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Universidade, Alta e Sofia: dez anos de valor e memória

Programação

das celebrações vai abranger património material e imaterial. Vicereitores da UC Delfim Leão e Alfredo Dias realçam importância de consciencializar comunidade para preservação de edificado e expressões culturais de Coimbra.

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- POR JOANA CARVALHO -

As celebrações do 10º aniversário da classificação da Universidade, Alta e Sofia enquanto património da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) teve o seu arranque de forma oficial no dia 22 de março deste ano. No entanto, a maioria dos eventos encontram-se concentrados no mês de junho. A programação é constituída por vários momentos, quer relacionados com o património material e o edificado, como com o património imaterial da própria Universidade de Coimbra (UC).

O vice-reitor da Cultura, Delfim Leão, refere que as celebrações se assentam “na valorização de dois pilares”, que se relacionam com estes dois tipos de património. De acordo com o vice -reitor das Infraestruturas e Edificado, Alfredo Dias, a vertente material encontra-se assente em “discutir e dar a conhecer este património único”, em conjunto com a comunidade académica e a própria cidade de Coimbra. Também são importantes as obras de requalificação que estão a decorrer no Paço das Escolas e que vão ter lugar no Colégio das Artes. Já o património imaterial está ligado “à língua portuguesa, tradições e à própria Canção de Coimbra” que, para Delfim Leão, vai ter um destaque no decorrer destas celebrações.

O momento de maior relevância é o concerto “No Princípio Era o Fado”, no dia 22 de junho, que marca o 10º aniversário da classificação. Segundo o vice-reitor com a pasta da Cultura, o concerto representa o “desafio de convocar toda a comunidade, dentro e fora da Academia, que trabalha esta expressão”. Realça também a importância de falar sobre o papel da mulher na Canção de Coimbra, já que “existe uma abertura para alterar o estado das coisas”.

Alfredo Dias considera que a classificação “teve uma enorme importância, não só para o bem classificado, mas também para a cidade e a Universidade”. O vice-reitor acredita que esta distinção “deu maior visibilidade e reconhecimento a um património único”, o que “traz efeitos positivos para o usufruto, salvaguarda e promoção do bem”. Por sua vez, Delfim Leão salienta a “necessidade de manter um equilíbrio entre a vontade de mostrar este património a um conjunto amplo de pessoas”, ao mesmo tempo que se tenta ter em atenção “o futuro da sua preservação”.

Ambos os membros da equipa reitoral reforçam a importância da integração dos novos estudantes na valorização da herança da instituição em que estudam. Nesse sentido, as comemorações vão contar com um momento próprio, no início do próximo ano letivo, cujo objetivo é despertar o olhar daqueles que vão percorrer esta calçada nos próximos três anos.

“É importante passar aos estudantes a ideia de que este património também é deles”, relembra Delfim Leão, enquanto menciona o facto de que o património reconhecido, ao contrário de outros, é utilizado todos os dias, tanto por docentes, como por alunos. Alfredo Dias reforça que “os estudantes da UC frequentam uma instituição única, com um património de valor excecional que muitas vezes desconhecem”. Por essa mesma razão, o vice-reitor acredita que incluir um momento na sua receção é “uma oportunidade única” para promover esse conhecimento.

Delfim Leão adianta ainda que, em novembro, vai haver um momento de reflexão acerca do que foi feito nesta última década e “vai ser apresentado um plano de gestão para os próximos dez anos”. Alerta, por fim, para a necessidade de atentar no edificado da Rua da Sofia, onde estão vários colégios “que precisam de uma atenção mais regulamentada”.

A ideia de haver um curador do património reconhecido é algo que o vice-reitor admite como possibilidade. Os vice-reitores fazem ainda menção, no contexto das celebrações, à abertura para um debate da criação de um ‘hub’ cultural, no contexto da requalificação dos espaços da Associação Académica de Coimbra. O vice-reitor para as Infraestruturas e Edificado realça que “as celebrações só vão ter sucesso com o envolvimento de todos”, pelo que faz o apelo para a participação nos vários eventos. Por fim, Delfim Leão acredita no valor de “devolver este património em pleno à fruição das pessoas”.

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