ecod. SUSTENTABILIDADE, DESIGN E CULTURA
VIK MUNIZ
e a quest達o social
01 JUL/12
ecod.
ECOLOGIA - DESIGN - SUSTENT COMO FORMA DE DESENVO
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Entra em campo a maior revista de sustentabilidade
TABILIDADE - MODA - CULTURA OLVIMENTO DA SOCIEDADE
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EDITORIAL
BEM VINDO A UM NOVO CONCEITO EXPEDIENTE DIRETOR GERAL: Gustavo Piqueira DIRETOR COMERCIAL: Eike Batista GERAÇÃO DE CONTEÚDO: Jornalista: Renato Brunetti - MTB 69242-SP redacao@ecod.com.br COMERCIAL: Heloísa Helena - comercial@ecod.com.br PRODUÇÃO: Designer: Lucas Martinelli - designer@ecod.com.br Assistente: Ricardo Pereira - producao@ecod.com.br FINANCEIRO: Gerente: Erick Vinicius - financeiro@ecod.com.br Assistente: Marcelo Ferreira GESTÃO DE PESSOAS: Rafaela Miranda - rh@ecod.com.br ASSINATURA: Cassia Alessandra - assinatura@ecod.com.br ATENDIMENTO AO LEITOR: Luísa Fernandes De 2ª a 6ª, das 8h30 às 18h Tel: (11) 4004-4400 / 0044 leitor@ecod.com.br PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO: Plural Indústria Gráfica
DADOS DA EDIÇÃO • Tiragem: 05 mil exemplares • Distribuição nos Correios: 4.621 exemplares • Percentual de distribuição auditada (IVC): 95,10%
A revista ECOD. é uma publicação do grupo BRUVIMAPE. Trata-se de uma mídia impressa mensal gratuita que aborda temas como ecologia, sustentabilidade, arte e design como forma de cultura. Em seu primeiro ano de veiculação pretende-se expandir ideias e conceitos apurados para a conscientização. Os temas abordados nas edições são de relevância para o futuro do nosso planeta.
É
com um prazer imenso que apresento esse mais novo trabalho que com certeza deixa-rá muitos confusos em relação ao conteúdo e as abordagens tomadas. Essa não é só uma revista de sustentabilidade, temas variados como ecologia, biologia, design e até mesmo moda serão caracteristicas que muitas vezes deixarão o leitor sem saber qual ao real público alvo. De fato a característica do leitor é de desenvolvimento consciente da humanidade, partindo da premissa que os tempos em que vivemos de fato não há mais recursos naturais para uso abundante. A gratuidade da veiculação deste produto tem como intenção expandir e divulgar fatos e dados que muitas vezes passam despercebidos pela população. Para muitas pessoas, mesmo no presente, “desenvolvimento” é ainda sinónimo de “crescimento económico”. No entanto, o “desenvolvimento” tem obrigatoriamente que integrar outras perspectivas - tais como o bem-estar social e qualidade ambiental - sob risco de se esgotar o capital planetário que permite a prosperidade económica. No limite, se se destruírem os recursos naturais de que dependemos, o crescimento económico deixa de existir. Por exemplo, sem petróleo, carvão, gás natural, entre outros, a sociedade não sabe garantir a energia para a sua actividade económica; sem solo fértil e água limpa não é possível produzir alimentos e recursos florestais essenciais à sobrevivência. Ou seja, descurar o ambiente significa pôr em causa não apenas a prosperidade económica, mas também a sobrevivência da espécie humana ou, pelo menos, da sociedade desenvolvida tal como a conhecemos... Os problemas ambientais tornaram-se referências diárias do quotidiano a
partir dos anos 70, com maior destaque a partir dos anos 80. Foi durante estas décadas que as calamidades ambientais começaram a dominar as notícias. Imagens e notícias sobre o acidente nuclear de Chernobyl, a intoxicação de milhares de pessoas por mercúrio em Minamata, o “buraco” da camada de ozono, as montanhas de lixo, os alimentos perigosos, os derrames de petróleo ou as chuvas ácidas tornaram-se conceitos comuns. Além disso nos anos 70 ocorreram as primeiras crises petrolíferas, que vieram lembrar de forma muito directa o quanto estamos dependentes de um recurso instável e em vias de extinção. Foi então que, finalmente, a comunidade internacional decidiu pôr mãos à obra. Assim, mais visivelmente desde 1972, os governos de todo o planeta têm feito um esforço no sentido de obter dados realistas e atingir acordos sobre definições, objectivos e planos de acção e ainda medidas concretas a implementar para atingir um novo tipo de desenvolvimento onde ambiente, economia e bem-estar social apareçam de mãos dadas.. Não sei ao certo se essa grande experiêmcia terá sucesso, mas o princípio geral para que o mundo possa se tornar um lugar melhor para viver, independente da super lotação, tem que ser passado para todos e transformado em modo de vida. Espero que tenhamos um ano de sucesso juntos, nossa projeção pode ser muito grande, maior até do que nossas expectativas, juntos de pessoas compromissadas e de empresas grandes que realmente tem responsabilidade social. Boa leitura!
Gustavo Piqueira Diretor Geral
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ÍNDICE
“A arte contemporânea tem de ser um direito, não um privilégio.” ENTREVISTA - VIK MUNIZ Vik Muniz, artista que entende a arte como projecto social de partilha e inclusão concedeu entrevista muito interessante no aspecto social. Falou sobre o documentário Lixo Extraordinário, revelou processos do seu trabalho e sublinhou o papel do artista na sociedade contemporânea. Isso e muito mais desse que é considerado o maior artista brasileiro em atividade e o mais reconhecido no mundo depois de Portinari.
ECOLOGIA - ECOBAG As ecobags estão em alta. Em uma época em que muitas ações estão voltadas para sustentabilidade, elas se tornaram um símbolo de conscientização. Criadas com a intenção de substituir as sacolas plásticas de supermercado, as bolsas ecológicas já podem ser vistas em diversos tamanhos e estilos, com opções para todos os bolsos, usadas em diversas ocasiões, seja para ir ao mercado, livraria ou praia.
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Foto: Lacôme Brasil
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“Em casa, eu e meu namorado temos quarenta e duas unidades.”
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Foto: Ellen Forsyth
POLÍTICA - ECOPONTO Você sabe o que é um Ecoponto? O Ecoponto é um local público onde os munícipes podem se desfazer de materiais de grande porte ou recicláveis como móveis velhos, restos de construção, madeira, garrafas pet etc. Veja como funciona o descarte e como são distribuídos os Ecopontos na cidade de São Paulo através de um gráfico de fácil entendimento.
Foto: Ale Vianna
22 CURIOSIDADES Do mundo para nossas páginas, curiosidades, novidades e notícias que inovam e agregam conteúdo:
BALCÃO FEITO DE LIVROS VELHOS
Este invento pertece a Delft University of Technology localizada na Holanda.
MAIOR FLORESTA VERTICAL DO MUNDO
Duas torres residenciais sustentáveis estão em construção em Milão, na Itália. O Bosco Verticale, criado pelo arquiteto Stefano Boeri, será a primeira floresta vertical do mundo.
ÓCULOS FEITOS DE SKATES VELHOS
Uma marca de óculos australiana, que produz óculos de madeira, inovou criando óculos feitos de shapes velhos e quebrados de skate.
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ENTREVISTA Obra feita no Jardim Gramacho com materiais reutilizรกveis com ajuda de catadores
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e a questão social Editado por Lucas Martinelli
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inucioso, criativo e singular. É assim o trabalho de Vik Muniz, artista que entende a arte como projecto social de partilha e inclusão. Isso o revela o mediatizado documentário Lixo Extraordinário, que, para além de revelar processos de trabalho, igualmente sublinha o papel do artista na sociedade contemporânea. Ao mesmo tempo que estatui uma premissa: para Vik, a arte contemporânea deve ser tudo menos um luxo extraordinário! Pintura, desenho, fotografia, são diversos os géneros que Vik Muniz trabalha, sempre com acento tónico na utilização de materiais ditos pobres e perecíveis. Por trás desta opção, o desejo de questionar o mundo contemporâneo e o desejo de levar a arte à vida das pessoas. Existem mais de uma centena de trabalhos representativos da sua trajectória artística. Papel recortado, sucata, calda de
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ENTREVISTA
chocolate, geleia ou algodão, a relação entre os materiais utilizados e a referência a clássicos da história de arte é outro dos seus cartões de visita, de que são exemplo obras emblemáticas como a famosa réplica da “Mona Lisa”, de Leonardo da Vinci.
inspiração mas isso enquanto lá eu me sentia estrangeiro.
Ainda acredita no poder da arte para mudar o mundo? O mundo funciona a partir de imagens e representações de si mesmo. O advento da representação talvez seja o fato mais importante depois do controle do fogo. Foi isso que nos permitiu desenvolver o conceito de História, de imaginar um passado e também de conceber de um futuro. A partir de trocas simbólicas é que conseguimos desenvolver sistemas críticos, como a política, a economia, a religião. Tudo isso vem do fato de você se deixar enganar momentaneamente por uma imagem. Quem começou tudo isso foi um artista! O artista que aparece como uma ocupação marginal, hoje em dia, mas a verdade é que tem um papel muito importante na nossa sociedade, sobretudo num momento de crise das instituições como o actual. Tem que haver um momento de reavaliação dos próprios sistemas e eu acho que o artista tem uma função muito importante nesse processo.
“O meu problema não é com a grande questão e sim com o número infinito de pequenas” A arte deve ser crítica ou antes suscitar a crítica por via da reflexão? Eu acho que a crítica cabe ao crítico. A arte deve promover diálogos, suscitar discussões, levar o público a reflectir sobre coisas que ele não reflecte no dia a dia. O artista que se coloca na pele do professor, eu acho que está perdendo muito dessa possibilidade de ouvir o espectador, porque no fim de contas o artista faz apenas metade do trabalho, quem faz a outra metade é o público, no modo como recepciona as obras.
Foto: Luhanasp
Vik, pelo fato de a sua obra ter uma vertente social muito acentuada, poderemos dizer que ela encerra uma marca do que significa ser brasileiro hoje? De onde vem a sua inspiração? Não creio que tenha uma marca específica do que seja ser brasileiro, até porque as realidades que ela aborda não são específicas ou exclusivas da sociedade brasileira. Quanto à inspiração, ela vem de muitos lados. Por exemplo, em Nova Iorque, onde eu moro, poderia pensar-se que a cidade me fosse uma grande fonte de inspiração, mas em Nova Iorque eu pouco saio, fico muito em casa, a trabalhar. Normalmente quando viajo para o exterior vejo até mais coisas. Nova Iorque, durante muito tempo, foi de facto uma fonte de
Obra utilizada na abertura da novela Passione da Rede Globo
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Qual a grande questão do Vik Muniz? Por não acreditar em respostas muito abrangentes, nunca acreditei em grandes questões. O meu problema não é com a grande questão e sim com o número infinito de pequenas. Como enfatizar estes detalhes sem perder noção do todo? Como retratar este mundo tão multifacetado e holográfico, no qual memórias de filmes se fundem com sonhos sem perder o foco na condição humana que possibilita este meio ambiente? A utilização de materiais ditos menos nobres no seu trabalho encerra alguma dose de postura anti-artística? Não, eu não sou anti-artístico de forma alguma. O que eu tento promover através da utilização de materiais não ortodoxos no meu trabalho é a ideia de que a arte não depende desses materiais. A arte não é uma função, não depende de uma hierarquia social e material. A arte existe tanto na cabeça da gente como nas coisas que a gente está olhando. E
Sua obra é toda ela figurativa, mas hoje a figuração é tratada muitas vezes com reticência por críticos. Como enxerga isso? O meu trabalho começou a ganhar forma durante os meados dos anos 80, em Nova York. Coincidentemente, ao mesmo tempo em que alguns artistas começaram a tratar o mundo da mídia como paisagem, uma forte corrente de abstração tomou conta do mercado, com artistas como Peter Schuyff, Peter Halley, Jonathan Lasker, Phillip Taaffe e Ross Bleckner. Enquanto a maioria das pessoas via um certo antagonismo nos dois discursos vigentes, eu os achava perfeitamente complementares. A nova abstração, ou Neo-Geo, se distinguia categoricamente da ultima onda de abstracionismo, por ser completamente despida de esoterismos vulgares ou ambigüidades semânticas como “valores espirituais”, entre outras utopias estéticas. Essa abstração era, de certa forma, cínica e ácida e, ao invés de apontar para um universo de espiritualidade, falava diretamente da pobreza sedativa do nosso imaginário. Eu acredito num projeto realista, no qual o ilusório caracteriza o real através de suas ferramentas e artifícios. Uma abstração capaz de revelar a programação visual do homem moderno não parece ser um projeto menos importante. Uma das coisas que aprendi durante esse período de contraste entre o figurativo e o abstrato foi dosar essas noções em quantidades idênticas quando realizo um trabalho. Uma foto de chocolate é representacional somente enquanto o espectador se esquece do chocolate, uma vez que, quando a atenção passa para o material, a imagem se dissolve em uma espécie de falsa abstração. Uma imagem de uma substância remete à mesma através de significantes artificiais, como a memória do chocolate. Visualmente, porém, aquilo não passa de uma gororoba, que pode ou não ser chocolate de verdade. A sua arte é sinónimo de ruptura; que espaço há nela também para contemplação? Eu acho que o mais importante é trabalhar promovendo espaço para a experimentação, da própria ideia do processo. A contemplação pode vir depois. O chegar ao espectador é para si fundamental e daí o fato de trabalhar com as pessoas no processo de realização das obras? Sem dúvida. Eu acredito que a arte não existe sem público. O artista pode até dizer que faz arte para si mesmo, mas ele faz arte para poder se observar através dos olhos alheios. A legitimação da obra só vem quando você vê que aquilo que lhe despertou interesse igualmente despertou dentro da cabeça das outras pessoas. Arte deve ser sinónimo de ativismo? Creio que não. O artista é uma pessoa sensível, ele está aberto à reflexão sobre a condição humana talvez com uma disponibilidade com que outras pessoas, noutras profissões, não estejam, mas isso não lhe confere autoridade para chegar a conclusões definitivas sobre os assuntos. O que a gente pode mudar é o modo como as coisas são vistas, e assim abrir novas possibilidades de leitura sobre o mundo. Ainda relacionado com a utilização de materiais ditos pouco nobres e perecíveis. Como vê este conceito aliado à arte contemporânea, o da perenidade? Existem algumas convenções sobre o que é a arte contemporânea. Eu acho que têm que ser reavaliadas. Porque existe hoje uma crise de relevância da arte contemporânea, até no relacionamento da arte com os demais meios de comunicação. É impossível assumir a arte como um instrumento de elitismo, como uma linguagem a que apenas alguns têm acesso. Isso tem de mudar, a arte contemporânea tem de ser um direito, não um privilégio.
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Foto: Thinkplaycreate.org
quando distinguimos material da forma, nós liberamos a ideia da arte do que ela é feita, ela passa a ser uma coisa mental, tal como Leonardo disse.
ECOLOGIA
ECOBAG: MODA OU ECOLOGIA? Editado por Lucas Martinelli
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s ecobags estão em alta. Em uma época em que muitas ações estão voltadas para sustentabilidade, elas se tornaram um símbolo de conscientização. Criadas com a intenção de substituir as sacolas plásticas de supermercado, as bolsas ecológicas já podem ser vistas em diversos tamanhos e estilos, com opções para todos os bolsos, usadas em diversas ocasiões, seja para ir ao mercado, livraria ou praia. A onda das Ecobags começou com a design inglesa AnyaHindmarch, que lançou, em 2007, uma bolsa com a seguinte frase “I’mnot a plastic bag” (Eu não sou uma sacola plástica), e que depois conquistou celebridades e virou item de moda. No início, a bolsa era vendida por cinco libras em supermercados londrinos e logo depois que a moda pegou, subiu pra 250 libras em sites de moda. Hoje, muitos estilistas tornaram-se adeptos do movimento, que logo, tornou-se uma tendência. De acordo com Miriam Tolpolar, sócia da marca “Eu não sou de Plástico”, atualmente, artistas, designers, estilistas e grandes magazines produzem modelos criativos e acessíveis de eco bolsas, fazendo com que se estabeleça outro tipo de consumo das ecobags. “Algumas têm o design tão bonito, que são compradas não para as compras, mas para passear, ir à praia, faculdade”, conta.
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Ela diz ainda que a linha “Eu não sou de Plástico”, lançada no final de 2007, alia arte a utilitários sustentáveis. “Nossas eco bolsas são confeccionadas com lonita crua, 100% algodão. As imagens são criadas a partir de nossas litografias e estampadas com serigrafia. Em algumas bolsas foi utilizada a lona pet, uma lona feita a partir da reciclagem de garrafas pet”, explica. Segundo Delcio Junior, gerente nacional de vendas de uma confecção, as ecobags deixaram de ser básicas como eram no início, quando só continham o nome da loja ou supermercado. Ele acredita que as empresas estão muito criativas neste sentido, já que muitos modelos são feitos com estampas ou algum atrativo que chamam a atenção do consumidor. De acordo com ele, exemplo disso é um modelo que a empresa na qual trabalha está trabalhando. “A ecobag possui um bolso interno onde é possível embutir a sacola maior dentro deste bolso, transformando em uma “embalagem” da própria sacola”, explica.
Sacolas ecológicas são objetos de colecionadoras As ecobags estão virando um ícone de quem se preocupa com o meio ambiente, já que resolve o transporte dos produtos e dá um sentido de comprometimento com o planeta. Para Thais Fontes, da Oficina da Folha – Sacolas Ecológicas, o uso das ecobags
O fim das sacolinhas Em Janeiro diversos supermercados, incluindo os das três maiores redes (Grupos Carrefour, Walmart e Pão de Açúcar; todos apoiadores estratégicos do Akatu), deixaram de oferecer gratuitamente a seus consumidores as sacolas plásticas descartáveis gratuitas para o transporte de compras. A medida tem gerado polêmica. As sacolas plásticas são responsáveis por originar grande quantidade de lixo, demoram para se decompor na natureza e causam impactos negativos sérios sobre o meio ambiente. Para se ter uma ideia da dimensão, basta dizer que as 14 bilhões de sacolas produzidas anualmente no Brasil em 2010, se empilhadas, alcançariam 750 km de altura! Porém, elas são cômodas para o consumidor final, que tem muitas dúvidas sobre como substituí-las. As sacolinhas costumam ser bastante criticadas por serem produzidas com material plástico. Mas, é um equívoco fazer do plástico um vilão. Na verdade, por ser leve, barato, durável, higiênico, se usado para produzir produtos não descartáveis, o plástico pode ser uma boa opção. O problema das sacolas plásticas é que são descartáveis e, por isso, incompatíveis com um futuro sustentável no longo prazo. Sua descartabilidade faz com que sejam produzidas em enorme quantidade. Cada sacolinha envolve, na sua produção, o uso de matérias-primas, água e energia. Envolve também gastos de energia e combustível para o seu transporte até os supermercados. E cada uma delas acaba em geral sendo usada uma única vez e descartada com o lixo. O problema é que este processo resulta em um grande desperdício de recursos da natureza. A pergunta que fica para o consumidor é como e pelo quê substituí-las. Existem inúmeras perguntas para serem feitas. De que matéria-prima é feita a sacolinha de plástico? E de que matéria-prima é feita a alternativa escolhida? Qual o impacto da extração de
uma e de outra? E os impactos de seu processamento? Como são os processos de fabricação e transporte? A alternativa é reutilizável? E é preciso considerar também o descarte, como uma das várias dimensões que devem ser avaliadas. Somente a avaliação comparativa poderá fornecer as informações sobre os impactos ambientais de cada alternativa e que, finalmente, podem balizar, corretamente, a escolha, pelo consumidor, do tipo de sacola mais adequada às suas condições específicas. Existem estudos focados em fazer este tipo de avaliação. Chamam-se Análise de Ciclo de Vida (ACV) e podem orientar corretamente as escolhas do consumidor. Em agosto de 2011 foi divulgado um primeiro estudo sobre sacolinhas, comparando algumas das alternativas existentes no mercado brasileiro para o acondicionamento de compras. O estudo, pioneiro, foi solicitado pela Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, à Fundação Espaço Eco, entidade que desenvolve estudos de ACV considerando métodos científicos, internacionalmente reconhecidos e certificados. O estudo avaliou a ecoeficiência das diversas possibilidades de se levar as compras para casa, ou seja, como se comportavam do ponto de vista do seu custo e seu impacto ambiental. Ecobag utilizada como utensílio de moda Foto: Wikipedia
é, além de um posicionamento ecológico, parte do seu dia a dia. “Em casa, eu e meu namorado temos quarenta e duas unidades. Algumas usamos para o dia a dia, fazer compras, levar coisas para nossa casinha no mato. Outras, eu uso como acessório para sair, ir ao cinema, ou quando vou ao Rio ver minha mãe”, conta. A estudante de jornalismo, Catarine Sturza, de Campo Grande (MS), também utiliza ecobags para tudo. “Ao contrário do que algumas pessoas pensam, as sacolas ecológicas combinam sim com todos os estilos, ou roupas e sapatos. Eu tenho várias, brancas (tradicionais), aquelas ´ganhadas´ (de Congresso e eventos), e de tudo quanto é cor”, revela. Catarine lembra que não basta usar uma ecobag e não ajudar na reciclagem, jogar lixo no chão. “É preciso ter consciência de que não é só moda, beleza e estilo, é querer fazer uma moda verde e ambientalmente responsável”, conclui.
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Foto: Sílvia Mendonça
ECOLOGIA
Consideraram-se alternativas mais ecoeficientes aquelas com baixo custo e menor impacto ambiental. O estudo mostrou que a melhor opção varia de acordo com o cenário em que ela é utilizada. Por um lado, as sacolas descartáveis de plástico apresentaram melhor ecoeficiência nas situações em que os consumidores fazem menos compras (até 26,5 kg/mês), tem menor frequência de ida ao supermercado (menos de uma vez por semana) e/ou maior frequência de descarte de lixo (duas ou mais vezes por semana), com reuso das sacolas plásticas para o descarte desse lixo. Por outro lado, as sacolas retornáveis de tecido ou de plástico apresentaram melhor ecoeficiência nas situações em que os consumidores têm maior volume de compras (a partir de 106 kg/mês), maior frequência de ida ao supermercado (mais do que duas vezes por semana) e/ou menor frequência de descarte de lixo (até duas vezes por semana), levando à baixa necessidade de compra de sacos plásticos grandes para acondicionar o lixo. Em todos os casos, a sacola de papel apresentou os piores resultados. A recomendação do Akatu é que o consumidor final considere a decisão dos supermercados como uma ação emblemática de combate à descartabilidade e aproveite-a para repensar todo o seu comportamento de consumo. Ou seja, é uma oportunidade concreta para começar a planejar as compras antes de ir ao supermercado, levar a sacola retornável e utilizá-la o maior número de vezes que for operacionalmente possível, estendendo sua vida útil ao máximo. Quanto mais for ampliada a vida Ecobag utilizada para substituir sacolas plásticas útil da sacola retornável tanto maior será a sua ecoeficiência. Em casa, é preciso reaproveitar ao máximo os alimentos deste serviço onde ele não existe. e embalagens e reduzir, na medida do possível, a Para o Akatu, a educação do consumidor é sempre o mais quantidade de lixo produzido, diminuindo a importante. E isto vale para que ele elimine os desperdícios em necessidade de acondicionamento em qualquer item de consumo, não só no caso das sacolas. Com isso, sacos específicos para este fim. No mudam os comportamentos de consumo, o que acaba gerando imfinal, praticar a coleta sele- pactos mais positivos (ou menos negativos) e com resultados durativa e cobrar do poder douros, seja para a sociedade como para o meio ambiente. O que é público o forne- bom para todos! cimento
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SAÚDE
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Sabor mais saudável EXPERIMENTAMOS AZEITES ORGÂNICOS DO MUNDO INTEIRO PARA MOSTRAMOS OS MELHORES
Azeites orgânicos estão cada vez mais presentes nas mesas brasileiras, e as prateleiras dos supermercados estão com maior número de opções. Porém em sua maioria são provenientes da mesma fazenda, por isso procuramos e experimentamos azeites de 19 países e escolhemos os mais interssantes que são vendidos em grandes adegas. Por Lucas Martinelli
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Rapunzel
Origem:Espanha Espanha Preço: R$ 45,80 Destaques: Com nome de contos de fadas, este azeite tem uma aparência muito caseira e não tem um preço salgado. Não se destaca nas preteleiras, mas o seu sabor é surpreendente.
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Casa Di Oliva
Origem:Turquia Turquia Preço: R$ 107,00 Destaques: O azeite orgânico mais popular da Turquia tem um percentual de acidez baixo e um gosto mais amargo do que o normal.
Chillinfused Olive Oil
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Origem: Palestina Preço: R$ 187,64 Destaques: Engarrafado com pimenta vermelha o produto se torna muito saboroso e nutritivo, é um ótimo combatedor dos radicais livres.
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Aléa
Origem: Grécia Preço: R$ 159,89 Destaques: Muito usado em torradas, este azeite tem um gosto que deixa massas com sabor de pizza
SAUDE >>
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Olave
Origem: Chile Preço: R$ 39,50 Destaques: Uma das opções mais nutritivas e baratas para quem procura um produto orgânico que não tem o sabor tão diferente dos produtos comuns
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Moutere Grove
Origem:Nova Nova Zelândia Preço: R$ 112,00 Destaques: Considerado como produto caseiro, possui uma vasta clientela em toda Oceania. Sua cor escura torna o produto mais curioso e peculiar.
Lucini
Origem: Lucini Preço: R$ 62,90 Destaques: Feito com o melhor método de produção de azeites orgânicos, possui um sabor único, porém nem todos gostam do seu sabor diferente.
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Da Terra
Origem: Portugal Preço: R$ 48,40 Destaques: Como a maioria dos azeites portugueses este é muito saboroso e tem 2% de acidez, deixando o paladar ainda mais apurado. ecod.
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CURIOSIDADES
CURIOS Balcão feito com livros antigos
Fotos: Ellen Forsyth
C AApós um devastador incêndio, que consumiu parte do acervo da Biblioteca do Departamento de Arquitetura da TU Delft, no dia 13 de maio de 2008, na Holanda, trouxe uma surpresa ao ser reaberta que qualquer viciado por livros ficaria extasiado. Um balcão feito inteiramente por livros reciclados! A escola pretendia abrir novamente a biblioteca com uma área apenas para as publicações recuperadas no acidente. Foram revistas, livros e outros artigos, tudo queimado em um incêndio que deixou o prédio fechado por mais de um ano. Para dar mais alegria ao lugar, e aproveitar os volumes que seriam descartados, pois tinham páginas faltando, estavam rasgados e queimados, os responsáveis pela inauguração resolveram criar um balcão feito inteiramente de livros. O inusitado balcão é uma idéia da empresa Recyclart. A ideia se mostrou simples e muito eficaz: composta de uma base de madeira e tampo de vidro, o balcão deu um visual diferente para a biblioteca e ainda combinou com a temática principal do ambiente.
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A empresa Recyclart é especializada em criações com materiais reciclados, reaproveitados e upcycling (técnica de reinserção nos processos produtivos, de materiais que teriam como único destino o lixo) e demais processos criativos que podem otimizar recursos. O móvel fica na área dos livros que resistiram as chamas, os que foram restaurados e os novos, doados ou comprados. Para o acabamento, foram utilizados jornais e revistas, que serviram como enchimento para os lugares em que faltavam páginas ou maior suporte. O balcão foi coberto com um vidro para dar durabilidade e estabilidade. A nova biblioteca possui áreas de estudo, informática, laboratórios de pesquisas e, acima de tudo, uma coleção inteira de livros para os estudantes de arquitetura desfrutarem.
SIDADES Itália ganhará a maior floresta vertical do mundo Foto: Stefano Boeri
CURI Duas torres residenciais sustentáveis estão em construção em Milão, na Itália. O Bosco Verticale, criado pelo arquiteto Stefano Boeri, será a primeira floresta vertical do mundo. As torres terão entre 76 e 110 metros de altura. Cada apartamento terá uma varanda com árvores plantadas. Então, quando for verão na região, as árvores vão sombrear as janelas, manter a temperatura ambiente mais amena e filtrar a poeira da cidade. Por sua vez, no inverno, as árvores diminuirão a intensidade das correntes de vento. Para essa filtragem da poluição do ar, os prédios serão cobertos por um sistema de energia eólica e fotovoltaica, que também irá produzir e recuperar energia. Além disso, haverá reaproveitamento da água produzida no prédio. O objetivo do projeto é de reflorestação metropolitana. A construção deve ajudar a regenerar o ambiente e a biodiversidade urbana. Além disso, haverá árvores e diversos tipos de plantas ao longo das torres. Essa vegetação será responsável por ajudar na criação de temperaturas amenas e na filtragem das partículas do ar. Isso porque as plantas produzem umidade, absorvem gás carbônico e partículas sujas. Além de produzir oxigênio, elas também diminuem a poluição acústica.
Óculos feitos de skates velhos
Fotos: Holloway
Holloway é uma marca australiana de óculos escuros e de grau que conquista seu público através de uma identidade descolada e jovem. Para reforçar essa imagem cool e se posicionar como uma empresa sustentável, a marca lançou uma edição limitada de óculos feitos de skates quebrados. Assim como a Shwood, a Holloway fabrica óculos de sol com armação de madeira e, a ideia é praticamente a mesma: bom uso e reuso de recursos naturais, sustentabilidade para o bem do planeta e de todos. E a semelhança não pára aí; eles também lançaram uma linha que reaproveita shapes velhos e quebrados de skate e criaram a coleção limitada SK8. Óculos de sol é um acessório tão participativo na vida das pessoas que existem inúmeros fabricantes para cada tipo de peça, moda, estilo ou ocasião. Estes da Holloway possuem lente NuPolar da Younger Optics, que dizem ser a melhor lente polarizada do mundo, e saem a partir de US$197.
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POLÍTICA
ECOPONTO
COMO ELE FUNCIONA
Editado por Lucas Martinelli
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ábitos ecologicamente corretos devem fazer parte de nossa rotina. Mas, e quando o assunto é reforma e construção, você sabe o que fazer com os restos de sua obra? Um projeto da Prefeitura de São Paulo está aí para incentivar a população a não descartar de maneira errada. A prefeitura verificou que as pessoas faziam este descarte de maneira errada em ruas, Ecoponto do bairro São Lucas praças e avenidas da cidade. O que além de prejudicar o meio ambiente, terial. No ecoponto Glicério, localizado ainda acaba por estragar lugares abertos nos baixos do viaduto de mesmo nome, na dedicados ao lazer, por exemplo. Criaram- região central da cidade, apesar do tótem -se, então, os pontos de coleta deste tipo da Prefeitura, o local não tem contêineres de material e resíduo, os chamados eco- para materiais recicláveis, como plástipontos. Cada munícipe tem o direito de le- cos, papel, metal ou vidro. No interior são var em torno de 1m³ de entulho, pequenos aceitos apenas resíduos de construções e resíduos de reforma e até móveis velhos, demolições e móveis de madeira descarque possivelmente seriam descartados tados pela população. Uma empresa terceirizada é responsável pela separação do em qualquer lugar da cidade. entulho e encaminhamento para centrais Realmente funciona? de triagem conveniadas com a Prefeitura. Com o mesmo problema, o ecoponto da LiDois ecopontos visitados não têm berdade, não recebe resíduos recicláveis estrutura para receber esse tipo de ma- por falta de estrutura.
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Consultada, a Prefeitura alegou que ao lado do ecoponto da baixada do Glicério existe uma central de triagem que recebe materiais recicláveis. A assessoria de imprensa informou que a Prefeitura vai analisar as reclamações apresentadas pela reportagem.
Números Hoje existem 56 ecopontos espalhados pela cidade de São Paulo. Sendo que 24 estão localizados na zona leste de São Paulo representando quase metade do total que é dividido em 5 regiões. A zona norte é a segunda região com maior quantidade, são 12, metade da região leste. Com 11 unidades, a zona sul tem uma quantidade muito pequena pela extensão de seu território. O centro da cidade possui 6 unidade, o dobro da região que possui a menor quantidade, que é a zona oeste com 3 unidades. Veja abaixo o gráfico percentual com a relação de ecopontos distribuidos pelas regiões da cidade de São Paulo.
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