Nº1 ANO 1 OUT/NOV/DEZ 2012
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IN VINO VERITAS
VIAGEM VÍNICA
Bordeaux
azeites
VINHO, SAÚDE, EQUILÍBRIO FÍSICO, MENTAL E ESPIRITUAL
PIEMONTE: BAROLOS, BARBARESCOS, TRUFAS, CENÁRIOS E HISTÓRIA
AVANÇOS CONSIDERÁVEIS NOS VINHOS MAIS COBIÇADOS DO MUNDO
CRESCE EM VARIEDADE E SOFISTICAÇÃO O MERCADO
carta ao leitor
Caros amigos e leitores, Bem-vindos à primeira edição da Wine Not? Este novo canal de comunicação vai aproximar ainda mais nossa equipe de nossos clientes. Nas páginas deste periódico vamos apresentar matérias sobre viagens, vinhos, gastronomia e outros temas correlatos. O objetivo principal é criar mais uma plataforma para compartilhar nossa paixão com nossos clientes e amigos. Também espero que a Wine Not? se torne uma importante plataforma para nossos leitores compartilharem de suas viagens, experiências gastronômicas e, principalmente, suas experiências com o vinho. Nesta primeira edição, não poderia deixar de manifestar alegria por criar mais uma ferramenta que congregue gastronomia e o mundo do vinho. Estamos vivendo tempos interessantes no qual todos, consumidores, donos de restaurantes, importadores de alimentos e bebidas, produtores de vinho no Brasil, donos de lojas, supermercadistas, jornalistas, devem contribuir para acelerar ainda mais o desenvolvimento destes mercados no Brasil. É chegada a hora de expandirmos o mercado trabalhando juntos, pois várias oportunidades se apresentam nos próximos anos com a maior inserção do Brasil no mercado internacional e a atração de grandes eventos, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. O Brasil precisa trabalhar para reduzir a carga tributária e os custos associados de produção (energia, trabalhista e logístico) tornando, desta forma, os produtos brasileiros mais competitivos e também os importados mais acessíveis. Não acredito que medidas restritivas ao comércio internacional ou a imposição de mais impostos sejam a solução. Entre as grandes capitais do mundo, São Paulo e Rio de Janeiro estão hoje no topo da lista em termos de custo da refeição fora de casa (incluído aí os vinhos). Um mercado gastronômico bem desenvolvido é fator importante de desenvolvimento e atração de turismo e investimentos. Hoje temos milhares de jovens que ingressam nos cursos de formação de sommelier e de gastronomia. Estes jovens ajudarão a escrever o futuro do nosso mercado, projetando nossa gastronomia e nossos vinhos pelo mundo afora. À nossa geração cabe pavimentar e facilitar este caminho. Espero que gostem e que participem ativamente na Wine Not? Um abraço,
Ricardo Carmignani Gerente Geral da Winebrands 4
PUBLISHER RICARDO CARMIGNANI JORNALISTA RESPONSÁVEL DANIELA PEREIRA - CRJ: 33.913/RJ DANIELA@WINEBRANDS.COM.BR COORDENAÇÃO EDITORIAL JOHNNY MAZZILLI / JOHNNY@GEOSFERA.COM.BR CONSELHO EDITORIAL JOHNNY MAZZILLI, PATRÍCIA KOZMANN, CARLA JUNQUEIRA, RICARDO CARMIGNANI PROJETO GRÁFICO E DIREÇÃO DE ARTE BRANDIUM EXECUTIVA DE CONTAS PATRÍCIA KOZMANN / PATRICIA@WINEBRANDS.COM.BR ASSESSORIA DE IMPRENSA E COMUNICAÇÃO DANIELA PEREIRA / DANIELA@WINEBRANDS.COM.BR PUBLICIDADE PATRICIA KOZMANN / PATRICIA@WINEBRANDS.COM.BR COLABORADORES DA EDIÇÃO CHRISTIANE BRACCO, ANDRÉ LOGALDI, MARIANA MORGADO, DANIELA PEREIRA CONSULTOR DE ENOLOGIA ARTHUR PICCOLOMINI AZEVEDO REDAÇÃO WINE NOT? RUA HELENA, 275 CJ 32, ITAIM – SÃO PAULO – SP CEP 12345-678 (11) 2344-5555 A revista WINE NOT? É uma publicação de Winebrands. A Winebrands não se responsabiliza por opiniões expressas nos artigos assinados. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização. Somente poderão representar a WINENOT? as pessoas expressamente autorizadas pela Winebrands.
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INDÍCE
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NEWS 10 RESTAURANTES 25
VIAGEM VÍNICA No Piemonte, cenários belíssimos, vilas medievais, barolos, trufas e muita história
PERSONALIDADE 26 OPINIÃO 27 VINHERIA PERCUSSI 28 IN VINO VERITAS 29 ARTHUR AZEVEDO 37 BIBLIOTECA 38 GADGETS 40
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UVA DA VEZ
SOMMELIÈRE
No Lazio, revive em grande estilo a quase extinta casta Roscetto
Mariana Morgado fala sobre o clássico e nem sempre fácil: Queijos & Vinhos
PELO MUNDO 42
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VINHOS DA ESTAÇÃO
GASTRONOMIA
Uma sugestão eclética de rótulos para meia estação
Christiane Bracco fala do azeite e da evolução do mercado nos últimos anos
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NEWS
PICEATANNOL, SEJA BEM-VINDO Estudos conduzidos na Purdue University revelaram que o vinho tinto pode bloquear o crescimento de células de gordura. O mérito é da nova substância, o Piceatannol, um componente da bebida semelhante ao Resveratrol, famoso por seu poder antioxidante. O Piceatannol age de forma distinta do Resveratrol. “A nova substância se liga aos receptores de insulina das células adiposas que ainda se encontram livres no organismo e, desta forma, impede que se formem novos depósitos de gordura”, explica Cynthia Antonaccio, nutricionista da Equilibrium Consultoria em Saúde e Nutrição.
VINHO DE TOMATES Pascal Miche, um vinicultor belga que vive em Quebec, no Canadá, montou recentemente uma vinícola diferente, que produz vinhos a partir de... tomates. Somente em 2011 foram comercializadas 35 mil garrafas. Para produzir o Omerto, como o inusitado vinho é chamado, Pascal testou 16 variedades distintas de tomates até encontrar a que melhor se adaptou às condições de solo e clima de Quebec. Os frutos são selecionados, prensados e fermentados, num processo de aproximadamente nove meses, entre a colheita e o engarrafamento. De acordo com Pascal, a bebida é perfeita para pratos apimentados, graças ao sabor adocicado, com notas cítricas e aroma frutado.
A MAIOR GARRAFA DE UÍSQUE DO MUNDO Para celebrar os 107 anos, a famosa marca escocesa de uísque The Famous Groose criou uma garrafa gigante de 200 litros. O evento foi realizado na destilaria da marca, Glenturrent Destillerys, uma das mais célebres e antigas do mundo. A marca pretende trazer uma réplica da garrafa ao Brasil (vazia, porém), em outubro, e os fãs poderão inserir nela mensagens de até 100 palavras, respondendo a pergunta: “Por que você é o maior fã de The Famous Grouse?”. Os vencedores ganharão uma viagem para celebrar o Réveillon em Hogmanay, na Escócia, com direito a visitar a famosa destilaria.
NA ESPANHA Observadores preveem colheita e produção em 2012 inferiores ao ano passado, na Espanha. No norte, fortes geadas em fevereiro atrasaram a brotação, e as condições climáticas, agravadas por um inverno excepcionalmente seco, podem acarretar até 15% de queda no volume geral de produção. Valência é, provavelmente, a única região que ostentará aumento de produção, em particular nas áreas de vinhos doces, onde as uvas apresentaram maturação prematura e exibem bons níveis de açúcar. Ainda se desconhece qual será o reflexo da queda de produção nos preços dos rótulos espanhóis, mas uma coisa é certa: haverá aumento de preços.
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ENQUANTO ISSO, NA NOVA ZELÂNDIA... A Nova Zelândia baterá seu recorde de produção e exportação de vinhos em 2012, com um expressivo aumento de 8% sobre a produção de 2011. Apesar de responder por menos de 1% dos vinhos produzidos mundialmente, esse pequeno país da Oceania cresce em importância e vem gradativamente conquistando seu lugar ao sol no competitivo mercado mundial de vinhos. O segmento contribui cada vez mais para a prosperidade econômica do país, com exportações próximas dos 300 milhões de dólares. Seu vizinho, a Austrália, segue sendo seu maior mercado consumidor, pela proximidade geográfica e afinidades comerciais.
UVA DA VEZ
UVA ROSCETTO Texto: Patrícia Kozmann Foto: Paulo de Carvalho
A uva Roscetto é uma rara variedade autóctone de origem indígena proveniente da região do Lazio, mais precisamente na cidade de Montefiascone a 100 km a Há pouquíssimas nordeste de Roma. referências sobre esta uva, e as que existem estão totalmente Até o final dos anos atreladas à vinícola Falesco, dos 1960, a Roscetto era pouco conirmãos Cotarella. siderada para produção de vinhos, por sua É uma uva de casta branca, que com o baixa produção e baixo rendimento por uva. seu amadurecimento sofre alteração Em 1979, a vinícola Falesco iniciou a na sua cor, passando de verde para recuperação desta rara casta, um dos principais amarelado, e de amarelado para desafios do enólogo responsável, Riccardo Cotarella. ligeiramente rosada. Somente em 1995 é que a vinícola Falesco iniciou os estudos e experimentos com a Roscetto, atraídos também pela grossa espessura da sua casca. As A p ó s cascas da uva são as principais responsáveis estudos detalhapelo seu caráter e por isto o enólogo dos, a Falesco optou pelo encontrou ainda mais fascínio na processo de “criomasseração”, Roscetto. capaz de manter intactas as qualidades organolépticas da Roscetto. Neste processo, quando macerados, a casca e o líquido são mantidos durante algum tempo a baixíssimas temperaturas. Através do desenvolvimento de um processo tecnológico específico que potencializa as qualidades da Roscetto, seu Na atualidade cultivo adequado e anos de trabalho, a Falesco conseguiu não é possível falarmos valorizar os caracteres aromáticos e gustativos da Roscetto, sobre a Roscetto sem menciono passado nunca antes conseguidos. No nariz, os narmos a Falesco e o vinho Ferenvinhos trazem uma vasta gama de sensações, tano. Através de anos de percurso, a passando por vegetais, baunilha até frutados. vinícola Falesco conseguiu potenciaÓtima persistência em boca e capalizar todas as qualidades aromáticas cidade de envelhecimento. e gustativas da uva Roscetto. Parabéns à vinícola pela dedicação!
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variedade autóctone Ferentano Um dos brancos mais importantes do Lazio, produzido pelo renomado enólogo italiano Ricardo Cotarella, com a uva Roscetto, nativa da região. Um vinho que mescla elegância e potência, delicadeza e complexidade. Seu aroma é sedutor, complexo, em boca é intrigante e suculento, com retrogosto "quero mais".
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sommelière
Por Mariana Morgado
O DESAFIO CLÁSSICO DOS QUEIJOS & VINHOS Estamos começando, com muita satisfação, um novo e divertido desafio: a revista Wine Not? Vinho, comida, viagens, estilo. Começo minha coluna falando de um tema que motivou quase 100% minha entrada para o mundo dos vinhos – a harmonização, mais especificamente uma combinação que ouvimos falar com frequência durante o inverno e que nunca sai de moda: queijos e vinhos. A ideia de que vinhos e queijos são pares perfeitos é mais mito que realidade, fruto de duas harmonizações das mais acertadas do gênero – Porto e Stilton e Sauternes e Roquefort. Mas, se pensarmos racionalmente, o queijo é um alimento um tanto complicado de combinar com vinhos. Pois, normalmente, pode apresentar sabor forte e intenso, grau elevado de acidez, muita gordura, costuma ser salgado e, por ter textura viscosa e untuosa, acaba criando uma camada que reveste a boca. Alguns queijos apresentam várias destas características a um só tempo, tornando-se verdadeiros desafios para os vinhos. Em geral, a maioria das pessoas tende a escolher um vinho tinto para acompanhar os queijos, mas nem sempre este será a melhor escolha. Brancos secos, ou meio secos, e vinhos de sobremesa tendem a ter mais sucesso na harmonização, por suas características como acidez, estrutura e, principalmente, a ausência de tanino. A ideia geral é buscar um equilíbrio entre os componentes do vinho e do queijo, a fim de que não se sobreponham. Quanto mais complexo for o sabor do queijo, mais complexo deverá ser o vinho, e assim por diante. Brancos elaborados com uvas brancas como Riesling, Chardonnay ou Semillon, em geral, têm boa estrutura em
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boca, maciez, acidez moderada a alta, boa presença de fruta e leve toque mineral. Essas características casam perfeitamente com uma grande variedade de queijos, de massa dura ou mole, de vaca ou cabra, mais ou menos salgados, com mais ou menos gordura, jovens e leves, maduros e complexos. Se sua opção for um vinho tinto, prefira aqueles que tenham taninos macios, já que o tanino tende a conflitar com o salgado dos queijos. Tintos jovens, de 3 ou 4 anos, dependendo da região, tendem a ter taninos mais presentes e intensos. Uma boa opção seria um Barbera d'Asti, que é frutado, tem acidez e taninos mais "comportados". Quem gosta de taninos mais presentes tem muitas opções entre os queijos duros, desde que não muito salgados ou fortes, como um parmesão ou pecorino. Tentar combinar um único vinho com uma tábua com diferentes tipos de queijos e frios é uma divertida, porém difícil, tarefa. Minha sugestão será sempre ter dois tipos de vinhos: um branco com boa acidez e um tinto com taninos moderados, o que lhe dará muito mais opções de harmonização. Como se pode ver, há coisas a se pensar na hora de harmonizar queijos com vinhos. Uma coisa importante é testar, experimentar, fazer diferentes combinações – o jogo prazeroso da tentativa e erro – e acerto!
Graduada em Gastronomia pela Universidade Anhembi Morumbi, sommelière pela ABS-SP, Advanced Level e Educator Programme Wine & Spirits. Em 2010 passou a integrar a equipe Winebrands na qualidade de sommelière.
vinhoS da estação
VINHOS DA ESTAÇÃO Com a mudança das estações, mudamos nossas roupas, nossos hábitos alimentares, entre outras coisas. E por que não experimentarmos também outros estilo de vinhos? A Winebrands apresenta, através de sua sommelière Mariana Morgado, um set de rótulos para que você conheça melhor nosso portfólio e desfrute de bons momentos regados a bons vinhos. COSTARIPA BRUT ROSE Costaripa - Moniga del Garda, Lombardia/Itália
Nos início dos anos 1970, Mattia Vezzola se formou em enologia e com o dinheiro que ganhou de seu pai como presente foi passar uns dias em Champagne, na França, a fim de aprender um pouquinho mais sobre as borbulhas que desde sempre o cativaram. Quando voltou, criou seu primeiro método clássico rosé e entrou para a história. Este rosé de coloração delicada e sedutora, com perlage finíssima, aroma elegante, é intenso e cheio. Seu retrogosto permanece por longos minutos em boca e para sempre na nossa memória!
NUITS-SAINT-GEORGES APPELLATION NUITS-SAINT Georges Contrôlée - Albert Bichot - Côte de Nuits/Bourgogne/França
Um bom Pinot nunca pode faltar em uma boa seleção de vinhos. Produzido pela centenária Maison Albert Bichot, este Nuits-Saint-Georges é elegante, típico, com muita fruta, toque terroso e delicada nota mineral. Um vinho versátil que combina perfeitamente com as frescas noites da primavera.
DOLCETTO D'ALBA DOC - PRUNOTTO Alba/Piemonte/Itália
A Dolcetto é uma das uvas tintas mais conhecidas do Piemonte, responsável por vinhos igualmente conhecidos, macios, equilibrados e agradáveis. Este Dolcetto da Prunotto é a escolha perfeita para animar uma refeição, especialmente se começar com uma seleção antipasti.
VITIANO ROSSO - UMBRIA IGT Falesco - Umbria/Itália
Este interessante tinto umbro prende nossa atenção já no primeiro gole e é produzido por um dos maiores nomes na enologia italiana, Riccardo Cotarella, "o Rolland da Itália", segundo Parker. O Vitiano Rosso é um corte de Sangiovese, Cabernet Sauvignon e Merlot, elegante, macio e super gastronômico.
VERMENTINO - BOLGHERI DOC Tenuta Guado Al Tasso/Antinori Bolgheri/Toscana/Itália
A Tenuta Guado Al Tasso é uma das mais emblemáticas vinícolas de Bolgheri, na costa Toscana. A região é conhecida pelos famosos Super Toscanos, tradicionalmente tintos e produz também alguns "super" brancos. Este Vermentino é um ótimo exemplo. Frutado, elegante, longo e com um frescor que praticamente nos transporta às belíssimas praias da Toscana.
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VIAGEM VÍNICA
PIEMO
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ONTE Foto e texto: Johnny Mazzilli
Como se não bastassem os espetaculares tintos piemonteses, notadamente os clássicos Barolos e Barbarescos, elaborados com a mítica uva Nebbiolo, o solo da região é o berço de duas iguarias raras e caras, as trufas negra e branca - tartufo nero e bianco.
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VIAGEM VÍNICA
Ambas se desenvolvem em condições muito particulares, a pouca profundidade e em simbiose com as raízes das castanheiras, carvalhos e aveleiras, árvores abundantes na região, notadamente a aveleira. O verão é a época do desenvolvimento da trufa negra (Tuber melanosporum), enquanto o outono é a estação do cobiçado tartufo bianco de Alba (Tuber magnatum), a trufa branca, mais rara e 10 vezes mais cara que a negra. Um quilo da trufa branca atinge o preço de 6 mil euros. Até aproximadamente 400 gramas, a trufa branca é vendida a peso. A partir daí, por sua raridade, o valor perde referência e o preço pode ir à estratosfera: em 2010, um exemplar de tartufo bianco de 900 gramas foi leiloado por 105 mil dólares e o comprador mandou um avião buscar a iguaria. Além das célebres trufas, os bosques piemonteses são pródigos em cogumelos carnudos e saborosos.
Tuber melanosporum (negra) e Tuber magnatum (branca)
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VIAGEM VÍNICA
A belíssima adega da Prunotto, repouso de magníficos Barolos
Embora a exuberante Turim seja a capital do Piemonte, a pequena e belíssima Alba é o centro das atenções na região. Rodeada de pequenas vilas históricas, quase todas situadas no topo de belas colinas e rodeadas por vinhedos, alguns centenários, é para lá que rumam hordas de turistas, ávidos pelas trufas e pelos célebres Barolos, Barbarescos, Barberas e Dolcettos, além das grappas, um destilado de uvas. Há na região dezenas de produtores de vinhos de grande qualidade, dentre os quais se destaca a centenária Prunotto, seguramente uma das mais renomadas vinícolas da região.
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VIAGEM VÍNICA
O Piemonte é também um celeiro de produtores de carnes, frutas, queijos e castanhas. Apesar do nome, a castanha portuguesa é um ingrediente emblemático do Piemonte, com a qual se faz o delicioso marrom glacê. O gado piemontês, de cor branca, baixa estatura, musculoso e atarracado, tem em sua carne macia e suculenta os mais altos índices de proteína e é amplamente consumido na região. Na pequena vila de Monesiglio, a Cora Formaggi produz uma linha variada de queijos de cabra. Alguns, após o curtimento, são preservados envolvidos em cera de abelhas. Outros são envoltos em folhas de castanheira ou delicadas e aromáticas folhas de cerejeira, que transferem para os queijos aromas únicos. Há ainda as carnes de caça, como cervos e javalis.
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VIAGEM VÍNICA
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VIAGEM VÍNICA
Monforte
Chef Gianfranco Massolino, Trattoria Della Posta, Monforte
Tagliarini com trufa branca de Alba, Trattoria Antica Torre, Barbaresco
Do alto da pequena vila de La Morra, próxima a Alba, a vista do Piemonte é dramática, com suas vilas antigas e seus vinhedos a perder de vista. Em Serralunga D’Alba, vale uma visita à Vinoteca Centro Storico, na qual o chef Alessio prepara deliciosos pratos rápidos e típicos piemonteses. Em Monforte, a 15 km de Alba, a Trattoria della Posta é um típico representante da culinária clássica da região, com seus pratos de coelho, cordeiro, massas frescas e a deliciosa e pungente Bagna Caoda, que leva aliche, alho e azeite de oliva. Em Barbaresco, na Trattoria Ântica Torre, o chef Maurizio albarello prepara um tagliarini que leva apenas farinha e gemas, muitas gemas, somente de galinhas caipiras, o que confere à massa uma inusitada e intensa coloração amarela. Não se pode esquecer do Risotto à la Piemontese, que leva caldo de carne e noz moscada. Outro produto típico é o queijo Fontina, usado na Fonduta, a versão italiana da fondue francesa.
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VIAGEM VÍNICA
Caçada de trufas Uma das atrações mais típicas do Piemonte é a caçada de trufas. O trifulau é um personagem dessa prática ancestral, que antigamente utilizava porcos farejadores para localizar as trufas. Com o tempo, deixaram de usar os porcos e passaram a treinar cachorros, mais dóceis e mais adestráveis para a função. Giuseppe Dulla, um caçador de trufas que vive nos arredores de Alba, abre a porta traseira de seu carro e de dentro salta para fora Leda, uma simpática perdigueira. Uma rápida corrida pelo terreno e Leda fareja e cava o chão freneticamente. Em segundos, ela pega uma trufa negra e a leva, na boca, para Giuseppe, que a recompensa com um biscoito. Quando ela encontra uma trufa negra, ganha um biscoito. Quando encontra uma branca, ganha três. Há cachorros treinados para localizar apenas a trufa branca, outros somente a trufa negra e outros ainda, ambos os preciosos e cobiçados tubérculos.
Agradecimentos Ristorante Trattoria dela Posta - www.trattoriadelaposta.it Trattoria Antica Torre Barbaresco - www.anticatorrebarbaresco.com Vinoteca Centro Storico - vinotecaseralunga@ticali.it Vinícola Prunotto - www.prunotto.it
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TrĂŞs azeites italianos a essĂŞncia da toscana, agora na winebrands
restaurantes
SÃO PAULO TRE BICCHIERI
Além de excelentes massas, o cardápio de inspiração toscana oferece carnes assadas em forno a lenha e deliciosas especialidades da célebre região italiana. Os vinhos são outro universo a ser explorado: a carta tem cerca de 250 rótulos, mais da metade proveniente da Toscana. www.trebicchieri.com.br Rua General Mena Barreto, 765 (11) 3885 4004
PIZZARIA MARGHERITA
Na movimentada esquina da Alameda Tietê com a Rua Haddock Lobo, o ambiente é espaçoso, agradável e frequentado por gente bonita. A massa é um primor de leveza e as coberturas só levam ingredientes de primeira. As opções vão dos sabores mais tradicionais até criações mais refinadas. www.margherita.com.br Alameda Tietê, 255 (11) 2714 3000
FAMIGLIA MANCINI
A marca registrada do restaurante é sua atmosfera alegre e acolhedora. Graças ao bom relacionamento e ambiente receptivo, o restaurante é muito frequentado por atores e músicos, o que confere ao Famiglia Mancini a fama de “restaurante dos artistas”. www.famigliamancini.com.br Rua Avanhandava, 81 (11) 3231 0033
RIO DE JANEIRO DUO
Referência de cozinha clássica italiana no Rio de Janeiro, em um ambiente e clima descontraídos e informal. A carta de vinhos privilegia os rótulos italianos. www.duorestaurante.com.br Rua Érico Veríssimo 690 (21) 2484 4547
OUI OUI
Uma proposta pioneira no Rio de Janeiro: cardápio exclusivamente de pequenas porções. A ideia é que os pratos sejam compartilhados por todos, em várias rodadas de comidinhas, que vêm às mesas em delicados azulejos emoldurados, cestinhas de palha com folhas de bananeira, panelinhas de barro capixabas e charmosas frigideiras de ferro. www.restauranteouioui.com.br Rua Conde de Irajá, 85, Humaitá (021) 2527 3539
LORENZO BISTRÔ
O Lorenzo Bistrô combina clássicos das culinárias francesa e italiana. A casa é dividida em três ambientes. No terraço, iluminação a luz de velas e vista para o Cristo Redentor. O ambiente é sempre animado e badalado. Durante a semana, oferece um excelente almoço executivo. www.lorenzobistro.com.br R. Visconde de Carandaí, 2 (21) 2294 7830 / (21) 3114 0855
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personalidade
EMANUEL BASSOLEIL 50 anos de idade, 35 de cozinha e 25 de Brasil Assim Bassoleil abriu o papo envolvente que tivemos com ele no agradável bar do restaurante Sky, há quase 11 anos sob sua batuta. Falante e bem-humorado, Bassoleil é uma figura de destaque da cena gastronômica brasileira. Ao longo da conversa, pudemos conhecer um pouco de suas ideias e opiniões.
O que mudou na cena gastronômica brasileira desde que você chegou ao Brasil? Muita coisa. Sou de uma época em que, para você ter ideia, não havia produtos importados – se você quisesse fazer algo mais sofisticado, tinha de viajar e trazer produtos na mala. Após a abertura dos mercados iniciada no governo Collor, começamos a ter acesso a insumos antes inacessíveis. Essa abertura precipitou uma verdadeira revolução na gastronomia brasileira, que embora rica em suas origens e diversidade, estava limitada a isso. Com o tempo, novos talentos foram surgindo e o Brasil ganhou o merecido destaque no cenário da gastronomia mundial. Quais são os pratos tipicamente brasileiros ou quais cozinhas regionais você mais aprecia? Eu gosto de tudo. Mas se eu for mencionar, diria que gosto muito das comidas baiana e mineira. Eu vejo a culinária baiana como um caldeirão. Um caldeirão no qual tudo é cozido junto. Uma delícia, uma riqueza de sabores e aromas, mas tudo sempre junto. Já a comida mineira me encanta por sua riqueza e forma. Você tem tudo separado: a couve frita, o tutu, o torresmo, a farofa, os docinhos, e me agrada muito essa coisa de ir juntando as partes. Essa coisa de ter os sabores separados assemelha-se à comida francesa, ir juntando e experimentando as combinações. Que vinho você harmonizaria com a comida mineira? Com comida mineira eu gosto de tomar uma boa cachaça. Aos 50 anos, depois de 35 anos de cozinha, já me sinto livre dessa obrigação de harmonizar tudo sempre. Aliás, eu gosto de tudo e acho que muitas vezes são os momentos que
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definem as coisas, e não somente qual comida com qual vinho. Se sente bem tomando um tinto com peixe? Então tome, o importante é sentir-se feliz e satisfeito. O brasileiro evoluiu nos últimos tempos em relação à comida e ao vinho? Sim, e muito. O brasileiro é curioso por natureza, gosta de experimentar novos sabores, e isso foi importante para a evolução do consumidor brasileiro. O francês, por exemplo, habituado à riqueza gastronômica de seu país, não demonstra tanta curiosidade e parece satisfeito com o que tem, não se mostra muito interessado em desvendar novos horizontes. Um tempo atrás, por exemplo, vinho era “tinto” ou “branco” – e acabou. E ambos eram de uma só marca. Rosé, então, nem pensar. Era considerado uma mistura de sobras de tinto com branco. Hoje, o mercado tem milhares de rótulos, dos mais variados preços. Todo mundo pode comprar e degustar um vinho, há veículos informativos, tais como revistas e blogs, há uma profusão de novos chefs e sommeliers entrando no mercado a cada ano, o poder aquisitivo do brasileiro melhorou muito, as pessoas viajam, tomam contato com as gastronomias de outros países e voltam cheias de ideias. Há um fluxo de chefs cada vez maior indo e vindo, estagiando em cozinhas de alto nível, e tudo isso impulsionou o desenvolvimento crítico do consumidor brasileiro. Hoje estamos aqui conversando e prestamos atenção ao aroma das ervas que emanam dessas torradas, prestamos atenção na qualidade do azeite, queremos saber que vinho tomar com esta ou aquela comida. Nada disso seria possível 20 anos atrás.
opinião
SALVAGUARDAS: A POLÊMICA DO SÉCULO Por André Logaldi Sim, o século mal começou, mas alguns dos maiores produtores de vinho do Brasil protagonizaram, escudados por entidades representativas do setor, uma polêmica que promete refletir por décadas no mercado interno do país e na visão do mundo vinícola sobre nós, brasileiros. A medida visava, por meios legítimos previstos pela OMC (Organização Mundial de Comércio), a “blindagem” do setor vitivinícola brasileiro que se diz ameaçado a curto prazo por uma concorrência de vinhos estrangeiros, que poderia induzir a um colapso fatal dos nacionais. No entanto, toda ação legítima desta natureza requer um embasamento técnico irretocável. E é aí que a videira torce o cacho. Uma ação quixotesca contra inimigos imaginários (o verdadeiro dorme ao lado). Amparados por uma aliança política fortíssima, os gaúchos que representam quase a totalidade da produção nacional, levaram a cabo esta proposta, analisada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Dizem os experts do assunto “política econômica” que este é um setor em que, salvo algumas exceções óbvias, nenhum Estado deve interferir soberana e unilateralmente sob risco de uma represália mundial, já que comércio exterior é uma via coletiva! As medidas protecionistas, que são uma "febre" em vários setores do comércio mundial, parecem ser um novo brinquedo, usado sem se dar conta das repercussões que podem advir. Elas preveem aumentos de impostos sobre os “concorrentes”, bem como tarifas adicionais por caixa ou garrafas além da prática de cotas. Não só isso. Ela interfere naturalmente na liberdade de escolha dos indivíduos que poderão ver seus vinhos prediletos mais que duplicarem de preço na fonte, sem contar outras margens de lucro da cadeia. Por tudo isso e pela maneira como foram lançadas, estas ações soaram extremamente antipáticas ao ponto de muitos consumidores finais, lojistas e donos de restaurantes literalmente boicotarem os vinhos nacionais. Uma reação drástica para uma ação de igual valor. Isso foi a ponta mais
cortante do iceberg, pois, por trás das entidades que representam o setor, capitaneado pelo Ibravin, o que se vê é uma série de medidas sistemáticas de burocratização do setor, tais como a obrigatoriedade do selo fiscal, cuja logística necessária onera os produtores brasileiros e estrangeiros. Para estes últimos, sobretudo os produtores de vinhos de escala não industrial (os melhores) ainda leva a questionarem se vale a pena vender vinhos ao Brasil. E há muitas outras! Por tudo isto, o enófilo se vê em um horizonte que promete diminuir a oferta de vinhos melhores, aumentar a oferta de vinhos industriais de gosto duvidoso e, sobretudo, a custos mais altos. Um futuro que a falta de opções leva ao empobrecimento do paladar, um quadro no qual o consumidor será induzido a escolher vinhos “filtrados” por ações políticas unilaterais. Tudo para forçá-lo a enxergar os vinhos do Brasil que após um brevíssimo período de aprendizado viticultural, com esforços milionários de investimento nos vinhedos e cantinas (com resultados promissores), se coloca como um membro importante do cenário mundial vinícola, ostentando a prepotência e confiança que nem mesmo grandes líderes possuem. Reza o jargão popular: “Só faltou combinar com o adversário”!
André Logaldi, médico cardiologista, membro da diretoria da ABS-SP, autor de textos e revisor técnico de livros sobre vinhos.
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Vinheria Percussi
Spaghetti alle vongole
por Silvia Percussi
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Em uma panela, coloque lavadas, as refogue com um conchas de von alho, até gole bem pouco d que se a e óleo e br pouco a os dente té forma am. Cubra com s de r um ca água e c Coe e re ldo. ozinhe u ser m Retire a ve. s vongo les da c Cozinhe oncha e a massa reserv em abun Enquan to isso, dante ág e algumas par e a decora ua ferve m as vong r. nte. oles, jun uma frigideira , coloqu te as az Escorra e e it a zeite, pu on a massa xe e salteie as, o pinoli, a s alsinha. nesta pa nela. Sir va.
Sugestão de Lamberto Percussi para acompanhamento:
VITIANO BIANCO 2010, de aroma fresco, notas vegetais e toque de frutas brancas
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In Vino Veritas
IN VINO VERITAS Por Patrícia Kozmann Nesta minha primeira matéria para a revista Winebrands, gostaria de expor brevemente qual é a proposta desta coluna. Acho importante e esclarecedor, para meu leitor, que tenhamos uma verdadeira explicação, uma vez que iremos compartilhar deste caminho juntos. Nasceu de um brainstorm com pessoas criativas, a ideia de que eu pudesse contribuir para esta revista através da minha própria vivência (não tanta, mas já o suficiente), mas, principalmente, da minha curiosidade e afinidade com o assunto saúde, alimentação saudável, equilíbrio entre o físico, mental, emocional e espiritual e como tudo isso pode conviver com o mundo do vinho. Assim, me foi lançado este desafio: buscar apresentar a vocês, leitores temas relacionados a tais assuntos e o nosso tão fascinante mundo do vinho. Não tenho aqui a pretensão de criar novidades que não existem, mas contribuir com assuntos interessantes e curiosidades relacionadas. Também posso afirmar com quase toda a certeza, que muitas vezes me desviarei um pouco do tema proposto inicialmente, se assim me parecer mais interessante. O desafio está lançado, prometo fazê-lo com máximo empenho e interesse. “In vino veritas”, no vinho a verdade. O autor da frase em latim é “Plínio, o ancião”. Já a versão grega é atribuída a Alceu. A frase é tão simples e ao mesmo tempo tão profunda que foi adotada e adaptada em várias línguas e culturas. Claro, sem fugir a sua verdade verdadeira, o vinho tem o poder, para aqueles que o apreciam, de facilitar um contato consigo mesmo, e proporciona aos outros revelarem suas verdades mais facilmente. Estamos pensando aqui, no lado sociável do vinho, em que brindamos juntos com amigos. Os efeitos do vinho nos proporcionam esta liberdade, associada à verdade, se apreciada com moderação. Por outro lado, muitos provérbios, atrelados à frase “in vino veritas” mencionam que o excesso de consumo do vinho pode nos levar a elaborar falso parecer. Isso porque, ingenuamente, o excesso de álcool pode nos dificultar a simulação, diferente da mentira como oposição à verdade.
Ou seja, no excesso, podemos dizer coisas falsas de boa fé, bem como dizer a verdade falando ingenuamente. “Importantes civilizações, como os egípcios, os gregos e os romanos, além dos hindus, utilizavam o vinho como remédio para o corpo e a alma. Registros históricos mostram que o uso medicinal do vinho pelo homem tem sido uma prática feita há mais de 2 mil anos...”, diz um artigo de saúde. De alguns anos para cá, o assunto saúde tem se tornado bastante importante e chamado a atenção de todos nós. Temos adquirido maior consciência de nossos hábitos alimentares, da importância de exercícios físicos e de buscarmos manter uma vida mais balanceada e saudável. Se apreciado com moderação, as ações benéficas do vinho sobre nosso organismo têm estudos comprovados. Maior destaque, dado ao Resveratrol, substância natural presente na “vitis vinífera”, videira responsável pela produção de vinhos e principalmente na casca das uvas tintas. Sobre nosso organismo tem atividade “antiinflamatória”, inibindo a formação de uma das principais enzimas mediadoras do processo inflamatório. Não poderia ser melhor ainda, nem poderíamos acreditar que é “veritas”: o vinho tinto tem ainda outras substâncias que atuam como antioxidantes. O Resveratrol também é responsável por bloquear reações como radicais livres que dão início ao processo de envelhecimento dos tecidos do corpo, assim como o aparecimento de diferentes formas de câncer. Para os europeus, o vinho é considerado um complemento alimentar, pois contém carboidratos, vitaminas e minerais provenientes da uva. Verdade seja dita, cheers ao Resveratrol e “in vino veritas” com moderação e bom senso!!
Patricia Kozmann, formada em marketing pela ESPM, foi gestora de marketing da Winebrands e atualmente vive na Umbria, Itália, onde atua em prospecção e relacionamento com produtores. É correspondente para as diversas mídias da empresa.
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gastronomia
Falar sobre azeite nos dias de hoje ĂŠ como falar de vinhos hĂĄ 20 anos. Texto: Christiane Bracco Fotos: Johnny Mazzilli
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gastronomia
Quem não se lembra da garrafa azul de Liebfraumilch, vinho de origem alemã, sensação no Brasil na década de 1990, época em que o governo abriu as importações? Foi a partir da chegada desse vinho barato que a maior parte dos brasileiros travou contato com a bebida pela primeira vez. Com o azeite não foi diferente. Era comum vermos no mercado prateleiras repletas da mesma marca em diferentes cores e embalagens. Não havia muitas opções e desconhecíamos a diversidade de produtos. Comprávamos azeite de oliva acreditando que estávamos consumindo um azeite extra virgem. Não sabíamos e a maioria dos consumidores continua sem saber, que azeite de oliva é uma mistura de azeite de oliva virgem com azeite de oliva refinado. Não havia, por parte dos consumidores, a busca de informações e o azeite era tratado como commodity.
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gastronomia
Oliveiras ao redor dos vinhedos da vinícola Costaripa, às margens do Lago di Garda, na Lombardia
Com o passar dos anos, o mercado dos vinhos e de alimentos foi se sofisticando. O aumento do poder aquisitivo do brasileiro somado ao advento da internet e a facilidade de se obter informações resultou em consumidores mais informados e exigentes. Surgiram diversos cursos de sommelier, confrarias, degustações e harmonizações. As garrafas azuis desapareceram e deram lugar a uma infinidade de rótulos, preços e origens. Hoje, ainda que timidamente, o vinho cada vez mais faz parte da vida da maioria dos brasileiros. Mas e o azeite? O azeite, apesar da pouca opção e do custo de alguma forma ainda elevado, sempre esteve presente na mesa do brasileiro. Contudo, foi nos últimos anos, impulsionado pelo crescimento econômico, que a oferta de azeites aumentou e muito. Hoje, há dezenas de rótulos nos supermercados e alguns restaurantes oferecem até carta de azeite. Entretanto, diferente do mercado de vinhos, o consumo não está acompanhando a oferta. Falta informação para o consumidor que acaba comprando azeite pelo preço, pela cor ou pela acidez, mas poucos sabem, por exemplo, que a acidez de um azeite não é sentida no paladar e, sim, medida em laboratório e está relacionada a um processo produtivo perfeito e ao estágio de degradação do azeite.
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gastronomia
Poucos consumidores também sabem que ao consumir azeite extra virgem, estão consumindo um produto 100% natural. Azeite extra virgem nada mais é que azeitona espremida. Não há química ou solvente. O azeite extra virgem é composto de substâncias antioxidantes, que combatem os radicais livres e ajudam a prevenir diversos tipos de cânceres. Também fazem parte da sua composição as vitaminas A, D, E e K e o ácido oleico, responsável por diminuir o mau colesterol e aumentar o bom. Apesar de ser calórico (9kcal/g), o azeite extra virgem faz muito bem para a saúde.
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Bolinhos de chocolate belga com sorvete de macadâmia e azeite de laranja
Como identificar um azeite de qualidade Nada substitui a experiência da degustação. Um azeite deve ser provado e, quanto mais amargo e picante for, mais fenóis e polifenóis – substâncias antioxidantes – terá em sua composição. Na hora da compra, procure adquirir garrafas de vidro escuro. Azeites envasados em recipientes de vidro claro devem ser consumidos mais rapidamente, pois a luz é um importante fator de degradação. Observe a data de produção e envasamento. Quanto mais próximo dessa data, mais fresco e melhor suas características. Ao contrário de alguns vinhos, azeites não podem ser guardados, mas devem ser consumidos o mais frescos possível. Outro ponto importante: um azeite produzido e engarrafado no mesmo local pode ser um indicativo de qualidade, pois aponta que entre sua
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produção e seu envasamento não foi transportado ou estocado e tem melhores chances de preservar suas qualidades. Depois de aberto, é importante mantê-lo longe da luz, do calor e sempre bem fechado. É interessante ter em casa três ou quatro tipos de azeite, para diferentes finalidades. O azeite que usamos na cozinha do dia a dia não deve ser o mesmo para a salada ou para o peixe. Os azeites, como os vinhos, também harmonizam com os pratos, e muito diferente do que estamos acostumados, azeite também harmoniza com sobremesa, como sorvete de creme com azeite aromatizado de limão, ou chocolate meio amargo com azeite de laranja são combinações inusitadas, criativas e que enchem os olhos e agradam a todos os paladares.
gastronomia
AZEITE DE OLIVA O azeite de oliva é o puro óleo obtido da fruta da oliveira sem a utilização de solvente e que não foi submetido a tratamento diferente de lavagem, maceração, centrifugação, decantação e filtração e que não seja misturado com nenhum outro óleo vegetal.
AZEITE EXTRA VIRGEM É o azeite que possui a melhor qualidade e é o mais pleno de aroma e sabor. Para ser considerado extra virgem, é necessário passar por duas análises, uma química e a outra sensorial, feita por degustadores treinados e reconhecidos pelo Conselho Oleícolo Internacional. O azeite deve estar livre de defeitos e ainda ter um sabor frutado. Quimicamente, o extra virgem é descrito com uma acidez não maior que 0,8%, além de outras características previstas para esta categoria.
AZEITE DE OLIVA VIRGEM Acidez livre de no máximo 2%.
AZEITE DE OLIVA LAMPANTE Não indicado para o consumo alimentar, tem acidez livre superior a 3,3%.
AZEITE DE OLIVA Obtido de uma mistura de azeites de oliva virgem e de oliva refinado (com exceção do lampante), com um teor de acidez livre não superior a 1%. Azeite de oliva obtido da refinação de azeite de oliva virgem com um teor de acidez livre não superior a 0,3%.
Christiane Bracco, 33, administradora de empresas pelo Mackenzie, MBA em Finanças e Mercado de Capitais pela FGV. Estuda o mercado de azeite desde 2009 e iniciou sua formação na Itália e certificada pela ONAOO (Organização Nacional dos Degustadores de Azeite de Oliva)
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Arthur Azevedo
BORDEAUX, UM MITO QUE SE RENOVA Por Arthur Azevedo
Entre os apreciadores de vinhos, a simples menção do nome Bordeaux causa frisson e exclamações de admiração, visto serem estes os vinhos mais desejados e procurados no mundo. São Paulo teve recentemente a oportunidade de receber, no hotel Hyatt, uma inesquecível mostra de vinhos de Bordeaux, da safra 2009, uma das mais prestigiadas de todos os tempos. O curioso é que os vinhos de Bordeaux têm admiradores em todos os segmentos de enófilos, dos mais aos menos abastados e, por incrível que pareça, todos conseguem degustar seu Bordeaux com muito prazer. Nesse sentido, talvez seja o mais democrático dos vinhos, pois existem ofertas de vinhos de boa qualidade em todas as faixas de preços. Se há alguns anos essa afirmação pudesse parecer demagógica, hoje isso é real, devido ao enorme progresso observado tanto na vinicultura quanto na viticultura da região. Em função disso, os Bordeaux apresentam sensível melhora e avanços consideráveis. O mais notável deles é o fato de os vinhos, de modo geral, serem acessíveis mais jovens, algo impensável no passado recente. Este fato ficou mais que patente, pela constatação de que muitos vinhos de 2009 já estão plenamente abordáveis, deliciosos para serem consumidos hoje, mesmo se sabendo que isso é o equivalente a um infanticídio. Os apressados e os apreciadores de vinhos jovens devem estar muito felizes. Eu, confesso, não faria isso e guardaria os vinhos por pelo menos mais oito anos para pensar em abri-los. Uma das razões da mítica de Bordeaux diz respeito à famosa Classificação de 1855, quando os vinhos da região foram classificados em “Crus Classés”, e designados como Primeiro até Quinto “Crus Classés”, por ordem de Napoleão III. O lógico seria uma classificação por qualidade, mas os negociantes resolveram classificar os vinhos pelo preço de venda que alcançavam na época. O problema é que esta classificação só mudou uma única vez
até os dias de hoje, fato acontecido em 1973, quando o Château Mouton-Rothschild passou de Segundo para Primeiro Cru Classé. Evidentemente muita coisa mudou desde 1855 e a classificação não refletiu estas mudanças, o que a torna pouco útil nos dias atuais. Além disso, regiões importantes ficaram de fora e criaram sua própria classificação, como Saint-Émilion, ou mais radicalmente, como Pomerol, nunca adotaram nenhum tipo de ordenamento. Curiosamente, algumas das maiores estrelas das recentes, e mágicas, safras de 2009 e 2010 vieram destas regiões, como os vinhos do Château Clinet, Château Canon, Château Troplong Mondot, Clos Fourtet, Château L'Evangile e Château Angelus. Estes vinhos são provenientes da chamada Margem Direita da Gironde, o famoso estuário formado pela junção dos rios Garonne e Dordogne. Entre seus pares da Margem Esquerda da Gironde, os grandes destaques da safra 2009, mostrados no Hyatt, foram: Château Léoville-Poyferré, Château Saint-Pierre, Château Rauzan-Segla, Château Gruaud Larose, Château Malescot Saint-Exupéry, Château Pichon Longueville Comtesse de Lalande e Château Lynch-Bages. Entre os brancos 2009 merecem ser citados: Domaine de Chevalier, Château La Louvière, Château Pape Clément e Château Smith Haut-Lafite. Já da badalada Sauternes, fonte dos melhores vinhos doces da França, brilharam em 2009 os vinhos dos Château Siduiraut e Doisy-Daëne.
Arthur Azevedo é diretor-executivo da Associação Brasileira de Sommeliers-SP, editor do website Artwine (www.artwine.com.br), palestrante e consultor de vinhos.
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1 A EXPERIÊNCIA DO GOSTO - O MUNDO DO VINHO SEGUNDO JORGE LUCKI
GRANDE LAROUSSE DO VINHO Quando o vinho se torna uma paixão, ele nos convida a viajar. Mas nem sempre é fácil uma boa orientação. Esta obra clássica, vasta e abrangente ajudará você a conhecer melhor o mundo do vinho e se tornar um apreciador mais esclarecido. Autor: Larousse Editora Larousse, 2012 528 pág. / Português Onde Comprar: www.fnac.com.br
8 100 GARRAFAS EXTRAORDINÁRIAS DA MAIS BELA ADEGA DO MUNDO
Autor: Jorge Lucki Editora Companhia das Letras, 2010 378 pág. / Português Onde Comprar: www.livrariacultura.com.br
VOCABULÁRIO DO AÇÚCAR
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Colecionador notável, o autor possui uma das adegas mais extraordinárias do mundo, com cerca de 35 mil garrafas, dentre as quais as mais antigas datam do século XVIII. Neste livro, ele desvenda esse patrimônio excepcional e nos leva a conhecer seu esconderijo. É a oportunidade para enveredarmos através de sua paixão e de sua busca frenética por garrafas raras ou esquecidas. As variedades de uvas, a produção, as melhores safras, as notas de degustação... Conheça as cem garrafas da mais extraordinária adega do mundo. Autor: Michel Jack Chasseuil Editora Boccato, 2011 / 254 pág. / Português Onde Comprar: www.livrariacultura.com.br
Resultado de pesquisas de campo sob a ótica da antropologia da alimentação, no Brasil, no norte do continente africano (Magreb) e em Portugal, além de consultas a arquivos históricos brasileiros e europeus, o livro traz 1.207 verbetes ligados ao açúcar, que possibilitam conexões com a história e com a formação social e cultural do Brasil. O texto busca identificar o estabelecimento em nosso país de uma verdadeira civilização do açúcar, determinante da formação da nossa gastronomia.
GUSTO. L'INTELLIGENZA DEL PALATO O livro aborda um dos estereótipos mais arraigados de pensamento filosófico, que considerava o gosto (como o cheiro) um sentido inferior, a mais carnal e o mais visceral, a mais arbitrária e, portanto, o mais distante a partir do conhecimento. A autora exibe refinados significados intelectuais e culturais imanentes aos únicos animais que aprenderam a cozinhar, os humanos. Autor: Rosalia Cavalieri Editora Laterza, 2011 208 pág. / Italiano Onde Comprar: www.lafeltrinelli.it
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Em crônicas escritas ao longo de dez anos, o autor, conceituado crítico brasileiro de vinhos, apresenta diversos aspectos do mundo do vinho. O livro é dividido em sete temas – uma introdução ao mundo do vinho, os diferentes tipos, as várias uvas, os países produtores, as particularidades das regiões, os prazeres da harmonização e os grandes personagens envolvidos.
3 GULA D’AFRICA, O SABOR AFRICANO NA MESA DO BRASILEIRO Organizado por Flávia Portela, este livro apresenta as principais receitas africanas adotadas pelo brasileiro. A obra faz parte do projeto Cara e Cultura Negra e é uma homenagem àqueles que contribuíram para a formação da cultura brasileira através dos costumes, da dança, lendas, festas, gastronomia e outras manifestações culturais. Autor: Rosalia Cavalieri Editora Senac Distrito Federal 92 pág. / Português Onde Comprar: www.livrariasaraiva.com.br
MANUAL DIDÁTICO DO VINHO
O vinho é um tema naturalmente apaixonante, principalmente quando narrado por um dedicado conhecedor do assunto. O livro apresenta a essência desta bebida universal. Da escolha da uva e sua produção por região à degustação da bebida, a obra discorAutor: Raul Lody re sobre métodos de cultivo, ciclo evolutivo e Editora Senac, 2011 podas, clima, solo, colheita, variedade de uvas 254 pág. / Português e da bebida, conceito e composição, vinificaOnde Comprar: ção de brancos, tintos, rosés, doces, espumanwww.livrariasaraiva.com.br tes, estágio em madeira, tipos de garrafas, análise sensorial, escolha e compra, serviço do vinho, guarda e PÃO - ALIMENTO DO CORPO harmonização com alimentos, E DA ALMA explanados de forma descomplicada e didática. Uma obra recomendada para Nesta obra, a autora conta desde suas iniciantes e para aqueles que desejam lembranças da infância, a mãe na aprimorar o conhecimento. cozinha, as histórias e tradições de família, até dicas, segredos, Autor: Daniel Pinto curiosidades e receitas, didaticamente Editora Anhembi Morumbi, 2008 organizadas por assunto e grau de 624 pág. / Português dificuldade. Onde Comprar: www.livrariasaraiva.com.br Autores: Elen Casagrande e Any Kaisermann Editora Escola do Pão, 2009 104 pág. / Português Onde Comprar: www.livrariacultura.com.br
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FEIRA LIVRE Inspirado nas caixas plásticas coloridas utilizadas no transporte de produtos hortifruti, o arquiteto Maurício Arruda criou a linha de mobiliário C-56, que alia a sustentabilidade ao design autoral. Utilizando chapas de madeira macia teca – com selo de certificação ambiental FSC (Forest Stewardship Council) –, Arruda construiu móveis (cômoda, criado-mudo e bufê) que abrigam as caixas de plástico. “Elas são como gavetas soltas do móvel, que permitem tanto a armazenagem como o transporte de objetos. Além disso, as caixas são empilháveis e podem ser dispostas também fora do móvel conforme a necessidade do usuário”, explica Arruda. A brasilidade que norteia a Linha C-56 é vista também nos desenhos dos pés – réplicas dos carrinhos dos carregadores de papéis ou lixo reciclado e dos próprios feirantes. Carbono - www.carbonodesign.com.br
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PELO MUNDO
OS PIERROTS DE PARIS por Daniela Pereira
Uma iniciativa inovadora e bem-humorada está ajudando a diminuir o barulho nas madrugadas de Paris. Um grupo de artistas fantasiados utiliza a mímica, a dança e, principalmente, o humor para fazer com que os boêmios diminuam o tom de voz nos arredores de bairros residenciais. Vizinhos de bares e restaurantes vinham sofrendo com os decibéis dos animados "baladeiros" na capital francesa. A originalidade do método surpreende mas não causa repulsa. Em vez disso, instiga a imaginação e os próprios artistas explicam que "o silêncio pode ser encarado como uma forma de compartilhamento e não é uma tentativa de repressão". A ideia é conciliar as noites festivas de Paris e a tranquilidade dos moradores locais para promover uma convivência mais harmoniosa entre todos.
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Foto: Sophie Robichon/ Mairie de Paris
Os Pierrots de Paris abordam os boêmios no Marais