Ano um
ano II - número três / 24 de fevereiro de 2015/ Belém - Pará
Número Zero
FUTEBOL, HUMOR E CULTURA
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Escalação
Abrindo os trabalhos Novos rumos, novos tempos. Viva a criatividade. Morre o velho e o novo sempre vem. É isso que temos ouvido esses anos todos, nas últimas décadas e no último século. A morte dos jornalões é imperativa, sentencia o cartunista mineiro Paulo Barbosa. Eu digo: esqueça isso e venha para nova era. A Era da Cabra. A era em que não é mais a banca de revista visitada aos domingos que interessa. O que interessa agora são os clics no mouse, às redes sociais, os amigos virtuais. O mundo está se readequando a essa nova
Paulo Barbosa
mídia e a esse novo pensamento. Quando os grandes monstros de rolos de bobina se afogam em acordos, negociatas e nas redes de corrupção, o leitor desiste de querer alguma luz no fim do túnel. Meu amigo PB sentencia. Eu concordo, mas abro o olho no escuro e vislumbro um outro futuro. Fake? Quem sabe chegamos na matrix. Mas pelo menos pessoalmente é menos nocivo ao meu fígado que estava se dissolvendo na escuridão da mediocridade da Grande Imprensa. Eu não estou mais sozinho e o cheiro de tinta retornou às minha narinas..
Emman Dono do Negoço
Dono da bola Emman Dono do campo Walter Pinto Dono do apito Junior Lopes Dono do placar Harold Brand Dona das bandeirinhas Lu Hollanda Dono da maca Advaldo Nobre Dono das camisas Fernando Nobre Dono da torcida organizada Ricardo Lima Dono do clube de campo Paulo Mashiro Colaboradores especiais Luiz Pê Marquinho Mota Timaço Goleiro: Tomaz Brandão Lateral direito: Honorato Jr. Lateral esquerdo: Elias Ribeiro Zagueiro central: Raimundo sodré 1º Volante: Mauro Bentes 2º Volante: Rodolpho Oliveira Meia direita: Thiago Moraes Meia esquerda: Versales (SP) Ponta direita: Marcelo Seabra Ponta esquerda: Marcelo Rampazzo Centroavante: Mário Quadros Torcida feminina Waléria Chaves, Helena Beatriz e Regina Damasceno Regina Coeli Administração e internet Alícia Ana Paula Administração Pablo, Pedro Brandão Redação e contatos: pauloemman@yahoo.com.br hollandaluciane@yahoo.com.br
Walter Pinto Dicas a um técnico sem noção
Honorato JR.
A vitória de 2 a 0 sobre o Santos, de Macapá, não deve iludir o torcedor bicolor. O time não consegue mostrar um padrão de jogo convincente. O técnico Sidney Imoraes, como faz ao final de todos os jogos, repete o mantra: “Estamos começando um trabalho, os jogadores não se conhecem, estamos evoluindo”. Não sou técnico de futebol, mas acho que sei como Imoraes pode resolver o problema do time. Não precisa inventar nada, pelo contrário, deve fazer o óbvio. A primeira providência é reunir os jogadores no meio do campo e tratar de fazer as apresentações devidas: “Pikachu, este é o Romário; Magno Alves, este é o Dão; Léo Canhoto, este é o Aylon” e segue apresentando um ao outro. Estaria aí resolvido o problema da falta de conhecimento, um obstáculo que parece dos mais sérios na Curuzu. Encerrado esta etapa da preparação, ainda com o time reunido no meio do campo, Imoraes iniciará à segunda fase do treinamento. Com uma bola na mão, esclarecerá, ao time, o que é aquele objeto esférico: “Rapaziada, esta é uma bola. É com ela que jogamos futebol. O objetivo é colocá-la dentro do gol do adversário”. Pronto, outra etapa resolvida. Esta fase, no entanto, só será coroada de pleno êxito se Imoraes souber de que se trata aquela coisa redonda. Admitindo que tudo tenha corrido bem até aqui, Sérgio Imoraes passará para a terceira etapa da preparação. Chama Léo Canhoto, Romário, Marlon, Aylon, Leandro Cearense, entre outros, e os apresenta àquelas cadeiras pretas, perfiladas na lateral do campo: “Meus amigos, este é o banco de reserva, fiquem à vontade”. E para que o fiasco chegue ao fim, Imoraes deve chamar o goleiro Andrey à parte e pedir que tire aquele horrível chapéu, que só fica bem na cabeça de goleiro alemão. Antes, porém, convém dar uma oportunidade de defesa ao rapaz, afinal ele tem tamanho de goleiro, jeito de goleiro, embora não saiba que não é goleiro. Andrey pode justificar que tem moleira mole e que o chapéu funcionaria como atadura. Neste caso, deve entregá-lo aos cuidados do Dr. Silvério e se livrar do moço imediatamente. Sugiro que o recomende ao Departamento de Basquete alviazul. Quem sabe lá não se revele um grande atleta, quem sabe até um novo Paulo Emmanuel, que, nos tempos de Abaeté, só fazia de três pontos. Não é, Pablo?
Walter Pinto Charges produzidas para O ParazãoFutebol e Humor na sua primeira investida em 2011, pelo cartunista Walter Pinto. Esta era a situação no campeonato que se confirmou no final com o Independente de Tucuruí levantando o caneco. Mais atual, impossível!
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Raimundo Sodré Minha moral com a Santa
hebdomadários voltam à ser alvo de polêmicas Walter Pinto Hebdo é uma derivação da palavra grega hebdomáda que significa originalmente algo feito numa semana. Foi incorporada ao jargão jornalístico eepecialmente para designar as publicações semanais. No Brasil, quem primeiro empregou neste sentido foi o tablóide semanal O Pasquim, editado pelos cartunistas Ziraldo, Jaguar, Millôr Fernandes e pelos jornalistas Paulo Francis e Ivan Lessa. Foi um dos principais semanários alternativos de combate à Di-
tadura Militar. Na França, o termo foi consagrado pelo semanário CharlieHebdo, também uma publicação alternativa, de caráter iconoclasta e anarquista, internacionalmente conhecida. Recentemente Charlie foi alvo da intolerância religiosa, tendo sido assassinado quatro de seus cartunistas.Embora seja relacionado à imprensa alternativa, o termo hebdomadário designa qualquer publicação semanal. Assim, as revistas semanais Veja, IstoÉ e Carta Capital são também hebdomadários. Já os jornais diários estão excluídos do termo.
Os jornalões estão com os dias contados? É com profunda tristeza que assisto ao ocaso do jornal impresso, mesmo porque esse velho e venerável senhor já não faz parte de minhas atividades excretórias matinais, sempre mais produtivas quando em tão boa companhia. Com a decadência do pau de tinta vai-se embora uma inteira visão de mundo, a crença ingênua e maravilhosamente salvífica de que o mundo poderia ser explicado por uma meia-dúzia de bons repórteres, fotógrafos, desenhistas e articulistas, metidos noite adentro numa redação. Toda uma legião de profissionais da boa mentira diária é que se precipita no abismo junto com o lento fenecer dos grandes jornais impressos. Sim, eles mentiam, mas e daí? Ninguém, diabos, está interessado nesta verdade mesquinha e vagabunda difundida pelas redes sociais, muito mais vulgar e leviana que qualquer jornal que jamais hou-
ve. Como dizia o imortal Otto Lara Resende: importa a versão, e não o fato. Era isso o que procurávamos abrindo um vetusto senhor cinzento de quatro cadernos ainda na década passada: a mentira. E com que delícia saboreávamos essa mentira, quando bem contada por aquele repórter gonzo, aquele cartunista de ressaca, aquele articulista de ovo virado. Muitos desses velhos gênios migraram hoje para internet, no que fizeram muito mal: a sua mentira perdeu a credibilidade. Em ambiente virtual, tudo parece exponencialmente mais falso, até a mais pura e cristalina verdade. “Papel aceita tudo”, diz o vulgo. Mas telinha de pixels aceita muito mais, até a verdade infame de merda, da qual ninguém quer nem de longe saber. *Paulo Barbosa é cartunista mineiro
O combinado era atravessar a calçada que se estendia pela vila que eu morava, do início ao fim. Uns quarenta metros de joelho aguentando o sofrimento. Tudo por causa do Bicola. Era por ali pelo início da década de 70. Por conta de uns regalos que ganhei do meu tio e que entre outros atrativos tinha uma grade de Grapetes, estava definitivamente decidido a torcer pelo Paysandu. A cada Grapete que eu subtraía da conta aberta lá na taberna do seu Paulo, mais apaixonado ficava pelo time alviceleste. Foi então que num jogo disputadíssimo com o Remo, eu estava acompanhando pelo rádio e num pé e noutro de nervoso. Remo um a zero. A molecada que estava comigo, ouvindo o jogo na entrada da vila, embaixo do pé de Acácia deu a maior corda: eu tinha que provar que era torcedor de vera. Assumir da forma mais desafiadora o amor pelo meu clube. Sair da situação de torcedor recém convertido, de simpatizante, admirador verdinho e amadurecer em convicção, em apego e zelo pelo meu time. Sentenciaram que eu firmasse ali uma promessa com a Virgem de Nazaré que se o Paysandu virasse aquele jogo, eu atravessaria de joelhos e com uma vela na mão, a calçada da Vila Mauriti. Mas foi na hora que invoquei a Santa. Fiz a combina e voltei para o radinho cheio de fé. Na segunda-feira, ao cair da tarde, lá estava eu, vela em punho, uma ruma de moleques me rodeando, minha mãe ralhando, a vizinhança tesourando (alguns espalharam que a promessa era por causa de uma doença feia na família. Alguém estava enfraquecido e internado no Barros Barreto)... Estava decidido. E não tinha rolinho de pano para atenuar a dor no joelho não. Foi no bruto mesmo. A Santa me atendeu na hora. Foi só eu tirar os olhos do céu infinito e me concentrar na emoção do narrador que o milagre aconteceu. Dois gols do Moreira. Virou o jogo. Eu vibrei às pampas com a minha turminha, mas tão logo passou a comemoração fui alertado: “olha a promessa!”. Quando cheguei no final da vila, o joelho estava todo esfolado. Peguei uma senhora de uma esculhambação da mamãe, fiquei sem poder ir pra aula e passei a semana toda só no chá de Cabacinha. Mas também, nunca mais quis testar minha moral com a Santa. E o Paysandu tá aí até hoje, seguindo seu destino. Perdendo, ganhando, empatando...contando apenas com as suas posses.
Exposição que comemora 49 anos de vida, 29 anos de carreira do artista e inaugura a Galeria Ronaldo Rony, do Espaço Caos, em Macapá. A exposição “50 menos 1 - Retrospectiva do cartunista Ronaldo Rony” , fará uma revisão dos três marcos na história do artista nos seus 49 anos de vida (Ah! Por isso o nome 50 menos 1! Entendi!), e 29 anos de carreira coroada com a inauguração da galeria que leva o seu nome, homenagem do Espaço Caos. Nascido em Curuçá, na Zona do Salgado paraense, criado em Belém e recriado em Macapá (o que o faz viver com as três cidades no coração), Ronaldo Rony é uma referência no humor gráfico produzido na terra do meio do mundo. O Espaço Caos, que congrega grupos de curtidores, fazedores de cinema, fotografia, graffiti, quadrinhos e música, faz essa homenagem inusitada, já que não é comum dar nome de pessoa viva a galerias, teatros, museus etc. Na exposição, a trajetória do artista será
Expo A abertura da exposição 50 menos 1 e a inauguração da Galeria Ronaldo Rony serão neste sábado, 28 de fevereiro de 2015, às 20 horas. O Espaço Caos fica na Avenida Procópio Rola, entre Ruas Manoel Eudóxio e Prof. Tostes. Em Macapá, é lógico!
contada através de seus muitos personagens, desenhos que ele considera clássicos, alguns selecionados em salões de humor do Brasil/mundo e alguns desenhos premiados (dois, pra ser exato!). Além de fanzines, vídeos, camisetas e os tão esperados bonecos do Capitão Açaí, confeccionados pelo
cartunista Emman, que estarão à venda na exposição. Na programação, além da música nossa de cada dia, haverá a intervenção poética de Clei de Souza, poeta criado no mesmo polo cultural de onde saiu Ronaldo Rony, a surreal Marambaia, em Belém do Pará.
Bonecos do Capitão Açaí, confeccionados pelo cartunista Emman, que estarão à venda na exposição. Apenas 10 miniaturas.
Um olhar Amazônico o Santareno Joabher Bentes começou a fotografar profissionalmente em 2010, quando passou a g erenciar o setor de comunicação da empresa onde trabalha. Amante fervoroso da natureza, aprofundou-se na fotografia como objeto de criação e contemplação para tudo que é amazônico. Explora a natureza, o povo ribeirinho e as raízes culturais do seu Estado, em cenas nativistas e urbanas. Gosta de salientar a ideia de que suas imagens contribuem para a preservação da natureza e identidade do povo paraense, carentes de mais atenção.
“O que me motiva a continuar neste caminho, além do grande prazer que fotografar me proporciona, foi a descoberta das transformações que uma fotografia provoca na vida das pessoas, despertando sentimentos que podem fazer um dia comum se transformar em algo inesquecível”. Joabher Bentes (Stontchenco)
Vamos ver se O Bola do Diário do Pará chupa mais essa..
Residentes no bairro do Jurunas, os amigos de Igarapé Miri, Sr. João Batista e Raimundo Quaresma, um grande abraço da equipe do ParazãoHebdo.
O amigão Ronald Vieira comemorando o aniversário. Um abraço especial do PARAZÃOHEBDO Torcedor do Santa Cruz, reside atualmente em Alagoas
Assista TV Le達o #04 Remo X Rio Branco Direto do Boteco Azulino https://www.youtube.comwatch?v=3JsfyB7308E
Sobre Impeachment Sou contra o impeachment, acho oportunismo da direita, porque a grande mídia não divulga que o início de mensalões e a relação promíscua entre executivo, partidos e empreiteiras já se vão lá mais de 20 anos de bandalheiras e sacanagens com o nosso dinheiro? Falando sério quem tinha razão era aquele general francês, o De Gaulle: “O Brasil não é um país sério”. Há décadas esperamos um herói nacional, em um golpe do acaso Sarney assumiu e tentou o messiânico plano cruzado junto com as fiscais do sarnento, elegemos Collor o caçador de marajás que na verdade confiscou nossa poupança, elegemos FHC que em vez da sociologia virou o príncipe da privataria, Lula representava a ética na política, deu no que deu: um sapo barbudo podre de rico dono de um partido que se peemedebizou. No futebol a dupla Havelange/Teixeira comandava a CBF. Agora o baixo clero chegou ao poder com Eduardo Cunha: “Representante do conservadorismo, relativamente à reforma política, as posições, do presidente Cunha, são as piores possíveis, derivando do livre financiamento empresarial das eleições, via contribuições aos candidatos e partidos vocalizando o atraso ideológico do fundamentalismo pentecostal mais primitivo, que manipula, Eduardo Cunha, no entanto, representa acima de tudo os interesses avançados do capitalismo financeiro” (Roberto Amaral – Carta Capital”
O leitor deve estar se perguntando: “o que isso tem a ver com futebol ou esporte em geral? O Harold está pirando ou as coisas estão piorando?” e eu respondo:TUDO.
Enquanto os cidadãos brasileiros não tomarem para si a tarefa de rever, reformar, mudar todo um rol de empecilhos que tornem seu dia a dia, o de um cidadão de fato, com tudo o que a
Loja B4 Adm. Mauro Bentes
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cidadania proporciona, ficaremos ao léu, à margem dos espertalhões que apostam sempre na deseducação, no clientelismo, na ação pontuada, na disseminação da informação que represente os interesse avançados do capitalismo financeiro. As federações de futebol reproduzem a nível regional a hierarquia burucratizante/ineficiente da CBF, além de estarem cheias de militares ou militantes do conservadorismo, saudosos da ditadura. Um país que tem horror a planejamento, que prioriza o jeitinho, o caixa dois, os vinte por cento sobre a obra, a enorme influência do grande capital nas eleições, o continuísmo conservador dos privilégios, do QI, das instituições viciadas, arruinando com nossa frágil democracia, só podemos esperar vitórias de Pirro, eventuais destaques em um ou outro esporte com patrocínio oficial, a crista da onda antes dela quebrar e um 7 x 1 humilhante de vez em quando para se cair na real. Não me chamem de pessimista, nossa ignorância da história é tamanha, pois não entendemos o processo que nos levou a este estado de coisas e então ficamos dividindo as pessoas em quem tem fé e quem não tem, quem é otimista e quem não é, desse jeito continuaremos a esperar um herói. Enquanto isso os cães ladram e a caravana passa.
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