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Supercomputador Navigator enriquece ciência na UC

Ferramenta permite processamento de dados complexos. Docente salienta importância do sistema para desenvolvimento económico.

- POR SOFIA RAMOS -

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Um supercomputador é constituído por vários computadores unidos “a trabalhar em conjunto para resolver problemas complexos”, explica Pedro Vieira Alberto, diretor do Laboratório de Computação Avançada da Universidade de Coimbra (UC).

O Navigator, instalado na UC em 2019, integra mais de 180 servidores e veio permitir o desenvolvimento de conhecimento em diversas áreas.

“Quando um estudo envolve sistemas ou processamento de dados complexos precisa desta ferramenta”, elucida o investigador. Ilustra que certas questões requerem a análise de muitos dados, na ordem de ‘terabytes’ e ‘petabytes’, que não poderiam ser analisados se não por um supercomputador. Uma destas áreas é, por exemplo, a previsão do tempo a longo prazo, devido à abundância de fatores a considerar. Nos dias de hoje, são vários os estudos que utilizam o Navigator como ferramenta, desde análise de moléculas biológicas, propriedades de materiais e até propagação de fogos. Dos projetos a serem desenvolvidos, o diretor destaca o estudo do reconhecimento de formas e objetos pelo cérebro, levado a cabo por Jorge Almeida na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, no qual os servidores processam imagens cerebrais permitindo encontrar padrões.

Outra vertente que os supercomputadores permitem explorar é a Inteligência Artificial. É possível “acoplar com a simulação dos métodos matemáticos” e tentar descobrir padrões nessa análise, ilustra Pedro Vieira Alberto. “Os programas de análise que se utilizam já são bastante realistas e permitem prever, com muita exatidão, o que acontece na realidade”, assegura. Este recurso é de alta importância na Europa, “não só pela investigação científica e descoberta de algo novo, mas também pelo impacto económico”, informa o docente. Refere um projeto desenvolvido em parceria com uma empresa da Marinha Grande, onde pretendem demonstrar que, com a utilização do supercomputador, é possível “desenvolver produtos melhores e mais rápido”. Garante assim que tecnologias como o Navigator “não só tem impacto científico e em áreas sociais mas também tem um eventual impacto na economia”.

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