Gentenossa 2013

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O Gente Nossa, desenvolvido pela Assessoria

Dado a importância da ferramenta de comunicação,

de Imprensa, surgiu como mais um instrumento de

o Gente Nossa ganha sua independência, deixando de estar

comunicação interna da EBDA. A ideia foi reconhecer e

vinculado ao boletim Em Movimento, para se transformar

valorizar os profissionais da empresa, com relatos de fatos

em mais uma publicação de fortalecimento da comunicação

marcantes da vida profissional e pessoal dos trabalhadores,

interna da EBDA.

a partir de depoimentos do entrevistado, familiares e

colegas de trabalho e amigos.

(2014), o Gente Nossa será mais amplo, com distribuição

Lançado em 20 de setembro de 2011,

mensal via Expresso. A ideia é potencializar o espaço de

inicialmente, o Gente Nossa foi veiculado no jornal Novo

reconhecimento dos servidores ao trazer dois perfis de

Dia. E já nas primeiras edições a publicação repercutiu

profissionais, sendo um da capital e outro do interior.

positivamente. Os comentários pelos corredores da

empresa e via internet deixavam evidente que o projeto

apresentamos uma coletânea com os perfis publicados ao

seria um sucesso de integração entre os funcionários.

longo do período (2011 a 20/09/2014). Espero que revejam

O Projeto ganhou um novo formato, em de

as histórias dos colegas que, juntamente com você, constroem

agosto de 2014, com a divulgação online, através do boletim

a história da EBDA e contribuem para melhorar a vida dos

eletrônico Em Movimento. Nesta nova versão, o Gente

agricultores familiares do nosso estado.

No novo formato, que inicia no mês de novembro

Para celebrar os três anos do Gente Nossa,

Nossa atinge diretamente o público interno, tendo como resposta imediata a manifestação tanto dos homenageados, que têm respondido positivamente, quanto dos demais funcionários através do e-mail institucional (Expresso).

Elionaldo de Faro Teles Presidente da EBDA

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índice 2013 Jorge Raimundo Da Silva Valdir Bento Dos Santos Zaíra Cristina Florisvaldo Rodrigues Humberto Viana Solange Sardinha Silva Evelise Bastos Santana Macedo Antônio José De Almeida Antônio José Vasconcelos De Sousa Edvaldo Reinaldo Filho Maria De Lourdes Nascimento Jânio Silva José Herculano Rocha Ribeiro Carlos Alberto E Elenalda Lima Guedes Darlan Paiva De Miranda Josélia De Araújo Lima Clarice Dias Maria Da Conceição Sandra Marins

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06 08 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42


2013 Aurelino Xavier Lígia Torres Marques Luzia Lopes Márcio Ribeiro Gedielson Oliveira Santana Marina Castro Maria Ferraz Abdon Jordão Filho Cristiana Cordeiro Darcy Regis Jorge Santos Correia Verdival De Almeida Alberlice Alem Rocha Irlânia Santos Mercês Maria De Fátima Freitas Do Santos Samuel Leite

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44 46 48 50 52 54 56 58 60 62 64 66 68 70 72 74


JORGE RAIMUNDO DA SILVA Pesquisa e ação marcam a trajetória profissional de um mestre nato

Com um currículo invejável, o engenheiro

agrônomo e extensionista Jorge Raimundo Silva Silveira comemora, este ano, três décadas de importantes trabalhos desenvolvidos nas áreas de pesquisa e ação, em prol do fortalecimento da agricultura familiar.

De acordo com ele, a escolha por essa

relação interiorana talvez possa ser explicada pela sua origem. O filho de Benedito José da Silveira e Crispelinda Oliveira Silva Silveira nasceu na zona rural, da comunidade de São Bento, próximo ao município de Cruz das Almas e desde cedo acompanhou e ajudou o pai – que mais tarde trabalhou como laboratorista de solos da Embrapa – nas atividades cotidianas.

No ano de 1979, com 22 anos de idade, Jorge Silveira ingressou na academia para aprimorar o conhecimento que

lhe foi transferido pelo seu pai. Em 1983, Silveira saiu da Universidade Federal da Bahia (UFBA/Cruz das Almas), formado em engenharia agrônoma. Quinze anos mais tarde, ele retornou à UFBA, desta vez, para fazer o mestrado em Ciências Agrárias, na área de Fitotécnica e concentração em fruticultura tropical. Hoje o mestre, por onde passa, desperta a atenção do público pela excelente oratória e a dinâmica de um professor nato.

Casado com Yara Oliveira de Andrade Silveira, professora licenciada em Matemática, Jorge Silveira tem duas

filhas: Laíra Oliveira de Andrade Silveira (24), urbanista e estudante de arquitetura, e a enfermeira Maiana Oliveira de

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Andrade Silveira (23). É no convívio familiar que o nosso

Subgerente de Pesquisa, da região de Cruz das Almas, cargo

engenheiro agrônomo reabastece as suas energias para a

que ocupou até 2009.

luta cotidiana em prol da agricultura familiar. “A família

é, sem dúvida, a minha maior paixão”, diz, com orgulho.

realizar mais um importante projeto, o de transferência de

tecnologias em sistemas agroflorestais, nos Territórios de

ainda era conhecida como Emater. O ano era 1983, e o

Identidade Bacia do Paramirim e Recôncavo.

município, Uibaí, na região de Irecê. Lá, Jorge Silveira já

Atualmente, Jorge Silveira participa com frequência de

começou como chefe da unidade operativa e ficou até o

congressos – até no Equador ele já apresentou trabalho - e,

ano de 1987, quando foi transferido para o escritório de

além de dar prosseguimento aos trabalhos com a cultura da

Castro Alves, onde permaneceu apenas por um ano. Em

banana, empenha-se na revitalização da cultura da araruta.

1990, eleito pelos servidores regionais, Jorge assumiu a

Bonsai como passatempo

Gerência Regional de Cruz das Almas, cargo que exerceu

por dois anos.

ao cultivo de árvores e arbustos em vasos de cerâmica, uma

No ano de 1992, Jorge Silveira deu mais

arte de origem oriental conhecida como bonsai. Ele explica

um passo importante na busca e transferência de

que essa prática exige bastante cuidado, uma vez que se

conhecimento. Através de um Acordo de Cooperação

reproduz as características de uma árvore de porte muito

Técnica entre a EBDA e a Embrapa, ele trabalhou na

maior. Além da poda e adubação, é preciso muita paciência

Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical (CNPMF)

e alguma habilidade artística.

até o ano de 2002. Silveira exerceu a função de difusor

Em vinte anos de dedicação, ele já confeccionou mais de

de tecnologias, instrutor e coordenador de cursos na área

cinquenta bonsais e frequentemente realiza exposições

de mandiocultura e fruticultura. Foi esse trabalho que o

dessa sua obra de arte.

motivou a desenvolver estudo de tese com a cultura da

banana, intitulado “Avaliação de cultivares e híbridos de

com trabalhos na Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso,

banana em fase de pré-lançamento junto a agricultores

em Cruz das Almas. “Como dizia Jesus Cristo, eu estou

familiares”.

aqui para servir e não para ser servido”, diz Jorge Silveira.

Após a realização desse estudo, desenvolvido

Por essas e outras qualidades o nosso mestre, engenheiro

nos municípios de Wenceslau Guimarães, Una e Ibicaraí

agrônomo, colega e amigo é mais um Gente Nossa que

(Bahia) e São Vicente Férrer, no estado de Pernambuco,

contribui com a missão explícita da EBDA, a melhoria da

o prazer pela pesquisa só cresceu. O destaque nessa área

qualidade de vida dos agricultores familiares baianos.

foi tão grande que no ano de 2007 ele foi nomeado

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Nas horas livres, Jorge Silveira dedica seu tempo

Católico, Jorge Silveira divide seu tempo ainda

Publicado em janeiro de 2013

A trajetória na Empresa começou quando ela

No ano de 2010, Jorge Silveira começou a


Valdir Bento dos Santos um profissional que irriga conhecimento por onde passa

Foi caminhando diariamente a pé, por 7 km,

pela ponte Presidente Dutra, que liga o município de Petrolina (Pernambuco) a Juazeiro (Bahia), que Valdir Bento dos Santos trilhou seu caminho para se tonar um grande agrônomo. Nada menos que quatro anos de determinação e estudo para um dia se formar e exercer tão bem uma profissão. Na EBDA, ele é um exemplo de extensionista.

Formou-se

engenheiro

agrônomo

na

Faculdade de Agronomia do Médio do São Francisco (Famesf), no ano de 1975. Sonhava em cursar medicina, mas sua condição financeira o fez desistir de ser médico. Ao entrar na faculdade, apaixonou-se instantaneamente pela profissão. Nasceu em 1951, em Juazeiro do Norte – CE. Tem sete irmãos (quatro homens e três mulheres). Filho de pai comerciante e mãe dona de casa, matemática era a sua matéria preferida no colégio.

Iniciou na EBDA em 1976, atuando sempre na área de irrigação. Começou a trabalhar na cidade de Livramento

do Brumado por dois anos. Logo, em seguida, trabalhou em Rio de Contas no cadastramento de agricultores familiares que se tornariam futuros irrigantes. Em 1978 atuou como chefe do Escritório Local da EBDA, no município de Ribeira do Pombal. Já em 1979, em Cícero Dantas, trabalhou como coordenador do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (Inan). Após isso, permaneceu dois anos e meio no mestrado em Irrigação e Drenagem, da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba.

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Ao retornar para a Bahia, instalou-se em

importante para ele. “Em todos esses anos aprendi

Itaberaba, onde trabalha até hoje realizando atividades

muitas coisas. O mais gratificante é poder transmitir o

ligadas à irrigação e drenagem. Dentre elas, destacam-

conhecimento para os pequenos produtores”, explicou o

se projetos de irrigação nas áreas de reforma agrária e

técnico.

projetos voltados para pequenos e médios produtores

rurais.

totalmente realizado. Seu único desejo é ter sempre saúde,

Aos 62 anos de idade, sente-se um profissional

Tecnologias de baixo custo, como a Bomba

para poder trabalhar ainda mais. Não é perfeccionista e se

Rosário e a Bomba Puxa-empurra, são exemplos de

diz tranquilo. Se uma coisa não dá certo, ele tenta quantas

equipamentos que facilitam o trabalho do agricultor

vezes for preciso, até conseguir. Casado há 30 anos com

familiar e que são difundidas por Valdir Santos e os

Nora Ney dos Santos, nunca teve filhos. No entanto, criou

demais técnicos da empresa.

uma sobrinha como se fosse filha.

Quando não está trabalhando, costuma curtir

Valdir Bento dos Santos está sempre presente em feiras e

sua propriedade localizada na beira do rio Paraguaçu, em

exposições em que a empresa participa. “Adoro participar

Boa Vista do Tupim, a 38 km de Itaberaba. O agrônomo

desses eventos, pois ajuda a divulgar o nosso trabalho

passa os dias de folga cuidando das suas plantações de

desenvolvido na EBDA, principalmente, pela troca de

abacaxi e cenoura, bem como da sua criação de gado de

experiências com os produtores”, destacou o técnico,

corte, da raça Nelori.

que já possui 36 anos de EBDA, conduzidos com muito

profissionalismo e dedicação ao trabalho.

Ao falar sobre o que a EBDA representa em

sua vida, Valdir Bento afirma que a empresa é muito

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Publicado em janeiro de 2013


ZAÍRA CRISTINA sinônimo de alegria e simpatia na extensão rural

O bom humor e alto astral são características

marcantes da socióloga da EBDA, Zaira Cristina Alves Guimarães (57), profissional dedicada e comprometida com a vida social das famílias rurais do Território de Cidadania Baixo Sul. Ao longo dos seus 32 anos de carreira, a profissional Zaira Cristina conquistou diversos amigos, colegas e admiradores. Natural de Taperoá, Zaira trabalhou em diversos municípios da Bahia, conhecendo as diferentes culturas e relações sociais dos agricultores familiares. Juazeiro, Pilão Arcado, Campo Alegre de Lourdes, Serra do Ramalho, Casa Nova, Remanso, Sento Sé, Jaguarari e Valença foram os municípios, onde a funcionária trabalhou no decorrer de sua vida, como técnica extensionista rural. Atualmente a servidora trabalha em Taperoá, no Baixo Sul, desenvolvendo atividades de formação profissional para técnicos e agricultores da região; capacitações, cursos e palestras fazem parte do seu dia-a-dia.

Formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), em sociologia, Zaira ingressou nos trabalhos Assistência

Técnica e Extensão Rural (Ater), em 1979, quando foi aprovada no concurso da extinta Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Ematerba), atual EBDA. “Entrei muito jovem na empresa, conheci a identidade da agricultura familiar, vi de perto a extrema pobreza, como também a riqueza dos recursos naturais do nosso Estado. Sinto-me realizada profissionalmente, porque faço o que gosto”, declara Zaira.

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A experiente profissional também é dona de casa, mãe e

que tem para o trabalho de campo, sempre com ideias

concilia algumas horas do dia para dedicar-se à família,

e projetos que possam mudar para melhorar a vida do

que, segundo ela, é o bem mais precioso de sua vida.

produtor rural”, comentou Gerval Teófilo.

O seu único filho, Jordan Humberto de Solza (23), é

universitário e mora em Juazeiro, onde estuda, fazendo

artesanais é hoje uma das maiores realizações profissionais

o curso de engenharia da computação.

de Zaira Cristina. Na ilha de Boipeba, a técnica fomenta,

Jordan Humberto define a extensionista,

através da EBDA, cursos e capacitações profissionais

como uma guerreira que dedica sua vida ao trabalho.

sobre a manipulação de pescado, práticas de higiene com

“Desde criança, ouvia minha mãe contar as atividades do

alimentos e culinária, estimulando o desenvolvimento

dia dela na zona rural e sempre com muito entusiasmo;

sócio-econômico da ilha. “Boipeba é uma de minhas

os anos foram passando, e a vitalidade continuava a

paixões, conheço toda a comunidade e tenho o desejo de

mesma; ela ama o trabalho dela, eu a admiro muito por

ver o crescimento do povoado que vive da pesca, por isso

isso. Tenho muito orgulho de ser filho dessa profissional

é importante que eles possam comercializar produtos com

atenciosa e carismática que é minha mãe,” declarou

qualidade,” garante a técnica.

Jordan.

Confraternizações

entre

colegas,

datas

Entre os colegas de trabalho, o nome Zaira é

comemorativas, organizações de feiras e exposições

somente elogios e depoimentos espontâneos, relatando

completam as atividades da multiprofissional que dedica

a personalidade da profissional. Gerval Teófilo, colega,

mais de três décadas de sua vida à Ater pública para as

comenta que a técnica é uma pessoa dinâmica e

ações de fortalecimento e desenvolvimento da agricultura

competente com as atividades inerentes a sua profissão.

familiar na Bahia. É por ser reconhecida, pelos colegas

“Ela é dona de um otimismo e alegria contagiante,

e familiares, como exemplo de mulher bem disposta,

altamente comprometida e sempre bem disposta com

solidária e alegre, que a servidora pública Zaira Cristina

atividades de Ater; surpreende a todos com a energia

Alves Guimarães é Gente Nossa.

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Publicado em janeiro de 2013

O trabalho com marisqueiras e pescadores


FLORISVALDO RODRIGUES “A EBDA é minha segunda família”

Um homem tranquilo, de sorriso

discreto e olhos brilhantes se aproxima calmamente, e aos poucos inicia-se uma conversa boa, cheia de recordações e emoção com Florisvaldo Rodrigues da Silva (57), conhecido carinhosamente como “Sr. Caçula”.

Quando menino, ele sonhava em ser

jogador de futebol, chegou a integrar o time do Esporte Clube Ypiranga, o mais antigo time de futebol da Bahia, que arrancava paixões de ilustres personalidades, como o poeta Jorge Amado, mestre Pastinha e Irmã Dulce. Mas a sua carreira como atleta não durou muito e aos 19 anos foi admitido na antiga EMATERBA, quando iniciou um novo serviço e mais uma paixão.

“Cheguei aqui como servente, mas nunca me prendi apenas a minha função; gostava de ajudar as pessoas e

fazia tudo que podia para contribuir com a Empresa. Acredito que justamente por isso a instituição investiu em mim”, disse Caçula, recordando-se que foi a EBDA que o estimulou a tirar sua primeira habilitação, em 1978. Na década de 80, novos desafios foram aceitos e vencidos; Caçula tornou-se chefe do setor de transporte, por um ano, organizando a saída dos veículos, fazendo controle de quilometragens, entre outras atribuições. Logo depois passou a motorista da diretoria. “Foram experiências únicas. Conheci pessoas espetaculares, dirigentes que se tornaram meus amigos, a exemplo de Paulo Mendes, que hoje é meu compadre”.

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Mas foi em 2008 que o Caçula precisou

Depois de 38 anos dedicados ao trabalho na EBDA, ele

enfrentar o maior desafio da sua vida: a osteomielite, um

orgulha-se por nunca ter faltado um único dia de serviço.

processo inflamatório de origem infecciosa que acomete

“ A EBDA é a minha segunda família; aqui eu encontrei

o canal medular ósseo e seus componentes. “Foi um

apoio, amigos e consegui conquistar muitas coisas. Então,

momento terrível, fui desenganado pelos médicos; me

o mínimo que posso fazer é me esforçar para devolver à

disseram que eu poderia perder a perna”, disse ele.

empresa tudo que ela me proporcionou e proporciona até

Caçula relata que recebeu muito apoio da EBDA.

hoje”.

Durante os três meses que ficou hospitalizado recebia

diariamente visitas dos colegas de trabalho, que levavam

Santana Silva, pai de três filhos, e avô de Jéssica, Larissa

força, sorrisos , orações e muita fé. “Eu fiquei conhecido

e Estefani, Florisvaldo Rodrigues da Silva gosta de ficar

como o rei da visita. As pessoas chegavam com palavras

em casa, passear com os netos , assistir televisão e viver a

de conforto e estímulo que foram fundamentais para a

vida serenamente, como um campeão, que driblou todas

minha reabilitação”.

as dificuldades que lhe foram apresentadas pela vida. Por

todos estes motivos Caçula é Gente Nossa, com orgulho!

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Casado há 35 anos com Maria das Graças

Publicado em fevereiro de 2013


HUMBERTO VIANA Alegria e comprometimento: sinônimos de Humberto Viana

Sorriso

largo,

olhos

atentos

e

entusiasmo pela vida, são características observadas em poucos minutos de conversa com Humberto Viana Lima (59). Natural do pequeno município de Itaju do Colônia, região Sul da Bahia, o técnico administrativo e economista completa, no próximo dia 17 de abril, 35 anos de dedicação à EBDA.

Em primeiro de dezembro de 1953,

nascia o quinto filho de Eufrázio Viana, artesão, e Abgail Lima, costureira e modista. Com emoção, Humberto fala dos pais e dos oito irmãos e 16 sobrinhos, destacando a irmã Suzana Lima Souza, que participou ativamente de sua formação básica. “Tenho muito orgulho dos meus pais; eles eram determinados e felizes e nos ensinou a viver desse modo; foram 55 anos de casamento e parceria”, conta Humberto, que é solteiro, não tem filhos, mas é “muito bem resolvido”, como o próprio se define.

Em sua trajetória de vida, Humberto conta que, com oito anos de idade, chegou com a família em Itabuna/

BA, onde permaneceu até aos 23 anos, quando foi para Salvador, para trabalhar no departamento financeiro de uma loja de material de construção.

Na EBDA, sua história começa em 1978, ano em que foi contratado pela extinta Ematerba, mas ficando à

disposição, até 1985, no também extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC). Já constituída a EBDA, no início da década de 90, assumiu a chefia da Seção de Orçamento e Finanças. Também foi secretário da Coordenação de Finanças,

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subgerente Administrativo na Gerência de Itabuna, e da

no estômago”, conta. Em 2005, Humberto é graduado

Gerência de Teixeira de Freitas.

e até hoje permanece em Itabuna, a serviço da Gerência

Regional.

registrada: organização, eficiência e comprometimento

no trabalho. ‘Ele é muito responsável e dedicado no

Humberto diz que esta qualidade é reflexo do seu trabalho.

que se empenha a fazer, um exemplo para todos nós’,

Mas, nas horas vagas, seu lazer é cuidar do Sítio São João,

disse Marinalva Neves, colega de Humberto, na sede

sua residência, onde reúne a família. É também amante

da empresa, em Salvador. Além do zelo pelo trabalho,

da literatura e elege Gabriela Cravo e Canela, de Jorge

ele é reconhecido pelo ‘bom astral’ entre os colegas

Amado, como seu romance predileto. A música também

de trabalho. ‘Humberto? Ah, ele é ótimo; uma pessoa

faz parte do seu universo, onde cita Gal Costa, Caetano

maravilhosa, que muda o ambiente de trabalho com o

Veloso e Chico Buarque, como compositores e interpretes

bom astral’, completou Nadja Kelsch, também da sede

de sua preferência. “Ler e ouvir boa música é um prazer

da empresa.

especial”, afirma Viana.

Frio na barriga, ansiedade, curiosidade,

Extremamente preciso em números e datas,

Lecionar é o projeto de um futuro próximo

desafio, novidades, foram os sentimentos expressados

de Humberto, que pretende passar o seu conhecimento

por Humberto, no seu primeiro dia de aula como

adiante, e deseja também fazê-lo na EBDA. “Sou

calouro na Faculdade de Economia da Universidade

apaixonado pela EBDA; são 35 anos de vida dedicada

Estadual de Santa Cruz (UESC). “Era 20 de outubro

a esta empresa. Espero que os mais antigos, assim como

de 2000, as aulas começaram com atraso, por conta

eu, transfiram seus conhecimentos aos mais novos,

da greve, eu estava suando frio diante do desafio, tão

com dignidade e respeito pelo que fazemos”, finalizou

nervoso no meio da meninada, que me deu embrulho

Humberto.

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Publicado em março de 2013

Por onde passa Humberto deixa sua marca


SOLANGE SARDINHA SILVA

A ternura de uma extensionista

Há 32 anos a jovem técnica em

agropecuária da antiga Empresa de Assistência Técnica Extensão Rural da Bahia (Ematerba), Solange Sardinha Silva (52), dava seus primeiros passos como extensionista. Ainda sem saber do magnífico trabalho que iria construir em todos esses anos, essa profissional terna e com espírito maternal aflorado, nasceu em Maragogipe.

Em Cruz das Almas, fez o nível médio

no colégio estadual Alberto Torres, onde concluiu o curso de técnica em agropecuária. A oportunidade de ingressar no serviço público surgiu através de um concurso para a Ematerba, que há 21 anos foi incorporada a outra estatal, transformando-se na EBDA. Nos seus primeiros passos profissionais, trabalhou no município de Boa Vista do Tupim, passando a morar em uma cidade ainda pequena, com pouca condição de moradia, mas muito acolhedor para Solange, onde seu principal desafio foi sair da região do recôncavo, para a da Chapada Diamantina.

Recém-formada, foi em Boa Vista que ela se apaixonou pela extensão rural, onde conheceu produtores rurais

e colegas de trabalho, e aprendeu a respeitar as pessoas mais velhas, que contribuíram para o seu amadurecimento e aprendizado.

Após três anos de muitas conquistas na região, foi transferida para Iaçu - que em Tupy-guarany significa

Água Grande -, outro município que faz parte da regional de Itaberaba. Solange, que antes tratava as famílias de

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produtores rurais de forma maternal, já amadurecida

A extensionista é casada com Nailton Oliveira, que

profissionalmente percebeu que isso não era bom, pois

trabalha como produtor na zona rural de Cruz das Almas.

tornava os produtores dependentes do seu trabalho o

que dificultava a independência deles.

rural: ela também fez o curso técnico em enfermagem e

Ao longo de sua jornada, já em Cruz das

atualmente estuda teologia. “Não tenha dúvida que os meus

Almas, a extensionista não deixou para trás o seu lado

estudos auxiliam no meu trabalho como extensionista;

humano. Além de Cruz das Almas, atua em São Felipe,

como técnica em enfermagem, sempre que necessário,

Muritiba, Sapeaçu, e em Maragogipe, de onde veio a sua

oriento os agricultores e agricultoras a procurarem auxílio

especialização na cultura do Inhame, que lhe aguçou

médico”, conta Solange.

o interesse pelas curiosidades que a cultura guarda e

também pelo trabalho com o associativismo.

conhecimento, inclusive teológico, para ajudar os

produtores, pois estes, tementes a Deus, valorizam a fé, o

Mãe de um casal, Solange, após a perda

recente de seu filho mais velho, hoje busca estar mais

A extensionista, que é evangélica, usa o seu

trabalho no campo e o amor à família.

próxima de sua filha Débora Sardinha Silva (16).

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Publicado em março de 2013

Sua dedicação não para na assistência técnica


EVELISE BASTOS SANTANA MACEDO A discrição e elegância de uma profissional competente

Com sua fala mansa, muita

discrição

e

competência,

a

assistente

administrativo Evelise Bastos Santana Macedo, lotada no Gabinete da Presidência da EBDA, em

Salvador,

passa

discretamente

entre

as pessoas, de forma que chame o menos possível a atenção de colegas e visitantes. Mas, sua estratégia funciona ao contrário: todos a observam exatamente por este motivo, a discrição. “É uma pessoa que dispensa elogios: quem a conhece, reconhece as suas qualidades como profissional responsável e íntegra”, diz a amiga e colega Miralva Batista da Silva.

Nascida em Jequié, Evelise completa, segunda-feira (1º de abril), 36 anos no serviço público.

Ingressou em 01/04/1977, na extinta EPABA, e entre 85 e 88 ficou à disposição da também extinta EMATERBA, para onde transferiu o seu contrato de trabalho. Com a fusão das duas empresas e a criação da EBDA, Evelise sempre esteve lotada no Gabinete, onde exerceu a função de secretária por mais de 10 anos. Colegas como Júlio, Miralva, Ana Lobo, Zélio Cézar, Sílvia Fernandes, Raimundo (Bobó),

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e amigos. Seus dois filhos, Rodrigo – dentista e

Evelise, são unânimes em descrevê-la como uma

estudante de medicina – e Gustavo, design gráfico,

profissional competente.

são o sentido de sua vida. “São minhas jóias”, diz,

orgulhosa.

Na sua vida pessoal, foi casada com Paleci,

seu companheiro por mais de 30 anos. Hoje,

viúva, traz no seu coração a saudade do parceiro

é chamada pelos mais íntimos), é responsável por

que tanto amou, e se falar nele é choro, na certa.

trabalhos relevantes, que exigem discrição, o que não

Emotiva, sempre vai às lágrimas quando lembra

poderia estar confiado em melhores mãos.

de momentos alegres e tristes, mesmo com colegas

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No Gabinete da Presidência, Lise (como

Publicado em março de 2013

que trabalharam ou ainda trabalham ao lado de


ANTÔNIO JOSÉ DE ALMEIDA

o Paraíba, pernambucano e muito baiano

Sorridente e com muita paciência,

Antônio José de Almeida (50), o Paraíba, atende a todos que chegam ao Escritório Local de Rio Real, onde é chefe, e brincando, fala: “tenho inveja de mim mesmo; sinto-me realizado com meu trabalho”. Esta é a forma que Paraíba define seu contentamento por desempenhar suas atividades profissionais.

Apesar de ser pernambucano - natural

de Cachoeirinha - e residir na Bahia, Paraíba – como é conhecido por todos os amigos, familiares e colegas de trabalho -, foi apelidado pelo então colega da EBDA, Jorge Castilho. Relembrando o passado, quando chegou à Bahia na década de 80, explica como recebeu o codinome: “quando cheguei a Rio Real, não se falava em outra coisa a não ser na guerra entre as famílias na cidade de Exu/PE, que matou muita gente; em Rio Real, foi Castilho que me recebeu e, segundo ele, para não associarem a minha origem com a violenta guerra, começou a me apresentar assim; trinta anos depois, até minha família me chama de Paraíba”, explicou o técnico, risonho com a brincadeira do amigo, que dura até hoje.

Técnico rural, Paraíba trabalha na EBDA, desde 1982, e a citricultura, carro-chefe da região, é uma de

suas paixões. Com experiência e motivação, ele dedica seu tempo à agricultura familiar, orientando os produtores, pesquisando e buscando melhorias que potencializem o cultivo de citros e de outros produtos da região. “É prazeroso orientar e ver o resultado de todo um planejamento, feito em conjunto com o agricultor, desde a mudinha até à árvore

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uma sensação muito boa”, disse emocionado. Adma, uma

formado pela Universidade Estadual do Vale do Acaraú

das filhas, fala da relação com o pai: “um superparceiro,

(UVA), no Ceará.

companheiro, incrível e nosso melhor exemplo”. Paraíba

Pai dedicado, Paraíba resolveu prestar

reserva os fins de semana para reunir a família no seu

vestibular junto com o filho, Júnior, para incentivá-lo,

sítio - que ele próprio cuida -. Ir à praia com a família e

e foi aprovado no curso de agronomia, na Universidade

passear entre as dunas também está entre seus programas

Federal de Sergipe (UFS). Já o filho acabou não passando

prediletos.

naquele ano. Em função da distância, Paraíba achou que

não conseguiria levar sua segunda graduação adiante.

e muitos dos seus colegas de trabalho estão incluídos

Aí, foi a vez dos filhos incentivarem o pai e, hoje, já cursa

entre os seus amigos pessoais. Antônio Luiz - o Mineiro

o oitavo período. Determinado, e sempre buscando se

-, entusiasmado, diz que Paraíba “é gente boa demais;

aprimorar, para melhor atender ao agricultor familiar,

leal, comunicador, tem orgulho do que faz, e isso faz a

Paraíba percorre mais de 140 km entre Rio Real e a

diferença; sempre disposto a colaborar com o trabalho de

universidade, nos dias de aula.

equipe, um excelente profissional”, afirmou Mineiro, que

foi seu colega de trabalho por mais de 17 anos na EBDA.

Filho de José Teodoro e Arcelina Francisca,

Entre os amigos, ele é o responsável pela diversão,

Paraíba é pai de Aline, Junior, Adma e da pequena

O empenho deste extensionista ao trabalhar com a

Ester, de três anos, fruto de seu segundo casamento com

agricultura familiar é admirável, e é o que faz a EBDA

a professora Joelina Fontes. Também já é avô de dois

reconhecer e ter a satisfação em dizer que Paraíba é baiano

meninos e uma menina. “Aline já me proporcionou

- por abraçar a causa do agricultor estadual -, e por isso

a alegria de ser avô, ou seja: pai em dose dupla; meus

também é Gente Nossa.

filhos são minha prioridade e ver a família reunida é

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Publicado em abril de 2013

dando frutos”, diz Paraíba, que também é pedagogo,


ANTÔNIO JOSÉ VASCONCELOS DE SOUSA Os detalhes e as paixões que movem a vida de um homem de bem

Inteligente, perfeccionista, possuidor de

um coração bom e apaixonado pelo pica-pau e por filmes de faroeste. Este é Antônio José Vasconcelos de Sousa. Mas, quem na EBDA o conhece por este nome? Ninguém! Ele é o Ringo, apelido que adquiriu na época da faculdade, onde costumava se vestir com “calças Lee (jeans)”, botas, camisas escuras e chapéu. No mesmo tempo, estava em cartaz no cinema, o filme sobre Johnny Ringo, um cowboy americano que tem sua vida apresentada por lendas do velho oeste.

Sua paixão por filmes de faroeste motivou também a escolha de sua profissão, engenheiro agrônomo,

formado pela Universidade Federal do Ceará. “Na infância, eu era apaixonado por filmes e revistas que retratavam o velho oeste; via a vida nas fazendas e ranchos e resolvi viver neste mundo; nunca tive aptidão para ser veterinário, e por isto escolhi a agronomia”, conta Ringo.

Fã “de carteirinha” de John Wayne, Jesse James, Elvis Presley e Roy Rogers, não poderia passar em branco

a sua paixão. Os seus três filhos homens, ao nascerem, receberam nomes para homenagear as celebridades e foram batizados como Elvis, Rogers e James Ribeiro Vasconcelos. A filha caçula foi a única que não participou das homenagens, e recebeu o nome de Aline.

Funcionário da EBDA há 39 anos, Ringo afirma que, na empresa, encontrou uma família. Sua carreira

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dias no campo, e conta que já esteve muito próximo do

pelo homem do campo. Homem de fibra, o agrônomo

perigo, como o dia em que colocou a mão em uma pilha

afirma que “os produtores assistidos por mim foram

de feijão para fazer um cálculo de produtividade e quase

aqueles que ouviram minhas palavras, conselhos e as

foi picado por uma cobra. O medo pelo animal persiste até

colocaram em prática”.

hoje.

Nos anos de trabalho, acredita que a maior

Segundo diz, o trabalho na EBDA está chegando

lição que extraiu foi a possibilidade de se relacionar com

ao fim. Seus 65 anos de idade pedem descanso e cuidados

harmonia com os agricultores familiares, auxiliando-

com a saúde. “Confesso que sentirei saudades desta

os na busca por soluções capazes de resolver as

Empresa, dos colegas de trabalho, que muitas vezes foram

problemáticas existentes no meio rural. Lembra ainda

a minha família e, principalmente, dos produtores e da

que o sucesso desta missão só se deu devido aos grandes

vida saudável do campo, que desde pequeno alimenta

parceiros de trabalho que teve ao longo dos anos.

meus sonhos e a minha realidade, apesar da ocorrência

de longos períodos de estiagens”, diz, já saudoso, Ringo,

Seus grandes amores no ambiente de trabalho

são a irrigação, drenagem, adubação e controle natural

pensando no dia em que parar de trabalhar.

de pragas e doenças. Relata que já sentiu medo em seus

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Publicado em abril de 2013

foi pautada na perseverança, no diálogo e na admiração


EDVALDO REINALDO FILHO Extensionista do Ano, Edvaldo Reinaldo Filho é modelo para ser seguido

O engenheiro agrônomo Edvaldo

dos Santos Reinaldo Filho (52), pesquisador e extensionista da EBDA, atualmente gerente regional de Irecê, foi, honrosamente, escolhido em votação aberta, pelos colegas da EBDA, o Extensionista do Ano de 2013. Natural de Recife/Pernambuco, formado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, em janeiro de 1987, é casado, há 26 anos, com Lânia Correia dos Santos Reinaldo, e pai de Rafael Reinaldo (24), biólogo, e de Natalia Reinaldo (22), estudante de Jornalismo.

Edvaldo Reinaldo, como é conhecido por seus colegas de trabalho, é pós-graduado em Metodologia do

Ensino Superior, pela UNEB, e em Agricultura Orgânica, pela Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais. Iniciou sua vida profissional como pesquisador, na Epaba, no ano de 1987, no município de Macaúbas, região da Serra Geral, onde realizou trabalhos com a cultura do algodão, feijão vigna e milheto. Nessa região, ele começou os primeiros contatos com a agroecologia – sua grande paixão profissional -, através de questões relacionadas com a pesquisa.

Após quase três anos e meio em Macaúbas, Edvaldo foi convidado para trabalhar em Irecê, e inicia, desde

então, um trabalho de inventário tecnológico sobre o cultivo da mamona na microrregião de Irecê, com o cultivar de feijão EPABA-1, além de trabalhar com experimentos de pesquisa com feijão e milho.

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passou a chefiar o Escritório Local da EBDA, em

assistência técnica aos agricultores familiares, na área de

Xique-xique, onde coordenou os trabalhos técnicos e

agroecologia, mostrando que é possível a prática de uma

administrativos do Escritório. Dentre outras atividades,

agricultura com preservação ambiental, sem o uso de

ele desenvolveu um Banco de Germoplasma com a

agrotóxico. Segundo ele, “nunca deixará a visão técnica e

cultura da manga, e como em todos os demais trabalhos,

ecológica, pois não pode se distanciar desse trabalho”. Os

seguindo a linha da agroecologia.

projetos Quintais Agroflorestais e de Segurança Alimentar

Depois de três anos em Xique-xique, ele

do Rebanho, com a palma forrageira, são algumas das

retorna a Irecê, como pesquisador, e, em seguida, é

prioridades de sua gestão como gerente Regional. Sua

nomeado subgerente de Pesquisa, da Gerência Regional,

bandeira continua sendo totalmente agroecológica.

onde desenvolveu trabalhos com sorgo, feijão, algodão,

mamona e milho. Dessa subgerência, migrou para atuar

amizade, e sempre foi solidário e fiel aos seus colegas

como subgerente de Extensão, onde trabalhou com

e amigos da EBDA, local que considera a sua segunda

Reforma Agrária, Assistência Técnica e Extensão Rural

casa e família. Diz-se realizado e feliz com a sua trajetória

(Ater), na coordenação do Núcleo de Comunicação da

profissional e pessoal, e com relação a esta escolha, ele

região de Irecê, com o programa de rádio da EBDA, em

conclui: “Dedico essa homenagem a todos os agricultores

Irecê, além de outras atividades, sempre divulgando a

familiares da Bahia, aos irmãozinhos da nossa querida

importância da agricultura agroecológica.

EBDA e a toda minha família”.

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Mas, a sua realização maior está na prestação de

Edvaldo valoriza o trabalho em equipe e a

Publicado em abril de 2013

Com a fusão da Epaba e a Ematerba, em 1991, Edvaldo


MARIA DE LOURDES NASCIMENTO A beleza e leveza de uma grande mulher

Calma, serena e tranquila é a voz de

Maria, que, diariamente, ao adentrar as portas do seu local de trabalho contagia a todos com o seu bomdia suave e cheio de alegria. Uma mulher de fibra, nascida na Fazenda Sítio do Meio, no município de Castro Alves, que, ainda adolescente, na busca por cultura e formação, mudou-se para a capital da Bahia e nunca se intimidou com o trabalho ou se deixou vencer pelas dificuldades; assim é Maria de Lourdes Nascimento carinhosamente conhecida como “Dica”, por todos seus amigos e colegas de profissão.

Filha da professora Hilda Souza e do comerciante Lourival Magalhães, aprendeu com o exemplo dos pais

que educação, conhecimento e solidariedade são fundamentais para o ser humano. Talvez por isso ela goste de ajudar as pessoas, dia após dia, com pequenos gestos, com palavras e atenções que nascem do coração. Formada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, pela Universidade Federal da Bahia, iniciou sua vida profissional na extinta EPABA, passando pela EMATERBA, hoje EBDA, e dedica 35 anos de trabalho aos agricultores familiares, usando as palavras para mostrar ao mundo que o homem do campo é um grande responsável pela alimentação do brasileiro, além de contribuir significativamente para o desenvolvimento econômico e sustentável das suas cidades.

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Já atuou em alguns municípios da Bahia,

conquistas e angústias. Para ele, ela é a sua inspiração diária

como Paulo Afonso, Ribeira do Pombal e Cipó; há

e força. “Não tenho nem palavras, é a mulher que eu amo.

muitos anos está na Assessoria de Imprensa (Assimp),

Sem Dica a minha vida não teria o menor sentido”, disse

em Salvador, onde se destaca no desempenho dos

o marido, César Macedo.

trabalhos desenvolvidos pelo setor. Sempre com ideias

inovadoras, vontade e determinação, ultrapassa os

singular , modelo de honestidade e retidão. “É exemplo

limites das suas obrigações profissionais. Dona de uma

a ser, por todos, seguido. Justa, íntegra e conselheira, é o

disposição interminável, nunca diz não para um desafio,

meu espelho e orgulho. Sua presença em minha vida é que

ou abandona um projeto, pelo contrário, compra e

compôs o ser humano que atualmente sou”, diz Daniel.

aprimora as ideias dos colegas, motivando a equipe

rumo ao sucesso.

sem sombra de dúvidas a EBDA reconhece o seu papel

Ao longo do seu caminho, encontrou Cristo,

e singularidade e por isso muita se alegra em ter esta

e fez uma nova opção de vida, passando a escutá-lo,

jovem senhora como servidora. E nós, da Assessoria de

seguí-lo, e amá-lo. Como tantas mulheres do evangelho,

Imprensa, temos a certeza de que a convivência com ela é

deixa-se iluminar por Ele, levando sua luz por onde vai.

uma experiência e aprendizado indescritível, por isso, hoje

Além de uma boa profissional e um ser

(12), dia do seu aniversário, aproveitamos a oportunidade

humano de bem com a vida, Dica também é uma esposa

para desejar-lhe muita saúde e paz. Que ela tenha uma vida

apaixonada que não se cansa de falar do seu César,

sempre, bela e leve!

companheiro de décadas com quem divide suas alegrias,

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Já para Daniel Nascimento, Dica é uma mãe

Certamente, não é só Daniel quem se orgulha,

Publicado em abril de 2013


JÂNIO SILVA Homem bom, ótimo profissional, apaixonado e Gente Nossa

Um homem de sorriso aberto,

simples nos modos e no olhar, que cativa os colegas de trabalho. Estas características são poucas para retratar o contínuo da EBDA, Jânio Silva, nascido no município de Senhor do Bonfim, que veio para Salvador aos 21 anos e, em 1975, participou de uma seleção para a antiga Associação Nordestina de Crédito da Bahia (Ancarba). Hoje, efetivado, é figura indispensável no Departamento de Comunicação, Marketing e Tecnologia da Informação da EBDA (DCM).

Humilde e prestativo - qualidades peculiares em Jânio -, sempre cumpre suas funções com

disposição e alegria. A responsabilidade é algo que ele sempre carregou consigo. Na Ancarba, iniciou suas atividades profissionais no setor de Serviços Gerais, de onde foi promovido a contínuo, no período em que um de seus colegas saiu de férias.

Apesar das diversas mudanças ocorridas na empresa, Jânio permaneceu em sua função e atividade.

Entre a Ancarba e a EBDA, passou pela Empresa de Crédito e Extensão Rural da Bahia (Encerba), que logo depois foi mudada para Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Ematerba). Em 1991, na junção da Ematerba com a Empresa de Pesquisa Agropecuária da Bahia (Epaba), foi criada a EBDA, onde Jânio permanece até hoje.

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Com ar de dever cumprido, ele relembra

horas, responsável, único, alegre, extrovertido, homem

os serviços que fez para a empresa ainda quando

de confiança que admiro muito; o que mais posso

trabalhava na Assessoria Jurídica. “Nesse setor, tive

falar dessa pessoa maravilhosa que é Jânio”, diz Aline

a oportunidade de fazer serviços externos, fora da

Capristano, secretária do DCM.

capital, como em Juazeiro, Irecê, Senhor do Bonfim,

Conceição do Coité e outros municípios”, relembra.

EBDA, Antônio Carneiro do Rosário, “Carneirinho”,

Na vida familiar, casou aos 36 anos, como

é impossível falar do ‘queridíssimo’ colega. “Ele faz jus

relata, “com seu eterno amor, Maria José”, a qual

ao pensamento: trabalho é uma atitude da alma, e a

chama carinhosamente de “Fofinha”. O casamento

finalidade básica da família é o exercício do amor”,

já começou com três enteadas, filhas de Maria José,

reforça Carneirinho. Já a chefe do Departamento,

fruto de um relacionamento anterior. Hoje, adultas,

Manuela Soares, diz sobre o colega: “é um orgulho tê-lo

Maria Enildes, Helenice e Eleni são consideradas por

como colaborador; sempre disposto para o trabalho, é

Jânio como grandes presentes de Deus. Da união

um senhor com espírito jovem”, enfatiza Soares.

com “Fofinha”, nasceu a sua caçula, Camila, que está

com 23 anos de idade.

a sua esposa, que conta sobre a satisfação de ter Jânio

Outra grande paixão de Jânio é sua neta

como marido: “eu o amo; é um bom companheiro,

Vanessa (13), filha de Eleni. Com emoção ele fala da

que me ajuda em tudo; o amor que ele tem por nossa

felicidade que a adolescente lhe representa: “minha

família é algo que não posso descrever”, declara Maria

alegria é essa netinha; hoje (22), meu aniversário, ela

José.

ligou cedo me acordando com parabéns e me desejou

felicidades”, conta sorridente.

de trabalho cheio de qualidades. Estas são algumas das

Com 38 anos de empresa, Jânio é uma das

muitas formas que seus colegas de trabalho se referem

pessoas mais carismáticas do DCM. Seus colegas

quando se pergunta sobre Jânio. Reconhecer que o

sentem dificuldade para definir o carinho que

colega da EBDA, Jânio Silva, é “Gente Nossa”, é mais

sentem por esse profissional. “Amigo para todas as

que uma obrigação, é um prazer.

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Para seu amigo, o engenheiro agrônomo da

Para falar sobre amor, ninguém melhor do que

O amor em pessoa; o amigo fiel; um parceiro

Publicado em maio de 2013


JOSÉ HERCULANO ROCHA RIBEIRO

Profissionalismo, amizade e respeito nas estradas da extensão rural

José Herculano Rocha Ribeiro, ou

simplesmente ‘Cula’, como é conhecido pelos amigos da EBDA. Amante de boa comida, piadas e uma conversa boa, Cula nunca deixa faltar aos colegas carinho ou um sorriso. Trata-se de um amigo para todas as horas. “Herculano é uma pessoa única; alegre, extrovertido, amigo, maravilhoso”, define Edna Ferreira Santana, amiga e colega de trabalho de longa data.

Funcionário da EBDA há 30 anos,

Herculano tem verdadeira paixão pela extensão rural. “Viver a extensão rural é ter a oportunidade de viabilizar a mudança da realidade do homem do campo, por meio da nossa própria mudança; é um trabalho de constante parceria e aprendizado”, diz o técnico agrícola, formado pela Escola Agrotécnica de Catu/Bahia. Sua trajetória na empresa iniciou na cidade de Abaíra, na Chapada Diamantina, e, hoje, é vivida com muita dedicação na Subgerência da Gerência Regional de Senhor do Bonfim.

No caminhar pela estrada de extensionista, descobriu uma paixão tão doce quanto ele: a apicultura. “É um

interesse muito bonito; ele está em todos os seminários, congressos e capacitações que acontecem; estuda muito para poder conhecer, a fundo, o assunto; é realmente contagiante ver sua dedicação”, depõe Maria Luiza de Moura Ribeiro, o seu grande amor fora do ambiente de trabalho.

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na área de trabalho, excelente pai, esposo, irmão, uma

sólidas de cumplicidade e respeito para sua família.

pessoa muito família, amoroso, dedicado e amigo; é alguém

Ramon e David, frutos desta união, deram a eles seus

que inspira respeito, confiança e que, sinceramente, eu

maiores tesouros: Maria Eduarda, Gabriel e Maria

amo profundamente”.

Helena, seus netos. “As crianças fazem de Cula um

grande parceiro nas brincadeiras e necessidades; ele

dedicado, o que mais impressiona os colegas é que Cula

traduz o ditado popular que diz: os avós são os pais com

veste a camisa da EBDA, assume responsabilidades e corre

açúcar”, afirma a companheira-amiga.

atrás dos resultados, com o jeitinho de quem ama o que

De maneira apaixonada, Luiza testemunha

faz. Herculano é gente nossa, gente viva, gente que ama,

sobre a pessoa de Herculano: “não posso dizer que ele é

respeita, acompanha, trabalha e conduz. Ele é o “tipo de

simplesmente um homem bom; preciso dizer que ele é

gente” que traduz o verdadeiro sentido de ser EBDA.

um ser humano humilde, inteligentíssimo, competente

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Muito mais do que o fato de ser um funcionário

Publicado em maio de 2013

Casado com Maria Luiza, construiu bases


CARLOS ALBERTO E ELENALDA LIMA GUEDES

Dia dos namorados é especial para casal que concilia casamento e trabalho

Uma parceria que deu certo. Esta é a

definição do casal que, há 13 anos, divide as rotinas de trabalho na EBDA com a vida conjugal. É com muita presteza e dedicação que Carlos Alberto Guedes e Elenalda Lima Guedes fazem o perfil de casal empreendedor, que juntos tocam a cantina da Empresa, frequentada diariamente por boa parte dos funcionários.

Há exatamente 18 anos, essa união teve início na porta da EBDA, quando houve o primeiro

encontro do casal, em 12 de junho de 1995. Daí veio o namoro e depois disso nunca mais foram vistos separados. Com o passar dos anos, o casal oficializou a união através do casamento civil e a ex-gerente de um posto de combustível passou a ocupar um lugar de destaque na vida do servidor público estadual.

Anos mais tarde, a união também se tornou uma sociedade comercial. Guedes trouxe sua esposa para

gerenciar a cantina que ele administrava e, assim, começou uma vida profissional, juntos. “Tenho uma esposa e companheira genial; somos felizes no que fazemos, pois Elenalda é responsável, dedicada e muito amorosa. Casaria com ela mais mil vezes”, declara Guedes. Ao amado, Elenalda não poupa elogios, e sempre com o olhar apaixonado se emociona ao falar da experiência de vida ao lado do esposo. “São muitos anos de vida a dois; uma bonita história de amor e de superação, pois atravessamos

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muitos momentos difíceis, mas conseguimos vencer

comenta sua admiração ao ver os pais na dinâmica das

caminhando lado a lado. A ele, dedico todo o meu

atividades profissionais. “É bacana ver como eles conciliam

amor, o meu respeito e a minha dedicação”, revela

casamento e trabalho; as conversas em casa são inevitáveis,

Elenalda Guedes.

mas eles tratam isso com muita tranquilidade e confiança”, descreve Michele.

O lado profissional do casal

Guedes é funcionário da instituição desde

traz para o casal bons resultados econômicos e a satisfação

1982, quando ingressou na extinta Empresa de Pesquisa

necessária para seguir a jornada matrimônio/atividade

Agropecuária da Bahia (Epaba). Com o passar dos

profissional. “É essencial que haja respeito, divisão de

anos foi ganhando prestigio e o respeito dos colegas, e

atividades, confiança e diálogo permanente; essa é a receita

atualmente é lotado no Departamento de Engenharia

para manter o casamento feliz, nas nossas condições”,

e Patrimônio, tendo como atribuição o recebimento de

enfatiza Elenalda.

materiais permanentes e a distribuição dos mesmos para

os diversos setores da sede e das Regionais.

tranquilos, como aproveitar o conforto de casa, que fica

Elenalda é uma profissional da área

próxima à reserva florestal de Pituaçú, frequentam o Salão

de finanças, e boa parte de sua vida gerenciou e

do Reino das Testemunhas de Jeová e desfrutam dos

administrou um posto de gasolina e um supermercado.

restaurantes que ficam na orla da cidade.

Mas, há 13 anos, resolveu apostar, junto com o esposo,

em um negócio próprio. Hoje, lado a lado, são trabalho,

e compartilhar como casal o que de melhor possuem, o

responsabilidade e amor.

amor, que Carlos e Elenalda Guedes são os atores desse

Gente Nossa.

Michele Lima de Oliveira, filha de Elenalda,

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Nas horas de folga, o casal busca fazer programas

É por compreenderem as demandas da profissão

Publicado em junho de 2013

A produtividade e confiança aliada à admiração


DARLAN PAIVA DE MIRANDA

Um zootecnista com raízes no campo

As raízes da família Miranda são

tão fortes no campo que o destino de Darlan Paiva de Miranda não poderia ser diferente: ser zootecnista. Criado em fazenda desde criança e apaixonado por animais, sempre soube que sua vida profissional sofreria influência familiar. Isto se deve ao fato de que seus pais, Nelcy Paiva de Miranda e Lírio Miranda, são produtores rurais, ‘verdadeiros exemplos de dedicação à agricultura familiar, dentro de casa’.

Nascido em Barreiras, em 1978, Darlan, o caçula de três irmãos, formou-se em zootecnia na PUC de

Goiás, em 1993. “Assim que entrei no curso, eu gostei. Foi amor à primeira vista”, brinca sorridente ao utilizar o clichê. Ele gosta tanto de animais que chegou a trabalhar, por quase dois anos, em um hotel para cavalos, no município de Cristópolis.

Passados alguns anos, especializou-se em Pecuária Leiteira na Universidade Federal de Lavras (UFLA),

em Minas Gerais. Antes disso, iniciou sua trajetória profissional na EBDA, em 2004, assumindo o cargo de chefe do Escritório Local de Cristópolis, responsável também pelo escritório de Cotegipe. Por meio de um concurso realizado na EBDA, em 2006, no qual foi classificado em segundo lugar, o zootecnista foi transferido para a Gerência Regional de Santa Maria da Vitória, como Técnico em Desenvolvimento Rural.

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Em pouco tempo foi convidado a retornar

O zootecnista revela que no colégio ele era

para a Gerência Regional de Barreiras, para assumir

um aluno mediano. No entanto, foi na EBDA que

novamente o Escritório Local de Cristópolis, onde

aprendeu a gostar de números. “A EBDA está me dando

permaneceu até o ano de 2010. Atualmente, Darlan

a oportunidade de aprender muito no dia a dia com os

atua como chefe da Divisão de Gado de Leite (DGL), na

meus colegas de trabalho, que possuem uma vasta bagagem

sede da Empresa, em Salvador. Programas como o Pater-

técnica”, diz Darlan, ao enfatizar que espera utilizar todo

alho (voltado para a assistência técnica a produtores de

esse conhecimento adquirido para ajudar as pessoas do

alho dos municípios de Cristópolis e Cotegipe), o de

campo.

Melhoramento Genético, no qual participou em todo o

Nas horas vagas, o chefe da DGL costuma correr na orla

oeste da Bahia, e capacitações de técnicos que trabalham

da capital baiana e praticar artes marciais. De futebol, ele

com Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), junto

gosta mesmo é de assistir aos jogos. Apreciador da Música

a produtores de leite, são algumas ações em que esteve

Popular Brasileira (MPB) é fã de Zé Ramalho e Alceu

envolvido.

Valença. Além disso, gosta muito de dançar um “bom

Não poderia deixar de ser destacada a sua

forrozinho”. Se autodefine como uma pessoa exigente e

marcante colaboração na implantação do Programa

perfeccionista, porém, calma. Gosta de ler livros técnicos

de Segurança Alimentar do Rebanho da Agricultura

e literários de ficção e passa longe dos de temática de

Familiar. De acordo com sua colega de trabalho e

autoajuda.

vizinha de mesa, a médica veterinária Caroline Barbosa,

Darlan Miranda é um profissional muito dedicado. “Ele

ele revela que, além de ser pai, os seus outros dois sonhos

é um exemplo de comprometimento com as atividades

são: poder colaborar com o pequeno produtor, na busca

implantadas na empresa”, afirma Barbosa, reforçando

de qualidade de vida no campo, e trabalhar com produção

que seu chefe tem muita habilidade com números,

de leite em sua futura propriedade, fazendo o mesmo que

planejamento de projetos, planilhas e análise financeira.

seus pais: ensinar aos filhos o valor e importância de suas

Casado há cinco anos com Tályta Porto Miranda,

origens do campo.

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Publicado em junho de 2013


JOSÉLIA DE ARAÚJO LIMA

Jó: a atriz principal de uma vida de lutas e conquistas

Sorridente, irreverente, vaidosa e franca.

É assim que se mostra Josélia de Araujo Lima, a inconfundível Jó, que aos 56 anos de idade, dedicou 32 ao exercício de conectar as pessoas da EBDA. Ouvindo, falando e ligando, por meio da central de telefone, esta funcionária, incansável, participa do dia a dia da empresa, guardando na memória cada ramal e nome, sem esquecer ninguém.

Esbanjando alegria, Jó acolhe, na recepção, a todos que visitam ou que trabalham na empresa. “A

EBDA é a extensão da minha casa. Se os problemas acontecem lá fora, chego aqui e esqueço” afirma ela.

Da sua vida pessoal, fala com segurança: “o amor, para mim, se revela de outra maneira: através do cuidado”.

Isso porque, desde os 14 anos de idade, convive com Daniel José Santos Filho, que, por problemas de saúde, se tornou dependente de sua atenção. Sem perder a ternura, se dedica, incansavelmente, às atribuições de “cuidadora” do seu companheiro. “São 42 anos de união; só temos um ao outro, já que não tivemos filho”, conta Jó. Mas, ao mesmo tempo, com um sorriso largo no rosto, diz que, apesar de não ter filhos, criou seus sobrinhos e a eles dedica amor maternal.

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auxiliar administrativo no trabalho com serviços gerais,

dias que terminam com sorrisos, dias que terminam

posteriormente, migrando para a EBDA, passou a trabalhar

com cansaço; não sei quais serão as cenas dos próximos

com atendimento telefônico. Sua trajetória de superação e

capítulos; tenho que confiar e ter fé, na certeza que o

crescimento se confunde com o próprio crescimento da

próximo capítulo tudo pode acontecer, inclusive ser

EBDA; mesmo nas dificuldades, a perseverança e o esforço

feliz”, diz, mantendo o otimismo que lhe é característico.

são molas propulsoras para o sucesso em alcançar seus

Para amenizar os momentos de tristeza, Jó tem

objetivos, “comecei pequenininha, cresci e hoje tenho a

na música e nas plantas o seu passatempo preferido.

minha profissão que não largo por nada; só deixo a EBDA

Gosta de ritmos românticos como serestas e as canções

no dia que Deus desejar”, afirmou Jó.

cantadas pelo rei Roberto Carlos, e suas plantas,

cuida com carinho, são companheiras insubstituíveis

momento que tenho para fazer algo que gosto, algo que

no cotidiano do seu lar. “Minha casa mais parece um

faço com prazer, que faço pela EBDA e por mim própria”,

grande jardim, tenho plantas em todos os lugares”.

afirma ela.

Mas, nem sempre Josélia esteve atrás de um

“Não abro mão do meu trabalho, pois este é o

Certamente, esta atriz que brilha no cotidiano

telefone. Ao iniciar seu trabalho, na Empresa de Pesquisa

da EBDA se destaca entre nossa gente e somos felizes por

Agropecuária da Bahia (EPABA), exercia funções de

tê-la como gente nossa.

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Publicado em junho de 2013

Ela compara sua vida a uma novela: “tem


CLARICE DIAS

uma pesquisadora vaidosa e competente que só a EBDA tem “Tenho muito amor no coração. Acredito que a vida pautada no amor transcende todas as barreiras”. Com estas palavras Clarice expressa que tudo o que faz é vivido com muita intensidade e regido por este sentimento único. E não é só na sua vida pessoal. No trabalho, não poderia ser diferente: “amo a EBDA e ela representa muito em minha vida”; revela com orgulho ao falar da empresa na qual trabalha há 35 anos. Maria Clarice Vasconcelos Dias nasceu em 1953, na cidade de Governador Mangabeira, na Bahia. Filha de pai pecuarista e mãe professora de artesanato, sempre foi dedicada aos estudos. Por ter sido criada em fazenda e estar em contato com a natureza, resolveu cursar agronomia e se diz muito satisfeita com a profissão. No entanto, seu pai queria que ela fosse advogada. Clarice graduou-se em agronomia em 1977, na UFBA de Cruz das Almas. Já em 1982, concluiu seu mestrado na USP/ESALQ, na área de entomologia agrícola. Entrou na EPABA – empresa que deu origem à EBDA - em 1978, onde atuou como pesquisadora. Em 1983, trabalhou como chefe do Departamento de Recursos Humanos da empresa, logo em seguida, chefiou o Departamento de Pesquisa Vegetal, onde permaneceu até 1992. No ano de 1995, a técnica foi exercer a função de chefe da Divisão de Laboratórios, na Central de Laboratórios da Agropecuária (CLA), onde ficou até 2006. Mesmo sendo chefe, nunca se afastou das atividades de pesquisa, fazendo parte de projetos, comissões e comitês da empresa. Um de seus notáveis trabalhos foi a implantação do Sistema de Gestão nos laboratórios de Classificação de Produtos de Origem Vegetal e de Abelhas, com reconhecimento de competência pela Rede Baiana de Metrologia.

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Mãe de três filhos, Giovanna, Giulianna e Lorenzo, diz que curte muito a família e que sempre marca encontros para reunilos. Divorciada, Clarice conta que tem muito amor no coração e que gosta de curtir a vida. Ao ler um dos seus livros preferidos “Comer, Rezar e Amar” e assistir ao filme homônimo, a pesquisadora se identificou muito com a personagem da história. “Tive vontade de fazer o mesmo que a personagem interpretada por Julia Robert faz: viaja por diferentes lugares em busca de amor e felicidade”, ri. Tanto carisma e dedicação faz desta pesquisadora um exemplo de mulher, que ama a vida e seu trabalho na EBDA.

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Publicado em julho de 2012

pretende executar. “Ela é uma orientadora muito presente, sempre está para ajudar. Eu a admiro pelo seu profissionalismo e dedicação”, afirma a sua estagiária, Silvana Souza. Sobre as metas a alcançar ela afirma que quer ver todos os laboratórios com o sistema de gestão no padrão ISO 17025 reconhecida pelo Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia (Inmetro). “Esse selo de qualidade é o nosso grande desafio, visto que este ISO de qualidade internacional é bem mais complexo e rigoroso que o ISO 9001”, esclarece a técnica. Quando não está trabalhando, Clarice gosta de passear com as amigas para colocar o papo em dia. Adora dançar, principalmente forró e dança de salão. O seu hobby é viajar. “Amo viagem, a mais inesquecível foi para a Grécia, na companhia de amigas”. Super vaidosa, não dispensa um bom retoque na maquiagem. Ao pentear os seus cabelos, para não ficar com franja, ela revela que possui uma coleção de 56 pares de sapatos - um sonho de toda mulher. Aos 60 anos, de bem com a vida e sempre sorridente, ela conta que achou ótimo o fato de uma senhora reclamar na fila preferencial de um banco, por achar ela jovem demais para ocupar o lugar.

Quando ela assumiu a chefia, logo percebeu que o prédio precisava de uma boa reforma. E foi isso que fez. Com um projeto de reforma idealizado, garra e força de vontade, ela lutou para que tudo desse certo e ajudou a transformálo no que é hoje - um complexo laboratorial, referência na Bahia. “A reforma da Central de Laboratórios foi um trabalho muito árduo, levou um ano para ser finalizada, em 1998”, conta. Ainda em relação à reestruturação da Central de Laboratórios, Clarice teve a ideia de mudar o nome de Unidade de Execução de Pesquisa para o que hoje é a Central de laboratórios da Agropecuária (CLA), dando um caráter mais moderno. Nesta mesma época, foi feito o primeiro folder da unidade bem como realizou-se a obtenção da patente da vacina contra a Linfadenite Caseosa, doença que afeta os caprinos. “Eu visto a camisa da empresa. Defendo a EBDA em todos os sentidos. Tenho a mesma boa vontade, dinamismo e disposição que tinha quando iniciei os trabalhos na empresa”, destaca Clarice, que também trabalha com identificação de pragas e recomendações de controle. “Estou tentando desenvolver um trabalho com uma praga nova da mamona chamada de Corythucha Gossypii, estudando a biologia dela”, revela entusiasmada. Atualmente está à frente da Gerência de Qualidade dos Laboratórios e desenvolve pesquisa na área de entomologia, trabalhando em conjunto com o Instituto de Química da UFBA, no manejo da lagarta dos capinzais. Além disso, compõe a equipe de pesquisas sobre o comportamento da mosca-das-frutas. Acha-se muito exigente, pois cobra de si mesma. “Não espero que meu chefe cobre de mim”, revela Clarice. Um de seus desejos é poder contar futuramente com uma equipe mais completa, para atender à demanda de pesquisas que ela ainda


MARIA DA CONCEIÇÃO e amor ao serviço da EBDA

“Inicio o meu dia com uma oração.

Agradeço a Deus por tudo que conquistei aqui”. A declaração de Maria da Conceição Brito Saldanha segue acompanhada por lágrimas de quem dedicou uma vida inteira a serviço da EBDA, e desempenha sua função com o mesmo entusiasmo do primeiro dia de trabalho.

De família humilde e muito católica,

Concinha, como é carinhosamente chamada por seus companheiros da Gerência Regional de Cruz das Almas, nasceu em 10 de novembro de 1957, na cidade de Santo Antonio de Jesus, região do recôncavo baiano. “Sou a mais velha de nove irmãos. Nossos pais nos criaram com muita dificuldade, mas, graças a Deus, nada nos faltou”, conta ela. No final dos anos 70, a família decidiu se mudar para Cruz das Almas, cidade mais próxima da capital, que oferecia melhores oportunidades de estudo e trabalho.

Concinha lembra que o convite para trabalhar na EBDA surgiu de maneira inesperada. “Eu trabalhava

no comércio de Cruz das Almas quando meu colega José Rui, antigo funcionário da empresa, me fez o convite”, contou a técnica. Em 1980, ela foi contratada pela EBDA, inicialmente por um período de três meses, mas seu esforço foi compensado com a renovação do contrato por mais três meses. “Quando surgiu a oportunidade do

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concurso interno, me lancei com muita vontade de

cabeça para os estudos, mas, hoje, é um orgulho”, brinca.

permanecer no quadro efetivo da empresa. Resultado,

passei!”, lembra.

fortalecem a ideia de que estamos de frente a uma pessoa

Dedicação e persistência são marcas evidentes

especialmente querida por todos. “Concinha é a metade

da personalidade de Conceição, que driblou, com

desta Gerência Regional”, disse o engenheiro agrônomo

muita serenidade, os dramas pessoais que marcaram

Jorge Silveira. Para o técnico Luis Carlos, Conceição é

sua vida. “Perdi minha irmã caçula em um acidente de

uma funcionária exemplar. “Ela nos dá estabilidade

carro, na mesma época que entrei na EBDA; foi um

para trabalhar. É uma figura indispensável, que já está

choque muito grande”, conta Concinha, retirando da

num nível de perfeição”, disse. Já para o agrônomo João

carteira uma foto antiga, em preto e branco, onde sua

Frederico, Concinha é mais do que uma colega, “é uma

irmã aparece sorrindo.

pessoa humana que se identifica com todos”, disse.

Com tantas qualidades, amor e dedicação,

orgulho em falar das crias. “A Fernanda é enfermeira, e

Maria da Conceição vai conquistando as pessoas por

Rodrigo está concluindo o doutorado em Agronomia,

onde quer que passe, e na EBDA não é diferente; fez

inspirado pelo trabalho da EBDA que ele cresceu

amigos, ganhou admiradores e conquistou colegas. Por

acompanhando. Esse último me deu muita dor de

tudo isso, Concinha é Gente Nossa, com orgulho!

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Publicado em julho de 2013

Mãe de dois filhos, Concinha não esconde o

Pelos corredores, testemunhos de colegas só


SANDRA MARINS uma colaboradora da Ater pública

Profissional,

dinâmica,

criativa

e

companheira. Essa é a definição dada pelos colegas de trabalho, a chefe de Escritório Local de Valença, Sandra Lúcia de Magalhães Marins. Coordenadora do Projeto Pacto Federativo, no Baixo Sul do Estado, Marins atualmente lidera uma equipe de 54 profissionais a quem dedica atenção e comprometimento.

Sandra é uma extensionista rural,

nata, que trabalha na atividade social há 32 anos, colocando o desenvolvimento da agricultura familiar em primeiro plano, em seus compromissos profissionais. Graduada em Serviço Social, pela Universidade Católica de Salvador, em 1981, Sandra logo foi aprovada, em 1982, no concurso da antiga Emater-BA, atual EBDA, ficando à disposição da Cooperativa Agrícola Mista de Batéa, em Jaguaquara, por três anos. Após esse período, Marins assumiu o cargo de assistente social da EBDA, no mesmo município, de onde traz boas lembranças.

“Em Jaguaquara, atuei exclusivamente com a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), trabalhando

com agricultores, jovens, mulheres e grupos de produção, e pude contribuir com a organização e planejamento de atividades agrícolas, estimulando o trabalho coletivo através do associativismo e do cooperativismo”, recordou Sandra.

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aprendizagem”, comentou Marins.

Na década de 90, Sandra Marins foi

reconhecida pelos serviços prestados às comunidades

rurais de Jaguaquara, quando o poder legislativo

tratamento com os agricultores familiares fazem a técnica

municipal a convidou para ser a primeira mulher

ganhar o carinho e o prestígio entre eles, buscando,

secretaria Municipal de Agricultura. Em sua gestão,

cotidianamente, seu atendimento. Maria Joselita Santos,

Marins trabalhou para o fortalecimento da produção

agricultora familiar, descreve Sandra como o braço forte

de hortifrutigranjeiros, com base na agroecologia.

da agricultura, na região. “Conheço dona Sandra, tem

Há 18 anos a técnica veio para o município

oito anos sempre com carinho e boa vontade de resolver

de Valença, onde percebeu a necessidade de estimular

as dificuldades da minha comunidade, apoiando muito

a produção de alimentos e de culturas de ciclo curto,

os nossos eventos”, declarou a agricultora.

como forma de capitalizar e fortalecer as famílias

rurais. Chefe de Escritório Local, Marins tem o

Leo, Raniere e Sandrinha, a técnica dedica parte de seu

carinho e o respeito de todos que trabalham com

tempo ao seu compromisso familiar, buscando estar

ela diariamente. Para a veterinária Maiana Machado,

presente em todos os momentos importantes da vida dos

Sandra representa a força e o dinamismo da mulher

filhos. Casada com o médico cirurgião, Osvaldo Cruz,

no cenário agropecuário baiano. “Todos nós somos

que não poupa elogios à esposa. Dr. Osvaldo afirma

aprendizes da experiência profissional de Sandra. A

ser um admirador revelado do ofício e o do caráter da

forma como ela gerencia nos contagia, motiva e leva

esposa. “Sandra é uma pessoa corajosa, não tem medo de

a equipe a querer executar os trabalhos, cada vez com

trabalho; admiro o amor que ela tem pelos agricultores

mais eficiência e amor”, comentou Machado.

familiares e o envolvimento que tem com a equipe. É

uma colaboradora nata da Ater pública, trabalhando

procura

Apaixonada pelo trabalho rural, Sandra participar

de

diversas

A simplicidade e humildade que Sandra tem no

Mãe amorosa e zelosa com seus três filhos:

sempre com muito amor. Minha definição sem duvida é

capacitações

profissionais no setor agrícola, com o objetivo de se

de uma pessoa maravilhosa”, declarou Cruz.

atualizar nas novas tendências do negócio agrícola.

“É necessário aprimorar o conhecimento técnico,

e comprometimento com a agricultura familiar, lutando

afinal o mundo está em constante mudança; por isso

pelo desenvolvimento da agricultura estadual, que a

quero estar capacitada e repassar o que aprendo para

profissional Sandra Marins é gente nossa.

minha equipe, que tem um excelente potencial de

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É por todos esses anos de trabalho, dedicação

Publicado em julho de 2013


AURELINO XAVIER Devoção à fotografia

Seria impossível contar um pouco da

história do colega de EBDA, Aurelino Xavier, sem citar o ex-fotógrafo da empresa, Jaime Machado, pessoa a qual Aurelino tem profunda gratidão pelos ensinamentos dados para ingressálo no que é atualmente, fotógrafo da empresa. Na sua função, Aurelino é o responsável por registrar fotograficamente as ações da empresa em todo o estado da Bahia.

Falando

do

princípio

de

tudo,

Aurelino conta que Jaime o chamou e perguntou se ele queria ficar em seu lugar. Aurelino topou o desafio e logo aprendeu algumas dicas de como manusear uma máquina fotográfica SLR Nikon F2 (um dinossauro hoje). Algum tempo depois, já afastado da EBDA, infelizmente, Jaime veio a falecer. “Sou muito grato a ele pelos ensinamentos e dicas”, declara Aurelino.

“Foi na década de 90, exatamente em 1997, que comecei a dar meus primeiros passos na fotografia da

EBDA; antes disso, trabalhava na Empresa de Pesquisa Agropecuária da Bahia (Epaba), hoje EBDA”, lembra Xavier. Completando, este ano, bodas de “Crisopázio”, que comemora 27 anos de casado, Aurelino se considera um homem realizado ao lado de sua esposa Marlene Santos Xavier. Pai de quatro filhos: Leandro, Alan, Aline e Elaine, e também avô da pequena Nayara, filha de Elaine, o fotógrafo “baba” quando fala da neta.

Um momento marcante em sua vida no trabalho foi quando, em Itapetinga, ao registrar imagens do

Parque de Exposições local, em companhia do antigo chefe da Seção de Difusão, Ailton Evangelista (já falecido),

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que veio em sua direção no momento em que ia

a visão de muitos sobre fotografia. Como relata Rosana

fotografar. Desviando do animal no último instante,

Paulo, funcionária do departamento financeiro, que

Aurelino levou um grande susto, mas o touro lançou

não gostava de ser fotografada com muita insistência de

a sua máquina fotográfica, que estava no tripé, para o

Aurelino, ela aceitou fazer um ensaio fotográfico. “Depois

alto, danificando-a.

disso fiquei de bem com a fotografia, comecei a me

O fato deixou Aurelino muito apreensivo.

sentir melhor comigo mesma. Meu amigo é um artista,

“Lembro que ficamos assustados e fomos para a

conseguiu registrar minha essência, e sem photoshop”,

delegacia dar queixa do boi, pois tinha que justificar o

brinca Rosana.

dano do equipamento”, conta Aurelino.

Outra alegria do fotógrafo foi a sua primeira

que se sente recompensado. “Agradeço a Deus por tudo

exposição, realizada na Casa do Comércio, em

que me proporcionou e proporciona; me acho uma pessoa

Salvador, após um curso de fotografia oferecido

realizada. É claro que tive e tenho algumas dificuldades,

pela EBDA, no Serviço Nacional de Aprendizagem

mas sei que fazem parte da vida”, e completa: “tenho um

Comercial (Senac). Lá, ele pôde mostrar seu olhar

emprego, um lar, muitos amigos e uma grande família.

artístico para construções locais, como o Elevador

Acho ser uma pessoa dedicada, pois tenho em mente que

Lacerda, e para imagens bucólicas, como um pássaro

este é o ponto fundamental para alcançar o sucesso em

que se alimentava no Parque de Pituaçu.

qualquer coisa que fazemos”.

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Entre os colegas, Aurelino fez história e mudou

Conversando sobre sua vida, Aurelino conta

Publicado em agosto de 2013

foram surpreendidos por um touro da raça simental,


LÍGIA TORRES MARQUES Amar a todos sem distinção

Não há na EBDA alguém que se orgulhe

tanto de sua origem, na cidade de Queimadas, e ter passado a infância brincando às margens do rio Itapicuru, que Lilí. A funcionária do Centro de Treinamento da EBDA (CTN), Lígia Torres Marques (58), além do orgulho de suas origens, é sorridente, sonhadora, participativa, enfim, uma pessoa que acolhe os demais.

Apesar de ter trabalhado como auxiliar

de escritório na EBDA de Queimadas, prestava serviço de campo, junto com a equipe técnica da empresa. “Sinto-me gratificada pelos contatos mantidos com os agricultores familiares, pois eles são a nossa base, a raiz da EBDA”, declara Lígia.

Ela começou a trabalhar aos 21 anos, no Escritório Local de Queimadas, de 1976 a 1978, e veio para

Salvador para trabalhar e completar seus estudos. Na década de 90, prestou serviços bibliotecários e de atendimento ao público na biblioteca da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Na EBDA, também trabalhou na biblioteca, no Recursos Humanos e na Tesouraria, mas se estabilizou no CTN, onde já foi chefe, e atualmente presta serviço como secretária, junto à coordenação do Centro.

Lígia é muito família. É viúva, mãe de um único filho - o advogado Jaime Salgado Oliveira (30) - e avó

do pequeno Pedro Costard Oliveira (9). É considerada uma mãezona, de coração, dos seus mais de 30 sobrinhos. “Dedicada, guerreira, trabalhadora, só tenho coisas boas para falar de minha tia, que é para mim uma tia/mãe”,

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A colega considera a sua crença na comunicação e na

sobrinhas, que resume Lígia em uma só palavra:

caridade como motivos para não fazer diferença entre as

Acolhimento. “Ela consegue reunir toda a família e

pessoas, por isso sempre está feliz. Outra característica

trata a todos com carinho”, completa Isadora.

sua é o humor. Ela conta sorridente: “é só você ligar para

o CTN e perguntar quem é a miss EBDA, e com certeza

No dia da posse do presidente da EBDA,

Elionaldo Teles, quem não se lembra do menino que

vão me chamar”.

queria uma audiência para dar sugestões de melhorias

Quando perguntada porque ela tem mais de 30

para a empresa? Esse era Pedro, o neto de Lígia. “Vi um

sobrinhos, Lígia nem pestaneja: “tenho 32 irmãos; como

garoto emocionado por estar perto de um presidente

não ter tantos sobrinhos?” E completa: “meu pai era

pela primeira vez”, lembra a assessora de imprensa da

muito animado; só com minha mãe teve 12 filhos, e fora

EBDA, Patrícia Maia.

do casamento, outros 20”.

Neto de Lígia, com certeza Pedro puxou a

Lígia pode dizer que hoje é uma mulher

avó. Enfim, essa empolgação da criança ao conhecer o

realizada. Em 2012 conheceu Veneza, na Itália, e passeou

presidente é a mesma empolgação que seus colegas de

nas famosas gôndolas, embarcação típica que sempre

EBDA constatam ao encontrarem Lígia diariamente

fazia parte de seus sonhos. Com muitos anos de luta e

na empresa. “Todos me vêem sorrindo, nem eu me

economia, no mesmo período, também pôde conhecer

conheço de cara fechada. Pode perguntar por aí! Eu

célebres cidades da Europa, como Roma, Vaticano,

sou amiga só de duas pessoas: Deus e o mundo”,

Fátima - em Portugal -, Paris e outras. Sempre bonita e

brinca Lígia.

bem arrumada, Lígia garante que só não teve tempo de

arrumar um namorado europeu, brincou a colega, que

De família numerosa e kardecista, Lígia

esta semana e sempre será Gente Nossa.

acumula uma experiência de 37 anos de empresa.

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Publicado em agosto de 2013

relata Isadora Torres Vasconcelos (22), uma de suas


LUZIA LOPES

amor pela leitura que constrói uma vida cheia de conhecimentos

Uma pessoa que está sempre de bem com a vida e feliz, essa é a expressão que fica para aqueles que conhecem Luzia Oliveira Lopes, bibliotecária, responsável pelo acervo literário da biblioteca da empresa, que é especializada em agricultura, pecuária e assuntos afins. Luzia Lopes traz em sua bagagem profissional uma

vasta

experiência

na

dinâmica

administrativa de uma biblioteca, executando de forma dinâmica e sistematizada a base literária da instituição. A profissional ingressou na empresa em 1975, quando foi aprovada no concurso público estadual da extinta Empresa de Crédito e Extensão Rural da Bahia (Encerba), logo depois migrou para a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Ematerba), atual EBDA.

São 38 anos de carreira, conquistados com muita luta e determinação, que foram marcadas por conquistas

,a exemplo sua faculdade em biblioteconomia na Universidade Federal da Bahia e os seus cursos de especialização, um em Projeto Editorial, o outro em Gestão Pública, ambas na Universidade Estadual da Bahia (Uneb).

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para ela só tenho tecer elogios”, declarou seu filho

“A Leitura me acompanha desde muito

jovem, sempre gostei de ler e estudar. Quando ingressei

Gustavo Lopes.

na EBDA, como auxiliar administrativa, logo recebi

o estímulo para aprender sobre a biblioteconomia,

muitos amigos e que revelam suas qualidades, dentre elas

fiz um curso na Universidade de Viçosa (MG), por

está Manuela Soares, que define o perfil desta mulher

dois meses; quando regressei para Salvador, prestei o

companheira. “Ao longo dos anos nós construímos

vestibular, segui por esse caminho e não parei mais. A

uma belíssima amizade, repleta de compreensão e

EBDA foi o carro condutor da minha vida profissional.

companheirismo. Trata-se de uma amizade incondicional,

Foi na EBDA que cresci e amadureci, aqui é uma parte

para todos os momentos, quero levar essa amiga para o

de minha vida”, comenta Luzia Lopes.

resto de minha vida”, diz Manuela.

Uma mulher que ama a família, mãe e avó

Assim como boa mãe, Luzia também tem

O amor à literatura faz dessa profissional uma

sempre cheia de atenção e zelosa, que tem por seu

pessoa culta que expressa no seu dia-a-dia, técnicas

filho Gustavo Lopes Ramos e seu neto Daniel Reina

aprimoradas, adquiridas por meio de horas de estudo e

dos Santos Lopes um verdadeiro e incondicional

dedicação. É por escolher a biblioteconomia como ofício

amor. “Minha mãe é minha base, meu alicerce. Sou

e contribuir com a qualidade da informação, crescimento

um cidadão integro, graças a ela, que me deu a melhor

profissional e intelectual dos integrantes da EBDA que

educação e amor. Simplicidade, humildade e família

Luzia Lopes é Gente Nossa com orgulho.

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Publicado em agosto de 2013


Márcio Ribeiro

36 anos de trabalho e dedicação que orgulham a EBDA

Na estrada, entre os municípios de

Acajutiba e Esplanada, o técnico agrícola da EBDA, Márcio Ribeiro, volta no tempo e lembra que ainda muito moço deixou Sergipe, sua terra natal, para começar uma nova vida na Bahia, Estado que lhe acolheu quando foi aprovado no concurso da antiga Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Emater-BA). “Entrei na empresa no mesmo período que o atual presidente, Elionaldo Teles e a jornalista Dica Nascimento, e trabalhamos juntos em Cipó. O tempo passa muito rápido, a gente nem percebe”, disse Ribeiro, que no dia 10 de agosto, completa 36 anos de empresa.

As lembranças não param de surgir: “também atuei nos municípios de Nova Soure, Itapicuru e Rio Real,

locais em que desenvolvi importantes trabalhos, que me fizeram olhar ainda mais para o outro. Fizeram-me ver que para melhorar a sociedade em que a gente vive basta o nosso empenho e vontade”, disse ele.

“Participei de uma boa parte da vida de Márcio e Lúcia, ainda em Cipó, no início de nossas conquistas

profissionais, e vejo no casal um exemplo de luta e superação. Ele é de uma dignidade e sabedoria de vida invejáveis. Sempre sorridente, percebe-se uma paz em seus gestos e fala que nos deixa bem”, diz a amiga Dica Nascimento.

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Atualmente, Márcio é chefe do Escritório

A sua chegada na EBDA não lhe trouxe apenas

Local de Esplanada, local em que vive há 13 anos,

o amadurecimento na vida profissional; foi aqui que

sempre se empenhando para melhorar a qualidade de

Márcio conheceu o seu grande amor, Maria Lúcia,

vida dos homens e mulheres que vivem do trabalho

outra preciosidade da empresa, como quem se casou e

no campo. Ele também já foi secretário municipal da

constituiu família, e tem dois filhos. Ao falar da esposa

Agricultura, desenvolvendo trabalhos de destaque,

e dos filhos, o rosto de Márcio transborda de ternura.

como o Programa Semente na Terra, que distribui

Assim, ele revela que aproveita as horas livres para estar

ao agricultor familiar sementes de diversas variedades

com a família: “nos finais de semana eu gosto muito de ir

de grãos e insumos, em funcionamento até os dias de

para o sítio e para Aracaju visitar as minhas preciosidades,

hoje. Seu empenho e dedicação à agricultura familiar

que além de Lúcia e meu filho são a minha mãe, minha

sempre foram perceptíveis e lhe renderam o prêmio de

filha e as minhas netas”.

“Personalidade que contribuiu para o desenvolvimento

da agricultura baiana”, concedido pela comissão de

das netas, Fabiana, Ana Beatriz e Cecília, essa última

Agricultura da Assembleia Legislativa da Bahia, no

que nascerá em setembro. “Ser avô é a melhor coisa do

ano de 2003.

mundo; não tem como explicar um sentimento assim.

Para ele, trabalhar com agricultura familiar

Amo incondicionalmente cada uma delas e estou muito

é motivo de muito orgulho e satisfação. “Não tem

feliz com a chegada de Cecília. Por isso, busco aproveitar

prazer maior do que você acompanhar o crescimento

o tempo curtindo a minha família”.

de uma família e saber que aquele é o resultado do seu

trabalho, que você faz parte daquela história. A EBDA

ser leve, mesmo quando intensa, e que trabalhar com a

nos possibilita viver isso diariamente; é uma empresa

agricultura familiar é um privilegio, que orgulha a EBDA.

muito importante para mim e que faz toda a diferença

Então, parabenizamos por mais um ano de serviços

para a Bahia”, continuou o técnico.

prestados e desejamos que a sua vida seja sempre cheia de sucesso.

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Ainda mais cheio de carinho e emoção, ele fala

É este homem que acredita que a vida deve

Publicado em agosto de 2013


GEDIELSON OLIVEIRA SANTANA

um apaixonado sob rodas

A paixão por motores está em sua

vida há muitos anos. Acostumado a pilotar nos grandes centros urbanos e nas estradas baianas, o personagem dessa nossa história possui vasta experiência quando o assunto é equipamentos automobilísticos. Gedielson Oliveira Santana é baiano, natural de Camacã, no Sul do Estado, e é um profissional com perfil prestativo, responsável e querido por todos que estão a sua volta.

Aos dez anos de idade, Gedielson

teve seu primeiro emprego, trabalhando como vendedor de água e leite, com o objetivo de ajudar no sustento da família. Os anos se passaram e ele não mais parou de trabalhar. Em 1982 fez o concurso para motorista na extinta Ematerba, atual EBDA, onde trabalha até hoje. De degrau em degrau, o jovem funcionário foi conquistando seu espaço e reconhecimento por seus serviços prestados.

Gedielson se qualificou em manutenção

preventiva e reparação de máquinas e motores de automóveis, vindo a realizar esse serviço na EBDA. Hoje, o técnico trabalha como auxiliar de manutenção promovendo diversas atividades que contribuem para o desenvolvimento da Empresa.

“A EBDA é uma instituição muito importante na minha vida, visto a camisa há 31 anos e vou continuar

vestindo, porque quero o melhor para ela sempre”, afirma Gedielson. A disposição e a atenção são características fortes desse profissional que coleciona amigos em todo o Estado, ajudando a todos por bondade sem intenção de receber algo em troca. 52


foi construída com muito amor, muito respeito e total

Nos momentos vagos, o técnico dedica-se

à comercialização de ítens que conhece muito bem.

dedicação”, diz o pai dedicado.

Gedielson encontrou no mercado informal automotivo

um bom negócio, já que o mesmo sabe avaliar as peças

maravilhosa. “Defino meu pai como um amigo sempre

e equipamentos dos veículos novos e usados com muita

presente que está em todos os momentos de nossas vidas,

perfeição. Outro serviço praticado nas horas livres é a

nos apoiando em todas as decisões e amparando quando

mecânica de automóveis, seguido da venda de mel para

é preciso. Ele ama o que faz, trabalha por amor, é por essas

colegas e conhecidos.

e outras atribuições que ele é tão especial em minha vida.

Amo muito meu pai”, falou Mariana.

As amigas Eliete Jordão e Nágila Leite definem

Mariana Santana declara que o pai é uma pessoa

Gedielson como uma pessoa muito especial. “Sem

limites para servir. Excelente pai, maravilhoso amigo,

passar despercebido o seu hobby por motos. Gedielson é

bondoso e feliz. Vemos em Gedielson um ser humano

verdadeiramente um admirador nato por essas máquinas

capaz transmitir os melhores sentimentos que se possam

que lhe emitem a sensação de liberdade e o gosto por

traduzir em laços de amizade verdadeira, sempre

aventuras. A admiração pela motovelocidade já lhe

preocupado com o bem-estar de todos, companheiro,

acompanha há décadas já que o piloto utiliza sua moto

um amigo para vida toda. Somos felizes por nossa

para momentos de descontração e lazer.

amizade”, comentaram Nagila e Eliete.

Pai amoroso e dedicado, Gedielson tem três

recordações trazidas pelo motociclismo em sua vida. “Me

filhos, Rodrigo, Guedson e Mariana Santana, ambos

faz muito bem o motociclismo, são boas as recordações,

motivo de muito orgulho em sua vida. Perguntado sobre

momentos inesquecíveis e a cada dia que passa acelero

o relacionamento com os filhos, ele não hesitou em

ainda mais essa paixão”, disse Gedielson. É por cultivar

falar que é o melhor possível. “Meus filhos são minha

amigos, ter motivação e entusiasmo para trabalhar, buscar

maior riqueza, por eles tenho amor incondicional. Tudo

fazer o bem sem olhar a quem que pessoas como Gedielson

que faço é pensando no bem-estar deles, nossa relação

Oliveira Santana é Gente Nossa.

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Ainda falando de suas paixões, não poderia

Viagens e amizades são algumas das boas

Publicado em setembro de 2013


MARINA CASTRO

precursora da apicultura na Bahia

Quem vê Marina Siqueira de Castro pelos corredores do Centro de Treinamento da EBDA (CTN), séria e reservada, não imagina o quanto aventureira ela já foi. Sempre gostou de acampar e nadar, chegando até a saltar cachoeiras de 10 metros. E quem iria imaginar que seu estilo musical preferido é o rock? Tem como ídolos cantores como Rita Lee e Pink Floyd. Adora cuidar do seu jardim e fotografar as orquídeas. Mas, o seu hobby mesmo é a leitura. Sua coleção de livros é tão grande que em sua casa já não tem mais espaço para acomodar novos exemplares. Segundo a amiga Rejane Carneiro, quando vão juntas ao shopping, o destino certo de Marina são as prateleiras das livrarias. “Ela é apaixonada por livro e os consulta diariamente”, comenta Rejane, que também revela que ela faz muito bem pão de queijo, brigadeiro e um famoso prato com bacalhau. Quem convive com Marina sabe que, por trás de sua personalidade forte, encontra-se uma mulher sentimental, que pensa muito no próximo. “Ela está sempre envolvida em ajudar alguém”, destaca Rejane Carneiro. Nascida em Minas Gerais, em 1959, na cidade de Santo Antônio do Monte, Marina Castro sempre gostou do contato com a natureza. Cresceu no sul do Estado, numa região cheia de montanhas. “Minha infância foi sempre buscando coisas no mato. Desde criança sabia que, quando crescesse, iria fazer alguma coisa relacionada à natureza”, afirma a pesquisadora da EBDA. Aos 13 anos, foi morar em Brasília. Logo percebeu a diferença – um clima seco e completamente diferente do sul de Minas, bem frio, onde ela costumava apreciar as montanhas e cachoeiras. Filha de pai militar e mãe dona de

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Publicado em setembro de 2013

implantou o programa Pacto Federativo e viabilizou, na empresa, ações do convênio Plano de Aceleração (PAC), da Embrapa. Sente-se orgulhosa por ter contribuído para a formação de diversos pesquisadores que trabalharam com ela. Com uma memória invejável, lembra os nomes de cada estagiário, aluno e bolsista de pesquisa. Uma verdadeira “polinizadora” de conhecimento, que tem prazer em dar oportunidade a estudantes em busca de experiência. Não caberia aqui mencionar todos os projetos e trabalhos desenvolvidos por ela, que tem um currículo extenso. Marina é doutora e mestre em Ecologia, pela Universidade de São Paulo (USP). Possui várias especializações, inclusive em Melissopalinologia (estudo da morfologia dos grãos de pólen), pela Universidade de Hohenheim, Alemanha. Além disso, realiza pósdoutoramento na Escola Nacional de Botânica Tropical, em Modelagem de Distribuição de Espécies. Com larga experiência na área de Ecologia, com ênfase em agroecossistemas, Marina tem estudos relacionados a temas como desenvolvimento territorial rural sustentável, agroecologia, manejo e conservação da biodiversidade e etnodesenvolvimento, e estudos voltados para a agricultura familiar e comunidades tradicionais. Ao falar da EBDA, ela revela que é a sua segunda casa, um local onde ela conseguiu atingir várias metas profissionais, e que a ajudou a crescer como ser humano numa luta constante em prol da preservação do meio ambiente. “Tenho muito prazer em trabalhar numa empresa que leva muito a sério a pesquisa e a extensão rural e que tem como base a sustentabilidade”, conclui Marina Castro. Essa mulher destemida, forte, empreendedora e contagiante é a Gente Nossa da EBDA, desta semana.

casa, ela é a mais velha dos seis filhos do casal. Com 15 anos, no segundo ano do segundo grau, ela começou a se interessar pela área de pesquisa. Nesta época, realizou uma pesquisa relacionada à energia nuclear para participar de um concurso da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). Ganhou o primeiro lugar geral. Sempre estudiosa, em 1979 passou no vestibular para Engenharia Florestal, na Universidade de Brasília (UNB). Logo no início, percebeu que o curso não atendia às suas expectativas e, por esta razão, mudou para Engenharia Agronômica. “A agronomia da UNB era a que eu queria, pois tinha uma vertente muito mais agroecológica”, explica. Concluiu o curso em 1984, no mesmo ano em que entrou na Epaba - empresa que deu origem à EBDA. Paralelo a isso, participou da estruturação do Programa Estadual de Apicultura e da fundação do Laboratório de Abelhas da EBDA. Atuando na Central de Laboratórios, em Ondina, ela é a supervisora de meliponicultura, e ainda é professora adjunta da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Sempre determinada em suas atividades, conseguiu um projeto com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para fazer o levantamento da flora e fauna de abelhas da Bahia, em parceria com diversos grupos de pesquisa do Brasil. “A abelha foi usada como uma ferramenta de estudos, dentro do contexto do desenvolvimento sustentável e conservação da biodiversidade”, diz a pesquisadora, que, na Bahia, é uma das precursoras da pesquisa na área da apicultura. Na sede da EBDA, a partir de 2007,


Maria Ferraz técnica agrícola lutadora da EBDA

Seu nome é superação. Assim contam

os colegas de Maria Pereira Leonel de Oliveira Ferraz, técnica agrícola da EBDA, há 33 anos, e recém-formada em Administração de Empresa, que nasceu no município de Uiraúna, na Paraíba, criada em Irecê, na Bahia, onde morou até 1986. Sua formação técnica aconteceu com bastante esforço na Escola Agrícola da Região de Irecê (Esagri). Já formada, começou a prestar serviços na antiga Emater-BA, hoje, EBDA. O trabalho na Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) logo se transformou em amor, por isso prestou concurso para ingressar na Emater-BA, vindo a fazer o préserviço em Viçosa- MG.

Lotada inicialmente em Livramento, região de Brumado, serviu em Irecê, por 5 anos, e em 1986 veio para

São Gonçalo dos Campos, região de Feira de Santana, passando ainda por Tanquinho, e em 1993, foi transferida para a Gerência Regional de Feira de Santana, onde trabalha até hoje, e pretende ficar definitivamente.

Sua maior satisfação foi ter completado o nível superior em Administração de Empresa, e sempre disse:

“assim que meus filhos estiverem adultos eu vou fazer uma faculdade”, e ela cumpriu. Por falar em satisfação, outra grande alegria de Maria Ferraz são os seus filhos; um deles, Matheus, também é administrador de empresas, “gerente do Banco Santander, em Feira”, fala orgulhosa: o outro, Lucianno, estuda Direito e possui uma empresa ligada à

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“fofa barranco” -. Tinha colega que se desesperava, pulava

em Aracajú.

no rio, mas como não tinha para onde ir voltava pro barco”,

Casada, há 25 anos, com o agricultor e motorista Luis

conta sorrindo, uma experiência que, hoje, é praticamente

Antonio, Maria acredita que seu trabalho na agricultura

impossível acontecer.

e o apoio do seu marido motivaram Carolina a ingressar

na área.

agrônomo na EBDA, desde 1977, lembra de alguns

Washington Luis Lima Cerqueira, engenheiro

São muitos os momentos marcantes na vida

projetos da empresa que trabalhou junto com Maria e que

de trabalho de Maria Leonel. Um deles, Maria relembra:

conseguiram bons resultados: “treinávamos bastante em

“em 1979, ainda quando prestava serviços temporários

projetos como o PaterMandioca, o Nossa Raiz, mostrando

para a Emater-BA, atuava com uma equipe com mais

tecnologias, realizando treinamentos para os agricultores

cinco técnicas, prestando assistência técnica a moradores

familiares e, hoje, no Projeto Reniva, ela continua com

do entorno do rio São Francisco - nessa época, era comum

toda energia, para o bem da EBDA e da agricultura”, relata

as barcas que transportavam as pessoas, ficarem presas

Cerqueira.

nos barrancos de areia -, explica Maria, continuando:

foi aí que ficamos por 21 dias encalhados, praticamente

EBDA parte de suas vitórias. É por isso que ela é mais uma

morando numa barca - conhecida popularmente como

Gente Nossa, na EBDA.

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Maria se considera uma vencedora e delega a

Publicado em setembro de 2013

telefonia, enquanto a caçula, Carolina, cursa veterinária,


ABDON JORDÃO FILHO

um extensionista que viu a empresa crescer

Orgulhoso em fazer parte de uma empresa

que, há 22 anos, contribui para o fortalecimento da agricultura familiar no estado, Abdon Jordão Filho (71), acumula o conhecimento técnico e uma vasta experiência profissional, de quem viu a empresa nascer e se desenvolver. “Desde 1970, participo de toda a trajetória da Extensão Rural da Bahia, seja como extensionista de campo, seja como dirigente”, revela o engenheiro agrônomo, graduado em 1969, pela Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Cruz das Almas.

O técnico lembra com exatidão a data de

quando entrou para o quadro de funcionários da empresa: dia 22 de janeiro de 1970. Naquela época, a instituição era a Ancarba, sucedida pela Emcerba em maio 1974, e pela Ematerba, em dezembro do mesmo ano, até se transformar na atual EBDA, em outubro de 1991. Abdon Jordão recorda que, entre 1970 e 1971, iniciou as primeiras atividades como extensionista e coordenador da Ancarba, em Irecê, onde implantou o primeiro projeto de “Desenvolvimento Comunitário”, ao lado de colegas como Eliete Mortimer Jordão – hoje, sua esposa -, e Abelmon Bastos.

No ano seguinte, o agrônomo atuou, em Salvador, como coordenador de operações da Ancarba, até 1973. Já na

Ematerba, no período de 1976 a 1982, ocupou os cargos de coordenador técnico estadual e de diretor técnico. Em seguida, assumiu a função de diretor presidente, onde trabalhou até o ano de 1984. Nos anos seguintes, chefiou o Departamento

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menino aprendeu a tirar leite de vaca, fazer queijo coalho e

da Bahia (Epaba) e, de volta à Ematerba, assumiu a função

ração para o gado, à base de palma forrageira. Foi em Recife,

de Diretor Técnico. Entre 1995 e 2005, atuou com chefe

ao integrar uma equipe do governo Miguel Arraes, que ele

da Assessoria de Assuntos Estratégicos (AAE), na EBDA.

despertou o sentimento de contribuir para a melhoria da

Ao longo de sua trajetória, Abdon Jordão

qualidade de vida das populações chamadas, na época, de

presenciou diversos momentos marcantes na extensão

“baixa renda”. “Conheci de perto o drama do povo excluído

rural brasileira e baiana, como a transformação do

das riquezas da zona canavieira pernambucana. A partir

Sistema ACAR em EMATER, no ano de 1974, o

daí, visualizei a agronomia e a extensão rural como a minha

advento e ampliação do Pronaf (entre 1996 e 2003),

perspectiva profissional”, explicou Abdon Jordão, que, assim

e a institucionalização de diversas políticas públicas e

como o seu irmão mais velho, os pais queriam que fossem

programas governamentais voltados para a agricultura

advogados.

familiar. “Ajudei a implantar esse importante programa

na Bahia, sendo o primeiro Secretário Executivo Estadual,

casado, há 36 anos, com a também técnica da EBDA, Eliete

onde permaneci por mais de 10 anos”, destacou o também

Mortimer Jordão. “Valorizamos o trabalho, a solidariedade

mestre em Economia Rural – título adquirido através da

e a luta por uma sociedade mais justa e igualitária; cremos

Universidade Federal de Viçosa (UFV), em 1976.

que o sentimento familiar vem garantindo a preservação de

Representando a EBDA, a partir de 2007, o

valores éticos fundamentais”, disse o técnico sobre os ideais

agrônomo tornou-se membro e fundador da Academia

de sua família. Sobre lazer, ele revela que gosta de caminhar,

Brasileira de Extensão Rural (Aber). Dentre as principais

nadar e andar a cavalo e, quando jovem, praticava muito

distinções recebidas em eventos, destacam-se as placas:

futebol.

“Amigo da Extensão Rural”, recebida da Ematerba,

em 1984; placa distintiva “Homenagem pelos serviços

anos da Extensão Rural pública, na Bahia, com o olhar

prestados à agricultura baiana”, oferecida pela Comissão

voltado para os agricultores familiares. É tempo de prestigiar

da Agricultura Política Rural, da Assembleia Legislativa

essa instituição e os agentes que a fazem, na perspectiva de

do Estado da Bahia, em 2003 e, “Extensionista Rural do

aprofundar e expandir as políticas públicas que garantam

Ano de 2011”, indicado pelos funcionários da EBDA.

um futuro melhor para o público-alvo da empresa”. Com

Abdon Jordão, que escolheu a profissão de

estas palavras, este Gente Nossa por excelência, parabeniza a

agrônomo, por vocação, nasceu no agreste pernambucano,

EBDA, empresa que viu crescer e da qual se orgulha por ter

em 1942, na cidade de Cachoeirinha. Ele conta que desde

participado da sua criação.

59

Pai de quatro filhos e avô de seis netos, Abdon é

“Saúdo os 22 anos de criação da EBDA, e os 59

Publicado em outubro de 2013

de Planejamento da Empresa de Pesquisa Agropecuária


CRISTIANA CORDEIRO Mãe zelosa e profissional competente são características de igual peso em Cristiana Cordeiro

Uma mulher que não tem medo de nada.

Forte como uma rocha, segura e autoconfiante, capaz de encarar qualquer desafio que possa render bons resultados. Estas são algumas características de Cristiana Cordeiro de Almeida, carinhosamente chamada de Cris, administradora de empresas e autodidata em Tecnologia da Informação, onde o talento e a experiência caminham com ela, lado a lado, nesse campo profissional.

A analista de Processos e Negócios

da Divisão de Informática (DIN), da EBDA, é uma técnica séria e dedicada, reconhecida por doar o melhor de si para as atividades que lhe são confiadas. Mentora do Sistema de Informações SIN-EBDA, Cris pensou nesta ferramenta como forma de registro e acompanhamento das atividades executadas pelo corpo técnico da empresa. Por conta desse mérito, Cristiana foi finalista do prêmio Boas Práticas, que menciona iniciativas para melhoria do ambiente de trabalho e de voluntariado empreendidas por servidores públicos, conquistando o 8º lugar.

“Cris está muito além de uma profissional séria e competente. Ela é amiga, compreensiva e parceira. Encontrei

em Cris mais que uma colega de trabalho, encontrei uma amiga irmã. Tenho certeza que todos, aqui no DIN, pensam dessa forma”, conta Gustavo Cardoso, também técnico da divisão. Segundo Gustavo, ela acolhe, conversa, entende, e tem sempre uma palavra de carinho para os colegas, em momentos difíceis. “Quando estou no estresse e grito “socorro,

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Cris”, tenho a certeza de que a amiga, colega e profissional

“Minha mãe é uma pessoa maravilhosa, que

estará junto, ajudando a encontrar a solução, seja no

posso contar sempre, que me entende, que me dá apoio e

plano profissional ou de vida pessoa e essa é a Cris que

que está ao meu lado a vida toda. Eu a amo muito, tenho

eu conheço”, complementa Cardoso.

orgulho imenso de tê-la como mãe, e a ela devo tudo que construí até hoje. Quero deixar registrado o meu amor

Cris e família

e admiração por ela, não só como minha mãe, mas pela

amiga e profissional que ela é”, disse seu filho Léo.

a menina Cris, jogadora de tênis, dançarina de balé e

jazz, teve uma estrutura familiar sólida, e diz ter tido uma

“O carinho e o amor que tenho por meus filhos é algo

infância unida e feliz. Ela comenta que seu pai sempre

muito especial; procuro entender e respeitar cada um deles

foi um grande incentivador do esporte. “Meu pai foi

e fico feliz com cada conquista que eles alcançam na vida.

um empreendedor e educador nato; quando dirigente

Dedico-me inteiramente ao bem-estar de minha família

da Associação Atlética da Bahia, lutou para promover

e tento proporcionar paz, segurança e equilíbrio a todos

o esporte amador para muitos jovens, e isso me dá

eles”, comenta Cris.

muito orgulho”, comenta Cordeiro, que traz na sua vida

pessoal características herdadas dessa educação, baseada

nos Projetos, e mais que isso, na importância dos seus

no comprometimento, ajuda ao próximo e luta pelo que

resultados para o público-alvo da EBDA e do Governo.

considera justo e honesto.

Sua vida, amplamente dedicada à família, se divide com

Em consequência dessa educação, Cris

seu talento de mãe, mulher e profissional. Cristiana dedica

desempenha a tarefa de ser mãe com senso de

e compartilha com todos os amigos e colegas cada passo

responsabilidade, mesclado com amor, construindo

e cada avanço de suas conquistas. Tenho muito orgulho e

com seu esposo, Cássio Ramos Peixoto, uma base

sou muito feliz por estar ao lado dela”, declarou seu esposo,

familiar pautada nos bons exemplos, como respeito,

Cássio Peixoto.

honestidade, integridade e união. Leonardo, Danilo

e Malu são os frutos de sua maternidade, filhos que,

conquistou ao longo dos 20 anos de EBDA, é que Cristiana

segundo ela, lhe proporcionam infinitas alegrias.

Cordeiro é também Gente Nossa.

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Cristiana revela ser uma mãe muito companheira:

“Cristiana é um exemplo de profissional; pensa

Por todo talento, conquistas e pelo espaço que

Publicado em abril de 2012

Filha de “dona Zézé” e senhor Nilton Silva,


Darcy Regis equilíbrio como marca de profissional competente

Darcy de Andrade Regis (59), nascida na

capital baiana, em 1954, tem uma forma de interação harmoniosa com todos que a cercam e, na EBDA, não poderia ser diferente. Tranquila e serena, ela transmite aos seus colegas de trabalho um equilíbrio que faz com que todas as atividades e projetos tenham resultados concretos e positivos. Uma profissional dedicada e que valoriza o seu trabalho.

“Eu amo essa empresa. Sinto a EBDA

como uma missão em minha vida”, revela a técnica, em tom de declaração de amor à instituição na qual atua há 34 anos. A engenheira agrônoma, graduada em 1979, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Cruz das Almas, entrou na empresa no mesmo ano da graduação, na extinta Ematerba, que, junto com a Epaba, deu origem à EBDA. São anos de experiência, desempenhando funções em diferentes cargos.

Iniciando suas atividades, a técnica ficou, por três meses, na Universidade Federal de Viçosa (UFV), se

capacitando no Pré-Serviço em Extensão Rural. No ano de 1980, assumiu a chefia do Escritório Local de Abaíra, pertencente à Gerência Regional da EBDA, em Seabra. Após um ano, foi transferida para assumir o mesmo cargo, no Escritório de Utinga.

No município de Alagoinhas, no período de 85 a 94, exerceu as funções de extensionista rural e, posteriormente,

de gerente regional. Em 1995, foi transferida para Salvador, para trabalhar no escritório regional, que existia à época, localizado no bairro de Ondina. Logo em seguida, trabalhou na Divisão de Produção Vegetal (DPV) e Divisão de

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Fruticultura e Olericultura (DFO), na sede da empresa.

amor, luz, solidariedade, união e espiritualidade. Ela

Darcy de Andrade chefiou, por doze

é casada, há 33 anos, com o engenheiro agrônomo da

anos, a Divisão de Culturas Industriais (DCI), onde

EBDA, Ueliton de Oliveira Regis. “Conheci Ueliton na

permaneceu até 2008. No ano seguinte, foi promovida

universidade, e foi amor à primeira vista”, explica a técnica,

a chefe de Gabinete da Presidência, ocupando o cargo

feliz em trabalhar na mesma empresa que seu esposo.

até 2011. Neste mesmo ano, voltou a trabalhar no DCI,

coordenando as Chamadas Públicas do Plano Brasil

foi no início de 2008, na passagem do meu filho Daniel,

Sem Miséria (PBSM) e apoiando outras Chamadas.

de 25 anos, para o plano espiritual”, diz emocionada. Ela

Em meio a sua trajetória profissional, a técnica

afirma que este fato a fez reavaliar todo o sentido da vida:

não deixou de se qualificar. Com duas especializações,

“apesar da profunda e incessante dor, me tornei uma pessoa

uma em Gestão Pública, em 1999, pela UNEB/Fapes,

mais sensível e espiritualizada”, completa a agrônoma.

e outra em Homeopatia, em 2006, pelo Instituto

Homeopático Alfredo Soares da Cunha, ambas em

de cura e autocura, e também colabora, regularmente,

Salvador, a agrônoma adquiriu um amplo conhecimento,

com obras sociais. Livros e filmes são os seus hobbies,

que contribui para o desenvolvimento de suas atividades.

principalmente de temática espírita. Livros como “A

Ao falar de sua infância, Darcy lembra que

autobiografia de um Iogue” e “Mulheres que correm com os

foi uma menina estudiosa e que gostava de estar em

lobos” são seus favoritos. A trilogia “O Senhor dos Anéis”,

contato com a natureza. Nas suas férias, duas fazendas

a franquia “Harry Potter” e o longa nacional “Nosso Lar”

eram seus destinos certos: a primeira, a de seus avós, e

fazem parte da sua lista de filmes memoráveis.

outra, a de seus pais, localizadas na região de Entre Rios.

Sobre a EBDA, ela não mede palavras: “enquanto eu estiver

Na propriedade que herdou dos pais, com áreas de mata

neste plano, quero continuar atuando na empresa, porque

nativa e cortada pelo rio Subaúma, a amante da natureza

acredito que os trabalhos desenvolvidos são fundamentais

leva adiante um projeto de sustentabilidade, ao preservar

para o equilíbrio social da humanidade”, declara a técnica,

o meio ambiente.

que leva seu conhecimento sobre espiritualidade para tudo

o que faz parte da sua vida. A EBDA tem orgulho dessa

Mãe de cinco filhos (três mulheres e dois

Darcy Regis é engajada num grupo espiritualista

profissional: ela é Gente Nossa.

homens) define a sua família em seis palavras: equilíbrio,

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Publicado em outubro de 2013

“O acontecimento mais marcante da minha vida


JORGE SANTOS CORTEZ Um agrônomo que usa seu trabalho como ferramenta para o desenvolvimento

Para trabalhar com o engenheiro

agrônomo Jorge Santos Cortez (62), é fundamental ter uma alma empreendedora. Essa mentalidade de Cortez surgiu com a iniciativa de fortalecer a agricultura e desenvolver um papel importante no meio rural, ainda na Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Cruz das Almas, onde chegou a criar, em parceria com um colega de classe, duas mil galinhas, que, com a venda, fez uma poupança visando à sua formatura. “Taí Carneirinho para confirmar essa história”, lembra Cortez, referindo-se ao colega de Faculdade, também servidor da EBDA.

“Muitas vezes Cortez teve que dormir no galinheiro para tomar conta das galinhas, senão os colegas de sala

entravam, à noite, em surdina, e furtavam a criação”, conta Antonio Carneiro do Rosário (Carneirinho), que lembra ainda a época em que Cortez ia para a Faculdade vestido de escoteiro, e na hora da chamada respondia: “Cooortez!!”, fazendo continência, o que impressionava professores e amigos.

Já formado, Jorge entrou na extinta Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Ematerba),

em 1980, e passou um ano trabalhando em Jacobina, de onde foi para o recém-inaugurado escritório de Pindobaçu, ficando por cinco anos na localidade. Cortez conta, orgulhoso, as mudanças que ocorreram na cidade com a chegada

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escritório, foi aberta uma Agência do Banco do Brasil,

de São João, vieram do Rio de Janeiro, há três anos e meio,

já que desenvolvemos projetos agrícolas para mais de

e contam que, se não fossem as orientações de Cortez, não

800 agricultores familiares assistidos por nós, e que

sabem se teriam a mesma sorte no negócio de agricultura

precisavam de financiamento”, relembra o agrônomo,

hidropônica. “Se Deus não o colocasse em nosso caminho,

emocionado, também, pela inauguração, na mesma

creio que o negócio não estaria indo tão bem, a ponto de

época, de um Colégio com curso ginasial e de ensino

estarmos ampliando a produção de 30 para 60 mil pés de

médio na cidade, para os filhos dos agricultores.

alface por mês”, conta Carlos.

Após sua passagem por Pindobaçu, Cortez

O casal de agricultores, Cibele e Carlos, de Mata

Casado com a professora Joanice Carrilho

trabalhou na EBDA, em Esplanada, e logo depois, em

Cortez, com quem tem duas filhas, Milena e Aline, o

Entre Rios, onde dividiu seu trabalho de extensionista

casal já ajudou a criar outras 16 crianças, que ao longo

com a de diretor da Escola de Qualificação Profissional

do tempo mostraram que aprenderam as orientações de

da cidade. Sempre em busca de melhorar sua atuação, foi

Joanice e Cortez. “Hoje, um é dono de oficina mecânica,

trabalhar em Mata de São João, e, de lá, para Itanagra,

outro, gerente de banco e assim se desenvolveram aqueles

retornando para Mata de São João, onde se encontra até

meninos e meninas que enxergávamos com dinamismo”,

hoje.

relata.

“O desenvolvimento produtivo é casado com

Filho de pai militar, contador e sociólogo, ele diz

o trabalho social”, fala Cortez, aos agricultores que ele

que segue, à risca, os ensinamentos aprendidos em família.

assiste, e ainda conta que os aconselha sobre como agir

Se perguntarem de onde é originário, Cortez diz: “é claro

na dificuldade. “Mesmo tendo um problema qualquer,

que sou filho da Bahia!”. Conta que nasceu na praia de

o produtor deve agir, arregaçar as mangas e partir

Olivença, em Ilhéus, mas foi registrado em Salvador.

para a solução. Eu amo o que faço, por isso nunca me

Todas essas atitudes na vida desse engenheiro agrônomo só

nego a atender a quem precisa do nosso trabalho”,

provam o seu amor pela agricultura, o que vale à pena ser

complementa.

reconhecido por todos que fazem a EBDA como “Gente Nossa”.

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Publicado em outubro de 2013

da Ematerba: “em apenas um ano de inaugurado o


Verdival de Almeida um economista apaixonado pelo campo

“A EBDA é a minha segunda casa, onde

fui acolhido de braços abertos”. Esta frase expressa bem o que Verdival Oliveira de Almeida, 56 anos, sente pela empresa na qual atua há 13 anos. O técnico entrou na EBDA em 1999 e, antes disso, trabalhou no extinto Instituto de Terras da Bahia (Interba) – empresa que também era vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura -.

Com o fim do Interba, ele pensou que

iria ser transferido para a Adab. No entanto, o superintendente de recursos humanos da EBDA, na época, Nilton Dias, o indicou, entre dez pessoas, para trabalhar na EBDA. “Pra mim foi uma surpresa muito boa. Gosto da EBDA e hoje me sinto realizado”, disse o economista, graduado em 1980 pela Universidade Católica do Salvador (Ucsal).

Quando se formou, trabalhou no Baneb, em Salvador, onde ficou por dois anos, e logo depois foi para

o Interba, após ter sido selecionado em curso para aquele Instituto. Na EBDA, Verdival iniciou suas atividades participando da Comissão de Licitação da Gerência Regional de Feira de Santana.

Neste mesmo período, fez uma especialização em Economia Rural, e depois de quatro anos na empresa,

assumiu a chefia da Estação Experimental Fazenda Cruzeiro do Mocó, localizada em Feira de Santana. Verdival permaneceu no cargo por sete anos e, logo em seguida, ocupou o cargo de chefe do Centro de Formação de Agricultores

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Familiares do Portal do Sertão (Centrepec) – antigo

em quatro anos, eu fazia uma filha”, brinca Verdival, rindo

Centro de Profissionalização de Pecuaristas -, como era

muito.

conhecido na época.

Verdival de Almeida revela que mantém

pai. Ele revela que elas dizem que preferem a Faculdade

uma ligação muito forte com a Estação Experimental

de Medicina. A caçula é a única que quer ser médica

Fazenda Cruzeiro do Mocó. “Gosto muito de trabalhar

veterinária, profissão esta que era a primeira opção de seu

lá e pretendo continuar pelo tempo que for possível”,

pai, antes de se formar em Economia. “Quando Nicole vai

destacou o técnico. Ele comenta que procura ajudar

para uma roça, não quer sair de cima de um cavalo; é a que

a gerência em tudo que lhe é solicitado: “sou igual a

mais gosta de fazenda”, afirma o pai coruja.

Bombril; com mil e uma utilidades”, brinca o técnico,

que já trabalhou com o Programa de Melhoramento

diz o técnico, que valoriza muito o carinho que sua esposa

Genético, na região de Feira de Santana, com atividades

tem com as filhas. Ele explica que ela optou por parar de

envolvendo a cultura da palma, embora a sua atividade

trabalhar para dedicar-se de forma integral à família.

principal seja ligada à área administrativa.

“A minha família é a base, é tudo para mim”,

Quando não está trabalhando, Verdival costuma

cuidar de sua fazenda, ou, simplesmente, ficar em casa na

Vida pessoal

companhia de seus familiares. “Sou muito caseiro e procuro

Residindo em Feira de Santana, há 50 anos,

curtir ao máximo a minha família”, ressalta o amante de

Verdival é casado com Sheila Fabiane Cordeiro, há 17,

filmes de faroeste, ação e comédia. Verdival de Almeida é

tem três filhas, uma de 16 anos (Fabiane), outra de 12

Gente Nossa, um profissional determinado e que ainda

(Vitória) e a mais nova, (Nicole), com 8 anos. “De quatro

tem muito a acrescentar à empresa.

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Publicado em outubro de 2013

Nenhuma de suas filhas quer seguir a carreira do


ALBERLICE ALEM ROCHA Alberlice Alem Rocha e sua paixão pela EBDA

Já dizia o famoso escritor irlandês, Oscar

Wilde: “Nunca confie na mulher que diz a verdadeira idade, pois se ela diz isso... ela é capaz de dizer qualquer coisa”. Sendo correto esse dito, Alberlice Alem Rocha é a mulher mais confiável do planeta, pois não há quem a faça contar quantos anos ela tem. Nascida na cidade de Cachoeira, às margens do Rio Paraguaçu, no Recôncavo baiano,veio estudar em Salvador, onde fez o Ensino Médio no Colégio Central, e tempos depois, cursou Letras Vernáculas na Universidade Católica.

Mas, como a tímida e compenetrada colega chegou à Assessoria Jurídica da EBDA? Tudo começou em 1976, quando

Alberlice fez o concurso para a Emcerba, que foi sucedida pela Ematerba. Entre tantas mudanças, trabalhou como auxiliar de escritório, escriturária, auxiliar de administração, até que, em 1988, participou de um concurso interno e passou a ser técnica de nível superior.

Nesse período, Alberlice foi chefe do Setor de Pessoal da Ematerba, e, um ano após a constituição da EBDA

(1991), passou a coordenar a área de Recursos Humanos. Em 1998, acumulou atribuições trabalhando na Superintendência Administrativa e Financeira da empresa, até 1999.

A partir de 2003, trabalha na Assessoria Jurídica, onde é peça indispensável nas atividades do setor, por conhecer, como

ninguém, a empresa, todos os funcionários e as ações que são aqui desenvolvidas. Entre os colegas, a profissional é caracterizada como impecável. Paloma Silva, que trabalha como secretária no setor jurídico da EBDA, só tem elogios para Alberlice. “Ela é uma ótima pessoa, exemplar, sempre calorosa e acolhedora. Cuida da gente como se fosse nossa mãe. Eu a tenho como exemplo”, descreve Silva.

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usando lápis e régua, são memórias que fazem parte da minha

Para Maria de Lourdes Nascimento, também

colega da sede da empresa, Alberlice é como um adendo

infância e de Thiago”, disse Eduardo.

da EBDA. “Essa amiga, colega e profissional irreprovável,

significa um pedaço da EBDA. Ela ama o que faz, ama

que, na realidade, ela gosta mesmo é de viver o presente e

a empresa, simplesmente ama. Defende tudo e a todos

apreciar a conquista de cada dia. “Só em ver meus filhos felizes,

quando o assunto é EBDA, com paixão e proteção. Quem

meus colegas de trabalho bem, já fico orgulhosa de ser parte

tem dúvidas sobre alguma coisa da empresa, pergunte a ela

desse todo”, comenta.

e terá uma resposta pronta, com a disposição de quem quer

ajudar, sempre com base no justo e correto”, diz a colega.

Alberlice destaca seus 37 anos de empresa, como os melhores

Casada com o advogado Eduardo Cunha

anos de sua vida. Mesmo sendo uma pessoa positiva, ela

Rocha e mãe de dois filhos - o também advogado, Thiago

confessa que odeia se alguém fala mal da empresa. “A EBDA é

Rocha, e o publicitário Eduardo Alem Rocha -, Alberlice

a minha segunda grande família, e eu a amo, de paixão. Nobre,

tem um brilho no olhar ao falar da família. “Como mãe e

bonita e com atividades que permitem o desenvolvimento e

profissional tive que ter jogo de cintura; um equilíbrio para

a melhoria da qualidade de vida dos produtores e famílias

manter a harmonia no trabalho e no lar”, relata. “Caxias”,

rurais, eu espero trabalhar mais 30 anos aqui”, declarou a

como ela própria se descreve, sempre acompanhou de perto

profissional.

a educação de seus filhos, ajudando nos trabalhos escolares

e deveres de casa, sem relaxar com as responsabilidades da

complementa esse texto com uma cartinha:

empresa.

Ao ser perguntada sobre seus sonhos, Rocha conta

Ainda não contando a idade, e em boa forma,

Alberlice Alem Rocha é Gente Nossa, e “Sou muito feliz. Aqui, na EBDA, minha vida

Mas, o que deixou Alberlice mais contente foi ver

tem sido de crescimento e desenvolvimento profissional,

a paixão de Eduardo pela nova profissão, já que atualmente

exercendo o meu trabalho com amor, ética e honestidade;

ele cursa Direito, e como ele tem se dedicado aos estudos.

construí um grande e belo círculo de amizade sincera com

Sobre Thiago, ela enfatiza o quanto incentivou os dois

pessoas que confiam e acreditam em mim. Principalmente as

filhos à leitura, e, hoje, observa a dedicação, organização e o

que encontrei e que foram meus colaboradores quando estive

talento de seu primogênito para advogar.

na coordenação de Recursos Humanos, Superintendência

Segundo seu filho Eduardo, a EBDA representa

Administrativa e Financeira, e, hoje, na Assessoria Jurídica.

muito na vida da mãe. “Esse amor pela empresa é anterior

Em minhas preces, peço a Deus para iluminar esta linda casa e

ao meu próprio nascimento. Fazer dever na mesa da sala

que nossa grande família tenha força, saúde, sorte e sabedoria

enquanto minha mãe trabalhava em casa, com pilhas de

para fazê-la continuar a brilhar”.

papel, onde as informações eram conferidas manualmente,

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Publicado em novembro de 2013


IRLÂNIA SANTOS MERCÊS Técnica polivalente também é mãe vaidosa artista plástica e vai expor na Itália

Com muitas histórias para contar,

desde a sua atuação na Empresa de Pesquisa Agropecuária da Bahia (Epaba), onde iniciou sua vida profissional, como secretária, Irlânia Santos Mercês - morena alta, bonita, falante e sorridente -, hoje, lotada na EBDA, no Centro de Treinamento, em Itapuã, é uma figura que se destaca pela multifuncionalidade, exercendo não apenas a função de técnica em desenvolvimento organizacional, mas, também, a função de criadora de grande parte das decorações de festas comemorativas, como Natal, São João e outras, da empresa.

Casada há 31 anos com Neilton, mãe de três lindos rapazes (Daniel – o moreno -, Moisés – o ruivo -, e Pedro

– o loiro -) e avó de Luê, de cinco anos, Irla (como é chamada por muitos amigos e colegas), tem, nesses cinco homens, a sua vida, dedicação e orgulho. Moisés deve ser conhecido de muitos da EBDA, pois é atleta profissional de vôlei de praia, tendo conquistado, este ano, o terceiro lugar no campeonato nacional da categoria. “Me orgulho de todos os meus filhos, apesar de Moisés ter se destacado nessa modalidade esportiva”, defende logo Irlânia, que trata a todos (com mais de 1,80 de altura), como pequenos garotos, amigos e confidentes.

Mas, Irla sonhou um voo alto. Muuuuito alto. E seu sonho está tornando-se realidade. Dedicada às artes, ela

já customizou peças de vestuário, pintou em tecido, expôs trabalhos em art nouvoux, e muitas outras artes, mas, hoje, trabalha de forma artesanal e exclusiva, vestindo imagens de santos, muitas das quais estarão em exposição, prévia,

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em lojas nos bairros de Itaigara e Apipema, em Salvador,

conhecimento, que favoreceram na minha independência

durante todo o mês de dezembro.

econômica e melhoria de vida. Esta história me liga a

EBDA por toda a minha vida”, conta Irlânia.

Irlânia participará de exposição em uma galeria de arte,

em junho do próximo ano. “Beleza, Irla; ficaremos aqui

já na maturidade, como a sua fonte de alegria e prazer. “A

na Bahia torcendo pelo seu sucesso. Você merece”, diz a

arte chegou devagarzinho, preenchendo todos os meus

colega e amiga desde a Epaba, Maria Francisca, a “Mara”,

espaços. Primeiro, como uma terapia, e depois foi se

da Auditoria Interna da EBDA, que complementa:

aprofundando até chegar onde se encontra hoje: a minha

“conheço Irlânia há 33 anos, tendo por ela um carinho

fonte de inspiração e vida”, expressa de forma tranquila e

especial; admiro-a não só pela mulher guerreira que

segura.

é, como também pela sua alegria contagiante e seu

maravilhoso talento com as artes”.

singular sobre Irlânia, e Pedro é quem fala pelo grupo:

Nas incursões da vida, Irlânia destaca um fato

“Minha mãe é uma pessoa fantástica. Maravilhosa! Dona de

que muito lhe fez feliz na EBDA: foi quando, sendo

um caráter fenomenal e inquestionável. Por onde passa sua

secretária, logo após a criação da empresa, em 1991,

energia boa contagia a todos. As qualidades que se agregam

foi convidada para ser a subgerente de Administração

a sua personalidade são: serenidade, bondade, caridade,

e Finanças da Gerência Regional de Salvador, que

generosidade e humildade. Ela é uma avó presente, uma

funcionava em Ondina. Essa oportunidade a levou,

mãe amiga, uma mulher parceira, uma amiga verdadeira.

posteriormente, à chefia de uma seção no Departamento

Uma joia muito preciosa da nossa família.

de Apoio Operacional (DAO), atual DCM, e de lá,

Já no mundo das artes ela tem o dom. Ela tem a magia.

para a chefia da Seção de Economato do Centro de

Derrama todo seu amor e o seu carinho nas lindas imagens

Treinamento da Empresa (CTN), em Itapuã, onde

que veste. E esse é o resultado do seu sucesso”.

permaneceu por 10 anos.

“Todas

proporcionaram

essas

oportunidades

crescimento

profissional

Na vida pessoal, Irla destaca a descoberta da arte,

Quanto a sua família, eles têm uma opinião

Depois dessas palavras, só temos a dizer que

Irlânia é gente boa, é Gente Nossa.

me e

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Publicado em novembro de 2013

Outras imagens seguirão para a Itália, onde


MARIA DE FÁTIMA FREITAS DOS SANTOS uma profissional dinâmica e perspicaz

O sorriso fácil de quem sabe levar a vida

revela a personalidade marcante e determinada de Maria de Fátima Freitas dos Santos. A geógrafa com nome de santa, que nasceu na cidade de Pilão Arcado, em 23 de março de 1954, iniciou sua jornada profissional na extinta Ematerba, em 1976, e desde a fundação da EBDA, em 1991, se dedica aos serviços administrativos e financeiros da empresa. Fafá, como é carinhosamente chamada por seus colegas, nos expõe as lembranças de sua trajetória profissional e histórias da sua infância no interior da Bahia.

Primogênita de cinco irmãos, Fátima cresceu em meio aos campos das fazendas de seus tios e avós, onde

aprontava muitas travessuras. “Quando criança, adorava brincar com as ovelhas. Lembro-me que levei uma surra de uma delas; eu era bem pequena, devia ter uns 4 anos. A ovelha ficou brava e não deixava eu me levantar do chão, quando conseguia ela me derrubava de novo. Quando escapei, cheguei em casa vermelha e cheia de bagaços”, recorda.

As vivências de menina geram em seu coração o desejo de regressar a sua terra natal. “Voltar a morar em Pilão

Arcado, hoje é o meu principal projeto de vida. A maior parte de minha família vive lá”, destaca Fátima, que apesar da distância de 740 quilômetros da capital, visita periodicamente seus irmãos. “Nas festas é tudo sempre uma alegria, somos muito unidos”.

Nascida em uma família ligada à música e às artes, Fátima, conta que muitas características de sua

personalidade foram herdadas de sua mãe, Irene Antunes de Freitas Santos, e de seu pai, Ismar Pereira Santos. “Ela era

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extremamente inteligente, escrevia, compunha canções,

sempre disposta a ajudar”, conta.

e meu pai amava tocar cavaquinho. Minhas irmãs dizem

que herdei tudo e não deixei nada para elas”, brinca.

profissional de Fátima é entrelaçada à empresa. Contratada,

Os olhos marejam em lágrimas ao lembrar-se de sua avó

inicialmente, para um serviço temporário na Barragem do

Isabel Franco. “Minha avó era minha paixão; nasci na

Sobradinho, veio a Salvador rescindir seu contrato, mas foi

casa dela, fui sua primeira neta, recebi muito carinho”.

surpreendida com a proposta de continuar trabalhando

Prendada e curiosa, Fátima não para quieta

como auxiliar de escritório, na sede. “De repente mudei

e está sempre disposta a conhecer novas profissões

minha vida toda para cá; no começo foi difícil, morei em

e habilidades. Além de ser bacharel em Geografia,

pensionato, depois dividi um apartamento”, lembra.

pela Universidade Federal da Bahia, e licenciada pela

Universidade Católica do Salvador, ela já fez cursos

na EBDA, ela lembra, com carinho, de dois episódios. -

bastante ecléticos, desde montagem e manutenção de

Quando vim resolver as questões da minha contratação,

micro, à desenhista de moda, pintura, música, corte

saí da EBDA e já era noite; eu fiquei preocupada, pois

e costura, embalagem e artesanato. E por falar em

não conhecia bem Salvador, mas, gentilmente, Alberto

artesanato, a moça aprendeu tricô, sozinha, aos cinco

Dourado percebeu minha situação e foi muito solícito

anos de idade, e com apenas oito, fez seu primeiro

comigo, me deixando no hotel. A outra ocasião marcante

sapatinho. Com tanta habilidade e desenvoltura, ainda

para mim foi quando precisei terminar uma disciplina do

sobra tempo para dedilhar seu violão e participar do

meu bacharelado na UFBA. As aulas não coincidiam com

Coral Todos os Cantos.

meus horários no trabalho e a única alternativa seria pedir

Duas vezes por semana, Fátima se reúne

minha licença para concluir o curso. Foi quando o meu

para cantar no coral, no bairro do Garcia. A soprano,

chefe, na época, Ronaldo Mariano, me permitiu trocar de

que ama Chico Buarque, foi levada aos encontros pela

turno para não ter que utilizar a minha licença -.

também soprano e colega de trabalho na EBDA, Maria

José. “Fafá é uma pessoa extremamente alegre e divertida,

Acompanhamento, do Departamento Financeiro, Fátima

além de ser muito dinâmica e criativa. Pela manhã, ela

se sente realizada em participar da EBDA, desde a sua

chega ao Departamento cantando, sempre disposta e

formação. “Aqui foi o meu primeiro emprego e minha

assídua”, conta Maria José. Já para Jaciara Santos, amiga

segunda casa. Quero poder um dia passar pela frente desta

e companheira de EBDA, há mais de 30 anos, Fafá é

empresa e contar que foi aqui que trabalhei minha vida

uma excelente companhia. “Ela é maravilhosa, está

inteira”, finaliza.

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Presente na EBDA, desde a sua criação, a história

Atuando, hoje, na Seção de Controle e

Publicado em novembro de 2013

Dos fatos que mais marcaram sua trajetória


SAMUEL LEITE Uma história de dedicação ao serviço público Dono de uma trajetória singular e prestes a completar cinquenta anos de funcionalismo público, Samuel Leite, com sua paciência e calma peculiares, nos revelou sua intimidade e os caminhos que percorreu para construir sua história. Numa manhã chuvosa de primavera, o coordenador geral da rede Ater Quilombola, da EBDA, fez uma retrospectiva e em meio as suas lembranças, declarouse apaixonado pelo seu trabalho e pela instituição. “Me orgulho da EBDA, não admito que ninguém de fora faça julgamentos ruins”, disse. Ainda menino, lá pela década de 40, o pequeno Samuel crescia em meio à companhia constante de sua avó Bibina Leite e de suas tias, já que seus pais, Lindaura Maria da Conceição e Aurino Leite, precisavam trabalhar no comércio para sustentar a família. “Meu pai não me deixou faltar nada; era ele quem provia o necessário para nós. Já minha mãe deixou a imagem de uma mulher guerreira que amava seus filhos”, conta. Ele revela, emocionado, que guarda a fotografia de dona Lindaura para chorar quando a saudade aperta. “Há tantos anos ela morreu, mas eu ainda sinto a sua falta”. Cercado de cuidados e carinho, o primogênito de quatro irmãos frequentava a igreja da Lapinha. Acompanhando assiduamente suas tias e sua avó às missas, o menino logo se tornou coroinha e admirador de São José, depositando nele sua fé. “Eu sempre achei bonita a sua imagem, em que carrega o menino Jesus”, diz. Na sua vida acadêmica, recebeu incentivo especial de sua madrinha e também professora, Teodora Leite. De acordo com Samuel, ela deu as ferramentas para que ele pudesse ir mais além. “Ela sempre tomava minha lição, me matriculava nas escolas e repassava aos meus pais as minhas necessidades para que eles providenciassem. Eu tive muita sorte. Tenho certeza que, para ela, foi um orgulho me ver formado”, revela Samuel. Apaixonado por futebol, o então jovem Samuel esbanjou todo seu talento com a bola defendendo o time Elétrico, contra a

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oportunidade que ele abraçou, passando em primeiro lugar para técnico de desenvolvimento organizacional, na então Emater-BA. “Inicialmente trabalhei no Departamento de Recursos Humanos”, conta. Em 1991, surgiu a EBDA, onde Samuel atuou em várias funções, como chefe de Seção de Compras, chefe do Departamento de Administração, gerente Administrativo Financeiro, em Cruz das Almas, cargo em que atuou até 2002, ano que retornou a Salvador e foi lotado no Departamento de Agricultura, na Divisão de Suporte Técnico, onde permanece até hoje. O funcionário mais antigo da empresa foi nomeado pelo Governado Jaques Wagner como o representante da EBDA no Grupo Intersetorial para Quilombos (GIQ), que tem por objetivo nortear a implementação da Política Estadual para Comunidades Remanescentes de Quilombos. “Este trabalho representa a minha motivação e a minha luta para continuar. Sou negro e percebo as condições desse povo”, frisou. Casado com a economista Lidiana Maria Sena Leite, e pai da administradora de empresas, Bibiana, de 34 anos, e do professor de Educação Física, Victor, de 24 anos, Samuel não esconde o orgulho em falar de seus filhos. “Bibiana é forte e guerreira como a minha avó, da qual ela herdou o nome, e Victor herdou também o nome do avô materno”, destacou. Dentre outras curiosidades, Samuel é conselheiro do Esporte Clube Ipiranga, e Diretor Conselheiro da Associação Desportiva Leônico. É fã do axé music, carnaval, e não deixa de lado uma boa partida de baralho. Por tantas histórias e tantos anos de dedicação ao funcionalismo público é que Samuel Leite é Gente Nossa.

Seleção Baiana de Amadores. Sua atuação chamou a atenção dos treinadores do time adversário que o aproveitou durante aquele campeonato. Logo foi transferido para o Esporte Clube Bahia, onde compôs o elenco Junior que foi campeão de 1965, ano em que ingressou no funcionalismo público. Plenamente em ascensão, a carreira esportiva de Samuel Leite era intercalada com sua carreira profissional. “Treinávamos pela manhã, e à tarde, trabalhava na recepção do Departamento de Engenharia Rural e Açudagem, da Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri)”, explicou. Nos campos de futebol, ele também defendeu os times Galícia, Bota Fogo, Leônico, e em 1966, vestiu, profissionalmente, a camisa do Ipiranga. “Fiz um belo Campeonato Baiano e despertei o interesse do Esporte Clube Vitória, time que defendi a camisa por dois anos”, conta. Ao tempo que as oportunidades profissionais apareciam, o sonho de prosseguir com a promissora carreira de jogador se tornava mais distante. “Ficou difícil conciliar as duas atividades, tive que optar”, lembra Samuel, que fez questão de enfatizar que apesar das muitas responsabilidades, nunca abandonou os estudos, sua prioridade. Por onde passava, Samuel conseguia se destacar. Seu jeito tranqüilo e a facilidade de se expressar logo chamaram a atenção da diretoria do Degera, e de recepcionista rapidamente foi promovido à desenhista rural, e, em seguida, elevado à programador visual. Formado em Educação Física, pela Universidade Católica do Salvador, e em Administração de Empresas, pela Universidade Federal da Bahia, Samuel estava preparado para competir por uma vaga nos concursos internos,


www.ebda.ba.gov.br

Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura

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