Olhos como de Águia

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Copyright©2014 por Ana Lídia Ramos de Santa Rosa

Coordenação editorial: Priscila Laranjeira

Todos os direitos em Língua Portuguesa reservados por:

Revisão ortográfica: Roberto Carlos de Carvalho Gomes

A.D. SANTOS EDITORA Al. Júlia da Costa, 215 80.410.070 – Curitiba – Paraná – Brasil 55 (41) 3207-8585 www.adsantos.com.br editora@adsantos.com.br

Capa: Rogério Proença Diagramação e projeto gráfico: Adilson Proc Impressão e acabamento: Gráfica Impressul

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) ROSA, Ana Lídia de Ramos Santa Olhos como de águia / Ana Lídia de Ramos Santa Rosa – Curitiba : A.D. Santos Editora, 2014. 14x21 cm. ; 72p. ISBN 978-85.7459-346-3 1. Teologia Social Cristã. 2. Cristianismo e Sociedade. I. Título.

CDD 261

1ª Edição: Julho / 2014 – 2.000 Exemplares As citações bíblicas utilizadas neste livro foram extraídas da Bíblia Sagrada com notas para jovens, Bíblia de Estudo da Mulher (Nova versão Internacional - NVI). Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com indicação da fonte.

Edição e Distribuição:

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Agradecimentos

A

gradeço primeiramente a Deus, pois só Ele é digno de receber toda honra, toda glória e todo louvor. Agradeço pelo apoio e incentivo dos meus pais, filhas, genros e netos, juntamente com minhas irmãs Maria Elízia, Sônia Maria e Sandra Regina. Agradeço às minhas irmãs em Cristo Maria Cristina Mota e Maria Helena Barbas, pois são valiosos instrumentos de Deus, não só para a minha vida, como também para a igreja do Senhor.Agradeço ao meu esposo Paulo, ao meu neto Geanlucca, ao meu genro Rodolfo e ao meu irmão Ananias que muito colaboraram para que esse livro viesse à existência. Agradeço ao meu pastor Auresir pela confiança que tem depositado em mim, para realizar a Obra do Senhor. À minha amada igreja agradeço pelo companheirismo não só nos momentos alegres, mas também nos momentos tristes. A minha especial homenagem é para o meu pai, aquele que se comportou seguindo o exemplo da águia. No processo da criação (educação) dos seus filhos, ele nos ajudou até o momento de podermos voar sozinhos. Sem seu apoio, sem seu encorajamento nós, seus filhos, não teríamos conquistas. Apesar de não ter alcançado a realização do meu sonho de escrever um livro, meu pai já o via realizado. Estou prestes a realizar outro sonho, que também não poderei compartilhar com ele, mas que também teve o seu incentivo. Meu pai, o pastor Ary de Souza Ramos, deu seu último voo no dia dezessete de junho de dois mil e quatorze, aos oitenta e três anos, e nunca desviou o seu

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olhar do autor da fé, Jesus Cristo. Ele viu com olhos como de águia a promessa do Senhor: “Na casa de meu pai há muitas moradas...” (Jo 14:2). Seu último voo foi em direção às mansões celestiais. E você, já tem lugar preparado nessas mansões? Pense nisso! Com carinho, Ana Lídia

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Sumário Apresentação.................................................................... VII Capítulo 1: JOSÉ – A “ÁGUIA REJEITADA”............................................. 1 Um plano diabólico................................................................ 1 Isto é paradoxal!. .................................................................. 3 Um futuro intacto.................................................................. 4 Os sonhos do Faraó interpretados e os de José realizados........................... 6 Em lugar da vergonha, dupla honra................................................ 8 Do poço ao palácio............................................................... 10 Capítulo 2: DAVI – A “ÁGUIA GUERREIRA”.......................................... 13 Julgando pelas aparências. ...................................................... 13 O pequeno não notável. ......................................................... 16 O escolhido. ..................................................................... 21 Duas funções e um propósito. ................................................... 23 Um currículo invejável. .......................................................... 24 Proposta tentadora, lembranças animadoras..................................... 26 Você pode ser seu próprio inimigo. .............................................. 29 Os “Eliabes” dos nossos sonhos. ................................................. 30 O verdadeiro gigante.............................................................. 31 O melhor de Deus................................................................ 36

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Capítulo 3: DÉBORA – A “ABELHA ÁGUIA”........................................ 37 O chamado de Débora. .......................................................... 37 Uma líder liderada por Deus...................................................... 38 Instrumentos frágeis nas mãos de Deus.......................................... 41 Arme-se! Adiante-se!............................................................ 42 Os carros de ferro do inimigo.................................................... 44 Um chamado à adoração......................................................... 46 Não perca tempo. Aliste-se já!. .................................................. 47 Capítulo 4: ABIGAIL – A “ÁGUIA VIRTUOSA”. ..................................... 51 Uma situação caótica. ........................................................... 51 Transformando o mal em bem................................................... 52 O presente que aplaca o ódio..................................................... 54 A palavra dita a seu tempo....................................................... 56 Um pedido de casamento........................................................ 58 O último voo..................................................................... 60

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Apresentação

S

empre haverá limitações em nossa caminhada rumo aos nossos sonhos, e não podemos dar a elas poderes para controlar nossas decisões, senão nossos projetos não se realizam. Deus quer nos tirar das limitações e nos transportar a lugares altos. Obstáculos existem para serem vencidos, porém, fé e esperança são virtudes que precisamos adquirir para conquistarmos nossos voos. “Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águia; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão” (Is 40:31). A águia enxerga longe, seus olhos são frontais, não são como os da galinha que vê tudo limitado. Quem tem olhos como os da galinha enxerga as coisas distorcidas; julga pela aparência, não reconhece o necessitado, faz comentários maldosos da vida alheia... Quem tem olhos como de águia tem discernimento da situação e consegue vencer cada desafio sem nenhum temor. Para a águia não existem obstáculos, ela voa por cima deles. Seu limite é o céu! Nessas páginas você verá exemplos de como grandes homens e mulheres de Deus enfrentaram as adversidades. Serão quatro gigantes na fé, embora a Bíblia nos apresente inúmeros deles, aprenderemos com José e Davi, Débora e Abigail. Dois jovens e duas mulheres que renovaram suas forças em meio às adversidades, e subiram com asas como águia rumo aos seus sonhos. Eles esperavam no Senhor, autor e consumador da fé (Hb 12:2). Tinham “olhos como de águia”.

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Capítulo

1 José

a “águia rejeitada”

Um plano diabólico (Gn 37).

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em dúvida, esta é uma das mais tristes e lindas histórias que encontramos na Bíblia. Começa com um plano diabólico planejado pelos irmãos daquele que deveria ser protegido pelos mesmos, pois era o mais novo entre eles. Estou falando de José o primogênito filho de Jacó com Raquel, já falecida. José foi vítima de inveja de seus próprios irmãos que não se conformaram apenas com esse sentimento do inferno, pois, assim como Caim, que matou seu irmão, a princípio, matar José era o que gostariam de fazer: “Que proveito haverá que matemos a nosso irmão e escondamos o seu sangue?” (v.26). Antes de contar a trajetória de José rumo aos seus sonhos, vamos considerar algumas situações da sua família. Conta a Bíblia que Jacó, pai de José, o havia encarregado de lhe trazer notícias sobre o comportamento dos seus irmãos. Além disso,

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Jacó presenteou José com uma túnica colorida e demonstrava amar mais a esse filho do que aos demais. “... sendo ainda jovem, andava com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia más notícias deles ao seu pai” (v.2). Que tarefa perigosa! José, inocente, pagou um preço alto por sua obediência. “E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores” (v.3). No final desta história vamos entender melhor sobre os planos de Deus para nossa vida: “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais” (Jr 29:11). Vamos entender o que o apóstolo Paulo, inspirado por Deus, diz em Romanos 8:28:

A família é uma instituição criada por Deus para dar suporte aos seus membros, principalmente para os filhos.

“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. Os sonhos dados por Deus só morrem se o sonhador não estiver com os olhos voltados para o doador. “E disseram um ao outro: Eis lá vem o sonhador-mor!

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Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos.” E viram mesmo! Eles “pagaram” para ver e viram! “Porque para conservação da vida, Deus me enviou...” (Gn 45:5). A família é uma instituição criada por Deus para dar suporte aos seus membros, principalmente para os filhos. “Filhos são herança do Senhor” (Sl 127:3).

Isto é paradoxal! A pior das rejeições é aquela que vem de dentro da família. Foi o que aconteceu com José. Seus próprios irmãos o tratavam com desprezo, pois tinham muita inveja dele e, com isso, atraíam mais abismos. “Um abismo chama outro abismo” (Sl 42:7). José era inocente, não merecia tamanha ingratidão! Uma maldade após a outra: jogaram-no em um poço, venderam-no como escravo e, como se não bastasse, mentiram para Jacó, seu pai, fazendo com que acreditasse que uma fera havia despedaçado seu filho. Entretanto, quanto mais seus irmãos o distanciavam da família, essa “águia” de visão ilimitada mais se aproximava dela. Por quê? Porque seus sonhos não eram naturais, eram visões de

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Deus, e cada vez que o empurravam para No princípio longe de casa, suas asas se fortaleciam para da caminhada voos bem mais altos. Como? Através da fé e da parecia que José esperança que ele depositava no seu Deus. Isto não chegaria ao lugar dos seus é paradoxal! Vendido como escravo, depois de sonhos, mas ser jogado num poço, humilhado e caluniado pôde confiar pela mulher de Potifar, oficial de Faraó, preso que, apesar de por causa dessa mulher, esquecido na prisão pequeno o seu pelo copeiro do rei, no entanto, lembrado o princípio, o seu último estado é tempo todo pelo Autor dos seus sonhos. que realmente Deus estava preparando o caminho interessava. que levaria a família de José para perto dele. Deus permite passarmos por determinadas situações porque quer nos levar, como águia, a lugares altos. Sim, foi em uma posição de destaque que a família de José o encontrou. Em nenhum momento José se esqueceu do Senhor. E disseram um ao outro: “Eis lá vem o sonhador-mor! Vinde, pois, agora, e matemo-lo e lancemo-lo numa destas covas, e veremos que será dos seus sonhos.” E viram mesmo! Os irmãos de José não só viram, mas também tiveram que se render ao sonhador.

Um futuro intacto “Há esperança quanto ao teu futuro” (Jr 31:17). “O teu princípio, na verdade, terá sido pequeno, porém, o teu último estado crescerá em extremo” (Jó 8:7).

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Quando os irmãos de José o venderam como escravo para a caravana de ismaelitas, e os ismaelitas o venderam para o Egito, José deve ter pensado: “será este o meu último estado ou... Onde e quando realizarei os sonhos que o Senhor me deu?”, mas, ao mesmo tempo deve ter pensado: “o meu futuro está intacto, eu sei que há esperança para mim”. No princípio da caminhada parecia que José não chegaria ao lugar dos seus sonhos, mas pôde confiar que, apesar de pequeno o seu princípio, o seu último estado é que realmente interessava. Essa “águia” de olhos bem abertos, com certeza, podia dizer, assim como disse Davi: “Esperei com paciência no Senhor... e ouviu o meu clamor” (Sl 40:1). “E o senhor de José o entregou na casa do cárcere... O Senhor, porém estava com José... E o carcereiromor entregou na mão de José todos os presos... E ele ordenava tudo o que se fazia ali... E tudo o que fazia o Senhor prosperava” (Gn 40:13-23). A começar pela casa de Potifar, tudo o que José colocava as mãos as bênçãos do Senhor se manifestavam, porque o Senhor tinha compromisso com esse jovem, o Senhor o amava. “... e sobre tudo o que tinha o Senhor abençoou a casa do egípcio, por amor de José” (Gn 39:5). Houve um momento na vida de José que parecia ter findados os seus dias de cárcere porque, ao interpretar os sonhos de um dos presos, José sabia que os sonhos se concretizariam, por isso pediu-lhe o seguinte:

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“Dentro de três dias Faraó levantará a sua cabeça... Conforme o costume antigo, quando tu eras seu copeiro. Porém, lembra-te de mim quando te for bem; e rogote-te que uses comigo de compaixão, e que faças menção de mim a Faraó, e faze-me sair desta casa... O copeiro-mor, porém, não se lembrou de José, antes se esqueceu dele” (Gn 40: 13 14,23). Dois anos se passaram após José ter feito esse pedido. Um simples pedido! Com certeza, à medida que o tempo passava, José se perguntava: “quanto tempo, ainda, terei que ficar aqui? Será que Deus se esqueceu de mim?” Não, Deus não se esquecera do seu servo. Ele não queria para José uma simples recompensa pela sua fidelidade, Deus o queria num lugar de destaque. A visão que José tinha dos seus sonhos não podia ficar pairando no ar. E não ficou! No tempo de Deus, José realizou seus sonhos. Deus cumpriu cada uma das suas promessas.

Com certeza, à medida que o tempo passava, José se perguntava: “quanto tempo, ainda, terei que ficar aqui? Será que Deus se esqueceu de mim?” Não, Deus não se esquecera do seu servo.

Os Sonhos de Faraó interpretados e os de José realizados. “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas vis... e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele” (1 Co 1:27-29).

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O rei do Egito ficou perturbado por causa de dois sonhos. Você parou para pensar nisto? Faraó teve dois sonhos (dois em um) e José, quando ainda era um menino, também teve dois sonhos cujo significado era o mesmo. Deus não permitiu que os adivinhos e os sábios do Egito conseguissem interpretar os sonhos do Faraó, Deus escolheu José para tal tarefa. O Senhor escolheu aquele que, para o mundo, era um fraco, um nada, um desprezível. O Sábio dos sábios confundiu a cabeça daqueles que estavam na “obrigação” de dizer ao rei o significado dos sonhos. É nesse momento que Deus clareia a mente do copeiro-mor: “... E estava ali conosco um jovem hebreu, servo do capitão da guarda, e contamos-lhe os nossos sonhos e ele no-los interpretou...” (Gn 41:12). O rei se anima com as declarações do copeiro e, imediatamente, manda chamar a José, e o fizeram sair logo do cárcere; barbeou-se, mudou as suas vestes e apresentou-se a Faraó. “E Faraó disse a José: Eu tive um sonho, e ninguém há que o interprete; mas de ti ouvi dizer que quando ouves um sonho o interpretas. E respondeu José a Faraó, dizendo: isso não está em mim; Deus dará resposta de paz a Faraó... Então disse Faraó a José: Eis que em meu sonho estava eu em pé as margens do rio, e eis que subiam do rio sete vacas gordas... E eis que outras sete vacas subiam após estas, muito feias à vista e magras... E as vacas magras e feias comiam as primeiras sete vacas gordas... Depois vi em meu sonho, e eis que de um mesmo pé subiam sete espigas cheias e boas; e eis que sete espigas secas, miúdas e queimadas do vento oriental, brotavam após elas. E as sete espigas miúdas devoravam as sete espigas boas... Então disse José a Faraó: O sonho é um só... E eis que vêm sete

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anos, e haverá grande fartura em toda a terra do Egito. E depois deles levantarse-ão sete anos de fome, e toda aquela fartura será esquecida...” (vs.15-30). O momento de José realizar seus sonhos estava cada vez mais perto. José não só interpretou o sonho do Faraó como também avisou que o sonho foi repetido duas vezes, porque era determinação de Deus, e que Deus estava com pressa no cumprimento de sua palavra:

José recebeu honras do homem mais poderoso da Terra porque soube reconhecer que vale à pena ser fiel ao Senhor dos Senhores, aquele que realmente tem todo o poder.

“... é porque esta coisa é determinada por Deus, e Deus se apressa em fazê-la” (v.32).

Em lugar da vergonha, dupla honra Enquanto José relatava o que deveria ser feito, Faraó percebe que diante dele está a pessoa certa para tal função. O rei vê em José um homem com “olhos como de águia”. “Portanto, Faraó previna-se agora de um homem entendido e sábio, e ponha sobre a terra do Egito... E ponha governadores sobre a terra, e tome a quinta parte da terra do Egito nos sete anos de fartura... Para que a terra não pereça de fome.” Faraó acompanhou o raciocínio de José, e não teve dúvida: “Acharíamos um homem como este em que haja o espírito de Deus? Pois que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão entendido e

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sábio como tu. Tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo, somente no trono eu serei maior que tu” (vs. 38-40). José recebeu honras do homem mais poderoso da Terra porque soube reconhecer que vale a pena ser fiel ao Senhor dos Senhores, aquele que realmente tem todo o poder. Percebemos isso quando o Faraó diz para José que teve um sonho e que não havia ninguém que o interpretasse, aliás, esse foi o comportamento desse servo de Deus em toda a trajetória de sua vida. “E respondeu José a Faraó, dizendo: Isso não está em mim; Deus dará resposta de paz a Faraó” (v.15,16). José reconhece que toda a honra e toda a glória pertencem a Deus, e que vale a pena se humilhar debaixo da potente mão de Deus. E não para por aí, as honras a José continuam: “E tirou Faraó o anel da sua mão, e pôs na mão de José, e fez vestir de roupas de linho fino, e pôs um colar de ouro no seu pescoço. E o fez subir no segundo carro que tinha, e clamavam diante dele: Ajoelhai... E disse Faraó a José: Eu sou Faraó; porém sem ti ninguém levantará a sua mão ou o seu pé em toda a terra do Egito”.

Quando entendemos que sem Deus nada somos e que resposta de paz só chega por intermédio do Senhor, nossos sonhos ganham consistência.

No livro do profeta Isaías 61:7, encontramos esta promessa:

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“Em lugar da vossa vergonha tereis dupla honra; e em lugar da afronta exultareis na vossa parte; por isso na sua terra possuirão o dobro, e terão perpétua alegria.” Que troca maravilhosa! Deus transforma a vergonha de José em dupla honra e a afronta em perpétua alegria. Quando entendemos que sem Deus nada somos e que resposta de paz só chega por intermédio do Senhor, nossos sonhos ganham consistência. Do poço ao palácio Os irmãos de José se ajuntaram contra ele, mas tiveram que se prostrar diante dele. “... Quem se ajuntar contra ti cairá por causa de ti. Toda a ferramenta preparada contra ti não prosperará, e toda a língua que se levantar contra ti em juízo tu a condenarás esta é a herança dos servos do Senhor, e a sua justiça que de mim procede, diz o Senhor” (Is 54:15,17). A ferramenta que esses invejosos prepararam, Deus não deixou prosperar, usou-a para o bem de José, embora toda a família tenha sido beneficiada. Deus tratou com cada um dos seus irmãos, trazendo-lhes à memória todo o mal que fizeram e, através do próprio José, houve mudança no caráter deles. Nos capítulos 42 e 44, podemos perceber algumas dessas mudanças: “Então disseram uns aos outros: na verdade, somos culpados acerca desse nosso irmão, pois vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava; nós porém não ouvimos, por isso vem sobre nós esta angústia.”

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“... Não vo-lo dizia eu: não pequeis contra o menino; mas não ouvistes; e vedes aqui, o seu sangue também é requerido”. “Agora, pois fique teu servo em lugar deste moço por escravo de meu senhor, e que suba o moço com os seus irmãos. Porque, como subirei eu a meu pai, se o moço não for comigo? Para que não veja eu o mal que sobrevirá a meu pai.” De tudo o que José passou, com certeza, Os que tentaram o que mais marcou foi quando o distanciaram matar os sonhos do seu lar. Triste e sem carinho, principalmente de José foram do pai, esse adolescente é empurrado para uma os mesmos que aventura que não havia planejado. O que esses tiveram que ingratos jamais desconfiaram é que quanto reconhecer que sonhos, dados mais tentavam interromper os sonhos do por Deus, só irmão, mais o Senhor o levava para a concretimorrem se o zação dos mesmos, porque José tinha os olhos sonhador não fitos no Senhor, ele confiava no seu Deus. tiver olhos Com certeza, o filho querido de Jacó voltados para o céu, ou seja, tinha princípios baseados na Palavra de Deus, “OLHOS COMO pois em todas as suas provas foi aprovado. Com DE ÁGUIA.” seus olhos fitos naquele que fez a promessa, conseguiu voar para o lugar dos seus sonhos. Do poço ao palácio. Esse foi o caminho que José percorreu, mas com algumas paradas obrigatórias: jogado no poço, vendido como escravo para os midianitas, escravo de Potifar, preso no cárcere do Egito e, finalmente, o palácio. Depois do Faraó, José tornou-se a pessoa mais honrada do Egito. Os que tentaram matar os sonhos de José foram os mesmos que tiveram que reconhecer que sonhos, dados por Deus, só morrem se o sonhador não tiver olhos voltados para o céu, ou seja, “OLHOS COMO DE ÁGUIA.”

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Capítulo

2 Davi

a “águia guerreira”

Julgando pelas aparências

D

avi, à semelhança de José, teve que enfrentar muitas provas para chegar ao palácio: foi rejeitado, caluniado, humilhado, esquecido pelo próprio pai (embora o pai de José jamais fizesse isso, se tivesse oportunidade, pois amava muito o filho), foi perseguido, invejado... Podemos perceber o quanto foi difícil a trajetória do futuro rei. O segredo para enfrentar tantas adversidades foi manter o olhar direcionado para quem lhe fez a promessa. “Os meus olhos se elevam continuamente ao Senhor” (Sl 25:15). A concretização de seus sonhos e sua esperança foi alcançada no Senhor. Davi tinha certeza de que Deus o guiava, então ele podia dizer:

A família é uma instituição criada por Deus para dar suporte aos seus membros, principalmente para os filhos.

“O Senhor é o meu pastor, nada me faltará” (Sl 23:1).

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