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Quando as evidências não estão evidentes 26 de dezembro de 2015 Ronaldo Souza Conversando com o clínico
Por Ronaldo Souza Tudo que é ensinado no mundo acadêmico, seja em que nível for, deve estar respaldado por informações que encontrem na ciência a sua comprovação. Este é um princípio elementar do processo ensino-aprendizagem. Assim, não deveriam existir professores que não tenham essa percepção e que por isso desmereçam a importância, validade e necessidade das evidências científicas na sua relação com a sociedade, particularmente com seus alunos. Para ficar somente no Brasil, quantos trabalhos de pesquisa foram feitos pelo professor Holland e sua equipe para que o hidróxido de cálcio fosse aprovado e adotado pela comunidade endodôntica? Inúmeros. Na mesma linha de raciocínio, alguns trabalhos de pesquisa sobre o Endo PTC foram realizados pelos professores Paiva e Antoniazzi antes de o preconizarem. Não se trata de concordar ou discordar do uso dessas substâncias. Não é isso que interessa discutir agora e sim o cumprimento de algumas exigências para que instrumentos, técnicas, substâncias e materiais sejam preconizados e lançados no mundo acadêmico e no mercado odontológico. Esse era o procedimento mais comum. Talvez por reconhecer a importância dessa regra fundamental, até porque não poderia ser de outra maneira, chego a me surpreender com o uso que fazem dela atualmente. Característica do ser humano, não é incomum que em determinados momentos literalmente seguimos as normas e em outras oportunidades tendemos a não ser tão exigentes. Estamos sujeitos a ver de maneiras diferentes coisas iguais. Depende de onde estamos olhando e, por incrível que possa parecer, para quem estamos olhando. Assim, o viés humano deve ser considerado. A necessidade de evidências científicas em Endodontia é cada vez mais forte, tem sido bastante enfatizada e, repito, não deveriam existir discordâncias nesse sentido. Entretanto, talvez algumas considerações devam ser feitas.