Ano um
ano II - número sete / 1 de abril de 2015/ Belém - Pará
Número Zero
FUTEBOL, HUMOR E CULTURA
Uma partida avassaladora Papão chama o Leão para bailar e dá um show no mangueirão. até para os azulinos Foi pouco.
papão 3x1
emman
Abrindo os trabalhos
“ Quero Meu PARAZÃOHEBDO” Um REXPA para definitivamente colocar um pulgueiro na orelha do torcedor azulino, que vê, cada vez mais a “série D” ir para o ralo. Já para os bicolores foi um reencontro com a torcida e com o bom futebol. Grandes expectativas aguardam nos próximos jogos. Mas uns torcedores dirão: Ganhar de time “sem divisão” é fácil. Foi assim contra o Nacional de Manaus e Águia Negra do MS. Veremos mesmo se até agora o Papão só pegou time inferior. Sou da opinião que o REXPA é um clássico que se impõe e tira os favoritismos. Vamos aguardar os próximos acontecimentos.. Boa leitura. Emman Editor
Escalação Dono da bola Emman Dono do campo Walter Pinto Dono do apito Junior Lopes Dono do placar Harold Brand Dona das bandeirinhas Lu Hollanda Dono da maca Advaldo Nobre Dono das camisas Fernando Nobre Dono da torcida organizada Ricardo Lima Dono do clube de campo Paulo Mashiro Colaboradores especiais Luiz Pê Marquinho Mota Timaço Goleiro: Tomaz Brandão Lateral direito: Honorato Jr. Lateral esquerdo: Elias Ribeiro Zagueiro central: Raimundo sodré 1º Volante: Mauro Bentes 2º Volante: Rodolpho Oliveira Meia direita: Thiago Moraes Meia esquerda: Versales (SP) Ponta direita: Marcelo Seabra Ponta esquerda: Marcelo Rampazzo Centroavante: Mário Quadros Torcida feminina Waléria Chaves, Helena Beatriz e Regina Damasceno Regina Coeli Administração e internet Alícia Ana Paula Administração Pablo, Pedro Brandão Redação e contatos: pauloemman@yahoo.com.br hollandaluciane@yahoo.com.br
Mande mensagem para o email:
pauloemman@yahoo.com.br João bento
walter pinto
Walter Pinto
Leão, time com “cara de série B” Ninguém é mais ufanista do que os repórteres que cobrem os clubes grandes da capital. Basta chegar um perebão, um jogador obscuro, com passagens obscuras por times mais obscuros ainda, e lá estão os rapazes da imprensa radiofônica no aeroporto, dando as boasvindas para o perebão, imediatamente alçado ao posto de estrela da hora. É nojento. Em vez de esquadrinhar a vida profissional do perebão, levantar seus feitos e malfeitos, os rapazes do rádio lançam, de cara, as perguntas abjetas, aquelas que escancaram a falta total de conhecimento sobre o dito perebão: “qual seu estilo de jogo? como você gosta de jogar?”. O perebão, que por onde andou nunca mereceu tantas atenções, porque, senão, não seria um perebão consumado, estufa o peito e inventa uma sandice qualquer: “gosto de jogar no meio, protegendo a defesa, mas não fico parado. Faço também a armação de jogadas, abasteço os atacantes, e, se houver chance, faço também gols”. Os ouvintes-torcedores, predispostos a ouvir qualquer coisa que lhes deem esperanças, ficam animados com a nova contratação. A imagem que fazem é a de um craque, com jeito de Gerson, o canhotinha de Ouro da Copa de 1970, misturado com a habilidade de um Tostão, outro craque da mesma seleção. Se se dessem ao trabalho
reserva, se tanto. Mas como, então, o Perebão rematado veio dar com os costados nestas plagas nortistas? Ora, por obra e graça dos técnicos que por aqui aportam, com ares de conhecedores profundos de futebol. Eles indicam os perebões. Os clubes os trazem. A imprensa faz o papel de baba-ovo. Os caras assinam bons contratos. Treinam, mas quase nunca são escalados, porque os “estrategistas” logo percebem que os prata-dacasa são melhores. E assim, pasan los días.
de procurar na internet alguma informação sobre o Perebão, talvez nada encontrassem, pois o dito
nunca se destacou em lugar nenhum por onde passou. No último time que jogou, nem jogou, não passando de
Às vezes, e não raramente, os perebões chegam aos magotes, feito cacho de banana. Depende da debilidade dos clubes. Desses, um ou dois vão assumir a condição de titulares. Os demais, entram numa negociação estranha, que geralmente serve para lesar os cofres dos clubes, envolvendo técnicos e empresários, quando os primeiros não fazem o papel do segundo. De repente, o plantel dos clubes ficam abarrotados de perebões. Assim foi com o Clube do Remo. Logo no início da temporada, depois de contratar o técnico Zé Teodoro e uma carrada de perebões, ouvi alguém de uma rádio qualquer dizer, com o indisfarçável ufanismo, que o Leão estava com “cara de time da série B”. Não é o cúmulo do puxa-saquismo? Leão série B? Só se for B de bunda.
Pedro Maués
As desventuras do Fernandez Desde garoto que Fernandez tinha um sonho: ser jogador de futebol. Moleque humilde com dentição perfeita, era filho do Giz, corpulento carregador que ganhava a vida no cais da cidade com os chamados carretos. Seguiu na infância carente, batendo bola nos campinhos de pelada existentes nas redondezas da Vila Sarará, se destacando pela cor da pele e pela resistência com a qual corria atrás da bola. O Giz, afro descendente de quase 2 metros de altura, insistia para que o moleque frequentasse a escola, acreditando que esse era o caminho para migrar do gueto para o centro. Sem obedecer ao pai e dando de ombros aos conselhos dos avós, Fernandez que, ainda assim, vivia grudado no pai, como herança, carregava consigo a esperança de melhores dias no carro de mão, levando e trazendo sonhos nas manhãs ensolaradas da então pacata Abaetetuba. Os moleques do bairro o chamavam, pejorativamente, de burro sem rabo, alusão zombeteira feita quando ele passava rebocando sua “Mercedez”, plaquinha que mandara pintar em seu carro de mão, recheada de caixas de mercadorias e fardos de charque. Aos 17 anos ganhou a chance que tanto queria ao ser relacionado numa peneira do Tok Disco, clube emergente lá de Abaetetuba . Foi praticamente, natimorto diante das homéricas goleadas que sofreu. Pra se ter uma ideia, a equipe tinha como goleiro o serelepe Boca de Derrame, ágil e
Emman
saltitante, que carregava o apelido em face da boca enviesada, estilo Monalisa. Numa ensolarada tarde de domingo, Fernandez fez sua estreia, nada auspiciosa diga-se de passagem , na zaga da equipe que o abraçou. Estilo viril, Fernandez, na verdade Carlos Emanoel da Silva Lima, gostava que o comparassem ao lendário Desailly, zagueiro francês campeão do mundo, de onde veio o codinome que trazia consigo. Ao microfone da Rádio Guarany, ao lado do saudoso Roque Dias, transmitíamos pelas ondas da Rádio Guarany Fm o embate entre Tok Disco x Vênus, válido pelo então campeonato amador de Abaetetuba, partida que seria decisiva aos classificados do quadrangular final e assistida pelo treinador da seleção local, atrás de alguma grata surpresa pras disputas do intermunicipal de seleções. Embora o placar já apontasse 5 x 0 para o Vênus , Fernandez até que que se salvava no mar de inoperância de seu time. Saía para cobrir as laterais, saltava para
cabecear, entrava de carrinho e, eventualmente, se arriscava ao ataque nas cobranças de escanteio. Eis que em uma dessas idas ao ataque Fernandez deu uma cabeçada em seu próprio companheiro, conhecido pela alcunha de Pinto Louco. O choque foi assustador. O barulho idem. Prostrado aos pés do Repórter Roque Dias, estatelado no gramado cheio de capim navalha e tiririca, Fernandez ficou se contorcendo em dores, parecendo clamar pela providência divina. Da cabine do Humberto Parente acionei o repórter, exclamando que, de onde eu estava, imaginava as dores que Fernandez deveria sentir diante das inúmeras caretas que fazia o indignado zagueiro. Roque Dias, ao microfone, retrucou dizendo que não se tratava de careta, pois o jogador era feio mesmo. O massagista foi autorizado a entrar em campo. ”Bandalheira”, como era conhecido o aprendiz de fisioterapeuta do Tok Disco, partiu em desabalada carreira do banco de reservas e quando chegou ao Fernandez, ali
estirado com as mãos no rosto e contorcendo-se em dores, incontinentemente tirou as mãos do rapaz que tapavam-lhe o rosto e aplicou uma generosa dose de spray de gelol que quase o cega . O grito de dor foi pavoroso. Gelol no olho. Por uns momentos achei que se tratava de uma estrofe da Marselhesa. Os maqueiros foram acionados. Buíde de um lado e “Macaca Bucetuda” do outro. Colocaram Fernandez na maca para o socorro imediato. Só que cada um dos maqueiros, na pressa, correu para o seu lado, trazendo como consequência que o Fernandez despencasse no fervente gramado. Imagino que as dores aumentaram. Depois de alguns meses, conversei com o Fernandez. Segredou-me que ficara sem vontade de seguir na carreira do futebol e propenso a abraçar os ensinamentos do pai. No domingo passado o encontrei no comando de sua “Mercedes”. Hoje é pai de uma numerosa família. Batizou o filho mais novo como Jean Pierre Papin e tem esperança de que o menino seja um goleador famoso.
SOBRE CORRUPÇÃO “O dinheiro não é só facilmente dobrável como dobra facilmente qualquer um” - Millor Fernandes. João bento
Quando criança em plena ditadura militar não sabíamos muito dessas histórias, mas na escola líamos uma frase de Ruy Barbosa: “de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra e crescer a injustiça....o homem chega a desanimar-se da virtude... e ter vergonha de ser honesto.” Privilegiado com um pai civil no Ministério do Exército aqui e ali ele dava dicas de que grassava a corrupção na área de subsistência da região militar, a 8ª RSM. Avançamos (?) em muitos pontos, mas nada se compara com o avanço cada vez mais audacioso da corrupção, recapitulando os casos nos últimos 20 anos: PC/ Collor, Anões do orçamento, Privataria das teles, Privatização do fornecimento de energia elétrica, mensalão e mensalinho, corrupção na área fiscal, eleitoral, DETRANS e a mais antiga de todas: os 10, 20, 30% sobre licitações e os aditivos em cima do valor inicial das obras.
em números e valores desde o primeiro governo FHC, já denunciada e não comprovadas à época pelo jornalista Paulo Francis é o escândalo da Petrobrás. A corrupção é endêmica no Brasil? Nos pequenos atos do cotidiano o povo brasileiro recorre a ela na forma de jeitinho? As elites deram o exemplo desde sempre? Terá um fim? Nos anos 70 do séc XX, o líder chinês Chu EmLai entrevistado pela BBC de Londres, foi perguntado sobre as medidas anti-corrupção do governo chinês e se seus efeitos já se faziam sentir. Respondeu perguntando se as medidas anticorrupção tomadas pelo império britânico no séc. XVIII (mais de 200 anos antes) haviam acabado com a corrupção na Inglaterra. O jornalista reconheceu que havia diminuído bastante, mas eliminar não, não eliminou. Corrupção está se tornando quase cultural, natural neste país, infelizmente. Com a palavra os cientistas sociais, historiadores, legisladores e políticos, enquanto isto fiquemos com a frase do Millor Fernandes.
O mais escandaloso de todos os atos corruptos, que sofisticou a promiscuidade entre o executivo, partidos políticos e empreiteiras é sem dúvida o que envolve de forma crescente
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