29HORAS - outubro 2022 - ed. 153 - Campinas

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CEO da Dengo comanda a fantástica fábrica dos chocolates que harmonizam inovação com tradição, sabores com saberes e ética com estética

ESCANEIE E OUÇA A PLAYLIST INSPIRADA NA REGIÃO DE CAMPINAS NO 29HORAS PLAY OUTUBRO/2022 distribuição gratuita em viracopos

Conselho

Cordeiro,

redação

Kike

Colaboradores André Hellmeister, Chantal Brissac, Didú Russo, Felipe Morais, Fernanda Meneguetti, Georges Henri Foz, Greg Estrada, Gustavo Rodrigues, IMS, Juliana Simões, Luiz Toledo, Patricia Palumbo, Pro Coletivo, Tecla Music Agency

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COMERCIAL comercial@29horas.com.br

equiPe: Rafael Bove (rafael.bove@29horas. com.br)

, Eduarda Delacalle (eduarda. delacalle@29horas.com.br), Felipe Passos (felipe.passos@29horas.com.br), Giulia Barbastefano (giulia.barbastefano@29horas. com.br)

Gerente reGional Giovanna Barbastefano (giovanna.barbastefano@29horas.com.br)

CaMPinas – Marilia Perez (marilia@ imediataonline.com.br), Mariana Perez (mariana@imediataonline.com.br)

rio de Janeiro – Giovanna Barbastefano (giovanna.barbastefano@29horas.com.br)

Foto da capa: Victor Affaro Publisher Pedro Barbastefano Júnior
? FOTO VICTOR AFFARO FOTO DIVULGAÇÃO IMAGEM FREEPIK 05 17 Marketing & marcas Criar personas pode ampliar identificação com o público FOTO DIVULGAÇÃO
Agora é agro Cidades que têm os maiores rebanhos bovinos do Brasil 11 FOTO DIVULGAÇÃO 10 Vozes da cidade Passeios para divertir a criançada em Campinas 12 Capa CEO da marca de chocolates Dengo, Estevan Sartoreli encabeça projeto de preservação de áreas remanescentes de Mata Atlântica, no Sul da Bahia Hora Campinas Haras Tuiti Motor Park tem pistas de corrida e tests drives em carrões
editorial Chantal Brissac, Clóvis
Didú Russo, Georges Henri Foz, Kike Martins da Costa, Luiz Toledo, Paula Calçade e Pedro Barbastefano Júnior
Paula Calçade (editora de redação);
Martins da Costa (editor contribuinte); Rose Oseki (editora de arte), Helena Cardoso (repórter)
Jornalista resPonsável Paula Calçade MTB 88.231/SP 29HORAS é uma publicação da MPC11 Publicidade Ltda. A revista 29HORAS respeita a liberdade de expressão. As matérias, reportagens e artigos são de responsabilidade exclusiva de seus signatários. Av. Nove de Julho, 5966 - cj. 11 — Jd. Paulista, São Paulo — Cep: 01406-200 Tel.: 11.3086.0088 Fax: 11.3086.0676 OUTUBRO 2022 3 #153/27 OUTUBRO 2022 A TIRAGEM E DISTRIBUIÇÃO DESTA EDIÇÃO SÃO AUDITADAS PELA BDO. @29horas @revista29horas WWW.29HORAS.COM.BR

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Há 29 ANOS embarcamos nessa jornada, combinando modernidade e tradição. Essa história só foi possível com você! Obrigado por voar conosco! Celebrando 29 anos!

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Sentidos à prova

EXPERIÊNCIA Com mais de 70 atrações interativas, o Museu das Ilusões compreende o maior acervo itinerante de obras de ilusão de ótica do Brasil. Instalado até o final de outubro no Shopping Parque Dom Pedro, em Campinas, o espaço convida o público a desafiar a lógica e os sentidos em salas divertidas e altamente instagramáveis. Quem entra na Casa Invertida, por exemplo, pode tirar fotos intrigantes como se estivesse sentado de ponta-cabeça no teto de um quarto infantil. Já na Sala Antigravidade, espelhos e cubos de diferentes dimensões dão a sensação de se estar em queda livre. As visitas acontecem de terça a domingo, com ingressos a partir de R$ 25 (meia entrada), disponíveis em www.sympla.com.

SHOPPING DOM PEDRO: AVENIDA GUILHERME CAMPOS, 500, JARDIM SANTA GENEBRA, CAMPINAS (ACESSO PELA ENTRADA DAS PEDRAS).

Recanto etílico

Um dos principais clubes de assinatura de vinhos do país, Wine inaugura seu primeiro ponto físico de vendas no interior de São Paulo, em Ribeirão Preto

Leituras da Vila e do interior

Recém-inaugurada, primeira unidade da Livraria da Vila em Ribeirão Preto aposta em ambiente lúdico e eventos culturais

TRADICIONAL CASA DE LIVROS do coração paulistano, a Livraria da Vila avança para o interior do estado e acaba de inaugurar sua primeira unidade em Ribeirão Preto. Em um espaço interativo de mais de 300 m2 ins talado no piso superior do Shopping Igua temi, os leitores ribeirão-pretanos agora podem se deleitar com um catálogo de aproximadamente 20 mil itens, incluindo livros de ficção, obras documentais, didá ticas e biográficas, jogos de tabuleiro e artigos de papelaria. A nova loja conta ainda com um ambiente exclusivo para crianças, com mobiliário lúdico, brinquedos educativos e vasto acervo infantil e juvenil.

Com uma estrutura pensada para abri gar, futuramente, programações culturais – que vão desde lançamentos de livros

VINHOS TINTOS, ROSÉS, BRANCOS, espumantes e champa nhes compõem o catálogo virtual da brasileira Wine desde sua fundação, em 2010. A novidade é que, a partir de agosto, esses rótulos deixam as prateleiras virtuais para ocuparem também as gôndolas do recém-inaugurado Empório Wine, em Ribeirão Preto.

Na nova e moderna loja – o primeiro ponto físico de vendas da marca no interior paulista –, ficam expostos mais de 570 rótulos nacionais e importados, alguns deles já líderes de venda no site, outros exclusivos, disponíveis para compra apenas in loco. Por ali, os assinantes de planos online podem aproveitar experiências sensoriais e degustar em primeira mão as seleções do mês. Escaneando o rótulo das garrafas, ainda é possível assistir a vídeos com informações sobre a região de produção de cada vinho e conhecer as principais características e sua respectiva vinícola de origem.

Operando de maneira 100% integrada ao site da Wine, o empório também recebe pedidos de delivery pelo whatsapp (16) 99182-2212, com pronta entrega garantida até duas horas após a compra.

Avenida Presidente Vargas, 960 (Edifício Apogeo, loja 4), Ribeirão Preto

até oficinas de contação de história –, a unidade segue o plano de expansão da rede, que tem apostado em lojas mais com pactas, seleções curatoriais cada vez mais personalizadas ao público e uma frota de vendedores especializados em literatura. “Acreditamos muito que essa caminhada para o interior seja uma forma potente de contribuir para o fortalecimento do

mercado editorial e do hábito leitor em todo o estado e além dele”, celebra Samuel Seibel, presidente da rede, que já contabi liza 18 unidades ao redor do Brasil. H. C.

LIVRARIA DA VILA

Avenida Luiz Eduardo de Toledo Prado, 900, Vila do Golfe (Shopping Iguatemi Ribeirão Preto, piso superior), tel. 16 4042-4112.

EMPÓRIO WINE
BEBIDAS
FOTO DIVULGAÇÃO FOTO DIVULGAÇÃO 6 HORA CAMPINAS

Em sentido horário, test drive com carrão da Audi, vista do circuito e corrida de motos no Motor Park

Playground para os amantes de carros

Haras Tuiuti Motor Park se define como o 1º parque temático de mobilidade do Brasil e, além de pistas para corridas e test-drives de carrões, motos e bicicletas, tem ainda lojinha, restaurante e espaço para palestras

O HARAS TUITI MOTOR PARK, na região de Bragança Paulista, é um verdadeiro parque de diversões para os amantes de carros, motos e tecnologia. No local, os visitantes têm acesso a diversas atrações interativas e podem viven ciar várias experiências com conforto, segurança e qualidade.

Para quem quiser rodar a toda velo cidade a bordo de carrões esportivos, veículos elétricos, SUVs e automóveis de luxo, há 2.500 metros de pistas asfal tadas – incluindo circuito misto, anel externo, anel interno, aclives, decli ves e uma zona VDA (Veichle Dinamic Area) para manobras. Para a galera que

prefere poeira e lama, tem mais de 5 km de trilhas Off Road com obstáculos, per feitas tanto para os veículos 4×4 quanto para os UTVs e as motos aventureiras.

Para acomodar bem os convidados em encontros corporativos como lança mentos de carros, workshops e cursos de pilotagem, o haras dispõe de um foyer de 400 m², um auditório e uma sala de reunião climatizada, com sala de apoio e cozinha completa capaz de para atender eventos de todos os portes.

O Paddock tem espaço para abrigar oficinas bem equipadas, e um galpão de 200 m² é disponibilizado para a guarda e a manutenção dos veículos. Dentro do

Motor Park funcionam ainda uma loji nha de artigos do universo automotivo e a Padoca do Vila, um ambiente des contraído e estiloso onde são servidos cafés, sucos, sandubas, saladas, bowls de frutas, tortas e bolos.

Para as crianças, o Espaço Kids ofe rece brinquedos, games, cantinho da leitura e uma área ao ar livre para quem tem muita energia para gastar. A pro gramação para entreter toda a família inclui sessões de cinema drive-in, cor ridas de carrinho de rolimã e as Fusca Adventures – passeios a bordo do carro mais querido do Brasil, em comboios que, nos fins de semana, percorrem as estradinhas da região.

O playground dos marmanjões liga dos em “brinquedinhos” motorizados fica no município de Tuiuti, a 15 km de Bragança, 90 km do Aeroporto de Viracopos e 120 km da cidade de São Paulo.

MOTOR PARK HARAS TUIUTI Rodovia Eloy de Camargo Bueno, km 4, Tuiuti, tel. 11 99144- 0910. Ingressos a partir de R$ 40. www.harastuiuti.com.br

DIVERSÃO SOBRE RODAS FOTOS DIVULGAÇÃO
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Descanso sofisticado em família

Resort Clara Ibiúna dispõe de menu completo de atividades para crianças e adultos já conhecido em hospedagens do estilo, mas sai muito na frente em conforto, design e imersão verdadeira na natureza

UM RESORT FAMÍLIA, mas com possibi lidade de relaxamento com vista para a represa de Itupararanga e design elegante em seus ambientes. Isso é o que propõe o Clara Ibiúna – a 12 km do centro de Ibiúna, e a duas horas da capital paulista – que apresenta ativi dades esportivas para todas as idades, piscinas, spa e um novo complexo de 3 mil m², que atende até mil pessoas para eventos corporativos e casamentos.

No hotel, os hóspedes podem dividir seu tempo entre a prática de tênis, o queridinho e muito atual beach tennis, campo de futebol society, cavalgada, escalada, além de wake surf, esqui aquático, esquiboia, passeio de caia que, lancha e vela. Para quem prefere opções menos radicais, também é pos sível experimentar arco e flecha, cami nhadas e os roteiros de quadriciclo. E

as crianças aproveitam as atividades dos monitores enquanto os pais des cansam em terapias no spa L’Occitane, que oferece massagens relaxantes e revitalizantes. Vale lembrar que alguns programas não estão inclusos nas diá rias e precisam de agendamento prévio na recepção.

Entre as acomodações, a atenção ao design se evidencia nos projetos dos escritórios de arquitetura Studio DWG e Ponto de Apoio, que ressaltam as linhas retas, o cimento e a madeira em uma harmonia sofisticada com a paisagem local. No novo complexo do hotel, o bloco Península – inaugurado no início deste ano – são 57 apartamentos, com 43m², e duas suítes presidenciais, com tamanhos de 165 e 226m². Os quartos contam com espaço para casal e dois filhos, com a facilidade de conjugar um

segundo quarto, dobrando o espaço da acomodação. As suítes presidenciais apresentam lareira, jacuzzi, cozinha, sala de estar e jantar. Destaque para a vista panorâmica para a represa em toda a nova área.

No bloco Península fica ainda um novíssimo restaurante à la carte, que abre nos jantares dos finais de semana. No cardápio, comida italiana e grelha dos dividem espaço com peixes e sobre mesas que agradam a toda a família, como torta banoffee e petit gateau. O local é uma alternativa mais tranquila ao buffet do hotel – este que, inclusive, dispõe de diversas opções saborosas no café da manhã e almoço, como saladas variadas, carnes e risotos.

A ampliação do hotel é equivalente a 100% do tamanho do resort antigo. Por ali, um heliponto também se destaca em frente ao edifício de eventos, com salão principal de 750 m², e quatro salas menores, que se moldam a tamanhos e estilos de celebrações diversas em meio à paisagem bucólica, mas com infraestrutura muito confortável.

CLARA IBIÚNA RESORT Estrada Municipal da Cachoeira, km 9,5, Bairro Campo Verde de Baixo, Ibiúna, tel. 16 3345-4004. Diárias a partir de R$ 1.205.

PASSEIO FOTOS
DIVULGAÇÃO

Na outra página, vista aérea do bloco Península. Acima, quadra de beach tennis, restaurante e sala de eventos do Clara Ibiúna

Decoração autêntica e brasileira

Loja reúne peças de artesãos do país inteiro e faz parcerias com instituições de impacto social

EM MEIO ÀS CASAS BUCÓLICAS do distrito de Sousas, a apenas 11 km do centro de Campinas, a nova loja da marca Imaterial Artesanato Brasileiro – que funcionava desde 2018 apenas por e-commerce – apresenta trabalhos de todas as regiões do Brasil, como peças de comunidades tradicionais, ribeirinhas, indígenas e artesãos de centros urbanos. São cestarias, vasos, xilogravuras, bancos, quadros, esculturas, luminárias, entre outros itens para decoração de diversos ambientes.

A curadoria é da empresária Camila Gomes, que também cresceu pelas ruas do distrito. Além de uma gama generosa de produtos e histórias, a Imaterial se preocupa com os impactos da comercialização do artesanato para as comunidades e pessoas. Como parte disso, prioriza artesãos em situação de vulnerabilidade, garantindo sua remuneração correta, e realiza parcerias com instituições, como o Centro de Orientação ao Adolescente de Campinas (COMEC) – projeto que tem como missão dar uma segunda chance para jovens que cometeram atos infracionais e oferecer geração de renda às mães por meio do artesanato. P. C.

IMATERIAL ARTESANATO BRASILEIRO Rua Sete de Setembro, 63, ao lado da Igreja Matriz Sant’Ana, Sousas, Campinas

ARTE
FOTO DIVULGAÇÃO FOTO LIGIA SKOWRONSKI FOTO LIGIA SKOWRONSKI 9

Vozes da cidade

Criançada na natureza

Passeios que divertem toda a família em meio a lindas áreas verdes em Campinas e nas proximidades

Hotel Fazenda Dona Carolina

“Para quem quer curtir um hotel rústico, mas, ao mesmo tempo, sofisticado, e se divertir em clima rural com as crianças, as opções de diversão na Dona Carolina – a 35 minutos de Campinas – são muitas, incluindo contato com a natureza, animais e esportes ao ar livre. Além disso, a comida é contemporânea e com um ar especial de fazenda.”

Rod. Alkindar Monteiro Junqueira, s/ nº, Itatiba

Zooparque de Itatiba

“O Zooparque Itatiba tem 500 mil m2 de área verde e grande parte está inserida em um fragmento de Mata Atlântica e, por isso, é um ambiente cheio de recursos naturais, belas paisagens, trilhas e uma variedade enorme de animais. É um passeio que recomendo para a família. A diversidade de fauna e flora é gigante!"

Rod. Dom Pedro I, km 95,5, Itatiba

Passeio de Maria Fumaça

“Embarcar na Maria Fumaça, trem que sai de Campinas até Jaguariúna – com direito a um saboroso café da manhã a bordo de um lindo e histórico carro restaurado original da década de 1940 – é surpreendente. Os pequenos adoram a experiência de estar em um trem e podem conhecer um pouco mais sobre a história local.”

Rua Dr. Antônio Duarte da Conceição, 1.501, Jardim Madalena, Campinas

Bosque dos Jequitibás

“O Bosque dos Jequitibás, localizado na área central de Campinas, conta com um espaço de lazer centenário. Possui um minizoológico com várias espécies de animais, além de um museu, aquário e do Teatro Carlito Maia, especializado em peças infantis. A entrada é gratuita e as crianças podem aproveitar para passear nas trilhas e fazer piquenique.”

Rua Coronel Quirino, 2196, Cambuí, Campinas

HOTEL FAZENDA DONA CAROLINA BOSQUE DOS JEQUITIBÁS PASSEIO DE MARIA FUMAÇA ZOOPARQUE DE ITATIBA *PEDRO LOPES é diretor financeiro da Miura Investimentos. POR *PEDRO LOPES
As dicas e os segredos de quem adora a região
FOTOS DIVULGAÇÃO FOTO MARCIO MASULINO FOTO FML WIKIMEDIA COMMONS 10 HORA CAMPINAS

Agora é agro

Prosa rápida

Brochável

Os municípios com maiores rebanhos bovinos do país

As dez cidades brasileiras com maior contingente de cabeças de gado ficam nos estados do Pará, de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Goiás. Pecuária injeta um total de R$ 913 milhões na economia

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) publi cou recentemente o Perfil da Pecuária do Brasil. A publicação revela que, em 2021, o rebanho bovino brasileiro ficou estimado em 196,5 milhões de cabeças de gado. Considerando-se que o país tem uma população de 220 milhões de habitantes, dá para dizer que existe quase um boi ou vaca para cada pessoa.

O relatório fez também um levanta mento dos dez municípios que concentram os maiores rebanhos. São Félix do Xingu, no sul do Pará, ocupa o topo do pódio, com 1,9 milhão de cabeças de gado. A título de informa ção, o município tem apenas cerca de 135 mil habitantes. Ou seja, lá existem quase 15 cabeças de gado para cada pessoa!

Em segundo lugar, vem Corumbá, no Mato Grosso do Sul, com mais de 1,4 milhões de cabeças de gado. A terceira colocação ficou com Marabá, também no Pará com cerca de 1,04 milhão de

cabeças – praticamente o mesmo número verificado em Porto Velho (Rondônia), que abriga 1,036 milhão de cabeças. Na quinta e na sexta posição aparecem dois municípios do estado do Mato Grosso: Vila Bela da Santíssima Trindade (com 990 mil cabeças) e Cáceres (com 920 mil cabeças).

O top ten é completado por Novo Repartimento (no Pará, com 877 mil cabeças), Ribas do Rio Pardo (no Mato Grosso do Sul, com 850 mil), Juara (no Mato Grosso, com 792 mil), Juína (também no Mato Grosso, com 678 mil) e Nova Crixás (em Goiás, com 674 mil animais).

Em todo o país, as pastagens dedicadas à pecuária ocupam uma área de 163 milhões de hectares e movimen tam algo em torno de R$ 913 bilhões – valor que inclui toda a cadeia, dos insumos de nutrição e de sanidade até os investimentos em genética, as exportações e as vendas no mercado interno.

O Agronegócio costuma ser o motor do crescimento da economia brasileira, mas neste primeiro semestre de 2022 a agropecuária recuou 2,5%, em relação a igual período do ano passado, segundo dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o cálculo do PIB (Produto Interno Bruto). A queda foi puxada pelo baixo desempenho de culturas como a da soja (-12,0%) e a do arroz (-8,5%).

Em alta

Mesmo com o PIB agropecuário em baixa, a 45ª Expointer, realizada no início de setembro na cidade gaúcha de Esteio, registrou recordes. O total de negócios chegou a R$ 7,15 bilhões, representando um crescimento de 164,67% em relação a 2019. Cerca de 750 mil pessoas estiveram presentes na feira – em 2019, foram 416 mil. Só o setor de máquinas e implementos, o mais rentável da feira, movimentou R$ 6,6 bilhões, 159,2% a mais do que em 2019.

Flagra

Segundo dados do Ministério da Agricultura, o Brasil deve fechar 2022 com um recorde de apreensões de pesticidas ilegais. Até o fim do ano, a expectativa é que um total de 500 toneladas de pesticidas ilegais sejam apreendidos – mais que o dobro do volume de 2020. Estima-se que algo entre 15% e 25% do mercado de agroquímicos do Brasil seja composto por produtos contrabandeados e falsificados, segundo o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF).

POR Kike Martins da Costa FOTO DIVULGAÇÃO
COLUNA
kikecosta@uol.com.br 11

Refazenda cacaueira

DDESDE 2017 ATUANDO COMO CEO DA DENGO, o ituano Estevan Sartoreli encabeça um projeto que une prazer e propósito, saberes e sabores, tradição e inovação, brasilidade e sustentabilidade, ética e estética. A marca de chocolates é uma das mais apreciadas e admi radas do país. Faz a felicidade de quem está envolvido na sua produção e a de quem consome. E, de bônus, ainda ajuda na preservação de um dos últimos trechos remanes centes de Mata Atlântica nativa do país, no Sul da Bahia.

Na entrevista a seguir, o executivo de 40 anos que estudou na Universidade Federal de São Carlos e na Har vard Business School fala um pouco de seu trabalho, da evolução da marca e das pontes que ela constrói entre a mentalidade empresarial da Faria Lima e o conhecimento ancestral das comunidades que, há mais de um século, tiram seu sustento da cultura cacaueira nessa paradisí aca região. Local que já foi palco dos romances de Jorge Amado e que, agora, é o cenário de uma revolução agroindustrial com impactos positivos nas esferas econômica, social e ambiental.

Veja os principais trechos da conversa que Estevan teve com a 29HORAS.

POR KIKE MARTINS DA COSTA ESTEVAN SARTORELI É QUEM COMANDA OS TRABALHOS NA DENGO, COBIÇADA POR SEUS DELICIOSOS CHOCOLATES BEAN TO BAR E ADMIRADA POR SEU BONITO TRABALHO NA REMUNERAÇÃO JUSTA AOS PEQUENOS AGRICULTORES E NA PRESERVAÇÃO DAS FLORESTAS ORIGINAIS DO SUL DA BAHIA
FOTO VICTOR AFFARO
12 CAPA

Como um engenheiro industrial nascido em Itu foi parar no Sul da Bahia, comandando o novo Ciclo do Cacau? Logo depois que me formei, fui tra balhar na Natura. Entrei lá como trai nee em 2005 e fiquei praticamente dez anos. Foi um aprendizado muito grande, mas em 2014 resolvi sair, tirar um período sabático, para repensar o que queria para o meu próximo ciclo profissional. Queria um trabalho com propósito, estava encantado com as possibilidades das indústrias 2.5, que operam adotando várias práticas que em outros tempos eram exclusivas do

Terceiro Setor. Abri então uma empresa de consultoria especializada em desen volver projetos dessa área. E um dos meus primeiros trabalhos foi para o Instituto Arapyaú, que havia sido criado anos antes pelo Guilherme Leal, meu ex-chefe na Natura. Ele tinha uma casa de veraneio em Itacaré e criou esse insti tuto para melhorar a saúde, a educação e a qualidade de vida das pessoas que viviam ali entre Itacaré e Ilhéus. Fui lá para revigorar e reestruturar a economia cacaueira, arruinada em 1989 por causa de um fungo que infestou e matou boa parte das árvores em produção.

E foi desse projeto que nasceu a Dengo? Sim. Inicialmente, nossa intenção era apenas criar uma fonte de renda para a população local, revitalizando o ciclo produtivo do cacau, com a introdução de técnicas de manejo para mitigar os efeitos do tal fungo – conhecido como Vassoura de Bruxa – e ensinando os agricultores a cultivar cacaus de quali dade superior. Fizemos tudo isso, mas a situação da população não mudou. Quem comprava os frutos ali ainda pagava um valor muito baixo, insu ficiente para efetivamente melhorar a vida da comunidade. Foi então que decidimos nós mesmos nos tornarmos os compradores do cacau, criando uma cadeia mais justa, solidária e sustentá vel. Assim que surgiu a ideia de montar a Dengo. E eu fui o executivo encarregado

de estruturar essa empresa, já que eu conhecia todas as potencialidades, os problemas e os desafios do negócio.

Como o modelo da Dengo beneficia os agricultores?

Quando começamos os trabalhos de revitalização do cacau na Bahia, em 2015-16, menos de dez pequenos pro dutores aderiram ao nosso projeto. Hoje temos mais de 200 agricultores. Damos capacitação para que eles pro duzam cacaus de qualidade superior – e remuneramos de maneira transparente e justa essa qualidade. Pagamos um preço bem maior do que o pago por quem negocia cacau como commodity, na cotação internacional. Cada lote é avaliado individualmente, para seu real valor ser determinado a partir de critérios técnicos. Alguns produtores recebem 70% a mais, outros 160%. Em 2021, pagamos em média 91% a mais do que os preços estipulados nas bolsas de mercadorias! Nosso objetivo é gerar valor compartilhado.

Se a proposta é criar renda para as comunidades no Sul da Bahia, por que a fábrica é em São Paulo?

Produzimos chocolates bean to bar, cujo transporte requer refrigeração. É muito mais barato trazer toneladas de cacau em amêndoas da Bahia até São Paulo do que levar chocolates em contêineres refrigerados de São Paulo até o Rio,

No alto, os cacaus de Ilhéus; acima, as amêndoas após a fermentação e, à esquerda, Estevan com o primeiro grupode agricultores que aderiram ao projeto da Dengo, no sul da Bahia
FOTO HENRIQUE MIYASHIRO
FOTO THATIANA NOGUEIRA FOTO DVULGAÇÃO 14 CAPA

À esquerda, a loja modelo Fábrica de Dengo, inaugurada em 2020 no bairro paulistano de Pinheiros. Abaixo, o adorado quebra-quebra, um dos principais hits da marca

por exemplo. Pelo nosso planejamento inicial, a fábrica seria em São Paulo para ficar mais próxima dos mercados consumidores.

Somos uma empresa agroindustrial, apesar de não termos um centímetro de terras na Bahia. Toda a parte de produção de cacau fica a cargo dos nossos fornecedores, mais ou menos como em uma cooperativa. Se nós fos semos cultivar o nosso próprio cacau, não estaríamos gerando renda para os agricultores envolvidos no projeto. Essa é a nossa meta primordial. Existe um ditado na língua inglesa que prega: “Businessmen don’t make good beans, farmers do” (Executivos não produzem bons grãos. Quem faz isso são os fazen deiros). Queremos que cada um faça a sua parte da melhor maneira possível. Os agricultores cultivam o cacau, nós fazemos o chocolate!

E quem mais é beneficiado com essa marca de chocolates “do bem”?

Ele é bom para o planeta e para quem o consome. O cacau cultivado pelo método cabruca, típico do Sul da Bahia, é um sistema agroflorestal, que preserva a vegetação original da região. É a mata que fornece a sombra que o cacaueiro “gosta”. E os nossos chocolates bean to bar são feitos sem o uso de aditivos químicos e de gordura hidrogenada,

presentes nos chocolates industriali zados. Nosso chocolate, além de ser delicioso, é saudável, faz bem para quem o consome! Nenhum chocolate é verda deiramente “do bem” se não for um bom chocolate e não for fabricado seguindo os princípios da sustentabilidade.

A Dengo dá lucro?

As lojas já operam no positivo, mas, no geral, a empresa ainda não atingiu o break even. Pelo nosso planejamento inicial, essa meta seria atingida no nosso 5º ano de vida, ou seja, agora, pois come çamos em 2017. Mas, como tivemos a pandemia, adiamos isso para 2023 e, pelo andar das coisas, acredito que não teremos problemas. Hoje estamos com 30 lojas, e devemos fechar o ano com 33 – o que já é um número superior ao que imaginávamos no início. Está tudo indo muito bem. Um negó cio de impacto social precisa ser autossus tentável. Não é à toa que a palavra ‘negócio’ vem antes das outras! É o lucro que oxigena e garante a continuidade da iniciativa. Como diz

um amigo meu, “não dá para ser verde estando no vermelho”. É verdade, mas aqui o lucro não é o nosso único objetivo.

A megaloja da Faria Lima, conhecida como Fábrica de Dengo, é um sucesso estrondoso. Ela já virou uma atração turística da cidade, não?

A cada fim de semana, recebemos em média 4 mil visitantes! Desde a sua abertura, em novembro de 2020, ela funciona como um parque de diversões para crianças, adultos, chocólatras e pessoas que quiserem conhecer mais sobre a cultura cacaueira. Temos uma

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ESTUDIO GASTRONÔMICO
FOTO FABIO NUNES 360 15

área de pâtisserie com delícias à base de chocolate, um balcão de customização de barras e um agradável restaurante de comida brasileira. É um espaço onde nossos clientes vivem experiências. Com quatro pavimentos, tem 1.500 m² dedicados ao universo chocolateiro.

Os chocolates da Dengo já foram premiados no exterior?

Nunca nos inscrevemos em nenhum concurso internacional. Não temos uma visão award-oriented. Mas já fomos muito bem avaliados em degustações às cegas promovidas por publicações respeitadas como a revista “Prazeres da Mesa” e o caderno “Paladar”.

A marca tem planos de internacionalização?

Neste momento, não temos. Mas aqui nada está fora de cogitação. Se apa recer uma boa oportunidade, ela será estudada com carinho. Ia ser bacana termos uma marca mostrando nos Esta dos Unidos ou na Europa que o Brasil não é apenas um grande produtor de cacau – algo que nem todo mundo sabe lá fora – mas é também um produtor de ótimos chocolates.

Neste momento, a marca não pensa em internacionalização, mas está ampliando sua atuação nacionalmente.

Fale um pouco sobre a recém-lançada linha de chocolates amazônicos.

A Floresta Amazônica é um dos berços do cacau. Há cerca de 5,5 mil anos o fruto já se desenvolvia na Amazônia Equatoriana. Só depois ele foi levado ao México, onde os astecas criaram o chocolate. Nossa ideia, ao incorporar o cacau amazônico em nosso portfólio, é proporcionar aos nossos clientes a possibilidade de conhecer variedades de cacaus, de terroirs distintos e com notas sensoriais peculiares. Fomos con vidados por um grupo de pequenos pro dutores do Pará, que queriam aderir ao nosso modelo de produção. Se tudo der certo, no futuro a Dengo terá também chocolates feitos com bons cacaus da Rondônia e do Espírito Santo. Nosso sonho é, um dia, estarmos presentes em todas as regiões produtoras do país.

Esse modelo da Dengo pode ser replicado para outras culturas?

Acredito que esse nosso modelo não é exclusivo para o cacau, não. No universo dos cafés especiais, várias empresas operam de forma semelhante há anos. Já fomos procurados por um grupo de produtores de macadâmia interessados em conhecer melhor o nosso sistema. Outro dia vieram também uns pequenos

produtores de polpa de frutas e frutas secas querendo transformar esses pro dutos em algo com mais charme e maior valor agregado. Nós estamos sempre abertos para compartilhar as nossas experiências – até para outras marcas de chocolate! Não temos a menor ilusão de que vamos mudar o mundo sozinhos. Queremos ver esse modelo replicado em todos os segmentos, no país todo. Quanto mais gente, melhor!

Por fim, como é trabalhar assim, com um pé na riqueza da Faria Lima e outro na pobreza do Sul da Bahia?

Isso é o que move uma pessoa que se envolve em um negócio de impacto social. Meus pés estão na Faria Lima, mas meu coração é cabruca. Somos uma ponte entre esses dois mundos tão distantes. Nosso objetivo é reduzir a desigualdade entre eles. Os produ tores rurais do Sul da Bahia precisam ouvir algumas dicas importantes do pessoal do dinheiro, para que seus negócios se tornem mais eficientes.

E os ‘farialimers’ também têm muito a aprender com a sabedoria ancestral dos agricultores, principalmente no que diz respeito a qualidade de vida e preservação ambiental.

FOTO VICTOR AFFARO
FOTO DIVULGAÇÃO 16 CAPA

Marketing e marcas

Como criar a persona da sua marca?

Conceito base para desenvolver a identificação com empresas e seus produtos entre os consumidores, a definição do perfil de público atravessa toda a comunicação digital

O mais importante dentro de todo o processo de marketing é entender como as pessoas pensam, agem, pesquisam, se relacionam e, principalmente, compram. O marketing não vende, essa é uma ciência que gera o desejo pela compra – mas para produzir desejo é preciso entender primeiro como as pessoas são, para só depois vender.

O conceito “personas” não é algo novo no marketing digital, porém, no dia a dia, acaba sendo esquecido. Não é raro empresas e agências desenharem a persona, mas na hora de pensar em uma campanha no Instagram, em um post do blog, ou até mesmo ao criar um email marketing, deixam isso de lado.

É um erro clássico que pode prejudicar a comunicação e, consequentemente, as vendas da sua marca.

A persona é um resumo de diversas buscas que as empresas fazem sobre o perfil de seu público. Além das pesquisas tradicionais, como ir às ruas ou aos pontos de venda para questionar as pessoas sobre o que elas acham de uma determinada marca, os analytics devem ser usados. Seu site precisa ter o Google Analytics, isso é básico!

As redes sociais também oferecem algumas bases de dados. Além disso, ainda é possível realizar pesquisas mais segmentadas via formulários online, a serem disparados por e-mail, por exemplo.

Tendo todas essas informações em mãos, é hora de consolidar tudo o que se descobriu em uma persona. Uma marca pode ter mais de uma persona, mas para este artigo vamos nos concentrar em apenas uma.

"Persona" vem de pessoa, de personagem, logo, é preciso dar um nome, uma idade, uma profissão e um estado civil a ela. Antes, apenas isso era o suficiente para delimitar o perfil de um público, mas hoje essa forma está sendo gradativamente superada. A persona começa assim, mas ganha outras informações.

Uma dica é responder a algumas perguntas, dentre as quais as principais passo a seguir:

Perfil pessoal: Onde e com o que trabalha? Quais são seus desejos e anseios? Quais são as suas preocupações?

Motivações: O que a motiva a comprar? Quais são as suas necessidades?

Sonhos: O que busca? Com que sonha? Como a marca traduz esse sonho?

Marcas: Quais consome? Quais deseja? Em quais se inspira?

Mídia: O que lê? O que ouve?

Necessidade: Por que compra? Como compra?

Problemas: Quais enfrenta?

Com isso, você cria um texto da persona, começando pelo nome, idade e gênero, e finaliza respondendo às perguntas acima. Agora é usar o resultado nas campanhas!

FELIPE MORAIS é publicitário, sócio da FM CONSULTORIA e autor de livros de marketing digital e futebol (www.felipemorais.com). FOTO FREEPIK E RALF SCHMITZER NOUN PROJECT
PERSONA COLUNA POR Felipe Morais felipe@felipemorais.com 17
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