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Ano um

ano II - número cinco / 11 de MARCO de 2015/ Belém - Pará

Número Zero

FUTEBOL, HUMOR E CULTURA

Galo campeão independente de tucuruí comprova que o título de 2011 não foi por acaso. contrariando as expectativas conquista o primeiro turno do parazão 2015, vai pra final e de quebra gaRANTE VAGA PRA COPA VERDE E COPA DO BRASIL 2016. qUER MAIS?

Ítalo Gadelha

Com: emman walter pinto Harold Brand Brahim Ítalo gadelha Pedro maués

A arte de

Ricardo Soares

Estreias: bENILTON

Ricardo LIma

cRUZ mARCOS sALVATORE


Abrindo os trabalhos

“ Quero Meu PARAZÃOHEBDO” Prezados leitores, Vou ser breve neste editorial. O Parazão Hebdo cada vez melhor enche os olhos do nosso leitor e por tabela abre perspectivas quanto ao seu futuro. Obviamente precisamos manter o projeto e a qualidade e isso requer custos que começaremos a buscar para ampliar nossos orizontes. Você gosta do Parazão Hebdo? Gostaria de ver esse projeto nas bancas e emm todos os lugares da cidade? Queremos o seu apoio, caro leitor e amigo. Na próxima edição será lançada uma campanha : “ Quero Meu PARAZÃOHEBDO.

Escalação Dono da bola Emman Dono do campo Walter Pinto Dono do apito Junior Lopes Dono do placar Harold Brand Dona das bandeirinhas Lu Hollanda Dono da maca Advaldo Nobre Dono das camisas Fernando Nobre Dono da torcida organizada Ricardo Lima Dono do clube de campo Paulo Mashiro Colaboradores especiais Luiz Pê Marquinho Mota Timaço Goleiro: Tomaz Brandão Lateral direito: João Bento Lateral esquerdo: Elias Ribeiro Zagueiro central: Raimundo sodré 1º Volante: Mauro Bentes 2º Volante: Ítalo Gadelha Meia direita: Pedro Maués Meia esquerda: Versales (SP) Ponta direita: Marcelo Seabra Ponta esquerda: Marcelo Rampazzo Centroavante: Mário Quadros Torcida feminina Waléria Chaves, Helena Beatriz e Regina Damasceno Regina Coeli

Mande mensagem para o email:

pauloemman@yahoo.com.br

Administração e internet Alícia Ana Paula Administração Pablo, Pedro Brandão Redação e contatos: pauloemman@yahoo.com.br hollandaluciane@yahoo.com.br


Walter Pinto O Parazão vai começar O primeiro turno do Campeonato Paraense de Futebol acabou no domingo passado com um gostinho de Campeonato Intermunicipal. Dois times do interior, Parauapebas e Independente, fizeram a final, com a vitória do time de Tucuruí, nos pênaltis.

Lecheva, o Cara

Este, talvez, seja o mais curto dos campeonatos paraenses já realizado. São dois turnos, cada um com duas chaves de cinco clubes. Cada time faz quatro jogos por turno. Os dois com melhor pontuação em cada chave fazem a final dos turnos. O campeão sairá de um jogo entre os vencedores do primeiro e do segundo turnos. Neste sistema, qualquer tropeço pode ser fatal e pode por em risco o alto investimento feito pelos clubes, principalmente os da capital, os que realmente levam a torcida para campo, aliviando, inclusive, o caixa dos pequenos. Chamar de pequeno os clubes do interior pode ofender seus dirigentes, jogadores e comissões técnicas. Eles podem argumentar, com razão, que, já faz tempo, estão disputando o título, não são mais figurantes. Nos quatro últimos campeonatos, os times do interior foram campeões duas vezes, o Independente, em 2011, e o Cametá, em 2012. Paysandu e Remo ficaram com os títulos de 2013 e 2014, respectivamente. O Independente já se credenciou ao título de 2015. Se, de fato, os resultados vem mostrando que os times do interior já não são mais as barbadas que eram, também não se pode dizer que prescindam dos grandes da capital. Um público pagante de 6 mil torcedores para uma decisão é brochante. Mas foi o que aconteceu no domingo em que Alencar Baú garantiu o título para o Independente. Se a decisão fosse contra um dos grandes da capital, teríamos casa cheia, coisa para 25 a 30 mil pagantes. O problema nem é tanto a qualidade de Paysandu e Remo que tenha caido, mas o pouco tempo da competição. Ambos formaram elencos recentemente e atuaram contra clubes que estão jogando há mais tempo. O desentrosamento foi visível no primeiro turno. Os tropeços iniciais foram determinantes. Rapidamente, o turno se encerrou. Vamos ver como ficarão as coisas no segundo, quando Paysandu e Remo devem apresentar mais entrosamento e esquemas táticos mais definidos. Agora, sim, podemos dizer que o Campeonato vai começar.



Pedro Maués a

Adolf Hitler e o Jarbas Cabeção era a oportunidade que desejava para se notabilizar e escrever seu nome em letras garrafais na história do Brasil. Recusou-se a obedecer a ordem do comando e, na espreita, agachou-se sob uma moita de capim marinho, ali permanecendo pçor mais de duas horas, aguantando calado as dores provocadas por centenas de picadas de formigas que, como se sabe, fazem do capim marinho o seu habitat.

Abaetetuba sempre teve tradição nas competições amadoras de futebol, notabilizando-se por ser a cidade detentora do maior número de títulos do campeonato intermunicipal de seleções. A triagem dos atletas era feita com base nos campeonatos locais e foi nesse cenário que surgiu para o futebol o nosso intrépido Jarbas Cabeção, rapaz corpulento e de físico avantajado, com musculatura proeminente, portador do biótipo perfeito à prática do futebol, tendo se destacado como goleiro na equipe do Abaeté Futebol Clube ali pelos idos dos anos quarenta. Tinha boa estatura e senso de colocação, notabilizando-se pelas arrojadas saídas de gol e destemor com o qual encarava os atacantes adversários. Chegou, inclusive, a fazer uns três gols de cabeça , daí advindo o codinome que carregou até o túmulo. Nosso herói sentia prazer em narrar suas façanhas, tanto no cenário futebolístico quanto nas conquistas amorosas e na ousadia que, segundo ele mesmo, eram dons que trazia de berço. Assim é que não cansava de narrar aquela que, sem dúvida alguma, foi a maior de suas bravatas. No auge de sua carreira, Jarbas Cabeção chegou a ir ao Rio de Janeiro onde treinou no América por três meses, prestes a assinar contrato com aquele clube, quando foi surpreendido com o chamado para se apresentar ao exército brasileiro a fim de ingressar nas fileiras da FEB e partir para duelar entre os aliados contra o temível eixo formado por

alemães, italianos e japoneses na segunda grande guerra mundial. A comoção em Abaetetuba foi geral. Amigos e familiares organizaram uma festa de despedida regada a muita cachaça Alvorada, pratos exóticos como capivara ao molho pardo, coroas de flores, choro e dezenas de mensagens incentivando Jarbas Cabeção no sentido de que lograsse êxito em tão árdua missão. Ninguém testemunhou sua partida. Sabe-se, porém, que Jarbas Cabeção levou consigo sua inseparável garruncha que, segundo o próprio, poderia ser usada em qual-

quer eventualidade. Eis que depois de mais de dois meses de terríveis batalhas e sofrimento, Jarbas e um grupo de indomáveis pracinhas, estava acampado em uma esfarrapada barraca em Monte Castelo quando, subitamente, ouviram a ordem do comandante no sentido de que deveriam levantar acampamento e debandar dali, vez que uma unidade alemã se aproximava perigosamente, com cerca de três mil homens, em célere marcha, o que poderia ser catastrófico a nossos compatriotas. Jarbas Cabeção, caboclo valente e corajosos, homem na essência da palavra, sentiu que aquela

Eis que, para sua surpresa, nada menos que ele, Adolf Hitler, o próprio dito cujo, era quem comandava aquele grupamento alemão, imponente e nada amistoso, ordenando seus comandados com um simples olhar. Jarbas Cabeção, impávido, teve a magistral ideia que nos narrava com empáfia. Ao perceber que todo grupamento passara, saiu sorrateiramente detrás da moita e, pé ante pé, chegou às costas do nefasto Kaiser, tocou-lhe os ombros com o indicador e, pasmem vocês, quando Hitler virou o rosto para ver quem era, nosso herói o aquinhoou com uma violenta bofetada. O susto foi tão grande que o alemão saiu em desabalada carreira, vociferando palavras incompreensíveis em direção ao restante da tropa. Jarbas Cabeção ainda tentou atirar no amaldiçoado comandante. Não conseguiu, vez que as balas da garruncha estavam frias. Talvez o rumo da história fosse outro para a humanidade e, especialmente, para Jarbas Cabeção. - “ Mas um tapa na cara, o carcará levou! “ Sábias palavras do conterrêneo.

De abaeté a Aveiro: tudo é “A” de aventureiro Às vezes penso que estou em um navio, gaivotas passam em bando sobre minha cabeça, um vento gelado aparece de repente, aprumando o rumo do mar, desse invisível oceano ainda distante daqui, afinal o Atlântico ainda não dá para ver. As casas pequenas e coloridas, e suas fachadas quase sempre em três: uma porta e duas janelas, herança tridentina do pai, do filho e do espírito santo,

catolicamente hispânico, deixam revelar que essas mesmas portas e janelas fulguram detalhes a esconder uma mitologia pessoal, e seus dramas peculiares de cada família e suas histórias que só saberemos se nos debruçarmos à janela e puxarmos uma conversa que pode levar dias.

em Portugal, é um navio que está prestes a partir. Não sei exatamente para onde. Sei que sua aventura começa na Ria, o canal que divide a cidade em duas: de um lado o Oceano e de outro o continente. Portugal, assim me pareceu: um navio com a proa no mar e a popa na terra.

junto ao Maratauíra, eu pequeno aventureiro na canoa, a remar, com meus amigos de infância, entre eles, o Kiko, hoje o “Seu” Francisco, gerente dos Correios em Belém, e o Paulo Emmanuel, essa figura irreverente, sempre a encontrar alguma graça em nossa realidade fria.

Sim, histórias se podem contar. Ainda bem. Mas, Aveiro,

De proa à popa, exatamente como aprendi em Abaeté, alí

Assinado, seu amigo, em Aveiro, Benilton Cruz.


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r e REMISTAS E BICOLORES t

DIVISテグ DE RENDA


BICOLORES NÃO SE ENTENDEM NA RENDA DO CLÁSSICO..


A arte do cartunista Ricardo Soares O Cartunista e ilustrador paulistano é o nosso convidado desta edição do Parazão Hebdo. Ricardo Soares é herdeiro dos grandes caricaturistas brasileiros como J. Carlos, Guevara, Belmonte, Lula, Cássio Loredano, Carusos dentre outros. RS vem desenvolvendo trabalhos que já o identificam pela sua obra. Nascido em São Caetano do Sul na grande São Paulo, o artista plástico, caricaturista e ilustrador, colaborou com o jornal Gazeta Mercantil onde ilustrava a coluna “Nomes e Notas” com caricaturas da nossa rica fauna política, além de participar de coletâneas em livros e exposições. Em 2007 participou do livro do autoria de Ziraldo ‘’É Mentira, Chico?” Em Homenagem ao humorista Chico Anísio. Em 2009 realizou a exposição “Jazzenhos” uma homenagem a 30 músicos de jazz com caricaturas em técnica mista. Ilustrou um especial da revista Bravo! da editora Abril com o título “Literatura & Futebol”, onde retrata 18 escritores nacionais, trabalho que lhe rendeu em 2011 o prêmio “Hq Mix” que homenageia importantes trabalhos na área de ilustração e quadrinhos. Considerado o Oscar

Onde encontrar? brasileiro das artes gráficas. Atualmente produz ilustrações em técnicas variadas, incluindo a técnica digital com

a qual retratou personagens da música e do cinema como: Tom Jobim, Jimmy Hendrix, Wood Allen e outros em um painel reproduzido em grande dimensão .


Um olhar diferente... O fotógrafo paraense Ricardo Lima é o dono da bola desta vez. Profissional do mais alto gabarito, Ricardo aportou no ParazãoHebdo, ainda na primeira fase em 2011 e esteve conosco

até quando não sabíamos se ainda continuaria. Foi quem andou com as credenciais do Parazão nos campeonatos de 2013 e 2014. Eu dizia que o Ricardo era a única chama viva do jornal porque ainda

acreditava no recomeço do projeto e me fazia publicar e renovar sua credencial junto à ACLEP. O Parazão sempre esteve vivo com o nosso grande fotógrafo e agora faço uma homenagem ao amigo e

grande profissional. Internacionalmente conhecido publicando pela Getty Image e Imago Sports da Alemanha, Ricardo vai se consolidando como um dos grandes fotógrafos brasileiros. ( Emman)


Sem choro, nem vela No Telégrafo existia uma flor dos dias santos e das feiras Uma das mais belas e gostosas prostitutas sem eira nem beira, seu nome era Maíra e sua língua desafiava as leis da aceitação Faço menção aos seus dotes exagerados na política da masturbação Não em Cabaré ou casa de pensão; hedonista louca, trabalhadora Em casa de família, sim. Por que não? Levantes noturnos de carnaval Enfim, tinha certa predileção por

vereadores em fim de carreira Que a chamavam de rameira pra depois serem cuspidos na cara Gostava de ouvi-los: - “Você faz caridade, minha filha?”. Sua volumosa protuberância vaginal a carregava para bares, boates e festas Por seus encantos de fala mansa e sua falta de dentes Isto, aliás, lhe ajudava na execução de trabalhos com sua boca indecente - “Com mulheres não”, ela dizia. “Sou meio misógina”.

Fogueira de sutiãs, novela ou política. Antígona no criado mudo. Não se importava em dar para o primeiro ou para o último da fila Tinha sido datilógrafa. Profissão que abandonou pela putaria grave Depois que a mulher do chefe a pegou ganhando o pão de cada dia. Maíra ocasionalmente nem cobrava, dava de graça por vezes Pelo papo ou pelos olhos dos fregueses. Não sabia dizer “não”. Só dava o cuzinho por amor, só sentia tesão por vagabundos Todos diziam que morreria cedo,

cozinhando para algum moribundo O medo de morrer sozinha a jogou na vida libertina e mal paga Não falei também que era gaga, falava pouco por isso, diziam Mas quando falava, era terna, gentil e carinhosa. Uma dama, uma gueixa. Sua vida tinha sido um álbum cheio de lembranças, tristezas e perdas Morreu na dela, atropelada por um Jurunas Conceição indo para um jogo do Leão contra o Papão às nove de uma Quarta-feira Santa, Cadáver sem manta, sem choro, nem vela.

Assista TV Leão #04 Remo X Rio Branco Direto do Boteco Azulino https://www.youtube.comwatch?v=3JsfyB7308E

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As águas de março “ A quem bate panela de barriga cheia falta senso do ridículo- Juca Kfoury” Zuenir Ventura escreveu um livro chamado “1968: o ano que não terminou”. Tom Jobim compôs uma música leve e ao mesmo tempo profunda falando do “fim do caminho e a promessa de vida”. A profusão de movimentos envolvendo tanta gente neste março de 2015: greve de caminhoneiros, marcha contra o trabalho infantil, o dia da Mulher contra a violência doméstica, a movimentação da direita pressionando por um impeachment que não virá, um congresso oportunista que não entendeu o perigo que a frágil democracia no Brasil corre, militares aparentemente “neutros”, e a eterna noiva o PMDB procurando outro altar. Reformas políticas por acontecer, a classe política e os poderes constituídos mantendo privilégios impensáveis em países cujos povos tem orgulho de sua civilidade: é a grande aposta de sempre na deseducação, na falta de consciência e alienação do povo brasileiro. Talvez o jogo não seja mais o mesmo, pois quando a massa sai a rua de forma desvairada, aparentemente sem controle e sem líderes que a coordenem, significa que nossos sociólogos e analistas políticos do sistema já não dêem conta da realidade social (vide os blackblocks). 2015 guarda alguma semelhança em agitação social, o planejamento neste país é para inglês ver, a fronteira do agronegócio expande há muito seus limites para além das terras indígenas

ou reservas ambientais, a Amazônia é redescoberta no afogadilho em que a questão da crise energética, a tal bola da vez, ameaça o futuro do nosso eterno porvir desenvolvimentista: este é um país que vai pra frente. Sem contar a desigualdade e crescente intolerância, em função da cidadania alcançada por milhões de brasileiros, por parte das elites de sempre, obviamente não faltaram ecos na mídia para dar voz e imagem aos beicinhos inconformados. O Governo está mais perdido do que o cego Aderaldo, talvez nem Aécio Neves apostasse em tantas reformas neoliberais quanto o Governo Dilma, o preço tá muito amargo para o trabalhador, será que ninguém percebeu o preço que a Grécia e a Espanha estão pagando por aceitarem receitas impostas pela UE, leia-se Alemanha e França em nome de um equilíbrio de uma nova ordem mundial em que não cabem mais um único centro de poder. Um ano que talvez não acabe por tanta novidades no campo político e social: embates, enfrentamentos, cobranças de todos os lados, repressão de sempre, surpresas com certeza enfim, um grande e fundamental teste de uma democracia em transição e absolutamente vinculada ao contexto da América Latina e da globalização. O desfecho não é uma questão de otimismo.

Emman

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