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Os caminhos da gráfica em um mundo cada vez mais digital
from Revista Abigraf 315
by Abigraf
Começo este artigo com duas perguntas que fiz no ChatGPT, inteligência artificial generativa da empresa OpenAI (e Microsoft), que geraram, em segundos, as respostas aqui copiadas.
A primeira pergunta foi:
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Como se dar bem em uma possível recessão econômica em um mundo com IA (inteligência artificial)?
A economia global está constantemente evoluindo e as empresas, especialmente aquelas na área de impressão, precisam se adaptar às mudanças nas condições do mercado. Aqui estão algumas estratégias que podem ajudar a sua gráfica a prosperar durante uma recessão em um mundo com IA:
1. Diversificar suas ofertas: considere oferecer novos produtos e serviços que complementem suas ofertas atuais, como impressão digital, impressão de grande formato e serviços de design gráfico.
2. Abraçar a tecnologia: invista na mais recente tecnologia e software de impressão para melhorar a eficiência e a qualidade, e automatize tarefas repetitivas sempre que possível. Por exemplo, considere usar ferramentas com IA para otimizar seu fluxo de trabalho e simplificar suas operações.
3. Enfocar em qualidade e atendimento ao cliente: manter altos padrões de qualidade e fornecer um atendimento excepcional ao cliente são ações que podem ajudá-lo a construir uma base de clientes fiéis e mantê-los voltando mesmo durante tempos econômicos difíceis.
4. Ser consciente de custos: dê uma olhada de perto em seus gastos e encontre maneiras de reduzir custos sem sacrificar a qualidade. Por exemplo, você pode negociar melhores preços para materiais, reduzir o uso de energia ou simplificar sua cadeia de suprimentos.
5. Investir em marketing e publicidade: embora possa parecer contraintuitivo gastar dinheiro em marketing durante uma recessão, investir em publicidade e promoções segmentadas pode ajudá-lo a alcançar novos clientes e ficar sempre na mente dos existentes.
6. Acompanhar as tendências da indústria: fique informado sobre as últimas tendências e tecnologias da indústria e adapte seu negócio de acordo. Isso pode ajudá-lo a ficar à frente da curva e manter uma vantagem competitiva.
7. Fomentar parcerias: construir parcerias estratégicas com outras empresas em indústrias complementares pode ajudá-lo a alcançar novos clientes e aumentar sua visibilidade.
Ao implementar essas estratégias, você pode ajudar sua gráfica a enfrentar uma recessão e sair mais forte em um mundo com IA
E esta foi a segunda pergunta:
Como as novas impressoras com interfaces de IA podem contribuir para aumentar a produtividade e reduzir custos?
As novas impressoras com interfaces de IA podem contribuir para aumentar a produtividade e reduzir custos de várias maneiras:
1. Otimização automática da produção: as interfaces de IA podem analisar dados de produção e ajustar automaticamente as configurações de impressão para maximizar a eficiência e a qualidade da impressão.
2. Prevenção de erros: as interfaces de IA podem identificar e prevenir erros antes que eles aconteçam, o que pode evitar atrasos na produção e eliminar a necessidade de reimprimir trabalhos.
3. Personalização: as interfaces de IA podem ajudar a personalizar a produção de acordo com as necessidades específicas de cada cliente, o que pode aumentar a satisfação do cliente e a fidelidade.
4. Análise de dados: as interfaces de IA podem fornecer análises detalhadas dos dados de produção, o que pode ajudar a identificar oportunidades de melhoria e aumento de eficiência.
5. Automatização: as interfaces de IA podem automatizar muitos processos de produção, como a preparação de arquivos e a troca de ferramentas, o que pode liberar tempo para tarefas mais importantes e aumentar a eficiência.
Em resumo, as novas impressoras com interfaces de IA podem ajudar a aumentar a produtividade, melhorar a qualidade da impressão e reduzir os custos da empresa, ajudando-a a prosperar mesmo durante tempos difíceis.
Podese até dizer que são respostas genéricas, mas não estão equivocadas, ao contrário. Há sugestões e orientações válidas nas respostas da primeira pergunta e uma lista bastante boa das vantagens de equipamentos com IA acoplados. Ou seja, há interessantes usos para essa nova tecnologia que, em menos de três meses do seu lançamento, já está revolucionando os sistemas de busca e mexendo com todas as Big Techs na busca de alternativas e possíveis novos modelos de negócio advindos do seu uso. E mais virá quando os sistemas de IA avançarem ainda mais e entrarem ainda mais fundo no nosso dia a dia.
Já volto a esse ponto, mas, antes, queria fazer uma pequena revisão do impacto das tecnologias do mundo digital no negócio gráfica, por ser uma das mídias bem afetadas por todo esse processo.
Traduzi e lancei pela AGBooks no início de 2013 o livro Disrupting the Future, de 2010, do amigo e consultor renomado nos Estados Unidos, Dr. Joseph Webb, junto com o Richard Romano, o filho do Frank. Aqui saiu como Rompendo o Futuro (e que ainda pode ser encontrado na AGBooks e no Clube de Autores, impresso e como e-book). Considero esse livro de fundamental importância no entendimento do impacto da comunicação digital na gráfica olhando, claro, o mercado norteamericano, o maior do mundo em produção e consumo de materiais gráficos. E o impacto não foi pequeno e continuou sendo grande nos anos seguintes, até hoje.
Em um livro posterior chamado The Third Wave (Terceira Onda), dos mesmos autores, eles classificaram em três ondas, didaticamente, em períodos de tempo de 10 anos, esse impacto comparativamente à participação do faturamento do setor gráfico em relação ao PIB do país.
A primeira onda seria por volta de 1998, com o início da popularização da Internet. A segunda, a partir de 2008, com o crescimento acelerado das mídias sociais e popularização dos celulares e smartphones. A terceira, que ainda estamos vivenciando, a partir de 2018, com o advento das tecnologias como Internet das coisas, o 5G, a Inteligência Artificial, entre outras. Para se ter uma medida, a participação do que é considerado indústria gráfica no PIB norteamericano caiu de 0,75% em 1998 para 0,35% em 2018. Uma razoável perda de participação. E, se olharmos, a queda no Brasil não foi muito diferente, agravada, sim, pelas recessões que passamos.
Isso não significou o fim da indústria e nem da importância do impresso em suas mais variadas formas e utilizações, embalagens incluídas, como já cansamos de escrever. O meu livro Gráfica: uma Indústria em Transformação (2018, Ed. Scortecci, SP) retrata bem toda essa questão e mostra, assim como os livros do Dr.
As
Joe Webb, as necessárias adaptações internas e externas e de mentalidade e as oportunidades que se abrem às empresas que estão nesse setor. Mas as tecnologias continuam evoluindo, assim como nós, consumidores. Mudamos hábitos, temos novas exigências e posturas, como a questão da sustentabilidade, as questões sanitárias, da personalização do consumo e várias outras. E isso exige uma continua adaptação das empresas, seja na sua visão do negócio, na sua organização, na postura perante o mercado, assim como na incorporação dessas tecnologias em seus processos administrativos e produtivos. E no aproveitamento das oportunidades resultantes disso tudo.
Dentro desses saltos tecnológicos, além da IA e ChatGPT, pudemos trazer um pouco do mundo do metaverso, outro hype tecnológico, em uma boa conversa com o Clóvis Castanho, profissional reconhecido, há muitos anos no setor gráfico, e hoje atuando mais na área de conteúdo, no podcast Ondas Impressas, sempre com a batuta da jornalista Tânia Galluzzi (nesta mesma revista não deixe de ler na página 16 a entrevista que ela fez com o Clóvis a esse respeito e, também, não deixe de ouvir o podcast).
Muito se fala e se espera desse mundo virtual, que gradualmente vai crescendo em diferentes aplicações. Aliás, no Fórum Mundial de Davos, em janeiro deste ano, toda uma sessão sobre Metaverso Industrial foi trazida à tona, o que significa que o conceito e suas aplicações continuam evoluindo. Nada está parado, ao contrário. A junção de pessoas em diferentes empresas através da tecnologia e do mundo virtual promete avançar ainda mais nas demandas e aplicações da indústria 4.0.
Mas o ponto que nos interessa aqui, como fica a indústria de impressão no meio disso tudo, foi bem ressaltado pelo Clóvis na interação de produtos impressos com o metaverso, em que livros, embalagens e outros materiais impressos interagem com o usuário em uma dimensão muito mais ampla do que no mundo em 2D. Através de sensores e códigos embutidos na impressão que levam a essas interações, existem informações em tempo real e medições de interesse do usuário, ou consumidor, e respostas. Uma mensagem adicional sobre uma oferta, por exemplo, a partir dessa conexão, pode não só ter diferentes valores para diferentes clientes em diferentes regiões do país, como pode ser modificada online e ajustada pelo nível de respostas recebidas. Também com o uso da IA.
As informações e a interatividade, portanto, são exploradas em níveis ainda pouco vistos, mas o serão em futuro próximo, que já está na porta ou na sala de espera. Sem que se abandone ou se deixe de usar materiais impressos em troca só do mundo virtual e totalmente digital. Uma observação importante é a de que a gráfica ou o impressor de conteúdos, pode se antecipar e começar a conversar com clientes sobre essas aplicações. Não esperar para quando for demandado. Pense nisso.
As tecnologias evoluem e nos permitem usálas da melhor maneira, ainda que o mau uso também prospere. Como no caso do ChatGPT que, pelos seus inputs iniciais baseados no que está publicado na internet, acaba gerando também respostas preconceituosas, racistas e inadequadas. Por outro lado, bem usado, nos fará ganhar tempo em processos repetitivos, no atendimento e orientação a clientes e outras aplicações. Como indicar ao cliente da gráfica, por exemplo, e até executar, o melhor tipo de folheto ou seu próprio cartão de visitas com indicação de matériasprimas, cores e layout. Embalagens, idem. Que podem estar, por exemplo, em sistemas de web-to-print interligados à produção automatizada.
E como comecei esse artigo perguntando ao ChatGPT sobre questões do nosso mercado, perguntei também, sem informar nada, se eu teria a autoridade necessária para isso, ao que me respondeu: “Sim, Hamilton Costa pode ser de grande ajuda para as empresas de impressão que buscam prosperar durante uma recessão em um mundo com IA. Como consultor experiente na indústria de impressão, ele possui uma ampla compreensão dos desafios e oportunidades que as empresas enfrentam neste ambiente em constante mudança ” Certo ou não, olha só!, gostei disso.
Pense, pois, nos seus caminhos e os de sua gráfica nesses tempos de interação digital. Mais que desafios, há oportunidades reais de negócios. Por que não tratar de conhecer e aproveitálas?
Hamilton Terni Costa hterni@anconsulting.com.br www.anconsulting.com.br
Por: Tânia Galluzzi