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O Gente Nossa, desenvolvido pela Assessoria
Dado a importância da ferramenta de comunicação,
de Imprensa, surgiu como mais um instrumento de
o Gente Nossa ganha sua independência, deixando de estar
comunicação interna da EBDA. A ideia foi reconhecer e
vinculado ao boletim Em Movimento, para se transformar
valorizar os profissionais da empresa, com relatos de fatos
em mais uma publicação de fortalecimento da comunicação
marcantes da vida profissional e pessoal dos trabalhadores,
interna da EBDA.
a partir de depoimentos do entrevistado, familiares e
colegas de trabalho e amigos.
(2014), o Gente Nossa será mais amplo, com distribuição
Lançado em 20 de setembro de 2011,
mensal via Expresso. A ideia é potencializar o espaço de
inicialmente, o Gente Nossa foi veiculado no jornal Novo
reconhecimento dos servidores ao trazer dois perfis de
Dia. E já nas primeiras edições a publicação repercutiu
profissionais, sendo um da capital e outro do interior.
positivamente. Os comentários pelos corredores da
empresa e via internet deixavam evidente que o projeto
apresentamos uma coletânea com os perfis publicados ao
seria um sucesso de integração entre os funcionários.
longo do período (2011 a 20/09/2014). Espero que revejam
O Projeto ganhou um novo formato, em de
as histórias dos colegas que, juntamente com você, constroem
agosto de 2014, com a divulgação online, através do boletim
a história da EBDA e contribuem para melhorar a vida dos
eletrônico Em Movimento. Nesta nova versão, o Gente
agricultores familiares do nosso estado.
No novo formato, que inicia no mês de novembro
Para celebrar os três anos do Gente Nossa,
Nossa atinge diretamente o público interno, tendo como resposta imediata a manifestação tanto dos homenageados, que têm respondido positivamente, quanto dos demais funcionários através do e-mail institucional (Expresso).
Elionaldo de Faro Teles Presidente da EBDA
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2011 Ana Ciristina Souza Cändido Maria José Souza Melo Maria Rodrigues Sócrates Abílio Maia Guarim Ferreira José Milton Arnou da Silva Rita de Cássia Rogério Figueredo
06 08 10 12 14 16 18 20 22 24 26
índice
2012 Edméia Correia Neves Humberto Carvalho Maria Joana da Silva Nelson Fernandes Moura José Lins Maciel José Teófilo Brito das Neves Nágila Maria Leite Caldas Pereira Edilza Reis José Júlio Souza Castro Paulo José Carilo de Oliveira Roberto D’Oliveira Lins Valmir Pereira Lima 4
28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50
2012 Frederico Rodrigues George Ricardo Libério Bandeira José Alberto Marcelo Pereira Silva Abnair Nunes Dourado Adão Oliveira Machado Alair Lacerda de Oliveira Antônio Carneiro do Rosário Ivani Pereira Santos Gilvan Oliveira e Valdete de Fátima de Oliveira Joel Pimenta Vinícius Lunna Maria José Nereu Do Monte Samuel Feldman Sandra Marins Francisco Alves Vieira Santos Ildete Dreger de Souza João Cerqueira Santos Daniel Dourado Lisvaldo Alves Paulo Araújo Ariomar Aguiar Raimundo Vasconcelos Silva (Bobó) 5
52 54 56 58 60 62 64 66 68 70 72 74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94 96 98
Ana Ciristina Souza Dedicação e comprometimento com a Agricultura Familiar
Profissional dinâmica, flexível, for-
mada em agronomia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), e com vasta experiência em administração, planejamento e Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). Assim é Ana Cristina Souza dos Santos (45), chefe do Escritório de Camamu, conhecida e reconhecida pelos colegas como uma pessoa alegre, extrovertida e responsável.
Ao longo de seus 20 anos de EBDA, Ana vem
desenvolvendo respeitados trabalhos de Ater, no Território de Cidadania Baixo Sul. Dedicação e comprometimento são as palavras de ordem desta profissional, que consagra parte de sua vida aos agricultores familiares, assentados, quilombolas, pescadores artesanais, indígenas e ribeirinhos.
Aninha, como é carinhosamente chamada por todos, atua com Sistema Agroflorestal (SAF), e com culturas como
cacau, banana e seringueira, pesca artesanal, fruticultura, floricultura tropical, piaçava e especiarias como cravo, pimenta do reino, pimenta da jamaicana, canela, noz moscada e horticultura. Todos estes trabalhos partem da premissa de contribuir para o desenvolvimento da agricultura familiar, a partir da diversificação de culturas, em substituição à lavoura cacaueira, comum em seu Território.
Líder de uma equipe com 21 técnicos, Ana Cristina ainda atua como representante da EBDA na Câmara
Setorial da Borracha Natural, na Câmara Setorial das Oleaginosas (dendê), que promove a discussão de interesses da cadeia
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produtiva, no Estado. Em Brasília, no Ministério da
nossa colega há muitos anos; trata-se de uma profissional
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), também
comprometida com suas atividades, prestativa com todos
representa a Bahia na Câmara Setorial Nacional da
os colegas que estão a sua volta. A extensão rural está em
Palma de Óleo “Dendê”.
seu semblante. Sabemos do amor que ela tem por esta
empresa e da aptidão com a agricultura familiar”, declarou
espontaneamente, declarações de amor, gratidão e
Sandra Marins.
carinho, para com esta profissional. Augusto Fernandes
de Santana, presidente da Associação dos Pescadores de
emocionada: “Todo o meu trabalho é pautado em elevar
Barra Grande (Aspeba), diz que “Aninha” é exemplo de
os níveis sociais, econômico, ambiental e cultural das
profissionalismo e responsabilidade. “Todas as esferas
diversas comunidades rurais em que atuo, implementando
públicas deveriam ter uma profissional como ela; é
as políticas públicas. Procuro trabalhar com amor e
comprometida com todas as nossas causas. Através dela
responsabilidade, nos diversos temas em que estou
foi possível executar o Projeto de Salga e Defumação do
engajada. Abracei, com muito otimismo, as propostas
Pescado, que nós queríamos tanto. Hoje, sou um agente
de geração de rendas não agrícolas, mas, é o agricultor
multiplicador deste processo, graças a ela. Aninha
familiar que me envolve e me motiva. Faço qualquer coisa
está sempre pronta a nos ajudar”, comentou Augusto
para ajudá-lo”, declarou a técnica.
Santana.
Sobre si mesma, Ana Cristina comenta,
Em toda a sua trajetória, Ana Cristina é uma
Para a chefe de Escritório Local de Valença,
daquelas pessoas que se tem orgulho de conhecer e prazer
Sandra Marins, ter uma pessoa com o perfil profissional
em dizer que ela é gente nossa, mulher, mãe e avó que faz
de Ana Cristina, no Baixo Sul, é motivo de orgulho e
a EBDA acontecer.
de fundamental importância para a empresa. “Ana é
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Publicado em outubro de 2011
Junto aos agricultores familiares, surgem,
Cândido Nunes de Vasconcelos Trabalho, competência e sensibilidade andam juntos
Em fevereiro de 1969, em um Jeep, carregado
com objetos pessoais, mas, também, um camburão de gasolina para poder trabalhar - porque para onde ia não tinha posto para abastecimento do carro -, uma máquina calculadora de bobina e velas para, à noite, iluminar o preenchimento de Laudos de Supervisão e elaborar Projetos de Pecuária, chega, em Itambé, um engenheiro agrônomo de 27 anos. Assim começou a trajetória de um dos maiores especialistas em pastagens e em gado de leite da Bahia, Cândido Nunes de Vasconcelos.
Quarenta e dois anos depois, em outubro de 2011, aos 69 anos de idade, “Candinho” – como hoje é conhecido
por todos os colegas e amigos – é responsável pela capacitação de técnicos em bovinocultura de leite e na orientação em desenvolvimento de projetos de produção de leite com o uso intensivo de pastagens.
Como diz o colega e amigo Antônio Carneiro do Rosário – o também famoso “Carneirinho” -, “Candinho é um
profissional competente, ético, extremamente responsável, também pai exemplar e cuidadoso. Se em alguns momentos é um profissional corretamente exigente, em outros, é um homem excepcionalmente humano, bondoso e solidário. Quem o conhece no seu dia a dia, tem a exata dimensão do significado do que é ser um companheiro, no sentido literal da palavra”. Se falasse com todos os colegas da empresa, provavelmente ouviria depoimentos semelhantes a este.
Sua filha, Cláudia, expressa dessa forma o seu pensamento sobre o pai: “ele é chamado e visto de várias formas
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por seus colegas e amigos. Para mim, é o meu pai
Bahia. Retornando, assumiu a Coordenação Regional de
querido, meu tesouro maior. Sobretudo, meu exemplo
Vitória da Conquista, onde ficou por um ano.
de dignidade e honestidade”.
Mas, quando perguntamos a Candinho
Zootecnia, no Escritório Central, em Salvador, de
sobre a sua história de vida, percebemos que ela está
onde não mais saiu, Dr. Cândido passou pela Gerência
diretamente ligada ao seu trabalho, prazer maior,
Estadual de Bovinocultura de Corte, pela chefia do
realização que combina felicidade com satisfação em
Núcleo de Programas e Projetos, pela Coordenação de
servir como vetor de desenvolvimento para a pecuária,
Operações; foi diretor Técnico da Emater-BA, no período
particularmente, da agricultura familiar. “Me realizo
de transição para a EBDA, em que, por 10 anos, chefiou
com as atividades que desenvolvo, principalmente
o Departamento de Desenvolvimento da Pecuária. Na
quando consigo medir o crescimento dos produtores
EBDA também assumiu a coordenação do Programa
orientados por mim”, comentou Cândido Nunes,
de Recuperação da Bovinocultura de Leite do Estado
emocionado.
(Proleite), quando foram introduzidas, na Bahia, mais de 100 mil matrizes oriundas de outros estados.
Competência e emoção
Agrônomo, formado pela Escola de Agronomia
mais que um amigo, um verdadeiro irmão; mais que um
da Universidade Federal da Bahia, em Cruz das Almas,
irmão, um ser humano digno do olhar de Deus”. Com
mestre em Zootecnia pela Universidade Federal de
esta declaração de Carneirinho, ressaltando sua grande
Viçosa/MG. Candinho está completando 43 anos de
admiração pelo colega e amigo, não se tem mais o que
atividade na extensão rural; iniciou suas atividades em
acrescentar.
Itambé, passou um tempo em Encruzilhada, realizou o
Orgulhosamente, temos Dr. Cândido no nosso convívio
mestrado em Zootecnia, ficando por dois anos fora da
diário.
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“Mais que um colega, um verdadeiro amigo;
Publicado em outubro de 2011
Convidado para assumir a Assessoria de
Maria José Souza Melo 33 anos de amor e dedicação ao trabalho social
“Apesar do longo caminho percorrido ainda
me sinto disposta para trabalhar com a mesma dedicação e amor de quando entrei nesta empresa. A extensão rural é a minha vida”. A declaração sincera e emocionada é da técnica social Maria José Souza Melo, ou simplesmente Lia, como é chamada pelos colegas de trabalho da Gerência Regional da EBDA, de Itabuna.
Lotada há 13 anos no Escritório de Ibicaraí,
no sul da Bahia, ela resume seu percurso na EBDA com duas palavras: realização e satisfação. A vida profissional dessa baixinha de 1,50m de altura e um grande coração, disposta a ajudar a quem precise, começou na zona rural de sua cidade natal, Conceição do Almeida, no Recôncavo Baiano, onde lecionou para crianças e jovens, após concluir o curso de magistério.
Mas tudo mudou quando um primo a informou sobre a abertura do Concurso Público para a então Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-BA). A menina tímida, filha de agricultores familiares, criada na “roça” junto com sete irmãos, agarrou a oportunidade que a vida lhe ofereceu e fez disso um projeto de vida. Ela deixou a vida simples e tranquila, junto à família, e foi morar e trabalhar em Canarana, na região de Irecê, a 700 km da sua cidade natal, onde permaneceu por 20 anos. Lá, começou a desenvolver o trabalho social pela Emater-BA, no campo, e aperfeiçoou o gosto pelo “servir ao próximo”, como ela mesma define a atividade desempenhada.
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Da perfeita parceria entre as técnicas
médica e psicóloga, enfim, tentamos ser útil e ajudar”,
agrícolas e sociais, nasceu o amor entre Lia e o técnico
diz Lia, entre risadas de felicidade pela nítida sensação do
agropecuário José Carlos Albernaz, com quem ela
dever cumprido.
constituiu a sua família, que ficou ainda mais completa com o nascimento de suas duas filhas: Tuane – hoje
A “mãe” da Feira Verde
com 24 anos, e Taine – com 21.
“Hoje, eu olho prá trás, para aquelas regiões
Associação Comunitária da Vila Santa Isabel, em Ibicaraí,
de Irecê e de Itabuna, e vejo que realizamos um trabalho
a qual ela ajudou a formar. Os 32 agricultores associados
muito produtivo. Ajudamos muitos agricultores
participam do Projeto Feira Verde, do Programa
familiares a conquistarem uma melhor qualidade de
Produzir, criado pelo Governo do Estado, para incentivá-
vida e a se desenvolverem. Incentivamos a volta de
los a diversificar a produção agrícola, com o plantio e
muitos deles às salas de aula, a conhecer e lutar pelos
comercialização de hortaliças.
seus direitos, a exemplo dos previdenciários, e a se
organizarem em associações, para o fortalecimento das
a “mãe da Feira Verde”, pelo trabalho contínuo e de
suas atividades”, diz Lia.
qualidade que ela realiza com essas famílias, oferecendo
Além do trabalho de conscientização social, a
cursos de capacitação para jovens e agricultoras da
técnica também trabalha com o objetivo de melhorar a
associação, e colaborando com o fortalecimento do
renda das famílias, com opções de renda não agrícola,
associativismo, com reuniões mensais. “Sem ela nós
como o artesanato, onde é instrutora em cursos
não conseguiríamos alcançar esse nível de organização
profissionalizantes de confecção de flores, e ainda de
que atingimos e que só nos traz bons frutos”, afirma o
produtos de limpeza, de bordado, de remédios caseiros,
presidente da Associação, Roberto Souza.
entre outros. “Nós chegamos na unidade familiar e nos
A “Lia” é mais um exemplo de nossa gente, gente que faz
envolvemos, a partir da observação do que eles estão
a EBDA.
precisando. Fazemos um pouco de tudo: conselheira,
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Os agricultores se referem à técnica social como
Publicado em outubro de 2011
Há mais de dez anos, Maria José trabalha com a
Maria Rodrigues Maria: sinônimo de simplicidade e dedicação
Tímida e reservada, Maria Rodrigues
Fonseca (65) possui simplicidade para conversar e sorriso cativante. Quem precisa mergulhar no mundo da pesquisa pode procurar por ela: na biblioteca da gerência regional da EBDA em Ribeira do Pombal, Maria está sempre pronta para ajudar. Basta chegar alguém à procura de informação que ela prontamente atende, com seu jeito tranquilo e atencioso. Num mundo de rotina frenética, onde as pessoas consomem informações sem tempo para refletir, Maria conseguiu criar um refúgio ideal para incentivar o exercício e despertar o prazer pela leitura.
Apaixonada pelos livros, aos quais se refere como seus “companheiros”, sabe exatamente onde está o
conteúdo que o leitor precisa. Maria conhece muito bem os 3.899 exemplares, entre livros, periódicos e folhetos, que ocupam 19 estantes de uma sala, na gerência regional. Todos os dias, abre as janelas para arejar o ambiente, depois começa a organizar o material em seus devidos lugares. “Maria é zelosa e dedicada; a biblioteca está sempre impecável. Além disso, recebe muito bem as pessoas que a visitam. Basta dizer o assunto que ela logo aparece com uma pilha de material”, conta o veterinário José Rubens Pereira Rocha, colega de Maria, na EBDA, e um dos frequentadores da biblioteca.
Natural de Ribeira do Pombal, Maria parece ter nascido para cuidar da biblioteca. Em 1981, a técnica
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administrativa começou suas atividades, ainda na
lá. Mesmo não sendo muito grande e completo, existem
extinta Empresa de Assistência Técnica e Extensão
livros e cartilhas importantes aqui no acervo, que são de
Rural da Bahia (Emater-BA), em sua cidade natal.
grande valor para enriquecer o conhecimento dos jovens”,
Ela lembra que, naquele período, era responsável por
completa.
receber o material enviado pela sede da empresa, em Salvador, e distribuir entre 14 escritórios da região. Com
No mundo das letras
brilho nos olhos, Maria mostra os controles que possui,
do acervo, desde o catálogo até a relação de leitores e de
vê às voltas com os livros. Em seu tempo livre, a leitura é
empréstimos. Apesar de não considerar-se uma pessoa
um dos passatempos favoritos: “gosto dos livros de Augusto
organizada, sabe onde encontrar tudo perfeitamente,
Cury ou religiosos, que tenham mensagens positivas para
por assunto e ordem alfabética, como, orgulhosamente,
a auto-estima. Quando alguma sobrinha diz que vai me
gosta de conservar.
presentear, não faço questão de perfume, nem roupas, eu
peço logo que me dê um livro”, revela Maria.
depois da popularização da internet. “As pessoas não
precisam ou não têm tempo de vir aqui. Só vêm quando
biblioteca, mas mostra disposição e dedicação de uma
não encontram o que procuram pelo computador”, conta
novata. Aos que a procuram na biblioteca EBDA, seja para
Maria. Mesmo assim, diz que costuma conversar com os
consultar um livro ou para uma conversa informal, existe
visitantes, principalmente os estudantes dos colégios,
a certeza de encontrar um ambiente calmo e um assunto
sobre a importância da literatura. “Já existe muita
interessante.
coisa na internet, mas nem tudo pode ser encontrado
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Maria já exerce essa função há 30 anos na
Publicado em outubro de 2011
Ela observa que as visitas diminuíram muito
Não é apenas durante o expediente que Maria se
Sócrates Tradição e renovação que caminham juntos
Novidade e desafio: estas sempre foram
palavras de ordem na vida de Sócrates Lúcio da Silva Matos (51), técnico em agropecuária, funcionário da EBDA há 31 anos. Nascido em Irecê e formado na primeira turma do curso técnico em agropecuária da renomada Escola Agrícola de Irecê (ESAGRI), Sócrates conta que teve senso de oportunidade e agarrou a chance que teve de ingressar em um curso técnico.
Hoje, se diz apaixonado pela profissão que escolheu, principalmente por poder prestar Assistência Técnica e
Extensão Rural (ATER) a agricultores familiares. “Todos os conhecimentos, técnicas e conquistas que os agricultores possuem atualmente têm a participação da EBDA, e eu me sinto muito orgulhoso de fazer parte disso”, afirma, com satisfação, o técnico.
Admitido na extinta Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (EMATER-BA), logo após
a formatura, em 1980, Sócrates ingressou na EBDA no ano de sua criação (1991). Durante todo esse período, além de prestar ATER, o técnico também trabalhou com elaboração de projetos, com Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), e com agricultores assentados da Reforma Agrária. No desenvolvimento deste último trabalho, chegou a morar três anos num assentamento para auxiliar os agricultores e prestar uma assistência melhor.
Nos últimos três anos, quando voltou a Irecê depois de ter passado pelos escritórios de Andaraí, Central
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“Exerço minha profissão com amor, porque na extensão
Garantia Safra, sendo uma referência sobre o assunto
rural ou você ama, ou você nem trabalha. Eu faço tudo
em todo o estado. Quando iniciou o trabalho com
com prazer e procuro sempre me renovar”, completa.
o programa, existiam somente 6.280 agricultores
cadastrados; em um ano esse número passou para 64
desafios na vida pessoal e profissional, foi a vez de Sócrates
mil cadastros, somente na safra de verão. “É um prazer
surpreender a família e os amigos. A surpresa se chama
trabalhar com o Garantia Safra”, diz Matos.
Lucas Lenine, filho do técnico nascido no início do ano,
Aos 51 anos, depois de ter vencido inúmeros
fruto do casamento com Edna Vieira. Lucas veio trazer
Novos desafios
novo ânimo na vida do técnico, que já é pai de Sócrates
Muito querido entre os colegas da Gerência Regional
Junior (27) e Pâmela Lúcia (26), grávida agora do primeiro
de Irecê, “Socrinha”, como é tratado carinhosamente,
neto do técnico.
afirma que sempre gostou de se lançar em desafios.
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Publicado em outubro de 2011
e Xique-Xique, Sócrates tem se dedicado ao programa
Abílio Maia
Abílio Maia: Pura emoção
A calmaria e o silêncio da biblioteca
foram quebrados pela presença ilustre de um passarinho. A conversa continuou boa e agradável, em meio a imagens de recortes de jornais e fotos que mostram a presença marcante do engenheiro agrônomo, formado pela Universidade Federal da Bahia (Cruz das Almas-1973), Abílio Maia Filho, nas ações desenvolvidas pela Empresa EBDA.
A emoção é uma marca do conquistense,
Abílio, que fala com os olhos e que não tem vergonha de chorar, nem de relembrar os momentos felizes e tristes. “Quer me torturar? Deixe-me sozinho. Adoro pessoas”, enfatiza o técnico.
Fã da beleza e força feminina, Abílio, que é avô de três netas e pai de um casal de filhos, herdou do pai, que
foi tropeiro (homem pertencente a tropas que transportavam mercadorias), o gosto pela culinária, e trouxe da infância a paixão pelo semiárido.
A facilidade em liderar pessoas lhe rendeu, além de cargos de direção, o privilégio de trabalhar com
verdadeiros companheiros de Extensão Rural e a felicidade de vê-los se tornando destaques e referências na Bahia e no Brasil. “O trabalho do extensionista é um verdadeiro sacerdócio”, afirma o emocionante Abílio. Abílio está na EBDA desde a sua fundação, em 1991. Ele entrou na Associação Nordestina de Crédito e Assistência Rural (Ancar-BA), em 1974, que junto com outros órgãos foram incorporados e deram origem à EBDA. Desde lá assumiu
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diversos cargos de liderança como: gerente regional
Bahia, com participação do Tropical Development and
de Irecê (1975-1976), gerente regional de Alagoinhas
Research Intitute – London, Abílio recebeu uma menção
(1976-1980), gerente de Projetos das Regiões de Santa
honrosa (elogio funcional), em 1985, encaminhado à
Maria da Vitória e PEC’ Serra do Ramalho (1980-
EBDA, pela Secretaria da Indústria e Comércio do Estado
1983), gerente dos Projetos PROFIR e SEMIÁRIDO
da Bahia.
(1983-1984), assessor da Diretoria Técnica (1987-1989),
chefe da Assessoria de Comunicação (1989), chefe da
organizou, junto com outros técnicos, todos os eventos do
Divisão de Produção Animal (1992-2002), e chefe do
Módulo da Pecuária, durante a Agrifam, no município de
Departamento de Desenvolvimento da Pecuária (2002-
Irecê, em 2006, fazendo diferença para o sucesso da feira.
2011).
Abílio, por mais de 20 anos, coleciona diversas publicações.
com
alegria,
coordenou
e
Segundo Abílio, a EBDA lhe proporcionou
Como autor ele publicou os trabalhos: Operação de
experiências espetaculares como, por exemplo, a
campo (Emater, Série Métodos de Extensão, 1981) e
recuperação da citricultura em Alagoinhas e ampliação
Alternativa para a pecuária do Semiárido (Bahia Agrícola,
das fronteiras em direção ao Litoral Norte. Muitas ações,
1996). Já como co-autor, ele apresenta as publicações:
coordenadas por Abílio, tiveram e ainda têm grande
Acompanhamento e controle da programação física da
importância para o Estado. Entre muitas se destacam a
Emater-BA (1980), Plano Diretor Emater-BA (1985/1987),
implantação de 11 Unidades Demonstrativas do Projeto
Perfil das atividades do Projeto Semiárido no Estado
CBL (Caatinga-Buffel-Leucena), nas principais regiões
da Bahia (1983), Orientação técnica para enfrentar as
semiáridas do Estado; do Programa de Melhoramento
consequências do “El Niño” na Agropecuária Baiana, e
Genético de Rebanho Bovino da Agricultura Familiar
Tecnologias e práticas agrícolas de convivência com a seca
(2009); e do Plano de Revitalização e Desenvolvimento
(EBDA e Fetag-BA, 1998).
da Pecuária de Corte do Eixo de Desenvolvimento do
São Francisco (2000).
todas essas ações e temas. Muito verdadeiro e atencioso,
conquista a todos com sua dedicação e sempre aparente
Pelo Estudo para implantação de uma
Unidade de Processamento de Papaina, no Estado da
emoção.
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O prazer de trabalhar fez Abílio trilhar por
Publicado em novembro de 2011
Trabalhando
Guarim Ferreira Um profissional consciente do papel do homem do campo na sociedade
Uma pessoa altamente comprometida
com o desenvolvimento social e agrícola. Nascido na cidade de São Gabriel, esse baiano forte do semiárido se formou técnico agrícola há quase 40 anos, em 1972. Hoje, quando perguntam no escritório da EBDA, em Bom Jesus da Lapa, qual o técnico que conhece o Território da Cidadania Velho Chico, em suas peculiaridades, áreas com potencial produtivo e suas histórias com maestria, a resposta é objetiva: Guarim Ferreira da Rocha.
Com 35 anos de dedicação plena ao serviço público e 61 anos de vida, casado, pai de três filhos, Guarim,
como é conhecido na região, começou sua carreira em 22 de janeiro de 1976, quando a atual EBDA ainda se chamava Emater-BA, trabalhando nas cidades de Santa Maria da Vitória (onde conheceu sua amada esposa Vera Lúcia). De lá, em 1978, foi para o escritório da Empresa, em Ribeira do Pombal, e desde 1980 trabalha, com afinco, na Gerência Regional em Bom Jesus da Lapa.
“O meu marido é muito dedicado ao trabalho, sempre responsável e pontual. É um exemplo de pai e
marido. É tão admirado por todos que o nosso segundo filho, Pablo Alves da Rocha, também se formou técnico agrícola, apesar de nunca ter sido induzido pelo pai,” conta emocionada a esposa Vera Lúcia. Além de muito preocupado com a agroecologia e a situação social do homem do campo, envolvendo com isso
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o associativismo e cooperativismo, Guarim viu que
seu colega de EBDA e coordenador do Pacto Federativo
a pedagogia seria uma ótima oportunidade para
no Território Velho Chico, Luis Geraldo Leão Guimarães.
desenvolver sua didática de ensino e multiplicar seu
conhecimento técnico como extensionista rural. Assim
crescendo e, como sempre, Guarim, muito à frente do
que se formou pedagogo, como reconhecimento
seu tempo, ao ouvir falar em trabalhos territoriais, foi o
por seus serviços prestados à sociedade lapense, foi
primeiro a abraçar a causa, adicionando às suas atribuições
convidado a trabalhar como professor de sociologia,
a função de coordenador do Território da Cidadania
filosofia e técnico agrícola numa escola particular de
Velho Chico, promovendo o desenvolvimento econômico
Bom Jesus da Lapa.
e viabilizando universalização dos programas básicos de
cidadania por meio de uma estratégia de desenvolvimento
suas atribuições na EBDA durante o dia, e, após
territorial sustentável.
o expediente, ia lecionar. Com a experiência de
professor pôde ampliar, na EBDA, a difusão dos seus
com sua fala inteligente e simples, a participação da
conhecimentos profissionais, sendo multiplicador na
sociedade local, juntando esforços mútuos e fazendo com
formação de outros técnicos na região.
que as ações entre Governo Federal, estados e municípios
cheguem a quem mais necessita.
“Muito antes de se falar em cuidado com o
meio ambiente, ele já levantava essa bandeira,” afirma
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Sendo um exímio mobilizador social, consegue,
Publicado em novembro de 2011
Com isso, de 1992 a 2009, Guarim cumpria
Durante esses 35 anos de trabalho, a EBDA foi
José Milton
Extensão Rural como missão de vida
“O extensionista é um facilitador do
processo de desenvolvimento das comunidades agrícolas. Além das orientações técnicas sobre cultivos e criações, também tem os lados organizativo e sociocultural, que são o cimento do trabalho da extensão rural”. Com este pensamento, o técnico agrícola da EBDA, José Milton da Silva (53), se dedica, há 28 anos, ao nobre trabalho de Extensão Rural.
A experiência com a agricultura familiar vem das origens. Filho, neto e bisneto de agricultores, José Milton
nasceu na Fazenda Casa Vermelha, área de reserva indígena Kiriri, no município de Ribeira do Pombal. Criado na roça, desde cedo ele e os irmãos ajudavam ao pai nos tratos da lavoura. Na zona rural, ainda criança, via um técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (EmaterBA) conhecido por José Pereira fazer as demonstrações de práticas agrícolas e achava aquilo fascinante. “Pensava comigo: quero fazer isso, também quero ser um técnico agrícola”, revela. Em 1981, formou-se técnico em agropecuária na Escola Média de Agropecuária Regional da Ceplac (EMARC), município de Uruçuca-BA.
Ingressou, em agosto de 1983, na antiga Emater-BA, para trabalhar no Projeto Especial de Colonização (PEC)
de Serra do Ramalho, um convênio entre Emater-BA e Incra para assentar as pessoas que tinham sido desalojadas de suas terras devido à construção da barragem de Sobradinho. Morou por três anos, junto com os colonos do
20
o programa Prosa Sertaneja, que era veiculado pela Rádio
do Rio São Francisco. Lá, viveu com agricultores e
Sisal de Conceição do Coité.
aprendeu a extensão rural na prática; “adquiri as bases, o
“Ajudar a difundir conhecimento é parte do trabalho do
conhecimento e a experiência para ser um extensionista
extensionista e do comunicador. Gosto de socializar a
de fato”, relembra José Milton.
informação, de provocar o intercâmbio de saberes entre agricultor e técnico, entre pessoas de lugares diferentes e
Extensão e Comunicação
de diversas formações” afirma José Milton.
Em 1986, partiu de Serra do Ramalho para
Essa característica, somada à experiência
o município de Antas e, meses depois, foi transferido
adquirida em 28 anos de atuação na elaboração de projetos
para a região de Serrinha, onde permaneceu por 13
e aplicação de metodologias participativas, habilitou José
anos. Nesse período, aproximou-se de outra paixão da
Milton a participar das equipes de formação, onde pode
infância: o rádio. José Milton conta que o rádio foi a
compartilhar os conhecimentos adquiridos com os colegas
sua janela para o mundo. “Sentava, ouvia aos programas
da empresa. De volta à Ribeira do Pombal, desde 2000,
e ficava imaginando aquelas cenas”. Com incentivo da
continua a atuar como extensionista, cumprindo sua
EBDA, ele e os colegas produziram por cerca de um ano
missão de semear conhecimento.
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Publicado em novembro de 2011
projeto, na agrovila localizada à margem esquerda
Arnou da Silva uma vida dedicada à agricultura familiar baiana
Primeira e única. Assim é a EBDA na
vida de Arnou da Silva Dourado. Técnico Agrícola, lotado em Irecê, 52 anos, há 34 trabalha na empresa com paixão, dedicação, respeito e doação - elementos fundamentais que fazem qualquer caminhada profissional ter sucesso. O técnico, que iniciou a carreira aos 19 anos, conta que a extinta Empresa de Pesquisa Agropecuária da Bahia (Epaba) foi o seu primeiro emprego, e que, durante todo esse tempo de trabalho, a melhoria de vida dos agricultores familiares sempre foi a sua força motriz.
Com a fala simples, curta e objetiva, Arnou relembra a trajetória na EBDA, desde quando ingressou, em 4 de
abril de 1978, até os dias atuais no Centro de Formação de Agricultores Familiares de Irecê (Centrefértil), onde exerce a função de Chefe da Seção de Campo. “Entrei na empresa lotado em Utinga, onde fiquei dois anos. Depois voltei para Irecê, minha terra natal”, contou o técnico. Dedicado à pesquisa de campo, essa sempre foi a linha de trabalho que seguiu. “Acho que é através da pesquisa que conseguimos oferecer ao produtor os melhores meios e tecnologias para o desenvolvimento da agricultura e do social”, afirmou Arnou.
Foi através das pesquisas que o técnico se tornou uma referência no estado sobre o cultivo de oleaginosas
para produção de biodiesel, como a mamona e o pinhão-manso. “Quando cheguei a Irecê, a mamona estava em alta. Hoje a gente acha que produz muito, mas eu trabalho para ver essa região produzindo como antigamente”, explicou
22
o técnico. O casamento de Arnou com a EBDA, com
um bom trabalho, a dedicação dele é reconhecida por
dedicação ao estudo da mamona, já rendeu bons filhos
todos”, afirma o chefe do Centrefértil, Raimundo Rocha.
para a agricultura. O técnico, além de contribuir com
“Eu não tomo decisões sem consultá-lo; Arnou é mais que
publicações de trabalhos em eventos científicos, também
um amigo e parceiro, é um irmão legítimo, uma parte da
participou do desenvolvimento de algumas espécies
minha família”, completou Rocha.
de mamona, como a EBDA MPA 34, que está sendo
lançada pela EBDA e oferece uma maior produtividade
Sandra Amim, relembra que, quando conheceu Arnou,
para a agricultura familiar.
não teve oportunidade de aproximar-se, pois devido a sua
Atualmente, o técnico vem se dedicando
competência e responsabilidade todos os pesquisadores
também ao estudo do fruto do Umbu. “Há dois anos
queriam tê-lo em sua equipe. “No primeiro ano que
participei de um curso na Embrapa, onde assisti a uma
trabalhamos juntos, quando ele saiu de férias, despediu-se
palestra de duas horas. Me interessei sobre o tema e
de nós numa sexta, e para nossa surpresa quando fomos
comecei a aprofundar minhas pesquisas”, ressaltou o
à área onde estavam os experimentos, na segunda, quem
técnico. Somente entre os anos de 2009 e 2011, Arnou já
estava lá? Arnou, que passou o mês todo visitando as
ministrou cerca de 50 cursos sobre o aproveitamento do
pesquisas que conduzia”, afirmou Amim.
fruto do Umbu, beneficiando mais de 700 agricultores
e técnicos. “O umbu é fruto abundante no sertão, não
filhos, Débora e Diego. Na vida pessoal, o técnico toca
precisa de muita água e é totalmente agroecológico”,
projetos de agroecologia em sua roça, e passa o tempo livre
disse o técnico.
com as netas. “Meu trabalho sempre será para ver minha
Para os colegas de trabalho, Arnou é um
região crescer e prosperar. Os agricultores são o sentido do
exemplo de profissional honesto e que veste a camisa
meu ofício; é por causa deles que a gente tem ânimo para
da empresa. “Ele não mede esforços para desempenhar
sempre fazer um trabalho melhor”, conclui o técnico.
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Casado, avô de duas netas, Arnou teve dois
Publicado em dezembro de 2011
A chefe da seção de economato do Centrefértil,
Rita de Cássia A determinação e garra de Rita de Cássia
Ela acorda religiosamente às 4h da
manhã, toma banho, faz o café, e prepara o almoço. Corre para o ponto de ônibus - ainda está escuro, mas ela não se importa -, supera tudo, tem que trabalhar, pois não pode perder esta oportunidade. Aliás, é a chance de trabalhar em uma grande empresa, de ser reconhecida e ter sua liberdade financeira.
Pega a condução às 5h10 da manhã, e
o sol ainda não apareceu. O cobrador é seu amigo e eles conversam durante toda a viagem, que dura 40 minutos entre o bairro de Castelo Branco, onde mora, e Itapuã. Eles riem e se divertem com as situações da vida. Chega na Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A (EBDA), local onde trabalha, às 5h50, anda mais uns 500 metros até o Centro de Treinamento da empresa, e vai direto para a copa.
O sorriso e a alegria tomam conta de Rita de Cássia Carvalho dos Santos quando entra na EBDA. Sua
função: manter as instalações da empresa em perfeito estado de limpeza e conservação. Isso ela faz, e faz muito bem. Rita trabalha sorridente, alegre e contagiante. Começa pela limpeza da área externa e depois parte para as salas de reuniões, vidraças, mesas, e computadores. Entra e sai de cada sala falando alegremente com os funcionários. Não tem quem não receba seu “bom-dia” alegre e não se contagie com o seu entusiasmo. Rita é proativa. Mesmo com todas as suas atribuições, arruma tempo para fazer o café mais famoso da EBDA. Não
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enquanto o domingo é reservado para ir à Igreja. Ela crê
as pessoas gostam do seu cafezinho e prepara com
que precisa de Deus na sua caminhada para vencer na
carinho. “O segredo do meu café é fazer de bom grado,
vida, por isso frequenta a Igreja Assembléia de Deus, onde
com amor. Não faço por obrigação, mas, sim, para ver
se sente bem.
as pessoas mais satisfeitas no ambiente de trabalho. Isso
não toma quase nada do meu tempo,” diz Rita, que
colaboradores da EBDA, através de uma empresa
chega a fazer 20 garrafas de café, por dia.
terceirizada, e tem papel fundamental na manutenção
Ao final do experiente, corre novamente para
e ordem da Empresa. Como ela mesma afirma, é
o ponto de ônibus, pois precisa pegar a condução para
uma vencedora, não por ter dinheiro, casa, roupa ou
ir para a escola. Está lutando para mudar os rumos
jóias, mas sim, por ter superado todas as dificuldades
da própria vida, cursando o 2º ano do ensino médio,
impostas pela vida.
esperando concluir o 2º grau, em 2012. Sabe que a
educação é importante e quer dar exemplo para o seu
mas sabemos, com certeza, que a sua permanência na
único filho, Ubiraci, de 22 anos.
EBDA é um exemplo a ser seguido de determinação, boa
vontade, solidariedade, simpatia e o mais importante, de
Nos finais de semana, Rita se distrai indo
Rita de Cássia faz parte do quadro de
Não sabemos até quando teremos Rita conosco,
amor ao próximo.
à casa dos irmãos e visitando os amigos, aos sábados,
25
Publicado em dezembro de 2011
é sua esta obrigação, mas, faz com prazer. Ela sabe que
Rogério Figueredo fazer o bem é uma filosofia de vida
É impossível conviver com Rogério
Figueiredo de Oliveira (49), e ficar indiferente. Bacharel em contabilidade, funcionário da EBDA desde 1982, de sorriso largo, com muita simpatia, garra e disposição, é o tipo de gente que encanta e com quem se passa horas conversando. Casado com Maria Isabel Lopes de Oliveira, há 20 anos, é pai de 16 filhos, sendo que apenas dois são biológicos. Um exemplo de solidariedade, boa vontade, desprendimento e, sobretudo, amor.
Talvez a experiência de criar tantas crianças, tenha contribuído para que Rogério ampliasse a sua sensibilidade
para com o seu semelhante e também para com a natureza. Tanto que, há três anos, após apresentar um projeto de estande para a Gerência Regional de Feira de Santana, tornou-se peça fundamental na engrenagem da participação da EBDA em eventos como a Fenagro e a ExpoFeira. Hoje, quando se fala em montar espaços com mais interatividade e que se aproxime do gosto do público, Rogério é logo convidado a discutir as inovações para cada feira ou exposição. Mas, nem por isso ele quer para si os louros, e a todo o momento lembra colegas e amigos que caminham ao seu lado, e fazem parte da sua história.
Homem com muita humildade, apaixonado pela vida no campo, que mantém os pés no chão e, algumas
vezes, literalmente, na estrada, construindo sua história. Há quase 30 anos ingressou na EBDA como auxiliar de
26
Santana, onde permanece até hoje.
técnico administrativo, em Cruz das Almas, em 1990
foi convocado a ser subgerente, em Itabuna; em 1994,
porque constrói a EBDA com o coração e sabe que
exerceu o mesmo cargo em Feira de Santana, até 2006,
nunca é tarde para mudar de atitude, para se interessar,
quando retornou para Santo Estêvão.
verdadeiramente, pelo seu semelhante.
Rogério Figueiredo de Oliveira é Gente Nossa
Mas as promoções não pararam de chegar.
Em 2007, foi convidado, pela diretoria da Empresa,
para atuar como assessor, junto ao Departamento de Orçamento Financeiro (DOF), e, em 2008, assumiu a
parte orçamentária e financeira da Gerência de Feira de
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Fazer o bem não é um dom; é um exercício, uma atitude. Rogério é um homem de bem, é um homem de atitude.
Publicado em dezembro de 2011
escritório, em Santo Estêvão. Em 1984, passou a
Edméia Correia Neves
Profissional de valor inestimável
Era o dia 1° de setembro de 1975. No
mês em que inicia a primavera, chegou para seu primeiro dia de trabalho, no primeiro emprego da sua vida, Edméia Correia Neves. “Lembro-me como se fosse hoje! Eu chegando e me apresentando, com uma cartinha na mão e cheia de energia”, recordou a assistente administrativa, lotada na Gerência Regional de Ribeira de Pombal.
Natural de Cícero Dantas, Edméia (65)
chegou à Ribeira do Pombal muito jovem, para completar os estudos em magistério. Prestou concurso público e foi aprovada para trabalhar na Empresa de Crédito e Extensão Rural da Bahia (Emcerba), que depois se transformou na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Ematerba) e, finalmente, EBDA. Durante seus 36 anos no serviço público, testemunhou todas essas mudanças, sempre como funcionária exemplar.
“Gosto do trabalho, das pessoas que conheço aqui, e nem vejo o tempo passar”, assegura Edméia, através do
sorriso franco e cativante que possui. Foi na EBDA que amadureceu em sua carreira. “Tudo que sei, aprendi aqui, e pretendo continuar trabalhando ainda por muito tempo, enquanto Deus permitir”, garante Ediméia.
É difícil encontrar alguém da EBDA que já tenha passado pela região de Ribeira do Pombal e não conheça
Méia, como é chamada carinhosamente pelos colegas. “Quando cheguei para trabalhar na região, em 1981, foi Edméia que me recebeu, com muita alegria. No período em que fui gerente da Regional, entre 87 e 89, ela era meus braços e
28
“Sempre estive nessa posição de elo, entre o gerente
que atualmente é chefe da Estação Experimental de
regional, os funcionários e o público externo. É preciso
Nova Soure.
atenção, paciência e jogo de cintura para lidar com as
situações do dia a dia”, conta Edméia.
Seu trabalho requer muita responsabilidade
e organização; por Edméia passam os documentos
dos 10 Escritórios Locais, 3 Postos Avançados e da
as pessoas, aliás, é destacada como uma das principais
Estação Experimental, presentes nos 15 municípios
qualidades da assistente administrativa. Todos os
compreendidos pela atuação da Gerência de Ribeira
funcionários, dos mais antigos aos novatos, reconhecem
do Pombal, além das subgerências de Pesquisa e de
a importância e competência desta profissional. Por esse
Extensão e do Centro de Treinamento, que funcionam
motivo, recebeu da Gerência Regional a justa homenagem
na própria gerência. Também é Méia que atende aos
de Funcionária do Ano, em 2011, e a EBDA tem orgulho
telefones e resolve muitos problemas administrativos.
em dizer que Méia é “Gente Nossa”.
29
É relevante sua capacidade em se relacionar com
Publicado em janeiro de 2012
minhas mãos”, afirmou o agrônomo Antônio Mendes,
Humberto Carvalho
Dedicação e conhecimento a serviço da agricultura
A dedicação à assistência técnica e a
pesquisa já renderam a Humberto Carvalho muitas homenagens. Carvalho é natural do município de Urandi, no sudoeste da Bahia, mas, foi adotado por Boninal, ganhando o título de cidadão da cidade, devido a pedido dos agricultores familiares do local. O trabalho desenvolvido com afinco à cultura do alho rendeu ao profissional alguns prêmios da Embrapa. A ação foi divulgada em jornais como Estado de São Paulo, A Tarde e Diário Oficial.
Humberto é um dos técnicos da EBDA que inspira os colegas através do que faz. “Eu admiro todo o trabalho
deste colega que só trouxe resultados positivos para nossa região. Espero, com o tempo, conquistar o mesmo prestígio”, afirma o engenheiro agrônomo da EBDA de Boninal, Janderson Almeida. “Um dos melhores conhecedores da cultura do alho do Nordeste, merece nossa credibilidade por fazer um excelente trabalho, em parceria conosco”, destaca Francisco Vilela, pesquisador da Embrapa.
Mesmo com todo reconhecimento Humberto não se acomodou. Em março deste ano, ele inicia o curso
superior de gestão ambiental, na Unopar de Seabra. “Acredito que para dar maior credibilidade as minhas ações, é preciso que eu tenha uma graduação. Desta forma posso melhorar meu desempenho profissional e, possivelmente, terei mais espaço na minha atuação”, declarou.
30
Um exemplo de profissional para os colegas, Humberto
– Hortaliças), período em que começou a se especializar na
é casado, pai de três filhos e avô de um neto. Após
cultura do alho.
concluir o Curso Técnico em Agropecuária, pelo
Instituto de Educação Anísio Teixeira, em Caetité, em
com o alho vernalizado (processo pela qual a semente do
1978, foi trabalhar em uma empresa de reflorestamento,
alho passa em uma câmara fria, a uma temperatura 3°C a
em Minas Gerais. Em 1982, foi aprovado no concurso
4°C, durante 50 dias, com o objetivo de encurtar seu ciclo)
da então Empresa de Assistência Técnica e Extensão
e livre de vírus, elevando a produção e produtividade da
Rural da Bahia (Emater-BA), que deu origem a EBDA.
cultura, além de colaborar com o aumento de produção e
competitividade da hortaliça.
município de Boninal, onde iniciou o trabalho com
Hoje, com 29 anos de EBDA, Humberto é Gente Nossa
o cultivo de alho, pimentão e do tomate. Por todo
e faria tudo de novo. “É muito gratificante olhar para
este conhecimento sobre estas produções, o técnico
trás e ver o quanto eu colaborei para o desenvolvimento
recebeu um convite para trabalhar em parceria com a
sustentável, da minha região e do Estado” analisa.
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa
31
Publicado em janeiro de 2012
No ano seguinte, foi transferido para o
Neste período, Carvalho inovou os trabalhos
Maria Joana da Silva
“aprendi minha função na raça, e hoje adoro o que faço”
Defensora do serviço público, Maria
Joana da Silva, 61 anos, nome de santa e guerreira, reconhece que alguns de seus colegas a chamam de “Cri Cri e Operação Pente Fino”, mas nenhum deles tem do que reclamar de sua atuação como funcionária e colega na EBDA. Justa e trabalhadora, essa baiana de fibra nasceu na cidade de Macaúbas, e aos 6 anos de idade foi morar no povoado de Porto Novo, município de Santana, onde cursou o primário.
Foi morar em Bom Jesus da Lapa, em 1966, onde cursou o ensino fundamental e médio, no Colégio São
Vicente de Paulo, e, em 03 de janeiro de 1978, foi efetivada como auxiliar de escritório, atuando na cidade de Santa Maria da Vitória, na então Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Emater-BA). De lá para cá, atuou como escriturária, até 1982, na Gerência Regional, e em 83, ainda em Santa Maria da Vitória, tornou-se auxiliar de administração. “Não imaginava que iria trabalhar no setor financeiro da empresa; aprendi a função na base do esforço e, agora, adoro o que faço,” conta Maria Joana.
A partir de 87, pediu transferência para trabalhar na mesma função, em Bom Jesus da Lapa. Em 09 de
janeiro de 1990 foi para Oliveira dos Brejinhos, retornando para a “capital baiana da fé”, em 94. Sempre disposta, Maria Joana aceitou mais um teste em sua vida profissional, e em 2000, foi trabalhar em Paratinga, até retornar para
32
“Sou muito grata aos meus colegas de trabalho,
da dedicação e afinco com que trabalha. Entre muitas
principalmente a Maria do Carmo Vilas Boas Mendes,
mudanças na vida, Maria Joana casou, teve três filhos: Yuri
Maria José, Jaciara e tantos outros que me orientam e
(37), hoje pedagogo, Ivna Herbênia (32), administradora, e
confiam no meu trabalho. Muita gente contribuiu para
o caçula, Ielson José (29), que estuda engenharia ambiental
a formação da profissional que sou. A Ailton Gomes
e sanitária, em Salvador.
Evangelistas (in memorian), meu muito obrigada!”,
conta emocionada Maria Joana.
buscou realizar um sonho antigo: aproveitou a implantação
Ela colaborou com os colegas da sede, auxiliando na
de um Núcleo Universitário, em Bom Jesus da Lapa, e
análise de prestação de contas, de outras gerências,
cursou Filosofia, formando-se em 2007.
entre os anos de 1985 a 2008. “Isto sempre ocorria no
“Maria Joana é a pessoa que mais veste a camisa da EBDA,
final de ano, para encerramento do exercício, o que me
na região, coerente e com sua postura ética e profissional
proporcionou um grande aprendizado”, disse Joana.
invejáveis; ela conhece a realidade da empresa, é corajosa,
Também já assumiu, por diversas vezes, a subgerência
fala a verdade, doa a quem doer, e se preocupa com os
da EBDA de Bom Jesus da Lapa, quando os titulares
colegas como uma mãe”, conta a gerente regional, Ivani
encontravam-se em gozo de férias.
Pereira Santos.
33
Seu reconhecimento entre os colegas vem
Hoje, divorciada, e estabilizada no emprego, ela
Publicado em janeiro de 2012
Bom Jesus da Lapa, em 2008, onde está até hoje.
Nelson Fernandes Moura
Um profissional grandioso, ético, e fiel ao trabalho
É assim que os colegas da Gerência
Regional de Itabuna definem o técnico em agropecuária, Nelson Fernandes Moura (57), um modelo de extensionista a ser seguido pelos jovens que ingressam na empresa. E acrescentam: “ele é humano, solidário e, acima de tudo, amigo”. O comprometimento de quase 32 anos com o trabalho faz desse cidadão mais um “Gente Nossa”.
A história traçada por esse extensionista
tem razão de ser. Durante toda a sua infância e parte da adolescência, ele morou na roça, no município de Igaporã, no sudoeste da Bahia, onde ajudava o pai na lida, e com isso adquiriu uma percepção sobre as questões relacionadas ao homem do campo, à produção rural e à natureza. Essa experiência norteou toda a sua vida. Primeiro, na opção pelo curso técnico em agropecuária, prestado no Instituto de Educação Anísio Teixeira (IAT), no município de Caetité.
Na profissão, sua primeira experiência foi em uma agência financeira da região, quando, por indicação
da diretora da Escola, assumiu a Carteira Agrícola. Em 1980, ingressou na extinta Emater-Ba, como extensionista rural, através de concurso público. Designado para trabalhar no município de Conceição do Almeida, logo no início pôde demonstrar a sua principal característica de trabalho: a ousadia em inovar para melhorar as condições sócioeconômicas dos agricultores assistidos.
34
“Fizemos um trabalho de arrepiar em 32
Em Ibicaraí, uma história de extensão rural
comunidades, em Conceição do Almeida. Todas foram
emociona Nelson. “Devolvemos a dignidade a uma família
cuidadosamente diagnosticadas, após um levantamento
que havia abandonado a roça para tentar vida melhor na
fantástico que desenvolvemos”, conta o entusiasmado
cidade, sem sucesso. Fizemos uma horta, com uma grande
Nelson, com a humildade de quem sempre conjuga
variedade de legumes, e mostramos que era possível extrair
o verbo na primeira pessoa do plural. Ele lembra
renda daquele local. Em pouco tempo é dedicada ao
que, mesmo antes de o governo criar programas para
campo; a vida daquela família mudou”, diz Nelson.
construção de casas populares na zona rural, apresentou
Surgiu, então, a oportunidade de nova transferência,
projetos ao banco, para financiar moradia. “As casinhas
desta vez, para a Gerência de Itabuna, onde ainda é
foram construídas, com banheiro dentro de casa, e com
lotado. É difícil encontrá-lo, pois a maior parte do tempo
saneamento. Era uma felicidade ver aquele povo todo
está no campo, trabalhando com pecuária de leite, em
satisfeito”, diz Nelson.
45 propriedades de agricultores familiares. A confiança
Com uma impressionante memória para
adquirida por Moura junto aos agricultores familiares
datas, Nelson relata que em 1996 apoiou a abertura
é o sonho de todo extensionista. “Aqui, quem comanda
do Escritório Local de Camamu, na época, ligado à
a gente é Nelson”, diz o agricultor José Pereira de Souza,
Gerência de Cruz das Almas. “Viajava com frequência
demonstrando a tranquilidade e segurança em aplicar os
a Camamu, para auxiliar a chefe, Ana Cristina, na
ensinamentos do técnico e amigo, que conseguiu dobrar a
elaboração de projetos e outros serviços”, relembra.
produção de leite da sua propriedade.
Em 1997, o estudo do filho Karlyle, em Caetité, fez o
técnico optar pela transferência para o Escritório de
que a empresa me permitiu desenvolver, eu tenho a plena
Ibicaraí, ligado à Gerência Regional de Itabuna. “Ele
convicção que conseguimos ajudar muita gente. E ainda
não aguentava mais ficar longe da família. Então resolvi
vou fazer muito mais”, concluiu Nelson que, ainda este
mudar para Ibicaraí, porque ficava próximo dele”, conta
ano, completa 35 anos de contribuição previdenciária,
Nelson, pai também de Gissele (34) e Chiara (31), e avô
porém longe de parar suas atividades.
de Tauã (16).
35
“Quando eu olho para trás e vejo todo o trabalho
Publicado em janeiro de 2012
José Lins Maciel
Um paraibano que adotou a pesquisa agrícola baiana como sentido de vida profissional
No ano de 1985, após concluir o curso
de Engenharia Agrícola, o paraibano de Cajazeiras, José Linz Maciel, decidiu prestar concurso para a vaga de pesquisador que era oferecida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária da Bahia (Epaba), atual Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA). Os trabalhos eram realizados no, até então desconhecido município de Sobradinho. O jovem, recém-formado, foi aprovado no teste e mudou-se, imediatamente, para a Bahia, e começou a atuar em pesquisa na área de fruticultura, adotando o trabalho no seu coração, e a “Boa Terra”, como sua casa.
Hoje, aos 58 anos de idade, casado com Elane Maria e pai de Camila Tássia e Carina Helena, Maciel lembra
o início de sua carreira como pesquisador. “A unidade de pesquisa de Sobradinho estava sendo implantada, então pensei! Eis aí uma excelente oportunidade para o meu crescimento profissional; não hesitei, vim para a Bahia cheio de sonhos e muita energia”, lembra. A aposta do pesquisador deu certo: “agradeço a Deus, todos os dias, por trabalhar fazendo o que mais gosto, que é com pesquisa na agricultura; sou muito feliz e se tivesse que escolher, faria tudo de novo”, lembra o pesquisador, emocionado.
Conhecido pelos colegas da EBDA como um grande apreciador dos livros e um verdadeiro disseminador de
conhecimentos, Zé Lins jamais deixou de estar antenado com as novidades técnicas que surgiam sobre a agricultura
36
para o mundo rural; não sei o que eu seria se não fosse um
mestrado e doutorado em Irrigação e Drenagem,
homem voltado para o campo. Quanto à EBDA, sempre
realizados nas Universidades Federais do Ceará (UFC),
esteve comigo nesse momento ímpar da minha vida”.
e da Paraíba (UFPB), respectivamente.
Sempre inovando em suas pesquisas, o que o torna uma
Da Epaba, até os dias atuais, já se passaram
pessoa diferenciada, José Linz está atualmente empenhado
26 anos, todos destinados à pesquisa agrícola, e Zé
em produzir variedades de café, em pleno semiárido
Linz reconhece ter adquirido, nesse período, vastas
baiano. De início, foi muito questionado, já que o clima
experiências teóricas e práticas. “Aprendi muito com os
mais adequado para a cultura do café nada se assemelha
trabalhos de campo da EBDA; aqui também conquistei
com a realidade da região. Porém, em suas pesquisas, ele
bons amigos; tenho a empresa como uma extensão da
vem provando que isto é possível, sim.
minha casa”, comentou Linz.
O pesquisador realiza, atualmente, na estação
variedades dos tipos Arábica e Conilon. Essa última, em
Experimental da EBDA em Pilar, pesquisas com as
altitudes de 400 metros acima do nível do mar, e com um
culturas do café, banana e cacau. Já na Unidade de
bom sistema de irrigação, já é possível produzir mudas. Já a
Pesquisa de Juazeiro, os trabalhos são com pinha,
variedade Arábica, só a partir de 600 metros acima do nível
atemóia, melão e cebola, utilizando a irrigação como
do mar, é possível o mesmo resultado. Tudo isso ainda
tecnologia primordial.
está em fase de experimentos, mas, são essas descobertas,
através de testes de campo, que tornam a pesquisa, para
“Sinto-me bem quando chego à EBDA, todas
“Os trabalhos estão sendo realizados com
as manhãs, revejo os amigos de trabalho, que conquistei
mim, tão apaixonante”, exemplificou Linz.
durante todo esse tempo; mas, o que me realiza mesmo,
e me deixa extremamente feliz, é estar no campo, junto
total dedicação e empenho, a EBDA tem o prazer em
com as plantas”, explica Zé Lins, concluindo: “nasci
ratificar que Zé Linz é “Gente Nossa”.
37
Por tamanhos serviços prestados, realizados com
Publicado em fevereiro de 2012
irrigada. Prova disso foi a conclusão nos cursos de
José Teófilo Brito das Neves “Escudeiro valente” em defesa do guaraná da Bahia
Atender,
defender
e
apoiar
os
agricultores familiares. Esta é a pauta de trabalho de Gerval Teófilo Brito das Neves, técnico agrícola e extensionista da EBDA, que há 29 anos dedica sua vida ao progresso e desenvolvimento da agricultura familiar e, em particular, do guaraná, no estado da Bahia.
Nascido no município de Amélia
Rodrigues, casado com Maria José Pereira Nascimento e pai de Maeva (16) e Gerval Júnior (07), este profissional tem por sua família verdadeiro amor e zelo. Há 14 anos, Téofilo abraçou o município de Taperoá, no Território de Cidadania Baixo Sul do Estado, como sua segunda casa, cultivando ali amigos e parceiros no seu dia-a-dia.
Gerval possui um currículo invejável. Formou-se Técnico em Agropecuária, na Escola Agrotécnica Federal
de Catu, em 1983, tornou-se bacharel em Pedagogia Empresarial, pela Universidade Estadual da Bahia (UNEB), e possui especialização em Metodologia do Ensino Superior.
Sempre pronto a ajudar, é bravo lutador das causas do guaraná, na Bahia, comprometido com a cultura
em Taperoá, e atualmente é membro da Câmara Setorial do Guaraná da Bahia, onde luta para o desenvolvimento e expansão da cultura. Conhecido por ter uma personalidade calma e serena, e ser um profissional eficiente em suas atividades, Gerval conquistou, ao longo dos anos, o coração dos pescadores artesanais, comunidades quilombolas
38
guaraná do Brasil, Taperoá possui 1.700 hectares de
Depoimentos espontâneos surgem para falar deste
área plantada, produção anual de, aproximadamente,
profissional, a exemplo de sua equipe técnica, que diz: “o
800 toneladas, e produtividade de 430 kg de grãos,
sentimento que nós temos por este líder é de profunda
por hectare. Esses números são fruto de um trabalho
admiração e respeito. Gerval é nosso companheiro de
permanente da equipe de Assistência Técnica e Extensão
lutas, sensível as nossas causas, e responsável por nosso
Rural (Ater), liderada por Gerval Teófilo.
crescimento profissional e pessoal”, declarou a equipe
técnica da Casa da Agricultura Familiar de Taperoá.
produzido em sua região, Gerval também é responsável
“Conferir uma homenagem a essa pessoa,
por trabalhos de pesquisa, que buscam obter os resultados
que é excelente filho, marido, pai, amigo, colega e
dos teores de umidade e de cafeína do guaraná produzido
profissional, é reconhecer em Gerval valores que só
pelos agricultores familiares de Taperoá, assistidos pela
são encontrados em pessoas de espírito elevado, que
EBDA.
vive a vida a ajudar os que mais precisam,” comentou
o agricultor familiar Norival Vieira da Silva, assistido
vontade e dedicação profissional que fazem deste forte
pelo técnico, em Taperoá.
escudeiro do guaraná da Bahia mais um Gente Nossa, na
EBDA.
Conhecido como o maior produtor de
39
Preocupado com a qualidade do guaraná
É essa fibra, caráter sólido, humildade, boa
Publicado em fevereiro de 2012
e agricultores familiares da região.
Nágila Maria Leite Caldas Pereira Uma história real de dedicação e amor à extensão rural
A sabedoria de mulheres como Nágila
Maria Leite Caldas Pereira não está apenas ligada ao conhecimento, mas também em sentir que sua fonte de inspiração e trabalho são as mulheres rurais, que lutam pelo sustento de suas família. Com a cabeça sempre fervilhando com ideias, busca levar à mulher do campo informações com o propósito incessante de resgatar a sua dignidade e cidadania.
Como articuladora estadual da Rede
Temática de Assistência Técnica e Extensão Rural para Mulheres Rurais, há cinco anos atua na Assessoria de Assuntos Estratégicos (AAE), na sede da EBDA, em Salvador, com o objetivo de inserir, nas ações da empresa, atividades voltadas para o desenvolvimento das agricultoras familiares baianas.
Nascida em Vassouras e criada em Paraíba do Sul, cidades do interior do Rio de Janeiro, sua história
mostra que novas experiências não lhe provocam medo. Com respeito e ponderação, ela busca conquistar o seu sucesso pessoal e profissional. Sempre disposta a ajudar também não se intimida em pedir ajuda, quando preciso. Com estes princípios, ingressou no curso de Economia Doméstica, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais. No dia 27 de julho de 1983, três dias após a sua formatura, Nágila chegou à Bahia, onde assumiu a vaga de economista doméstica, na então Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado da Bahia
40
(Emater-BA), atual EBDA, conquistada em processo
com quem teve duas filhas, Tamara (22) e Manuela
seletivo, realizado na própria universidade.
(19), atualmente estudantes de direito e de medicina,
Designada para trabalhar no Escritório
respectivamente. Segundo elas, Nágila é uma incansável
Local de Heliópolis, localizado na região de Ribeira
batalhadora pela vida e pelos seus sonhos, além de
do Pombal, no semiárido baiano, Nágila diz que este
exemplo de mulher, pois sempre soube conciliar sua vida
foi um dos melhores períodos da sua vida, quando
familiar com a profissional.
viveu em contato direto com as famílias rurais, mas,
também, onde conheceu o seu marido.
especialização em Gestão de Pessoa. No ano seguinte foi
Durante quatro anos, nas tantas idas e vindas
transferida para Salvador, servindo ao Departamento
para Heliópolis, sempre que passava por Alagoinhas
de Orçamento e Finanças (DOF), e, posteriormente,
desejava, intensamente, trabalhar nessa localidade,
lotada na AAE, onde, além de operar com as mulheres
sonho este, concretizado, onde viveu durante 19 anos.
rurais, realiza e acompanha a execução de projetos para as
Aí, atuou como assessora da Gerência e depois tornou-
Chamadas Públicas, como parte das atividades no Plano
se subgerente de Administração e Finanças. Após 10
Brasil sem Miséria, do Governo Federal.
anos na subgerência, voltou a exercer atividades como
Trabalhar junto ao homem do campo só aumentou a
técnica em desenvolvimento rural, ocupando também
paixão dessa extensionista pelas ações de fortalecimento
a instrutoria em associativismo e cooperativismo, no
da agricultura familiar e, em particular, da mulher rural,
Centro de Formação de Agricultores Familiares de
suas lutas e ideais.
Aramari (Centreleite), no próprio município.
Alagoinhas também foi palco de suas maiores
a temática trabalhada por Nágila em apoio às mulheres,
realizações pessoais. Em 1986, de tão apaixonada pela
e que também se aplica a ela, Gente Nossa, que faz a
extensão rural, casou-se com o engenheiro agrônomo
diferença na EBDA.
e extensionista, também da EBDA, Nilton Caldas,
41
“Fazer diferente – Uma questão de gênero” é
Publicado em fevereiro de 2012
Em 2005, ainda em Alagoinhas, concluiu uma
Edilza Reis marcante na luta pela cidadania no campo
Desde a juventude, sempre interessada
pelos ideais socialistas, a engenheira agrônoma Edilza dos Reis Silva tornou-se uma militante das transformações sociais e, em especial, na busca pelas conquistas femininas. Exemplo de mulher que ganhou força dentro e fora do lar passou a ser a chefe de família, conquistou o mercado de trabalho, atuando há mais de 30 anos ao lado do agricultor familiar. Nos últimos cinco anos, Edilza Reis é a gestora da Gerência Regional da EBDA, em Feira de Santana.
Em 1981, formou-se na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), e, após dois meses,
ingressou, aos 22 anos, através de um processo seletivo, na Ematerba, atual EBDA. Desde então, sua luta é em prol dos agricultores familiares, associações e sindicatos rurais, em busca do desenvolvimento e fortalecimento do setor agrícola.
Nascida em 1958, viveu por 18 anos na região sudoeste da Bahia. Em três deles, trabalhou no Escritório
Local de Anagé. Em seguida, foi transferida para a Gerência Regional de Vitória da Conquista, onde atuou durante 15 anos. Só em 1998, o destino de Edilza a levou para Feira de Santana, quando, por nove anos, assumiu, na EBDA, a responsabilidade técnica do Laboratório Oficial de Análise de Sementes. Foi também em 98 que decidiu retomar aos estudos e concluiu o mestrado em Ciências Agrárias, na UFRB, e, em 2006, se especializou em Gestão
42
através da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater),
(FTC), de Feira.
contínua, é possível mudar a realidade rural brasileira.
No decorrer deste tempo, também foi
Sempre otimista, ela vem transformando as ações da
instrutora nas áreas de agroecologia, mecanização
região e dando visibilidade à empresa com uma gestão
agrícola e em questões relacionadas ao meio ambiente.
eficiente e inovadora, sempre disposta a assumir novos
Também colaborou com o Projeto de Horticultura
compromissos.
Irrigada da Bacia Sedimentada de Tucano, capacitando
os agricultores envolvidos.
e dois netos, e é uma mulher que não tem medo de
Em meio a tantos profissionais do sexo
desafios e reconhece que tudo que construiu foi através
masculino, entre eles, engenheiros agrônomos,
da sua dedicação à EBDA. Essa agrônoma encara as suas
veterinários e técnicos agrícolas, o seu perfil de
atividades - mãe, avó, dona de casa, profissional e atuante
liderança e independência, somado à sua energia,
política -, sem esquecer a vaidade. Contemporânea e
levou-a a se tornar a segunda mulher a ocupar o cargo
inteligente é uma formadora de opinião, líder, e, ainda
de gerente Regional, dentro da EBDA. Segundo Edilza,
assim, não deixa de ser vaidosa. Muitas vezes, sensível,
este momento foi marcante na sua vida profissional.
é acima de tudo uma guerreira que sabe o que quer, por
As qualidades técnicas da gerente se somam a sua
isso, é Gente Nossa na EBDA.
doação à empresa e às suas funções. Ela acredita que,
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A mais velha de quatro irmãos, tem dois filhos
Publicado em março de 2012
Ambiental, pela Faculdade de Tecnologia e Ciências
José Júlio Souza Castro Técnico da EBDA é admirado por ser agraciado com dois títulos de cidadão
Querido por todos os colegas e,
principalmente, pelo seu público, os agricultores familiares, o técnico agrícola José Júlio Souza Castro nasceu no distrito de Duas Serras, município de Antas, no nordeste baiano. O filho dos agricultores Júlio Oliveira Castro e Valdete Souza Castro tem uma história que enche de orgulho os seus colegas. “O modo que ele trata os colegas e os agricultores é incrível. A gente não encontra um homem digno, como ele, em qualquer local de trabalho”, declarou o técnico agrícola da EBDA, Jason Calisto.
Júlio da EBDA, como é conhecido por todos, se formou na Escola Agrotécnica de Ribeira do Pombal,
em 1982, ano em que seu primeiro filho nasceu. Logo ele prestou concurso para a antiga Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Ematerba), e foi convocado para trabalhar em 1985. Encantado com as peculiaridades da Chapada Diamantina, ele escolheu como sua primeira lotação o município de Boninal. Nos quatro anos que trabalhou, em Boninal, foi o suficiente para galgar um grande amadurecimento na esfera agrícola. Júlio colocou em prática o que já possuía na teoria, o que levou a elaborar uma série de projetos agropecuários em toda extensão do município, com o associativismo. Um dos projetos mais visado foi a 1ª Festa do Alho.
44
Em 1989, foi transferido para Seabra, cidade onde
Por realizar tantas façanhas no meio rural, através de
conquistou uma maior integração com os agricultores
incentivos e orientações aos agricultores familiares de
familiares, através do desenvolvimento de projetos,
Palmeiras, Júlio recebeu seu segundo título de cidadão.
participando ativamente do cotidiano destes. E foi
Desta vez, os agricultores conseguiram 395 assinaturas
lá que ele implantou o Projeto Minhocário Prata,
para que fosse aprovado o título de cidadão palmeirense
na comunidade da Prata, onde também prestou
ao nosso querido técnico.
assistência para o cultivo da agricultura orgânica.
Em outras comunidades, Júlio incentivou
lotado em Palmeiras, mas, também, presta serviço ao
o associativismo e a implantação de campos das
município de Souto Soares, através de um convênio
culturas do tomate e do mamão. Por estes motivos,
de cooperação técnica com a prefeitura, solicitado pelo
os agricultores familiares do município fizeram um
atual prefeito, Amarildo Neves. Neste município Júlio
abaixo-assinado, com 985 assinaturas, e enviado para a
continua desenvolvendo seus trabalhos, focando no
Câmara Municipal de Seabra, para que o técnico fosse
associativismo, na emissão da Declaração de Aptidão ao
agraciado com o título de cidadão seabrense, em 1997.
Pronaf (DAP) e na elaboração de projetos do Programa
Pelo reconhecimento dos serviços prestados em
Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf), do Programa
Seabra, solicitado pelo antigo prefeito de Palmeiras,
de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional
Carlos Lopes, Júlio foi transferido para sua terceira
de Alimentação Escola (Pnae), gerando emprego e renda
cidade, através de um convênio de cooperação técnica
para os agricultores do município.
entre a EBDA e a prefeitura, em 2001.
De acordo com o Secretário de Agricultura de Souto
Em Palmeiras, Júlio desenvolveu projetos e
Soares, Apolonio Gaspar, Júlio tem grande chance de
trabalhou em prol dos agricultores familiares. Foram
receber seu terceiro título de cidadão. “Nunca existiu um
criadas várias Associações de Desenvolvimento
técnico tão dedicado como Júlio. Ele tem uma afinidade
Comunitário, sem deixar de prestar assistências às
muito grande com os agricultores familiares, daqui, além
associações existentes. Foi nesta cidade que ele fez o
de ser muito querido”, disse Gaspar.
levantamento e cadastramento das comunidades que
Por esses e outros motivos, Júlio Castro não é só gente
precisavam de energia elétrica, através do Programa
nossa, ele é gente que faz, ele é gente do Povo!
Luz Para Todos, do Governo Federal.
45
Publicado em março de 2012
Hoje, casado e com cinco filhos, Júlio continua
Paulo José Carilo de Oliveira o homem que soube usar a régua e compasso que a vida lhe ofereceu
A vida profissional de Paulo José
Carilo de Oliveira (59) começou a ser traçada no dia em que ele ingressou na extinta Emater-Ba (hoje EBDA), um ano após concluir o curso de engenharia agronômica, na Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia, em Cruz das Almas. O ano era 1982, e ele estava com 29 anos de idade. De lá para cá, já são quase 30 anos no primeiro e único emprego de sua vida. Essa trajetória profissional, desenhada com muito comprometimento e dedicação à agricultura, faz de Paulo Carilo mais um Gente Nossa.
Foi em Buerarema, cidade que o acolheu aos cinco anos de idade, que Carilo realizou um dos projetos de
maior destaque em sua carreira profissional. Ele colaborou, decisivamente, para o desenvolvimento da cadeia produtiva da mandioca, no município, que hoje é conhecido nacionalmente pela qualidade da farinha produzida.
O grande defensor da farinha de Buerarema, como é conhecido entre os colegas de trabalho, elaborou e
acompanhou o projeto que contemplou a construção de duas casas de farinha, modernas e totalmente equipadas, uma unidade de embalagem e armazenamento, um caminhão, um automóvel, uma moto e equipamentos de escritório. A atividade agrícola melhorou a vida dos agricultores envolvidos no projeto e deu maior visibilidade ao produto. “A farinha de Buerarema é a melhor do Brasil e quiçá do mundo”, frase que Carilo repete constantemente. Para motivar os agricultores a utilizarem as tecnologias disponíveis, Paulo Carilo lançou até um concurso de melhor produtividade de
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mandioca, e, hoje, os produtores dominam as técnicas
ser transferido para a Gerência de Itabuna, distante 20
de plantio e de produção.
quilômetros de Buerarema, residência da família.
Foi também em Buerarema que Paulo Carilo construiu
Nessa Gerência, o técnico coordenou importantes
a sua família, e lá, vive até hoje com a esposa, Vera Lúcia
programas, como o “Feira Verde”, de incentivo à produção
Kruschewsky, e os dois filhos, Phillipe, de 24 anos, e
de hortaliças, em oito municípios do Sul da Bahia; o
Paulo Júnior, de 22 - que ganhou o mesmo nome do
“Flores da Bahia”, criado com o objetivo de desenvolver a
pai por terem nascido na mesma data: 10 de maio -.
cultura de flores tropicais, na região, e o Pater-Mandioca –
Muito unido à família, o primogênito dos seis filhos de
voltado para o desenvolvimento da mandiocultura.
Aurino José de Oliveira e Dolores Carilo de Oliveira,
faz questão de manter também os irmãos por perto e
ainda desenvolve um trabalho admirável, agora como
apenas um deles não mora mais em Buerarema.
coordenador regional da cadeia produtiva da apicultura,
Por reunir todas essas qualidades, o filho
para a qual ministra cursos para técnicos e agricultores
Phillipe ainda o enxerga como o pai super-herói: “Ele
familiares interessados no assunto. Em 2005, Carilo
consegue resolver tudo. Eu ainda me surpreendo com
fundou, em Buerarema, a Associação Apis Mata Atântica,
a bagagem de conhecimento dele. Como pai, com
que hoje reúne 25 apicultores. O projeto, de sua autoria,
certeza, não tem outro igual.”, diz, deixando transbordar
viabiliza a construção da Unidade de Beneficiamento de
o orgulho por ser filho de quem é.
Mel (UBM), e que dentro de alguns meses começa a ser
Esse perfil de coordenador foi identificado pela empresa,
construída.
e um ano após entrar na Emater-Ba, em 1983, foi
transferido de Coronel João Sá para Cícero Dantas, na
produção de pólen, Carilo vem realizando, com a parceria
Gerência Regional de Ribeira do Pombal, onde assumiu
de outras entidades, uma série de estudos para melhorar a
o cargo de chefe de Escritório. “Adquiri, no cargo, um
qualidade do produto, além de fornecer treinamentos, com
grande amadurecimento profissional”, comenta Carilo.
o objetivo de nivelar os conhecimentos dos apicultores que
exploram a primeira Unidade de Beneficiamento de Pólen
Ficou pouco em Cícero Dantas. Com a morte
Já no município de Canavieiras, pólo nacional de
do pai, Carilo precisou retornar para próximo da família,
do Brasil.
sendo transferido para o escritório de Caatiba. Em 1987,
Quando o assunto é a EBDA, o técnico diz, sem titubear,
foi transferido para o Escritório Local de Itapetinga,
parafraseando Gilberto Gil: “foi ela quem me deu régua
onde assumiu a Gerência local. Dois anos depois,
e compasso para traçar a minha trajetória de vida. É uma
foi transferido para o escritório de Santo Antônio de
grande escola pra quem sabe aproveitar”, diz Carilo, ao ver
Jesus, de onde retornou para o convívio da família, ao
o longo caminho de conquistas já percorrido. 47
Publicado em março de 2012
Perto de completar 60 anos, Paulo Carilo
Roberto D’Oliveira Lins
Técnico comprometido com a extensão revela veia de educador ensinando novos colegas
Um
extensionista
educador.
Esta
é a definição dada pelos colegas de trabalho ao engenheiro agrônomo da EBDA, do Escritório Local de Valença, Roberto D’Oliveira Lins. Ao longo de seus 30 anos de carreira, Roberto trabalhou nas Gerências Regionais de Sobradinho, Ribeira do Pombal, Feira de Santana, Cruz das Almas, e Itabuna, hoje, em Valença, vem conquistando um legado de amigos e admiradores de seu trabalho.
Dedicado e comprometido com suas
funções, Roberto é responsável pelo planejamento e elaboração de projetos de custeio e investimentos agrícolas seguimento que visa ampliar e modernizar a agricultura regional -, e também coordenador Estadual da Cadeia Produtiva do Palmito e da Pupunha. Formado em engenharia agronômica pela Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia, em Cruz das Almas Bahia, Roberto possui mestrado em Administração Empresarial pelo Instituto Tecnológico de Estudos Superiores de Monterrey (ITESM), no estado de Nuevo León, no México.
Para a chefe do Escritório Local de Valença, Sandra Marins, este profissional presta um serviço de excelência
para o desenvolvimento da agricultura familiar no município. “Roberto impulsiona o crescimento e a expansão da fruticultura na região. Ao elaborar projetos, ele pensa em estratégias que permitam o produtor administrar e aplicar
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corretamente os recursos, mas também ampliar seu
de financiamentos agrícolas.
empreendimento”, comentou Marins.
Diariamente, dezenas de agricultores familiares
e sempre o admirei. Vejo nele um homem sério,
procuram este técnico, buscando orientações para novas
comprometido e responsável com suas atividades. Todos
culturas, Emissões de Declaração de Aptidão ao Pronaf
os projetos assinados por ele são garantia de sucesso
(DAP), Sistemas Agroflorestais (SAF), entre outras. Para
absoluto”, comentou o gerente Geral do Banco do
a agricultora familiar Maria Joselita Santos, Lins é um
Nordeste, agência Valença, Natan Souza Pires Filho.
parceiro da agricultura familiar. “Ele nos ajuda em tudo;
é prestativo e atencioso, um homem digno de muito
14 anos, por quem tem amor incondicional. Junto aos
respeito”, declarou.
colegas e amigos, sempre que tem oportunidade, fala em
“Conheço Roberto desde a época de faculdade,
de
“Robertinho” cheio de admiração e vaidade de pai. Já
trabalho, Roberto Lins possui um perfil pedagógico,
Robertinho se refere ao pai como um homem carinhoso e
já que passa cotidianamente seus conhecimentos
dedicado.
para os colegas mais novos, revelando a sua veia de
educador. Metodologia de abordagem da Assistência
escolares, é carinhoso e atencioso comigo. Meu pai é
Técnica e Extensão Rural (Ater), operacionalização
uma pessoa fundamental em minha vida; admiro muito
do microcrédito rural, organização produtiva, visitas
e tenho orgulho ser filho desse profissional”, declarou
técnicas, cursos para capacitação de DAPs, e projetos
Robertinho.
são alguns dos segmentos ensinados, pelo agrônomo,
aos demais técnicos.
competente, inovador e colega são atributos que levam
A relação de trabalho deste profissional se
este técnico a fazer a diferença na EBDA, pois se dedica,
estende, não só aos colegas de trabalho e agricultores
diariamente, em fazer da Empresa um exemplo de
familiares, mas também aos agentes financeiros, como
funcionalismo público, de qualidade e referência. Por tudo
o Banco do Nordeste, que recebe diariamente propostas
isso, Roberto de Oliveira Lins é Gente Nossa.
Também
admirado
pelos
colegas
49
“Meu pai é meu herói; ele me ajuda nas tarefas
Amigo, companheiro, professor, profissional
Publicado em março de 2012
Roberto é pai de Roberto Teixeira Lins, de
Valmir Pereira Lima
Pesquisador incentiva aprendizado usando tripé da arte-educação “fazer, apreciar e refletir”
O engenheiro agrônomo Valmir Pereira
Lima tem 56 anos e 30 deles dedicou a questões ligadas à agricultura na Bahia. Mestre em Ciências Agrárias, atualmente ele é chefe do Centro de Formação de Agricultores Familiares do Território do Recôncavo (Centrefruti), em Conceição do Almeida, município localizado a 160 quilômetros de Salvador.
Todos os dias, Valmir se desloca de Cruz
das Almas, cidade onde reside com a esposa - com a qual convive há 29 anos -, para o Centrefruti. No local, é o responsável por gerir os cursos técnicos de capacitação para produtores rurais, a exemplo de processamento de frutas e vegetais e de outro que ensina a implantação e manejo das culturas de citros.
Valmir formou-se em 1980, na Universidade Federal da Bahia, e no ano seguinte ingressou na extinta
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Emater-BA). Foi chefe no Escritório Local de Tucano, de 1989 a 1991, onde trabalhou em assentamentos. Após a criação da EBDA, com a fusão da Empresa de Pesquisa Agropecuária da Bahia (Epaba) e Emater-BA, passou a atuar no Escritório Local de Nazaré até 1995.
Neste período, foi solicitado diversas vezes pela diretoria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para trabalhar. Aceitando,
50
passou a colaborar com o Convênio de Cooperação
agricultores o serviço de extensão rural fica vulnerável.
Técnica entre a EBDA e Embrapa. Atuou na área de
Ele afirma, inclusive, que a adoção de tecnologias, tanto
Difusão e Transferência de Tecnologia de Fruteiras, por
a científica, como a oriunda do conhecimento popular,
sete anos, embora tenha se dedicado mais às pesquisas
depende, também, do aprendizado dos produtores,
das culturas de citros, mamão, manga e abacaxi.
para que estes coloquem em prática e desenvolvam suas
Foi também nesta época que o engenheiro
propriedades. Por isso há uma preocupação dele em
aproveitou para adquirir mais conhecimento e acabou
deslocar os cursos para as comunidades rurais e adequá-los
voltando aos bancos da Universidade, em 1998, para
às datas do calendário escolar.
fazer o curso de Mestrado. Quando finalizou a Pós-
Graduação, em 2002, retornou à EBDA para atuar
literária. Escreveu o livro ‘Recomendações Técnicas para
na Gerência Regional de Cruz das Almas. Em 2003,
a Cultura do Abacaxi no Recôncavo e no Recôncavo Sul,
o inquieto e comunicativo agrônomo encarou outro
publicado pela EBDA. Também é autor de um capítulo
desafio profissional, a chefia de divisão de campo do
do livro ‘Quinhentas perguntas e Quinhentas Respostas
Centrefruti. Em 2007, passou a gerir o Centro.
sobre a Cultura do Abacaxi, editado pela Embrapa, e de
Realizado com a profissão que adotou,
outro texto na publicação “Produção de Mudas Frutíferas
Valmir é também um grande incentivador de pesquisas
de Citros e Mangas”, que foi organizado pelo Serviço
no Centro, e também se preocupa em estimular
Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
o aprendizado de agricultores familiares para um
melhor desempenho da produção. Inclusive, acredita
já lecionou, e que dedicou sua carreira ao desenvolvimento
na proposta triangular da arte-educação, criada pela
de comunidades rurais, é o de que o segmento da
educadora brasileira e discípula de Paulo Freire, Ana
capacitação é importantíssimo para o desenvolvimento
Mae Barbosa: o “fazer, apreciar e refletir”, que ele chama
da agricultura familiar no Estado, auxiliado por atividades
de “aprender a fazer, fazendo”.
culturais, pedagógicas e sócio-educativas, formadas por
equipes multidisciplinares.
Para ele, a educação é o pilar do
desenvolvimento social, e sem a capacitação dos
51
O entendimento desse profissional, que também
Publicado em março de 2012
Outra vertente do agrônomo Valmir é a veia
Frederico Rodrigues “filho da guerra”
Ao entrar nas instalações da Central
de Laboratórios da EBDA - local de trabalho do pesquisador Frederico Rodrigues – logo, nota-se o afinco e harmonia de toda a equipe envolvida nos processos de pesquisa. Fred, como é conhecido por todos os colegas, valoriza muito seu “habitat natural” e tudo o que o compõe. Para ele, cada tubo de ensaio ou instrumento de pesquisa, por mais simples que seja, tem sua função fundamental na execução de suas atividades científicas.
Dedicado aos estudos desde a infância,
Fred afirma que estudar lhe traz grandes alegrias. “Sempre tive vontade de buscar e conhecer o novo. Quando fiz vestibular, pensei em fazer um curso que me proporcionasse estudar incessantemente e, de alguma forma, que eu pudesse dar retorno à sociedade”, esclarece.
Com tanta vontade em adquirir conhecimento, seria incompatível com sua personalidade não gostar de ler.
“Meu hobby mesmo é leitura. Gosto de ler todo tipo de romance”, revela o amante de escritores como Agatha Christie e Bernard Cornwell. Por apreciar tanto a “arte” de ler, o pesquisador passou de leitor a escritor - tem um livro sobre agrotóxicos pronto para ser publicado – faz referência a ele, com o mesmo entusiasmo como quem fala de um filho. Nascido em Salvador, ele relembra com devoção o fato de seu pai ter sido fuzileiro naval na época da II Guerra Mundial, em Natal. Conta que Nehemias Rodrigues conheceu sua mãe, Sebastiana Rodrigues, no Rio Grande do Norte e, logo em seguida, foi para a Itália lutar. Quando seu pai voltou, eles se casaram e foram morar na capital baiana. “Costumo dizer que sou um filho da guerra”, ri. “Estou acostumado com as lutas e desafios”, reforça.
Esses desafios não foram poucos. Em 76, Frederico iniciou sua carreira em Cruz das Almas como pesquisador
52
na antiga EPABA, que deu origem a EBDA, juntamente
Além de montar equipes qualificadas para cada tipo de
com a Ematerba. Neste mesmo ano, graduou-se em
projeto, Fred - empolgado com as pesquisas e no avanço das
medicina veterinária pela UFBA. Também executou
mesmas -, também ajudou a reestruturar todo o complexo
atividades em Rui Barbosa, Ipirá e Itaberaba. Ao longo do
de laboratórios. “um profissional altamente envolvido,
percurso com pesquisas, em 1985, iniciou seu mestrado
exigente e com grande capacidade agregadora. Vibra com
em zootecnia na UFMG. Ele recorda que nesta época,
cada etapa de trabalho cumprida”, comenta seu subchefe,
no Brasil, se acreditava que a produção de leite precisava
Marilio Jacobina Filho.
acontecer a qualquer custo. No entanto, observou que
isso comprometia o meio ambiente, devido ao uso
já trabalha com Fred há seis anos -, afirma que ele apóia
abusivo de agrotóxicos nas vacas.
toda a equipe a buscar novas ideias e os motiva a crescer.
Paralelo a isso, chegou a ficar um ano
“Faltam orientadores desse tipo no ambiente acadêmico.
desenvolvendo sua tese de mestrado em Coronel
Todo o conhecimento que eu tenho devo ao esforço dele
Pacheco (MG). Por não ser possível acomodar uma
em me orientar e me fazer absorver esses valores”, desabafa
família no local, sua mulher e filha ficavam em Belo
Paulo.
Horizonte. “Quase não vi nascer um dos meus filhos”,
Pai de três filhos, um advogado, uma estudante de
brinca. Após esse período, trabalhou seis anos como
engenharia elétrica e, a mais velha administradora e
chefe do departamento animal, na sede da Empresa.
psicolóloga. Como todo pai orgulhoso, segura a tese de
Ao perceber que a sustentabilidade estava a desejar,
doutorado de sua filha, revestida de capa dura marrom,
em 2007, enfrentou outro desafio - um doutorado em
como se fosse um troféu. “Triste do filho que não suplanta
química na UFBA. “Sofri muito porque tive que estudar
seus pais ou mestres. Se você não conseguir ser melhor do
muito”, diz frisando a palavra ‘muito’ pausadamente.
que eles, alguma coisa deu errada”, diz emocionado por ter
Com o doutorado finalizado, foi trabalhar na Central de
uma filha doutora aos 27 anos, enquanto que ele obteve o
Laboratórios num momento em que os projetos estavam
título somente com 54 anos.
estacionados.
Relacionando um conceito da tese de sua filha, ele esclarece
Determinado, o doutor logo se mobilizou
que não é “entrincheirado” (trabalhador que faz o que não
para formar uma equipe, dar continuidade às atividades
gosta). Atualmente, pesquisa sobre resíduos de agrotóxicos
e implantar novos trabalhos. Modesto, diz, “fui
em alimentos e óleos essenciais de plantas. Comprometido
aquela semente que cai num solo fértil. Havia pessoas
com o meio ambiente, pai presente, questionador e um
competentes e só faltava um catalisador das ações de
constante curioso é gente que só a EBDA tem. Gente
pesquisa. Eu apenas impulsionei”.
Nossa. 53
Publicado em abril de 2012
Já para o seu orientando, Paulo Mesquita - que
George Ricardo Libório Bandeira mestre em horticultura irrigada e apaixonado por esportes
A paixão pelo meio ambiente e trabalho
com a terra fez com que George Ricardo Libório Bandeira ingressasse no curso de Agronomia, da Universidade Estadual do Estado da Bahia (UNEB), em 1987. Hoje, 25 anos depois, o jovem que sonhava com o que a vida oferecia de mais simples e belo, tornou-se especialista em Engenharia de Irrigação e um conceituado mestre em Horticultura Irrigada, que acredita que o conhecimento pode ser sinceramente compartilhado, por isso dedica-se para melhorar a qualidade de vida do agricultor familiar que vive na região de Juazeiro.
Querido e respeitado pelos colegas de trabalho, George iniciou sua carreira na antiga Emater-BA, no ano de
1988. “Sempre desejei trabalhar com agricultura irrigada e naquela época a Emater-BA já tinha um direcionamento de seus trabalhos para essa área; foi um verdadeiro casamento; hoje me sinto muito realizado, pois faço o que gosto e não há satisfação melhor na vida do que isso”, comentou o agrônomo, que há duas décadas se dedica à pesquisa. Libório já atuou na EBDA, em Juazeiro, como coordenador do Núcleo de Crédito, subgerente de Pesquisa, chefe de Escritório Local e Gerente Regional. Este ano está coordenando os trabalhos de pesquisa em horticulturas irrigadas com ênfase em cebola, melão e tomate, e atua como professor do Centro Territorial de Educação (CETEP - São Francisco). O pesquisador realiza também atividades na Estação Experimental da EBDA em Pilar, distrito de Jaguarari. Lá desenvolve
54
trabalhos com as culturas do café, banana e cacau, além
modalidade, e eleito quatro vezes consecutivas o melhor
de realizar estudos sobre pinha, atemóia, melão e cebola,
jogador do Vale do São Francisco. Com o passar dos anos
todas utilizando a irrigação como tecnologia de base.
se encantou pelo tênis, e hoje pratica o esporte, três vezes
por semana.
pude colocar, verdadeiramente, em prática, na EBDA.
Participei da equipe técnica do Governo da Bahia em
ser um multiplicador de conhecimentos, e tem uma forte
1996, que foi à Índia; a missão tinha como objetivo
preocupação com o social; semanalmente, ministra aulas
adquirir experiência em sistemas de produção irrigada.
gratuitas para adolescentes que se interessam pela atividade
Naquela época, o país já era referência mundial e possuía
agropecuária e vivem em comunidades do Vale do São
aproximadamente 20 milhões de hectares irrigados.
Francisco. “Se todo mundo transmitir um pouquinho
Foi fundamental trazer para a Bahia essa experiência”,
do seu conhecimento, a vida da meninada pode mudar.
lembrou o aniversariante.
Quando apresento as técnicas de manejo e os resultados
Quando não está na EBDA, George Libório
obtidos, os jovens ficam impressionados e estimulados a
divide seu tempo com outras duas paixões: o esporte e
dar continuidade às atividades que eles mesmos ajudaram
o ensino. Ainda na juventude foi jogador de vôlei de
a criar; é nesse momento que sinto que a agricultura os
quadra e de praia, onde conquistou inúmeros títulos na
contagiou”, contou Libório.
55
O “pesquisador/atleta” também é conhecido por Publicado em abril de 2012
“Tudo que aprendi na vida sobre agronomia
José Alberto O extensionista e poeta da EBDA
A personalidade forte e contestadora
é a primeira coisa que se nota ao conhecer o técnico agrícola José Alberto Caldas (59), também conhecido como Calango da EBDA. Defensor da cultura popular e da agroecologia, atua no município de Heliópolis desde 2004.
A história de Alberto começou como a
de muitos nordestinos. Grávida, sua mãe partiu de Cedro de São João, no semiárido sergipano, fugindo da seca. Nasceu em Santos, litoral de São Paulo, mas sua sina era transformar a realidade do povo do Nordeste. Voltou a Cedro meses depois, onde cresceu convivendo com todas as dificuldades e belezas do sertão. Formou-se técnico agrícola em Alagoas e, em 1978, ingressou na Emater-BA para trabalhar em Bom Conselho, atual município de Cícero Dantas, como assessor de cooperativismo. “Fui capacitado no Projeto Alvorada e trabalhei com planejamento e gestão social; foi quando me tornei, de fato, um extensionista”, relembra Calango.
No ano seguinte, mudou para Barra da Estiva, na Chapada Diamantina. Apaixonado pela extensão, Alberto
nunca foi um técnico convencional. “Com dedicação e respeito, Beto conquistou a confiança das comunidades. Não faltou espaço para realizar suas atividades, pois com ele, até a sombra de uma árvore se transformava num auditório”, contou o agrônomo Antônio Mendes, colega e contemporâneo de Alberto na empresa.
Com apoio da comunidade, em 1981, Beto e Mendes promoveram o primeiro São João de rua de Barra da
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Estiva. “A festa virou tradição! Calango tem facilidade
associativismo são apenas alguns dos temas de cursos que
de valorizar as manifestações da cultura popular porque
Alberto viabilizou para os agricultores da região.
participa da vida da comunidade”, assegura Mendes.
Pouco tempo depois, Alberto voltou a
facilitador, que traduzia a informação técnica-científica
Ribeira do Pombal. Foi um dos primeiros técnicos da
para uma linguagem de fácil entendimento pelo produtor.
empresa a trabalhar com o Pronaf, defendendo que o
“Enquanto ensino, eu também aprendo, porque o
acesso ao crédito rural deveria ser sempre precedido de
conhecimento do povo é construído na experiência, é
capacitações, para garantir a aplicação correta do recurso
sabedoria”, defende Calango.
e evitar o endividamento dos produtores.
Com extrema sensibilidade, Alberto percebeu como a
Passou ainda por Ribeira do Amparo e Fátima
degradação da caatinga prejudicava a natureza e o homem.
antes de voltar a Cícero Dantas, onde encontrou a
Filho de cordelista, herdou do pai o talento para compor
segunda paixão de sua vida. Com Carmem, viveu sua
versos e, na literatura de cordel, encontrou a linguagem
história de amor e tiveram seus três bens mais preciosos:
para traduzir informações técnicas e conscientizar os
Júnior, Carolina e Kelly Helena.
agricultores.
Com o lema “extensão também é educação”,
prosseguiu capacitando produtores, principalmente
Tantas qualidades fizeram de Calango um profissional
sobre as tecnologias de convivência com o semiárido.
querido pelos agricultores, admirado pelos colegas, gente
Fenação, ensilagem, manejo e conservação dos solos e
nossa.
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Técnico, extensionista, poeta, promotor cultural.
Publicado em abril de 2012
Em alguns cursos foi instrutor; em outros, o
Marcelo Pereira Silva Técnico encontra sua missão de vida na EBDA
A dedicação de homens como Marcelo
Pereira Silva à profissão de técnico em agropecuária não se restringe ao desenvolvimento agrário por si só; está ligada ao crescimento pessoal e ao de uma grande quantidade de agricultores familiares que ele, como técnico da EBDA, atendeu em seus anos de trabalho.
“Sou inspirado pela empresa a auxiliar
os agricultores e agricultoras familiares do Território da Cidadania Velho Chico na luta pelo sustento de suas famílias,” conta Marcelo. Cheio de entusiasmo, todos os dias se vê, nos olhos desse técnico, que há um brilho especial, como se fosse seu primeiro dia de trabalho. Ele tem a consciência de que ainda há muito por fazer para que a população rural da região possa enfrentar, com dignidade, as desventuras de um clima seco e árido.
Como coordenador do Programa Semeando, nos 17 municípios do território, entre 2008 e 2011, atuou para
o sucesso dessa ação, do Governo do Estado, na Gerência Regional da EBDA, em Bom Jesus da Lapa, com o objetivo de garantir uma reserva de sementes de milho, feijão e sorgo, nas unidades familiares, para que os agricultores não tivessem custo com a compra de sementes, contribuindo para o desenvolvimento da agricultura familiar regional. Nascido de forma inusitada, no aeroporto de Bom Jesus da Lapa, em uma lanchonete onde seu pai trabalhava, sua história está muito ligada à paixão que ele preserva pela capital baiana da fé. Casado com a assistente social e técnica em enfermagem da primeira Unidade de Pronto Atendimento (UPA), da Bahia, Maria de Fátima Pardim Campos, e
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pai de Marcelo Júnior (17), e Marcelle (22), fruto de seu
em 2008 retornou à Gerência Regional da EBDA de Bom
primeiro casamento, Marcelo orgulha-se de ter uma filha
Jesus da Lapa, para prestar Assistência Técnica e Extensão
formada em pedagogia e tem o anseio de que seu caçula
Rural (Ater) nos escritórios de Bom Jesus da Lapa e Sítio
opte pelo mesmo ramo de atividade do pai.
do Mato. Entre idas e vindas, Marcelo sempre desejou
retornar à EBDA, mas este sonho tem tempo determinado:
ele vê nos anos de trabalho de assistência a agricultura
seu contrato vence em junho deste ano.
familiar, milhares de histórias de pequenos produtores
que conseguem desenvolver a sua produção e, como
história na EBDA, Marcelo já atendeu cerca de 15.800
ele, orgulhar-se por ter filhos igualmente dedicados a
famílias, com ações como: doação de sementes, elaboração
melhoria da qualidade de vida no campo.
de projetos e prestação de Ater, de qualidade.
Marcelo formou-se técnico em agropecuária na
Na atual função, e contabilizando toda a sua
Para este técnico, o Programa Semeando é um
Escola Média de Agropecuária Regional da Comissão
dos melhores trabalhos desenvolvido, pois oportuniza, ao
Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira
agricultor, maiores e melhores safras, contribuindo para
(Ceplac) - Emarc -, em 1985. A sua primeira passagem
a promoção do desenvolvimento sustentável, centrado na
pela EBDA foi em 1986, quando ingressou na Fundação
expansão e fortalecimento da agricultura familiar. “Esta
de Apoio à Pesquisa e à Extensão (Fapex), através de
ação continua, hoje, viabilizando as condições necessárias
pré-contrato para prestação de serviços a então Empresa
para o pleno exercício da cidadania e a melhoria da
de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado da
qualidade de vida no campo”, assegurou o técnico.
Bahia (Emater-BA), no município de Serra do Ramalho.
Participou de concurso público, em 1987, sendo
não é apenas a doação de sementes, mas também os valores
aprovado para trabalhar na Empresa, em sua profissão.
sociais que o programa traz. “A melhoria da qualidade e
Apesar de aprovado, o concurso foi revogado pelo
da produtividade do agricultor familiar que participa desse
Governo da época, e Marcelo foi, então, prestar serviço
projeto é notória, já que as sementes disponibilizadas têm
na construção da ponte Gercino Coelho – sobre o rio
genética superior e passam por um processo de seleção
São Francisco.
antes de ir ao campo”, garantiu Marcelo.
Retornou à EBDA em 2000, onde foi lotado
Ele acredita que o mais importante nesse programa
Nesse contexto, esse extensionista se motiva,
no escritório de Condeúba, Gerência de Caetité, e
vendo os resultados alcançados junto ao homem do
posteriormente foi transferido para Bom Jesus da Lapa,
campo, no fortalecimento da agricultura familiar e no
onde permaneceu de 2001 a 2003.
apoio ao desenvolvimento social das pessoas. Ele acredita
que esta é a sua missão de vida. Nele, vemos refletido mais
Nomeado chefe do Instituto de Terras da Bahia
uma pessoa digna de ser gente nossa.
(Interba), atuando na regularização fundiária, na região, 59
Publicado em abril de 2012
Zeloso pela conservação dos valores familiares,
Abnair Nunes Dourado Uma mulher apaixonada pela natureza e defensora dos direitos da mulher
Abnair Dourado é aquela que anseia
sempre por descobertas. Não tem medo de mudanças. Nasceu em Irecê, “mas é filha do mundo”, como se autodenomina. “Sou apaixonada pela natureza e pelo meu País. Já visitei 12 estados brasileiros e as belezas naturais do Rio de Janeiro e do Pantanal me encantaram. Minha próxima parada é no Amazonas”, revela.
Essa ireceense, perseverante, está sempre
de bem com a vida. Abnair Nunes Dourado, 60 anos, dedica a sua vida ao social, à educação e aos direitos da mulher. Professora do Estado, concluiu o magistério em 1974, e, em 1978, concluiu o curso Técnico em Contabilidade. Na EBDA, atua como técnica social há 31 anos. Em novembro do ano passado deixou a sala de aula com o sentimento de missão cumprida. “Ensinava matemática a jovens e adultos. Agora, estou aposentada e o meu momento é de dar espaço a outras pessoas”, declara.
Abnair ingressou na Emater-BA, atual EBDA, por meio de concurso público, em 1981. Durante todo o
período trabalhado, exerceu ações voltadas para o desenvolvimento comunitário, com destaque para a melhoria das condições de vida dos agricultores familiares, e, em particular, da mulher rural. Iniciou suas atividades no município de Utinga, por dois anos, e logo depois seguiu para Canarana, onde permaneceu pelo mesmo período.
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Cidadania de Irecê. Ela presta assistência técnica, elabora
Abnair merece destaque. O Dourado que ela carrega
e executa projetos destinados aos agricultores familiares,
no coração não está apenas no sobrenome. Foi no
com a finalidade de apoiar o aumento da produção e a
município de João Dourado que Abnair permaneceu
comercialização excedente dos alimentos.
por quase 20 anos, elaborando projetos para agricultores
Para os companheiros de trabalho, Abnair é um exemplo de
assentados da Reforma Agrária, e colecionou amigos.
profissional, íntegra e que veste a camisa da empresa. “Ela
Nessa época, a positiva Abnair começou a
é a alma deste lugar. Mesmo com tantos anos de EBDA,
defender uma bandeira, a do direito das mulheres.
acompanha com o mesmo ritmo dos funcionários mais
Neste âmbito, fez parte da coordenação da equipe que
novos, buscando a integração”, enaltece o técnico rural da
ministrava cursos para estimular a valorização deste
EBDA, em João Dourado, Paulo Queiroz. Compartilha da
público. “Lembro-me que as capacitações de pintura em
mesma opinião a técnica agrícola Maria Fleide, da mesma
tecido, confecção de flores, corte e costura, produtos de
localidade.
higiene e limpeza transformaram a vida de muitas donas
de casas, que passaram a ser independentes”, conta.
computador particular, tem mais arquivos da empresa do
Com entusiasmo, Abnair divulga como
que meus. Quando sou solicitada, pode ser final de semana
as capacitações oferecidas às mulheres da Chapada
ou feriado, a EBDA tem a minha atenção”, diz Abnair.
Diamantina a emocionaram. “Através da pintura em
Para a técnica social, o amor pelas atividades desenvolvidas
tecido elas formaram uma cooperativa, beneficiando
na empresa é o combustível para continuar nessa jornada.
outras mulheres da região, na busca do sustento. Isto é
“A minha missão ainda não acabou. A cada história que
gratificante, pois é o resultado do nosso trabalho”, expõe
conheço me emociono, e me sinto na obrigação de fazer
com alegria.
sempre mais e o melhor”.
Atualmente,
Abnair
integra
a
equipe
“Tenho a EBDA como a minha família. No meu
É por está dedicação ao trabalho e às mulheres do
semiárido, que a guerreira Abnair Dourado é Gente Nossa.
do Programa Brasil Sem Miséria, no Território de
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Publicado em maio de 2012
Um capítulo à parte na vida profissional de
Adão Oliveira Machado De auxiliar de escritório a pesquisador da fruticultura
A história registra que Deus criou
primeiro o homem, e disse que todas as plantas e animais da terra lhe pertenciam e que ele poderia usá-los, mas, também, deveria cuidar e protegê-los. E a profecia foi concretizada. Nasceu Adão Oliveira Machado, que, além de admirador, é defensor da natureza, o que para ele “é uma promessa”. Também conta “Na casa de uma tia, só nasciam filhas, oito ao todo, e a família acreditava que o nascimento de um menino evitaria mais mulheres. Uma superstição que deu certo com o meu nascimento,” conta Adão, com um sorriso sereno e sincero, e complementa: “mas o tempo não para; vivo para evoluir!”.
É dessa forma que Adão Oliveira, técnico em agricultura da EBDA, dissemina os conhecimentos aos
agricultores e cuida da família, sempre alegre e responsável. Em 1967, iniciou sua vida profissional na extinta Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Emater-BA), como auxiliar de escritório. Na EBDA ingressou como técnico em agricultura, em 1969, por meio de processo seletivo. Nessa época trabalhou com milho, feijão e mamona, culturas predominantes na região de Irecê.
Mas não ficou por aí: Adão afirma que a EBDA lhe oportunizou desenvolver atividades com o que mais
gosta: pesquisas com fruticultura, área importante da agricultura para os que visam produzir mais e melhor, de maneira
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econômica, visando à comercialização. “É uma satisfação
a continuidade de experimentos junto aos agricultores da
repassar conhecimentos para os agricultores familiares,
região.
partilhando as nossas experiências”, destaca o técnico.
Com orgulho, Adão conta que nasceu em
futebol, infelizmente torcedor do Flamengo e do Vitória.
Presidente Dutra, capital mundial da pinha, fruto
Uma pessoa desprendida, por onde passa constrói fortes
em que o técnico buscou se especializar, em razão da
amizades, mas “vira a cara” para a arrogância e para a
influência do avô. “Lembro que, aos sete anos, meu
falsidade. É praticante das boas ações. Além do amor, da
avô comia uma pinha e entregava as sementes para eu
dedicação e do fascínio pelo trabalho que desenvolve com
plantar”, expõe em risos. Mesmo aposentado, Adão
os agricultores familiares, Oliveira exerce uma função que
continua trabalhando com o mesmo entusiasmo de
exige ainda mais energia: a de avô de João Pedro, com
quando começou. “Trabalhar é o que me mantém
quase dois anos de idade. “Todo dia é uma surpresa. Meu
vivo”, diz.
netinho é a alegria da família”, ressalta.
O técnico aprofunda suas pesquisas com as
Aos 68 anos, Adão Oliveira tem a maturidade de quem
culturas da pinha e da mandioca, com uma missão maior:
já viveu uma vida inteira e no coração a bondade de uma
colaborar com o desenvolvimento sócio-econômico dos
criança. É um homem sonhador, vencedor e Gente Nossa,
agricultores familiares de Irecê. “Após um curso que
que tem ainda por meta cursar engenharia. “Quando todos
participei em Cruz das Almas, por meio da EBDA,
os meus filhos se formarem será a minha vez de realizar
aprendi como o subproduto da mandioca é um excelente
mais um projeto de vida, o de ser também engenheiro”,
adubo para a produção de pinha”, constata, assegurando
enfatiza.
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Publicado em maio de 2012
Pai de sete filhos, Adão é apaixonado por
Alair Lacerda de Oliveira advogado dos agricultores baianos, há 35 anos luta por dias melhores na zona rural
Elegante,
extrovertido
e
otimista.
Essas palavras definem o extensionista rural e advogado por formação, Alair Lacerda de Oliveira, profissional que contribui, há 35 anos, com o desenvolvimento e fortalecimento da agricultura familiar no Estado da Bahia. Mineiro, por naturalidade, ele abraçou a Bahia como sua terra querida e criou aqui laços inseparáveis. Casou-se com a baiana Tharcília Assunção Souza, a quem dedica amor, comprometimento e atenção, e teve seus filhos.
Aprovado no concurso da antiga Emater- BA (atual EBDA), em 1976, o técnico, que dedicou parte de sua vida
aos trabalhos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), conhece diversas regiões do Estado. Alair trabalhou, por 21 anos, no Escritório Local de Castro Alves, onde intensificou a produção de milho e feijão, e nos municípios de Rafael Jambeiro, Catu, Itamaraju, Camamu e, hoje, está em Valença, no Baixo Sul, onde responde pelos projetos de custeio e investimentos agrícolas.
Técnico agrícola, por formação, na Escola Técnica Agrícola de Januário, em Minas Gerais, em 2010 Alair
conquistou sua formação acadêmica: bacharel em Direito. Lacerda brindou, com 57 anos, o título que o consagrava em uma profissão, que de certa forma, ele sempre exerceu, ao lutar pelas causas da agricultura familiar. “Minha maior
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realização foi receber esse diploma. Estudei arduamente,
Itaberaba, para apresentá-los a cadeia produtiva do fruto.
conciliava o trabalho técnico com o acadêmico, com
muito esforço, pois nas madrugadas tinha que cumprir
Lacerda também é coordenador da cadeia produtiva da
todas as tarefas da faculdade”, recorda Alair.
mandiocultura, em Valença, desenvolvendo ações que
provocam o crescimento e expansão da produção de
colegas de trabalho é a relação amistosa que Alair mantém
alimentos, através de seus derivados.
com os agricultores familiares. “Seu Alair tem uma
relação de amizade com os agricultores, parece até entes
Marins, comenta que Alair é mais que um colega de
familiares, diante o amor, carinho e o comprometimento
trabalho, e sim, um verdadeiro amigo. “Sou admiradora
doado; é verdadeiramente admirável”, comenta Valquíria
deste profissional, que está sempre pronto a nos ajudar em
de Jesus, colega de trabalho.
cursos, ministrando palestras, apoiando no trabalho da
comunicação territorial, e sempre otimista e bem disposto”,
Preocupado com o desenvolvimento da
A chefe do escritório local de Valença, Sandra
agricultura familiar, em Valença, Alair participa de cursos
declarou Marins.
de criação e manejo de galinha caipira, horticultura,
Apaixonado pela vida, determinado, lutador das causas
compostagem, associativismo, entre outros. Impulsionar
justas, prestativo, companheiro e solidário com todos que
a produção do abacaxi no município, hoje, é sua principal
estão a sua volta. Assim se resume o perfil desse técnico,
meta de trabalho. O técnico vem realizando palestras e
grande colaborador da agricultura familiar. Todos esses
reuniões e, recentemente, promoveu um intercâmbio
atributos fazem de Alair Lacerda mais um Gente Nossa na
técnico dos agricultores à Unidade Experimental de
família EBDA.
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Publicado em maio de 2012
O potencial observado e comentado pelos seus
Além de ser responsável pelos projetos,
Antônio Carneiro do Rosário “Carneirinho” é Gente Nossa, com orgulho
Se as palavras, trabalho, competência e
compromisso por um mundo melhor pudessem ser materializadas para caracterizar uma só pessoa, não resta dúvida, na EBDA, a pessoa escolhida seria o manso e competente Antônio Carneiro do Rosário, carinhosamente conhecido por todos como “Carneirinho”. Na simplicidade que lhe é peculiar, sempre irradiando simpatia e alegria por onde passa, ele vai conquistando a todos com a sua inesgotável disposição para colaborar, solucionar problemas e realizar o que mais gosta de fazer, ajudar as pessoas.
Trabalhar com ele é desfrutar de momentos especiais, de aprendizado e de doação. Humilde, sabe se impor
quando necessário; alegre, sofre com a tristeza de um colega; sábio, divide conhecimentos com quantos desejem; íntegro, não aceita falta de compromisso com a empresa; justo, não permite desigualdades. Se buscássemos definições para correção, certamente uma delas seria: Carneirinho.
Engenheiro agrônomo, ele é extensionista nato - com mestrado em Extensão Rural -, comunicador, professor
e educador, com significativas contribuições à Ater baiana, notadamente nos municípios de Formoso do Rio Preto e Inhambupe, onde trabalhou por muitos anos.
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pela merecedora condição de intelectual e professor
Marketing, onde trabalha há muito tempo, Carneirinho
universitário. Como cachoeirano de ‘’boa cepa” que é, vai
vem realizando um excelente trabalho e com toda a sua
levando a vida no ritmo da simplicidade, da alegria e do
experiência de bom mestre e comunicador, é “peça-
amor, realizando trabalhos que muitas vezes ultrapassam
chave” para o sucesso das atividades desenvolvidas pelo
os limites das suas obrigações profissionais e ganham o
departamento. “Essa pessoa esbanja atributos”, dizem os
ponto alto das dimensões humanitárias sócio-educativas, a
colegas do DCM, emocionados.
exemplo dos seus trabalhos de horticultura desenvolvidas
Nascido “orgulhosamente” em Cachoeira,
em escolas da rede pública e especialmente com os
Carneirinho é casado com Maricélia do Rosário e pai
portadores de necessidades especiais do Hospital Irmã
de Mateus e Marcos, preciosidades da sua vida familiar.
Dulce e de unidades de saúde do Estado.
Como diz Mateus, “meu pai é um exemplo de superação
e dedicação em todos os sentidos. A situação que meu
culturais, realiza, todos os anos, uma caminhada, Abaeté ao
irmão e eu encontramos foi fácil comparada a dele: eu,
Bonfim, arrastando colegas da EBDA e grande contingente
de me tornar médico, e meu irmão, de se tornar dentista,
de outras pessoas. Em todos os contextos, um ponto é
nem de longe se equiparam ao mérito de ele conseguir se
comum, para todos os que, envaidecidos, têm a honra de
graduar mais e mais. Com relação à família, não poderia
conhecer e conviver com Carneirinho: ele é uma pessoa
ser diferente: rigor usual, responsabilidade extrema e a
agraciada por Deus.
capacidade de prover, da melhor maneira possível, as
condições mais adequadas para todos nós. Em resumo
alegria têm promovido, projetado e divulgado o nosso
,professor Antonio Carneiro, você é nosso maior e
trabalho e a empresa. Por tudo isso, é que a família EBDA,
melhor exemplo de superação e dedicação”.
reunida, tira o chapéu e considera: “Carneirinho, é Gente
Nossa”.
Apesar de mestre, ele não se deixa envaidecer
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Honrando suas tradições religiosas, musicais e
As atividades desenvolvidas por esse mestre da
Publicado em maio de 2012
No Departamento de Comunicação e
Ivani Pereira Santos Missão: ser boa profissional, esposa e mãe
Todo recém-nascido sabe, de maneira
instintiva, que depende e pode contar com a sua mãe, ser único, que torna possível a vida daquele que inicia uma jornada desconhecida. Com essa compreensão, a gerente Regional da EBDA, em Bom Jesus da Lapa, Ivani Pereira Santos, gestante de sua primogênita, orgulha-se da maternidade ao tempo em que se destaca como profissional competente, solidária e amiga.
Nascida e criada até os cinco anos de
idade, em Salvador, Ivani passou a morar em Sobradinho, dos 05 aos 10 anos, e posteriormente, em Cruz das Almas, onde sua família reside até hoje, e onde concluiu o curso de Engenharia Agronômica, pela UFBA. Uma oportunidade de trabalho em Assistência Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária, junto a um movimento social da região, levou Ivani Santos a Bom Jesus da Lapa. Nesse local, reencontrou seu antigo colega de faculdade, Ivo Souza, que por muitas afinidades passou a namorar, vindo a casar e constituir família. Ivani ainda se surpreende com o fato de, após terem estudado apenas duas disciplinas juntos e nenhum romance ter acontecido, só na “capital baiana da fé”, ter descoberto o amor, que a levou até a pequena Ana Clara, aguardada para o próximo mês de junho, com ansiedade.
Voltando a sua caminhada, ao final de seu contrato com o movimento social, foi trabalhar como responsável
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conduzindo a Gerência, com o apoio de toda a equipe.
Jesus da Lapa, até o ano de 2009. Reconhecida pelo seu
Como gerente Regional, Ivani muitas vezes precisa ser
trabalho e competência, Ivani foi convidada a exercer
firme para manter o controle de tantas ações que o
o cargo de Gerente Regional da EBDA, em agosto de
desenvolvimento da agricultura familiar requer, e mesmo
2009, onde permanece até hoje, admirada e considerada
assim, não perde a ternura em suas palavras. Sendo
pelos colegas.
necessário, ela apresenta até programa de rádio, como fez
nos últimos dias 21 e 28 de abril, numa rádio local, falando,
Como tantos outros profissionais que a EBDA
tem em seu quadro funcional, Ivani é daquelas que todo
por duas vezes, sobre as ações da EBDA.
dia impulsiona seus colegas de trabalho, demonstrando
coragem e força, e procurando sempre alcançar, com
como dia de comemoração às mulheres mães, que além de
a garra e determinação de toda mulher guerreira, os
suas atribuições pessoais são profissionais, amigas, esposas
objetivos profissionais e metas traçadas pela empresa.
e demais qualidades que as mulheres sabem tão bem
Como mulher, gestante, é notória a felicidade de Ivani.
administrar. Ser mãe e profissional é opção da mulher. Ser
Aguardada com alegria por familiares e amigos, a
amiga é atributo pessoal. Ivani consegue unir qualidades
pequena Ana Clara chega para completar o sentido da
que a distinguem como uma mulher especial.
vida do casal. Como ela mesma fala que “gravidez não é
Com este perfil, Ivani foi eleita a representante de todas
doença”, continua obstinada nos objetivos da Empresa,
as mães da empresa, para ser a “Gente Nossa” da semana.
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O mês de maio prevê o seu segundo domingo
Publicado em maio de 2012
técnica da Cooperativa de Trabalhadores Rurais de Bom
Gilvan Oliveira e Valdete de Fátima de Oliveira Um casal que persiste e encontra resultados no semiárido É em comemoração ao mês dos namorados que o Gente Nossa conta a história do casal de técnicos em agropecuária, da EBDA, Gilvan Oliveira (50) e Valdete de Fátima de Oliveira (52). A história deste casal dedicado e comprometido com os agricultores familiares do semiárido nasceu na EBDA e se desenrola de acordo com o desenvolvimento da empresa. Ele, nascido em Bom Jesus da Lapa, estudou na Escola Agrotécnica Federal de Urutaí, em Goiás, para depois vir à sua terra natal participar de um concurso para a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Emater-BA). Ela, nascida em Palotina, no Paraná, vindo morar na Bahia, durante a adolescência, por insistência de seu pai, que tem familiares na região de Senhor do Bonfim. Aqui, ela estudou na Escola Agrotécnica de Santa Maria. Ainda sem se conhecerem, Gilvan e Valdete fizeram juntos a prova do concurso para trabalhar na Emater-BA, sendo efetivados em novembro de 1986. De início, eles foram trabalhar em Serra do Ramalho, onde Gilvan se apaixonou, à primeira vista, por Valdete, que, inicialmente, não acreditou muito nas “investidas” de Gilvan. Insistente, Gilvan persistiu até que o namoro se consolidou. Entre namoro e noivado foi um ano, até o casamento, em 1988. Transferidos para Coribe e depois para Bom Jesus da Lapa, retornaram à Serra do Ramalho, onde estão até hoje. O casal menciona o orgulho por duas coisas: a família que construíram, com seus três filhos, e o amor pelo desenvolvimento da agricultura familiar, área que colaboram profissionalmente na EBDA. O primeiro orgulho, os filhos: Hitalo Gil, que estuda engenharia ambiental e sanitária, na Ufba; Iuri,
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Publicado em junho de 2012
Florisvaldo Oliveira, que antes tinha uma pequena máquina para retirar a garapa da cana, hoje possui uma ordenhadeira mecânica, um botijão para inseminação e tanque de resfriamento para conservação do leite produzido por seu rebanho. Outro exemplo é o do casal Valdivino da Silva de Jesus e Maria Elza Pereira, ele presidente da Associação de Produtores da Agrovila 18. Com ajuda da esposa e de dois filhos, e com a assistência técnica prestada pela EBDA, através do casal de técnicos, a família de agricultores que tinha 10 cabeças de gado, passou a ter 50 cabeças de gado leiteiro. “É muito importante o trabalho deste casal; se não fossem eles, não sei o que seria da gente, pois meu marido já pensou muitas vezes em sair dessa terra pelas dificuldades em função da falta de chuvas. Eles nos deram um sentido de vida,” contou Maria Elza. “Gilvan faz o trabalho na roça funcionar; considero ele um herói. Sem a persistência dele em dizer que essa terra tem jeito, nós não estaríamos onde estamos. Só pra ter uma ideia, de sete cabeças de gado que eu tinha, hoje possuo uma média de 60 cabeças. Entrei no ramo de compra e venda, além da criação de gado de leite, com as orientações desse técnico”, comentou o agricultor familiar, Jailton Lima dos Santos, que fez questão de se manifestar ao saber do reconhecimento aos serviços do casal, com o Gente Nossa. A história de amor e trabalho de Gilvan e Valdete é marcante porque puderam se apoiar e construir um futuro para si e para agricultores familiares que, em muitos momentos, perderam a perspectiva de vida no campo. Casos como este fazem a diferença e mostram que juntos, um casal pode ajudar a construir e ser Gente Nossa.
que faz biologia também na Ufba; e o caçula, Igo, que cursa agronomia na Uneb. “A família que construímos é o nosso maior bem,” disse Valdete. Em Serra do Ramalho, desenvolvendo atividades no campo, está o segundo grande orgulho do casal, que é trabalhar com a agricultura familiar. Na área social, orientam os agricultores e suas famílias em assuntos relacionados com a previdência, como aposentadoria e licençamaternidade, e ainda auxiliam nos programas sociais oferecidos pelo Estado. Outra área de atuação é junto aos projetos de investimento e de custeio, junto aos agentes financeiros. “Amo tanto o que faço que moro em uma pequena propriedade rural. Apesar das dificuldades, me criei aqui e gosto da convivência com os amigos do campo, da troca de experiências e, principalmente, de ver a evolução e a conquista de cada agricultor familiar,” relata Gilvan. Amplamente envolvidos com o programa de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), desenvolvido pela EBDA, Gilvan e Valdete têm muitas histórias para contar. Fatos marcantes, como o do senhor Florisvaldo de Jesus Oliveira, que tem uma pequena propriedade próxima à EBDA, onde plantava cana e vendia garapa. De tanto Gilvan e Valdete insistirem, o agricultor se convenceu em participar do Programa Mais Alimento, recebendo um financiamento de R$19 mil. Com muito trabalho, hoje possui 17 cabeças de gado leiteiro, trabalhando exclusivamente com inseminação para melhoramento genético do rebanho. “Com os resultados obtidos, Florisvaldo já pensa em participar do próximo torneio leiteiro, que acontecerá na agrovila 18, ainda este ano”, comentou o técnico.
joel pimenta mais de 30 anos de trabalho árduo em prol da agricultura familiar
Nascido no município de Coaraci, no Sul da Bahia, em 01 de novembro de 1959, Joel Benigno Pimenta se formou em técnico agrícola, pela Escola Agrotécnica Federal de Catú, com 20 anos de idade, e aos 42 anos em engenheiro agrônomo, pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Pimenta, como é chamado pelos colegas de trabalho, é um modelo de extensionista que há 32 anos trabalha pela agricultura familiar com amor e dedicação. Desde o ano de 1991 ele está no Escritório Local da EBDA em sua cidade natal, vinculado à Gerência Regional de Itabuna. Em 2007 assumiu o cargo de chefia. O Escritório que coordena atende cerca de 1.400 agricultores familiares, nos municípios de Coaraci, Almadina, Itapitanga, Itajuípe, e nos distritos ilheenses, Inema e Pimenteira. Joel garante que conhece todos os agricultores por nome e de ir na casa tomar cafezinho. “Nunca trabalhei com grande produtor. Na época que comecei na EBDA os outros órgãos não queriam saber desses pequenos e eu abracei a causa e consegui colaborar para a organização de mais de 20 associações agrícolas. Todas que foram criadas aqui, no município, têm a colaboração da EBDA”, conta Pimenta. O respeito que conquistou no município já fez ser chamado diversas vezes para participar da política da cidade, mas ele diz que não tem interesse. “Acho que o que eu já faço ajuda a formar uma sociedade mais justa e igualitária”, diz Pimenta. A história de vida do agricultor Gilson Pereira dos Santos é um exemplo da colaboração de Joel Pimenta até para a questão da mobilidade social. Gilson relata que a EBDA, através do técnico Joel Pimenta, fez dele agricultor familiar no momento em que lhe deu a DAP – Declaração de Aptidão ao Pronaf -, e o incentivou e orientou a pegar R$ 1.500 emprestados no Banco do Nordeste para comprar uns bezerros. “Isso mudou a minha vida. Desde a infância, eu fui trabalhador rural. Lembro como se fosse hoje, aquele carro branquinho da EBDA parando na cerca da fazenda que eu trabalhava e Joel
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Publicado em junho de 2012
da Gerência de Itapetinga. Depois passou pelos Escritórios de Sento Sé, da Regional de Juazeiro, e por Senhor do Bonfim, até chegar ao Escritório Local de Coaraci, onde permanece. “Nessa caminhada toda aprendi que não tem nada difícil. O fato de ter trabalhado com várias culturas me deu um olhar diferenciado para a diversificação. Sou polivante e entendo que se combatemos a monocultura, enquanto técnico não podemos ficar apenas em uma cultura”, diz Pimenta, que é visto por alguns colegas de trabalho como uma pessoa polêmica e até autoritária, enquanto chefe. E ele se defende: “quando você conhece as metas da empresa, você se dedica e cobra mesmo de todos. Quando se tem objetivos claros, independente dos colegas gostarem ou não, temos que alcançálos”, dispara Pimenta. Nesses 32 anos de Empresa, Joel Pimenta contabiliza que já elaborou mais 10 mil projetos voltados para a agricultura familiar, sendo que, desses, pelo menos dez foram de crédito fundiário, que concede recursos para os agricultores adquirirem propriedades rurais. “Eu trabalho de domingo a domingo. Como moro em uma cidade relativamente pequena, todos sabem onde moro e quando o Escritório está fechado me procuram em casa. Até para fazer feira é difícil, porque sou o tempo todo parado por um agricultor. A esposa tem que ir comigo”, fala, entre gargalhadas. A importância do trabalho que a EBDA desenvolve no município de Coaraci está refletida na sinalização da cidade. É uma das poucas cidades da Gerência, que tem o nome da EBDA nas placas que orientam os motoristas a transitar pelo município. Esse reconhecimento, sem dúvida, está ligado também à excelência do trabalho realizado por Joel Pimenta durante os últimos 20 anos, em Coaraci.
perguntando por que eu não trabalhava pra mim mesmo. Hoje até crédito para comprar uma terrinha, o maior sonho da minha vida, Joel me ajudou a conseguir. Já aconteceu de eu não ter dinheiro para comprar a farofa para os meus sete filhos comerem e hoje eu tenho tudo”, conta o agricultor. Uma outra história de sucesso chega a emocionar Joel Pimenta, quando relembrada. É sobre a Associação dos Parceleiros Rurais da Cruzinha, formada por 10 trabalhadores rurais. Hoje eles fazem e comercializam uma cachaça de qualidade produzida no próprio alambique. Na época que nasceu a Associação, esses agricultores estavam desempregados e a maioria já tinha até ido para São Paulo em busca de uma vida melhor e retornado sem sucesso. “Organizamos a Associação, fizemos um contrato de parceria com um fazendeiro da região e elaboramos quatro projetos de Pronaf . Além do cacau, eles plantaram cana-de-açúcar, montaram o alambique e começaram a fazer cachaça. Hoje eles pagam 10% da parceria, a dívida ao banco e ainda sobra dinheiro para o sustento da família”, comenta Pimenta. Ele diz ainda que é gratificante visitar a casa desses agricultores, que não tinham sequer um colchão decente para dormir, e encontrar a casa toda mobiliada. “Tudo vale a pena quando se trabalha para construir o bem”, diz. Trajetória O primeiro Escritório Local em que Joel Pimenta trabalhou, após ser aprovado no concurso público, foi o de Serra do Ramalho, na Gerência de Bom Jesus da Lapa, onde permaneceu por três anos até ser transferido para o município de Ipecaetá, na Regional de Cruz das Almas. Entre os anos de 1988/89, Pimenta trabalhou em Caatiba,
Vinícius Lunna
Um extensionista por vocação
“Meu compromisso é para que todas
as ações da EBDA, direcionadas aos agricultores familiares, façam a diferença e melhorem a vida destas pessoas. O nosso papel, como extensionistas, é facilitar o processo de desenvolvimento das comunidades agrícolas”, afirma Vinícius Lunna (40), engenheiro agrônomo da EBDA, que por essa compreensão é Gente Nossa por se dedicar, há seis anos, à missão de trabalhar com a Extensão Rural, na empresa.
A experiência com a agricultura
familiar vem das suas origens. Filho de uma dona de casa, ex-vaqueira, neto de um sanfoneiro, o técnico mantém as raízes de um autêntico sertanejo. Natural de Seabra, adotou o município de Solto Soares como o seu lugar, principalmente a região da Chapada Diamantina. De hábitos simples, o nordestino, extensionista, é apreciador da festa junina tradicional. Para ele, Luís Gonzaga é uma referência dessa festa.
Como primeira formação, Vinícius escolheu ser técnico agrícola e concluiu o curso na Escola de Agropecuária
da Região de Irecê (Esagri). Posteriormente cursou Engenharia Agronômica, na Universidade Federal da Bahia (Ufba), onde foi o único estudante que publicou trabalhos específicos para a Extensão Rural, nos últimos 20 anos daquele período. Na EBDA, iniciou suas atividades, como extensionista, em 2005, assumindo a responsabilidade de conduzir
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as ações em um Posto Avançado, em Solto Soares.
não perdessem o foco, que é o de permanecer no seu local
de origem”, pontua.
mandiocultura, foi percursor da inserção do Programa
Para Lunna, que agradece a confiança da EBDA, o
de Aquisição de Alimentos (PAA), que serviu como
seu lema é respeitar os companheiros, defendendo a missão
exemplo para outras regiões, e formou o primeiro
da empresa. “Sem doação não é possível exercer a função
treinando do Programa Semeando, que tem como
de extensionista”. É dessa maneira que Vinícius conduz os
finalidade assegurar sementes e mudas de boa qualidade,
seus trabalhos. O compromisso com a agricultura familiar
no tempo certo, para os agricultores familiares da
faz deste extensionista um exemplo de profissional.
Bahia. “Conseguimos colocar Solto Soares entre os três
“Ele é bom pai e também bom filho; dedicado a tudo o
municípios de destaque em produção de sementes, da
que se propõe fazer. É um homem que tem amor a sua
Chapada”, frisa o extensionista.
profissão, além de estar à frente do seu tempo, inovando sempre”, enaltece Sócrates Lúcio, técnico agrícola da EBDA
Desafios de uma vida
e primo de Vinícius.
Em 2011, Vinícius Lunna encarou mais um
Mas o maior desafio de Vinícius Lunna é educar
desafio, o de coordenar o Plano Brasil Sem Miséria
João Pedro, de dois anos de idade, seu único filho. “Só
(PBSM), que atende aos municípios de Cafarnaum,
peço a Deus que ele cresça sendo honesto consigo e com
Mulungu do Morro e Canarana. Para ele, o PBSM é
as pessoas”, afirma. Com o “charmoso”, como chama
um plano diferenciado, que tem como intuito buscar
carinhosamente o filho, Lunna disse que aprende todo dia
atender aos desejos dos agricultores familiares, com
uma lição. “Hoje sou mais paciente, graças a ele”. Poeta,
ênfase para a multidisciplinaridade de ideias. “A seca fez
Vinícius acredita que na vida não existe tempo perdido, e,
com que os agricultores mudassem os seus projetos, mas
sim, momentos não aproveitáveis.
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Publicado em junho de 2012
Nessa época, Lunna retomou os projetos de
Maria José
avó com garra e fôlego incansáveis
O dia 26 de julho é dedicado aos avós,
pessoas carregadas de experiências, que repassam às gerações posteriores conhecimento de vida, ajudando filhos e netos a enxergar melhor o futuro. Avós são eternas figuras guardadas na memória, muitas vezes, junto a lembranças de infância, às quais se homenageia com carinho, respeito e amor. Neste mês especial, a EBDA abraça e aplaude com ternura os avós, e para representa-los, o Gente Nossa, desta semana, evidencia a técnica social, Maria José de Oliveira, uma “vovó” especial, com passos enérgicos, fala mansa e ritmada, que dedica seus dias à agricultura familiar.
Com mais de 33 anos na EBDA, Maria José, lotada na Gerência Regional de Irecê, não desanima um único
dia na sua jornada. Aos 66 anos, ela construiu mais do que uma carreira de sucesso na Empresa, cultivou também uma família formada por pessoas que lhe querem bem e admiram, pela sua dedicação a tudo que faz. Admitida através de concurso, na extinta Empresa de Pesquisa Agropecuária da Bahia (Epaba), a soteropolitana Maria José deixou de lado a família, em Salvador, e o desejo de seguir a carreira odontológica, para se dedicar à extensão rural, hoje, uma paixão na sua vida. Referência em todo Estado, por ministrar cursos na área de produção artesanal associada, a técnica contabiliza mais de 100 capacitações para agricultores familiares de todo o Território Irecê.
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Quando entrei na empresa, logo percebi a
tenho minha vida arrumada, e posso ajudá-los a progredir na
importância de qualificar a mão-de-obra da agricultura
deles”, declara a técnica. “Sinto-me completamente realizada,
familiar. Então, comecei a me preparar; tomava todos
porque cada vez que dou um curso, é como se deixasse um
os cursos, por conta própria mesmo, principalmente
pedacinho de mim com o agricultor. Ver as comunidades,
sobre artesanato”, conta a técnica. Ao longo das três
que antes não tinham nenhuma estrutura, organizadas,
décadas de trabalho, Maria José se especializou em dar
produzindo e melhorando é o que me faz feliz”, completa.
cursos sobre alimentação alternativa, processamento
de vegetais, micro-indústrias domésticas, e materiais de
José Oliveira diz que sempre existiram dois sonhos na sua
higiene e limpeza. “Até hoje, quando vou a Salvador, nas
vida: ver os filhos independentes e ver a melhoria concreta
minhas férias, fico procurando cursos para fazer. Penso
na vida dos agricultores que atende. “Já estou bem perto de
sempre no agricultor, o que mais vai interessar a ele e a
realizar os dois sonhos. Dediquei-me e ainda me dedico para
sua família”, explica Oliveira.
alcançar isso; já consigo até ver os bons resultados da minha
jornada”, afirma a técnica.
A determinação e a dedicação que Maria José
Casada, com cinco filhos e cinco netos, Maria
tem com o seu trabalho é referência também para os
Aposentada há cinco anos, Maria José diz que ainda não
colegas. A técnica da EBDA, Edenildes Diniz, diz que
pensa em parar de trabalhar. Cada novo dia é como se fosse
a colega é, acima de tudo, uma mulher de garra. “A
o primeiro, como se eu estivesse começando. Só vou parar no
disposição que ela tem nos estimula. Eu sou mais jovem
dia em que não tiver mais fôlego, mas acho que ainda assim,
e não tenho a mesma garra e a mesma fibra de Maria
vou continuar o trabalho”, explica. O gerente regional de
José; ela nos impulsiona”, conta Diniz. A técnica Marta
Irecê, Joelson Matos, diz que a funcionária merece todas as
Mendes, que desenvolve os trabalhos em parceria com
homenagens da empresa e o reconhecimento da sociedade.
Maria José, afirma que a companheira é um exemplo
“Pessoas como Maria José nos fazem acreditar no nosso
para os que estão entrando agora e que sempre será
trabalho, ver que uma carreira construída com dedicação é
motivo de orgulho desempenhar o trabalho ao lado dela.
o que vale à pena”, afirma Matos.
O segredo de ser uma boa profissional, segundo Oliveira,
é ter amor pelo que faz. “Tudo que eu planejo é pensando
ser seguido. É profissional competente, mãe dedicada e avó
na melhoria de vida do agricultor. Eu, graças a Deus,
extrema.
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Mas que uma técnica, Maria José é um exemplo a
Publicado em julho de 2012
Nereu do Monte mais que um agrônomo, um verdadeiro extensionista
Com uma única visita à Gerência
Regional da EBDA de Alagoinhas ou ao Escritório Local de Inhambupe, fica fácil detectar, dentre todos os profissionais presentes, quem é o engenheiro agrônomo Nereu Pereira do Monte. Basta ver qual deles permanece mais tempo com o sorriso estampado no rosto.
Filho de pai pecuarista e mãe
professora, Nereu do Monte nasceu em 1957, na Fazenda Papagaio, localizada no município de Aporá. Seus avós paternos eram muito religiosos, e, por conta disso, seu pai queria que ele se tornasse padre. Depois de morar três anos em Salvador, ao completar 12 anos, João Bispo do Monte percebeu que o filho já estava na idade certa para entrar no seminário. E foi isso o que aconteceu: ficou dois anos como seminarista em Aracajú. Saiu porque não tinha vocação.
Após morar três anos em Inhambupe, voltou para a capital baiana para concluir o segundo grau. Não
conformado, seu pai voltou com outra ideia fixa: queria que ele cursasse a faculdade de direito. Já Josefa do Monte sonhava com um filho médico. Em 1979, passou em direito na Universidade Católica do Salvador (UCSAL) e em agronomia na UFBA. Finalmente, encontrando sua vocação, desistiu de cursar direito, após um ano, se dedicou exclusivamente à engenharia agronômica. Dos dez irmãos, foi o único a fazer faculdade.
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A colocação em 10º lugar no concurso da
O técnico tem vasta experiência com citricultura
extinta Emater-BA, hoje EBDA, lhe possibilitou realizar
e agroecologia. De 1999 a 2001, se envolveu num projeto
seu sonho de trabalhar com irrigação em Abaré, região
de horta comunitária na comunidade de Volta de Cima,
de Juazeiro. Ao se instalar no município, percebeu que
em Inhambupe, capacitando agricultores familiares que
era preciso diversificar as culturas na região, pois não
só conheciam o sistema convencional. Hoje, 11 famílias
existia muita opção, somente o tradicional cultivo de
se mantêm com os alimentos produzidos na horta. “Este
cebola. A partir disso, incentivou o cultivo do melão.
é o trabalho que tenho o maior orgulho em ter realizado,
pois depois de 11 anos continua dando certo e de forma
Quando o escritório fechou, em 1989, Nereu
voltou para Inhambupe onde iniciou trabalhos com
sustentável”, falou emocionado.
culturas de sequeiro e com pecuária. Por volta de 1994,
começou a se dedicar a pesquisas sobre mandioca e,
tranquilidade de sua propriedade em Abaré. Além disso,
daí, não parou mais. Implantou campos de estudos
gosta de dançar forró, sair em blocos no carnaval, ir à praia
em Crisópolis, Aporá, Sátiro Dias e em comunidades
e viajar. No entanto, ele contou que quando fica mais de
tradicionais, levando variedades de mandioca resistentes
três dias de folga, sente falta do trabalho, querendo voltar
a pragas e doenças. Durante cinco anos participou de
rapidamente às atividades.
um projeto de pesquisa em parceria com a Embrapa e
o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT),
Minha maior meta é levar o conhecimento ao agricultor
empresa da Colômbia, o que o fez se interessar ainda
familiar e visualizar, junto com ele, as transformações no
mais pela cultura.
campo”, declarou Nereu.
Numa visita ao Maranhão, conheceu o
Seu chefe, José Osório, não mede palavras para elogiá-lo: “é
processo de fabricação da cachaça tiquira. Em Sergipe,
bom trabalhar com pessoas com um ótimo humor e que
se encantou com o trabalho desenvolvido com a
trazem fluidos positivos. Defino Nereu como um verdadeiro
manipueira (líquido extraído da mandioca), usado
extensionista, aquele que realmente entende a importância
na alimentação de bovinos. O agrônomo trouxe as
desse trabalho e missão”.
técnicas para a Bahia, se aperfeiçoando nas aplicações da
manipueira na produção de biogás, etanol, aguardente,
mestrado e ser professor universitário, completa, em agosto,
fertilizantes, tijolos, sabão e conserva de alimentos. Ele
29 anos de atuação na EBDA. Preocupado com o meio
também tem ministrado cursos para estudantes, através
ambiente, com vasta experiência de campo e que trabalha
do projeto Família Agrícola e Treinamentos de Mão-de-
sempre de bem com a vida, Nereu Pereira do Monte é um
Obra (TMO), para agricultores.
profissional que só a EBDA tem, ele é Gente Nossa. 79
Nos momentos de lazer, costuma aproveitar a
“A Empresa representa a minha segunda casa.
O agrônomo, que futuramente pensa em fazer
Publicado em julho de 2012
Samuel Feldman um mergulho em trabalhos com a agricultura
O mesmo pedaço de mar, no Porto
de Salvador, que os pais de Samuel Feldman avistaram quando chegaram à Bahia, ao fugir da Romênia durante a Segunda Guerra Mundial, era o local preferido dele para praticar mergulho, desde a juventude. Mas a atividade de lazer preferida foi interrompida a partir de 2002, após um acidente de carro, no qual fraturou uma das pernas e como consequência perdeu a agilidade necessária para mergulhar.
Com
este
empecilho,
Feldman
substituiu o esporte pelas viagens nos momentos de folga. A última foi para Canoa Quebrada, em Fortaleza, sempre em companhia da esposa, a simpática Morena - apelido de Jovenilce Feldman - com quem é casado há 32 anos e teve um casal de filhos. Também relata que em casa prefere ficar um pouco sozinho, lendo, leitura essa que avança a madrugada. Gosta ainda de brincar com os bichos que cria em casa: as cadelas Suzy e Linda e os gatos que apanharam na rua, Lalá e Lili.
Formada em Letras, Jovenilce também divide com Samuel o mesmo objetivo de trabalhar em prol do
desenvolvimento da agricultura familiar. Ambos atuam na Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA), ela, especificamente, com a Rede Mulher e Chamadas Públicas, e ele como chefe do Departamento de
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Este inquieto soteropolitano, que afirma que
de 2011.
ama ser baiano, mas que detesta comida baiana, preferindo Atuando na EBDA desde 2007, o agrônomo,
feijão com verdura no almoço de cada dia, passou por
formado em 1978, na Escola de Agronomia da
outras experiências profissionais. Ao sair do banco, montou
Universidade Federal da Bahia, em Cruz das Almas, já foi
um negócio próprio: uma empresa de transporte de água.
assessor da presidência e atuou com assistência ao crédito
“Após quatro anos de atuação, resolvi partir para outra
rural. No momento, também é coordenador do Plano
atividade. Sentia falta de trabalhar com pessoas, em equipe,
Brasil Sem Miséria, cujos trabalhos são desempenhados
contribuindo socialmente”, disse.
por equipes de técnicos, que estão em campo prestando
assistência técnica aos produtores rurais em dez lotes que
atuar no Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF),
a empresa ganhou. O chefe do DDA desenvolve outras
do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), no qual,
ações e projetos nas áreas de fruticultura e sementes.
por dois anos, trabalhou junto com técnicos, na compra de
Em sua trajetória, Feldman também foi bancário. Na
terras para a Reforma Agrária. Mas Samuel queria fazer mais.
instituição financeira, trabalhou com prestações de
serviços voltados para a agricultura, durante 20 anos.
sócio-econômico do Estado, que Feldman deixa a porta do
Isto, porque fez concurso para uma vaga de engenheiro
DDA, que coordena, aberta e receptiva à colaborações e
agrônomo e ficou lotado no Departamento Rural do
ideias. Na EBDA, as parcerias profissionais já renderam a
órgão, até 1997, onde fazia assistência de crédito rural
conquista de 19 chamadas públicas, entre 2011 e 2012.
e de financiamento. Daí a familiaridade com assuntos
como o Garantia Safra e com mutirões para emissão
trabalho, Feldman afirma: “se soubesse o quanto é bom
de DAPs (Declaração de Aptidão ao Pronaf), atividades
trabalhar na EBDA, já tinha vindo prá cá há muito tempo”.
desenvolvidas pela Empresa, coordenadas por esse
É por isso que Samuel Feldman é gente nossa.
técnico.
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A opção encontrada foi voltar ao serviço público e
É neste passo, de contribuir para o desenvolvimento
Aos 58 anos, com muita experiência de vida e de
Publicado em julho de 2012
Desenvolvimento da Agricultura (DDA), desde fevereiro
Sandra Marins uma colaboradora da Ater pública
Profissional
dinâmica,
criativa
e
companheira. Essa é a definição dada pelos colegas de trabalho, a chefe de Escritório Local de Valença, Sandra Lúcia de Magalhães Marins. Coordenadora do Projeto Pacto Federativo, no Baixo Sul, Marins atualmente lidera uma equipe de 54 profissionais a quem dedica atenção e comprometimento.
Sandra é uma extensionista rural,
nata, que trabalha na atividade social há 32 anos, colocando o desenvolvimento da agricultura familiar em primeiro plano, em seus compromissos profissionais. Graduada em Serviço Social, pela Universidade Católica de Salvador, em 1981, Sandra logo foi aprovada, em 1982, no concurso da antiga Emater-BA, atual EBDA, ficando à disposição da Cooperativa Agrícola Mista de Batéa, em Jaguaquara, por três anos. Após esse período, Marins assumiu o cargo de assistente social da EBDA, no mesmo município, de onde traz boas lembranças.
“Em Jaguaquara, atuei exclusivamente com Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), trabalhando com
agricultores, jovens, mulheres e grupos de produção, e pude contribuir com a organização e planejamento de atividades agrícolas, de associativismo e cooperativismo”, recordou Sandra.
Há 18 anos a técnica veio para o município de Valença, onde percebeu a necessidade de estimular a
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produção de alimentos e de culturas de ciclo curto, como
buscando, cotidianamente, seu atendimento. Maria Joselita
forma de capitalizar e fortalecer as famílias rurais. Chefe
Santos, agricultora familiar, descreve Sandra como o braço
de Escritório Local, Marins tem o carinho e o respeito de
forte da agricultura, na região. “Conheço dona Sandra, tem
todos que trabalham com ela. Para a veterinária Maiana
oito anos sempre com carinho e boa vontade de resolver
Machado, Sandra representa a força e o dinamismo da
as dificuldades da minha comunidade, apoiando muito os
mulher no cenário agropecuário baiano. “Todos nós
nossos eventos”, declarou a agricultora.
somos aprendizes da experiência profissional de Sandra.
A forma, como ela gerencia, nos contagia”, comentou
Raniere e Sandrinha, a técnica dedica parte de seu tempo
Machado.
ao seu compromisso familiar, buscando estar presente nos
Apaixonada pelo trabalho rural, Sandra
momentos importantes da vida dos filhos. Casada com o
procura participar de diversas capacitações profissionais
médico cirurgião, Osvaldo Cruz, que não poupa elogios à
no setor agrícola, com o objetivo de se atualizar nas
esposa. Dr. Osvaldo afirma ser um admirador revelado do
novas tendências do negócio agrícola. “É necessário
ofício e o do caráter da esposa. “Sandra é uma pessoa corajosa,
aprimorar o conhecimento técnico, afinal o mundo está
não tem medo de trabalho; admiro o amor que ela tem pelos
em constante mudança; por isso quero estar capacitada,
agricultores familiares e o seu envolvimento com a equipe. É
e repassar o que aprendo para a minha equipe, que tem
uma colaboradora nata da Ater pública, trabalhando sempre
um excelente potencial de aprendizagem”, comentou
com amor. Minha definição para Sandra é de uma pessoa
Marins.
maravilhosa”, declarou.
A simplicidade e humildade que Sandra tem
É por todos esses anos de trabalho, dedicação
no tratamento com os agricultores familiares fazem
e comprometimento com a agricultura familiar, que a
a técnica ganhar o carinho e o prestígio entre eles,
profissional Sandra Marins é gente nossa.
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Publicado em julho de 2012
Mãe amorosa e zelosa com seus três filhos: Leo,
Francisco Alves Vieira Filho um homem comprometido com a educação no campo
Compromisso, respeito e seriedade.
Esses são os pilares para o sucesso dos trabalhos da agricultura familiar, na opinião do engenheiro agrônomo da EBDA, em Nazaré das Farinhas, Francisco Alves Vieira Filho (62), conhecido popularmente como “Chico”. Extensionista há 38 anos, este técnico é referência nos trabalhos pedagógicos desenvolvidos no campo, onde estimular o desenvolvimento social e econômico das famílias rurais é uma das suas ações como pedagogo “por vocação”.
Formado em engenharia agronômica, pela Universidade Federal da Bahia, em Cruz das Almas, Francisco
Alves também buscou especializar-se em Irrigação e Drenagem, no Instituto Interamericano de Ciências Agrícolas, em Petrolina PE. Apostando na tecnologia, ele também fez especialização em Georreferenciamento, na Faculdade de Agrimensura, em Minas Gerais.
Francisco ingressou na carreira profissional em 1974, no município de Livramento, Sudoeste do Estado,
quando foi aprovado no concurso do Instituto Baiano de Crédito Rural (IBCR), posteriormente Empresa de Crédito e Extensão Rural (Encerba), seguido da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Ematerba), atual EBDA.
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uma Unidade Experimental Demonstrativa (UED),
Apesar de agrônomo, por formação, a
de
pedagogia está na veia desse educador nato que
mandioca. “Estou ansioso para ver o comportamento de
compreende a educação como forma de construção de
novas variedades de mandioca aqui, na região; isso pode
um futuro digno. Em sua história de vida profissional,
trazer bons resultados para o agricultor familiar”, comentou
ele conta que em feiras livres, exposições, dias-de-campo
o técnico.
e atividades que concentravam grande público, realizava uma atividade que ele nominou de “Ater em Feiras
Fotografia como hobby
Livres”, que consistia na ação de levar conhecimento
técnico ao agricultor familiar, de forma rápida e prática,
Conceição Teixeira, Francisco dedica parte do seu tempo
sobre as culturas agrícolas, plantio, adubação, prevenção
livre à família e também à fotografia, uma de suas paixões. De
de pragas, entre outras informações.
acordo com ele, a fotografia é a arte de expressar sentimentos,
Segundo colegas, com o megafone na mão,
pensamentos e emoções. “Eu gosto de fotografar, pois com as
Chico saudava os agricultores e convidava a todos a
imagens é possível relembrar tudo de bom que já foi vivido”,
participarem do momento Ater, e logo o público estava
comenta o também fotógrafo Chico.
adquirindo novos conhecimentos, esclarecendo dúvidas
e trocando experiências. O encontro com os produtores
muitos amigos, um deles, o chefe de Escritório Local de
acontecia todos os sábados, na feira do município de
Nazaré, Manoel Brito, que não economiza elogios: “Chico
Nazaré das Farinhas, onde permanece até hoje. O
é um técnico exemplar, companheiro, profissional e ético.
trabalho deu certo e foi apresentado no Congresso
Todos que trabalham com ele o admiram pela forma simples
Internacional de Comunicação Rural, em Recife/1984.
que leva a vida, buscando sempre ajudar ao próximo. É um
Palestras sobre associativismo e cooperativismo são
prazer estar próximo de uma pessoa como ele”, declarou
realizadas, periodicamente, por Francisco, bem como
Brito.
diagnóstico local, emissão da Declaração de Aptidão
ao Pronaf (DAP), orientações técnicas sobre criação
da agricultura familiar pode ser mais próspero, e por dedicar
de animais, plantio, adubação e comercialização, nas
38 anos de sua vida ao fortalecimento e desenvolvimento
comunidades que ele trabalha, no município de Nazaré.
das atividades agropecuárias, é que Francisco Vieira Filho é
Atualmente, Francisco se dedica à implantação de
Gente Nossa.
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A simplicidade e humildade de Francisco atraem
Por amor à extensão rural, por acreditar que o futuro
Publicado em agosto de 2012
Pai de quatro filhos, casado com Marília da
Ildete Dreger de Souza
Mulher de Fibra
A assistente social Ildete Dreger de
Souza, filha do pecuarista Epaminondas Manoel de Souza e da professora Rosália Dreger de Souza, é a nona de onze filhos. É citada pelos colegas de trabalho como exemplo de uma pessoa dinâmica e amiga, mulher guerreira, carinhosa, determinada e competente, que não teme desafios. Descendente de alemãs e italianos, sempre foi considerada pela família como uma pessoa meiga e estudiosa.
Nasceu em 14 de março de 1963, em
Seabra, região da Chapada Diamantina. Perdeu a mãe cedo, aos treze anos de idade. Admiradora eterna do pai, sempre teve todo o seu apoio durante a sua caminhada de vida. “Ele tinha todas as qualidades possíveis; era pai, amigo e confidente. Tive uma convivência muito forte com ele”, diz Ildete, com um enorme sorriso, ao lembrar.
Sempre inquieta, a determinada jovem mudou-se para São Paulo assim que terminou o ensino médio, aos
dezoito anos, e por lá permaneceu quase um ano. Foi com o objetivo de estudar, já que em Seabra não tinha como cursar uma faculdade, um de seus sonhos. Porém não encontrou oportunidade de trabalho, na época, e retornou para sua cidade natal.
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Na busca por emprego, prestou o concurso
Centro, na reforma do auditório e implantou novos recursos
para atuar na Empresa de Assistência Técnica e Extensão
didáticos para atender ao público do CTN.
Rural da Bahia (Emater/BA), e quando retornou da
capital paulista, teve a grata surpresa, foi aprovada e
conciliar a vida de mãe e funcionária. Por conta de suas
ingressou na empresa em 1982, atuando como assistente
ocupações, passou um bom tempo longe do filho. Sempre
administrativa, em Seabra. Trabalhou em Macaúbas,
muito focada, realizou seu maior desejo aos 38 anos: cursar
Boquira e Andaraí, e em 1997 foi transferida para a
a Faculdade de Serviço Social da Universidade Católica de
capital baiana. Antes de vir para Salvador, a assistente
Salvador (Ucsal). Fez pós-graduação em psicopedagogia, para
social foi capacitada na área de informática da sua região.
aperfeiçoar-se, e orgulha-se de ter comprado um carro e um
apartamento, sozinha, e ter formado seu filho, Clodoaldo,
Na sede, iniciou no setor de pessoal, onde era
Ildete passou por grandes dificuldades para
responsável pelo remanejamento de funcionários nos
em Direito.
diversos departamentos da empresa; foi secretária do
projeto Pró Renda - um convênio de cooperação técnica
mãe, o que requereu um grande esforço, mas valeu a pena”,
entre o Brasil e a Alemanha -, que consistia em trazer a
diz Ildete, que, nas horas de lazer, gosta de cinema, teatro
metodologia aplicada na zona rural alemã para o Brasil.
e sempre volta à fazenda deixada pelo pai para renovar as
Desenvolveu um importante trabalho na EBDA, ao
energias.
fazer o perfil dos empregados de 13 gerências regionais.
Em maio de 2006, assumiu a coordenação do Centro
projeto em prática: montar um consultório de psicopedagogia
de Treinamento (CTN), onde está até hoje. No setor,
clínica. “Só tenho a agradecer a EBDA por tudo que já
ela trabalhou para a melhoria da estrutura física do
conquistei, entretanto, ainda tenho muito a realizar”.
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“Fui estudante, estagiária, funcionária, esposa e
A assistente social ainda pretende colocar um
Publicado em agosto de 2012
João Cerqueira Barros “seu nome é trabalho e o apelido é labuta”
Quem vê aquele homem sério, sempre
com seu chapéu a postos e de pouca conversa, não imagina o quanto sábio, humilde e simpático ele é. Basta puxar um “dedo de prosa” para identificar essas e muitas outras qualidades que o engenheiro agrônomo da EBDA, João Cerqueira Barros, tem. Filho de pai comerciante e mãe dona de casa, nasceu em Feira de Santana, em 1956. Desde criança sempre foi estudioso e aplicado. “Cumpria todas as minhas obrigações e meus pais nunca precisaram pegar no meu pé”, revela João Barros, que, após terminar as tarefas escolares, ia para o estabelecimento de seu pai para ajudá-lo.
Em 1981, graduou-se em agronomia pela UFBA e, neste mesmo ano, passou entre os 10 primeiros colocados
no concurso da antiga Ematerba, hoje EBDA. Começou sua carreira na empresa atuando como chefe do Escritório Local de Seabra. O agrônomo conta que, naquela época, sentiu dificuldade para se adaptar à região, pois tudo era novo para ele, que acabara de se formar. No entanto, rapidamente se acostumou com o ritmo do trabalho.
Após passar quatro anos em Seabra, foi transferido para o Escritório Local de Santo Estêvão, ocupando o
mesmo cargo. Em 2006, voltou para a sua cidade de origem, para assumir a chefia da Estação Experimental de Rio Seco, onde trabalhou por dez anos. Atualmente, João Barros é o chefe do Centro de Profissionalização de Agricultores Familiares da Estação de Rio Seco (Centreapis).
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A área vegetal é a que mais se identifica, e
de eventos como a Expofeira e a Fenagro. Coordena todo o
domina, visto que trabalhou durante muito tempo com
processo de montagem dos estandes e auxilia na elaboração
a produção de mudas e não parou mais. Somam-se
da programação das atividades apresentadas.
a isso projetos como a “fazendinha” – uma espécie de
unidade demonstrativa com várias tecnologias para a
amigos, caminhar, viajar, andar de bicicleta, curtir uma praia
pequena produção, cultivo de flores tropicais e criação
e jogar xadrez. É festeiro, mas não gosta muito de dançar,
de aves caipira. “Sempre tive interesse pelas atividades
só o básico. “Sou muito tranquilo, fico mais na minha”,
do homem do campo. Por frequentar fazendas desde
confessa.
criança, despertei a curiosidade, e o prazer virou
profissão”, afirma Barros.
Oliveira, diz que João Barros é um técnico muito responsável,
Sobre perspectivas no trabalho, conta que
trata todas as pessoas da mesma forma, sem distinção, e que
pretende ampliar ainda mais os trabalhos já desenvolvidos
gosta muito de trabalhar em equipe. “Eu sempre brinco
e implantar novos projetos voltados para a agricultura,
com ele que seu nome é trabalho e o apelido é labuta. É
e entre eles, transformar a Estação em uma Fazenda
um homem que não tem preconceitos: pega na enxada, cava
Modelo para a agricultura familiar. Não pensa em seguir
buraco e leva o serviço até o fim”, afirma o seu colega de
a carreira acadêmica, pois acha que não tem perfil para
trabalho.
ser professor e prefere dedicar-se aos trabalhos práticos de
Ao falar sobre o que a EBDA representa em sua vida, deixa
campo.
claro que todos os anos de dedicação constante o levaram a
Nas horas vagas, gosta de bater papo com os
O assistente técnico administrativo, Rogério
No Centro de Profissionalização, recebe
adquirir muita experiência e se apaixonar ainda mais pela
regularmente a visita de estudantes do ensino
engenharia agronômica. “Não sou perfeccionista, porém
fundamental das escolas da região. Volta e meia,
procuro fazer tudo sempre bem feito, pois levo muito a sério
também ministra cursos de enxertia e de produção de
o meu trabalho e, por consequência, a EBDA”, explica João
mudas. Além disso, participa ativamente da organização
Barros.
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Publicado em agosto de 2012
Daniel Dourado um dos pioneiros da agroecologia na Bahia “O legado da agroecologia na EBDA”. Este foi o elogio dito, com muito entusiasmo, por um dos colegas de Daniel Rebouças Dourado, agrônomo da EBDA, participante de uma videoconferência sobre quintais agroflorestais. Quando se fala em agroecologia na empresa, o nome Daniel Dourado surge instantaneamente como num sistema de busca do Google. E isso não é um exagero: todos o procuram por ser uma referência, devido ao importante trabalho desenvolvido por ele, na área. Daniel Dourado nasceu em Feira de Santana, em 1957. Filho de fazendeiro e mãe dona-decasa formou-se em agronomia pela UFBA, em 1980. No entanto, queria estudar medicina por achar que já havia sido médico em outra encarnação. Gostou tanto da engenharia agronômica, que logo desistiu de seguir a área médica. Assim que saiu da universidade, passou no concurso da Emater-Ba, empresa que deu origem a EBDA. Apesar de aprovado, não foi chamado porque não tinha carteira de motorista. Com a habilitação em mãos foi trabalhar em Canarana, como técnico de campo, por um ano e meio. Depois disso, foi para Irecê, onde trabalhou no escritório local executando atividades ligadas à agricultura alternativa, como se chamava na época. Ainda em Irecê, foi convidado para ser assessor local da empresa, para auxiliar a equipe técnica do Programa Especial para a Agricultura Familiar (Papi). Logo em seguida, passou de assessor a gerente. Realizou experiências de produção orgânica, com um grupo de agricultores de Gameleiros do Açoruá, na serra de Gentil do Ouro e com produtores de Xique-Xique. Na mesma época, participou de um trabalho de capacitação junto com a assessoria do Projeto de Tecnologia Alternativa (PTA), da Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional (Fase). Anos depois, criou o Grupo de Apoio de Resistência Rural e Ambiental (Gara), uma ONG criada através de
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Através do Programa Quintais Produtivos, Daniel Dourado vem implantando campos no sistema de agloflorestas, onde são plantadas, numa mesma área, diversos tipos de culturas. “A gente vai garantindo trabalho e renda para as famílias, sinalizando para uma melhoria da qualidade de vida e incorporando a preservação ambiental”, explica o técnico. Um dos seus objetivos é fazer com que a agroecologia seja institucionalizada dentro da empresa e difundida por todos os programas e projetos. “Minha meta é trabalhar pela sustentabilidade do planeta, pensando numa sociedade mais justa, onde as pessoas tenham direito de usufruir dos bens produzidos, pensando na conservação dos recursos naturais”, revela. A preocupação com o meio ambiente não vem só da agronomia. Daniel é presidente de um centro espírita e, por isso, faz um “link” perfeito entre o material e o espiritual. “Essa interrelação do plano físico com o espiritual contribui muito para a agroecologia, apesar de não ser considerada uma área de atuação neste campo, mas incluo por minha conta”, ri. Sobre sua personalidade, diz que tem um temperamento forte, apesar de aparentemente calmo e tranquilo. Casado, pai de onze filhos, apenas um escolheu a sua profissão. Ama o que faz e gosta de trabalhar mais no campo. Esclarece que atividades burocráticas de escritório não o estimulam muito. Em meio a tantos elogios à EBDA, ele deseja vê-la “mais oxigenada com a agroecologia, quebrando paradigmas para ter uma extensão rural renovada”. Este é Daniel Dourado, que assim como seu sobrenome, transluz uma boa energia na empresa. Valendo o trocadinho, um engenheiro que vale ouro.
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Publicado em setembro de 2012
encontros e seminários sobre agricultura alternativa. A partir disso, começou a ficar conhecido em toda a Bahia ao divulgar seu vasto conhecimento na área, nas diversas palestras apresentadas. Após trabalhar por doze anos em Irecê, realizando capacitações para técnicos e agricultores da região, Daniel retornou à sua cidade natal, em 1993. Chefiou o escritório de Santa Bárbara, por dez anos, promovendo atividades de convivência com a seca, ligadas à agroecologia. Atuou também como instrutor no centro de profissionalização da Fazenda Mocó, ministrando cursos de manejo ecológico do solo, em todas as regiões do Estado. Fez consultoria em agroecologia, para agricultores, em Serra Preta, Ipirá e Amargosa. “Com esse trabalho as pessoas começaram a produzir organicamente e vender para a alimentação escolar”, conta orgulhoso. Atualmente, Daniel Dourado está coordenando um projeto sobre fertilidade do solo, em Feira de Santana. “Implantamos campos experimentais para mostrar, na prática, como resolver problemas como pragas e doenças, e que está servindo de referência para difundir as práticas agroecológicas”, explica Dourado. Além da agroecologia, o também especialista em homeopatia, pelo Instituto Homeopático Soares da Cunha, em Salvador, vem realizando muitos trabalhos nesta área. O controle da mosca-das-frutas em mangueiras, do ataque do escargot, às plantações, da queda dos frutos dos coqueiros, e da antracnose e fusariose, em feijão, são alguns dos avanços já obtidos com a chamada agrohomeopatia.
Lisvaldo Alves um homem que não tem medo de trabalho
Uma pessoa com expressões fortes,
marcadas pelo trabalho duro na terra, calado, durão, organizado e perfeccionista. Quando tem uma questão para resolver não se inibe, só sossega quando encontra uma solução. Considerado pelos colegas de trabalho como um funcionário “pau para toda obra”, o técnico agrícola da EBDA, Lisvaldo Alves de Jesus é citado como um homem dinâmico, que trabalha com mecânica, na lida com os animais e conhece a estação experimental de Aramari como a palma da própria mão.
Nascido em 16 de Abril de 1955, no
povoado de Santa Hilária, zona rural do município de Pimenta, em Minas Gerais, o filho de agricultores familiar, teve o povoado onde vivia coberto pelas águas, depois que a represa situada às margens do Rio Grande rompeu, e inundou uma grande parte da comunidade, o que obrigou os pais de Lisvaldo a mudarem para a parte alta da cidade.
Sem muitas alternativas de estudo em Pimenta, Lisvaldo mudou-se para Franca, localizada em São Paulo, lá
concluiu o curso técnico agrícola em 1977. Prestou concursos nos Estados de Mato Grosso, Rondônia e São Paulo e não obteve resultado positivo. Resolveu então fazer o concurso da Empresa de Pesquisa Agropecuária da Bahia, antiga (EPABA), foi aprovado, e no dia 18 de agosto de 1978, começou a se dedicar à agricultura familiar.
O primeiro município que o técnico agrícola atuou foi Monte Gordo, onde prestava assistência com a cultura
do coco; lá permaneceu por um ano. Em seguida, foi transferido para Nova Soure; trabalhou com irrigação, plantio
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Embora tenha um enorme carinho pelos animais,
Juazeiro, auxiliar o trabalho com plantio de feijão irrigado,
diz que não optaria pelo curso de medicina veterinária,
e, em 1982, mudou-se para Aramari onde permanece até
justamente por não gostar de ver o sofrimento dos animais.
hoje.
No período de seca, Lisvaldo por muitas vezes trabalhou Na estação Experimental de Aramari, o técnico
dia e noite arando a terra para plantar capim e manter a
agrícola cuida dos bovinos e bubalinos, faz a conservação
conservação de pastagens. Ficava agoniado quando não via a
de pastagens, a parte zootécnica, controle de vermifugação e
fartura de capim para os bichos.
nascimento dos animais, tatua os bezerros após o nascimento,
“Amo o que eu faço. Aprendi muita coisa com EBDA,que é
recupera as cercas danificadas e auxilia os vaqueiros. “É um
minha segunda família”, declarou. Pai de três filhos, Juliana,
verdadeiro trator para trabalhar, me ajuda do conserto
Silvio e Marcos, o técnico orgulha-se da filha mais nova.
de automóveis ao trabalho com tubulação e eletricidade,
Juliana, que cursa Administração. Nos momentos de lazer,
quando necessário” relata a chefe da Estação Experimental
costuma pescar, paparicar a netinha Alicia, de um ano e cinco
de Aramari, Carolina Mello.
meses, e gosta de ficar em casa com a esposa Fátima, com
quem é casado há 28 anos.
Muito organizado, mantém controle de todo
rebanho da estação através da planilha Excel, onde aprendeu
Por trás dessa aparência rude e firme se esconde
a mexer sozinho. “É um técnico que está sempre disponível,
um homem emotivo, que chora quando fala de dona Luiza
por diversas vezes, leva trabalho para casa; é responsável
Cândida de Oliveira. “Sinto muitas saudades de minha mãe,
e correto”, disse o veterinário Vicente Dias, que, além de
lembro dela sempre. Depois que ela faleceu, perdi a alegria
colega de trabalho do técnico, tornou-se um amigo presente.
de voltar a minha terra natal, que visitava todos os anos”,
Por falta de condições financeiras não fez um curso
recorda Lisvaldo com os olhos marejados. O técnico, que
superior, se tivesse tido oportunidade teria feito agronomia.
atua na EBDA há 34 anos é um exemplo de bom caráter,
No momento gostaria de se especializar em mecânica, por
comprometimento e amor pela vida no campo. Um homem
causa da paixão pelo conserto de automóveis.
que sonha em ter um sítio próximo à praia e orgulha imensamente a EBDA.
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Publicado em setembro de 2012
de milho e hortaliças. Em Dezembro de 1979, foi para
Paulo Araújo
A sintonia entre a Assistência Técnica e a música regional
É nas terras secas do oeste, onde o
sol racha os pés do sertanejo, que o técnico em agropecuária da EBDA, Paulo Araújo (48), cativa agricultores familiares com música, arte e amor. Natural do município de Bom Jesus da Lapa, no Vale do São Francisco, ele se encantou pela música aos 14 anos, ao ganhar de sua mãe, Maria Araújo, um violão, e aos 16 anos, descobriu sua vocação agrícola, na Escola Agrotécnica Federal de Urutaí, em Goiás.
Na terra que faz brotar a resistente
palma, também nascem homens e mulheres valentes e fortes, que lutam para sustentar suas famílias e têm fé e esperança de que um dia a vida no sertão seja melhor. Foi na tentativa de contribuir com a melhoria da qualidade de vida dos seus conterrâneos que Paulo decidiu nunca deixar sua cidade natal, e é difícil encontrar na região alguém que não conheça o artista Paulão Araújo, da banda “Morão di Privintina”.
Após concluir o Curso Técnico em Agropecuária, Paulo foi para o Espírito Santo estudar a
Metodologia da Escola Família Agrícola, em 1984; depois trabalhou em várias empresas de assessoria técnica agrícola, realizando muitos projetos, entre eles, de irrigação no semiárido. O técnico chegou à EBDA em 2009, por meio do Regime Especial de Direito Administrativo (Reda); trabalha assistindo 11 comunidades
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ruim para ele, nunca vi de mal com a vida”, conta o
Francisco, em Serra do Ramalho. E ajudou a criar
engenheiro agrônomo da EBDA de Serra do Ramalho,
pontos de leitura, desenvolveu encontros territoriais
Pedro Fernandes Alves.
com mulheres, trabalhos de revitalização da Bacia
do São Francisco e cadastramento e elaboração de
Privintina trabalham com projetos culturais voltados
projetos do Pronaf.
para comunidades rurais, mas já se apresentaram em
Paulão é admirado pelos colegas pelo que
Salvador, nos bairros do Rio Vermelho e Praças Tereza
faz na assistência técnica e no meio cultural de Bom
Batista e Quincas Berros D’água, no Pelourinho, com
Jesus da Lapa. “Altamente prestativo, não há tempo
show do primeiro cd “Cama de Quiabento”.
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Atualmente, Paulo e a banda Morão de
Publicado em setembro de 2012
do Projeto de Assentamento Agroextrativista São
Ariomar Aguiar
dedicação extrema à pesquisa do solo na Bahia
Bacharel em química pela UFBA, da
turma de 1974, Ariomar de Castro Aguiar foi coordenador do Laboratório de Química e Física do Solo da Universidade Federal da Bahia e começou sua carreira trabalhando no Instituto de Geociência, no Projeto de Geoquímica. Em 1980, deixou o projeto para trabalhar na antiga Empresa de Pesquisa Agropecuária da Bahia (Epaba), hoje, EBDA, a convite do coordenador do Programa de Solos da Bahia, na instalação do Laboratório de Solos.
Referência na área, logo estruturou todo o
laboratório da empresa que funcionou até 1990, e em 1991, houve a junção da Epaba com a Emater-Ba, quando foi constituída a EBDA. Nesta época, com o avanço da soja em Barreiras, o laboratório foi transferido de Salvador para o município. Após alguns anos de atuação, retornou para a capital baiana para novamente implantar o Laboratório de Solos, e, paralelamente, o laboratório da EBDA em Teixeira de Freitas.
No transcurso de sua vida profissional, Ariomar esteve na França, em 1978, onde passou um ano,
fazendo uma especialização e aperfeiçoamento técnico e científico, no Office de la Recherche Scientifique et Technique d’Outre-Mer (ORSTOM), como bolsista deste centro de pesquisa internacional.
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Nascido em Salvador, em 1950, Ariomar
O técnico da EBDA também é amante da
é filho de um telegrafista e de uma assistente
sétima arte. Filmes de guerras históricas e de faroeste são
administrativo. Com relação aos estudos, sempre foi
os seus prediletos. Como todo fã do gênero, John Wayne
um dos melhores alunos. Mesmo sendo muito bom
é o seu ator número um. Ele chega a gravar vários filmes
em química, não pensava em cursar a faculdade nesta
para assistir nos finais de semana. Influenciado pelos
área. No entanto, por incentivo de seus professores
filmes da época, recorda que, quando criança, seu sonho
do segundo grau, optou pela profissão, o que afirma
era ser piloto de avião.
ter feito a escolha certa. Segundo os colegas de
trabalho, isto é claro em função da sua dedicação
ao educar seu casal de filhos, todos pós-graduados, a
extrema ao trabalho diário no laboratório.
segunda, fica por conta de viver melhor e com saúde.
“Não sou perfeccionista, mas gosta das coisas bem
“Quero viajar mais, relaxar e ter qualidade de vida”,
feitas”, afirma discreto Ariomar. É pontual - segue à
revela o químico que pretende trabalhar até aos 70 anos.
risca seus horários -, e quem o conhece, sabe que é
Ainda este ano, espera ter o seu primeiro netinho.
introvertido e reservado. No trabalho, só fala sobre
assuntos referentes ao laboratório e nada mais.
sente gratificado pelo fato de poder prestar assistência
Nas horas vagas, gosta de ouvir música,
ao agricultor familiar e conscientizá-lo sobre o melhor
preferencialmente, Bossa Nova e MPB. Toquinho,
aproveitamento do solo e da água. Chefe, pai e colega
Vinicius de Morais e Seu Jorge são seus cantores
atencioso, Ariomar é uma pessoa simples, dedicada e
preferidos. Aos 62 anos, confessa que deixou um
culta. Um fundador perseverante e comprometido com
pouco de lado as leituras sobre assuntos técnicos.
a ciência, o que a EBDA reconhece.
Hoje, prefere livros mais leves, relacionados à saúde e bem-estar.
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Sobre metas, afirma que uma parte já cumpriu
Ao falar sobre seu trabalho, explica que se
Publicado em outubro de 2012
Raimundo Vasconcelos Silva
um homem que tem prazer em servir
Simples,
bem
disposto
e
solidário. Essas qualidades definem um pouco o profissional Raimundo Vasconcelos Silva, o famoso “Bobó”, da EBDA. Responsável por levar e trazer as correspondências geradas pelo Gabinete da Presidência (GPR) e das diretorias da empresa, o contínuo da Diretoria Executiva traz na bagagem profissional 35 anos de experiência nas rotinas administrativas.
Casado com Iris Vieira Santos,
Bobó se diz um homem feliz, realizado com seu grande amor. Pai de Renan Vieira (28), e avô do pequeno Rian, de 5 anos, o chefe de família reserva seus momentos vagos para dedicar-se às brincadeiras com seu neto.
O apelido “Bobó”, bastante popular entre os colegas, amigos e familiares, segundo conta, surgiu das
brincadeiras de criança, quando os companheiros passaram a chamá-lo por esse codinome, justificando que Raimundo só pescava ‘pequenos peixes conhecidos como bobós’, às margens do riacho que ficava próximo à sua casa, no bairro da Caixa D’Água, em Salvador.
Conhecido e admirado por todos os colegas, Bobó revela que a EBDA é sua segunda casa, e
seus colegas são extensão da sua família. “Tenho um carinho enorme por todos que trabalham comigo;
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gosto muito de estar na companhia dessas pessoas
coisas sociais; é preciso ser solidário e oferecer um pouco
trabalhadoras e honestas. É um prazer fazer parte da
de si para os que mais precisam. O ideal é proporcionar
equipe da EBDA”, declara Bobó.
esperança de dias melhores para os que vivem no bairro,
Raimundo
Vasconcelos
foi
que têm uma triste história. Gosto muito de trabalhar
admitido
na EBDA, em 1977, na extinta Emater-BA, e,
como voluntario”, afirma Bobó.
hoje, passados 35 anos, o servidor público ainda
trabalha com a mesma garra e vitalidade, tendo a
Raimundo reúne os amigos para jogar uma clássica
disponibilidade como sua principal característica.
partida de dominó. Ele comenta que este é o momento
Muitos são os depoimentos dos colegas de trabalho.
para rever os velhos amigos e colocar a conversa em dia.
A equipe do Gabinete, por exemplo, expressa
“O dominó é um passatempo tranquilo e divertido;
seu carinho definindo Bobó como uma pessoa
gosto de desfrutar desses momentos”, comenta.
extremamente solidária, simples, alegre, formidável,
presente e, acima tudo, de bom caráter e de coração
fruticultura: em uma área, no quintal de sua casa, Bobó
puro. Ele é simplesmente ‘um profissional nota 10’,
cultiva árvores frutíferas como graviola, jambo, coco,
declaram todos os colegas.
acerola e pitanga, e os tratos culturais são realizados por
Trabalhos de cunho social fazem parte das
ele mesmo, que dedica as manhãs de sábado e domingo
atribuições de Bobó, como secretário do Conselho
para cuidar de sua plantação. Perguntado sobre o que
de Moradores de Canabrava, bairro onde mora.
faz com os frutos, ele responde compenetrado: “uso na
Organizar festas de Natal, fazer a distribuição de
alimentação familiar, já que as frutas possuem um rico
cestas básicas, realizar atividades de recreação em
teor de vitaminas”.
comemoração ao Dia das Crianças, festejos de
Páscoa, homenagens ao Dia das Mães, entre outras
estampada no semblante e o caráter de um homem
ações, são atividades rotineiras de Bobó, voltadas para
digno, pai, amigo, colega e profissional, Raimundo
a sua comunidade. “Estou sempre envolvido com as
Vasconcelos da Silva, o Bobó, faz a diferença na EBDA.
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Nas horas vagas, nos finais de semana,
Outra grande paixão desse cidadão é a
Com
sorriso
simples,
a
disponibilidade
Publicado em novembro de 2012
www.ebda.ba.gov.br
Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura
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