Diretor: Nuno de Gusmão • 6,00€ Ano XXII • nº 96 • maio/junho 2015
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máquinas agrícolas
Série Global Massey Ferguson Tractores de Portugal apresentam nova Série
O ensino agrícola em Portugal Duas escolas de sucesso
dossier técnico
Semeadores monogrão
Kubota apresenta M7001 na Feira Nacional da Agricultura • Tractorave inaugura instalações • Visita às fábricas da Stihl e Viking • Alqueva, água e Europa • Opinião: Que campo é que ainda é campo? • Tractor of the Year®: Categoria ‘Melhor Utilitário’ é novidade • Travagem magnética em tratores • Gestão do solo no sistema montado
Rumo ao futuro
tractorave
35 anos e novas instalações
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Tractorave comemorou, em março passado, 35 anos, e inaugurou as novas instalações da sede da empresa, na freguesia de Macieira da Maia em Vila do Conde. A festa e a cerimónia que assinalaram esta importante data, onde compareceram cerca de 800 convidados, contou com a presença de Elisa Ferraz, Presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, a quem coube o ato simbólico do corte da fita, ladeada pelo fundador da empresa, José Reis, e pelo seu filho Edgar Vasconcelos. Presentes estiveram também representantes dos seus principais fornecedores, portugueses e estrangeiros, que testemunharam a boa parceria que têm desenvolvido com a Tractorave, ao serviço da agricultura e da agropecuária em todo o país. E para abençoar a “casa” e pedir para que pelo menos mais 35 anos prósperos se repitam, o Padre Celestiano Ruas benzeu as novas instalações. A Presidente da Câmara, por seu lado, enalteceu no seu discurso inaugural a excelência das instalações e a qualidade do trabalho desenvolvido pela Tractorave. Referiu ainda a grande importância do empreendedorismo na região, que o Executivo tem vindo a apoiar para a criação de novos postos de trabalho e o desenvolvimento económico do concelho. Para Edgar Vasconcelos, este passo é muito importante para que a Tractorave consiga melhorar ainda mais a qualidade do serviço que presta aos seus clientes. Como referiu, uma infraestrutura melhor dimensionada e com espaços dedicados, permitirá à empresa prestar um melhor serviço pós-venda e continuar a diversificar a sua oferta: “Ao longo destes 35 anos, a Tractorave tem-se confirmado como uma empresa atenta às necessidades do mercado e apostada em políticas de inovação, pretendendo agora, com a abertura das novas instalações, desenvolver ainda mais a sua imagem de vanguarda, em simultâneo com a otimização do serviço pós-venda e o lançamento de novos produtos e serviços.”
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1. À chegada, os convidados foram recebidos por Edgar Vasconcelos e levados a conhecer as novas instalações.
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2. Um parque de máquinas bem recheado podia apreciar-se no exterior. 3. Edgar Vasconcelos falou do crescimento da empresa, ao longo destes 35 anos em conjunto com os seus fornecedores, e agradedeu a confiança dos seus clientes e o empenho constante da sua equipa. 4. Estiveram presentes no evento mais de 800 pessoas, entre clientes, fornecedores e amigos.
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veja o vídeo em: www.abolsamia.pt/net/videos/tractorave-abre-novas-instalacoes
8. Sante Faresin, proprietário da marca de equipamentos Faresin, agradeceu à Tractorave pelo trabalho desenvolvido em Portugal, onde já foram vendidos por esta empresa mais de cem equipamentos.
os elogios ao trabalho que a Tractorave tem desenvolvido em favor do crescimento da SDF.
9. Javier Seisdedos, diretor geral da Same Deutz-Fahr Ibérica, elogiou o desempenho da concessão que continua a contribuir para a expansão das marcas do Grupo.
12. Edgar Vasconcelos e seu pai, José Reis, brindam ao sucesso com os seus principais fornecedores estrangeiros.
10. Arnaldo Caeiro, diretor comercial da filial portuguesa da Same Deutz-Fahr, enfatizou
11. Edgar Vasconcelos e parte da sua equipa.
13. José Reis Vasconcelos Costa e sua esposa, Maria Isabel Oliveira e Beatriz Matos (neta, sobrinha de Edgar Vasconcelos).
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5. O Padre Celestiano Ruas abençoou as novas instalações.
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6. Elisa Ferraz, presidente do município de Vila do Conde, inaugurou as instalações na presença do fundador, José Reis Vasconcelos Costa e seu filho Edgar Vasconcelos. 7. O slogan adotado agora pela empresa: ‘Trust when you most need’ - A confiança quando mais precisa’, é o espelho destes 35 anos de trabalho e dedicação da Tractorave.
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Editorial por Francisca Gusmão
ficha técnica Diretor Nuno de Gusmão Propriedade Nugon - Publicações e Representações Publicitárias, Lda. Contribuinte 502 885 203 Registo 117122 Depósito legal 117.038/97 Sede R. S. João de Deus, 21, 2670-371 Loures Escritórios R. Nelson Pereira Neves, Lj.1 e 2 2670-338 Loures T. 219 830 130 | F. 219 824 214 Email: abolsamia@abolsamia.pt Redação Nuno de Gusmão, Francisca Gusmão, João Sobral, Ângelo Delgado Colaboraram nesta edição Luís Alcino Conceição Publicidade Francisca Gusmão, Américo Rodrigues, Catarina Gusmão Pré-impressão Sílvia Patrão, Catarina Gusmão Cartoonista Nelson Martins Assinaturas João Correia Parceiros multimédia workmove.net Impressão Jorge Fernandes, Lda Rua Quinta Conde de Mascarenhas, Nº9, Vale Fetal - 2825-259 Charneca da Caparica, Tel. 212 548 320 Tiragem média 10.000 exemplares Os textos e fotos, bem como os anúncios registados com “a bolsa m.i.a.®” são propriedade da Nugon,Lda., não podendo ser reproduzidos sem autorização, por escrito, da mesma. O conteúdo dos anúncios e das publi-reportagens dos clientes é da sua exclusiva responsabilidade. Por opção editorial abolsamia segue o AO90, pese embora nem todos os colaboradores que integram a redação tenham adotado a nova grafia.
abolsamia é membro do júri por Portugal
Envolve-me e eu entenderei
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a nossa missão de informar, e por sugestão de muitos leitores, passamos a incluir de forma mais constante, nas nossas edições, cadernos técnicos sobre as várias operações agrícolas mecanizadas aplicadas às culturas com maior importância no nosso país. Nestas páginas procuramos reunir a informação mais atual sobre o funcionamento dos equipamentos, com referência aos modelos comercializados, bem como testemunhos de agricultores com experiência nas diversas áreas focadas. Esperamos que este trabalho seja útil aos nossos leitores, e que possa ser usado como uma ferramenta de ajuda à decisão, na compra. Neste número, abraçámos mais um desafio: dar a conhecer as escolas portuguesas, profissionais e do ensino superior, onde são lecionados cursos relacionados com a mecanização agrícola. Numa parceria com o fabricante nacional de alfaias Galucho, deslocámos a nossa equipa até dois estabelecimentos de esnsino, onde acompanhámos um dia de aulas e entrevistámos os responsáveis pelos projetos. Começámos pela Escola Profissional Agrícola Conde de São Bento, em Santo Tirso, e pela Escola Superior Agrária de Elvas. Dessas visitas retivemos ideias muito positivas, e que acreditamos terem paralelo na maioria dos estabelecimentos desta área de ensino, e doutras: pese embora a falta de recursos, é de louvar o desempenho dos bons profissionais que, todos os dias, com pouco fazem muito. Não obstante, confrontámo-nos com algumas limitações de recursos, nomeadamente no que se
refere à disponibilidade de equipamentos, nomeadamente os relacionados com a componente prática dos cursos. A aquisição de máquinas e equipamentos novos e atuais por parte das escolas representa um investimento incomportável, porém imprescindível para que o nível do nosso ensino se mantenha a par com a evolução da tecnologia. Era desejável que, numa altura em que as escolas se debatem com recursos financeiros muito limitados, existissem bons canais de comunicação com as empresas distribuidoras de máquinas agrícolas para o estabelecimento de parcerias, com a finalidade de facilitar aos alunos o contacto com a tecnologia mais moderna. As escolas são sítios privilegiados onde as empresas podem dar a conhecer todo o potencial e tecnologia dos seus equipamentos, já que é lá que se formam os futuros empresários agrícolas e os futuros operadores de máquinas, que serão os verdadeiros utilizadores da tecnologia com que estiverem familiarizados.
“Conta-me e eu esquecerei. Mostra-me e talvez me lembre. Envolve-me e eu entenderei.” Benjamin Franklin
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Sumário AGENDA maio/junho 137 Para agilizar – para visitar – para esclarecer – para conhecer – para cozinhar – para vestir. Espreite as nossas sugestões!
AGROPECUÁRIA DLG classifica de “bom” 90 o sensor Krone NIR Google Glass para produtores de leite 91 Monitorização de partos 92 em bovinos Moocall Porta automática eletrificada Dofygate 92 Espectrómetro 92 portátil Faresin Detetor de metais para 93 misturadores CAEB
ANTIGAMENTE ERA ASSIM… O nascimento da agricultura 6
CONCESSIONÁRIOS EM FOCO Matos & Prata celebra 15 anos com a New Holland GP Agro é a nova empresa do Ribatejo Sparex celebra 50º aniversário AgroNunes entrega Valtra com LH-Link JOP apresenta gama Solis Valtra vende unidade 3000 em Portugal Óbito: Severino Matos Cardoso Agro121 é a nova concessão MF em Beja
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maio / junho 2015 · ABOLSAMIA
maio / junho 2015
Consultrei, a nova empresa de máquinas agrícolas 129 Fialho, Correia & Lampreia na Ovibeja 134
CULTURAS ESPECIALIZADAS Plataforma Argiles para recolha de hortaliças 86 Colhedora de batata AVR 86 Colhedora mecanizada de aromáticas Ortomec 86 Aspirador para frutos secos e azeitona Cifarelli 87 Enfardadeira Ironmec para restos de poda 87 Cesto de apanha Tyrolbox da Hermes 87 Carro porta-caixas elétrico Salf 88 Podadora com abertura de janelas Fa-ma 88 Plataforma elevatória para poda D´Amico 88 Plataforma de recolha de fruta Hermes 88 Automotriz Andreoli para recolha de azeitona 90
CURIOSIDADES Talvez não saiba… Um burro inteligente Espírito do Oeste representado pela arte
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EMPRESAS Máquinas para fins militares JCB 10 Valtra e Nokian batem recorde de velocidade 10 Vendas da Lemken Ibérica crescem 61% 10 Trelleborg reforça presença na Austrália 10 BKT apresenta site mais completo 12
Mitas considerada melhor fornecedora pela Claas 12 Aplicação móvel da Lely vence prémio de inovação 12 Volkswagen com novo 14 espaço no Freeport John Deere Ibérica no Top Employers Espanha 2015 14 Lemken com nova fábrica de pulverizadores na Alemanha 14 Fendt passa os 10% de quota 16 de mercado em França Óbito: Mário Pereira, presidente do Grupo Joper 16 BKT apresenta pneus Earthmax 16 Maschio-Gaspardo conclui 17 aquisição da Feraboli Ventisec instala secador 17 com control remoto Momentos New Holland 132
ESTATÍSTICAS Mercado de tratores, reboques e semirreboques em Portugal, 1º trimestre 38 Mercado de tratores na 38 Europa, 1º trimestre
FEIRAS QUE VISITÁMOS AGRO Braga 2015
Herkulis lança novo destroçador de sarmentos 93 Vantagens da colheita mecânica de pinha 105 Aranha florestal Big Foot Euromach 106 N113 HiTech numa reserva de caça 106 A Árvore Europeia do Ano situa-se na Estónia 106
NOTÍCIAS Mercado das alfaias 18 diminui em 2015 Explorações agrícolas aumentam em Portugal 18 Testes virtuais em máquinas 20 agrícolas Categoria “Melhor Utilitário” é novidade no TOTY 2016 20 Primeiro semeador monogérmico Väderstad 39 vendido em Portugal Stanhay, semeadores pneumáticos de alta precisão 39 para a horticultura Safehitch, engate 39 de alfaia facilitado
OPINIÃO 130
FLORESTA A parte do solo que a vista 101 não alcança As diferentes formas de controlar o mato têm diferentes consequências para a saúde dos montados. Considerando os impactos a nível do solo, os especialistas são unânimes na recomendação que fazem: passagens com corta-mato e destroçador sim, gradagens profundas não.
“Que campo é que ainda é campo?” – por Inocêncio 136 Espiga
PRODUTO A nova Série M7011 da Kubota Destacável - seg. pág. 50 Em setembro passado, a Kubota apresentou ao mercado os tratores mais potentes da sua gama que compõem a nova Série M7. Esta série disponibiliza três modelos com 130, 150 e 170 cv de potência, em três níveis de equipamento:
Errata
Standard, Premium e CVT. Nesta edição conheça-os em detalhe. Ceifeira-debulhadora articulada Tribine 46 Tubos em Hardox 500 da 46 SSAB Cardan, da Eurocardan, com 46 proteção integral Válvula hidráulica 46 multifunções Carraro Nova Série 5 John Deere 48 Barcos Conver que limpam os cursos de água 48 Trelleborg tem novas aplicações móveis 48 Encordoador 50 automotriz OXBO Tratores a gás natural 50 Agromash Defletor para frentes 50 de corte Crop Catcher Rastos de borracha com suspensão New Holland 51 SSAB lança Strenx, aços 51 de elevada resistência Engate rápido 52 de alfaias Tracto-Lock Parker desenvolve sensor que mede a 52 qualidade do óleo BvL com nova 53 gama de produtos Encordoador Enorossi com dentes de borracha 54 Motor Kohler vence “Diesel of the year 2015” 54 Farm Trailer desenvole app para distribuição 54 de chorume Smart Connect da SDF 54 premiada na EIMA PTH desenvolve dispositivo de travagem 55 magnética em tratores Protótipos Valtra 56 testados no Alentejo Ensiladora Gilles articulada com depósito 57
No artigo sobre as Menções Especiais do SIMA 2015, publicado na edição anterior, por lapso o texto sobre a Comer Industries, na página 42, foi acompanhado de uma imagem do robot de deservagem da marca Carre. O dispositivo para travões da Comer Industries é representado pela imagem que agora divulgamos.
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Embaladora de fardos retangulares Tanco
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Sistemas de condução automática New Holland 58 O sistema de agricultura de precisão adquirido por António Ernesto Gonçalves, foi instalado num trator New Holland T7.270 para facilitar as operações de preparação no solo para a cultura do tomate. Consiste num monitor FM-1000 New Holland com sistema de autocondução hidráulico e de precisão RTKVRS, com erro máximo de 2,5cm.
REGIÕES Concessionários / Máquinas usadas
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REPORTAGENS Dossier Técnico Sementeiras 60 Em época de sementeira de culturas de primaveraverão, de entre as máquinas para fertilização, sementeira e plantação utilizadas, destacam-se os semeadores de distribuição em linhas monogrão que, assegurando a distribuição e o enterramento das sementes em linhas regulares garantem igualmente a equidistância da semente na linha. Neste artigo pretende-se reunir informação sobre o funcionamento e características técnicas
deste tipo de máquinas com referência aos modelos comercializados em Portugal. Educação e máquinas 22 agrícolas A revista abolsamia visitou a Escola Superior Agrária de Elvas e a Escola Profissional Agrícola de Santo Tirso para poder avaliar o atual estado do ensino da agricultura e mecanização agrária em Portugal, tanto a nível profissional como no ensino superior. Gestão da Água – Alqueva, Água 40 e Europa O desafio foi lançado aos agricultores presentes no Alqueva pela Magos Irrigation Systems: poupar 10% de água nas suas culturas, sem prejuízo para as mesmas. Este foi o mote para uma discussão que envolveu temas como o preço da água, a incompreensão de Bruxelas para com o regadio ou a importância de aumentar a superfície regada em Portugal, com particular destaque para o Alqueva. O debate decorreu em Beja, nas instalações da EDIA. Massey Ferguson e Tractores de Portugal apresentam Série Global 82 A muito aguardada Série Global da Massey Ferguson foi apresentada aos concessionários da marca
na Quinta do Casal Branco, em Almeirim. No dia 24 de abril, pela mão da Tractores de Portugal, deu-se a conhecer uma máquina há muito esperada pela rede de concessionários da marca em Portugal. Entrevista a Richard Markwell, presidente da 84 Massey Ferguson Richard Markwell é o presidente da Massey Ferguson e foi convidado especial para o evento de apresentação da Série Global à rede de concessionários portugueses. A revista abolsamia acompanhou a iniciativa da Tractores de Portugal, e aproveitou para conversar com o responsável e perceber, um pouco melhor, o conceito por trás da Série Global. Olá, muito bem vindos! 94 Nós somos a Stihl Tecnologia, futuro. Inovação. Recursos humanos integrados na política da empresa. Na Áustria com a Viking ou na Alemanha com a Stihl. O Grupo Stihl convidou um grupo de jornalistas ibéricos para visitarem as suas instalações, conhecerem a sua cultura empresarial e os espaços de fabrico. A abolsamia esteve lá e contalhe como foi.
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por Nuno de Gusmão
O Nascimento da Agricultura Durante a Pré-história, quiçá algures em África, do grupo dos macacos surgiu o primeiro Antropóide, o Homo Erectus. Ficou assim conhecido por conseguir andar e correr só com dois pés. Mas os hominídeos evoluíram também a nível da inteligência, tendo mais tarde surgido o Homo Sapiens, que foi quem desenvolveu a agricultura.
O O Homem de Neanderthal, é aceite pelos historiadores e arqueólogos como o “retratado” pela figura junta. Esta subespécie de hominídeos, que remonta a um tempo anterior ao surgimento da agricultura, deve o seu nome ao Vale de Neander (Alemanha) onde pela primeira vez foram descobertos vestígios da sua existência.
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maio / junho 2015 · ABOLSAMIA
Homem apareceu neste nosso Mundo mandado por Quem, desconhecido, concebeu a Terra sem antes ter assinado esta sua obra prima. Assim, Adão e Eva, sem terem a quem recorrer, com muito pouco mais para raciocinar face aos seus familiares primatas, começaram igualmente por se alimentar colhendo frutos da vegetação que por ali medrava espontaneamente. À medida em que a sua descendência evoluía em termos mentais pela experiência acumulada herdada, o Homem passou a melhorar a sua dieta com a diversidade de alimentos, obtida também
através da carne de caça dos animais selvagens com menos meios para se defenderem. O Homem, com o andar dos tempos caracterizado por uma lentidão secular no que respeita ao desenvolvimento da sua mente, para subsistir tinha constantemente que
Ilustração da evolução da deslocação pedestre humana, de quatro para duas “patas”.
se deslocalizar à procura do almoço, tendo por fatalidade de enfrentar constantemente os perigos letais de um espaço reservado em exclusivo para os mais fortes. E, numa luta desigual em desafios onde a força muscular dos seus concorrentes predadores prevalecia, de nada lhe servia a mais valia de uma massa encefálica que, ainda em estado embrionário, o tornava indefeso, por desarmado.
Antigamente era assim...
Até que, às tantas, por acaso como todas as descobertas acontecem a quem passa a vida a procurar o que almeja, alguém se apercebeu que cada semente dos frutos, depois de enterrada na terra, dava lugar a uma planta carregada de frutos. Assim como, sempre depois de muito tempo passado, se descobriu que, com a água da chuva, as plantas não só permaneciam vivas como se desenvolviam mais e mais depressa. E foi então que, a partir daqui, os macacos mais espertos, aparentados connosco, deram origem ao nascimento da Agricultura. Com a descoberta da Agricultura, os humanos deixaram a sua penosa e perigosa vida de nómadas, para se estabilizarem, dando origem aos primeiros conglomerados habitacionais. Escolheram várzeas e vales não arborizados e beneficiados pela vizinhança de rios, onde começaram a construir palhotas em vez de se recolherem em cavernas, passando a poder contar com comida e água à porta de casa. E, a partir daí, começaram a surgir os primitivos meios de cultivar a terra, com a invenção de alfaias que facilitassem as operações de semear e de colher o pãonosso-de-cada-dia, ao que
os historiadores apelidaram de Idade da Pedra Lascada. Segundo a antropologia, a arqueologia e a paleontologia, no que respeita à parte perfuradora ou cortante dos apetrechos, eram utilizadas lascas dos minerais mais resistentes ao desgaste, muito embora, através de fósseis ou de pinturas rupestres, também conste, para o efeito, a utilização de chifres, ossos e madeira.
Para a defesa pessoal e para a caça, as armas do Homem primitivo não passavam do arremesso de paus afiados e de pedras pesadas.
Há uma dezena de mil anos a.C., segundo reza a História, as principais áreas agrícolas estavam localizadas nos vales dos rios Nilo (Egipto), dos rios Tigre e Eufrates (Mesopotâmia, actual Iraque) e dos rios Amarelo e Azul (China); e, o trigo e a cevada figuram como as primeiras plantas a serem “domesticadas”. A acreditarmos ou não no que a História nos ensina, a imagem representa uma cena com a data atrás referida, onde o chefe da família bota a semente na terra e a sua restante prol trata das culturas já nascidas. E só há que aceitar o testemunho existente, na medida em que a comprovação fotografada só foi inventada em 1826 pelo francês Joseph Nicéphore Niépce.
Os utensílios agrícolas figurados na foto junta representam as primeiras invenções concebidas pelo Homem, na medida em que, como é tão óbvio, a agricultura foi pioneira de entre todas as indústrias que vieram a ser criadas. A parte activa dos apetrechos fotografados é de pedra dura e as pegas são de madeira, num atado com cordas de fibras vegetais. A foice em metal e a pedra em ovo para moer cereais já pertencem a Eras mais recentes, embora ainda muito remotas, depois de descoberta a aplicação das funções do fogo: fundição do ferro (a foice) e o pilão de trituração da farinha para cozer (pedra em ovo, de moer).
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Antigamente era assim... No Período Neolítico da Pré-história ocorreu também um dos principais avanços da Humanidade, com a descoberta da forma como obter a primeira das fontes de energia utilizáveis: o Fogo. Conhecido pelos indígenas de então através de vulcões e de raios que incendiavam as árvores, o fogo começou por ser criado através das faíscas resultantes do atrito entre pedaços de madeira ou de pedras (silex ou pirites). A par com a época a que nos referimos, em regiões menos povoadas por predadores, quem não se estabelecia com a agricultura, para além de viver da caça começava a domesticar os animais herbívoros mais dóceis, reunindo-os em rebanhos de gado bovino e caprino, numa vida de nómada, procurando constantemente novas e melhores pastagens. O nascimento da Pecuária ocorreu mais tarde, mas sempre milhares de anos antes de Cristo, quando o crescimento demográfico levou o Homem a tirar também partido da exploração de gado, não só para a obtenção de leite e carne como também indo buscar aí a força de tracção animal para puxar o arado. E, por último, no que concerne às primeiras e principais invenções que fazem parte da trajectória inicial de desenvolvimento tecnológico do ser humano, rematamos esta nossa rubrica com a invenção da Roda. A origem do surgimento da roda remonta a mais de 6000 a.C. e, os testemunhos de maior credibilidade apontam a Siméria (na Mesopotâmia), considerada como a civilização
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A possibilidade da aplicação do fogo proporcionou à descendência de Adão inúmeras conquistas sociais: a protecção contra os perigosos animais selvagens, a possibilidade de aumentarem a área arável através de queimadas, o aquecimento e iluminação das habitações, o gosto pela comida cozinhada e, acima de tudo, a fundição de metais com vista à produção de alfaias mais eficazes para o aumento das suas culturas, assim como a construção artesanal de pontas de setas para o alargamento do exercício da caça. Na figura dos utensílios agrícolas, a lâmina da enxada dos nossos primitivos ancestrais já era de ferro fundido.
A foto, referente à tracção animal de alfaias, atesta a extraordinária longínqua civilização do Egipto.
mais antiga da Humanidade, como a região onde teve lugar a invenção da roda. A ideia, que deu lugar ao invento, nasceu da utilização de toros de madeira colocados por baixo de uma plataforma carregada com um fardo pesado demais para poder ser transportado. O aparecimento da Roda deu lugar a uma revolução na área dos transportes e comunicação. Os povos primitivos tornaram o transporte de cargas e pessoas não só possível como muito mais aliviado, assim como alargaram
a possibilidade de comunicação entre os povos. Na Agricultura, carregos sobre rodas puxados por humanos e, depois, por animais de puxo, alargaram as potencialidades da actividade única de então. O mérito da descoberta não mais deixou de se fazer sentir até aos dias de hoje.
Imagem alusiva da utilização de rolos de madeira em paralelo, como forma de deslocar um animal pesado. A roda tem por função reduzir drasticamente a fricção de arrasto de um objecto sobre uma superfície.
OBRIGADO PORTUGAL.
BTS
O TRACTOR MAIS VENDIDO DE 2000 A 2014*
*Dados oficiais. Para mais informações contactar Marketing & Comunicação New Holland Agriculture Portugal
www.newholland.pt
Empresas Record de velocidade em trator: 130 km/h
Máquinas para fins militares JCB Um lado menos conhecido da JCB, que tem larga tradição no fabrico de maquinaria para construção, movimentação de terras e agricultura, é o desenvolvimento de equipamentos para fins militares. A escavadora de alta mobilidade HMEE, que devido ao seu aspeto fora do comum vale a pena ir ver ao site da marca, é um veículo de 4x4, a meio caminho entre uma retroescavadora e um jipe. Permite fazer deslocações rápidas, movimentação de terras, e ainda garante proteção antibalística aos ocupantes. Além deste modelo mais rebuscado, a JCB fornece a diversos exércitos máquinas mais convencionais, como pás carregadoras, retroescavadoras, e tratores Fastrac. Para estas máquinas pintadas em cor verde tropa, são disponibilizados acessórios para teatros de guerra, como é o caso dos suportes para armamento. Da mais recente encomenda militar feita à JCB constavam três retroescavadoras JCB 4CX Backhoe, que acabam de ser entregues em março, segundo comunicado recente divulgado pelo fabricante.
Valtra e Nokian A marca de pneus Nokian Tyres e a Valtra estabeleceram um novo record mundial de velocidade em tratores: 130.165 km/h. Foi no passado dia 19 de fevereiro que o multicampeão mundial de ralis Juha Kankkunen alcançou este feito ao volante de um Valtra T234, numa faixa de autoestrada fechada, no norte da Finlândia, em condições climatéricas com temperaturas negativas. Esta velocidade foi possível de alcançar equipando o Valtra com o primeiro pneu de inverno para trators, Nokian Hakkapeliitta TRI, cujo padrão do piso foi desenhado para uma aderência vigorosa a superfícies de neve e gelo. “Já fiz testes de velocidade com vários carros. Este foi o primeiro com um trator e imediatamente batemos o record mundial! Pneus e trator funcionaram realmente bem, mesmo em condições climatéricas difíceis”, disse Juha Kankkunen. O T234 é o modelo de topo da mais recente geração da série T. Perfaz 250 cv de potência máxima com boost e pesa 7,7 toneladas.
Vendas cresceram 61% Lemken Iberia A Lemken encerrou o ano de 2014 com um resultado bastante expressivo nos mercados português e espanhol. A criação da filial ibérica da Lemken, em 2012, originou um aumento do volume de encomendas de 30% em 2013, e em 2014 a faturação registou um aumento de 61%, alcançando os 3,51 milhões de euros. Alberto Piñero, gestor de vendas para o Leste de Espanha, diz que os resultados se devem ao facto de a Lemken “oferecer as máquinas mais ‘premium’ do mercado”. Por seu lado, José Antonio Pita, gestor de vendas para o Oeste de Espanha e Portugal, fala das expectativas para 2015: “As nossas charruas, cultivadores, grades, semeadores e pulverizadores ganharam o mais alto prestígio mundial. Este ano esperamos continuar a senda de crescimento, aumentando o número de distribuidores, reforçando o serviço pós-venda e potenciando os ensaios em campo”.
Reforça presença na Austrália Trelleborg A Trelleborg adquiriu a empresa australiana de pneus agrícolas, Armstrong Tyres num negócio que envolveu 5,3 milhões de euros. Esta companhia tem como principais atividades o serviço e distribuição de pneus agrícolas e trabalha diretamente com os fabricantes de tratores, sendo líder na Austrália no seu segmento. Com esta aquisição a Trelleborg reforça a sua presença no mercado australiano. “Presença local e alcance global são, hoje, fatores chave na estratégia da Trelleborg. Nesse sentido, este negócio representa uma excelente oportunidade para ampliar a influência dos nossos pneus agrícolas num mercado tão atrativo como o australiano. Acreditamos ainda que é possível, num futuro próximo, expandir a nossa influência neste mercado”, referiu Maurizio Vischi, presidente da área de negócios da Trelleborg.
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maio / junho 2015 · ABOLSAMIA
Empresas Novo site mais completo bkt A empresa de pneus, BKT, acaba de lançar a versão 2.0 do seu site, www.bkt-tires.com. Trata-se de uma plataforma user friendly, rápida e de simples acesso no portátil, smartphone e tablet. Além das ligações para as redes sociais mais tradicionais (Facebook, Twitter, LinkedIn e Youtube), este site tem ainda um blogue e um fórum interativo. Podem ser encontradas informações técnicas e gerais sobre todos os produtos BKT disponíveis para profissionais do setor, clientes ou jornalistas. Para estes últimos, foi criada uma sala de imprensa virtual, onde poderão ter acesso a fotografias, vídeos e press releases. Destaque ainda para o “Around BKT”, que possibilitará o contacto virtual entre os responsáveis da empresa e os visitantes deste espaço. Ainda no mesmo espaço, serão veiculadas todas as ações da companhia indiana, bem como atualizados evento e informações relativas a produtos desenvolvidos pela BKT. O site está em inglês, mas brevemente encontrar-se-á disponível em espanhol, italiano, alemão e francês.
Galardoada “melhor fornecedor”
App vence prémio Inovação na Cimag-GandAgro Lely A aplicação móvel tem o nome de T4C INHERD, foi desenvolvida pela Lely e apresentada pela Agrotec Entrecanales. Desenhada para ser utilizada em smarphones, venceu o galardão dedicado à Inovação na Cimag-GandAgro 2015, que se realizou na Galiza, Espanha. Trata-se de uma ferramenta que permite aos criadores de gado deter o controlo total de todas as atividades relacionadas com a sua exploração, em qualquer momento e em tempo real, apenas necessitando de uma ligação à Internet. Assim, toda a informação relacionada com a mesma, animais, ordenhas e maquinaria é processada e, depois, armazenada através do sistema informático T4C. A exploração, que deverá estar equipada com esta ferramenta, armazena os dados recebidos na “cloud” Lely, sendo depois enviada para os criadores, já atualizada. Segundo o júri, esta aplicação móvel foi merecedora do prémio devido ao “seu caráter inovador” e “por conseguir aplicar as novas tecnologias ao funcionamento e melhoramento das explorações pecuárias”.
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maio / junho 2015 · ABOLSAMIA
Mitas A Claas entregou o prémio de Melhor Fornecedor 2014 à Mitas, um galardão que destaca o trabalho de cooperação e desenvolvimento de produto da empresa de pneus junto da Claas. Jaroslav Cechura, CEO da Mitas, deu conta da satisfação da sua companhia por ter sido distinguida pelos responsáveis da Claas. “Ser considerado o melhor fornecedor da Claas é uma grande honra e tentaremos manter o estatuto em 2015. Este prémio é, também, uma prova da continuidade do nosso trabalho de sucesso, pois já tínhamos sido agraciados com
outros prémios da Claas em 2011 e 2006”. Já Hans Lampert, vice-presidente executivo e financeiro da Claas, destacou o facto de a “Mitas, desde há alguns anos a esta parte, ter-se perfilado como um fornecedor de excelência”. Ainda no mesmo discurso elogioso, o responsável destacou a comunicação feita para o lançamento do Mitas Premium – nova linha de pneus que substitui a Continental – bem como a capacidade para a Mitas modernizar as suas instalações sem perder o foco na inovação e produção.
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Empresas Top Employers España 2015
Novo espaço no Freeport Volkswagen A Volkswagen inaugurou, no Freeport em Alcochete, um espaço onde irá comercializar veículos semi-novos sob a marca Das WeltAuto. O espaço tem 900 m2 e vai exibir uma gama variada de veículos ao abrigo do compromisso das seguintes variantes: recondicionamento, verificação multipontos, garantia de 2 anos, satisfação ou troca, serviço de mobilidade, ensaio dinâmico e opções de financiamento. Com esta iniciativa, a marca alemã dá um passo inovador na sua estratégia de retalho, assente na rede oficial de concessionários. Recorde-se que no ano passado a Volkswagen aumentou as suas vendas na categoria de veículos comerciais, tendo, por isso, mantido o 4º lugar neste ranking. A subida foi de 19 por cento face a 2013. Por outro lado, destaque para a recetividade dos clientes portugueses para com a Amarok, pick-up cabina dupla mais vendida do mercado, reforçando, assim, o seu posicionamento. O Amarok sobressai pelas suas características que lhe permitem ser eficiente fora ou dentro da estrada: uma gama completa com três tipos de transmissão (4x2, 4x4 permanente e 4x4 não permanente), dois tipos de caixa de velocidade (manual de 6 e automática de 8) e duas potências (140 e 180 cavalos).
John Deere Ibérica A John Deere Ibérica recebeu a certificação Top Employers España 2015, o que a torna numa das melhores empresas para trabalhar em Espanha, e na única no setor da maquinaria agrícola a ser distinguida com este prémio. Este galardão – em vigor desde 1991 – é precedido de uma exaustiva análise a todos as condições existentes numa empresa e ao seu impacto nos trabalhadores. Entre os itens avaliados, estão as condições oferecidas aos colaboradores no âmbito da estratégia para conseguir encontrar e reter talento, planificação, compensações e benefícios, e desenvolvimento de aspetos como a liderança, cultura e aprendizagem. A análise mostra ainda que a John Deere Ibérica tem um ambiente de trabalho de muita qualidade, destacando também os seus programas de desenvolvimento profissional. Judi Oude Sogtoen, diretora de Desenvolvimento do Departamento Internacional do Top Employers Institute, afirma que “existem condições para que os profissionais possam evoluir pessoal e profissionalmente”. Ainda no mesmo discurso, a responsável lembra que “a análise à John Deere permitiu concluir que existem diversas iniciativas de cariz criativo, benefícios sociais ou programas de gestão de desempenho, sempre alinhados com a cultura da empresa”.
Nova fábrica de pulverizadores Lemken
Uma cerimónia simbólica realizada no final de março assinalou o início da construção de uma nova fábrica da Lemken, situada em Haren, na Alemanha. Há dez anos, após a aquisição da firma RTS, a Lemken alargou a sua gama aos equipamentos para proteção das culturas. Às alfaias para trabalho de solo e para sementeira, vieram juntar-se os pulverizadores destinados aos agricultores profissionais. Estas novas instalações, que se destinam precisamente ao fabrico de pulverizadores, vão acolher cerca de 30 funcionários e estima-se que fiquem concluídas até ao final de outubro. Possuirão uma zona de escritórios, salas de formação com uma área anexa de exposição com 500 m², e uma área com 10.000 m² dedicada à produção.
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Empresas Fendt ultrapassa os 10% de quota de mercado em França Fendt Após dois anos de contínuo crescimento no mercado francês, a Fendt registou, em 2014, um marco histórico na gama dos tractores acima dos 60 cavalos: ultrapassou os 10% de quota de mercado. Nos últimos dez anos, a subida foi dos 5,8 aos 10,8%, o que representa, segundo Peter-Josef Paffen, presidente do grupo AGCO, “um ganho de 5% no maior mercado agrícola europeu”. Ainda segundo o mesmo responsável, “estes resultados acontecem num ano em que o mercado francês de tratores agrícolas registou perdas na ordem dos 25%, o que representa menos 27 390 máquinas”. Por potências, a Fendt atingiu uma quota de mercado no segmento de 130 a 250 cavalos de 13,5% em 2014, mais 1,6% que no ano anterior. Nos tratores acima dos 250 cavalos de potência, a Fendt chegou a uma quota de mercado de 34,4%, mais 4,2% que em 2013. Também em França, mas no SIMA, em fevereiro, o novo Fendt 300 Vario venceu o galardão para “Máquina do Ano”, na
categoria abaixo dos 150 cavalos. Para a Fendt este galardão tem uma importância muito grande já que, em França, as máquinas entre os 100 e 149 cavalos são o segmento com maior peso no mercado. www.agcocorp.com
Mário Pereira
Comunicado Grupo JOPER
Faleceu no passado dia 20, aos 77 anos, Mário Pereira, Presidente do Grupo Joper : Joper, Tomix e Ribatejo – Indústrias de Equipamentos Agrícolas, Pereiras, Lda.Comércio de Combustíveis e Expojoper-Imobiliária. Tendo começado a trabalhar aos 11 anos numa pequena oficina, apenas com o seu pai, desde
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muito cedo foram-lhe reconhecidas grandes capacidades de trabalho, assentes numa enorme honestidade e sentido de justiça. Em 66 anos de trabalho foi um líder incontestável, sendo reconhecido no mundo empresarial como um homem de visão e empreendedor, tendo deixado um forte contributo na mecanização agrícola e na indústria de máquinas agrícolas em Portugal. Ocupou o cargo de VicePresidente da ANEME, foi presidente da mesa dos fabricantes de equipamentos agrícolas e colaborou com a ACAP junto da Comissão de Grossistas de Máquinas Agrícolas durante muitos anos. Foi
ainda reconhecido, pelo Rotary Club de Torres Vedras como empresário do ano. Era-lhe também reconhecida a qualidade de grande benemérito para com instituições de caridade, projetos para os quais estava sempre disponível e empenhado, e era igualmente estimado pela comunidade local pelas suas qualidades muito particulares e inigualáveis. Infelizmente, não conseguiu ver concluído um dos seus sonhos, a nova unidade industrial da TOMIX, presentemente em fase de construção. O seu funeral realizou-se no passado dia 21 tendo estado presentes muitos dos seus amigos e representantes de diversas instituições.
BKT apresenta novos Earthmax BKT A empresa especializada em pneus agrícolas e industriais, BKT, irá apresentar na feira Intermat, em Paris, os seus novos modelos Earthmax: SR47, SR51 e o SR53. O Earthmax SR47 será a estrela da companhia no stand da marca. Com as medidas 24.00 R35, trata-se de um pneumático com uma enorme resistência e estabilidade, fazendo com que não existam paragens na produção. Este produto foi desenvolvido para ser usado em condições bastante adversas, podendo, por exemplo, ser encontrado em pedreiras. O Earthmax SR51, apresentado em Paris com as dimensões 20.5 R25, é direcionado para operações de carregamento. O design do pneu foi concebido para ter uma melhor tração e adaptabilidade a operações de carga. A durabilidade e o aumento de produção são algumas das características mais relevantes do SR51. O novo Earthmax SR53 estará disponível para os visitantes da feira no tamanho 17.5 R25. Foi desenvolvido para operações de carga e tratores de terraplanagem e é útil em cenários de trabalho como minas ou pedreiras. O seu design impede que pedras ou outros materiais se fixem no pneu. A BKT terá ainda exposto na feira alguns pneumáticos da mesma gama, nomeadamente o Airomax AM27, o Container King e o Maglift. Outra das novidades da BKT para a Intermat é a sua nova campanha de comunicação, “We Experience – being partof yout field”. Uma campanha – lançada também em Paris, no SIMA - que pretende aproximar a marca dos seus clientes/utilizadores e que mostra ainda o compromisso da BKT em partilhar experiências, competências e emoções. A comunicação será desenvolvida em várias línguas e mostra uma imagem que remete o compromisso da marca indiana para com todos os cenários onde atua: agricultura, indústria, construção e movimentação de terras. www.bkt-tires.com
Empresas
Maschio conclui aquisição da Feraboli Maschio Gaspardo Em janeiro de 2014, o Grupo Maschio Gaspardo adquiriu 60% do capital da Feraboli, uma marca italiana com um percurso de mais de 130 anos, e este ano concluiu a aquisição dos restantes 40%. Com mais
de 200 funcionários que trabalham em três diferentes locais de fabrico, a Feraboli produz equipamentos destinados ao corte e recolha de feno e forragem, como gadanheiras, encordoadores e enfardadeiras. No decorrer do ano transato, o Grupo já modernizou a fábrica da Feraboli situada em Cremona, mais concretamente ao nível das secções de pintura e das linhas de montagem de onde saem as enfardadeiras. Mas os investimentos não se ficaram por aí. Para melhorar o apoio aos clientes, foi criado um novo armazém de peças de substituição e uma nova zona de expedição. A aquisição da Feraboli vem completar a gama de equipamentos do Grupo, com especial destaque para as enfardadeiras.
Secador com controlo remoto Ventisec A Ventisec distribuidora das marcas pioneiras e líderes de mercado Law e Marot, reconhecidas à escala internacional na conceção e desenvolvimento de secadores e limpadoras de grãos, instalou na Racentro uma limpadora Marot com capacidade de 400 t/h (milho seco) e um secador Law com capacidade de 1000 t/24 horas, tecnologicamente avançado, totalmente revestido a lã de rocha e com radiadores de calor, aproveitando a caldeira de vapor existente diminuindo significativamente o consumo de gás e as perdas de calor. Para além desta evolução energética o secador é controlado à distância através de computador, tablet ou smartphone, permitindo o controlo e regulação total do secador, criar gráficos e diversos parâmetros para cada tipo de grão a secar. Também é composto por válvulas anti-pó e filtros rotativos internos, reduzindo a emissão de poeiras para o exterior, silenciadores com baixos níveis de ruído e um sistema integrado anti-incêndio. www.ventisec.pt
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Notícias Explorações agrícolas aumentam em Portugal Em 2013, as explorações agrícolas ocupavam metade da superfície do território nacional. A população agrícola familiar representava 6,5% da população residente.
Mercado das alfaias diminui em 2015 O mercado de alfaias, segundo especialistas da indústria de maquinaria agrícola na Europa, irá recuar em 7%, mantendo a tendência de decréscimo registada em 2014, em que a diminuição foi de 5%. Em detalhe, produtos ligados à fertilização, proteção fitossanitária, sementeira e lavoura, têm registado uma diminuição da sua comercialização na União Europeia. Gerd Wiesendorfer, coordenador do departamento de produto da CEMA, explicou a atual tendência. “Apenas em 2013 tivemos um ano bom. De 2008 a 2012, as vendas estiveram bastante abaixo do esperado”, começou por dizer. Instado a pronunciarse sobre as reais causas desta diminuição de investimento nas alfaias, Wiesendorfer revelou que “a França, bem como a Alemanha, que juntas representam cerca de 35% do mercado total na Europa, recuaram nos seus investimentos”, lembrando os efeitos da recessão de 2009 e 2010 para explicar a tendência de recuo. Também a Rússia, que dava sinais positivos em 2014, mostra-se, segundo o responsável da CEMA, “menos interventiva no mercado”. Em termos de volume de negócios, em 2014, os produtos ligados à sementeira, proteção fitossanitária e fertilizantes movimentaram 1,7 mil milhões de euros. Em 2013, tinham sido 1,79 mil milhões, contra os 1,64 mil milhões de 2012 e 1,43 mil milhões em 2011. No que respeita ao equipamento ligado ao trabalho no solo, 2014 registou um volume de negócios de 1,9 mil milhões de euros. Em 2013 esse valor foi de 1,97 mil milhões, 1,85 mil milhões em 2012 e 1,66 mil milhões em 2011.
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Os dados são avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE): nos últimos anos verificou-se um aumento da dimensão das explorações agrícolas e uma melhoria dos indicadores laborais. A Superfície Agrícola Não Utilizada (SANU) diminuiu cerca de 20% relativamente a 2009, apresentando o valor mais baixo – pouco mais de 100 mil hectares – desde que há registos estatísticos. O crescimento do número de sociedades agrícolas – expressa na empresarialização da agricultura - tem contribuído para o aumento da eficiência do setor devido à adoção de processos de gestão mais profissionais e economias de escala. As cerca de 10 mil sociedades agrícolas, embora representem apenas 3,8% do total das explorações agrícolas, gerem quase 1/3 da Superfície Agrícola Utilizada (SAU) e praticamente metade do efetivo pecuário. Contudo, quando comparados com os países da União Europeia (UE) a 28, notase a presença, ainda, de uma agricultura baseada em explorações de pequena dimensão económica – 17,1 mil euros de Valor de Produção Padrão Total por exploração, face aos 25 mil euros na UE – geridas por produtores envelhecidos e que em larga escala têm apenas formação prática. A média de idades é mesmo a mais alta entre as 28 nações da UE.
Dados do INE mostram ainda que poucos produtores vivem exclusivamente da agricultura – 6,2% -, sendo que a maioria complementa o seu rendimento com pensões e reformas – 65,3%. Ainda assim, a grande maioria dos produtores - 95,1% tenciona continuar a atividade nos próximos anos. Dimensão média mais próxima da UE Em 2013, foram contabilizadas 264,4 mil explorações agrícolas, menos 40,8 mil que em 2009. Em contrapartida, a SAU não registou grandes alterações, mantendo-se nos 3,6 milhões de hectares (39,5% da superfície territorial), o que se traduziu no aumento da dimensão média das explorações, que passou dos 12 hectares por exploração em 2009 para 13,8 em 2013, aproximando-se, assim, da média da UE a 28 (14,4 hectares por exploração). No que diz respeito à dimensão económica das explorações as notícias não são tão animadoras: embora estas tenham evoluído positivamente, continuam aquém da média europeia, que se situam nos 25 mil euros. A nível nacional, o valor de produção padrão total é, em média, de 17,1 mil euros. Mantendo o foco nos rendimentos, os dados do INE mostram que a mão-de-obra agrícola baseia-se, essencialmente, na estrutura familiar, dado que mais de três quartos do volume de trabalho (76,1%) assenta na população agrícola familiar. Os trabalhadores permanentes, ou seja, os assalariados que trabalham com regularidade na exploração, correspondem a 60,5 mil indivíduos empregados em 20,7 mil explorações (7,9% das explorações). Destes, 11,2 mil assumem uma função de gestão das explorações e 35,3 mil assalariados rurais trabalham a tempo inteiro.
Notícias Testes virtuais em máquinas agrícolas As ferramentas virtuais estão a ser cada vez mais usadas no desenvolvimento de novas máquinas agrícolas, pois ajudam a minimizar erros e tornam o processo de desenvolvimento mais célere. Estas ferramentas vão passar a ser mais usadas também para realizar testes virtuais durante o processo de autorização de máquinas agrícolas, uma solução que vai permitir aos fabricantes diminuírem custos. Na prática não será necessário realizar tantos testes reais em campo, como até agora. E os testes reais que vierem a ser realizados serão mais refinados e ajustados, consoante os cenários e os resultados obtidos com os testes virtuais. Numa posição pública recentemente divulgada, o CEMA, comité que representa a indústria de maquinaria agrícola na Europa, mostra-se a favor do uso de ferramentas e testes virtuais. Contudo, relembra que de momento apenas está a ser implementado um teste virtual na UE: o que avalia a eficácia dos sistemas ROPS (estruturas de proteção anticapotamento) na frente de um trator. De modo a reforçar esta área, o CEMA está agora a completar uma lista onde especifica as possíveis áreas em que testes deste tipo possam ser realizados no futuro, mesmo naqueles casos em que a legislação tenha de ser alterada para permitir a sua implementação.
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Categoria ‘Melhor Utilitário’ é novidade no Tractor of the Year® 2016 O evento inaugural da próxima edição do prémio ‘Tractor of the Year®’ vai realizar-se em Itália, nos dias 18 e 19 de maio. Como habitualmente, a revista abolsamia vai estar representada nestas sessões de trabalho onde os fabricantes de tratores propõem ao júri os modelos candidatos.
8500 kg. Como se trata de um segmento representativo em Portugal, e um pouco por toda a Europa, este importante passo deverá trazer para o TotY mais modelos que, a nível de intenção de compra, estão na mira de um maior número de agricultores. Acreditamos que a categoria ‘Melhor Utilitário’ vai contribuir para que os nossos leitores, as filais, e também os importadores, sigam mais de perto as várias etapas deste importante prémio. As marcas já estão a aquecer os motores dos novos modelos que vão propor ao júri, se bem que por ora ainda não saibamos quais eles são. Mas assim que voltarmos de Itália pomo-lo a par de tudo.
Esta é a primeira paragem de um roteiro que nos levará até à Agritechnica 2015. Após este terceiro ‘Let the Challenge Begin’, em meados de setembro seguem-se os testes em campo, e em novembro, no decorrer daquele salão de maquinaria agrícola, serão conhecidos os vencedores. A grande novidade deste ano é a introdução de uma nova categoria, denominada ‘Melhor Utilitário’. Destinada a premiar os tratores convencionais para fins múltiplos, que estão mais vocacionados para as explorações agropecuárias, esta nova categoria vem juntar-se às outras três já existentes: Trator do Ano para campo aberto, Melhor Especializado, e Melhor Design. Enquadram-se na nova categoria os tratores convencionais com motores de 3 ou 4 cilindros, potência acima de 70 cv, e peso operacional máximo de
“A nova categoria ‘Melhor Utilitário’ abrange os tratores convencionais com motores de 3 ou 4 cilindros, potência acima de 70 cv, e peso operacional máximo de 8500 kg”.
Educação e máquinas agrícolas Escola Profissional Agrícola Conde de São Bento Santo Tirso
Escola Superior Agrária de Elvas, do Instituto Politécnico de Portalegre Elvas
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Educação
veja os vídeos em: www.youtube.com/abolsamia
por Ângelo Delgado e Francisca Gusmão
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Como estamos ? Para onde vamos ? O trabalho que aqui desenvolvemos não pretende ser, em nenhum momento, opinativo. O leitor, ao radiografar a reportagem, tirará, obviamente, as suas conclusões. A nós, abolsamia, cabe-nos mostrar os factos tal como são.Por isso, demos um salto a norte, a Santo Tirso, para uma visita à Escola Profissional Agrícola Conde de São Bento, onde, in loco, partilhámos o espaço com alunos que pretendem seguir os caminhos variados da área agrícola. A sul, em Elvas, entrámos na Escola Superior Agrária de Elvas, do Instituto Politécnico de Portalegre. Aqui, a intenção passou por perceber o atual estado do ensino superior na área da mecanização. Testemunhos confiantes, outros menos sorridentes. Os vários caminhos possíveis. O que está bem e deve-se manter e o que está errado e tem de mudar. Temos de tudo e por vários atores. Conheça, então, um pouco da Educação na área da maquinaria agrícola em Portugal.
José lopes
Professor da disciplina de mecanização agrária do curso de Técnico de Produção Agrária
carlos frutuosa Diretor da Escola Profissional Agrícola de Santo Tirso e presidente da APEPA
luís alcino
Professor adjunto do Departamento de Agricultura e Recursos Naturais
rato nunes
Diretor da ESAE e Coordenador da Licenciatura em Agronomia
Francisco Mondragão-Rodrigues Coordenador do Mestrado em Agricultura Sustentável
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Educação
escola profissional agrícola Conde de S. Bento
Agricultura e educação em ambiente de século XIX Um mosteiro, uma escola. Vinhas, vinho, uma adega e várias outras culturas. Alunos, máquinas agrícolas e agricultura. E um ambiente – invejável - de século XIX. Eis o dia d’ abolsamia na escola profissional agrícola Conde de São Bento. José Lopes é o anfitrião da equipa da abolsamia que se desloca a Santo Tirso. Professor da disciplina de mecanização agrária do curso de Técnico de Produção Agrária, foi também aqui que deu os primeiros passos enquanto aluno. Agora, passados alguns anos, regressou à casa que o formou. Como docente. Uma escola – mosteiro e suas terras – que foi adquirida pelo então Visconde de São Bento, em 1882, elevado a Conde em 1886, Manuel José Ribeiro. A sua primeira intenção foi, segundo José Lopes, “construir uma escola de asilo agrícola”. A adega é a primeira paragem. “Uma adega numa escola?”,
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pergunta o leitor. Verdade, uma adega onde o vinho produzido na escola é conservado, provado e, depois, engarrafado. Tratase do “Conde de São Bento”, um vinho verde que já “sabe” a Minho, apesar do Douro ser ainda a nossa localização. Também no mesmo espaço, funciona o Museu Agrícola onde podem ser observadas autênticas relíquias de uma agricultura de antigamente: enfardadeira manual, arado, respigador, carros de bois e ainda uma zona de armazenamento de leite, pois aqui também se produziu manteiga e queijo. “Um ambiente perfeito para o crescimento de alunos que querem
José Lopes, professor da disciplina de mecanização agrária do curso de Técnico de Produção Agrária.
Educação
viver da agricultura”, diz José Lopes, acrescentando logo de seguida que têm tido “algumas solicitações por parte de empresas da região, em busca de mão-deobra”. Mas, segundo refere, “é necessária uma ligação maior entre as empresas e as escolas”, lembrando, ainda assim, que “sazonalmente, a instituição convida alguns concessionários ligados à maquinaria agrícola para aproximar os alunos do mundo empresarial e este do universo académico”. A conversa tem lugar enquanto visitamos o espaço dedicado às aulas de maquinaria agrícola, onde um trator, já com alguns
Na adega é engarrafado o vinho produzido nas instalações da escola Conde de São Bento.
Sala de aulas da disciplina de mecanização agrária.
anos, adorna a sala. Além da máquina, encontramos flores, livros, cadernos, peças e... notícias da abolsamia coladas nas paredes. Sim, caro leitor, a revista abolsamia está, também, nas escolas de todo país. A visita continua e entramos no edifício principal. Aqui, ficamos a conhecer a capela situada no interior da escola, o salão nobre, os quartos dos alunos, a cozinha, a cantina, a biblioteca e todos os espaços envolventes, além, claro, das fabulosas vistas que a escola proporciona. “É um privilégio estudar aqui”, elogia José Lopes, sorridente, enquanto nos mostra, minuciosamente, cada esquina da escola fundada em 1913. Entre um corredor e outro, revela: “o mosteiro de São Bento foi proposto, pela Câmara Municipal de Santo Tirso, a Património Mundial da UNESCO, sendo que o edifício
Os vários hectares da escola são aproveitados para trabalhar as mais diversas culturas.
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Museu agrícola, onde a escola conserva alguns instrumentos da agricultura de antigamente.
é considerado Monumento Nacional desde 1910”. Regressamos ao exterior com o objetivo de observar as culturas existentes. E são várias, conforme elenca o professor. “Temos as vinhas, claro, mas também aromáticas, couves, framboesas, laranjas, alfaces, batatas, kiwis...a salada que comeremos ao almoço vem daqui, das nossas terras!”,
Aulas de maquinaria agrícola ???? ???? ????? ???? ???? ??? ???
exclama, sorridente. No que diz respeito aos animais, o universo é igualmente vasto: “bovinos de leite, aves, éguas, ovinos e caprinos são os animais que temos na escola”. Da parte da tarde, os finalistas do curso de Técnico de Produção Agrária prepararam um desfile de tratores para que a equipa d’ abolsamia pudesse apreciar os dotes de condução. Tratores já com alguns anos, mas que servem o propósito. Logo a seguir, foi altura da equipa d´abolsamia chamar a si toda a atenção, explicando aos alunos o que faz e os seus objetivos. A feitura da revista, o site, o negócio. A sua responsabilidade pedagógica. O entusiasmo foi retribuído e ficou a promessa de um regresso.
Os alunos finalistas do curso de Técnico de Produção Agrária conduzem os tratores da escola.
O parque de máquinas da Escola Profissional de Santo Tirso.
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Educação Alunos e professor das turmas do 12º ano do Curso Profissional de Técnico de Produção Agrária.
composição, um grande número de associações de escolas de vários países. Estar representado neste organismo garante um vasto conjunto de contactos que facilitam os intercâmbios.
“As escolas têm procurado corresponder às necessidades da sociedade” carlos frutuosa Diretor da Escola Profissional Agrícola de Santo Tirso e presidente da APEPA
Carlos Frutuosa é o diretor da Escola Profissional Agrícola de São Bento, em Santo Tirso e presidente da Associação Portuguesa das Escolas Profissionais Agrícolas (APEPA). Entrevistado pela abolsamia, dá-nos uma visão completa do ensino profissional agrícola no país e aborda as principais motivações dos alunos que se inscrevem nestes cursos.
A agricultura é uma atividade que tem vindo a ganhar importância no nosso país. Tem-se notado um aumento do interesse nos cursos profissionais de agricultura? Claramente! Nos dois últimos anos tem sido notório o aumento de interesse nas áreas de formação, com especial vocação para o setor agrícola. Quantas escolas existem e quais os cursos relacionados com o setor agrícola, ministrados nas escolas associadas da APEPA? São 14 escolas e estas têm uma oferta formativa diversificada. Refira-se o Curso Profissional Técnico de Produção Agrária, o Curso Profissional de Recursos Florestais e o Curso Profissional de Gestão Equina. Quero, contudo, salientar, que as escolas têm procurado corresponder, com a natural evolução da sociedade e, daí, enriquecer o quadro formativo com outras áreas complementares.
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Qual o nível de ensino exigido para acesso aos cursos profissionais de agricultura? O 9º ano de escolaridade. Quais as aspirações dos alunos que se inscrevem nestes cursos e, particularmente, no Técnico Profissional de Produção Agrária? São jovens cuja tradição familiar está de algum modo associada à atividade agrícola? Para responder a esta questão devo convocar diferentes motivações. Desde logo, a vocação, o desejo de garantir a sucessão da atividade familiar e a não menos importante, componente empresarial, tendo em conta os quadros comunitários para o efeito. Qual a duração dos cursos? Após o término do período de formação, um aluno está apto a realizar que tipo de atividades profissionais ligadas aos setor? Três anos! Em empresas do setor agrícola (cooperativas, explorações agro-pecuárias e empresas
fornecedoras de matérias primas para o setor), pode assumir a gestão da empresa familiar, introduzindo melhoramentos nos fatores de produção. Podem ainda conceber e apresentar projetos a fundos comunitários com vista à criação de uma ideia empresarial. Após conclusão do curso, os jovens têm acesso ao ensino superior? Os jovens que concluem com sucesso os três anos de formação podem ingressar no ensino superior mediante a apresentação de candidatura e realização do exame final de Português (639) da componente de formação geral dos cursos científico-humanísticos, e um outro exame final nacional, escolhido entre os que são oferecidos para os vários cursos científico-humanísticos. A APEPA estabeleceu parcerias com as escolas profissionais localizadas no estrangeiro? Quase todas as escolas nacionais estabeleceram ligação a escolas estrangeiras. Essa ligação toma a forma de parceria ganhando expressão em intercâmbios e estágios profissionais, mas também, através da elaboração de candidaturas a programas comunitários (implicando docentes e alunos). A APEPA é membro do EUROPEA, e este organismo reúne, na sua
Tem indicadores quanto à taxa de empregabilidade relacionada com o curso de Técnico de Produção Agrária? É variável, como variáveis são as circunstâncias que rodeiam cada estabelecimento de ensino. Existem taxas na ordem dos 50 aos 90%, e as razões que explicam tal fenómeno estão naturalmente associadas ao nível de desenvolvimento agrícola das regiões. Mudaria algo no programa curricular do Curso de Técnico de Produção Agrária? Esta matéria foi amplamente estudada pela ANQEP (Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional) e as escolas. Desde a conclusão desse trabalho até ao presente, houve mudanças na sociedade civil que obrigam a repensar os programas. A título de exemplo do que acabo de afirmar, é o caso da componente empresarial à qual deveria ser dada maior atenção. A escola Agrícola Conde de S. Bento disponibiliza, também, um curso básico vocacional na área agrícola, que garante equivalência ao 9º ano. Estes cursos têm muita procura? Sim! Verifica-se que o interesse por esses cursos de formação tem vindo a aumentar. Têm como público alvo alunos a partir dos 13 anos, que tiveram duas retenções no mesmo ciclo ou três retenções em ciclos diferente.
alunos
O que nos disseram
Cristina Lopes
18 anos 12º ano do curso Técnico de Produção Agrária
“Escolhi este curso porque os meus pais trabalham na agricultura, nomeadamente na área das hortícolas. Finalizando-o, começo imediatamente a trabalhar com eles, dando seguimento ao que tenho aprendido aqui na escola. Adquiri bastantes conhecimentos que, tenho a certeza, irão ajudar-me no futuro que pretendo construir. Recomendaria esta escola para qualquer jovem”.
“Vim à escola fazer uma visita, gostei e decidi inscrever-me. O meu objetivo é continuar a estudar no Ensino Superior. Quero tirar o curso e, após 3 ou 4 anos, regressar a Angola. Acredito que a escola dá aos seus alunos as ferramentas necessárias para que possam sair daqui bem formados. Irei para Angola com o intuito de melhorar as empresas dos meus pais, que são produtores agrícolas, tanto na área vegetal como animal. Temos ainda uma grande área de produção de soja, milho e hortícolas na província do Moxico”.
João Ribeiro
17 anos 12º ano do curso de Técnico de Produção Agrária
José Mariz
21 anos 12º ano do curso de Técnico de Produção Agrária
“A minha família tem uma empresa, a Reptractor, que vende tractores Kubota e Claas e algumas alfaias. Quando vim para cá tinha já algum conhecimento na área da mecanização. Outro aspeto positivo foi a possibilidade de a minha empresa e a escola terem feito algumas parcerias para que fossem feitas aqui algumas demonstrações com tratores recentes, dando assim um conhecimento mais atual do que é a tecnologia utilizada nos dias de hoje. Pretendo continuar a estudar. Quero dar seguimento ao meu percurso através de um Curso de Especialização Tecnológica (CET) em Mecanização Agrícola”.
“Tenho um amigo com uma oficina que repara máquinas agrícolas e vou trabalhar para lá quando acabar o curso. É para isso que estou aqui, para melhorar alguns aspetos na minha forma de trabalhar para, depois, seguir a carreira profissional. Quando entrei na escola sabia o que ia fazer, pois já tinha falado com a pessoa que me irá dar emprego quando finalizar o curso. Estão a ser anos muito proveitosos e de grande aprendizagem”.
daniel pereira
18 anos 12º ano do curso de Técnico de Produção Agrária
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Educação
Escola Superior Agrária de Elvas (ESAE)
A investigação é vital para qualquer Instituição de Ensino Superior A revista abolsamia visitou as instalações da Escola Superior Agrária de Elvas (ESAE), do Instituto Politécnico de Portalegre. Sempre ao lado da nossa equipa, Luís Alcino, professor adjunto do Departamento de Agricultura e Recursos Naturais, foi mostrando as instalações da escola, fazendo, ao mesmo tempo, inúmeras reflexões sobre a ESAE, a investigação e o ensino superior agrário em Portugal. No fundo, um resumo da matéria dada, recuperando alguma linguagem académica. A ESAE situa-se no antigo quartel militar de Elvas, no centro histórico da cidade. Muros altos e brancos, portões castanhos a fazer lembrar os antigos castelos, caminhos de inclinação elevada, escadarias e pátios arejados. É aqui que se ensinam os trilhos da Agricultura e mecanização agrária através da Licenciatura em Agronomia. Um dos professores desse curso, Luís Alcino, é o nosso anfitrião. Mostra-nos, em primeiro lugar, a sala teórico-prática
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onde os alunos “trabalham” o trator ali exposto, entre outras máquinas agrícolas. “Não temos aulas puramente teóricas. Deve, sempre, haver uma componente prática. No mínimo, teórico-prática”, começa por dizer à equipa d´abolsamia, acrescentando logo de seguida que “o trator foi recuperado pelos alunos e que serve de cobaia para exercícios de treino e manutenção”. Puxando da sua entusiasmada retórica, Luís Alcino, professor das
Luís Alcino, professor adjunto do departamento de Agricultura e Recursos Naturais.
Educação
É necessário fazer uma análise do que são as necessidades e prioridades do mercado. Hoje, é fundamental abordarmos os vibradores de tronco ou as máquinas de colheita de azeitona ou uva. disciplinas de Mecanização e Inovação Tecnológica (mestrado de Agricultura Sustentável), lembra três pontos bastantes relevantes no currículo da disciplina de Mecanização da ESAE: “A segurança e a saúde no trabalho com máquinas agrícolas, o capitulo de oficina onde os alunos identificão as ferramentas e algumas práticas oficinais, e as técnologias de agricultura de precisão. Apesar do pioneirismo nestas temáticas, o curso de Agronomia, como todos os outros em Portugal e na Europa, necessitou de se ajustar devido ao Processo de Bolonha. “Tínhamos duas disciplinas semestrais. Uma delas abarcava temáticas relacionadas com a componente da motorização e sistemas complementares, sendo que
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A componente prática é um dos aspetos mais relevantes no curso de Agronomia, da Escola Superior Agrária de Elvas.
a outra cadeira assentava nas máquinas agrícolas e gestão de parque de máquinas. Com Bolonha, tudo mudou. Cedemos alguns módulos nos currículos existentes na altura e ficamos com apenas uma disciplina para um semestre”, explica, enquanto observa atentamente os seus alunos a realizarem a manutenção de um moticulvador. Ainda que tenha havido uma redução no programa curricular, o professor garante que “este vai claramente ao encontro do que são as prioridades de cada ano letivo”. E explica o porquê do termo “cada ano letivo”. “É necessário fazer uma análise do que são as necessidades e prioridades do mercado em máquinas agrícolas. Já falámos de máquinas de colheita de beterraba, mas de há uns anos a esta parte abandonámos o tema, dada a paragem do setor. Hoje, é fundamental abordarmos os vibradores de tronco ou as máquinas de colheita de azeitona ou uva”, exemplifica. Já fora da escola, num espaço de
práticas, protocolado com o INIA de Elvas, Luís Alcino destaca uma das mais valias oferecida aos alunos de mecanização, que é a possibilidade de, no verão, alguns deles poderem frequentar o curso de operadores de máquinas agrícolas na Universidade de Évora, com os alunos desta instituição e do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, ministrado pelo Centro de Formação Profissional de Évora. São 250 horas práticas e que permitem aos alunos que frequentam esta formação obter a licença de condução de categoria 3. No campo, o professor mostrou aos seus alunos a utilização de um sistema de GPS, tecnologia ligada à agricultura de precisão, tema cujos primeiros trabalhos de investigação de desenvolvimento experimental tiveram origem na ESAE no ano de 2005, com dois projetos financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Uma boa centena de metros ao lado, Pedro Nunes, do
Luís Alcino explica aos seus alunos o funcionamento da condução com um sistema de GPS.
Pedro Nunes, do COTHN, forneceu aos alunos alguns ensinamentos sobre a calibração e inspeção de um pulverizador.
Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN), entidade colaboradora da ESAE, demonstra como calibrar e inspecionar pulverizadores.
Investigação, Extensão e Protocolos
De volta à Escola, no gabinete do professor Luís Alcino, a conversa versa agora sobre a importância da investigação numa escola do
Educação ensino superior, defendendo que, para que esta se distinga das demais tem sempre que apresentar uma forte vertente de investigação, no caso, aplicada. E é nesta componente que Luís Alcino traça um percurso de diferentes participações em projetos financiados, iniciados em 2001 em agricultura sustentável pela Universidade de Évora, 2004 e 2005 com o Instituto Superior de Agronomia em agricultura de precisão e etnobotânica, e em 2010 com associações locais de agricultores, sempre envolvendo a vertente de mecanização. Já em 2014, teve lugar um projeto de parceria com a CNH Portugal/Trimble, Tomix e COTHN, para o uso de tecnologias de agricultura de precisão em pulverizadores, cujos trabalhos de encontram em curso.
Um aspeto que o docente gostaria de ver melhor conseguido no ensino superior agrário em Portugal tem que ver com a extensão rural. Alcino explica. “Quando abrimos uma página da Internet de uma universidade norte-americana ligada ao ramo da agricultura, encontramos, sempre, serviços de extensão rural. Não é uma filosofia europeia, bem sei, mas é um mecanismo fundamental de ligação da instituição ao meio que a envolve. Na ESAE, o nosso melhor exemplo é o laboratório de química agrícola. Na área da mecanização faltanos gente para levar este trabalho por diante. Por fim e sob a tónica dos protocolos e parcerias, o docente considera-os determinantes para que a Escola se mantenha na linha da frente no ensino e formação em mecanização agrícola”.
“A taxa de empregabilidade no curso de Agronomia é superior a 80%” rato nunes
Diretor da ESAE e Coordenador da Licenciatura em Agronomia
A Escola Superior Agrária de Elvas (ESAE), dirigida pelo professor Rato Nunes, é uma referência junto do empresariado local. É para lá que vai a maioria dos alunos do curso de Agronomia, que tem uma taxa de empregabilidade na ordem dos 80%. Anualmente, o curso tem vindo a receber mais matrículas, dando razão ao propalado cada vez maior interesse nacional pela Agricultura. A conversa começa por aí.
Os alunos que frequentam a licenciatura de Agronomia sentem-se, de alguma forma, sensibilizados pelo atual mediatismo que a agricultura tem a nível nacional? É um fenómeno que existe, sim. Nota-se um interesse crescente
por parte da juventude no que diz respeito as cursos ligados à área agrícola, ambiente e sustentabilidade. Também no ensino secundário e ao nível das escolas profissionais nota-se um aumento da curiosidade. A Escola Secundária de Elvas tem
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Educação um curso de Produção Agrícola e tem sempre as suas turmas bem compostas. Quanto a nós, temos observado um aumento ligeiro de alunos, apesar de não tão acentuado como desejaríamos. Notam que os vossos alunos, quando entram para o curso de Agronomia, têm já um futuro delineado, ou são mais os casos em que a vida além licenciatura é, ainda, uma incógnita? Somos confrontados com as duas situações. Temos alunos que vêm de famílias de agricultores, em que os pais já se dedicam a esta atividade há alguns anos e o objetivo passa por tomar conta do negócio. Outros há, que não possuem nenhum historial agrícola. Inscrevem-se no curso porque sentem-se motivados e interessados pelo ramo. Em que variante, dentro da agricultura, vão trabalhar no futuro? Vão descobrindo com o decorrer do percurso académico. É um processo natural. Na abertura das matrículas do último ano letivo registaram a inscrição de cerca de 40 alunos. A tendência é de crescimento? As matrículas têm vindo a crescer, mas ligeiramente. Os números têm sido bons, até porque sabemos que as escolas superiores nesta área, situadas no interior do país, têm bastantes dificuldades em captar alunos através do Concurso Nacional de Acesso. O que sucede, no nosso caso, é que temos um conjunto de outros públicos que são enormes mais-valias. São eles os alunos com mais de 23 anos que voltam a estudar e os jovens que provêm dos cursos de Especialização Tecnológica, os CET´s, para os quais temos vagas. Existem quatro CET´s em funcionamento e é mais uma fonte para o nosso corpo discente. O perfil dos nossos alunos não é o tradicional, que finaliza o 12º ano e segue para o ensino superior. Os nossos fazem um circuito mais alternativo, não
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tão tradicional. Este público é mais objetivo e ciente daquilo que pretende para o seu futuro. Muitos dos nossos melhores alunos saem deste grupo. A ESAE trabalha com universidades internacionais na colocação e intercâmbio de alunos? A internacionalização no ensino superior é uma obrigatoriedade. Somos avaliados pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3E’s), sendo que os nossos cursos apenas podem funcionar se forem avaliados positivamente. A internacionalização é um dos aspetos avaliados pela A3E’s. E de que forma fazemos a internacionalização dos nossos alunos? Através de programas comunitários que promovem bolsas para esse efeito. O programa ERASMUS+permite que os discentes vão estudar para o exterior. Gostaríamos de enviar e receber mais alunos, pois o número não é muito elevado. Andaremos pelos 3/4% no total de enviados e recebidos. São números baixos mas, ainda assim, temos melhorado nos últimos anos. Existem também bolsas para os docentes que vão passar uma semana a uma instituição de ensino superior estrangeira e que têm de lecionar 8 horas de aulas. Além destas, têm contacto com outras realidades académicas, preparam projetos de investigação…são ligações muito importantes para a ESAE. Queremos melhorar neste item, mas trata-se de um assunto que não depende só de nós, mas sim do número de bolsas que nos atribuem. Temos, também, um gabinete de Relações Internacionais que gere estes assuntos. E do ponto de vista profissional, a ESAE tem algum tipo de ligação com o tecido empresarial da região? Existe, de facto, uma ligação
muito grande entre a escola e o empresariado local. Vamos a exemplos: além dos alunos terem um estágio final obrigatório, feito em empresas, há a possibilidade de se fazerem estágios intercalares, promovidos pelo nosso Gabinete de Inserção na Vida Ativa. Desta forma, os alunos vão sendo integrados, ao longo da sua formação, no tecido empresarial. Como instituição, temos também uma grande conexão com os empresários agrícolas da região. Exemplo disso é o facto de sermos a única ou das poucas escolas superiores que não tem um palmo de terra agrícola. Foi sempre nossa filosofia enviar os alunos para empresas agrícolas onde não existe uma rede de proteção nem nenhum tipo de simulação. No fundo, trata-se da vida real. Ganharão, decerto, mais competências com esta estratégia. Fazemos algumas práticas, ensaios e projetos de investigação na Herdade da Comenda, mas a prioridade
é direcionar os alunos para explorações agrícolas de cariz profissional. Também temos uma estrutura de prestação de serviços a agricultores para dar resposta a alguns dos problemas técnicos que possam enfrentar. Fazemos uso do nosso know-how técnico e temos um laboratório de química agrícola que faz 2500/3000 análises de solo por ano para os agricultores locais. Tudo isto faz com que tenhamos uma ligação muito íntima com a região. Esta escola só faz sentido situarse em Elvas se for útil para o empresariado local. Qual a taxa de integração dos alunos do curso de Agronomia junto das empresas? Fazemos essa contabilidade a partir da taxa de empregabilidade, donde podemos afirmar que a taxa de empregabilidade é superior a 80% e os alunos estão colocados em empresas agrícolas, algumas aqui da região.
“A maioria dos nossos mestrandos trabalha no setor” Francisco Mondragão-Rodrigues Coordenador do Mestrado em Agricultura Sustentável
A importância da mecanização agrícola na agricultura nacional dominou a conversa com Francisco Mondragão-Rodrigues, coordenador do mestrado em Agricultura Sustentável da Escola Superior Agrária de Elvas (ESAE). Por outro lado, abordou-se a necessidade das empresas se aproximarem das universidades.
O mestrado em Agricultura Sustentável apresenta uma disciplina dedicada à Mecanização Agrícola. Qual a abordagem efetuada junto dos alunos? A abordagem está diretamente ligada ao tema da sustentabilidade na agricultura.
Falamos do uso racional de recursos naturais, redução de custos e diminuição do impacto da atividade agrícola no ambiente. E é aqui que a inovação tecnológica e a mecanização agrícola têm um papel muito importante, pois estamos a falar de um controlo de custos
Educação através da alteração de técnicas de mecanização e mobilização de conservação. Por outro lado, a utilização de novas tecnologias e a agricultura de precisão, aplicação diferenciada de fatores de produção, redução do número de passagens das máquinas nas culturas, uso de fitofármacos e gestão eficiente de um parque de máquinas são módulos que fazem parte da unidade curricular. Os mestrados lecionados em Portugal na área da agricultura e mecanização têm o mesmo nível qualitativo que os seus homólogos na restante Europa? A ESAE foi a primeira escola que utilizou esta designação numa formação agrícola. Este mestrado vem no seguimento de uma licenciatura bietápica que tivemos em 2000. Já nesse curso tínhamos o ramo da Agricultura Sustentável, o que significa que falamos neste tema há 15 anos, tendo, também nessa altura, surgido o módulo de inovação tecnológica ligada à agricultura de precisão e mecanização. Resumindo, podemos afirmar que todas estas problemáticas ligadas à agricultura surgiram há imenso tempo nesta escola. Inspirámo-nos em alguns cursos lá fora, mas em Portugal fomos pioneiros. O mestrado vai na sua oitava edição em funcionamento
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A abordagem [está diretamente ligada ao tema da sustentabilidade na agricultura. Falamos do uso racional de recursos naturais, redução de custos e diminuição do impacto da atividade agrícola no ambiente.
contínuo, o que mostra que tem havido procura, embora com uma diminuição acentuada nos últimos anos. Que soluções profissionais o mestrado oferece aos seus alunos? Possuímos um público algo diferente do existente nas instituições de ensino do litoral. A maioria dos alunos do nosso mestrado já está a trabalhar no setor: são empresários em nome individual, pertencem a alguma sociedade agrícola familiar ou são funcionários de empresas agrícolas que sentem a necessidade de fazer uma atualização de conhecimentos e competências. Ou seja, quando
finalizam a formação estão empregados. Mesmo os que não estão inseridos neste paradigma, facilmente têm encontrado emprego. Sente que uma ligação maior entre as grandes marcas ligadas à mecanização agrária e a ESAE poderia garantir uma componente prática mais significativa aos vossos alunos do mestrado? Seria bastante importante que isso acontecesse, sem dúvida! O professor Luís Alcino, até pelos seus contactos na área, tem fomentado essa relação junto das empresas da região ligadas ao comércio de máquinas agrícolas. E penso que o tem feito de forma exemplar. Mas é minha convicção que deveria haver uma iniciativa espontânea por parte das empresas que importam e comercializam máquinas através das suas redes de agentes para terem uma presença mais contínua nas universidades. Talvez, no Instituto Superior de Agronomia (ISA), que é a grande casa de agricultura do país, as marcas sintam a necessidade de estarem presentes, no entanto acredito que fosse relevante dirigirem-se a estas escolas de menor dimensão, até porque muitas vezes são as que estão no terreno e que colocam os seus alunos a trabalhar no setor. As marcas deveriam deslocar-se às instituições de ensino superior.
Como avalia o ensino de mecanização agrária em Portugal? Até hoje, pelo menos, não foi dada a importância devida à questão da mecanização, mas, na minha opinião, tem vindo a ganhar terreno porque as máquinas estão muito presentes nas atividades agrícolas. Isto sucede devido a duas razões fundamentais: há menos mão-de-obra disponível e esta é cada vez mais cara. Existe uma tendência natural em substituir a mão-de-obra pelas máquinas e, nesse sentido, acredito que o ensino desta matéria irá ganhar importância de forma natural.
Até hoje não foi dada a importância devida à questão da mecanização, mas, na minha opinião, tem vindo a ganhar terreno porque as máquinas estão muito presentes nas atividades agrícolas.
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Quais as escolas profissionais agrícolas em Portugal?
Escola Profissional Agrícola Afonso Duarte | Montemor-o-Velho Cursos: Técnico Agro-Florestal; Técnico de Gestão e Recuperação de Espaços Verdes; Técnico de Produção Vegetal; Técnico de Indústrias Agro-Alimentares; Operador Horto-Florícola; Operador Agrícola » epaad.no.sapo.pt Escola Profissional Agrícola Conde de São Bento | Santo Tirso Curso: Técnico de Produção Agrária » epacsb.pt Escola Profissional de Fermil | Celorico de Basto Curso: Técnico de Produção Agrária » epfermil.pt Escola Profissional de Desenvolvimento Rural do Rodo | Régua Curso: Técnico de Viticultura e Enologia » epregua.pt Escola Profissional Agrícola Fernando Barros Leal | Runa Cursos: Técnico de Produção Agrária (variante animal e vegetal); Técnico de Turismo Ambiental e Rural; Técnico de Recursos Ambientais e Florestais; Operador de Máquinas Agrícolas; Operador Florestal; Manutenção de Relvados e Campos de Golfe » epafbl.edu.pt Escola Profissional Agrícola de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Carvalhais | Mirandela Cursos: Técnico de Viticultura e Enologia; Técnico de Produção Agrária; Técnico de Turismo Ambiental e Rural » epacarvalhais.com
Educação Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural | Ponte de Lima Cursos: Técnico de Produção Agrária (variantes produção animal, vegetal e transformação) » eppl.pt Escola Profissional Agrícola Quinta da Lageosa | Belmonte Cursos: Técnico de Produção Agrária; Técnico de Recursos Florestais e Ambientais; Técnico de Turismo Ambiental e Rural; Técnico de Viticultura e Enologia » quintadalageosa.pt Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes | Abrantes Cursos: Técnico de Produção Agrária; Técnico de Recursos Florestais e Ambientais; Técnico de Turismo Ambiental e Rural » epdra.pt Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Marco de Canaveses | Marco de Canaveses Cursos: Gestão da Animação Turística em Espaço Rural; Jardinagem e Espaços Verdes; Produção Agrária; Turismo Ambiental e Rural » epamac.com Escola Profissional Agrícola D. Dinis/Paiã | Pontinha Cursos: Técnico de Produção Agrária; Técnico de Jardinagem e Espaços Verdes; Técnico de Viticultura e Enologia » epadd-paia.pt Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento de Cister | Alcobaça Cursos: Produção Agrária » epadrc.pt Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter do Chão | Alter do Chão Cursos: Técnico de Produção Agrária » epdrac.pt
Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos | Vagos Cursos: Técnico de Produção Agrária; Turismo Ambiental e Rural » epadrv.edu.pt Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa | Serpa Cursos: Técnico de Produção Agrária » epdrs.pt Escola Profissional Desenvolvimento Rural de Grândola | Grândola Cursos: Técnico de Produção Agrária; Manutenção de Campos de Golfe; Horticultura/Fruticultura; Técnico de Turismo Ambiental e Rural » epdrgrandola.pt
A agricultura no Ensino Superior em Portugal
Escola Superior Agrária de Beja Curso: Agronomia » ipbeja.pt Escola Superior Agrária de Bragança Curso: Engenharia Agronómica » esa.ipb.pt Escola Superior Agrária de Castelo Branco Curso: Agronomia » ipcb.pt Escola Superior Agrária de Coimbra Curso: Engenharia Agro-Pecuária » esac.pt
Escola Superior Agrária de Elvas Curso: Agronomia » esaelvas.pt Escola Superior Agrária de Ponte de Lima Curso: Agronomia | Engenharia Agronómica (Espaços Verdes) | Engenharia Agronómica (Zootecnia) » esa.ipvc.pt Escola Superior Agrária de Santarém Curso: Agronomia | Engenharia Agronómica » si.esa.ipsantarem.pt Escola Agrária de Viseu Curso: Engenharia Agronómica » esav.ipv.pt Instituto Superior de Agronomia Curso: Engenharia Agronómica » isa.ulisboa.pt Escola de Ciências Agrárias e Veterinárias – Universidade Trásos-Montes Curso: Ciências Agronómicas e Florestais | Engenharia Agronómica » utad.pt Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade do Algarve Curso: Agronomia » fct.ualg.pt Escola de Ciências e Tecnologia – Universidade de Évora Curso: Agronomia » uevora.pt Universidade da Madeira Curso: Agricultura Biológica » uma.pt Universidade dos Açores Curso: Ciências Agrárias » uac.pt Universidade Lusófona de Lisboa Curso: Engenharia Agronómica » ulusofona.pt
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Estatísticas Portugal
tratores Agrícolas
reboques e semirreboques
O primeiro trimestre do ano mostra uma evolução positiva relativamente ao mesmo período de 2014.
O PRIMEIRO trimestre de 2015 MOsTRA UM aumento de 41% relativamente ao período homólogo de 2014.
Em março de 2015, foram matriculados 587 tratores, o que significa um acréscimo de 44,9% relativamente ao mesmo mês do ano transato. Por tipologia, os tratores convencionais registaram 291 novas unidades, representando assim uma subida de 47,7% face ao período homólogo de 2014. Nos compactos, houve uma subida de 29,1%, o equivalente a 191 tratores. Já nos especializados – pomareiros e vinhateiros – registo de nova subida – 75% - para um total de 105 máquinas.
No primeiro trimestre do ano foram matriculados 829 reboques agrícolas, representando um aumento de 41% relativamente ao período homólogo de 2014. Herculano, Rates, Joper, Massil e Reboal foram as marcas mais vendidas.
O mercado de
1320
494 460 211
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2014
2015
Tratores
2266
2115
185
70
25 40 93 8 19
9 20 38 1 2
949
798
Máquinas automotrizes Colheita de Cereais Outras Automotrizes Equipamentos de Carga Tratocarros Outros
Reboques
Fonte: Dirección General de Recursos Agrícolas y Ganaderos del MAGRAMA
Matrículas de Tratores Agrícolas novos 1º trimestre 2015
1º Trimestre
610
2015
1º trimestre 2015 Tipo de máquina
europa
1088
2014
O mercado de máquinas agrícolas no país vizinho relativo ao primeiro trimestre continua incerto: se nos tratores se regista uma variação negativa de 6,66% (2.115 unidades em 2015, contra 2.266 em 2014), nas máquinas automotrizes o balanço é favorável em 9,19%: 202 máquinas em 2015 face às 185 do ano passado. Já nos reboques, nova variação negativa: 15,91%. Em 2015 foram matriculados 798 novos reboques, contra os 949 de 2014.
Por fim, no mercado de semi-reboques, foram matriculados 904 unidades, o que significa uma subida de 97,4% face ao mesmo período de 2014. As marcas mais vendidas são a Schmitz, Krone, Invepe-Joluso, Kogel e a Lecitrailer.
Matrículas de Tratores Agrícolas novos 1º trimestre 2015
Convencionais
maquinariA NOVA
Nos reboques especiais foram matriculados 186 novos produtos ou seja, mais 93,8% que no anterior. O ranking de marcas mais representativo é composto pela Bracal, Top Trailer, Satélite, Sado Trailer e Cheval Liberté e a Q.F.
Relativamente à distribuição das matrículas por classe de potência, os escalões dos 40 aos 88kw representam 45,8% do total. O segmento até aos 39kw fica com 43,9%, sendo que as potências acima dos 88kw quedam-se pelos 10,3%.
Compactos
Matrículas de
No que aos reboques de carga diz respeito, houve registo de 187 unidades, o equivalente a uma subida na ordem dos 78,1% face aos primeiros três meses de 2014. Top Traile, Ifor Williams, Outeiro, Palma e Trigano, por esta ordem, foram as marcas mais comercializadas.
No que diz respeito ao 1º trimestre de 2015, foram matriculados um total de 1320 unidades, o equivalente a um crescimento no mercado de 21,3% face ao mesmo período do ano anterior. Esta evolução positiva foi determinada pelo crescimento de 23,5% das matrículas nos convencionais – 610 -, de 20,1% nos compactos – 460 – e 18,5% nos tratores especiais.
383
ESPANHA
O mercado de
250
Especiais
Total
Origem: IMT Fonte: ACAP
2014
2015 Variação (%)
Alemanha
7915
6955
-12,13
França
5685
4832
-15,00
Itália
4616
4180
-9,45
Reino Unido
3240
2630
-18,83
Espanha
2266
2115
-6,66
Portugal
1088
1320
21,30
Notícias Stanhay - SEMENTEIRA DE Precisão para Horticultura A marca Stanhay - semeadores pneumáticos de alta precisão para horticultura - é representada em Portugal pela empresa Gêbêcê desde 2005, onde conta já com muitas unidades vendidas, principalmente nas zonas de Alcochete, Golegã, em Benfica do Ribatejo, Salvaterra e Alentejo. As culturas em que é mais utilizado o modelo comercializado pela Gêbêcê, denominado Star, são a da cenoura e cebola, para além do nabo e da beterraba de mesa. Para a sementeira da cenoura, normalmente são vendidos com 3 corpos/elementos e com 3 linhas por corpo. E para a cebola com 4 corpos/elementos e com 2 linhas por corpo/elemento.
Engate de alfaias facilitado Há coisas que de tão simples e óbvias, nos arrancam de imediato uma pergunta. Como é que ainda ninguém tinha pensado nisto? Falamos do Safehitch, uma barra metálica deslizante patenteada na Irlanda e que tem por objetivo tornar o engate de alfaias mais fácil e mais seguro. Graças a uma escala com 18 posições de regulação, este dispositivo permite que durante a operação de engate os braços do hidráulico se mantenham com a abertura correspondente a cada alfaia.
Para que o operador saiba de antemão qual a regulação a aplicar, a cada alfaia é atribuído um número, consoante a largura do cabeçote. A grande vantagem é acabar com aquele sobe e desce do trator, que acontece sempre que se engata uma alfaia sem a ajuda de outra pessoa. Juntamente com a barra, o cliente pode comprar jogos adicionais de braçadeiras de fixação para a pode utilizar em mais do que um trator. Mais informações em: http://gethitched.ie
Semeador pneumático de precisão, modelo Star Pormenor de corpo/elemento – Pode observar-se o patim “Sky Coulter” por baixo da caixa. Com uma janela com orifícios, poderá verificar com facilidade a efetividade momentânea do vácuo. Por aí vê-se perfeitamente o disco, que deverá levar apenas uma semente por orifício do disco. Logo por detrás do patim, temos um recobridor em V, com regulação em altura e extensão para tapar a semente. Para regular a profundidade de sementeira
existe uma alavanca que corre e se fixa nesse quarto de disco dentado que se vê à esquerda na foto.
Gêbêcê Moto Agro Sociedade Unipessoal Lda.Site: www.gebece.pt
Tempo Väderstad Foi vendido em Portugal o primeiro semeador monogérmico Väderstad, modelo Tempo TPF 8. A máquina foi entregue no mês de abril pela empresa Manuel Fialho, importador para o nosso país da marca sueca Väderstad, à prestadora de serviços A.B.Simões, Lda. Trata-se de uma máquina com gestão electrónica, equipada com adubadores de discos, com reservatório de 1700 litros, microgranuladores com 17 litros cada (17X8), e traçadores de discos hidráulicos. Mais detalhes no catálogo online em: www.vaderstad.com.
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Gestão da Água por Ângelo Delgado
Alqueva, água e Europa
O desafio foi lançado aos agricultores presentes no Alqueva pela Magos Irrigation Systems: poupar 10% de água nas suas culturas, sem prejuízo para as mesmas. Este foi o mote para uma discussão que envolveu temas como o preço da água, a incompreensão de Bruxelas para com o regadio ou a importância de aumentar a superfície regada em Portugal, com particular destaque para o Alqueva. O debate ocorreu no mês passado, em Beja, nas instalações da EDIA.
“Portugal enfrenta um conjunto vasto de desafios relacionados com a rega, mas destacaria dois: numa frente interna obter ganhos de eficiência ao mesmo tempo que aumentamos a superfície regada e, lá fora, tornar evidente aos olhos da Europa a bondade de um regadio de qualidade”. Francisco Gomes da Silva, antigo secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, é o autor das declarações. Uma posição defendida no passado dia 12 de março, em Beja, aquando do debate sobre o “Uso Eficiente da Água” no auditório da EDIA e que teve o patrocínio da Magos Irrigation System, empresa que desafiou os agricultores nacionais a pouparem 10% de água. De volta ao antigo governante e também professor no Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa (ISA),
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Acredito que não seja por má vontade, mas apenas por ignorância que, por exemplo, a Comissão Europeia (CE) exija mundos e fundos para apoiar investimentos em regadio em Portugal. Fernando Gomes da Silva, professor do ISA
um novo apelo surge para a necessidade de um rápido aumento da área regada. “Sem água disponível os nossos níveis de produtividade são reduzidíssimos. É a única forma de adaptarmos o nosso território às alterações climáticas”, alertou, chamando a atenção,
Francisco Gomes da Silva, antigo secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural.
Gestão da Água
Guilherme Vidigal, projectista da Magos Irrigation Systems.
ainda assim, para a necessidade “de aumentar os níveis de eficiência do seu uso, por ser um recurso precioso e escasso”. É neste contexto que surge a Magos Irrigation System. Guilherme Vidigal, projetista da empresa com sede em Salvaterra de Magos, fez uma breve apresentação dos serviços. “Fornecemos soluções integradas, eficientes e ambientalmente responsáveis no que toca à gestão da água de rega. Analisamos cada situação com vista a dimensionar e propor o sistema de rega mais adequado às necessidades da cultura, tendo em consideração as características do solo, cultura, clima, água e energia disponível”, explica. É, aliás, tendo em conta estas valências, que a Magos lança o desafio aos agricultores do Alqueva no sentido de poupar 10% de água sem afetarem a produtividades das culturas. “Trata-se de um desafio essencialmente técnico, inerente à conceção e montagem do sistema de rega, que se quer mais eficiente. No fundo, passa por produzir mais alimentos com menos água e energia”, complementa. Já sobre a região do Alqueva, Guilherme Vidigal destaca a sua importância para o futuro do país a nível agrícola. “O Alqueva
É um desafio [poupança de 10% no regadio] técnico, inerente à conceção e montagem do sistema de rega, que se quer mais eficiente. Queremos produzir mais alimentos com menos água e energia. Guilherme Vidigal, projectista da Magos Irrigation Systems
apresenta-se no panorama agrícola nacional como uma enorme área, e de excelência, onde predominam solos com ótimas potencialidades produtivas, uma disponibilidade de água sem precedentes e um clima que nos permite ser bastante competitivos em comparação com outras regiões da Europa. É de antever um aproveitamento agrícola de enorme sucesso nos próximos anos na região”. Aproveitando o balanço desta declaração, Pedro Teixeira, diretor-geral da Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) revelou o número que o Estado pretende investir. “As intenções de investimento em regadio em Portugal totalizam, neste momento, mil milhões de euros”. José Pedro Salema, presidente da EDIA, junta-se à discussão e lança alguns números para análise, tendo o Alqueva como pano de fundo. “Na passada campanha de rega a EDIA tinha disponíveis 68 mil hectares de
O olival, com cerca de 50%, é a cultura mais relevante do Alqueva. O milho e a vinha completam o lote. José Pedro Salema, presidente da EDIA
regadio. Destes, 65% registaram uma ocupação efetiva, o que revela uma taxa de adesão muito interessante tendo em conta a juventude do projeto. Na presente campanha, estarão disponíveis 88 mil hectares, mas como muitas das culturas ainda não estão no terreno, não existem ainda taxas de utilização atualizadas”, descreve. Sobre que culturas têm um maior peso associado ao regadio, José Pedro Salema é perentório: “O olival com sensivelmente 50% da área”. O milho e a vinha, segundo o presidente da EDIA completam o pódio. Sobre que culturas deverão aparecer em força no Alqueva, algumas reservas, mas duas certezas. “Tudo irá depender do mercado, da procura e da rentabilidade, mas diria que há espaço para muitas culturas novas na região, nomeadamente as hortícolas e os frutos-secos”, projetou.
José Pedro Salema, presidente da EDIA.
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Gestão da Água vinha 6,92%
Hortícolas 7%
O que é o Alqueva? Forrageiras 5,34% cereais 4,17%
milho 16,86%
oleaginosas 3,4% frutícolas, aromáticas e medicinais 2,79%
Maiores culturas no Alqueva
outros 0,32%
O Alqueva assenta no conceito de fins múltiplos e na gestão integrada da sua reserva estratégica de água. É o maior lago artificial da Europa e estende-se por 83km, ocupando uma área de 250km2. Abrange os concelhos de Moura, Portel, Mourão, Reguengos de Monsaraz e Alandroal. Abastecimento público com o reforço a 5 barragens Capacidade total de armazenamento: 4 150 milhões de m3 Volume utilizável em exploração normal: 3 150 milhões de m3 Chega a cerca de 200 mil habitantes Abastece a agricultura, com uma área de regadio de 120 mil hectares Auxilia a indústria para a produção de energia limpa fomenta o turismo
O olival é a cultura mais representativa ocupando 53,21% da área atual
3 perguntas a guilherme vidigal Magos Irrigation Systems
Preço da água e a Europa Um dos assuntos mais debatidos no auditório da EDIA, o preço da água, teve em Francisco Gomes da Silva um dos protagonistas. “O preço só é um problema para os agricultores se tornar a rega incomportável. Mas, nesse caso, não será um problema exclusivo dos agricultores, mas de todo o país. O importante é que a água esteja disponível em condições de ser utilizada de forma competitiva”, começa por dizer. Ainda sobre o mesmo assunto, o docente lembra que “de acordo com a Lei da Água, o seu preço deverá cobrir os custos necessários à sua disponibilização, incluindo os ambientais e de escassez”. E é chegado ao tema “ambiente”, que Gomes da Silva torna mais incisivo o seu discurso. “Acredito que não seja por má vontade, mas apenas por ignorância que, por exemplo, a Comissão Europeia (CE) exija mundos e fundos para apoiar investimentos em regadio em Portugal. Acaso a CE não tem noção daquilo que se estima venha a ser a evolução das tipologias climáticas no território europeu? É bem verdade que o processo é mais intenso no Sul da Europa, mas o Centro e Norte não são poupados”, critica. Mais cauteloso neste tema,
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o presidente da EDIA lembra que “no clima mediterrâneo, como é o Alentejo, quando as temperaturas são maiores, ou seja, quando as plantas necessitam de água, é quando a pluviosidade é menor”. “Apesar de, por exemplo, a quantidade de chuva em Paris ser, em termos absolutos, pouco superior à de Beja, a sua distribuição durante o ano é compatível com as necessidades de água das plantas”, justifica. Sobre o preço da água, José Pedro Salema recorda que “está determinado por portaria e ao preço fixado aplica-se um desconto progressivo nos primeiros sete anos de exploração de um novo perímetro de rega, começando nos 70% e diminuindo 10% ao ano”. Frisando que, na sua opinião, o “preço da água não é inibidor da prática do regadio”, o responsável da EDIA destaca o facto de aqueles descontos “serem considerados como uma medida de estímulo à adesão do regadio”. “O preço da água deve ser encarado como mais um fator de produção e, por isso, deve-se escolher as produções cujas contas de cultura se ajustam a este novo fator no sentido de conseguir maiores rentabilidades”, finalizou.
De que forma se poderá fazer um uso mais eficiente da água por parte dos agricultores? Acreditamos que um projeto desenhado de forma inteligente, com base nas condições de campo e no conhecimento agronómico, é a melhor forma de obter aquilo que permite uma poupança efetiva de água. Por outro lado, dispomos de uma ampla gama de produtos na vanguarda técnica do mercado adaptados às mais variadas condições de rega, que em conjunto com os nossos programadores de rega permitem fazer a gestão integrada do sistema. Que mais-valias a vossa empresa disponibiliza aos clientes? A Magos dispõe de equipas dotadas das mais diversas valias técnicas que acompanham em permanência o processo de construção do sistema de rega, desde a análise das características do local onde vai ser instalado, ao projeto e dimensionamento e posterior instalação do sistema de rega. Tantos os projetistas como as equipas de instalação têm formação em Agronomia, Ambiente e Eletrotécnica. Neste acompanhamento integrado realço também o papel da equipa técnico-comercial que assegura o esclarecimento e assistência permanente ao cliente. Como abordam os produtores/empresários agrícolas a nível comercial? A interação Magos Irrigation Systems/cliente ocorre, sobretudo, por intermédio da nossa equipa técnico-comercial que está presente em todo o território nacional. Por cada região do país temos um comercial responsável pelo contato com o cliente, que conhece a especificidade da agricultura local e as necessidades dos agricultores, apresentando a melhor solução técnica para cada caso. Sabemos que os clientes dão preferência e confiam os seus projetos de rega a quem está mais próximo geograficamente, razão pela qual decidimos estabelecer uma filial na Zona Industrial de Beja, onde temos hoje uma equipa de 11 colaboradores. O potencial de crescimento da agricultura no Alentejo é enorme e representa um grande desafio para o setor da rega. Acreditamos que o futuro do regadio em Portugal passa, sobretudo, pelo Alqueva.
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Produto Tubos em Hardox 500 de elevada resistência
Ceifeira-debulhadora articulada Tribine Da América chega a notícia de uma ceifeira-debulhadora muito diferente das que estamos acostumados. Tribine em vez de assentar numa estrutura rígida com rodas desiguais, como todas as outras ceifeiras-debulhadoras que conhecemos, é uma máquina de chassis articulado em que o eixo dianteiro e o eixo traseiro são exatamente iguais, bem como a medida de rodas que têm instaladas. Esta revolucionária arquitetura apresenta algumas vantagens: melhor distribuição de peso e consequentemente uma menor compactação do solo; maior capacidade do tegão; e maior rapidez de descarga. Na prática é como se a uma ceifeira-debulhadora normal se tivesse atrelado um reboque de transfega. Enquanto um modelo convencional de gama alta tem um tegão com capacidade máxima em redor das 12 toneladas, a Tribine supera as 25 toneladas de capacidade. Impressionante é também a velocidade de descarga. Um tegão completo pode ser transferido em 2 minutos. Possui tração permanente às quatro rodas, e um sistema de direção que pode funcionar em modo caranguejo para permitir uma melhor aproximação às margens das parcelas ou a um camião. As manobras são ainda facilitadas graças a câmaras instaladas em diferentes partes da máquina: no tegão, na traseira, e no tubo de descarga. A Tribine ainda é um protótipo mas já em estado muito avançado de desenvolvimento. A versão final, que provavelmente ficará disponível só no mercado americano, deve estar pronta em 2016.
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SSAB Na gama de materiais da SSAB é agora possível encontrar tubos em Hardox 500, que foram desenvolvidos para um alto desempenho em todas as aplicações que valorizam uma elevada resistência ao desgaste, um maior ciclo de vida, e peso reduzido. Estes tubos oferecem a mesma resistência que a chapa antidesgaste Hardox, com a diferença de apresentarem um formato circular. «As propriedades finais são estabelecidas após a laminagem e a soldadura, o que garante consistência, elevadas qualidades de dureza e resistência», afirma Fredrik Mikaelsson, diretor de tubos e secções na SSAB. São indicados para transportar materiais abrasivos, como cimento húmido, terra, gravilha e minério de ferro. Segundo a
SSAB, a sua utilização pode aumentar até dez vezes ou mais a durabilidade de certos produtos. Estão disponíveis nos diâmetros de 88,9-133 mm e com diferentes espessuras de material.
Válvula hidráulica multifunções
Cardan com proteção integral Eurocardan Podíamos pensar que não haveria muito por onde inovar a nível de veios de cardan. Mas não é bem assim. Este fabricante italiano, especialista neste tipo de componentes, tem vindo a introduzir algumas inovações, entre elas o modo como é feita a lubrificação destes veios e o modo como são engatados na TDF do trator. Mas não se ficou por aqui. Por norma os cardans estão cobertos por uma proteção em plástico ao longo de toda a sua extensão, exceto nas pontas para facilitar o encaixe no trator e na alfaia. O que a Eurocardan agora fez de inovador foi desenhar uma proteção que cobre o cardan na sua totalidade, sendo a operação de encaixe e desencaixe feita com a ajuda de duas patilhas que sobressaem dessa proteção.
Carraro Um conjunto de dispositivos destinados ao sistema de travagem trator/reboque, proposto pela Carraro SpA, em parceria com a Safim e a Lochmann, foi uma das inovações premiadas na EIMA. Com a entrada em vigor do novo enquadramento legislativo europeu sobre a homologação de tratores (mother regulation), prevista para 2016, a ligação entre o trator e o reboque ao nível do sistema de travagem terá de cumprir novos requisitos. A solução agora apresentada por estas três firmas é composta por quatro dispositivos – uma válvula multifuncional, dispositivo automático, uma alavanca de travão de mão, e duas válvulas fêmeas de ligação ao reboque – e garante a compatibilidade com os sistemas de válvulas atuais.
Produto Barcos que limpam os cursos de água
Nova Série 5 John Deere A John Deere Ibérica apresentou, em março, os seus novos tratores especiais Série 5: 5GF, 5GN, 5GV e 5GL. Esta série de tratores, desenhados para se adaptarem às mais variadas condições de trabalho, em pomares, vinhas e hortas, está disponível nas potências de 75, 85 e 100 cavalos. Indo um pouco ao pormenor de cada máquina, segundo dados disponibilizados pela John Deere, deve-se realçar que o modelo 5100GF destacase por ser um trator multiusos perfeito para trabalhar em hortas e vinhas devido ao seus dois metros de largura. Já o 5100GN, desenhado para hortas estreitas, possui 1,85 metros. O modelo 5085GV é bastante cómodo e tem uma grande visibilidade. Os seus 1,6 metros são perfeitos para culturas vitivinícolas muito estreitas, tendo um raio de viragem de 3,6 metros. O 5085GL apresenta um rendimento alto, sendo uma máquina baixa (2,12 metros de altura e 1,90 metros de largura) e exclusiva para vinhas ou hortícolas com ramos baixos.
Cabena O Centro Náutico de Montemor-o-Velho lançou à água, em março passado, o novo barco que irá assegurar a limpeza e manutenção da sua pista desportiva. Numa pista que é considerada uma das melhores à escala global, este é um trabalho fundamental na optimização da prática desportiva. O barco multifunções da marca holandesa Conver, representada em Portugal pela empresa Cabena, permite não só cortar, mas também recolher e transportar as infestantes da água e das margens. Para evitar o derrame de combustível, está equipado com um sistema de segurança, sendo que todas as operações implicadas na utilização do equipamento e no seu transporte são efectuadas por um só operador. Direcionado para a prática desportiva de canoagem, remo, triatlo e natação em águas abertas, o Centro Náutico está também a ficar mais próximo da população com a criação de uma pista de pesca desportiva no canal de arrefecimento, reforçando, desta forma, a vocação e o serviço a efetuar pelo barco multifunções. Mais informações em: www.cabena.pt
Novas aplicações móveis Trelleborg Uma aplicação móvel, disponível em cinco idiomas, que, no fundo, é um catálogo técnico com toda a informação que os utilizadores dos produtos da marca necessitam de saber. Agricultura, agro-indústria, floresta ou reboques são algumas das áreas disponíveis na aplicação Trelleborg Tire Book. Ainda no campo das aplicações móveis, a marca de pneus acaba de lançar o Dealer Locator, uma app que permite a identificação de mais de cinco mil novos distribuidores de pneus da Trelleborg através do Google Maps, disponibilizando as vistas híbrido, mapa e satélite. De uma forma simples e intuitiva, a aplicação móvel – disponível em smartphone e tablet nos sistemas operativos iOS e Android – permite localizar e identificar o caminho mais curto até ao distribuidor mais próximo. O rol de informações disponíveis inclui o contacto telefónico, morada, email e site. O Dealer Locator mostra ainda as previsões meteorológicas em tempo real para os profissionais da agricultura, previsão da temperatura, humidade e probabilidade de precipitação.
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Produto Tratores a gás natural
Encordoador automotriz Oxbo Há muitos fabricantes a comercializarem encordoadores de feno e forragem e são muitas as configurações que encontramos no mercado: montados, rebocados, acionados apenas pelo andamento do trator ou ligados à TDF, com rodas verticais dentadas em forma de girassol, com rodas horizontais com garfos, etc. Mas um encordoador automotriz ainda não se tinha visto. A firma americana Oxbo, que também fabrica alfaias rebocadas para encordoar, assegura que o seu modelo 4334 é o primeiro modelo automotriz do mundo. Esta máquina, que se afigura apropriada para os prestadores de serviços, possui um motor John Deere de 250 cv, e 4RM opcionais. A frente é composta por três partes, uma central, fixa, e duas laterais que recolhem hidraulicamente para que a máquina assuma uma largura permitida em estrada.
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Agromash Nas máquinas agrícolas, o gás natural é a alternativa aos combustíveis derivados do petróleo que mais se está afirmar. A New Holland continua a desenvolver o seu T6 a gás metano, que por enquanto ainda está em fase de protótipo. Por seu lado, a Valtra já tem em produção três modelos da série N (N103.4, N113 e N123) com tecnologia Dual Fuel, que podem trabalhar ou com gasóleo ou com biogás. E da Rússia chegam notícias de que a Agromashx um fabricante local desconhecida no nosso país, também está a desenvolver este tipo de tecnologia. São dois os modelos a gás que comercializa, um com 30 cv e outro com 86 cv. Com o motor sob carga a 75%, o primeiro tem uma autonomia de 14,5 horas e o segundo de 8,5 horas. Sendo o gás um recurso que aquele país tem em abundância, as máquinas que consomem este combustível tendem a apresentar um custo operacional significativamente mais baixo.
Defletor para frentes de corte Michel’s Industries Este defletor Crop Chatcher® acaba com a acumulação de palha na câmara de alimentação das ceifeiras-debulhadoras e também serve para conter as perdas de grão. Sem que muitas vezes se dê por isso, há uma certa quantidade de grão que é projetada por cima da frente de corte. A instalação destas placas transparentes de resguardo, fabricadas em policarbonato de longa duração, contribui para anular essa perda. Este acessório possui um mecanismo de ajuste de inclinação e pode mesmo ser totalmente rebatido. É fabricado no Canadá pela Michel’s Industries e está disponível em diferentes cores para todas as marcas e modelos de ceifeirasdebulhadoras.
Produto Rastos de borracha com suspensão
Strenx, aços de elevada resistência
O sistema de rastos de borracha SmartTrax da New Holland, que tem vindo a ser usado nas ceifeirasdebulhadoras da gama CR, passou a estar disponível como opção também nos modelos CX7000 e CX8000. Estes rastos com suspensão Terraglide garantem uma menor pressão sobre o solo – de modo a reduzir o peso os roletos são de alumínio e as tampas são de poliuretano –, bem como uma melhor adaptação às irregularidades do terreno. Baseados numa estrutura em forma de triângulo, possuem tensionamento hidráulico e dois cilindros hidráulicos de suspensão que atuam ao nível dos roletos. O efeito, de acordo com a marca, é como se estivéssemos a conduzir sobre uma almofada de ar. A capacidade de carga que este sistema de tração pode suportar vai até às 43 toneladas.
SSAB A SSAB acabou de larçar no mercado a Strenx, uma nova marca de produto de aço estrutural de elevada resistência, concebido para setores onde a resistência estrutural e as reduções de peso são fatores-chave competitivos, especialmente na indústria de elevação, manuseamento e transporte. Strenx é também adequado para a agricultura, quadros de máquinas móveis pesadas, material circulante e setores da perfuração e construção. Os clientes poderão agora conceber produtos mais competitivos e sustentáveis: gruas com maior alcance, reboques que transportam mais carga, camiões que consomem menos combustível. “Para os clientes, este é um produto absolutamente único, uma vez que Strenx abrange agora três marcas de produtos de qualidade incomparável, a Optim, Weldox e Domex, marcas comerciais conhecidas da SSAB
New Holland
e da antiga Ruukki. Strenx ilustra a nossa experiência de mais de 50 anos em aços de elevada resistência”, afirma Gregoire Parenty, responsável pelo desenvolvimento do mercado da SSAB. A SSAB refere que a Strenx oferece a mais ampla escolha possível de aços estruturais de elevada resistência, tanto em termos de resistência como de variedade dimensional, encontra-se disponível em produtos tubulares, formatos ou rolos com uma espessura que varia entre 0,7 mm e 160 mm. O limite de resistência destes produtos varia entre 600 Mpa e 1300 Mpa, que é o aço mais resistente disponível no mercado.
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Produto Sensor mede qualidade do óleo
Engate rápido de alfaias Tracto-Lock Há uns meses divulgámos um sistema de engate automático fabricado na Áustria. Agora, uma empresa francesa propõe um equipamento do mesmo género mas que por enquanto ainda não é tão avançado. O TractoLock instala-se como se fosse uma alfaia, requer um terceiro ponto hidráulico e quatro válvulas de óleo e, sem serem necessárias modificações nem no trator nem na alfaia, permite ao operador fazer a ligação dos três pontos e também da TDF sem se descer do trator. Ainda não permite que as tomadas hidráulicas ou a ficha Isobus sejam ligadas automaticamente, mas o fabricante está a
trabalhar para que isso venha a ser possível. O engate ou desengate da alfaia é feito com o auxílio de um comando composto por três botões e por avisadores luminosos e sonoros, e demora cerca de meio minuto. Destina-se a alfaias montadas mas o fabricante continua a aperfeiçoar o sistema para que ele se adapte também às alfaias semi-montadas.
Parker A firma francesa Parker desenvolveu um sensor capaz de detetar as propriedades dos óleos. Usual até agora é dispormos de dados, fornecidos pelo painel de informações de uma máquina, sobre a temperatura ou a pressão do óleo. Mas não nos é dada informação acerca da sua qualidade. Segundo esta empresa, a qualidade dos fluidos hidráulicos determina-se controlando a relação dinâmica entre diversas propriedades desses fluidos. É o que este novo sensor PFS consegue fazer, já que analisa em simultâneo a temperatura, a viscosidade, a densidade, e a constante dielétrica. Ao manter sob vigilância a qualidade dos fluidos, no fundo este pequeno dispositivo contribui para uma maior longevidade dos equipamentos. Recorre ao protocolo universal CAN J1939, o que facilita a sua conexão com outros sistemas.
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Produto BvL com nova gama de produtos A BvL, representada em Portugal pela empresa espanhola Deltacinco, possui uma nova gama de produtos para alimentação de gado, distribuição de camas, gestão, produção de biogás e manejo. Na gama Mix, da BvL, dedicada à tecnologia de alimentação de gado, destaque para os misturadores rebocados com modelos de um, dois e três sem-fins e capacidades entre 3,5 e 46 m³; e para os misturadores auto-carregáveis disponíveis em um e dois sem-fins e com modelos com capacidades entre 8 e 24m³. A gama Mix tem ainda no seu portfólio misturadores automotrizes, com modelos de um sem-fim com capacidades de 11,13 e 15m³, motor Cummins de 4 BvL
cilindros e 167 ccv e misturadores estáticos com modelos de um e dois sem-fins e capacidades entre 8 e 24m³. A gama Comfort, dedicada à distribuição de materiais de cama, tem encamadoras com capacidades entre 1 e 1,7m³, aclopamento frontal ou traseiro, e distribuição dos materiais da cama em ambos os lados. Já o soprador de palha tem um comprimento de descarga até 20 m e combinação com os misturadores V-Mix. Na gama Bio, para produção de biogás, a BvL apresenta dois produtos: dosificadores para sólidos e dosificadores para sólidos com tecnologia de expulsão: máquinas para plantas de biogás capazes de processar os mais diversos materiais. O seu design permite
ajustar-se às necessidades existentes em cada instalação. Na tecnologia de manejo, a gama Load destaca-se com três novas máquinas: os desensiladores, com capacidades entre 1,6 e 2,9m³ e sistema de corte por facas; os corta-silos com capacidades entre 1 a 2,25m³ e sistema de corte por pressão; e os acessórios multifunção com capacidades entre 1 e 2,8m³, com alta resistência ao desgaste. Por fim, a gama Connect, que se dedica
à tecnologia para gestão: Sistema V-DairyFeeder. Esta plataforma permite controlar a alimentação dos animais em qualquer lugar e em tempo real, pode ser utilizado com carros misturadores de outras marcas, o acesso é realizado mediante qualquer dispositivo eletrónico com ligação à Internet, administra grupos de animais, configura receitas e ingredientes, e cria relatórios de alimentação ao detalhe.
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Produto Encordoador com dentes de borracha Enorossi A firma italiana tem no seu catálogo mais de uma dezena de diferentes modelos de volta fenos e de encordoadores, sendo o Y Rake um dos encordoadores mais avançados. A sua estrutura assimétrica em Y garante um trabalho limpo e forma um cordão por passagem. Possui duas rodas de guia com suspensão, o que garante estabilidade mesmo a velocidades de avanço altas. As rodas em formato de girassol têm um diâmetro de 150 cm e apresentam a particularidade de possuírem dentes de borracha. A versão de 15 rodas abarca uma área de trabalho de 8 m e a versão de 17 rodas abarca mais 80 cm. Está equipado com um novo sistema auto-direcionável, que faz com que alfaia percorra a mesma trajetória do trator, dando ao operador a possibilidade de virar em espaços muito limitados. Esta característica torna o Y Rake apropriado mesmo para parcelas pequena.
Motor Kohler vence ‘Diesel of the Year 2015’
Smart Connect da SDF premiada na EIMA
Kohler A família de motores KDI expandiu-se com o lançamento do KDI 3404, que se posiciona na categoria entre os 56 e os 100 kW. Produzido pela Kohler (empresa que detém a Lombardini desde 2007) na sua fábrica de Itália, o KDI 3404 surge em resposta à crescente procura de motores compactos. Com 4 cilindros e 3,4 litros, possui injeção common rail a 2000 bar, e válvula EGR controlada eletronicamente. Do mesmo bloco são extraídos diferentes níveis de potência. Na versão de 56 kW, o motor cumpre o nível de emissões Fase IIIB/Tier 4i. Nas outras versões (75, 90 e 100 kW) a tecnologia SCR garante a conformidade com a Fase IV/Tier 4Final. Foi precisamente nesta última variante que o motor venceu o prémio ‘Diesel of the Year’, que distingue os mais inovadores motores diesel destinados a equipamentos não rodoviários, como são as máquinas agrícolas ou industriais. O prémio será entregue em Paris, no decorrer da Intermat, uma feira de máquinas de construção e mineração.
Same Deutz-Fahr A Same Deutz-Fahr (SDF) viu a sua tecnologia Smart Connect ser premiada durante a EIMA, que se realizou em Bolonha, Itália, no final do ano passado. Trata-se de um conjunto de soluções integradas e adaptadas aos diferentes operadores/compradores de tratores de gama média. Este sistema envia mensagens com possíveis intervenções que o trator tenha de vir a ser sujeito, sendo que os conteúdos são obtidos através de uma biblioteca remota, que agrega todos os manuais das máquinas da marca. Através do feedback fornecido pelo operador, este software assimila e retém a informação, para que esta possa ser utilizada numa próxima ocasião. Outra das características desta tecnologia tem que ver com a possibilidade de o operador poder usufruir de assistência remota, através dos sinais dados pelo trator ou pela máquina associada. O Smart Connect permite ainda gerir uma frota de veículos através do sistema de gestão de dados.
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App para distribuição de chorume Farm Trailer A aplicação Farm Trailer foi desenvolvida para os produtores agropecuários e prestadores de serviços que espalhem chorume. O operador começa por introduzir algumas informações (superfície da parcela, velocidade de trabalho, quantidade de chorume que se encontra no reboque, etc), e consegue depois obter uma série de outros dados, durante e após a realização da tarefa. Entre esses dados estão a área trabalhada e a área que falta cobrir, a quantidade de nitrogéneo, fósforo e potássio já distribuída, e o cálculo de quanto se poupa ao usar compostos orgânicos em vez de fertilizantes químicos. Evita-se assim a distribuição tanto em quantidade excessiva como em quantidade insuficiente, e monitoriza-se que efeito teve a fertilização orgânica na produção obtida na parcela, de modo a que no futuro se mantenha ou readapte a dose.
Produto Travagem magnética em tratores Além dos travões propriamente ditos, as máquinas e os veículos de transporte de cargas pesadas, como os dumpers e os camiões, costumam possuir sistemas adicionais de travagem. Conhecidos como retardadores, estes dispositivos podem incidir sobre o motor, sobre o escape ou sobre a caixa de velocidades, e têm como finalidade não só aumentar a eficácia de travagem mas também reduzir o desgaste dos travões de serviço. Embora alguns tratores de grande potência mais recentes já disponham de travão de escape, ainda não é muito comum encontrarmos outro tipo de sistemas nas máquinas agrícolas. Mas a PTH, uma marca austríaca de alfaias, desenvolveu um dispositivo de travagem magnética que pode ser facilmente instalado num trator, sem que seja preciso fazer qualquer adaptação. O dispositivo instala-se no elevador hidráulico frontal, e é ligado à TDF e PTH
a duas tomadas hidráulicas. A partir da cabine, o condutor trava e destrava com a alavanca ou botão de comando do distribuidor hidráulico, sendo a ação de travagem exercida sobre o motor. É fornecido na cor correspondente à marca do trator, e
pode incluir suportes para fixação de lastragem. Afigura-se especialmente útil para quem tem de enfrentar descidas longas e íngremes com carga, já que poupa os travões de serviço a situações de sobreaquecimento. Em estrada tem ainda a vantagem de permitir uma desaceleração mais repentina na aproximação de cruzamentos sem se ter de começar a abrandar muito antes. A marca não tem representação no nosso país mas transmitiu à revista abolsamia os preços de comercialização que pode praticar caso receba encomendas de Portugal. O modelo PTH aBr 600, para tratores entre os 80 e os 150 cv, fica por um preço que ronda os 3800 euros. O modelo PTH aBr 1200, para tratores acima dos 150, fica por cerca de 5000 euros. Mais informações em: www.pthproducts.com
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Produto Protótipos Valtra testados no Alentejo Durante o desenvolvimento da nova série T, a Valtra submeteu alguns tratores em fase de protótipo a condições extremas de trabalho. Fê-lo no clima frio da Escandinávia e também em Portugal, na zona de Valtra
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Grândola, no verão passado, em dias em que o termómetro subiu acima dos 35°C. Em exclusivo à revista abolsamia, Mikko Lehikoinen, diretor de marketing da Valtra para a região EMEA, falou-nos das condições que
encontrou no Alentejo: “Encontrámos um tempo muito quente, um solo difícil de trabalhar, e imensa poeira. Portugal representou uma magnífica oportunidade para fazermos testes em condições acima dos 35°C.”. Nestes testes estiveram envolvidos dois tratores T4, que ao longo de 276 h de trabalho, consumiram 4361 litros de combustível e 260 litros de DEF (AdBlue). “Fizemos trabalho de mobilização, num solo extremamente duro, com grade de discos, com ripper, e com subsolador”, especificou. Questionado sobre a utilidade dos testes, disse-nos que eles serviram sobretudo para confirmar o bom desempenho dos T4. “Os tratores estiveram envolvidos em testes gerais de durabilidade em condições exigentes e podemos
confirmar a correta funcionalidade em clima quente, por exemplo a nível do motor, entrada de ar para o filtro e capacidade do ar condicionado”. Por fim, Mikko Lehikoinen também partilhou connosco quais são as expectativas da marca relativamente ao mercado português. “As nossas expectativas passam por continuar a apoiar a nossa quota de mercado em Portugal. Os clientes florestais são importantes mas nós também ambicionamos alcançar uma posição forte na agricultura. Oferecemos agora em Portugal uma gama entre os 50 e os 400 cv e o T4 dá aos nossos clientes uma boa perspetiva acerca do que vem aí no futuro”.
Produto Ensiladora articulada com depósito
Gilles Uma ensiladora automotriz com compartimento de carga é um conceito que faz todo o sentido. A Pro-DX da firma bela Gilles assenta numa arquitetura de chassis articulado e possui um compartimento de carga que torna dispensável o trabalho conjunto com um trator. A descarga, com báscula invertida, pode ser feita a uma altura de 5 metros. A máquina passou por várias fases de desenvolvimento como protótipo e está agora disponível para venda ao público. Equipa com um potente motor V12 que perfaz uma potência de 1200 cv, e com uma frente de corte de origem Krone.
Embaladora de fardos retangulares Tanco Desenhada propositadamente para fardos quadrados ou retangulares, a 1540 EH da Tanco também pode embalar fardos redondos. O fardo é recolhido do chão através de dois braços hidráulicos equipados com roletos duplos. Estes roletos têm a dupla função de elevar o fardo e de assegurar a sua rotação durante o enrolamento do filme plástico, que é realizado por dois braços dispensadores. Esta alfaia montada possui uma funcionalidade autostop (o processo é finalizado sem intervenção do operador) e apresenta a particularidade de permitir a plastificação de dois
fardos num único pacote. Requer uma disponibilidade hidráulica de apenas 35 L/min, pode ser engatada no elevador traseiro ou no elevador frontal e é controlada através de um monitor instalado na cabine. Mais informações em: www.deltacinco.pt
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Produto por Cláudio Margarido Parts Sales Manager - CNH Industrial
Quando a tecnologia conta
Sistemas de condução automática New Holland António Ernesto Gonçalves e seus filhos, Nicolau e Luís Ernesto Gonçalves, são produtores de tomate na zona de Valada do Ribatejo, onde possuem cerca de 450 hectares de terra. a seguir. A exigência em perícia que esta operação pede, conjuntamente com as habituais limitações impostas pelo clima, obrigam Luís a muitas horas de trabalho extra passadas em cima do trator, numa posição de desconforto para conseguir ter um melhor controlo sobre o trabalho da alfaia no delineamento das linhas. Para resolver este desafio, decidiu investir num sistema de autocondução New Holland que se traduziu em maior conforto, e lhe permitiu poupar tempo, ganhar em precisão e ainda poder recorrer a outros operadores menos experientes.
Em que consiste este sistema de condução automática O sistema de agricultura de precisão adquirido por esta empresa foi instalado num trator New Holland T7.270 posteriormente à sua aquisição. Consiste num monitor FM-1000 New Holland com sistema de autocondução hidráulico e de precisão RTK-VRS, com erro máximo de 2,5cm.
N
o início da campanha, e com uma frota própria de 23 tratores equipados com as alfaias necessárias, é levada a cabo a sequência habitual de operações de preparação do solo para a sementeira. É aqui que começam as “dores de cabeça” de Luís Gonçalves, a quem cabe desde há onze anos a tarefa de “marjar”, expressão local que significa trabalhar com um sulcador, na abertura dos sulcos que servirão de base aos trabalhos que vêm
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O monitor FM-1000 é um monitor táctil de 12” com um interface muito simplificado e muito versátil. Pode ser utilizado em qualquer tipo de máquina para automatizar tarefas como
Luís Gonçalves conduz o seu New Holland T7.270 onde foi instalado o sistema de condução automática New Holland.
a preparação do solo, tratamento de culturas, fertilização ou mesmo para processos de colheita e monitorização do rendimento das culturas. Vem equipado com tecnologia ISO-BUS e pode por isso ser utilizado facilmente para automatizar o funcionamento da maior parte das alfaias atuais dos principais fabricantes. O sistema de condução aplicado foi o Auto-Pilot, que atua diretamente sobre o Orbitrol da máquina, o que permite uma condução extremamente precisa. Dispõe de sensores nas rodas para que o sistema perceba a cada momento as irregularidades do solo e possa reagir em milésimos de segundo para assim assegurar linhas ainda mais rectas. Para se conseguir a máxima precisão
Produto possível, recorreu-se a um sistema de correção RTK-VRS que, em vez de utilizar a tradicional correção via rádio conseguida através de um sinal emitido por uma antena RTK fixa ou montada num tripé, utiliza o sistema VRS. Este sistema é mais económico, fiável e eficaz. Mais económico, porque não implica a compra de uma estação RTK. A correção é recebida via modem através de um cartão de dados igual aos que temos nos telemóveis. O fornecedor da correção é o Instituto Geográfico do Exército, através da sua rede de estações GNSS de referencia virtuais. Outra das vantagens do VRS é que se pode adquirir a precisão máxima apenas para o período necessário, que pode ser de uma semana, um mês, seis meses ou um ano inteiro, sendo que uma semana custa atualmente cerca de 60€. Com isto consegue-se uma grande economia. Toda a informação sobre a rede SERVIR pode ser encontrada no site www.igeoe.pt. Em Portugal a cobertura da rede móvel é muito boa, por isso este é um sistema viável para quase todo o território nacional incluindo as regiões autónomas. Com este conjunto de Monitor, auto condução e precisão RTK-VRS conseguese a máxima precisão para realizar os trabalhos mais onde essa precisão é fundamental. Os ganhos são enormes. Uns mais fáceis de quantificar do que outros. Antes, um trabalho que só seria possível ser feito por um determinado elemento muito especializado e com muita experiência pode agora ser delegado em alguém.
A montagem destes sistemas mais complexos são efetuadas pelos concessionários New Holland que possuem a valência de Concessionário especialista de agricultura de precisão. Neste caso, o concessionário em Santarém, a empresa Apolinários Máquinas, dispõe de um elemento com formação técnica e outro com formação comercial. Essa formação é feita periodicamente no centro de formação no campo de Segóvia em Espanha e é constituída por módulos em sala e formação prática em oficina e no campo. Ainda assim, no caso de haver algum problema que não seja possível resolver com os nossos técnicos locais, temos uma equipa de técnicos da própria equipa da CNH industrial que podem em
Esq. p/ dir.: Amândio Rato (Apolinários Máquinas), Cláudio Margarido (CNH Industrial) e Luís Gonçalves.
24 horas deslocar-se desde Espanha para que possamos assegurar ao agricultor parceiro New Holland que a sua máquina volta ao trabalho com a máxima precisão e no menor espaço de tempo possível. E isso faz toda a diferença.
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CONHEÇA OS MODELOS COMERCIALIZADOS EM PORTUGAL na pág. 78
SEMEADORES DE DISTRIBUIÇÃO
EM LINHAS MONOGRÃO
Dossier técnico
Sementeiras
5 Dicas! Antes de semear, há que preparar! 5 dicas de preparação do semeador, antes da operação de sementeira, na página 71.
Luís Alcino Conceição IPP/Escola Superior Agrária de Elvas
Semeadores em lINHAS MONOGRÃO Em época de sementeira de culturas de primavera-verão, de entre as máquinas para fertilização, sementeira e plantação utilizadas, destacam-se os semeadores de distribuição em linhas monogrão que, assegurando a distribuição e o enterramento das sementes em linhas regulares garantem igualmente a equidistância da semente na linha. Neste artigo pretende-se reunir informação sobre o funcionamento e características técnicas deste tipo de máquinas com referência aos modelos comercializados em Portugal. Técnica de sementeira em linha
A técnica de sementeira em linhas permite a distribuição e enterramento da semente pela mesma máquina numa só passagem. Em culturas que por motivos agronómicos requerem um compasso determinado por uma distância na linha e na entre linha, como sejam o milho, girassol ou beterraba, a sementeira recorre a semeadores de distribuição em linhas de precisão ou monogrão. São máquinas que mais frequentemente operam em traçados de trabalho em faixas contíguas paralelas (vai-e-vem) com valores típicos de eficiência de campo de 55 a 78% para velocidades de trabalho de 7 a 10km/h (Hunt, 1983) com exigências médias de potência por metro linear de 5 a 7.5kW (8-10Cv) (Ortiz-Canãvate, 2012).
Constituição e funcionamento
Da constituição deste tipo de máquinas fazem parte uma estrutura de acoplamento ao trator, um quadro ou chassis, tremonha (s) para
adubo, tremonha (s) para micro granulado, unidades de sementeira propriamente ditas e órgãos acessórios (figura 1). Podem ser máquinas montadas (frequentemente constituídas por 4 unidades de sementeira) ou semi rebocadas ao trator (com mais de 4 unidades de sementeira).
FIG 1 - Semeador monogrão montado de 4 unidades de sementeira e pormenor de acoplamento rápido em triângulo (à direita).
tremonha de adubo
unidades de sementeira
Riscador (órgão acessório)
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DOSSIER técnico SEMENTEIRAS As versões montadas além de poderem ser equipadas com sistemas de acoplamento rápido em triângulo apresentam a vantagem de requererem menor espaço de manobra. Já as versões rebocadas apresentam como vantagem uma maior estabilidade de trabalho face às irregularidades do terreno. Sob o chassis encontra-se ligado um eixo de rodados para o transporte do semeador e frequentemente para acionamento dos mecanismos de transmissão e distribuição de semente, adubo e micro granulado – trem cinemático. As unidades ou corpos de sementeira podem ligar-se ao chassis de forma rígida ou articulada em paralelogramo, sendo esta versão atualmente a mais usada nos semeadores em comercialização pois permite um trajeto de trabalho sobre o solo mais uniforme independentemente das irregularidades do mesmo. Cada unidade de sementeira é constituída superiormente por uma pequena tremonha ou depósito para a semente, sob o qual se encontram
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unidade de sementeira articulada
Constituição
1
9 2 11
3
10
4
8 FIG 2 - Unidade sementeira articulada - constituição:
6 5
14 12
13 7
os órgãos de distribuição de prato horizontal ou vertical, assentes no trem trem de sementeira (órgãos sulcadores, compressores e de enterramento da semente) (figura 2).
A existência na distribuição de um separador de grãos permite controlar falhas e grãos duplos na sementeira. No caso de semeadores de sementeira direta, cujo peso por unidade de sementeira é
1 - Tremonha de semente 2 - Distribuidor 3 - Comando de ajuste de profundidade de sementeira 4 - Ajuste de pressão das rodas compressoras 5 - Rodas compressoras 6 - Ajuste do ângulo das rodas compressoras 7 - Órgãos sulcadores (discos) 8 - Transmissão à distribuição 9 - Ajuste de pressão da linha 10 - Paralelogramo de ligação linha/quadro semeador 11 - Mecanismo de acoplamento 12 - Rodas controladoras de profundidade 13 - Ferro desempapador 14 - Faca. (Adaptado de Kvernelandgroup, 2015).
DOSSIER técnico SEMENTEIRAS
FIG 3 - Classificação e características dos semeadores de sementeira direta de acordo com o tipo de órgãos sulcadores (adaptado de Carvalho, 2001). Tipo de órgão sulcador
Capacidade de liderar com resíduos
Trabalho em solo seco
Trabalho em solo humido
Trabalho em solo pedregoso
Textura mais indicada
Peso
Custo
Bicos
Má *
Bom
Bom
Bom
Todas
Baixo
Baixo*
Disco simples
Fraca
Fraco
Fraco
Suscetível
Grosseira a média
Elevado
Médio a elavado
Boa a elevada
Rasoável
Bom
Suscetível
Todas
Elevado
Médio
Fraca
Fraco
Fraco
Suscetível
Grosseira a média
Elevado
Elevado
Boa
Bom
Mau
Muito Suscetível
Grosseira a média
Baixo
Elevado
Disco duplo desfasado Disco triplo Fresa * exceto modelos especiais.
geralmente superior a 100 kg, é frequente realizar-se a sua classificação de acordo com o tipo de órgãos sulcadores que constituem o trem de sementeira. O quadro da figura 3 apresenta características da qualidade de trabalho e adequação ao tipo de solos para cada um dos tipos de órgãos sulcadores. Complementarmente estas máquinas podem ser equipadas com órgãos acessórios como depósitos para microgranulados, órgãos apagadores de rodados e órgãos riscadores ou marcadores (figura 4). O riscador, constituído por dois veios telescópicos montados nas extremidades laterias do semeador e constituídos por um disco ou bico escarificador, funcionam alternadamente à direita ou esquerda do trajeto de trabalho marcando o alinhamento que o operador deve realizar na passagem seguinte de modo a torná-la equidistante à anterior. Apesar da sua utilidade, atualmente o uso de barras de luzes e condução assistida por GPS com correção diferencial ou RTK em tratores agrícolas, permite dispensar este órgão, que nalgumas circunstâncias de terreno mobilizado ou em sementeira direta por vezes se apresenta insuficiente no auxílio que presta ao operador.
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calibração de um
orgão riscador
D=L- v 2 V
E
L=NxE D
Princípio de funcionamento O princípio de funcionamento destes semeadores pode ser mecânico ou pneumático Nos sistemas mecânicos, o transporte da semente desde a tremonha até ao solo é feito por gravidade e por ação de transmissões mecânicas que animam de movimento o prato de distribuição a partir das rodas motoras do semeador. Nestes modelos o prato de distribuição é horizontal. Os modelos pneumáticos apresentam-se como máquinas com melhor regularidade de distribuição de semente permitindo maiores velocidades de trabalho relativamente aos
modelos mecânicos. Na sua constituição o semeador dispõe de uma turbina acionada pela tomada de força do trator, sendo agora o prato e disco de distribuição dispostos em posição vertical. A semente após cair por gravidade numa câmara de alimentação, é fixa aos alvéolos do disco de distribuição por pressão ou sucção do circuito pneumático para posteriormente ser depositada no rego. O movimento de rotação dos discos de distribuição pode fazer-se mecanicamente por transmissão das rodas motoras do semeador, por meio de motores hidráulicos e mais recentemente por motores elétricos de velocidade proporcional à velocidade de trabalho do semeador.
FIG 4 - Esquema de trabalho e algoritmo de calibração de um órgão riscador em que D representa a distância do centro do semeador ao órgão ativo do riscador, L a largura de trabalho do semeador e V a via ou bitola dianteira do trator (adaptado de OrtizCanavate, et al., 2012).
Comercialmente, são apresentadas como vantagens da motorização elétrica o facto de através deste mecanismo a distribuição não ser afetada pela velocidade de rotação das rodas motoras do semeador, ser um mecanismo sem manutenção comparativamente aos sistemas mecânicos e permitir ainda maiores velocidades de trabalho relativamente a qualquer um dos modelos anteriores (figura 5).
pormenor da distribuição e
Mecanismo de transporte da semente ao solo
Calibração e regulações do semeador monogrão Num semeador de distribuição em linhas monogrão a calibração diz respeito à afinação do seu mecanismo de distribuição para a densidade de sementeira pretendida. As regulações prendem-se com o controlo de profundidade de sementeira, grau de compressão do solo e comprimento dos marcadores, esta já mencionada anteriormente (figura 4). A leitura do manual de operador da máquina é de primordial importância para a realização destas operações.
Densidade sementeira
FIG 5 - Semeador monogrão MAxEmergePlus, pormenor da distrubuição e mecanismo de transporte da semente ao solo.
A calibração da densidade de sementeira obtém-se pelo compasso dado pela distância da entre linha do semeador e pela distância das sementes na linha. De acordo com o modelo de semeador, a distância de entre linha pode conseguir-se através de ajuste mecânico ou ajuste hidráulico, sendo este atualmente mais frequente. Relativamente à distância da semente na linha, esta é obtida pela relação entre o número de alvéolos do
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A realização de um ensaio em branco permite confirmar a calibração realizada
disco de distribuição e a velocidade de rotação do mesmo, obtida a partir de uma caixa de velocidades. Relativamente ao disco de distribuição, importa referir que o mesmo deve ser adequado ao tipo de semente (tipo e tamanho) a semear. De fábrica os semeadores são entregues com diferentes modelos de discos, para diferentes culturas e variedades. Através da leitura do manual de operador é possível encontrar a melhor relação de transmissão para o disco escolhido de acordo com a densidade de sementeira pretendida. Na figura 6 ilustram-se uma tabela de calibração e a respetiva caixa de velocidades para diferentes densidades de sementeira e diferentes tipos de discos de distribuição de acordo com o tipo de cultura. No caso de semeadores pneumáticos, o funcionamento e calibração do semeador deve tomar em conta o volume de ar recomendado para o tipo de semente. Esta regulação, de acordo com o tipo de acionamento da turbina do semeador, pode obter-se por uma válvula de controlo de caudal de ar/hidráulico ou por ajuste da velocidade de rotação da tomada de força do trator.
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FIG 6 - A escolha do disco de distribuição (em baixo), da relação de transmissão (à esquerda) (semeador Gaspardo SP250) e da pressão de funcionamento do sistema pneumático (à direita) (Semeador Semeato SPE06) de acordo com o tipo de semente garantem a correta distribuição na linha do semeador monogrão.
Ensaio em branco Com a máquina parada e semente na tremonha, determina-se o perímetro da roda motora do semeador e levantando-se o mesmo, simula-se uma distância correspondente ao percurso de 10 voltas. Contam-se o número de sementes por metro linear e de acordo com a densidade pretendida regula-se a caixa de velocidades. Um ajuste fino no separador de grãos permite evitar falhas ou grãos duplos.
FIG 7 - Efeito da profundidade de sementeira sobre a emergência, o vigor e a duração do período de emergência na cultura de milho (adaptado de Bresolin, 1993). Profundidade (cm)
Emergencia (%)
Vigor
T. médio de emergência (dias)
2,5
100
3
8
5
97,5
3
10
7,5
97,5
3
12
10
80
2,5
15
Controlo de profundidade de sementeira ou distribuição vertical A profundidade de deposição da semente no solo, também tida por distribuição vertical do semeador deve ser feita de modo a garantir as melhores condições de germinação, emergência e vigor da cultura. De acordo com o tipo de semente, grada ou miúda e o tipo de textura do solo, mais grosseira ou mais fina, assim se devem regular os corpos de sementeira para maior ou menor profundidade de trabalho. A título de exemplo a tabela da figura 7 mostra a influência da profundidade de sementeira nos parâmetros mencionados para uma cultura de milho. É um tipo de regulação que deve ser sempre confirmada no campo face às condições de solo da parcela. No caso de semeadores de sementeira convencional, um solo bem mobilizado facilita esta tarefa. No caso de semeadores de sementeira direta são fatores importantes para um bom controlo de profundidade a regularidade da superfície do solo, o
seu teor de humidade e um reduzido grau de pedregosidade. Na grande maioria dos semeadores monogrão o controlo de profundidade faz-se pela conjugação da regulação de posição de um aro ou roda limitadora de profundidade com a regulação de pressão sobre o solo do semeador (figura 8). A roda limitadora pode situar-se em posição lateral, anterior ou posterior ao órgão sulcador, sendo a sua afinação obtida manualmente por uma escala de furos ou sistema equivalente. Em alguns semeadores a existência no trem de sementeira de rodas compressoras de preparação e acabamento da cama de sementeira requerem uma regulação em conjunto com a roda limitadora de profundidade propriamente dita. A pressão da linha de sementeira afina-se de acordo com a resistência que o solo oferece ao seu rompimento (nula ou quase nula em solos mobilizados) e obtém-se conjugando o peso do
semeador com o mecanismo de afinação da linha individualmente. No caso de semeadores montados o transporte de peso do semeador ao solo faz-se através do comando flutuante do sistema hidráulico do trator e no caso dos semeadores rebocados através do respetivo sistema hidráulico externo, baixando o trem de sementeira sobre o solo. A afinação da linha de sementeira, particularmente importante em semeadores de sementeira direta, pode recorrer a um sistema mecânico de ajuste de pressão de uma mola ou por pressão hidráulica. A pressão deve ser regulada de modo a que a roda limitadora de profundidade mantenha o sulcador à profundidade desejada mas o seu movimento seja livre sem comprimir o solo (pressão demasiada). Sempre que os semeadores estão equipados com linhas para a distribuição de adubo independentes da semente, esta regulação faz-se de forma idêntica à linha de sementeira.
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controlo de FIG 8 - Controlo de profundidade de sementeira em semeador de disco simples Rau Maxem, conferido por roda limitadora de profundidade em (A). controlo de pressão da linha por aumento da tensão da mola em (B) (Semeato, 2000).
profundidade A B
Soluções de inovação em semeadores monogrão No recente salão de máquinas agrícolas de Paris, SIMA 2015, além dos já habituais monitores de rendimento para controlo de funções e monitorização da distribuição de semente, três grandes áreas de inovação eram patentes em diferentes fabricantes: compatibilidade ISOBUS para integração de funções de comando dos semeadores nos monitores de tratores agrícolas, sistemas de controlo dinâmico de pressão das linhas de sementeira e sistemas para aplicação diferenciada de densidades de sementeira (VRT). A compatibilidade ISOBUS permite operacionalizar e monitorizar informação do semeador no dashboard do trator através de uma simples ligação e desta forma dispensando a existência de outros monitores e cabos na cabina do trator. Outra
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solução, é a utilização de terminais móveis do tipo Tablet com a vantagem de portabilidade que a mesma pode representar para o agricultor (figura 9). O controlo dinâmico de pressão das linhas tem como objetivo garantir uma maior uniformidade de profundidade de sementeira. Efetivamente, no caso principalmente da utilização de semeadores de sementeira direta, ainda que a regulação de pressão das linhas seja proporcional à profundidade de sementeira, verificam-se grandes coeficientes de variação deste parâmetro face, por um lado ao sistema de regulação ser estático (alterado apenas pela intervenção do operador), e por outro lado à grande heterogeneidade de valores de resistência que habitualmente o solo de uma parcela apresenta.
FIG 9 - Terminal móvel em IPad para controlo e monitorização do semeador (adaptado de Vaderstad, 2015).
Profundidade (mm)/(%)
100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
Portugal e Espanha
casos de estudo para monitorização 30 Profundidade estimada (mm)
Em Portugal e Espanha, em culturas de milho para grão, têm sido monitorizados desde 2010 casos de estudo de monitorização da performance de distribuição vertical em semeadores de sementeira direta sem controlo dinâmico de pressão que demonstram a menor performance destas máquinas em determinadas condições de solo e a potencial maisvalia na adoção de sistemas de controlo dinâmico, tanto na deposição de semente em profundidade, como no número médio de dias de emergência da cultura e percentagem de emergência da semente (figura 10).
25 20 15 10 5 0
0
200
400 600 Força (N)
800
1000
FIG 10 - Gráfico da variação do valor de Força (N) exercida pela linha de um semeador com a profundidade de sementeira (mm) onde apesar de uma correlação positiva se observa uma grande variação em trono dos respetivos valores (figura de cima) e evolução da variação de profundidade de sementeira (mm) com a percentagem de emergência (%) e tempo médio de emergência (MET) em dias (Conceição et al., 2013).
Profundidade Sementeira (mm) Percentagem Emergência (%) Tempo Médio de Emergência (Nº dias)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Pontos Georeferênciados da parcela
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DOSSIER técnico SEMENTEIRAS
linhas de sementeira FIG 11 - Dispositivos de controlo de pressão dinâmica das linhas de sementeira A - pneumático (John Deere, 2015), B - hidráulico (Agleader, 2015), C - eletro-hidráulico (Crossslot, 2015), D - trem de sementeira adaptativo com sistema non-stop hidráulico e controlo pneumático de pressão (Slyfrance, 2015).
As soluções para controlo dinâmico de profundidade passam pela utilização de sistemas pneumáticos, hidráulicos ou eletro-hidráulico que uma vez calibrados se ajustam às condições de resistência do solo ao rompimento. Em regra são soluções oferecidas de fábrica, ainda que já existam no mercado propostas para upgrade de semeadores mais antigos. A figura 11 apresenta alguns exemplos destas soluções.
Dispositivos de controlo de pressão dinâmica
A
c
As tecnologias para aplicação de taxas variáveis (VRT) em semeadores são um outro tipo de produto inovador cada vez mais disponibilizado pelos fabricantes destas máquinas. Considerando que numa parcela se possam correlacionar os diferentes tipos de solos com as quantidades mais adequadas de semente, o objetivo desta tecnologia é permitir que um semeador possa realizar em trabalho diferentes densidades de sementeira de acordo com
diagrama da constituição
sistema VRT
1
3
2
4
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b
D
a realização de um mapa de prescrição georreferenciado. Para isto, os semeadores apresentam mecanismos de comando elétrico ou hidráulico da distribuição de semente, independentes do trem cinemático conforme referido anteriormente. A distribuição
de semente faz-se de acordo com a velocidade de rotação do motor, ajustada à velocidade de trabalho do trator e comandada pela instrução dada pelo mapa de prescrição de acordo com a localização geográfica em que se encontra o semeador (figura 12).
FIG 12 - Diagrama da constituição de um sistema VRT em semeadores monogrão: um controlador ligado a um recetor de GPS (1) de acordo com a localização geográfica ou a velocidade de trabalho (4) comanda um atuador hidráulico responsável pelo movimento da distribuição (2) alimentado pelo serviço externo do hidráulico do trator (3) para acelerar ou reduzir o seu movimento de rotação e assim aumentar ou reduzir a dose de semente por área (adaptado de Agleader, 2002).
5
Dicas
antes de semear
1
Verificar o estado de limpeza e desgaste dos órgãos sulcadores. O gume de discos ou bicos deve apresentar-se em boas condições, sem restos de restolhos a travá-los, sem apresentar empenos e alinhados com o eixo longitudinal do semeador de forma a garantir uma abertura perfeita do sulco.
2 Verificar o estado de
conservação de rodas compressoras e a ausência de empenos que impeçam o seu correto rolamento sobre o solo.
Antes de iniciar a sementeira
é importante
3 Afinar os mecanismos de
controlo de profundidade de modo a que a pressão requerida seja adequada à força requerida pelo solo ao rompimento e garantindo que as rodas limitadoras de profundidade girem livremente sem comprimirem o solo.
4 Confirmar a adequação do tipo de disco de distribuição ao calibre e forma da semente utilizada.
Referências bibliográficas: Ver página 77
5
Verificar a pressão de enchimento e estado de conservação do rasto dos pneus das rodas motoras de semente e proceder a um teste de calibração num curto espaço de terreno para confirmação dos valores pretendidos de distribuição horizontal (distância entre sementes na linha) e distribuição vertical (profundidade de sementeira).
Antes de iniciar a sementeira é importante verificar a performance do semeador em campo. Para isso a consulta do manual de operador da máquina constitui o ponto de partida para encontrar os melhores ajustes e calibrações bem como para a solução de problemas encontrados. No caso de sementeira direta, a preparação da parcela através da regularização da sua superfície, ausência de pedras e o controlo do teor de humidade constituem fatores a ter em atenção. Em semeadores pneumáticos deve ainda observar-se o estado de conservação das tubagens e a pressão de funcionamento de acordo com o tipo de semente.
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DOSSIER técnico SEMENTEIRAS por João Sobral
Semeadores monogrão
A opinião dos produtores de milho Três profissionais ligados à cultura do milho falaram connosco acerca da sua experiência de utilização de semeadores monogrão. Pedro Torres e Albert Porte Laborde têm a seu cargo a gestão de vastas áreas de produção, o primeiro no Ribatejo e Alentejo, e o segundo em França. António Vieira Lima, de Cuba, é proprietário de uma exploração onde o milho se evidencia como cultura principal. Qualidade de sementeira Começámos pela qualidade de sementeira. O que é uma boa qualidade de sementeira e que características deve ter um semeador monogrão para garantir essa qualidade de sementeira? “Uma boa emergência, vigorosa e uniforme, constitui de longe o fator mais importante para a obtenção de bons resultados na cultura e um bom semeador é decisivo”, avançou Pedro Torres.
Mas o semeador é só uma peça da engrenagem. Como especificou, há muitos outros pormenores que contribuem para essa qualidade: “A semente utilizada, o desinfetante de solo que vem com a semente, a adubação starter, a preparação do solo, a uniformidade da colocação da semente, o maneio da rega para humedecimento do solo quando necessário. E nesta fase, também um pouco de sorte relativamente às condições climáticas”. Embora recorra maioritariamente
Nunca vi os melhores rendimentos associados a velocidades elevadas, superiores a 7 ou 8 km/h.
a prestadores de serviços, que fez questão de frisar, trabalham com a Valinveste desde há muito e em quem tem total confiança, a empresa possui
um semeador pneumático de 8 linhas. “O nosso semeador, de uma das marcas mais utilizadas em Portugal, tem as características mais importantes para uma exploração com as características da Valinveste: robustez e precisão na colocação da semente, uma distância uniforme entre sementes e à mesma profundidade, e um contacto perfeito com o solo são determinantes para uma boa cultura”. De referir que a Valinveste faz sementeira convencional. Na
Pedro Torres É diretor geral da Valinveste, empresa responsável pela gestão de várias explorações no centro e no sul de Portugal. A atividade da empresa abrange propriedades localizadas na Mimosa, Serpa, Vidigueira, Évora, Pegões, Coruche, Salvaterra, Vila Franca, Cartaxo, e Chamusca. Embora de forma mais pontual, a Valinveste presta ainda apoio a outras explorações, em vários casos incluindo a sementeira.
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opinião de Pedro Torres, “não é fácil [a sementeira direta] resultar em condições de monocultura de milho em solos de drenagem deficiente. Tentamos mobilizar de forma a atingir condições boas com um mínimo de dispêndio de energia o que nem sempre é fácil nos solos de textura mais pesada”.
A escolha do semeador
Por seu lado, Albert Porte Laborde avisou que talvez a sua resposta nos fosse parecer desanimadora quando lhe perguntámos que critérios deve um agricultor ter em conta quando decide comprar um novo semeador de precisão. “Um semeador não é mais do que uma alfaia que tem como única missão posicionar perfeitamente os grãos no solo. E se mantivermos este critério, eu afirmo que todos o fazem bem”. Mas depois foi um pouco mais além. “Há no entanto alguns outros critérios que eu tenho em
conta: a facilidade de regulação, a adaptação a diferentes tipos de solos e a flexibilidade de utilização, a leveza do sistema, a eficácia e a disponibilidade do serviço pós-venda...” Mas colocou de parte um fator que à partida pode não ser dos mais evidentes. “O que não é um critério de valor para um bom técnico que goste de altos rendimentos é a velocidade de sementeira. E frequentemente é este o novo argumento comercial dos vendedores. Eu resumiria este ponto dizendo que a velocidade de sementeira dá bastante mais prazer a que semeia do que a quem recolhe, e que nunca vi os melhores rendimentos associados a velocidades elevadas, superiores a 7 ou 8 km/h”. Também Pedro Torres nos falou deste tema. “Referese habitualmente para os semeadores pneumáticos os 5 ou 6 km/h como velocidade ideal. No entanto as condições da ‘cama’ de sementeira desempenham
aqui um papel muito importante e podem permitir um pouco mais de velocidade ou aconselhar uma redução. Na nossa exploração raramente a operação sementeira constitui fator limitante ao avanço dos trabalhos pelo que somos cuidadosos com a velocidade”. Atento à tecnologia introduzida nos novos equipamentos, prevê que as velocidades de trabalho possam vir a ser mais elevadas do que as praticadas até agora. “Vão aparecendo elementos de sementeira com o objetivo de anular a inércia do grão quando cai sobre o solo, evitando que se desloque da posição ótima, e a tendência será aumentar as velocidades.”
Aumento de produtividade no milho O aumento dos níveis de produtividade alcançados na cultura do milho estão sem dúvida relacionados com um
Albert Porte Laborde É um consultor agrícola francês especializado na cultura do milho. Possui uma exploração de monocultura de milho com 40 ha, situada em Lucq-de-Béarn, no sul de França, a qual está reservada à realização de ensaios e de programas de pesquisa que desenvolve para diferentes firmas. Além disso, tem a seu cargo a gestão de cinco outras explorações onde no conjunto são cultivados mais de 1200 ha de milho.
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DOSSIER técnico SEMENTEIRAS
É preciso associar as possibilidades técnicas das máquinas a um conhecimento mais preciso do comportamento da genética, e da reação das diferentes genéticas aos tipos de solos. misto de fatores, como o uso de novas variedades, a eficácia dos fitossanitários, entre outros. Mas os progressos tecnológicos introduzidos nos semeadores serão também de algum modo responsáveis por este aumento? Foi a Albert Porte Laborde que pedimos uma resposta a esta questão. “Responsáveis talvez não”, começou por nos dizer. Embora concorde que em algumas coisas eles terão ajudado. “Estes sistemas para monitorização da homogeneidade de distribuição e a capacidade de modificar a densidade durante a sementeira em função de mapas de rendimento da parcela, acompanham os agricultores numa melhor adaptação do híbrido às condições de produção, como a flexibilidade do solo, o potencial das diferentes zonas da parcela, ou a performance de irrigação”.
A importância da monitorização Hoje, nos terminais virtuais,
ou monitores de rendimento, é possível aceder a diversos parâmetros de monitorização da sementeira, e quisemos saber quais são os mais valorizados no trabalho de gestão da cultura. “Os controladores de sementeira são hoje indispensáveis para um modelo de trabalho com ritmo muito elevado e em que a existência de falhas teria um custo muito alto. Com estes equipamentos a regularidade da distância entre sementes e a densidade de sementeira efetiva está permanentemente monotonizada. Por vezes a sequência de trabalhos obriga a semear de noite e então a importância do controlador é decisiva”, concretizou Pedro Torres. A visão do especialista francês é coincidente: “O mais precioso, desde sempre, é a verificação da regularidade de distribuição dos grãos”. E aproveitámos para lhe perguntar se faz uso da Tecnologia de Taxa Variável (VRT) e de que modo vê a sua aplicação.
Tecnologia de taxa variável “Até agora não utilizei esta técnica a não ser de forma experimental”, adiantou Albert Porte Laborde. “A colocação em prática é complexa e considero que tenho uma cartografia de rendimento demasiado ‘jovem’ e portanto muito pouco fiável. Uma cartografia de rendimento fiável é obtida ao fim de 4 ou 5 anos de medições sistemáticas, fazendo variar todos os anos um único parâmetro (os híbridos, que podem preferir os solos mais
ligeiros ou os mais pesados, a data de sementeira, a densidade) na parcela em que se está a medir”. No seu entender “o sistema que consiste em adaptar a densidade à performance dos solos ainda está na infância” e explica porquê. “Conforme o comportamento fisiológico dos híbridos, uns suportam mais 5.000 ou 8.000 grãos/ha, outros muito menos. Portanto, neste caso é preciso associar as possibilidades técnicas das máquinas a um conhecimento mais preciso do comportamento da genética, e da reação das diferentes genéticas aos tipos de solos. De facto, esta técnica de modificação das densidades está em alta. Mas só para aqueles que ao mesmo tempo vão aprofundar o conhecimento do comportamento das variedades perante a modificação da densidade numa dada parcela”. Também Pedro Torres partilha desta visão. “As ceifeiras debulhadoras que utilizamos elaboram o mapa de produtividade de cada campo. Passámos a saber exatamente as produtividades em cada ponto da parcela e, a partir daí, tentamos perceber o que esteve na base das eventuais heterogeneidades”. Mas admite que “a interpretação dos resultados não é fácil” isto porque “as produtividades resultam de muitos fatores que se conjugam ano a ano de forma sempre diferente”.
A importância da profundidade e do disco Visitámos o produtor António Vieira Lima na sua exploração,
A escolha de um disco apropriado à semente e às condições de solo é muito importante para uma sementeira de qualidade.
em Cuba, e demos início à conversa perguntando-lhe o que espera de um bom semeador. “No fundo o que nós pretendemos é um semeador que mantenha a regularidade de profundidade de sementeira e consistência na distância entre bagos. Quanto mais consistente for o espaçamento melhor, porque se as plantas estiverem a uma distância homogénea a competição entre elas é igualizada”, começou por transmitir. Reforçou dizendo que no caso de uma planta nascer um pouco mais cedo, devido à profundidade não ser igual, o seu desenvolvimento precoce não vai compensar em maçaroca o menor rendimento das plantas ao lado. E alertou-nos para um pormenor que considera importante: o disco ter a dimensão adequada às condições de trabalho. “Quanto maior é o diâmetro do disco, mais tempo ele tem para fazer a sucção dos bagos e mais devagar
António Vieira Lima Na sua exploração, com 450 ha repartidos pela Herdade dos Vales e pela Herdade dos Atafuis, em Cuba, este agricultor tem 95 ha reservados à produção de papoila para morfina e uma pequena área destinada à vinha. Mas é outra a sua cultura de eleição. Os investimentos que tem vindo a fazer, que incluem novos pivots e um secador, destinam-se sobretudo ao milho, cultura a que reserva anualmente cerca de 200 ha.
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DOSSIER técnico SEMENTEIRAS
Ao abandonar as tornas lineares nos pivots, e ao passar a fazer a sementeira em modo circular, António Vieira Lima aumentou consideravelmente a capacidade de trabalho diária.
Sementeira linear
Sementeira circular
ele roda para pôr o mesmo número de sementes. Se for mais rápido está mais sensível a qualquer tombo”. Na Herdade dos Vales e na Herdade dos Atafuis, onde cultiva o milho, predominam os solos muito entorroados e por isso “o semeador está sempre sujeito a oscilações e a vibrações. Os nossos terrenos são complicados de trabalhar. Há sempre torrões, o que faz com que haja vibração nas caixas. E isso o que provoca é que à medida que o grão vai rodando, se a rotação for muito rápida, apesar de estar sob sucção, com a vibração pode haver tendência para o bago cair e então provoca uma falha”.
Maior rapidez em modo pivot
Possui um semeador rebocado de 8 linhas com o qual já fez seis campanhas, e nestas condições de solo é obrigado a fazer velocidades de trabalho baixas. “Nós trabalhamos a velocidades
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Quanto mais regular for o tamanho da semente menor probabilidade há de ocorrerem falhas.
de 4 ou 4,5 km/h. Podemos ir até 5 km/h se o terreno estiver muito bom”. “Em relação aos semeadores com sistema elétrico, fala-se de velocidades entre 8 e 10 km/h. Mas aqui nas nossas condições, não estou a ver isso acontecer. É preciso um terreno mais orgânico para tirar partido dos semeadores com velocidade de trabalho mais elevada”, afirma. Tirando partido do piloto automático que tem instalado em todos os seus tratores, recentemente António Vieira Lima fez uma alteração que lhe permitiu aumentar o rendimento de trabalho diário. Abandonou as tornas lineares. “Comecei a fazer a sementeira em redondo. Já tinha pensado nisso antes mas atrasei um pouco a decisão porque tive receio de me deparar com algum problema que não estivesse a prever”. E a verdade é que esta alteração não lhe deu problemas e trouxe-lhe claras vantagens. Como as tornas são muito mais compridas, com o mesmo semeador e com o mesmo trator, passou de “20 hectares por dia para 31 a 32 hectares por dia” semeados.
Alternativas à velocidade alta
E se não tivesse ido por este caminho? Ou se mesmo agora quisesse reduzir ainda mais o tempo de sementeira? A pista que nos deu foi esta. Se não tivesse alterado o modo de trabalhar nos pivots, podia ter optado por aumentar a
velocidade de sementeira. Mas sabe qual era o resultado se escolhesse esta via: “Ia com toda a certeza perder qualidade de sementeira”. “Também podia semear mais horas por dia. Mas nós agora já conseguimos semear à volta de 12 horas por dia”. E neste cenário, não está muito recetivo a entrar pela noite dentro porque pode haver qualquer peça que falhe no semeador e depois é mais difícil de se aperceber. Nas condições de solo em que semeia, concluiu que a solução alternativa mais viável seria optar por um semeador maior, com mais módulos, para abarcar uma maior área de trabalho.
Semeadores de movimento elétrico
Um semeador com movimento elétrico podia entrar no rol das alternativas. Contudo, explicounos que para retirar partido de um equipamento destes, teria de fazer uma preparação do terreno ainda mais demorada. E no conjunto acha que não compensaria. Ainda assim, admitiu que um sistema com movimento elétrico iria trazer-lhe uma mais-valia a outro nível. “Neste semeador o andamento do disco é dado pelo andamento das rodas. Com um sistema elétrico há a possibilidade de se fazer o corte de linhas, para não sobrepor”. Atualmente, o que acontece é que quando existe sobreposição, depois acaba por ter de fazer a correção durante a monda, o que sempre representa algum desperdício de semente.
Pontos sensíveis e manutenção
No que diz respeito à manutenção, António Vieira Lima diz-nos que os semeadores têm alguns pontos sensíveis a que convém ter atenção. “Eu não começo uma campanha sem mudar os rolamentos dos discos para garantir que não paro a meio. Os casquilhos do paralelogramo, se apresentarem folga, também são trocados. Porque basta uma pequena folga para haver uma grande oscilação lateral, e até mesmo a nível de inclinação. E depois as linhas já não ficam com a regularidade pretendida”. E também acrescentou que “o simples facto de os tubos estarem rugosos, altera a regularidade da queda da semente”. É portanto uma alfaia com alguns elementos sensíveis, onde tem de estar tudo muito bem afinado para que o trabalho resulte perfeito. E no final da nossa conversa, e porque todos os fatores contam, alertou-nos acerca da escolha da semente. “A qualidade da semente é importantíssima. Se nós não tivermos semente regular, calibrada, mesmo que se afine muito bem o semeador, basta vir um bago maior para depois ser expulso pelo disco e fazer uma falha”. Em resumo, todos os detalhes contam. E as condições de cada exploração, e até mesmo as particularidades em diferentes parcelas dentro uma exploração, podem requer diferentes abordagens. É a todos esses pormenores que os gestores da cultura têm de estar atentos.
Sementeira tradicional
Sementeira em Linhas Pareadas Em que consiste
A sementeira em linhas pareadas (twin rows) é uma nova técnica usada para aumentar a densidade de plantas por hectare e consequentemente obter produções mais elevadas. Consiste em instalar a cultura em duas linhas aproximadas, separadas por um intervalo, e nas quais a semente é deposta no solo em posição desencontrada. Está já mais desenvolvida noutros países, como os Estados Unidos, mas começam a ser feitos ensaios em Portugal para determinar se a adaptação à nossa agricultura é ou não viável.
Ensaios Dekalb 2014
Recentemente, a Dekalb deu a conhecer os resultados de 10 ensaios realizados em 2014, na zona norte do país, com milho para silagem. Estes ensaios permitiram fazer uma comparação entre a sementeira tradicional com intervalo de 75 cm entre cada linha de plantas e a sementeira em linhas pareadas, a uma distância de 22 cm entre elas, e intervalo sem plantas de 53 cm. A Dekalb comunicou que foi possível obter uma maior eficiência de aproveitamento do solo, e uma maior eficiência de aproveitamento da luz solar, o que resultou num acréscimo da produção por hectare de 5300 grãos/m² para 5900 grãos/m².
Diferentes perspetivas
António Vieira Lima não se mostrou muito entusiasmado com a ideia de vir a praticar a sementeira em linhas pareadas. “Correndo o risco de ser controverso, acho que não tem aplicação aqui para a região do Baixo Alentejo. Permite colher-se com a mesma ceifeira
mas vamos ter menos espaço disponível entre as duas linhas por exemplo para fazer sacha. A vantagem é ter-se uma melhor distribuição no solo para que as plantas absorvam melhor os nutrientes e tenham uma melhor capacidade de receção da luz solar. Mas nós no Alentejo não temos falta de luz e não temos problemas de nutrientes porque faz-se em regadio. Nos ensaios que eu conheço não há diferença da produtividade. Faz sentido em latitudes mais altas onde há menor exposição solar e em milhos feitos em sequeiro. Aqui, numa agricultura intensiva de regadio estamos sempre em conforto”. Dá ainda uma indicação acerca do semeador. “E os semeadores [próprios para linhas pareadas] são mais pesados porque têm o dobro das caixas. É mais difícil entrar-se cedo em terrenos mais complicados”. Pedro Torres mostrou-se um pouco menos reticente, mas ainda assim cauteloso. Também está à espera de ver para crer. “Apenas utilizei [esta técnica] de forma experimental. Tenho a sensação de que se trata de uma tecnologia que não é ‘remunerada’ de forma muito significativa. Ou seja, tem acréscimos de produção insuficientes para justificar mais semente e novos semeadores. Mas a minha resposta não tem nada de científico e cá estamos para mudar se tal se justificar”. Sílvia Benquerença, da Dekalb/Monsanto, vê a nova técnica com mais otimismo. Contactada pel’abolsamia, transmitiu-nos que tem notado um “crescente interesse” por parte dos agricultores para fazerem ensaios. E que na sua opinião mesmo no Alentejo, em zonas onde já hoje se faz uma densidade de sementeira de 90.000 plantas/ha, com linhas
Referências bibliográficas: Agleader, 2002. Pf Advantage – Precision Farming System Operators Manual. Ames-Iwoa. 263p. Agleader, 2015. Planting. [consultado em 25 março 2015]. Disponível em: http:// www.agleader.com/products/ seedcommand/hydraulic-downforce. BRESOLIN, M. A semeadura do milho no RS. In: BRESOLIN, M. (Coord.). Contribuição para a cultura do milho para o Estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Fundação de Ciência e Tecnologia, 1993. P.44-69.
Sementeira em linhas pareadas
pareadas pode vir a utrapassarse as 100.000 plantas/ha. Ainda assim, entende que é necessário continuar a fazer ensaios, para se “ter dados consistentes” e determinar se o acréscimo de custos é compensado com um aumento da produção. Em todo o caso, o maior ou menor sucesso deste tipo de técnica parece variar consoante as especificidades de cada região. À medida que vão sendo feitos mais ensaios, iremos obtendo mais respostas.
Parque de máquinas
A adoção desta técnica de sementeira não exige outras alterações no parque de máquinas além do semeador. Para se fazer a sementeira em linhas pareadas é necessário um semeador próprio. É com ele que se consegue realizar uma diferente disposição da semente no solo. Há várias marcas a comercializar modelos para sementeira em linhas pareadas e o que Sílvia Benquerença nos transmitiu é que as unidades pedidas pelas marcas para realizar os ensaios em Portugal têm sido todas vendidas, o que não deixa de ser um sinal promissor.
Carvalho, M. (2001) - Manual de Divulgação de Sementeira Direta e Técnicas de Mobilização Mínima. Lisboa, Direcção-Geral de Desenvolvimento Rural, 55 p. Conceição,L.A. ;Elorza, P.B.; Dias, S.;Valero,C. (2013). Spatial variability of seed depth placement of maize under no tillage in Alentejo, Portugal. In: Proceedings of the 9th European Conference on Precision Agriculture 7- 8 July 2013 - Lerida, Spain, p 283-290. ISBN: 978-90-8686-224-5. Crosslot, 2015. Electronic Seed Depth Control. [adaptado em 25 março 2015]. Disponível em: <http://www.crossslot.com/ electronic-seed-depth-control> Hunt, D. 1983. Farm Power and Machinery Management. Iowa University Press. Ames Iowa. 352 p. John Deere (2015). Planting and seeding equipment. [adaptado em 25 março 2015]. Disponível em:<http://www.deere.com/en_US/ products/equipment/planting_ and_seeding_equipment/planters/ row_units/row_units.page?> Kverneland Products (2015). Precision Drills. [adaptado em 25 março 2015]. Disponível em: <http://ien.kverneland.com/ Seeding-Equipment/PrecisionDrills>. Ortiz-Canavate, J. (2012). Las Maquinas Agricolas y su Aplicacion. Mundi-prensa libros s.a. Madrid, Spain, 545p. ISBN: 8484764311. Semeato, 2000. Manual do Operador e Catálogo de Peças – SSE 5/6. Passo Fundo, Brasil. 60p. Slyfrance, 2015. Stripcat. [consultado em 25 março 2015]. Disponível em: < http://www. slyfrance.com/en/stripcat/> . Vaderstad, 2015. Instruction manuals Tempo TPF 6-8. [adaptado em 25 março 2015]. Disponível em: <https:// pdmlink.vaderstad.com/openext. aspx?id=245a4234-1a88-442dabc4 9138c1da8f82>.
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Todos os dados constantes desta tabela são indicativos e da responsabilidade das empresas representantes dos equipamentos.
Marcas presentes em Portugal e seus Importadores
Semeadores Monogrão
*VRT - Variable Rate Technology / Tecnologia de Taxa Variável. Modelo
Largura trabalho máx. (m)
Nº de linhas
Entrelinha (cm)
30,40,45,50, 60,70,75,80
Órgão sulcador
Órgãos compressores e de recobrimento
Controlo de profundidade
Potência Sistema de Compatibilidade mínima acoplamento com Isobus requerida (cv)
3
4,5,6,7, 8,10
ED 452 classic/contour
4
6,7,8, 9,10
40,45,59,60, 70,75,80
ED 452 -K classic/contour
4,5
6,7
60,70,75,80
ED 602 -K classic/contour
8,9,12
45,50,60, 70,75,80
EDX 6000-2
8,10,12
75,55,45
EDX 6000-2C
8
75
8,10,12
75,55,45
8,10,12
75,55,45
EDX 6000-2FC
6
EDX 6000-2FC
Disco duplo e relha
Roda compressora de borracha flexível e duas Rodas de recobrimento de borracha rígida500 mm diâmetro
desde 24.460 140
Manual através de fuso
4
Soco/Disco
Sara telescopico
4,5
6
Soco
MTR
3.00
4
twin pareada Marta MTR Monica MTR Renata
YPE625A YPE825A
MAESTRO 8 CC MAESTRO 12CC
dede 26.810
Não
desde 40.585 desde 59.225 desde 67.730
190
Montado. Tremonha traseira de adubo.
Não (monitor Isobus)
desde 86.985
Sim
desde 86.985
Farmflex / em V borracha 1"ou2"
50/60
10.516 até 14.492
80/100
19.860 até 29.756
60/80
16.356 até 21.650
75 4,5
6
80/100
3
8 (4 pareadas)
4,5
6
2,70/ 4,50
6
45 variável • 45 até 75
6
8
75
3
4 pareadas
4,5
6 pareadas
6
8 pareadas
4,5
6
Disco
Roda V borracha 1"
Manual
Montado
Farmflex / em V borracha 1"ou2"
80/100
Borracha em V de 1"ou2"
110/130
Não Não
60/80
Não
26.327 até 35.910 27.000 até 37.000 26.368 até 38.245 29.452 até 42.255
Rebocado
Sim
68.278 até 81.926
A. Cano, Associados, S.A. - 918 450 336 - nunoborges@acano.pt Montado 53
Disco
Rodas Compressoras
Roda
140
Sim
Não
Sim
Sob consulta
Rebocado
Lagoalva, Lda • 243 559 070 • geral@lagoalva.pt
Horsch MAESTRO 6 CC
Sim
160
Great Plains YPE425A3PM
Montado
Não
Maschio Gaspardo, SpA • 917 322 764 • jmontez@maschio.com 3
MT E MTR telescopico
PVP (€) equip. base sem IVA
desde 18.445
100 Rodas de recobrimento de borracha rígida 500 mm diâmetro
Gaspardo SP
Sementeira direta
Deltacinco, SA • 967 684 907 • maquinasagricolas@deltacinco.es
Amazone ED-302 classic/contour
VRT*
6
8 12
MAESTRO 12 SW
9
12
MAESTRO 16SW
12
16
MAESTRO 24SW
18
24
MEP 1705 4 L
4,4
4
MEP 1705 6 L
4,56
MEP 1705 6 L
4,2
MEP 1705 8 L
6,08
MEP 1705 8 L
5,6
MEP 1725 8 L
7,68
100
70/75 /85 45 / 50
Disco
Rodas compressoras
120 Roda
70/75/ 85
180
Rebocado
Sim
Sim
Sim
Sob consulta
220 270 John Deere Ibérica, SA • 911 074 125 • camaratediogo@johndeere.com
John Deere
6
76, 91, 96, 110 76 70 76
8
90
Disco
Rodas compressoras de fundição
Rodas de borracha
70
21.671
100
27.069 Montado
Sim
Sim
Não
120
33.977 33,946
96
46.914 Tractores Ibéricos, Lda • 210 009 730 • geral@tractoresibericos.pt
Kuhn Maxima TD 4,5 Maxima TI
6
75/ 80 hidráulico 70/75/80 hidráulico
2 Discos
Rodas em V borracha com 5 Rodas 115x400 niveis de pressao
24 328 75
Montado
Sim
Não
Não 27 902
OBSERVAÇÕES: modelos mais vendidos, pois a gama da Kuhn é muito vasta, e os preços são só da máquina base, sem adubadores, microgranuladores, control elétronico de sementeira e os diversos acessórios possíveis de equipar consoante a vontade e necessidade de cada cliente.
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Modelo
Largura trabalho máx. (m)
Nº de linhas
Entrelinha (cm)
Órgão sulcador
Órgãos compressores e de recobrimento
Controlo de profundidade
*VRT - Variable Rate Technology / Tecnologia de Taxa Variável. Potência PVP (€) Sistema de Compatibilidade Sementeira mínima VRT* equip. base acoplamento com Isobus direta requerida (cv) sem IVA Forte, Lda • 210 009 752 • geral@forte.pt
Kverneland Accord Optima HD 3m
3
4a8
Sim / 37,5, 40, 45, 50, 60, 65, 70, 75, 80
Optima HD 4,5m
4,5
6 ou 8
Sim / 45, 50, 55, 60,65, 70, 75, 80 Sim / 37,5, 45, 50, 55, 60, 70, 75, 80
Optima HD PH 6m
6
8 a 16
Optima HD PH 9m
9
12
Não / 75
3a6
Sim / 75, 90, 150
Optima HD 4,5m rigido
4,5
Optima HD 4,5m Optima HD 5,15m rigido
Montado
Sim / 70, 75 5,15
6
Não / 90
Optima HD 6m
6
8
Sim / 70, 75
Optima HD 7m
7
6
Não / 90
Optima HD 6,1m
6,1
8 a 12
Sim / 45, 50, 60, 70, 75, 80
Optima HD 7,5m
7,5
9
Não / 65
Optima HD 9,3m
9,3
12
Sim / 65, 70, 75, 80
Discos
Rodas pressão intermédia e roda pressão traseira
Discos
A potência depende do número de linhas
Sim
Sim
Sim
Sob consulta (1)
Rebocado
Montado
(1) - A ausência de preços deve-se ao facto de o preço de cada semeador variar consoante o número de corpos e nesta tabela estarem gamas e não modelos. Agridirect • 961 724 400 • nuno.paim@agridirect.pt
Lemken Saphir
2,50 a 4
17 a 32
Solitair
3 a 12
20 a 96
125/150
Disco Duplo
Rodas compressoras / grade
Rodas
---
Montado
---
Montado / Rebocado
Sim / Não
Sim / Não
14.967 Sim / Não
ABOLSAMIA · maio / junho 2015
21.847
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DOSSIER técnico SEMENTEIRAS
Largura trabalho máx. (m)
Modelo
Nº de linhas
Entrelinha (cm)
Órgão sulcador
Órgãos compressores e de recobrimento
Bico
Rodas compressoras Farmflex
Controlo de profundidade
Potência Sistema de Compatibilidade mínima acoplamento com Isobus requerida (cv)
VRT*
PVP (€) equip. base sem IVA
Sementeira direta
Tractorave, Lda • 252 661 230 • geral@tractorave.pt
Mascar Futura 5 1,80 a 9,0
2 a 18
25 a 80
Maxi 5
Disco
Rodas Compressoras
Roda compressora
40
Montado
MS4130
3
4
MS4130
4
6
MS8130
3
4
MS8130
4
6
MSTWIN
3
4X2
Disco 50
Disco
14.267
80 60
Rodas Rodas
19.760 Montado
Não
Sim
Não
15.907 22.942
80
24.570 Varziagro, Lda • 252 692 484 • varziagro@varziagro.com
NC
Soco 0,75 - 30
2 a 36
20 a 80
Discos
NGP-M MS
Sob consulta (1)
Não
40-60
Monosem
NX-2
-
Expansão, Lda • 263 516 573 - 919 355 124 • expansaolda@net.sapo.pt
Matermacc
NGP
Sim
0,12 - 12
2 a 40
12 a 80
Soco
35
Cunha/Farmflex Roda
Cunha Rodas
45
Não Todos
Sim
Sim
25
Sim / Não Não
desde 7.300 desde 12.000 desde 14.000 desde 13.000 desde 10.000
Agricortes, SA • 244 819 112 • agricortes@agricortes.pt
Sfoggia GAMMA PLUS
1,5 a 9 (a)
CALIBRA para hortícolas
1,5 a 9 (b)
DISCOVER
chassis variável / telesc.
6a9
SIGMA 5
2 a 12 (a)
2 a 24
SIGMA HWS
2,8 a 6 (c)
4a8
70 a 75
ELEKTRA
2 a 12 (a)
ELEKTRA
2 a 12 (a)
2 a 24
45 a 90
25 a 85 2 a 18
Mínimo 3,5
40 a 150 Soca
40 a 110
Rodas compressoras
38 a 80
Roda Discos duplos
90 a 140
Montado ou rebocado
Não
Não
Sob consulta (1)
-
40 a 300 Discos duplos e Rodas compressoras
90 a 140 40 a 300
Sim Sim
Não
(1) - A ausência de preços deve-se ao facto de o preço de cada semeador variar consoante o número de corpos e nesta tabela estarem gamas e não modelos. (a) chassis: fixo, telescópico ou hidraúlico dobrável •(b) linha Simples, dupla ou tripla; Chassis: fixo ou hidráulico dobrável • (c) chassis: fixo ou telescópico.
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Modelo
Largura trabalho máx. (m)
Nº de linhas
3
4
Entrelinha (cm)
Órgão sulcador
Órgãos compressores e de recobrimento
Controlo de profundidade
Potência Sistema de Compatibilidade mínima acoplamento com Isobus requerida (cv)
14.450 19.500
Não 4,5
6
PROSEM K 6 T/V
50 a 75
Discos
PROSEM K 8 F PROSEM K 8 T
PVP (€) equip. base sem IVA
80
PROSEM K 6F PROSEM K 6T
Sementeira direta
Tractomoz, SA • 268 337 040 • geral@tractomoz.com
Solá PROSEM K 4 F
VRT*
6
Rodas compressora
100 Roda
8
22.150 Montado
Sim
23.500
Sim
25.950
Variável
120
26.000
PROSEM K 7 T/V
28.000
Opcionais: kit de adubadores de disco, kit de micro, kit de comando eletrónico Não incluídos. Manuel Fialho. Lda • 266 759 300 • info@manuelfialho.pt
Väderstad Tempo F6
4,2-6,0
6
Tempo F8
5,6-6,4
8
Tempo T6 (telescópico)
3,6-4,8
6
60-80
Tempo T7 (telescópico)
3,5-4,2
7
50-60
100
70-80
140
47.265
Rebocado
58.470
70
35.575
80 Disco
Rodas compressoras
Roda
37.800 Sim
Sim
Sim
Tempo R4
2,8-3,2
4
70-80
Tempo R6
2,7-6,0
6
45-50 / 70-80
Tempo R7
4,2
7
60
100
38.090
Tempo R8
5,6-6,4
8
70-80
150
45.310
Tempo R9
5,4
9
60
150
47.850
Tempo R12
5,4-9,6
12
45-50 / 70-80
200
57.195
3
4
4
6
70
Multicorn DP-II Multicorn DP-II
34.590
Expansão, Lda • 263 516 573 - 919 355 124 • expansaolda@net.sapo.pt
Vicon Multicorn DP-II
25.980
Montado
6
telescopico
40-60 50
disco
Rodas
Roda
8
telescopico
80
22.,666 Montado
Sim
Sim
Semi
100
34.160 46.680
Todos os dados constantes desta tabela são da responsabilidade das empresas representantes dos equipamentos.
ABOLSAMIA · maio / junho 2015
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Reportagem por Ângelo Delgado e Francisca Gusmão
MF 4700
Aí está, a nova Série Global da Massey Ferguson A muito aguardada Série Global da Massey Ferguson foi apresentada aos concessionários da marca na Quinta do Casal Branco, em Almeirim. No dia 24 de abril, pela mão do Grupo Tractores de Portugal, deu-se a conhecer uma máquina há muito esperada pela rede de concessionários da marca.
“Senhoras e senhores, connosco, em primeira mão, o trator Massey Ferguson Série Global!”. Foi desta forma que os responsáveis do Grupo Tractores de Portugal apresentaram a nova máquina da marca detida pelo grupo AGCO, que entrou pela sala onde decorreu a apresentação na Quinta do Casal Branco, em Almeirim, enquanto os presentes ouviam, atentamente, a apresentação dos resultados da Massey em Portugal e no mundo. E houve mais revelações: a versão cabinada do 4700 chegará a Portugal durante o segundo trimestre de 2016. 82
maio / junho 2015 · ABOLSAMIA
Série Global em detalhe A seguir à grande salva de palmas, deu-se início à apresentação das principais características do trator pela voz de Francisco Horta Machado, gestor de produto da Massey Ferguson. “Os MF4708 (85cv) e MF4709 (95cv), aqui presentes, têm um motor AGCO Power, cumprem as normas Tier 4i, possuem um sistema de injeção Common Rail, DOC e EGR com arrefecimento externo, 3 cilindros e 3,3 litros”, detalhou. Do motor para a transmissão, Horta Machado frisou que se trata de uma gama “com uma nova conceção de caixa de velocidades 12x12 com inversor mecânico” e
velocidade de 40 km/h. “São 6 velocidades sincronizadas, com alavanca do lado direito, duas gamas sincronizadas de baixa para alta, com alavanca do lado esquerdo e um inversor mecânico sincronizado, com alavanca também do lado esquerdo”, explicou, acrescentando ainda que se trata “de uma transmissão moderna e excelente para trabalhos em campo e estrada”. Relativamente ao eixo traseiro, destacou “a similitude com o MF5600, os travões internos, o veio transversal de montagem externa e os redutores epicíclicos internos”. Já no eixo frontal 4RM,
Francisco Horta Machado, gestor de produto da Massey Ferguson.
Reportagem
veja o vídeo em: www.youtube.com/abolsamia
1
Prémios Concessionário do ano 2014
2
3
4
5
Venda de Tratores Novos 1 - Pinto e Filho Lda. 2 - Afonso de Oliveira Costa & Filhos Lda. 3 - Albieuropa - Tractores e Automóveis Lda. Peças Massey Ferguson 2 - Afonso de Oliveira Costa & Filhos Lda. Lubrificantes Massey Ferguson 4 - Tramaqnor Lda. Serviço e Imagem 5 - Nova Imagem - Tractores e Alfaias Agrícolas Lda.
Horta Machado falou sobre o veio de transmissão central, a direção hidrostática, e a ligação eletro-hidráulica das 4RM. A finalizar, uma palavra para os hidráulicos e tomada de força: “o distribuidor hidráulico auxiliar tem duas válvulas de fábrica que permitem uma dupla ação com posição de flutuação e possui ainda acopladores montados diretamente na válvula. No elevador de alfaias traseiro, realçou o veio transversal montado externamente, o controlo eletrónico, os cilindros hidráulicos de elevação externos e a barra de puxo oscilante reforçada. Na tomada de força, destaque para embraiagem hidráulica independente, operação eletro-hidráulica, interruptor de 3 posições, TDF de rotação simples – 540/540E – e veio de saída com 6 estrias de 35mm”.
Carlos Rocha, diretor geral do Grupo Tractores de Portugal.
Grupo Tractores de Portugal e MF Durante apresentação dos novos tratores da Série Global, Carlos Rocha, diretor geral do Grupo Tractores de Portugal, falou sobre o atual momento da Massey Ferguson em Portugal. “Mantivemo-nos em 7º lugar na lista de marcas mais vendidas no país, sendo que, em termos de quota de mercado, subimos de 4,8% em 2013 para 5,1% no ano passado”, afirmou confiante. Ainda nos números, lembrou que a “distância para o 6º lugar do ranking, ocupado pela Landini, foi reduzida para apenas 7 unidades”. Relativamente à MF, se em 2013 tinham sido vendidas 233 unidades, esse número passou para 242 em 2014. Numa perspetiva geral, Carlos
Rocha adiantou que o mercado, em 2015, deverá crescer, tendo elencado as razões que, em sua opinião, motivarão essa subida. “O PDR 2020, a recuperação económica do país e o facto de ser ano de eleições legislativas são motivos para estarmos confiantes num crescimento do mercado de tratores”. Richard Markwell, presidente da Massey Ferguson, deslocouse a Almeirim para assistir à apresentação da Série Global em Portugal e, também, para entregar em mãos a chave do primeiro 4709 ao concessionário Pinto & Filhos, numa negociação que ficou selada em Beauvais, França, durante a última edição do Vision of the Future. O seu discurso incidiu sobretudo no mercado mundial. “Em 2014, assistimos ao declínio da indústria em todas as regiões do mundo. As vendas da AGCO caíram, e este ano deverá haver um novo recuo, ainda que ligeiro”, projetou. Ainda sobre os resultados da marca, Markwell adiantou que “mesmo com a redução das vendas, 2014 foi o terceiro melhor ano da marca”. À boleia desse marco, o também presidente da CEMA prometeu “manter o investimento no futuro,
Entrega do primeiro MF4700 vendido em Portugal.
inovação e desenvolvimento de novos produtos”. Sobre a região EAMO (Europa, África e Médio Oriente), onde Portugal se inclui, Richard Markwell referiu um aumento da quota de mercado em 0,7%, mantendo a tendência dos últimos 5 anos. Numa perspetiva mundial, os números da AGCO ascenderam aos 8,9 mil milhões de euros em 2014, contra os 10 mil milhões em 2013. Para 2015, as previsões apontam para um valor entre perto dos 7,6 mil milhões de euros. ABOLSAMIA · maio / junho 2015
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Reportagem “Desenhada para o mundo, construída para diferentes mercados” Richard Markwell é o presidente da Massey Ferguson e foi convidado especial para o evento de apresentação da Série Global à rede de concessionários portugueses. A revista abolsamia acompanhou a iniciativa do Grupo Tractores de Portugal, e aproveitou para conversar com o responsável e perceber, um pouco melhor, o conceito por trás da tão esperada Série Global. e do eixo traseiro vão ser fabricados na novíssima e enorme fábrica que temos na China. Portanto, a Série Global foi concebida para o mercado mundial, e será montada em várias partes do globo por forma a adaptar os componentes de elevado custo às exigências de cada mercado de um ponto de vista legal e prático.
Abolsamia A Massey Ferguson afirma que a Série Global tem uma visão geral e uma abordagem local. Isso significa que, para diferentes mercados, existem diferentes tipos de tecnologia? Richard Markwell
Sim e não… a Série Global é desenhada, para o mundo, através das instalações da Massey Ferguson em Beauvais. Depois, produzimos alguns dos componentes chave do trator nas fábricas que temos em vários países, nomeadamente na China, Índia, Brasil, Turquia e também França, na nossa fábrica de Beauvais. Em cada uma destas infra-estruturas produzimos um trator que esteja adaptado às exigências locais. Por exemplo, a legislação sobre ruído na África ou no Brasil, é diferente da que existe na Europa, o que faz com que tenhamos que adotar motorizações diferentes. Na Europa estamos atualmente na fase Tier 4 final, na África ou no Brasil na fase Tier 0, excetuando a África do Sul... enquanto na Argélia ou em Marrocos estamos em níveis intermédios. Por outro lado, a exigência ao nível das especificações também diverge: na Europa exigimos cabinas com um certo nível de insonorização, e outros aspetos relacionados com a segurança, o que levou à decisão de montarmos a versão cabinada da Série Global em Beauvais, uma vez que as cabinas serão produzidas em Beauvais II, na nossa fábrica de cabinas. Os componentes chave da transmissão
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Existe a expetativa de que a Série Global terá um preço competitivo. Quais serão, na sua opinião, os principais concorrentes? Qualquer marca que venda tratores no segmento de potência entre 60 e 130 cv, como sejam a Case, a New Holland, a John Deere, e ainda alguns players que atuam apenas na China ou na Índia serão, com toda a certeza, a principal concorrência da Série Global. Aquilo que é importante perceber é que grande parte dos nossos concorrentes neste segmento de potência vende um produto antiquado debaixo de um capot de linhas atuais. A Série Global foge desse paradigma: aplicámos tecnologia moderna a um segmento baixo de potência para produzir um trator simples de forma eficiente, o que significa que podemos esperar dele não apenas um melhor desempenho, como também menores perdas de potência entre o motor e a transmissão e, como resultado, menores consumos de combustível. Acredita que o preço está competitivo? Posso dar-lhe um exemplo da indústria automóvel na Rússia, onde estive a semana passada: muitas pessoas naquele país ainda são donos de um LADA. Trata-se de uma marca local, muito barata, com um design bastante antiquado e um sucesso de vendas na Rússia durante largos anos. Entretanto, “descobriram” marcas como a Volkswagen, que possui carros mais modernos, tecnologia mais desenvolvida, mais eficiente e com um preço superior. O que sucedeu após esta “descoberta”? Ainda se vendem LADA, mas em menor quantidade, enquanto a quota de mercado
da insígnia alemã tem vindo a subir anualmente. De volta aos tratores: o objetivo da Série Global não passa só pela questão do preço, quisemos que fosse acima de tudo um trator eficiente com todos os princípios da tecnologia e design modernos. Devemos fazer a análise da relação qualidade/preço numa perspetiva de longo prazo. De acordo com as necessidades dos agricultores portugueses, o MF 4700 não é ainda a máquina ideal. Para quando uma versão nos 60 cv de potência? Já durante o próximo ano, e dependendo dos mercados, será apresentada adicionalmente à 4700,a Série 2700 que é o trator de potência mais baixa da Série Global. Existe espaço para a Série Global em mercados com necessidades maiores, nomeadamente no Centro e Leste da Europa? Sem dúvida! Qualquer parte do mundo necessita de máquinas com tecnologia um pouco mais simples… mesmo nos grandes mercados. Para produtores de leite e animais é uma excelente alternativa, já que nestes casos o investimento maior é nos animais e não nas máquinas; bem como para muitos produtores de fruta da zona mediterrânica que precisam dum trator fiável mas não necessitam de uma máquina de grandes dimensões e potência com tecnologia de ponta. Acreditamos, que na Europa Central e Ocidental, conseguiremos vender entre 2500 a 3000 tratores da Série Global com cabina, anualmente. Quero frisar que a transmissão desta máquina é a melhor de sempre na sua gama, e que estes tratores primam por terem uma condução simples e muito intuitiva. Tal como um iPhone, que tem tecnologia de qualidade e um funcionamento tão intuitivo que dispensa manual de instruções, também assim é a Série Global. A tecnologia está lá mas apresenta-se de uma forma simples de usar, passo muitas vezes essa mensagem aos nossos engenheiros: Keep it simple!
Culturas especializadas Recolha de batata simplificada
Plataforma para recolha de hortaliças Argiles O modelo AFH da marca espanhola Argiles é um autêntico armazém ambulante. Embora a colheita não seja mecanizada, à medida que o pessoal vai fazendo a apanha, a AFH avança ao longo de uma faixa com 10 metros, que é quanto abarcam os dois tapetes rolantes onde são colocadas as hortaliças. Estas são transportadas para dentro da máquina através de tapetes rolantes, passam por um túnel de limpeza que possui um sistema de recuperação de água, e são depois colocadas em caixas. Uma vez arrumadas em paletes, as caixas de hortaliças são retiradas da parte de trás da AFH por um trator ou por um telescópico. A propulsão desta plataforma está a cargo de um motor Kubota de 50 ou 82 cv, que transmite tração a quatro rodas direcionais. A Argiles comercializa também uma versão compacta, equipada com motor Kubota de 35 cv.
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AVR A AVR fabrica colhedoras de batata automotrizes, e também em versão rebocada com tremonha. Mas o modelo a que damos destaque é uma das máquinas mais simples deste fabricante, o que significa que tem um valor de aquisição a condizer. A marca comercializa o modelo Esprit, para trabalho em duas linhas e sem tremonha, e este novo modelo Apache segue a mesma filosofia mas está adaptado para fazer a colheita em três ou quatro linhas em simultâneo, consoante a distância de plantação seja de 90 ou 75 cm. Também sem tremonha, transfere a batata para um reboque que acompanhe o seu avanço ou então diretamente para o chão. Possui um eixo hidrostático com rodas motoras direcionáveis, para garantir o avanço em difíceis condições de solo, e lança com regulação hidráulica para se poder centrar ou descentrar a máquina em relação ao trator. Assenta num chassis que permite ao operador ver a máquina na sua totalidade a partir da cabine do trator e é comandada através de um interface CAN-Bus. As funções hidráulicas são garantidas por cinco bombas com sensor de carga.
Recolha mecanizada de aromáticas Ortomec Especializada em alfaias e pequenas máquinas automotrizes para recolha de verduras, como alface, rúcula, espinafres, ou couve, esta marca originária de Itália também propõe soluções para os produtores de ervas aromáticas. O kit de aromáticas pode equipar diferentes modelos mas damos destaque à Ortomec 9000. Esta máquina possui um motor de 4 cilindros, rastos de ferro ou de borracha, e chassis galvanizado a quente. A largura da cabeça de corte pode variar entre os 130 e os 180 cm e a largura de via pode ir dos 135 aos 215 cm. É comandada através de um simples painel com joystick. É muito variado o leque de acessórios disponíveis. Entre eles encontramos uma plataforma de maior dimensão, para empilhar caixas, ou um toldo para abrigar os trabalhadores das intempéries.
Culturas especializadas Aspirador para frutos secos e azeitona Cifarelli O aspirador de usar às costas faz parte do catálogo da marca italiana Cifarelli, que fabrica utensílios agrícolas e de jardinagem. Destinado à recolha de frutos secos, como nozes, amêndoas, castanhas, ou até mesmo bolotas e azeitonas, este modelo V1200S recorre a um motor 2T, com 77 cm³ e 5 cv, que impulsiona o fluxo de aspiração para dentro de um depósito de 20 litros. A mangueira de aspiração é flexível e manuseada através de uma pega de formato inovador. Esta característica, juntamente com um quadro leve em alumínio, resulta num menor stress para o operador. Possui ainda um sistema patenteado para remover as folhas e outras impurezas. Para fazer a descarga dos frutos não é preciso retirar a máquina das costas. Basta acionar uma alavanca que abre o fundo do depósito. Um trolley para colocar a máquina sempre que se trabalhe em terrenos planos é disponibilizado como opcional.
Cesto de apanha Tyrolbox Hermes
Enfardadeira para restos de poda IronMec A marca italiana IronMec possui no seu catálogo de equipamentos uma enfardadeira para recolher os ramos resultantes das podas feitas em olivais e em pomares, bem como os sarmentos das vinhas. Este modelo BioCompact está preparado para recolher ramos até 5 cm de diâmetro. Um robusto rolo dentado, acionado pela TDF do trator e capaz de abarcar um cordão com largura de 220 cm, puxa a ramagem para dentro da câmara fixa, onde é dada forma a fardos com 120x110 cm de diâmetro. Este tipo de operação permite fazer uma rápida limpeza entre as linhas de árvores após a poda e além disso, ficando a ramagem enfardada, torna-se mais fácil o seu manuseamento e transporte, seja qual for o fim a que se destine.
A Hermes dispõe também de um acessório para apanha manual de fruta (ou uva), destinado às zonas onde uma máquina não pode entrar. Com estrutura em PVC e um quadro em alumínio, é resistente e leve, e está disponível em dois tamanhos: para homem (carga de 16 kg), e senhora (carga de 12 kg). O interior é completamente revestido a borracha, para que mesmo a fruta mais delicada e sensível não seja danificada ao ser posta no cesto. A fruta é depois despejada pelo fundo do cesto para dentro de caixas, um método também pensado para causar o mínimo de impacto.
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Culturas especializadas Carro porta-caixas elétrico SALF Graças ao seu sistema elétrico de propulsão, este carro porta-caixas da marca italiana SALF foi pensado para ser manuseado por apenas uma pessoa. Possui dois motores elétricos de 24V que são alimentados por duas baterias e em opção pode ser equipado com controlo remoto. É o tipo de utensílio apropriado para auxiliar os trabalhadores dentro de uma vinha ou dentro de um pomar, em terrenos que não apresentem grandes dificuldades. As caixas são colocadas no chão com a ajuda de uma alavanca de descarga. As suas dimensões: 1084 mm de comprimento, 1550 mm de largura, e 1080 mm de altura.
Plataforma elevatória para poda
Poda com abertura de janelas Fa-ma A marca italiana Fa-ma apresentou recentemente uma nova podadora para pomares. Tem a designação CMA 250 e instala-se na frente de um trator, mesmo em modelos sem elevador frontal. Esta alfaia possui dois sistemas aparadores com ângulo distinto. O primeiro é constituído por uma barra de corte que faz a poda ao longo de um plano vertical. O segundo é constituído por quatro barras de corte independentes, que são reguláveis quer ao nível da posição quer ao nível da profundidade de trabalho. É este sistema que constitui uma inovação nesta alfaia. Cada uma destas quatro barras mede 36 cm e pode cortar ramos até 35 cm de diâmetro. Ao se aproximarem mais do tronco da árvore, a sua utilidade é abrirem janelas de luz na copa. O operador pode optar por utilizar apenas uma ou duas destas barras de corte, mantendo as outras recolhidas, ou pode optar por usá-las todas em simultâneo. A cada uma das barras é ainda possível aplicar um ângulo diferenciado, tudo isto consoante o efeito de poda pretendido. Uma estratégia de poda pode passar por alternar de ano para ano a posição das janelas, obtendo-se assim uma renovação cíclica dos ramos.
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D’Amico A plataforma elevatória S1 Frutteto possui dois cestos montados em braços telescópicos que podem ser exclusivamente controlados pelos trabalhadores que se encontram no seu interior. Foi desenvolvida pela firma italiana Amico, em cooperação com a Faculdade de Engenharia da Universidade de Bari, Itália. O fabricante aponta que este equipamento constitui uma solução de baixo custo para a apanha de fruta ou para a poda de olival, bem como para uma série de outras aplicações em que seja necessário fazer trabalhos em altura. Possui um um compressor embutido, para que em cada um dos cestos possam ser ligadas ferramentas pneumáticas, como serras, tesouras ou varejadores. Em opção pode ser equipado com duas sapatas hidráulicas laterais, para garantir estabilização.
Plataforma de recolha de fruta Hermes Com larga experiência no desenvolvimento de plataformas para apanha semi-mecanizada de fruta, a Hermes tem vindo constantemente a aperfeiçoar estes equipamentos. Na gama Tecnofruit, a marca dispõe de três modelos: Tecnofruit 110, para pomares com espaçamento entre linhas de árvores entre 3,70 e 4,50 m; Tecnofruit 105, para pomares com espaçamento entre 3,00 e 3,80 m; e Pluk-o-Trak, para pomares com espaçamento entre 2,90 e 3,70 m. Consoante o modelo, equipam com motores diesel de 3 cilindros e 24 cv (velocidade máxima de 8 km/h), e com motor de 4 cilindros e 33 cv (velocidade máxima de 20 km/h) no modelo maior. Este tipo de equipamento contribui para que, a prazo, os custos de produção sejam menores, sem que a qualidade do produto saia comprometida. A fruta é apanhada pelos trabalhadores e encaminhada, de forma suave e sem quedas, através dos mecanismos da própria plataforma para o interior de uma caixa de transporte. Estas máquinas podem também ser utilizadas para realizar a poda. No decorrer desta tarefa são apenas usadas as plataformas elevatórias para que os trabalhadores alcancem a zona mais alta da copa das árvores.
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Culturas especializadas Automotriz para recolha de azeitona Na sua gama, a marca italiana possui a automotriz Athena para recolha em contínuo em olival intensivo e super-intensivo. Com um motor FPT de 126 cv e transmissão hidrostática, o modelo de quarto rodas motrizes direcionais alcança os 20 km/h, enquanto a versão de rastos de borracha alcança os 11 km/h. Ambos permitem velocidades de trabalho até 3,5 km/h. O sistema de recolha pode ser ajustado a árvores com diferentes geometrias e atingir uma produtividade de 10 ton/hora. A máquina possui um mecanismo de limpeza que separa os ramos e as folhas. A azeitona pode ser tranferida para caixas, para um atrelado, ou ainda para um reboque que acompanhe o avanço da máquina na linha ao lado. O equipamento de recolha pode ser instalado tanto de um lado da máquina como do outro. Deste modo, é possível pôr duas máquinas a trabalhar em paralelo na mesma linha. Na cabine há espaço para dois operadores. Um conduz a máquina e o outro controla o sistema de recolha. No olival super-intensivo, onde a vegetação é uniforme e a recolha é mais regular e por isso requer menos ajustes, a presença do segundo operador é dispensada. No final da campanha a unidade de recolha pode ser retirada, dando lugar a uma alfaia para pulverização ou para poda mecânica. A altura máxima de trabalho é de 4,70 m. Entre os opcionais encontramos a câmara traseira com painel LCD e a condução GPS. Andreoli
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DLG classifica como “bom” o sensor Krone NIR Krone
O sensor móvel Krone NIR mede os níveis de humidade no milho com uma precisão extremamente elevada, segundo revelou o último teste realizado pela DLG* alemã. A DLG testou 32 amostras das colheitas de 2013 e 2014 de milho para silagem. As amostras foram recolhidas em três campos diferentes, com culturas que apresentavam conteúdos diferentes de matéria seca de, respetivamente, 22.2%, 34.5% e 38.5%, a partir da colheita de 32 reboques levada a cabo
Agropecuária pelo modelo BIG X 700. No tubo de descarga da ensiladora foram instalados sensores NIR, para medir e registar os níveis de humidade, através de espetroscopia de infravermelhos. Pequenas amostras representativas foram também retiradas de cada reboque e analisadas no laboratório da DLG, utilizando o método oficial de secagem no forno. A comparação dos resultados das 32 análises provenientes do sensor NIR e do forno de secagem revelaram o seguinte: • em 25 pares de amostras os números apresentavam diferenças inferiores a 1%; • em 5 pares de amostras as diferenças encontravam-se no intervalo de 1 a 2%; • em 2 pares de amostras registaram-se diferenças entre 2 e 3%. • em termos absolutos, não houve amostras com desvios acima dos 3%, mas 94% das amostras estavam incluídas na faixa dos 2%. O sistema Krone NIR foi classificado como “bom” pelos testes da DLG. *DLG - (Deutsche Landwirtschafts-Gesellschaft) - Sociedade Alemã de Agricultura. Mais informação em: http://www.dlg-test.de/tests/6237F.pdf
Google Glass para produtores de leite SAC
A SAC, empresa que se dedica ao fabrico de equipamentos para produtores de leite, e a Agrivete testaram, durante a AGRO 2015, em Braga, o Google Glass e a sua tecnologia aplicada a esta indústria. Uma novidade que foi recentemente premiada na Feira de Saragoça – Figan, com o galardão de inovação tecnológica. Com esta tecnologia, o produtor de leite pode verificar os dados que necessita, no local onde se encontra e em tempo real. Assim, o processo de monitorização é possível de uma forma simples e intuitiva. Nesta fase, apenas são apresentados os dados do animal em observação, sendo que futuramente será feita uma observação à estação de alimentação e com isso uma
análise de dados relevantes como a “última calibração”, “último animal alimentado” ou, em caso de erro, “possibilidade de código de falha”, “descrição” ou “possíveis ações de resolução”. No que diz respeito aos dados individuais de cada animal, é possível obter médias de produção de leite, alteração do estado de saúde, estado e períodos de lactação, entre outras informações relevantes. Indicado para grandes explorações, esta ferramenta permite aos produtores que não conhecem todo o efetivo e que necessitam de instruir os seus colaboradores com ações objetivas, minimizar o risco de falhas. Como o sistema é objetivo e individual, o agricultor tem a certeza da identificação do animal descrito na ação a realizar.
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Agropecuária Porta automática eletrificada
Monitorização de partos em bovinos Moocall
Com frequência, nos bovinos um parto é bem ou mal sucedido, dependendo de ter ou não ajuda. Um dispositivo destinado a emitir um alerta quando uma vaca inicia o parto, foi distinguido com um prémio de inovação pela feira britânica Lamma 2015. Os aplicativos Moocall foram concebidos para durar, e moldados para se adaptarem ao rabo do animal. Cada aplicativo dispõe de um sensor wireless que, no caso de detetar sinais de atividade de parto, envia uma mensagem SMS para um número de telemóvel previamente configurado para receber o alerta. Nas palavras de Damien Doherty, um agricultor britânico de Longford, que já usa esta tecnologia, graças ao Moocall pode dormir mais tranquilo e dedicar tempo a outros afazeres durante o dia. “Este produto é muito resistente e bem feito. E alerta com muita antecedência quando um bezerro vai nascer. Permite-me poupar imenso tempo, já que é ele que faz a vigilância por mim. Eu não teria qualquer problema em recomendar este produto”.
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Dofygate Uma porta que funciona por acionamento elétrico e as ordens de abertura e fecho são dadas por um comando não é nenhuma novidade. Mas há na porta desta firma britânica um fator que tem muito interesse. Além de se abrir e voltar a fechar com uma rapidez fora do comum quando comparada com portões normais, o que é importante nas vedações onde há gado, esta porta possui um sistema de eletrificação. Quando se tem uma vedação eletrificada, por norma, ou se interrompe o fio elétrico nas zonas de passagem, o que exige ter um portão resistente e pesado e cujo funcionamento é lento, ou então não se interrompe o fio mas o condutor de um veículo, ou um tratador que se desloque a pé, tem de retirar o fio manualmente para desimpedir a passagem e transpor a cerca, e depois tem de voltar a instalá-lo no mesmo sítio. A porta Dofygate, ao incluir eletrificação fotovoltaica não só para se mover mas também para manter os animais afastados, resolve dois problemas de uma só vez. Quem ao longo do dia tem de transpor várias vezes vedações onde há gado, pode avaliar o jeito que dá uma porta deste tipo.
Espectrómetro portátil na gama Faresin PoliSpec A Faresin passa a comercializar um espectrómetro NIR de infra-vermelhos desenvolvido pela PoliSpec que, através de uma ligação a um computador, consegue, online e com um software integrado, analisar a alimentação animal. Este instrumento portátil é constituído por uma caixa robusta e por uma pega para a mão. Além da ligação USB e do software integrado para análise do composto da amostra, o aparelho possui ainda ligação Bluetooth. Entre as suas principais aplicações, destaque para forragem, farinha, e ração animal em geral. O aparelho é comercializado pela Faresin, como ferramenta complementar à sua gama de misturadores rebocados e automotrizes, equipamentos que também podem equipar com espectrómetros fixos.
Agropecuária
Herkulis lança novo destroçador de sarmentos Herkulis A Herkulis, Equipamentos Agrícolas e Florestais, lançou um novo Destroçador de Sarmentos Fora de Solo – BHS. Trata-se de um modelo reforçado, polivalente, fora de solo, para trituração de sarmentos e restos de poda. Os martelos não estão em contacto com o solo e os detritos dos sarmentos podem ser recolhidos para um contentor. O BHS está disponível em três modelos (K5-BHS-120, K5-BHS-140 e K5-BHS-170) e possui larguras de trabalho entre 1,20 e 1,70 metros. Já a largura total vai dos 1,37 aos 1,87
metros, o peso oscila entre os 610 e os 860 quilogramas, sendo que a potência requerida para estes destroçador vai dos 50 aos 70 cavalos. A montagem é feita aos três pontos, a caixa de engrenagem de 540 rpm e o rotor é de 170mm - 2250 rpm. Este equipamento Herkulis possui ainda transmissão lateral por correias, pick-hidráulico, rolamentos oscilantes, tampa traseira amovível, rodas oscilantes de regulação de altura do trabalho e cardan. Como extra, o destroçador de sarmentos poderá incorporar um contentor para resíduos.
Detetor de metais para misturadores CAEB A CAEB aproveitou a EIMA 2014 para apresentar o seu separador magnético para objetos metálicos que possam estar misturados com as rações para os animais. O dispositivo denomina-se Ironless e é ajustável às mais variadas gamas de misturadores existentes no mercado. De design compacto, este equipamento possui três pratos magnéticos rotativos que fazem a deteção e separação de elementos metálicos, que possam causar doenças e
danos físicos aos animais de pasto. A zona de descarga [três pratos], com uma enorme capacidade de espalhar e dividir a ração, é outra das mais-valias do Ironless. A taxa de sucesso na identificação de objetos nocivos é, segundo a CAEB, de 90 por cento.
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Reportagem por Ângelo Delgado
Olá, muito bem-vindos!
Nós somos a Stihl Tecnologia, futuro. Inovação. Recursos humanos integrados na política da empresa. Na Áustria com a Viking ou na Alemanha com a Stihl. O Grupo Stihl convidou um grupo de jornalistas ibéricos para visitarem as suas instalações, conhecerem a sua cultura empresarial e os espaços de fabrico. A abolsamia esteve lá e conta-lhe como foi.
A
viagem às fábricas do Grupo Stihl não tinha, desta vez, a apresentação de produto como highlight. A abolsamia, juntamente com um grupo de jornalistas portugueses e espanhóis, conheceu cada esquina e corredor dos edifícios onde se forjam os equipamentos Stihl e Viking. Primeiro na Alemanha, com a Stihl e o Centro de Desenvolvimento, depois na Áustria, com a Viking. Uma visita com o intuito de perceber o modus operandi do Grupo, a sua estratégia de médio/longo prazo e, claro, para uma breve apresentação dos resultados anuais. Por entre viagens com os Alpes e vários lagos como pano de fundo, os resultados de Portugal seriam, igualmente, escalpelizados. Semanas antes, na Expojardim, na Batalha [ver pág.60 da edição março/abril], já a Stihl tinha apresentado alguns números, agora decalcados na casa mãe.
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Waiblingen, o quartel-general da Stihl É nos arredores de Estugarda, Waiblingen, que se situa a força da Stihl. Aqui, estão situadas as duas fábricas da marca (1 e 2) e o Centro de Desenvolvimento. Ao contrário da ordem numérica, a visita teve início na fábrica 2, especializada na produção de componentes plásticos sintéticos de alta resistência e peças que compõem, depois, os principais produtos da Stihl, com particular destaque para as motosserras. Após a visita ao complexo, são-nos explicados os diferentes
processos de feitura de todos os componentes, sua fundição, além da complexa organização fabril, necessária para que não ocorram lapsos na linha de produção. Da 2 para a Fábrica 1, lembram-nos que os componentes utilizados para criação dos produtos Stihl são 60% da marca, sendo que os restantes 40 vêm de fora. Desta fatia percentual, falamos de componentes como juntas, parafusos, amortecedores, entre outros. É aqui, também, que o grupo de jornalistas tem contacto
com o departamento de conceção, fabrico, montagem, acabamento e, em alguns casos, centro de testes e controlo de qualidade, processo que também é realizado no Centro de Desenvolvimento da Stihl – que se encontra em expansão devido às necessidades do Grupo. O Centro de Desenvolvimento tem atualmente 23 900m2 e conta com 522 colaboradores. Destes, 300 são engenheiros que se encontram em
Reportagem
Stihl Fábrica 1
Stihl Fábrica 2
Andreas Stihl AG & Co. KG Badstrasse 115 – 71336 Waiblingen, Alemanha
Andreas Stihl AG & Co. KG Andreas-Stihl Strasse 4 – 71336 Waiblingen, Alemanha
Colaboradores: 761
Colaboradores: 1799 Inclui os colaboradores do Centro de Investigação e Desenvolvimento.
Dimensão: 42 200m2 Principais atividades: administração central; produção de virabrequins; criação de recursos
Dimensão: 140 400 m2 Inclui o Centro de Investigação e Desenvolvimento Principais atividades: Montagem; produção de plástico, peças e sabres; aquisição; manutenção; desenvolvimento.
Sabia que da ideia à conceção de um produto e sua colocação no mercado pode demorar 3 a 4 anos?
constante trabalho de teste e desenvolvimento de produto. Com o aumento do espaço desta área, a Stihl irá contar com mais 200 trabalhadores. Destaque para o departamento químico, bem como os laboratórios de som e vibração, que conferem aos produtos Stihl os mais altos níveis de fiabilidade e tecnologia de ponta. Ainda neste edifício, o grupo de jornalistas foi confrontado com vários testes de durabilidade dos artigos desenvolvidos pela insígnia.
Centro de Investigação e Desenvolvimento Andreas Stihl AG & Co. KG Andreas-Stihl Strasse 4 – 71336 Waiblingen, Alemanha Colaboradores: 522 Dimensão: 23 900m2 com as obras de ampliação, o edifício terá mais 11 300m2
Fábrica da Viking Viking GmbH Hans Peter Stihl-Strasse 5, A-6336 Langkampfen/Kufstein, Áustria Colaboradores: 350 Dimensão: 37 000m2 Principais atividades: produção de motosserras, podadoras, corta-relvas, corta-sebes; entre outros produtos da marca.
Principais atividades: Desenvolvimento
Langkampfen, o laboratório Viking A história é, já, sobejamente conhecida: nascida em 1981, a Viking cedo se destacou através de corta-relvas e trituradores. Este foi, aliás, o primeiro produto a ser desenvolvido, em 1982. Já os corta-relvas, corebusiness da empresa, tiveram o seu primeiro modelo criado em 1984. Em 1992, a família Stihl adquiriu a marca verde. Após alguns anos em Kufstein, na Áustria, a Viking instala-se alguns quilómetros fora da cidade e assenta arraiais em Langkampfen. Estávamos em 2001. Em 2006, este centro sofreu algumas obras de extensão. O negócio crescia, era necessário dar resposta ao mercado internacional. Em 2012,
com a crise mundial no seu pico, nova extensão. Uma resposta de força por parte do Grupo para com o mercado: o investimento não iria diminuir. O objetivo é assumido: “ser o número 1 do mundo na área da jardinagem”, segundo palavras de Wolfgang Simmer, diretor-geral da Viking. A evolução, em números disponibilizados pela empresa, sustentam a intenção: 154 milhões de euros de faturação em 2013 contra os 76 milhões em 2001. Nesta data, trabalhavam na empresa 90 empregados, sendo que atualmente são 330. Além dos números, a Viking pretende chegar ao coração dos seus
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Reportagem Sabia que o FC Wacker Innsbruck, clube de futebol austríaco, tem o seu relvado tratado por máquinas da Viking?
Nikolas Stihl Presidente do Grupo Stihl
A Península Ibérica tem uma importância muito grande para o Grupo clientes. Emoção é a palavra de ordem nos corredores da fábrica de Langkampfen. Alexandre Gueguen, responsável de vendas para a Europa Ocidental, é o porta-voz desta ideia. “Queremos conceber produtos com emoção e com um design apelativo. Queremos ser atrativos para os nossos consumidores. É importante que saiam de casa e que vão tratar dos seus jardins com produtos sexy, e que nos cheguem ao coração. É esta a ideia da Viking, além de mantermos o foco na qualidade e inovação”. Com 11 mil fornecedores na Europa e presentes em 79 países, a Viking prepara o futuro, influenciando, já, o presente. O cortarelvas iMow [ver pág. 60 da edição março/abril] é o porta-estandarte desta intenção. “Com este produto, podemos cortar menos, mas todos os dias, tornando este processo mais ecológico. Não existe ruído e pode ser programado. É um robot a quem temos a tentação de dar um nome. Existe apenas
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uma gama ainda, mas haverá mais. O presente e o futuro estão aqui”, completou Gueguen. A visita à fábrica da Viking mostrou-nos a tecnologia de ponta utilizada, os vários centros de testes e caixas insonorizadas para melhor avaliar o ruído dos equipamentos. O espaço funciona em dois turnos – 6 às 14 horas e 14 às 00 horas, tem 120 funcionários,
número que aumenta em cerca de uma centena no inverno, já que a fábrica abre as suas portas para os agricultores que, nesta estação do ano, cessam as suas atividades no campo.
Sabia que a Stihl já produziu tratores?
Nikolas Stihl sentou-se com os jornalistas provenientes de Portugal e Espanha e falou, essencialmente, da relação do Grupo que preside com a região da Península Ibérica. O tom e o discurso foram sempre elogiosos. “Trata-se de uma região com uma importância tremenda para a nossa empresa. Portugal e Espanha acabam de atravessar um período bastante conturbado a nível económico e financeiro, mas saem desta crise mais fortes”, começou por dizer, acrescentando que os dois países “representam 3% da faturação total a nível mundial”. Sobre o investimento realizado em Portugal e Espanha, Nikolas foi claro: “não houve, nem haverá desinvestimento”. “Não reduzimos o investimento, pois sabemos que desempenham um papel fundamental nos números da empresa. As suas equipas de vendas e marketing efetuaram um excelente trabalho e os resultados foram positivos. Em 2014 obtivemos aumentos de faturação na ordem dos dois dígitos. A nível global, a faturação atingiu 3 mil milhões de euros”. Para 2015, o objetivo passa por continuar a crescer. “Esperamos um aumento de vendas e faturação. O arranque do ano foi bastante satisfatório e isso dá-nos boas perspetivas para o que falta de 2015”. A finalizar, Nikolas Stihl confirmou ainda o investimento do novo Centro de Formação em Espanha, que terá um custo de 4 milhões de euros, e adiantou que “estão a ser preparadas novidades de produto, nomeadamente em máquinas dedicadas às vinhas e olivais para este ano”.
Juvenal Martins Gerente da Stihl Portugal
Queremos crescer 5% este ano Em pleno centro histórico da cidade austríaca de Kufstein, Juvenal Martins deu uma entrevista aos jornalistas portugueses. Descontraída, a conversa começou pelo que motivou o crescimento da Stihl em 2014. “As roçadeiras Stihl e o corta-relvas Viking foram dois dos grandes responsáveis pelo nosso crescimento, que chegou aos 30%”, começa por dizer, elencando, de seguida, outros dois fatores. “A economia está mais favorável e o clima também ajudou. Tudo isto junto resultou no melhor ano de sempre do Grupo Stihl em Portugal”. Já com as baterias apontadas para 2015, Juvenal acredita que os sinais do primeiro trimestre mostram uma continuação no crescimento da empresa. “Queremos crescer 5% durante este ano. Se compararmos os primeiros 3 meses de 2015 com o mesmo período em 2014, observamos que crescemos 10%. Estamos no bom caminho. Acreditamos que sendo um ano de recuperação económica, poderemos crescer ainda mais. A única dúvida prende-se com o clima que, até agora, não foi muito favorável”, contou.
Com negócio online desde dezembro de 2014, Juvenal explicou a estratégia que a Stihl preparada para este segmento. “Convém frisar que se trata de uma imposição que a Comunidade Europeia colocou à Stihl, por sermos líderes de mercado. Criámos uma plataforma e lojas online de chave na mão para os nossos distribuidores. A sua implantação irá ser lenta, o que é normal”, explica. Ainda no mesmo tema, o responsável refere que “sendo obrigados a entrar neste negócio, o objetivo passa por tornálo vantajoso”. “Queremos angariar clientes para a nossa rede de distribuição, e que possam consultar e adquirir produtos e acessórios por esta via. Ainda assim, preferimos que se desloquem às lojas e se aconselhem com os nossos distribuidores”. Sobre a possibilidade de se venderem quaisquer produtos via online, Juvenal coloca um travão num equipamento específico. “Não podemos vender motosserras online, pois trata-se de um produto perigoso, no entanto podem ser reservadas”. Sobre a possibilidade de a Stihl entrar nas grandes superfícies, Juvenal Martins não utiliza a palavra “nunca”, mas explica que, por agora, “não é esse o caminho”. “A nossa vocação está direcionada para a rede especializada de distribuição, com serviço de pós-venda, assessoria em peças...a nossa rede está 100% garantida através de um contrato de distribuição que prevê um conjunto de critérios qualitativos e quantitativos”, adverte. Ainda sobre o mesmo tema, o gerente da Stihl Portugal refere que “atualmente não é possível garantir a mesma margem de comercialização nas grandes superfícies, tendo em conta os critérios existentes para a Stihl em Portugal”.
Tesoura de poda STIHL ASA 85 Maior rendimento, melhor corte A nova tesoura de poda a bateria STIHL ASA 85 é o auxiliar ideal para os profissionais, no que diz respeito a rapidez e economia de esforço. A sua força permite facilmente cortar ramos até 45 mm de diâmetro. A abertura da lâmina - pode ser ajustada para se adequar ao diâmetro do ramo - e a ergonómica mochila tornam o trabalho mais confortável.
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Curiosidades Espírito do Oeste representado pela arte
Talvez não saiba... Bisomtrac Os primeiros Bisomtrac resultaram de um trabalho de modificação meio artesanal. A firma francesa Lhermite Agri, que ainda hoje funciona como concessionário, juntou dois tratores Someca de 47 cv e daí resultou uma só máquina com o dobro da potência, tração às quatro rodas, e 6,5 m de comprimento total. Não foi caso único à época. Modificações deste género foram feitas, sobretudo em Inglaterra, com tratores Nuffield e com tratores Fordson. A Lhermite foi aperfeiçoando o conceito e nos anos 70 fabricou tratores Bisomtrac de 170 e 200 cv, que recorriam, respetivamente, a dois motores OM de 4 cilindros e a dois motores Fiat de 6
cilindros. Com chassis articulado e direção hidrostática, nestes últimos Bisomtrac os dois motores funcionavam de modo sincronizado mas o tratorista também podia dessincronizálos, ficando o motor da frente a assegurar a tração e o de trás dedicado à TDF. Numa época em que praticamente todos os tratores tinham tração simples e um nível de potência baixo, que não permitia puxar alfaias de grande dimensão, os Bisomtrac representaram um passo em frente a nível de capacidade de tração. O trator que mostramos na foto, vimo-lo em França há uns meses. Pertence à Lhermite e é um dos poucos exemplares que foram fabricados.
John Lopez John Lopez nasceu e cresceu num rancho no Dakota do Sul, Oeste dos Estados Unidos, e faz esculturas com materiais que foram parar à sucata. O falcão preto, um cavalo que puxa uma charrua, é uma das suas mais belas esculturas. Mas não é filho único. Lopez deu forma a outros cavalos, a vacas, a bisontes, e até mesmo a um pré-histórico tricerátopo montado por um cowboy. Tudo isto usando peças metálicas de máquinas abandonadas. Dedica-se desde cedo às esculturas em bronze e tem importantes trabalhos realizados, inclusive estátuas de antigos presidentes americanos. Mas quando começou a misturar o ferro e o bronze, encontrou um filão de criatividade e a sua carreira artística tomou um novo rumo. Os cavalos e o gado sempre fizeram parte da sua vida, daí que sejam eles os mais retratados nas suas criações. Mas também dá forma a pessoas associadas às memórias do Oeste, sobretudo cowboys e índios. As suas esculturas não são apenas metais que ganham novas formas. São representações artísticas com uma presença que encarna o espírito da vida no Oeste ao longo dos tempos. Cada obra é uma homenagem à paisagem nativa da América e aos povos e criaturas que a habitaram.
Um burro inteligente Mastiff Sistema de apoio à equipa apetrechado com pernas. É este o nome técnico do Mastiff LS3, um aparelho quadrúpede com a forma de bovino sem cabeça que está a ser usado pelos marines americanos. O seu préstimo é fazer de burro de carga capaz de seguir um grupo de soldados que se desloquem a pé, para onde quer que eles vão. É comandado por joystick, dispõe de algumas funções acionadas por voz, como ‘ligar o motor’, ‘seguir de perto’, ‘parar’, etc., e permite carregar 180 kg. Pode chegar aos 10 km/h em chão plano e em terrenos rochosos fica-se por uma velocidade entre os 2 e os 5 km/h. Com base num sistema de visão stereo, o Mastiff LS3 também pode seguir uma pessoa a uma distância programada, autonomamente, sem que ninguém o esteja a comandar. Vale a pena ir ao youtube ver as habilidades de que este animal é capaz. Mas apesar do que é capaz, não se iluda. Se está já a pensar ir desfazer-se do burro para comprar um destes, pense muito bem. Este não raspa o pasto à volta das paredes nem lhe dá estrume para a horta.
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floresta Gestão do solo
A parte do solo que a vista não alcança
Vantagens da colheita mecânica de pinha
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Floresta por João Sobral
Gestão do solo no sistema montado
A parte do solo que a vista não alcança As diferentes maneiras de controlar o mato têm diferentes consequências para a saúde dos montados. Considerando os impactos a nível do solo, os especialistas são unânimes na recomendação que fazem: passagens com corta-mato e destroçador sim, gradagens profundas não. ’A parte do solo que a vista não alcança’ foi o título atribuído ao seminário promovido pela ANSUB, que decorreu na vila de Grândola, no passado dia 19 de março. A serra de Grândola é uma das zonas do país mais afetadas pelo declínio do montado e até há poucos anos não se compreendia quais eram os motivos por detrás deste cenário trágico. Atualmente, após um já extenso trabalho realizado por equipas de investigadores provenientes não só das universidades mas também do INIAV, já é possível apontar alguns fatores responsáveis por este declínio. Entre eles, e foi disso que se falou, está a forma como se intervém no solo. O controlo dos matos é uma operação aconselhada, porque o mato entra em competição com as árvores, e até mesmo obrigatória, para minimizar o risco de incêndio. No entanto, sempre que se opta por fazer esse controlo recorrendo a grades de discos, o impacto sobre o solo e sobre o sistema de raízes dos sobreiros é muito maior do que à partida se supõe.
Cronologia da mecanização no montado Na abertura dos trabalhos, António Manuel Rocha, Presidente da Associação de Agricultores de Grândola, apresentou uma cronologia da mecanização agrícola que, na sua opinião, mostra a agressão a que o montado veio estando sujeito. “Nos anos 50 introduziuse o trator agrícola em grande parte das explorações, com potência entre os 25 e os 30 cv, grades de discos de um só corpo e discos de 20 polegadas”, começou por mencionar. Entretanto, uma década depois já se usavam tratores maiores, e grades de discos de dois corpos, com 22 polegadas. “Começamos a aprofundar o reviramento da terra e a cortar mais raízes às nossas árvores”.
Há zonas onde há mais de vintes anos que não entra uma grade de discos e faz uma diferença abismal.
Nos anos 70 e 80, já se passou a usar tratores entre os 70 e os 90 cv e grades nalguns casos com discos de 24 polegadas. E um outro dado muito importante: “Na serra de Grândola iniciam-se os trabalhos com as máquinas de rastos D4”, o que contribuiu para “destruir ainda mais a parte radicular do montado”. Mas nos anos 90, com a introdução do corta-mato “começou a existir uma desmatação sem reviramento do solo” que veio inverter esta escalada. “Nessa altura começámos a ver alguns resultados já interessantes em todas as explorações que introduziram o seu uso. Há zonas onde há mais de vintes anos que não entra uma grade de discos e faz uma diferença abismal”, concluiu.
Cati Dinis, investigadora do ICAAM, apresentou os resultados preliminares de um estudo realizado no âmbito da sua tese de doutoramento.
Digitalização das raízes de um sobreiro adulto Por vezes, os resultados de investigação científica carecem de ‘tradução’ para uma linguagem que seja mais acessível a quem está no terreno. Mas quando essa tradução é feita e nos chega
acompanhada de imagens bastante esclarecedoras, a mensagem passa com muito maior facilidade. Foi o que aconteceu com a apresentação que Cati Dinis, investigadora do ICAAM (Univ. de Évora), fez neste evento. É difícil
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Floresta ficarmos indiferentes perante a evidência do que nos mostrou. No âmbito da sua tese de doutoramento, Cati Dinis procedeu ao estudo das raízes de um sobreiro adulto. Juntamente com a sua equipa, foi escavando, por camadas, até pôr a descoberto todo o sistema radicular de um sobreiro de seis metros de altura, com 19 anos e que nunca foi descortiçado. “Para além da função de captação de água e de nutrientes para o sistema aéreo, as raízes também são importantes ao nível da ancoragem da árvore ao solo, e na emissão de sinais
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reguladores que controlam o crescimento da parte área”, começou por contextualizar. Neste trabalho, cuja parte de campo se realizou em Canha, na zona do Montijo, foi utilizada uma metodologia inovadora que permitiu fazer a digitalização tridimensional de toda a arquitetura radicular. À medida que as raízes iam sendo postas a descoberto, procederam à sua digitalização tridimensional, o que no final deu origem a uma imagem única que corresponde ao sobreiro na sua totalidade, com a parte aérea e a parte subterrânea representadas.
Arquitetura 3D de um sobreiro adulto. [©Cati Dinis, Univ. de Évora].
Linha de projeção horizontal da copa
Evidências reveladas pelo estudo
Os cortes nas raízes diminuem a capacidade das árvores para absorver água e nutrientes e são uma porta aberta para a entrada de agentes patogénicos. As imagens fornecidas pela investigadora, que aqui reproduzimos, são as mesmas que foram mostradas no decorrer do seminário e sintetizam as conclusões a que o estudo chegou. Nesta árvore em concreto, foi possível concluir que o espaço ocupado pelas raízes se propagava por uma área que era quase 2,5 vezes superior à área ocupada pela copa, o que não deixa de ser surpreendente. Quer isto dizer que quando se faz mobilização de solo, mesmo que não se avance
para lá da linha de projeção da copa, os estragos feitos ao nível das raízes são ainda assim avultados. A investigadora de Évora estima que uma gradagem a 20 cm de profundidade provoque uma perda de cerca de 40% do volume de raízes, com todas consequências que isso traz para o equilíbrio e para a saúde da árvore, que ficará mais vulnerável não só a nível da absorção de água e nutrientes mas também porque os cortes nas raízes são uma porta aberta para a entrada de agentes patogénicos. E o que este estudo também indica, bem como um outro realizado na Herdade da Mitra que Cati Dinis mencionou, é que as raízes de substituição que acabam por crescer, já não vão ocupar a mesma área da raiz que foi cortada.
O sistema radicular é cerca de 2,5 vezes superior à área ocupada pela copa. [©Cati Dinis, Univ. de Évora].
A investigação presume que o sobreiro terá uma espécie de ‘memória’ que faz com que emita essas novas raízes noutra direção. O estudo concluiu ainda que o sistema radicular do sobreiro analisado se espalhava sobretudo na horizontal, tendo a raiz mais profunda sido encontrada a 1,40 m de profundidade. Isto mereceu um alerta a propósito da compactação. “Há solos que pelas suas características próprias possuem logo horizontes específicos de compactação, mas temos também os casos em que a compactação é provocada, com maquinaria excessivamente pesada ou com um nível de encabeçamento muito elevado”.
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Mobilizar no outono ou na primavera? A mobilização do solo dentro do montado deve ser feita da forma mais superficial possível, e sempre no outono e não na primavera. Porque deixar o solo a descoberto durante o verão reduz o nível de matéria orgânica e contribui para a sua degradação. Após a mobilização, deve ser instalada uma leguminosa ou pastagem e proceder-se à adubação.
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Floresta Uma mobilização de solo a 20 cm destrói cerca de 40% do volume de raízes [©Cati Dinis, Univ. de Évora].
Como combater a esteva? Ficámos a saber que se trata de uma espécie que produz semente viável para 20 anos e que há duas formas eficazes de a combater: através da instalação de culturas que garantam ensombramento, e através do aumento da fertilidade do solo.
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Questões para reflexão Uma vez terminada a intervenção de Cati Dinis, no seu papel de moderador, Pedro Silveira, produtor florestal e presidente da ANSUB, lançou para reflexão duas questões que correspondem a um cenário muito mais realista do que à partida possa parecer. “Suponhamos que não tínhamos 1,40 m de profundidade mas que tínhamos 20 cm, que é o que acontece muitas vezes aqui na serra de Grândola em termos de solos de Xisto. Onde é que iam estar as raízes? E suponhamos que no novénio gradávamos
esse solo pelo menos duas vezes. O que é que daí ia resultar?” Quem trabalha no ramo sabe que o final do verão é a altura do ano em que presenciamos a seca súbita de mais sobreiros. Ora o que a investigação tem vindo a demonstrar é que isso não se deve apenas a não ter chovido durante três ou quatro meses. Para que se inverta a tendência, convém que no campo se tenha conhecimento destes estudos, se perceba o que não correu bem, e se encontrem formas alternativas de fazer as coisas.
Vantagens da colheita mecânica de pinha Icaam No mais recente seminário patrocinado pela UNAC, que se realizou em Alcácer do Sal no dia 6 de março, entre vários outros temas relacionados com a fileira do pinheiro manso, também se falou de mecanização. Ana Cristina Gonçalves, investigadora do ICAAM (Univ. de Évora), apresentou os resultados de ensaios de colheita mecanizada de pinha, levados a cabo ao longo de três anos. Estes ensaios foram desenvolvidos no âmbito do projeto AGRO/200/2001: ‘‘Colheita mecânica da pinha (Pinus pinea L.)’’, em que participaram a Universidade de Évora, a Direção Regional de Agricultura do Alentejo, a ANSUB e a empresa Reynolds & Oliveira, e foram coordenados pelo Prof. Anacleto Pinheiro. O equipamento utilizado nos ensaios foi instalado num trator com 160 cv de potência equipado com carregador frontal. No hidráulico traseiro foi instalada uma unidade de potência hidráulica, que é acionada pela TDF e fornece a um acessório engatado na
frente do carregador o fluxo de óleo necessário para realizar o movimento de vibração. Este acessório está suspenso em cinoblocos, que lhe conferem flexibilidade, e é constituído por uma frente de encosto e por duas maxilas. São estes elementos, a frente de encosto e as maxilas, que estão em contacto com a árvore. Como tal, para minimizar o impacto sobre o tronco, estão revestidos a borracha.
As principais conclusões apresentadas são as seguintes:
• O tempo de vibração é de cerca de 9 segundos para as árvores com diâmetro entre 10 e 20 cm. Em árvores maiores, por cada 10 cm de diâmetro adicionais, o tempo de vibração aumenta cerca de 1 segundo. • A colheita mecânica é 33 vezes mais rápida do que a manual. • A eficiência de derrube das pinhas foi superior a 86%. • Os danos, quer ao nível da queda das pinhas imaturas quer de queda dos ramos, foram negligenciáveis.
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Floresta Um N113 numa reserva de caça Valtra
Aranha florestal Big Foot Euromach
A marca italiana Euromach está muito virada para as escavadoras industriais mas entre os modelos que fabrica há um vocacionado para a floresta. Com quatro rodas motrizes independentes, a Euromach R145 Forester adapta-se com muita facilidade às irregularidades do terreno. Os braços hidráulicos que suportam as rodas movimentam-se para cima e para baixo, de forma coordenada ou desencontrada, e permitem ainda fazer o alargamento ou estreitamento da via a partir da cabine. O motor é um John Deere de 6 cilindros, com 6,8 litros, que desenvolve 246 cv. A transmissão é hidrostática, permitindo atingir os 7,7 km/h, e o sistema hidráulico com sensor de carga é de origem Rexroth (Grupo Bosch) e garante um fluxo de 375 L/min. A grua de braço extensível pode ser equipada com cabeças de corte, pinças, ou destroçadores, entre outros acessórios. Um pormenor que merece destaque são as duas sapatas instaladas junto às rodas. Uma vez cravadas no chão, tornam a máquina mais estável enquanto se faz trabalho em modo estacionário.
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A área de floresta e os campos agrícolas de uma propriedade situada em Tervo, na Finlândia, albergam uma reserva de caça. Antti Korhonen, o dono da propriedade, e o seu filho Mikko, são amantes da natureza, caçadores, e clientes da Valtra porque precisam de um trator para fazer as sementeiras e a manutenção das manchas de floresta onde se abrigam as espécies selvagens. “Muitas das tarefas de gestão da caça que realizamos podem ser convenientemente levadas a cabo por um trator” explica Antti Korhonen. Até há pouco tempo possuíam um Valtra 6350 HiTech e recentemente substituíram-no por um N113 HiTech. Equipado com um carregador frontal, este novo trator tem-se revelado muito útil para distribuir cereal às aves aquáticas nas zonas alagadas, para fazer a limpeza de valas, e para garantir a distribuição de alimento às espécies cinegéticas durante as rigorosas condições do inverno escandinavo.
Árvore Europeia do Ano EPA
Em 2011, por iniciativa da associação ambiental EPA, foi criado um concurso para distinguir a árvore do ano a nível europeu. O objetivo é destacar o interesse das árvores como um património natural e cultural que deve ser protegido. A organização do concurso procura árvores com uma história que as ligue às pessoas e que as mantenha enraizadas na comunidade onde cresceram, independentemente da sua beleza ou do seu tamanho. Um carvalho que está no meio de um campo de futebol, em Orissaare, na Estónia, foi o exemplar eleito como árvore do ano 2015. A história que se conta é que em 1951 um pequeno campo desportivo nas imediações foi ampliado, tendo o carvalho acabado por ficar no meio do novo campo de futebol. Na altura tentaram derrubá-lo com a ajuda de dois tratores mas a árvore resistiu e acabaram por o deixar ficar ate hoje. O concurso envolve 14 países. Por enquanto, Portugal ainda não tem representação neste concurso que já engloba 14 países. Mas a organização está à procura de novos parceiros.
Viana do Castelo • Braga
Máquinas usadas
REGIõES
Classificados por distrito Os anúncios com este símbolo têm microsite. No microsite das empresas (internet) pode consultar a lista detalhada das máquinas usadas, com preço e foto.
USADOS: Tractor: New Holland 4635 - €13.500 • Abre-valas • Colhedores de milho • Desfolhadora • Diferencial • Discos para grade • Distribuidores de adubo • Enfardadeiras • Gadanheira • Gadanheira condicionadora • Junta-fenos USADOS: Tractores: Deutz-Fahr 4006 • Hinomoto E280 DT • Hinomoto E280 • Massey Ferguson 35
• Plastificadores • Reboque • Reboque auto-carregador • Reboque espalhador de estrume • Rototerras • Semeadores • Tapete transportador • Volta-fenos • Vasto stock de alfaias, máquinas e peças usadas • Consulte-nos antes de comprar
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Mercado agrícola Classificados compra venda aluguer
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USADOS • Máquinas de rega Irrifrance c/ carrinho, aspersor Pulsar e 200 mts de tubo • Motocultivador Goldoni DT • Tractocarro Usados: Tractores: McCormick CX105 DT c/ cab. e car. fr. • Deutz-Fahr 4807 c/ alfaias • Deutz-Fahr Agroplus 70 DT c/ car. fr. • Valtra 4600 c/ car. fr. • Deutz-Fahr Agrolux 70 DT • Ford 3000 - €3.000 • Ensiladora • (2x) Gadanheira SEP pente lateral • Reboque fixo • Charrua Galucho CHF3 hidráulica
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maio / junho 2015 · ABOLSAMIA
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Braga • Vila Real • Bragança
USADOS: Tractores: Carraro 80 cv DT • Renault 7014 LB • Desensilador Agrovil
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Tractores: Tractores: Massey Ferguson 135 - €5.500 • Fiat 82-86- DTF - €15.000 • Cisternas: Neves & Santos R1E 7.0L • Herculano CH 3000 - €4.500 • Enfardadeiras: Krone, Bigpack 1270 XC - €15.000 • Krone KR 160 - €7.500 • Motocultivador Nibbi G519 • Podadora Paterlini 500T €1.500 • Semeador Cosmo 400 - €600 • Mais alfaias e máquinas usadas em stock + Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/alonsosebranco
USADOS: Tractores: Deutz-Fahr Agrokid 45 • Ford 3000 • Goldoni C75 (rastos) • Kubota 2250 DT • Massey Ferguson 376C (rastos) • Massey Ferguson 396 C (rastos) c/ buldozer • New Holland 55-85 CF (rastos) • New Holland 82-85 CF (rastos) • New Holland TCE 45 • New Holland TD3.50 • New Holland TK65M (rastos) • New Holland TK65V (rastos) • New Holland TL90CC • New Holland TN60A c/ carregador frontal • New Holland TN65VA • Corta-forragem JF FH1300 • Enfardadeira Fiatagri 8500
ABOLSAMIA · maio / junho 2015
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200 € por ano
Bragança • Porto
microsite Adira já é fácil e rápido - Tel. 219 830 130
USADOS: Tractores: • Massey Ferguson 355 (2RM) • Kubota M85 c/ cabina
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maio / junho 2015 · ABOLSAMIA
Porto • Aveiro
Tractores: Massey Ferguson 220.4 DT • Hinomoto 30 cv DT • Escarificador 7D · Grades de discos: Herculano 18D • Pijuca
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USADOS: Tractores: Massey Ferguson 253 DT • Pasquali 956/603 c/ fresa, escarificador e charrua de 3 ferros • Daedong T2600 DT • Toselli rastos c/ corta-matos Varela • Ursus 3512
Tractor usado: • Agria 9900 Alfaias usadas em stock - Consulte-nos
USADOS: Cisterna Reboal 6000 L • Cisterna Joper 6000 L • Fresa Maschio 1,65 mts • Tractor Massey Ferguson 135 • Unifeed Comag 6 m3 c/ balanças
ABOLSAMIA · maio / junho 2015
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1.200
visitas/dia
Aveiro • Viseu
venda os seus usados em www.abolsamia.pt
USADOS: Tractores: Ford 5610 (2RM) - €8.000 • Ford 3055 (2RM) - €4.000 • Ford 7410 DT €11.000 • Claas Celtis 456 (2005) c/ 4620 horas - €25.000 • Renault Ares 550 (1998) - €18.500 • Charrua Huard 465 4F(3+1) - €4.000 • Enfardadeira Claas Variant 180 - €7.500 • Rototerra Kuhn HR300 - €3.250
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maio / junho 2015 · ABOLSAMIA
nos anúncios com este símbolo
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Viseu • Guarda
Calendário de feiras agricultura Floresta espaços verdes pecuária
abolsamia.pt Consulte em www.abolsamia.pt/events.php
+ VISITE O NOSSO SITE: www.abolsamia.pt/clientes/mota
USADOS: • Reboque espalhador de estrume Galucho 5000 kg Stock de máquinas e alfaias usadas
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ABOLSAMIA · maio / junho 2015
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assine
Coimbra
Assine A revista + anuário - 1 ano / 38 € - Tel. 219 830 130
USADOS: Charrua Ribatejo 2F • Charrua Galucho • Pulverizador Hardi 400 (revisionado) • Pulverizador Hardi NK600 • Reboque Galucho 5000 kg (1993) • Tractor Landini 8860 DT (1997) (revisionado) • Mais alfaias e máquinas usadas em stock
USADOS: Tractor Deutz-Fahr D5006 (2RM) • Tractor New Holland 35-66 DT • Tractor Same Delfino 35 (2RM) • Tractor Ford 6600 (2RM) • Tractor New Holland 1920 DT USADOS: Tractores: Same Corsaro DT (1984) • Kukje F4350 DT (2000) • LG N60F DT (2006) • Nibbi RM240 (2RM) (1979) • David Brown 1390 (2RM) (1981) • Same Delfino 35 DT (1981) • Same Argon 70 (2RM) (1995) • Same Explorer 80 DT (1995) • Empilhador Nissan TX420 • Reboque agrícola Herculano 2100 B3 (1989)
VISITE O NOSSO SITE: www.abolsamia.pt/clientes/agrisoure
USADOS: Auto-carregador / Forwarder Timberjack 230 • Máquina de corte TimberUSADOS: Tractor Ebro 6040 (2RM) • Tractor Ford 6600 (2RM) • Tractor John Deere 6200 DT • Grade de Discos Galucho 18x20” hid.
Tractores usados: Kubota B1600 DT - €3.250 • Iseki TU1700 - €4.250 • Ford 3600 - €4.250 • Yanmar 285 - €5.000 • Iseki TL2300 DT - €4.750
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maio / junho 2015 · ABOLSAMIA
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jack 870 B • Máquina de corte Timberjack 1270 A • Skider Timberjack 240 B c/ pinças • Skider Timberjack, 225
Castelo Branco • Leiria
USADOS: Tractores: Valtra T130 (2007) • Massey Ferguson 245 • Kubota 1902 • Iseki 1700 • Ford 1300 • Massey Ferguson 390 • John Deere 670 • Kubota B7200 €5.750 • Pasquali 946 / 603 DT - €1.800 • Goldoni 921 DT - €3.750
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+ Usados no Microsite
www.abolsamia.pt/clientes/maquifetal
Tractores usados: Universal 453 DT • Carraro 7.1000 4F • Valpadana 450 DT
USADOS: Tractores: Iseki TM 3210 (1993) • Mitsubishi DT 230 (1988) • Valmet 6400 (2005) c/ cabina e guincho frontal • Hürlimann XT-909 (2001) c/ grua Costa 2500 • Massey Ferguson 4270 (2001) c/ grua Costa G3000 • Iseki 4270
+ Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/imapal
USADOS: Charruas: Galucho 1F-14” 90º €1.250 • 3F vinh. - €350 • Fresas: Pasquali 1,10 mts - €600 • Goldoni 22M - €500 • Goldoni 21M - €400 • Motocultivador Pasquali 917 - €1.600 • Motoenxadas: Meccanica Benassi RL308 - €1.200 • Meccanica Benassi RL311 S - €650 • Peças usadas para máquinas agrícolas Pasquali • Pulverizador Rocha 400 L - €1.750 • Tractores: Same Laser 140 DT - €35.500 • Same Golden 60 V - €11.800
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ABOLSAMIA · maio / junho 2015
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200 € por ano
Leiria • Santarém
microsite Adira já é fácil e rápido - Tel. 219 830 130
Tractores: Deutz-Fahr 6.50 DT • Fendt, 280S • Carregador frontal Herculano H7 • Ceifeiras debulhadoras: Fiatagri L517 • Fiatagri 3350 • Enfardadeiras: Welger Quadrante D4006 • Claas 2200 • Lerda Quadrante • Ensiladoras: Claas 695 SL • John Deere 5460 • Frente de milho Moresil 5L • Reboque 18.000 kg + Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/jinacio
Ceifeiras debulhadoras: Laverda 3300 • Laverda 3350 • Chisel Kverneland CLC 9 dentes • Ensiladoras: Claas Jaguar 860 DT • Claas Jaguar 840 • Espalhador de estrume Deguillaume HPV100 • Frente de milho Kemper 4500 · Limpa-bermas Rousseau • Rototerra Maschio D11 3000 • Tractor New Holland TS100
USADOS: Tractores: New Holland TN75F - €12.950 • Landini Rex 100F • Same Dorado 60 - €15.500 • Fiat 70-66 DT F - €10.500 • Deutz-Fahr Agrolux 80F • Deutz-Fahr Agrolux 80F €14.000 • Agrifull A35 DT • Renault 461 - €3.850 • Lamborghini RF 100 - €25.000 • Distribuidor de adubo Vicon PS303 - €800 • Compressor Campagnola Lion 940/620 - €1.300 • Porta-paletes Orsi OHS 13-210 - €2.000 • Subsolador Niubo SNG3 40G €1.399
+ Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/tractorusseira
Tractores: Lamborghini 1106 DT • Massey Ferguson 265 • Valmet 6400 DT c/ car. fr. • Charrua Kverneland EG240-8 4F Non-Stop • Incorporador de restolho de precisão Agrisem discos articulados • Pulverizador Stagric 1000 L • Rototerras: Agric 2,50 mts • Maschio 4,00 mts
USADOS: TRATORES: Barreiros 70 • Case IH: 284 - 285 • DF: 5506 - D8006 DT • Fendt 309 DT • Fiat 110-90 DT • Ford 4600 • JD: 2030 - 2250 DT - 3040 - 6110 DT c/ car. fr. - 6620 DT • MF: 210 - 3630 DT • NH: G190 DT - TN55 DT - TN85A DT • Same: Explorer 90C (rastos) - Frutetto 75 DT - Silver 80 DT • Universal 445 • MINI-ESCAVADORA: Bobcat LS170 • RETROESCAVADORAS: Case 580 Super K • MF 50 • EMPILHADORES: Isuzu 2,5t (diesel) • Manitou: 2t (diesel) - MB 3t (diesel) • TRACTORES P/ PEÇAS: Carraro Agroplus 85 DT • DF: Agrotron 130 - DX 3.50 DT • Ebro 6079 DT • Fendt: 280 - 307 DT - 308 DT • Fiat: 100-90 DT - 110-90 DT - 35-66 DT - 45-66 DT 60-66 DT - 80-66 DT • Ford: 1710 - 1720 DT - 2600 - 5640 DT - 6610 - 7740 DT • Hinomoto: C144 DT - C174 • Hürlimann: Prince 45 DT - XA306 DT • Iseki 4320 DT • JD: 3040 DT - 3350 DT - 4400 DT - 5500 DT - 6100 - 6300 DT - 6620 DT - 6800 - 946 DT • Kubota: L2550 DT - L285 • Lamborghini: 235 - 847-90 DT - Premium 950 DT • Landini: 65 DTF - 8860 DT - Globus 60 Trekker 55 (rastos) • MF: 1030 - 174 DT - 2640 DT - 3090 DT - 3650 DT - 396 TC (rastos) - 4270 DT - 6180 DT • NH: M100 DT - M160 DT - TDD90D - TL90 DT - TNF95 DT - TS115A DT • Renault 120-54 DT • Same: Argon 50 DT - Delfino 35 DT - Dorado 70 DT - Laser 110 DT - Laser 150 DT Minitaurus - Rock 60 (rastos) - Solar 60 DT - Solaris 45 DT • Steyr: 9094 DT - 975 DT • Valmet 455 DT - 6400 DT - 655 DT - 8000 DT - 805 DT - T130 DT • Yanmar: 241 - 336D DT • Telescópicas: JCB 525-67 • Manitou MLA 627 Maniscopic • Retros: Case: 580 G - 580 Super K • Caterpillar 428 • Fermec 860 DT • JCB 3CX • Komatsu WB97 R • NH LB110 DT • Volvo BL71 • Eixos tracção: Carraro • Sige • ZF • Hurth • Spicer • Dana • Merlo
+ Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/agrovergeira
USADOS: Charruas: Galucho 3F-13 hid. • Galucho 1F-17” • Galucho 2F-12” • Galucho 3F-16” • Galucho 3F-13 hid. • Escarificadores: Galucho 5D • Galucho 7D • Galucho 9D • Grades de discos: Galucho GLHR 24x24” • Safisal 20D • Vinhateira em X • Reboques: Joper 10000kg p/ vinha • Galucho 7500 kg • Galucho 12 ton. • Galucho 6250 kg (tribasculante) • Mais alfaias usadas em stock - Consulte-nos
+ Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/agripulve
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maio / junho 2015 · ABOLSAMIA
USADOS: Tractores: Ford 7610 - 8.500€ • Ford 7610 DT - 15.000€ • Lamborghini 110 - 12.500€ • Massey Ferguson 6480 42.500€ • New Holland 8670 - 27.500€ • Same Antares 110 - 15.000€ • Same Silver 100.6 - 27.500€ • Valmet 805 - 20.000€ • Semeadores: Solá 19L p/ cereal - 2.000€ • 2L p/ batatas - 3.500€ • Charrua SF3F - 4.000€ • Distribuidor de adubo Euro Spring - 1.500€ • Lâmina Tenias 2,50 mts - 1.800€
Santarém
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Usados: Charrua Kverneland LD85-110-3 €3.500 • Distribuidor de adubo Vicon RO-M 1550 EW - €5.750 • Grade de discos Galucho GLHR 28x26” - €6.500 • Plantador Checchi & Magli Fastwolf B30 4L - €7.500 • Rototerra Maschio SC 2500 - €6.000
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+ Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/rubroprod
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www.abolsamia.pt/clientes/apolinariosirmaos
USADOS: Descortiçador 2 cabeças • Distribuidor de adubo Amazone 1001 • Grade de discos Herculano 24x26” • Grade de discos Galucho GLHR 24x26” • Rachador de lenha 15 ton • Reboque transfega 6000 kg • Tractor New Holland M135 • Tractor Massey Ferguson 6290 • Tractor DeutzFahr Agroplus 100 DT
USADOS: Carregador frontal Tenias • Charrua Galucho CHF 3/4F • Charrua Galucho 5F • Depósito Rau 200L p/ Fendt • Enfardadeira Vicon LB 8080 • Ensiladora Claas Jaguar 685 c/ frente milho • Pulverizador Hardi MAS-1800-FLE c/ depósito frontal 1.000L e barra 18 mts • Reboque Galucho SFV-5T c/ porta hidráulica • Semeador Agricola Italiana 2L pneumático • Tractor Ford 6410 (1989) • Tractor Case-IH 1056Xl (1989) • Tractor Fendt 311 LSA c/ cabina A/C • Tractor Massey Ferguson 699
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ABOLSAMIA · maio / junho 2015
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1.200
visitas/dia
Santarém
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USADOS: Tractores: Hürlimann XT909 • Massey Ferguson 4270 • Balde p/ carregador frontal • Carregador frontal Tenias B3 c/ balde 150
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USADOS: Caixa de carga Esperança 1,5 mts • Colhedora de batata Barigelli Universal T - €6.500 • Colhedora de tomate Sandei SL 150 T (1998) - €25.000 • Escarificador Esperança 7B • Pulverizador Pulnorte 200 LTS • Semeador Gaspardo MT4 - €5.500 • Tractores: Mitsubishi MT2300 - €6.000 • John Deere 6310 • Same Laser 110 - €6.000 • Transplantador Checchi & Magli Wolf 2
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maio / junho 2015 · ABOLSAMIA
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Santarém • Lisboa
USADOS: • Tractor Same Silver 80 VDT (1999) • Tractor Kubota (sem documentos) • Tractor Same Delfino 35 DT (1989)
USADOS: • Tractor Ford 2000 - €2.500 • Tractor Kubota L185 (revisionado) - €4.500 • Tractor Kubota 6000 DT - €3.500 c/ fresa (s/ documentos)
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www.abolsamia.pt/clientes/justopereira
USADOS: Tractores: Landini 5500 (rastos) • Fiat 450 • Charrua Galucho 1F-17” hidráulica • Fresa Galucho FN1500
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ABOLSAMIA · maio / junho 2015
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Lisboa
Assine A revista + anuário - 1 ano / 38 € - Tel. 219 830 130
USADOS: • Tractor New Holland TD 4030 F (2009) c/ 1300 Horas • Tractor Landini C4500 (rastos) c/ largura de 1,15 mts • Tractor Landini 75 F • Tractor Massey Ferguson 174 c/ car. fr. • Gadanheira 1,60 mts • Grade de discos Galucho NA2C 16x20” Hidráulica • Pulverizador 1500 L (rebocável) • Reboque Galucho 3000 kg (basculante)
USADOS: Tractores: John Deere 8530 Autopower • Fendt 818 Vario • John Deere 6110 • New Holland TN85FA • New Holland T4050 F (2009) • John Deere 6610 • John Deere 6930 • John Deere 6630 • Enfardadeiras: McHale Fusion • New Holland BB9060
Tractores: Landini 85 F • Landini Rex 90 • Lamborghini 90 c/ car. fr. e cab. • Carraro Agriup F80 • Renault • Claas F100 c/ cab. • Massey Ferguson 8130 c/ cab. • DeutzFahr Agrotron K610 c/ cab. • John Deere 5510N • Vindimadora Alma
USADOS: • Tractor Landini 4500 (muito bom estado) • Vasto stock de alfaias e máquinas agrícolas usadas em muito bom estado Consulte-nos antes de comprar
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USADOS: Tractor International 484 • Tractor International 434 • Cavadora Gramegna 1,70 mts c/ 8 enxadas • Pulverizador 2000 L (rebocável) • Reboque espalhador de estrume 6000 kg
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maio / junho 2015 · ABOLSAMIA
Tractores: Same Explorer II 90 DT • Massey Ferguson 168 MK3 F • Deutz-Fahr Agrolux 320 DT • Landini 6500 (rastos) • David Brown 995 • Fiat 100-55 (rastos) • Fiat 450 V • Corta-mato Joper CMM 1,50 • Plantador Fialho 2L • Polvilhador Tomix 600L em X • Pulverizador Tomix 800L • Riper Galucho SL 3/50
Tractores: Case IH 845 DT • Agrifull A70 DT • New Holland TN80F c/ cab. • New Holland L75 DT c/ cab. • New Holland TL80 DT • Cavadora Gramegna 6 pás • Gadanheira de discos Vicon • Reboque agrícola Galucho PB5000 RS c/ molas • Reboque cisterna Joper 5000 L (roda dupla)
Lisboa • Setúbal
USADOS: Corta-mato 1,8 mts • Empilhador Manitou 1232 S • Gerador Briggs & Stratton 3,8 kVA • Mini-carregadora Bobcat 753 • Retroescavadoras: Cat WB 93R • JCB 3CX
Tractores USADOS: • David Brown 880 • David Brown 995 • Landini 75 cv • Massey Ferguson 135 • Massey Ferguson 165 • Massey Ferguson 35 X • Renault 60
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www.abolsamia.pt/clientes/autoalvaladense
USADOS: Charruas: (2x) Galucho 1F-13” 45º • Despampanadeiras: Industrias David corte lateral (2000) - €2.000 • Terral Hidráulica corte lateral e superior • Mini-carregadora Case 1840 • Reboque cisterna Bauer 4000 L • Tractores: Same Solaris 35 DT • Hürlimann 6115 c/ cab. + Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/agriagua
USADOS: Fresa Joper FOR140 • Gadanheira de discos Kuhn GMD400
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ABOLSAMIA · maio / junho 2015
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200 € por ano
Setúbal • Évora
USADOS: Motoenxada Honda F560 c/ rodas e charrua • Semeador Monosem 4L
microsite Adira já é fácil e rápido - Tel. 219 830 130
USADOS: • Enfardadeira Claas Rollant 250 Roto Cut (2000) - 11.800€ • Mais alfaias e máquinas usadas em stock - Consulte-nos antes de comprar
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USADOS: Charrua Kverneland EG 4F • Escarificador Fialho 13B • Escarificador Galucho E-11D • Escarificador Galucho E-9D • Gadanheira condicionadora Automotriz • Grade de discos Galucho GLHR 22x24” • Grade de discos Galucho GLHR 24x26” • Grade de discos Galucho GRLCH 24x28” • Rolo-destorroador Fialho 4 mts • Rolo-destorroador Tramagal • Tractor Lamborghini 784 DT • Tractor Fendt Farmer 305 c/ carregador frontal • Tractor Case IH 845 DT
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maio / junho 2015 · ABOLSAMIA
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Évora • Beja
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USADOS: • Tractor Massey Ferguson 4270 DT c/ cabina
USADOS: Tractor Landini Trekker C80 • Tractor Landini Trekker C85 • Auto-carregador Timberjack 1110D
USADOS: Tractores: Massey Ferguson 210 (2RM) • Landini Vision 105 c/ cab. • Massey Ferguson 174C (rastos) • Vindimadora Alma (rebocável)
Tractores: Deutz-Fahr DX 4.70 • Hürlimann H478 Prestige • Atomizador Fede 2000 L • Charrua Galucho CH2-16 H • Compressor Berardinucci p/ 8 tesouras • Semeador Monosem 4 L • Unifeed Luclar Titan 17 • Vibrador Berardinucci Tornado • Volta-fenos: Fella TS 455 • Kuhn GA 7822 + Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/agrivilhena
TRACTORES: Agrifull: 110 DT - 12.500€ • 140 - 8.000€ • 65 DT - 8.500€ • 80 - 6.500€ • 80 DT • 80 DT - 12.000€ • Carraro 920 - 7.500€ • Case-IH: 1125 - 7.500€ • 1394 DT - 5.000€ • 70 cv c/ car. fr. Galucho - 8.000€ • 7455 7.500€ • 90 cv - 9.000€ • 955 - 6.000€ • Caterpillar: D3 (rastos) - 9.000€ • D4D (rastos) - 7.000€ • D5D (rastos) - 10.000€ • Deutz-Fahr: 110 cv c/ car. fr. - 10.000€ • 130 cv c/ cab. - 8.000€ • 70 cv - 8.000€ • 7806 DT - 7.000€ • D40 S - 1.500€ • Ebro: 1025 - 7.000€ • 684 - 1.000€ • Fiat: 110-90 c/ cab. A/C - 17.000€ • 140-90 c/ cab. A/C 17.500€ • 420 - 2.000€ • 55-65 R • 80-66 - 10.000€ • 80-66 DT • 90-90 - 11.000€ • 90C (rastos) - 15.000€ • Fiatagri 140-90 c/ cabina • Ford: 5000 - 2.500€ • 5610 DT - 10.000€ • 5610 DT - 10.000€ • 6600 - 3.000€ • 6610 - 7.000€ • 6610 DT - 6.000€ • 6810 DT - 6.000€ • 7600 DT - 5.500€ • 7610 • 7610 DT - 6.000€ • 7610 DT - 10.000€ • 8210 • 8210 - 10.000€ • TW 25 - 5.000€ • International 745-S • Itma 80 cv (rastos) - 5.500€ • John Deere: 2030 • 2130 - 2.500€ • 2850 • 3040 - 5.000€ • 3150 • 3350 - 10.000€ • Lamborghini: 106 - 7.500€ • 80 cv (rastos) - 10.000€ • 874-90 - 12.000€ • Landini 7680 - 7.500€ • Massey Ferguson: 390 DT - 10.000€ • 4370 DT • New Holland: 6640 • 80-66 DT - 15.000€ • 8670 • 8670 c/ cab. A/C - 30.000€ • TD90D • TK100 (rastos) - 20.000€ • TL100 - 17.500€ • TL100 c/ cab. A/C - 20.000€ • TM165 • Renault: 120 cv - 10.000€ • 95 cv c/ cab. A/C - 10.000€ • Same: 100 - 6.000€ • 70 cv - 5.000€ • 80 cv - 5.000€ • 85 cv - 5.000€ • 95 cv - 7.500€ • Valmet 1180 - 15.000€ • Zetor: 70 cv - 5.000€ • 80 cv - 5.000€ • CEIFEIRAS DEBULHADORAS: Case-IH 1440 - 20.000€ • Claas 68 (rastos) (A) 7.500€ • Fiatagri 3500 (rastos) (A) - 10.000€ • John Deere: 1055 - 12.500€ • 1075 - 12.500€ • Laverda: 112 (rastos) (A) - 7.500€ • 132 (rastos) (A) - 7.500€ • 3400 - 15.000€ • 3650 - 15.000€ • M100 - 10.000€ • M120 - 4.000€ • M132 - 10.000€ • M152 - 10.000€ • New Holland: 8040 - 10.000€ • 8050 - 12.500€ • 8050 (rastos) (A) - 7.500€
USADOS: Tractores: Same Panther 70 • John Deere 6420 (2007) • New Holland TN80 F • New Holland TN95 FA • Fendt 306 LS
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1.200
visitas/dia
Beja • Faro
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USADOS: Tractores: Fendt F380 G • Ford 5600 • Massey Ferguson 399 • Deutz-Fahr DX.6.30 • Same Laser 110 • Deutz-Fahr Agroplus 95 (2000) • Bulldozers: Caterpillar D7F • Caterpillar D6C • Ceifeiras debulhadoras: New Holland TX66 (2000) • Claas Dominator 204 Mega • New Holland TX62 (1999) • Charruas: Galucho CH3/4 - 14-H3 • Galucho 2F-16” 180º H • Distribuidor de adubo Rauch MDS 921 (1996) • Enfardadeira Vicon LB 8000 Vario • Giratória de rastos Caterpillar CAT 229D • Grade de discos Torpedo 46-26-W-25 • Retroescavadora New Holland NH85 • Semeador Solá 784 • Volta-fenos Krone Swadro 46 • Mais alfaias usadas em stock.
+ Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/ribeiroecarapinha
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Açores • Europa • Industriais
USADOS: Enfardadeira John Deere 575 • Plastificadora de fardos Tanco 580S • Tractor Iseki TM3160 • Unifeed Peecon Biga 12 M3
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+ Usados no Microsite
+ Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/oprado
www.abolsamia.pt/clientes/henriquesfrancisco
USADOS: Cilindros: Ammann AR65 (apeado) • Dynapac CC10 • Case W102 (1990) c/ 1209 horas • Tractores: Massey Ferguson 135 • Fiat 480 • Massey Ferguson 35 X
USADOS: • Tractor Ford 8210 + Usados no Microsite www.abolsamia.pt/clientes/automecaalvorgense
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Concessionários em foco Publireportagem
matos & prata 15 anos com a New Holland São 46 anos de existência e 15 de ligação à New Holland. O maior representante desta marca na região da Beira, a Matos & Prata mostra-se cada vez mais pujante e líder na venda de tratores.
O evento contou com a presença de cerca de 750 pessoas e teve um parque de máquinas extenso.
Duplo motivo para festejar: 15º aniversário como concessionária da New Holland e 46 anos de empresa. Também dedicada à comercialização de automóveis, nomeadamente a BMW, a Matos & Prata foi fundada em 1969. Agora, a caminhar para o meio século de existência, a companhia sediada na Guarda e que teve Laurindo Prata como percussor, juntou alguns fornecedores, parceiros, clientes e amigos para festejar a dupla efeméride. Foram cerca de 750
as pessoas que compareceram ao evento, prestando um justo tributo à Matos & Prata. Com filiais em Castelo Branco, Trancoso, Figueira de Castelo Rodrigo e Gouveia, a Matos & Prata tem vindo a mostrar a sua pujança no distrito da Guarda, onde possui uma enorme quota de mercado, sendo, aliás, a New Holland a marca mais vendida na região. Com tratores perfeitamente identificados com as exigências de trabalho na zona, e com motores que vão dos 24 aos 400 cavalos, a New Holland tem visto os seus resultados crescerem durante os 15 anos de ligação com a empresa agora liderada por José Prata, filho de Laurindo. Fernando Garcia, diretor da New Holland em Portugal, marcou presença nas instalações da companhia beirã. Falou sobre
Laurindo Prata, a discursar, José Prata, filho e atual gerente (ao meio) e Fernando Garcia, diretor da New Holland Portugal.
a importância da marca na região e elogiou, também, a Matos & Prata pelo trabalho desenvolvido na área da mecanização agrícola. “A Matos e & Prata, bem como todos os que com ela colaboram, devem sentir-se orgulhosos. Trabalhase bem e isso é visível nos resultados. A Matos & Prata é uma empresa de referência a nível nacional. Relativamente à New Holland, podem continuar a contar com o lançamento de produtos direcionados para as mais altas exigências dos profissionais que aqui desenvolvem as suas atividades. Para aqueles que necessitam de tratores mais compactos e para os que trabalham com máquinas de maior potência. Queremos, no fundo, mais 15 anos de ligação com a Matos & Prata!”, anunciou. José Prata, por seu turno, enalteceu a “presença de tanta
Matos & Prata, SA • Póvoa do Mileu, Apartado 44, 6300-570 Guarda, Portugal • T: 271 208 600 • E: matoseprata@mail.telepac.pt • www.matoseprata.pt
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Concessionários em foco GP Agro, a nova empresa do Ribatejo
gente ligada à Matos & Prata”, onde “várias gerações adquiriram produtos para os seus trabalhos e culturas”. Numa breve análise interna, o gerente destacou o facto de a “empresa contar com 80 colaboradores”, sendo que “a maioria trabalha na Matos & Prata há mais de 20 anos”. Um dado que, segundo o próprio, “mostra confiança da parte de quem ali colabora”. Foram ainda sorteados diversos produtos oferecidos
As instalações da Matos & Prata, na Guarda.
A empresa foi formada por Nuno Patrício e Nuno Gonçalves, em Perofilho, Santarém, em Fevereiro. GP Agro foi o nome escolhido para a nova companhia ribatejana, sendo que é, atualmente, a agente oficial da marca de vindimadoras Alma de Portugal – importadora – bem como das peças Alma. A GP Agro importa ainda as marcas Gianni Ferrari e Casorzo. A Gonçalves & Patrício, Lda (GP Agro) comercializa também peças multimarca e aftermarket, lubrificantes Petronas e é um ponto de venda autorizado SDF Parts (Same, Lamborghini e Deutz). A GP Agro possui ainda assistência técnica para tratores agrícolas e máquinas de vindimar Alma. Mais recentemente, a GP Agro tornou-se concessionário oficial da Honda, na área da agricultura. Moto-enxadas, corta-relvas e máquinas para jardim fazem parte do portfólio. Administração da Matos & Prata: (da esq. para a dir.) José e Sofia Prata, Nuno e Orlando Cordeiro.
pela Herculano, Galucho, Herkulis, Rocha, Pereira e Gomes, Ambra e, claro, pela Matos & Prata. A juntar a tudo isto, o almoço foi servido a todos os presentes. Além destas actividades, a Matos & Prata aproveitou para mostrar alguns dos tratores mais relevantes para a região.
Sparex celebra 50º aniversário Fundada em 1965 por Malcolm Brook, na cidade de Exeter, Reino Unido, a Sparex celebrou 50 anos de existência e de operações junto das grandes marcas de maquinaria agrícola. Dedicada desde cedo a componentes para máquinas agrícolas, a Sparex iniciou a sua atividade através de um empréstimo bancário no valor de 270 euros, tendo conseguido a sua primeira encomenda logo em 1965. A Sparex cresceu bastante nos 10 anos seguintes, tendo conseguido um lucro de 1,4 milhões de euros nesse período. Com uma equipa
constituída por mais de 500 colaboradores e escritórios espalhados em várias regiões mundiais, a Sparex obteve em 2014 um volume de negócios na ordem dos 180 milhões de euros. “Os nossos produtos chegam a mais de 100 países. Acreditamos que o nosso sucesso tem que ver com a atuação local e pensamento global. Conseguimos chegar a zonas como África, Médio e Extremo Oriente. Além da nossa experiência, temos um knowhow muito grande”, afirmou Jeremy Burgess, diretor-geral da Sparex.
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Concessionários em foco 3000ª unidade vendida em Portugal
Agronunes entrega Valtra com LH-Link A Agronunes, com sede na Ilha do Pico, acaba de fazer a entrega de um Valtra N163 que tem a particularidade de estar equipado com um elevador frontal direcionável LH-Link. Este elevador permite fazer um movimento de oscilação lateral. Através de um painel de comando específico é possível regular o dispositivo para que a oscilação acompanhe o comportamento da direção ou para que seja feita em modo manual. O trator foi adquirido por Fernandino Simas, de S. Jorge, que o vai utilizar na sua exploração leiteira e na prestação de serviços a outros agricultores. O cliente vai retirar partido do LH-Link com uma gadanheira frontal e com uma lâmina para nivelar terras ou limpar cómodos. É o primeiro trator entregue em Portugal com esta tecnologia. No seu site a Valtra mostra um vídeo muito esclarecedor acerca das vantagens e modo de funcionamento do LH-Link.
JOP apresenta gama Solis No passado dia 21 de março, a empresa J.O.P, de José & Orlando Patrício, com sede em Salvaterra de Magos, teve um dia de portas abertas, onde apresentou os tratores Solis, de cuja marca é agora concessionária. A Agricortes, na qualidade de importadora da marca, fez-se representar com todo o seu staff, tendo o evento contado com a presença de muitos clientes, amigos e fornecedores. Após uma demonstração no campo dos tratores Solis, seguiu-se um agradável almoço convívio.
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A Valtra entregou recentemente à empresa Eurico Ferreira Lda, a sua 3.000ª unidade. Tratou-se de um trator modelo N103.4HiTech, adquirido à concessionária Motope Trofa. João Pimenta, director da filial portuguesa da marca, disse na ocasião: “A Valtra tem uma forte reputação em Portugal, consolidada pelo convívio com os agricultores portugueses durante várias décadas. O trator número 3.000 é uma prova do sucesso dessa cooperação. Na sua qualidade de fabricante, a Valtra pretende continuar a servir os concessionários, agricultores e prestadores de serviços agora e no futuro”.
Partiu Severino Matos Cardoso (Comunicado Tractores Ibéricos)
No passado dia 22 de março, partiu um dos mais antigos e emblemáticos concessionários da rede Kubota em Portugal, Severino Matos Cardoso. Com uma vida dedicada aos tratores, em especial aos tratores desta prestigiada marca japonesa, Severino Matos Cardoso prestou sem dúvida um grandioso e forte contributo para a implementação, desenvolvimento e notoriedade que estes tratores têm hoje no nosso país. Ficou mais pobre a rede Kubota, e o comércio dos tratores em geral, com a partida deste nosso amigo. À família enlutada, toda a equipa de Tractores Ibéricos deixa as mais sentidas condolências.
Agro121 Nova concessão Massey Ferguson em Beja A Massey Ferguson passou a contar com uma nova concessão para a zona de Beja. Trata-se da empresa Agro121, que abriu as suas instalações ao público no início do ano. O coordenador comercial desta jovem empresa é David Simão, que embora também jovem de idade, teve alguns anos de experiência comercial no setor automóvel, de onde transitou para abraçar este novo projeto.
Concessionários em foco Publireportagem
consultrei nova empresa nas máquinas agrícolas Consultrei é um nome novo no setor das máquinas agrícolas. Porém, a empresa já existe desde 2006 ligada à comercialização de equipamentos de outras áreas da indústria, bem como à Formação e Consultadoria.
A empresa Consultrei nasceu a 18 de Outubro de 2006 visando colmatar uma lacuna existente no mercado português, mais especificamente na área da consultadoria e formação de operadores de máquinas de movimentação de cargas. Para além destas atividades, tem-se dedicado ainda à importação direta de máquinas industriais, nomeadamente de porta-contentores marítimos. Tempos menos favoráveis à comercialização de máquinas industriais levaram a que Manuel Pavia Alves, gerente e administrador da Consultrei, procurasse novas áreas de interesse para a sua empresa, concretamente a comercialização de
máquinas e equipamentos relacionados com a agricultura e a floresta. Para marcar a entrada neste novo ramo de atividade, a Consultrei reservou o passado dia 10 de abril a uma ação de ‘Portas Abertas’ onde recebeu clientes e fornecedores. Nesta ação, decorreu uma apresentação das alfaias Alpego, que a empresa passou a importar em exclusivo para o nosso país. Outras representações exclusivas da Consultrei para Portugal são a SIP no setor agrícola, e a NHS e Silvatec no setor florestal.
Na foto, da esquerda para a direita, Nicola Pegoraro (Executive Area Manager Alpego), Manuel Pavia Alves (Consultrei S.A.) e Pascual Galindo (General Manager Vogel Noot Espanha).
Consultrei, SA • Trav. Fontainhas Armazem F, Porto Alto, 2135-062 Samora Correia • T: 263 658 129 • E: consultrei@consultrei.pt • www.consultrei.pt
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Concessionários em foco 1
Agro 2015 Braga A AGRO – Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação, realizou-se de 26 a 29 de março, no Parque de Exposições de Braga. A abolsamia esteve presente no evento que reuniu empresas ligadas às máquinas agrícolas, agricultura biológica, agro-químicos e fertilizantes, embalagens, energia e renováveis, estufas, floricultura, horticultura, jardinagem, plantas e viveiros, olivicultura, orizicultura, peças e acessórios para fins agrícolas, pecuária, entre outros setores. Considerada uma das maiores feiras no Norte do país, a AGRO celebrou este ano a sua 48ª edição.
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1. Agripalmeira 2. Ferreira & Cª 3. Harker 4. Agricortes 5. Terra Bastos 6. Moisés e Gonçalves 7. Repoutiz 8. Tractorave 9. Maciel
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Galeria de imagens
Concessionários em foco
Para visualizar mais fotos desta feira consulte o nosso site www.abolsamia.pt/net/galerias-imagens
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10. A.D.J.
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11. 16 Irmãos 12. Dispnal 13. J. Guimarães 14. Mecagriminho 15. Cotesi 16. Nova Rocha 17. Agro-arco
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Momentos New-Holland 2015
New Holland 2015
Retratos do Mundo New-Holland em Portugal de lés-a-lés.
Momentos
New-Holland
Auto Agrícola das Meãs
Auto Ag. Sobralense
New Holland T6.165 Electro Command
New Holland T4.95F Rops
Cliente: Carlos Laranjeiro
Cliente: Quinta de Alcube João Gomes Serra
Apolinários Máquinas New Holland T6070
Cliente: José Dionizio Gomes, Cartaxo.
Etelgra New Holland T6.160
Cliente: Hortifarm Esq. para a dir.: Manuel Travessa (Cliente), Bruno (Operador), Mário Cananão (Etelgra).
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Fialho, Correia & Lampreia New Holland T 7.260 Esq. p/ dir.: João Palmar (NH), Manuel Lopes (cliente), Artur Roma (comercial da empresa Lampreia), Carlos Prates (técnico da empresa Lampreia), e Paulo Lopes (cliente).
Siga-nos no FacebooK www.facebook.com/NewHollandAgriculture
New Holland 2015
Varanda & Cordeiro New Holland T4.105
Auto Agrícola das Meãs
Cliente: Luís Eugénio Rodrigues, em Macedo de Cavaleiros
New Holland T7.200 Range Command
Esq. p/ dir.: José Carlos (Meãs) e Filipe Almeida (Cliente).
Etelgra New Holland TK 4060
Cliente: Litoflora Esq. para a dir.: Ilídio Ventura (Cliente), Hernâni Sobral (Cliente), Mário Cananão (Etelgra).
SEAC New Holland Boomer 35 Cliente: Carlos, Águeda
Auto Ag. Sobralense Apolinários Máquinas New Holland T4050N
Cliente: Rui Vieira, Valada do Ribatejo.
New Holland T4.95F Cab
Cliente: Alexandre António marques ABOLSAMIA · maio / junho 2015
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Concessionários em foco
Sede da empresa
Publireportagem
Fialho, Correia & Lampreia na Ovibeja A empresa Fialho, Correia e Lampreia, Lda., concessionária New Holland em Beja, esteve presente na Ovibeja com a sua gama completa de produto.
Gerência: José Lampreia e seus filhos, Rita e José. • Serviços administrativos: Vitor Calceteiro e Coroa Rosa. • Serviço de peças: Luis leitão, Orlando Carrapato, e Joaquim Candeias.
No stand da empresa destaque para os tratores das séries T6, na foto,trator NH T6.150 Auto Command, NH T7.210 Auto Command c/ Hid. Frontal e NH T8.330 Auto Command, uma ceifeira debulhadora NH CX 5090 - c/ 6 linhas para milho ), uma enfardeira Big Baler 1290 (Cropentter) e uma automotriz Gogox Olive para o olival.
Fialho Correia & Lampreia, Lda • R. Metalúrgica Alentejana, 29 - 7800-007 Beja • T: 284 323 653 • E: f.c.lampreia@mail.telepac.pt
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Opinião por Inocêncio Espiga
Que campo é que ainda é campo? O campo já não é só feito de gente simples e rude que vive da terra. Da civilização chegaram muitas pessoas à procura de sossego, que devolveram a casas e a lugares uma outra vida. E nisto, há um novo modelo de convivência que ganha forma. Os habitantes das cidades que vêm viver para o campo parecem ter saído todos da mesma linha de montagem. À parte algumas boas exceções que confirmam a regra, em geral apresentam um comportamento típico e bastante previsível, que resulta de exportarem para o campo as inseguranças que trazem consigo e de terem dificuldade em interpretar o ambiente que os rodeia. Depois de comprarem um terreno e aí construírem ou reconstruírem um monte para passarem os tempos livres, na entrada instalam um portão, vedam a propriedade, e ao longo da vedação colocam placas que dizem ‘propriedade privada’ para que, espante-se, os habitantes do sítio fiquem informados de que ali não vai ser construído nenhum aeroporto e que aquela propriedade que sempre foi privada agora vai continuar a ser privada. A empreitada seguinte passa por construir uma fortaleza de árvores e arbustos, para beneficiarem de privacidade, porque a vedação continua a permitir que quem passa os veja, ou que vejam quem passa. E sabe-se lá qual destas situações os incomoda mais. Se se der o caso de a propriedade ser atravessada por linhas de eletricidade ou de telefone, tratam de se informar de que forma as poderão desviar de lá. Mediante o pagamento de uma avultada quantia, a obra lá se faz. Deve o leitor estar neste momento a pensar que as linhas são desviadas para uma margem da propriedade, onde o incómodo estético, que é o que na maior parte das vezes sustenta a decisão, se torne um incómodo 136
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Sem rural, tudo é urbano, se não houver outro nome que lhe dar. Álvaro Domingues, in XXI Ter Opinião
mais pequeno. Está enganado. Não encontrando quem se oponha, as linhas são empurradas para a terra de algum vizinho que, recorde-se, está para lá dos limites da propriedade privada. E se está para lá desses limites, a arrogância parece fazer supor que o seu terreno é público. Como muitas vezes se trata de gente que não tem dinheiro para gastar com advogados e tribunais, o assunto fica assim resolvido. Pode ser interessante questionar por onde passariam as linhas elétricas se toda a gente pensasse assim. Com frequência também acontece que as propriedades sejam atravessadas por caminhos de serventia, que dão acesso a outras casas e a outros terrenos. Ora é fácil perceber que sendo assim, aquele sítio que era uma promessa de paraíso afinal não é assim tão paradisíaco. Há pessoas a andar de um lado para o outro o tempo todo, de carrinha, de trator, de motorizada, em carros papa-reformas, há quem vá à caça, há quem ande pelos caminhos de bicicleta ou de moto, a passear a cavalo, grupos de caminheiros e de escuteiros que seguem uma rota, rebanhos que passam e deixam o caminho cheio
de bostas, e até o exército aparece às vezes com viaturas em exercício militar. Um autêntico horror! Todo este movimento tem a agravante de piorar aos feriados e fins de semana. Surge então a ideia de tentar impedir a utilização pública daquele caminho, sem se lembrarem que para chegar ao seu monte também têm de cruzar outras propriedades, e passar junto a outras casas, e que no verão levantam uma nuvem de pó que aterra na roupa que alguém acabou de estender. Lá se inicia uma nova obra para desviar a estrada para mais longe do monte, de preferência também para a terra de algum vizinho que consinta. É uma vida dura a desta gente. Sempre de obra em obra em busca de um inalcançável paraíso. Como são pessoas que se isolam e têm pouco ou nenhum contacto com os naturais do sítio, vão-se emaranhando num rol de desconfortos, como uma mosca numa teia, incapazes de se libertar. Vendo-se fechados dentro de uma construção muralha, agora já muito diferente daquele local aberto e livre que encontraram à chegada, e sem poderem ver o horizonte, alguns acabam por vender o monte a algum recém-chegado e regressam à cidade, chocados com a sua experiência de contactar de perto com a incivilidade. Quase sempre de calções e óculos de sol mesmo em dias de temperatura glaciar, os que por cá continuam, lá se vão aventurando a um passeio fora da muralha, à procura daquele espaço de liberdade que simultaneamente, e com o mesmo afinco, desejam que se preserve e degradam. E nessa procura, num daqueles terrenos que imaginam ser propriedade
pública ou abandonada, não é de admirar que volta e meia se metam em inesperados sarilhos, como darem de caras com algum boi bravo a deitar ‘fumo’ pelas ventas. Tudo mal entendidos. No último número da revista XXI Ter Opinião, que tem como tema de fundo as cidades, e onde por isso também se fala do que está para além da cidade e que já não é cidade, no seu artigo ‘Cidade Esponja’, que vale muito a pena ser lido, o Prof. Álvaro Domingues diz que “o território ganhou outras dimensões. Os campos continuam a ser campos mas já não se vive do que eles dão. Nasceu a urbanização”. É um pouco isso que parece estar a acontecer. Embora eu ainda não esteja ciente de que já não vivo no campo, porque as estradas não são alcatroadas, e quando chego a casa a horas mais tardias ainda avisto raposas, e javalis e texugos, a verdade é que nestes últimos anos muita coisa mudou. O estilo de vida dos que chegaram é outro. Não é de esperar que um destes novos vizinhos me venha pedir meia deca de chicharros para semear e que eu um dia destes lhe peça ovos das galinhas dele quando as minhas estiverem em maré de não pôr. Talvez ele me pudesse emprestar cloro para pôr na água da piscina. Mas eu piscina não tenho. Apesar destes desencontros, é como diz um compadre meu: ‘a coisa mais bonita que há é a pândega’. Se à tardinha esta gente se sentasse na taberna em companhia dos de cá, talvez o entendimento entre uns e outros fosse mais fácil e, ainda que de uma outra forma, o campo continuasse a ser campo.
maio/junho
agenda
Vou de férias e aproveito para ir a uma feira! Expoflorestal | 8 a 10 mai. | Portugal, Alberg.-a-Velha expoflorestal.com
Para visitar
para ir às compras
Para relaxar
Para degustar
Exposição do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado
Mercado Biológico do Príncipe Real
Casa da Cisterna
Adega de Borba
Rua da Cadeia, 7 6440-031 Castelo Rodrigo wonderfulland.com/cisterna
Largo Gago Coutinho e Sacadura Cabral, 25 7151-913 Borba adegaborba.pt
Praça do Príncipe Real, Lisboa 1250-184 Lisboa » Sábados das 8:00 às 14:00.
Galeria Municipal Torreão Nascente Cordoaria Nacional Av. da Índia, 1300 Lisboa » até 2 de Agosto 2015 expogenesis.pt
mercados
arte
Não deixe de visitar esta exposição acerca da Terra. Nas palavras de Lélia Wanick Salgado, “Génesis” é um tributo a este nosso frágil planeta que temos o dever de proteger. Imperdível também é o filme ‘O sal da Terra’, um documentário realizado por Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado, sobre Sebastião Salgado. Se não tiver hipótese de ir vê-lo ao cinema, pode sempre comprá-lo na exposição, pelo simpático preço de 5 €.
O Mercado Biológico do Príncipe Real realiza-se semanalmente, aos sábados, na principal praça daquele bairro alfacinha. Um espaço que traz aos visitantes as habituais frutas e hortaliças frescas, além dos cereais, azeite, pão, vinho, entre outros, sempre de acordo com os critérios da agricultura biológica. Este mercado resulta de uma colaboração entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Agrobio. Já sabe, se estiver na capital durante o fim-de-semana, dê um salto ao Príncipe Real.
turismo O tempo está aquecer, o frio já lá vai e, admitamos, a nossa Primavera está mais solarenga que chuvosa. Aproveitando o clima, faça uma escapadela pela Beira Alta e visite a Casa da Cisterna, em Castelo Rodrigo. Reduza a intensidade provocada pelos últimos dias de trabalho e relaxe numa casa de paredes seculares, decoração rústica e delicie-se com o maravilhoso pequenoalmoço personalizado que ali servem logo ao raiar do dia. Ah, e se os dias estiverem realmente quentes, aproveite a piscina.
Feira Int. Benguela | 13 a 17 mai. | Angola, Benguela eventosarena.co.ao
Demoagro | 27 a 29 mai. | Espanha - Burgos demoagro.es
SantiAgro | 29 a 31 mai. | Portugal, Sant. do Cacém
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Já fez alguma prova de azeite? Não? Ajudamos-lhe a colmatar essa lacuna: contacte a Adega de Borba e marque uma Prova de Azeite. Se está farto de provas de vinho, esta é uma excelente oportunidade para mostrar que não é “mainstream” e que gosta de roteiros alternativos. Por falar em vinhos, é possível que pelo meio da visita seja convidado a provar alguns dos melhores sabores da casa. Vá, aceite, não seja esquisito.
O Homem é do tamanho do seu sonho.
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Skogselmia | 4 a 6 jun. | Suécia, Jonkoping elmia.se/skogselmia
Feira N. de Agricultura | 6 a 14 jun.| Portugal, Santarém
feiranacionalagricultura.pt
Fieldays | 10 a 13 jun. | Nova Zelândia, Hamilton Cereals - The Arable Event | 10 a 11 jun. | R. U., Cambridge cerealsevent.co.uk
Feira dos Açores | 12 a 14 jun. | Açores, Terceira Demopark | 21 a 23 jun. | Alemanha, Eisenach
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Feira de S. Pedro | 25 Jun.a 5 Julho | Portugal, T. Vedras
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Agroi Kiev | 3 a 6 jun. | Ucrânia, Kiev
demopark.de
Fernando Pessoa
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eubce.com
fieldays.co.nz
Para pensar
Para jogar
Eur. Biomass Conf. & Exhib. | 1 a 4 jun.| Áustria, Viena
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Para LER
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Para cozinhar por: Catarina Pellen
Desencontro
Por Ana Paula Birra autora do livro “Se a alegria sobrasse dos dias claros” Gostas do vento, do sol e da brisa, (que amor é esse, que obsessão?) Das estrelas e do universo, (tão distantes, qual é o interesse?) A bem dizer, amor, Sei plantar couves, sei podar árvores, Lavrar a terra, Mas não lhes vejo qualquer sentido Que não seja o do sustento E nada entendo para além disso! Não vejo qualquer utilidade nas flores, Assim como em olhares os pássaros Ou seguires o vento Para onde quer que seja.
favada quase vegetariana
se vive nestas localidades festeje estes dias!
Pássaros são pássaros, Árvores são árvores, As flores, ainda entendo, Mas quero que entendas De uma vez por todas, uma coisa simples: Não sei falar do que sinto, Em nada vejo a poesia, Não distingo as flores umas das outras Quanto mais uma metáfora! Contudo, amei-te tanto, amo-te tanto, Que qualquer mulher Que venha a fazer parte da minha vida, Serás sempre tu entrando por aquela porta dentro, Trazendo nas mãos as rosas todas do mundo!
Com legumes da nossa horta Agora que está na época delas, arranje uma favas e umas ervilhas tenrinhas, junte-lhe uns nabos aos cubos, coentros, e umas fatias de entremeada e está pronto o petisco. O vinho pode ser Terra de Lobos, tinto; cai sempre bem.
1 maio | Dia do Trabalhador • 3 maio | Dia da Mãe • 1 jun. | Dia Mundial da Criança • 4 jun. | Corpo de Deus • 10 jun. | Dia de Portugal • 13 jun. | Dia de Santo António • 21 jun. | Solstício de Verão • 24 jun. | Dia de São João • 29 jun. | Dia de São Pedro.
Como fazer: Faça um refogado com cebola picada e um molho de coentros picados. Junte as favas e as ervilhas descascadas, regue com vinho branco, pouco, e deixe estufar. Junte a entremeada ao estufado e deixe dar gosto ao prato. À parte, coza uns nabos cortados em cubos. Quando tudo estiver cozinhado, sirva o prato, junte os nabos e acompanhe com vinho tinto.
O livro pode ser encomendado na Bertrand. Editora: Poesia Fã Clube
Um prato quuuuuase vegetariano. Isto de mudar hábitos tem que ser aos poucos. Bom apetite!
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junho No campo somos nós que fazemos a moda O tempo começa a aquecer e já apetece andar com vestidos e pés descalços. Aproveite para descarregar as más energias e equilibrar o seu organismo. Dizem que faz bem por os pés na terra, sabia?
Chapéu tecido natural 17,95€ zara.com/pt
Vestido com renda 19,99 € www2.hm.com
Cinto entrançado 19,95 € zara.com/pt
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maio / junho 2015 · ABOLSAMIA
Reboques Monocoque até 24.000kg de carga útil
Reboques HMb coM eixo tandeM 5 Modelos coM capacidade de caRga de 8.000 até 24.000 kg
HMB 8000* HMB 10000 ES* HMB 10000 HMB 12000 HMB 14000 HMB 16000 HMB 18000 HMB 24000
Escada de acesso
Cilindro hidráulico de basculamento
Lança com mola
Para choques
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Trabalho de equipa MAIS DE 25% SÃO EQUIPADAS DE ORIGEM COM PNEUS MITAS O que faz uma boa parceria? Os principais produtores de maquinaria agrícola sabem! A Mitas é um fabricante Europeu de longa data e um fornecedor de confiança para os produtores Premium de equipamentos de origem. A nossa fiabilidade e trabalho de equipa no desenvolvimento e produção de novos produtos tem sido comprovada com diversos galardões. Estamos orgulhosos deste reconhecimento e continuaremos a trabalhar arduamente para assegurar a sua continuidade.
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