arrecadados pelos credenciados ao aplicativo. Não há informação que dê o indicativo de que os serviços prestados pelos taxistas estejam hiperfaturados, aos menos em nossa cidade. Então quer dizer que a conta deve ser paga por alguém, e ao que tudo indica, é o credenciado ao serviço que paga, pois é ele que
fornece o veículo, combustível, manutenção, impostos, seguro e presta o trabalho. Deverá ainda o trabalhador fazer contribuição previdenciária como autônomo, caso queira se aposentar no futuro. Ou seja, como já se sabe desde a década de 30, não há almoço de graça, e se forem fazer um planilha de custo provavelmente ter se a clara percepção que tal forma de contrato não gera receita a médio prazo, pois os custos irão superar a receita. Mas, o mais grave é que haverá a precarização de um serviço já consolidado e que funciona muito bem, que é o serviço de táxi existente na cidade. Desta forma, em tempos de precarização das relações de trabalho que vivemos no País, o serviço do Uber parece ter atingido o seu estágio maior, pois além de fazer concorrência desleal, promete o que não consegue entregar aos seus parceiros, e desregula um serviço que ao menos em nossa cidade tem poucos problemas.
do professor Cristiano Garcia. Contará com a ilustre presença do renomado pescador Ruy Varella e Paulo Oliveira, homens precursores da pesca esportiva no Rio Grande do Sul e Brasil inteiro. Ministrarão cursos sobre fotografias, técnicas de pescarias e vários assuntos referente à pesca, tudo totalmente gratuito. É um evento que reúne os amantes da arte da pesca, tudo dentro da magnitude do nosso querido rio Jacuí. Querido é um pequeno adjetivo dada a importância que ele tem para a cidade de Cachoeira do Sul; ela existe, principalmente por causa deste rio. Toda a região está convidada até porque, o “Jacuí veio” abençoa muitas cidades da região. O que me chama muito a atenção para o torneio é a regra número um da Pesca Esportiva: os exemplares devem ser trazidos vivos para a Comissão Julgadora para pesagem, medição e após, devem ser soltos pelos pescadores para continuarem sua missão de vida dentro do seu Ecossistema. Todo ser vivo tem funções no meio em que vive, seu Nicho Ecológico, e outras espécies depen-
dem dele para sobreviverem. Isto é um pouco da Ecologia: estudo da nossa casa. Sim, nossa casa! O homem tem que aprender que ele é parte e não proprietário do meio em que vive ou sobrevive. Infelizmente muitos pensam o contrário e é por isso, que a espécie humana está em processo destrutivo. Nossa saúde está cada vez mais agonizante. Estamos sujando nossa casa, ao invés de estar limpando, cuidado, zelando. Outra aula que o Torneio irá proporcionar é de estarmos em contato com a natureza, valorizando nosso Rio e suas belezas. O aspecto de cooperação e conscientização dos participantes poderá e deverá ajudar em muito na conscientização daqueles que teimam em agredir, aquele que lhes serve de sustento. Ecologia e cidadania sempre irão estar de mãos dadas! Parabéns aos organizadores e colaboradores, e que este exemplo de respeito ao Rio Jacuí seja multiplicado aos quatro cantos do planeta, para que nossos filhos e netos possam, também, um dia poder pescar. Bom final de semana.
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