Sinais de Perigo no Casamento

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Copyright©2016 por Nataniel Sabino Todos os direitos reservados por: A.D. SANTOS EDITORA Al. Júlia da Costa, 215 80410-070 Curitiba – Paraná – Brasil +55(41)3207-8585 www.adsantos.com.br editora@adsantos.com.br

Capa:   Rogério Proença Foto da capa:  Canstockphoto/Massonforstock Editoração:   Manoel Menezes Revisão ortográfica:   Elenice Guerra Acompanhamento editorial:   Priscila Laranjeira Impressão e acabamento:   Gráfica Exklusiva

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) SABINO, Nataniel Sinais de Perigo no Casamento – Nataniel Sabino / Curitiba: A.D. Santos Editora, 2016. 216 páginas ISBN – 978.85.7459-382-1 1. Perigos, Casamento – Sociologia Cristã 2. Famílias com problemas – Ficção 3. Teologia Devocional Cristã CDD: 260 1ª e 2ª edição: Do autor 3ª Edição: Março de 2016 Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com indicação da fonte.

Edição e Distribuição:


Dedicatória

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á mais de vinte anos esta obra vem sendo sedimentada em meu coração e mente.

Comecei a compartilhá-la com inúmeros casais em palestras, aconselhamentos, seminários, congressos e, muitas vezes, em emergências conjugais denunciadas por lágrimas, vozes trêmulas e corações partidos. Há pouco tempo comecei a colocá-la no papel, com todas as experiências, vivências, pesquisas... E hoje, quero dedicá-la a todos os homens e mulheres que, assim como eu, acreditam e se esforçam para viverem um casamento intenso e prazeroso que triunfa sobre os inimigos conjugais dos tempos pós-modernos, tendo como base amor e fé. Um grande abraço a todos. Nataniel Sabino

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Agradecimentos

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m primeiro lugar e sempre, ao Criador e Sustentador do casamento – Deus, que é maravilhoso.

Àquela que me escolheu para ser seu companheiro por toda a vida – Mônica, meu amor. A duas criaturas fantásticas que têm uma capacidade incrível de fazer-me sentir vivo todos os dias – Nataniel Júnior e Filipe Sabino, meus filhos, meus amores. Aos nossos queridos pais Dalziso, Erondina, Maria Alice e Humberto de Brito (in memorian), nossa base para a vida. A todos de nossas famílias, batalhadores aguerridos pela vida e pelo lar. A Elenice Guerra que mais uma vez acolheu com carinho e grande incentivo esta obra. E aos casais: Nivaldo e Vania, Nilson e Maria do Carmo, Márcio e Lilian, Rogério e Ângela, Wilson e Marília, Renato Pedrosa e Fabiana, Ailton e Renata, Renato Baptista e Ana Lúcia, Giovane e Marilene, e Carlos Fernando e Tânia, por v


terem acreditado e participado com brilhantismo do I Seminário Sinais de Perigo no Casamento. A todos os casais que, apesar dos grandes desafios, continuam acreditando no valor do casamento. Vocês são a causa inspiradora desta obra. A todos os meus leitores que têm me incentivado a continuar escrevendo. Muito obrigado. Nataniel Sabino

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Prefácio

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ocê tem em mãos um livro que poderá ajudar a revolucionar seu casamento com ações muito simples.

Muitas vezes, a falta de uma decisão importante em nossas vidas está à distância de uma singela informação. A mente humana é um complexo sem comparação; cada pessoa tem uma reserva particular de informações que, se bem explorada, analisada e elaborada, pode lhe proporcionar estabilidade emocional, saúde física e equilibrada convivência afetiva. Acontece que tais informações ficam adormecidas, impedindo um bom equilíbrio nos diversos segmentos de nossas relações pessoais. Isto tem levado muitos casais a um relacionamento doloroso, pois invariavelmente, a vida conjugal é a mais prejudicada por esta situação. Casais têm pago um alto preço por não considerarem a necessidade de avaliar e organizar seus casamentos. Eventualmente faltam-lhes informações claras, avaliações objetivas e reais e orientações seguras.

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Ser casado é um estado prazeroso, mas desafiador. Desfrutar os prazeres da vida a dois sem que os “fantasmas” da separação tornem a relação insegura e dolorosa, deve ser o alvo de todos os casais. O propósito desta leitura é de avaliar e, onde for necessário, mudar as atitudes, palavras e ações, resultando assim, num casamento harmonioso e dinâmico. O livro trata de questões importantes e corriqueiras, mas negligenciadas pela maioria dos casais. Porém, são estas questões, aparentemente inofensivas, que terminam por causar os maiores estragos na vida conjugal. Elas são como cupins em madeira macia, vão corroendo a relação aos poucos até a destruição total. A rotina no casamento, por exemplo, é um mal que sutilmente se instala na vida do casal tirando toda a graça da relação. Muitos permitem que seus casamentos entrem neste funcionamento automático e insosso e depois de estarem nesta situação não veem outra saída a não ser a separação. Outro sinal de perigo é a frieza no amor. Sem um amor aquecido provocando um desejo ardente de estar próximo ao ser amado, o casamento corre um enorme risco, pois muitos desafios numa relação a dois só podem ser vencidos pela presença do amor. Acontece que o amor, se não tratado, esfria, trazendo insatisfação e insegurança para a vida conjugal. Também a falta de planejamento a dois é um grave sinal de perigo para o casamento. Casais se casam pensando em crescer juntos, construir uma história e conquistar prosperidade que tenha a marca dos dois. Porém, muitos desistem de planejar junto logo no início do casamento, outros tentam um viii


pouco mais, mas também terminam por se cansarem e abandonam a ideia de planejar as coisas a dois. Este livro trata deste assunto com muita objetividade e análise das causas. Há também ainda o desinteresse sexual que atinge um número elevado de casais que, ao constatarem tal sintoma em seus casamentos, buscam a satisfação sexual com outras pessoas que não sejam seus cônjuges. Razão pela qual muitos estão feridos, envergonhados, e outros ainda abandonados. Finalmente, a atenção exagerada aos filhos em detrimento ao cônjuge tem sido um dos grandes vilões das separações, principalmente depois que os filhos se casam e saem de casa. Qual a prioridade entre o cônjuge e o filho? Quais os perigos de uma definição errada desta prioridade? Estes são sinais perigosos numa relação conjugal, identificá-los e combatê-los é uma necessidade urgente. Sinais de Perigo no Casamento tem a proposta de provocar os cônjuges a uma reflexão sobre os nocivos sinais que rondam o casamento, desejando desta maneira, que tal reflexão conduza-os à ações sustentadoras de um casamento feliz. A triste estatística de hoje aponta para um número de divórcios que tem alcançado a média de 60% dos casais. Muitos dos que se divorciaram não gostariam de estar nesta estatística, eles se separaram, não porque o amor acabou e sim porque cansaram de lutar para melhorar a relação e não tiveram êxito. Eles lutaram com as armas erradas e sem identificarem primeiro os inimigos. Quem identifica e combate os sinais de perigo no casamento, dá reforço estrutural à relação prevenindo-a do mal que tem destruído sonhos: o divórcio. ix


Desejo que você tenha uma boa leitura e que consiga, através da mesma, identificar e eliminar os sinais de perigo que porventura estejam rondando o seu maior projeto de vida que é a família. Deus o abençoe. Nataniel Sabino

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Apresentação

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IDEIA de escrever Sinais de Perigo no Casamento me ocorreu curiosamente, durante uma palestra sobre gestão empresarial. Ao ouvir as avaliações sobre empresas que “quebram”, tracei, imediatamente, um paralelo entre empresas e casamentos; ambos são instituições que, para atingirem o sucesso, dependem de estratégias, avaliações e cumplicidade dos sócios. O tema abordado naquela palestra era sobre sobrevivência e continuidade de empresas. E aqui tratamos da sobrevivência e continuidade do casamento. “Muitas vezes o outro está por perto, mas ausente por conta da rotina”. Não faltam livros e esforços para se manter casamentos, mas o resultado é crescente ao contrário. Quanto mais especialistas produzem material e dão palestras sobre o fortalecimento do casamento, mais cresce o número de divórcios. A proporção chega a 60%; é como se uma “bomba” caísse xi


sobre seis casas em cada dez destruindo os sonhos de seus moradores. Este assunto merece atenção. Voltando à palestra sobre gestão de negócios, ouvi uma expressão que me chamou a atenção: “nenhuma empresa fecha de uma hora para a outra. Elas primeiro dão sinais de que vão fechar”. Substituindo o termo empresa por instituição, podemos afirmar que nenhuma instituição acaba de uma hora para a outra, e o casamento é uma instituição, a pioneira dentre todas. Então, se o casamento é uma instituição e nenhuma instituição acaba de surpresa, temos tempo para salvar o casamento antes que se acabe. Ufa! Isso é confortante. Porém... Por que tantos casamentos chegam ao fim tão precocemente? Por que tantos sonhos desfeitos? Tanta tristeza? Tanta derrota em uma sociedade de apenas dois que se amam? Certamente não temos estas respostas, ninguém as têm. Cada caso é um caso específico e cada relacionamento conjugal envolve uma complexidade de informações muito particulares, então, não seria honesto tentar dar uma resposta ou apontar uma saída para esta gigantesca crise tão comum e ao mesmo tempo tão particular. Uma avaliação segura do casamento só pode ser feita pelos próprios cônjuges. Somente quem está vivenciando o dia a dia de um relacionamento conjugal, sendo uma das partes do mesmo, pode, de maneira coerente com os sentimentos, pensamentos, atitudes e consequências, sentir os sintomas que apontam para paz ou guerra, felicidade ou tristeza, amor ou ódio, cumplicidade ou indiferença, união ou competição, estabilidade ou vulnerabilidade, permanência ou divórcio. xii


Assim, quero apresentar uma proposta simples, mas eficaz, que é a identificação dos sinais que apontam para o perigo no casamento. Creio que, a partir do momento da observação destes sinais, cada casal poderá identificar a tendência de sua relação, aferir sua própria história e chegar a conclusões mais seguras sobre seu relacionamento. Sinais são “previsões” e somente com a visão prévia do que poderá vir pela frente é que os casais, interessados em um casamento feliz e duradouro, podem agir produzindo e aplicando os “antídotos” que anulam os terríveis efeitos dos “venenos” que matam a proposta de viverem felizes para sempre. Muitas empresas não teriam fechado suas portas se os sócios estivessem atentos aos sinais de perigo; muitos casamentos não teriam terminado em divórcio se, de igual modo, os cônjuges percebessem os sinais e reagissem a eles. Mas, como identificar os sinais? Como eles se apresentam? O que é real e o que é imaginário na lista de perigos no casamento? Este é o propósito de “Sinais de perigo no casamento”. Uma obra que pretende chamar a atenção para os indícios emitidos numa relação conjugal alertando que ela corre perigo. Tais sinais são tênues e silenciosos, mas ameaçam e, se não combatidos, destroem implacavelmente a relação. Uma vez porém, percebidos, confrontados e vencidos, deixam de ameaçar, e a relação conjugal ganha força. Sinais ignorados são inimigos prontos para emboscar e destruir sonhos, lares e vidas.

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O número dos que caminhavam sonhando e tombaram pelo caminho é grande. Tal número denuncia que o perigo é real e que o combate é urgente.

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Sumário

Introdução..................................................................... 17 Um pouco da realidade conjugal.................................... 21 1º Sinal A rotina no casamento .................................................... 37 2º Sinal Frieza no amor................................................................ 53 3º Sinal Falta de planejamento juntos............................................ 63 4º Sinal Desinteresse sexual .......................................................... 77 5º Sinal Super atenção aos filhos em detrimento ao cônjuge........... 101 6º Sinal Dificuldades de comunicação.......................................... 107

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7º Sinal Falta de confiabilidade .................................................. 125 8º Sinal Agressões verbais e físicas................................................. 141 9º Sinal Ciúme excessivo............................................................. 157 10º Sinal Má administração financeira ......................................... 177 11º Sinal Fé sem obras na vida conjugal ........................................ 195 Conclusão.................................................................... 209 Seminário Sinais de Perigo no Casamento.................... 213 Uma última palavra ..................................................... 215

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Introdução

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vida não é generosa com alguns e implacável com outros; os que percebem os sinais e ameaças de perigo, com clareza, se mobilizam mais cedo, a tempo de salvarem a si mesmos, seus cônjuges e seus sonhos. O perigo é quando se vive com a falsa sensação de que tudo acabará bem sem que haja esforço, isto sim é o que retarda o combate aos verdadeiros inimigos da felicidade conjugal. O “acabar bem”, neste caso, poderá ser apenas a acomodação em um lugar que incomode menos. “O amor tudo crê, tudo suporta, tudo pode... o amor nunca falha”. “Não pense no casamento como sendo uma bela, segura e florida estrada. Pense nele como sendo uma estreita trilha à beira de um penhasco; um caminho sinuoso, sem placas ou mapas, cheio de pedras e ladeado por serpentes venenosas”1. Os desa1 Revista Casal Feliz – 2006 – pág. 31 17


Sinais de Perigo no Casamento

fios de uma vida a dois nos fazem imaginar tal percurso, porém, se você estiver seguindo de mãos dadas com a pessoa amada, compartilhando sonhos e decepções, alegrias e tristezas, entregando-se diariamente ao amor, ao carinho e à cumplicidade, sem dúvidas esta será, então, a melhor e mais prazerosa jornada. Não importa o quanto perigosa e difícil seja, pois a força do amor não reconhece tais ameaças da viagem. O amor tudo crê, tudo suporta, tudo pode... O amor nunca falha. Os que seguem pelas perigosas trilhas da vida conjugal, mergulhados no amor, rendidos humildemente a ele, fazendo o bem ao outro, prevalecerão diante dos perigos, caminharão felizes e chegarão em paz. Sutileza. Esta, certamente, é a maior característica dos perigosos e destruidores sinais que permeiam e minam uma relação conjugal. São sutis os sinais que conspiram contra a felicidade no lar e sabotam o plano de viverem “felizes para sempre”. Identificá-los e combatê-los com as armas certas, são ações empreendidas por aqueles casais que não se curvam diante das ameaças da modernidade e não aceitam outro destino diferente de “até que a morte os separem”.

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Introdução

Conflitos O conflito no casamento em si não é mau, na realidade é previsível e necessário é até desejado pois revela honestidade no comportamento do outro, afinal é impossível que duas pessoas pensem exatamente igual o tempo todo. Mau pode ser a maneira de se comportar perante ao conflito. O conflito no casamento é igual óleo na pista, tem que passar por ele com prudência para não causar acidente. A maneira segura de encarar os conflitos no casamento é administrá-los com base no comprometimento e não na paixão, pois esta sofre um esfriamento sob esta pressão não sendo capaz de sustentar o ânimo em busca da conciliação; ao passo que o comprometimento se justifica exatamente pelos conflitos. Nele que se acha a força necessária para ir adiante, mesmo com dor, mas buscando o ajuste desejado, honrando o compromisso assumido no ato do casamento, caso contrário, não seria necessário o casal fazer aliança. Casais se separam porque já se casam predispostos a isso, ou então porque ficam reféns das consequências dos inúmeros conflitos sem se esforçarem para mudar o destino que tais conflitos determinam. É preciso sair de um estado de passividade, onde se vive dominado pelas consequências, e empreender uma busca por mudanças e saídas criativas para as crises. Crise serve para destruir um casamento ou para amadurecê-lo e fazê-lo crescer mais forte. Crises acontecem para todos os casais. Direcioná-las criativamente para melhorar a harmonia conjugal vai depender da maturidade e escolha de cada casal. 19


Sinais de Perigo no Casamento

Não se enganem Nenhum casamento está garantido pelo tempo. Independente do nome das bodas que vai se comemorar, é necessário continuar investindo na relação a cada dia. Porém, o investimento precisa ser certo, caso contrário não terá eficácia e só cansará os cônjuges. Para agir na direção certa é preciso saber qual área precisa de mais atenção, e isso será possível à medida em que o casal perceber os sinais de perigo no casamento.

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Um pouco da realidade conjugal

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ntes de analisar os sinais de perigo que rondam um casamento, é importante fazer uma breve análise sobre a realidade conjugal. Há dois tipos de pessoas que investem no casamento: as que estão na “corda bamba conjugal” e as que têm consciência de que casamento precisa de investimento. Umas investem quando entram em desespero, outras o fazem para não entrar. Seja como for, o convencimento de que é importante identificar os sinais e eliminar os perigos que podem destruir um casamento será maior a partir da observação, ainda que resumida, da realidade conjugal a que todos os cônjuges estão sujeitos. “Casamento é como uma fortaleza sitiada: os que estão fora querem entrar; os que estão dentro querem sair”. Cecil Osborne

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Sinais de Perigo no Casamento

Quando alguém está se preparando para casar deseja ardentemente que o dia do casamento chegue logo, querem “entrar” nele. Decorrido algum tempo do casamento, muitos cônjuges, deparando-se com a realidade da vida conjugal, começam a pensar em uma maneira para deixá-la, querem sair dela. É isto que, infelizmente, as estatísticas apontam, muita gente casando e muita gente se separando. Tornou-se uma dinâmica habitual iniciar e finalizar, experimentar e descartar, entrar e sair do casamento. Como “pano de fundo” permanece a ideia do “felizes para sempre”, mas na realidade a coisa é bem diferente. Isto porque sonhar é cômodo e prazeroso, porém realizar o que se sonha dá trabalho. Muitos veem a vida conjugal como um conto de fadas onde tudo acontece maravilhosamente bem e sem esforço, daí a surpresa para estes sonhadores após o casamento. Poucos dias depois da cerimônia de casamento a realidade começa a se revelar na vida dos novos casados. Quando terminar o “voo da emoção” inicial – preparação do casamento, badalação da festa, os sorrisos e poses para fotos e filmagens e a viagem de lua-de-mel – os recém-casados aterrissarão no país da nova realidade e deverão se preparar para administrar contas a pagar, assumir as responsabilidades dos papéis na vida de casados e o convívio contínuo com os defeitos e manias do outro. Além disso, o contato com os parentes do cônjuge, coisa que acontecia com relativa pouca frequência e sempre de forma rápida e superficial, agora ficará mais intenso, mais frequente – ao menos nas conversas com o cônjuge – e mais profundo, isto porque se incluirá no contexto conjugal o debate sobre os problemas 22


Um pouco da realidade conjugal

das famílias de origem de ambos os cônjuges. Assunto este que nem sempre é tranquilo e agradável e que fica, na maioria das vezes, escondido durante o tempo de namoro. Naturalmente que não temos a pretensão de esgotar o assunto no que diz respeito a realidade conjugal. Seria impossível listar todos os detalhes da realidade de uma vida a dois, principalmente porque cada casamento é único e, além disso, existem tantas outras diferenças como, idade, tempo de casados, se o casal tem filhos ou não, se os filhos são meninos ou meninas; passando pela família de origem de cada cônjuge, grau de instrução, experiências em relacionamentos anteriores, traumas sofridos na infância, etc. As experiências do passado de cada cônjuge revelam o comportamento que estes apresentam no relacionamento conjugal. Desta maneira, seria ingenuidade tentar fechar esta lista, mas é possível uma avaliação generalizada a partir de acontecimentos mais importantes e comuns a todos os casais. A realidade de uma vida conjugal nem sempre é agradável. Há momentos em que o casamento só se sustenta amparado pelos sonhos de um futuro melhor, e estes sonhos precisam continuar existindo como cenário da história do casal. São os sonhos que preservam a motivação da relação, pois eles estão sempre mirando um alvo mais interessante para o casamento e é a crença de que tal alvo será atingido que dá forças, energia e paciência para se encarar os conflitos conjugais sem sucumbir a eles. A realidade conjugal conta com alguns ingredientes negativos que nem sempre são lembrados antes da subida ao altar. Alguns destes ingredientes até se fazem presentes na mente dos noivos na hora do “sim”, porém a 23


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