Conselho Escolar de Segurança Pública

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Vitor Corleone Moreira da Silva, SD PM 1


Vitor Corleone Moreira da Silva, SD PM

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“O trabalho de prevenção feito na escola é importante pois com ele estamos prevenindo o crime de uma forma muito mais inteligente da que sempre fizemos: evitando ou tentando evitar que o criminoso seja criado. Nós tentamos corrigir pequenas falhas a tempo, para que seja evitada a recuperação de um infrator já formado no futuro.” Gilberto Alves Pereira, 3º Sgt PM Cmt do DST PM de Santa Rita de Caldas/ MG

“Todo trabalho feito com amor, responsabilidade e dedicação é sempre bem visto pela sociedade e consequentemente terá dela toda a aprovação necessária.” Ronaldo de Alencar e Silva, Presidente do CONSEP Santa Rita de Caldas/ MG

“O Conselho Escolar de Segurança Pública é a união interativa e apoio mútuo entre todos os que de forma direta ou indireta trabalham pelo bem estar da criança e do adolescente, pelo seu desenvolvimento humano, cultural e psicológico e que são responsáveis pela paz social proporcionada aos mesmos e à sociedade em geral. Atribuímos responsabilidade a todos os elementos do meio social, em busca da prevenção do crime e da ociosidade cidadã, que se traduz em viver na sociedade e em nada desfrutar dos direitos e responsabilidades inerentes a tal condição.” Vitor Corleone Moreira da Silva, SD PM 3


Colaboradores:                

Gilberto Alves Pereira, 3º Sgt PM – Comandante do policiamento em Santa Rita de Caldas/ MG; Ronaldo de Alencar e Silva – Presidente do CONSEP de Santa Rita de Caldas/ MG; Regiane Vilas Boas da Silva – Assistente Social em Santa Rita de Caldas; Altair Vaz – Conselheiro Tutelar de Santa Rita de Caldas e Secretário do CONSEP; Andréa Trindade – Conselheira Tutelar de Santa Rita de Caldas e Secretária do CONSEP; Ana Luiza Melo Carvalho – Chefe da Secretaria de Educação de Santa Rita de Caldas; Laize Reis Lopes – Projeto Sentinela de Santa Rita de Caldas/ MG; Bruna Bueno Silveira – Psicóloga/ Projeto Sentinela; Juliana Roberta de Souza – Conselheira Tutelar; Maria Aparecida de Souza Carvalho – Diretora de escola; Eliane Carvalho Dias – Professora; Salete Inês do Couto – Professora; Marlene Umbelina do Nascimento Lopes – Secretaria de Educação; Maria de Fátima Costa e Couto – Secretaria de Educação; Franciele Ferreira – Aluna da Escola Estadual Dª. Rita Amélia de Carvalho, Santa Rita de Caldas/ MG; Maria Mariana Costa e Couto – Aluna do município de Andradas/ MG.

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. OBJETIVOS 2.1. Geral 2.2. Específico 3. O QUE É O CESP- PATRULHA ESCOLAR 3.1. Estrutura do CESP-PATRULHA ESCOLAR 4. SOBRE O PROGRAMA CESP-PATRULHA ESCOLAR 4.1. Integrantes do programa 4.2. Responsabilidade dos integrantes do CESP 4.2.1. Polícia Militar 4.2.2. Conselho Tutelar 4.2.3. Diretores de Instituição de Ensino 4.2.4. Secretarias de Educação 4.2.5. Secretarias de Esporte 4.2.6. Secretarias de Cultura 4.2.7. Colegiado escolar 4.2.8. Programa Sentinela 4.2.9. Amigos da Escola 4.2.10. Supervisores 4.2.11. Professores 4.2.12. Entidades religiosas 4.2.13. Grêmio Estudantil 4.2.14. Associações Esportivas 4.2.15. Associações Culturais 4.2.16. Pais e responsáveis 4.2.17. Profissionais 4.2.18. Funcionários 4.3. O poder máximo da integração 5. A TEORIA DAS INFLUÊNCIAS 5.1. Influência positiva 5.2. Influência negativa 5.3. O exercício da INFLUÊNCIA POSITIVA 5.4. Os princípios básicos da motivação 5.4.1. Auto – imagem positiva 5.4.2. Mediocridade X excelência

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5.4.3. O poder do exemplo 5.4.4. Falar abertamente 5.4.5. Aceitar a ajuda alheia 5.4.6. Coragem e risco X covardia 6. A TEORIA DO EFETIVO IMAGINÁRIO 7. A TEORIA DO CICLO DAS NECESSIDADES 7.1. A teoria das necessidades humanas de Abraham Maslow 8. PROGRAMAS DO CESP – PATRULHA ESCOLAR 8.1. Programa Esportivo da Patrulha Escolar – PEPE 8.2. Sanção Escolar de Repressão à Violência – SERV 8.3. Programa Ambiental - PA 8.4. Programa de Prevenção à violência 8.5. Prevenção do uso de drogas 8.6. Arte Viva 8.7. Educação no trânsito 8.8. Palestras multidisciplinares 9. ADAPTABILIDADE 9.1. Princípios da adaptabilidade do CESP – Patrulha Escolar 9.2. Eficácia da adaptabilidade do CESP – Patrulha Escolar 9.3. O poder da continuidade 10. RAMIFICAÇÕES DO CESP – PATRULHA ESCOLAR 10.1. Policiamento Orientado para a Resolução do Problema 10.1.1. Princípios do PORP 10.1.2. O modelo SARA de solução de problemas 10.1.2.1. Identificando o problema 10.1.2.2. Análise: coração do modelo de solução de problemas 10.1.2.3. Respostas: formulando estratégias adequadas 10.1.2.4. Avaliação: avaliando a efetividade total 10.2 Sistema administrativo CESP 10.3. Policiamento Ostensivo Geral Rotineiro 10.4. Policiamento de Eventos 11. NECESSIDADE DE IDENTIFICAÇÃO 12. CURSO DE PROMOTOR DO CESP 12.1. Cinco extremos da habilidade do patrulheiro 12.2. Avaliação do patrulheiro escolar 13. BIBLIOGRAFIA

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1. INTRODUÇÃO I A busca da paz social e a melhoria da qualidade de vida da população mineira, são objetivos sempre buscados por todos os integrantes da sociedade em que vivemos. Com a expansão da filosofia de Polícia Comunitária, nos aproximamos cada vez mais da comunidade local onde desempenhamos os nossos serviços, ocasionando ídem uma conscientização maior de participação comunitária na segurança pública e nos assuntos afetos à própria comunidade, por parte dos homens e mulheres com quem mantemos convivência, enfim, de exercício da cidadania em sua forma plena, natural e sadia. A segurança pública é dever do Estado, porém todo ser humano é responsável por sua manutenção, e necessita fortuitamente doar sua parcela de contribuição para que a paz social não seja uma utopia, algo inatingível ou difícil de se consolidar. É necessário porém a conscientização acerca de tal responsabilidade, e isso se consegue mediante a influência social exercida por quem possa fazê-la, por parte da Polícia Militar ou por indivíduos e órgãos pertencentes à própria sociedade, os quais pela capacidade de comunicação, se tornam de fato influenciadores sociais. A comunidade não se mobiliza por si só, pois nossa sociedade historicamente é passiva, esse é um fenômeno cultural do nosso povo que não perece com o passar das gerações. Sendo assim, a atuação diferenciada de quem tenha condições de fazê-la, se torna necessária para que a sociedade evolua cada vez mais para o exercício da cidadania. II A educação de crianças e adolescentes é uma das necessidades mais importantes nos dias de hoje, devido ao fato do mundo estar em permanente desenvolvimento a ponto de fatores econômicos existentes em determinado país se tornarem globais e atingirem outras economias. 7


Os mercados estão cada vez mais interligados e dependentes, e a disseminação de informações torna-se necessidade importantíssima, pois até mesmo o sertanejo pacato quer vive no campo, necessita saber sobre as demandas do mercado, a alta do preço do café e da soja, o aumento ou diminuição nas exportações de produtos rurais, cotação de preços de diversos insumos agrícolas entre outros. A globalização já atingiu o campo! Estamos na era digital, necessitamos modernizar nossa sociedade para que não sejamos um país de excluídos e sim um país moderno e progressista, onde hajam condições favoráveis do exercício da democracia e preservação da paz. É necessário que o homem acompanhe o desenvolvimento. A cultura e informação precisam fluir mais rapidamente e mais profundamente nos muitos rincões do Estado, pois ainda temos jovens que não sabem ligar um computador, ou pior ainda, não sabem ler e escrever, estão parados no tempo sem que o conhecimento seja alcançado. Isso em muitos casos cria um indivíduo excluído tecnicamente. Essa exclusão de conhecimento tende a criar o trabalhador sem preparo e sem perspectiva de melhoria de condições financeiras, sociais e culturais. Isso se reflete no desempenho global de um povo. Citemos a China por exemplo, eles tendem a crescer economicamente em níveis desgovernados, mas a sua população está preparada tecnicamente para receber tais mudanças, pois existe um nível de instrução condizente. Outro caso seria o Japão, arrasado na Segunda Guerra Mundial, se estruturou em meio século e se tornou a segunda potência, fruto de uma educação eficiente e de amplo conhecimento, disseminado em larga escala e aproveitável. A sociedade necessita de uma lapidação em sua estrutura. Sem a informação ainda persistem em muitos locais a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis, adolescentes grávidas ou às vezes até com mais de um filho, o analfabetismo e a exclusão cultural. Nossa sociedade é carente na disseminação da cultura, isso infelizmente é a realidade com a qual não podemos lidar, não existe uma política de união social pelo desenvolvimento humano, os órgãos destinados a prover a educação se encontram sozinhos, é necessário o apoio irrestrito de toda a sociedade.

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III Nesse paradigma, o entrelaçamento de vários órgãos que trabalham para um mesmo fim ou fins parecidos, aumenta significativamente o poder de ação de todos, se bem planejado se torna quase perfeito. Essa visão de poder de ação é necessária nos dias de hoje, pois ninguém nesses dias realiza feitos significativos sem a ajuda dos outros, tudo é global. No processo criativo existe a participação de todos, numa união harmônica e produtiva de conhecimentos e habilidades, para que o resultado seja o ideal. Nossa sociedade porém, é passiva por sua própria natureza, isso é um reflexo histórico e cultural, e ela quase sempre assiste às mudanças ocorridas no universo social sem dar sua parcela de contribuição. O indivíduo se torna uma espécie de “marionete da vida”, e não exerce a cidadania em sua plenitude, muitos nem ao menos sabem o significado dessa palavra. Despertar na sociedade um espírito de participação e de envolvimento na segurança pública requer dedicação e criatividade. Não é somente nos aproximarmos das pessoas, devemos ser cada vez mais amistosos com elas, costurar uma relação benéfica e produtiva, orientar sempre para uma vivência lícita e atuante, porque muitas vezes estamos no seio de uma comunidade oprimida pelo seu próprio “eu interior”, temerosa em se expressar e sem um espírito de excelência, que é aquele no qual o indivíduo não teme arriscar em nada e procura sempre progredir em tudo, exercitar a cada momento o dom da vida e ser acima de tudo alguém destacado em seu meio social. A sociedade brasileira é tímida em atitudes, isso se reflete nos filhos e netos. Devemos reconhecer em todo indivíduo a sua importância dentro do contexto social, pelo bem de sua própria auto – estima. Todo ser humano necessita de um mínimo possível de reconhecimento pessoal, isso auxilia muito para que se torne alguém mais atuante dentro da comunidade em que vive. Entretanto, se tudo que ele pensa e faz são de certa forma oprimidos por fatores sociais externos ele se torna tímido, essa é a forma que seu subconsciente encontra para se defender do ambiente hostil que percebe ao seu redor. 9


Toda a vida humana é dependente de necessidades, as quais se faltarem, pelo poder de adaptação, são substituídas por outras, melhores ou piores – Teoria do ciclo das necessidades. IV O desenvolvimento humano é ininterrupto. Estamos sempre evoluindo desde o nascer, quando nos inserimos no livro da vida, até os últimos segundos de existência natural, quando os olhos se fecham e abraçamos o plano eterno. Essa evolução social, que se traduz em SOCIALIZAÇÃO SECUNDÁRIA nos acompanha a todo instante, onde quer que vamos, e ela que nos ensina a perceber o “todo social”. Esse desenvolvimento porém pode ser um desenvolvimento negativo, que é aquele no qual as forças externas ou internas diminuem a auto – estima do homem, tornando-o carente do elemento motivador. A motivação desperta a partir do momento em que esse mesmo indivíduo recebe uma influência, um estímulo externo. Às vezes um simples sorriso, um aperto de mãos ou um elogio à atitudes por si só já são suficientes para motivar a alegria no coração de alguém, o problema é que a sociedade já não vive eras tão pacíficas. O homem atual se afundou tanto em seus problemas ou objetivos sempre maiores a serem alcançados no plano financeiro, que já não repara muito na própria natureza, nas mudanças climáticas, nos outros indivíduos da sociedade, na sua própria família e sobre seu papel dentro da comunidade em que vive. É cada vez mais comum encontrarmos alunos cujos pais nunca pararam para olhar os cadernos escolares e acompanharem o desenvolvimento dos filhos na escola. É como se os outros fossem parte integrante de um cenário sem vida. O homem já não percebe o calor humano, o ser humano respira e nem se dá conta disso, muitos já perderam a capacidade de sonhar e são mais realistas, ao passo extremo de não acreditar em mais nada. Nós todos, indivíduos pertencentes à sociedade organizada da vida, somos responsáveis pela manutenção do nosso meio, em harmonia, paz social e participação. Somos nós que construímos o clima social, e se alguém entre nós perdeu a capacidade divina de sonhar, foi porque 10


erramos em algum momento, e devemos reconstituir ao seu dono tal bem intransferível. Sendo assim, oriento a todos que vivam! Cultuem o dom máximo doado por Deus para o exercício da vida em sociedade: a cidadania! Construam a paz social, pois não é nem Deus nem o Demônio...somos nós que vivemos! Nós é que devemos fazer. Deus nos diz apenas “sim” ou “não” a respeito dos nosso intentos e ações. Se o nosso plano de vida é positivo, se pensamos no progresso e na paz, no desenvolvimento como homem, no desenvolvimento social, Deus nos responde sempre positivamente, porém se formos medíocres, nos considerarmos os melhores dentre os piores, ficarmos estacionados no tempo e não participarmos da construção de novos tempos, Deus nos dará aquilo que plantamos, conforme nossos esforços. “A vida é agora, e é preciso viver!” Eu sempre digo. São palavras que motivam, principalmente o público com que trabalho. Devemos aproveitar sempre nosso tempo para produzir, para progredir e para aproveitar os nossos instantes de vida. V “No campo da segurança pública, a participação comunitária vem representar a possibilidade de conscientização da sociedade, sobre os múltiplos fatores que interferem, a médio ou longo prazo, no trabalho da Polícia Militar, dentre eles as deficiências de políticas públicas, quanto ao provimento de condições mais dignas para cidadãos viverem em áreas periféricas das cidades, especialmente em locais de baixo desenvolvimento social” – Trecho extraído da Diretriz Para a Produção de Serviços de Segurança Pública nº 05/ 2002 – CG. O Conselho Escolar de Segurança Pública é um novo ambiente de interação entre os integrantes da administração escolar e os responsáveis pela segurança pública e bem estar da criança e do adolescente, além de toda a comunidade. Buscamos a melhoria das condições de desenvolvimento social e cultural das crianças e adolescentes, prevenção do crime e a aproximação comunitária. Diferente do CONSEP, o CESP é 11


mais restrito, objetivando o desenvolvimento dos estudantes e prevenindo a iniciação delituosa, em outras palavras, o que o PROERD faz em termos de prevenção do uso de drogas, o CESP faz em prevenção da violência e despertar da cidadania, através do contato permanente com o público. O CESP é um projeto abrangente que além de prevenir a violência, visa a preparação do indivíduo para exercer a vida em sociedade, só que distribuindo tal responsabilidade a todos, e não concentrando a prevenção unicamente em um indivíduo ou órgão. Possui um conteúdo cultural rico e uma programação esportiva excelente, os quais visam suprir as necessidades de conhecimento e laser, existentes principalmente entre o público de baixa renda, habitante das regiões periféricas ou rurais. 2. OBJETIVOS Esse projeto visa a interação ou cooperação produtiva de todas as atividades voltadas para o meio escolar, realizadas por todos os órgãos, organizações, entidades e pessoas que de forma direta ou indireta trabalham pelo bem estar e desenvolvimento da criança e do adolescente, afim de proporcionar um ambiente saudável, onde os futuros homens e mulheres da nossa sociedade exerçam a cidadania de forma consciente e se tornem indivíduos saudáveis juridicamente, aptos à vida pacífica dentro da comunidade. A aproximação comunitária, visando a orientação e amplo desenvolvimento cultural e esportivo, são as metas primordiais dessa interação, através da qual busca-se a melhoria da imagem institucional perante a sociedade, o aumento da segurança dos órgãos e pessoas que trabalham pelo o público jovem, compreendido este as crianças e adolescentes, e o estreitamento das relações da Polícia Militar com todos esses órgãos e com a própria comunidade, por um maior aproveitamento dos serviços prestados à toda a sociedade mineira. 2.1. Geral

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Disseminar o modelo de policiamento preventivo e acompanhamento integrado do Conselho Escolar de Segurança Pública CESP a todo Estado, para o conhecimento por parte da sociedade em geral, estabelecendo parâmetros para sua criação em cada município mineiro. 2.2. Específico Procuramos através desse trabalho oferecer aos integrantes da Polícia Militar de Minas Gerais, nos diversos níveis e aos integrantes dos órgãos afins, os parâmetros necessários para implantação do Conselho Escolar de Segurança Pública – CESP, modelo de policiamento e acompanhamento não padronizado, adequável a qualquer tipo de situação no meio escolar, que visa o bem estar da criança e do adolescente, com a redução e prevenção da criminalidade e desenvolvimento cultural amplo, pelo progresso social e disseminação do conhecimento. 3. O QUE É O CESP CESP é o Conselho Escolar de Segurança Pública, conselho este formado pela comunidade, desempenhado através da parceria entre os elementos diversos que trabalham no meio escolar. É um projeto voltado para a unificação das atividades pedagógicas extra-escolares e culturais, e interação em prol do bom desenvolvimento da atividade fim de todos os órgãos, entidades, instituições, organizações e pessoas, que de forma direta ou indireta trabalham pelo bem estar da criança e do adolescente. Suas ações são voltadas para a prevenção do crime e da violência e disseminação cultural, dentro e fora do ambiente escolar através do acompanhamento e orientação positiva entre o público jovem e a família. As atividades do CESP são feitas através de palestras, campanhas, acompanhamento, trabalhos e reuniões com todos os indivíduos envolvidos no ambiente escolar. 13


O dinamismo é uma característica nata do projeto CESP, o qual tem o poder de se adaptar a todos os ambientes escolares, afim de desenvolver os programas criados para o jovem, pelo bem estar do jovem e nos quais o jovem participa sempre de forma espontânea, pois uma das principais características do projeto é nunca impor nada, mas exercer a INFLUÊNCIA POSITIVA a todo instante, despertando o interesse de seu público alvo para que participe, criando condições para o exercício voluntário da cidadania. Nossos objetivos são o progresso social, a conscientização, a prevenção do uso de drogas e da violência, a ampliação do conhecimento jurídico e cultural e o despertar da cidadania. Queremos desenvolver nos jovens a capacidade de viver em sociedade de forma produtiva e exercer influência em todos os assuntos inerentes à própria vida em sociedade: cidadania. A interação entre os diversos integrantes desse conselho produz maior eficácia em todas as ações propostas por qualquer deles, a partir do momento em que existe o apoio e cooperação mútuos em busca de um ideal comum, eficaz e facilmente atingível, com o mínimo de esforço e o máximo de eficiência. O projeto CESP visa a união de todos em prol da criança e do adolescente, em outras palavras, a mobilização comunitária em massa, para o desenvolvimento de indivíduos saudáveis juridicamente, pela prevenção do crime, disseminação do conhecimento e progresso social. Propomos o trabalho pelo bem estar dos indivíduos que amanhã decidirão os rumos da sociedade mundial, os quais são nossa responsabilidade. Nós temos o dever legal de prepará-los, de ensiná-los, enfim de proporcionar-lhes as condições necessárias ao seu desenvolvimento como seres humanos, com base nos termos da Lei 8.069, de 13 de julho de 1990 – ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE. 3.1. Estrutura do CESP

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O projeto CESP surgiu da necessidade de interação entre os diversos órgãos e pessoas que de forma direta ou indireta trabalham pelo bem estar da criança e do adolescente, para a potencialização das atividades desempenhadas por eles e unificação dos objetivos do trabalho preventivo, devido ao fato de que mesmo existindo programas voltados para a construção da cidadania no meio escolar, esses programas são oriundos de diversos locais, não possuindo um objetivo unificado. Nosso lema é prevenir o crime, a violência, o mal - comportamento e proporcionar um ambiente sadio, interessante e seguro para todos os estudantes através de atividades dinâmicas e prazerosas, melhorando nossa imagem perante o público e exercendo a INFLUÊNCIA POSITIVA, desenvolvendo indivíduos aptos a viver em paz na sociedade da vida, e despertando o espírito de cidadania nos jovens que amanhã conduzirão os rumos da humanidade. O CESP é ramificado em vários programas destinados à cultura, esporte, lazer, educação no trânsito, programa ambiental, programa religioso, prevenção da criminalidade e violência, preparação profissional, prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis e despertar da cidadania. Estrutura básica do Conselho Escolar de Segurança Pública: Polícia militar Cons. Tutelar Secretarias Diretorias Programa Sentinela

Amigos da Escola

Supervisores Ent. religiosas Pais/ responsáveis

Colegiado escolar Professores

Grêmio Estudantil Ass. Esportivas

Profissionais

Funcionários

4. SOBRE O PROGRAMA CESP 4.1. Integrantes do programa 15

Ass. Culturais Sociedade


São aptos a integrarem o Conselho Escolar de Segurança Pública todos os indivíduos que de forma direta ou indireta trabalham pelo bem estar e desenvolvimento da criança e do adolescente, como secretarias, juizados, conselhos, escolas, grêmios estudantis, etc. Os outros participam do programa porém exercem uma influência menor no conselho. O ideal é que a participação seja voluntária, e aos que desenvolvem atividades no meio escolar, seja oferecida participação nos trabalhos, principalmente no que tange a segurança na realização de tais trabalhos. 4.2. Responsabilidade dos integrantes do CESP A partir do momento em que se torna membro do CESP, cada integrante passa a ter responsabilidades específicas dentro da administração do projeto, com tarefas e campo de atuação bem definidos para que haja a potencialização da atividade fim, que é a interação produtiva em prol do desenvolvimento da criança e do adolescente, reprimindo-se a prática delituosa e possibilitando o despertar da cidadania. 4.2.1. Polícia Militar A principal responsabilidade da polícia Militar é a disseminação dos fundamentos do projeto CESP, angariando esforços para a mobilização comunitária e principalmente dos órgãos, entidades e pessoas que trabalham pela criança e adolescente de forma direta ou indireta. A Polícia Militar não deve concentrar as atribuições do projeto, visto que os objetivos são despertar em toda a sociedade um espírito de participação. O ideal que se busca é que o militar atue como um influenciador. Além dessa, as responsabilidades da Polícia Militar são: - Proporcionar segurança a todas as atividades desenvolvidas pelos integrantes e parceiros do CESP, em ambiente escolar ou fora dela, 16


através do policiamento ostensivo geral, sempre com a participação do militar responsável pelo CESP; - Estimular para que os membros do CESP sejam atuantes no projeto, não ficando a PMMG como líder absoluta e sim como membro proativo; - Estimular a criação de atividades preventivas, culturais, ambientais, esportivas, profissionalizantes, entre outras, pelos integrantes do projeto, tornando a participação dos mesmos cada vez maior; - Estimular cada vez mais a participação dos alunos nas atividades desenvolvidas no ambiente escolar ou fora dele; - Angariar esforços para que o CESP seja atuante e sólido no local de sua implantação. O ideal é que onde for implantado, seja um projeto duradouro, haja vista os benefícios a médio e longo prazo obtidos por um trabalho sério e inovador; - Registrar todos os eventos desenvolvidos pelo conselho no LIVRO DE REGISTRO DE ATIVIDADES DO CESP. A Polícia Militar tem o mesmo poder de decisão que os demais membros diretores, porém tudo que é decidido no conselho necessita da aprovação de todos os membros diretores e dependendo do que vier a ser implantado, dos outros membros em consenso. A Polícia Militar exerce a ostensividade mais efetiva do conselho, juntamente com o representante do Conselho Tutelar. É o policial quem mais tem contato com o público escolar. É o responsável por disseminar o conteúdo do CESP nas escolas e executar a mobilização em prol do envolvimento comunitário pelo ideal comum, que nesse caso é o desenvolvimento cultural, jurídico e social das crianças e adolescentes. 4.2.2. Conselho Tutelar O Conselho Tutelar é o órgão responsável em fiscalizar se os direitos revistos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estão sendo cumpridos.

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No Conselho Tutelar trabalham Conselheiros, escolhidos pela comunidade para um mandato de 3 anos, que são os principais responsáveis para fazer valer esses direitos e dar os encaminhamentos necessários para a solução dos problemas referentes à infância e adolescência. Podem ser encaminhados para o Conselho Tutelar casos de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão que tenham como vítimas crianças ou adolescentes. Ao receber denúncia de que alguma criança ou adolescentes está tendo seu direto violado, o Conselho Tutelar passa a acompanhar o caso para definir a melhor forma de resolver o problema. O Conselho Tutelar tem o poder de requisitar que os serviços públicos atendam às necessidades da criança e do adolescente em relação aos seus direitos. Requisitar não como mera solicitação, mas a determinação para que o serviço público execute o atendimento. Casos as requisições não sejam cumpridas, o Conselho Tutelar encaminhará o caso ao Ministério Público para que sejam tomadas as providências jurídicas. O Conselho Tutelar é o principal parceiro da Polícia Militar pois possui uma abrangência maior na proteção dos direitos do público alvo do CESP. Trabalha na defesa direta do menor e em situações específicas pode atuar juntamente com o policial. Além disso as palestras realizadas pela PMMG nas escolas, devem ter a participação de um membro do Conselho Tutelar, sempre que possível, para que haja maior disseminação dos direitos e deveres do jovem e para que o poder fiscalizador seja mais bem empregado. 4.2.3. Diretores de Instituição de Ensino São os administradores das escolas. São responsáveis por criar o espaço de atuação do CESP, mobilizando, no que estiver ao seu alcance, funcionários e professores para a união positiva em prol da disseminação do conteúdo desse projeto aos alunos. 18


4.2.4. Secretarias de Educação Tem por responsabilidade, desde que parceira do CESP, a análise dos programas do CESP voltados para a área da educação e o apoio aos mesmos, podendo inclusive recusar a aprovação dos programas que não tiverem adequação, sendo classificados como ineficazes, ilegais ou incoerentes. As secretarias poderão propor programas para serem inseridos no CESP a qualquer momento, sendo ideal que todos os programas, não importa quem os crie, sejam criados em conjunto com os outros integrantes, para que haja adequação ao serviço desempenhado por todos. O maior benefício que as secretarias podem prestar ao CESP é o apoio, vista a sua importância na administração de qualquer município. Quanto mais órgãos se envolverem no projeto, maior será o poder de atuação dos seus componentes. 4.2.5. Secretarias de Esporte Tem por responsabilidade a análise dos programas do CESP voltados para a área do esporte e o apoio aos mesmos, podendo inclusive recusar a aprovação dos programas que não tiverem adequação, sendo classificados como ineficazes, ilegais ou incoerentes. Principalmente no seio do público adolescente, o esporte torna-se um meio de prevenção à violência, sendo benéfica a disseminação da prática esportiva com saúde e responsabilidade. Daí a necessidade da participação dessa secretaria nos programas voltados para o esporte. Os membros do CESP devem unir esforços afim de manter um elo cada vez mais harmônico com todas as secretarias pois dessa união surgem avanços operacionais para ambos os lados, no âmbito do município. 4.2.6. Secretarias de Cultura

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O apoio das secretarias de cultura nos projetos culturais desenvolvidos pelo CESP é importantíssimo, pela legitimação de tais projetos. Como a disseminação cultural é objetivo sempre buscado pelo projeto, as secretarias de cultura tem grande poder de atuação na implantação de projetos voltados para a área cultural, devendo ser dado total apoio para que essa secretaria possa expor métodos de atuação, projetos culturais, idéias, etc. 4.2.7. Colegiado escolar Órgão coletivo, consultivo e fiscalizador que atua nas questões técnicas, pedagógicas, administrativas e financeiras da unidade escolar. Como órgão coletivo, adota a gestão participativa e democrática da escola, a tomada de decisão consensual, visando à melhoria da qualidade do ensino. Embora com este nome, suas funções, sua estrutura e constituição são semelhantes às do conselho escolar. O Colegiado Escolar geralmente é constituído pelo diretor da unidade escolar e por representantes dos segmentos de professores, coordenadores pedagógicos, funcionários, alunos, pais ou responsáveis legais pelos alunos, de acordo com as normas definidas em estatuto. As funções do Colegiado Escolar são exercidas nos limites da legislação em vigor, das diretrizes da política traçadas pelas Secretarias de Educação, a partir do compromisso com a universalização das oportunidades de acesso e permanência na escola pública de todos os que a ela têm direito. Embora já venha se instituindo historicamente, ancorado nos movimentos sociais desde a década de 70, o colegiado escolar passou a ter maior importância a partir de meados da década de 90, quando o MEC passou a transferir recursos financeiros diretamente para as unidades escolares, de acordo com o princípio da escola autônoma, estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996. Outras estruturas de gestão colegiada que podem atuar no lugar ou em conjunto

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com o Colegiado Escolar são a Associação de Pais e Mestres (APM), a Caixa Escolar e o Conselho de Escola. O colegiado escolar é responsável dentro do ambiente das escolas por discutir os problemas que ocorrem nas mesmas, propondo sugestões para a melhoria das condições do policiamento interno e externo. Deverão ser realizadas reuniões com os membros do CESP periodicamente afim de que a evolução do projeto seja analisada por representantes dos públicos escolar e familiar. 4.2.8. Programa Sentinela “No ano de 2001, o Governo brasileiro inaugurou um programa que visa a prática de serviços públicos voltados para o atendimento a crianças e adolescentes vitimados pela violência, bem como seus familiares. Tal programa recebeu o nome de PROGRAMA SENTINELA, cujas ações são desenvolvidas pelos “Centros de referência” dentro do âmbito da Política de Assistência Social, e coordenado pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDSCF). O Programa Sentinela está sendo implantado em mais de 300 municípios do país. No Estado de Minas Gerais, até o presente momento 91 municípios estão sendo contemplados com o Programa Sentinela. O programa conta com coordenação e equipe técnica multidisciplinar composta por: assistente social, psicólogo, educador e advogado. Tais técnicos trabalham na retaguarda de outras instituições, procurando dentro da sua competência, desenvolver ações necessárias para cada situação, visando sempre a proteção à criança e ao adolescente vítimas de violência. O foco principal do programa são as vítimas de violência sexual, no entanto, tratando de violência contra a criança e adolescente considera-se crime.” O Programa Sentinela atuará como parceiro do projeto CESP nos assuntos afetos à violência sexual contra criança e adolescente. Ao qual os membros deverão encaminhar tais casos os quais juntamente com o Conselho Tutelar serão solucionados. 21


Poderá propor ações conjuntas com o CESP em relação a projetos de prevenção à violência sexual contra a criança e adolescente e prestará apoio técnico em relação ao assunto. 4.2.9. Amigos da Escola “O projeto AMIGOS DA ESCOLA é uma ação de incentivo à participação comunitária por meio do trabalho voluntário de pessoas e grupos. Representa também um esforço para estimular as parcerias entre a escola e os grupos organizados da comunidade. Trata-se de uma grande convocação de toda a sociedade brasileira, de todos os cidadãos que de alguma forma podem contribuir para a melhoria constante da educação de crianças e adolescentes. A educação é responsabilidade do Estado e de toda a sociedade. Além de beneficiar diretamente o aluno, o trabalho voluntário pode se transformar em uma lição de cidadania. A participação fortalece a sociedade civil e o estado democrático, podendo ser ensinada e aprendida a partir de vivências do cotidiano. Aprende-se a participar participando: na convivência social, no trabalho, em grupos organizados da sociedade civil, no laser.” O projeto participa de forma voluntária no CESP, integrando as atividades desenvolvidas pelo mesmo, ou recebendo apoio do conselho nas que desenvolve no ambiente escolar, principalmente no que tange à segurança dos voluntários. 4.2.10. Supervisores Devem monitorar permanentemente o ambiente escolar interno e externo, para que o conselho tenha condições de desempenhar os programas de forma correta. Os supervisores são os que fazem a primeira análise do local, indicando as características da escola para que o militar tenha conhecimento sobre os fatos que nela ocorrem e quais são os problemas mais sérios.

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Em relação aos programas que visam a participação dos alunos mediante entrega de trabalhos artísticos, pesquisa e outros, caberá aos supervisores o recolhimento bem como a conservação até a data de entrega aos membros do CESP. 4.2.11. Professores São responsáveis por monitorar permanentemente os alunos que tiverem maiores desvios de comportamento dentro das salas de aula, indicando os mesmos para que a eles seja dada maior atenção por parte do conselho. Em outras palavras, se a criança e o adolescente não são problemáticos, apenas uma administração de influência é necessária, o problemático não, este necessita de um cuidado e atenção maior, para que tenha condições de se recuperar e melhorar consideravelmente seu comportamento. 4.2.12. Entidades religiosas São responsáveis por disseminar o conteúdo religioso para o público estudantil. O ideal é que não apenas uma religião seja envolvida, mas várias, para que o jovem tenha o conhecimento da religião, optando por seguir àquela onde se sinta melhor. Nas escolas onde não existir a matéria de Ensino Religioso, deverá ser feito um trabalho por integrantes do meio religioso, através de palestras programadas pelo CESP. 4.2.13. Grêmio Estudantil O grêmio é uma organização sem fins lucrativos que representa o interesse dos estudantes e que tem fins cívicos, culturais, educacionais, desportivos e sociais. O grêmio é o órgão máximo de representação dos estudantes da escola. Atuando nele, o aluno defende seus direitos e interesses e aprende ética e cidadania na prática. 23


Congregar e representar os estudantes da escola; Defender seus direitos e interesse; Cooperar para melhorar a escola e a qualidade do ensino; Incentivar e promover atividades educacionais, culturais, cívicas, desportivas e sociais. Realizar intercâmbio e colaboração de caráter cultural e educacional com outras instituições de caráter educacional Dentre as muitas atividades que o grêmio pode realizar, destaca-se:  Integrar os alunos e a comunidade, promovendo eventos culturais como projeção de filmes, peças teatrais, gincanas, concursos de poesia, coral, festival de dança, de música, etc.  Cursos de artesanato  Campeonatos esportivos nas diversas modalidades  Palestra sobre, violência, drogas, sexualidade e meio ambiente, etc.  Campanhas de agasalho, de alimentos e de outros recursos para as populações carentes  Jornal da escola  Premiação dos alunos destaques nas diversas modalidades O Grêmio estudantil é um grande parceiro do trabalho desenvolvido pelo CESP a partir do momento que atua como um integrante do efetivo do conselho, realizando várias de suas ações com a orientação do CESP. O CESP não coordena porém o grêmio estudantil, afinal ele é a representação dos alunos, um passo importante no desenvolvimento de atuação cidadã. Os integrantes do conselho poderão auxiliar às suas atividades e inclusive apoiar a criação nas escolas do grêmio estudantil, disseminando a cidadania e possibilitando ao aluno maior capacidade de responsabilização. O grêmio tem poder para dar sugestões dos alunos acerca dos programas desenvolvidos na escola e propor mudanças, desde que analisadas pelos membros do CESP, em conjunto com os representantes do grêmio. 4.2.14. Associações Esportivas Devem atuar preferencialmente junto com as Secretarias de Esporte, promovendo facilidades em relação a uso de recursos esportivos 24


e ainda como “amigos da escola” realizando uma interação freqüente com os alunos, nesse caso, juntamente com os professores de educação física, como escolas de futebol, de defesa pessoal, etc. 4.2.15. Associações Culturais As associações culturais deverão atuar juntamente com as Secretarias de Cultura e Educação, nos programas destinados à disseminação cultural. Assim como as associações esportivas deverão ter o apoio dos membros do CESP para interagirem nas escolas, ampliando cada vez mais o seu espaço social, pela maior e mais qualitativa expansão do conhecimento. 4.2.16. Pais e responsáveis São também alvo de constante vigilância pelo CESP, pois são os responsáveis diretos pela educação e desenvolvimento das crianças e adolescentes. Muitas vezes os problemas ocasionados por determinado indivíduo dentro da escola são reflexos dos acontecimentos da casa onde mora. Os pais devem ter conhecimento do projeto CESP em todos os seus aspectos e do seu real poder de atuação, sendo orientados sempre a respeito da educação dos filhos. O CESP deve manter a mais ampla influência possível dentro da comunidade. 4.2.17. Profissionais Deverão ser convidados a participar do projeto como disseminadores de conhecimento, por exemplo médicos, enfermeiros, artistas, músicos através de palestras, podendo atuar ainda como ‘amigos da escola”, realizando uma participação mais efetiva. 4.2.18. Funcionários 25


Os funcionários das escolas devem ser orientados sobre todos os fundamentos do projeto CESP e sobre o poder de atuação, ficando responsáveis por levar ao conhecimento de qualquer dos integrantes todos os fatos dos quais tomarem conhecimento, os quais provenientes dos alunos, possam afetar ao bom funcionamento do ambiente escolar. 4.3. O poder máximo da integração Integrar significa formar um todo, incorpora-se, completar. É quando esforços são somados para a realização de um objetivo comum. O poder da integração do projeto CESP consiste na ampliação do universo de ação dos integrantes dos diversos órgãos que trabalham pelo bem estar da criança e do adolescente. Por exemplo, um membro do Conselho Tutelar executará uma fiscalização com muito mais confiança se tiver ao seu lado a presença de um policial militar para garantir sua integridade física, ou um evento esportivo promovido pela secretaria de esportes, com o amparo de uma equipe médica e a proteção policial com certeza será algo muito mais seguro. As pessoas e órgãos sozinhos tem um poder limitado, a união proporciona o aumento do poder de ação em todos os sentidos, tanto pela aplicabilidade e legitimação quanto pela facilidade de execução. Quando ocorre a integração, a responsabilidade pela ação não recai apenas em um dos lados, mas espalha-se entre todos os envolvidos, tornando o “fazer” mais fácil e proveitoso. 5. A TEORIA DAS INFLUÊNCIAS A vida em sociedade nos torna extremamente vulneráveis às influências do meio externo. Nós somos produto do meio em que vivemos, e prestamos contas a todo momento a respeito dos nossos atos dentro do grupo social ao

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qual estamos inseridos, sendo esse senso de responsabilização conhecido como socialização secundária. Nós todos como indivíduos sociais, não temos liberdade para efetivamente fazermos tudo o que desejamos. As opiniões dos outros contam muito na hora de agirmos ou pensarmos de maneira social. O ser humano possui aversão a qualquer tipo de crítica, e isso na maioria das vezes faz com que seus atos sejam previamente formulados para que seu “status” dentro do contexto social não seja abalado. Um grupo de jovens por exemplo, tende a naturalmente isolar os indivíduos que não partilham do mesmo modo de agir e pensar. Os indivíduos que se parecem acabam se atraindo mais. É o que ocorre por exemplo com um grupo de amigos que gosta de ouvir ROCK e outro grupo que gosta de samba. As próprias maneiras como dois grupos distintos se vestem, conversam e se portam acaba por criar afinidades mais fortes entre os mais parecidos ao passo que os indivíduos diferentes são rejeitados no grupo de forma direta ou indireta. É comum no universo estudantil termos pessoas mais comunicativas e outras mais acanhadas, algumas são mais populares ou mais atraentes. Isso faz com que esses indivíduos sejam vistos pela maioria como uma espécie de “modelo” a ser seguido pelos demais. Alguém que dentro do contexto social exerce determinada influência, acaba por atrair os outros para que se forme um grupo com as mesmas características. Por exemplo, se um rapaz tem mais sucesso com as garotas é comum que os outros garotos imitem seu modo de se vestir e agir, busquem se aproximar mais dele para serem mais observados pelas garotas do grupo. Isso é uma tendência humana naturalmente exercida, afinal o ser humano sente intimamente mais necessidade de reconhecimento pessoal do que saúde e alimentação. Essas garotas então acabam de forma direta, com a simples atitude de não se interessarem pelos garotos considerados “caretas”, por influenciar uma mudança de atitudes destes, os quais tendenciosos à busca da realização pessoal e aceitação social acabam se tornando severamente um produto do meio, para se inserirem no contexto social, ou na pior das hipóteses, a

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necessidade do reconhecimento é substituída pelo acanhamento, o que é bastante prejudicial ao desenvolvimento humano. Somos todos “HEDONISTAS” por natureza, buscamos sempre o máximo de prazer com o mínimo de esforço ou sofrimento físico ou mental. A sociedade é o meio, em uma espécie de balança cujos pesos são o lado bom e o lado ruim. Existe o equilíbrio entre ambos, mas se um dos lados se sobrepõe ao outro acaba por reduzir a influência do lado sobposto. Precisamos disto, precisamos nos sobrepor ao lado considerado ruim, exercendo a influência positiva cada vez mais. 5.1. Influência positiva Influência positiva é toda aquela que sendo boa ou ruim, consegue atingir os seus objetivos. Exercer a influência de forma positiva requer talento e dedicação, ou muitas vezes a simples atração de uma coisa, uma novidade, a simpatia. O modo como falamos e nos apresentamos aos outros cria uma imagem pessoal perante o público, e para exercermos a influência que funciona, devemos naturalmente falar como se estivéssemos no meio desse público ouvindo a nós mesmos. Um público rebelde logicamente não daria ouvidos a uma figura que mesmo desconhecida se apresenta como “dono da verdade” ou “imagem do certo”. Devemos incorporar a maneira de ser e viver dos diversos públicos com quem temos contato, sendo sempre imparciais porém angariando recursos para conquistar a confiança e a cooperação, pois sem tais fatores é impossível que se exerça a influência positiva. Esse é o maior princípio da adaptabilidade do CESP. São os seguintes os fatores necessários para que ocorra a influência positiva:  Aceitação do grupo à influência exercida – se o grupo não concorda com a técnica usada para o exercício da influência ocorre a rejeição natural; 28


 Condições de motivação – se o influenciador não consegue motivar seu público não conseguirá exercer sobre ele nenhum tipo de influência. Detalhe importante: o influenciador precisa acima de tudo ser e estar motivado durante o trabalho, se não todo o tempo será perdido;  Disponibilidade do influenciador em exercê-la – refere-se à boa vontade para a realização do trabalho. O CESP, tem como característica a não opressão em nenhum aspecto. O que propomos é um trabalho dinâmico, prazeroso, benéfico, preventivo e de fácil realização. É necessário porém que o militar incumbido de realizá-lo, o faça por vontade própria, totalmente voluntário, para que sua motivação em desempenhá-lo sobreponha os limites da simples realização e transmita a energia motivadora necessária para conquistar a todos que se envolvem com o projeto;  Simpatia do grupo perante o influenciador;  Crença pelo grupo da capacidade positiva da influência – o grupo somente receberá de bom grado a influência se acreditar que dela poderá tirar algum proveito, positivo (lado bom) ou negativo (lado mal). Caso o grupo entenda que a influência exercida não poderá ajudar em nada ela torna-se improdutiva e obsoleta, e será naturalmente rejeitada;  Objetivo da influência – esse é muito importante! A influência exercida deve ter um objetivo bem definido, dele não se desviando, por exemplo: um trabalho anti-drogas tem o objetivo de prevenir o uso de drogas, não deve ser usado para outros fins. O que se busca é focalizar um problema de cada vez e não generalizar, daí a necessidade de organização para administrar o problema – SISTEMA ADMINISTRATIVO CESP;  Confiança do grupo no influenciador – o que aliás é fácil de se conseguir a partir do momento em que o influenciador consegue pensar como o seu público alvo, para usar em sua técnica aquilo que tem maior eficácia produtiva no mesmo. A confiança somente se consegue com o convívio e uma boa propaganda a respeito do que se pretende.

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Ao ser criado o CESP por exemplo, em um distrito da zona rural carente de laser e opções de entretenimento foi apresentado um programa esportivo que atenderia aos anseios de diversão, esporte e inovação (PEPE) de todas as crianças matriculadas na escola local. Ao longo do tempo foram realizadas palestras sobre todos os temas que seriam necessários passar aos jovens e estes ouviam atentos a tudo, baseados no fato de que aquele que pode proporcionar tamanho presente como um pouco de laser e diversão num lugar ermo, com certeza é alguém que tem algo de bom a acrescentar na vida de cada um deles;  Compreensão mútua – o influenciador deve compreender o grupo e o grupo deve compreender o influenciador. Muitas vezes o problema não está na violência, mas disfarçado com sua máscara. Uma criança que tem problemas em casa e sofre com as discussões familiares pode encontrar nos atos violentos uma defesa contra o mundo e uma forma de se imunizar contra os receios que possui – TEORIA DO CICLO DAS NECESSIDADES. 5.2. Influência negativa Influência negativa é toda aquela que sendo boa ou ruim, não consegue atingir os seus objetivos, pois sempre falta um dos fatores necessários ao sucesso da influência exercida. 5.3. O exercício da INFLUÊNCIA POSITIVA O exercício da influência positiva consiste em colocar em prática os esforços desencadeados mentalmente pela obtenção da paz social. Para que haja esse exercício, primeiramente o policial deve conquistar o público com quem trabalha, e isso somente se consegue se o representante do Estado atua junto à comunidade de forma simpática, profissional e sendo atencioso com todos, inclusive os colegas de farda, exercitando naturalmente todos os fundamentos de Polícia Comunitária, atuando de forma preventiva ao invés da repressividade, representando bem a Instituição, falando bem dela e apontando as suas qualidades. Deve 30


estar concentrado na prestação de um serviço de qualidade elevada, mesmo que isso seja dispendioso e que perca horas a mais de serviço. E o mais importante de tudo: deve sentir prazer em trabalhar com crianças e adolescentes, para que não seja um profissional mecânico e sim um apaixonado pelo que faz. 5.4. Os princípios básicos da motivação Motivação é o resultado de um ato consciente e objetivo de desejar alguma coisa, estimulando ações necessárias à realização desse desejo. 5.4.1. Auto - imagem positiva A auto – imagem é parte integrante da nossa personalidade. É a idéia que temos de nós mesmos ou aquilo que pensamos ser, levando em conta tudo que em vida já fizemos e tendo como base os sucessos e fracassos ao longo desse tempo. Nosso comportamento é coerente com a auto – imagem. Não podemos esconder o “eu” interior dos outros, isso se reflete de forma clara e objetiva. Podemos entretanto alterar nossa auto – imagem positivamente, basicamente pensando de forma positiva. Devemos buscar em nós o que é bom e procurar afastar as falhas ou carências, pois nenhum ser humano é tão ruim que não tenha qualidades, e não há o ser humano tão bom que não tenha defeito algum. “Para sermos felizes na vida devemos somente fazer o óbvio, que é sermos um bom pai, um bom amigo e um bom profissional. Esse é o segredo do sucesso, e por ser tão óbvio acaba se tornando difícil!”Cel PM Hélio dos Santos Júnior – Comandante Geral da PMMG, em palestra na cidade de Lavras em 2006. 5.4.2. Mediocridade X excelência

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Um dos elementos que explicam o porquê de poucas pessoas alcançarem o sucesso e a realização na vida é a falta de empenho naquilo que fazem. Mediocridade é quando a pessoa se considera a melhor entre as piores. É a pessoa que se acomoda, a pessoa mediana, comum, apenas aceitável pela sociedade. Excelência é quando a pessoa busca a melhoria em tudo que faz, até mesmo nas pequenas coisas, aplicando-se ao máximo. A pessoa excelente considera importantes todas as coisas, por menores que sejam, e procura realizá-las da melhor maneira possível. “Devemos sempre ser o melhor naquilo que fazemos na vida!”- Edson Arantes do Nascimento, Rei Pelé. 5.4.3. O poder do exemplo Um bom influenciador deve sempre mirar-se nos bons exemplos, de pessoas vitoriosas e felizes na vida, para certificar-se sempre de estar sendo um exemplo repleto de carisma pela sociedade, pelos superiores e subordinados. A adaptabilidade do CESP depende de vários fatores e entre eles destaca-se o carisma do patrulheiro escolar. Ele deve estar sempre presente para que até o público mais hostil admire seu trabalho e com o tempo se torne cooperativo. Para tanto, ele deve demonstrar sempre ser uma pessoa animada e feliz. 5.4.4. Falar abertamente Um bom influenciador necessita ser uma pessoa sem receios de falar. Deve ser alguém sem medo de expressar livremente as suas opiniões sem acanhamento algum, porque a capacidade de falar para outras pessoas e prender a atenção são as mais importantes qualificações para o sucesso. O patrulheiro escolar deve sempre que possível abrir mão da fala culta e estilisticamente aceitável e valorizar o modo de falar do público 32


jovem. A informalidade é mais bem aceita pelo público, principalmente o público adolescente. 5.4.5. Aceitar a ajuda alheia É difícil aceitar uma crítica, porém é uma atitude de muita sabedoria entender que às vezes ela pode contribuir bastante para o nosso crescimento como ser humano. Devemos buscar o entendimento de que não estamos sozinhos nunca, e que não somos auto-suficientes em relação a todas as nossas aspirações. Fomos criados para viver em conjunto com outros seres humanos e com todos os indivíduos pertencentes à magnífica sociedade organizada da vida. O homem somente se torna sábio se um dia for aluno. Esse é o princípio da sabedoria humana. O aluno então aprende, depois ensinará a outro aluno e este a outro. Uma qualidade de liderança e capacidade de realizar a influência está na própria influência que você pode exercer sobre as pessoas simplesmente deixando-as participar das coisas que faz, dar sugestões e opiniões. Todos se sentem importantes e valorizados quando são chamados a participar. Esse aliás foi o motivo do grande sucesso do projeto CESP: chamar a todos para participar, dando ciência da importância que teriam no projeto. Realizar em conjunto o que se poderia fazer sozinho, congregar esforços positivos, integrar e discutir sempre, afim de que as experiências de vários setores se unificassem pela concretização do bem maior buscado: a paz social. 5.4.6. Coragem e risco X covardia Coragem: 1 Força ou energia moral para enfrentar o perigo ou a adversidade; ânimo, intrepidez, ousadia. 2 Perseverança. Risco: 3 Perigo. 4 Probabilidade ou possibilidade de perigo ou dano. 33


Covardia: Caráter ou qualidade de covarde. Dicionário Enciclopédico Escolar Ruth Rocha

Embora sempre procuremos minimizar os riscos que envolvem qualquer empreendimento em nossas vidas, devemos sempre ter a consciência de que o risco é provável. Devemos possuir a capacidade de ter coragem e ousadia para arriscar nos momentos em que esse risco puder conduzir-nos ao sucesso e à realização. 6. A TEORIA DO EFETIVO IMAGINÁRIO Subconsciência (ou subconsciente) é um termo utilizado em psicologia para designar aquilo que está situado abaixo do nível da consciência ou que é inacessível à mesma. Na psicanálise , o subconsciente é uma "consciência passiva", capaz de tornar-se plenamente consciente (ao contrário do "inconsciente", cujo conteúdo só pode ser inferido indiretamente através de técnicas de interpretação). O subconsciente é a compreensão de todos os conteúdos conscientes na larga trajetória do espírito durante o processo da sua evolução biológica e o seu evolver anímico; captação que registra e arquiva minuciosamente todos os pormenores de fatos ocorridos, deixando como síntese um pensamento orientado, um ensino proveitoso para o ser. É o progresso, a evolução. É o conhecimento que se acrescenta para aproveitamento ulterior. Podemos dizer que cada ser humano é um ente capaz de preencher seu subconsciente com tudo o que vive ou simplesmente pensa viver, criando assim uma máquina de correspondência com o mundo exterior. É o subconsciente humano o seu conselheiro imperceptível, uma espécie de companheiro, que não vemos nem sentimos, mas está sempre presente onde quer que vamos. Quando o subconsciente é abandonado a si próprio por um momento, ele começa, muito simplesmente, a tecer uma trama. Cria uma identidade para si próprio, adapta-se ao meio e produz diligentemente novas formas de preencher o súbito vácuo que se cria quando 34


esquecemos a realidade imediata. Parece não haver nada de que o subconsciente tenha tanto medo como a sensação de não ser ninguém. Lars Gustafsson, in 'A Morte de um Apicultor' Essa compreensão dos fatos ocorridos anteriormente de que trata o assunto, é o objeto de ação da teoria, na qual procura-se atingir o indivíduo psicologicamente, de forma que parte dos interesses em segurança sejam alcançados com a utilização de nenhum esforço. Faz-se o indivíduo sentir a presença policial e fiscalizadora dos integrantes, mesmo nos momentos em que não estão presentes através da manutenção de técnicas de comunicação visual, para que com o tempo seja atingido o subconsciente do público alvo, o qual guardará todos os detalhes dessa comunicação registrando e arquivando minuciosamente todos os pormenores dos fatos ocorridos, deixando como síntese um pensamento orientado, um ensino proveitoso para o ser. Por isso, essa manutenção deve ser realizada de forma perfeita. O que se procura é criar uma sensação de policiamento ostensivo geral tão eficaz que seja lembrada, e essa lembrança despertada por vezes pelo subconsciente, será um objeto em favor da prevenção do delito. O policial não estará presente, mas a imagem de segurança que será estabelecida no subconsciente será o bastante para que sua presença seja sentida. Sendo assim, os diversos recursos que deverão ser utilizados são todos visuais, como por exemplo:  Valorização da imagem. Por exemplo, colocação em local visível de um emblema da Instituição e do Conselho Tutelar como amigos da escola ou semelhante, com uma frase que seja simples, direta e chamativa;  Atuação junto ao público nos momentos reais de policiamento. Momentos ideais são os horários de entrada, do recreio e da saída, além de pequenos intervalos;  Utilização do Informativo policial sempre anexado junto ao quadro de recados da respectiva escola;  Resolução de problemas, mesmo os mais simples, juntamente com a escola. 35


O que se busca é sempre mostrar a imagem institucional, deixando a ostensividade sempre presente. Além disso, atuar mesmo nos pequenos conflitos, para que o subconsciente do público guarde essa informação da efetividade da reação a qualquer tipo de fato contrário à ordem e à disciplina. Para aumentar o poder visual, poderia inclusive ser adotado o sistema de utilização de uma camiseta pelos membros não militares, a qual deveria ser usada para identificar os integrantes do projeto. O público perceberá a presença de um integrante do conselho, despejando por ele considerações sobre importância fiscalizadora e repressora a nível de um policial ou conselheiro tutelar, sendo que este pode ser no entanto, apenas um Amigo da Escola ou alguém que tem afeição pelo projeto realizado. 7. A TEORIA DO CICLO DAS NECESSIDADES I Quando plantamos uma semente na terra, devemos observar que ela não terá condições de se tornar uma árvore se lhe faltarem os insumos necessários ao seu desenvolvimento, tais quais: - a fertilidade do solo onde foi plantada; - a água para que não se resseque e possa ocorrer a circulação dos nutrientes na terra; - o sol para que seja realizada a fotossíntese; - o gás carbônico para a respiração; - o clima adequado ao seu crescimento; - a ausência de erva – daninha e predadores. Se em qualquer etapa do desenvolvimento da semente faltar algum desses insumos, seu ciclo vital se interrompe e ela certamente morrerá. II Quando criamos um pássaro na gaiola, devemos observar as necessidades que ele possui para que viva, tais quais: 36


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ração para sua alimentação; água fresca; sol para que possa se aquecer; proteção contra os predadores, o frio e o calor intenso. Do mesmo modo que ocorre com a semente, se retiramos algum desses elementos, o pássaro não terá condições de viver e se interrompe o seu ciclo vital. III Com o ser humano ocorre de maneira diferente. Somos adaptáveis ao ambiente. Nosso desenvolvimento desde o nascer, necessita de elementos ao longo da vida, os quais se faltarem, exceto os de necessidade primária, nosso inconsciente preenche com outros elementos, os quais se forem maléficos acabarão por criar um indivíduo inapto à vida em sociedade.

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IV Na infância, logo ao nascer é necessário: leite materno; calor da mãe; higienização; limpeza das vias aéreas; vacinas; cuidados com o cordão umbilical.

V Com o passar dos anos os cuidados mudam, e uma criança que já caminha e fala necessita de outros elementos: - brinquedos; - outras crianças para brincar; - proteção familiar; - laser; - orientações iniciais sobre comportamento (socialização primária).

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VI Assim a criança vai se desenvolvendo e inicia-se o desenvolvimento escolar, nessa fase ela precisará de novos elementos favoráveis: - materiais para estudo; - compreensão geral de todos; - conscientização de disciplina e conduta; - amigos; - laser; - carinho e proteção familiar. VII A fase da adolescência torna-se a mais dinâmica fase da vida humana. É quando o instinto do indivíduo muda completamente o seu direcionamento, e aquele que antes acreditava que precisava de proteção agora quer se ver livre dela a qualquer custo, quer a liberdade e rejeita qualquer tipo de imposição caso sinta que esta seja um fator “modelador” da sociedade. O adolescente, rebelde pela própria natureza, acredita sempre já possuir a maturidade plena, e crê fielmente que está sempre certo sobre tudo. Nesta fase a orientação é o principal elemento na criação de indivíduos aptos à vida em sociedade. O jovem precisa de: - conhecimento; - orientação: sexual, moral, educacional, preventiva de doenças, preventiva contra drogas e violência, social, profissional, familiar, religiosa, esportiva, ambiental, individual, jurídica, etc.; - conscientização das normas de conduta; - conscientização sobre os elementos maléficos existentes; - autonomia para tomar pequenas decisões que não atrapalhem seu desenvolvimento; - compreensão da sociedade e principalmente dos familiares; - laser; - preparação profissional e moral; - liberdade condicionada; 38


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proteção e prevenção contra as drogas e o crime; aceitação social, principalmente entre os próprios jovens. Nessa fase o indivíduo pensa ser mais importante o “status” dentro do circulo de jovens do que a própria saúde. Nós somos HEDONISTAS por natureza e nessa fase da vida isso se torna explícito. A adolescência é a mais complicada fase do desenvolvimento humano pois é nela que a maioria dos indivíduos demonstra suas tendências voltadas para o lado bom ou para o lado ruim. As crianças desobedientes e mal-educadas não oferecem tanta dificuldade de relacionamento pois são mais fáceis de serem corrigidas ou instruídas e aceitam melhor o aconselhamento por não estarem totalmente socializadas. O jovem porém tem o instinto nato de não aceitar nada que não lhe convenha e convive com o choque da socialização secundária. VIII -

O indivíduo adulto necessita: de emprego; de um (a) companheiro (a); de realização; reconhecimento social; laser. IX

O idoso necessita: tranqüilidade; compreensão; proteção familiar; serviço de saúde. O idoso é como a criança, em suas necessidades básicas de sobrevivência. O cuidado dispensado ao recém – nascido confunde-se muitas vezes com aquele necessário ao indivíduo idoso. Encerra-se assim o ciclo das necessidades humanas ao longo da vida. É como se na -

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infância os pais ensinassem aos filhos como cuidar dos outros para que ao fim da vida os filhos cuidem deles. X O ser humano ao contrário da semente e do pássaro, ao ser retirado algum dos elementos positivos ao longo do seu desenvolvimento, preenche a lacuna vazia com algo que seja agradável ao subconsciente, ou capaz de por exemplo lhe trazer segurança, mesmo que esse novo elemento seja maléfico. Isso provém da grandiosa capacidade do ser humano em adaptar-se a tudo. Dominamos o planeta por causa disso, e essa qualidade não se vê presente em outros seres. Um urso polar não sobreviveria na praia de Copacabana, o homem ao contrário expandiu seus domínios de norte a sul do planeta, e se adaptou ao frio e ao calor. Uma criança que convive com a violência familiar e a falta de carinho poderá preencher o espaço deixado com outros elementos. Alguns se tornam excessivamente violentos e outros se retraem, se fecham para toda a sociedade. A escola é um reflexo disso. Nela encontramos dos dois tipos diferentes de adaptação. A criança cria um mecanismo de defesa contra o mundo simplesmente sendo agressiva ou fechada pra ele, isso por causa da falta de proteção percebida em seu lar. A proteção é uma das mais nobres necessidades humanas. Outro caso, o adolescente que não obtém reconhecimento entre os outros adolescentes procura preencher esse espaço a qualquer custo. As drogas acabam sendo uma das válvulas de escape a essa rejeição social. O indivíduo precisa da realização mais que a própria saúde, não importa de onde ela venha, porém pode acontecer do mesmo se fechar e simplesmente fingir que não nota essa rejeição social. Então o desenvolvimento desse jovem se prejudica bastante, ele poderá se tornar um adulto medíocre, considerado o melhor dentre os piores, alguém com medo de inovar, de arriscar, um indivíduo que não exercerá a cidadania simplesmente por pensar que sempre será um rejeitado social ou alguém sem importância dentro da sociedade.

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XI Toda a vida humana é dependente de necessidades, as quais se faltarem, pelo poder de adaptação, são substituídas por outras, melhores ou piores. Essas necessidades ao longo da vida seguem um ciclo que acompanha o desenvolvimento do indivíduo e segundo essa teoria, o não preenchimento de cada uma delas gera falhas nesse desenvolvimento, e as falhas serão preenchidas por outros elementos, piores ou melhores que aquele que faltou, dependendo de cada indivíduo e do direcionamento da sua adaptação. 7.1. A teoria das necessidades humanas de Abraham Maslow A Teoria das Necessidades Humanas proposta pelo psicólogo Abrahan Maslow hierarquiza as principais necessidades através de um padrão esquemático que, apesar de propor uma hierarquia de necessidades, não é necessário que seja totalmente satisfeita para que outras possam emergir. AUTO-REALIZAÇÃO NECESSIDADE DE ESTIMA NECESSIDADE SOCIAL NECESSIDADE DE SEGURANÇA NECESSIDADES FISIOLÓGICAS

As necessidades fisiológicas dizem respeito àquelas que garantem a sobrevivência do ser humano e de sua espécie, por exemplo: a água, o alimento, o sexo, o sono. Essas se não satisfeitas impedem o indivíduo de progredir na hierarquia das necessidades humanas. As necessidades de segurança referem-se ao incômodo sentido pelo homem diante de qualquer situação de instabilidade e ameaça a sua integridade física, social ou psicológica. Essas necessidades podem se expressar na forma de, por exemplo, busca de abrigo, casa, temperatura 41


agradável, tranqüilidade pública (aqui refere-se ao papel do policial dentro da sociedade). As necessidades sociais dizem respeito à própria característica humana de se socializar. O indivíduo, não importa o que pense, não tem condições de viver isoladamente. Até mesmo um assassino ou criminoso precisa do meio social para viver. Esse elemento, juntamente com as necessidades fisiológicas, sãos únicos elementos que o CICLO DAS NECESSIDADES não consegue substituir – as necessidades sociais são fortes demais! A necessidade de estima diz respeito à aceitação do indivíduo dentro do grupo social. Ele precisa ser aceito pelo grupo e por si mesmo, isso para cada indivíduo é mais importante do que a própria saúde. Subtraindo esse elemento em alguma etapa da vida humana podemos criar um indivíduo carente de socialização e propenso a tornar-se um criminoso em potencial. O ser humano porém é mais exigente ainda! Todas as pessoas buscam um sentimento de realização. São as necessidades de auto – realização, que Maslow define como as mais nobres dentre as outras. Defini-la é dizer que todo ser humano sente necessidade de maximizar seu próprio potencial, seja ele qual for. É o desejo de tornar-se aquilo de que se é capaz. Essas necessidades estão relacionadas ao desejo de superar-se, à curiosidade humana, compreensão, organização, análise, em qualquer campo. 8. PROGRAMAS DO CESP – PATRULHA ESCOLAR 8.1. Programa Esportivo da Patrulha Escolar – PEPE PROGRAMA ESPORTIVO DA PATRULHA ESCOLAR – “PEPE”

Diretrizes de funcionamento do “PEPE” 1 – Toda criança e adolescente tem direito ao esporte ( vide Lei 8.069, de 13 de julho de 1990 – ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE) com segurança, a qual deve ser observada por todos 42


aqueles que trabalham diretamente com esse público. Ficam encarregados então os membros da Patrulha Escolar (PMMG e Conselho Tutelar), os professores e funcionários, os pais e profissionais que terão contato com os alunos a observarem todos os cuidados necessários ao bem estar dos participantes do “PEPE”; 2 – A participação dos alunos nas atividades esportivas ocorrerá de livre e espontânea vontade, sem prejuízo algum para os não participantes e sem represália, porém é dever dos responsáveis pelo “PEPE” disseminar os benefícios da prática esportiva de forma clara e incentivadora; 3 – Toda atividade esportiva deve ser previamente programada com as escolas, observando-se o calendário escolar e as possibilidades gerais de realização; 4 – Fica condicionada a participação do aluno nas atividades a uma conduta pacífica e proveitosa dentro do ambiente escolar e familiar, mantendo o mesmo respeito pelos pais, professores e demais funcionários e comunidade em que vive; 5 – Os professores serão responsáveis por indicarem os alunos que tiverem significantes desvios de comportamento, ficando os mesmos cientes de suas responsabilidades em reuniões com pais, instrutores e representantes da Patrulha Escolar – Vide Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, arts. 4º; 53º; 56º; 59º; 112º e 114º; 6 – O aluno que não mantiver freqüência nas aulas ficará impedido de participar das atividades até que o problema seja sanado. outros casos de impedimento propostos pelos professores deverão ser comunicados aos demais integrantes do “PEPE”; 7 – Toda atividade esportiva desencadeada necessitará da presença:  De um representante do Conselho Tutelar; 43


 Do representante da Polícia Militar na Patrulha Escolar; e  De um representante da escola. Sendo os eventos sempre abertos ao público; 8 – Não se exigirá dos alunos pagamento de quantia alguma em nenhuma atividade proporcionada pela Patrulha Escolar, devendo os custos serem providenciados através de parcerias ou patrocínios; – O aluno poderá deixar de freqüentar as atividades esportivas desde que fundamente os motivos de sua saída, para que não ocorra coação para sua retirada do programa de parte alguma, seja ela familiar, escolar ou dos próprios alunos; 10 – Fica assegurado aos alunos e pais que todas as medidas de segurança na realização dos eventos esportivos do “PEPE” serão tomadas pelos organizadores dos eventos. A segurança é preocupação primordial da organização dos eventos esportivos do “PEPE”; 11 – Conteúdo esportivo programável pelo “PEPE”, observadas as faixas etárias:  Campeonato escolar de futebol;  Campeonato escolar de queimada;  Campeonato escolar de vôlei masculino e feminino;  Campeonato escolar de corrida (observar os limites aceitáveis);  Campeonato escolar de peteca;  Outros intra-escolares a critério do professor;  Outros a critério do professor responsável pela disciplina de educação física. 12 – Além desses, deverão ser programados passeios ecológicos ou similares, com o devido acompanhamento dos responsáveis pelo “PEPE”;

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13 – O objetivo dos campeonatos é estimular a prática esportiva e o bom comportamento e não semear o espírito de competição, por isso deverá ser realizada confraternização entre escolas em evento programado com total antecedência com relação a dia, horário e local, para o final do ano; 14 – A participação comunitária é fundamental para o sucesso do trabalho do “PEPE”, devendo os integrantes incentivarem a participação dos pais e demais integrantes da comunidade a dar sua parcela de contribuição, para que os benefícios da prática esportiva se estendam a toda a sociedade; 15 – Os integrantes do “PEPE” deverão promover palestras com os alunos e se possível com toda a comunidade local para falar sobre os benefícios da prática esportiva, formas corretas e sadias de realização da prática esportiva, cuidados com a alimentação e outros assuntos de interesse; 16 – São responsáveis pelo “PEPE”:  A Polícia Militar, representada pelo patrulheiro escolar;  O Conselho Tutelar; e  Os professores de educação física. 17 – São colaboradores do “PEPE”, com poder de decisão sobre a rotina de atividades a ser realizada nas escolas e indicação de alunos com desempenho insuficiente em relação a disciplina:  A direção da escola;  Os professores. 18 – Poderão ainda serem convidados representantes da Secretaria de Esportes, Ministério da Educação e Cultura, Secretaria de Estado da Educação, Prefeitura Municipal e/ ou profissional de educação física para pertencerem ao quadro de colaboradores do “PEPE”;

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19 – O programa não deve ser interrompido a não ser que ocorra indisponibilidade para realização, haja vista os benefícios auferidos em proporcionar diversão sadia para o público jovem, sendo de interesse da instituição de ensino a manutenção da freqüência escolar, com dedicação, responsabilidade e comportamento dos alunos; 20 – Todo evento esportivo deverá ser previamente agendado para que haja possibilidade de realização, devendo-se observar a capacidade de adequação ao calendário escolar e possibilidade de transporte dos alunos participantes do “PEPE”; 21 – Os responsáveis pelo “PEPE” tem liberdade para propor inovações no programa para que sejam sempre alcançados os objetivos de sua existência, acompanhando-se sempre as evoluções ocorridas por parte do programa. 22 – Este programa entra em funcionamento na data de autorização por todos os responsáveis pelo “PEPE”. . 8.2. Sanção Escolar de Repressão à Violência – SERV É um instrumento de repressão à violência através do qual toda criança e adolescente envolvido em algum tipo de conflito, passa automaticamente ao acompanhamento escolar diferenciado em horário diverso dos demais alunos, como forma de cautela da disciplina, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. Por exemplo, se um adolescente comete um delito, até que o mesmo seja solucionado pelos órgãos competentes, ou por um período de precaução, será encaminhado a um tratamento diferenciado. Poderão ser criados trabalhos extras como redação sobre o tema do delito em horário diferente, após a aula; conversa freqüente com membro do CESP, psicólogo, etc.; impedimento do horário de recreio, no qual o infrator

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apenas fará o lanche e deverá retornar à sala onde será assistido até o término do intervalo. Essas sanções deverão ser aplicadas quando houver conveniência, devido às proporções da atitude delituosa, pelos professores ou supervisores, ouvido o Conselho Tutelar e acompanhadas da presença policial, se necessário. O que procura-se é reprimir que o infrator não guarde a consciência da impunidade dos seus atos, e sinta o efeito da repressão, a qual sem esse instrumento pode demorar muito tempo, ocorrendo enfraquecimento da disciplina. 8.3. Programa Ambiental – PA A proteção do meio ambiente é um conteúdo largamente defendido no âmbito deste projeto, pois existe um campo de atuação amplo entre o público jovem, no qual usa-se o fator da conscientização acerca dessa proteção para a educação do jovem em vários outros campos. É uma maneira inteligente de dar consciência preventiva aos mesmos e ensinar a respeito da natureza sem falar diretamente em segurança, boas maneiras, etc. Essa estratégia de conscientização, além de demonstrar que os indivíduos que trabalham pela segurança pública, desenvolvimento humano e proteção dos direitos da criança e do adolescente também se preocupam com a preservação do planeta, oferece ao jovem o conhecimento acerca do universo ambiental que o envolve, o qual muitas vezes passa despercebido, da utilização racional dos recursos existentes e da manutenção das condições da vida em nosso planeta. O grande objetivo do programa, para a Polícia Militar, é a conscientização acerca dos crimes ambientais, no âmbito da Polícia Ambiental, no qual procura-se orientar a respeito de:  Pesca ilegal;  Contrabando de animais silvestres;  Devastação ambiental e corte ilegal de árvores;  Tráfico de animais exóticos; 47


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Caça ilegal ou ainda de animais ameaçados de extinção; Queimadas em áreas de preservação ecológica ou locais perigosos como na beira de rodovias ou locais de existência de redes de distribuição elétrica;  Poluição das nascentes dos rios, ou lagos e correntezas;  Desvio ilegal do curso dos rios;  Devastação das áreas de nascentes, lagos ou correntezas. Entretanto, o grande interesse do programa para os outros membros do CESP, principalmente professores da disciplina é a capacidade de através das atividades desenvolvidas estar ministrando de forma mais dinâmica os diversos conteúdos de suas disciplinas, tais quais:  Poluição;  Conhecimento sobre os animais existentes. Reprodução, constituição celular, características, curiosidades, etc.;  Animais venenosos;  Conhecimento sobre a fauna existente. Fotossíntese, constituição celular, curiosidades, reprodução, etc.;  Solo, clima, ciclos ambientais (chuvas), estações do ano;  Aquecimento global;  Produtos perigosos para o homem e para a natureza;  Micróbios, organismos, vírus, bactérias, doenças provocadas pela falta de higienne, etc.;  Outros a critério dos instrutores da disciplina. Os temas mais abordados nesse programa são:  Recursos naturais renováveis e não renováveis;  Poluição;  Aquecimento global;  Preservação da fauna e flora;  Crimes ambientais;  Devastação e queimadas;  Conhecimento sobre fauna, flora e geografia. Deverá ser realizado através de trabalhos diversos, com data prédeterminada, por exemplo: A SEMANA DO MEIO AMBIENTE. 48


Os trabalhos devem visar o dinamismo e a atenção do público alvo, sem os quais torna-se para os que ministram, chato de ser realizado e para os discentes, desinteressante. Exemplos de trabalhos:  Palestra sobre animais venenosos, utilizando animais venenosos para mostrar aos alunos os animais em si, e não imagens apenas. A curiosidade prende a atenção e a inovação é sempre fator de sucesso;  Passeios ecológicos. Este trabalho procura além da promoção do contato com a natureza uma saída relaxante para a rotina de estar sempre dentro da sala de aula;  Pequenos trabalhos laboratoriais como experiências, para demonstração de conteúdo pelos professores da disciplina;  Palestra sobre crimes ambientais, utilizando equipamentos usados na prática delituosa como redes, tarrafas, serra-elétrica, gaiolas. O aluno não gosta apenas de ouvir sobre as coisas, pois muito se fala por exemplo em pesca ilegal, mas uma quantidade grandiosa de alunos jamais viu uma rede para que tenha uma noção maior do conteúdo. Existe maior interesse por tudo quando existe a demonstração abrangente, inovação e dinamismo;  Plantio de mudas. Excelente trabalho muito dinâmico e educador que procura unir o prazer do contato direto com a natureza, a saída do ambiente interno da escola numa atividade de campo, a preservação ambiental e a disseminação do conteúdo sobre diversos temas relacionados ao meio ambiente. O seu grande objetivo é colocar a criança e o adolescente em contato direto com a proteção da flora do planeta, e se possível deve ser feito com a criação de jardins, principalmente em ambiente interno da escola, os quais deverão ser mantidos pelos próprios alunos. 8.4. Programa de Prevenção à Violência O programa consiste numa manutenção permanente dos locais de incidência de pequenas brigas, delitos, vandalismo ou até mesmo ocorrências maiores, dividindo de forma sistêmica o patrulhamento 49


ostensivo desempenhado pelo Patrulheiro Escolar e o Conselheiro Tutelar. Sendo assim, o patrulhamento ostensivo deve ser dividido de forma a economizar os recursos. Locais onde existe uma demanda maior devido às características do ambiente e dos alunos devem receber uma atenção maior, seguindo o exemplo das tabelas seguintes: Ocorrências do período X (mensal, bimestral ou trimestral) Escola A Escola B Escola C Escola D Escola E Horários de maior incidência de ocorrências do período X Turno Manhã Tarde Noite Escola A Escola B Escola C Escola D Escola E Divisão do patrulhamento ostensivo no período X Turno Manhã Tarde Noite Escola A Escola B Escola C Escola D Escola E Na divisão do patrulhamento os locais de maior incidência de ocorrência receberão uma atenção mais ampla por parte dos patrulheiros, os quais intensificarão as suas ações nesses locais, permanecendo um tempo maior e realizando mais vezes o patrulhamento estensivo, 50


abordando mais os alunos através do contato pessoal afim de questionar sobre temas variados relativos à segurança, de forma a coibir a prática dos atos ilícitos e aumentando a segurança local. Nos locais onde praticamente não existe a atuação delituosa, deverão os patrulheiros apenas realizar a manutenção da segurança, realizando com menos freqüencia o patrulhamento, porém ao realizá-lo, sempre fazer um contato pessoal com pessoas idôneas e que fornecerão dados precisos sobre a segurança local, indicando possíveis alterações como indivíduos suspeitos, o que mesmo não sendo um indicativo de violência, sugere uma diminuição da sensação de segurança local. 8.5. Prevenção do uso de drogas O campo de atuação do projeto CESP em relação à prevenção do uso de drogas resume-se na utilização de palestras e trabalhos sócioeducativos. Procura-se através dos tais, o exercício da influência positiva, porém convém salientar que o público de atuação do PROERD não será focalizado pelo trabalho preventivo para que não ocorra a duplicidade de informações, advindas do CESP e do PROERD. Enquanto que no PROERD é realizado um trabalho de prevenção com indivíduos que estão entrando na adolescência e necessitam de um veículo de repulsão à iniciação no uso de drogas, a atuação do CESP é perante um público que sofre diretamente a influência das drogas – ADOLESCENTES – os quais têm conhecimento pleno dos malefícios do uso, porém pela rebeldia, ousadia, má influência, curiosidade ou fatores ligados ao ciclo das necessidades humanas acabam fazendo uso ou estão passíveis ao uso de drogas. Contudo, o trabalho de palestras e acompanhamento, torna-se mais aprofundado quando existe a confirmação do uso por parte de adolescentes. Nesse caso, o trabalho desenvolvido pelo Conselho Tutelar torna-se importantíssimo, pois o conselho possui a estrutura para proporcionar acompanhamento pscicológico em primeiro escalão ao usuário, o que não sendo um remédio total para o problema, é no mínimo 51


um mecanismo de acompanhamento da situação em que o jovem se encontra, para o estudo das causas do uso e possível fonte de estudos para atuação nessas causas.

8.6. Arte Viva PROGRAMA ARTE VIVA Diretrizes de funcionamento do PROGRAMA ARTE VIVA 1 – O projeto CESP – Conselho Escolar de Segurança Pública, é o celeiro da cidadania. Nosso lema é desenvolver indivíduos aptos à viver licitamente na sociedade atual, angariando meios necessários para melhoria constante da aceitação do serviço policial e dos diversos órgãos que trabalham direta e indiretamente para o bem estar, o desenvolvimento e a proteção dos direitos da criança e do adolescente. Parágrafo único: Toda criança e adolescente tem direito a cultura, é nosso dever proporcionar condições para que todos tenham acesso à ela. 2 – os integrantes do CESP – Patrulha Escolar devem incentivar o desenvolvimento cultural, através de eventos que sejam prazerosos e benéficos à sociedade em geral, atraindo os diversos públicos para um ambiente sadio e interativo, proporcionando maiores condições de desenvolvimento intelectual da sociedade, pelo despertar da cidadania; Parágrafo único: Consideram-se eventos culturais toda atividade que envolva a atividade artística, tais quais através da expressão corporal ou representada em traços. Exemplos: teatro, dança, música, pintura, desenho, redação, poesia, maquetes, feira de ciências, feira de cultura, folclore, quadrilha, etc. 3 – Toda atividade cultural deve ser previamente programada com as escolas e todos os integrantes da direção do CESP observando-se o calendário escolar e as possibilidades gerais de realização; 52


§ 1º - Para efeito deste parágrafo, consideram-se direção além dos membros diretores do CESP, os supervisores e professores, devido ao fato de os mesmos terem maior controle sobre a rotina de atividades escolares; § 2º - As atividades culturais devem ser apresentadas previamente aos membros do CESP para que as falhas nas mesmas sejam sanadas antes da apresentação ao público e para que ocorra maior integração e apoio às mesmas. 4 – Todo aluno tem o direito de participar de atividades culturais, mesmo que tenha significantes desvios de comportamento. “a sociedade é o meio, e nessa balança de pesos existe o lado bom e o lado ruim, cabe a nós o desenvolvimento do nosso lado, para que consigamos pesar mais do que o outro lado, esse é o princípio da paz social.”; 5 – Os professores serão responsáveis por indicarem os alunos que tiverem significantes desvios de comportamento, ficando os mesmos automaticamente encaminhados a um tratamento mais intensivo, através do acompanhamento psicológico e inserção voluntária em atividades de recuperação; § 1º - Cabe aos integrantes do CESP que tem contato direto com as escolas, explicitamente a Polícia Militar e o Conselho Tutelar o incentivo aos alunos considerados de baixo desempenho para que os mesmos participem do acompanhamento intensivo; § 2º - O tratamento intensivo conterá entre outros reforço escolar, acompanhamento psicológico, direcionamento de estudo e aproximação familiar; § 3º - O reforço escolar será ministrado de forma voluntária por quem tenha condições de realizá-lo, de forma a melhorar as condições de desenvolvimento do aluno no ambiente escolar; § 4º - O acompanhamento psicológico objetivará proporcionar apoio moral para a recuperação da criança e do adolescente que tiver significantes desvios de comportamento;

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§ 5º - O direcionamento de estudo é o acompanhamento intensivo do aluno que não tiver desenvolvimento regular. Muitas vezes o aluno tem aversão a certa matéria porém em outras é excelente aluno. Essas matérias às quais tem aversão devem ser trabalhadas de forma a despertar o interesse do aluno pelas mesmas; § 6º - A aproximação familiar objetivará sanar possíveis problemas que de forma direta ou indireta afetem o desenvolvimento da criança e do adolescente dentro do ambiente escolar. 6 – O aluno que não mantiver freqüência nas aulas será automaticamente encaminhado a tratamento especial. Precisamos disseminar a cultura e o entendimento dos benefícios do desenvolvimento escolar; 7 – Toda atividade cultural desencadeada necessitará da aprovação:  De um representante do Conselho Tutelar;  Do representante da Polícia Militar no CESP - Patrulha Escolar;  Do diretor da escola;  De um representante da Secretaria de Educação Sendo os eventos sempre abertos ao público; 8 – Não se exigirá dos alunos pagamento de quantia alguma em nenhuma atividade proporcionada pelo CESP - Patrulha Escolar, devendo os custos serem providenciados através de parcerias ou patrocínios; 9 – O aluno de forma alguma será obrigado a fazer nenhum tipo de trabalho do programa ARTE VIVA, devendo os integrantes do CESP – Patrulha Escolar envidar esforços para incentivá-los, sem coagir, a participar de livre e espontânea vontade, apregoando valores acerca da necessidade do exercício da cidadania; 10 – Fica assegurado aos alunos e pais que todas as atividades do programa ARTE VIVA visam o bem estar social; 11 – Conteúdo cultural programável pelo programa ARTE VIVA: 54


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Concurso anual de redação; Concurso anual de desenho; Concurso anual de poesia; Feira de cultura; Oficinas de teatro, dança e música; Curso artístico livre de caligrafia e desenho; Projeto de incentivo à leitura; Outros.

12 – Além desses, deverão ser programados eventos que visem o incentivo à leitura, sendo que os mesmos devem ser programados de forma a atrair cada vez mais o público; 13 – O objetivo do programa é aumentar significativamente o conteúdo cultural dos integrantes da sociedade; 14 – A participação comunitária é fundamental para o sucesso do trabalho do programa ARTE VIVA, devendo os integrantes incentivarem a participação dos pais e demais integrantes da comunidade a dar sua parcela de contribuição, para que os benefícios da atividade cultural se estendam a toda a sociedade; 15 – Os integrantes do CESP – Patrulha Escolar deverão promover palestras com os alunos e se possível com toda a comunidade local para falar sobre os benefícios da atividade cultural; 16 – São responsáveis pelo programa ARTE VIVA:  A Polícia Militar, representada pelo patrulheiro escolar;  A Secretaria de Educação;  A Secretaria de Esporte, Laser e Turismo;  O Conselho Tutelar; e  O professor de educação artística.

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17 – São colaboradores do programa ARTE VIVA, com poder de decisão sobre a rotina de atividades a ser realizada nas escolas e indicação de alunos com desempenho insuficiente em relação a disciplina:  A direção da escola;  Os professores. 18 – Poderão ainda serem convidados representantes do Ministério da Educação e Cultura, Secretaria de Estado da Educação, Prefeitura Municipal e/ ou profissional de educação artística bem como artistas da própria comunidade para pertencerem ao quadro de colaboradores do programa ARTE VIVA; 19 – O programa não deve ser interrompido a não ser que ocorra indisponibilidade para realização, haja vista os benefícios auferidos em proporcionar contato com a cultura sadia para o público jovem, sendo de interesse da instituição de ensino a manutenção da freqüência escolar, com dedicação, responsabilidade e comportamento dos alunos; 20 – Todo evento cultural deverá ser previamente agendado para que haja possibilidade de realização, devendo-se observar a capacidade de adequação ao calendário escolar e possibilidade de participação dos alunos participantes do programa ARTE VIVA; Parágrafo único: Caso haja impossibilidade de realização de qualquer atividade proposta pelo programa ARTE VIVA, os integrantes do CESP poderão propor a realização dentro do período de férias, dependendo da aprovação dos alunos em voto secreto, em urna a ser colocada nas escolas. 21 – Os responsáveis pelo programa ARTE VIVA tem liberdade para propor inovações no programa para que sejam sempre alcançados os objetivos de sua existência, acompanhando-se sempre as evoluções ocorridas por parte do programa.

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22 – Este programa entra em funcionamento na data de autorização por todos os responsáveis pelo mesmo.

8.7. Educação no trânsito Em cada escola deverá ser realizado um trabalho de educação no trânsito de forma a conscientizar às crianças e adolescentes sobre os riscos da imprudência, conceitos básicos de legislação de trânsito, uso do cinto de segurança, documentos de porte obrigatório, dicas de segurança contra furtos e roubos, etc. O ideal é que os estudantes sejam orientadores dos pais e responsáveis acerca da conduta correta do condutor de veículos. Esse espírito de orientador deve ser disseminado pelo patrulheiro escolar ao executar o trabalho de educação no trânsito em cada escola, devendo o mesmo caso haja possibilidade, estabelecer com a escola a semana do trânsito, na qual diversos trabalhos voltados para a área podem ser realizados como palestras educativas, teatro e vídeo. 8.8. Palestras multidisciplinares O grande benefício do contato da comunidade especializada com os alunos é a transmissão do conhecimento, elemento propulsor da cidadania. As palestras realizadas no âmbito do CESP visam abranger todos os campos do conhecimento benéficos ao desenvolvimento, tais quais:  Legislação;  Educação no trânsito;  Prevenção da violência;  Prevenção do uso de drogas;  Prevenção de doenças, principalmente DSTs;  Primeiros socorros;  Artes;  Educação ambiental; 57


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Profissionalização; Segurança pública; Reforço escolar; A importância das palestras multidisciplinares estão na aproximação da sociedade com as escolas, para que o conhecimento dos especialistas nos diversos campos seja transmitido aos jovens, os quais necessitam de orientação nos tais para que possam completar mais este ciclo do desenvolvimento humano, que é a formação cultural. 9. ADAPTABILIDADE O projeto CESP, devido ao fato de não ser algo padronizado, possui altíssimo poder de adaptação em qualquer ambiente escolar. Parte do preceito do estudo das causas dos problemas, para a aplicação das medidas para sua erradicação ou contenção. Atua também de forma a administrar o ambiente escolar e familiar, influenciando a todos para o exercício e despertar da cidadania, em qualquer idade e ambiente social. A característica de maior importância na existência do Conselho Escolar de Segurança Pública é que seus integrantes estejam realmente interessados em executar com maior efetividade os serviços em prol do seu público alvo. Não é um projeto difícil de ser realizado e nem demanda ações trabalhosas e complexas por parte de seus integrantes. 9.1. Princípios da adaptabilidade do CESP – Patrulha Escolar Para que haja harmonia e bom funcionamento do Conselho Escolar de Segurança Pública é necessária a observância dos princípios seguintes:  Devemos incorporar a maneira de ser e viver dos diversos públicos com quem temos contato, sendo sempre imparciais porém angariando recursos para conquistar a confiança e a cooperação de todos, pois sem tais fatores é impossível que se exerça a influência

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positiva. Esse é o maior princípio da adaptabilidade do CESP – Patrulha Escolar;  Todos os integrantes do conselho precisam estar sempre informados sobre as atividades que estão sendo realizadas pelo CESP, por isso em cada município onde o projeto for implantado deverá ser criado informativo para divulgação das atividades, além de que, cada órgão necessariamente deverá possuir em seu arquivo pasta com cópia de todos os documentos referentes ao CESP, os quais devem ser providenciados pelo criador da atividade em questão, ou ainda criado um ambiente em comum, destinado ao CESP, onde os documentos ficarão guardados, sendo inclusive sede de reuniões;  Dentro do meio escolar, realizar análise do ambiente antes de implantação de qualquer tipo de trabalho, para que não seja um projeto padrão e sim, um projeto sem forma definida de realização, possuindo fundamentos, porém capacidade grande de se adaptar a qualquer meio escolar;  É necessário que exista o interesse de todos pela integração das atividades, sendo mais conveniente perder um parceiro desinteressado do que manter no seio do conselho quem não participa em nada e só causa atrasos no desenvolvimento dos programas;  É necessário que os fundamentos do CESP sejam de conhecimento de todos os envolvidos no processo, para que o apoio seja algo mais consciente e direcionado. 9.2. Eficácia da adaptabilidade do CESP – Patrulha Escolar O desenvolvimento de atividades em ambiente escolar por mais de um indivíduo ou órgão fortuitamente necessita de organização, por uma questão óbvia de conveniência. As atividades devem ser planejadas, deve-se observar o calendário escolar, o tipo de atividade a ser desenvolvida entre outros. A atividade realizada em conjunto é mais bem vista por toda a sociedade, demonstra mais importância, será mais amplamente

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divulgável, será mais facilmente administrada pelos diretores e professores e obterá melhores resultados. O projeto CESP torna-se com isso algo praticamente inevitável se a atuação ampla e eficaz é o interesse dos órgãos, entidades e pessoas que de forma direta ou indireta trabalham pelo bem estar e desenvolvimento de crianças e adolescentes. A união promove a organização em todos os aspectos, e a desunião é como um monte de planos advindos de diversos locais. Tendo a união de todos, os objetivos das atividades desenvolvidas são melhor coordenados. Existe o estudo, o planejamento e a adequação no sentido de obter resultados tendentes à perfeição. A eficácia da adaptabilidade do projeto CESP é justamente a união de todos em prol de um objetivo comum, pois o mais difícil não é atuar nos problemas que existem no meio escolar e implantar atividades para a melhoria da qualidade de desenvolvimento dos jovens, e sim a consecução da interação entre os possíveis membros, o que pode esbarrar em opiniões preconceituosas. Aceitar a ajuda alheia: condição para o sucesso! 9.3. O poder da continuidade No modelo de policiamento comunitário, apregoa-se que o policial deve ser conhecido da comunidade, manter laços estreitos de confiança, respeito e convivência harmoniosa – “o policial de área” – afim de realizar melhor os serviços de segurança pública nos locais de sua atuação. Porém, o militar dificilmente passará toda a sua carreira trabalhando no mesmo local, o que faz com que o outro militar que assumirá a vaga deixada, encontre um ambiente novo, desconhecido. Esse militar demora um certo tempo para se familiarizar com o local, e não tem o conhecimento necessário acerca da forma de trabalho que era desempenhada pelo antigo. No projeto CESP, por ser um projeto progressista de acompanhamento e desenvolvimento humano, busca-se a exclusão dessa falta de conhecimento acerca do local de trabalho através da 60


documentação constante em arquivamento próprio, de todos os dados referentes ao trabalho executado, possibilitando a qualquer militar, devidamente instruído do tipo de trabalho desenvolvido pelo CESP, dos fundamentos do projeto e suas formas de atuação, se inserir em um novo local, possuindo o conhecimento do que vem sendo produzido, e de posse desse conhecimento, aplicar seu modo de trabalho. O LIVRO DE REGISTRO DE ATIVIDADES DO CESP, consta de um registro de tudo que é feito ao longo do tempo, e constitui a sua história, desde a criação. O registro desse livro é de responsabilidade exclusiva do militar designado para a Patrulha Escolar e deve conter dados precisos, como datas, conteúdo dos contatos comunitários, locais, números dos BO/ BOS, atividades desenvolvidas, etc. afim de que as trocas de militares não influenciem a continuidade dos serviços prestados, pois o militar muda, mas os outros membros do conselho serão os mesmos, e nesse caso é o militar que deve se adequar ao que vem sendo desenvolvido, para que não ocorram mudanças bruscas no conselho, o qual não é padronizado porém deve ser contínuo, e sendo o militar antigo o principal responsável pelo desenvolvimento das atividades, deverá fornecer ao novo representante as possibilidades de inserção na rotina que vinha sendo realizada, o qual após ter pleno domínio da mesma, poderá aplicar seu modo de ação, respeitando os fundamentos gerais de criação do conselho. 10. RAMIFICAÇÕES DO CESP – PATRULHA ESCOLAR 10.1. Policiamento Orientado para a Resolução do Problema Uma inovação altamente aproveitável no policiamento comunitário foi a criação do POLICIAMENTO ORIENTADO PARA A RESOLUÇÃO DO PROBLEMA – PORP, o qual apresenta uma ferramenta para que se trabalhem as causas do problema. 10.1.1. Princípios do PORP

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O primeiro passo é reconhecer que a ocorrência é freqüentemente o sintoma de um problema. No policiamento dirigido para ocorrências (rádio-atendimento) a ação do policial é como aplicar um curativo sobre uma ferida. Tráz alívio temporário, mas não resolve o problema. A solução é provisória e limitada. Como a polícia não soluciona as causas ocultas que criaram o problema, ele, muito provavelmente, voltará a ocorrer. Os policiais devem utilizar a informação obtida a partir do atendimento da ocorrência, de outras fontes, de pesquisas, etc. para terem uma visão clara do problema pesquisando quais causas estão gerando as ocorrências. Após isso, podem lidar com as condições subjacentes ao problema. O PORP pode ser ilustrado como uma analogia do atendimento médico: “o médico (policial) fala com o paciente (comunidade) para identificar um problema. Algumas vezes a solução está unicamente com o paciente (a comunidade). Por exemplo, uma mudança de dieta (o proprietário concorda em limpar um lote vago ou retirar um automóvel abandonado). Algumas vezes isso será resolvido pelo médico (policial) e pelo paciente (comunidade) trabalhando juntos, isto é, uma mudança de dieta acompanhada por medicação (organização da comunidade para ajudar na limpeza do local sujo. Ou então apenas pelo médico pode resolver o problema através de uma cirurgia (aplicação severa da lei). Algumas vezes porém, temos que aceitar que alguns problemas simplesmente não podem ser resolvidos, como uma doença terminal, por exemplo os problemas sociais mais graves.” – PEAK, 1999, p. 85. 10.1.2. O modelo SARA de solução de problemas (adaptado ao ambiente escolar) Foi desenvolvido por policiais e pesquisadores no projeto “NEWPORT NEWS”, modelo de solução de problemas que pode ser utilizado para lidar com o problema do crime e da desordem. como resultado desse projeto surgiu o modelo SARA: 62


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Identificação (SCANNING) Análise ( ANALYSIS) Resposta (RESPONSE) Avaliação (ASSESSMENT)

10.1.2.1. Identificando o problema Como primeiro passo, o patrulheiro ou os membros do CESP, notadamente diretores, supervisores e professores, devem identificar os problemas no ambiente, e juntos através de observações procurarem por um padrão ou ocorrência persistente e repetitiva. A questão a ser formulada é: O QUE É O PROBLEMA? Um problema pode ser definido como “um grupo de duas ou mais situações que são similares em um ou mais aspectos, causando danos de qualquer natureza e, além disso, sendo uma preocupação para os componentes do meio escolar”. As situações adversas podem ser similares em vários aspectos, incluindo: a) Comportamento (este é o indicador mais comum e inclui atividades como: uso de drogas, roubos, brigas, pixação, comportamento rebelde, evasão escolar e outros); b) Localização ( problemas ocorrem no ambiente interno ou no ambiente externo?) c) Pessoas (as vítimas dos problemas são professores, funcionários, alunos ou a comunidade?) d) Tempo (sazonal, dia da semana, hora do dia: quando é que os problemas ocorrem?) e) Eventos (delitos podem aumentar durante alguns eventos como passeios, campeonatos, feiras de cultura, épocas de festa) Parece não haver limite para os tipos de problemas que um policial pode enfrentar no policiamento rotineiro, porém trabalhando em ambiente escolar existem ferramentas muito importantes para a solução dos problemas. A escola é um ambiente restrito, a manutenção da paz é mais facilmente obtida. 63


Na identificação do problema, o patrulheiro deve fazer um levantamento preliminar juntamente com os membros do CESP para determinar se o problema realmente existe e se uma análise adicional é necessária. 10.1.2.2. Análise: coração do modelo de solução de problemas Determinando a natureza e a extensão do problema O segundo estágio – ANÁLISE – é o coração do processo e por isso tem grande importância no esforço para a solução do problema. Uma resposta adequada não será possível a menos que se conheça perfeitamente a causa do problema. O propósito da análise é aprender, o máximo possível, sobre o problema para poder identificar suas causas. Policiais podem reunir informações de fontes da polícia, porém informações de fontes da escola ou do Conselho Tutelar devem ser de responsabilidade dstes. Uma análise completa envolve a seriedade do problema, todas as pessoas e grupos envolvidos e afetados e todas as causas possíveis do problema, avaliando todas as atuais respostas e sua efetividade. Muitas pessoas simplesmente saltam a fase da análise do S.AR.A., acreditando ser óbvia a natureza do problema, sucumbindo ante a pressa para obter a solução. Solucionadores de problema devem resistir à esta tentação ou então se arriscam a lidar com um problema irreal, implementando soluções inadequadas. Identificando os danos Identificar os danos é importante para analisar e preparar respostas para o problema. O problema das brigas na saída da aula serve como exemplo. A pergunta que deve ser feita é: POR QUE OS ADOLESCENTES ESTÃO BRIGANDO NA SAÍDA DA AULA? As respostas a esta questão podem ser encontradas pela aproximação com os envolvidos. Nem todos os alunos estão brigando, existe um determinado motivo causador do problema.

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10.1.2.3. Respostas: formulando estratégias adequadas Depois do problema ter sido claramente definido e analisado, os membros do CESP enfrentam o seu último desafio: procurar o meio mais efetivo de lidar com ele. Este estágio do modelo S.A.R.A. focaliza o desenvolvimento e a implementação de respostas para o problema. Antes de entrar nesta etapa os membros precisam superar a tentação de implementar respostas prematuras e certificarem-se de que já tenha analisado o problema. Tentativas de resolver rapidamente o problema são raramente efetivas a longo prazo. É importante lembrar que a chave para desenvolver respostas adequadas é certificar-se de que as respostas são bem focalizadas e diretamente ligadas com as descobertas feitas na fase de análise do problema. As possíveis soluções de problemas podem ser organizadas dentro de cinco grupos: a) eliminação total do problema: a efetividade é medida pela ausência total dos tipos de ocorrência que o problema criava. É improvável que a maior parte dos problemas possa ser totalmente eliminados, mas alguns podem; b) redução do número de ocorrências geradas que o problema criava: a redução do número de ocorrências provenientes de um problema é a maior medida de eficácia; c) redução da gravidade dos danos: efetividade para este tipo de solução é demonstrada constatando-se que as ocorrências são menos danosas; d) lidar melhor com velhos problemas: promover satisfação para as vítimas, reduzindo custos e outro tipo de medida que pode mostrar que este tipo de solução é efetivo; e) remover o problema da consideração policial: buscar a ajuda da comunidade escolar (alunos) para a solução dos problemas. Promover palestras sobre o assunto, fazendo com que os próprios jovens ditem as possíveis soluções para os problemas ocorridos.

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10.1.2.4. Avaliação: avaliando a efetividade total Finalmente, na etapa de avaliação, os membros avaliam a efetividade de suas respostas. Um número de medidas tem sido tradicionalmente usado pela polícia e pela comunidade para avaliar o trabalho de promoção da paz social. Isso inclui a diminuição dos delitos, nível de crime relatado, tempo de resposta, queixas dos cidadãos e outros indicadores. Várias dessas medidas podem ser úteis na avaliação do esforço para a solução de problemas, entretanto, um número de medidas não tradicional vão irradiar luz onde o problema tem sido reduzido ou eliminado: a) reduzidos exemplos de vitimização repetidos; b) redução nos relatos de crimes ou ocorrências; c) indicadores gerais: opinião dos alunos e funcionários; d) aumento da satisfação da comunidade escolar com respeito à maneira com que a polícia está lidando com o problema ( determinado através de pesquisas, entrevistas, etc.); e) redução do medo em relação ao problema. A avaliação é, obviamente, chave para o modelo S.A.R.A. se as respostas implementadas não são efetivas, as informações reunidas durante a etapa de análise devem ser revistas. Nova informação pode ser necessária antes que nova solução possa ser desenvolvida e testada. Adaptado de POLICIAMENTO ORIENTADO PARA A RESOLUÇÃO DO PROBLEMA - PORP

10.2. Sistema administrativo CESP A resolução de problemas requer níveis distintos de organização e criatividade por parte dos que se empenham em solucioná-los. Muitas vezes desencadeamos esforços desnecessários na resolução de um problema mais simples, e esse somatório que se perdeu poderia ser utilizado na resolução de um grave problema. 66


No projeto CESP, a separação das prioridades e uma ordem planejada de ação, conduz a uma aplicação e distribuição eficaz dos esforços e recursos obtidos, para o controle e erradicação dos problemas existentes. A seguir temos dois exemplos de atuação desorganizada e planejamento e organização: ATUAÇÃO DESORGANIZADA Problemas existentes:  Uso de drogas;  Violência entre alunos;  Desrespeito aos funcionários das escolas;  Vandalismo fora da escola. Atuação perante o problema:  Aumento da repressão à violência e o mal - comportamento;  Aumento do patrulhamento preventivo para conter o avanço do uso de drogas e vandalismo fora da escola.   

CONCLUSÕES: Prioridades: nenhuma; Forma de ação: visão global do problema e aplicação de soluções; Resultados: aumento dos esforços em repressão à ilicitude, aumento de trabalho, diminuição da ação preventiva e aumento da repressividade. DROGAS VIOLÊNCIA VANDALISMO DESRESPEITO

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ATUAÇÃO ORGANIZADA Problemas existentes:  Uso de drogas;  Violência entre alunos;  Desrespeito aos funcionários das escolas;  Vandalismo fora da escola. Atuação perante o problema:  Estabelecer as prioridades de ação, procurando agir nas causas dos problemas: 1. Os alunos usam drogas. Por quê? 2. Os alunos são violentos entre si. Por quê? 3. Existe desrespeito aos funcionários da escola. Por quê? 4. Existe vandalismo fora da escola. Por quê? Muitas vezes os problemas se relacionam e têm causas distintas daquelas que pensamos ser: 1. Os alunos usam drogas por causa da influência que recebem de pessoas de fora das escolas que vêm oferecer aos mesmos, e por necessidade de suprir o que lhes falta em seu desenvolvimento humano – TEORIA DO CICLO DAS NECESSIDADES. 2. Os alunos são violentos porque dentro de casa presenciam a violência doméstica, e acabam se tornando assim para se protegerem do meio externo, ou porque usam drogas. 3. Existe desrespeito aos funcionários da escola porque os alunos são rebeldes, porque os funcionários não compreendem os alunos e acabam angariando a antipatia dos mesmos, ou porque os mesmos usam drogas. 4. Existe vandalismo fora da escola porque usam drogas ou um foco o provocou. Sempre existe um elemento motivador, alguém para incentivar a ação delituosa em grupo. - PRIORIDADES DE AÇÃO: 1. As drogas – porque viciam e alteram o comportamento do indivíduo; 2. A violência entre alunos – porque provoca ferimento físico; 68


3. O vandalismo fora da escola – porque atinge a comunidade e causa depredação do patrimônio; 4. O desrespeito aos funcionários da escola – porque torna o ambiente menos harmônico.  Atuar de forma diferenciada nos diversos problemas existentes, somando mais esforços para solucionar os que forem mais graves, estabelecendo as prioridades e utilizando as forças de reação de forma distribuída. Em outras palavras: se um carrinho de pilha funciona bem somente com uma pilha, pra quê usar as duas do estoque? É melhor usar a outra pilha onde ela é necessária no momento. Essa é a distribuição sistêmica dos esforços. DROGAS VIOLÊNCIA VANDALISMO DESRESPEITO 1. Atuar repressivamente fora das escolas para evitar o tráfico de drogas, aumentando ao mesmo tempo a ortensividade, prevenindo o vandalismo; 2. Atuar preventivamente dentro da escola através de uma presença maior, realizando contatos freqüentes com alunos e funcionários para estabelecer uma relação melhor entre os mesmos e diminuir a violência e o desrespeito através da ostensividade e influência positiva; 3. Atuar preventivamente no meio familiar para melhorar as relações familiares.  

CONCLUSÕES: Prioridades: estabelecimento das prioridades e atuação conforme o grau de importância de cada uma na administração da situação hostil; Forma de ação: divisão setorial do problema e aplicação de soluções de forma diferenciada, sendo utilizados os recursos existentes de maneira que os piores problemas sejam mais efetivamente combatidos; 69


Resultados: utilização inteligente dos recursos existentes, aumento da ação preventiva, atuação organizada perante o problema.

10.3. Policiamento Ostensivo Geral Rotineiro O policiamento ostensivo geral rotineiro é desempenhado em parceria com um representante do Conselho Tutelar e visa o patrulhamento interno e externo das escolas, garantindo a segurança aos alunos, professores e funcionários, reprimindo qualquer influência externa como por exemplo o uso de drogas nas proximidades das escolas. É importante o policiamento ser realizado em conjunto pela legitimação da atuação de ambos, a partir da ocorrência de flagrante em situação ilícita, como por exemplo ao encontrar um estabelecimento vendendo bebida alcoólica para menores, a situação é rapidamente solucionada a partir do momento em que existe a presença do indivíduo responsável pela proteção direta dos direitos da criança e do adolescente e do indivíduo responsável pela polícia administrativa, sendo o menor encaminhado ao Conselho Tutelar e o estabelecimento autuado, simultaneamente. 10.4. Policiamento de Eventos O policiamento de eventos requer o apoio do contingente da Polícia Militar não pertencente ao CESP – Patrulha Escolar pois são eventos que visam a participação comunitária em massa, característica nata do projeto. Cada evento precisa ser previamente comunicado, afim de que ao efetivo sejam passadas com antecedência as necessidades de policiamento na data e local, bem como dado conhecimento de todo conhecimento acerca do mesmo. 11. NECESSIDADE DE IDENTIFICAÇÃO

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Os integrantes do projeto CESP necessitam ser identificados no ambiente escolar e em suas localidades, para que os integrantes desse meio social saibam reconhecê-los, sabendo certo quem são e o que fazem. No caso da Polícia Militar é fácil pois o uso do fardamento por si só já identifica o militar em qualquer localidade garantindo a ostensividade necessária para que todos saibam quem é a Polícia e o quê ela faz, entretanto, o membro do Conselho Tutelar que realiza o patrulhamento juntamente com o policial, necessita de um uniforme de identificação, uma camiseta com dizeres sobre prevenção, ou com o nome do órgão por exemplo, ou ainda uma frase, uma estampa, e sempre que realizando o patrulhamento deve estar usando tal vestimenta, para que ao vê-los, a sociedade saiba exatamente que estão fazendo patrulhamento escolar. Tal organização promove o reconhecimento das ações do projeto de tal forma que, com o tempo, apenas o fato de um indivíduo da sociedade avistar um militar com o membro do Conselho Tutelar juntos, saberá que estão realizando algum tipo de trabalho voltado para o patrulhamento escolar. Os alunos se sentirão mais seguros e aprenderão a ter maior confiança, porque a imagem dos dois promotores da paz será algo comum em seu cotidiano, representando proteção e não um indício que que haja alguma ocorrência em andamento ou na iminência de ocorrer. A identificação do veículo utilizado no patrulhamento também é necessária pois nem sempre o trabalho será feito no processo à pé, como por exemplo o patrulhamento de ruas próximas às escolas onde existe um índice maior de criminalidade e que necessita de eventual vigilância. Também os membros poderão propor e discutir o uso de uma camiseta única de identificação para usar durante as atividades que realizarão no ambiente escolar ou fora dele, para que haja maior organização e reconhecimento da atividade desempenhada. É o que acontece por exemplo com um time de futebol, os jogadores de um time só se reconhecem em campo por causa das cores do seu uniforme, sendo

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assim se torna mais improvável que o jogador de um dos times passe a bola para o jogador do time adversário ou vice-versa. Uma pessoa que chega à uma escola usando um traje qualquer, mesmo pertencente ao projeto CESP, necessariamente precisa se identificar primeiro na portaria, depois para algum funcionário e para quem ela quer se comunicar. Ao passo que se ela estiver usando o uniforme do CESP um grande passo será dado pois logo que essa mesma pessoa chegar na porta da escola, todos saberão que pertence ao projeto e até mesmo o atendimento recebido é mais objetivo e direcionado à atividade do projeto. 12. CURSO DE PROMOTOR DO CESP Uma semente ao ser plantada na terra e principiando no desenvolvimento vital, não encontrando barreira alguma para o seu crescimento até se tornar uma árvore, desenvolve seus galhos livremente, sendo que não podemos prever para que lado os mesmos se curvarão, ou quantas serão as folhas que a constituirão e abrigarão os pássaros e insetos no refúgio de casa. O mesmo ocorre com um copo d`água entornado no solo, que não sabemos ao certo para que lado irá escorrer ou se permanecerá imóvel o líquido até a sua total evaporação, quando livremente toma o rumo celeste afim de se tornar uma nuvem, também sem forma definida e que certamente descerá mais forte em forma de chuva. Tudo que fazemos na vida, de forma isolada ou em conjunto, por si só em seu limiar é como uma semente ou um pingo d` água. Em seu princípio, não sabemos como será o desenvolvimento, não podemos prever o futuro. Tudo depende do tempo. É ele quem nos indicará os resultados daquilo que iniciamos, se o tempo de colheita proverá o seu plantador da satisfação com o plantio anterior, ou se novos investimentos deverão ser aplicados para a safra seguinte. O projeto CESP é de fácil realização, tanto por parte da Polícia Militar como por parte dos outros membros, devido a diversos fatores, tais quais: 72


As Secretarias diversas, por trabalharem na administração de atividades voltadas para suas respectivas áreas de atuação, têm a capacidade de fornecer todas as facilidades de realização e orientações nas atividades semelhantes no âmbito do CESP;  Os Amigos da Escola possuem experiência em trabalhar nas mesmas e com isso podem auxiliar eficazmente na implantação produtiva de qualquer tipo de atividade de campo no ambiente escolar ou fora dele;  Assuntos como preservação ambiental, crimes ecológicos, drogas e violência, conhecimento jurídico básico, cidadania entre outros, são conhecimentos que o militar, em sua formação profissional adquire e tem entendimento sobre as tais;  Todos os órgãos, entidades, organizações e pessoas que de forma direta ou indireta trabalham pelo jovem têm conhecimentos amplos sobre proteção, direitos e deveres dos mesmos, tendo plenas condições de transmitir tal conteúdo a esse público alvo durante a realização dos trabalhos do conselho;  Os professores e funcionários das escolas são pessoas que conhecem bem o ambiente de trabalho em que atuam, tendo portanto como subsidiar a implementação do CESP em cada localidade, devendo porém se inteirar do que significa tal projeto e o que ele propõe. Como pode ser observado, o projeto CESP não encontra barreiras, apenas facilidades em ser implantado e desenvolvido, pois parte do fundamento maior de que “a união de todos conduz inevitavelmente ao sucesso”. É agregar conhecimentos em vários campos de atividades, pela INTERAÇÃO em prol do desenvolvimento de programas que beneficiem toda a sociedade, pelo fato que visa à preparação de indivíduos sadios juridicamente, aptos à vida em sociedade, com um profundo e ativo espírito de cidadania, atuantes e conscientes, com um nível cultural aprimorado e principalmente, felizes. Porém o desenvolvimento de programas voltados para o público jovem é ininterrupto e o projeto CESP não é padronizado e sim adaptável! A criatividade humana é infinita! Pode ocorrer o fato de que esse projeto se torne tão amplo que inevitavelmente haja a necessidade da 73


preparação do militar para atuar como implantador do CESP, o qual em seu princípio assemelha-se à semente plantada, e em se desenvolvimento necessita do agricultor consciente e hábil para fomentar o desenvolvimento da plantação. Para que haja uma atuação produtiva, que depende acima de tudo de interesse do profissional em desempenhá-la, fator este primordial para o sucesso do trabalho, é necessário que o militar designado para patrulheiro escolar tenha qualidades específicas. Existem habilidades específicas para o patrulheiro que não devem ser deixadas de lado, haja vista o tipo de trabalho a ser desempenhado, as quais foram dispostas em um pentágono que mede a capacidade do militar para atuação nesse projeto. 12.1. Cinco extremos da habilidade do patrulheiro Para avaliar se o militar se encaixa no perfil de patrulheiro, foi elaborado o pentágono dos cinco extremos da habilidade do patrulheiro, para que cada uma seja medida afim de determinar, numa escala de 0 a 10 para cada habilidade relacionada, se ele poderá desempenhar bem as funções competentes. Cada uma das habilidades deve ser medida através de um questionário específico, que procura demonstrar graficamente qual o perfil do militar, ao fim do qual será possível saber se esse militar se enquadra no perfil adequado à realização da função de patrulheiro escolar. 1 - Comunicação com o público

5 – Características psicológicas

2 - Conhecimento

74


4 - Organização

3 - Motivação e influência

O questionário, embora simples, precisa ser totalmente idôneo para representar de maneira exata o perfil do militar, o qual não se enquandrando no perfil ideal, não deverá realizar esse tipo de trabalho, haja vista a seriedade e importância em se trabalhar com um público em fase de desenvolvimento, que ainda não tem plenamente a consciência social desenvolvida. Esse militar, juntamente com os outros integrantes do CESP, atuarão como formadores de indivíduos sociais, os quais futuramente serão os componentes ativos da sociedade. É muito mais ser professor do que propriamente dito militar, isso válido para todos os outros membros. O que se busca é expandir a instrução. 12.2. Avaliação do patrulheiro escolar

AVALIAÇÃO DO PATRULHEIRO ESCOLAR

1

5

2

4

3

Habilidade 01 – comunicação com o público 1) O militar possui facilidade em se comunicar com o público jovem, compreendido este as crianças e adolescentes? 75


( ) sim ( ) não 2) O militar possui facilidade em se comunicar com o público em geral, compreendido este toda a comunidade onde desenvolve os serviços institucionais? ( ) sim ( ) não 3) O militar demonstra facilidade ao falar em público, não importando o tamanho desse público? ( ) sim ( ) não 4) O militar fala com naturalidade e usando linguagem culta, sem uso constante de gírias ou cacofonia, demonstrando conhecimento da língua portuguesa? ( ) sim ( ) não 5) O militar se identifica como um policial comunitário, realizando contatos freqüentes com a comunidade local? ( ) sim ( ) não 6) O militar estando fora de serviço, possui a mesma capacidade de comunicação com o público e a mesma interação social? ( ) sim ( ) não 7) O militar possui boa comunicação com os colegas de trabalho? ( ) sim ( ) não 8) O militar possui facilidade em aceitar a ajuda espontânea alheia em algo que poderia realizar sozinho, porém mais rápido e talvez melhor com o auxílio oferecido? ( ) sim ( ) não 9) O militar se ofereceria para ajudar na realização de trabalho alheio voluntariamente, do qual tem ciência que sem sua ajuda o executor teria condição de terminar, porém com seu auxílio além de ser finalizado mais rapidamente ficaria melhor? ( ) sim ( ) não 10) Existe relato de alguma desavença ou discussão entre o militar e outro militar ou com membro da sociedade civil local? ( ) sim ( ) não

76


Habilidade 02 - conhecimento 1) ( 2)  ( 

O militar possui destacado conhecimento cultural? ) sim ( ) não O militar costuma ler algum dos materiais seguintes: Livros de romance, poesia, crônica, narração, ficção ou drama; ) sim ( ) não Livros de história nacional ou mundial ou até mesmo história medieval ou a Bíblia; ( ) sim ( ) não  Revistas diversas compreendidas desde histórias em quadrinhos a revistas informativas ou científicas; ( ) sim ( ) não  Jornais e informativos impressos. ( ) sim ( ) não Para cada ítem atribui-se o valor de uma questão na formação final do visual do patrulheiro no pentágono das habilidades. 3) O militar estuda atualmente, seja qual for o conteúdo, compreendendo esse até mesmo a preparação para algum concurso? ( ) sim ( ) não 4) O militar possui conhecimento artístico, ou habilidades voltadas para esta área? ( ) sim ( ) não 5) O militar possui algum treinamento extra-curricular (cursos), é formado em alguma área ou tem experiência em outros ramos de conhecimento alheios ao serviço militar? ( ) sim ( ) não 6) O militar possui conhecimento em informática, mesmo que apenas o básico, sabendo entretanto elaborar documentos diversos? ( ) sim ( ) não 7) O militar costuma assistir filmes, programas de televisão, novelas, peças teatrais e outros eventos culturais? ( ) sim ( ) não

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Habilidade 03 – motivação e influência 1) O militar desempenha todos os serviços para o qual é designado com motivação espontânea? ( ) sim ( ) não 2) O militar é uma pessoa motivada em qualquer situação, seja no serviço ou fora dele? ( ) sim ( ) não 3) O militar consegue motivar as pessoas com quem tem contato no ambiente externo à Instituição? ( ) sim ( ) não 4) O militar consegue motivar e influenciar os seus companheiros de equipe? ( ) sim ( ) não 5) O militar consegue influenciar as pessoas de forma natural, destacando-se no ambiente onde se encontra? ( ) sim ( ) não 6) O militar possui a capacidade de realizar seus serviços de forma produtiva mesmo quando está passando por problemas de ordens diversas, sendo estes profissionais, familiares, financeiros, de saúde entre outros? ( ) sim ( ) não 7) O militar demonstra espírito participativo e apresenta uma visão saudável de si mesmo às outras pessoas, através de atividades coletivas esportivas, culturais, sociais ou de laser em geral nos momentos de folga? ( ) sim ( ) não 8) O militar possui as características de um formador de opiniões habitual? ( ) sim ( ) não 9) O militar estando fora de serviço possui a capacidade de motivar e influenciar às pessoas com que habitualmente tem contato durante o desempenho das atividades institucionais? ( ) sim ( ) não 78


10) O militar possui realmente vontade de desempenhar a função de patrulheiro escolar, trabalhando quase que exclusivamente para o público jovem, mantendo-se motivado em relação ao serviço desempenhado, demonstrando energia durante a sua realização? ( ) sim ( ) não Habilidade 04 - organização 1) O militar consegue se manter organizado mesmo com uma rotina maior de atividades a serem desenvolvidas? ( ) sim ( ) não 2) O militar consegue manter a organização do seu ambiente de trabalho mesmo quando os outros não têm as mesmas preocupações em relação à organização? ( ) sim ( ) não 3) O militar possui uma vida organizada no ambiente externo ao serviço institucional? ( ) sim ( ) não 4) É comum o militar perder pequenos objetos de trabalho, mesmo que insignificantes, como uma caneta ou uma folha de rascunhos? ( ) sim ( ) não 5) O militar sabe diferenciar os momentos de trabalho e folga, separando metodicamente os dois momentos, porém estando sempre disposto e encontrado facilidade para entrar de serviço caso haja necessidade? ( ) sim ( ) não 6) O militar costuma anotar os recados e missões mais importantes em agenda, celular, ou até mesmo numa folha de papel para não correr o risco de esquecer de cumprí-las e cumprindo-as, consegue fazer em tempo hábil? ( ) sim ( ) não 7) O militar consegue se recordar facilmente das coisas que lhe são passadas ou das quais toma conhecimento? ( ) sim ( ) não 79


8) O militar observa as regras básicas e complexas para execução de um tipo específico de trabalho, lendo inclusive manual de instruções para uso correto de um equipamento novo ou seguindo instruções de quem tendo contato a mais tempo com o instrumento pode passar informações sobre o desempenho correto da atividade? Em se tratando de equipamento podemos considerar como por exemplo: armamento, equipamento de proteção, equipamento eletrônico, viatura, rádio, etc. ( ) sim ( ) não 9) O militar mantém em condições de uso todos os materiais que utiliza em seu serviço habitual, possuindo facilidade em utilizá-los facilmente, não encontrando dificuldade em sua localização e deixando-os organizados após o encerramento das atividades? ( ) sim ( ) não 10) O militar é sempre pontual em relação às suas obrigações, tanto em serviço quanto fora do ambiente de trabalho? ( ) sim ( ) não Habilidade 05 – características psicológicas 1) O militar é uma pessoa calma em qualquer circunstância? ( ) sim ( ) não 2) O militar possui variações bruscas de humor ou temperamento quando ocorre alguma coisa que não é do seu agrado ou que por suas características provoca indignação? ( ) sim ( ) não 3) O militar, ao receber uma crítica, mesmo que infundada ou injusta, possui a característica de primeiramente analisar o seu conteúdo para depois rebatê-la ou acatá-la? ( ) sim ( ) não 4) O militar tem vontade de realizar o trabalho preventivo realizado pelo CESP, agindo como patrulheiro e influenciador social no âmbito do ambiente escolar e familiar, realizando o serviço multidisciplinar? ( ) sim ( ) não 80


5) O militar é uma pessoa calma e comunicativa fora do ambiente de trabalho, estando de folga? ( ) sim ( ) não 6) O militar é um comunicador habitual, tendo facilidade em dialogar com as pessoas com quem tem contato no ambiente de trabalho ou fora dele? ( ) sim ( ) não 7) O militar tem facilidade em falar e ser ouvido por crianças e adolescentes, compreendendo bem o seu modo de pensar e inserindo-se naturalmente nele afim de desenvolver diálogo? ( ) sim ( ) não 8) O militar costuma propor algum tipo de mudança ou questionar alguma situações afeta ao seu serviço desempenhado, de forma consciente, procurando estabelecer uma forma mais produtiva de realização, não tendo receio de que talvez seu ponto de vista será irrelevante e que por isso nem deva mencioná-lo? ( ) sim ( ) não 9) O militar é visto como uma pessoa bem humorada, comunicativa, relacionável, participativa e confiável pelos seus colegas de trabalho? ( ) sim ( ) não 10) O militar consegue angariar a simpatia da população local onde trabalha? ( ) sim ( ) não Após a elaboração do questionário e de posse das informações sobre o militar é elaborado o Pentágono, onde as informações obtidas serão dispostas em forma de gráfico, indicando onde o mesmo precisa melhorar para o desempenho da atividade, ou ainda contra-indicando o candidato que não se enquadra no perfil de patrulheiro. Exemplos de transcrição de notas: HABILIDADES:  01: pontuação: 06 pontos;  02: pontuação: 10 pontos;  03: pontuação: 06 pontos; 81


 

04: pontuação: 10 pontos; 05: pontuação: 08 pontos.

HABILIDADES:  01: pontuação: 10 pontos;  02: pontuação: 08 pontos;  03: pontuação: 10 pontos;  04: pontuação: 06 pontos;  05: pontuação: 08 pontos.

HABILIDADES:  01: pontuação: 10 pontos;  02: pontuação: 10 pontos;  03: pontuação: 10 pontos;  04: pontuação: 10 pontos;  05: pontuação: 10 pontos. Toda habilidade que não se encontre plenamente preenchida no Pentágono das habilidades necessita ser trabalhada para que o militar possua plenas condições de realização do trabalho, caso contrário, ele estará contra-indicado para esse tipo de serviço.

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13. BIBLIOGRAFIA      

   

Diretriz Para a Produção de Serviços de Segurança Pública nº 04/ 2002 – CG – A filosofia de Polícia Comunitária na Polícia Militar de Minas Gerais; Diretriz Para a Produção de Serviços de Segurança Pública nº 05/ 2002 – CG – Estruturação e funcionamento de Conselhos Comunitários de Segurança Pública – CONSEP; Pelas Trilhas da Liderança – Klinger Sobreira de Almeida; Curso técnico em Segurança Pública – Apostila de Chefia e Liderança – 1º Ten Gláucio Luciano Bianchetti, 1º Ten Leonardo de Freitas Raimundo e 2º Ten Sérgio Luzia Rodrigues - 2006; Curso Técnico em Segurança Pública – Sociologia do Crime – M. Sc. Telma Calixto de Araújo e Ph. D. Maura Lígia Zelaya - 2006; Teorias Científicas Sobre o Problema do Crime – As Escolas Criminológicas – Manoel Leita Cavalcanti; Lei 8.069, de 13 de julho de 1990 – ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE; Curso de Motivação Pessoal – Instituto Monitor; The Power of your Subconscious Mind - Dr.Joseph Murphy; MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos."Colegiado Escolar" (verbete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2002, http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=265, visitado em 8/5/2007. Site amigos da escola – www.amigosdaescola.com.br.

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