Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013

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Sumário )))))))))))))))))))))))) 76

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REGISTRO O que acontece - pág. 8

BORRACHA Capacitação para extrativistas - pág. 62

NOTAS Fique por dentro - pág. 9

MANDIOCA Município de Uarini aumenta a produção de farinha - pág. 66

ARROZ DA AMAZÔNIA Roraima colhe safra 2012/2013 com festa dos produtores - pág. 10 ILHA DE MARAJÓ Colheita de arroz na fazenda Acostumado - pág. 16 ARTIGO Almir Sá fala da força do agronegócio em Roraima - pág. 21 39ª EXPOAGRO Feira movimentou mais de R$ 35 milhões - pág. 22 CNA NA CHINA Produtos agropecuários do Brasil ganham espaço no mercado chinês - pág. 38 ARTIGO Muni Lourenço fala da China como oportunidade para o Brasil - pág. 40 PRONATEC Jovens do Amazonas são beneficiados com cursos de capacitação rural - pág. 42 LANÇAMENTO Conheçam o projeto Pioneiros e Empreendedores: A saga do desenvolvimento no Brasil - Pág. 46 FAZENDA 3R Nelore chega em Roraima pág. 48 FAZENDA FAVORITA Adquire rebanho - pág. 50 OPORTUNIDADE Empresa Amazônia Sócio Ambiental aposta no setor primário - pág. 52 OCB/AM Reunião define estratégias para 2013 - pág. 54 OCB/RR pág. 56 ARTIGO: Edimar Vizolli fala da trajetória do IDAM - Pág. 57 ARTIGO Senador Acir Gurgacz fala dos desafios e oportunidades para a agricultura - pág. 59 ARTIGO Secretário Eron Bezerra faz um balanço de sua gestão - pág. 60

BALANÇO Feiras de produtos regionais registram crescimento de público e renda - pág. 68

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ARTIGO Coordenadora Alíria Noronha ressalta o Amazonas Rural - pág. 73 COMEMORAÇÃO Sebrae-AM comemora 40 anos - pág. 74 SÃO SEBASTIÃO Ribeirinhos do Lago Uruapeara comemoram os festejos ao padroeiro da comunidade - pág. 76 ARTIGO Eduardo Braga fala sobre a construção do futuro - pág. 81

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ARTIGO Senador Valdir Raupp escreve sobre o desenvolvimento de Rondônia - pág. 82 PERFIL Produtor rural aposta em búfalos - pág. 84 ARTIGO Antônio Cordeiro apresenta a força do arroz irrigado - pág. 89 BUBALINOS CIGS utiliza búfalos para transportar materiais - pág. 90 ARTIGO Ex-secretário de produção rural, Eugênio Thomé, relata o desenvolvimento nas últimas décadas em Roraima - pág. 92 MEIO AMBIENTE SDS comemora 10 anos de políticas públicas ambientais - pág. 94 FIBRAS CONAB anuncia compra de juta e malva - pág. 96 BACIA LEITEIRA Município de Autazes comemora Festa do Leite - pág. 98 FESTA DO GUARANÁ Maués comemora XXXIII festa - pág. 100 ARTIGO Enio Candotti escreve sobre sustentabilidade e suas lideranças - pág. 102 ARTIGO Vanessa Grazziotin relata prioridades no interior - pág. 105

81 COLHEITA DA MELANCIA Produtores intensificam os trabalhos para aumentar a produção de melancia - pág. 106 ARTIGO Hiroshi Noda descreve sobre o programa de Pós-Graduação em Agricultura no Trópico Úmido - Pág. 109 PRÊMIO CHICO MENDES Ulisses Girardi é o grande homenageado do Prêmio Chico Mendes - pág. 110 SUFRAMA Autarquia comemora 46 anos e faz balanço das atividades - pág. 112 ADEUS ALMIR GABRIEL Homenagem ao exgovernador do Pará - pág. 114

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) Diretor Executivo Epifânio Leão Diretor de Redação e Antonio Ximenes Jornalista Responsável MTB: 23.984 DRT-SP Editora Diárcara Ribeiro Editora Assistente Carla Silveira

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Antonio Ximenes Carla Lima Fotógrafos Luzimar Odair Leal Raimundo Pacó Arleane Passos Bruce Andrade Produção Carla Silveira Diárcara Ribeiro Lineize Leal

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Revisão Epifânio Leão Foto de Capa Antonio Ximenes Capa e assinatura Alan Noronha visual Impressão Gráfica Ampla

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2013 - Floresta Brasil Amazônia

Produtor

Produtora


))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))) EDITORIAL DESENVOLVIMENTO REGIONAL Amazônia produz alimentos para mais de 25 milhões de pessoas que vivem na região. Diferentemente do Centro-Oeste, do Sudeste e do Sul do Brasil, os agricultores da floresta não têm a liberdade de cultivo na maioria das terras, por razões ambientais e indígenas (demarcação de reservas). Mas, mesmo com enormes limitações, dentre elas fundiárias, os produtores de alimentos conseguem resolver graves problemas de logística, por exemplo, e produzem com qualidade e alta tecnologia, como observamos na colheita da safra de arroz 2012/2013 em Roraima e no Pará (arroz cultivado na Ilha de Marajó). Além da agricultura, a bovinocultura e a criação de búfalos também se destacam. A primeira com a qualidade genética da fazenda 3R do Mato Grosso do Sul, que fornece matrizes Nelore de alta perfomance na produção de carne para abate precoce; e, a segunda, nas várzeas dos rios, que no município de Autazes se apresenta com notável homogeneidade bubalina, como a verificada na fazenda do produtor Ademar Hortêncio. A prova cabal da força dos produtores rurais da floresta se observou no sucesso da 39ª Expoagro, que com um universo mais amplo que se tem conhecimento da produção primária do Amazonas, movimentou mais de R$ 35 milhões em negócios. O destaque ficou para a comercialização do máquinário agrícola, em um claro indicativo de que a mecanização da floresta é fundamental, para melhorar o desempenho sustentável da produção rural. Se de um lado constatamos a força do homem do campo, de outro a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS) comemora dez anos de atividades, tendo à frente a secretária Nádia Ferreira, uma visonária que viu no diálogo entre ruralistas e ambientalistas, o ponto de equilíbrio para conservar a maior floresta tropical do planeta. Do lado de Rondônia observamos a força de um Estado, que com suas usinas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, está pronto para ser a locomotiva energética da região. Suas lideranças politicas como Valdir Raupp (PMDB-RO) e Alcyr Gurgacz (PDT-RO) têm trabalhado nesta direção. O mesmo observa-se com a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que com suas emendas no Senado tem conseguido levar recursos para alavancar as atividades do campo no Amazonas. De igual forma, tem atuado o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que com sua experiência e habilidade parlamentar, tem fortalecido a produção rural de seu Estado, o mais fortemente atingido pelas medidas do governo federal, no que se refere as demarcações indígenas. Atento também ao que acontece na região está o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) que, na condição de líder do governo no Senado, tem atuado para diminuir as diferenças sociais e econômicas da Amazônia. Neste cenário podemos afirmar que preservação ambiental e produção de alimentos não podem 'caminhar' isoladamente, se quisermos gerar receita, emprego e qualidade de vida para milhares de amazonidas. O segredo está no diálogo e no bom senso, itens determinantes para o desenvolvimento regional dos povos da floresta.

Antonio Ximenes Diretor de Redação Jornalista Responsável

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REGISTRO DA FLORESTA Foto: Diárcara Ribeiro

(Sepror) a primeira etapa da vacinação contra a febre aftosa. Ela se estenderá até o dia 15 de julho e beneficiará 41 municípios dos rios Solimões e Amazonas. O Governo do Amazonas é o único do País a subsidiar a vacina contra a febre aftosa. O valor comercial da dose é de R$ 1,54; porém, com o subsídio do Governo o produtor paga apenas R$ 0,60.

Foto: Diárcara Ribeiro

DEZ ANOS DE FAPEAM

PRÓ-RURAL O Governo do Amazonas lançou o Programa Estratégico para Transferência de Tecnologia/Pró-Rural (Residência Agrária). A meta é contratar 180 profissionais entre coordenadores do projeto e técnicos para atuar como agentes de transferência de tecnologia no interior do Estado. Serão investidos R$ 22 milhões da parceria firmada entre Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (Secti-AM). A previsão é de que os técnicos estejam em campo em abril deste ano.

CAMPANHA No dia 16 de março foi realizada pela Secretaria de Estado e Produção Rural

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A partir das ações do Sistema Público Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), o Amazonas despontou como um dos estados brasileiros que mais investiram na formação de pesquisadores doutores. Em dez anos de existência, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) acumulou 799 bolsas de doutorado concedidas, uma evolução de mais de 2.937% se considerado o número de 2003, ano da sua criação, quando foram concedidas 26 bolsas. De acordo com a diretora-presidente da Fapeam, Maria Olívia Simão, para o desenvolvimento de um Estado, a partir da ciência e da inovação, não bastam laboratórios bem equipados e grande aporte de recursos. É imprescindível a formação de recursos humanos.

TÍTULO CIDADÃO APUIENSE O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço, e o presidente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal (IDAM), Edimar Vizolli, receberam

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da Câmara dos Vereadores do município de Apuí o Título de Cidadão Apuiense.

BACALHAU DA AMAZÔNIA NA MERENDA ESCOLAR Feito com o pirarucu manejado da Reserva de Mamirauá e industrializado na fábrica de Maraã, o Bacalhau da Amazônia é o novo ingrediente na merenda escolar para alunos da rede pública de ensino do Estado. Para 2013, o Governo do Amazonas ampliou em 28,7% o valor destinado ao Programa de Regionalização da Merenda Escolar (Preme), com total de R$ 30 milhões em aquisições, beneficiando cerca de 13,5 mil produtores. O Bacalhau da Amazônia foi escolhido após testes nutricionais realizados pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc).


NOTAS FEIRA

lação de grau no Centro de Convenções do Manaus Plaza Shopping. Todos escrevem para as revistas Floresta Brasil Amazônia, Voar na Amazônia, Manaus Casa & Construção, e Manaus Saúde & Beleza, da Wega Comunicação.

A FIAM 2013 promovida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), por meio da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) vai ser realizaFoto: Diárcara Ribeiro

da no período de 27 a 30 de novembro em Manaus (AM). Os participantes vão poder conferir de maneira interativa, a maior vitrine de exposição das potencialidades regionais, rodada de negócios e cooperação nos Estados da Amazônia.

FARINHA HIGIÊNICA Agricultores da Comunidade de Bela Conquista, em Tefé, receberam Uni-

dade de Casa de Farinha Higiênica, no início de janeiro deste ano. Cerca de 15 famílias terão a produção de farinha beneficiada. “A casa de farinha higiênica vai proporcionar aos agricultores familiares a oportunidade de produzir farinha de boa qualidade, dentro dos padrões de higiene o que vai tornar o alimento mais seguro para consumo”, ressalta Sidney Araújo, gerente da Unidade Local. A Unidade foi construída com recursos do Convênio nº 003 CEUC/ IDAM. A equipe local do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas vai capacitar os produtores para melhorar a qualidade da farinha produzida no município.

COLAÇÃO DE GRAU Os Jornalistas formados pelo Centro Universitário do Norte Uninorte/Laureate, Érico Xavier, Carla Silveira, Fabiana Ferreira, Lineize Leal, Jamile Galvão, Mara Magilania, Alexsandro Machado e Thiago Herculano, receberam o diploma de Bacharel em Comunicação Social no dia 12 de março, em solenidade de co-

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Arroz da Amazônia

Arrozeiros de R REPORTAGEM e F0TOS: Antonio Ximenes

colhem safra 2012/2013 Durante três dias (24, 25 e 26 de janeiro) a AARR, em parceria com a FAERR/SENAR, organizou eventos para comemorar o acontecimento agrícola do Estado A Associação dos Arrozeiros de Roraima (AARR) promoveu a abertura da colheita do arroz no dia de campo realizado na fazenda Smith, de propriedade do fazendeiro Tiaraju Faccio, no dia 26 de janeiro, no município de Bonfim, quilômetro 29 da BR 401. Nos dias 24 e 25 do mesmo mês aconteceram palestras sobre Manejo Integrado de Plantas Daninhas na Cultura do Arroz Irrigado (24/01),

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Implantação do Código Florestal Brasileiro e Seus Impactos e Aquecimento Global: Fatos e Mitos (25/01), no auditório Antônio Ernesto Werna de Salvo, na sede da FAERR/SENAR, na avenida Major Williams, Boa Vista. Ao todo, mais de 500 pessoas participaram das atividades, que são consideradas as mais importantes do calendário agrícola do Estado, na área de rizicultura (arroz). Sob a coordenação geral da Associação dos Arrozeiros de Roraima (AARR), que tem como presidente o fazendeiro Genor Faccio, dono da marca Prato Chic, a abertura da colheita foi um sucesso de público e tecnologia. Roraima tem uma área de plantio de arroz de aproximadamente 11 mil hectares, no passado já teve 24 mil hectares cultivados, antes da demarcação contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol em 2009. A previsão de colheita da safra 2012/2013 é de 1,3 milhões de sacas, o que equivale a 65 mil toneladas. A saca de 50 quilos está sendo comercializada, em média, a R$ 35,00. A AARR tem 16 associados, dentre eles, os maiores de Roraima no setor.


e Roraima

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» Fazendeiros Paulo César Quartiero (à esquerda) e Tiaraju Faccio

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Arroz da Amazônia

COLHEITA Potentes colheitadeiras riscaram os campos da fazenda Smith colhendo arroz de altíssima qualidade. Totalmente irrigados, os campos desta propriedade agrícola roraimense foram o palco do que a tecnologia e o manejo adequado são capazes de fazer. "O Grupo Faccio deve produzir este ano em torno de 700 mil sacos de arroz", disse Tiaraju Faccio. Deste total, aproximadamente 80% é consumido no mercado de Manaus, Amazonas. Os arrozeiros de Roraima são conhecidos pela capacidade de auto-superação e a competitividade agrícola. O Estado, mesmo com apenas 7% do território disponível para a produção de alimentos, consegue se manter na liderança do Norte do Brasil no quesito arroz. "Nós precisamos de mais terra para plantar, mas Roraima tem 67%

de sua área total demarcada pelo governo federal, o que tem impossibilitado uma produção maior de alimentos", disse o presidente Genor Faccio, da AARR.

LUTA Se por um lado falta espaço para plantar, por outro sobra combatitividade política e econômica. Isso ficou demonstrado com as participações dos deputados federais Paulo Cesar Quartiero (DEM/RR) e Valdir Colatto (PMDB-SC). Os parlamentares tiveram participação importante na palestra do dia 25 e na fazenda Smith, quando foram ouvidos por centenas de produtores rurais. "Todos sabem o que passei quando perdi minhas terras cultivadas na Raposa Serra do Sol, mas, mesmo com este golpe, não

PESQUISADORES Outros cientistas, como José Alberto Noldin, pesquisador da EPAGRI/Santa Catarina, Antonio Carlos Centeno Cordeiro (Embrapa/RR), Roberto Dantas de Medeiros e Elisângela Morais, também da Embrapa local, tiveram atuação destacada; mas, especificamente, no âmbito técnico científico e focados na rizicultura. Eles fizeram palestras sobre manejo de plantas daninhas na cultura do arroz irrigado; cultivares indicados para Roraima; manejo da cultura do arroz irrigado; e pragas de importância na cultura do arroz irrigado; respectivamente. » Antônio Carlos Cordeiro

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» Deputado Federal, Valdir Colatto (PMDB-SC), falou sobre o Código Florestal durante o evento

desanimei e continuo trabalhando na defesa dos agricultores", disse o deputado Quartiero, a mais importante liderança política do setor. Atento ao que se passa em seu Estado e disposto a esclarecer os rizicultores e demais produtores rurais sobre o Código Florestal Brasileiro, Quartiero convidou o deputado Colato para falar sobre este tema em Roraima. "Vim ao Estado a convite dos arrozeiros e do meu amigo Quartieiro. Os produtores rurais precisam continuar mobilizados para defenderem suas terras, e uma das armas para isso é o conhecimento sobre o novo Código Florestal Brasileiro", disse Colato.

POLÊMICA CIENTÍFICA Além das discussões sobre política agrícola, a abertura da colheita do arroz contou com a presença do cientista Luiz Carlos Baldicero Molion, Doutor do Instituto de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Alagoas (Maceió), que em uma concorrida palestra no dia 25 de-

fendeu pontos de vistas totalmente divergentes dos praticados pelos cientistas que formam o painel do IPCC da ONU (defendem que o planeta passa pelo aquecimento global). "Não existe aquecimento global, a temperatura tem se mantido estável nos últimos 30 anos. O que está acontecendo é o efeito local dos microclimas, as ilhas de

FERTILIZANTES, SEMENTES E OUTROS INSUMOS Para que a produção de arroz obtenha a performance vencedora, como a que se observa nos campos de Roraima, é fundamental o fornecimento de qualidade dos insumos. No mercado local, o empresário Rodrigo Pratti se destaca como líder no setor. Sua empresa: a Rural Fertil, fornece os fertilizantes, sementes e demais insumos para a Fazenda Smith e a maioria dos associados da AARR. O mesmo acontece para os produtores de soja e milho do Estado. Entusiamado com os bons resultados do mercado agrícola, ele montou estrutura no Pará, no município de Castanhal, onde, em parceria com a Yara Fertilizantes, consegue agilizar a entrega dos seus produtos para os clientes do campo com rapidez e eficiência logística. "Nós conseguimos fomentar os produtores e, aqui, em Roraima, tenho no Tiaraju Faccio, um grande parceiro do agronegócio", afirmou Rodrigo Pratti.

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Arroz da Amazônia » Paulo César Quartiero e Genor Faccio (de chapéu)

calor provocadas nos grandes centros urbanos", afirmou o cientista. Molin foi mais agudo ainda ao afirmar "que o efeito estufa fere as leis básicas da termodinâmica e que toda a teoria do aquecimento global está sem base e furada". Ele disse também que a Europa, os Estados Unidos e a China aumentaram as suas emissões por razões econômicas. "O problema é político e não climático. As grandes nações não querem o crescimento daquelas que estão crescendo, dentre elas o Brasil".

OCEANOS FRIOS Mas de todas as suas declarações e conclusões científicas as mais impactantes foram: "Não há aquecimento global, mas sim resfriamento global, como provam as águas do Oceano Pacífico, o maior regulador da estabilidade do clima. Os oceanos estão se esfriando" concluiu.

CONCORRENTES A Yara Fertilizantes (que é representada em Roraima por Rodrigo Pratti), tem concorrentes de peso. O representante técnico comercial da Timac Agro Brasil, Antonio Marcos Felippi, esteve no dia de campo na fazenda Smith e disse que Roraima vai crescer muito com a agricultura, porque a tecnologia existente é cada vez mais avançada, o que, de certa forma, tem compensado a falta de espaço para o plantio, depois da demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol. "Nós estamos prontos para continuar fornecendo os insumos aos produtores rurais, onde cerca de 30% do mercado local é nosso", disse Felippi. O gerente comercial da Bunge Fertilizantes (empresa comprada pela Yara Fertilizantes) - Luiz Freiberger - também esteve no dia de campo. Ele foi do Pará para o evento dos rizicultores, por entender que Roraima é um Estado de grande potencialidade agrícola e que sempre esteve próximo da empresa que representa. "Estamos presentes no Estado e vamos continuar trabalhando junto aos produtores de arroz", afirmou.

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Colheita d I

Marajó

REPORTAGEM: Antonio Ximenes F0TOS: Raimundo Paccó

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do arroz na Ilha de Marajó

Polo rizicultor da região é liderado pelo fazendeiro Quartiero, que deve colher 330 mil sacas na safra 2012/2013 ILHA DE MARAJÓ, PARÁ - A Fazenda Acostumado, de Paulo César Quartiero, no município de Cachoeira do Arari, na Ilha de Marajó, no Estado do Pará, tem 12 mil hectares. Aproximadamente 2.850 hectares são plantados com arroz cultivado, o que permitirá uma colheita de 330 mil sacas - de 50 quilos - na safra 2012/2013. A terceira colheita da fazenda foi acompanhada pela equipe da revista FLORESTA BRASIL AMAZÔNIA,

que constatou os cuidados com o meio ambiente, onde pescadores pescam peixes nos canais de irrigação, aves nativas vivem livremente nas plantações; e a tecnologia empregada, é uma das mais avançadas, com cinco colheitadeiras a plena carga em um terreno inóspito, mas rico em nutrientes. Não houve registro de poluição dos córregos da região, com os defensivos agrícolas utilizados na lavoura.

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Marajó EMPREGO

» Ericina Quartieiro e seu marido Paulo César Quartieiro no engenho da empresa

A média salarial de um trabalhador da fazenda é de R$ 1 mil. Cerca de 150 pessoas trabalham nas terras do fazendeiro ao longo do ano, a maioria procedente do município sede. "A gente encontrou um lugar para trabalhar com qualidade e respeito e, assim, não precisamos ir para a cidade buscar trabalho", disse o tratorista Antonio Carlos Rodrigues dos Santos, 49, que há dois anos e meio trabalha na fazenda Acostumado.

brasileiro e não somente de algumas etnias. Pagou caro pela sua postura, mas fortaleceu sua liderança no meio rural e nunca desistiu de plantar para o povo se alimentar. "Sofri muito, mas não desisti de plantar arroz. Vim para o Marajó e, aqui, encontrei uma região que deve se transformar no maior polo arrozeiro do Pará, com a ajuda da população local e das autoridades", disse.

FAMÍLIA Natural de Torres, Rio Grande do Sul, mais precisamente do distrito de Pirataba, Quartiero é casado com Ericina Quartiero e pai de Larissa, 26, Renato, 28, e Paula,15. Sua mulher é o seu 'braço direito' no engenho que produz a marca de arroz Acostumado, no Distrito Industrial de Icoaraci, na região metropolitana de Belém.

LUTA Esta é a terceira colheita de Quartiero, deputado federal (DEM-RR) que, em 2009, perdeu as terras que tinha cultivadas na hoje reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, depois da demarcação contínua feita pelo Governo Federal. Naquela que foi uma das mais polêmicas transições fundiárias do país. Quartiero defendeu até o fim o direito de produzir alimentos em terras do povo

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NA LAVOURA Prático, Quartiero dirige seus tratores e ajuda na colheita da fazenda. "Eu nasci como agricultor e como tal vivo. O contato com os trabalhadores, a terra e a lavoura me dá imenso prazer, porque sei que estou produzindo para alimentar milhões de pessoas", afirmou.


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Artigo

Roraima a força do agronegócio Em trinta e três anos que vivo em Roraima tive a oportunidade de assistir a várias ondas de migração no Estado. Na década de 80, Roraima ainda Território Federal, nordestinos, na maioria oriundos do Maranhão, chegaram estimulados pelo Governo da época. Logo em seguida, juntaram-se a eles outros, vindos de lugares diferentes do Brasil, atrás de oportunidades e melhoria de vida. Vicinais no interior foram abertas para dar lugar à formação de pequenos núcleos urbanos. Uma década mais tarde, em 1990, após a implantação do Estado de Roraima, houve nova onda de migração. Desta vez com a esperança de um “boom” de desenvolvimento. Dezenas de pessoas chegavam com o sonho da casa própria, perspectivas de trabalho e qualidade de vida. Ao chegar o milênio, ano 2000, a imigração foi impulsionada pelos concursos públicos e, por fim, silenciosamente, chegou o necessário incentivo ao agronegócio. Com aumento dos preços das commodities no mercado internacional e os reflexos na economia interna, áreas de produção foram estimuladas naturalmente. Diferente das ondas de migração anterior, o povo que chega a Roraima ultimamente, sabe o que quer: Cultivar. É claro, conhecem a realidade fundiária trazida de outras regiões. A terra roraimense tem sido atrativa e “de baixo valor”. A diferença deste momento é que os novos produtores detêm o conhecimento do mundo rural e, sobretudo, “know how” na agricultura de escala – nuances da terra que destacou o segmento do agronegócio. Hoje, depois de tantas idas e vindas, ainda encontramos sérios gargalos que dificultam o avanço rápido do agronegócio no Estado mais ao Norte do Brasil. Dentre eles a questão fundiária emperrada pela má gestão do Instituto de Terras (Iteraima) de gestões anteriores e a consequente demora do Governo do Estado em resolver o desmembramento das terras da União. Além das dificuldades na titulação das terras com controvérsias a serem dirimidas pelo judiciário, ainda há o entrave da rigorosa liberação de licenças ambientais. Mas nem tudo

está perdido. Há um volume significativo de terras que, nas mãos de quem sabe produzir e detém capital, somados à nova política de Bancos Financiadores de produção em Roraima, começam a abrir novas perspectivas. A meu ver, diferente do passado, quando pessoas vinham a Roraima em busca de emprego público, hoje há mudança de mentalidade entre os que aqui vivem e os que aqui chegam. A mudança não reside apenas neste contexto. Os novos migrantes trazem na bagagem novidades e empreendedorismo. A diferença está na vontade e necessidade de produzir, e isso, sem dúvida, faz diferença na busca pela liberação de linhas de financiamentos abertas pelo Governo Federal, a exemplo do Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono). O que move também a engrenagem são as áreas já tituladas, as garantias imobiliárias urbanas, dentre outras garantias, que dão credibilidade para a liberação de custeios e investimentos. Exemplo da dinâmica positiva é o aumento de agências/ filiais abertas do Banco do Brasil e Caixa Econômica no Estado. Esta última estuda a possiblidade de criar a Carteira de Financiamento na Área do Agronegócio em Roraima. Como se vê - em que pese os tropeços do Governo com erros e acertos - a iniciativa privada está disposta a não esperar mais pelas ações governamentais e sabiamente decide enfrentar os desafios da produção acreditando no futuro do agronegócio pelas próprias mãos. Isso representa amadurecimento da classe empresarial local, somado aos desafios dos novos empreendedores. Assim, estou otimista nestes novos tempos. Acredito que podemos promover a diferença mesmo com o pouco que sobrou de nossas terras: cerca de 7% do Estado de Roraima. Por tudo isso, sejam bem-vindos novos produtores, como todos os outros que aqui chegaram e se estabeleceram de Norte a Sul do Brasil, ajudarão a inserir Roraima no mapa do agronegócio do País.

Além das dificuldades na titulação das terras com controvérsias a serem dirimidas pelo judiciário, ainda há o entrave da rigorosa liberação de licenças ambientais.

Almir Morais Sá Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Roraima (FAERR) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Roraima (SENAR)

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Agronegócio / Agribusiness

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REPORTAGEM: Diárcara Ribeiro e Rosimara Silva F0TOS: Luzimar e Odair Leal

Exposição Agropecuária do Amazonas 22 | MARÇO / ABRIL / MAIO

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Amazon Agriculture Exposition Fair Com o status de festa de grande porte, a Expoagro, vem agregando a cada ano novidades e a consolidação do agronegócio no Estado. O setor primário ganhou força nos últimos anos no Amazonas, atualmente já é o responsável por 7% do Produto Interno Bruto do Estado (PIB). A feira vem se consolidando como uma vitrine, além de ser uma oportunidade para comprar matrizes com genética, maquinários agrícolas, realizar cursos e intercâmbio. Para se ter uma ideia a 40° festa já foi anunciada, será realizada entre os dias 26 de outubro a 3 de novembro de 2013. A 39ª Feira de Exposição Agropecuária do Amazonas (Expoagro), ocorreu entre os dias 24 de novembro a 02 de dezembro de 2012, no Parque de Exposições Dr. Eurípedes Lins. A tradicional festa foi realizada pela iniciativa privada com o apoio do Governo do Estado, durante a feira cerca de 600 mil pessoas passaram pelo local.

“A 39ª Expoagro já é a maior da história. O setor ganhou um grande incentivo em 2012: o Programa Amazonas Rural, com ele queremos tirar o terçado e a enxada das mãos dos produtores, com a entrada de máquinas no campo, através do projeto de mecanização. Não queremos com essa festa apenas o entretenimento, queremos também possibilitar o acesso à novas tecnologias”, disse o secretário de Produção Rural, Eron Bezerra.

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"A 39ª Expoagro já é a maior da história. O setor ganhou um grande incentivo em 2012 o Programa Amazonas Rural". Eron Bezerra, Secretário de Produção Rural.

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» Gerente Técnico do Sebrae Maurício Seffair e o Secretário da SEPROR Eron Bezerra / Technical Manager Mauritius Sebrae Seffair and Secretary of SEPROR Eron Bezerra

A feira movimentou cerca de 30 milhões de reais. O município de Rio Preto da Eva foi um dos que mais solicitou financiamento. Os agricultores familiares das comunidades do município investiram mais de R$ 13 milhões na compra de tratores, em financiamentos e também por meio da negociação direta. “O Estado que mais preserva está mostrando para o país que é possível produzir com responsabilidade ambiental. O Programa Amazonas Rural estipula uma série de incentivos para produção, para o homem do campo que dia após dia, coloca alimento na mesa de cada cidadão. Através do programa um conjunto de Leis vem a partir de agora oferecer mais segurança para o produtor”, diz o Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço.

39TH AMAZON AGRICULTURE EXPOSITION FAIR With the status of big party, the Expoagro aggregates new things and the consolidation of agribusiness in the state, each year. The primary sector became stronger in the past years in Amazonas, nowadays is responsible for 7% of the Gross International Product of the state (GIP). The fair has been consolidated as a shop window, beyond being an opportunity to buy matrix with genetics, agricultural machinery, making courses and exchange. The 40th fair has already been confirmed to be realized between October 26th and November 3th, in 2013. The 39th Amazon Agriculture Exposition Fair (Expoagro), happened between November 24th and December 2nd, 2012, in the Exposition Park Dr. Eurípedes Lins. The traditional party was realized thanks by private initiative with the support of the government of the state, during the fair 600 thousand people were passing through.

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“The 39th Expoagro is one of the biggest in history. This sector was given a huge incentive in 2012 the Rural Amazon Program, with this we want to take away the cutlass and the hoe from the hands of the producers, with new machinery in the fields, with the help of the mechanization project. We don’t want only entertainment with this party, we want to make possible the access to the new technologies”, said the Rural Production secretary, Eron Bezerra. The fair awarded more than $30 million. The Rio Preto da Eva municipal district was one that most asked for financial support. The familiar agriculturists from the communities of the municipal district invested more than $13 million to buy tractors, in funding and also in direct negotiation. “The state that preserves the most is showing to this country that it’s possible to produce with environmental responsibility. The Rural Amazon Program stipulates a series of incentives for production, for the man that works on the field day by day and puts food on every


citizen’s table. Through this program, a set of laws come from now on to offer more security to the producer” says the president of the Amazon Agriculture and Cattle-raising Federation (AACF), Muni Lourenço.

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"O Estado que mais preserva está mostrando para o país que é possível produzir com responsabilidade ambiental". Muni Lourenço, Presidente da FAEA.

ARREPIOS, APLAUSOS E EMOÇÃO NO RODEIO A fé em Nossa Senhora Aparecida, padroeira dos peões de rodeio, marcou a abertura das três noites de provas do Rodeio Profissional. Antes das montarias os competidores ajoelham-se e tiram os chapéus em sinal de respeito à santa, como demonstração de fé. O ritual fez parte do espetáculo, que a cada noite, encantou o público de cerca de oito mil pessoas nas arquibancadas da arena. Outro momento emocionante uniu cultura e patriotismo. Na primeira noite de competição, o Hino Nacional foi tocado ao som de uma viola. Todos os anos, caubóis de todo o país viram seus olhos, botas e chapéus para os rodeios paulistas. Mas essa tradição também vem ganhando espaço na Região Norte. No Parque de Exposição Agropecuária do Amazonas, a nova tendência também ditou a moda dos participantes. E o que se viu foi um desfile de figurinos country, que uniu crianças e adultos. Quem passava próximo da arena de rodeios, logo era atraído pela animação do locutor de rodeios “Big Boy” e também pelo show de sons, música e fogos de artifícios que ecoavam de dentro da pista. Há 16 anos o paranaense que atualmente mora no estado do Acre, percorre as arenas do Brasil levantando

o público durante as provas. “Em Manaus a festa é padronizada, organizada e está dentro do profissionalismo que um rodeio precisa. E nesses dias, vamos fazer de Manaus a maior festa de peão de todos os tempos”, disse “Big Boy”. As provas de rodeio, até então muito comuns nos municípios do Sul do Amazonas, foram incluídas na programação da Expoagro em 2003 e desde então vêm sendo aperfeiçoadas. No início toda a estrutura que compõe a arena, como arquibancadas, camarotes, pista, palco e estrutura metálica, era contratada de outros estados, e a renda gerada no evento não ficava na cidade. Hoje empresários do setor investem em companhias locais, fomentando a economia regional. Há seis anos, o empresário do Careiro Castanho, Pedro Arruda, decidiu apostar no esporte rural que mais cresce no Brasil. Atualmente a Companhia de Rodeios Pedro Arruda, promove a competição na Expoagro e é apenas um exemplo do crescimento desse mercado. O investimento de R$ 200 mil este ano gerou 120 empregos com uma estimativa de faturamento em torno de R$ 250 mil. “Hoje o Amazonas tem gente capacitada na área de Rodeio e isso faz com que o dinheiro fique todo por aqui mesmo e não em outros estados como aconteceu no passado”. O empresário também organiza rodeios no interior, em municípios como Autazes, Barreirinha, Parintins e Itacoatiara. “Manaus tem hoje uma carência de eventos e a Feira é o maior evento da capital, e isso também se deve aos rodeios”, destacou Sérgio Muniz, presidente da comissão organizadora da 39ª Expoagro. Na arquibancada lotada a animação do público era contagiante. Todos queriam ver de perto não só o desempenho dos peões na pista, mas também a reação de cada um dos 14 touros participantes. Apesar de temidos, os animais também são as

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» Cia de Rodeios Pedro Arruda promove a competição na Expoagro / Cia de Pedro Arruda Rodeos promotes competition in Expoagro

estrelas da festa, e aquecem o mercado econômico. Um touro pode custar em média R$ 70 mil, principalmente se for resultado de melhoramento genético. Durante a 1ª noite de competição o touro “Mister M”, o vovô dos rodeios foi homenageado pelo locutor “Big Boy”. O touro de 18 anos, há 16 participa de rodeios e já recebeu as maiores notas da competição. Para o Secretário de Produção Rural do Estado, Eron Bezerra, este ano a Expoagro seguiu a verdadeira ordem de um evento desta proporção, onde primeiro são priorizados os negócios, depois a tecnologia e na sequência o entretenimento. “O rodeio expressa a valorização dessa cadeia, expressa negócios porque comercializa animais, tecnologia porque expõe animais de raça e com inves-

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timento em melhoramento genético e claro, o entretenimento, por isso ele foi mantido e levado para outras feiras onde não existia e agora é pauta obrigatória”.

SHIVER, APPLAUSE AND EMOTION IN THE RODEO The faith in Nossa Senhora Aparecida, patroness of the rodeo pawns, was a highlight in the opening of the three nights of tests of Professional Rodeo. Before the mounts the competitors knelt and took their hats off as a sign of respect to the saint, as a demonstration of faith. This ritual is a part of the spectacle that every night enchanted an audience of 8 thousand people in the stands in the arena. Another touching moment united culture and patriotism. In the first night of competition, the national hymn was played with a viola. Every year, cowboys all over the country turn their eyes, boots and hats for the rodeos of São Paulo. But this tradition is also been used in North region. In the Agriculture Exposition Park the new trend also imposed the participant’s fashion. Who passed closer in the rodeo arena was soon attracted by the animation of the rodeo announcer “Big Boy” and also by the show of sounds, music and fireworks that echoed inside the arena. 16 years ago, the natural of Paraná and that nowadays lives in the state of Acre courses the arenas of Brazil cheering the crowd during the tests. “In Manaus the party follows a pattern, is organized and is inside the professionalism that a rodeo needs. In these days, we’ll » Locutor Big Boy, de chapéu encanta a arquibancada antes da competição / Announcer Big Boy, of hat enchants the bleachers before competition


SUINOS – UM MERCADO PROMISSOR

SWINES – A PROMISSING MARKET

Há seis anos o suinocultor Elias Martins participa da Expoagro, considerada por ele uma vitrine para o mercado pecuarista. O cearense, que há 40 anos adotou o Amazonas, foi um dos pioneiros na a criação de suínos e hoje é o maior criador do Estado. Na fazenda, localizada no km 64 da AM 010, em Rio Pedro da Eva, Elias diversifica o negócio também com a criação de peixes, entre eles o matrinxã e o tambaqui, e plantações de coco e laranja. Mas é a venda da carne e das matrizes que aquece o negócio, principalmente no fim do ano, quando aumenta a procura pela carne de porco. Durante o ano, em média são abatidos 100 porcos por semana. A partir de dezembro, são 100 abates por dia. Os principais clientes são os hipermercados e açougues de Manaus. “A Expoagro é uma oportunidade para divulgar a fazenda e conquistar novos clientes, mas principalmente para vender matrizes e reprodutores”, completa o criador. A Fazenda Bela Vista conta hoje com 250 matrizes para a venda, que são as fêmeas preparadas para a inseminação. Cada uma pode ter até três crias por ano, o equivalente a 30 filhotes em 12 meses. Em média as matrizes são avaliadas em R$ 500 cada. Já um porco reprodutor pode ser vendido por até R$ 1 mil. Apesar de muitos hipermercados já estarem vendendo carne suína fresca na capital do Amazonas, a procura ainda é considerada muito baixa. “O Amazonas poderia ser hoje um grande produtor de suínos, só não é porque o amazonense ainda dúvida da qualidade da criação, e com isso não tem o hábito de consumir esse tipo de carne, mas essa barreira já está sendo quebrada”, destaca Elias Martins. O presidente da FAEA disse que em 2012 não foi bom para a suinocultura devido à alta do preço dos grãos utilizados na produção da ração dos animais. “A quebra da safra americana, devido à estiagem, aumentou as exportações de milho e soja produzidos no Brasil e por isso faltou grãos para atender o mercado interno, e isso aumentou muito o custo dos criadores para alimentar os animais”, completa Muni Lourenço.

For six years the swine farmer Elias Martins participates in Expoagro, considerated a shopping window for the agricultural market. The natural from Ceará, that 40 years ago adopted Amazonas, was one of the pioneers in the swine creation and today is the greatest creator in the state. In the farm, located in the kilometer 64 of AM 010, in Rio Preto da Eva, Elias diversifies the business with the creation of fish, among them the “matrinxã” and the “tambaqui”, and plantations of coconut and orange. But the selling of the meat and the matrixes heats the business, specially in the end of the year, when the demand only grows. During the year, at least 100 pigs are slaughtered per week. Beyond December, there are 100 slaughters per day. The main clients are the supermarkets and butcher’s from Manaus. “Expoagro is an opportunity to promote the farm and selling matrixes and reproductive”, completes the creator. The Bela Vista Farm counts with 250 matrixes for selling, that are the females ready for insemination. Each one can have three babies each year, the same as 30 puppies in 12 months. At least the matrixes are evaluated em $500 each. A reproductive swine can be sold at $1 thousand. Beside that many supermarkets are already selling fresh swine meat in the capital of Amazonas, the search for it it’s still slow. “Amazonas could’ve been a great swine producer, and it’s not because the people in here doesn’t have the habit to consume this kind of meat, but this barrier is already being broken”, says Elias Martins. The Amazon Agriculture and Cattle-raising Federation (FAEA) president noted that in the year 2012 was not good for swine farmers due to the high prices of grains in the production of the pet foods. “The break in the American harvest, due to the drought, raised the exportation of corn and soy produced in Brazil and that’s why the lack of grains to supply the intern market, and that raised the cost of creators to feed their animals”, says Muni Lourenço.

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Agronegócio / Agribusiness

VAQUEJADA – UM ESPORTE CARENTE DE

BULL-CATCHING – A SPORT THAT NEEDS TO BE

DIVULGAÇÃO

PROMOTED

A atividade recreativa competitiva típica da Região Nordeste, a vaquejada, é muito praticada no Amazonas e também foi uma das atrações da 39ª Expoagro. Só no último dia de provas, o público de cinco mil pessoas compareceu ao curral para conferir as provas. Mas apesar dessa tradição em terras amazonenses, a Associação dos Vaqueiros do Amazonas reclama que o esporte ainda é muito restrito e precisa de mais divulgação. “A partir de agora a AVAM vai trabalhar para aprimorar a estrutura da vaquejada para que ela seja melhor divulgada, afinal essa atividade em dia de festa gera 500 empregos diretos e indiretos”, completa o presidente da Associação, Antonio Formosão. Assim como os rodeios a vaquejada tem regras, mas que são pouco conhecidas. As disputas acontecem entre várias duplas, que montadas em cavalos tentam derrubar o boi na faixa apropriada para a queda, que tem dez metros de largura, desenhada na areia da pista com cal. Cada vaqueiro tem uma função: O batedor de esteira é encarregado de atrair o boi para perto do derrubador, pegar o rabo do animal e passar para o vaqueiro que tem o desafio de puxar o rabo do boi até derrubá-lo.

The recreational competitive activity typical of the Nor-

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theast region, the bull-catching is commonly practiced in Amazonas and was one of the attractions in the 39th Expoagro. Only in the last day of contests, the crowd of 5 thousand people attended the corral to check the contests. But beside this tradition in Amazon lands, the Amazon Cowboy Association complains that this sport is still very strict and needs more promotion. “For now on, ACA will work to improve the bull-catching structure so that she can be well promoted, after all this activity in a party day generates 500 jobs, direct or indirectly”, says the association’s president, Antônio Formosão. Just like the rodeos, the bull-catching has some rules, even they’re not known. The disputes happens between many couples, that mounted in horses try to take down the bull in the appropriated line for the fall, that has 10 meters inch, designed in the sand of the lane with lime. Each cowboy has a function: the mat beater is responsible of attracting the bull next to the knock-down, catch the animal’s tail and pass to the cowboy that has the challenge of pulling the animal’s tail until he falls.


make Manaus the biggest rodeo party of all time”, said “Big Boy”. The rodeo contests, very common in the municipal districts in South Amazonas, were included in the schedule of Expoagro in 2003 and since then it’s been modernized. In the beginning all the structure that involves the arena, such as stand, cabins, land, stage and metallic structure was hired from other states, and the revenue created in the event didn’t stay in the city. Today businessmen from this sector invest in local companies, fomenting the regional economy. Six years ago the businessman from Careiro Castanho, Pedro Arruda, decided to bet in the rural sport that constantly grows in Brazil. Nowadays, the Rodeo Company Pedro Arruda, promotes the competition in Expoagro and it’s just an example of the growth of this market. The investment of $200 thousand this year created 120 jobs with an estimative of turnover around $250 thousand. “Today Amazonas has capacitated people in the rodeo area and it makes the money stay here and not in other states, like it happened in the past.” The businessman organizes rodeos in municipal districts such as Autazes, Barreirinha, Parintins and Itacoatiara. “Manaus has today a lack of events and the fair is the biggest event of the capital city, and that is thanks to the rodeos”, detached Sérgio Muniz, president of the organizer commission of the 39th Expoagro. In the crowded stand, the happiness of the public was amazing. Everyone wanted to see closer not only the performance of the pawns in the arena, but also the

reaction of each one of the 14 bulls. Beside of being feared, those animals are also the stars of the party, and also tease the the economic market. A bull can cost $70 thousand, specially if he’s a result of a genetic improvement. During the first night of competition the bull “Mister M”, the grandpa of rodeos were honored by the announcer “Big Boy”. The 18 year-old bull, 16 years ago he participates in rodeos and is given the biggest grades in the competition. For the secretary of rural production in the state, Eron Bezerra, this year the Expoagro followed a true order of an event of these proportions, where first the priorities are the business, then the technology and after that the entertainment. “Rodeo expresses the valorization in this chain, expresses business because commercializes animals, technology because exposes pedigree animals and with the investment in genetics improvement and of course, the entertainment, that’s why he was kept and taken to other fairs where it didn’t exist and now it’s an obligatory paper-ruler”, he detached.

» Preparação no brete envolve concentração e experiência / Preparation involves concentration on chute and experience

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"Em Manaus a festa é padronizada, organizada e está dentro do profissionalismo que um rodeio precisa. E nesses dias, vamos fazer de Manaus a maior festa de peão de todos os tempos". Big Boy, Locutor de Rodeios.

COMPETIDORES Em 2012 30 peões do Amazonas, Acre, Rondônia, Pará e São Paulo, vieram disputar os 20 mil reais em prêmios, incluindo uma moto para o primeiro colocado. Para seguir nas provas cada competidor deveria ficar no mínimo 8 segundos montado em cima do touro. Além disso, a desenvoltura na pista também foi avaliada por dois juízes, que estipularam a pontuação em cada montaria. A soma das três noites garantiu a classificação final. Nos bastidores da arena, os momentos que antecedem a entrada na pista são de concentração e trabalho em equipe. Afinal não é tão simples encarar a força dos touros. Colete de proteção, calça de couro abotoada e bota são vestimentas obrigatórias. O capacete que garante maior proteção em caso de queda, não é uma exigência e com isso muitos peões encaram a montaria apenas de chapéu. O uso de luvas também é fundamental para segurar com maior firmeza os cintos que prendem o animal. Na 39ª Expoagro a coragem dos competidores garantiu uma competição sem incidentes graves. Mas todos esses cuidados não afastaram o nervosismo e a ansiedade diante do duelo. Até mesmo para os mais experientes. Os momentos de stress, já começam nos bastidores, com o início da montaria, dentro do cercado. No meio das grades de proteção já é possível sentir se o animal vai ser mais agressivo ou não. Checado todos os acessórios de segurança, os peões partem para o meio da arena, onde a postura e a forma de segurar o touro são decisivos para completar a disputa. A preocupação dos tropeiros, homens que preparam a ordem dos touros que vão entrar na pista, é não machucar os animais durante a competição. O desempenho dos peões é acompanhado de perto pelos adversários. A prova dura oito segundos, mas tem boi que pula apenas dois, três, cinco segundos. O tempo é acompanhado pelo público que tem acesso ao relógio. Um sinal sonoro também é tocado toda vez que um peão atinge os oitos segundos. Nesse momento a animação nas arquibancadas e nos camarotes pode ser comparada a uma torcida em festa em uma partida de futebol toda vez que o time

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marca um gol. Mas a cada eliminação na pista, difícil é esconder a frustração. Nos bastidores, os adversários não escondem a preocupação. Chegada a hora de encarar o desafio, cada um tem um jeito único de espantar o nervosismo. Alguns montam o touro, calados, sem grandes expressões, outros, escutam atentos às orientações dos colegas, e há também aqueles que seguem uma espécie de ritual individual antes da montaria. São segundos preciosos para quem sonha em fazer carreira nesse esporte, reconhecido por lei federal desde 2001. Segundos, que diante de uma arena lotada, parecem minutos inacabáveis, que permitem a poucos a satisfação da vitória. Dos 30 peões que disputaram o rodeio profissional na Expoagro de 2012, 10 foram para final disputada no dia 02 de dezembro. Entre os cinco vencedores, três eram amazonenses.

UM SONHO: DISPUTAR EM BARRETOS Um dos favoritos ao título era o bicampeão da Expoagro, Ramon de Lima, mais uma vez saiu vitorioso depois de domar o touro Retrato em um desempenho impressionante que lhe rendeu 314 pontos. Com apenas 21 anos, o peão que representou a capital do Acre, Rio Branco, já disputou cerca de 300 rodeios em vários estados, sendo um dos finalistas do Top Brasil em Barretos. Com apenas três anos de carreia no Rodeio Profissional, Ramon que representa a nova safra de peões, já ga-

nhou sete motos, incluindo a premiação desse ano, uma pick-up e R$ 96 mil em dinheiro. Além do talento da montaria, Ramon já mostra que tem espírito empreendedor. Até agora toda a premiação foi investida na compra de gado para ampliar o patrimônio.

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"Vencer no maior rodeio do Brasil em Barretos é o meu maior sonho, o objetivo é chegar lá". Ramon de Lima, peão.

Outro destaque na arena da 39ª Expoagro foi o amazonense Leandro dos Santos, de apenas 20 anos. Um dos ‘pupilos’ da Companhia de Rodeios Pedro Arruda, já foi vice-campeão na festa de rodeio do distrito de Santo Antônio do Matupi, do município de Manicoré. Por enquanto o peão disputa apenas provas na região Norte, mas sonha em representar o Estado em Barretos. Desclassificado na semifinal, Leandro não desanimou, pelo contrário, aproveitou para incentivar os cinco finalistas. “Também é um aprendizado estar aqui, desanimar jamais”, disse empolgado o jovem peão. Yslonei Ricarte, um dos finalistas, representou o município de Careiro Castanho, é um exemplo de dedicação. O piscicultor alia a profissão com os treinos para os rodeios na região Norte. Aos 28 anos, Yslonei, que já

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foi finalista, não desiste de correr atrás do primeiro lugar. Durante a competição o touro Cambalacho adiou mais uma vez o sonho do peão, que com 125 pontos voltou para casa com a quarta colocação. Outros dois amazonenses também foram finalistas em 2012, o peão Cassiano Chaves Rodrigues, que garantiu a terceira colocação com 196 pontos e Felipe da Silva que ficou em quinto lugar com 80 pontos. Já o segundo lugar ficou com o representante do Pará, Godofredo dos Santos, que acumulou 216 pontos.

COMPETITORS This year 30 pawns from Amazonas, Acre, Rondônia, Pará and São Paulo came to dispute the $20 thousand in prizes, including a motorcycle for the first place. To continue to the next task, each competitor should stay at least eight seconds on the top of a bull. Beside that, the perkiness in the arena was also evaluated by two judges, that stipulated the points in each mount. The amount of the three nights guaranteed the final classification. In the arena’s backstage, the moments that precede the entrance in the lane are of concentration and team work. After all it’s so easy to face the power of the bulls. Protection waistcoat, leather pants and boots are obligatory clothes. The helmet that guarantees more protection in case of a fall it’s not an indulgence and with that lots of pawns face the mount with hats only. Using gloves is also important to hold firmly the belt that holds the animal. In the 39th Expoagro this bravery of the competitors guaranteed a competition without severe accidents. But

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all of these precautions didn’t take away the fears and the anxiety before the duel. Even for the most experienced. The moments of stress begin in the backstage, in the beginning of the mount, inside the fence. In the middle of the protection grids it’s possible to see if the animal will be more aggressive or not. After checking all the security accessories, the pawns go to the middle of the arena, where posture and the way of holding the bull are decisive to complete the dispute. The worries of the troops, men that prepare the order of the bulls that will enter the arena, it’s not to hurt the animals during the competition. The performance of the pawns is followed by the adversaries. The task lasts 8 seconds, but there are bulls that only jumps for 2,3,5 seconds. Time is followed by the crowd that has access to a clock. A sonorous sign is also played every time a pawn reaches the eight seconds. At this moment, the cheering in the stands and in the boxes can be compared with a crowd at a soccer play, whenever the team scores. But at each elimination, the adversaries don’t hide their worries. When the challenge time comes, everyone has a different way of scare away the nervousness. Some mount the bull, silent, with no great expressions, others listen carefully to their colleagues, and there are some that follow some sort of ritual before mounting. These are precious seconds for those who dream of making a career in this sport, which is recognized by the federal law since 2001. Seconds, that before the crowded arena, seems endless minutes. But that allow the satisfaction of the victory.


Of the 30 pawns that disputed the professional rodeo in 2012 Expoagro, 10 were selected to the finals in December 2nd. Amongst the 5 winners, 3 were from Amazonas.

A DREAM: TO DISPUTE IN BARRETOS One of the favorites was the two times champion from Expoagro, Ramon de Lima, one more time was victorious after taming the bull Retrato in an amazing performance that guaranteed him 314 points. At the age of 21, the pawn that represented the capital city of Acre, Rio Branco, disputed over 300 rodeos in many states, becoming one of the greatest finalists in Top Brazil in Barretos. With only more three years in Professional Rodeo, Ramon that represents the new harvest of pawns, awarded seven motorcycles, including this year’s prize, a truck, beyond $96 thousand in real money. Beyond his talent in mounting the bulls, Ramon shows that has an entrepreneur spirit. So far, all his awards were invested in buying cattle to magnify his heritage. “Winning in the biggest rodeo in Brazil in Barretos is my biggest dream, my goal is to get there”, he detaches. (detach this phrase) Another highlight in the arena of the 39th Expoagro was the 20 year-old natural from Amazon Leandro dos Santos. One of the “pupils” in the Rodeo Company Pedro Arruda was a runner-up in the rodeo party in the district of Santo Antônio do Matupi, in the municipal district of Manicoré. So far the pawn disputes only tasks in North region, but dreams about representing his state in Barretos. Disqualified in the semifinals, Leandro » Empresário Pedro Arruda acompanha de perto trabalho da equipe / Businessman Pedro Arruda closely monitoring team work

didn’t discouraged, but he took the chance to help the five finalists. “Is also a learning being here, discourage no more”, he said, enthusiastic. Yslonei Ricarte, one of the finalists, represented the municipal district of Careiro Castanho, and it’s a dedication example. The fish farmer allies profession with his trains in North region. At 28, Yslonei, that was also a finalist in other competitions, don’t give up on running after the first place. During this competition the bull Cambalacho postponed one more time the pawn’s dream, that returned home with 125 points and a forth place. Another two naturals from Amazon were also finalists this year, the pawn Cassiano Chaves Rodrigues, that guaranteed the third place with 196 points and Felipe da Silva that was fifth place with 80 points. The second place was a natural from Pará. Godofredo dos Santos, with 216 points.

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"A Expoagro mostra a força do interior do Estado, porque o Amazonas não é só o Polo Industrial de Manaus, é, principalmente, o setor primário". Muni Lourenço, presidente da Faea.

AGRONEGÓCIOS A pecuária se destaca como maior rebanho do Amazonas. Hoje é formado por bovinos e bubalinos que totalizam 1,5 milhão de cabeças destinadas para o corte e ordenha de leite. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea) 19 mil propriedades estão cadastradas oficialmente. O equivalente a 50 mil pessoas que fazem da pecuária a principal atividade de renda no Amazonas. Feiras como a Expoagro servem para fortalecer ainda mais o setor que em 2012 negociou 90%


» Secretário da SEPROR, Eron Bezerra (de camisa xadrez), realiza entrega de premiação / Secretary of delivery SEPROR, Eron Bezerra (plaid shirt), performs

dos bovinos expostos. Para a Faea, a Feira de Exposição Agropecuária do Amazonas despontou como referência na qualidade genética. Grandes pecuaristas do Amazonas investiram na compra de matrizes para melhorar o rebanho no interior. “A Expoagro mostra a força do interior do Estado porque o Amazonas não é só o Polo Industrial de Manaus, é, principalmente, o setor primário”, disse o presidente da Faea, Muni Lourenço. Para o maior criador de bovinos do Amazonas, a Agropecuária Geni de Iranduba, que participou da Expoagro com uma exposição de vacas e novilhos da raça Girolando, a feira deste ano foi uma excelente oportunidade de negócios. Seis dos tourinhos, levados para comercialização, foram vendidos totalizando um lucro de quase R$ 5 mil. Todos, produto de inseminação artificial. No ano passado, nenhum animal havia sido vendido. Além disso, o criador também conquistou o primeiro, segundo e terceiro lugar no concurso de exposição leiteiro. “A Expoagro serve para fazer o marketing da fazenda”, destacou o veterinário Virgílio Cortes. O negócio começou há cinco anos e hoje a propriedade já soma 655 cabeças todas para lactação. A produção chega a mil e duzentos litros de leite por dia que abastecem o mercado em Manaus. A fazenda também tem 12 recordistas de produção leiteira, todos conquistados na competição Mega Leite realizada em Uberaba, interior

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de Minas Gerais. Uma delas é a vaca mais valiosa da fazenda, “Bela Odissei Bruna”, que produziu 72 quilos de leite. O animal, que em 2011 foi adquirido por R$ 68 mil hoje esta avaliado em R$ 100 mil.

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"A Expoagro serve para fazer o marketing da fazenda". Virgílio Cortes, veterinário.

Outro exemplo de investimento em qualidade genética é o criador de búfalos de Itacoatiara, Rodrigo Pinheiro, da Carabal Agropecuária que participa desde a primeira Expoagro. Em 2012 ele fez apenas da degustação de queijos feitos a partir de leite de búfala o marketing para divulgar a fazenda, que se prepara para dar início, em 2014, a um processo moderno de inseminação em parceria com uma Universidade. O organizador da feira, Sérgio Muniz, que é o presidente da Comissão de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (CODESAV), atual Agência de Defesa Agropecuária (ADAF), ressaltou que quatro municípios do Amazonas têm o status sanitário livre de aftosa: Boca do Acre, Lábrea, Canutama e Guajará. A meta do governo para este ano é estender a classificação de livre de aftosa, para todo o Estado.


» Premiação de ouvinos e caprinos estimula produtores rurais / Awards and goats ouvinos encourages farmers

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"A Expoagro é uma oportunidade para todo criador, expor seu negócio, divulgar a qualidade do produto, é uma forma de demonstrar e convencer o cliente". Demilço Vivian, ovinocultor.

cado consumidor. A meta agora é dobrar a criação para fornecer melhoramento genético para os criadores do Amazonas. “A Expoagro é uma oportunidade para todo criador expor seu negócio, divulgar a qualidade do produto, é uma forma de demonstrar e convencer o cliente”, conclui o criador que também comemorou os bons negócios na feira que totalizaram R$ 100 mil. Para ele a facilidade no pagamento, devido à negociação direta, sem a participação de bancos, contribuiu para o balanço positivo.

CRESCIMENTO DO REBANHO DE OVINOS E CAPRINOS O catarinense que há 27 anos mora em Manaus, Demilço Vivian, é um dos maiores ovinocultores do Amazonas, titulo reforçado durante a 39ª Expoagro deste ano. O ex-caminhoneiro entrou para o ramo há cinco anos e hoje já conta com mil e quinhentas cabeças das raças Santa Inês e Dorper, além de administrar um dos melhores criatórios de matrizes e reprodutores das duas raças do Estado. Em 2010, a fazenda se destacou na Expoagro, apresentando a melhor fêmea e o melhor reprodutor de ovino da raça Santa Inês. O produtor destaca que a criação de ovinos e caprinos requer menos áreas que outros rebanhos, como o de bovinos. Além disso, a carne é valorizada pelo mer-

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Agronegócio / Agribusiness Durante a Expoagro de 2012, 80% dos ovinos e caprinos expostos foram negociados segundo a Secretaria de Produção Rural do Estado. Ainda segundo Demilço Vivian, hoje o mercado local consome em média três toneladas por mês de carne de carneiro. Em média 90% dessa carne vem do Rio Grande do Sul e também do Uruguai e Argentina, que são os maiores produtores. De olho nesse mercado, o criador já faz planos para o futuro. O objetivo é ampliar o rebanho para 3 mil matrizes na fazenda apenas para trabalhar o corte. Investimento que depende ainda de um projeto do Governo do Estado. A gestação de um caprino dura cinco meses, e cinco meses depois de nascido o animal já está pronto para o abate. Nos últimos cinco anos, o rebanho de ovinos e caprinos quadruplicou no Estado do Amazonas, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária. “Mas o crescimento não foi apenas quantitativo, mas também qualitativo devido a investimento dos criadores em melhoramento genético”, reforça Muni Lourenco. Hoje são 105 mil cabeças em todo o Estado.

AGRIBUSINESS Cattle-raising detaches with the largest herd in Amazonas today is formed by bovines and herds that totalizes 1,5 million of heads destined to cut and milking. According to the Amazon Agriculture and Cattle-raising Federation (AACF), 19 thousand properties are officially registered. The equivalent of 50 thousand people that make cattle-raising the main activity in Amazonas. Fairs such as Expoagro serve to make stronger a sector which in 2012 negotiated 90% of the bovines exposed. To AACF, the Amazon Agriculture Exposition Fair dawned as a reference in genetic quality. Great cattlemen

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from Amazon invested in buying matrixes to improve the cattle in the interior. “The Expoagro shows the strength of the interior because Amazonas it’s not only the Industrial Pole it’s primarily the primary sector”, said the AACF president, Muni Lourenço. To the greatest bovine creator in Amazonas, the Iranduba’s Geni Agriculture, that participated in Expoagro with an exposition of cows and calf from the Girolando race, this year’s fair was an excellent opportunity for business. Six of the little bulls, taken to be commercialized, were sold totalizing a profit of almost $5 thousand. All of them were a product of artificial insemination. Last year, no animal has been sold. Besides, the creator that conquered the first, second and third place in the dairy exposition contest. “The Expoagro serves to make a marketing for the farms”, detached the veterinarian Virgílio Cortes. This business began five years ago and today the property has a sum of 655 heads all headed for lactation. The production goes for a thousand and two hundred liters by day that supplies the market in Manaus. The farm also has 12 record holder in milk production, all awarded in the Mega Milk Competition, realized in Uberaba, interior of Minas Gerais. One of them is the most valuable in the farm, “Bela Odissei Bruna” that produced 72 kilos of milk. The animal that was bought in 2011 for $68 thousand and today is worth $100 thousand. Another example of improvement in genetic quality is the buffalo creator in Itacoatiara, Rodrigo Pinheiro from Carabal Agriculture that participates since the first Expoagro. In 2012 he made only the market for the farm out of the cheese degustation, that prepares to initiate, in 2014, a modern process of insemination, in a partnership with a university.


The fair organizer, Sérgio Muniz, which is the president of the Animal and Vegetal Sanitary Defense Commission (AVSDC), currently Agriculture Defense Agency (ADA), said that four municipal districts of Amazonas have a status free from aftosa fever: Boca do Acre, Lábrea, Canutama and Guajará. Govern’s goal for this year is to extend the classification free from aftosa fever, for all the state.

GROWTH OF THE HERD The natural from Santa Catarina that lives in Manaus for 27 years, Demilço Vivian, is one of the biggest sheep raiser in Amazonas, a title reinforced during the 39th Expoagro this year. The ex-driver got into the business for five years and today counts with a thousand and five hundred heads of the races Santa Inês and Dorper, beyond administrating one of the best calf rancher os matrixes and reproductive from both races in the state. In 2010, the farm was highlighted in Expoagro, presenting the best female and the best reproductive of ovine from the race Santa Inês. The producer says that creating ovine and goats takes less areas than other herd, like the bovine. Besides, the meat is valorized by the market. The goal now is to double the creation to provide genetic improvement for the creators in Amazonas. “Expoagro is an opportunity for all the creators, to expose their business, to promote the quality of their products, it’s a way to show and convince their client”, concludes the creator that also celebrated his good business in the fair that mounted $100 thousand. According to him, the facility to pay, due to di-

rect negotiation, with no bank participation, contributed for a positive balance. During the 2012 Expoagro, 80% o the ovine and goats were negotiated according to the Rural Production Secretary. According to Demilço Vivian, today local market consumes at least three tons of lamb meat per month. At least 90% of this meat comes from Rio Grande do Sul and also from Uruguai and Argentina, that are the biggest producers. Paying attention to this market, the creator is already making plans for the future. The project amplifies the herd to three thousand matrixes in the farm just to work the cut. Investment that depends of a project from the government. The gestational of a goat lasts five months, and after that the animal is ready for the slaughter. In the last five years, the goat and ovine herd quadruplicated in Amazonas according to the Agriculture Federation. “But this growth wasn’t quantitative, but also qualitative due to a investment by the creators in genetic improvement”, says Muni Lourenço. Today there are 105 thousand of heads in all the state.

BALDE CHEIO / PAILFUL Lideranças visitaram uma unidade demonstrativa do projeto Balde Cheio dentro da Expoagro. O projeto está sendo desenvolvido em 45 propriedades na região do município de Autazes / Leaders visited a demonstration unit project in the Bucket Full Expoagro. The project is being developed on 45 properties in the region of the municipality of Autazes.

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China REPORTAGEM: Diárcara Ribeiro e Canal do Produtor F0TOS: Divulgação

Comida brasileira na mesa dos chineses A China com mais de 4.000 anos de história, nas últimas décadas vem se transformando e se tornou um dos motores vitais da economia mundial. No Brasil um dos segmentos que deve se beneficiar desse crescimento é o agronegócio, pois o país será um dos maiores consumidores de alimentos. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Muni Lourenço Silva Júnior, acompanhou uma comitiva da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na China, para a inauguração de um escritório de representação da CNA em Pequim. O objetivo é consolidar e ampliar a participação dos produtos agropecuários brasileiros no crescente mercado consumidor chinês, além de atrair investimentos públicos e privados da China para a infraestrutura do Brasil, em especial para logística de transporte e armazenagem da produção. Para o presidente da Faea, com a inauguração, o mercado regional ganha uma nova possibilidade. "Para nós do Amazonas teremos agora com o escritório da CNA na China, uma possibilidade real de inserção de nossas frutas como polpa de açaí, cupuaçu, maracujá

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entre outras nesse imenso mercado consumidor de 1,4 bilhões de pessoas", avalia.

"Para nós do Amazonas teremos agora, com o escritório da CNA na China, uma possibilidade real de inserção de nossas frutas". Muni Lourenço, presidente da Faea.

Lourenço afirma que a instalação do escritório cumprirá um papel estratégico de intensificar as relações comerciais do Brasil com a China, quanto à alimentos. "Estamos assistindo a mudança no eixo econômico mundial, com a crise nos Estados Unidos e Europa e a forte e consistente ascensão da China e da Ásia. A viagem já rendeu ações concretas de intercâmbio comercial, na qual o Brasil recebeu uma comitiva chinesa, com autoridades do Ministério da Agricultura chinês e empresários do ramo de importação de alimentos".


EXPORTAÇÃO De acordo com a CNA em termos comerciais, três produtos são prioritários no comércio com o país asiático: café, carne e suco de laranja. Segundo a senadora Kátia Abreu, em 2016, a China importará de 55% à 46% a mais de carne de frango e carne de porco, respectivamente, do que atualmente importa, enquanto o comércio de soja, um dos principais produtos exportados pelo Brasil para a China, deverá crescer até 67%. "O Brasil tem condições de produzir, de forma sustentável, para abastecer esse importante mercado consumidor", afirmou. Para garantir a qualidade dos produtos exportados pelo Brasil, a presidente da CNA lembrou que a entidade desenvolveu, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), que engloba, atualmente dados da pecuária de corte. Novos protocolos fitossanitários poderão ser incorporados à PGA, garantindo que dados relativos a outros setores da atividade agropecuária também estejam centralizados eletronicamente, garantindo a credibilidade do produto brasileiro. "O objetivo é estabelecermos uma relação de confiança, garantirmos parcerias e investimentos na infraestrutura para o agronegócio no Brasil e vendermos nossos produtos", explica a senadora.

BRASIL-CHINA No dia 27 de novembro de 2012, o Encontro CNA Brasil-China, organizado pela entidade, a presidente da CNA informou que a China tem US$ 30 bilhões para investir na América Latina nos próximos anos e que esses investimentos devem ser direcionados para projetos rentáveis. Lembrou que o Brasil é um grande exportador de alimentos, mas que o mercado interno é um grande consumidor. Para viabilizar os investimentos locais, a CNA terá um banco de dados com projetos para várias áreas, de diversos tamanhos, que necessitam de financiamentos. Todos os produtores, independente do tamanho de suas propriedades, poderão ter projetos catalogados. “Grandes empresas conseguem fazer joint ventures. Pequenos e médios produtores e empresas do agronegócio são eficientes, mas têm dificuldades para fazer essa interlocução”, afirmou a senadora.

» Equipe da CNA visita pontos estratégicos em Pequim

» Presidente da Faea Muni Lourenço Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013

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Artigo

China – Uma grande oportunidade para o agronegócio brasileiro Foi relevante constatar o entusiasmo e a hospitalidade das autoridades e lideranças empresariais chinesas com a estruturação de uma presença permanente da CNA

Muni Lourenço Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas - FAEA e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR-AM

Foi para mim motivo de extremada honra ter presenciado um momento histórico para o agronegócio brasileiro, quando ao lado da visionária e competente Senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA/Brasil, participei no último dia 14/11 da inauguração do escritório da CNA em Pequim, que muito mais do que uma bela estrutura física, representa a internacionalização da representação dos produtores rurais brasileiros na capital da segunda maior economia do mundo, com alcance e atuação direta em toda Ásia, continente para onde o eixo econômico do mundo se desloca, notadamente a partir da recessão vivenciada por Estados Unidos e Europa. Extremamente louváveis e ousados serão os objetivos desse escritório inaugurado na capital chinesa, quais sejam, a intensificação do intercâmbio comercial do agronegócio brasileiro com a China; a diversificação da pauta de exportações do agronegócio brasileiro para o mercado chinês, hoje muito concentrada na soja, mas que com o escritório da CNA, será buscada sua ampliação para outros produtos como o café, o suco de laranja, os laticínios, as frutas (aí incluídos o açaí e o guaraná amazonenses), produtos florestais, fitofármacos, dentre outros; a ampliação do rol de exportadores brasileiros para a China, fazendo com que não só os grandes grupos de nosso agronegócio possam vender para lá, mas também a pequena e a média empresa ou cooperativa rural; a promoção dos produtos brasileiros junto aos importadores chineses e a atração de investimentos públicos e privados em áreas como de infra-estrutura e logística. Ademais, o escritório da CNA terá a tarefa de fortalecer a marca Brasil e em paralelo fomentar cada vez mais a agregação de valor e inovação aos produtos agropecuários brasileiros exportados. Foi relevante constatar o entusiasmo e a hospitalidade das autoridades e lideranças empresariais chinesas com a estruturação de uma presença permanente da CNA na China, isso porque com isso segundo dito por eles, se cobriu uma lacuna de interlocução do setor produtivo do agronegócio. Além disso, foi ótimo nossa estada em terras chinesas coincidir com a realização do Congresso

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Decenal do Partido Comunista Chinês, de vez que tivemos condições de verificar, relativamente de perto, que o posicionamento dos novos dirigentes chineses é claro no sentido da priorização do mercado interno do país, o que reafirma a pertinência da posição estratégica de fortalecimento da presença do agronegócio brasileiro na China, de um lado para aumentarmos nossas exportações para lá, de outro turno, para atender a crescente demanda por comida da China, que até 2021, quer incrementar sua classe média em 521 milhões de pessoas, mais do que o dobro da população brasileira, ressaltando-se que até 2025, a China já deverá ter triplicado seus índices de consumo, sendo o Brasil o país que reúne todas as condições de produzir, de forma sustentável, para atender esse grande mercado consumidor. Como continuação da construção de um relacionamento consistente e benéfico tanto para a China como para o Brasil, possibilitador de um incremento nas atividades comerciais sino-brasileiras, estará sendo promovido pela CNA em abril de 2013 um seminário, em Pequim, sobre os investimentos em infraestrutura e logística no Brasil, oportunidade ímpar para que possamos fazer com que o nosso país possa ser o destino principal dos investimentos de US$ 30 bilhões que reserva a China para aporte em infraestrutura na América Latina nos próximos anos, recursos significativos que podem contribuir em muito para equacionar os problemas de logística de transporte, armazenagem e escoamento da produção nacional. Haverá também em 2013 a presença de produtos do agronegócio brasileiro, através da CNA, nas feiras de alimentos da China, tais como, FHC 2013 (Food and Hospitality China) e a grandiosa Sial China 2013 (Feira internacional de alimentos e da indústria de bebidas), que acontecerá em maio. Por tudo isso, concluo que esses dois países tão importantes no cenário geopolítico, estão cada vez mais se alinhando para estabelecer a grande relação comercial do início do século 21, onde se verifica facilmente que a prosperidade e a ascensão da China à condição de potência global oferece enormes oportunidades ao Brasil e ao seu pujante agronegócio.


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Pronatec

Conhecimento para os jovens da floresta REPORTAGEM e FOTOS: Diárcara Ribeiro

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Já foram oferecidos os cursos de Bovinocultura de Corte e de Leite; Cultivo e Beneficiamento da Mandioca; Fruticultura, Piscicultura e Horticultura em comunidades do Amazonas beneficiando os jovens do meio rural

» Alunos do município de Parintins, na entrega de certificados dos cursos de Horticultura e Piscicultura

Estudantes se deslocam diariamente da comunidade rural de Caranã, localizada no Baixo Amazonas, caminham durante meia hora, ou seguem de canoa pelo rio até outra localidade, conhecido como Distrito de Pedras, para poderem concluir um curso técnico. A educação, a qualificação profissional é a transformação para uma nova realidade; quem afirma são os próprios estudantes. Nauceli Cardoso Gomes, 18 anos, é uma dessas alunas que realizou o trajeto caminhando até a Escola Estadual Professora Jacy Dutra, durante a realização do curso de Bovinocultura de Leite. Os pais da estudante trabalham com a cultura do abacaxi. “Quando percebi que tinha uma oportunidade de estudar, fiz o curso, no qual só tenho a agradecer. Tive a oportunidade de conhecer o modo correto de trabalhar com o leite, com os animais; aprendi que muita coisa estava sendo feita errada, hoje vamos fazer certo. Meus pais também ficaram felizes. Eu tenho o sonho de poder estudar, ser professora e passar meus conhecimentos aqui”, declarou.

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"O PRONATEC significa satisfação, técnica, inovação entre tantas qualidades. Trabalhar na área rural principalmente no Amazonas é muito gratificante". Carlos Cavalcante, Técnico Agropecuário.

Com o objetivo de levar cursos técnicos de nível médio para os jovens do meio rural, foi firmado um convênio entre o Ministério da Educação, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) central e regional, com parceria da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC), contribuindo cada vez mais para a melhoria da qualidade de vida, rentabilidade do agronegócio, através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRO-

NATEC). Em 2012, o PRONATEC no Amazonas ministrou mais de 3.800 horas de aula incluindo a prática. Os cursos ofertados foram de Bovinocultura de Corte; Bovinocultura de Leite; Cultivo e Beneficiamento da Mandioca; Fruticultura, Piscicultura e Horticultura. No total de 24 turmas e 321 alunos beneficiados. Formado em Medicina Veterinária, Técnico em Agropecuária e pós-graduado, o instrutor, Carlos Cavalcante, 52 anos, afirma que a distância das comunidades assim como as chuvas típicas da região, não impede que os alunos compareçam nas aulas. “Pelo contrário, os estudantes que moram mais distante da escola, são os primeiros a chegarem, pois reconhecem a oportunidade que estão recebendo”. O professor que pega chuva, dorme na casa de alguns comunitários, e que não mede esforços é aplaudido pelos alunos. “Ele muita vezes é um pai”.

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» O instrutor ensina na prática como deve ser a preparação do solo para o cultivo de uma Horta


“O PRONATEC significa satisfação, técnica, inovação entre tantas qualidades. Trabalhar na área rural, principalmente no Amazonas, é muito gratificante, porque as distâncias são enormes e quando esse jovem é qualificado, sabendo que na comunidade onde ele reside haverá uma transformação social, é o maior pagamento que um professor pode receber assim como o carinho deles”, declarou o professor Carlos, que ministrou o curso de Bovinocultura de Corte e de Leite. Entre os módulos do curso, o aluno aprende sobre o ambiente e bem estar animal, vacinação, alimentação, manejo e tem aula de empreendedorismo. “No final do curso, os alunos realizaram um projeto que seja viável economicamente”. Durante a cheia e a seca a perda do rebanho preocupa os fazendeiros, em consequência da ausência de ração, que serve como complemento alimentar. Foi conhecendo de perto a realidade dos pecuaristas da região, uma das principais atividades econômicas do município, que o aluno Vagner Reis de Carvalho, 39 anos, casado e pai de três filhos, encontrou uma alternativa. “Aprendi como fazer um projeto nas aulas do PRONATEC, elaborei um para fazer ração, evitando que em épocas difíceis os produtores tenham que comprar o produto mais caro de outros lugares. Vamos fazer aqui mesmo”, disse o aluno que já começou colocar em prática. Denner Dutra Lacerda, 16 anos, aluno da Escola Estadual Jacy Dutra tem planos para otimizar os negócios da família. “Na nossa região não tem cana plantada, já quero fazer meu projeto para essa cultura e aproveitar o terreno da minha família”. O gestor da escola, Manoel do Rosário Ribeiro, declarou que, “o SENAR-AM incentivou os alunos, eles chegam

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na escola cheios de ânimo. Temos pouca aprovação no vestibular e muitos pais não podem mandar os filhos estudarem na capital, com o curso eles têm mais uma alternativa. Já é possível perceber que o pensamento dos alunos mudou assim como suas atitudes, eles estão com mais técnica e mais preparados para as atividades do campo”. É o caso do estudante Ozias Souza Soares, 18 anos, que durante as aulas do curso de horticultura realuzou seu próprio experimento. “Construi uma horta em casa que deu certo, minha mãe não compra mais na feira couve, cheiro verde, maracujá e outras coisas que plantei”.

PISCICULTURA Viajando pelo Rio Paraná do Ramos durante 1 hora e 20 minutos, em um barco de linha, do município de Parintins até a Comunidade Bom Socorro do Zé Açu, os alunos do curso de Piscicultura seguem de ônibus durante 30 minutos até a propriedade São João. Com uma vontade de aprender e repassar aos estudantes anos de experiência no campo, um senhor de 52 anos, com espírito de um


jovem empreendedor, João Pizano Gonçalves, têm orgulho e muita saudade. “Estou realizando o projeto do meu filho de trazer esses estudantes para nossa propriedade e fazer um intercâmbio”. João Pizano chegou a realizar um curso do SENAR, atualmente retira 7 toneladas de peixe por ano, das espécies de Tambaqui e Matrixã. “O curso que realizei me ajudou, não parei por aqui, fui em busca de mais conhecimento em outros estados. Acredito que o importante é qualificar essa juventude para desenvolver seu próprio negócio assim como eu, e não precisar sair de sua comunidade ou município”, disse. É nessa propriedade que os alunos do PRONATEC aprendem a fazer análise da água, critérios técnicos para implantação de um tanque de piscicultura, anatomia dos peixes, aula de despesca, empreendedorismo é algumas das matérias apresentadas. “O curso de Piscicultura veio estender aos alunos a oportunidade de trabalhar em uma área que está em expansão no mercado, principalmente em Parintins. Os alunos que realizaram o curso estão com um passo à frente”, afirmou a engenheira de pesca e instrutora, Isamildes de Carvalho Ribeiro, que a qualidade do curso ajudou alguns de seus alunos a passarem no vestibular. “Os alunos alegaram que quando foram responder questões de Física e Química lembraram dos ensinamentos técnicos do curso, o que me encheu de orgulho e satisfação”.

JOVEM RURAL Para o presidente do SENAR-AM, Muni Lourenço, está sendo realizado esforço muito grande de todas as autoridades com relação a políticas públicas do Governo Estadual e Federal e da iniciativa privada no sentido de interiorizar a economia, ressaltou ainda que, o Estado do Amazonas alcançou 7% do Produto Interno Bruto (PIB). A ideia é produzir alimentos para atender o mercado consumidor diminuindo a dependência de importação de alimentos de outras regiões. O PRONATEC tem um papel muito importante, porque estamos muito preocupados com a questão do jovem rural, um público que muitas vezes é seduzido pelo êxodo de ir para a capital esvaziando o campo. É preciso dar condições para que eles possam dar continuidade à atividade de seus pais na atividade rural. Estamos convencidos que o PRONATEC está promovendo uma grande contribuição para que os jovens amazonenses rurais, possam ter acesso ao mercado de trabalho e condições melhores a partir dos cursos profissionalizantes. Estes jovens estão tendo a oportunidade

“Aprendi a construir um viveiro para peixes, a realizar projetos, alimentação, muita coisa na prática, hoje sei diferenciar o certo do errado e me sinto preparada para o mercado de trabalho”, afirmou a estudante Géssica Neves dos Santos, 16 anos, que realizou o curso de piscicultura e já investe na horticultura. “Vou fazer quantos puder, não quero ficar parada”. Segundo a gerente técnica do SENAR, Eunice Meneses, o curso permite a continuação do projeto, mesmo quando as aulas acabam. “Toda a comunidade é beneficiada, no curso de horticultura realizado na escola, por exemplo, os alunos aproveitam o que plantaram para levarem para casa ou usarem na merenda escolar. É muito bom saber que eles darão continuidade”. “Todas as ferramentas possíveis para que o jovem seja assistido, tendo acesso às informações necessárias para qualificação técnica, minimizando as barreiras que possam ocasionar a desistência é oferecido aos estudantes. Mesmo com as dificuldades naturais devido a logística do nosso Estado os instrutores estão levando conhecimento em comunidades distantes muitas vezes até cinco dias de barco. Com a educação a chance desses jovens aumentam consideravelmente de poderem ter melhores condições de vida”, afirma o superintendente do SENAR-AM, Aécio Filho.

de colocar em prática o empreendedorismo em várias atividades do segmento agropecuário. Nós acreditamos que a ferramenta da educação aliada ao ensino técnico vai poder dar um grande salto na produção agropecuário do Estado do Amazonas.

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Lançamento

Pioneiros e

REPORTAGEM: Thais Souza FOTOS: Liliane Maia

O professor e ex-reitor da universidade de São Paulo e membro do Conselho da FAS (Fundação Amazonas Sustentável), Jacques Marcovitch, lançou nos dias 4 e 5 de dezembro o projeto Pioneiros e Empreendedores: a Saga do Desenvolvimento no Brasil, no Centro Cultural Palácio da Justiça, em Manaus, que tem por objetivo estimular, principalmente entre os jovens, ações inovadoras de transformação, tendo como referência e ponto de partida a memória do empreendedorismo pioneiro no Brasil, fundamental para o desenvolvimento do país. O projeto, do qual participaram o superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, e a coordenadora do Projeto Educativo, Marina Toledo, congrega exposição, baseada no projeto editorial de autoria de Marcovitch, que aborda a valorização da memória do empreendedorismo pioneiro a partir da trajetória bibliográfica de 24 empresários que atuaram no Brasil nos últimos dois séculos. Também autor do livro A Gestão da Amazônia – Ações Empresariais, Políticas Públicas, Estudos e Propostas, Jacques Marcovitch acredita que o Brasil, como um todo,

» Professor Jacques Marcovitch fala do empreendorismo para o desenvolvimento do país

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tem um enorme potencial a ser explorado, principalmente a Amazônia, cujo modelo de desenvolvimento é basicamente e originalmente: ambiental, cultural, social e econômico. “A Amazônia tem inúmeras oportunidades a apresentar. As indústrias, principalmente de cosméticos e a farmacêutica, que é vista com bons olhos por tantas e tantas fábricas”, afirmou. Com o livro Gestão da Amazônia, Marcovitch pretende também alcançar os mercados estrangeiros, e para isso conta com uma equipe de tradutores. “Queremos que os estrangeiros vejam a Amazônia com um olhar diferenciado, não se baseando apenas em estereótipos.” O lançamento deste livro aconteceu em março do ano passado, e foi exposto com a ajuda da coordenadora museológica e professora titular de Museologia do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, Maria Cristina Oliveira Bruno, no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, em 2010, e também no Espaço Cultural Unifor, em Fortaleza, ainda este ano. As duas exposições mencionadas registraram juntas mais de 80 mil visitantes.

e


empreendedores JACQUES MARCOVITCH É professor da Universidade de São Paulo. Foi presidente do Centro Acadêmico Visconde de Cairo em 1968, ano em que formou-se em Administração de Empresas. Realizou seu mestrado na Owen Graduate School of Management, Vanderbilt University e obteve o grau de Doutor pela USP em 1973. Atualmente é professor da FEA-USP e do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, Fellow na School of International Relations & Pacific Studies, University of California, (San Diego) e Conselheiro do Graduate Institute of International and Development Studies (Genebra, Suiça) e membro do Conselho da Fundação Amazonas Sustentável (FAS). Dentre os diversos prêmios que recebeu, está o prêmio Jabuti, por seu livro A Gestão da Amazônia - Ações Empresariais, Políticas Públicas, Estudos e Propostas.

SINOPSE DOS LIVROS A GESTÃO DA AMAZÔNIA E PROPOSTAS E PIONEIROS E EMPREENDEDORES: A SAGA DO DESENVOLVIMENTO NO BRASIL Em A Gestão da Amazônia, obra editada pela Edusp – Editora da Universidade de São Paulo – o autor evidencia o contraste entre a exuberante biodiversidade dessa imensa região e a gravidade de suas condições socioeconômicas; aborda as discussões sobre o relevante papel da floresta amazônica no presente cenário mundial de mudanças climáticas; analisa ações empresariais, iniciativas governamentais e propostas de pesquisadores; e na conclusão, defende a tese de que a sustentabilidade amazônica é algo indissociável do crescimento econômico. Em Pioneiros e Empreendedores, Marcovitch preenche uma lacuna importante na historiografia econômica e empresarial do Brasil. Do crescimento populacional e agrário ao início da industrialização, casos ricos em detalhes são apresentados e analisados pelo viés do pioneirismo. Uma abordagem que realça como foram enfrentadas adversidades e imponderáveis. Complexos empresariais respeitáves foram erguidos em uma época onde não havia experiência acumulada ou regras que pudessem servir de guia para decisões. Mas as escolhas certas, e outras nem tanto, indicam os caminhos trilhados pelos personagens que povoaram o imaginário e a vida econômica do país nos dois últimos séculos, da Primeira República ao Golpe Militar.

» Livro Pioneiros e Empreendedores: A Saga do Desenvolvimento no Brasil

» Livro A Gestão da Amazônia - Ações Empresariais, Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 Políticas Públicas, Estudos e Propostas e Pioneiros

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Fazenda 3R

Nelore da 3R chega em Roraima REPORTAGEM: Thais Souza FOTOS: Epifânio Leão

A Fazenda 3R, em parceria com a Agropecuária Nortesul, realizou no dia 06 de dezembro o primeiro Encontro de Agropecuária do Estado de Roraima. O evento, que aconteceu no auditório da FAERR (Federação Agropecuária do Estado de Roraima), tem como finalidade mostrar os avanços no campo agropecuário, entre eles a genética de bezerros e a inseminação artificial, e alcançar pecuaristas e produtores envolvidos com gado de corte. Participaram deste evento os principais representantes do mercado agropecuário, entre eles o gerente-administrativo da Fazenda 3R, Rogério Rosalin, que falou sobre como se produzir um bezerro de qualidade. No encontro, foram realizadas palestras com os representantes, seguidas de perguntas feitas pelos produtores. Também estava presente no evento o presidente da Fazenda 3R, Rubens Catenacci, que se mostrou animado com o

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público. “Todos os produtores têm que ter a tecnologia em suas fazendas, por isso a inseminação e a genética. Só assim poderemos ter carne de qualidade. E cada vez mais o brasileiro, e não só ele, paga mais caro por uma carne de qualidade”, afirmou. O evento foi dividido em três palestras, seguindo o patamar da pirâmide agropecuária: pastagem, manejo e genética, que segundo Catenacci, “são os princípios mais importantes a serem seguidos, se você quer ter um gado de qualidade e atender um público que preza por isso.” Rosalin e Catenacci também têm planos para realizar encontros em outras cidades, como Boca do Acre, e para atuar, principalmente em Roraima, com a ajuda da Agropecuária Nortesul. O encontro foi seguido de um delicioso churrasco. “É um avanço. Agora vou poder ter um gado de qualidade, e um público que preza por


FAZENDA 3R A Fazenda 3R é um centro de excelência na produção de gado de corte que produz bezerros comerciais considerados os melhores do Brasil. Essa qualidade é comprovada nos leilões do Fazendeiro e do Criador, considerados os melhores do país para a comercialização de bezerros. Todo esse conhecimento vem sendo alcançado graças a um trabalho de excelência e que une os dois principais pontos de uma seleção: a produção de animais de elite com alta genética e de touros de PO a campo. Para isso, ela desenvolve um trabalho genético apurado, através de técnicas como a transferência de embriões e a Fertilização In Vitro. A seleção do gado puro está cada vez mais criteriosa e a produção dos animais de corte obtém melhores resultados.

O evento contou com palestras de outros representantes da indústria agropecuária, entre eles o representante da Dow AgroSciences, que falou sobre qualidade e manejo em pastagens, o representante e médico-veterinário da Ourofino Agronegócios, William de Moraes, que palestrou sobre técnicas novas de reprodução e sanidade para melhorar a produção do rebanho.

isso. Espero atende-los do jeito que eles merecem”, afirmou um dos produtores presentes. Audacioso, competente e determinado, o importante nelorista, Rubens Catenacci, é detentor da Marca 3R, do município de Figueirão. Um grande profissional do setor que já trabalhou como engraxate, sapateiro, farmacêutico, dentista, advogado e agora é um dos principais nomes da pecuária nacional. Candidato a vice-prefeito de Figueirão, e braço-direito de Rubens Catenacci na Fazenda 3R, Rogério Rosalin, é também detentor da marca Nelore e gerente da Fazenda 3R, uma das expoentes do gado no município de Figueirão, e ajuda Catenacci a manter seu rebanho sempre vacinado e em dia com seu status. Ele é responsável pela organização dos leilões da Fazenda 3R, entre eles o Leilão Bezerros de Qualidade 3R e Convidados e o Leilão Virtual Reprodutores Jovens 3R.

» Gerente Rogério Rosalin e Rubens Catenacci proprietário da Fazenda

» Pecuaristas confraternizam em churrasco após palestras

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Fazenda Favorita

Genética no reba n FOTO LEGENDA: Antonio Ximenes

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a nho amazonense

Fazenda Favorita trabalha com a raça Nelore, investindo em animais geneticamente evoluídos. O pecuarista Edivard Brandão adquiriu novilhas do plantel da Fazenda 3R, de Camapuã, no Mato Grosso do Sul, o melhor da raça no País.

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Oportunidade

Empresa aposta no campo REPORTAGEM: Thaís Souza e Antonio Ximenes FOTOS: Divulgação

Companhia foi criada devido à carência de captação de recursos na Amazônia tendo em vista o setor primário Com o objetivo de buscar crédito para cooperativas e associações do setor primário, bem como para secretarias municipais que as auxiliam, nasceu a empresa Amazônia Socioambiental, companhia criada pelo biólogo e mestre em ecologia, Diego Brandão, em associação com a jornalista Clarice Manhã. A companhia nasceu devido à carência de captação de recursos na Amazônia e investimento dos mesmos em programas voltados para o meio ambiente, em comunidades, cooperativas e associações, como também devido aos polos de produção do setor primário estarem mais voltados às regiões Sul e Sudeste do Brasil. A empresa é fruto de uma intensa pesquisa de campo, e está fortemente focada na relação cliente-empresa. A enorme carência de recursos para o setor primário da economia que envolve pecuária, pesca e agricultura, é um fator agravante, pois existem comunidades e cooperativas que possuem uma vasta gama de projetos pouco explorado. “Vimos que todo esse po-

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» O biólogo Diego Brandão e a jornalista Clarice Manhã lançam a empresa Amazônia Socioambiental MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia


tencial está concentrado nas regiões Sul e Sudeste”, afirma Diego, “Queremos trazer o foco para a nossa região, que também tem muito a ser explorado”. Para isso, a empresa cria projetos para incentivar a educação ambiental nessas comunidades. E não só essas comunidades serão beneficiadas pela empresa, mas também a sociedade como um todo, incluindo também seus financiadores, tudo isso focado na parte social e também na ambiental. “Todos podem fazer parte dessa experiência. Futuramente, as pessoas poderão compartilhar essas experiências com outras pessoas,

e assim mais e mais pessoas se interessarão e farão parte disso”. Por isso, a empresa acredita em ações de educação ambiental, com o objetivo de criar valores que despertem interesses ambientais e sociais. “Queremos ter um time engajado de colaboradores e parceiros, pessoas que realmente estejam dispostas a trabalhar e a trazer experiências para cá, para que possam ser utilizadas por todos nós. E queremos também aplicar efetivamente esses recursos, tanto na agricultura familiar, quanto em projetos cooperativistas”, afirmou.

PROJETOS Diego também já participou de outros projetos, como por exemplo, o livro Semeando Sustentabilidade em Apuí: Fortalecendo a Educação Socioambiental, em parceria com o IDESAM (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas), o Fundo Vale, voltado para o 3° setor da economia, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento de atividades ambientais nesse setor. Participou também do projeto Pecuária Verde, no Apuí, com o intuito de reduzir o impacto do desmatamento e aumentar a produtividade pecuarista. E por fim, participou também de um projeto voltado para o café, também no município de Apuí. Diego se voltou para esse município pois ele é o terceiro do estado do Amazonas com o maior índice de desmatamento.

» Reunião com produtores da Associação Ouro Verde, em Apuí

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013

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» Diego Brandão em aula prática de educação ambiental


OCB - Amazonas

Estratégias para REPORTAGEM e FOTOS: Divulgação OCB/ Eliezer Favacho

» Presidente da OCB/ Sescoop-AM, Petrucio Pereira de Magalhães Jr

2013

Gerar através de encontros regionais, subsídios para os direcionamentos estratégicos do setor, este foi o objetivo do primeiro Fórum Regional de presidentes e superintendentes do Sistema Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) realizado em Manaus, em dezembro de 2012. “Mais do que nunca é o momento de desenvolver e compartilhar estratégias, competências, conhecimentos e tecnologias", afirmou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, durante a solenidade de abertura do Fórum. Para o presidente do Sistema OCB/Sescoop-AM, Petrucio Pereira de Magalhães Júnior, "o encontro visa promover a troca de experiências proativas desenvolvidas pelas entidades do Sistema e aproveitar essas boas práticas para prosseguirmos no caminho do desenvolvimento”, ressaltou. Com o novo modelo de governança implantado pelo Sistema no início de 2012, cada região ganhou um diretor para representar o Estado. Outros encontros foram realizados no país. As duas primeiras edições foram promovidos no Norte e Nordeste do país, respectivamente.

[

"Mais do que nunca é o momento de desenvolver e compartilhar estratégias, competências, conhecimentos e tecnologias". Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB-SESCOOP.

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2013 - Floresta Brasil Amazônia

Em 14 de dezembro, o Nordeste reuniu os estados em Fortaleza (CE). No dia 14 de janeiro de 2013, o Fórum foi realizado na Região Sudeste, em São Paulo (SP); no dia 16 do mesmo mês reuniram-se os estados da Região Sul, em Curitiba (PR); a Região Centro-Oeste promoveu o último Fórum, no dia 22 de janeiro. Os encontros contaram com a presença de representantes das organizações estaduais para discutir as estratégias e planejamentos do setor cooperativista brasileiro para os próximos anos, juntamente com a diretoria da OCB. Os eventos iniciavam a partir das 8h e prosseguiam até às 17h. A programação contemplou debates em grupos de trabalho destinados ao levantamento de sugestões para o plano de ação.

» Presidente da OCB, Marcio Lopes de Freitas


Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013

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OCB - Roraima

A força do cooperativismo FOTOS: Divulgação / OCB-RR

Presidente Silvio de Carvalho recebe o governador José de Anchieta, o senador Romero Jucá, a prefeita Tereza Surita, e cooperados do Estado

» Evento do Ano Internacional das Cooperativas, onde o governador José Anchieta declarou apoio às cooperativas

» Senador Romero Jucá em visita a Casa do Cooperativismo em Roraima

» Campeões do XIII Torneio Intercooperativo de 2012

» Prefeita de Boa Vista, Teresa Surita e vice-prefeito Marcelo Moreira, em visita a Casa do Cooperativismo

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2013 - Floresta Brasil Amazônia


Artigo

IDAM: superando desafios no campo Um ano antes de completar a maioridade o

meta e melhorar cada vez mais a assistência

Instituto de Desenvolvimento Agropecuário

oferecida aos beneficiários.

e Florestal Sustentável do Estado do Ama-

A partir do lançamento do Programa

zonas – IDAM, criado pela Lei Estadual Nº

Amazonas Rural, implementado pelo gover-

2.384, de 18 de março de 1996, tem uma

nador Omar Aziz, em 2012, criou-se novas

trajetória de bons serviços prestados que

oportunidades para que agricultores familia-

transcende seus 17 anos de existência, na

res/produtores rurais tivessem mais acesso

prestação do serviço de Assistência Técnica

a emprego e renda no interior do Estado.

e Extensão Rural (ATER) no Amazonas.

Atendendo a determinação do governador,

Herdeiro do legado das extintas Acar

estamos buscando aprimorar as parcerias

Amazonas e Emater/AM, o IDAM se consoli-

com o Governo Federal e as Prefeituras, prin-

da cada vez mais como órgão oficial de ATER

cipalmente, para que possamos aumentar o

do Amazonas, com o compromisso de levar

número de extensionistas no campo.

o serviço de ATER gratuito a todos os agri-

Dados do Instituto Brasileiro de Geogra-

cultores/produtores rurais conforme pre-

fia e Estatística – IBGE mostram que os agri-

vê a Constituição Estadual e Federal. Com

cultores familiares/produtores rurais que re-

base nessa premissa o IDAM vem executan-

cebem serviços de ATER de qualidade, tem

do ao longo de sua existência ações volta-

a renda quatro vezes superior aos que não

das ao desenvolvimento rural sustentável,

recebem o benefício.

fundamentado nas questões ambientais,

No Estado, a determinação do gover-

geração de ocupações econômicas e renda,

nador Omaz Aziz é clara, e a ideia é que os

fortalecimento das cadeias produtivas nas

serviços de ATER atendam, urgentemente,

áreas agropecuárias, florestal, pesca e pis-

todos os agricultores familiares do Amazo-

cicultura, bem como atividades rurais não

nas. E os órgãos ligados ao setor primário

agrícolas, notadamente, à organização dos

do Estado estão familiarizados com questão.

processos produtivos, de beneficiamento/

Um exemplo é o Projeto Residência Agrária,

agroindustrialização e de comercialização

coordenado pela Sepror, que tem sido exce-

da produção, com vistas à inclusão social e

lente parceiro e que deve contribuir com a

produtiva.

ajuda na assistência técnica ao homem do

Vinculado a Secretaria de Estado de Produção Rural – Sepror, o IDAM atende hoje mais de 92 mil agricultores familiares/ produtores rurais distribuídos nos 62 municípios do Amazonas. Possui uma equipe de 340 extensionistas rurais que atuam nas 66 Unidades Locais. O número ainda é inferior

No Estado, a determinação do governador Omaz Aziz é clara, e a ideia é que os serviços de ATER atendam, urgentemente, todos os agricultores familiares do Amazonas.

campo.

Edimar Vizolli Diretor-Presidente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas – IDAM

ao desejado, tendo em vista que a Política Nacional de Ater (Pnater), coordenada pelo MDA, sugere que cada extensionista possa assistir até 100 produtores rurais/ ano. E desta forma, o Idam luta para conseguir esta

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013

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2013 - Floresta Brasil Amazônia


Artigo

Desafios e oportunidades para a agricultura rondoniense Uma leitura atenta da atual conjuntura da agricultura mundial abre a possibilidade de vislumbrarmos alguns cenários para a agricultura brasileira e rondoniense. A quebra na atual safra de grãos dos Estados Unidos, estimada na ordem de 120 milhões de toneladas, por conta da pior seca que o país enfrenta nos últimos 50 anos, somadas às quebras das safras de milho e soja na Argentina e no Paraguai, na última safra, e a quebra da produção de trigo na Rússia e Ucrânia, ocasionadas tanto pelo frio como pela seca, estão provocando mudanças significativas no mercado de commodities agrícolas, aumento no preço dos alimentos e efeitos em cadeia em diversos setores, como no de combustíveis. Se por um lado o produtor brasileiro de grãos está comemorando a safra recorde comercializada com os melhores preços dos últimos 30 anos, o contexto internacional impacta diretamente na indústria alimentícia, especialmente no setor de carnes, por conta da elevação no custo das rações, o que todos nós começamos a perceber nas prateleiras dos supermercados. Não é por acaso que os suinocultores e avicultores brasileiros vivem a pior crise dos últimos anos. O preço do farelo, por exemplo, subiu mais de 100% nos últimos seis meses. Esperamos que as medidas adotadas pelo governo para socorrer o setor, como a desoneração dos tributos e a renegociação das dívidas, tenham o efeito desejado no curto prazo. No entanto, sabemos que o caminho para se manter no mercado é o aumento da eficiência, com alta produtividade, redução dos custos – principalmente de impostos. Além disso, a luz vermelha da infraestrutura e da logística está acesa há muito tempo no Brasil, sendo uma grande ameaça ao desenvolvimento do País.

O atual cenário revela algumas fragilidades de nossa economia, ao ponto de nos perguntarmos se o Brasil está mesmo pronto para atender o aumento da demanda mundial por alimentos. Nesta conjuntura, Rondônia precisa dar um grande salto de qualidade e produtividade em sua agricultura. Temos o sétimo maior rebanho e o somos quarto maior exportador de carnes do País. Temos uma boa produção de café, cacau, feijão, arroz e soja, além de um grande potencial para a produção de pescado. Nossa agricultura é pujante, com base familiar, mas precisamos aumentar muito a produtividade para nos tornarmos mais competitivo. Para isso, os nossos produtores necessitam de assistência técnica, capacitação, orientação, equipamentos modernos, infraestrutura e tecnologias adaptadas para a realidade rondoniense. Temos que equacionar questões legais extremamente cruciais, como a regularização fundiária e a legislação ambiental. Precisamos de investimento nos transportes intermodais, como na ferrovia de integração Centro-Oeste, na hidrovia do Madeira e na reconstrução da BR-364. São investimentos como estes que irão baratear o custo de produção e manter a vantagem dos alimentos brasileiros no mercado mundial. Se essas questões não forem resolvidas, de nada adiantará termos uma safra recorde e bons preços. A garantia de comida boa e barata na mesa do brasileiro, e o sucesso no mercado internacional, dependem de ações integradas e do senso de oportunidade do governo e dos agricultores para com estes cenários. A hora é agora. Vamos dar o grande salto de qualidade que Rondônia e o Brasil precisam.

Precisamos de investimento nos transportes intermodais, como na ferrovia de integração Centro-Oeste, na hidrovia do Madeira e na reconstrução da BR-364.

Senador Acir Gurgacz Líder do PDT no Senado e presidente da Comissão de Agricultura no biênio 2011/2012

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013

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Artigo

Opção pelo campo

Recuperamos e abrimos mais de 1.000 km de estradas vicinais, construímos parques de exposição agropecuária, matadouros, frigoríficos de pescado no alto Solimões.

Eron Bezerra Secretário da Sepror-AM

Graças à generosidade de 80.545 eleitores amazonenses em 2010, acabo de ser empossado Deputado Federal em substituição a um colega que se licenciou para ser secretário municipal em Manaus. Faço o caminho inverso, pelo menos temporariamente. Solicitei a exoneração do cargo de Secretário de Estado da Produção Rural (SEPROR) para poder assumir a representação popular. Mas, por decisão pessoal e apelo político do governador Omar Aziz, me licencio do cargo de deputado federal para retornar ao comando da SEPROR. Por convicção pessoal e filosófica considero um mandato de Deputado Federal algo extremamente honroso, assim como dos demais cargos eletivos. Tomando como referência a estrutura clássica de estado sugerida por Montesquieu ele é composto pelo Poder Legislativo, Executivo e Judiciário. Ao primeiro cabe a definição das regras, das normas e a rigorosa fiscalização para o cumprimento das mesmas; ao segundo cabe à execução, fazer com que ideias se transformem em atos concretos; e ao terceiro cabe o papel de impedir o descumprimento das normas legais e mesmo da aplicação de tais normas de forma leniente ou parcimoniosa. É desnecessário dizer que tal estrutura está bastante deformada. Não raro o legislativo abre mão de suas prerrogativas. Permite que o executivo e até mesmo o judiciário passem a legislar e mesmo o seu papel fiscalizador acaba sendo exercido pelo Ministério Público que nada mais é do que um órgão do Poder Executivo e, portanto, um ente fiscalizável e não fiscalizador. A manutenção ou intensificação dessa realidade pode criar, em perspectiva, a base de um estado ditatorial aos moldes do modelo preconizado por Thomas Hobbes no clássico Leviatã. Mas essa deformação não elimina o fato de que é no poder legislativo – e apenas nele

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– estão representadas todas as correntes de pensamento que lograram um mínimo de apoio popular durante as eleições. O executivo se expressa pela corrente majoritária e pela própria natureza da disputa não contempla a corrente eventualmente derrotada que, a rigor, deve fazer oposição ao vencedor ou vencedora; o judiciário tem seu critério próprio de escolha, que se inicia pelo concurso público no inicio da carreira e culmina com nomeações de livre escolha do executivo estadual e federal quando se trata das instancias superiores do poder judiciário. Como o Estado, segundo o marxismo, é instrumento de dominação da classe dominante, não é preciso esforço para concluir que nem sempre figuram na pauta ou nas preocupações desse seleto grupo de operadores da justiça os interesses populares. Daí a minha convicção do destacado caráter democrático do poder legislativo. Certamente, o leitor mais atento deve estar se questionando porque alguém com tanta convicção da importância do legislativo o troca pelo executivo. O meu retorno a SEPROR não é por uma presunção de que tudo para com a minha saída. Não tenho esse receio. Há um núcleo básico na Secretaria, no Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas e na Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas bastante motivado e comprometido com a política do setor primário, apesar de extremamente reduzido. Nesse espaço em que dirigimos a secretaria experimentamos importantes avanços. O primeiro deles foi ter conseguido elaborar uma política geral para o setor. Além de termos realizado o primeiro concurso público da história da SEPROR, obtivemos o apoio do governador e da Assembleia Legislativa para igualmente aprovar o 1º Plano de Cargos e Carreira do Setor, bem como um conjunto de


leis e normas que visam estimular a produção em bases sustentáveis. Recuperamos e abrimos mais de 1.000 km de estradas vicinais, construímos parques de exposição agropecuária, matadouros, frigoríficos de pescado no alto Solimões, barcaças e barcos tipo rabetão para escoar a produção, mais de 2.500 casas para trabalhadores rurais e outras tantas estão em construção. Construímos a 1ª fábrica de bacalhau do país em plena selva amazônica e nos preparamos para inaugurar a 2ª planta enquanto assistimos o “bacalhau da Amazônia” virar notícia nacional. Estamos concluindo outras 4 agroindústrias de frutas, uma fecularia, uma destilaria e um polo moveleiro. O produto interno bruto (PIB) do setor primário saltou de 4,38% em 2007 para algo como 7% em 2012, ano em que incorporamos mais 64 mil novos hectares à atividade produtiva. Graças à bravura de nosso braço de extensão rural – o IDAM – e uma parceria estratégica com os agentes financeiros (Banco da Amazônia, Banco do Brasil e AFEAM) acabamos de injetar mais de 180 milhões de reais em atividades no campo amazonense apenas em 2012. Acabamos de entregar lanchas rápidas e trailers para equipar as nossas barreiras sanitárias e assim obter o tão desejado status de área livre de febre aftosa. Dezenas de tratores foram financiados pelo “Mais Alimento” e outros tantos estão sendo entregue as associações de produtores. Em parceria com o Conselho Nacional de Seringueiros e Populações Tradicionais (CNS) estamos entregando 2 mil kits sangria para dinamizar a produção de borracha ao tempo que assistimos a expansão consistente da piscicultura, que já ultrapassa as 18 mil toneladas e em breve será ampliada com a inauguração dos polos de Humaitá, Boca do Acre e Parintins com a mesma finalidade. A EXPOAGRO se supera

ano a ano e acaba de se tornar autossustentável. Acabamos com o desperdício de pescado a partir da criação do Projeto “Peixe Popular”, que assegura a venda de 1 kg de pescado por 1 real. Eliminamos a figura do atravessador com a criação do “Feirão da Sepror” o qual possibilita a comercialização direta entre centenas de produtores e milhares de consumidores. Criamos os encontros de trabalhadores da agricultura familiar (ETAF) que já caminha para a 4ª edição. Editamos 2 livros e 2 CDS com autores exclusivamente de trabalhadores rurais. Criamos uma peça teatral o “Extensionista” e fizemos oficinas para estimular a participação popular. Experimentamos avanços e, naturalmente, alguns reveses, mas não desistimos. Enfrentamos a escassez de recursos orçamentários com racionalização de custos, criatividade, parcerias comunitárias e com uma política agressiva de captação de recursos através de convênios e emendas parlamentares federais. Com o Amazonas Rural, lançado recentemente, as perspectivas são ainda mais alvissareiras. O programa estabelece novos desafios, dentre os quais destacamos: atingir 100 mil toneladas de peixe oriundo da piscicultura, produzir 5 mil toneladas de borracha, modernizar a pecuária, dar especial atenção ao Rio Negro, criar o Projeto de Residência Agrária em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia e Fundação de Amparo a Pesquisa (FAPEAM) e tornar o estado autossuficiente em alimentos básicos. Qualquer solução de continuidade nesse momento não é recomendável, razão pela qual, apesar de toda a minha paixão pelo parlamento, fiz a opção pelo campo. Pretendo, com a ajuda de toda a nossa equipe, concluir os projetos em curso e contribuir para concretizar os anseios dos homens e das mulheres da zona rural.

Acabamos com o desperdício de pescado a partir da criação do Projeto Peixe Popular, que assegura a venda de 1 kg de pescado por 1 real. Eliminamos a figura do atravessador com a criação do Feirão da Sepror o qual possibilita a comercialização direta entre centenas de produtores e milhares de consumidores.

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Borracha

Capacitação para extrativistas REPORTAGEM e FOTOS: Ana Paula Sena

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a

A previsão é que em 2013 a produção de pneus saia de 600 toneladas por ano, para 2 mil toneladas e, em 2014 esse número chegue em 3 mil toneladas Cerca de 40 extrativistas do interior do Amazonas conheceram todo o processo de fabricação de pneus de moto e bicicleta, na Indústria de Pneus Neotec/Levorin, localizada na rodovia AM 010, KM 23. Os seringueiros também participaram do Seminário Extrativista nos dias 12, 13 e

14 de novembro para discutir sobre o setor, visando o fomento, comercialização, escoamento e linhas de crédito, que ocorreu no centro de Treinamento Maromba (Rua da Maromba, s/n, Chapada, em Manaus). A fábrica que utiliza apenas borracha natural da Amazônia, atualmente, tem capacidade produtiva de 660 mil pneus de bicicleta e 100 mil de motos por ano, em uma área de 252.000 m2 de área total e 23.000 m2 de área construída. Com 700 empregados, onde 2.154 famílias são beneficiadas com a extração da borracha. Para o Presidente do Conselho Nacional de Seringueiros - CNS, Manoel Cunha, o extrativismo ressurge como atividade que garante a conservação da biodiversidade, geração de trabalho e renda para as populações do interior do Estado, além de formar uma base para o desenvolvimento. “Poder debater nossos problemas e dar su-

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Borracha gestões para garantir nossa produtividade é um grande avanço, estamos no caminho certo. Queremos garantir a igualdade, o que inclui assistência técnica, preparo para o beneficiamento e gerenciamento da borracha, além do crédito rural”, disse. Para o extrativista de Pauini, Jeová Begido Roberto, ver como funciona a fábrica é um conhecimento importante. “Eu não tinha noção de todo o trabalho e investimento na matéria-prima local que tinha em Manaus. Isso nos valoriza e é uma maneira de reconhecimento do nosso trabalho”, disse Jeová Begido. Assim como em alguns outros segmentos, a fabricação de pneus também sofre concorrência de importados, em especial dos asiáticos e segundo Auro Levorin, o Amazonas responde por 3% de produção de borracha no Brasil. “Nossa intenção é explorar ainda mais essa atividade no Amazonas e nosso compromisso é fazer com que a cultura de exploração da borracha natural volte a ser praticada”, afirmou o empresário. De acordo com Auro Levorin, a previsão é de que em 2013 a produção de pneus saia de 600 toneladas por ano, para 2 mil toneladas e, em 2014 esse número chegue em 3 mil toneladas. “Mesmo com a previsão de aumentar nossa produção, queremos evitar que o produtor seja explorado e queremos ter certeza de que a borracha extraída seja natural da Amazônia, para termos melhor competitividade e avanço tecnológico”, explicou.

SEMINÁRIO O encontro é uma importante reunião do governo intermediado pela ADS com os produtores da Sociobiodiversidade, Técnicos das associações e cooperativas extrativistas. Durante o Seminário Extrativista, foram tratados temas como o fortalecimento do relacionamento entre a empresa (Neotec/Levorin), comunidades, DAP (Declara-

» Auro Levorin, Manoel Cunha e Valdelino Cavalcante

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ção Aptidão ao Pronaf) e o Setor de Produção do Governo do Amazonas; Apoio do MDA no Arranjo produtivo do extrativismo até a empresa Neotec/Levorin; Consumo da borracha natural e estoque regulador; e o Cadastro das famílias/DAP.

SUBVENÇÃO DA BORRACHA É um subsídio do governo do Estado, destinado a agricultores familiares que trabalham com atividade extrativista voltado para o setor da borracha. O cadastro dos associados é feito por meio da Unidade Local do IDAM em cada município.

Foram debatidas também, as oportunidades e programas oferecidos pelo governo para capacitação dos produtores extrativistas, como as políticas de apoios à comercialização e a inclusão das demandas do congresso do CNS, entre outras. Dando espaço para que eles pudessem debater os assuntos e dar sugestões de melhorias para o desenvolvimento dos programas realizados. De acordo com o Presidente da ADS, Valdelino Cavalcante, a meta é fazer com que o Amazonas produza 5 mil toneladas de borracha por ano até 2015. “Hoje a produção é de 1 mil toneladas/ano. Para isso, o Governo do Estado pretende mobilizar 9 mil seringueiros. Encontros como este são muito importantes para que possa abrir uma discussão com o intuito de promover uma melhor qualidade de vida dessa população e gerar mais emprego e renda. Iremos finalizar esse encontro formalizando em um documento com todas as reivindicações dos seringueiros e representantes da classe”, disse. Segundo o Secretário da Sepror, Eron Bezerra, o governo ainda irá distribuir este ano kits sangria, iniciar a


» Auro Levorin levou os participantes do seminário para conhecer a fábrica

DESENVOLVIMENTO O extrativista de Manicoré, Getúlio Pereira do Nascimento, 57, há 12 anos vive da extração da borracha e em 2012 produziu 1 mil quilos de seringa, segundo ele o evento é primordial para o desenvolvimento e valorização da cadeia produtiva da borracha. “Trabalho com o agroextrativismo há 12 anos e graças aos programas e projetos que o Governo do Amazonas tem nos beneficiado. Parabenizo a ADS pela realização do Encontro Extrativista, pois por meio dele estamos selando uma união entre as cooperativas e associações aqui presentes e tendo a oportunidade de conhecer todo o processo de fabricação de pneus, o que é muito gratificante”, enfatiza. construção de novas estradas e construir 1 mil casas populares para estes trabalhadores. “Serão entregues dois mil Kits de sangria ainda este ano para os seringueiros, sabemos que ainda precisa muito mais, por isso encontros como este também é importante para que essa classe possa relatar suas dificuldades e assim o governo com o Programa Amazonas Rural descubra os meios para atender essas demandas”, relatou. O presidente da ADS, Valdelino Cavalcante também enfatiza que o objetivo é planejar e coordenar a política de apoio às atividades de extrativismo. “Essas populações extrativistas são as guardiãs da floresta e esta alternativa garante o controle do acesso aos recursos naturais por seus usuários, assegurando assim os direitos dos trabalhadores da floresta”, afirmou.

APOIOS O evento também contou com o apoio da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Movimento do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea).

PREÇO MÍNIMO O Governo do Amazonas já garante o pagamento do preço mínimo da borracha para os extrativistas no valor de R$ 1,00 e a Conab com recurso federal completa o valor que pode chegar até R$ 3,50, superando o valor do mercado que é de R$ 2,90.

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Mandioca

Uarini aumenta REPORTAGEM e FOTOS: Ana Paula Sena

produção de farinha Através de conhecimentos, intercâmbio e investimentos, produtores do município têm aumento no setor produtivo da mandioca Produtores do município de Uarini (localizado a 540 km de Manaus), aumentam a produção de farinha investindo em tecnologia, capacitação rural, produção agrícola e realizando intercâmbio entre lideranças de outros municípios trocando conhecimentos e experiências, com o

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intuito de alavancar a sua principal atividade econômica, a cultura da mandioca, da qual se fabrica a farinha de Uarini. Com os investimentos, a produção de farinha aumentou de duas toneladas para sete toneladas por hectares após os produtores aderirem ao plantio de maniva mecanizada, com a utilização de adubo químico e correção do solo com aplicação de calcário, diferente do utilizado anteriormente, em área de toco, plantadas pelos agricultores com enxada. Atualmente, o município conta com 110 trabalhadores e 19 casas de farinhas. De acordo com o agricultor Manoel Lima 52, todo o processo para a fabricação de farinha é feita em Uarini, inclusive as embalagens para a comercialização. “Desde a plantação até o produto já embalado nós fazemos aqui. Estamos mudando nossa cultura de deixar a plantação de toco e passar para a mecanizada. Quem já mudou alcançou os resultados e aumentou a produção”, assegurou. O governo do Estado do Amazonas, por meio da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), também apoia os produtores e cursos ministrados a partir do Programa Amazonas Rural, para que os produtores possam investir na qualidade do produto e aumentar a produção. O presidente da ADS, Valdelino Cavalcante, enfatiza que Uarini é um exemplo concreto de Desenvolvimento Sustentável. “O Programa Amazonas Rural traz esse apoio ao agricultor, por meio de parcerias com diversos órgãos, melhorando a vida das famílias. Esse é um exemplo de como aproveitar áreas degradadas para promover emprego e renda à comunidade”, afirmou. De acordo com Valdelino Cavalcante, a


» Técnico do IDAM Frade Júnior, vereador Francisco Moraes (Barbado) e o presidente da ADS Valdelino Cavalcante

ADS participa desse processo dando oportunidades para os agricultores comercializarem o produto final através do Programa de Regionalização da Merenda Escolar – PREME. “Hoje a merenda escolar compra 500 toneladas de farinha, com preço justo e garantindo a produção dos agricultores, que antes vendiam para o atravessador por um preço injusto”, destacou.

PRODUTO A logística é um dos maiores desafios do dia a dia do agricultor de Uarini, o acesso é apenas por via fluvial. De acordo com o produtor Sebastião Monteiro Pereira, 50, que há 40 anos trabalha na plantação de mandioca,

esse é um dos motivos que fez os produtores investirem nessa região e no seu produto. “Estamos colhendo a primeira produção de mandioca mecanizada, após três anos de plantio e percebemos nitidamente a diferença, pois saímos de duas toneladas para sete”, disse. Ainda segundo o agricultor, outro benefício de ter uma produção mecanizada é a preservação do meio ambiente. “A roça de toco afeta a natureza, pois é preciso sempre está desmatando, com a mecanizada e correção de solo aproveitamos a área já degradada”, explicou Sebastião Pereira. O gerente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM), José Maria Frade Júnior, relata que o órgão possui uma sede no município que presta auxílio técnico a cerca de 300 famílias de Uarini, entre produtores de várzea e terra firme. “Nem mesmo a distância impede que a gente chegue até os nossos agricultores, reforçando o interesse do governo do Estado em atender da melhor forma possível o setor primário”, afirmou.

PREPARO DA MANDIOCA O plantio da mandioca é realizado com manivas ou manivas-sementes, também denominadas manaíba, toletes ou rebolos; que são partes das hastes ou ramas do terço médio da planta, com mais ou menos 20 cm de comprimento. A seleção e preparo do material de plantio são determinantes para um ótimo desenvolvimento da cultura da mandioca, resultando em aumento de produção com pequenos custos.

» A farinha do uarini é uma das marcas mais conhecidas na mesa do amazonense Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013

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Balanço

Feiras de produtos regionais REPORTAGEM e FOTOS: Ana Paula Sena

As Feiras do Centro de Instrução de Guerra na Selva CIGS, da Economia Feminista e Solidária de Produtos Regionais - Aeronáutica, da Cidade Nova e Polícia Militar movimentaram, em 2012, R$ 7.305,947 em recursos, e comercializaram 2.080 mil toneladas de produtos oriundos dos 62 municípios do Amazonas. As Feiras de Produtos beneficiam famílias, agricultores, e o comércio local. Em 2012, cerca de 400 mil pessoas frequentaram as feiras, que também contam com a participação de mais de 200 cooperativas e associações, beneficiando 11.575 famílias. O estímulo ao setor rural faz parte da política do governador, Omar Aziz, para ampliar o leque de oportunidades aos produtores do in-

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2013 - Floresta Brasil Amazônia

Um público de 400 mil pessoas frequentam as feiras, que conta com a participação de 200 cooperativas e associações e beneficia 11.575 famílias

terior, visando a padronização e organização das feiras de Manaus para receber os produtos vindos do interior. Ao apresentar os resultados das edições deste ano, o presidente da ADS, Valdelino Cavalcante, destacou a importância do Programa Amazonas Rural e das parcerias para a realização das feiras que incentiva e apoia


» Produtores rurais contam com lugar fixo e estrutura adequada para comercializar seus produtos

essas ações. “Hoje são mais de 11 mil famílias beneficiadas pelo programa que contam com locais fixos, estrutura adequada para comercializar seus produtos e com o fim do atravessador no seu negócio, gerando mais oportunidade de renda e trabalho”, afirmou o presidente. Durante os anos de 2008/2012 todos os resultados alcançados nas feiras, contabilizaram R$ 20.478.328 em recursos movimentados, comercializando 6.545.857 produtos, beneficiando 11.575 famílias. As feiras ocorrem quinzenalmente, a partir das 6h da manhã, estendendo-se até o meio dia, aberta ao público local.

CIGS Implantada desde 16 de fevereiro de 2008, a Feira de Produtos Regionais realizada no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) gerou entre 2008/2012 um volume total de recursos de R$ 12.199.950 milhões. Em 12 meses, a feira do CIGS, comercializou 584. 742 produtos, oriundos de 88 cooperativas do interior do Estado, recebeu mais de 60 mil visitantes e beneficiou 3.575 famílias. Em todo o ano a feira contabilizou R$ 2.607.116 em recursos movimentados. A Feira do Cigs é resultado de uma parceria existente entre o Governo do Estado do Amazonas (por meio da ADS) e o Exército Brasileiro (por intermédio do CIGS), fortalecendo suas ações com apoios e produção rural local.

De acordo com o produtor rural, Adalberto Alves, sua vida mudou ao comercializar seus produtos nas feiras. “Estamos tendo muitas chances com essa parceria do Governo do Estado e Exército Brasileiro. Eu, por exemplo, já estou com mais de dez funcionários, e quero crescer ainda mais”, comemora.

CIDADE NOVA Criada através de parcerias feitas pela ADS e a Escola Júlio César de Morais Passos, na Avenida Max Teixeira, 1041, a feira da cidade nova tem os moldes da feira realizada no CIGS, porém, traz menores dimensões, atendendo demandas locais. A Feira da Cidade Nova obteve R$ 1.235.460, em recursos movimentados, durante o ano de 2012. Em 12 meses, comercializou 599.018 produtos, oriundos de 42 cooperativas do interior do Estado, recebeu mais de 68 mil visitantes e beneficiou 2.950 famílias. Dentre os anos de 2010 a 2012 a feira contabilizou R$ 4.032.469 em recursos movimentados. A produtora Maria Lúcia Santos, 47, também comercializa na feira, afirma ter alavancado os negócios e aumentado sua produtividade. “Tenho uma produção no município de Rio Preto da Eva, no Ramal do Baixo Rio, Km 8 e posso afirmar que antes de ser implantada a feira da ADS, eu vendia apenas para os atravessadores, hoje vendo farinha, tapioca, goma e hortifruti direto para o consumidor, com um excelente preço”, destacou.

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Balanço POLÍCIA MILITAR Mais uma parceira pública, entre a ADS e a Polícia Militar. A feira de produtos regionais no quartel do Comando Geral da Polícia Militar, no Bairro de Petrópolis, iniciou-se em 21 de maio de 2011. Quinzenalmente, o Comando Geral da Polícia Militar abre seus portões aos sábados para o público local ter acesso aos produtos regionais disponíveis à venda no local. A Feira da PM, em 2012, obteve um total de R$ 1.024.780,00 em recursos movimentados. Comercializou em 12 meses, 273.273 produtos, oriundos de 69 cooperativas, recebeu mais de 59 mil visitantes e beneficiou 1.650 famílias. Dentre os anos de 2011/2013 a feira contabilizou R$ 1.825.588 em recursos movimentados. A consumidora Jacira de Queiroz, afirma que todo o sábado frequenta as feiras da ADS e garante que são os melhores produtos e preços. “Faço questão de comprar toda semana nas feiras, porque são produtos frescos e com preços acessíveis. É muito bom ter esse contato com o produtor”, disse.

AERONÁUTICA O Governo do Estado do Amazonas lançou no dia 04 de fevereiro de 2012, em parceria com militares da Aeronáutica, a Feira da Economia Feminista e Solidária de Produtos Regionais do Amazonas, no pátio do Clube dos Suboficias e Sargentos da Aeronáutica (Cassam), zona sul. A parceria resulta de um convênio entre o Governo do Estado, Ministério da Pesca e Agricultura, e o 7º Comando Aéreo Regional (7º Comar). A Feira da Aeronáutica, em 2012, contabilizou R$ 2.420.591,00, em recursos movimentados. Em 12 meses, comercializou 620.689

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produtos, oriundos de 92 cooperativas do interior do Estado, e recebeu mais de 84 mil visitantes, beneficiando 3.400 famílias. Raimunda Ferreira é produtora de banana e garante que os incentivos do Governo do Amazonas são primordiais para o crescimento da produção nas hortas e na renda familiar. “As feiras tiraram a gente de muitas dificuldades, com o apoio que temos hoje podemos planejar melhor nossa vida e o trabalho”, disse.

ENCERRAMENTO DAS FEIRAS 2012

ARBORIZAÇÃO O Governo do Estado do Amazonas, por meio da Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), lançou durante o encerramento da Feira da Economia Feminista e Solidária de Produtos Regionais da Aeronáutica, a arborização do Cassam, que faz parte do Projeto de Reambientação de Prédios Públicos, desenvolvido pelo Programa Manaus Mais Verde, da Prefeitura de Manaus. Foram plantadas no entorno do estacionamento do Clube 48 mudas, entre espécies arbóreas e ornamentais. Serão árvores de ipê amarelo, rosa e branco, seringueira, Pau-Brasil, pau-pretinho, andiroba, e mudas de palmeiras de açaí. Ainda serão plantadas, na área interna do Cassam 500 mudas de espécies ornamentais arbustivas, sendo 200 minixiórias, 200 papoulas e 100 mini-alamandas. A ação atende a uma solicitação da ADS, que utiliza o espaço do clube para a realização da feira de produtores rurais. A Semmas mantém pontos de distribuição de mudas do Projeto Meu Pé de Fruta, que visa estimular o plantio de mudas frutíferas em quintais urbanos- nas quatro feiras da ADS (Cidade Nova, Cigs, Aeronáutica e Policia Militar). A parceria para a instalação dos pontos de distribuição foi firmada em fevereiro de 2012, o que ajudou em muito a intensificar a doação de mudas à população.

Durante os encerramentos das feiras, a ADS apresentou uma prestação de contas de todas as edições das Feiras de Produtos Regionais. Cada produtor presente teve acesso aos recursos movimentados pelas feiras desde as suas devidas implantações. O evento contou ainda com a presença do vice-governador José Melo e demais autoridades. Logo após, houve uma feijoada comemorativa pelos números alcançados com as realizações das feiras. “É uma experiência pioneira e inovadora, em nível de Brasil. A população também é beneficiada ao ter acesso a frutas, verduras, hortaliças, carnes, entre outros produtos de qualidade e com preços bem mais acessíveis. Isso porque a feira conta com a participação direta do produtor rural”, enfatizou o vice-governador. O presidente da ADS, Valdelino Cavalcante, garante que o resultado desta ação fortalece o cooperativismo e o associativismo no Estado do Amazonas e favorece o desenvolvimento da agroindústria a partir do trabalho do produtor rural. “É muito importante este canal de comercialização aberto, por agregar valor a atividade e garantir a comercialização da produção oriunda, principalmente, da agricultura familiar”, disse. Ele ainda afirma que a Feira de Produtos Regionais

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Balanço teve uma evolução significativa desde 2008 com o resultado final em 2012 muito expressivo. “Para participar da Feira de Produtos Regionais estabelecemos como critério que o interessado seja genuinamente produtor rural e que esteja organizado em associações ou cooperativas. Dessa forma, procuramos evitar a ação do atravessador que comercializa os produtos por um preço superior aos oferecidos pelos próprios agricultores”, explicou.

APOIOS Este trabalho envolve a participação de vários órgãos governamentais que integram o Programa Amazonas Rural e apoiam direta e indiretamente o setor produtivo como o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas – IDAM, a Agência de Fomento do Estado do Amazonas – Afeam, Secretaria de Estado da Produção Rural – Sepror, Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS, Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas – Faea, Serviço Nacional de Aprendizagem Rura l – Senar. São órgãos que atuam com a assistência técnica, capacitação, apoio logístico, crédito e fomento para aos produtores. Tem papel importante também neste cenário a Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Amazonas – OCB/AM, e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, que auxilia na formação e capacitação dos pequenos empreendedores.

» Autoridades prestigiam festa de confraternização da ADS no qual foi feita prestação de contas das feiras

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Artigo

Por que Amazonas Rural? Com o lançamento do Programa Amazonas

deia da piscicultura; incorporação de tecno-

Rural em julho de 2012, o Governo do Ama-

logias nas cadeias da juta e malva, mandio-

zonas sinaliza sua preocupação com o desen-

cultura e pecuária; ampliação e acesso dos

volvimento dos municípios amazonenses a

produtores aos canais de comercialização;

partir de uma política de investimentos pú-

apoio a organização social etc.

blicos e privados no campo, como estratégia

Os primeiros resultados do Programa

central para o fortalecimento da economia

já podem ser notados nos dados do crédito

desses municípios do interior do Estado.

rural, que subiu de uma média histórica de

O Programa Amazonas Rural lançou o

30 milhões de reais ao ano para um volume

desafio de produzir localmente a maior par-

de 180 milhões de reais em 2012. Também

te da alimentação da população amazonen-

já foram editadas leis que definem critérios

se, gerando riqueza e empregos no Estado e

para o desenvolvimento de ações produtivas

dinamizando a economia dos municípios do

rurais no Estado, como a Lei da Aquicultura e

interior. Esse desafio se baseia num proble-

a nova Lei do Licenciamento Ambiental.

ma objetivo: a população amazonense con-

O crescimento expressivo do PIB Agro-

some anualmente 1,27 milhões de toneladas

pecuário do Amazonas – que saltou de 4,8%

de alimentos a um custo aproximado de 2,5

em 2007 para 7% em 2012 – revelam que a

bilhões de reais, sendo que uma porção sig-

economia do setor primário tem respondido

nificativa desses alimentos é importada de

rápida e positivamente às ações executadas

outros Estados brasileiros. A importação de

pela Sepror nos últimos 5 anos. Dados como

alimentos é uma torneira aberta por onde

esse justificam a ampliação da ação do Esta-

escoa grande parte da riqueza do Estado.

do no setor primário através do Amazonas

A atividade agropecuária no Amazonas ocupa 1,21% da área total do Estado, distri-

O Programa Amazonas Rural lançou o desafio de produzir localmente a maior parte da alimentação da população amazonense, gerando riqueza e empregos no Estado e dinamizando a economia dos municípios do interior.

Rural, que prevê investimentos da ordem de 1 bilhão de reais em 4 anos.

buídos em 64.804 propriedades e 6.532 comunidades rurais. Considerando a área total desmatada de 2,2% do total, é possível dobrar a produção de alimentos do Amazonas sem ter que desmatar nenhuma nova área. Esse desafio – de produzir no próprio Estado a maior parte dos alimentos que consumimos – está sendo perseguido com apoio às principais cadeias produtivas – como piscicultura, mandiocultura, juta e malva, borracha, pecuária, fruticultura, manejo madeireiro etc. –, com expressiva ampliação do serviço de ATER; investimentos na infraestrutura (recuperação de vicinais e aquisição de veículos); forte expansão na concessão do crédito

Alíria Noronha Coordenadora do Programa Amazonas Rural – Sepror-AM, graduada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Montes Claros e mestre em Administração pela Universidade Federal de Lavras

rural; crédito subsidiado para alavancar a ca-

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Comemoração

Sebrae comemora 40 anos REPORTAGEM e FOTOS: Ana Paula Sena

Os 40 anos do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Amazonas (Sebrae-AM) foi comemorado por servidores, representantes de órgãos e amigos do Estado do Amazonas, com uma grande festa realizada no Clube do Trabalhador – SESI, localizado no São José, zona Leste de Manaus. Na ocasião, diversos empresários que se destacaram ao logo do ano de 2012 e personalidades que contribuíram com a história do Sebrae/AM receberam a Medalha da Ordem do Mérito Empresarial do Sebrae, dentre eles, o presidente da Agência de Desenvolvimento Sustentá-

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vel do Amazonas – ADS, Valdelino Cavalcante e o desembargador Domingos Jorge Chalub, do Tribunal de Justiça do Amazonas – TJAM. De acordo com o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae e presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, são 40 anos de história, de contribuição com a sociedade amazonense que merece ser lembrada. “Entregamos as Medalhas para essas pessoas, ex-funcionários do Sebrae, empresários e magistrados, como forma de agradecimento e homenagem”, acrescentou Antônio Silva.


[

"Inclusive inovamos e fomos referência nacional, quando licitamos barcos e fomos a todos os municípios amazonenses, falando de inclusão social e por meio do projeto Sala do Empreendedor". Nelson Rocha, Diretor-Superindentente Sebrae-AM.

» Valdelino Cavalcante, José Merched Chaar e Demilson Vivian

O homenageado, Valdelino Cavalcante, destacou o trabalho do Sebrae no interior do Estado. “O Sebrae realiza um grande trabalho com o cooperativismo, não há competição, há colaboração e apoio. Fico honrado em receber homenagem deste estimado órgão”, afirmou. O desembargador, Domingos Chalub, agradeceu o reconhecimento destacando a contribuição do Sebrae na geração de empregos no Amazonas. “Eu fico muito agradecido em receber uma comenda como esta, ainda mais de um órgão que fomenta empregos, gera renda, contribuindo para o desenvolvimento do nosso Estado. Eu só tenho a agradecer”, disse.

INTERIOR O diretor-superintendente da entidade, Nelson Rocha, destacou que o Sebrae-AM marca presença no interior do Estado, com programas e projetos por meio de unidades móveis. “Inclusive inovamos e fomos referência nacional, quando licitamos barcos e fomos a todos os municípios amazonenses, falando de inclusão social e por meio do projeto Sala do Empreendedor”, disse ele, informando também que o “Desafio Sebrae” foi levado a países como Argentina e Paraguai. Nelson Rocha informou que este ano o Sebrae foi responsável por 205,5 mil atendimentos, entre pessoas interessadas em ter seu próprio negócio e donos de micro e pequenas empresas formais ou informais. Além dos atendimentos diários, o órgão realiza cerca de cem projetos de desenvolvimento setorial, ações e atividades que levam conhecimento e informação aos empreendedores do Estado. O superintendente também estendeu os agradecimentos e gratidão aos funcionários e aos precursores do Sebrae, os seus superintendentes anteriores.

SEBRAE O Sebrae foi fundado em 1972, quando foi criado, em Manaus, o Núcleo de Assistência Industrial (NAI), que transformou-se mais tarde em Centro de Assistência Gerencial às Micro e Pequenas Empresas (Ceag), ligado ao Centro Brasileiro de Assistência Gerencial às Micro e Pequenas Empresas (Cebrae). O Cebrae com “C” existiu até 1990, quando foi extinto e sua estrutura incorporada ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

PARTICIPAÇÃO Também participaram do evento, o diretor-executivo da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Flávio Dutra; o gerente regional da Caixa Econômica Federal, Carlos Alberto Bonin, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, o presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Ismael Bicharra, o secretário da Federação do Comércio do Estado do Amazonas (Fecomércio), Hélio Nobre, o diretor técnico do Sebrae, Maurício Sefair; a presidente do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Amazonas, Suely Moraes e o presidente da Associação Amazonense dos Municípios e prefeito de Manaquiri, Jair Souto.

» Valdelino Cavalcante, Airton Schneider, Pedro Falabella, Adjunto Afonso e Edimar Vizolli

» Valdelino Cavalcante recebeu medalha da Ordem do Mérito Empresarial


Fé ribeirinha

São Sebastião do Uruapeara REPORTAGEM e FOTOS: Lineize Leal

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Cerca de 4 mil fiéis participam todos os anos da homenagem ao Santo Padroeiro da Comunidade Centenário Lago Uruapeara, lugar com legado histórico marcado pelo extrativismo da borracha e por beleza natural peculiar. Nessa região, a 15 horas de barco do município de Humaitá, está situada a Comunidade Centenária. Foi comemorado nos dias 19 e 20 de janeiro o festejo ao glorioso São Sebastião. A cultura é secular, vem desde a época dos seringueiros, quando devotos rezavam uma ladainha em latim para que o santo, conhecido naquela região como o grande defensor das epidemias, lhes proteges-

[

A novidade desse ano foi a Missa Amazônica e os cânticos regionais voltados à conscientização ambiental

se. A tradição foi evoluindo e deu origem aos festejos do padroeiro da comunidade. Atualmente o festejo reúne cerca de quatro mil foliões todos os anos, de acordo com Leidy Morais, coordenadora do festejo desde 2010. A trajetória religiosa inicia no dia dez de janeiro e termina dia 20 do mesmo mês, pela manhã é rezado por fiéis o terço da penitência; já durante a noite, uruapearenses e visitantes das comunidades próximas da calha do Rio Madeira e de outras cidades participam das novenas. Danças e leilões também fazem parte da programação. “Cada comunidade da redondeza é responsável por re-

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» Nossa Senhora das Águas foi homenageada na Missa Amazônica

alizar uma noite de novena, esse ano, oito comunidades participaram dos novenários”, frisa a coordenadora. Na véspera do festejo, Nossa Senhora das Águas, considerada Rainha das ribanceiras e protetora dos ribeirinhos, foi homenageada durante a missa ministrada pelo diácono permanente, Oscarino Lobato, 69, e o seminarista Edimilton Botelho, 34, eles emocionaram os fiéis com uma ladainha cantada em latim. Representando o homem da floresta, o caçador, seringueiro e lavrador ofertaram seus instrumentos de trabalho como forma de pedir proteção a Nossa Senhora. Após a celebração religiosa, leilão, danças e muita festa, encerraram a noite do dia 19. Tendo como mediador as embarcações, a imagem de São Sebastião foi transportada em uma procissão fluvial na tarde do dia 20, no Lago Uruapeara. Centenas de fiéis participaram do percurso em adoração ao Padroeiro da Comunidade. Esse momento é sempre considerado um dos mais belos do festejo. Após a procissão fluvial houve uma concentração em frente à igreja quando a imagem do Santo Padroeiro foi carregada nos ombros por devotos e pagadores de promessas. A novidade desse ano foi a Missa Amazônica e os cânticos regionais voltados à conscientização ambiental. Durante a celebração, o paneiro, a canoa e o famoso tipiti, produtos típicos da região foram ofertados pelos seringueiros no altar.

muitas bênçãos e também muitas surpresas”, ressaltou o anfitrião, filho de Dona Líbia Neves, devota e líder comunitária. Como forma de agradecimento, os foliões entoaram louvores tradicionais em sincronia, na chegada e saída da residência do juiz da festa. Para o capitão dos foliões, Miguel Rodrigues, 66, é uma honra ter essa função todos os anos. “O Capitão é quem coordena o grupo, eu me sinto honrado de participar deste grupo de foliões e estar hoje aqui na casa da família Neves”. O secretário do grupo, Nelson Morais, 57, conta que a herança da função veio de seu pai. “Antes de falecer meu pai pediu pra que eu tomasse conta dessa função, pra mim é uma questão de promessa e fidelidade com a imagem de meu pai”.

JUIZ DA FESTA Responsável por fornecer a alimentação aos foliões, Raimundo Neves Júnior, 49, foi mais uma vez o juiz da Festa. “Para mim é muito gratificante recepcionar os foliões pela terceira vez. São Sebastião tem me reservado

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» O Juiz da festa Júnior Neves e Dona Líbia Neves, sua mãe


» A dança do seringador é uma cultura da região do Uruapeara

para a plateia na noite do dia 20. As mães disponibilizam as crianças para participarem e venderem os votos semanas antes dos festejos, até o dia de São Sebastião, aquela que tiver contabilizado maior valor em dinheiro é a vencedora do concurso. Esse ano, a boneca campeã foi a pequena Estérfany, de apenas cinco anos, a candidata conseguiu faturar cerca de R$ 1.200,00. Na categoria de rainha do festejo, Marinês Marques, 16, foi a vencedora. Ela arrecadou a quantia de R$ 2.250,00 e disse estar surpresa por ter se destacado no concurso. “Eu não esperava ganhar o concurso, mas é o fruto de todo esforço que fiz em tentar arrecadar o

DANÇA DO SERINGADOR Uma dança típica da região do Uruapeara em que homem e a mulher dançam separados. O objetivo da dama é laçar o cavalheiro, e mesmo tentando resistir, este fica entrelaçado por uma faixa vermelha que a dama possui nos membros superiores. Assim é a dança do seringador, uma das principais atrações dos festejos de São Sebastião. A música cantada para dançar esses passos é entoada pelos artistas foliões, que cantam e encantam quem assiste o espetáculo cultural. Os instrumentos do som denominados de gambá, xeque xeque e reque reque são fabricados artesanalmente com o couro de veado (caça) e o bambu (um tipo de planta amazônica). A dança do seringador é uma tradição cultural e faz parte da programação dos festejos de São Sebastião todos os anos, reinventando e fortalecendo a tradição.

» Júnior Neves é devoto de São Sebastião

BELEZA E GLAMOUR NA ÚLTIMA NOITE DE FESTA O concurso de boneca viva tem como propósito arrecadar recursos financeiros para a comunidade. As candidatas do concurso desfilaram com todo o charme e glamour

» Rainhas do festejo

máximo de dinheiro para ajudar a comunidade, e graças a Deus consegui”, ressalta. A vereadora Régi Trindade (PSDB-AM) entregou o prêmio simbólico para a soberana. A segunda colocada foi Alessandra, 17, que também ganhou título de rainha. O juiz da festa, Júnior Neves, fez a entrega do prêmio para a moça.

ESPORTE PRESENTE NO FESTEJO O esporte também fez parte durante o festejo da Comunidade Centenário. Na tarde de sábado, dia 19, os times Auxiliadora, São Pedro, Força Jovem, Nossa Senhora das Graças, Cristo Rei, Surué, Boca do Jauari e Santo Antônio disputaram o campeonato feminino de futebol de campo. As atletas mostraram para a torcida o potencial da mulher uruapearense. As artilheiras do Distrito de Auxiliadora, foram mais uma vez a campeãs, elas conquistaram a premiação de R$ 350,00. Ana Paula, 22, é jogadora do time desde 2010, e sempre cria expectativa positiva no torneio. “Todos os anos

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Fé ribeirinha trazemos o time sempre confiantes na vitória, esse ano não foi diferente dos outros; o resultado é esse: levamos o primeiro lugar” vibra a jogadora. O time Sairé foi o segundo colocado com a premiação de R$ 200 reais. Na categoria masculina, 17 times participaram, mas a vitória foi do time da própria Comunidade, o Renovação Centenário conquistou o troféu, medalhas e uma premiação de R$ 2.000,00. Os jogadores vitoriosos participaram da procissão como forma de homenagem e agradecimento.

BENEFÍCIO PARA A COMUNIDADE Durante os festejos de São Sebastião a Comunidade foi beneficiada pela Prefeitura de Humaitá com uma lancha (canoa de alumínio e um motor de polpa) o veículo irá proporcionar aos moradores daquela localidade a facilidade em se locomover até o Município quando for necessário tratamento de saúde. O então prefeito de Humaitá em exercício, Herivâneo Seixas (PTN-AM), fez a entrega da lancha. “Essa lancha será utilizada para trafegar pacientes da comunidade que podem vir a precisar, eu fico muito feliz com a entrega dessa premiação para a Comunidade, é uma forma de facilitar e dar mais comodidade. Os moradores que precisarem desse serviço agora possuem um transporte rápido. Quero agradecer a São Sebastião por permitir que eu esteja participando de mais um ano dos festejos junto com o povo dessa comunidade”, ressaltou.

EXTRATIVISMO SUSTENTÁVEL NA REGIÃO A Associação dos Produtores de Borracha de Uruapeara (APBU) com sede instalada na Comunidade Centenário tem como propósito reativar os seringais da Região. Isso devido a uma necessidade de produzir o látex, a borracha natural para a produção de pneus de bicicletas e motos para empresas do Estado do Amazonas. “Hoje existe uma parceria entre Governo Federal, Estadual, e Municipal, para que a gente retome esta atividade até então esquecida. Temos hoje o Município de Humaitá, como um município que reativou este setor do látex”, disse o presidente da APBU, Roberval Silva. Ele ressalta que ano passado o ciclo fechou em cerca de 29 toneladas, a esti-

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2013 - Floresta Brasil Amazônia

mativa para esse ano é de 80 toneladas, em 2013 será de 200 toneladas. Uma forma de incentivar o extrativismo sustentável para as 200 famílias que já participam da associação, propagada em junho de 2011.

PROJETOS FUTUROS A construção de uma casa paroquial é um dos projetos da Comunidade Centenário. Existente há mais de cem anos, a Paróquia ainda não tem uma residência para os padres ou seminaristas que se deslocam de outras cidades para realizar o sacerdócio durante os festejos de São Sebastião. A comunidade ainda sofre com a carência de padres. Filho do Diácono permanente, Oscar Lobato Botelho, o seminarista Edimilton Botelho reside e estuda Teologia em Humaitá, ele diz que seu objetivo é tornar-se padre e atuar na Comunidade Centenário. “Pretendo me formar e servir ao povo de Uruapeara, esse é meu sonho”. Todos os anos, pai e filho celebram as missas durante as noites de festejo. “No próximo ano eles ficarão na casa paroquial, porque vamos construir uma nas dependências da Igreja, nosso objetivo é galgar cada vez mais, a construção da casa é uma dos nossos projetos’’, finaliza a coordenadora Leidy Morais”.

» O time campeão, Renovação Centenário, se prepara para tradicional procissão fluvial


Artigo

Construindo o futuro Estamos vivendo uma época de transfor-

uma internet de melhor qualidade, por

mação para o Estado do Amazonas. Na ver-

meio de fibra ótica. Acredito que já no

dade, estamos no meio de um processo no

próximo ano os serviços de internet ban-

qual a ordem é: preparar o Amazonas para

da larga 4G serão uma realidade em nosso

o futuro. Diante desse desafio, podemos

Estado, alavancando novos investimentos

citar três obras estruturantes fundamen-

no setor de comunicação.

tais para a sustentabilidade econômica do Amazonas.

O terceiro grande projeto que vai consolidar a sustentabilidade da nossa eco-

A primeira foi a construção do gasodu-

nomia é a exploração da silvinita, mineral

to Urucu/Coari/Manaus, uma obra que le-

encontrado em abundância em nosso ter-

vou 30 anos para sair do papel e que só foi

ritório e que é fundamental na produção

possível por causa da nossa determinação

de fertilizantes para a agricultura. Para

e a confiança do então presidente Lula.

se ter uma ideia do potencial desse setor,

Hoje o gasoduto é uma realidade e come-

hoje o Brasil é o quarto maior consumidor

ça a transformar a matriz energética do

de fertilizantes do mundo, sendo que im-

Polo Industrial de Manaus para uma fonte

portamos 70% de todo o fertilizante utili-

mais limpa e barata, reforçando a posição

zado na agroindústria nacional.

do modelo Zona Franca de Manaus como o

Diante deste quadro, acreditamos que

maior projeto ambiental e de sustentabili-

o Amazonas está trilhando o caminho

dade do Brasil.

certo no sentido de se estruturar para os

A segunda grande obra estruturante

desafios do futuro. Estamos trabalhando

para o futuro da nossa economia é a che-

duro para a consolidação destes projetos

gada do Linhão de Tucuruí. Até o final des-

que fazem parte de um plano maior, no

te ano de 2013, Manaus e boa parte dos

qual nosso Estado se apresenta estratégi-

municípios por onde o Linhão de Tucuruí

co para o desenvolvimento econômico do

está passando receberão a energia elétri-

Brasil.

Acredito que já no próximo ano os serviços de internet banda larga 4G serão uma realidade em nosso Estado.

ca segura e confiável do Sistema Interligado Nacional (SIN). Esta era a garantia que muitos investidores nacionais e internacio-

Eduardo Braga

nais estavam esperando para trazer suas

Senador (PMDB-AM) Líder do Governo Dilma no Senado e duas vezes governador do Amazonas

fábricas para o nosso parque industrial, não só da capital, mas de toda a Região Metropolitana de Manaus. É importante lembrar que, além da energia segura do Linhão de Tucuruí, a obra também fará chegar ao Amazonas

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013

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Artigo

Rondônia no rumo do desenvolvimento Rondônia ostenta o terceiro maior PIB da Região Norte e a segunda melhor renda per capita da Amazônia.

Valdir Raupp Senador (PMDB-RO) e presidente do PMDB Nacional

Desde que iniciei na vida pública, trabalho com afinco e dedicação pelo desenvolvimento do Estado de Rondônia. No Senado da República, aonde cheguei em 2003, me empenho para garantir investimentos federais que a meu ver, são fundamentais para viabilizar novos empreendimentos da iniciativa privada, garantindo o progresso e a geração de emprego e renda para o nosso povo. Nesse sentido, menciono obras importantes para a economia rondoniense, para as quais consegui o apoio do Governo Federal: as pontes de integração, ligando Porto Velho a Manaus, pela BR-319, que já estão em andamento; a de Abunã, sobre o Rio Madeira, nas proximidades da divisa entre Rondônia e Acre, cuja execução está prevista para breve, e a binacional, unindo as cidades de Guajará-Mirim, em Rondônia, e Guayra-Merin, na Bolívia, cujo projeto está sendo refeito pelo DNIT, mas que já conta com a palavra da Presidenta Dilma para que se torne uma realidade. Tenho trabalhado também para viabilizar a expansão da hidrovia do Rio Madeira, que, atualmente, liga Porto Velho a cidade de Porto de Itacoatiara, no Amazonas. Isso será possível a partir da construção de eclusas nas usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, que elevariam o trecho de navegação dos atuais 1.056 km para 4.225 km a montante de Porto Velho, conectando os rios Madeira, Mamoré e Guaporé, no Brasil, Beni, na Bolívia, e Madre de Dios, no Peru. Interligadas ao sistema rodoviário desses países, os produtos brasileiros teriam, enfim, acesso direto ao Oceano Pacífico, abrindo uma rota de exportação mais econômica para o mercado asiático. Empenhamos esforços em prol da modernização do terminal portuário da cidade de Porto Velho, um dos principais corredores de exportação de soja e milho da Região Norte. Com isso, será duplicado o fluxo de cargas pelo Rio Madeira, contribuindo para aliviar a sobrecarga nas estradas que hoje transportam os produtos até Santos e Paranaguá, em especial a BR-163. Mantenho entendimento com as autoridades responsáveis, para que seja restaurada a BR-364 e concluída a pavimentação da BR-429, que liga a BR-364 ao município de Costa Marques em Rondônia, bem como a finalização do trecho entre Vilhena, Porto Velho e Rio Branco, no Acre, da Ferrovia Transcontinental (EF-354). Todos os investimentos, incluindo os transportes rodoviário, aéreo

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e fluvial, caminham para criar condições de infraestrutura para o Estado. Assim Rondônia poderá sediar grandes empresas no futuro, nas áreas de tecnologia, petroquímica e agroindústria. Rondônia ostenta o terceiro maior PIB da Região Norte e a segunda melhor renda per capita da Amazônia. Não há dúvida de que a base produtiva do Estado é o agronegócio: exportação de carne bovina, soja e madeira. Contudo, para aumentar o valor agregado de nossas exportações, temos o desafio de promover a agroindústria, para deixar de exportar produtos in natura e, assim, elevar a renda do Estado. Ressalto que nossa economia ainda alavancou com investimentos federais do PAC, liderados pelas usinas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, que representaram 32 bilhões de reais em recursos. Isso tem trazido novas oportunidades de desenvolvimento para o nosso povo, inclusive de empreendedorismo. Além disso, o aumento significativo do número de instituições de ensino superior e ensino técnico em Rondônia elevou a quantidade e a qualidade de nossa mão de obra, o que tornou o Estado mais atraente para novas indústrias. Citarei a Indústria Metalúrgica e Mecânica da Amazônia (Imma), a primeira usina de base a se fixar na Região Norte, para fabricar as comportas e as pontes-rolantes da UHE Santo Antônio. A fabricante é uma joint venture entre o grupo francês Alstom, líder mundial em infraestrutura de energia e transporte, com a Bardella, tradicional empresa nacional de bens de capital. Makro, Carrefour e Votorantim Cimentos são outras grandes empresas que chegaram a Porto Velho, como consequência do desenvolvimento provocado pelas hidrelétricas do Rio Madeira. Rondônia é um Estado promissor. No Senado da República, temos o desafio de continuar destinando recursos para que seja mantido o ritmo de crescimento alcançado com a construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau. Nossa integração com o mercado andino, para o qual sempre demos as costas, hoje não é apenas desejável, mas inevitável. São quase 150 milhões de consumidores, no Chile, Equador, Peru, Bolívia, Colômbia e Venezuela, relativamente próximos a Rondônia, que representam também uma porta de entrada para os produtos brasileiros no gigantesco mercado asiático. Felizmente, hoje posso dizer que Rondônia deixou de ser o fim da linha para ser referência para todo o Brasil!


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Perfil

Búfalos: um REPORTAGEM: Leandro Santos FOTOS: Carla Lima

ótimo negócio

O produtor rural, Ademar Hortêncio, considera o búfalo como um animal que ajuda o pequeno criador. A aparência rústica contrasta com jeito dócil e fácil de ser domesticado. O gado bubalino chega a pesar mais de 500 quilos Criar búfalos na Amazônia é um ótimo negócio, em Autazes e em outros municípios, é perceptível a quantidade de animais nos pastos de várzea. Mas o começo dessa história tem a ver com a coragem e percepção do fazendeiro Ademar Marinho Hortêncio, 61, um dos pioneiros. Visionário, hoje possui uma das maiores criações bubalinas, que tem demonstrado ser um ótimo investimento. Além de especialista, o empresário também é » Produtor rural Ademar Marinho Hortêncio

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criador de animais, atividade que herdou de família, ele enxergou no búfalo o futuro do mercado leiteiro e de carne no Amazonas. O fazendeiro possui um rebanho de 460 cabeças espalhadas por três fazendas nos municípios de Careiro da Várzea e Autazes. “Eu adquiri as primeiras cabeças com o dinheiro que tinha de outras criações que possuo, assim que começou a dar cria, foi aumentando o rebanho". Um caboclo que é respeitado por todos os outros fazendeiros do Estado, está sempre de botas, calça jeans, camisa de botões e chapéu. Simples e receptivo, gosta de uma boa conversa. Ademar Mitônio como é conhecido pela maioria, nasceu no dia oito de junho de 1951, é amazonense, natural do município do Careiro da Várzea, em um local conhecido com Paraná do Cambixo. Filho de Severino Hortêncio da Silva e Adelaide Marinho da Silva é o quarto filho de um total de doze irmãos, seis homens e seis mulheres, quatro de seus irmãos estão falecidos, dois homens e duas mulheres. Um casamento que durou mais de trinta anos lhe deu de presente um casal de filhos, a estudante de Direito Flávia de Paula Souza Hortêncio de 33 anos e o empresário Ademar Marinho Hortêncio Junior de 34 anos, e mais nove netos. Uma família que é considerada pelo empresário como sua maior riqueza. No decorrer do tempo na atividade, o


fazendeiro já foi presidente da tradicional Associação dos Pecuaristas do Estado do Amazonas, era dono da Frigomasa, o primeiro matadouro que existiu em Manaus. Ele conta que nas comemorações de 50 anos da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) foi premiado com um dos produtores em destaque no país. Atualmente é presidente do Sindicato Rural do Carreiro da Várzea e vice-presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA). O empresário é o homem típico da roça, trabalhador e astuto, ele vem a anos gerando renda e ajudando no crescimento e desenvolvimento do setor primário, principalmente na criação de búfalos da região.

CRIAÇÃO DE BÚFALOS Modesto o empresário considera o búfalo como um animal que ajuda o pequeno criador.

DOENÇAS As doenças mais comuns entre as criações de búfalo são a tuberculose e brucelose. O criador explica que existem vacinas para essas doenças e seu rebanho tem acompanhamento veterinário a cada seis meses. A primeira vacinação é contra a brucelose entre três e oito meses de nascido. A vacina contra a aftose é aplicada de seis e seis meses.

CERCA ELÉTRICA O uso de cercas eletrificadas é utilizado na domesticação do animal. “O búfalo é inteligente e mais obediente que o gado bovino, quando ele pega choque pela primeira vez, nunca mais se aproxima da cerca”.

A aparência rústica contrasta com jeito dócil e fácil de ser domesticado. O gado bubalino chega a pesar mais de 500 quilos e carrega duas vezes o seu peso. Para se criar esse animal, a Amazônia tem se demonstrado como um lugar ideal, o clima e os pastos dos terrenos de várzea fizeram com que o animal se adaptasse muito rapidamente à região. As raças criadas pelo empresário são: o Mediterrâneo e a Muhad. Sua atividade é dividida em áreas de terra-firme e várzea, o fazendeiro conta que em época de cheia o animal é trazido de balsa para a terra-firme devido a água que alaga totalmente o terreno de várzea, quando começa a vazante, o gado é trazido de volta ao terreno de terra baixa onde os pastos de capim estão começando a crescer, o principal alimento do animal. Normalmente o deslocamento dos animais para terra firme começa no fim do mês de março e começo de abril conforme o período da cheia do rio. O período de Várzea vai do mês de agosto a março onde os pastos são maiores. Como na criação de bovinos, os bubalinos só tem um reprodutor entre as vacas leiteiras, os outros machos são engordados e aba-

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Perfil tidos. As vacas bubalinas custam nove meses para parir e após dois ou três meses elas já estão prontas para engravidar novamente. O leite delas serve para produzir queijo, esse produto é muito comercializado pelos habitantes das comunidades próximas a cidade de Autazes gerando renda e movimentando a economia local. Deste animal aproveita-se também a carne, para o empresário, falta ainda uma campanha comercial que incentive a comercialização dos dois produtos em nosso estado. “Com certeza muita gente come a carne e bebe o leite de búfalo sem saber, existe muita carne de bubalino vendida como se fosse de bovino”, contou o fazendeiro. O empresário explicou que uma das vantagens percebida pelos fazendeiros da região foi o baixo custo, “Com dois anos o animal está na idade ideal para ser abatido. Em Autazes, muitos criadores estão trocando a criação do gado bovino pelo bubalino. A cabeça de uma vaca bubalina leiteira custa em média R$3 mil enquanto a bovina custa R$ 4 mil”. Mas existem algumas dificuldades. Ele explica que às vezes falta mão-de-obra especializada na limpeza do pasto, o mau manuseio dos tratores quebram as hélices e atrasa a abertura de pastos. O tempo é importante para que o terreno de terra-firme esteja pronto antes do período de cheia, o trabalho não pode se atrasar. Outras dificuldades podem ser consideradas naturais, por exemplo, a inundação dos pastos em período de cheia, jacarés, piranhas, cobras e onças que prejudicam a criação nos pastos. O capim que é o alimento principal

TRANSPORTE DOS BÚFALOS No início do período das cheias os búfalos são levados das áreas de várzea para a terra-firme em balsas de madeira. Ademar possui sua própria balsa cujo nome é Severino Mitônio em homenagem a seu pai.

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SINDICATO RURAL DO CAREIRO DA VÁRZEA Outra função do senhor Ademar é a presidência do Sindicato Rural do município Careiro da Várzea, na qual já está em sua segunda gestão. “O cargo não é remunerado, ao contrário, tem momentos em que utilizo de minha renda para ajudar a classe”.

do búfalo, em áreas de terra-firme é escasso. “A gente tem de improvisar com ração de casca de soja ou cevada, hoje em dia tem a usina da Hermasa em Itacoatiara que recebe a soja do Mato Grosso e industrializa o produto para os criadores do estado, mas não é o ideal”, avaliou.

PROPRIEDADES Para chegar a suas propriedades é preciso adentrar o ramal Marechal Rondon no quilômetro 86 da estrada que da acesso ao município de Autazes. O caminho aberto por entre a mata fechada já possui cinco anos de existência e termina na porteira de uma de suas antigas propriedades, a Fazenda Dois Irmãos, que fica localizada em uma área de terra-firme e dá acesso ao Lago do “Cuia”. O lago é tido como o caminho mais rápido, na época de seca, para suas outras propriedades, sem ele, o caminho para chegar a suas fazendas seria mais longo. Atualmente a propriedade, que possui mais de trinta anos de existência, pertence à ex-mulher do fazendeiro e é gerenciada pelo seu filho. Sua outra propriedade, a Fazenda União, está aos cuidados de um dos seus funcionários, Silvio Serudo da Silva, que mora no local há três anos junto a sua esposa e quatro filhos. Esta área está sendo transfor-


mada em campo para abrigar os animais da cheia deste ano. O local que tem 800 hectares fica em área de terra -firme e substitui a antiga fazenda não mais utilizada pelo fazendeiro. Percorrendo o Lago do Inhauaçú chega-se na propriedade localizada numa ilha conhecida como “Zebulândia” que tem mais de 400 quilômetros de extensão. O fazendeiro conta que em trechos da ilha não alaga com

ram durante o ano. As crias marcadas são do ano de 2012, em um total de 17 bubalinos entre fêmeas e machos. A marcação é feita por meio de ferro quente e sinalização nas orelhas do animal. O fazendeiro explica que é necessário para se reconhecer algum animal da fazenda caso algum fuja e vá para outra fazenda. Explica o fazendeiro. Outra propriedade de várzea, a fazenda fica localizada no Paraná do Jacaré e tem aproximadamente sete mil metros de extensão. A fazenda fica aos cuidados dos funcionários João do Carmo Barros das Chagas de 39 anos. O rapaz conta que quando chegou à propriedade tinha apenas 11 anos de idade, ele acorda todos os dias às três horas da manhã para fazer a retirada do leite para produzir queijo. “Para se retirar o leite, às vezes é necessário que as vacas sejam lavadas para não sujar o líquido. A quantidade produzida por dia é em média de 100 litros que quando vira queijo dar um total de 20 quilos. O preço do quilo para revenda está em R$ 7,50”, explica o funcionário.

GÊMEOS BUBALINOS

a cheia, somente na grande cheia de 2012 que o terreno foi tomado por completo pela água. O fazendeiro demonstrou como é feita a marcação dos gados, a atividade é feita geralmente no mês de dezembro para gerar o controle das novas crias que nasce-

Um fato recente chamou a atenção do criador e seus funcionários, uma vaca bubalina deu a luz a gêmeos. “Eu nunca tinha visto isso desde quando crio esse animal”, explica o fazendeiro. Os filhotes são fêmeas e foram batizadas de Jéssica e Morena em homenagem as personagens da novela “Salve Jorge” da rede Globo de Televisão. Elas nasceram no dia nove de janeiro deste ano e são mestiças do cruzamento das raças criadas no local. A vaca que pariu as crias é chamada de “Formiga” e é da raça Muhad.

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Perfil GADO DE MEIA

FUTURO

Uma prática utilizada pelo empresário e muito apreciada pelos seus funcionários, ex-sócios e amigos, é a doação de gados bovinos ou bubalinos, quando esses animais começam a se reproduzir, as crias são repartidas entre os novos donos e o fazendeiro em metades iguais. O fazendeiro é reconhecido como um patrão que ajudou muitos de seus funcionários a serem criadores e terem seu próprio negócio, um grande exemplo dessa iniciativa é o empresário Odemar da Silva Souza, que hoje possui uma atividade leiteira e é dono da Autalac, firma do ramo leiteiro em Autazes que fornece o produto para diversas firmas em Manaus. O produtor afirmou que é grato ao Senhor Ademar, pois apesar de ter suas propriedades, ainda não tinha investido em gados bubalinos. “Ele me ajudou dando 54 cabeças, fomos sócios por quatro anos e hoje sou muito agradecido pelo que ele fez por mim”, confessou. O gado de meia é feito por contrato e o fazendeiro administra como sócio investidor e os contemplados com a doação ficam como sócios gerente. “É uma maneira de gratificação, de ajudar aquele funcionário que não tem um pedaço de chão. É uma forma de gerar ganho e dar qualidade de vida”, explicou. Além desta forma de ajuda, o fazendeiro também faz doações de partes de algumas fazendas para que seus funcionários criem suas próprias cabeças de gado.

O fazendeiro conta que apesar das dificuldades, gosta do que faz e vai continuar trabalhando e produzindo. Ele conta que pretende ajudar a classe de criadores enquanto for possível. “Faço minha parte, se eu não ajudo, não vou atrapalhar”. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, fala sobre o empresário de quem é amigo e o tem como um conselheiro: “O Senhor Ademar é referência na atividade pecuária e na atividade classista. Ele tem toda uma história na criação de bubalinos em Autazes e no Amazonas, sempre foi um entusiasta desse ramo, investiu no melhoramento genético, passa a experiência para outros criadores e para os que querem entrar para essa atividade. Esse sentimento dele em compartilhar sua vivência com os bubalinos serve como formação".

BRETE Brete é um corredor onde os animais são colocados em fila para medicação ou até mesmo a castração.

DESMAMADOR É uma peça utilizada no focinho do búfalo jovem para que o animal perca o costume da amamentação. Ela possui espinhos que quando ao aproximar da teta da vaca, um incômodo faz com que a vaca não dê de mamar a cria. A peça é colocada quando o animal está entre oito e nove meses de nascido.

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Artigo

Produção de arroz no Estado de Roraima O arroz irrigado é um dos produtos mais

A produtividade média teve crescimento

importantes do setor agrícola de Roraima,

significativo, que deve-se, sobretudo, à ado-

sendo seu cultivo realizado duas vezes ao

ção da aviação agrícola, da sistematização

ano, 80% no período seco (setembro a mar-

das áreas que permitiram maior eficiência e

ço) e o restante no período chuvoso (abril

eficácia na realização de tratos culturais nas

a agosto). As cultivares mais utilizadas são

lavouras, pela incorporação de novas cultiva-

IRGA 417, BR IRGA 409, Roraima, Puitá

res recomendadas pela pesquisa local.

INTA CL e mais recentemente a IRGA 424.

Problemas tecnológicos relacionados à

O sistema de produção é desenvolvido por

infestação de arroz vermelho (planta dani-

cerca de 14 produtores que cultivam em

nha), ocorrência de doenças causadas por

média 600 hectares/ano, sendo as maiores

fungos (principalmente a brusone) e a ne-

lavouras com áreas acima de 1.000 hecta-

cessidade de aumento da produtividade e

res/ano. A maior parte da produção (80%)

qualidade do produto final, além de outros

é exportada para outros Estados, princi-

menos expressivos, levaram à Embrapa local

palmente para o Amazonas, e o restante

a desenvolver programa de pesquisa que

(20%) é o suficiente para o abastecimento

contempla, além do manejo da cultura, a

do mercado local. Fazem parte da Cadeia

obtenção de cultivares com tolerância à her-

Produtiva, 14 agroindústrias que comercia-

bicidas (para o controle do arroz vermelho),

lizam 27 marcas de arroz. A produtividade

resistência à doenças, altas produtividades

média alcançada, 6.350 kg.ha-1 (127 sacas

(acima de 7 t/ha), qualidade de grãos (tipo1,

de 50 kg) é expressiva, semelhante aos

longo-fino, alto rendimento de grãos intei-

maiores produtores nacionais. O custo de

ros e de boa cocção), além de grãos espe-

produção por hectare situa-se em torno de

ciais, visando a diversificação e verticalização

R$ 3.200,00.

da cadeia, como cultivares adequadas para a

A produção apresenta-se segmentada

culinária oriental, entre outros. Como resul-

em, praticamente, três fases: a de implan-

tado do programa, cita-se a cultivar BRS Tro-

tação (1981 a 1990), a de estabelecimento

pical lançada recentemente para Roraima

(1991 a 2000) e a de expansão de cultivo (a

que possui resistência à brusone, alta produ-

partir de 2000), que refletiram no crescimen-

tividade (7 a 8 t/ha) e excelente qualidade de

to da produção local até o ano de 2009, com

grãos, que com certeza trará grandes contri-

a área colhida chegando alcançar 24.000

buições na melhoria da rizicultura local.

hectares. A partir daí houve uma redução significativa na área semeada, mais de 50%, em decorrência da homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, cujas lavouras que eram cultivadas na Reserva deixaram de ser implantadas. Atualmente a área colhida situa-se em 11.000 hectares, com produção

A maior parte da produção (80%) é exportada para outros estados, principalmente para o Amazonas, e o restante (20%) é o suficiente para o abastecimento do mercado local.

Antonio Carlos Centeno Cordeiro Engenheiro Agrônomo, Dr. em Genética e Melhoramento de Plantas. Pesquisador da Embrapa Roraima

de mais de 1 milhão de sacas.

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Bubalinos

Búfalos da guerra no CIGS REPORTAGEM: Leandro Santos FOTOS: Divulgação

O “Projeto Búfalo” começou no ano 2000, é um dos experimentos da Divisão de Doutrina e Pesquisa do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS). Com o objetivo de dar suporte aos pelotões que transportam materiais no ambiente de mata fechada onde a locomoção feita por embarcações, helicópteros e caminhões não é possível. É considerado um projeto já consolidado e de sucesso na Amazônia. Atualmente eles são utilizados em Pelotões de Fronteira, os PEFs, que estão espalhados estrategicamente em toda a Região Norte. Nos cursos de operações na selva do CIGS, as técnicas e o manuseio do animal já é parte da grade de instruções que é recebido pelo aluno. Por que um exército utiliza animais em pleno século 21? Essa pergunta pode ser feita por um leigo que desconhece as limitações de quem habita a imensa Região Norte do País e não sabe as condições reais dos tipos de terreno em meio à mata fechada. Historicamente, o uso de animais em lugares onde o terreno não favorece a locomoção é bastante conhecido, na guerra do Vietnã

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2013 - Floresta Brasil Amazônia

o exército utilizou elefantes contra as tropas inimigas, na Birmânia, os muares (tipo de cavalo parecido com o jegue) foi o animal utilizado como forma alternativa de transporte. No ano de 1983, sob o comando do Coronel Fregapani, pesquisadores da unidade utilizaram de forma empírica, duas espécies de animais para fins de transporte, a anta e o muares, mas não houve sucesso. No fim dos anos noventa, a Divisão de Doutrina e Pesquisa desenvolveu o experimento com o búfalo devido um fato peculiar: por meio de um cartão postal da cidade de Soure, na ilha do Marajó, os pesquisadores souberam da existência da Polícia Montada Paraense (5ª Companhia Independente da Polícia Militar) que utilizava o animal já adestrado. Baseados nessa experiência e conhecimento do Marajoara (habitante da Ilha de Marajó no Estado do Pará), onde se concentram as maiores criações de búfalo no Brasil, percebeu-se que o animal poderia ser adaptado para as atividades operacionais em meio à selva. A pesquisa é uma continuidade aos experimentos de utilização


VANTAGENS

de animais como forma alternativa de transporte logístico no interior da floresta, pois até aquele momento, a única alternativa era o próprio homem. A aquisição das primeiras cabeças de bubalino partiu de uma doação de um casal de búfalos mestiços vindos de Itacoatiara, município próximo a Manaus, hoje a Divisão de Doutrina e Pesquisa do CIGS possui cinco animais para testes, três machos e duas fêmeas. As raças utilizadas pelos pesquisadores além dos mestiços são o búfalo asiático e o mediterrâneo. O Chefe da Divisão, o Tenente-Coronel Mário Augusto Coimbra, explica que uma das vantagens do animal é ter a capacidade de transportar até duas vezes e meio seu próprio peso. Em média o búfalo pesa 500 quilos. Outra serventia do animal, em uma situação real de guerra, é servir como alimento ao pelotão na falta de mantimento. A utilização do búfalo serve para transportar os mais variados tipos de cargas, retirando dos pelotões o esforço que era exigido, dando as tropas maior mobilidade e aumentando a permanência no combate sem a preocupação com o terreno ou alimentação do animal, possui boa visão noturna e é adaptado para percorrer os terrenos encharcados da nossa região. Em testes realizados no CIGS chegou-se a um resultado de que, um búfalo equipado com mantimentos, água, alimentação, munição entre outras necessidades, atende dez homens durante uma semana. Apesar da força, o búfalo tem suas limitações, o capitão Neilton, Adjunto

Uma das vantagens do búfalo quanto à alimentação na selva é a capacidade de sintetizar proteínas de vegetais inferiores, um dos seus preferidos é a palha preta. Quanto à hidratação em meio à selva é elaborada uma estratégia de no máximo uma hora para que o animal possa beber água, ele pode ficar até quatro horas sem se hidratar mas não é o adequado. A espécie utlizada Bubalus Bubalis ou búfalo asiático já é utilizado como animal doméstico há mais de 4.500 anos na Ásia.

da Divisão de Doutrina e Pesquisa do CIGS, explica que o processo de adestramento é uma constante, o acompanhamento veterinário para combater as doenças que são comuns em gados tanto bovinos ou bubalinos e a suplementação alimentar de ração de engorda do tipo Purina, farelos de trigo, milho ou de soja e sais minerais na proporção de 2 Kg ração/dia, mais 200 gramas de sal são extremamente necessários, para que com peso ideal e em bom estado de saúde, o animal seja utilizado nas atividades de transporte.

FINALIDADE A finalidade da Divisão de Doutrina e Pesquisa do Centro de Instrução de Guerra na Selva é dar sustentação a doutrina operacional entre os guerreiros de selvas, essas orientações evoluem com o tempo devido às pesquisas que tendem a somar com as táticas e atividades aprendidas pelos militares por meio do curso de guerra na selva ministrado pela unidade militar e pelas técnicas adquiridas por meio do convívio dos pelotões com os habitantes da região (índios, ribeirinhos) no decorrer dos anos da presença do Exército Brasileiro na Amazônia.

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Artigo

Roraima na vanguarda Convido você para viajar comigo pelas

vocou a retirada não só dos arrozeiros,

três últimas décadas através da agricul-

mas também de centenas de famílias

tura roraimense. Lá pela década de 80

de pecuaristas, provocando o apartheid

quando aqui cheguei, tive a impressão

entre brancos e índios, deixando-os sem

se uma nova

de estar chegando não só na última fron-

assistência, vivendo hoje em condições

fase na política

teira agrícola do Brasil, como também

precárias e em estado de abandono.

Em 1988 iniciou-

estar pisando no celeiro amazônico, pe-

Em 1988 iniciou-se uma nova fase

las seguintes razões: localização geográ-

na política agrícola do Território, quan-

fica estratégica, pois é o único local que

do foi introduzida inicialmente a cultu-

foi introduzida,

se cultiva no hemisfério Norte do Brasil,

ra da soja em vinte propriedades rurais

inicialmente,

vizinho do grande mercado consumidor

espalhadas nos vários municípios, tota-

caribenho, além de estar irmanado com

lizando uma área de 500 ha de cerrado,

o Amazonas, maior consumidor de pro-

trabalho esse planejado e apoiado pelo

dutos do setor primário no Norte.

governo, através do programa “Mutirão

agrícola do Território, quando

a cultura da soja em vinte propriedades

Já à época dispúnhamos de dois

da Soja”, capitaneado pela Secretaria de

rurais espalhadas

milhões e meio de hectares de cerra-

Agricultura, Embrapa, Banco da Amazô-

do agricultáveis com grande potencial

nia e produtores.

nos vários municípios.

para a produção de grãos: soja, milho,

Tive a grata surpresa de ter sido con-

sorgo, algodão, girassol, arroz, etc. Ro-

vidado pelo então secretário de Agricul-

raima já havia plantado 55 mil ha de ar-

tura, Dr. Alcides Lima, para coordenar

roz de cequeiro, contrastando com os

o programa que sacramentaria oficial-

dias de hoje, quando sequer planta-se

mente a cultura da soja em Roraima.

um hectare.

Não poderia também deixar de mencio-

Com a vinda da Embrapa para o então

nar o empenho pessoal do governador

Território Federal de Roraima iniciou-se

à época, Romero Jucá; e de Daniel Gian-

a pesquisa em seus campos experimen-

luppi, diretor da Embrapa; Daniel Mar-

tais, produzindo para as condições de

ques de Souza, presidente da Fundação

clima e solo o melhor pacote tecnoló-

de Assistência Técnica e Extenção Rural

gico para a exploração tecnificada das

(FADER), responsável pela instalação do

culturas mencionadas anteriormente. A

moinho de calcáreo no porto de Caraca-

partir daí, irmanada aos bravos pionei-

raí, pois era sabedor de que o calcáreo

Eugênio Thomé

ros, iniciou-se também a exploração da

é fator limitante para a exploração das

Ex-secretário de agricultura do Estado de Roraima, por 4 vezes e produtor rural

cultura de arroz em áreas de várzea e,

áreas de cerrado, não medindo esforços

diga-se de passagem, produzindo o me-

para a sua implantação, e ainda hoje mói

lhor arroz do Brasil. O setor foi massacra-

calcáreo para a demanda de produtores.

do pela irracionalidade e insensibilidade

Todos acreditavam que o start para

da política indigenista do país, que pro-

a produção de grãos tinha acontecido

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em Roraima, não fosse o afastamento

“Raposa-Serra do Sol”. Mas nem por isso

do grupo técnico que encabeçava o pro-

é possível conceber que o estado de Ro-

grama, ocasionado pela derrota política

raima importe hoje 500 toneladas de fa-

do então governador Romero Jucá nas

rinha de mandioca/mês, um milhão de li-

eleições ao governo.

tros de leite/mês, além de tantos outros

A gestão técnica desse programa foi

produtos oriundos do setor primário.

substituída pela política paternalista, po-

Noventa por cento da ração usada para

pulista, assistencialista e centralizadora,

a piscicultura é importada de outros es-

invertendo aí totalmente o foco que antes

tados.

era voltado para a agricultura empresarial.

O setor agropecuário conta ainda,

Com a criação da Cooperativa Grão-

apesar das reservas indígenas, em tor-

-Norte, a produção de grãos viveu um

no de um milhão de hectares de áreas

momento de euforia, pois acreditou-

degradadas onde se aplica baixa tecno-

-se à época que a partir daí, com a vin-

logia, ocasionada pela falta de assistên-

da de produtores experientes de várias

cia técnica e pelo empobrecimento dos

regiões do Brasil, Roraima não só abas-

agropecuaristas, impossibilitados de fa-

teceria o mercado local como também

zer calagem, fosfatagem e conservação

exportaria para outros mercados. Plan-

de solo.

tou-se mais de dez mil hectares de soja

Nos resta torcer para que na próxi-

e milho. O que inviabilizou o projeto foi

ma safra Roraima ultrapasse os quinze

a burocracia na exportação para a Vene-

mil hectares de área plantada e que a

zuela e o baixo preço da commodity no

mesma corrente que o Brasil do império

mercado internacional, provocando a

usava para aprisionar seus escravos dei-

debandada dos investidores para outras

xe de existir na Br 174 sentido Manaus,

regiões do Brasil.

libertando os roraimenses para que eles

Atribuo a lentidão no avanço do

possam exercer na íntegra o direito

setor primário, a falta de prioridade e

constitucional de ir e vir quando assim o

planejamento para o mesmo. Só a par-

desejarem.

Todos acreditavam que o start para a produção de grãos tinha acontecido em Roraima, não fosse o afastamento do grupo técnico que encabeçava o programa, ocasionado pela derrota política do então governador Romero Jucá nas eleições ao governo.

tir de 2010 é que Roraima deixa de ser um estado virtual e passa a ser detentor de suas terras de fato e de direito, pois foram transferidas da União, e que é no entendimento de muitos uma forma de compensação pelo crime cometido contra o Estado, contra produtores, pecuaristas e a sociedade em geral, demarcando em área contínua a reserva indígena

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013

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SDS comemora

10 anos

REPORTAGEM: Nívia Rodrigues FOTOS: Acervo SDS, Roberto Carlos e Chico Batata

Com a missão de garantir a proteção da natureza e o uso dos recursos naturais, visando o desenvolvimento sustentável do Amazonas. No dia 31 de janeiro a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) completou 10 anos de criação (Lei 2.783). Para a titular da pasta, Nádia Ferreira, o maior desafio é manter o equilíbrio entre o ambiental, o social e o econômico. “É um exercício constante, complexo e de difícil convergência. Mas, acredito que esse é o caminho, por meio do diálogo, de ações transversais e participação da sociedade”, destaca. Outro desafio que a secretária ressalta é adequar à legislação brasileira a realidade da região amazônica. “Os Estados Amazônicos são diferentes, seus modelos de desenvolvimento são diversificados, igualmente as demandas. Basta perceber as diferenças das calhas dos nossos rios, como exemplo, o Purus tem uma realidade completamente diferente do Juruá, do Madeira, do Negro, Solimões. Precisamos ter programas e políticas diferenciadas a nível local, estadual, regional em função dessas peculiaridades, ambientais, sociais, econômicas e culturais”, afirma.

BIOSOCIODIVERSIDADE A titular da SDS chama atenção para um fator fundamental que deve ser discutido de forma mais eficaz: o debate

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2013 - Floresta Brasil Amazônia

da inclusão social. “Ainda que tenhamos mantido 98% de cobertura florestal conservada, em 10 anos, nossos indicadores sociais nos distanciam do resto do Brasil. O tema central em todas as mídias tem sido: desmatamento, degradação dos recursos naturais, conflito social, e pouca atenção, ou igual espaço nas mídias para o debate dos indicadores sociais do Amazonas. Precisamos fortalecer o debate em torno da biosociodiversidade”, ressalta.

ÁREAS PROTEGIDAS “A função das áreas protegidas é indiscutível, apesar de alguns acreditarem que essas áreas emperram o desenvolvimento”, diz a secretária. Na sua avaliação, as áreas contribuem com o ordenamento territorial, combate ao desmatamento ilegal, protegem regiões de alto valor biológico e atendem às demandas das populações tradicionais. “Em 2003 o Amazonas contava com 12 Unidades de Conservação, em 2013, somamos 41, saímos de 7 milhões de hectares de áreas protegidas para cerca de 19 milhões de hectares, um incremento de 157%, isso se deve ao processo de respeito e valorização das pessoas que moram nas Unidades de Conservação, levando alternativas de produção, crescimento profissional e participação nas tomadas de decisão, por meio dos Conselhos Gestores dessas áreas”, declara.


» Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Nádia Ferreira

Nádia ressalta os momentos em que criar Unidade de Conservação era uma decisão unilateral, não havia diálogo. Felizmente, hoje o processo é construtivo, foram ampliados os espaços de discussão que possibilita aos moradores, dessas áreas, pleitearem a criação e definir a categoria das mesmas. “Hoje temos outra realidade, não somente ampliamos os espaços de discussão nas áreas protegidas, mas foram criados outros espaços de diálogo com a sociedade para a construção das políticas públicas. Cito como exemplo o Fórum Amazonense de Mudanças Climáticas, o Fórum Permanente de Secretários Municipais de Meio Ambiente, o Conselho Estadual de Meio Ambiente, o Conselho dos Povos e Populações Tradicionais, os Conselhos Gestores das Unidades de Conservação, recentemente criamos também o Conselho Estadual de Energia, dentre outros”, afirma Nádia. Por fim, ressaltou a importância estratégica da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), que tem colaborado grandemente com as iniciativas do Centro Estadual de Unidades de Conservação (Ceuc), único do Brasil nessa categoria.

CONQUISTAS Nádia Ferreira avalia, ainda, que a SDS tem um longo caminho a percorrer, porém os frutos desses 10 anos de trabalho são reconhecidos dentro e fora do Estado. “Uma de nossas conquistas administrativa mais importante é a realização do concurso público da SDS, autorizado pelo Governador Omar Aziz, com edital a ser lançado ainda no primeiro semestre deste ano, além da SDS ser a única Secretária com ISO 9000 dentre as demais, esforço de uma equipe talentosa”, declara. Outro fator será a construção da Sede do Sistema (SDS-IPAAM-ADS), em moldes sustentáveis, até o primeiro semestre 2015, com a parceria do banco KW e Governo do Estado. No que diz respeito às ações a serem executadas que são frutos de todos esses anos de articulação junto à orgãos federais e iniciativa privada, destaque para o Programa Gasoduto Coari-Manaus, parceria com a Petrobras e 135 comunidades da área de influencia do empreendi-

mento, Programa PROCHUVA, parceria com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e, recentemente, o Programa Água para Todos no Amazonas, parceria com o Ministério da Integração (MIN), o Projeto de Reflorestamento do Sul do Estado, parceria com o BNDES, cujas atividades serão finalizadas nesse ano. Por fim, a secretária ressalta o papel do Governo do Amazonas como grande articulador, por meio da SDS, junto ao Fórum de Secretários de Meio Ambiente da Amazônia, e ainda tendo o Amazonas como representante na Associação Brasileira das Entidades de Meio Ambiente (Abema), ocupando a vice-presidência para a região Norte.

REDUÇÃO DO DESMATAMENTO ILEGAL Nádia Ferreira explica que tem consciência que ainda há muitos desafios para vencer, e que a redução do desmatamento deve-se a um somatório de políticas públicas de educação, saúde, assistência social, cultura, produção sustentável, ciência e tecnologia, crédito e outras. Em 2003, quando o Governo optou por criar a SDS em conjunto com outros órgãos de governo, o cenário do desmatamento era crítico: segundo maior pico do desmatamento registrado (1.558 km²) na história do Amazonas, o maior foi em 1995 (2.114 km²); a estimativa atual é de cerca de 646 km², de acordo com o Prodes/Inpe (2012), representando redução de 60% nos últimos 10 anos, resultado de política pública de médio e longo prazo e deve ser compartilhado de forma transversal pelos demais órgãos dos Governos federal, estadual e municipal, diz.

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Fibras

Sacarias de Juta e Malva são compradas pela REPORTAGEM e FOTOS: Diárcara Ribeiro

A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) vai adquirir sacarias de Juta e Malva dos estoques das cooperativas e indústrias do Amazonas. A atividade é a garantia de emprego para milhares de produtores rurais. O Amazonas é o maior produtor de juta e malva do país, são 12 toneladas produzidas por ano. De acordo com o superintendente regional da CONAB, Thomaz Mereilles, a Companhia já tem disponibilizado 5 milhões de reais para a compra. “A compra pela CONAB vai evitar o desestímulo a atividade econômica”, completou. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, afirmou que “a compra da Conab para a utilização nos estoques públicos é uma medida de enorme alcance social e apelo ambiental, aguardada pelos milhares de produtores, cooperativas e indústrias.” A cadeia produtiva da Juta e Malva no Amazonas está passando por um momento crítico, isto porque, os estoques nas cooperativas e indústrias estão lotados com sacarias de fibras vegetais. Segundo a presidente da Cooperativa Mista e Agropecuária de Manacapuru (Comapem), Eliana Medeiros. “Hoje as indústrias tem em seus estoques aproximadamente 3000 ton de fibra estocada e mais de 7000 unidades de sacos de juta. Estimativa feita por pesquisa de órgãos que compõe a cadeia produtiva. Essa quantidade de fibra, corresponde a mais ou menos 35% da safra”. A presidente da Comapem avaliou que, “visto que o preço não é nenhum atrativo, e sim a falta de dinheiro para adiantar ao produtor por conta da sua produção, estipula-se que, essa safra que foi estimada pelo Idam, em 11.000 ton. de fibras não chegue a metade. Digo ainda mais, sem incentivo e perspectiva de melhoras de mercado, a produção de fibras de juta/malva no Amazonas esta comprometida para safra vindoura”.

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CONAB

MILHO PARA O AMAZONAS

O presidente da Faea, Muni Lourenço, fez um apelo ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, em outubro, para que a CONAB disponibilize nos próximos leilões pelo menos 40 toneladas milho para o Amazonas, para atender à demanda da avicultura de postura (produção de ovos), piscicultura, suinocultura e bovinocultura. Durante audiência com o ministro, o presidente da Faea formalizou o pedido com a entrega de um ofício que também solicita a prorrogação, da vigência da Portaria Interministerial nº 461/2012, para dar continuidade à política de subsídio ao transporte do milho. Uma das preocupações do dirigente é com o aumento do preço da cesta básica. Atualmente o Estado é autossuficiente na produção de ovos, item que integra a cesta básica. Caso parte da produção das 250 granjas do Estado seja paralisada pela escassez do milho, o Amazonas teria de passar a importar o produto de outras regiões. Essa operação acarretaria um aumento significativo no preço da dúzia de ovos, em razão da complexidade logística e o alto custo do transporte que envolve a região. “O pedido que fiz ao ministro diz respeito não só à manutenção da viabilidade econômica das cadeias produtivas, mas, sobretudo, à perspectiva de aumento do custo da cesta básica para o amazonense”, explicou Muni.


REUNIÃO No dia 04 de dezembro em reunião com o governador do Estado, Omar Aziz, o presidente da CONAB, Rubens Santos, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, o Superintendente da CONAB no Amazonas, Thomaz Meirelles e o Presidente da OCB/AM, Petrúcio Magalhães, Secretário de Produção Rural, Eron Bezerra, juntamente com demais representantes, apresentaram pleito para falta de milho para os médios e grandes avicultores, como também sobre a Juta e a Malva, a qual foi atendida.

ENTREVISTA O superintendente regional da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), Tomaz Meirelles, falou do cancelamento de leilões. Confira: 1. Qual foi sua avaliação da reunião com o presidente da CONAB, Rubens Santos? Thomaz Meirelles: Disse ao presidente da CONAB, Dr. Rubens, que a reunião foi histórica. Jamais tinha visto o setor primário local, mais o governador, procurar representante do Governo Federal, no caso o presidente da CONAB, para reivindicar o abastecimento de milho para o Amazonas e, também, a compra de sacaria biodegradável para o estoque público. Certamente, o encontro foi proveitoso, mas o AM, unido, precisa acompanhar o assunto e cobrar do GF agilidade no atendimento, pois as demandas são muitas e infinitas. Temos de fazer nossa parte. 2. Porque aconteceu o cancelamento dos leilões de milho da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB)? Quais os Estados mais atingidos, por quê? Thomaz Meirelles: O Governo Federal entendeu que deveria direcionar o atual estoque público nacional de milho exclusivamente para atender os pequenos e médios criadores rurais, certamente o público mais vulnerável às

flutuações do mercado. A suspensão dos leilões de milho para atender os grandes criadores rurais foi em nível nacional, ou seja, todos os estados foram incluídos. Nesse aspecto, entendo que o AM deveria ficar fora dessa medida em função de ter preservado 98% da floresta nativa e dos grandes entraves para a produção local em grande escada do produto (milho). 3. Está sendo enviado milho para o Amazonas? Em qual quantidade? Quem pode comprar e como? Quando foi o último envio de milho? Thomaz Meirelles: Existem duas formas públicas de abastecer o Amazonas de milho. Uma para os pequenos/ médios criadores (por meio do PROVB/Programa de Vendas em Balcão), e outra por meio dos leilões, para os grandes criadores, mas que foi suspenso temporariamente. Por meio do PROVB, o Amazonas continua recebendo milho regularmente. Em 2013, esperamos a remoção de aproximadamente 10 mil toneladas de milho para atender os clientes do PROVB. Como já disse, o PROVB é para pequenos e médios criadores rurais de aves, suínos, ovinos etc. Precisam ser cadastrados na CONAB, comprovar a atividade e o plantel, bem como ter a carteira de produtor rural para comprar com isenção do ICMS. Atualmente, estamos recebendo 3 mil toneladas. 4. O Amazonas tem grandes avicultores que necessitam do milho? Como o senhor avalia está situação? Thomaz Meirelles: Tanto para os pequenos como para os grandes avicultores, o fato do Amazonas não cultivar o milho nas áreas de várzea, ou terra firme, é um grave problema, pois ficaremos eternamente dependente de outras regiões produtoras, o que não é bom, e precisa mudar. A EMBRAPA, no contexto do Programa Fome Zero, ainda na gestão do presidente Lula, finalizou pesquisa demonstrando que é possível produzir milho no Amazonas sem agredir o meio ambiente.

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Bacia Leiteira

Festa do Leite em Autazes FOTOS: Antonio Ximenes

A tradicional 20ª Festa do Leite e 19ª Exposição Agropecuário de Autazes contou com mais de 15 mil pessoas, entre elas a nata dos produtores da região, bem como peões de rodeio e um apaixonado público

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Festa do guaraná

XXXIII Festa do Guaraná REPORTAGEM e FOTOS: Jorge Luiz Ferreira da Silva

Maués é conhecida como a “Terra Guaraná” - no município se consome o suco do fruto na cuia, ralando o bastão na língua do pirarucu, adocicado com o mel de abelha, açúcar ou xarope. A cidade está localizada no Médio Amazonas, entre os rios Madeira e Tapajós, (a 267 km de Manaus), onde ocorre uma das mais tradicionais festas do interior do Estado do Amazonas. Durante os dias 30 de novembro à 02 de dezembro, a cidade festejou a XXXIII Festa do Guaraná. O evento está no calendário nacional e tem o patrocínio da Companhia de Bebidas das Américas – AMBEV, responsável por produzir o Guaraná Antarctica, comercializado nacional e internacionalmente, transformando aquele momento de

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produção e colheita do seu principal produto extrativista em um grande momento de alegria, diversão e lazer. O prefeito do município, padre Carlos Góes (PT), destaca os esforços para alavancar a economia da cidade. “Para estimular o desenvolvimento do município pretendemos firmar parcerias com os setores de agronegócios respeitando a aptidão produtiva da região. A meta é conseguir através do crédito e assistência técnica não só atingir o mercado local mais a comercialização para outros centros”, disse. Nos últimos anos a Festa do Guaraná ganhou a proporção de um grande evento socioeconômico, cultural e esportivo. Há uma grande movimentação para a escolha


da Rainha do Guaraná. Jovens representam os bairros da cidade e da zona rural, travam uma disputa emocionante em trajes sociais e típicos; Em 2012 a escolhida como Rainha do Guaraná foi Latrice Guimarães, 18 anos, Thaíza Brazil desfilou com o traje denominado “a colheita”, foi a 1ª Princesa e Indra Albuquerque a 2ª Princesa.

[

"Para estimular o desenvolvimento do município pretendemos firmar parcerias com os setores de agronegócios respeitando a aptidão produtiva da região".

» Coroação do concurso das candidatas que representaram os bairros da cidade e zona rural

Carlos Góes (PT), prefeito do município de Maúes.

Outro momento importante da festa é apresentação das Lendas do Guaraná: Mito do Guaraná, Lenda do Curumim e a Lenda do Guaraná Cereçaporanga, que são exibidas empolgando o público presente, sendo fator importante culturalmente, pois demonstra as raízes, essência e como nossos antepassados celebravam este momento de colheita e fartura. A festa contagia também os municípios vizinhos, como: Boa Vista do Ramos e Barreirinha. Outro momento relevante da festa são as atrações musicais locais, como a apresentação das baterias do G.R.E.S, Império verde e Rosa, G.R.E.S, Mocidade de Santa Luzia e G.R.E.S. Em Cima da Hora, cantores locais como Neguinho do Cavaco e Wladimir Rossy Jr, Bandas regionais como: Critical Age, Descarados, Forró do Gemido, de Manaus, e Grupo Mureru de Itacoatiara. A atração nacional foi o Paulo Ricardo e RPM com seus ritmos eletrizantes da década de 90, contagiou uma multidão estimada em mais de vinte mil pessoas, segundo cálculos da Policia Militar. Os visitantes e moradores também participam dos eventos esportivos.

Neste período se comemorava a “safra do guaraná”, nos meses de outubro e dezembro, nos quais os grandes, pequenos e médios produtores comercializavam o seu produto, em forma de sementes torradas, o guaraná moído, o xarope e em forma de bastão. Em 1978, pelo então Prefeito da época Carlos José Esteves, as primeiras celebrações ocorriam em clubes fechados, organizada pela sociedade mauesense, e no decorrer do tempo a festa foi se popularizando e acontecendo em locais públicos, em alguns pontos da cidade como: na Praça da Matriz, no Largo Marechal Deodoro, no Basa Clube, até chegar ao local atual - Praia da Ponta da Maresia.

» Arte na areia

» Visita aos viveiros de guaraná Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013

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Artigo

A sustentabilidade e suas licenças Estão em curso no Brasil obras e programas voltados à oferecer uma infrestrutura moderna ao país, que permitam responder aos desafios do crescimento da economia e do bem estar da nossa sociedade.

A partir da Conferência sobre o Meio Am-

ferro, linhões, portos e projetos de explo-

biente e o Desevolvimento do Rio de Ja-

ração das ricas reservas minerais da região.

neiro de 1992, A sustentabilidade do de-

Uma leitura mais atenta destes proje-

senvolvimento passou a ocupar um lugar

tos indica porém que os planejadores do

de destaque em todos os documentos e

PAC não observaram as diretrizes de outro

discursos, dedicados à politica do Meio

projeto de Governo elaborado na mesma

Ambiente.

época (2007): o PAS (Plano Amazônia Sus-

Consolidou-se desde então o conceito

tentável), um plano em que os cuidados

que o desenvolvimento para ser sustentá-

ambientais e as preocupações de desen-

vel deveria ser ao mesmo tempo ambien-

volvimento humano sustentável estão cri-

tal, social e econômico. Uma ideia que vi-

teriosamente articulados.

nha sendo discutida desde a Conferência

O PAC mobiliza recursos significativos,

sobre o Meio Ambiente Humano realizada

preocupa-se com o desenvolvimento do

em Estocolmo em 1972 .

país como um todo no curto prazo en-

Vamos examinar através de um exem-

quanto o PAS se preocupa com a conser-

plo o que significa, ou deveria significar

vação da floresta, dos ‘ativos’ ambientais,

na nossa política de desenvolvimento, a

dos equilíbrios ecológicos, da diversidade

obediêcia a este conceito, que se tornou

cultural, da justiça social, e do futuro da

um princípio, afirmado e reafirmado por

Amazônia também.

autoridades e cidadãos preocupados com o futuro do país e do planeta. Estão em curso no Brasil obras e progra-

des energéticas, de materias primas; mas

mas voltados à oferecer uma infrestrutura

isso é pouco, se desejamos pensar o de-

moderna ao país, que permitam responder

senvolvimento sustentável do país.

aos desafios do crescimento da economia e do bem estar da nossa sociedade. Eles no entanto raramente são pensados levando em conta as tres dimensões

Ennio Candotti Diretor Geral do Museu da Amazônia - MUSA

As obras do PAC tem como objetivo o desenvolvimento do país, suas necessida-

Os projetos do PAC deveriam, a nosso ver, obedecer também aos imperativos das três diretrizes do desenvolvimento sustentável: econômicas, sociais e ambientais.

da sustentabilidade que orientam as Car-

Todas as obras de infraestrutura e ou-

tas da Conferência do Rio de 1992 ou da

tras que modificam ou perturbam o meio

mais recente Rio+20, elaboradas com de-

ambiente, o tecido social e os equilibrios

cisiva participação brasileira.

econômicos deveriam obter da sociedade

Vejamos por exemplo as obras do PAC

e dos órgãos competentes “licenças de

(Programa de Aceleração do Crescimento)

sustentabilidade” mais abrangentes do

previstas para a Amazônia. Cerca de 200

que as correntes licenças ambientais.

bilhões de Reais de investimentos serão

Passados vinte anos da incorporação

destinados, nos próximos dez anos, para a

do conceito de sustentabilidade na re-

construção de hidroelétricas, estradas de

tórica e na politica ambiental é razoavel

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2013 - Floresta Brasil Amazônia


sugerir que ela seja observada ao traçar a

ternacional, é também a maior reserva de

política de desenvolvimento e infrestrutu-

água doce do planeta e um território onde

ra do País.

vivem povos indigenas de tradição cultural

Alguns poderão arguir que é dificil explicitar formalmente as dimensões sociais

antiga e habilidades de longa historia no manejo da floresta.

e econômicas dos impactos dos projetos

É uma terra onde vivem em condições

de infrestrutura, mas o desafio não é mui-

ambientais muito particulares, e elevados ín-

to diferente daquele que encontramos,

dices de pobreza, 25 milhões de brasileiros.

quando a legislação que regula a avaliação

Sugerimos portanto que para planejar

dos impactos ambientais dava seus primei-

e aprovar projetos e obras de infrestrutu-

ros passos no início dos anos noventa.

ra se examinem, além dos impactos am-

Em favor da sustentabilidade pode-se

bientais, os diferentes aspectos do princí-

mencionar que não se trata só de fornecer

pio da sutentabilidade. Assim por exemplo

mais energia para o sistema produtivo do

deveríamos pergutar a uma mineradora se

País, de criar corredores de exportação,

o projeto de exploração do recurso mine-

de oferecer grãos e matérias primas para

ral em que beneficiará o município ou o

os mercados mundiais. Isso é importante,

Estado onde ela pretende se instalar.

mas não suficiente para construir uma Na-

Um breve exame dos projetos Carajás,

ção socialmente justa na distribuição das

Tucuruí, Income, Trombetas, pode esclare-

riquezas e atenta aos equilíbrios ecológi-

cer esta perugunta: em que eles contribui-

cos e regionais. Para alcançar esse objetivo

ram para aliviar a pobreza de Oriximiná, do

é necessário também promover a integra-

Amapá ou promover o desenvolvimento

ção das diferentes dimensões das políticas

do Pará?

de Governo dedicadas a ‘acelerar’ o crescimento nacional.

Entendemos que, se desejarmos acelerar o crescimento de modo sustentável,

Para o PAC a Amazônia a região é im-

as diretrizes que orientam os projetos e

portante por oferecer à economia do

obras do PAC deveriam ser consistentes

País: a exploração de potenciais hidrelé-

com as do PAS: caberia aos imperativos

tricos, dos corredores de transporte hi-

da economia, do meio ambiente e da justi-

droviário, e das ricas províncias minerais.

ça social do tempo presente, recuperar a

Enquanto que para o PAS a Amazônia,

memória e se reconciliar com objetivos e

além do valor dos serviços explorados

valores do tempo passado, que mobilizam

pelo PAC, é um patrimônio de biodiversi-

aqui e pelo mundo afora mentes solidá-

dade, onde se encontra uma exuberante

rias empenhadas em construir para o Pla-

diversidade de microrganismos, toxinas e

neta um “futuro sustentável”.

O PAC mobiliza recursos significativos, preocupase com o desenvolvimento do país como um todo no curto prazo enquanto o PAS se preocupa com a conservação da floresta, dos ‘ativos’ ambientais, dos equilíbrios ecológicos, da diversidade cultural, da justiça social, e do futuro da Amazônia também.

fungos. É uma região de grande influência nos equlíbrios climáticos globais, os mesmos que ocupam os foros da política in-

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Acompanhamento pedagógico Higiene corporal e bucal Alimentação Balanceada Enfermagem Acompanhamento nutricional Atividades educacionais lúdicas e psicomotoras

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Artigo

Foco no desenvolvimento do Interior O meu querido Amazonas, que represento com muito orgulho hoje no senado federal do país, possui uma superfície de 1.570.745,7 km² de extensão, o que representa 18,5% do território brasileiro. É a maior unidade federativa do Brasil, maior que as áreas de países como França, Espanha, Suécia e Grécia juntas. Neste universo de superlativos, nós temos 31% da área total da Amazônia Brasileira e 62 municípios com um imenso potencial. Desenvolver a região, sem deteriorar a floresta é mais do que um desafio. É um compromisso que eu e o grupo político o qual integro assumiu e vem colocando em prática há alguns anos. Como parlamentar sempre atuei com foco no deselnvolvimento de políticas que beneficiassem o interior, porque sei que não há possibilidade de desenvolvimento para o nosso Estado sem o fortalecimento da economia dos outros 61 municípios. Desde 2008 até hoje já consegui liberar mais de 25 milhões de reais em recursos que beneficiam diretamente diversos municípios, entre eles São Gabriel da Cachoeira, Maués, Parintins, Manacapuru, Ipixuna, Urucará, Urucurituba, Anamã, Beruri, Presidente Figueiredo e muitos outros. São recursos destinados ao setor rural para a compra de implementos agrícolas e patrulhas, para a educação beneficiando a universidade do Amazonas e ajudando a instituição a aperfeiçoar a qualidade do ensino dos campus localizados nos municípios do interior; para a melhoria dos serviços prestados na área de saúde com a construção de postos de saúde e compra de ambulanchas que vão ajudar aquelas pessoas que vivem nas comunidades mais longuínquoas. Por mais que o trabalho seja árduo e os números apontem para o avanço, ainda há muito a ser feito. E olha que estamos falando de trabalho integrado. A parceria entre o governo federal e o estadual possibilitou a realização de muitos sonhos, dentre eles a inauguração da Ponte sobre o Rio Negro que ligou a capital a diversos municípios entre eles, Iranduba, Novo Airão e Manacapuru, ajudando a escoar a produção daqueles municípios e facilitando a vida de muitos produtores. Mas seria injusto falar sobre desenvolvimento sustentável dos municípios do interior do Amazonas, sem mencionar os primeiros pas-

sos, quando o governo estadual adotou o programa Zona Franca Verde, em 2003. Concebido com a missão de enfrentar os descaminhos sociais e ambientais oriundos da nossa trajetória desde o pós-ciclo econômico da borracha, aliados ao desafio proporcionado pelas imensas distâncias, heterogeneidades, dificuldades de logística e custo, o Zona Franca Verde foi idealizado como um programa direcionado para as populações tradicionais e municípios do interior, como um programa de desenvolvimento sustentável, em sintonia com os conceitos gerais norteados pela RIO-92. As prioridades do programa incluiam ações emergenciais nas áreas de saúde e educação combinadas ao manejo sustentável dos recursos florestais e pesqueiros. Os frutos desta política já despontam nas estatísticas oficiais que colocam o nosso estado como o maior estado brasileiro e o menos desmatado. A prova de que estamos seguindo o caminho certo, estamos conseguindo transformar a riqueza da floresta em oportunidade para a melhoria da qualidade de vida, especialmente dos segmentos mais empobrecidos da população, além de fortalecer a economia dos municípios do interior do Estado. É um caminho longo, mas os primeiros passos já foram dados na direção certa e a experiência positiva está fazendo escola. Em 2007, o governo do Amazonas implantou o Bolsa Floresta que foi pioneiro no sistema de pagamento por serviços ambientais. Criado com base na Lei Estadual de Mudanças Climáticas, que também foi a primeira no Brasil sobre o tema, o programa baseia-se no conceito de recompensa para as famílias que assumem compromisso de desmatamento zero. A experiência foi tão positiva que serviu como base para o governo federal criar e lançar aqui em Manaus, mais especificamente no simbólico Teatro Amazonas, o programa Bolsa Verde. A justificativa do programa Bolsa Verde, traz a mesma essência do Bolsa Floresta do Amazonas: o apoio financeiro às famílias em situação de extrema pobreza que promovem a conservação ambiental nas áreas onde vivem e trabalham. De acordo com dados do Governo Federal, das 16,2 milhões de pessoas que vivem em situação de extrema pobreza no Brasil, 47% estão na área rural.

É um caminho longo, mas os primeiros passos já foram dados na direção certa e a experiência é positiva

Vanessa Grazziotin Senadora (PCdoB-AM)

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Colheita de Melancia

Colheita da melancia em Rio Preto REPORTAGEM e FOTOS: Ana Paula Sena

da Eva

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2013 - Floresta Brasil Amazônia

A ideia é aproveitar a terra em todas as épocas do ano, pois o tempo entre o plantio e a colheita da melancia é de 90 dias, para isso os produtores também recebem orientação técnica


Produtores do município de Rio Preto da Eva, localizado a 80 quilômetros de Manaus, estão intensificando os trabalhos para aumentar o cultivo de melancia. A região que é muito conhecida como a “terra da laranja”, comemora a produção de 200 toneladas de melancia entre 2012 até a primeira quinzena de janeiro de 2013. As plantações estão localizadas em terrenos do assentamento Iporá, local que

TRANSPORTE A Secretária Municipal de Produção conta com quatro caminhões para o transporte dos produtos e um cedido pelo INCRA. Dependendo da colheita, o número de viagens pode ser superior a três. O caminhão do Incra transporta aproximadamente 950 melancias e o da secretaria transporta até 2.000.

faz parte de um dos maiores projetos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA. Os agricultores também recebem orientações técnicas do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas – IDAM, onde a meta é atingir 3.000 toneladas em 2013. O presidente da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas – ADS, Valdelino Cavalcante, acompanhou de perto desde a plantação das sementes até a primeira colheita das melancias, que antes cultivavam na mesma área, a mandioca. “A iniciativa tem a finalidade de abastecer a capital amazonense, eliminando a dependência de Manaus em relação a Roraima. Nessa mesma área que hoje se vê uma grande colheita de melancia, antes, cultivaram a mandioca, que depois de colherem as raízes, trabalharam a terra e prepararam para esse plantio, onde tiveram resultados positivos”, explicou. Valdelino Cavalcante também enfatiza a importância de aproveitar a terra em todas as épocas do ano, pois o tempo entre o plantio e a colheita da melancia é de 90 dias. “Por isso o programa envolve também a plantação de abóbora e mandioca. Além disso, os produtos são de excelente qualidade, não tem como comparar a qualidade de uma melancia que é transportada uma hora de Rio Preto a Manaus e outra que passa mais de oito horas na estrada”, afirmou. De acordo com o vereador e presidente da Associação dos Assentados do Iporá, Francisco de Assis de Oliveira Moraes, conhecido como Barbado, a logística de distribuição dos produtos assim como a comercialização esta ocorrendo de forma adequada, pois os ramais de acesso as plantações estão em boas condições. “É a meta que todos os trabalhadores rurais, plantar e comercializar os produtos e essa é a maior prova de que

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» Produtores do município comemoram o resultado da colheita

O prefeito eleito de Rio Preto da Eva, Doutor Ricardo Chagas, também acompanhou de perto a primeira colheita de melancia do Rio Preto da Eva e prometeu ajudar a alavancar ainda mais o projeto. “Esse projeto é um grande exemplo de economia e lucro, por isso deve ser seguido e ampliado”, concluiu o prefeito. O agricultor Osvany Torres dos Santos é proprietário do local onde os produtores armazenam e tratam as melancias antes de transportá-las para Manaus. “Deixei de fabricar farinha para priorizar o plantio das frutas e assim, consegui garantir renda o ano todo na minha casa”, comenta.

PLANTIO E COLHEITA

quem trabalha consegue obter lucro garantido”, enfatizou. O deputado estadual Sinésio Campos, que também visitou a plantação da melancia, disse que os trabalhadores rurais de Rio Preto estão no caminho certo. “A diversificação dos produtos é importantíssimo para que o agricultor possa melhor administrar a área de cultivo, além disso, o apoio técnico foi muito importante para que se conseguisse cultivar bons frutos”, ressaltou. O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas, Muni Lourenço, elogia a iniciativa dos produtores do Iporá. “É a primeira vez que a comunidade obtém tanto sucesso. Isso agrega valor a economia local e como o grande centro consumidor fica a poucos quilômetros dos produtores a logística de entrega e venda fica mais fácil”, disse. » Prefeito Ricardo Chagas, presidente do IPAAM Antonio Stroski, deputado Sinezio Campos, viceprefeito Ernane Santiago e Valdelino Cavalcante

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90 dias – tempo entre o plantio e a colheita da melancia / 120 dias – tempo entre o plantio e a colheita da abóbora / 1 ano e 6 meses –tempo entre o plantio e a colheita da mandioca.


Artigo Programa de Pós Graduação em Agricultura no Trópico Úmido/INPA: uma década de existência* A história do Programa de Pós Graduação em Agricultura no Trópico Úmido do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (PPG ATU) é um desdobramento de uma proposta institucional de pesquisa em ciências agronômicas do INPA, formulada e implementada pelo Prof. Warwick Estevam Kerr, em 1975, quando da sua primeira gestão como diretor do Instituto. A adoção de uma abordagem em ciências agronômicas, naquela época avaliada como extremamente acadêmica, tem hoje, como resultado, um enorme acervo de conhecimentos sobre a agrobiodiversidade amazônica (pupunha, mapati, sapota, abiu, camu-camu, araçá-boi, cubiu, ariá, feijão-macuco e outros) e, com isso, o reconhecimento da importância atual e futura dessas plantas na segurança alimentar das populações humanas nos trópicos úmidos. Os resultados das pesquisas realizadas no INPA evidenciaram a necessidade urgente da adoção de políticas públicas para a conservação desses valiosos recursos genéticos e, também, o papel fundamental das nossas populações humanas no processo de conservação desses recursos. Por outro lado, um programa de melhoramento genético de plantas visando a criação de variedades adaptadas ao ambiente amazônico gerou conhecimentos e produtos, hoje, disponíveis, aos agricultores desta região. Estudos sobre a dinâmica evolutiva dos solos nos agrossistemas, construídos a partir das florestas naturais; estudos sobre o processo de fixação do nitrogênio atmosférico por plantas e os microorganismos envolvidos; solubilização do fósforo no solo por fungos micorrízicos; desenvolvimento de técnicas para recuperação de áreas degradadas; estudos sobre os sistemas agroflorestais, geraram conhecimentos científicos que ampliaram o horizonte de possibilidades para a formulação de propostas tecnológicas consistentes de manejo dos solos amazônicos. A adoção daquela abordagem que, hoje, se mostra revolucionária, foi viabilizada por meio de uma participação fundamental do agrônomo e geneticista, Dr. Alejo Von Der Pahlen, pesquisador do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária - INTA, da Argentina, contratado pelo Prof.

Kerr, em 1975, para implantar o Departamento de Ciências Agronômicas do INPA. A face humana da proposta foi construída a partir da contribuição fundamental da Profª. Sandra do Nascimento Noda, da Universidade Federal do Amazonas. Para que o conhecimento científico gerado pelo INPA viesse a contribuir ao desenvolvimento da agricultura na Amazônia era necessário conhecer, efetivamente, as comunidades rurais, as populações humanas, os ribeirinhos, os indígenas, suas culturas, as relações sociais estabelecidas no processo produtivo, enfim, construir um patamar de conhecimento social sobre o mundo rural amazônico. Da Profª. Sandra contamos, ainda, com os seus profundos conhecimentos científicos, métodos e técnicas em extensão rural para estarmos seguros que a atuação do INPA junto à população rural pudesse ocorre a partir da visão e ética defendida pelo Prof. José de Souza Martins: “a sociologia rural poderá contribuir para a melhora na qualidade de vida das populações rurais se recuperar a dimensão crítica da tradição sociológica; se puder ver-se criticamente na relação investigativa e na relação educativa com as populações que estuda; se abrir mão de suas certezas para assimilar as incertezas que ajudou a disseminar e fazer dessas incertezas uma mediação cognitiva essencial na relação entre a teoria e a prática”. Na sua concepção, a proposta do Curso de Agricultura no Trópico Úmido engajou-se politicamente em uma missão. A missão de que a ciência deve ser praticada e destinada à construção de um mundo melhor. Um mundo imaginado por dois outros grandes inspiradores: Prof. Darrell Posey e Prof. Paulo Sodero Martins. O profundo respeito que ambos nutriam para com as populações tradicionais e seus etnoconhecimentos e, sobretudo, a firme convicção da essencialidade da preservação da sociodiversidade para a conservação da biodiversidade, que refletem, também, o engajamento pedagógico do programa.

Os resultados das pesquisas realizadas no INPA evidenciaram a necessidade urgente da adoção de políticas públicas para a conservação desses valiosos recursos genéticos.

Hiroshi Noda Pesquisador Titular INPA / Coordenação de Sociedade, Ambiente e Sáude

*Texto adaptado à partir do pronunciamento efetuado por ocasião da solenidade de lançamento do PPG ATU/INPA em 2002.

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Prêmio Chico Mendes

» Ulisses Girardi, Patricia Borges Gaffo, Arthur Gaffo Girardi e Laura Gaffo Girardi

Brasil: 20 anos sem FOTOS: Divulgação

Chico Mendes 110 | MARÇO / ABRIL / MAIO

2013 - Floresta Brasil Amazônia

Ulisses Girardi – Ambientalista e Diretor do Grupo VisaFértil Há vinte anos, no dia 22 de dezembro de 1988, o líder defensor da Floresta Amazônica foi abatido com um tiro, na porta de sua casa


» Ulisses Girardi e seu filho Arthur Gaffo

Prevendo sua morte, Chico escreveu uma carta de despedida: Não quero flores no meu enterro, pois sei que irão arrancá-las da floresta. Quero apenas que o meu assassinato sirva para acabar com a impunidade dos jagunços sob a proteção da Polícia Federal do Acre que, de 1975 para cá, já mataram mais de 50 pessoas como eu, líderes seringueiros empenhados em defender a Floresta Amazônica e fazer dela um exemplo de que é possível progredir sem destruir. Adeus, foi um prazer. Vou para Xapuri ao encontro da morte, pois dela ninguém se livra, tenho certeza. Não sou fatalista, apenas realista. Já denunciei quem quer me matar e nenhuma providência foi ou será tomada. (...) (trecho do livro: Chico Mendes – Crime e Castigo de Zuenir Ventura). Chico Mendes sugeria que o homem do Acre vivesse da floresta, entendendo que a floresta deveria permanecer em pé. Acreditava que era possível conciliar desenvolvimento com sustentabilidade. Chico Mendes não morreu, continua vivo entre os defensores da Floresta Amazônica, mas, o assassinamos toda vez que cortamos uma só árvore. Ao Chico Mendes minha eterna gratidão, pelos seus exemplos e ensinamentos.

» Ulisses Girardi e sua esposa Patrícia Borges Gaffo

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SUFRAMA

REPORTAGEM e FOTOS: Érico Xavier

comemora 46 anos A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) comemorou no último dia (28/02), 46 anos de existência com a 261ª Reunião do Conselho de Administração da autarquia (CAS). Durante a solenidade o presidente da autarquia, Thomaz Nogueira, apresentou um balanço do Polo Industrial de Manaus (PIM) que faturou R$ 73 bilhões, um crescimento real na ordem de 6,7% se comparado ao valor R$ 68 bilhões arrecado em 2011. E houve um crescimento de 119 mil empregos em 2011 para 120 mil em 2012. O segmento que teve o maior faturamento em 2012 foi o de eletroeletrônico em 35,42%, e em segundo lugar o polo de duas rodas com 18%, completou o quadro os polos, Químico, de Informática, Metalúrgico,

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2013 - Floresta Brasil Amazônia

Termoplástico, Mecânico e relojoeiro. ‘’Nós estamos trabalhando no fortalecimento da instituição preparando os quadros funcionais, e trabalhando no sentido de preparar o capital intelectual do Polo Industrial de Manaus, para melhorar a qualidade do trabalho e atender a demanda de resolver a oferta de emprego qualificado ‘’, disse Nogueira. O secretário executivo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Alessandro Teixeira, destacou o fato de que 33 projetos entre eles de instalação, ampliação, atualização e diversificação foram aprovados, com um valor a ser investido nos próximos três anos de R$ 800 milhões. O que vai possibilitar cerca de 600 novos postos de trabalho na Zona Franca.


INVESTIMENTOS

POSSE

Com o objetivo de promover a melhoria no transporte e fluxo de mercadorias, entre o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, o Distrito Industrial e o porto previsto para ser construído na antiga Companhia Siderúrgica da Amazônia (Siderama), situado na estrada do Paredão, (quilômetro 5 da rodovia BR-319), o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC), firmou uma parceria com o governo Estadual. O valor é de R$ 432 milhões para que seja feita a revitalização do polo industrial I, a expansão e urbanização

Durante a sessão tomaram posse como conselheiros do (CAS), o Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva e o presidente da Federação dos Trabalhadores das Indústrias do Estado do Amazonas (Ftieam), Ricardo Miranda. Para o presidente da Fieam Antônio Silva, deve se aproveitar a unidade entre as classes empresariais, governos Estadual e Federal respectivamente, para que possa ser tirado o máximo de proveito em prol do desenvolvimento do Amazonas. Ricardo Miranda presidente da (Ftieam) afirmou o compromisso da classe trabalhadora com os empresários do Polo Industrial de Manaus (PIM) e cobrou maior participação nas reuniões que muito influenciam no futuro da categoria.

» Presidente da FIEAM, Antônio Silva, durante a posse

de três ruas no distrito industrial II, além da construção do anel viário que duplica a estrada do Tarumã a partir do Aeroporto Eduardo Gomes, até a confluência com a Rodovia AM-010. Em discurso o vice-governador José Melo, lembrou dos pilares geopolítico que foi criada a Zona Franca, para promover o desenvolvimento e reduzir as desigualdades , e que a mesma cumpriu o papel pelo qual foi criada, e disse que não existe nenhuma dúvida sobre o modelo, que além do ponto de vista fundamental da macro economia brasileira é também um modelo exportador líquido de receita para a União. “O modelo permitiu com que o Amazonas pudesse sonhar em estar sentado a mesa, com o restante do país discutindo a macro economia brasileira. E se no passado éramos totalmente esquecidos somos lembrados para participar das macro decisões do país’’, ressaltou Melo.

» Thomaz Nogueira, vice-governador José Melo e o secretário executivo Alessandro Teixeira

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Durante o tempo que trabalhei aqui não só construí amigos como também conhecimento, onde agreguei bastante ao trabalho que desenvolvo, e me sinto também parabenizado pelos 46 anos da casa “. Nelson Rocha, Superintendente Sebrae-AM

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Almir Gabriel 18/08/1932 19/02/2013 O ex-governador do Pará, Almir Gabriel, faleceu aos 80 anos, em Belém, no dia 19 de fevereiro deste ano, após falência múltipla dos órgãos consequência de enfisema pulmonar e insuficiência cardíaca. Almir era formado em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA), exerceu dois mandados consecutivos como governador, de 1995 a 2002. Foi um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Atuou como senador constituinte e relator do texto da Ordem Social, que está presente na Constituição Federal Brasileira de- 1988. 114 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 Floresta Brasil Amazônia

FOTO: Agência Pará

Homenagem




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