Revista Vitória Novembro 2017

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identidades

Vila Rubim é história e tradiçãO • pÁg. 26

vitória Ano XII

Revista da Arquidiocese de Vitória - ES

Nº 147

Novembro de 2017


pastoral O mundo muda, vocĂŞ evolui e a gente acompanha.

INSCRICOES ABERTAS marista.edu.br/inscricoes 4009-4200


editorial

A vida em primeiro lugar

V

eículo da Igreja Católica, a Revista Vitória, sempre estará atenta a qualquer coisa que possa afetar a vida das pessoas. Atentos à vida em todos os sentidos para que a pessoa tenha dignidade, seja protagonista da própria história Tenho tanto sentimento Que é freqüente persuadir-me De que sou sentimental, Mas reconheço, ao medir-me, Que tudo isso é pensamento, Que não senti afinal. Temos, todos que vivemos, Uma vida que é vivida E outra vida que é pensada, E a única vida que temos É essa que é dividida Entre a verdadeira e a errada.

e corresponsável pela vida no seu entorno. Esta edição traz esse foco: equilibro no ritmo de vida, nas opções de lazer, trabalho, oração. Valorização e cuidado com os bens naturais e com as pessoas. Olhar a vida e viver a vida!

Qual porém é a verdadeira E qual errada, ninguém Nos saberá explicar; E vivemos de maneira Que a vida que a gente tem É a que tem que pensar. n

Fernando Pessoa

Maria da Luz Fernandes Editora

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www.aves.org.br Novembro/2017

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vitória Revista da Arquidiocese de Vitória - ES

Ano XII – Edição 147 – Novembro/2017 Publicação da Arquidiocese de Vitória

03 editorial

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A vida em primeiro lugar

ensinamentos A vida nos documentos da Igreja

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Na falta de água, plante água

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reportagem “A vida da terceira idade”

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identidades Vila Rubim é história e tradição

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NOTAS A criatividade que salva

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viver bem Mãos à obra!

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economia política Novembro marrom

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entrevista Lares para acolher, proteger e amar

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espiritualidade O Sal da Terra

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caminhos da bíblia A Radicalidade do Amor Fraterno

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arquivo e memória As escavações no Pátio do Convento São Francisco

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acontece Abertura do Ano do Laicato

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especial

Workaholism: vício ou compulsão pelo trabalho?

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sugestões

Quando a leitura vale o passeio

diálogos Natal para todos

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ideiaS

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Pensar

35 aspas 42 pergunte

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a quem sabe

45 patrimônio

mundo litúrgico Liturgia e escatologia

histórico cultural

Arcebispo Metropolitano: Dom Luiz Mancilha Vilela • Bispo auxiliar: Dom Rubens Sevilha • Editora: Maria da Luz Fernandes / 3098-ES • Repórter: Andressa Mian / 0987-ES • Conselho Editorial: Albino Portella, Alessandro Gomes, Edebrande Cavalieri, Warllem Soares e Vander Silva • Colaboradores: Pe. Andherson Franklin, Arlindo Vilaschi, Dauri Batisti, Diovani Favoreto, Giovanna Valfré, Fr. José Moacyr Cadenassi e Vitor Nunes Rosa • Revisão: de texto: Yolanda Therezinha Bruzamolin • Publicidade e Propaganda: wmrosa@redercres.com.br - (27) 3198-0850 Fale com a revista vitória: mitra.noticias@aves.org.br • Projeto Gráfico e Editoração: Comunicação Impressa - (27) 3319-9062 Ilustrador: Richelmy Lorencini • Designer: Albino Portella • Impressão: Gráfica e Editora GSA - (27) 3232-1266


reportagem Andressa Mian

bandonado a ti n e s e m Nunca com meus lo a f , ia íl m pela fa ias e eles d s o s o d to s irmão r aqui. Eu o p o tã s e e r semp de viver. é o m s e m gosto a Filho José Vieir

A vida da

terceira idade A

proveitar a companhia dos filhos, dos netos e dos amigos, investir o tempo com atividades prazerosas, fazer aquele curso de artesanato, corte e costura ou informática, ou quem sabe aquela viagem tão sonhada. Estes são alguns dos sonhos que a maioria das pessoas cultivam e desejam colocar em prática ao se aposentarem, mas a realidade dos aposentados no Brasil é outra: grande parte sequer deixa o mercado de trabalho. Novembro/2017

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reportagem Uma pesquisa realizada no ano passado em todas as capitais do país pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Logistas (CNDL) com pessoas acima dos 60 anos, revelou que 33,9 % dos aposentados continua trabalhando. Para 46,9% desses aposentados, a necessidade de complementar a renda é o fator principal para continuarem no mercado de trabalho, já que o benefício é insuficiente para pagar as contas. Muitos não só pagam as suas contas, como também as da família: 60% deles são os principais responsáveis pelo sustento da casa. Mas há também uma parcela, 18,7%, que afirma continuar desenvolvendo alguma atividade profissional para se sentir produtiva na sociedade. A realidade para cada um dos casos é bem diferente. Os que trabalham por necessidade, geralmente aumentam a parcela da população que está na informalidade, ou que estar aposentada aceita empregos com salários mais baixos. Para quem continua por uma questão de escolha, o trabalho quase sempre é a continuidade da carreira que já tinha, ou algo que pôde se dedicar e realizar antes mesmo de chegar o período da aposentadoria. Para a professora aposen-

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tada Mary Coutinho de Matos, 64 anos, continuar trabalhando foi uma questão de necessidade. Aposentada há três anos, ela vende semi joias, cosméticos e roupas para complementar as despesas do lar. “Sempre tive em mente que ao completar meu tempo de trabalho, iria me dedicar à família, mas não foi isso que aconteceu. Trabalho porque o salário de aposentado é pequeno”, relatou. Em sua opinião, os mais velhos devem dar espaço aos mais jovens e ela defende ainda que a todos deveria ser dado o direito de viver com uma aposentadoria digna, que proporcionasse uma vida confortável. “Com a idade, perdemos parte da energia que tínhamos quando jovens, o corpo vai debilitando, é preciso um descanso. Eu não me arrependo de ter trabalhando como trabalhei, mas acredito que todos precisam de uma fase de mais tranquilidade na vida. Infelizmente eu ainda não cheguei lá”, afirmou. O trabalho também não deixou de fazer parte do dia a dia do aposentado Adailson da Silva Santos, 65 anos. Após a aposentadoria em 2014, ele se viu obrigado a continuar, pois estava viúvo e o filho adotivo ainda dependia financeiramente dele. “Continuo trabalhando ainda, pois não posso ficar parado

e contar somente com a aposentadoria. Atualmente estou trabalhando com o fornecimento de lanches, mas com essa crise, até o setor de alimentos não tem dado o retorno esperado. Tudo está muito difícil, mas a gente não pode desanimar, pois dependo dessa renda extra para viver”, desabafou. O vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo, (CORECON-ES), Eduardo Araújo, explica que na fase da aposentadoria, muitas pessoas passam por um processo de empobrecimento, tendo gastos a mais com a saúde por conta da idade. É nesta fase também que muitos aposentados assumem o sustento da família, muitas vezes auxiliando filhos ou parentes que não conseguem emprego. “Outro fator que pesa muito nesta fase é que grande parte das pessoas não consegue se programar com algum tipo de poupança ou aplicação que permita gerar uma renda extra e que complemente seu orçamento. É uma questão comportamental que precisa ser mudada. De fato as pressões que temos no dia a dia nos colocam em uma situação complicada quando o assunto é poupar para o futuro, mas é preciso criar essa mentalidade por uma questão de sobrevivência”, afirmou.


Além de preparo financeiro, é necessário também um preparo psicológico para quem vai se aposentar, segundo o que afirma a geriatra e presidente da sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Sessão Espírito Santo, Waleska Binda Wruck. “Quando esta fase chega, a falta de rotina leva a uma tristeza muito grande, um isolamento social e o idoso começa a perder sua identidade. É importante criar uma rotina, pensar em uma atividade física regular, participar de grupos de terceira idade ou até mesmo se envolver com algum tipo de trabalho voluntário. Essas atitudes ajudarão o idoso a não desenvolver uma doença no futuro, principalmente a depressão”, afirma Waleska.

Aposentada pelo estado há dois anos, Angela Moulin afirma ter se preparado e conta que participou de um treinamento dado pelo próprio órgão público no qual trabalhava. “Eu sinto falta da rotina do trabalho, mas para mim não foi difícil, eu já estava com a ideia bem trabalhada na cabeça e não sofri por me aposentar. Agora tenho tempo de passear com minhas filhas, fazer minha atividade física, me cuidar mais. Meu dia é todo preenchido. Vou a casa da minha mãe todos os dias, a levo a médicos, enfim, estou sempre fazendo algo. Trabalhar é muito bom, mas agora é hora de aproveitar um pouco”, contou. A geriatra Waleska ressalta que quem opta por continuar

que ao completar te en m em e v ti Sempre ia me dedicar à ir o, lh a b a tr e d o meu temp que aconteceu. so is i fo o ã n s a m o família, tar a renda, pois en m le p m co ra a p Trabalho o é pequeno. d ta en os p a e d o ri salá ho de Matos

Mary Coutin

no mercado deve avaliar se a atividade que está realizando é prazerosa, mesmo que o trabalho seja uma necessidade financeira. “Sentir-se útil e produtivo para a sociedade é muito positivo. A socialização e a atividade mental são muito importantes em qualquer fase da vida, especialmente para idosos, mas é preciso ter prazer no trabalho”, avalia. A vontade de sentir-se produtivo aliado ao desejo de realizar o sonho de um curso superior, levou o aposentado Josvaldo Maria dos Anjos, hoje com 71 anos, a ingressar na Faculdade de História antes mesmo de se aposentar. Conselheiro no Conselho Estadual da Pessoa Idosa e membro da Pastoral da Pessoa Idosa, na Paróquia São José Operário, em Carapina, Josvaldo trabalhou até o ano passado como professor


reportagem de História nas redes municipal e estadual, e só parou porque o contrato não foi renovado. “Estou aguardando a chamada dos processos seletivos nos quais participei pelas prefeituras de Vitória e de Cariacica. Assim que me chamarem voltarei para a sala de aula. Enquanto isso, tenho trabalhado como motorista do Uber, e tem sido uma experiência muito boa. Nunca quis ficar parado, gosto de trabalhar, amo ensinar e na Pastoral do Idoso, levo meu conhecimento de 40 anos como técnico de segurança do trabalho para orientar as pessoas mais debilitadas, muitas com menos idade do que eu”, contou.

A antiga cultura social de descartar o idoso por entender que ele não seria mais útil nem produtivo já foi deixada no passado, afirma a geriatra Waleska. “Hoje a realidade do idoso é outra, pois os avanços na medicina proporcionaram uma melhora grande na qualidade de vida deles e isso possibilitou também que eles tenham mais saúde, mais disposição e continuem produtivos por mais tempo”, afirmou. Mesmo os idosos que precisam de cuidados especiais têm tido uma assistência muito melhor do que tinham no passado. A prova disto é o crescimento de casas de repouso para idosos, que contam com profissionais especializados e que ao contrário do que muitos pensam, estão longe de ser lugares tristes, onde os idosos e aposentados são deixados pelos familiares. A assistente social Ana Paula Pontes, sócia na Casa Sênior, em Vila Velha, que oferece ser-

Hoje a realidade do idoso é outra, pois os avanços na medicina proporcionaram uma melhora grande na qualidade de vida deles e isso possibilitou também que tenham mais saúde, mais disposição e continuem produtivos por mais tempo. Josvaldo Maria dos Anjos

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viços de casa de repouso e de creche para idosos, conta que o ambiente é sempre muito alegre com atividades que vão desde oficinas de artesanato a aulas de dança e culinária. “Muitos aposentados vêm por conta própria e participam de nossas atividades. Outros são trazidos pelos filhos, que por trabalharem o dia todo, querem oferecer aos pais qualidade de vida, algo que não teriam se estivessem em casa sozinhos”, conta. Foi pensando nisso que os irmãos do senhor José Vieira Filho queriam oferecer a ele quando perguntaram se ele aceitaria morar uma casa repouso. Cadeirante por conta de uma cirurgia mal sucedida na perna, Zé, como gosta de ser chamado, que também é portador de paralisia infantil contou que avaliou a proposta e decidiu aceitar, pois sabia que se morasse sozinho não poderia ter a vida confortável que tem na casa. “Morava com minha mãe, mas quando ela adoeceu, meus irmãos nos fizeram essa proposta. Fomos nós dois e ela faleceu algum tempo depois. Apesar de algumas dificuldades com a saúde, não me canso de dizer que a vida é muito boa. Mesmo com esses problemas eu nunca reclamei. Nunca me senti abandonado pela família, falo com minhas irmãs todos os dias. Eu gosto mesmo é de viver”, concluiu.



notas

A criatividade que salva Engenhoca barata, feita com embalagem de xampu, salva bebês com pneumonia. Pelo menos 920 mil crianças morrem anualmente de uma doença que faz com que seus pulmões parem de absorver oxigênio. O médico Mohammod Jobayer Chisti, de Bangladesh, criou um ventilador mecânico de R$ 4, infinitamente mais barato que o convencional (R$ 47 mil). O melhor é que testes feitos em Bagladesh mostram que ele é capaz de reduzir mortes em até 75%. O aparelho de Jobayer Christi já ajudou mais de 600 crianças e o médico espera que o equipamento salve outras milhares de vidas.

Dessalinização pode ser a solução para carência de água A cidade de Londres, na Inglaterra, sofreu com a crises de água durante os anos 2000. A solução encontrada pelo governo foi a construção de uma usina de dessalinização, responsável por tornar potável a água do mar. A usina foi escolhida por ser a opção mais econômica devido à proximidade de Londres com o mar, sendo mais viável dessalinizar a água do que transportá-la do Norte do país, por exemplo. Para reduzir os gastos com energia a usina utiliza biodiesel feito de óleo de cozinha, coletado nos restaurantes da cidade.

Jack Johnson troca copos de plástico por sustentáveis em shows Para evitar o uso de copos de plástico descartáveis, que poluem o meio ambiente, o cantor Jack Johnson está distribuindo aos fãs um copo de aço inoxidável durante as apresentações. Os fãs dos shows em Santa Barbara Bowl podiam encher os copos gratuitamente em qualquer estação de água. Durante anos, o cantor, vem forçando os responsáveis pelos shows business a adotar ações de sustentabilidade, se quiserem ter o músico em seus palcos.


Aposentado constrói “castelo” em Vitória Um castelo dos sonhos em um bairro humilde de Vitória. Essa é a realidade no alto do morro do bairro Vila Rubim. Em 2004, Luiz Antônio Santos começou a construir sua reresidência, em estilo medieval e a chamou de “Castelo de Loas”. A estrutura contrasta com as casas simples, da região. Além da paixão pela cultura da Idade Média, a vontade de fazer a cidade enxergar o bairro de um jeito diferente, fez o aposentado começar a construção. A ideia é que a obra quando terminada, seja transformada em um ponto turístico e cultural de Vitória.

Cidade reduz trânsito com ônibus de graça para trabalhadores Para reduzir o engarrafamento, a poluição e a lotação dos estacionamentos na região central, a cidade de Columbus, em Ohio, EUA, vai oferecer ônibus de graça para 43 mil pessoas que trabalham no centro. Os passes gratuitos serão dados a partir do próximo verão, durante 18 meses. Eles serão financiados por um imposto sobre os proprietários de escritórios do centro da cidade. A agência de trânsito regional espera que de 4.000 a 5.000 trabalhadores se inscrevam no programa. Esses trabalhadores ainda vão economizar a média de 120 dólares que gastam por mês com estacionamento.

País cria vila para inclusão de pessoas que moram na rua Uma vila para pessoas em situação de rua, uma vila simples, limpa, agradável e com o básico que um ser humano precisa para viver. Tudo para despertar nessas pessoas o senso de pertencimento à

comunidade, sem que abram mão de sua individualidade e/ ou liberdade. A Holanda está mostrando ao mundo como essas pessoas devem ser tratadas. É uma forma de incluir aos poucos e socializar. O inquilino

que recebe uma casa na vila não tem prazo para sair, pode ficar até se sentir pronto para mudar para uma residência “mais convencional”. Em contrapartida ele precisa ajudar a comunidade com os gastos. Novembro/2017

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atualidade Maria da Luz Fernandes

Na falta de água plante

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água

falta de água no Espírito Santo é uma ameaça constante que vem provocando diálogos, reuniões, criação de grupos, promessas do governo e pouco, muito pouco mesmo de iniciativas concretas para encontrar soluções.


A falta de água é uma questão que afeta o Brasil e outros países, mas a situação na Grande Vitória assusta sobretudo por não existirem reservatórios e por falta de ações que se proponham resolver o problema. Assistimos a alguns movimentos da sociedade que buscam pautar o assunto com preocupação e seriedade: FAMA, Fórum Alternativo Mundial da Água que levantou a bandeira da privatização e já realizou um Seminário Regional do Sudeste em Vitória e MAB, Movimento dos Atingidos por Barragens que como o nome já explica, encabeça a luta em favor das pessoas atingidas por acidentes em barragens e fará o primeiro Encontro Estadual de 20 a 22 de novembro. Neste mês de novembro também completa dois anos do rompimento da barragem de Fundão em Bento Rodrigues e os problemas daqueles que “se alimentavam” do Rio Doce ainda não foram sanados. O Governo do Estado também já lançou a campanha para que a população poupe água Além disso, algumas notícias vão surgindo à surdina e para as quais é necessário ficar atento: aqüífero, lençol freático, barragens, outorgas! A Revista Vitória inicia,

Neste mês de novembro também completa dois anos do rompimento da barragem de Fundão em Bento Rodrigues e os problemas daqueles que “se alimentavam” do Rio Doce ainda não foram sanados. nesta edição de novembro, uma sequência de matérias, artigos e entrevistas sobre esse assunto. Nesta primeira vamos falar de duas ações que prometem fazer diferença e que estão longe da mídia, sem a devida atenção do governo, apenas sobrevivendo na base da boa vontade e até mesmo de recursos de poucos que acreditam ser possível ajudar a natureza a cumprir bem o seu papel. Uma visita a Santa Maria de Jetibá no mês de outubro trouxe-nos uma visão geral de como está a situação do Rio Santa Maria da Vitória, um dos rios que abastece a Grande Vitória, mas principalmente de como as pessoas naquela região percebem o problema da falta de água. Conversamos com o Incaper, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, com o Sindicato, com a Prefeitura e

com alguns agricultores. Essas conversas serão publicadas no site da Arquidiocese, nas redes sociais, nas Emissoras de Rádio América e Líder, nas mídias das paróquias pelos grupos da pastoral da comunicação (PASCOM) e aqui na Revista Vitória. A água está escassa e os agricultores sofrem para cuidar da lavoura. Mas o que mais chamou nossa atenção foi que apesar da preocupação com a falta de água, as penalizações que estão sendo feitas aos agricultores como irrigação noturna, o conhecimento de brigas entre eles motivadas pelo plantio de eucaliptos, insatisfação com a perspectiva de ter que pagar pela água, a preocupação acentuada de que a informação não chega ao agricultor como deveria e a linguagem não é de impacto e compreensível, apesar de tudo isso, o trabalho realizado há dois anos por jovens da Novembro/2017

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atualidade comunidade era praticamente desconhecido ou pouco valorizado pela liderança local. Constatamos que o nível do rio e da barragem estão baixos, ouvimos a preocupação de pessoas que moram próximo ao rio e já sofreram com enchentes. Tomamos conhecimento dos erros históricos que desmataram a região e da falta de educação para poupar, mas o pouco que está sendo feito nos sensibilizou. O grupo de jovens da comunidade Santa Rita, em 2015, ao perceber que as agressões ao meio ambiente cresciam, resolveu agir. O desafio era tão grande que eles não sabiam por onde começar. Então confeccionaram uma cruz e a soltaram dentro de um balão. A cruz caiu em Laranja da Terra e o grupo preparou-se para agir a partir dali. Produziram mudas de plantas nativas da região e específicas de Laranja da Terra e foram para lá dando início ao replantio. Quatrocentas mudas foram distribuídas nesse dia. A partir daí organizaram outra ação: a de limpeza da rodovia que liga as cidades de Santa Maria de Jetibá e Santa Leopoldina. Para esse mutirão a comunidade foi convidada e reuniu 42 pessoas que recolheram duas toneladas de lixo. A

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O biodigestor é um equipamento simples que instalado nas residências, indústria ou comércio com a capacidade de tratar a água utilizada em diversas atividades e devolvê-la ao rio num processo de reutilização.

ação foi percebida pela Câmara de Vereadores e quando os jovens se apresentaram para cobrar uma ação da Prefeitura a proposta veio seguindo o modelo que já tinha dado certo: os lugares onde a coleta seletiva não chegasse, receberiam mutirões da Prefeitura para manter e conservar a cidade limpa. Diante desse retorno, os jovens voltaram-se para a ideia inicial de preservação e começaram a se organizar para chegar nas áreas degradadas e recuperar nascentes. O próprio grupo criou uma associação e com o dinheiro dos sócios mantém o viveiro para recuperação das nascentes.


Onde eles sabem que existiram nascentes e secaram, lá vão em mutirão para fazer a contenção e cercar a área. Depois plantam as mudas e entregam à natureza para que ela se recicle e retome seu ciclo. É pouco para resolver? Certamente. Mas é uma esperança que ganha força. Do outro lado, outro fornecedor de água da Grande Vitória também luta para sobreviver. O rio Jucu além de pouca água, a mesma está fortemente poluída, em todo o seu curso, mas particularmente a partir da chegada a Viana. Porém, também ali existe uma iniciativa que, junto com o rio, luta para sobreviver.

A iniciativa é de utilização de biodigestor que já teve algumas adesões e apresentou bons resultados. O biodigestor é um equipamento simples que instalado nas residências, indústria ou comércio tem capacidade de tratar a água utilizada em diversas atividades e devolvê-la ao rio num processo de reutilização. O equipamento separa os gases, o esgoto, as águas cinzas e a gordura e funciona de forma semelhante ao aparelho digestivo humano. No final toda a água é tratada e volta ao rio. Em algumas residências em Domingos Martins, pequenas experiências foram realizadas e aprovadas. Em algumas loca-

lidades, é possível constatar o resultado. Quem aderiu está feliz com a inovação. Os primeiros biodigestores foram adquiridos com a ajuda do Ministério Público Contudo, a dificuldade é a mesma que encontra o grupo de jovens de Santa Maria: não tem apoio do governo. Neste caso o custo não é acessível a grande parte da população e o idealizador vai de porta em porta buscando apoios e ajudas para conseguir baixar os custos de equipamento e instalação. Será que recuperar nascentes e tratar água para devolvê-la à natureza não são projetos que mereçam atenção do governo? Que tal incluir como “kit gratuito” às famílias inscritas em programas sociais ou de baixa renda? Será a água menos importante que o canal digital de TV? n Novembro/2017

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ideias

Navios não afundam por causa da água ao redor deles

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anto vivemos permanentemente ocupados que até nem distinguimos bem quando nossos corpos pedem ação ou distração, quando nossa alma pede música ou silêncio, quando o Espírito nos impulsiona para o trabalho ou para a meditação. Na verdade, o tempo todo estamos dominados pelas atividades, mesmo quando pensamos que não. O tempo todo estamos “ligados”, e tomamos isso como vantagem, infelizmente, ou como necessidade. A ideologia gerentista que se infiltrou em todos os lugares e atividades tem modulado a tudo e a todos indistintamente, sem permitir questionamentos, transformando nossas afazeres, nossos corpos, nossos dons, nossos sonhos em capital. Nada escapa dessa máquina que não tem botão de “desliga” e vai desapiedadamente transformando tudo em dinheiro, ou no mínimo, colocando tudo pra girar ao seu redor. Ninguém escapa, nem o poeta, nem o equilibrista, nem o padre, nem o índio. Nada

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escapa. Nem aquela atividade que não se propõe o lucro, nem aquela entidade que se identifica com a gratuidade e filantropia. Mesmo que não se perceba essa ideologia gerentista, geradora de tensão pelo desempenho, de ansiedade por números, toma cada vez mais ares de doença, de neurose, na medida em que ao invés do que “teoricamente” se propõe produz nos corpos e almas das pessoas cada vez mais sofrimentos e desencantos. As realidades a nos desafiar ininterruptamente (até ao dormir somos assombrados por elas), com todos os desafios que nos fazem crer que somos obrigados a enfrentá-los (será?) poderia ser comparada a uma longa e torrencial chuva que nos apanha sem proteção. E a partir dessa imagem bem valeria dar atenção ao conselho do velho sábio japonês que caminhava na chuva com seu discípulo: não ande tão rápido, a chuva está em todo lugar. Não ande tão rápido, não queira correr quando se pode andar. Quem ouve tal apelo? Seguimos como se pudéssemos tudo, como se pudéssemos tudo e sem parar. Mas, não. Não podemos tudo. Não podemos responder a todas as demandas que nos são dirigidas, muito menos a toda hora. Melhor seria escolher o que fazer e em que hora fazer,

do que se guiar por um ideal impossível, que nega o limite e a fragilidade que também nos constituem como humanos. De vez em quando seria bom substituir o verbo poder pelo verbo parar. Tudo bem que podemos fazer muitas coisas e que não devemos abrir mão do que podemos, mas aquilo (ideal, dever, sonho) que nos acorda para a ação seja tão fundamentado na

Esperar que algo amadureça é uma experiência sem par. Como na criação artística em que se conta com o vagaroso trabalho do inconsciente. (Lispector)

sabedoria e na humildade que nos convide também para a descontração, a poesia, a espera, o sossego. E o tempo de “não fazer” pode ser aquele bonito tempo em que se é convidado a cultivar mais piedosamente a esperança.

Esperar que amadureça o fruto que se plantou antes de querer arar de novo a terra. Disse sobre isso Clarice Lispector: esperar que algo amadureça é uma experiência sem par. Como na criação artística em que se conta com o vagaroso trabalho do inconsciente. A vida decerto está na oscilação, nas alternâncias, na sucessão dos tempos e estações. Não precisamos realizar todos os projetos, nem correr o tempo todo, pois nem toda ação é frutuosa e nem toda inatividade é estéril. Nem toda empreendimento é bom, nem todo insucesso é frustrante. Nem todo sonho é lindo, nem toda realidade é produtora de angústia. Nem todo desejo é para ser realizado, e nem toda renúncia é improdutiva. Nem todo entusiasmo é exequível, nem toda passividade é desinteresse. Nem toda atividade é eficaz e nem todo silêncio é impotente. Ao se colocar muito ansiosa e obsessivamente o olhar na imensidão das águas a serem atravessadas talvez não nos demos conta das fragilidades do casco da nau que nos leva. Os navios não afundam por causa da água ao redor deles, mas por causa da água dentro deles. n Dauri Batisti Padre, psicólogo e Mestre em Psicologia Institucional

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especial

Workaholism:

vício ou compulsão pelo trabalho?

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ersona era o nome da máscara que os atores do teatro grego usavam durante suas apresentações. Sua função era tanto dar ao ator a aparência que o papel exigia, quanto amplificar sua voz. De persona veio a palavra personalidade, o conjunto de qualidades que definem uma pessoa. Na busca de uma forma em lidar com suas próprias demandas, cada pessoa assume uma “máscara” que a acompanha em todo momento. Existem vários perfis de personalidade, uma delas, conhecida como personalidade tipo A, engloba um padrão comportamental que inclui ambição, competitividade, agressividade, impaciência, tensão muscular, constante estado de alerta, modo rápido e empático de falar, cinismo, hostilidade, raiva e necessidade de controlar o ambiente. Esse perfil é encontrado com mais frequência em pessoas exageradamente dedicadas ao trabalho (workaholic), que negam a própria vulnerabilidade física e emocional. Esse é o pano de fundo para o workaholic, termo que vem

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do inglês work, que significa trabalho, e alcoholic, ligado à dependência. Esse comportamento não é considerado a rigor uma doença psiquiátrica, mas pode estar associado a condições de sofrimento mental e desajustes funcionais. Quem primeiro abordou o fenômeno workaholic como um tema de estudo foi o psicólogo americano Wayne Oates, em 1968, num artigo intitulado “On being a ‘workaholic’”, no qual relatava sua própria experiência e, ao se comparar a um alcoólatra, o autor afirmava ser também um viciado, mas em trabalho. De fato, o comportamento de um indivíduo em relação ao trabalho pode possuir os mesmos aspectos observados nos quadros de dependência química em relação à droga: avidez (ânsia pela droga ou pelo trabalho), pensamentos recorrentes (quanto aos mesmos), negação da dependência (o indivíduo não percebe que está adoecido), sintomas de abstinência e a ocorrência de prejuízos psicossociais significativos. Por isso, os primeiros sinais envolvem problemas familiares e compro-

metimento dos relacionamentos sociais. O autocuidado também fica prejudicado, sendo assim pode ocorrer um adoecimento mental e físico. Outra forma de entender o workaholismo é a compulsão pelo trabalho. Contudo a execução não se dá de imediato, mas somente após alguma deliberação consciente, havendo, com frequência, luta ou resistência contra a sua execução. Os atos compulsivos nem sempre levam a uma sensação de prazer; muitas vezes produzem apenas certo alívio, em geral temporário, para uma vivência ansiosa, produzindo posteriormente sentimentos de tristeza e culpa. A questão é complexa, mas se há sofrimento psíquico e físico (secundário ao descuido com a própria saúde), sinais evidentes de prejuízo social (pois o indivíduo deixa de viver para si e para sua família por exemplo), deve-se buscar ajuda, pois o corpo fala, basta saber escutar! n Dr. Valber Dias Pinto Médico Psiquiatra e Professor Universitário


economia política

Novembro marrom

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s a l e r t a s tê m c o r. Amarela em setemb ro d e p reve n ç ã o ao suicido; rosa em outubro dedicada à atenção das mulheres para com o câncer de mama; azul em novembro significa cuidado dos homens com os perigos do câncer de próstata. Ao azul de novembro há que se acrescentar o marrom para que todos se recordem do ‘tumor que veio a furo’ em Mariana há dois anos. Tumor sob forma de crime ambiental provocado pela Vale/BHP/Samarco que se tornou uma tragédia pessoal, social, ambiental e econômico ao longo do Vale do Rio Doce e da costa capixaba. Vidas ceifadas; degradação de águas e solos; biodiversidade comprometida; produção familiar no campo e em águas interrompida, sabe-se lá por quanto tempo; desalento social para inúmeras comunidades; inviabilidade econômica para micro, pequenos e médios empreendimentos. Perdas, degradações e desalentos provocados por conluio de empresas - que buscaram soluções fáceis e baratas para questões com-

plexas - e de poderes públicos – que se omitiram na defesa do bem comum. Conluio gerador de atrocidades que precisam ser lembrados para que sejam evitados agora e no futuro. Lembrança que deve ter a contundência de registros feitos com perdas provocadas por omissões que levaram a tragédias. Registros em todo o território atingido, com atos e obras que despertem a indignação continuada com o ocorrido. Ato s q u e p o d e m i r d e reuniões comunitárias simp l e s e m i g re j a s , p ra ç a s , a eventos culturais mais l o n g o s p a ra o re g i s t ro d a lembrança do ocorrido em novembro de 2015. Obras q u e m a rq u e m e m p ra ç a s , r u a s , e s p a ç o s c u l t u ra i s a magnitude do ocorrido e o que dele resultou para pessoas, grupos sociais e comunidades em todo o território atingido pelo resultado da irresponsabilidade de emp re s a s e d e i n s t â n c i a s d o poder público. Obras sob a forma de monumentos, espaços dedicados à cultura e à convivência social. Obras sob a forma de

registros escritos, musicais, teatrais, das artes plásticas e áudios visuais que reflitam a dimensão de irresponsabilidades que resultaram em crime ambiental e em tragédia social e econômica. Obras que sejam fruto de participação de pessoas e de grupos sociais e que tenham como perspectivas maiores necessários alertas c o n t ra a i m p u n i d a d e d o s responsáveis pelo acontecido. Acontecido que deve ser registrado e denunciado de forma contundente para que sua repetição no futuro seja de possibilidade menor. Reiterar denúncias do ocorrido com contundência é necessário mas está longe de ser suficiente. Necessário se faz mobilizar forças e cores para que o futuro seja mais ameno e colorido. Que o futuro do marrom da tragédia de hoje abra espaço para o verde de esperança por um vale do Rio Doce e por uma costa capixaba mais patrimônio social e menos à mercê de atos irresponsáveis. n Arlindo Villaschi Professor de Economia arlindo@villaschi.pro.br Novembro/2017

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espiritualidade

O Sal da Terra torna-se um teatro mambembe. A velhice e a morte sem o sal da fé torna-se desespero. Nada substitui o sal. Nossa cultura atual procura freneticamente algo que possa dar algum sabor à existência sem Deus. A procura desenfreada do prazer, entretenimento, consumismo, carreirismo, o desejo neurótico de ser importante, de ser amado, de ser rico. Tudo isso não consegue “salgar” a existência, pelo contrário, torna-a mais frustrante. Nesse mundo insosso, sem o sal de Deus, o ser humano cai na depressão, na tristeza profunda, no tédio. Ou no disfarce e fuga de

proposital da saúde já precária, excesso de velocidade e outras inúmeras situações de risco. O Papa Francisco tem repetido constantemente que o cristão é naturalmente alegre. Com o sal da fé, a comida, mesmo simples e pobre, torna-se saborosa. A vida com fé, em Deus, mesmo sendo simples e pobre, isto é, mesmo no meio vida sem fé é semelhandas dificuldades e lutas da vida, te a uma comida sem é saborosa. Mas não é um sabor sal. É possível viver humano, é um sabor divino. Pacomendo somente comida inrece uma contradição o amargo sossa. É possível viver sem fé ser saboreado como doce ou tendo uma vida insossa. Aliás, a saborear alegria na alma em sociedade atual ao negar Deus, meio às aflições e combates. A torna o nosso mundo vida cristã é como doce cada vez mais sem de jiló! Parece uma contradição gosto. A econo O sal da fé não o amargo ser saboreado mia sem o sal pode ser fabricomo doce ou saborear alegria da solidariecado, pois é um na alma em meio às aflições e dade torna-se dom que Deus combates. A vida cristã é intragável. A nos oferece, mas política sem o pode e deve ser como doce de jiló! sal de Deus, apoencontrado. Basdrece. A família sem ta extraí-lo do mar de o sal do amor cristão vira uma tudo isso através de uma vida Deus através da oração litúrgica prisão. O trabalho sem o sal tremendamente agitada e confue pessoal, da leitura orante da da fraternidade é escravidão. sa. Talvez aqui esteja a causa do Palavra de Deus, da prática das A educação sem o sal divino é aumento do número de suicídios boas obras de misericórdia...n manipulação. A liberdade sem de fato, e também do suicídio o sal do Evangelho torna-se loudisfarçado em overdose de droDom Rubens Sevilha, ocd Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória cura. A religião sem o sal da fé gas, alcoolismo, gula, descuido

A

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Novembro/2017


Foto: Warllen Soares

pensar


caminhos da bíblia

A Radicalidade do Amor Fraterno

A

experiência do Povo de Deus, relatada no Primeiro Testamento, da libertação do Egito, pela mão forte e poderosa do Senhor, é fundamental para a compreensão de toda a fé de Israel. De fato, Deus manifesta seu amor e predileção por esse povo, libertando-o e conduzindo-o, não somente do Egito, pelo deserto até à terra prometida, mas, em todos os caminhos de sua história. Um amor maior e sem limites, mesmo diante das grandes contradições e da perda de memória do povo. Nesta experiência de amor, na qual os filhos de Deus são acolhidos, formados, educados e conduzidos, nasce o compromisso de uma resposta positiva ao amor recebido. Existe uma dupla resposta a ser dada, diante de tão grande amor, a primeira é o amor a Deus e a segunda ao próximo. Nasce aqui o grande desafio para os filhos e filhas de Israel e, do mesmo modo, para todos os discípulos de Cristo:

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Novembro/2017

a radicalidade do amor fraterno, manifestação clara do amor a Deus. O Amor a Deus e aos irmãos exige uma sincera adesão e comporta uma decisão radical e constante, um caminho trilhado por aqueles que são chamados ao discipulado missionário. O livro do Êxodo, em seu capítulo vinte e dois, traz a passagem conhecida como Código da Aliança, que indica a vivência do povo já instalado na terra que é chamado a reconhecer a dignidade de cada pessoa humana diante de Deus. O homem é visto naquilo que é diante de Deus e a sua dignidade deve ser preservada e mantida, a fim de que se reconheça a liberdade e a igualdade, como dons divinos, que fazem todos serem irmãos. Nesse caso, a recordação da saída do Egito, não é somente uma lembrança de um evento do passado, mas, um modelo para a vida do povo que sendo pobre e fraco, foi atingido por um amor


Deus mesmo requer de seus filhos e filhas uma postura de compromisso com aqueles que sofrem, ele pede dos seus um olhar atento e um coração capaz de se compadecer do sofrimento e das necessidades dos pequenos e pobres, dos preferidos de Deus.

maior. Desse modo, tal evento deve estar sempre presente na memória e deve fazer com que os pobres e necessitados sejam reconhecidos como preferidos de Deus, sendo assim, destinatários concretos do amor fraterno. Os estrangeiros não possuíam nada e viviam do que recebiam das pessoas nas cidades onde tinham sido acolhidos. O mesmo pode-se dizer das viúvas e dos órfãos, visto que, sendo pobres, viviam das esmolas e da pouca ajuda que conseguiam. Assim sendo, o que o texto retrata é a situação extrema, na qual esse grupo de pobres devia viver e quantas vezes deviam empenhar a coberta que tinham como abrigo noturno para receberem dinheiro para a comida. Deus se apresenta como aquele que vê o sofrimento dos pobres e vem em seu auxílio, não está

alheio às suas necessidades, mas, ouve os seus gritos e coloca-Se ao lado de cada um. Nesse caso, Deus mesmo requer de seus filhos e filhas uma postura de compromisso com aqueles que sofrem, ele pede dos seus um olhar atento e um coração capaz de se compadecer do sofrimento e das necessidades dos pequenos e pobres, dos preferidos de Deus. Nesse caso, existe uma radicalidade no Amor, um compromisso que nasce no Amor a Deus e se desdobra no Amor ao próximo. Não é possível amar a Deus e não se propor ao caminho que leva na direção dos seus filhos e filhas, daqueles que sofrem e estão em situação de exclusão e miséria. Um grande Santo da Igreja, São João Crisostomo afirmava: “De que

serviria, afinal, adornar a mesa de Cristo com vasos de ouro, se ele morre de fome na pessoa do pobre? Primeiro dá de comer a quem tem fome, e depois ornamente a sua mesa com o que sobra. Queres oferecer-lhe um cálice de ouro e não és capaz de lhe dar um copo de água? De que serviria cobrir o seu altar com toalhas bordadas a ouro, se lhe recusas a roupa de que precisa para se vestir?” (Homilias sobre Mateus 50,3-4). Em suas palavras fica claro que o amor a Deus deve tornar-se visível na atitude de torna-se próximo dos irmãos e irmãs, de maneira especial, daqueles que sofrem e mais precisam. n Pe. Andherson Franklin Professor de Sagrada Escritura no IFTAV e doutor em Sagrada Escritura Novembro/2017

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diálogos

Dom Luiz Mancilha Vilela, ss.cc. • Arcebispo de Vitória ES

Natal para todos

F

rancisco, nosso querido Papa, determinou que no Trigésimo Terceiro Domingo do Tempo Comum celebrássemos “O Dia Mundial dos Pobres”. Entendo que ele, ao fazernos esta proposta, esteja com uma intenção mais ampla do que 24

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Novembro/2017

a pessoa do pobre. A questão que nos deve preocupar não é simplesmente fixarmos uma data que faça com que todos nos lembremos com misericórdia do pobre. Acredito que a intenção de Francisco seja provocar na Igreja e, com certeza, nas pessoas

de boa vontade, uma nova mentalidade em relação aos pobres e à pobreza em geral entre os seres humanos. Ele está muito bem informado sobre a miséria humana espalhada no mundo inteiro. São milhões de miseráveis à espera de um coração bondoso,


de mãos estendidas, gemendo, chorando ou gritando: “Eu quero viver”, “Eu quero paz”, “Tenho sede, “Estou com fome”, “Onde está minha mãe”? O dia do pobre deve gerar entre nós uma nova mentalidade. Há diversas situações no mundo a exigir de nós novos gestos de misericórdia diante de nossos semelhantes, nas diferentes etapas da vida humana, desde a gestação no ventre materno, seguindo para primeira e segunda infância, adolescência, juventude, idade adulta até o entardecer humano. Todos precisam ser tratados com dignidade e como criaturas e filhos e filhas de Deus. Francisco, ao falar sobre o dia do pobre, espera de nós um grande empenho de conversão pessoal, eclesial e pastoral. Há poucos dias, tomei conhecimento de alguns dados esclarecedores, provenientes do CadÚnico ou inscritos no mesmo. Passo-lhe a título de informação e convidando-o a uma reflexão séria e comprometedora sobre estes dados oficiais: w São considerados de Baixa renda: quem ganha até 1/2 salário mínimo de renda per capita mensal (R$ 468,50) ou até 3 salários mínimos de renda mensal total (R$ 2.811,00). w Miserável ou pobreza extrema

“Não podemos ficar apenas com o “O Dia do Pobre”. É preciso que esta data e a movimentação em torno da Campanha da Arquidiocese de um “Natal para Todos” nos levem além de um assistencialismo provisório e, de fato, “ensinemos a pescar”. Urge, entre nós, a caridade cristã inteligente e promotora do bem social, ágil”

ou pobreza absoluta: Quem vive abaixo do rendimento mínimo, isto é, “renda per capitã” mensal de até R$ 85,00 (padrão definido pelo Governo Federal) ou 01dólar/dia, isto é, R$ 93,00/mês (padrão definido pelo Banco Mundial). w Estão inscritos no programa Bolsa Família (PBF)

w Pobre: que ganha entre R$ 85,00 e R$ 170,00 de renda “per capita” mensal. w Cito-lhes, agora os dados da pobreza na Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo com base nas informações do mesmo CadÚnico de 26 de setembro de 2017: • 227.314 pessoas na pobreza extrema (miserável) e inscritas no CaUnico. • 73.711famílias na pobreza extrema inscritas no cadUnico. • 102. 326 famílias baixa renda. Pois bem, eis os dados que devem tocar a nossa consciência cristã. Não podemos ficar apenas com o “O Dia do Pobre”. É preciso que esta data e a movimentação em torno da Campanha da Arquidiocese de um “Natal para Todos” nos levem além de um assistencialismo provisório e, de fato, “ensinemos a pescar”. Urge, entre nós, a caridade cristã inteligente e promotora do bem social, ágil “subindo as montanhas com pressa” como o fez a Mãe de nosso Salvador, cujo Encontro conosco veio proclamar a Revolução do Amor e da Ternura neste mundo tão distante e arraigado no ódio. Assim, haverá um Feliz Natal para todos! n Novembro/2017

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identidades Vander Silva

Vila Rubim é história e tradição

U

m dos espaços mais tradicionais de Vitória, a Vila Rubim, está situada na entrada do portal sul da capital do Espírito Santo, suas características são peculiares de um tempo passado que parece ainda estar presente naquele local. Lá está guardada boa parte da história da formação do comércio de Vitória. Vitória é um arquipélago composto por 33 ilhas. Uma delas é a Ilha do Príncipe, onde encontra-se parte da Vila Rubim. Na década de 70 o braço de mar que separava a Ilha de Vitória e a Ilha do Príncipe foi aterrado, juntado as duas porções de terra. Com o aterro acabou também o porto onde ancoravam pequenas embarcações de carga e de passageiro. No local foi construído, na década de 40, o famoso Mercado da Vila Rubim. Outra curiosidade daquela região é que a Ponte Florentino Avidos, construída em 1927 para ligar as duas ilhas, passou a ser conhecida como Ponte Seca. Lá existiam muitos clubes, bailes e outros eventos. Para o padre Roberto Camilato, Reitor da Basílica de Santo Antônio e que nasceu na Vila Rubim, “o bairro foi sempre um centro irradiador de animação popular”. Lá

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vitória

Novembro/2017

estava a sede do Clube de Regatas Álvares Cabral que, além do remo, tinha “quadras de esportes extensas a reunir a sociedade capixaba que se concentrava em finais de semana, fazendo da Vila Rubim um espaço cultural. Um exemplo é o Estrela Futebol Clube. Ele mantinha a Azul e Branco Escola de Samba Império da Vila (hoje Novo Império). Na religião destaca-se a Paróquia de São Pedro, com 91 anos de existência, ela foi a segunda paróquia a ser fundada na Arquidiocese de Vitória. Porém, foi na Vila Rubim que aconteceu uma das maiores tragédias da história da cidade. Em 1994, depois de um incêndio o mercado foi destruído. O fato resultou em quatro mortes, dezenas de feridos e comoção na população. Com o fogo foram queimados os estabelecimentos comerciais, muitos sonhos e parte da história da Vila Rubim. Tudo isso, ironicamente, num local que antes era água. Na Vila está instalada a Santa Casa de Misericórdia, hospital que foi referência no atendimento aos mais pobres de toda a Grande Vitória. Conhecida também pelo bom atendimento, a Santa Casa era gerenciada pe-

las Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Nos dias de hoje a Vila Rubim ainda continua mantendo a sua característica comercial. Lá encontra-se de tudo, desde lojas que vendem couros e espumas para reformadores de estofados, passando por peixarias e bares tradicionais até vendedores de raízes, de folhas e das famosas garrafadas, que vem a ser remédios caseiros feitos geralmente com folhagens ou cascas de troncos de plantas imersos em álcool ou água e vendidos em garrafas. Naquele espaço podem ser encontrados mais de 400 estabelecimentos comerciais, alguns deles ainda atendendo com métodos tradicionais que, ao longo dos anos, têm passado de pai para filho e guardam algumas tradições familiares de quem vende, mas também de quem consome os produtos vendidos por lá. Em 2016 a Escola de Samba Piedade contou a história da Vila Rubim no seu enredo. Com o tema Vamos ao Mercado, a agremiação homenageou a Vila e os moradores de lá. O samba falava da malandragem, da boemia, do comércio e do incêndio que marcou a vida do bairro. A Vila Rubim é história e tradição. n



sugestões

Quando a leitura vale o passeio

L

er é um hábito caro. Então qual a alternativa para os amantes da leitura que não têm tantos recursos para gastar nas livrarias? As bibliotecas públicas. Elas ganharam espaço como locais de leitura e por isso sugerimos uma visita à Biblioteca Pública Municipal de Vitória. Batizada com o nome do ex-prefeito da cidade, Adelpho Poli Monjardim, a biblioteca fica na Cidade Alta, no Centro de Vitória, no casarão Cerqueira Lima, pertinho do Palácio Anchieta. É um lugar que favorece a leitura, a cultura e oferece mais de 17 mil títulos, disponíveis a todos

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que quiserem se inscrever como leitores e passar a ser um usuário da biblioteca, tendo direito ao empréstimo de livros e acesso ao acervo. Para isso é necessário comparecer à biblioteca com comprovante de residência, Carteira de Identidade e CPF. Quem procura por uma obra específica pode pesquisar se o livro está disponível na biblioteca, pois todo o acervo pode ser consultado via Internet no endereço: www.biblioteca.vitoria.es.gov.br/ prefeitura/biblioteca Outro atrativo é que lá existe


também um pequeno acervo em Braille, e ainda audiolivros para atender deficientes visuais. Além disso, são desenvolvidos projetos de incentivo ao hábito de ler, como o projeto Viagem pela Literatura, que foi desenvolvido há mais de 23 anos e propõe atividades lúdicas com o envolvimento de outros profissionais como artistas, contadores de histórias e escritores, que se encontram para promover a leitura dos livros em praças, parques e em comunidades de Vitória. Outro projeto bacana é a Banca de Troca, no qual as pessoas podem

doar um livro e pegar dois, ou doar um gibi por outro. Mais uma informação: na biblioteca pública você pode não encontrar todos os títulos que gostaria de ler, mas certamente vai encontrar todos os que poderia ler. n

Giovanna Valfré Bibliotecária Novembro/2017

vitória

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viver bem Vander Silva

M ã o s à ob r a D

izem que devido às comodidades proporcionadas pelos avanços tecnológicos estamos perdendo em muito as nossas habilidades manuais. Por outro lado, muitas pessoas têm buscado atividades artesanais alternativas para superar o estresse cotidiano e até problemas relacionados ao avanço da idade. Além da prática esportiva e dos hobbies, o artesanato é uma prática aconselhada por psicólogos e médicos para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Afinal, é cientificamente comprovado que a prática de

técnicas manuais ajuda a melhorar a autoestima e o estado emocional. Por ajudar a melhorar a concentração e a esquecer por alguns momentos os problemas do dia a dia, o artesanato é usado para amenizar transtornos do humor e até depressão. Boas opções para aprender alguma modalidade de artesanato são os cursos oferecidos nas próprias lojas que vendem artigos para estas técnicas. Tutoriais encontrados na internet também são excelentes alternativas. São várias técnicas que podem ser utilizadas, vamos conhecer algumas delas:

Scrapbook O scrapbook é uma técnica utilizada para personalizar

Cosméticos e sabonetes artesanais

álbuns de fotografia, agendas ou cadernos com recortes, fotos, convites, embalagens

Nesta categoria de artesanato

de doce ou qualquer outro

é possível encontrar uma

material que possa ser

variedade enorme de

guardado como recordação

produtos, como sais de banho,

de momentos. Consiste em

cremes hidratantes, sachês de

decorar e criar composições

gaveta e sabonetes.

de memórias.

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Velas artesanais Hoje, as velas artesanais viraram artigo de presente. Atualmente encontra-se uma grande variedade de formatos, temas e aromas.


Artesanato para moda O segmento de artesanato para moda possui uma vasta gama de opções, sejam acessórios, bijuterias, chinelos customizados, detalhes em peças ou peças completas.

Artesanato em MDF O artesanato em MDF é uma ótima pedida para quem quer uma renda extra ao mesmo tempo em que relaxa e se diverte. O campo de trabalho com o MDF é muito amplo: quadros, caixinhas decorativas, caixinhas de joias, letras, decoração de festas em geral, decoração da casa, e muito mais.

Biscuit Bordado Patchwork

A massa de biscuit, também conhecida como porcelana fria, é

Em um tempo não muito distante,

a massa de modelar produzida a

O patchwork consiste na

fazia parte da criação das mu-

partir da mistura de amido de mi-

junção de pedaços de tecidos

lheres aprender a bordar para

lho, cola branca para porcelana

com o intuito de formar

confeccionar seu próprio enxoval

fria, conservantes como limão ou

desenhos geométricos. Se

para o casamento. Com o passar

vinagre e vaselina. Além de ser

você já trabalha com tecidos,

do tempo, esta prática tornou-se

uma atividade quase terapêutica,

o patchwork é a melhor forma

cada vez menor e hoje em dia é

o biscuit pode ser também muito

de aproveitar cada retalho

quase impossível ver esse tipo

lucrativo para quem pratica.

que sobrar de algum outro

de aprendizado passando por

trabalho. No patchwork

gerações. No entanto, vivemos

existem diversas técnicas para

em um momento em que está se

deixar seus trabalhos com

querendo valorizar essas habili-

diferentes tipos de acabamento

dades manuais e essa é uma técnica muitíssimo bem apreciada.

Criar com as próprias mãos e ver o trabalho pronto são uma forma de se expressar por meio da técnica e se sentir capaz e produtivo, o importante é escolher a que lhe dê satisfação e usá-la para se expressar, enfeitar a casa, presentear amigos e quem sabe até vender e conseguir uma renda extra. n Novembro/2017

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mundo litúrgico

Liturgia e escatologia

A

escatologia - do grego éskata (coisas últimas) e logos (conhecimento) - refere-se às realidades últimas do ser, segundo a fé cristã, sob a luz da Páscoa de Cristo. Os últimos acenos do Ano Litúrgico, expressos na dinâmica do Tempo Comum, particularmente da 32ª à 34ª semanas, retomam os temas da escatologia. Através das nuances da liturgia da Palavra, conforme os lecionários dominical e semanal, evidencia-se tal temática. Destacam-se as leituras semicontínuas dos seguintes livros: Sabedoria, 1 e 2 Macabeus, Daniel, Apocalipse e o Evangelho de Lucas. Os temas que perpassam a Palavra proclamada acentuam a oração (tema relevante no Evangelho de Lucas), a vigilância, a conversão, o cultivo e o direcionamento da vida, a exortação, a advertência, o julgamento, a justiça, o caminho, a misericórdia, a compaixão, a resistência, a fortaleza, o Reino, a presença do Filho do Homem e a completude do seu reinado. Outras duas liturgias, próximas das últimas semanas, também evidenciam a temática da escatologia, estabelecendo consonância entre si, na sequência dos dias em que são celebradas: a solenidade de Todos os Santos em 01 de novembro (no Brasil, quando este dia não é domingo, celebra-se no domingo seguinte ao 1º de novembro) e a Comemoração

de Todos os Fiéis Falecidos, em 02 de novembro (também celebra-se se o dia 02 for domingo). O prefácio para Todos os Santos elucida a Jerusalém celeste, a cidade do céu, onde os santos vivem em plenitude, ao redor do Pai e cantando eternamente os seus louvores. A oração depois da comunhão confirma a adoração e a admiração a Deus por todos os que participam da mesa de peregrinos, até que se chegue ao banquete do reino. O Missal apresenta três formulários de missas para a Comemoração de Todos os Fiéis Falecidos, com textos que têm o Mistério Pascal como centro e finalidade da vida cristã. Conserva-se o tom de sufrágio neste dia, ou seja, a liturgia é aplicada como auxílio espiritual aos falecidos, segundo a tradição da Igreja. Para o último domingo do Tempo Comum (34º), foi fixada a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Para ele convergem o destino da obra criada e a consumação da vida humana, mediante o seu triunfo pascal. Ele, o primogênito de toda a criação (cf.

Col 1,15) e a cabeça da Igreja, é reconhecido e proclamado o “alfa e o ômega, o primeiro e o derradeiro, o princípio e o fim” (cf. Ap 22,12-13). Os elementos contidos na liturgia desse domingo reforçam o aspecto da parusia. As leituras bíblicas estão dispostas segundo os ciclos A, B e C da liturgia dominical, evidenciando para o Ano A o tema de Cristo como Senhor da humanidade e dos tempos; para o Ano B, Cristo como libertador de todo o gênero humano; para o Ano C, Cristo como servo e reconciliador da humanidade. Os textos eucológicos são formulários fixos para os três ciclos acima mencionados. A antífona da entrada, segundo o Missal Romano, é o canto de reconhecimento da Igreja celebrante, recordando sua vocação e fim: “O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A Ele glória e poder através dos séculos.” (cf. Ap 5,12;1,6) n Fr. José Moacyr Cadenassi, OFMCap Novembro/2017

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aspas

O

ano de 1988 representa um marco na história brasileira com a promulgação da Constituição Republicana e o fim de uma era difícil para a vida democrática. E neste mesmo ano Cazuza lança seu terceiro álbum chamado “Ideologia”, que é também o título de uma das músicas e mostra a sintonia com aquele momento. É considerada uma de suas melhores composições. Ilusões perdidas, sonhos vendidos, heróis morrendo de overdose, inimigos no poder e aquele garoto, que ia mudar o mundo, assiste a tudo em cima do muro. E ainda por cima, pagar a conta do analista para nunca ter que saber quem se é. E para completar o cenário sombrio do mundo, “o meu prazer é risco de vida”. Era o vírus HIV que se alastrava pondo o próprio autor entre as vítimas. A doença agora é assumida. Não há por que esconder mais. A doença sempre nos pega de surpresa e nos põe pelo avesso. Trinta anos depois, vive-se um momento histórico semelhante nas terras brasileiras. A mesma Constituição ainda em vigor, mas sem tanto vigor, com muita coisa não regulamentada e tantas outras que foram emen-

Ideologia! Eu quero uma pra viver dadas, tirando-lhe seu viço e sua força. A crise nas instituições políticas provoca um total descrédito da população em relação às lideranças que governam o país. Parecem inimigos do povo. Vive-se o fim das ilusões e os sonhos nos foram roubados. Os partidos repartem a fatia do poder e negociam as migalhas que para o povo são bilhões e bilhões. Os inimigos estão no poder, porque nos compraram os votos com o dinheiro do caixa 2 e com as propinas concedidas por empresas de todo tipo. A vida que era um sonho virou um sufoco e só o grito dilacera nossas almas na noite escura do tempo – “Ideologia” – pelo menos isso, pois nem a análise mais se consegue pagar. O muro virou lugar seguro para se assistir a tenebrosa marcha dos que ousaram sonhar. O muro ou a morte da alienação final. O medo está em todas as esquinas, até uma exposição pode ser objeto de execração pública. Além do vírus HIV,

as guerras, as intolerâncias de todo tipo, as balas cruzando os céus das rocinhas são risco para o prazer da vida. O próprio cansaço nos faz perder a vontade de viver. Ideologia! O sonho! A esperança! Com as lanterninhas de cada pessoa, o mundo não apenas grita, mas se move e se contorce quando dói. As velas nos altares dão um pequeno alento, mas o mundo cruel nos força a sair das Igrejas e caminhar em suas trilhas nefastas, fedorentas, cheirando a pólvora. Das cinzas do enorme cansaço, da desesperança, da decepção, o fênix de uma nova vida e uma nova espiritualidade brotará como garantia de um futuro humano para o planeta. n Edebrande Cavalieri Doutor em Ciências da Religião e professor universitário na UFES

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entrevista

Andressa Mian

Lares para acolher, proteger e amar Um lar onde exista afeto, carinho, cuidado e proteção é o sonho de toda criança, em especial daquelas que por algum motivo foram afastadas do convívio de suas famílias. A procura por famílias que aceitem por um período crianças e adolescentes nesta situação é a proposta do Programa Família Acolhedora. A coordenadora Cláudia Serafim fala sobre o programa.

vitória - O programa está

vitória - Existem dados

com uma campanha para conseguir famílias acolhedoras. O que é essa campanha? Cláudia - O programa é uma política federal, porém no município de Vitória foi criada uma lei municipal para poder ser executado. Consiste em famílias residentes em Vitória que queiram acolher crianças que estão nos abrigos do município. Então a campanha tem como objetivo sensibilizar famílias que queiram dar proteção, carinho e afeto a crianças e adolescentes de zero a 18 anos, que estão sob medida protetiva, ou seja, crianças e adolescentes que por algum motivo foram retiradas do convívio familiar de origem por uma decisão da justiça. A vara encaminha essas crianças e adolescentes para abrigos e lá, a equipe do abrigo junto com a equipe da Família Acolhedora faz um trabalho para que essas crianças aguardem a decisão judicial em uma família, em um ambiente familiar.

comprobatórios que para uma criança é melhor um lar provisório do que um abrigo? Cláudia - Sim, existem várias pesquisas, inclusive a política nacional já tem isso delineado. A lei federal tem trabalhado essa questão de incentivo ao programa Família Acolhedora com os municípios e com os estados,

pois estudos dentro e fora do Brasil, mostram que a criança institucionalizada tem um desenvolvimento mais demorado do que uma criança que está em um ambiente familiar. Esses estudos mostram que existe uma proporção: cada quatro meses em um abrigo é comparado a um ano de perdas cognitivas da criança. O desenvolvimen-

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entrevista

vitória - Então isto justifica o fato dos abrigos não serem lugares tão bons para as crianças? Cláudia - Isso. No acolhimento institucional a criança perde essa referência, ela não tem um trabalho personalizado. Na família ela vai ter a individualidade dela muito mais preservada em termos de cuidado. vitória - As famílias acolhedo-

ras ficam com a criança até que aconteça o quê? Cláudia - As crianças que estão com uma família acolhedora são crianças sob medidas protetivas e existe um processo da Vara da Infância de Vitória no qual está sendo avaliado se há possibilidades delas voltarem para a família de origem ou se serão destituídas dessa família e encaminhadas para

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Foto: Leonardo Silveira

to delas fica muito prejudicado em um acolhimento institucional devido a questão da tensão. Em um abrigo existem educadores que se revezam em turnos e as crianças acabam perdendo um pouco a referência da pessoa que cuida. Mesmo que se tente padronizar, um educador, às vezes, tem uma maneira de dar o banho diferente de outro. Então a criança fica sem referência de uma pessoa cuidando dela o tempo todo, muito diferente do que acontece em uma família.

adoção. O processo de uma criança na Vara pode durar até dois anos.

vitória - E se a criança for des-

tituída da família de origem e não for adotada? Cláudia - Se ela não for adotada nesse período pode acontecer de estender um pouco mais o prazo dela em uma família acolhedora ou pode até acontecer dela retornar para um acolhimento institucional, dependendo do caso. Também tem a questão da idade, quando ultrapassa a idade de acolhimento, até 18 anos, esse jovem é encaminhado para uma república. O município

de Vitória, por exemplo, tem republicas hoje para os maiores de 18 anos, onde é trabalhada com eles a questão da independência financeira e dado o encaminhamento para um emprego.

vitória - A família que está

acolhendo essa criança ou esse adolescente tem alguma prioridade no processo de adoção? Cláudia - Não, não é atalho. O programa família acolhedora é diferente da adoção. Essas famílias que nós cadastramos, por exemplo, nem estão inscritas na fila de adoção.


vitória - O programa acredita que a sociedade está preparada para este tipo relação, na qual a criança ou o adolescente partilhará da convivência familiar sem ser integrado como filho ou filha desta família? Cláudia - Sim, porque nós já temos essa experiência. A lei no município de Vitória é de 2006 e nós temos famílias habilitadas que já estão no 8º acolhimento familiar. Essas famílias relatam que a maior alegria e também a maior tristeza é o momento da partida. Alegria por saber que a missão foi cumprida, pois se a criança está retornando é porque o problema na família de origem cessou, ou, se ela está sendo adotada, é porque ela terá um lar definitivo. Isso é trabalhado com a criança também, porque na maioria dos casos a criança deseja voltar para a família de origem, por maior que seja o palácio no qual ela esteja morando. E quando ela não tem esse vínculo familiar, ou quando não é possível que ela retorne para a família de origem, será trabalhada em uma família que vai acolhê-la também como filho. Então, a questão do apego e do desapego é bem trabalhada. A gente costuma dizer que na verdade quem mais sofre é a família que está acolhendo, porque a criança se adapta melhor, ela quer mesmo é saber que está vivendo relações

de amor, de afeto e de segurança principalmente. Então isso tudo é trabalhado.

vitória - A família que acolhe

uma criança recebe uma ajuda psicossocial. O projeto tem profissionais para atender todas as demandas que são necessárias, tanto da criança, quanto das famílias que as recebem?

Cláudia - A equipe que está po-

sicionada tem uma capacidade de assistir 15 famílias em acolhimento e no momento em que a gente chegar nesta meta, existe a possibilidade de ampliar a equipe.

Se a criança está retornando é porque o problema na família de origem cessou, ou, se ela está sendo adotada, é porque ela terá um lar definitivo. Isso é trabalhado com a criança também, porque na maioria dos casos a criança deseja voltar para a família.

vitória - O que é preciso fazer para se tornar uma família acolhedora? Cláudia - O primeiro passo é fazer contato com o nosso programa no telefone 3019-8060 ou no WhatsApp 99791-7199. É necessário ser morador de Vitória e apresentar alguns documentos, entre eles o atestado de antecedentes criminais e laudos que comprovem bom estado de saúde física e mental. Além disso, é preciso ter acima de 25 anos e interesse em oferecer proteção afetiva e emocional para a criança ou para o adolescente. Essa família receberá uma visita dos técnicos da equipe psicossocial para ver as condições de moradia e todos os moradores responderão a um questionário. Após a visita é marcado um dia de capacitação, no qual serão abordados temas sobre a guarda, sobre o papel do guardião e sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. Após esta etapa de avaliação, capacitação e entrega da documentação, se tudo estiver certo, a família estará apta a acolher. É interessante falar também que a família traça um perfil que está apta a receber, pois às vezes a dinâmica do dia a dia não permite mais um bebê, por exemplo. Pode acontecer que a família já tenha uma filha e então fica muito mais fácil receber uma menina. n Novembro/2017

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ensinamentos

A vida nos

documentos da Igreja

A

Carta Encíclica Evangelium Vitae sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana (25/03/1995), do Papa João Paulo II, evidencia o sentido da vida humana no contexto do plano salvífico de Deus. Supera as visões reducionistas que colocam o valor da vida em si mesma, isto é, sem sua relação com Deus. A inviolabilidade da vida humana


decorre do fato de ser uma vida recebida como dom de Deus e o ser humano ser chamado à vida divina. São João Paulo II acentua o valor incomparável da pessoa humana, pois o homem é chamado a uma plenitude de vida que vai além de sua existência terrena, porque consiste na participação da própria vida de Deus. Apoiando-se também no conhecimento científico, eleva a sublimidade da vocação sobrenatural, reveladora da grandeza e do valor precioso da vida humana, inclusive na sua fase terrena. A vida terrena é parte integrante do processo global e unitário da existência humana, que fica iluminado pela promessa e renovado pelo dom da vida divina, cuja plenitude será realizada na eternidade. A Instrução Donum Vitae sobre o respeito à vida humana nascente e à dignidade da procriação (22/02/1987), da Congregação para a Doutrina da Fé, apresenta os fundamentos antropológicos e morais para abordar os problemas tratados, esclarece sobre o respeito devido ao ser humano desde o pri-

meiro momento de sua existência, trata das questões morais levantadas pelas intervenções técnicas relativas à procriação humana e oferece orientações quanto à relação existente entre lei moral e lei civil, acerca do respeito devido aos embriões e fetos humanos, com relação à legitimidade das técnicas e de procriação artificial. A Instrução Dignitas Personae sobre algumas questões de Bioética (08/09/2008), da Congregação para a Doutrina da Fé, no lastro da doutrina católica e servindo-se dos estudos da Pontifícia Academia para a Vida, trata de aspectos antropológicos, teológicos e éticos da vida e da procriação humana, dos novos problemas em matéria de procriação e das novas propostas terapêuticas que comportam a manipulação do embrião ou do patrimônio genético humano. É evidente o empenho da Igreja para dialogar com o mundo científico, reafirmando a dignidade e os direitos fundamentais e inalienáveis de cada ser humano, inclusive nas fases iniciais da sua existência, que mesmo ainda não nascido

tem a sua dignidade de pessoa criada à imagem e semelhança de Deus, chamado à comunhão beatífica com o Senhor. Em síntese, sustentam a vida como dom inalienável de Deus – uma realidade sagrada, confiada a nós para a guardarmos com senso de responsabilidade e levarmos à perfeição no amor pelo dom de nós mesmos a Deus e aos irmãos (Papa João Paulo II, EV, n. 2). n Vitor Nunes Rosa Professor de Filosofia na Faesa

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pergunte a quem sabe Tem dúvidas? Então pergunte para quem sabe. Envie sua pergunta para mitra.noticias@aves.org.br

Pe. Renato Paganini

Religião

Pároco da Paróquia Ressurreição

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vitória

Sacramento do Crismo ou Confirmação?

as mãos sobre os que já tinham sido

O nome do Sacramento da ma-

recebido o Espírito Santo! Uma coisa

turidade cristã se chama “Confirma-

é nascer (o Batismo), outra coisa é

ção”. Na Igreja primitiva, quando os

crescer na fé (a Confirmação). Mas,

bispos já não davam conta de realizar

por que tantas vezes se houve dizer

a formação dos novos convertidos,

“Sacramento da Crisma”? Porque se

confiavam essa tarefa aos presbí-

trata da “matéria” usada para con-

teros (os padres). Os párocos, por-

ferir o sacramento. Crisma é uma

tanto, catequizavam e ministravam

mistura de óleo com perfume, con-

os primeiros sacramentos aos fiéis.

sagrado pelos sacerdotes, profetas

O bispo, por sua vez, para concluir

e reis. Jesus é chamado de “Cristo”

a iniciação cristã dessas pessoas, ia

que quer dizer “ungido”. A palavra

até as paróquias para “confirmar” a

“crisma” tem relação com o nome de

fé transmitida a esses fiéis. Lembran-

“Cristo” e traduz a graça que se recebe

do que a Igreja na Antiguidade foi

nesse Sacramento: tornar-se mais

marcada por grandes controvérsias

perfeitamente configurado a Cristo,

doutrinais. Os bispos como vigilantes

isto é, à sua imagem e semelhança,

da fé verdadeira verificavam e con-

cuja filiação divina já participamos

firmavam a pureza da fé professada.

pelo Batismo, mas agora, adultos na

Nessa ocasião, ministravam o Sacra-

fé, participantes de seu profetismo,

mento da Confirmação que sempre

realeza e sacerdócio, nos tornamos

foi distinto do Batismo, conforme

aptos para sermos suas testemunhas

relata Atos 8,14-17, que nos conta

no mundo, como sal da terra e luz do

que os apóstolos oravam e impunham

mundo.

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batizados, mas que ainda não haviam


Quando a comunhão não é dada em duas espécies fica incompleta?

recebe Cristo todo e inteiro, assim como

O Corpo e o Sangue de Cristo estão

que concerne aos frutos da Comunhão,

inteiramente na espécie do pão. O Corpo

aqueles que recebem uma só espécie

e o Sangue de Cristo estão inteiramente

não ficam privados de nenhuma graça

na espécie do vinho. A forma habitual

necessária à salvação” (IGMR 241).

dos fiéis receberem a comunhão é sob a

espécie do pão. A pessoa que comunga

Bispos do Brasil (CNBB) decidiu deixar

somente sob a espécie do pão ou somente

nas mãos dos próprios Bispos Diocesanos

sob a espécie do vinho pode ficar tran-

a determinação de casos de comunhão

quila, pois está recebendo a Comunhão

sob duas espécies, considerando suas

completa, plena: a perfeita presença de

razões pastorais para tais determinações.

Jesus Cristo em cada uma das Espécies

Na Arquidiocese de Vitória do Espírito

Sacramentais.

Santo, o Senhor Arcebispo, Dom Luiz

A própria Igreja nos assegura isso

Mancilha Vilela, SSCC, usando de seu

quando diz na Instrução Geral do Missal

Múnus Episcopal, estabeleceu normas

Romano (IGMR), citando o Concílio de

para a Comunhão sob as duas Espécies

Trento: “também sob uma só espécie, se

para aqueles fiéis que desejam recebê-la.

o verdadeiro sacramento; por isso, no

Em 1970, a Conferência Nacional dos

Porém, é bom reforçar, a Comunhão sob uma Espécie não foi suprimida. Aos fiéis que desejam comungar somente sob a espécie do pão seja-lhes oferecida a Sagrada Comunhão nesta modalidade. Padre Jorge Campos Ramosa

Reitor do Seminário Nossa Senhora da Penha

Por que se pede a bênção ao padre?

Abençoar é uma ação bíblica. No livro de Números, Deus ensina como

Arão deve invocar a benção sobre o povo (Nm 6,24). Abençoar, entre outras coisas, é suplicar a benevolência divina sobre si, algo ou alguém. Por isso, pedir a benção aos pais, aos mais velhos e aos padres é uma ação de sabedoria. É reconhecer que sem a graça de Deus, nada em nossa vida pode ir para frente; é ter em mente que quem abençoa é Deus, quem declara a benção é apenas um canal da providência divina. E quanto mais pessoas estiverem intercedendo em nosso favor, mais chances de termos uma vida feliz. Todas as pessoas podem abençoar umas as outras, no entanto, é comum que os mais velhos supliquem a proteção sobre os mais novos. Os pais o fazem por uma autoridade natural; os padres, pela autoridade evangélica e eclesial.

Pe. Gudialace Silva de Oliveira Pároco na Paróquia Nossa Senhora das Graças, Vila Velha

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arquivo e memória Giovanna Valfré Coordenação do Cedoc

As escavações

Fo to s

:H en r iq ue

Va la da re s

no Pátio do Convento São Francisco

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Em 2011 quando foi aberto o antigo ossuário situado no Convento São Francisco uma montanha de ossos foi encontrada. O objetivo desse projeto Arqueológico foi identificar vestígios dos restos mortais do Frei Pedro Palácios, fundador do Convento da Penha, que segundo documentos, foram guardados na capela daquele Convento. Apesar do esforço não foi possível saber se a ossada do frei estava entre as que foram encontradas, pois não foi encontrada qualquer identificação. O ossuário foi construído pela Prefeitura de Vitória em 1926 com o objetivo de guarda as ossadas de três cemitérios que existiram no sítio histórico do Convento. n


patrimônio histórico cultural

Necrópole de Santo Antônio “E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro”. (Mateus 28,1)

O

Cemitério de Santo Antônio, em Vitória, foi construído e inaugurado em 1908, pela Prefeitura de Vitória, para que ali fossem sepultados os mortos que antes eram enterrados nos cemitérios das igrejas, localizadas na Cidade Alta. Até a primeira década do século XX as igrejas de Nossa Senhora do Rosário, São Gonçalo e o Convento São Francisco possuíam seus próprios locais de sepultamento, nos terrenos próximos às edificações. Com a inauguração da necrópole, em Santo Antônio, as

irmandades de Vitória passaram a ocupar, cada uma, um espaço por lá. Com isso, do lado esquerdo da Avenida Serafim Derenzi podemos ver o Cemitério da Irmandade da Boa Morte e Assunção (Igreja de São Gonçalo) e da Irmandade de São Benedito (Igreja de Nossa Senhora do Rosário). Já ao lado do Cemitério Municipal, à direita da avenida, encontraremos o cemitério da Irmandade do Santíssimo Sacramento (Catedral de Vitória) e o de Santo Antônio dos Pobres (antigamente do Convento São Francisco). Aliás, no Cemitério de Santo

Antônio dos Pobres podemos visitar a capelinha que abriga o túmulo de Padre Leandro Dell’Uomo, fundador do Orfanato Cristo Rei. Já no Cemitério Público a sepultura, em forma de barco, do atleta Wilson Freitas chama bastante a atenção. As esculturas (presentes em algumas sepulturas) faz desses locais, além de um espaço de oração e introspecção, um espaço para se contemplar as expressões artísticas, através das esculturas de mármore e metal. n Diovani Favoreto Historiadora

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acontece

Abertura do Ano do Laicato Arquidiocese celebra o Dia Mundial dos Pobres A Grande Terra Vermelha, em Vila Velha, foi a região escolhida pela Arquidiocese de Vitória para a celebração do “Dia Mundial dos Pobres”. A data, que este ano será celebrada no dia 19 de novembro, foi instituída pelo Papa Francisco em novembro do ano passado e, na Arquidiocese de Vitória, será marcada por uma Celebração Eucarística presidida pelo Arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela. Após a missa, que acontece às 8 horas, serão iniciados na região atendimentos voluntários organizados pelas áreas pastorais da Arquidiocese.

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A Abertura do Ano do Laicato na Arquidiocese de Vitória será celebrado no dia 26 de novembro, na Solenidade de Cristo Rei do Universo, com uma caminhada que sairá da Igreja do Rosário, na Prainha, em Vila Velha, e seguirá até o Campinho do Convento da Penha. No local, às 9 horas, acontece uma missa presidida pelo padre Robson Pratita, coordenador da Comissão do Laicato. Todos os leigos, segmentos e movimentos presentes na Arquidiocese estão convidados a participar, vestindo a camisa de seu grupo para que possa ser identificados.

Formação para a Campanha da Fraternidade 2018 A formação para a Campanha da Fraternidade 2018 acontece no dia 2 de dezembro no Centro de Formação Dom João Batista, em Ponta Formosa, Vitória, das 8h30 às 12 horas. O tema da Campanha da Fraternidade 2018 é: “Fraternidade e superação da violência” e o lema: “Em Cristo somos todos irmãos”(Mt 23,8).




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