Pergunte ao Especialista

Page 1

Publicado em: 03/11/2014 às 16h11 -

http://www.inpn.com.br/ProteseNews/Materia/Index/81705

Pergunte ao Especialista - com Paulo Vicente Rocha Cirurgiões-dentistas tiram as dúvidas com o profissional.

Coordenação: Eduardo Miyashita Especialista: Paulo Vicente Rocha Reabilitação Oral – Fousp/Bauru; Professor adjunto da Clínica Integrada – Faculdade de Odontologia da UFBA.

1. De qual maneira o sistema cone-morse pode facilitar a vida do clínico? Pergunta enviada pelo cirurgião-dentista Ítalo Luz, de Picus (PI).

Paulo Vicente Rocha - A Implantodontia vive um momento bastante ativo e dinâmico, no qual muitos paradigmas vêm sendo quebrados e muitas novas incertezas se apresentam. A pergunta é pertinente e requer um comentário prévio ou uma indagação prévia: a qual cone-morse a pergunta se refere? (Figuras 1). Podemos extrapolar e ampliar a discussão não apenas ao sistema de conexão interna tipo cone-morse, mas a um conjunto de alterações na forma de pensar os implantes, que contempla outras características além da junta morse, quais sejam, a instalação infraóssea (subcrestal) e a plataforma modificada (platform switching). Universalizou-se chamar apenas de “implante cone-morse” um sistema que contempla todas essas características (Figura 2). Pensando especificamente na conexão interna tipo cone-morse, um dos argumentos para o seu uso está nos princípios mecânicos, uma vez que o sistema melhora o acoplamento entre componentes e a absorção das cargas, além de diminuir a possibilidade de afrouxamento de parafusos. Se concomitantemente o sistema for com a plataforma modificada (platform switching), a decomposição dessas forças será ainda melhor, por ser axial e minimizar o carregamento na crista óssea, favorecendo sua preservação. Estas são, com certeza, justificativas fortes para fazer uso desses sistemas, notadamente em casos unitários ou de próteses parciais fixas pequenas (Figura 3). Além dos aspectos mecânicos, esses sistemas também sugerem ou indicam a instalação do implante infraósseo ou subcrestal de 1,0 mm a 2,0 mm, e o uso de componentes transmucosos que distanciam a plataforma protética (que é uma área contaminada) em 1,0 mm da crista óssea, desde que seja 0,5 mm submucoso. Esse procedimento, aliado à plataforma switching, promove o distanciamento da interface implante/componente protético do osso peri-implantar, diminuindo o contato com microrganismos comuns a essa região. Essa proteção biológica à área periimplantar possibilita um prognóstico mais favorável, o que de fato poderia perfeitamente justificar o uso destes sistemas, desde que a indicação e execução sejam corretas. O emprego desta conexão tem sido vasto e está presente em diversas marcas comerciais, todas específicas e não intercambiáveis, apesar de serem todas “juntas morse”. Talvez essa seja a grande ressalva na hora de decidir sair dos “universais” hexágonos externos e mudar para outro tipo de conexão, que lhe obrigará a comprar famílias inteiras de


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.