IAL C E SP E O ÇÃ I ED
www.imprensadaamazonia.com.br – MANAUS - ANO 6 - NÚMERO 14 - R$ 12,50
Conferência do Clima em
Marrakech A luta pela preservação do planeta
The Climate Conference in Marrakech The figth for the planet preservation
Mesquita de Koutoubiya
ED 14 – ANO 6 – JAN/FEV/MAR – 2017
Koutobiya’s Mesquita
R$ 12,50
Amazonas defende investimentos Amazonas defends investments
Rondônia protege florestas Rondonia protects forests
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FLORESTA BRASIL AMAZÔNIA
wega
CAPACITAÇÃO DO PRODUTOR RURAL
O SENAR contribui para a profissionalização, integração e sustentabilidade dos produtores rurais amazonenses. A instituição desenvolve ações de formação e atividades de promoção social voltadas para o homem do campo, contribuindo com sua especialização científica e melhoria da qualidade de vida, para o pleno exercício da cidadania.
AMAZONAS
w w w . s e n a r - a m. o r g . b r
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Investimento para a preservação Investment for preservation
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Recursos financeiros para combater mudanças climáticas
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Trump é contra o Acordo de Paris
Financial resources to combat climate change
Trump is against the Paris Agreement
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Papa é convidado para vir ao Amazonas Pope is invited to come to the Amazon
Sumário 10
Summary
Líderes defendem ‘Acordo de Paris’
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Árvores da paz
Leaders argue for ‘Paris Accord’
Peace Trees
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Não ao desmatamento
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Universidade Ibn Tofail
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Crise climática
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Na Medina milenar
No to deforestation
Climate crisis
Ibn Tofail University
In the millenary Medina
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REDD+
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Artigo Arcebispo D. Sérgio Castriani
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Carta de Marrakech
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Negócios da biodiversidade
REDD+
Letter from Marrakech
Archbishop Dom Sérgio Castriani Article
Biodiversity Business
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Ministro José Sarney Filho (MMA) lidera delegação brasileira
Agronegócio na Amazônia
Minister José Sarney Filho (MMA) leads Brazilian delegation
Agribusiness in the Amazon
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Rondônia protege floresta
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O drama da desertificação The tragedy of desertification
Rondônia protects forest
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Rondônia verde
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Artigo Ulisses Girardi
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Reciclagem de plástico em Manaus
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Artigo General Theóphilo
Green Rondônia
Ulisses Girardi’s article
Plastic Recycling in Manaus
General Theophilos Article
Pós-COP 22 Educação ambiental contra o desmatamento Post-COP 22 Environmental education Against deforestation
Marrakech apoia o Acordo de Paris
A
ANTONIO XIMENES
Diretor de Redação e Jornalista Responsável General Director and Journalist
Revista Floresta Brasil Amazônia Publicação trimestral – Ano 06 – No 14 Quaterly edition – Year: 06 – #14 DIRETOR EXECUTIVO l Executive Director
Conferência do Clima de Marrakech deu uma lição ao mundo ao fazer a opção por uma humanidade unida, na defesa do planeta na luta contra as mudanças climáticas. O sopro destruidor das palavras do atual presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, que é contra o Acordo de Paris, não desestabilizou centenas de países reunidos no Marrocos, no período de 7 a 18 de novembro do ano passado, na COP 22. Muito pelo contrário, uniu os mais frágeis aos mais fortes e criou uma frente global de comprometimento com a meta de não permitir que a temperatura na Terra se eleve acima de 1,5 graus celsius ainda neste século. A Casa Branca ocupada pelo republicano continua sendo a sede da maior potência econômica e militar do planeta, mas bilhões de corações da humanidade batem pela implantação do Acordo de Paris, muitas delas ameaçadas, mesmo com a atual posição contrária de Washington. Marrakech se manteve coesa no propósito de trabalhar por uma sociedade de baixo carbono e com a adoção de medidas mitigatórias e de adaptação, frentre às graves ameaças de destruição do meio ambiente, provocadas pelas emissões dos gases de efeito estufa. Este ano, de 6 a 17 de novembro, em Bonn, na Alemanha, quando da realização da COP 23, o mundo estará ainda
mais verde. As próximas gerações agradecerão a coragem e a sabedoria de quem acredita na capacidade do ser humano de preservar a sua própria casa, como se observou nas areias e montanhas do reino marroquino. Marrakesh defends the Paris Agreement The Marrakech Climate Conference gave a lesson to the world in making the choice for a united humanity in the defense of the planet in the fight against climate change. The blow to the words of the current President of the United States of America, Donald Trump, which is against the Paris Agreement, did not destabilize hundreds of countries gathered in Morocco from November 7 to 18 last year at COP 22. Quite the contrary, It has united the most fragile to the strongest and created a global front of commitment with the goal of not allowing the temperature on Earth to rise above 1.5 degrees Celsius this century. The Republican-occupied White House remains the seat of the world’s largest economic and military power, but billions of hearts of humankind are battering the Paris Agreement even with Washington’s current counter-position. Marrakesh has remained firmly committed to working for a low-carbon society and to adopting mitigation and adaptation measures, in the face of serious threats to the destruction of the environment caused by greenhouse gas emissions. This year, in Bonn, Germany, at the time of COP 23, the world will be even greener. The next generations will be grateful for the courage and wisdom of those who believe in the human being’s ability to preserve his own home, as seen in the sands and mountains of the Moroccan kingdom.
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ESPECIAL COP 22
COP 22 NAÇÕES DEFENDEM O ACORDO DE PARIS COP 22 – Nations defend the Paris Agreement
Reunidos em Marrakech, no Marrocos, 196 chefes de Estados e líderes de delegações, mantiveram a postura de lutar contra as mudanças climáticas e de reduzir as emissões dos gases de efeito estufa, no momento em que os EUA elegeram o republicano Donald Trump, que é contra a Conferência do Clima. Meeting in Marrakech, Morocco, 196 heads of state and delegations of leaders, held the position of fighting against climate change and to reduce emissions of greenhouse gases, at the moment that USA elects the Republican Donald Trump who is against the Climate Conference.
ESPECIAL COP 22
Chefes de Estado defendem acordo para conter o
Aquecimento
Global O
Conferência consolida o Acordo de Paris e adota medidas para reduzir as emissões dos gases de efeito estufa
Texto l Text: Antonio Ximenes Fotos l Photos: Antonio Ximenes e Divulgação
encerramento da Conferência do Clima (COP 22) foi no dia 18 de novembro, em Marrakech, na África. Mais de 110 países ratificaram o Acordo de Paris, o que representou uma resposta às mudanças climáticas. As nações que concordam com os termos do maior acordo climático da história da humanidade, deram uma resposta imediata ao presidente eleito dos Estados Unidos da América, Donald Trump, que disse ser contra o acordo do clima fechado em Paris, no ano passado. A COP 22 foi a responsável pelos avanços da regulamentação do Acordo de Paris, um esforço conjunto dos países membros da ONU, frente ao cenário devastador das mudanças climáticas com suas cheias e secas recordes; furacões; quebras seguidas de safras nos cinco continentes; desgelo na Groelândia; na Cadeia Atlas e no Kilimandjaro na África; no Ártico; e com os desmatamentos e incêndios sem precedentes nas florestas tropicais da Amazônia; no continente africano; e na Indonésia.
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A percepção das delegações que negociaram os termos da regulamentação do Acordo de Paris (que foi ratificado em menos de um ano), é que não dá mais para perder tempo, e que os financiamentos para adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, especialmente nas nações pobres e em desenvolvimento, são fundamentais e emergenciais. Segundo o negociador-chefe da delegação brasileira na COP 22, José Antonio Marcondes de Carvalho, ainda há muito a fazer; no que diz respeito à regulamentação do Acordo de Paris, “mas que houve grandes avanços em Marrakech, principalmente no alinhamento global de defesa das florestas tropicais; da necessidade de implementação das energias renováveis em substituição aos combustíveis fósseis; e a percepção de que a temperatura no planeta não pode subir acima de 1,5 graus centígrados neste século, como sustenta, formalmente, o Acordo de Paris”.
Heads of state sign agreement to contain GLOBAL WARMING Conference consolidates the Paris agreement and provides measures to ensure greenhouse gas reduction The closing of the Climate Conference (COP 22) ended on November 18 in Marrakech, Africa. More than 110 countries have ratified the Paris Accord, which represents a response to climate change. Nations that agree with the terms of the greatest climate agreement in the history of mankind, gave an immediate response to the President-elected of the United States of America, Donald Trump, who said he was against the agreement of the closed climate in Paris,last year. The COP 22 was responsible for the progress made in the regulation of the Paris Agreement, a joint effort of the UN member countries, against the devastating scenario of climate change with its record floods and droughts; Hurricanes; Followed crop failures in five continents; In Greenland; The Atlas Chain and Kilimandjaro in Africa; In the Arctic; And with unprecedented deforestation and forest fires in the Amazon rainforest; On the African continent; And Indonesia. The perception of the delegations that negotiate the terms of the Paris Agreement (which has been ratified in less than a year), It is that there’s more to lose time, and that funding for adaptation and mitigation of climate change effects, especially in poor and developing nations, are essential and emergency. It is agreed that the $ 100 billion of the UN Climate Fund, due to go into operation in 2020, is insufficient and that the figures could reach U $ 3 trillion per year, while continuing to increase emissions of greenhouse gases In the atmosphere; Is increasingly saturated. The planet’s temperature can hit 3.9 degrees Celsius by 2050 if there is no global mobilization of the world’s financial agents to “put hand into the pocket,” and finance a global economy focused on low carbon, drastically reducing emissions from greenhouse gases. According to the chief negotiator of the Brazilian delegation at the COP 22, José Antonio Marcondes de Carvalho, there is still a lot to be done with regard to the regulation of the Paris Agreement, “but that there has been great progress in Marrakesh, especially in the global alignment of Defense of tropical forests; from the need to implement renewable energy instead of fossil fuels; and the perception that the temperature on the planet cannot rise above 1.5 degrees centigrade in this century, as the Paris Agreement formally upholds. “
ESPECIAL COP 22
Financiamento para combater
as mudancas
Especialistas afirmam que US$ 100 bilhões não suprem a necessidade do planeta afetado pela ação humana
climaticas A Texto l Text: Antonio Ximenes Fotos l Photos: Divulgação
FINANCING TO COMBAT CLIMATE CHANGE
Specialists calculate that US$ 100 billion annually do not support the planet need affected by human action
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Conferência do Clima na África chegou a uma nova conclusão: os US$ 100 bilhões anuais que serão repassados às nações, a partir de 2020, para enfrentar as mudanças climáticas (mitigar e adaptar) são insuficientes para rever a maior tragédia ambiental da humanidade, desde o desaparecimento dos dinossauros, há milhões de anos. Em uma avaliação preliminar dos especialistas em clima, reunidos na COP 22, seriam necessários aproximadamente US$ 3 trilhões anuais para resolver os problemas climáticos, provocados pela ação humana com as emissões dos gases de efeito estufa, que levam ao hiper aquecimento do planeta. O cenário é dramático. As mais recentes pesquisas dos cientistas ligados à Organização das Nações Unidas (ONU), todas comprovadas cientificamente, mostram que os últimos cinco anos têm sido os mais quentes do planeta, desde a revolução industrial no século dezenove (XIX). Com este ritmo de aquecimento, em 2050, o aumento da temperatura global estaria acima de 3,9 graus centígrados, o que comprometeria o equilíbrio ambiental da terra. Países/ ilhas desapareceriam, como Tuvalu, no Oceano Pacífico. Cidades como Rio de Janeiro e Nova York e centenas de outras litorâneas seriam invadidas pelas águas. Não se trata de um filme de ficção, mas a realidade que bate à porta das 195 nações, que chegaram ao Acordo de
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Paris (já ratificado por 110 nações) no ano passado. Mais do que dinheiro, domina a COP 22 a percepção de que o planeta precisa de vontade política global e determinação dos chefes de Estado, para reduzir, drasticamente, o consumo dos combustíveis fósseis (petróleo) e adotar, em larga escala, as energias sustentáveis como a eólica, das biomassas, solar, elétrica e tudo que não gere gases do efeito estufa. O ministro do Meio Ambiente do Brasil, José Sarney Filho, foi explícito em seu pronunciamento num painel onde estavam grandes especialistas do clima e financiamento ambiental do mundo: “Não temos ilusão quanto à transferência líquida de recursos dos países industriais. Os prometidos U$ 100 bilhões anuais em 2020 não chegarão nem perto do volume de recursos que precisaremos mobilizar para o combate efetivo à mudança do clima e para a adaptação aos seus efeitos. A fala dura do ministro brasileiro reflete o pensamento dominante das nações pobres e em desenvolvimento que estiveram na COP 22.
“
A sociedade americana tem responsabilidade histórica com o planeta. O novo presidente republicano precisa entender que o Acordo de Paris é prioridade para a humanidade.” “The American Society has the Historical responsibility to the planet. The new Republican president needs to understand that the Paris Agreement is priority for humanity.” John Kerry, ex-secretário de Estado dos EUA l ex USA-State-secretary
The Climate Conference in Africa came to a new conclusion: the $ 100 billion a year that will be passed on to nations from 2020 to tackle climate change (mitigate and adapt) is insufficient to review humanity’s greatest environmental tragedy since the disappearance of dinosaurs millions of years ago. In a preliminary assessment of the climate experts convened at COP 22, it would take about $ 3 trillion per year to resolve the climate problems, caused by human action with emissions of greenhouse gases, leading to hyper warming of the planet. The scenery is dramatic. Recent research by scientists linked to the United Nations (UN),all scientifically proven, show that the last five years have been the hottest on the planet since the industrial revolution in the nineteenth century. With this heating rate, in 2050, the temperature would be above 3.9 degrees Celsius, which would compromise the Earth’s environmental balance. Countries / islands would disappear like Tuvalu in the Pacific Ocean. Cities like Rio de Janeiro and New York and hundreds of other coastlines would be invaded by the waters. It is not a fiction film, but the reality that knocks at the door of the 195 nations, which reached the Paris Accord (already ratified by 107 nations) last year. More than money, COP 22 dominates the perception that the planet needs the global political will and determination of the heads of state to drastically reduce the consumption of fossil fuels (oil) and to adopt, on a large scale, sustainable energies such as wind, Biomass, solar, electric and everything that does not generate greenhouse gases. Brazil’s environment minister, José Sarney Filho, was explicit in his address to a panel of experts on climate and environmental finance in the world: “We have no illusion about the net transfer of resources from industrial countries. The promised $ 100 billion a year in 2020 will not even come close to the volume of resources that we will need to mobilize to effectively combat to the climate change and for the adaption to its effects. The hard-line speech of the Brazilian minister reflects the dominant thinking of the poor and developing nations that are at COP 22.
O derretimento das neves do Kilimandjaro The melting of snow of Kilimanjaro As neves do Kilimandjaro (monte localizado ao norte da Tanzânia, junto à fronteira com o Quênia) estão no fim, e a cadeia de montanhas Atlas, nos arredores de Marrakech, apresentam degelo acelerado. O deserto do Saara aumenta ano a ano e a formação de savanas, onde antes havia florestas, é uma realidade amarga para as nações centro africanas. Com todo esse cenário, o então secretário de Estado Americano, Jonh Kerry, levou à COP 22 uma posição firme do governo de Barack Obama, à época, ao dizer que os “Estados Unidos tem mais a perder do que ganhar se deixar de fazer parte do Acordo de Paris”, em uma clara resposta à posição de Donald
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Trump, o atual presidente americano, que não está alinhado com o Acordo de Paris. The snows of Kilimandjaro (a hill located in northern Tanzania, near the border with Kenya) are at the end, and the Atlas mountain range on the outskirts of Marrakesh shows accelerated thaw. The Sahara desert increases year by year and the formation of savannas, where once there were forests, is a bitter reality for the central African nations. With all this scenario, the secretary of the American State, Jonh Kerr, led to the COP 22 a firm position of the government of Barack Obama, saying that “the United States has more to lose than to win if it fails to become part of the Paris Accord” in a clear response to the position of Donald Trump, the future US president, who is not aligned with the Paris Agreement.
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US$ 3 trilhões
Seriam necessários, anualmente, para resolver os problemas climáticos, provocados pela ação humana. Esta é a última oportunidade do século XXI, para reverter as mudanças climáticas. US$ 3 tri Would be necessary per year to resolve the Climates problems. This is the last opportunity of the 21st century to reverse climate change.
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ESPECIAL COP 22
Delegação brasileira na COP 22
Ministros do Meio Ambiente e da Agricultura atuam alinhados na conferência marroquina
José Sarney Filho, the second from the left and Blairo Maggi, the fourth in the same sequence
Texto l Text: Antonio Ximenes Fotos l Photos: Antonio Ximenes e Divulgação
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s ministros brasileiros do Meio Ambiente, José Sarney Filho, e da Agricultura, Blairo Maggi, adotaram a estratégia de ocupar espaços internacionais na COP 22, com discursos alinhados em defesa de uma política de baixo carbono e de fortalecimento das florestas. Como o Brasil é líder mundial ambiental (maior floresta tropical do planeta) e sua produção rural destaca-se no cenário externo (soja, carnes bovina e de frango) liderando diversos mercados na Ásia, por exemplo, as autoridades brasileiras, na Conferência do Clima, entenderam que a polêmica deve ser evitada e os pontos em comum entre elas, precisam ser destacados.
Sarney Filho, de sua parte, ‘bateu na tecla’ de que a agricultura global precisa ser de baixo carbono e com práticas menos agressivas à terra, bem como menor emprego de agroquímicos. Blairo Maggi defende que com tecnologia e os agroquímicos adequados, se consegue produzir duas safras de soja no Brasil por ano, em função do clima tropical. Há dissonância entre os dois ministros, mas na COP 22, eles caminharam juntos, mesmo com algumas assimetrias conceituais. Ambientalistas e ruralistas, que, historicamente, se degladiam, agora buscam soluções frente à mais grave crise ambiental da história da humanidade.
Ministros José Sarney Filho, segundo da esquerda para a direita, e Blairo Maggi, quarto na mesma ordem, atuaram alinhados
“
A implantação de uma política de baixo carbono em grande escala é fundamental na luta contra as mudanças climáticas. Não dá para continuar aceitando práticas poluentes que afetam toda a humanidade.” “The implementation of a low carbon policy on a large scale is fundamental in the fight against climate change. We can not continue to accept polluting practices that affect all of humanity.”
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José Sarney Filho, Ministro do Meio Ambiente l Enviroment Minister
Brazilian delegation at COP 22 Ministers highlighted at international meeting The Brazilian environment ministers, José Sarney Filho, and Agriculture, Blairo Maggi, adopted the strategy of occupying international spaces at COP 22, with speeches aligned in defense of a low carbon policy and the strengthening of forests. As Brazil is the global environmental leader (Largest rainforest on the planet) and its rural production stands out in the external scenario (Soy and beef and chicken) also lead several markets in Asia, for example, the Brazilian authorities at the Climate Conference understood that controversy
BAIXO CARBONO Baixo carbono é a expressão de ordem para a economia do século XXI e significa inovar processos produtivos e soluções tecnológicas que resultam em menor impacto sobre o clima do planeta. Low carbon is the expression of order for the economy of the 21st century and means innovating productive processes and technological solutions that result in less impact on the planet’s climate.
should be avoided and the commonalities between them need to be highlighted. Sarney Filho insisted that global agriculture needs to be low carbon and with less aggressive practices to the land, as well as less use of agrochemicals. Blairo Maggi defends that with technology and the appropriate agrochemicals, it is possible to produce two soybean crops in Brazil per year, which has a tropical climate. There is dissonance between the two ministers, but at COP 22, they are walking together. Environmentalists and ruralists, who, historically, were fighting, are now allies in the search for solutions to the most serious environmental crisis in the history of humanity.
Produção sustentável Maggi, que durante 24 dias esteve em visita a sete países na Ásia, trabalha com a máxima de que a produção brasileira de alimentos é sustentável e que, por isso, precisa ser compensada com a abertura de novos mercados internacionais, que apresentam barreiras aos produtos brasileiros, como na Índia, por exemplo.
Sustainable production Maggi, who has been visiting seven countries in Asia for 24 days, works with the maxim that Brazilian food production is sustainable and, therefore, needs to be compensated with the opening of new international markets, which present barriers to products Brazilians, as in India e.g.
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AO
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Nao DESMATAMENTO Amazônia na mira da fiscalização contra desastre ambiental
Texto l Text: Antonio Ximenes Fotos l Photos: Juca Queiroz/Memorial e Antonio Ximenes
combate ao desmatamento na Amazônia é a prioridade do governo brasileiro para reduzir as emissões dos gases responsáveis pelo efeito estufa em grande escala. A delegação brasileira na Conferência do Clima, sob a coordenação do ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, trabalhou nesta direção de forma infatigável. “O desmatamento será contido na Amazônia e isso é prioridade de Estado, porque precisamos cumprir as metas do clima apresentadas no Acordo de Paris”, comentou o ministro. Mas não só o governo está preocupado com o aumento do desmatamento na região. Numa concorrida reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, presidido pelo ex-deputado federal e ativista ambiental, Alfredo Sirkis, o tema da redução do desmatamento dominou as discus-
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sões. “Assumi a coordenação geral do Fórum aqui na COP 22 e esta é a primeira reunião que realizamos com a sociedade civil, organizações não governamentais, iniciativa privada e outras instituições, na busca do entendimento de uma política ambiental em defesa das ações contra as mudanças climáticas e sob o “guarda-chuva” do Acordo de Paris. A Amazônia tem papel fundamental no clima do planeta e não podemos descuidar disso, mesmo com a crise econômica que assola o país”, comentou Sirkis. No âmbito das grandes ações a serem realizadas pelo Governo Federal, em conjunto com os governos locais da Amazônia, e, neste caso, o Amazonas está no centro das atenções, estão as atividades de fiscalização e comando no ‘arco do desmatamento’, nas cidades de Lábrea, Canutama; Boca do Acre, Humaitá, Manicoré, Apuí e
Corte ilegal de madeira
Illegal cutting of wood
“
Os Estados da Amazônia Legal vão receber ajuda do Governo Federal para combater o desmatamento em 2017.” “The Legal Amazonia States will get help from the Federal Government to combat the deforestation in 2017.” José Sarney Filho, Ministro do Meio Ambiente l Enviroment Minister
Novo Aripuanã. Esses municípios são responsáveis por mais de 70% do desmatamento no Amazonas. A pressão da nova fronteira agrícola feita por produtores rurais, grileiros e madeireiros oriundos de Rondônia, Mato Grosso e Pará, mais diretamente, preocupa as autoridades devido ao aumento de 29% do desmatamento na região. de 2016 em relação a 2015, e definiram como prioridade a redução dos atuais 7.989 km2 já para 2017, razão pela qual todos os Estados da Amazônia Legal vão receber ajuda financeira, de pessoal e de equipamentos para combater o desmatamento ilegal. Foram identificados centenas de caminhões que transportam madeira clandestina pela “Transamazônica” e estradas vicinais no Sul do Amazonas durante a noite. A abertura de campos, através de queimadas e cortes indiscriminados da floresta, também foi registrada. Na altura do quilômetro 180 da ‘Transamazônica’, no distrito de Santo Antonio do Matupi, Manicoré, há dezenas de caminhões transportando madeira de procedência duvidosa. Vale destacar que o escoamento desta madeira tem como destino a Europa, os Estados Unidos e o mercado brasileiro para cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba entre outras das regiões Sudeste e Sul. A maioria dos casos estaria se dando pelo ‘esquentamento’ de notas frias, sendo que “manejos florestais artificiais” são apresentados como oficiais, ludibriando as autoridades.
M
inistro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, falou firme no início da Conferência do Clima (COP 22). “Vamos trabalhar para reverter o problema do aumento do desmatamento na Amazônia e já repassamos recursos para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), para eles atuarem na região. A partir de 2017, a curva do desmatamento já deve ser outra”, afirmou. O ministro reconheceu que a crise econômica, a recessão, a falta de aparelhamento do Ibama e do ICMBio, e o aumento das práticas ilegais de desmatamento, foram os responsáveis pelo cenário que se observa nos últimos três anos na Amazônia. Mas se de um lado existe a preocupação do Governo Federal com o cenário na região, por outro convém destacar que são nos assentamentos federais onde ocorre a maior quantidade de desmatamento em toda a Amazônia. O monitoramento por satélites apontam para esta direção.
Environment Minister José Sarney Filho spoke firmly at the start of the Climate Conference (COP 22). “We are going to work to reverse the increasing deforestation problem in the Amazon and we have already transferred resources to the Brazilian Institute for the Environment and Renewable Natural Resources (Ibama) and the Chico Mendes Institute for Biodiversity Conservation (ICMBio) for them to work in the region. As of November, the curve of deforestation must already be another, “he pointed out to a crowded hall, with more than three hundred people. The minister acknowledged that the economic crisis, the recession, the lack of rigging of Ibama and ICMBio, and the increase in illegal deforestation practices were responsible for the scenario observed in the last three years in the Amazon. But if on one side there is the concern of the federal government with the scenario in the region, on the other hand it is suitable noted that it is in the federal settlements where the greatest amount of deforestation occurs in the entire Amazon. Satellite monitoring points out.
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Alfredo Sirkis, ao centro, sem gravata Alfredo Sirkis, center, no tie
No to deforestation
Amazônia In the Surveillance Crosshair Against Environmental Disaster Combating deforestation in the Amazon is a priority of the Brazilian government to reduce the gases emissions responsible for greenhouse effect on a large scale. The Brazilian delegation in the Climate Conference, coordinated by the Environment Minister, José Sarney Filho, worked in this direction of untiring way. “Deforestation will be contained in the Amazonia and this is a State priority, because we need to meet the climate goals presented in the Paris Agreement,” the minister has said. But the government isn’t the one concerned about the deforestation increase in the region. At a well-attended meeting of the Brazilian Climate Changes Forum, chaired by former federal deputy and environmental activist Alfredo Sirkis, the topic of reducing of deforestation dominated the discussions. “I’ve got the general coordination of the Forum at the COP 22 and this is a first meeting with a civil society, non-governmental organizations, private initiative and other institutions, seeking to understand an environmental policy in defense of actions against climate changes and under the “um-
brella” of the Paris agreement. “The Amazonia plays a fundamental role in the planet’s climate and cannot neglect it, even with an economic crisis plaguing the country,” commented Sirkis. In the scope of the great deeds to be carried out by the Federal Government, together with the local governments of the Amazonia, and in this case, the Amazonas is in the center of attention, there are policing activities and command in the ‘arch of deforestation’, in the cities Of Lábrea, Canutama; Boca do Acre; Humaitá; Manicoré; Apuí and Novo Aripuanã. These cities account for more than 70% of deforestation in Amazonas. The pressure of the new agricultural frontier made by rural producers, deed-falsifiers (grileiros) and loggers from Rondônia, Mato Grosso and Pará, more directly, worries the authorities that already project a deforestation of more than 7,000 square kilometers of area in the Amazon region, even with this part of Amazonas, the situation is critical at the moment. Hundreds of trucks carrying illegal timber through “Transamazônica” and vicinal roads at night have been identified. The opening of fiel-
Desmatamento na Amazônia l Deforestation in Amazonia Linha do tempo (em Km ) 2
7.989 6.207
5.891
5.012
ds, through burnings and indiscriminate cuts of the forest was also recorded. At the kilometer 180 of the ‘Transamazônica’, in the district of Santo Antonio do Matupi, Manicoré, there are dozens of trucks carrying wood of dubious origin. It is worth mentioning that the disposal of wood is destined for Europe, the United States and the Brazilian market for cities such as São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, among others. Most of the cases are occurring by the ‘heating’ of cold notes, and artificial forest management is presented as official, deceiving the authorities.
Nossa meta é fortalecer as administrações das cidades do Sul do Amazonas, para que elas estejam preparadas nas questões ambientais. Our goal is to strengthen the South Cities Administration of the Amazon to they are prepared in the environmental matters. Antonio Stroski, Secretário da Semsa Secretary Semsa
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Produtores rurais querem agronegócio na
Amazônia Eles defendem produção sustentável
Ruralists want agribusiness in the Amazon They advocate sustainable production
Texto l Text: Antonio Ximenes Fotos l Photos: Antonio Ximenes e Divulgação
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As características do Agronegócio na Amazônia são diferentes do restante do país. Na maior floresta tropical do planeta, temos área suficiente para produção de alimentos, sem ter que destruir a natureza”. “The characteristics of Agribusiness in the Amazon are different from the rest of the country. In the largest rain forest on the planet we have enough area for food production without having to destroy nature”. Muni Lourenço, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas – FAEA Agriculture and Livestock Federation of the State of Amazonas President
O
ministro brasileiro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, defendeu que o agronegócio não pode ficar de fora das discussões do clima e, por essa razão, apoiou as posições do setor na COP 22. Seu objetivo foi encontrar pontos de ligação entre o combate às mudanças climáticas e a produção de alimentos em grande escala. Ele levou em sua bagagem o exemplo do Mato Grosso, que saiu da condição de destruidor da floresta, para o de realizador de uma economia com base no agronegócio sustentável. O Brasil é um dos maiores exportadores de carne e grãos do planeta. Segundo Maggi, os ambientalistas precisam entender que a produção de alimentos é fundamental para fortalecer os povos que vivem na floresta. “Devemos combater a pobreza com projetos que alavanquem a economia da Amazônia, mas dentro de suas características”. Ele sustentou
que o bioma amazônico tem todas as condições de receber diversas culturas agrícolas de grãos e outras, tipicamente da região; bem como a própria criação de gado, mas com o diferencial de atuar nas áreas já degradadas (antropizadas). Maggi, que é o maior produtor individual de soja do mundo, disse que o Brasil está ampliando sua política de produção de baixo carbono para proteger as florestas, e que muitos países desenvolvidos não fazem o mesmo. “Nós temos que ser recompensados pelo que estamos fazendo em defesa do meio ambiente”, destacou em Marrakech em concorrida conferência no pavilhão do Brasil. The Brazilian Agriculture Minister Blairo Maggi also defended the agribusiness for not to stay out of climate discussions and, for that reason, he supported the positions of the sector at COP 22. His purpose was to find links between the combat climate change and the production of food in large-scale. He showed the example of the state of Mato Grosso, which stopped to be the destroyer of the forest to become the director of a sustainable economy based on agribusiness. Brazil is one of the largest exporters of meat and grains on the planet. According to Maggi,
Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi Agriculture, Livestock and Food Supply Minister
environmentalists need to understand that food production is key to strengthening people living in the forest. We must combat poverty with projects that leverage the economy of the Amazon, but within its characteristics. He argued that the Amazonian biome in all conditions receive various agricultural crops of grains and others, typically from the region; As well as livestock farming, but with the differential of working in the already degraded areas (anthropized). Maggi, the world’s largest single soybean producer, said Brazil is expanding its lowcarbon production policy to protect forests and that many developed countries are not doing so. “We have to be rewarded for what we are doing in defense of the environment,” said the Minister in Marrakech at a busy conference at the Pavilion of Brazil.
CNA NA COP 22
Agricultores querem produzir em terras devastadas
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Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) esteve presente na COP 22 e defendeu que as áreas degradadas de floresta possam servir de plantio e que não se desestabilize a agricultura e pecuária na Amazônia, com a criação de inúmeras reservas ambientais, como vem acontecendo no Sul do Amazonas, onde as cidades de Apuí, Manicoré e Novo Aripuanã foram contempladas pelo Governo Gederal com mais de 3,5 milhões de hectares de áreas de preservação permanente. “Estamos fazendo parte da delegação brasileira nas conversações do clima e defendemos que se tenha um olhar diferente para o agronegócio. O sul da Amazônia tem características voltadas para a agricultura e a pecuária também e isso tem que ser mantido”, afirmou o vice-presidente da CNA, Assuero Doca Veronez, que liderou o agronegócio brasileiro em Marrakech.
Farmers want to produce on devastated land The Confederation of Agriculture and Livestock of Brazil (CNA) was present at COP22 and defended that the degraded areas of forest can serve as planting area and that the agriculture and livestock farming in the Amazon do not become unstable, with the creation of innumerable environmental reserves, as has been happening in the South of Amazonas, where the cities of Apuí, Manicoré and Novo Aripuanã were contemplated by the federal government with more than 3.5 million Hectares of permanent preservation areas. “We are participating in the Brazilian delegation on the talks about climate and we defend to get a different look at agribusiness. The south of the Amazon has characteristics that are directed towards agriculture and livestock, and this has to be maintained”, said the vice president of CNA, Assuero Doca Veronez, who led the Brazilian agribusiness in Marrakech. FLORESTA BRASIL AMAZÔNIA
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ESPECIAL COP 22
Crise Climática COMBATE À
SOS Mata Atlântica planta 36 milhões de árvores
Texto l Text: Antonio Ximenes Fotos l Photos: Antonio Ximenes e Divulgação
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organização não-governamental SOS Mata Atlântica apresentou na COP 22, o mais concreto exemplo de que existem saídas à crise climática e que isso passa pela recuperação das florestas e o fortalecimento das bacias hidrográficas. A SOS Mata Atlântica plantou 36 milhões de árvores ao longo de mais de 25 anos. Plantar árvores às margens dos rios e diminuir o desmatamento são fundamentais para reduzir o impacto das mudanças climáticas. Florestas como a Amazônica e a Atlântica, no litoral brasileiro, são fundamentais para manter o ciclo das chuvas que irrigam as lavouras e evitam a quebra das safras na América do Sul. O que parece uma equação simples de resolver, não é. Pois a pressão das grandes cidades, no caso da Mata Atlântica e das florestas da África e da Indonésia, cria um cenário de poluição hídrica e comprometimento das nascentes dos grandes e pequenos rios, o que tem provocado secas e crises hídricas do Brasil (uma potência de água doce) ao Mali, um dos países mais afetados pela seca na África. O ambientalista e dirigente da SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, disse que o novo Código Florestal Brasileiro “está causando um estrago gigantesco ambiental, pois diminuiu as áreas de proteção das 22
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margens dos rios em até cinco metros, o que é uma aberração; porque os rios precisam da floresta para se manter no curso e não sofrerem o efeito de assoreamento e evaporação por ausência de cobertura vegetal”. Mantovani afirmou que o Brasil tem todas as condições de cumprir a meta de reflorestamento em 12 milhões de hectares, como determina o compromisso brasileiro junto ao Acordo de Paris, somente com as APPs da Mata Atlântica. Mas que para que isso ocorra uma política ambiental mais alinhada com a realidade em defesa dos rios e nascentes em geral, precisa ser implantada, imediatamente, mudando o que está definido no novo Código Florestal Brasileiro.
O Código Florestal Brasileiro desestabilizou as matas ciliares, provocando crise hídrica e comprometendo a vida dos rios em todo território nacional The Brazilian Forest Code destabilized the riparian forests, provoking a water crisis and compromising the life of the rivers throughout the national territory
Fighting climate crises SOS MATA ATLÂNTICA PLANTS 36 MILLION TREES The non-governmental organization SOS Mata Atlântica presented at COP 22 the most concrete example that there are solutions to solve the climate crisis, and that this involves the recovery of forests and the strengthening of river basins. SOS Mata Atlântica has planted 36 million trees for over more than 25 years. Planting trees along riverbanks and reducing deforestation are key to reduce the impact of climate change. Forests such as the Amazon and the Atlantic, in the Brazilian coast, are fundamental to maintain the cycle of the rains that irrigate the crops and avoid the rupture of the crops in South America. What seems like a simple equation to solve, it is not , because the pressure of the great cities of the Atlantic Forest and the forests of Africa and Indonesia creates a scenario of water pollution compromising the sources of the great and small rivers that have caused droughts and crises (A
freshwater power) to Mali, one of the countries most affected by drought in Africa. The environmentalist and leader of SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, said that the new Brazilian Forest Code “is causing enormous environmental damage, as it has reduced the riverbank protection areas by up to five meters, which is an aberration because rivers need the forest to stay in course and not suffer the effect of silting and evaporation due to lack of vegetation cover”. Mantovani said that Brazil has all the conditions to meet the goal of reforestation in 12 million hectares, as determined by the Brazilian commitment to the Paris Agreement, only with the APPs of the Atlantic Forest. But for this to happen, an environmental policy more aligned with the reality in defense of rivers and springs in general, needs to be implanted, immediately, to change what is defined in the new Brazilian Forest Code.
FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA Organização não-governamental, de caráter privado, sem objetivos lucrativos. Ela tem como meta preservar a Mata Atlântica, aprimorar o patrimônio material e cultural elaborado e exercitado pelos grupos que residem nesta região e enriquecem a identidade destas sociedades. Esta organização tem o dever de avisar, notificar, instruir, motivar e tornar as pessoas aptas a praticar a cidadania. A Fundação é financeiramente sustentada por amplas e significativas empresas privadas, as quais abrangem as mais diversas esferas, tais como o sistema bancário, indústrias produtoras de automóveis, de alimentos, de itens para higiene individual, e por inúmeros filiados à demanda ambiental.
SOS Mata Atlântica Foundation
Mário Mantovani, ambientalista e dirigente da SOS Mata Atlântica
Non-governmental, private position, on-profit organization. The foundation aims to preserve the Atlantic Forest, improve the material and cultural heritage elaborated and exercised by the groups that reside in this region and enrich the identity of these societies. This organization has a duty to warn, notify, instruct, motivate and make people fit to practice citizenship. The Foundation is financially supported by large and significant private companies, which cover the most diverse spheres, such as the banking system, automobile makers, food industry, personal hygiene items manufacturers, and innumerable industries.
Mário Mantovani, ambientalist and SOS Mata Atlântica director
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ESPECIAL COP 22
REDD+ CARTA DE MARRAKECH EM DEFESA DO
MOBILIZOU COMUNIDADE AMBIENTAL
Senadores, ministros, ambientalistas e ONGs defenderam inclusão do tema nas conversações de alto nível da delegação brasileira
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Texto l Text: Antonio Ximenes Fotos l Photos: Antonio Ximenes e Divulgação
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ezenas de organizações não-governamentais, deputados e senadores da República apoiaram a iniciativa de que o governo brasileiro incluísse nas negociações da COP 22, a importância das Reduções de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal – REDD+, como instrumento determinante que vai auxiliar os povos da floresta amazônica a ter melhor qualidade de vida e para a diminuição do desmatamento, através das compensações por redução das emissões dos gases do efeito estufa mantendo a floresta em pé. O senador Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado, e, por duas vezes governador do Acre, foi quem leu a carta para o ministro do Meio Ambiente José Sarney Filho, na Conferência do Clima. “Nós precisamos trabalhar para acelerar as iniciativas que possam combater as mudanças climáticas e o REDD+ tem a característica de compensação que protege a floresta”, afirmou. Viana tem a experiência de sucesso do mercado sub-nacional de REDD em seu Estado, que é reconhecido como um exemplo que deu certo, pois centenas de comunidades do interior do Acre recebem compensações por desmatamento evitado.
“
Conheço os benefícios do REDD+, o Acre, Estado onde fui governador por duas vezes, é pioneiro na comercialização de crédito de carbono. Defendo esta forma de valorização da manutenção da floresta em pé, porque ela melhora a qualidade de vida dos povos que vivem na Amazônia.” “I know the benefits of REDD +, Acre, where I was twice governor, is a pioneer in the commercialization of carbon credit. I defend this way of valuing the maintenance of the standing forest, because it improves the quality of life of the people living in the Amazon.“ Jorge Viana, senador (PT-AC) e vice-presidente do Congresso Nacional à época Vice-president of national congress at that time FLORESTA BRASIL AMAZÔNIA
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Mesa onde foi apresentada a Carta de Marrakech; nela, o ministro do Meio Ambiente José Sarney Filho (quinto da esquerda para a direita), entre outras autoridades brasileiras The table where was pointed out the marrakesh Letter; There the Environment Minister that is in the center (the fifth from the left to the rigth)aming another leaders
Marrakech letter in REDD+ defense mobilized environmental community senators, ministers, environmentalists and ngos defended inclusion of the theme in the high-level talks of the brazilian delegation Dozens of non-governmental organizations, deputies and senators from the Republic supported the initiative of the Brazilian government of including in the negotiations of COP 22 the importance of REDD + (Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation) as a key instrument that will help the Amazon forest peoples to have a better quality of life and to reduce deforestation through compensation for reducing greenhouse gas emissions while keeping the forest standing. Senator Jorge Viana (PT-AC), vicepresident of the Senate, and twice governor
of Acre, was the one who read the letter to Environment Minister José Sarney Filho at the Climate Conference. “We need to work to accelerate initiatives that can combat climate change and REDD+ has the clearing feature that protects the forest,” he said. Viana has the successful experience of the sub-national REDD market in its state, which is recognized as a successful example, because hundreds of communities in the interior of Acre receive compensation for avoided deforestation.
Governo do Amazonas lançou sua plataforma de venda de crédito de carbono, em parceria com o Bolsa de Valores do Rio, na COP 22
Liderança Na condição de um dos principais responsáveis pela Carta de Marrakech, o superintendente-geral da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Virgílio Viana, defendeu junto à Delegação Brasileira, a importância do REDD+. “Acreditamos que o Brasil necessite de mecanismos inovadores de financiamentos para reduzir o desmatamento e a degradação da Amazônia. Não há muitas Noruegas e Alemanhas, precisamos de recursos para manter a floresta em pé e ajudar as pessoas que vivem dentro dela”, comentou.
Amazonas Government presented its selling plattaform of carbon credit, with the Values of Rio, in the COP 22 LEADERSHIP Da esquerda para a direita, Virgílio Viana, da FAS, presidente da BVRio, Pedro Moura Costa, secretário Antônio Stroski e Ana Aleixo, presidente do IPAAM
From left to rigt, Virgilio Viana, from FAS, BVRio FAS, Pedro Moura Costa, Antonio Stroski secretary and Ana Aleixo, IPAAM President
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As one of the main leaders of the Marrakesh Charter, FAS Superintendent General Virgílio Viana defended with the Minister of the Environment, José Sarney Filho, the importance of REDD+. “We believe that Brazil needs innovative financing mechanisms to reduce deforestation and degradation of the Amazon. There are not many Norwegians and Germans, we need resources to keep the forest up standing and help the people who lives inside it,” he said.
Carta de Marrakech Marrakech, 14 de novembro de 2016
Ilmos. Srs. Ministros José Sarney Filho – Ministro do Meio Ambiente e Chefe da Delegação Brasileira na COP 22 Blairo Maggi – Ministro da Agricultura do Brasil José Antonio Marcondes – Negociador do Brasil para Mudanças do Clima Os signatários desta carta solicitam uma reavaliação do posicionamento do Governo do Brasil em relação ao REDD+. Mais especificamente, acreditamos que o conteúdo do parágrafo 34 da submissão brasileira deve ser revisado. Acreditamos que a Amazônia necessita de novos e inovadores mecanismos de financiamento para reduzir o desmatamento e a degradação florestal. O Fundo Amazônia é uma iniciativa extremamente positiva, mas insuficiente para reduzir os atuais níveis de desmatamento e degradação. São necessários novas alternativas de financiamento que não dependam de recursos públicos de países como Noruega e Alemanha. Diante da crise dos imigrantes e outros desafios de politica doméstica dos países industrializadas, não nos parece apropriado descartar a inclusão do REDD+ no novo Mecanismo de Desenvolvimento Sustentável. Os Estados da Amazônia, que atualmente são os principais responsáveis pelo licenciamento e fiscalização, bem como pelas politicas de fomento ao desenvolvimento sustentável da região, carecem de recursos financeiros. As demandas nas áreas de educação, saúde e segurança deixam poucos recursos disponíveis para implementar politicas de REDD+ sem financiamento adequado. Por essa razão os Estados da Amazônia se manifestaram por escrito em 2009, 2015 e 2016, solicitando uma mudança de posicionamento do Governo Federal neste tema. As organizações não-governamentais da Amazônia e os seus parceiros de outras regiões do Brasil também já se manifestaram, em diversas ocasiões, demandando uma revisão do posicionamento brasileiro. Diante disso, gostaríamos de propor um processo de diálogo e construção de um novo posicionamento do Governo Federal em relação ao REDD+. Para isso, gostaríamos de apoiar duas iniciativas que foram propostas durante os debates na COP 22: 1. Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. 2. Debate organizado em conjunto com o Senado e Governo Federal (proposta Senador Jorge Viana).
Marrakesh, 14 November 2016 Ilmos. Sisters Ministers
José Sarney Filho - Minister of the Environment and Head of Brazilian Delegation at COP 22 Blairo Maggi - Minister of Agriculture of Brazil José Antonio Marcondes - Brazilian Negotiator for Climate Change The signatories of this letter request a reassessment of the position of the Government of Brazil in relation to REDD +. More specifically, we believe that the content of paragraph 34 of the Brazilian submission should be reviewed. We believe that the Amazon needs new and innovative financing mechanisms to reduce deforestation and forest degradation. The Amazon Fund is an extremely positive but insufficient initiative to reduce the current levels of deforestation and degradation. New financing alternatives are needed that do not rely on public resources from countries like Norway and Germany. In the face of the immigrant crisis and other domestic policy challenges in industrialized countries, it does not seem appropriate to discard the inclusion of REDD + in the new Sustainable Development Mechanism. The Amazon states, which are currently the main responsible for licensing and certification, as well as policies to promote sustainable development in the region, lack financial resources. The demands in the areas of education, health and safety leave few resources available to implement REDD + policies without adequate funding. For this reason, the states of Amazonia expressed themselves in writing in 2009, 2015 and 2016, requesting a change of position of the Federal Government on this issue. Non-governmental organizations in the Amazon and their partners in other regions of Brazil have also manifested, on several occasions, demanding a revision of the Brazilian position. Given this, we would like to propose a process of dialogue and construction of a new position of the Federal Government in relation to REDD+. For this, we would like to support two initiatives that were proposed during the debates at COP 22: 1. Brazilian Forum on Climate Change. 2. Debate organized jointly with the Senate and Federal Government (proposed Senator Jorge Viana). Sincerely,
Atenciosamente,
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ESPECIAL COP 22
Colômbia
planta oito milhões de árvores na Amazônia Colombia plant 8 million trees in the Amazon
Wanano Indians, from the State of Alpes, on the border as Brazil will be responsible for planting species Texto l Text: Antonio Ximenes Fotos l Photos: Antonio Ximenes e Divulgação
A
Colômbia vai plantar oito milhões de árvores em memória das vítimas da guerra civil, que se arrastou por 52 anos no país. Caberá aos indígenas da etnia Wanano do Estado de Valpes, na fronteira com o Brasil, nas proximidades dos limites da Cabeça do Cachorro, no município de São Gabriel da Cachoeira, a missão de semear essas árvores com o nome das vítimas. Durante trinta e seis meses, eles vão cuidar das plantas e enviarão fotos para os compradores, através de uma plataforma digital. Cada árvore custará US$ 25,00 para pessoa física e US$ 20,00 para as empresas. O governo colombiano vai colaborar, inicialmente, com US$ 1,6 milhão comprando 80 mil árvores. “Nós vamos cuidar deste plantio nas nossas terras e vamos pedir ajuda dos nossos parentes Dessanas, que vivem no Brasil. Há muitos Wananos que moram do outro lado da frontei28
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ra”, disse Heraclio Mejia Montalvo, líder indígena da etnia Wanano, do lado colombiano, na COP 22. O presidente colombiano Juan Manuel Santos está ampliando suas atividades nas florestas, para auxiliar os indígenas a terem renda e, desta forma, manter suas atividades tradicionais de preservadores da Amazônia em suas próprias comunidades. A iniciativa é humanitária e ambiental. Segundo a presidente da Saving the Amazon, Ximena Patiño, dirigente da organização não governamental colombiana que orienta os indígenas Wananos da associação AATICAM de Mitu, a Colômbia está se mobilizando para mostrar ao mundo que as vítimas da guerra civil não podem ser esquecidas e que o plantio de árvores com total apoio do Prêmio Nobel da Paz, é um gesto que vai sensibilizar o planeta. “Vamos vender as árvores, inclusive no Brasil, com quem
queremos estreitar nossos laços de preservacionistas da Amazônia”, comentou. Metade dos recursos que forem investidos na compra das árvores será repassada para os indígenas. Este tipo de ação também representa uma forma de preservar a floresta contra os efeitos das mudanças climáticas. Colombia will plant eight million trees in memory of the victims of the civil war, which has dragged for 52 years. This will be the mission of the Wanano Indians of the State of Valpes, in the border with Brazil, near the limits of Cabeça do Cachorro, in the municipality of São Gabriel da Cachoeira, the mission to sow these trees with the name of the victims. For thirty-six months, they will take care of the plants and send photos to buyers through a digital platform. Each tree will cost US $ 25.00 for individuals and US $
Índios Wanano, do Estado de Valpes, na fronteira com o Amazonas, serão os responsáveis pelo plantio das espécies
“
Vamos fazer uma homenagem ambiental às vítimas da guerra civil, que durou mais de 52 anos, e que afetou profundamente nossa sociedade’.’ “Let’s do an environmental tribute to the victims of the civil war that lasted over 52 years and which profoundly affected our society” Juan Manuel Santos, Presidente da Colômbia l Colombia president
Acordo de paz
Líder Wanano, Heraclio Mejia Montalvo, e a presidente da ONG Saving the Amazon, Ximena Patiño, apresentaram em Marrakech o plano de plantio de oito milhões de árvores, em homenagem às vítimas da Guerra Civil na Colômbia Leader Wanano, Heraclio Mejia Montalvo and the president of the NGO Saving the Amazon, Ximena Patiño, presented in Marrakech the plan to plant eight million trees in honor of the victims of the Civil War in Colombia
20.00 for companies. The Colombian government will initially collaborate with US $ 1.6 million buying 80 thousand trees. “We will take care of this planting in our lands and we will ask for help from our Dessanas relatives who live in Brazil. There are many Wanans who live across the border, “said Heraclio Mejia Montalvo, indigenous leader of the Wanano ethnic group on the Colombian side at COP 22. President Juan Manuel Santos is expanding his activities in the forests to help the indigenous people to have income and, in this way, to maintain their traditional activities of Amazon preservers in their own communities. The initiative is humanitarian and environmental. According to the president of Saving the Amazon, Ximena Patiño, head of the Colombian non-governmental organization that guides the indigenous WANANs of the AATICAM association in Mitu, Colombia is mobilizing to show the world that the victims of the civil war can not be forgotten and that the Planting trees with full support of the Nobel Peace Prize, is a gesture that will sensitize the planet. “We are going to sell the trees, including in Brazil, with whom we want to strengthen our ties of preservationists in the Amazon,” she commented. Half of the resources invested in the purchase of trees will be passed on to the indigenous people. This type of action also represents a way of preserving the forest against the effects of climate change.
O governo colombiano chegou a um novo acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs), em Havana, Cuba, onde acontecem as negociações. Agora, precisará de, mais uma vez, a aprovação da nação. Na vez anterior, quando houve um plebiscito, o acordo de paz foi derrotado nas urnas pelos contrários às negociações, em movimento liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe (2002 a 2010).
Peace Agreement The Colombian government has reached a new peace agreement this week with the Revolutionary Armed Forces of Colombia (FARC) in Havana, Cuba, where the talks are taking place. Now, the agreement will need, once again, the approval of the nation. The previous time, when there was a plebiscite, the peace agreement was defeated at the polls by those opposed to the negotiations, a movement led by former president Álvaro Uribe (2002 to 2010).
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ESPECIAL COP 22
Desertificaçã NOS PAÍSES DO SUL DO SAARA
DESERTIFICATION In the South Sahara countries
Texto l Text: Antonio Ximenes Fotos l Photos: Divulgação
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processo de desertificação do Sul do Saara, especialmente na Mauritânia, Mali, Niger, Sudão, e na grande faixa do Sahel,onde milhares de pessoas fogem da fome,da miséria e da morte, preocupa os países da União Europeia, que registram as maiores ondas de refugiados do clima dos pós-segunda guerra mundial. Nos últimos cinco anos mais de 2,5 milhões de refugiados entraram na Europa pelas águas do Mediterrâneo; pelos países balcãs; pela Grécia; e outras rotas. Milhares de famílias morreram na tentativa de chegar em solo europeu. Elas foram vítimas do frio, do calor, da falta de água, do afogamento nas águas dos mares, e, principalmente, pela falta de recursos financeiros para suprir as suas necessidades básicas, de uma alimentação minimamanete saudável. Geralmente quem foge da África subsariana leva apenas a esperança e a coragem na bagagem.
Na Conferência do Clima em Marrakech, a desertificação ocupou a pauta das conversações das partes de forma intensa. Os Estados Unidos,à epoca sob a liderança do democrata Barack Obama, China, Alemanha, França, Reino Unido e os países nórdicos (Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia) se dispuseram a repassar recursos para diminuir o impacto da desertificação nos países do Sul do Saara. Isso se daria no âmbito do Acordo de Paris, a partir da entrada em funcionamento do Fundo do Clima, da ONU, em 2020, que deverá dispor de US$ 100 bilhões anualmente, para combater os efeitos das mudanças climáticas. Eles, os países do Sul do Saara, juntamente com alguns países-ilhas do Oceano Pacífico, como Tuvalu, seriam os primeiros a receberem grandes aportes para mitigar e se adaptarem aos efeitos das mudanças climáticas.
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Europa recebeu mais de 2,5 milhões de refugiados nos últimos cinco anos afetando o equilíbrio na região
Europe has received more than 2.5 million refugees in the last five years affecting balance in the region The process of desertifying South Sahara, especially in Mauritania, Mali, Niger, Sudan, and the great Sahel belt, where thousands of people flee from hunger, misery and death, are Larger waves of post-World War II climate refugees. Over the past five years, more than 2.5 million refugees have entered Europe through the waters of the Mediterranean; The Balkan countries; By Greece; And other routes. Thousands of families died trying to land on European soil. They were victims of the cold, the heat, the lack of water, the drowning in the waters of the seas, and, mainly, the lack
of financial resources to supply their basic necessities, of a minimally healthy diet. Usually those who flee sub-Saharan Africa only carry the hope and courage in their luggage. At the Climate Conference in Marrakech, the desertifcation was the subject of intensive talks. The United States, at the time under the leadership of Democrat Barack Obama, China, Germany, France, the United Kingdom and the Nordic countries (Norway, Sweden, Denmark and Finland) set out to pass on resources to reduce the impact of desertification in countries Of South Sahara. This would take place under the Paris Agreement, starting with the commissioning of the UN Climate Fund in 2020, which is expected to have $ 100 billion annually to combat the effects of climate change. They, together with some Pacific Island countries, such as Tuvalu, would be the first to receive large contributions to mitigate and adapt to the effects of climate change.
Savanização da Amazônia
Savanization of the Amazon Mas não é apenas a África que sofre com a desertificação. Esse fenômeno também afeta a Amazônia, que já começa a registrar esta realidade em áreas consumidas pelas queimadas e pelo desmatamento. Aqui, diferentemente de lá, se diz ‘savanização’. O cientista Carlos Nobre, um dos maiores especialista de Amazônia no mundo, disse “que para evitar este fenômeno na região tropical, é fundamental valorizar o ativo ambiental da imensa biodiversidade da Amazônia, fazendo a floresta valer mais em pé do que derrubada”. Segundo ele, estamos distantes de uma desertificação nos moldes da Africa, mas não podemos facilitar, porque o solo da Amazônia, em grande escala é frágil, e apresenta muita areia. Se continuar perdendo a sua vegetação natural, a chuva e a erosão, fatalmente, levarão a região à savanização. But it is not only Africa that suffers from desertification. This phenomenon also affects the Amazon, which is already beginning to register this reality in areas consumed by fires and deforestation. Here, unlike there, it is called ‘savanization’. The scientist Carlos Nobre, one of the world’s leading experts on the Amazon, said “in order to avoid this phenomenon in the tropical region, it is fundamental to value the environmental asset of the Amazon’s immense biodiversity, making the forest more valuable than being felled”. According to him, we are distant from a desertifcation in the African mold, but we can not facilitate, because the soil of the Amazon, on a large scale is fragile, and presents a lot of sand. If it continues to lose its natural vegetation, rain and erosion will inevitably lead the region to savannization. Carlos Nobre, Cientista especializado em Amazônia Scientist specializing in Amazon
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Donald Trump IRRITA
ESPECIAL COP 22
ESPECIAL COP 22
AMBIENTALISTAS
Presidente dos Estados Unidos não apoia Acordo de Paris e tem ponto de vista diferente da ONU, sobre mudanças climáticas
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Texto l Text: Antonio Ximenes Fotos l Photos: Antonio Ximenes e Divulgação
vitória do republicano Donald Trump nas eleições americanas surpreendeu os países membros da Conferência do Clima (COP 22), que foi realizada na África. O bilionário vencedor é totalmente contra o Acordo de Paris, que defende a diminuição das emissões dos gases de efeito estufa e adota medidas de contenção da temperatura em até 2 graus centígrados ainda neste século. Tudo indica que Trump pode representar o retrocesso no meio ambiente global. Os mais combativos e
Paulo Adário, dirigente do Greenpeace Internacional l Greenpeace International director
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respeitados ambientalistas brasileiros como Mario Mantovani da SOS Mata Atlântica, e Paulo Adário, do Greenpeace Internacional, ‘abriram baterias’ na COP 22 contra o pensamento de Trump. “Ele é o símbolo do atraso, o que não condiz com a defesa do meio ambiente mundialmente. Agora, vamos para as montanhas”, comentou Mantovani, com fino humor e ironia. Adário, de sua parte, disse que “a luta pelo clima e a qualidade de vida no planeta continua, independente da vontade de Trump”. O desconforto foi generalizado na comunidade ambientalista. Passado o susto pelo resultado das eleições americanas, os negociadores das mais de 160 nações que estiveram em Marrakech trataram de acelerar as medidas para enfrentar as mudanças climáticas, no âmbito do Acordo de Paris, que foi o norteador das negociações que aconteceram em Marrakech. Segundo André Guimarães, presidente do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). “Mais forte do que Trump, é a vontade de proteger as próximas gerações, que não podem ficar sob o risco do desastre ambiental que se aproxima”.
Mário Mantovani, da SOS Mata Atlântica (primeiro da direita), com ambientalistas brasileiros na Conferência do Clima em Marrakech
Mário Mantovani, from SOS Mata Atlântica (first from right), with Brazilian environmentalists at the World Climate Conference in Marrakech
Mas, se de um lado existe o risco do presidente da maior potência econômica e militar do planeta travar os avanços do mais importante acordo do clima da história da humanidade, por outro, a mobilização das nações que apoiam o Acordo de Paris supera o pessimismo que vem dos Estados Unidos da América. Isso ficou claro, através das manifestações dos delegados dos países nórdicos, da União Europeia, do Brasil, da China, da Índia, da África do Sul, do Japão, e de outras tantas delegações que participaram da COP 22.
Donald Trump worries representatives of cop 22 President of the united states does not support agreement in favor to reduce the weather’s climate The victory of Republican Donald Trump in the US elections surprised the member countries of the Climate Conference (COP 22), which was held in Africa. The winning billionaire is totally against the Paris Accord, which advocates lowering greenhouse gas emissions and adopts measures to contain the temperature by up to 2 degrees Centigrade this century. Everything indicates that Trump can represent the setback in the global environment. The most combative and respected Brazilian environmentalists such as Mario Mantovani from SOS Mata Atlântica and Paulo Adário from Greenpeace International “opened batteries” at COP 22 against Trump’s thinking.
“He is the symbol of backwardness, which does not fit the defense of the environment worldwide. Now, let’s go to the mountains, “commented Mantovani, with fine humor and irony. Adário, for his part, said “that the fight for climate and the quality of life on the planet continues and that Greenpeace would issue a note on the outcome of the US elections. ” The discomfort is widespread in the environmental community. After the scare of US elections, negotiators from more than 150 nations who were in Marrakech tried to accelerate measures to face the climate changes under the Paris Accord, which is the guiding principle of the negotiations that took place in Marrakech. Stronger than Trump is the will to protect the next generations, who cannot stand the risk of the environmental disaster that is approaching with the rise of the oceans waters with the increase of the temperature; the destruction of forests; Pollution and emptying of rivers; and the ensuing crop failures around the planet, which are committing billions of lives, especially in the poorest countries; in this case; Africa, Asia and Latin America are directly affected. But if there is a risk that the future president of the world’s largest economic and military power will halt the progress of the most important climate agreement in the history of mankind, on the other hand, the mobilization of the nations that support the Paris Accord overcomes the pessimism that comes from the United States of America. This was made clear by the demonstrations by delegates from the Nordic countries, the European Union, Brazil, China, India, South Africa, Japan and many other delegations attending COP 22.
“O Brasil tem um papel de liderança nas questões do clima e vai manter sua posição de defesa do Acordo de Paris. Esta é uma realidade concreta da nossa política ambiental em nível mundial”. “Brazil has a leading role in climate issues and will maintain its position in defense of the Paris Accord. This is a concrete reality of our global environmental policy”. Adriano Santhiago de Oliveira Diretor da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente do Brasil Director of the Secretariat of Climate Change and Environmental Quality of the Brazilian Ministry of the Environment
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ESPECIAL COP 22
Universidade Ibn Tofail de Kénitra é referência em
ENERGIA
RENOVÁVEL
Texto l Text: Antonio Ximenes Fotos l Photos: Antonio Ximenes e Divulgação
Instituição tem plataforma em pesquisas solar e eólica e recebe apoio do rei marroquino Mohammed VI
A
universidade Ibn Tofail é uma universidade moderna, atraente, verde e aberta, criada em 1989, localizado a sudeste da cidade de Kenitra, na borda da floresta “Mâamora”. Hoje ela Conta com 46.224 estudantes, 7.944 são novos matriculados e 38.280 foram rematrículas. Com uma infraestrutura moderna, todas as instalações dentro da Universidade são excelentes com salas de aula, laboratórios, salas de reuniões, equipamentos de multimídia, salas de conferência de vídeo etc. Conhecida mundialmente pela excelência de seus programas de ensino e pesquisa, a universidade desenvolve mais de 219 acordos de cooperação nacional e internacional e detém vários projetos e programas com a comunidade europeia. Desde a sua criação, a universidade Ibn Tofail manifestou repeti-
damente o seu compromisso com um modelo de universidade, combinando a abertura ea busca pela excelência, tendo a responsabilidade de proteger o meio ambiente e desenvolvimento de tecnologia de energia renovável, mas também para posicionar-se como uma das maiores instituições de pesquisa neste contexto. Para este fim, a universidade se comprometeu a realizar vários projetos verdes, entre os quais cita a implementação de uma técnica chamada de Primeiro Mundo, em colaboração com a Cátedra UNESCO SIMEV e da Sociedade Marroquina de Membranas e Dessalemen. Esta é uma estação de tratamento de água e modelo de desnitrificação, utilizando técnicas de membrana, juntamente com energia fotovoltaica e energia eólica.
Ibn Tofail University of Kénitra is a reference in RENEWABLE ENERGY Institution has plataform in solar and wind researching receives support fron Marocco King Mohammed VI Created in 1989, located southeast of the city of Kenitra, on the edge of the forest “Mâamora”. Today it has 46,224 students, 7,944 are new graduates and 38,280 were re-grades, they, the courses, are 95 and are supervised by 560 faculty members. With a modern infrastructure, all facilities within the University are excellent with classrooms, laboratories, meeting rooms, multimedia equipment, video conference rooms etc. Known worldwide for the excellence of its teaching and research programs, the university develops more than 219 cooperation agreements National and international level and holds several projects and programs with the European level. Since its inception, Ibn Tofail University has repeatedly expressed its commitment to a university model, combining openness and the pursuit of excellence, with a responsibility to protect the environment and development of renewable energy technology, One of the largest research institutions in this context. To this end, the university has undertaken several green projects, among which it cites the implementation of a technique called the First World, in collaboration with the UNESCO SIMEV Chair and the Moroccan Membrane and Dessalemen Society. This is a water treatment plant and denitrification model, using membrane techniques along with photovoltaic and wind energy.
A universidade é multicultural
The university is Multicultural 3 faculdades de livre acesso: LMD sistema Faculdade de Letras e Ciências Sociais (inaugurada em 1985); Faculdade de Ciências (inaugurada em 1985); Faculdade de Direito Ciências Económicas e Sociais (inaugurada em 2003).
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2 instituições de acesso regulado: Engenharia Escola Nacional de Administração e Gestão (inaugurada em 2005); Escola Nacional de Ciências Aplicadas (inaugurada em 2008).
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Cinco serviços comuns: Centro de Análise, Perícia, Transferência de Tecnologia e Incubadoras; Centro Universitário de Educação Continuada; Centro de Recursos da Linguagem; Centro de Recursos de Computação; Biblioteca da Universidade; Universidade Centro Médico-Social.
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Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, com rei Mohammed VI l UN Genneral Secretary Ban Ki-moon shaking in hand to Mohammed VI
3 faculty of free access: LMD system Faculty of Arts and Social Sciences (inaugurated In 1985); Faculty of Sciences (inaugurated in 1985); Faculty of Economics and Social Sciences (Opened in 2003);
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2 Regulated Access Institutions: Engineering National School of Administration and Management (inaugurated in 2005); National School of Applied Sciences (inaugurated in 2008).
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Five common services: Center for Analysis, Expertise, Technology Transfer And Incubators; University Center for Continuing Education; Language Resource Center; Computer Resource Center; University Library; University Medical-Social Center.
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Azzedine El Madoui, presidente da Universidade, com membros da instituição l Azzenide El Madoui, University Director with institution members
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Amazonas precisa de investimentos para manter a FLORESTA EM PÉ Governador José Melo alerta que comunidade internacional precisa colaborar com recursos para evitar o desmatamento Texto l Text: Antonio Ximenes Fotos l Photos: Antonio Ximenes e Divulgação
O
Estado do Amazonas é a unidade federativa com a maior floresta tropical do mundo em preservação ambiental. Noventa e sete por cento de suas áreas, em um universo de 1,5 milhões de quilômetros quadrados, estão livres de desmatamento e qualquer tipo de devastação ambiental. Este tesouro da humanidade em biodiversidade, água doce, fauna, flora e civilização nativa, pois há centenas de etnias indígenas e milhares de famílias ribeirinhas, precisa de ajuda dos capitais nacional e externo. Caso contrário, o desmatamento vai aumentar e os crimes ambientais podem se generalizar, pela falta de condições econômicas para produzir riquezas para os povos que vivem e preservam o bioma amazônico, notadamente, no Amazonas, a ‘joia da coroa ambiental do planeta’. Não é fácil conter a ganância e ambição desmedida dos grileiros de terras, madeireiros ilegais e daqueles que saqueiam as riquezas da região deixando um rastro de fogo, desmatamento e pobreza. Mas há como frear o desmatamento, diminuir a pobreza e melhorar a qualidade de vida de milhares de pessoas que vivem na região, aponta o governador do Amazonas José Melo, que, através de sua nova matriz econômica ambiental criou as bases de um desenvolvimento sustentável de baixo car-
bono e com diversas alternativas de produção com escala, sem ferir a sustentabilidade e ampliando as possibilidades de quem mantém a floresta em pé: o povo que vive no interior. Nesta direção, o aumento da produção de peixes em cativeiro, através da piscicultura; dos manejos florestais monitorados para evitar fraudes; da produção em grande escala de frutas da Amazônia, com vistas aos mercados interno e externo; são alguns dos sustentáculos deste plano de defesa racional do meio ambiente e geradora de riquezas para os guardiões da floresta: os caboclos, ribeirinhos e indígenas, que vivem há mais de onze mil anos na Amazônia. O investimento em um polo gás químico é outra alternativa concreta que, utilizando as reservas de gás existentes em Coari, Silves e outras áreas do Estado, tem todas as condições de alavancar este setor da indústria fina. Um polo internacional de cosméticos, com base no aproveitamento das essências das plantas da Amazônia, é outra alternativa, para que centenas de industrias do mundo venham para a região e se instalem, criando empregos e aproveitando em suas linhas de produção esta riqueza extraordinária, que é a natureza com sua biodiversidade. Tudo com sustentabilidade. FLORESTA BRASIL AMAZÔNIA
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A implantação de um polo fármaco, é outra via que permitiria um alavancamento em escala global na região, atacando centenas de doenças como o câncer, o mal de Alzeimer, Parkinson, entre outras, que seriam combatidas com remédios extraídos da floresta. E mais, que vacinas sejam criadas, a partir dos ativos das plantas, fungos, bactérias e todos tipo de microorganismos desta ‘catedral verde’ medicinal, que é a floresta amazônica.
Amazonas needs investments to keep the forest standing
Governor Melo warns that international community needs to collaborate with resources to avoid deforestation The State of Amazonas is the federative unit with the world’s largest rainforest in environmental preservation. Ninety-seven percent of its areas, in a universe of 1.5 million square kilometers, are free from deforestation and from any type of environmental devastation. This treasure of humanity in biodiversity, fresh water, fauna, flora and native civilization, as there are hundreds of indigenous ethnic groups and thousands of riverine families that needs help from national and foreign capitals. Otherwise, deforestation will increase and environmental crimes can be generalized, due to the lack of economic conditions to produce wealth for the people that live and preserve the Amazon biome, notably in the Amazon, the ‘crown jewel of the planet’. It is not easy to control the greed and unbridled ambition of land grabbers, illegal loggers and those who plunder the riches of the region leaving a trail of fire, deforestation and poverty. But there is a way to stop deforestation, reduce poverty and improve the quality of life of thousands of people living in the region, says the governor of Amazonas José Melo, who, through its new environmental economic matrix, created the foundations for a sustainable development of low carbon and with diverse alternatives of production with scale, without harming the sustainability and extending the possibilities of those who keep the forest standing: the people who live in the interior. Nesta direção, o aumento da produção de peixes em cativeiro, através da piscicultura;
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dos manejos florestais monitorados para evitar fraudes; da produção em grande escala de frutas da Amazônia, com vistas aos mercados interno e externo; são alguns dos sustentáculos deste plano de defesa racional do meio ambiente e geradora de riquezas para os guardiões da floresta: os caboclos, ribeirinhos e indígenas, que vivem há mais de onze mil anos na Amazônia. O investimento em um polo gás químico é outra alternativa concreta que, utilizando as reservas de gás existentes em Coari, Silves e outras áreas do Estado, tem todas as condições de alavancar este setor da indústria fina. Um polo internacional de cosméticos, com base no aproveitamento das essências das plantas da Amazônia, é outra alternativa, para que centenas de industrias do mundo venham para a região e se instalem, criando empregos e aproveitando em suas linhas de produção esta riqueza extraordinária, que é a natureza com sua biodiversidade. Tudo com sustentabilidade. A implantação de um polo fármaco, é outra via que permitiria um alavancamento em escala global na região, atacando centenas de doenças como o câncer, o mal de Alzeimer, Parkinson, entre outras, que seriam combatidas com remédios extraídos da floresta. E mais, que vacinas sejam criadas, a partir dos ativos das plantas, fungos, bactérias e todos tipo de microorganismos desta ‘catedral verde’ medicinal, que é a floresta amazônica.
Minerais
O mesmo aplica-se à produção de potássio, com as reservas de silvinita (uma das bases dos fertilizantes, as outras são nitrogênio e fósforo) nas cidades de Autazes, Itacoatiara e Nova Olinda do Norte. São reservas gigantescas que permitirão ao Brasil ser autossustentável neste mineral, sem haver a necessidade de continuar importando mais de US$ 1,1 bilhão de potássio anualmente, como hoje se verifica, através do agronegócio brasileiro. MINERALS: The same applies to the production of potassium, with silvinite reserves (one of the bases of fertilizers, the others are nitrogen and phosphorus) in the cities of Autazes, Itacoatiara and Nova Olinda do Norte. They are gigantic reserves that will allow Brazil to be self-sustaining in this mineral, without the need to continue importing more than US $ 1.1 billion of potassium annually, as it happens today, through Brazilian agribusiness.
Povo da floresta necessita de recursos com urgência O Amazonas sofre com a falta de repasses de capital para defender o meio ambiente
O
Amazonas reconhece a importância das Conferências do Clima organizadas pela ONU, na defesa do planeta e na luta contra as mudanças climáticas (em Paris COP 21 o governador Melo participou ativamente levando a mensagem verde/ produtiva do Estado para o mundo). Em 2016, uma comitiva do Estado capitaneada pelo secretário estadual do meio ambiente, Antonio Stroski esteve presente no Marrocos, em Marrakech). Em 2017 existe a possibilidade do governador Melo liderar uma comitiva à COP 23 em Bonn, na Alemanha. Mas, o Amazonas, ao mesmo tempo, não está plenamente satisfeito com os organismos internacionais financiadores do desenvolvimento sustentável, que não tem disponibilizado recursos em larga escala para o maior projeto de governo com sustentabilidade ambiental produtiva em floresta tropical da humanidade, que é o do Amazonas.
CAR
Internamente, o governo ressente-se também da ausência de repassses do Fundo Amazônia (que tem R$ 5 bilhões) para por em prática o seu plano de Cadastro Ambiental Rural (CAR), quantia que não supera R$ 50 milhões e que serviria para regularizar milhares de hectares de terras produtivas na floresta amazônica.
People need resources urgently Amazonas suffers lack of onlays of capital to defend the Environment
Amazonas recognizes the importance of climate conferences organized by the UN, in defense of the planet and in the fight against climate change (in Paris, COP 21 Governor Melo actively participated in bringing the green / productive message of the State to the
world). In 2016, a State entourage headed by state secretary of the environment, Antonio Stroski was present in Morocco, in Marrakech). In 2017 there is the possibility of Governor Melo leading a party to the COP 23 in Bonn, Germany. But, at the same time, the Amazon is not fully satisfied with the international organizations that finance sustainable development, which has not provided large-scale resources for the largest project of governance with productive environmental sustainability in humanity’s rainforest, which is the Amazonas. CAR Internally, the government also gets hurt from the absence of repasses from the Amazon Fund (which has R $ 5 billion) to put into practice its Rural Environmental Registration (CAR) plan, an amount that does not exceed R $ 50 million and that would serve to Regularize thousands of hectares of productive land in the Amazon rainforest.
”O Amazonas fez a melhor e mais ampla lei de serviços ambientais do planeta e precisa de parcerias para preservar a maior floresta tropical do mundo.” ”The Amazon has made the best and broadest environmental services law on the planet and needs partnerships to preserve the biggest tropical forest of the world.” José Melo, Governador do Amazonas l Amazon Governator
Medina A VIDA NA
de
ESPECIAL COP 22
Marrakech
Patrimônio da humanidade reune tradição e cultura Texto l Text: Antonio Ximenes Fotos l Photos: Antonio Ximenes e Divulgação
A
Medina de Marrakech é o centro histórico da cidade. Nela são encontradas tradições milenares do povo magrebino e para ela convergem todas as atenções, de quem vai a ‘cidade vermelha’ nas proximidades da cadeia de montanhas Atlas, com seus picos congelados, e do outro lado o deserto do Saara. Estamos no reino do Marrocos, onde aconteceu a COP 22 da ONU e no núcleo de uma cultura que valoriza a palavra dada e o acolhimento a quem chega de outras terras. Foi assim durante a cúpula do clima e segue sendo nos dias atuais, dado que a cidade da mesquita Kotobiya (1150 início da construção), e uma das mais belas do mundo árabe, pela elegância do seu minarete, é um dos destinos preferidos dos europeus que fogem do gelado inverno. Com 61 anos de independência da França, no Reino do Marrocos fala-se
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árabe e francês, o que facilita a comunicação para quem é de origem francófona, já que o inglês é pouco falado no país. É nas estreitas vielas e sobretudo na praça Jemaa el-Fna que pulsa a vida de milhões de marroquinos e estrangeiros, que tem na mística das muralhas milenares da Medina e de suas dezenas de mesquitas, mercados de roupas, joias, artesanatos, comidas típicas, encantadores de cobras, amestradores de macacos, e imperturbáveis tuaregues, o seu eixo comercial, cultural e artístico mais conhecido e visitado do Marrocos. Nela, os palácios da família real, joias da arquitetura árabe, muitos com mais de 800 anos, nos conduzem às fantásticas histórias dos cavaleiros do deserto e suas batalhas montados em cavalos e camelos. As paredes dos principais palácio são crivadas de balas de rifle e de canhão.
Na condição de enviado especial da revista FLORESTA BRASIL AMAZÔNIA para cobrir a cúpula ambiental da ONU, fiquei hospedado na praça Jemaa el-Fna, em um hotel simples de um quarto espartano e que costuma acolher moradores do interior do país. Foi a forma que encontrei para estar mais próximo dos costumes deste povo extraordinário que é o marroquino.
Life in the medina of marrakech Patrimony of humanity meets tradition and culture The Medina of Marrakech is the historical center of the city. In it are found. Millenary traditions of the Maghreb people and for her all the attentions converge, from whom goes
Gastronomia exótica na praça Jemaa el-Fna Exotic gastronomy in the Jemaa el-Fna square
the ‘red city’ in the vicinity of the Atlas mountain
handicrafts, Enchanting snakes, monk
range, with its frozen peaks, and on the other side
trainers, and undisturbed Tuareg, its
the Sahara desert.
commercial, cultural and artistic axis
We are in the kingdom of Morocco, where the UN COP 22 took place and at the heart of a culture
best known and visited in Morocco. In it, the palaces of the royal
that values the word given and the welcome to
family, jewels of Arab architecture,
those who come from other lands. It was so during
many with more than 800 years,
the climate summit and is still in the present day,
lead us to the fantastic stories
given that the city of Kotobiya mosque (1150
of the desert knights and their
beginning of construction), and one of the most
battles mounted on horses and
beautiful in the Arab world, by the elegance of its
camels. The walls of the main
minaret, is one of the destinations
palace are riddled with rifle
Favorite of Europeans fleeing the icy winter. With 61 years of independence from France,
bullets and cannonballs. As a special envoy of
the Kingdom of Morocco speaks Arabic and
FLORESTA BRAZIL AMAZÔNIA
French, which facilitates communication for those
magazine to cover the UN
who are of French-speaking origin, since English is
environmental summit, I
little spoken in the country.
was staying in Jemaa el-Fna
It is in the narrow alleys and especially in the
Comércio tradicional nas vielas da cidade murada Traditional trade in walled walled city
square in a simple Spartan room that
Jemaa el-Fna square that pulsates the lives of
usually welcomes residents of the interior of the
millions of Moroccans and foreigners, who have in
country. It was the way I found to be closer to the
the mystique of the Medina’s ancient walls and its
customs of this extraordinary people who is the
dozens of mosques, markets for clothes, jewelry,
Moroccan.
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Serpentes encantadas pelos encantadores na praça Serpents enchanted by the enchantresses in the square
Músicos tradicionais l Traditional Musicians
COMER COM AS MÃOS É TRADIÇÃO LOCAL Comer com as mãos carne de carneiro, peixes e demais tipos de alimentos faz parte da cultura local. A deliciosa sopa de escargot é outro prato imperdível na praça. As bancas de frutas secas são imperdíveis e o tradicional suco de laranja e grapefruit são marcas registradas da cidade. Há, ainda, os mercados de roupas, joias semi-preciosas, tapetes e todo tipo de artesanato magrebino. Jemaa el-Fna é uma festa popular permanente. Onde tudo começa e onde tudo termina, na Medina.
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EATING WITH HANDS IS LOCAL TRADITION Comer com as mãos carne de carneiro, peixes e demais tipos de alimentos faz parte da cultura local. A deliciosa sopa de escargot é outro prato imperdível na praça. As bancas de frutas secas são imperdíveis e o tradicional suco de laranja e grapefruit são marcas registradas da cidade. Há, ainda, os mercados de roupas, joias semi-preciosas, tapetes e todo tipo de artesanato magrebino. Jemaa el-Fna é uma festa popular permanente. Onde tudo começa e onde tudo termina, na Medina.
Cul do d
ARTISTAS A praça com seus músicos regionais oriundos das montanhas e do deserto encanta pelos sons, aromas e a vibração de uma sociedade multiétnica e sempre disposta a uma boa conversa, especialmente, quando se trata de uma negociação. Na Medina pechinchar é uma premissa básica em todas as relações comerciais. Nunca se deve aceitar o primeiro preço em uma compra. Dispostos no chão ou em cadeiras e bancos improvisados, famílias inteiras de músicos itinerantes cantam ao anoitecer e vão até às 3hs da madrugada. Na COP 22, uma frota de mais de 50 ônibus de luxo transportou gratuitamente os participantes da conferência do clima. Bastava mostrar a credencial e subir a bordo.
PERFORMERS The square with its regional musicians from the mountains and the desert enchants beacause of sounds, aromas and vibrancy of a multiethnic society and is always ready for a good conversation, especially when it comes to a negotiation. In Medina haggling is a basic premise in all business relationships. You should never accept the first price on a purchase. Arranged on the floor or on improvised seats and seats, entire families of itinerant musicians sing at dusk and go until 3 o’clock in the morning. At COP 22, a fleet of more than 50 luxury buses transported participants tho the climate conference free of charge. It was enough to show the credential and get on board.
ltura deserto Enviado Especial Antonio Ximenes International corresponding
Vendedor de água (aguateiro) Water seller
Cenas do atentado à bomba, em 2001 l Scenes from the bombing in 2001
Bomba
O Café-Restaurante Argana, tradicional encontro de intelectuais, e local que já sofreu um atentado à bomba em 28 de abril 2011, foi o meu local predileto para o café da manhã e outras refeições, todas típicas, além do saboroso sorvete de pistache, uma especialidade da casa, que recomendo. BOMB The Café-Restaurante Argana, a traditional meeting of intellectuals, and a place that had already suffered a bomb attack on April 28, 2011, was my favorite place for breakfast and other typical meals, besides the tasty pistachio ice cream, A specialty of the house, which I FLORESTA BRASIL AMAZÔNIA 43 highly recommend.
ESPECIAL COP 22
Papa Francisco
no
Amazonas
Sua santidade recebeu a carta convite do superintendente da FAS, Virgílio Viana, e analisa a possibilidade de vir à região
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Texto l Text: Antonio Ximenes Fotos l Photos: Divulgação do Vaticano
A
Fundação Amazonas Sustentável (FAS), através do seu superintendente geral, Virgílio Viana, a caminho da COP 22, entregou ao papa Francisco uma carta convidando sua santidade a vir ao Amazonas. O arcebispo de Manaus, Dom Sérgio Castriani, também assinou a carta. Com este gesto, praticamente às vésperas (30 de novembro) da Conferência do Clima em Marrakech, estava dada a partida em uma das mais sensíveis iniciativas conjunta FAS e Arquidiocese de Manaus, para trazer sua santidade ao Amazonas, com vistas a impulsionar a defesa das populações que vivem na maior floresta tropical da Terra, face ao risco das mudanças climáticas. “Antes de viajar ao Vaticano, procurei Dom Sérgio Castriani, Arcebispo de Manaus, com a proposta de escrever uma carta convidando o Papa para vir à Amazônia. A sugestão foi iniciar a visita por Manaus, fazendo um grande evento na Arena da Amazônia e, depois, seguir para uma comunidade indígena”, disse Viana. Dom Sérgio, por sua vez, disse que a Amazônia está no coração do papa Francisco e que ele (sua santidade) acompanha tudo que acontece por aqui, quanto às questões ambientais, sociais, ecológicas, indígenas e de participação popular”. Sobre ter assinado a carta entregue ao papa por Viana afirmou que “o fez por entender que a FAS desenvolve um trabalho nas áreas de unidades de conservação do Estado, que vai ao encontro do que a Igreja propõe como modelo ambiental, social, científico, educacional e ecológico”. Na avaliação de Dom Sérgio Castriani, “o papa Francisco tem interesse em vir à Amazônia e tem recebido diversos convites para visitar países da América do Sul. Ele já visitou o Brasil, com grande repercussão mundial no Rio de Janeiro. Agora, tem em sua agenda visitas a Argentina e ao Uruguai, mas a qualquer momento pode incluir em sua agenda uma visita a Amazônia, pelo que ela representa para a humanidade. A carta elaborada pela FAS e que assinei vai ajudar nesta direção”, comentou. O arcebispo também salientou que o exemplo da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, que conhece muito bem, por ter vivido quatorze anos e meio em Tefé, na condição de Bispo, “representa o caminho certo sob o ponto de vista ambiental, científico e de participação popular dos povos da floresta (ribeirinhos e indígenas)”.
JOVENS DO MUNDO O encontro entre Virgílio Viana e o papa Francisco aconteceu na Cidade do Vaticano, durante o 3º Simpósio da Juventude do Vaticano, realizado pela Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, e a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (SDSN), órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU). “A entrega da carta foi emocionante: o Papa Francisco foi muito simpático, apertou a minha mão, ouviu e recebeu muito bem o convite. A Amazônia, o Brasil e o planeta estão precisando de um compromisso mais sério com o desenvolvimento sustentável, e a palavra do Papa será muito importante para isso”, salientou o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana. Viana esteve no Vaticano como coordenador para a Amazônia da Rede SDSN, no 3º Simpósio da Juventude do Vaticano. Ele foi convidado pelo chanceler da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, Monsenhor Marcelo Sorondo, Viana compos o painel que escolheu as duas melhores soluções para o desenvolvimento sustentável elaborada por 50 lideres jovens, representando mais de 30 países, de todos os continentes.
Young people of the world The meeting between Virgilio Viana and Pope Francis took place in Vatican City during the Vatican’s 3rd Symposium on Youth, held by the Pontifical Academy of Sciences of the Vatican and the Network for Solutions for Sustainable Development (SDSN), a body linked to the Organization Of the United Nations (UN). “The delivery of the letter was exciting: Papa Francisco was very nice, he shook my hand, listened and received the invitation very well. The Amazon, Brazil and the planet are in need of a more serious commitment to sustainable development, and the Pope’s word will be very important for this,“ said FAS Superintendent General Virgílio Viana. Viana was in the Vatican as coordinator for the Amazon SDSN Network, at the 3rd Vatican Symposium on Youth. He was invited by the Chancellor of the Pontifical Academy of Sciences of the Vatican, Monsignor Marcelo Sorondo, Viana composed the panel that chose the two best solutions for the sustainable development elaborated by 50 young leaders, representing more than 30 countries, of all the continents.
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Praça de São Pedro, no Vaticano, onde o Papa Francisco costuma falar ao mundo l St Peter Square, Vatican wherer Francisco Pope uses to speak about the world
Francisco Pope in Amazonas
His holiness received the invitation letter of the superintendent Virgilio Viana and analyzes the possibility of coming to the region” The Amazonas Sustainable Foundation (FAS), through its general superintendent, Virgilio Viana, gave Pope Francisco a letter inviting his holiness to come to the Amazon. The Archbishop of Manaus, Archbishop Sérgio Castriani, also signed the letter. With this gesture, practically on the eve (30 November) of the Climate Conference in Marrakech, it was the beginning of one of the most sensitive conjunct initiatives of FAS and the Archdiocese of Manaus, to bring their sanctity to the Amazon, with a view to boosting the defense of populations living in the largest tropical rainforest on Earth, given the risk of climate change. “Before I traveled to the Vatican, I looked for Monsignor Sérgio Castriani, Archbishop of Manaus, with the proposal to write a letter inviting the Pope to come to the Amazon. The suggestion was to start the visit to Manaus, making a big event in the Arena of the Amazon and then going to an indigenous community, “said Viana. Dom Sérgio, said that the Amazon is in the heart of Pope Francisco and that he (the Pope) accompanies everything that happens here, as far as environmental, social, ecological, indigenous and popular 46
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participation issues are concerned. “ Pope for Viana said that “he did it because he understands that FAS is developing a work in the areas of state conservation units, which meets what the Church proposes as an environmental, social, scientific, educational and ecological model.” In the evaluation of Bishop Sérgio Castriani, “Pope Francisco is interested in coming to the Amazon and has received several invitations to visit South American countries. He has already visited Brazil, with great worldwide repercussion in Rio de Janeiro. Now, he has on his agenda visits to Argentina and Uruguay, but at any moment he can include in his agenda a visit to the Amazon, for what it represents for humanity. The letter prepared by FAS and which I signed will help in this direction, “he commented. The archbishop also pointed out that the example of the Mamirauá Sustainable Development Reserve, which he knows very well, having lived fourteen and a half years in Tefé as a Bishop, “represents the right path from an environmental, scientific and Popular participation of the forest peoples (riverine people and indigenous)“.
Encíclica Laudato Si’ Em setembro de 2015, a FAS e SDSN-Amazônia participaram ativamente do lançamento da Encíclica Laudato Si na região. O documento, escrito pelo Papa Francisco, foi lançado na aldeia Kambeba Três Unidos, na Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro, com a presença do Monsenhor Marcelo Sanchez Sorondo, chanceler da Pontifícia Academia de Ciências Sociais do Vaticano, do Arcebispo de Manaus, Dom Sérgio Castriani e do presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Claudio Hummes.
Laudato Si’ In September 2015, the FAS and SDSNAmazônia participated actively in the launching of the Encyclical Laudato Si in the region. The document, written by Pope Francisco, was launched at the Kambeba Três Unidos village, in the Environmental Protection Area (APA) of Rio Negro, in the presence of Monsignor Marcelo Sanchez Sorondo, chancellor of the Vatican’s Pontifical Academy of Social Sciences, Archbishop of Manaus, Dom Sérgio Castriani and the President of the Episcopal Commission for the Amazon of the National Conference of Bishops of Brazil (CNBB), Monsignor Claudio Hummes.
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O Papa e a Amazônia The Pope and the Amazonia
DOM SÉRGIO CASTRIANI Arcebispo Metropolitano de Manaus l Metropolitan Archbishop of Manaus
Um dos mais importantes documentos do pontificado de Francisco, sem dúvida nenhuma é a carta encíclica “Laudato Si” sobre o cuidado da casa comum. Nela apresenta a situação dramática em que a Terra se encontra e com a ajuda das ciências tenta detectar causas e apontar caminhos de superação. Reconhece que o desafio é imenso, mas ainda há tempo de reverter o processo de degradação da natureza provocado pela humanidade. Como se trata de um documento religioso, ele não poderia deixar de apresentar as bases teológicas de uma ecologia humana e uma espiritualidade que motive a conversão para uma vida mais saudável e que seja sustentável. Este documento se mostrou atualíssimo nas conferências do clima de Paris e Marrakech. No texto, o Papa cita explicitamente a Amazônia, no número 38. Lembra que ela, junto com a bacia fluvial do Congo, são os pulmões do planeta repletos de biodiversidade. Insiste em dizer que não se pode ignorar a importância destas regiões para o conjunto do planeta e para o futuro da humanidade. Na sua visita ao Rio de Janeiro, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, se dirigindo aos bispos brasileiros, ele disse que a Amazônia constituía um banco de prova para a Igreja do Brasil. Aquilo que fazemos com ela e nela, aponta que tipo de humanidade e civilização queremos ser no futuro. Estava ainda no início de seu ministério e já demonstrava sua preocupação por esta região. Este interesse só tem aumentado e ele não perde nenhuma ocasião de demonstrá-lo. Isto também tem levado a Igreja na Amazônia a se organizar melhor no enfrentamento dos grandes desafio da região, notadamente contra os megaprojetos de hidrelétricas que destroem culturas, biodiversidade e não acrescentem para melhorar a qualidade de vida das populações tradicionais. Gostaríamos de receber uma visita papal e são inúmeros os convites da parte de setores da igreja, mas também de Instituições de pesquisa e de defesa do meio ambiente, para que ele visite a região, mesmo que seja uma simples parada técnica em meio a uma outra viagem. Até hoje Manaus recorda a visita de São João Paulo II, sua participação numa procissão que foi até o Encontro das Águas, e seu encontro com Marçal, o índio Guarani que seria assassinado. A visita e as palavras de um papa são simbólicas e proféticas. A encíclica toda fala ao coração de quem está preocupado com o futuro da Amazônia, mas o número 38 dá as ideias mestras de quem está comprometido com este bioma.
Não nos esqueçamos do compromisso que o Papa tem com os povos originários, que são os guardiães da floresta. Ele tem confirmado a ação da Igreja na defesa dos direitos dos povos indígenas e animado estes povos a assumirem a sua identidade e serem protagonistas de sua história. Mesmo sem nunca ter vivido na Amazônia, Francisco já é um dos seus grandes personagens. One of the most important documents of the pontificate of Francis, no doubt is the encyclical letter “Laudato Si” on the care of the common house. It presents the dramatic situation in which the Earth finds itself and with the Tries to detect causes and point out ways of overcoming them. It recognizes that the challenge is immense, but there is still time to reverse the process of degradation of nature provoked by humanity. As it is a religious document, it could not fail to present the theological bases of a human ecology and a spirituality that motivates the conversion to a healthier and sustainable life. This document was most current at the climate conferences in Paris and Marrakech. In the text, the Pope explicitly cites the Amazon, at number 38. Remember that, along with the Congo River basin, are the lungs of the planet full of biodiversity. It insists that it can not be ignored From these regions to the whole planet and to the future of humanity. In his visit to Rio de Janeiro, on the occasion of World Youth Day, addressing the Brazilian bishops, he said that the Amazon constituted a bank Of proof for the Church of Brazil. What we do with and in it, points out what kind of humanity and civilization we want to be in the future. He was still at the beginning of his ministry and already showed his concern for this region. This interest has only increased and he has lost no occasion to demonstrate it. This has also led the Church in the Amazon to better organize itself in the face of the great challenges of the region, Megaprojects that destroy crops, biodiversity and do not add to improve the quality of life of traditional populations. We would like to receive a papal visit and there are many invitations from sectors of the church, but also from research and environmental institutions, so that he can visit the region, even if it is a simple stop Technique in the midst of another journey. To this day Manaus recalls the visit of St. John Paul II, his participation in a procession that went until the Águas, and his meeting with Marçal, the Guarani Indian who was to be assassinated. The visit and words of a pope are symbolic and prophetic. The whole encyclical speaks to the heart of those who are worried about the future of the Amazon, but number 38 gives the master ideas of who is committed to this biome. Let us not forget the commitment that the Pope has with the original peoples, who are the guardians of the forest. It has confirmed the Church’s action in defending the rights of indigenous peoples and encouraged these peoples to assume their identity and to be protagonists of their history. Even though he has never lived in the Amazon, Francisco is already one of his great characters. FLORESTA BRASIL AMAZÔNIA
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Quando os negócios da
AMAZÔNIAencontrarem a BIODIVERSIDADE
Texto l Text: João Matos – Phd Especialista em Ingredientes de Cosméticos da Amazônia l Phd Expert in Ingredients of Cosmetics of the Amazon Fotos: Divulgação l Photos: Disclosure
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aminhamos para uma necessidade de produtos naturais na vida do homem, o que nos permite dizer que se estamos falando de biodiversidade, a Amazônia é o lugar certo. As indústrias farmacêuticas, alimentos e cosméticos estão na Amazônia, buscando soluções inovadoras de sua biodiversidade, desta vez de forma oficial, com menor participação do poder público, porque negócio não espera, acontece. Nos últimos doze anos, a indústria do cosmético no Brasil alcançou um crescimento de 15% ao ano, ocupando atualmente a quarta posição mundial no consumo de produtos. As maiores empresas de cosmético do mundo já têm suas filiais instaladas no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo. Empresas internacionais já estão implantando suas fábricas visando a produção de insumos de qualidade refinada, sozinhas ou associadas às empresas brasileiras no Estado do Pará.
Nossa biodiversidade, atualmente é exportada para vários mercados como de alimentos em chocolates através das amêndoas de Cacau – Theobroma cacao, polpa e derivados de sementes de Açaí Euterpe oleraceae do Pará e Euterpe precatoria do Amazonas, mas é na indústria de cosmético que tradicionalmente ocorre o maior consumo e exportação de produtos in natura para todo o mundo. Após as recentes reuniões da COP do Clima, realizadas em França e Marrocos, os países permanecem alertas e preocupadas com a conservação da biodiversidade, no entanto, programas e iniciativas internacionais, como recentemente o Fundo Amazônia, mantido pelos países ricos, não conseguem sustentar a floresta em pé sozinhos, falta um player importante no jogo. É necessário que a conservação florestal esteja associada aos negócios da biodiversidade, é necessário conhecer as indústrias e empresas locais, os avanços científicas desenvolvidos pelos pesquisadores das universidades e institutos que são pontos necessários para que os empresários que hoje importam 100.000 ton de polpa de açaí ou de sementes de Castanha – Bertholletia excelsa in natura para os Estados Unidos e Europa da
babaçu
Amazônia, possam transformar e importar milhares de ativos ricos em antocianina do Açaí, betaína do Babaçau – Orbignya oleífera e beta cariofileno da Copaiba – Copaifera multijuga. Precisamos rever os investimentos para a proteção da floresta e passar a incentivar empresas locais que já desenvolvem tecnologias transformadoras de produtos das espécies florestais não madeireiras, em ativos de valor agregado, evitando assim a saída do produto na sua maioria de forma de óleos e gorduras. Não que os projetos tenham sido ineficientes, pelo contrário, as suas estratégias de conservação são outras e mostram os caminhos e saídas para conservação das florestas aos nossos povos, porém, não existem negócios da biodiversidade com suporte financeiros internacionais no Brasil.
When the Amazon business finds biodiversity
We walk to a need for natural products in the life of man, which allows us to say that if we are talking about biodiversity, the Amazon is the right place. The pharmaceutical, food and cosmetic industries are in the Amazon, seeking innovative solutions of their biodiversity, this time in an official way, with less participation of the public power, because business does not wait, happens.
In the last twelve years, the cosmetic industry in Brazil has grown 15% a year, currently occupying the fourth position in the world consumption of products. The largest cosmetic companies in the world already have their subsidiaries Brazil, mainly in Rio de Janeiro and São Paulo.International companies are already implanting their factories in order to produce refined quality inputs, alone or in association with Brazilian companies in the State of Pará. Our biodiversity is currently exported to various markets such as Food in chocolates through cocoa almonds - Theobroma cacao, pulp and derivatives of Açaí seeds - Euterpe oleraceae from Pará and Euterpe precatoria from Amazonas, but it is in the cosmetic industry that traditionally
occurs the highest consumption and exportation of in natura products for everything the world. Following the recent meetings of the Climate COP in France and Morocco, countries remain alert and concerned about biodiversity conservation. However, international programs and initiatives, such as the Amazon Fund recently maintained by rich countries, can not sustain the Forest standing alone, missing an important player in the game. It is necessary that forest conservation be associated with the Biodiversity, it is necessary to know the local industries and companies, the scientific advances developed by the researchers of the universities and institutes that are necessary points for the entrepreneurs who today import 100,000 tons of açaí pulp or chestnut seeds – Bertholletia
excelsa in natura for the United States and Europe of the Amazon, Can transform and import thousands of actives rich in anthocyanin from Acai, Betaine from Babaçau – Orbignya oleifera and beta caryophyllene from Copaiba – Copaifera multijuga. We need to review investments to protect the forest and encourage local companies that already develop technologies for transforming products from non-timber forest species into value-added assets, thus avoiding the output of the product in the majority of oils and fats. Not that the projects have been inefficient, on the contrary, Their conservation strategies are other and show the paths and exits For conservation of forests to our peoples, however, there are no biodiversity deals with international financial support in Brazil.
O que falta é chamar o negócio para conversar com a biodiversidade Um pequeno empresário da Amazônia, Luiz Morais da AmazonOil, recentemente ficou impressionado com a possibilidade de vender seus produtos às empresas francesas, (óleos e manteigas), após expor seus produtos num salão internacional de inovação e soluções em Paris e comentou: Caso uma daquelas empresas adicionassem uma pequena percentagem (1 grama) dos óleos da Amazônia em seu produtos cosméticos de grande circulação nas redes de supermercados na Europa, estariam mantendo milhares de árvores em pé, pois hoje, as pessoas que vivem da floresta já aprenderam a fazer a conta da quantidade de sementes que podem ser transformadas em toneladas de óleo, compensando financeiramente o sustento da família, mesmo sem saber, que esta ação representa para as mudanças climáticas e conservação da vida no planeta, porque ao seu redor na Amazônia ele já conhece, mas em regiões sem nenhum apoio governamental, privado ou terceiro setor, a árvore vai para baixo e o lucro de 5 anos obtidos com a venda de sementes ou resina de uma árvore, é extinto em menos de 60 minutos. Podemos fazer mais, de forma globalizada, regional, local porém com resultados tangíveis para mim e para você, negócios inteligentes para todos da cadeia produtiva da vida e do planeta.
What is missing is calling the business to talk with biodiversity A small entrepreneur from the Amazon, Luiz Morais from AmazonOil, recently was impressed by the possibility of selling its products to French companies (oils and butters), after exposing its products in an international show of innovation and solutions in Paris and commented: If one of these companies added a small percentage (1 gram) of the Amazon oils in their cosmetic products Supermarket chains in Europe would be Keeping thousands of trees standing, because today, people living in the forest have already learned how to count the amount of seeds they can Be converted into tonnes of oil, financially compensating The support of the family, even without knowing, that this action represents Climate change and conservation of life on the planet, because around them In the Amazon he already knows, but in regions with no governmental support, Private or third sector, the tree goes down and the profit of 5 years obtained by selling seeds or resin from a tree, is extinct in less than 60 minutes. We can do more globally, regional, local but with tangible results for me and for you, smart business for everyone in the productive chain of life and the
Cosméticos na França Recentemente visitei o Cluster Vale do Cosmético na França, onde de forma interativa todos os segmentos conversam entre si e a biodiversidade também integra as linhas de produção, como uma caixa de embalagem ou vidro de perfume, porém, com valorização e destaque ao insumo, alguns deles vindos de outros países ou da própria França da belíssima região da Provence.
Cosmetic in France
I recently visited the Cosmetic Valley Cluster in France, where interactively all segments talk to one another and biodiversity also integrates production lines such as a packaging box or glass Of perfume, but with appreciation and emphasis on the input, some of them Coming from other countries or from the very France of the beautiful region of Provence.
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Rondônia verde Governador Confúcio Moura adota política preservacionista
Texto l Text: Governador de Rondônia, Confúcio Moura Fotos l Photos: Divulgação
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m Rondônia, nossas parciais Unidades de Conservação Ambiental estão quase todas ocupadas e completamente desmatadas. Teremos que segurá-las na unha. Essa meta só será possível se aparelharmos melhor a nossa Delegacia Contra Crimes Ambientais, investigando, concluindo inquéritos e os encaminhando devidamente fundamentados à Justiça. Esta é uma das minhas missões em 2017. Bonito falar, difícil fazer. Grande parte da humanidade sente na pele uma série de movimentos anteriormente não percebidos na natureza: temperaturas mais altas, chuva demais ali e seca maior acolá, desastres que destroem cidades, mortes, desamparo. É muito triste constatar que a agressão à natureza provoca em algumas pessoas o sentimento de aumento da riqueza, vislumbrando-se melhor produto interno bruto (PIB) e desenvolvimento. Para acompanhar o crescimento do Estado nos próximos 30 anos, Rondônia tem pronto o Programa Estadual de Desenvolvimento Sustentável (PEDS), e se houver esclarecimento, informações corretas aos novos prefeitos e vereadores, sobretudo, diálogo, ele ocorrerá conforme o planejado. Ao mesmo tempo, espera-se que os parlamentares estaduais aprovem esse programa, transformando-o em lei. Acredito muito mais na força das boas práticas locais, nas ações que ve50
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nham “de baixo pra cima”. Mesmo que elas sejam pequenas, tímidas, poderão ser facilmente replicadas, porque os governos são figuras distantes, mágicas, simbólicas, e em determinadas situações fora da realidade dura das pessoas comuns e suas necessidades básicas. Há necessidade dos insurgentes. E, de que maneira em política ambiental há insurgentes? São voluntários, pessoas do terceiro setor que penam em cadeias e sofrem todos os tipos de violência, justamente por defenderem o planeta. No entanto, a insurgência é necessária para fazer frente aos bandoleiros da destruição ainda presentes. Aqui em Rondônia, nossos conflitos têm como componentes dificuldades motivadas até mesmo por incompreensões quando se trata de segurar o desmatamento criminoso que continua a desafiar a todos. Além de tudo, o crime ambiental esconde outros crimes – contrabando, tráfico de drogas, ocupação ilegal, venda de terras, trabalho escravo e muitas formas de terrorismo.
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Rondônia GREEN
Governor Confúcio Moura adopts preservation policy In Rondônia, our partial Environmental Conservation Units are almost all occupied and completely deforested. We’ll have to hold them
A implantação de uma política de Baixo Carbono em grande escala é fundamental na luta contra as mudanças climáticas. Não dá para continuar aceitando práticas poluentes, que afetam toda a humanidade.” “The implementation of a low carbon policy on a large scale is fundamental In the fight against climate change. You can not continue to accept practices Pollutants that affect all of humanity.” Confúcio Moura, Governador de Rondônia (PMDB-RO) Rondonia Governator (PMDB-RO)
Parque Nacional de Pacaás Novos sofre pressão de grileiros e madeireiros, que atuam nas suas imediações
Pacaás Novos National Square suffers deed-falsifiers’ pression and woodmen that act in their place
in the nail. This goal will only be possible if we better equip our Police against Environmental Crimes, investigating, concluding investigations and sending them properly reasoned to Justice. This is one of my missions in 2017. Pretty talk, hard to do. Most of humanity feels a series of movements previously unnoticed in nature: higher temperatures, too much rain there and drought greater there, disasters that destroy Cities, deaths, helplessness. It is very sad to note that aggression to nature causes in some People’s sense of increased wealth, seeing better product (GDP) and development. To accompany the growth of the State in the next 30 years, Rondônia has ready the State Sustainable Development Program (PEDS), and if there is clarification, correct information to new mayors and councilors, especially dialogue, it will occur as planned. At the same time, state parliamentarians are expected to approve this program, turning it into law. I believe much more in the strength of local good practices, in the actions that come “From the bottom up.” Even if they are small, timid, they can easily be replicated, because governments are distant, magical, Symbolic, and in certain situations outside the hard reality of people their basic needs. Insurgents are needed. And, in what way in environmental policy are there insurgents? They are volunteers, people from the third sector who are penning in chains and suffering all kinds of violence, precisely because they defend the planet. However, insurgency is necessary to confront the still-present gangsters of destruction.
Here in Rondônia, our conflicts are complicated by even misunderstandings when it comes to insuring criminal deforestation that continues to challenge everyone. In addition, crime Environment hides other crimes – smuggling, drug trafficking, occupation Illegal, land sale, slave labor and many forms of terrorism.
CAR
Noventa por cento do nosso Cadastro Ambiental Rural (CAR) está pronto. Embora falte a ferramenta federal de validação dos dados colhidos, percorremos um longo caminho, com avanços significativos. Esse cadastro será muito importante para o controle do desmatamento em cada propriedade e, depois dele, todos os demais programas previstos no Código Florestal. O rigoroso controle de licenciamentos dos manejos florestais e a fiscalização em ma-
Credito de Carbono
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política de Redução de Emissões por Degradação e Desmatamento (REDD) com nosso País ainda não existe. Estados amazônicos estão desmantelados em suas iniciativas. A negociação dos créditos de carbono para quem tem floresta em pé ainda é filosofia de querer e não poder. Salvam-se iniciativas locais, nacionais, a exemplo dos índios Suruís em Rondônia.
A political Reduction of Emissions from Degradation and Deforestation (REDD) with our Country does not yet exist. Amazon states are dismantled in their initiatives. The negotiation of carbon credits for those with standing forests is still a philosophy of wanting and not being able to. Local and national initiatives are saved, like the Suruís Indians in Rondônia.
Cacique Suruí Almir com governador Confúcio Moura e representante da Natura, quando da compra de crédito de carbono Cacique Suruí Almir with governator Confúcio Moura and representant of Natura, in the act of buying of carbon credit
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deireiras têm provocado um efeito colateral: a venda de notas fiscais frias ou créditos virtuais de estados vizinhos. O cartel organizado tenta driblar os controles da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Ambiental e do próprio Ibama. Para que avancemos será preciso contar com o apoio da Assembleia Legislativa no que diz respeito à aprovação de leis de proteção que punam verdadeiramente o desmatamento e a ocupação das unidades de conservação. Da mesma forma, a nova Lei de Zoneamento e a Lei de Controle de Emissão de Gases Veiculares. Celebramos parcerias internacionais com a GCF (Governo, Clima e Floresta) e lançaremos na praça diversos editais de chamamento público para concessões de UCs sob sua gestão. O Estado comprovou sua incapacidade de gestão delas, por si só. Chegou a hora de mudar o foco da política do desmatamento, como fez Paragominas, no Pará, que deu a volta por cima e se transformou num modelo especial de crescimento com sustentabilidade. Será um desafio convidar a todos os atores, fazendeiros, agricultores, madeireiros para uma radical mudança, onde a floresta em pé seja considerada um ativo importante. E as UCs sejam ambiente para o turismo, pesquisa de ciências naturais e manejo sustentável.
CAR Ninety percent of our Rural Environmental Registry (CAR) is ready. Although the federal data validation tool is missing, we a long way, with significant advances. This registration will be very Important for the control of deforestation in each property, and then of it, all other programs provided for in the Forest Code. The strict control of licensing of forest management and inspection in logging have caused a side effect: the sale of cold invoices or virtual credits from neighboring states. The cartel organized attempts to circumvent the controls of the State Department of Environmental Development and of Ibama itself. In order for us to move forward we will need the support of the Legislative Assembly regarding the approval of protection laws that truly punish Likewise, the new Zoning Law and the Emission Control Law Of Vehicle Gases. We celebrate international partnerships with GCF (Government, Climate and Forest) and launch in the square several calls for proposals for concessions of UCs under its management. The State has proven its inability to manage them by itself. The time has come to change the focus of deforestation policy, as did Paragominas, in Pará, which has turned around and become a special model of growth with sustainability. It will be a challenge to invite all actors, farmers, farmers, loggers to a radical change, where standing forest is considered an important asset. And the PAs are environment for tourism, natural science research and sustainable management.
Ware Fall Pacaás Novos rivers
Resex Ouro Preto River
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ertamente teremos grandes avanços legislativos quando adotarmos mecanismos de fomento de várias UCs (Parques Estaduais de Corumbiara e de Guajará-Mirim), Reserva Extrativista (Resex) do Rio Ouro Preto, Rio Preto-Jacundá e Resex Rio Cautário. Da mesma forma, a nova Lei de Zoneamento e a Lei de Controle de Emissão de Gases Veiculares. Celebramos parcerias internacionais com a GCF (Governo, Clima e Floresta) e lançaremos na praça diversos editais de chamamento público para concessões de UCs sob sua gestão.
deforestation and the occupation of protected areas.
Cachoeira do rio Pacaás Novos
Resex do Rio Ouro Preto
Desafios para 2017
Challenges For 2017 Certainly we will have great legislative advances when we adopt mechanisms to foment several PAs (Corumbiara and Guajará-Mirim State Parks), Extractive Reserve (Resex) of Rio Ouro Preto, Rio Preto-Jacundá and Resex Rio Cautário. Likewise, the new Zoning Law and the Law of Control of Vehicle Gas Emissions. We celebrate international partnerships with the GCF (Government, Climate and Forest) and launch several public calls for concessions of UCs under its management.
Agricultura orgânica e sustentabilidade
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Organic Agriculture and Sustainability ULISSES GIRARDI Diretor executivo das empresas do Grupo Visafértil l Visafértil Companys Group Executive Director contato@ulissesgirardi.com.br
Estamos diante de um momento crítico na história do planeta Terra e a humanidade deve escolher o seu futuro. A Terra pode estar no meio de uma onda de extinção que trará graves consequências para o homem. Ela está sendo poluída, contaminada pela atividade humana e envenenada pelo uso indiscriminado de agrotóxicos. Muitos já proibidos em outros países. O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo e por ano o brasileiro consome 5,2 litros de veneno agrícola. Irrefutáveis malefícios sobre a saúde humana e do planeta. Em 2050 a Terra terá nove bilhões de habitantes e segundo a ONU, hoje um bilhão de pessoas passam fome no mundo, mas de acordo com o relatório Global Food mais de 50% dos alimentos produzidos no mundo, são desperdiçados. Mediante a um cenário como este, não é necessário aumentar a oferta de alimentos, mas se faz necessário ter uma melhor infraestrutura na distribuição. Os modos de produção precisam ser mais adequados e equilibrados, ambientalmente e socialmente, para que os alimentos servidos à mesa do consumidor, sejam mais sadios e sustentáveis. “Agricultura Orgânica é o sistema de manejo sustentável da unidade de produção, com enfoque sistemático que privilegia a preservação ambiental, a agro biodiversidade, os ciclos biogeoquímicos e a qualidade de vida humana. Ela aplica os conhecimentos da ecologia no manejo da unidade de produção, baseada numa visão holística. Isso significa, que o todo é mais do que os diferentes elementos que o compõem. Na agricultura orgânica a unidade de produção é tratada como um organismo integrado com a flora e a fauna. Portanto, é muito mais do que uma troca de insumos químicos por insumos orgânicos/biológicos/ecológicos. Assim, o manejo orgânico privilegia o uso eficiente dos recursos naturais não renováveis, aliado ao melhor aproveitamento dos recursos naturais renováveis e dos processos biológicos, a manutenção da biodiversidade, à preservação ambiental, ao desenvolvimento econômico, bem como, à qualidade de vida humana” (Ricci e Neves). A agricultura orgânica é baseada nos princípios da saúde ecológica e humana, e é uma das alternativas para fixar o homem no campo, que utiliza a mão de obra familiar. É um modelo de desenvolvimento agrário, baseado na ciência sustentável, proporcionando aos produtores de alimentos, qualidade de vida e inclusão social.
Para que tenhamos alimentos mais sadios e um planeta mais equilibrado, é fundamental que todos os setores da sociedade estejam envolvidos, a favor da agricultura orgânica. O nosso papel, nesse cenário: é separar os resíduos orgânicos domésticos, para que sejam transformados em fertilizantes orgânicos; a fim de colaborarmos com o desenvolvimento sustentável. We are facing a critical moment in the history of planet Earth and humanity must choose its future. The Earth may be in the midst of a wave of extinction that will have grave consequences for man. It is being polluted, contaminated by human activity and poisoned by the indiscriminate use of pesticides. Many already banned in other countries. Brazil is the largest consumer of pesticides in the world and the Brazilian consumes 5.2 liters of agricultural poison per year. Irrefutable harms on human health and the planet. By 2050 the Earth will have nine billion people and according to the UN, today one billion people are hungry in the world, but according to the Global Food report more than 50% of the world’s food is wasted. Through such a scenario, it is not necessary to increase the supply of food, but it is necessary to have a better infrastructure in the distribution. The modes of production need to be more adequate and balanced, environmentally and socially, so that the foods served at the consumer’s table are healthier and more sustainable. “Organic Agriculture is the system of sustainable management of the production unit, with a systematic approach that focuses on environmental preservation, agro-biodiversity, biogeochemical cycles and human quality of life. She applies the knowledge of ecology to the management of the production unit, based on a holistic view. This means that the whole is more than the different elements that make it up. In organic agriculture the production unit is treated as an organism integrated with flora and fauna. Therefore, it is much more than an exchange of chemical inputs for organic / biological / ecological inputs. Thus, organic management privileges the efficient use of non-renewable natural resources, combined with the best use of renewable natural resources and biological processes, the maintenance of biodiversity, environmental preservation, economic development, and human quality of life “ (Ricci and Neves). Organic agriculture is based on the principles of ecological and human health, and is one of the alternatives to fix the man in the field, who uses the family labor. It is a model of agrarian development based on sustainable science, providing food producers with quality of life and social inclusion. In order for us to have healthier food and a more balanced planet, it is vital that all sectors of society are involved in favor of organic agriculture. Our role in this scenario is to separate domestic organic waste so they can be transformed into organic fertilizers; In order to collaborate with sustainable development.
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Texto l Text: Antonio Ximenes Fotos l Photos: Antonio Ximenes e Divulgação
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epois da Conferência do Clima em Marrakech, o que fazer para evitar o desmatamento ilegal na maior floresta tropical do planeta? A reposta está na educação e em gerar riquezas sustentáveis, para que os povos da floresta não derrubem a vegetação mais densa da Terra, responsável pela produção de chuvas em larga escala na América do Sul e com papel determinante na redução da temperatura global. Educar para não desmatar, essa menção oficial consta na regulamentação do Acordo de Paris, para que as nações que lutam contra as mudanças climáticas possam reverter o mega aquecimento planetário, não permitindo que a temperatura avance acima de 2 graus centígrados neste século.
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Educação ambiental é determinante no combate às mudanças climáticas
Na avaliação do cientista Carlos Nobre, uma das autoridades científicas mais conceituadas no mundo sobre Amazônia, a floresta amazônica tem mais riqueza com sua biodiversidade, do que praticamente todas as fazendas produtoras de soja do Brasil. Segundo ele, conhecer a floresta cientificamente, para saber como melhor aproveitá-la, é fundamental para o Brasil se destacar mundialmente, como líder da próxima revolução da sustentabilidade que se aproxima. A chefe do Departamento do Fundo Amazônia no BNDES, Juliana Santiago, deixou muito claro na COP 22, que o Fundo (que movimentará mais de R$ 5 bilhões até 2020), vai beneficiar iniciativas que favoreçam o bioma amazônico, nas questões relativas ao combate ao desmatamento e aos incêndios de floresta, mas também com ações educativas para orientar às comunidades que vivem na região. Esse trabalho já começa a ser feito nas áreas de assentamento agrícola do governo federal, onde acontece a maior parte dos desmatamentos na Amazônia. O secretário de Estado do Meio Ambiente, Antônio Stroski, também disse que
vai adotar uma estratégia de redução do desmatamento com ações educativas e de equipamento das comunidades responsáveis pelas áreas de maior desmatamento e incêndios do Sul do Amazonas, nas cidades de Boca do Acre; Lábrea; Canutama; Humaitá; Manicoré; Apuí; e Novo Aripuanã. É neste arco de municípios onde se desmata 75% da floresta no Amazonas.
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Evironment education determinant on cobating of climates change After the Climate Conference in Marrakesh, what to do to prevent illegal deforestation in the largest rain forest of the planet? The answer lies in education and in generating sustainable wealth, so that the forest peoples do not overturn the densest vegetation on Earth, responsible for the production of large-scale rainfall in South America and with a decisive role in reducing global temperature. Educate not to deforest, this official mention is in the Paris Agreement, which until 2018 will be ready, so that nations fighting against climate change can reverse the mega global warming, not allowing the temperature to rise above 2 degrees Celsius in this century.
Habilidade No stand do Brasil, na COP 22, Juliana Santiago foi reconhecida por ambientalistas e os ministros José Sarney Filho (MMA) e Blairo Maggi (MAPA), como uma das referências de gestão equilibrada à frente do Fundo Amazônia. Ela coordenou com habilidade a conferência sobre o Fundo no stand brasileiro. Juliana teve a sensibilidade de apresentar com transparência os resultados do Fundo Amazônia nos últimos anos, destacando o quanto o Brasil está investindo para preservar a floresta amazônica. At the Brazilian stand at COP 22, Juliana Santiago was recognized by environmentalists and ministers José Sarney Filho (MMA) and Blairo Maggi (MAPA) as one of the benchmarks of balanced management ahead of the Amazon Fund. She skillfully coordinated the conference on the Fund at the Brazilian stand. Juliana had the sensitivity to present with transparency the results of the Amazon Fund in recent years, highlighting how much Brazil is investing to preserve the Amazon rainforest.
In the Carlos Nobre’s evaluation, one of the most respected scientific authorities in the world about Amazonia, the Amazon rainforest is richer with its biodiversity, than practically all soybean farms in Brazil. According to him, knowing the forest scientifically, to know how best to take advantage is fundamental for Brazil to stand out worldwide, as leader of the next upcoming sustainability revolution. Specifically, on command and control, Ipaam president Ana Aleixo said that the state is investing in legal monitoring in the hardest hit areas of the southern Amazon and that, through talks with the mayors of the most affected regions, it will be able to reduce deforestation illegal. Thus, according to her, educational actions with communities living in the deep Amazon with guidance on how to prevent the spread of fire and deforestation are already being carried out. The Secretary of Environment State, Antônio Stroski, also said that he will adopt a strategy to reduce deforestation with educational acts and communities’ equipment responsible for the areas of greater deforestation and fires in the south of Amazonas, in the cities of Boca do Acre; Lábrea; Canutama; Humaitá; Manicoré; Apuí; And Novo Aripuanã. It is in this arch of municipalities where 75% of the forest in Amazonas is cleared.
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A educação ambiental é um instrumento fundamental para que não se destrua a floresta.” “Environmental education is fundamental because it develops in people the awareness that the forest is best on foot.” Antônio Stroski, Secretário de Meio Ambiente do Estado do Amazonas l environmet Secretary of Amazonas
Desmatamento assusta ambientalistas A comunidade ambientalista está preocupada com desmatamento em alta na Amazônia e os 7.984 Km2 de áreas devastadas na Região em 2016 em relação a 2015, assusta quem investe na proteção da biodiversidade e o meioambiente na Amazônia. Com o fundo de US$ 100 bi da ONU em funcionamento, a partir de 2020, a Amazônia Continental (Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Guiana, Suriname e França ultramarina) será beneficiada com repasses de larga escala, mas com a condição de que o desmatamento diminua, nesta que é a mais importante área de floresta tropical do planeta. Do alto, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) monitora o Brasil, mas é a NASA, com todos seus satélites, que melhor conhece a Região. As imagens da agência americana mostram que os países vizinhos ao Brasil, especialmente o Peru e Venezuela, também não estão fazendo o dever de casa de preservar o planeta. Educação ambiental é fundamental para reverter as mudanças climáticas. Esta foi uma das tônicas de Marrakech. The environmental community is worried about deforestation in the Amazon and the 7,984 Km2 of areas devastated in the Region in 2016 in relation to 2015, scares those who invest in the protection of biodiversity and the environment in the Amazon. With the UN $ 100bn fund in operation, from 2020, the Continental Amazon (Brazil, Peru, Colombia, Venezuela, Ecuador, Guyana, Suriname and France overseas) will benefit from large-scale onlendings, but with the Condition that deforestation will decrease, in what is the most important area of tropical rainforest on the planet. From above, the National Institute of Space Research (INPE) monitors Brazil, but it is NASA, with all its satellites, that knows the Region better. The images of the American agency show that the neighboring countries to Brazil, especially the Peru and Venezuela, are also not doing their homework to preserve the planet. Environmental education is key to reversing climate change. FLORESTA BRASIL AMAZÔNIA
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A M A Z O N A S
ESPECIAL COP 22
I N V E S T E N A
reciclagem de
plástico
Amazonas invests in plastic recycling
Com o incentivo, o lucro de mais de 50 famílias deve aumentar em torno de 1000%, com uma produção saindo de 1,2 mil para 3 mil toneladas Texto l Text: SECOM Fotos l Photos: Valdo Leão/Divulgação
G
arantir que iniciativas de preservação do meio ambiente e de benefício social sejam propagadas, é uma das missões do Governo do Amazonas que, por meio do Fundo de Promoção Social (FPS), investiu cerca de R$ 300 mil na aquisição de maquinário, que será utilizado por mais de 50 famílias que trabalham na reciclagem de plástico em Manaus. Elas fazem parte da Associação de Reciclagem e Preservação Ambiental (Arpa). “Cuidar e fomentar iniciativas auto-sustentáveis, sociais e que beneficiem a população é uma determinação do governador José Melo, que tem uma preocupação muito forte com esse tipo de projeto. Com essa iniciativa, todas essas famílias, e muitas outras, ganharam força para dar um novo fôlego em seus projetos”, afirmou a presidente de honra do FPS e primeira-dama, Edilene Gomes de Oliveira.
Maior produção
Com os recursos, foram adquiridos equipamentos que permitirão o refinamento do plástico coletado pelos catadores da associação. Uma das principais medidas de sustentabilidade no espaço urbano é o reaproveitamento das garrafas pet, que representam grande parte destes resíduos descartados de forma incorreta. Ao todo são dez máquinas, que ajudarão a agregar valor ao plástico comercializado pelos catadores, matéria prima com forte demanda pelas empresas do Pólo Industrial de Manaus (PIM). “Hoje, nós apenas catamos as embalagens das ruas e às repassamos para que outros façam esse refinamento no material, o que faz com que percamos muito do valor agregado. Com nossos equipamentos novos e em pleno funcionamento, os nossos lucros vão ser muito maiores”, afirmou o presidente da Arpa, Raul Lima. 56
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Saiba Mais - know more A Associação de Reciclagem e Preservação Ambiental (ARPA) foi fundada em julho de 2006. Ela está localizada na Av. Cosme Ferreira, nº 304, Bairro Zumbi dos Palmares. É formada por catadores de materiais recicláveis, que exercem a função de preservar ambientalmente a cidade, através da coleta de resíduos recicláveis. Todo material coletado é beneficiado. A Instituição promove projetos de educação ambiental e desenvolve estratégias para aumentar a quantidade de resíduos coletados. Os fundadores da ARPA são Alcinéia Cunha e Raul Lima. Eles iniciaram suas atividades no Centro da Cidade de Manaus.
The Association for Environmental Recycling and Preservation (ARPA) was founded in July 2006. It is located at Av. Cosme Ferreira, nº 304, Zumbi dos Palmares Neighborhood. It is made up of collectors of recyclable materials, which exert the function of preserving the city’s environment through the collection of recyclable waste. All material collected is benefited. The institution promotes environmental education projects and develops strategies to increase the amount of waste collected. The founders of ARPA are Alcinéia Cunha and Raul Lima. They began their activities in the City Center of Manaus.
Equipamento de beneficiamento do plástico recolhido nas ruas de Manaus / Processing equipment collected plastic in Manaus streets
Para se ter uma ideia, hoje a associação comercializa o quilo do plástico por cerca de R$ 1,20, uma vez que seu produto não tem condições de ser reutilizado imediatamente. A partir do funcionamento das novas máquinas, a mercadoria será adequada para o uso industrial e seu valor pode superar R$ 13, um aumento de mais de 1.000%. “Não só nossos lucros vão aumentar, mas também a nossa produção. Hoje, separamos cerca de 1,2 toneladas de plástico por dia. Com a produção em escala maior, esse número sobe para 3 mil toneladas. Sem falar da qualidade do nosso produto”, explicou o presidente, que fez questão de reforçar que o número de pessoas beneficiadas também vai aumentar. “Queremos contratar mais 12 funcionários para ajudar na operação dos equipamentos. Vamos gerar emprego e renda para outras pessoas, além dos associados”, afirmou. Ensuring that initiatives to preserve the environment and social benefit are propagated is one of the missions of the Government of Amazonas, which through the Foundation for Social Promotion (FPS) invested about R$ 300,000.00 in the acquisition
Com esta tecnologia, haverá aumento da produtividade, e beneficiamento financeiro para os membros da ARPA With this technology, there will be increased productivity, and financial benefit for ARPA members.
of machinery that will be used by more than 50 families Who work in plastic recycling in Manaus. They are part of the Association for Recycling and Environmental Preservation (ARPA). Caring for and fostering self-sustaining, social initiatives that benefit the population is a determination of the Jose Melo government that has a very strong concern with this type of project. With this initiative, all these families and many others have gained the strength to breathe new life into their projects, “said FPS honorary president and First Lady Edilene Gomes de Oliveira.
Bigger production With the resources, equipment was acquired that allowed the refinement of the plastic collected by the collectors of the association. One of the main measures of sustainability in urban space is the reuse of pet bottles, which represent a large part of these waste discarded incorrectly. In all, there are ten machines that will help add value to the plastic marketed by the scavengers, a raw material with strong demand by the companies of the Industrial Pole of Mansu (PIM). “Today, we only pick the packaging of waste and we pass it on so that others can make that refinement in the maerial, which means that we lose a lot of value added. With our new and fully functioning equipment, our profits will be much greater. “Said the president of ARPA, Raul Lima. To get an idea, today the association sells the kilo of plastic for about R$ 1.20, since
Em números aumento do lucro de
1000% Increase of
com 3 mil toneladas de plástico coletadas por dia em Manaus with 3 thousand tons of plastic collected per day in Manaus
its product can not be reused immediately. From the operation of the new machines, the merchandise will be suitable for industrial use and its value can exceed R$ 13.00.00, an increase of more than 1000%. “Not only are our profits going to increase, but so are our production. ” Today, we separate around 1.2 tons of plastics a day, and with production on a larger scale, that number will rise to 3,000 tons. “Explained the president who made a point of reinforcing that the number of beneficiaries will also increase. “We want to hire 12 employees to help with the operation of the equipment. We will generate business and income for other people as well as associates.”
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Com a iniciativa, todas essas famílias, e muitas outras, ganharam força para dar um novo fôlego em seus projetos.” “With the initiative, all these families have gained strength to breathe new life into their projects.” Edilene Gomes de Oliveira, presidente do Fundo de Promoção Social (FPS) e primeira-dama do Estado / president of the Social Promotion Fund (FPS)
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Logística na Amazônia com sustentabilidade social
ESPECIAL COP 22
Logistic in Amazonia with social sustainability GENERAL GUILHERME THEÓPHILO Comandante de Logística do Exército Brasileiro l Brasilian Arm Logistic Commandander
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o atual cenário mundial, caracterizado por intensas transformações impulsionadas pelos avanços tecnológicos, integrações comerciais, financeiras e acirrada concorrência mundial, o tema logística se apresenta como uma das áreas centrais para as organizações. Neste contexto, regiões de difícil acesso e com características e peculiaridades tão distintas e distantes daquelas existentes nos grandes centros urbanizados ou de áreas contempladas por infraestrutura, como no caso da Panamazônia, tornam a temática da logística um verdadeiro desafio de superação. A Panamazônia tem 7,8 milhões de quilômetros quadrados distribuídos entre 9 países: Brasil, França ultramarina, Guiana Inglesa, Suriname, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Peru e Equador. Ela possui características comuns: grandes vazios demográficos, afastamento dos grandes centros produtores nacionais, clima equatorial, quente e úmido, modal ferroviário praticamente inexistente e escassa malha rodoviária, dentre outros aspectos. Foi nesse sentido que surgiu, em agosto de 2000, durante um encontro de cúpula dos presidentes sulamericanos em Brasília, a Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sulamericana (IIRSA). No campo militar, as Forças Armadas Brasileiras, e em especial o Exército Brasileiro, capitaneado pelo Ministério da Defesa, criou outras iniciativas com reflexos extremamente favoráveis para a logística na área amazônica. São eles: SisFron, um projeto estratégico desenvolvido pelo Exército Brasileiro, que envolve radares, sistemas de comunicação e veículos aéreos não tripulados. É um sistema integrado de sensoriamento, em área de fronteira, sendo em grande parte na área amazônica; Amazônia Conectada, consiste na instalação de uma rede de fibra óptica nos leitos dos principais rios da bacia amazônica. Neste contexto, permitirá a inclusão digital por meio da internet às comunidades indígenas, ribeirinhas, a órgãos e instituições de fomento, ensino e pesquisa, com amplo benefício e forte inclusão social; Pro-Amazônia, é um programa de incentivo à pesquisa da biodiversidade e sustentabilidade e tem por objetivo proporcionar o suporte necessário aos pesquisadores, oferecendo as condições para suas atuações em diversos campos do conhecimento, tais como agroecologia, recursos hídricos, biotecnologia, saúde, segurança alimentar e sustentabilidade. Para tal, serão disponibilizados os meios das Forças Armadas Brasileiras, em especial o transporte e as instalações do Exército nas áreas mais isoladas, os pelotões de fronteira. 58
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Temos também o Amazon Log, que será realizado em Tabatinga na região da tríplice fronteira (Brasil – Colômbia – Peru), no final de 2017. O foco desta atividade estará voltado para ações humanitárias, com ênfase no controle de refugiados, e contará com a presença de dezenas de nações amigas. The current global scenario, characterized by intense transformations driven by technological advances, commercial, financial and World competition, the logistics theme presents itself as one of the central areas for organizations. In this context, regions that are difficult to access and with characteristics and peculiarities that are so distinct and distant from those existing in large urban centers or areas covered by infrastructure, such as in the case of Panamazonia, make logistics a real challenge to overcome. Panamazonia there are 7.8 million square kilometers distributed among 9 countries: Brazil, France overseas, Guyana, Suriname, Venezuela, Colombia, Bolivia, Peru and Ecuador. It has characteristics: large demographic voids, remoteness from large national producing centers, equatorial climate, hot and humid, rail mode practically nonexistent and scarce Road mesh, among other aspects. It was in this context that the Initiative for the Integration of Regional Infrastructure in South America (IIRSA) was launched in August 2000 during a summit of the South American presidents in Brasilia. In the military field, seeking to focus on the same convergence of ideas, the Brazilian Armed Forces, and especially the Brazilian Army, led by the Ministry of Defense, created other initiatives with extremely favorable effects on logistics in the Amazon area. These are: SisFron, a strategic project developed by the Brazilian, which involves radars, communication systems and unmanned aerial vehicles. It is an integrated sensing system, in border area, being largely in the Amazon area. Amazônia Conectada, consists of the installation of a fiber optic network in the beds of the main rivers of the Amazon Basin. It is a true trunk route where connectivity will be launched to the entire Amazon region, aligning it with the rest of the world. In this context, it will allow the digital inclusion through the Internet to the indigenous, riverside, Agencies and institutions of foment, teaching and research, with great benefit and strong social inclusion. Proamazonia, is a program to encourage biodiversity and sustainability research and aims to provide the necessary support to researchers, offering the conditions for their actions in various fields of knowledge, such as agroecology, water resources, biotechnology, health, food safety and sustainability. To this end, the means of the Brazilian Armed Forces will be made available, especially the transport and Army installations in the most isolated areas, the frontier squads. Another important initiative of the Brazilian Army is the Amazon Log, which will be held in the region of the triple border (Brazil - Colombia Peru), more precisely in the town of Tabatinga, in the state of Amazonas, at the end of 2017. The focus of this activity Will be focused on humanitarian action, with an emphasis on refugee control, and will be attended by dozens of friendly nations.
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