Espiritismo para todos abril de 2014

Page 1

ANO l

ALÉM DA MORTE Pág.02 O HOMOSSEXUAL NA CASA ESPÍRITA

Pág.03 NÃO ACREDITEIS EM TODOS OS ESPÍRITOS

Pág.04 O FENÔMENO DA MORTE Pág.06 A SEMEADURA É FACULTATIVA, MAS A COLHEITA É OBRIGATÓRIA

Nº 04

Taubaté / SP

Abril de 2014

LOUCURA E OBSSESSÃO

Manoel Philomeno explica que a obsessão é uma espécie de assédio espiritual que um espírito começa a exercer sobre uma pessoa e que esta se dá devido a uma perfeita sintonia entre obsessor e obsidiado. Os motivos da obsessão podem ser diversos, mas quando esta apresenta características de tenacidade, geralmente trata-se de uma vingança praticada contra os atos que o encarnado cometeu contra o espírito obsessor, quando este ainda revestia a indumentária carnal. O perseguidor desencarnado começa a se insinuar ao encarnado insuflandolhe através da via telepática, idéias fixas, preocupações, medos infundados… Aproveitando-se dos complexos, recalques e reações pessimistas de sua vítima – que o perseguidor espiritual vai explorar habilmente -, se forma uma tomada, numa espécie de intercâmbio psíquico. Á partir daí, quando já está estabelecida a interferência e pelos fluidos deletérios que assimila do algoz espiritual, se originam os variados desequilíbrios psíquicos e orgânicos que atingem o hospedeiro encarnado.

Pág.12

Pág.07

PARA NÃO SE DECEPCIONAR Pág.08

GÊMEOS SIAMESES Pág.09 AUXÍLIO DO MUNDO ESPIRITUAL Pág.10

Pág. 02


O Espiritismo para todos

02

Otília Gonçalves Médium: Divaldo Pereira Franco

ALÉM DA MORTE

“Cumprida mais uma jornada na terra, seguem os espíritos para a pátria espiritual, conduzindo a bagagem dos feitos acumulados em suas existências físicas. Aportam no plano espiritual, nem anjos, nem demônios. São homens, almas em aprendizagem despojadas da carne. São os mesmos homens que eram antes da morte. A desencarnação não lhes modifica hábitos, nem costumes. Não lhes outorga títulos, nem conquistas. Não lhes retira méritos, nem realizações. Cada um se apresenta após a morte como sempre viveu. Não ocorre nenhum milagre de transformação para aqueles que atingem o grande porto. Raros são aqueles que despertam com a consciência livre, após a inevitável travessia. A grande maioria, vinculada de forma intensa às sensações da matéria, demora-se, infeliz, ignorando a nova realidade. Muitos agem como turistas confusos em visita à grande cidade, buscando incessantemente endereços que não conseguem localizar. Sentem a alma visitada por aflições e remorsos, receios e ansiedades. Se refletissem um pouco perceberiam que a vida prossegue sem grandes modificações. Os escravos do prazer prosseguem inquietos. Os servos do ódio demoram-se em aflição. Os companheiros da ilusão permanecem enganados. Os aficionados da mentira

dementam-se sob imagens desordenadas. Os amigos da ignorância continuam perturbados. Além disso, a maior parte dos seres não é capaz de perceber o apoio dispensado pelos espíritos superiores. Sim, porque mesmo os seres mais infelizes e voltados ao mal não são esquecidos ou abandonados pelo auxílio divino. Em toda parte e sem cessar, amigos espirituais amparam todos os seus irmãos, refletindo a paternal providência divina. Morrer, longe de ser o descansar nas mansões celestes ou o expurgar sem remissão nas zonas infelizes, é, pura e simplesmente, recomeçar a viver. A morte a todos aguarda. Preparar-se para tal acontecimento é tarefa inadiável. Apenas as almas esclarecidas e experimentadas na batalha redentora serão capazes de transpor a barreira do túmulo e caminhar em liberdade. A reencarnação é uma bendita oportunidade de evolução. A matéria em que nos encontramos imersos, por ora, é abençoado campo de luta e de aprimoramento pessoal.Cada dia de que dispomos na carne é nova chance de recomeço. Tal benefício deve ser aproveitado para aquisição dos verdadeiros valores que resistem à própria morte. Na contabilidade divina a soma de ações nobres anula a coletânea equivalente de atos indignos. Todo amor dedicado ao próximo,

Abril de 2014

em serviço educativo à humanidade, é degrau de ascensão. Quando o véu da morte fechar os nossos olhos nesta existência, continuaremos

vivendo, em outro plano e em condições diversas. Estaremos, no entanto, imbuídos dos mesmos defeitos e das mesmas qualidades que nos movimentavam antes do transe da

morte. A adaptação a essa nova realidade dependerá da forma como nos tivermos preparado para ela. Semeamos a partir de hoje a colheita de venturas, ou de desdita, do amanhã. Pense nisso.”

MORTE DE ENTES QUERIDOS (Trecho do livro: Violetas na Janela) Há espíritas condenam quem o lê sem conhecer Kardec antes, mas é um ótimo livro pra quem nem tem noção do que o espiritismo fala da vida após a morte… linguagem clara e fácil para leigos terem noção e start para livros mais complexos. Foi o 1º livro relacionado a espiritismo que li e amei!!!!!! Sempre recomendarei!!!! “O egoísmo é um peso, os que cultivam a matéria a ela ficam presos. Amélia sofreu, não foi má, mas deixou de fazer o Bem. O Bem a ela própria, como se instruir, entender a vida como um todo. Teve vícios e nem se esforçou para melhorar. A desencarnação foi um pesadelo, uma agonia. O que aconteceu a

EXPEDIENTE Diretoria: ACAM Colaboradores: • Diversos Editoração Eletrônica: Antonio C. Almeida Marcondes Tel.: (12) 3011-1013 e-mail: acam0000@ig.com.br O Jornal não se responsabiliza por matérias assinadas

ela sucede com muitos: são os que se esquecem completamente da parte espiritual. Marina sofreu pelos mesmos motivos. Equivocam-se ao pensar que todos os jovens são socorridos, somente pelo fato de ser jovem. Não estando nada preparada para enfrentar a mudança com a desencarnação, repeliu-a. Seus erros lhe pesaram na consciência. (…) Ser criança e jovem na matéria são fases. Sabemos que o espírito pode ser milenar. (…) Isa, sendo boa, poderia ter sido socorrida e sentir-se bem logo que desencarnou, mas, como acreditava que ia ficar no corpo dormindo, quis, desejou ficar. Nossa vontade é sempre

respeitada. (…) Estes têm mais dificuldades para livrar-se dos reflexos da doença, do sofrimento pelo qual desencarnaram. Devem os encarnados pensar nos desencarnados sadios, felizes, e desejar-lhes alegria. Quando os encarnados não colaboram, os desencarnados necessitam de muito auxílio para superar esta fase difícil. Escutam chamá-los, como se as vozes dos familiares saíssem de dentro deles, querem atendê-los, querem ir para perto deles. Eles choram lá e eles aqui. (…) Às vezes, aceitam a desencarnação, está tudo bem com eles, mas entram em crise todas as vezes que, em desespero, os encarnados

chamam por eles. Depois ficam a lhes pedir favores. Não se deve pedir graças, favores aos familiares desencarnados, não se sabe se eles podem ou não fazê-los. Como no caso de Isa,

ela, não podendo, sentia-se infeliz. Mesmo se pudesse, não podemos pedir que façam a lição que nos cabe e nem que venham tomar nosso lugar nos bancos de provas.”


O Espiritismo para todos

03

Abril de 2014

O HOMOSSEXUAL NA CASA ESPÍRITA

Por Augusto Fernando Haanwinkel Como espíritas que somos e esclarecidos pelos ensinamentos da doutrina, precisamos desenvolver uma postura de tolerância e compreensão para acolher, sem preconceitos, todos os espíritos que nos cercam e que buscam a casa espírita. O amor de Deus é plenamente destinado a todos, sem exceções. Características do corpo físico, esse invólucro transitório do espírito em vida terrena, não podem definir este espírito nem devem contribuir para gerar sentimentos de rejeição ou repulsa em nossos corações. Todos aqui estamos nesse mundo de expiação e provas e, para aqui poder atuar, assumimos corpos físicos que tornam possível a vida na Terra. Mas este corpo é, e será sempre, a despeito dos avanços da Medicina, um corpo perecível. Portanto, é no espírito imortal que habita ali, criação amorosa de Deus e que carrega Sua luz, que devemos concentrar nossa atenção e a ele dedicar o nosso amor. Na ótica da Caridade Cristã, não só devemos acolher esses espíritos, cada um revestido de sua própria individualidade, mas também procurar chegar até eles, encurtando o caminho que nos separa. A Doutrina Espírita nos ensina que todos nós temos um passado que explica e justifica situações de nossa vida presente. Do mesmo modo que Deus acolhe amorosa e indistintamente todos os seus filhos, assim devemos proceder com nossos irmãos. Aprendemos também que o espírito possui uma bipolaridade em termos sexuais, podendo encarnar sucessivas vezes ora como Homem, ora como Mulher. No estudo do desenvolvimento dos embriões, a ciência já nos mostra que todo embrião tem as duas (2) potencialidades, feminina e masculina, que só se define após algumas semanas do desenvolvimento fetal. O que nos define como Homem ou Mulher? É a contribuição do pai, através de seu espermatozóide, que determina o sexo do futuro bebê. Essa conformação genética é solicitada pelo próprio espírito, esclarecido a respeito de suas necessidades para aquela encarnação. Para isso, contribuem os espíritos superiores que se encarregam de ajudar e apoiar esse ser que vem a renascer. Segundo a história de cada um e suas necessidades, será definida sua feição humana. Todos encarnamos melhores, mais evoluídos do que já fomos, para prosseguir em nossa caminhada. Todavia, esse corpo físico

manifesta exigências carnais e a atividade sexual é uma delas. A mulher, que no mundo cristão de outrora, tinha sua condição feminina desvalorizada e, às vezes, até negada, hoje, com o advento da contracepção, desempenha um papel muito diferente nas relações sociais. Devido a conquistas da ciência como fertilização in vitro, barrigas de aluguel, concepções assistidas etc., nos vemos diante de situações controvertidas, as quais precisamos compreender e nos posicionar segundo a Verdade contida na Doutrina Espírita, a Terceira Revelação. Jesus nos ama indistintamente, nos aceita como somos e nos oferece o que precisamos e, como espíritas que somos, devemos construir as bases de nossa conduta conforme o exemplo do Mestre. Hoje sabemos, a ciência nos afirma, que a relação homossexual, feminina ou masculina, é perfeitamente possível tanto do ponto de vista físico (obtenção do prazer sexual) como do psíquico (afetividade, harmonia, companheirismo, etc.). A OMS, que já catalogou a HOMOSSEXUALIDADE como doença, hoje já não considera assim. Por isso, o termo “homossexualismo” não deve mais ser usado, já que o sufixo “ismo” caracteriza “doença”. Devemos nos referir à Homossexualidade, que designa um estado do ser, uma condição do indivíduo. Quanto à auto-estima, as pessoas podem ser: Egossintônicas – aceitam-se como são; ou Egodistônicas – rejeitam sua própria condição, não estando em sintonia consigo mesmas. Desta condição egóica depende a qualidade das relações afetivas que construirão, tanto heteros como homossexuais. Os distúrbios afetivos e psíquicos, que exigem tratamentos específicos para reequilibrar o indivíduo desajustado quanto às normas sociais, derivam desta condição interna do sujeito e que, na visão espírita, sabemos resultar de vidas anteriores. “…o sexo, na existência humana, pode ser um dos instrumentos do amor, sem que o amor seja o sexo” ( do livro “Mensageiro da Luz” – cap. 13 – André Luiz). Quando as pessoas se reconhecem com tendências homossexuais, esse processo costuma vir carregado de muita confusão, sofrimento e, principalmente, de culpa. Daí a necessidade do acolhimento e da orientação adequada para que a pessoa seja esclarecida pela palavra de Jesus. Só assim ela terá a possibilidade de se equilibrar para viver de forma digna as provações que precisará enfrentar. O Atendimento Fraterno é a porta aberta na Casa Espírita para o acolhimento dos espíritos

que nos procuram, independente de sua condição ou aparência. Não há espaço aí para indiscrição nem para rejeição ou pré-julgamentos. Não importa o que ele é, mas sim o que ele poderá vir a ser, na medida em que for se esclarecendo. Essa necessidade é igual para todos os espíritos que sofrem e buscam superar pelo Bem suas necessária provações. Muitos homens têm características femininas em sua aparência ou em sua conduta (são mais suaves, mais sensíveis, mais frágeis), mas não são menos masculinos por causa disso. São experiências anteriores, ricas e proveitosas, vividas na condição feminina em encarnações passadas, que os fazem constituírem-se assim. O mesmo ocorre com mulheres que apresentam posturas tidas socialmente como masculinas sem que sejam menos femininas em sua constituição física ou psíquica. Controle, educação e disciplina são condições básicas para vivenciar a sexualidade de forma adequada. A união de um casal deve ser pautada no Amor e na prática do Bem; ter ou não ter filhos não deve ser uma obrigação inerente ao casamento. Na casa espírita, qualquer trabalhador, em qualquer função que exerça, pode estar em qualquer condição sexual desde que se comporte e conduza suas ações de modo adequado, dentro e fora da casa. Além disso, precisa ter conhecimento da doutrina e uma fé consistente que dêem suporte a seu trabalho. A homossexualidade não é uma opção da pessoa nem é provocada por condições familiares, relação parental etc., posto sabermos que na maioria das vezes está definida antes de seu nascimento. Portanto, as pessoas são responsáveis pelo modo como decidem exercer sua sexualidade. A sexualidade não é uma escolha, mas o ato sexual é. Quando percebemos esses sinais em nossas crianças, é nosso compromisso cristão para com elas que as aceitemos com respeito e carinho e as eduquemos segundo os princípios da nossa fé: os critérios evangélicos de ética, de moral e de caridade. Assim estaremos educando aqueles espíritos para que se tornem pessoas de Bem. O trabalhador espírita que ainda não se libertou das amarras do preconceito deve se abster do Atendimento Fraterno dirigido a pessoas cujas características possam lhe provocar sentimentos de desconforto. Tenhamos sempre em mente que a Doutrina Espírita acolhe e compreende, mas não é conivente com condutas que destoam da moral cristã.

Quando o exercício da sexualidade traz angústia e sofrimento ao indivíduo, seja qual for sua condição sexual, é aconselhável que ele se proponha a um período de abstinência sexual, durante o qual buscará estudar e refletir melhor sobre si mesmo, esclarecer-se sobre seu papel no mundo para então escolher um modo de vida que faça dele um membro ajustado e útil à sociedade. Não esquecer, todavia, que essa abstinência deve ser assumida espontaneamente e nunca imposta por outros, o que quase sempre acaba resultando em desvios sexuais. Na avaliação dessas situações que ora nos apresentam, como a união civil de homossexuais, devemos sempre usar o bom senso e uma postura tolerante e amorosa para agirmos de forma justa. Reconhecer os direitos legais de um casal homossexual é uma questão de justiça e respeito pelas pessoas, apenas legitima o que já existe e não se constitui um estímulo para “gerar” homossexuais. Na orientação dos indivíduos homossexuais, devemos alertá-los de que são alvos fáceis para a ação perniciosa de outros espíritos que tentarão utilizá-los para satisfazer suas necessidades sexuais, causando grandes perturbações. Todos os espíritos devem encarnar várias vezes como homem e como mulher para vivenciarem as experiências

específicas de cada papel sexual, enriquecendo assim sua caminhada espiritual. Homens e mulheres que vivem de forma promíscua sua sexualidade, sendo permanentemente sedutoras e explorando o outro sexualmente, podem no futuro encarnar como homossexuais como provação para elaborar essa questão. Não há motivos contrários à adoção de crianças por casais homossexuais visto que já sabemos que essa condição não depende de influência parental direta. Se o casal que se dispõe a adotar tem condições de oferecer às crianças a proteção, o carinho e a educação que elas precisam para crescer saudáveis, nada os desclassifica para serem pais. Finalmente, lembremos sempre que a homossexualidade não é uma condição permanente, é um estado transitório. Os i n d i v í d u o s n ã o são homossexuais e, sim, estão homossexuais. E somos todos, antes de tudo, filhos muito amados de Deus. (1) Palestra proferida na Associação Espírita Rita de Cássia (12º Conselho Espírita de Unificação), em 21 de agosto de 2005 Nota: o texto constitui uma síntese da palestra, assim como das respostas dadas às perguntas formuladas pelos participantes do evento.

Visite Rua Dr. Jorge


O Espiritismo para todos

04

NÃO ACREDITEIS EM TODOS OS ESPÍRITOS Kardec ensina que o Espiritismo coloca ao alcance dos homens os meios práticos de identificar os Espíritos enganadores, dando aos homens os meios de discernir os bons dos maus, lembrando as palavras de Jesus Cristo: “Reconhece, se a árvore pelos seus frutos; uma árvore boa não pode dar maus frutos e uma árvore má não pode dar bons frutos” . Todas as orientações, ensinos e esclarecimentos devem passar pelo crivo da razão da criatura que os recebe, principalmente se ela tiver algum conhecimento da Doutrina Espírita. É importante analisar o conteúdo da comunicação, e se veio de um bom Espírito, ou não. É conhecendo as obras doutrinárias que se podem separar os verdadeiros dos falsos profetas e reconhecê-los. No mais, ao receber os frutos, é importante verificar se as sementes podem ser convertidas e utilizadas em alguma nova plantação, auxiliando e beneficiando aqueles que deram em busca de um fruto saudável e nutritivo. Os falsos profetas assemelham,se à “Figueira Condenada” (Mt, cap. 21:18 a 22), que não beneficia ninguém. A oportunidade para receber a luz do Evangelho de Jesus e levá-la aos homens é importante, mas a análise, a verificação destas comunicações é mais ainda, para não serem distribuídas como frutos estragados. Os ensinamentos da Boa Nova são construtivos, mas ao serem divulgados somente as exemplificações serão anotadas e percebidas, como verdadeiras sementes lançadas em solo fértil e produtivo. O verdadeiro profeta (médium) encarnado ou desencarnado, é aquele que vive e exterioriza a caridade, o amor, a indulgência, a bondade, tendo o coração e mente voltados para os ensinos de Jesus. Os Espíritos trevosos não hesitam mesmo em enfrentar até os grandes missionários, haja vista as seguintes narrações sobre acontecimentos sucedidos com o apóstolo Pedro e com o apóstolo Paulo. Certa vez, Jesus Cristo, reunido com seus apóstolos, passou a vaticinar o que lhe iria acontecer em Jerusalém, quando seria rejeitado, passando por grandes padecimentos que culminariam com sua morte, pois ele não desconhecia que, conforme as próprias palavras, “para isso ele havia vindo ao mundo”. O apóstolo Pedro, adiantando-se, passou a repreendê-lo dizendo: “Senhor, tem compaixão de ti, de modo nenhum te “acontecerá isso”.

ORIENTAÇÕES SOBRE SEXO 1 – A Doutrina Espírita condena o amor livre? O Espiritismo não se situa como um tribunal. Apenas nos informa quanto às conseqüências de nossos atos e nos ensina que o amor nunca é livre, porquanto é impossível exercitá-lo em plenitude sem cogitar da felicidade e do bem estar do ser amado. 2 – O que é, então, o amor livre? Apenas libertinagem sexual, em que se confunde a m a r c o m t r a n s a r, n o s domínios da inconseqüência.

Percebendo que o valoroso apóstolo estava sendo influenciado por entidades trevosas, interessadas no fracasso da gloriosa missão de Jesus, que objetivava iluminar os horizontes sombrios do mundo, e por isso procuravam desestimula-lo a não se dirigir para Jerusalém, onde ocorreriam aqueles acontecimentos, o Mestre sentenciou: “Sai de minha frente Satanás, que me serves de escândalo, porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens (Mt, cap. 16:21 a 23). Esse gênero de influenciação é confirmado em outro trecho do evangelho, quando Jesus, dirigindo-se ao mesmo apóstolo, lhe disse: “Simão, Simão, eis que Satanás te pediu para te cirandar como trigo, mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma os teus irmãos” (Lc, cap. 22:31-32). Cumpre aqui esclarecer que Satanás é uma figura utópica e não uma entidade real. Esse nome é genérico para designar todos os Espíritos trevosos, todos os falsos profetas, todos os Espíritos rebeldes que se contrapôem à vontade de Deus. Os Espíritas compreendem que nomes tais como Satanás, Lúcifer, Belzebu, Diabo, Deus-do-Mal, Príncipe das Trevas fazem parte de uma terminologia lendária, abrangendo todos os Espíritos que relutam em despertar para as coisas de Deus. Os Espíritos trevosos temem a luz e têm combatido, no decurso dos séculos, todos aqueles que procuraram ou procuram iluminar a mente dos homens. Por isso, João em cap. 1:5, afirmou, referindo,se ao advento de Jesus Cristo ao

mundo: “A luz resplandeceu nas trevas, e as trevas não a compreenderam” . É importante a advertência ministrada por Emmanuel, com o objetivo de alertar os homens no tocante a algumas categorias de Espíritos que, embora não sendo entidades das trevas, não se preocupam muito com a verdade: “Nem todos os Espíritos benevolentes que se comunicam na Terra são instrumentos imaculados. Nem se pode considerar, de forma absoluta, que eles veiculem princípios de verdade ou que possam exprimir a verdade total, como se fossem anjos flanando nos Céus” (Opinião Espírita, cap. 43). O fenômeno da morte do corpo não santifica ninguém. O Espírito que se separa do corpo pela desencarnação, leva para o plano invisível todos os defeitos e virtudes que possuía na Terra, e, conforme esclareceu o Espírito de Emmanuel, o Espírito pode ter qualidades boas, mas não é imaculado, pode não estar em condições de ser um expoente das verdades eternas que só são reveladas à Terra, à medida que a Humanidade estiver apta a assimilá-las. Allan Kardec, em “O Livro dos Médiuns” adverte ainda: “O verdadeiro missionário vindo de Deus tem que justificar pela sua superioridade, pelas suas virtudes, pela grandeza, pelo resultado e pela influência moralizadora de suas obras a missão de que se proclama portador. Pode-se tirar, também, outra dedução: se pelo caráter, pelas virtudes, pela sua inteligência, ele se mostra abaixo do papel em que se arroga, ou do personagem, sob cujo nome se apresenta, mais não é do que um farsante de ínfima classe, um verdadeiro falso profeta”.

Abril de 2014

3 – E isso é ruim? Em princípio é muito bom, mas nunca nos realiza afetivamente, deixando sempre um resíduo amargo de inquietude e insatisfação. 4 – Não se deve buscar o sexo antes do casamento? Na atual conjuntura, pretender que os jovens esperem pelo casamento para exercitar o sexo, seria o mesmo que tapar o sol com a peneira. Mas deveriam colocá-lo no lugar certo: depois do amor. Não exercitá-lo antes da certeza de que há entre os parceiros uma ligação afetiva legítima. 5- Isso não fica complicado quando a disposição é apenas de u m d o s pa r c e i r o s ? A moça, por exemplo, cujo namorado insiste em transar? Se tal orientação não serve para o parceiro, o parceiro não serve para ela.

6 – Ta l comportamento pode parecer fácil na teoria. Na prática não é assim, porquanto há um estímulo, quase uma indução à promiscuidade. É um problema de consciência, um caminho a seguir. Nunca foi fácil remar contra a correnteza. Jesus dizia que tudo é possível àquele que crê. Se estivermos convictos de que esse é o caminho, chegaremos lá. 7 – Normalmente, logo nos primeiros contatos, os rapazes querem ir para o motel. Se a jovem se recusa, perdem o interesse. Como lidar com esse problema quando ela se sente atraída por alguém que age assim? Se houver nele um sinal de vida inteligente, algo além do mero comportamento instintivo de macho obtuso, gostará de vê-la resistindo e mudará suas disposições. Se não mudar, a jovem deve partir para outra. Atração irresistível é filha de devaneios fantasiosos. 8 – E quando o jovem não consegue passar sem o sexo promíscuo? Experimente ocupar seu tempo em atividades produtivas, relacionadas com estudo, realização profissional, atividade religiosa, exercício do Bem. Pensamento vazio é forja do demônio – diz o velho ditado. Saem dela as brasas mais ardentes do desejo sexual. Do livro: Não Pise na Bola - Autor: Richard Simonetti


O Espiritismo para todos

05

Abril de 2014

ANJOS DESCONHECIDOS

Há guardiães espirituais que te apoiam a existência no plano físico e há tutores da alma que te protegem a vida na Terra mesmo.Frequentemente, centralizas a atenção nos poderosos do dia, sem ver os companheiros anônimos que te ajudam na garantia do pão. Admiras os artistas renomados que dominam nos cartazes da imprensa e esqueces facilmente os braços humildes que te auxiliam a plasmar, no santuário da própria alma, as obras primas da esperança e da paciência. Aplaudes os heróis e tribunos que se agigantam nas praças, todavia, não te recordas daqueles que te sustentaram a infância, de modo a desfrutares as oportunidades que hoje te felicitam.

Ouves, em êxtase, a biografia de vultos famosos e quase nunca te dispões a conhecer a grandeza silenciosa de muitos daqueles que te rodeiam, na intimidade doméstica, invariavelmente dispostos a te estenderem generosidade e carinho. Homenageia, sim, os que te acenam dos pedestais que conquistaram, merecidamente, à custa de inteligência e trabalho; contudo, reverencia também aqueles que talvez nada te falem e que muito fizeram e ainda fazem por ti, muitas vezes ao preço de sacrifícios pungentes. São eles pais e mães que te guardaram o berço, professores que te clarearam o entendimento, amigos que te guiaram a fé e irmãos que te

ensinaram a confiar e servir… Vários deles jazem agora, na retaguarda, acabrunhados e encanecidos, experimentando agoniada carência de afeto ou sentindo o frio do entardecer; alguns prosseguem obscuros e devotados, no amparo às gerações que retomam a lide terrestre, enquanto outros

muitos, embora enrugados e padecentes, quais cireneus do caminho, carregam as cruzes dos semelhantes. Pensa nesses anjos desconhecidos que se ocultam na armadura da carne, e, de quando em quando ungelhes o coração de reconhecimento e alegria. Para isso, não desejam transfigurar-

se em fardos nos teus ombros. Quase sempre, esperam de ti, simplesmente, leve migalha das sobras que atiras pela janela ou uma frase de estímulo, uma prece ou uma flor. Emmanuel Psicografia de Chico Xavier - livro “Caminho Espírita”

Um pouco de O Evangelho Segundo o Espiritismo: LIMITES DA ENCARN AÇÃO – Quais são os limites da encarnação? A encarnação não tem limites precisamente traçados, se nos referirmos ao envoltório material que constitui o corpo do Espírito. A materialidade desse envoltório diminui à medida que o Espírito se purifica. Em mundos mais avançados do que a Terra, ele já é menos denso, menos pesado e menos grosseiro e, por conseguinte, menos sujeito aos infortúnios da vida. Num grau mais elevado, é transparente e quase fluídico. De grau em grau, ele se desmaterializa e acaba por se confundir com o perispírito. Dependendo do mundo no qual o Espírito é chamado a

viver, toma um corpo apropriado à natureza desse mundo. O próprio perispírito sofre transformações sucessivas. Torna-se cada vez mais fluídico até a completa purificação, que constitui a natureza dos Espíritos puros. Embora os mundos especiais sejam destinados aos Espíritos mais avançados, eles não estão ali prisioneiros como nos mundos inferiores; o estado de pureza em que se encontram lhes permite transportarem-se por todas as partes onde realizam as missões que lhes são confiadas. Considerando-se a encarnação do ponto de vista material, tal qual é na Terra, pode-se dizer que ela está limitada aos mundos inferiores.

Portanto, depende do próprio Espírito libertar-se mais ou menos rapidamente da encarnação, trabalhando por sua purificação. Além do mais, deve-se considerar que na erraticidade, isto é, no intervalo das existências corporais, a situação do Espírito permanece relacionada com a natureza do mundo ao qual ele está ligado pelo seu grau de adiantamento. Deste modo, na erraticidade, ele é mais ou menos feliz, livre e esclarecido, conforme esteja mais ou menos desmaterializado. Fonte: Evangelho Segundo o Espiritismo – cap.4 – NÍNGUEM PODE VER O REINO DE DEUS SE NÃO NASCER DE NOVO


O Espiritismo para todos

06

O que acontece com o nosso Espírito quando morremos? Continuamos com nossa individualidade, isto é, teremos os mesmos conhecimentos, qualidades e defeitos que tivemos em vida. A morte não nos livra das imperfeições. Seguiremos pensando da mesma forma. Nosso Espírito será atraído vibratoriamente para regiões astrais com que se afiniza moralmente. Se formos excessivamente apegados à vida material, ficaremos presos ao mundo terreno, acreditando que ainda estamos fazendo parte dele. Essa situação perdurará por certo tempo, até que ocorra naturalmente um descondicionamento psíquico. A partir desse ponto, o Espírito será conduzido às colônias espirituais, onde receberá instrução para mais tarde retornar à carne. O que acontece com os recém-nascidos que logo morrem? E por que isto acontece? O Espírito de criança morta em tenra idade recomeça outra existência normalmente. O desencarne de recém-nascidos, freqüentemente, trata-se de prova para os pais, pois o Espírito não tem consciência do que ocorre. A maioria dessas mortes, entretanto, é por conta da imperfeição da matéria. Se uma criança desencarna de acidente na idade de 11 anos, ela é socorrida pelos Espíritos na mesma hora? Os desencarnes súbitos, de uma forma geral, são muito traumáticos para o Espírito. Allan Kardec diz que no processo de desencarne, todos sofrem uma espécie de “perturbação espiritual”, que pode variar de algumas horas a anos, dependendo da evolução de cada um. Nos desencarnes convencionais geralmente os Espíritos permanecem sem consciência do que lhe aconteceu por um certo tempo e, se têm merecimento, são recolhidos às colônias socorristas existentes próximas da crosta terrena. Ali são devidamente atendidos. Nos casos de desencarne de crianças, suspeita-se que sejam atendidas de imediato pela Espiritualidade, em função de estarem num estado psíquico

Abril de 2014

O FENÔMENO DA MORTE especial, próprio da infância. Não estando de posse de todas as suas faculdades, não seria lógico admitir que ficassem em estado de sofrimento por causa dos atos da vida. Claro, a responsabilidade aumenta na medida em que a maturidade avança, criando condições para o Espírito ficar em estado de sofrimento por um tempo mais longo, se for necessário. Não há uma idade definida, que marque o início da fase adulta, assim como não há um ponto definido que separe o dia da noite. Em determinado período se confundem, mas acabam se definindo a seguir. De uma maneira geral, pode-se concluir que todos os Espíritos que desencarnam em fase infantil são imediatamente atendidos pela Espiritualidade. Uma criança, quando desencarna, seu Espírito terá a mesma idade que ela tinha, quando era encarnada? Sim, dependendo no entanto de sua maturidade espiritual. O Espírito, quando desencarna, permanece com os mesmos condicionamentos mentais que tinha na Terra, até que se conscientize de sua real situação. Permanecerá em estado de criança ou de adolescente, por um determinado tempo, dependendo de sua evolução, ou seja, de seu grau de entendimento, até que adquira plena consciência de sua condição e de suas necessidades. Isso, geralmente acontece com Espíritos que ainda estão em situação de pouca evolução espiritual. Por isso, nas colônias socorristas próximas à crosta terrestre, encontram-se Espíritos em condição de crianças e adolescentes. Deve-se saber, entretanto, que esta situação perdura apenas por um determinado período. Quando uma pessoa morre de morte acidental, por exemplo por afogamento, e ainda é muito jovem (18 anos) como fica o seu Espírito? Todas as pessoas, ao desencarnarem, passam por um período mais ou menos longo de perturbação espiritual, podendo durar de algumas horas a anos, dependendo de seu grau evolutivo. Quando o Espírito é muito jovem, e certamente experimenta uma

vida de muita atividade, pode permanecer sem entender sua situação por um tempo, como pode ser logo socorrido pelos Espíritos amigos que trabalham nessa área. Isso vai depender do seu merecimento. Se permanecer revoltado por ter retornado cedo, criará para si um ambiente vibratório ruim, que o levará a experimentar grandes dores morais nas zonas de sofrimento. Os Espíritos ao d e s e n c a r n a r e m conservariam intacta suas auras externas ? Seriam ainda emanações de seu perispírito? Aura é um termo utilizado no meio espírita, originada do esoterismo, e se refere à atmosfera fluídica criada em torno da pessoa pelas emanações energéticas do seu corpo espiritual. Allan Kardec não deu atenção a isso na Codificação, por se tratar de assunto de pouca importância para a compreensão da ciência dos fluidos. A “aura” nada mais é do que um efeito, causado pela irradiação íntima do Espírito. Não, a “aura” não é uma emanação do perispírito que, por si mesmo, nada é, a não ser uma massa fluídica estruturada pelo Espírito com sua projeção interior, para se manifestar no mundo exterior. Q u a n d o desencarnamos, sendo levados para as colônias socorristas, teria como nossos entes queridos ficarem sabendo em qual delas nos encontramos? Se forem entes desencarnados, isso dependerá da afinidade espiritual existente entre o nosso Espírito e os deles. Também se deverá levar em conta a condição evolutiva de cada um. Se são pessoas muito diferentes em moralidade, certamente irão para lugares distintos. Os mais atrasados podem desconhecer onde estão os mais adiantados. Os que nos precederam, dependendo de suas condições espirituais, poderão nos amparar no momento do desencarne e, evidentemente, saber para onde vamos. Se a informação refere-se aos entes que ficaram no mundo material, eles poderão saber as condições do Espírito desencarnado, ou o lugar onde

se encontra, evocando-o numa sessão prática de Espiritismo feita por grupos sérios. Todos os Espíritos sem exceção, mesmo os sofredores, podem conhecer a intimidade dos nossos pensamentos? Para os Espíritos nada há que seja escondido. O pensamento é a forma de comunicação no plano invisível. Quando se emite um pensamento, ele impregna o ambiente e logicamente os que estão na dimensão espiritual o captam com facilidade. Quanto a conhecer na intimidade o que vai na alma de cada um, depende do estado mais ou menos lúcido do desencarnado em questão e ainda de suas condições morais. Como regra geral, pode-se afirmar que uma natureza má simpatiza com uma natureza má que lhe conhece a intimidade. Assim também é com os bons Espíritos. Os Espíritos sofredores podem estar passando por um período de perturbação (mais ou menos longo, conforme o caso) e não se encontrarem em condições de sondar a intimidade daqueles com quem tinham relações. Porém, não deixam de sofrer as

influências vibratórias das coisas boas ou ruins que forem feitas por essas pessoas. É possível, mesmo a pessoas menos esclarecidas, a comunicação com entes desencarnados a que foram intimamente ligados na Terra, e dos quais sentem muitas saudades? Sim é possível, pois o intercâmbio entre os dois mundos é muito fácil e comum. Mas deve-se ter muito cuidado com as comunicações ditas de parentes desencarnados, pois como se sabe, embora a mediunidade seja um fator ligado à potencialidade orgânica, o uso que se faz dela depende da moral do médium. Muitas vezes não há como identificar se aquela comunicação é autêntica, principalmente se é dada por médiuns sem preparo para a tarefa. Freqüentemente ligamse a esses, Espíritos enganadores que se comprazem em brincar com a dor alheia, ou então que querem estimular o ego do médium, emprestando a este uma importância que não tem. Grupo Espírita Bezerra de Menezes


O Espiritismo para todos

07

Abril de 2014

AS TABUAS DOS DEZ MANDAMENTOS FORAM MESMO DITADAS POR DEUS? Os cristãos bíblicos e os dogmáticos antigos Há teólogos dizendo que os espíritas seguem os Espíritos dos mortos, e que os verdadeiros cristãos seguem o próprio Deus. Ainda bem que esses teólogos já admitem a verdade bíblica de que os Espíritos dos mortos se comunicam conosco. Nós devemos saber se os Espíritos são bons ou maus (1 João 4:1). É que os Espíritos que se manifestam são de vários tipos e não o do próprio Deus. E São Paulo chega a dizer que umas pessoas têm o dom de discernir Espíritos (1 Coríntios 12:10). As traduções bíblicas trazem muito a palavra Espírito com a letra inicial maiúscula, como se fosse o do próprio Deus, e com o artigo definido o, em vez do indefinido um, que, salvo as exceções, é o certo, de acordo com os originais em grego ou hebraico. Assim, o correto seria um Espírito santo ou spiritus bônus, como diz São Jerônimo na Vulgata Latina, e não o Espírito Santo. E o homem descobriu primeiro os Espíritos dos mortos, depois o de Deus. A Bíblia está cheia de manifestações de Espíritos, que

os tradutores chamam de anjos. Mas a palavra anjo, nos originais em grego (aggelos) e em latim (angelus) significa enviado, office-boy do mundo espiritual. E onde está escrito na Bíblia que esses Espíritos são o Espírito do próprio Deus (chamado de Espírito Santo)? Que se chame o Espírito do próprio Deus de Espírito Santo, tudo bem, pois Deus é o Espírito Santo por excelência, o que, porém, é diferente do Espírito Santo ou Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, do que discordo, embora eu O respeite. Na verdade, o Espírito Santo é o conjunto de Espíritos humanos avançados em evolução, o que todos, um dia, seremos. O Espírito Santo, no fundo, somos, pois, todos nós, embora muitos de nós só nos tornaremos santos mesmo no futuro. Por enquanto, o somos apenas em estado potencial ou como sementes. Somos santuário dum Espírito Santo (1 Coríntios 6:19). Por serem os Espíritos bíblicos de vários níveis de evolução, muitas passagens da Bíblia não podem ser tomadas como certas. Umas, sim, mas não

que o Espírito responsável por elas seja o do próprio Deus, podendo ser de Deus no sentido de ser do bem. E é por isso que temos que examinar os Espíritos, para concluirmos se devemos dar crédito a eles ou não, pois as profecias e revelações são feitas por eles, e muitas delas são falsas, exatamente porque os Espíritos são falsos profetas. (Números, 11:24 a 30; 1 João 4:1; e 1 Coríntios 14:30), lembrando que o médium é também profeta. Uma polêmica que sempre dividiu os cristãos bíblicos e os dogmáticos antigos é o dogma da divindade de Jesus. De um lado, os teólogos do partido dos atanasianos (seguidores de Santo Atanásio) a favor dessa doutrina instituída no Concílio Ecumênico de Niceia (325), e do outro, os contrários, representados pelos teólogos do partido dos arianos (seguidores de Ário). E os dogmas eram impostos à força, pois, naqueles tempos passados, a Igreja era unida com o poder civil que lhe dava cobertura nas suas decisões doutrinárias dogmáticas. E toda doutrina que virou dogma, geralmente, é porque é

polêmica, e é polêmica porque seu fundamento bíblico é duvidoso, quando não, contrário à Bíblia. Os espíritas preferem a Bíblia aos dogmas. Mas a própria Bíblia tem também as suas contradições, que não podem

ser atribuídas a Deus. Lemos nela que foi Deus que entregou as Tábuas dos Dez Mandamentos a Moisés (Êxodo 24:12). Mas, em outra parte, Atos 7:30, foi um Espírito (anjo) que as entregou a Moisés!

A SEMEADURA É FACULTATIVA, MAS A COLHEITA É OBRIGATÓRIA Você é livre pra fazer o que bem entender (de bom ou mau) pra si mesmo e/ou aos outros – livre arbítrio; free will -, e no momento que o realiza, automaticamente irá receber, pelos mecanismos das Leis Divinas ou Naturais (Lei de Causa e Efeito, Lei de Reencarnação = Justiça Divina), não exatamente a mesma “coisa”, mas as situações/ emoções equivalentes. Motivo pelo qual Jesus nos recomenda: “Amar ao próximo como a si mesmo”; e Kardec, entendendo perfeitamente o Divino Mestre esclarece: “Fazer aos outros aquilo gostaríamos que os

outros nos fizessem.” Ex.: Respeite p/ ser respeitado, não engane p/ não ser enganado, ajude p/ ser ajudado. E a anulação do circulo vicioso do ódio e da vingança, que se estende por várias existências, recomenda Jesus, retribuir o mal com o bem, perdoando sempre, pois ninguém sairá da prisão (existências físicas, comprometimentos) até ter pago o último ceitil (expiação e reparação; ou ações no bem coletivo/pessoal = quitação/ reajuste/harmonização com as Leis Divinas). O apóstolo Paulo de Tarso

(São Paulo – maior propagador do cristianismo), entendendo perfeitamente a boa nova, concluiu: “Tudo me é lícito, porém nem tudo me convém”. Assim como: “A minha felicidade, reside na felicidade que proporciono ao meu próximo”. Hoje podemos compreender quando Jesus, nos seus últimos momentos na vida física, rogou a Deus: “Pai, perdoai-lhes pois não sabem o que fazem”. Se desejas a felicidade, então semeie felicidade onde estiveres e por onde passares. Somos os contrutores da nossa felicidade ou do nosso sofrimento.


O Espiritismo para todos

08

A IMUTABILIDADE DA MORAL VERDADEIRA, E A FALÊNCIA DAS OUTRAS

Há uma moral verdadeira, natural e imutável, e outras falsas, variáveis e oriundas, geralmente, de idéias religiosas erradas e supersticiosas. A moral verdadeira é inata. A criança, à proporção que vai crescendo, já a vai adquirindo automaticamente e de modo até imperceptível. Já a falsa moral é ensinada às crianças, de acordo, quase sempre, com a religião de seus pais. As religiões não têm culpa dos seus erros, pois a causa deles está no nível atrasado de evolução da humanidade do passado. Mas com o decorrer dos tempos e com a evolução sempre avançando, esses erros vão caindo num esvaziamento até desaparecerem por completo. Daí muitos pecados ou faltas do passado, hoje são considerados normais. Dá-se também o nome de moral positiva à falsa moral, no sentido de que ela é adicionada ou somada pelos homens à natural, divina e verdadeira. A moral natural ou divina é válida para todas as religiões, todos os tempos e para todos os povos. Ela consta do Código de Hamurabi, do Decálogo e dos demais códigos de leis existentes na história da

humanidade. Um exemplo de moral natural ou divina é a condenação do homicídio, do incesto, do desrespeito à mulher do próximo, do roubo etc. E eu, particularmente, seguidor da moral evangélico-espírita incluo aqui o aborto provocado. E ainda podemos chamar de objetiva a moral natural ou divina, pois ela é acatada universalmente, o que não acontece com a moral positiva, que ainda poderia ser denominada de moral subjetiva, uma vez que ela é aceita por uns e negada por outros. Com a evolução acelerada até parece que ela acompanha a expansão do Universo! , as questões e costumes, que se apóiam na falsa moral, vão perdendo força e desaparecendo em todo o mundo. As mulheres católicas já não usam mais cobrir a cabeça dentro das igrejas, nem na hora da comunhão. Por um ensino paulino, a mulher não podia falar nada nas igrejas. Hoje, na ausência dos padres, elas pregam e, entre os protestantes e evangélicos, há até pastoras. O cristianismo e o judaísmo, no futuro, trocarão seu conceito de Deus de vingança, do dies irae (dia da raiva divina), pelo de Deus de amor e misericórdia infinitos, portanto, sem

condenação e sem o falso inferno de Dante, que nunca existiu entre os grandes teólogos, embora eles sempre se mantenham em silêncio a respeito desse assunto, pois é mais interessante para eles o Zé Povinho achar que é verdadeiro o inferno de Dante, já que o povo medroso fica mais dócil! O inferno é o contrário dos céus, que é o Reino de Deus e que está dentro de nós mesmos, pontificou o Mestre dos mestres. E, se o Reino de Deus não estiver dentro de nós, é porque o inferno ainda está dentro de nós, ou seja, o baixo nível de evolução da moral verdadeira ainda domina em nós. Se Deus fosse o que os teólogos do passado, com seus erros e sua falsa moral, imaginaram e incutiram na cabeça das pessoas, Deus não seria o Pai infinitamente perfeito e amoroso de Jesus e de todos nós. Pelo contrário, esse Deus dos teólogos se igualaria, e até mesmo seria inferior ao pai terreno mais perverso, quando na verdade, Deus é amor e nos ama mais do que nós mesmos nos amamos. Só a moral baseada no Deus verdadeiro permanece, as outras passam!

Abril de 2014

PARA NÃO SE DECEPCIONAR

Algumas pessoas tem nos confessado a sua decepção com o Espiritismo, por não terem encontrado nele, algumas soluções que desejavam, e terem seguido conselhos de espíritos que os levaram a uma situação desconfortável. Procurando saber quais foram esses conselhos, dados, e as respostas negadas, percebemos que foram sempre problemas que cabe ao próprio homem resolver. Por exemplo: conselhos sobre aplicações financeiras, decisões morais como, separarse ou não do cônjuge, conseguir um bom emprego, um modo de afastar alguém inconveniente e outros mais ou menos no mesmo sentido. Lembro-me de que há uns trinta e cinco anos uma pessoa me disse, que se algum espírito lhe indicasse bilhete da loteria federal, (naquele tempo só havia esta), que seria sorteado num grande prêmio, ele se tornaria espírita. Rematada tolice de quem não conhecia o Espiritismo. Vejamos um pequeno

trecho de A Gênese, de Allan Kardec, sobre aquilo que os espíritos vem nos trazer: “ Os espíritos não vem eximir o homem do trabalho de estudar, pesquisar; não lhe oferecem nenhuma ciência já completa; naquilo que possam fazer por si mesmo. Em toda a sua obra, Kardec deixa bem claro que os espíritos não possuem toda sabedoria e conhecimento. Não basta dirigir-se ao primeiro espírito que apareça e perguntar sobre qualquer assunto. Há espíritos que são muito adiantados e sabem muito, como a outros medianamente sábios e outros bastante ignorantes, sabendo menos que muitos homens. Quando não pedimos ao Espiritismo aquilo que não lhe compete dar, não nos decepcionamos. Que fique bem claro que os espíritos não fazem pelo homem aquilo que compete ao homem fazer. Amílcar Del Chiaro Filho


O Espiritismo para todos

09

Abril de 2014

GÊMEOS SIAMESES: “PUNIÇÃO, REDENÇÃO OU LIBERTAÇÃO” Existem alguns casos levados à medicina tradicional que nos impressionam. Qual o motivo da criação de dois seres num mesmo corpo como os gêmeos siameses? Quais são os conflitos e as expiações que estes Espíritos semearam? O que leva estes indivíduos ficarem encarcerados em um único corpo e por quê? Estes conflitos só podem ser compreendidos e analisados por uma doutrina reencarnacionista aliada com a ciência terrena para explicar algumas anomalias e monstruosidades que nos surpreendem no espetáculo da vida, em que os atores principais são os Espíritos imortais com capacidade e vontade de progredir perante as leis divinas, ou desorganizar e desarticular essas mesmas leis, ocasionando dor e sofrimento. Gêmeos siameses ou xifópagos são indivíduos gêmeos que nascem com os corpos grudados ou, até mesmo, com certos órgãos em comum. Tendo duas cabeças pensantes, é que ali estão dois Espíritos habitando uma mesma estrutura física. Analisando à luz da Doutrina Espírita, são dois Espíritos ligados pelo ódio extremo ou por afinidade, comparsas que comungaram das mesmas idéias, pensamentos e sentimentos, gerando uma simbiose negativa entre os dois. Ambos foram alimentando-se da mesma energia produzida, e às vezes foram séculos vivendo neste circuito repetitivo, a idéia fixa e a transformação dos seus corpos perispirituais numa única massa, perdendo a individualidade dos seus corpos temporariamente. Foram várias reencarnações compartilhando e atraindo como imã as formas de pensamento, nutrindo-se da mesma sintonia vibratória, o que fundiu seus corpos espirituais como o aço derretido, tornandose, muitas vezes, algo indefinido e sem forma, e que acabam renascendo nestas condições deploráveis, não pelo próprio livre-arbítrio ou por castigo do Criador, mas por uma espécie de determinismo originado na

própria lei de causa e efeito. Estes Espíritos, agora, unidos por algo em comum e ligados pelo perispírito, projetam no novo corpo físico, muitas vezes pela reencarnação compulsória, através do corpo espiritual, as lesões que danificaram, destruíram e desorganizaram os átomos, as moléculas, as células e até seus órgãos que fazem parte da constituição dos seus perispíritos, moldando o novo corpo físico de acordo com as impressões gravadas em suas consciências, gerando a ligação material pela pele ou por algum órgão vital, denominando-se gêmeos siameses. Os Espíritos se unem ao corpo espiritual da futura mãe e depois se ligam ao fluido vital do óvulo, ocorrendo a fecundação; o óvulo fecundado (zigoto), sob a influência de duas energias espirituais diferentes, tende a se bipartir. No início da fecundação, quando o zigoto inicia seu desenvolvimento, há pela presença de dois Espíritos a divisão em duas células que desenvolverão dois organismos filhos. Nos casos normais, quando existem dois Espíritos unidos ao zigoto (óvulo fecundado), o processo da separação determina o surgimento de gêmeos univitelinos (idênticos). Nos gêmeos xifópagos, eles ficam unidos na fase da gestação, formando a união física entre os dois corpos e podendo a ligação ser por órgãos vitais, dificultando a cirurgia médica para separar os corpos. O Dr. Ricardo Di Bernardi diz que, se a troca de energias desequilibradas for profunda e principalmente na parte intelectual, ocorre um intenso desequilíbrio dos centros de força perispiritual coronário de ambos. Esta fusão energética pode formar como modelador de uma única cabeça para dois troncos (Y invertido). Quando a desarmonização acontece nos sentimentos, haveria o envolvimento dos centros de força cardíaco e gástrico, e formaria gêmeos xifópagos “Y”, ligados ao tórax. Invertendo as posições, através da reencarnação,

obsedado e obsessor revezam os papéis, ora um se torna o algoz, ora se torna a vítima. Tanto no plano físico como no plano espiritual, atraídos sempre pelo ódio e o desejo de vingança, como pela afinidade nas mesmas atitudes, sonhos e ideais, acabam encontrando-se em circunstâncias difíceis e dramáticas, obrigando-os a compartilhar do mesmo sangue vital, do mesmo alimento e do ar que respiram. Em muitos casos não existe a possibilidade de reabilitação, a curto ou mesmo em médio prazo, de resolver estas uniões para a recuperação psíquica e emocional dos envolvidos. Quanto mais se prendem nesta obsessão, a energia gerada entre ambos se alastra, chegando a uma situação gravíssima de comprometimento do corpo espiritual (perispírito) das duas criaturas. Somente a reencarnação ajuda anestesiar temporariamente estas consciências transtornadas, o que poderá servir de incentivo regenerador na construção da real trajetória. Esta expiação, também, serve para os pais que participaram de um modo ou de outro da queda destas almas; os vínculos do passado levam a vivenciar esta difícil experiência, sendo que ninguém é vítima do acaso ou de uma lei injusta e arbitrária. A formação de uma nova família, atraídos pelas mesmas afinidades e sintonia energética, é o despertar das leis divinas operando em nossas vidas a lei natural de causa e efeito. Estes Espíritos retornam juntos e unidos pelo mesmo corpo físico. Não conseguem se separar, ligados por laços extrafísicos que se manifestarão pela união biológica. O sofrimento e as dificuldades por causa das limitações físicas e as dores morais do convívio compulsório, da exposição à curiosidade pública e as energias deletérias encharcadas em seus corpos espirituais serão expurgadas vagarosamente no corpo físico. A trajetória destes dois Espíritos num mesmo corpo criará, ao longo do caminho, laços de amizade e carinho, despertando

sentimentos de amor, de compreensão, e será o início da regeneração pelo amor e pelo perdão. Terão que lapidar suas almas e as tendências inferiores que cada um possui, revivendo em seus íntimos o evangelho simbolizado na prática da caridade, começando entre eles no exercício do amor restaurador. Dependerão somente de seus esforços,

sendo orientados pelos bons Espíritos e amparados pela família no carinho e zelo dos pais, formando um novo caráter edificado na transformação de suas personalidades, reeditando as suas memórias perispirituais na projeção de novos corpos sadios e na liberdade construída nas dores e no sofrimento físico. Eduardo Augusto Lourenço


O Espiritismo para todos

10

Abril de 2014

AUXÍLIO DO MUNDO ESPIRITUAL

Todas as pessoas esperam, ansiosamente, o auxílio do mundo maior, não importando o nome pelo qual se designa esse amparo. Entre os espíritas, ele é conhecido por “proteção dos benfeitores espirituais”, e, nos círculos de outras religiões, é chamado de “manifestação do espírito santo”, ou do “anjo da guarda”. O importante é considerar que semelhante colaboração constitui elemento de suma importância nas atividades do crente sincero. O auxílio que o homem recebe do plano espiritual é incontestável e jamais falha; porém, aquele que solicita esse auxílio não deve habituar-se com essa colaboração, deve aprender a caminhar sozinho, usando a independência e agindo à vontade naquilo que for útil e justo. O homem festa no mundo para aprender, não devendo esperar do mundo invisível a solução de problemas necessários à sua condição de

aluno, em franco processo de aprendizagem. E preciso entender que, frequentemente, o homem é colocado diante de pessoas com quem se deve encontrar, pois o acaso não existe. Ademais, o homem recebe a inspiração de passar por um determinado lugar, tem a atenção voltada para um outro ponto, tudo por influência dos Espíritos. Estes, no entanto respeitam, acima de tudo, o livre-arbítrio do homem, que pode atender ou não ao conselho. E necessário ao indivíduo, ajudar a si próprio, pois é relevante a máxima: “ajuda-te que o céu te ajudará, equivalente à recomendação de Jesus “pedi e se vos dará”, “buscai e achareis, batei a porta e se vos abrirá”. Sob o ponto de vista moral, aquelas palavras de Jesus significam: pedi a luz que deve clarear vosso caminho, e ela vos será dada; pedi a força de resistir ao mal, e a tereis; pedi a assistência dos bons Espíritos e eles virão vos acompanhar e

PACIÊNCIA

“Na vossa paciência, possui as vossas almas.” Lucas, 21:19 Afinal de contas, ter paciência não será sorrir para as maldades humanas, nem coonestar suas atividades indignas, sobre a face do mundo. Concordar alguém com todos os males da senda terrestre, a pretexto de revelar essas virtude, seria um contra-senso absurdo. Ter paciência, então, será resistir aos impulsos inferiores que nos cerquem na estrada evolutiva, conduzindo todo o bem que nos seja possível aos seres e coisas que se achem distantes de nós, como a representação desses mesmos impulsos. Jesus foi o modelo da paciência suprema e resistiu à nossa inferioridade, amando-nos. Não nivelou com as nossas fraquezas, mas valeu-se de todas as ocasiões para nos melhorar e conduzir ao bem. Sua misericórdia tomou os nossos pecados e transformou cada um em profunda lição para a reforma de nós mesmos. Não aplaudiu as nossas misérias, nem sorriu para os nossos erros, mas compreendeu-nos as deficiências e amparou-nos. Embora tudo isso, resistiu-nos sempre, dentro de seu amor, até a cruz do martírio. A paciência do Cristo é um livro aberto para todos os corações inclinados ao bem e à verdade. Somente pela sincera resistência ao mal, com a

disposição fiel de transformá-lo no bem, conseguireis possuir as vossas almas., Ao contrário disso, ainda que vos sintais autônomos e fortes, vós mesmos é que sereis possuídos pelas tendências indignas ou sentimentos inferiores. Portanto, justo é que busqueis saber, hoje mesmo, se já possuis os vossos corações, ou se estais ocupados pelas forças estranhas ao vosso título de filho de Deus. Emmanuel Psicografia de Chico Xavier

vos servirão de guias; pedi bons conselhos, e não vos serão recusados; mas pedi sinceramente, com fé e

confiança, apresentai-vos com humildade e não com arrogância”, fazendo sempre a parte que te compete, pois o pai

criador nunca te desamparará. Fonte: Livro Curso de Educação Mediúnica

O HOMEM INDULGENTE

“O homem indulgente jamais se preocupa com os maus atos alheios, a menos que seja para prestar um serviço, mas ainda assim com o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, nem traz censuras nos lábios, mas apenas conselhos, quase sempre velados. Quando criticais, que dedução se deve tirar das vossas palavras? A de que vós, que censurais, não praticastes o que condenais, e valeis mais do que o culpado. Ó homens! Quando passareis a julgar os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos e os vossos próprios atos, sem vos ocupardes do que fazem os vossos irmãos? Quando fitareis os vossos olhos severos somente sobre vós mesmos?” (Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Cap. X, item 16).


O Espiritismo para todos

11

SUPÉRFLUO E NECESSÁRIO Deus nos concede a bênção da reencarnação temporária, acrescida do livrearbítrio. A escolha do caminho e a responsabilidade por tudo que fizermos é toda nossa. Nosso Pai dá o necessário para a nossa sobrevivência aqui na Terra. Entretanto, o ser humano deixa-se influenciar pelas propagandas e acaba adquirindo coisas supérfluas, que ficam amontoadas em casa, sem nenhuma utilidade. Isso tudo é fruto da vaidade e do egoísmo. Fariam maior proveito, se dedicassem parte dos seus gastos em favor da caridade e do amor fraternal, haja vista que nada levamos deste mundo material. Os Espíritos Superiores nos orientam sobre a importância de fugirmos da tentação de adquir coisas supérfluas. “Vemos todos os dias, pessoas gastarem o que não tem, comprando coisas desnecessárias. Por que? A propaganda e a publicidade induzem os incautos que, para serem felizes, precisam disso ou daquilo. O certo é viver com simplicidade. Simplicidade não quer dizer viver sem nada. Simplicidade é viver de acordo com as suas posses, de e sua condição financeira,

porém, adquirindo o necessário e evitando o supérfluo. Usar e não abusar. Tanto na pobreza, quanto na riqueza, todos, sem exceção, prestarão contas de tudo que tem e detém. Voltemos nossa atenção para o Livro “Céu e o Inferno”, ou Justiça Divina, codificada por Allan kardec. Devemos ler, estudar e praticar o Código Penal da Vida Futura, todos os dias. Ao fazermos isso, veremos que nossa vida vai mudar. Quantos erros praticamos em nosso dia-a-dia? E depois do erro, vem o sofrimento e as lágrimas. Não sigamos o Mundo, sigamos aos ensinamentos crísticos. Sigamos os ensinamentos dos Espíritos Superiores descritos nas Obras Básicas

codificadas na Doutrina Espírita. E estaremos em boa companhia. Lembremos sempre, quando chegastes ao mundo, viestes nu e foi preciso receber até roupa. É certo que ao desencarnar, o corpo material estará vestido e voltará para a terra. Porém, o Espírito, desligado da matéria, levará consigo todos os erros e acertos, conforme descrito no Código Penal da Vida Futura. Débitos e créditos, luzes e trevas. Todos nós escrevemos tudo que fazemos, em nossa escritura individual, o perispírito, durante nossa vida terrestre, levando para o Mundo Espiritual, onde prestaremos contas ao Pai

Abril de 2014

APARÊNCIA

As preocupações desordenadas com a aparência como fator de auto-realização vêm desviando as pessoas da sua realidade, da beleza interior que se reflete no exterior, assim como as exigências descabidas dos padrões de beleza, estimulando o surgimento da anorexia e da bulimia de efeitos devastadores na conduta psicológica, respondem por

INFLUENCIAÇÕES ESPIRITUAIS SUTIS Sempre que você experimente um estado de espírito tendente ao derrotismo, perdurado há várias horas, sem causa orgânica ou moral de destaque, avente a hipótese de uma influenciação espiritual sutil. Seja claro consigo para auxiliar os Mentores Espirituais a socorrer você. Essa é a verdadeira ocasião de humildade, da prece, do passe. Dentre os fatores que mais revelam essa condição da alma, incluem-se: - dificuldade de concentrar idéias em motivos otimistas; - ausência de ambiente íntimo para elevar sentimentos em oração ou concentrar-se em leitura edificante; - indisposição inexplicável, tristeza sem razão aparente e pressentimentos de desastres imediatos; - aborrecimentos imanifestos por não encontrar semelhantes ou assuntos sobre quem ou o que descarregá-los; - pessimismos sub-reptícios, irritações surdas, queixas, exageros de sensibilidade e aptidão a condenar quem não tem culpa; - interpretação forçada de fatos e atitudes suas ou dos outros, que você sabe não corresponder à realidade; - hiperemotividade ou

depressão raiando na iminência de pranto; - ânsia de investir-se no papel de vítima ou de tomar uma posição absurda de automartírio; - teimosia em não aceitar, para você mesmo, que haja influenciação espiritual para consigo, mas passados minutos ou horas do acontecimento, vêmlhe a mudança de impulsos, o arrependimento, a recomposição do tom mental e, não raro, a constatação de que é tarde para desfazer o erro consumado. São sempre acompanhamentos discretos e eventuais por parte do desencarnado e imperceptíveis ao encarnado pela finura do processo. O Espírito pode estar tão inconsciente de seus atos que os efeitos negativos se fazem sentir como se fossem desenvolvidos pela própria pessoa.

Quando o influenciador é consciente, a ocorrência é preparada com antecedência e meticulosidade, às vezes, dias e semanas antes do sorrateiro assalto, marcado para a oportunidade de encontro em perspectiva, conversação, recebimento de carta clímax de negócio ou crise imprevista de serviço. Não se sabe o que tem causado maior dano à Humanidade: se as obsessões espetaculares, individuais e coletivas, que todos percebem e ajudam a desfazer ou isolar, ou se essas meio-obsessões de quase obsidiados, despercebidas, contudo bem mais frequentes, que minam as energias de uma só criatura incauta, mas influenciando o roteiro de legiões de outras. Quantas desavenças,

atitudes infelizes que não se justificam racionalmente. Esses pacientes, sem dúvida, encontram-se dominados por conflitos de inferioridade, procurando realizações externas ante a autodesconsideração em que se firmam, realizando projeções do que gostariam de ser ou de como estar, impondo-se aflições punitivas.

Ditado por Emmanuel/André Luiz Extraído da Obra “ESTUDE E VIVA” Psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

separações e fracassos não surgem assim? Estude em sua existência se nessa última quinzena você não

esteve em alguma circunstância com características de influenciação espiritual sutil. Estude e ajude a você mesmo.


O Espiritismo para todos

12

REENCARNAÇÃO : A PERIGOSA CURIOSIDADE Algumas pessoas são despertadas para suas vidas passadas por acaso. Outras, por sua vez, morrem de curiosidade e nunca conseguem lembrar nadinha de suas vidas passadas. Por quê isso acontece? Não podemos saber com certeza, mas podemos deduzir que quem se lembra, tem um motivo para isso. Há muitas técnicas para vivenciarmos nossas vidas passadas. Mas, antes, porém, precisamos nos fazer uma pergunta de suma importância: essa viagem é realmente necessária? Antes de mergulhar em águas que você desconhece — embora já tenha estado nelas, cabe a você perguntar a si mesmo se está pronto para fazer isso. À maioria de nós adora a idéia de termos tido uma outra vida glamourosa, heróica, fantástica, em que éramos belíssimos, corajosos e pessoas muito in-teressantes. E pra isso que estamos prontos e é isso que queremos ver. O problema é que a maio-ria de nós, por mais lindos que tenhamos sido, cometemos erros, e são esses erros que aparece-rão pra você. E você pergunta: por quê? Quando espiamos a nossa outra vida estamos procurando a causa de algum “defeito” que possuímos nesta. Ao menos, é isso o que um dispositivo misterioso de nossa mente acha. Assim, ao invés de nos vermos exe-cutando um ato heróico, vamos ver a origem de um medo ou de um problema que nos

aflige. Você está pronto pra encarar sua face mais sombria no espelho? Eu mesma sempre tive uma curiosidade enor-me de saber sobre minhas vidas passadas. Pesquisei e estudei até estar pronta para descobrir. Não descobri até hoje. Sabe por quê? Por que temi ver a sombra ao invés da luz. Tenho tido uma boa vida, com uma boa família e os melhores amigos que alguém poderia ter; tenho feito boas escolhas e tenho orgulho de quem sou. Agora, se eu olhasse para mi-nha outra vida e visse que jo-guei esses mesmos amigos num calabouço, que usei pessoas para conseguir o que queria e que abandonei meu cachorro quando ele ficou velho? Isso acabaria com minha imagem de mim mesma. Aí nós lembramos daquela frase assustadora: “quem con-serta, é porque já quebrou”. O risco de dar de cara com criminoso no espelho é grande

demais para matar uma curiosi-dade. Por isso, desisti de descobrir quem fui e me contento em saber quem sou. Por isso também lhe peço uma autoanálise antes de em-barcar numa terapia de vidas passadas. Não faça por curiosidade, nem por brincadeira. Faça ape-nas se tiver um problema sério, algo que o pertur-be e atrapalhe. E comum que pessoas com pro-blemas de relacionamento encontrem as raízes disso em outras vidas e, vendo a causa derrepente, consigam encontrar a solução. Como problemas sérios, considere qualquer coisa que seja um obstáculo para sua evolução pessoal. Isso inclui problemas de relacionamentos, vocações equivocadas, incapacidade de realização profissional, problemas com a família, desvios de personalidade, problemas de saúde, medos inexplicáveis e até inabilidade de lidar com dinheiro

LOUCURA E OBSSESSÃO Manoel Philomeno esclarece que “A mente, viciada e aturdida pelas ondas perturbadoras que capta do obsessor, perde o controle harmônico, automático sobre as células, facultando que as bactérias patológicas proliferem, dominadoras. Tal inarmonia propicia a degenerescência celular em forma de cânceres, tuberculose, hanseníase e outras doenças de etiopatogenias complexas, (…)”. Quanto maior a duração do intercâmbio psíquico, mais profunda vai se tornando a indução obsessiva e mais escassas as possibilidades de reversibilidade da situação, podendo levar a vítima a alucinação total… Isto quando o obsessor também não passa a agir sobre os centros motores do indivíduo, por uma vigorosa e contínua ação fluídica, resultando numa obsessão físio-psíquica, interferindo no anabolismo e catabolismo, prejudicando o metabolismo geral do organismo. Gostaríamos de lembrar que Manoel Philomeno de Miranda diz em seus livros que

nem todas as distonias mentais são resultado da obsessão. Na raiz das patologias mentais também existem os fatores físicos de origem congênita, os distúrbios glandulares, as anomalias da personalidade, sem falar nas descobertas da química cerebral no que se refere ao papel dos neurotransmissores na formação dos pensamentos e emoções.Nós espíritas devemos nos deter na análise das psicopatogêneses espirituais, jamais desdenhando do tratamento médico, tratando do espírito, pois quem trata da matéria é a medicina terrena, uma vez que os espíritos superiores disseram à Kardec na questão 474 do *L. E: “(…) Freqüentemente se têm tomado por possessos criaturas epiléticas ou loucas, que mais necessitam de médico do que de exorcismo.” Por outro lado o Espiritismo abre um novo paradigma á psiquiatria, oferecendo a terapêutica espírita como tratamento coadjuvante na problemática das doenças mentais, visto que obsessão espiritual e afecção mental muitas

vezes andam de mãos dadas. Utilizando-se dos recursos da fluidoterapia como o passe magnético, a água fluidificada, bem como do hábito da oração como intercâmbio de forças, conjugado com a psicoterapia do Evangelho visando a mudança de atitude mental, o obsidiado consegue elevar o seu padrão vibratório, ficando indene às vibrações negativas do obsessor, porquanto a parasitose espiritual é uma questão de sintonia vibracional. O obsessor por sua vez, conduzido pela equipe espiritual da casa à sessões desobsessivas, merece ser tratado com respeito e carinho, onde o doutrinador deve compreender-lhe as dores morais pelos acontecimentos de que foi vítima no passado, indicando-lhe como lenitivo para seu sofrimento a terapêutica do perdão, pois pelas próprias palavras de Manoel Philomeno Miranda “ (…) toda ação má procede sempre de quem não está bem”. Fonte: Biografia de Manoel Philomeno de Miranda, por Paulo Henrique D. Vieira

Abril de 2014

CRESCIMENTO INTERIOR

Se nos habituarmos a pensar em nossos desafetos, enviando-lhes um comando mental de luz, harmonia e amor,estaremos ajudando a sua e a nossa evolução. Por que é tão importante crescer interiormente? Podemos apontar três causas primordiais: a) A possibilidade de reprovação no exame final do atual ciclo evolutivo da Terra, com o conseqüente retrocesso para um grau inferior. É fácil perceber que estamos vivenciando uma fase de transição: de “provas e expiações” para “mundo de regeneração”; e desde a codificação do Espiritismo, os espíritos vêm informando que essa mudança de grau implicará no exílio de todos aqueles que estejam atravancando a evolução moral e espiritual da humanidade. Assim, se queremos continuar na Terra, é imperioso nos ocuparmos mais intensamente com nossa própria evolução. b) O bem-estar interior, que só se consolida mediante esse crescimento. c) A felicidade que só pode existir verdadeiramente e em profundidade, quando o sofrimento na Terra estiver em patamares facilmente suportáveis, porque uma pessoa não pode ser de fato feliz vendo-o à sua volta. Mas será que é possível acabar com o sofrimento na Terra? ao menos aquele que é causado pelo próprio homem, por sua ganância, orgulho e desamor? Os caminhos de Deus são incompreensíveis para nós, mas se os espíritos responsáveis afirmam que o mundo irá mudar de grau, devemos acreditar. Certamente isto dependerá, em grande parte, dos esforços do próprio ser humano.

Então, vamos em frente, procurando fazer a nossa parte, essa que cabe a cada um, individualmente. Há muito que cada qual pode fazer, é só querer, e a forma mais simples está no exemplo que possa dar, em explicações e exortações para a vivência da ética e da fraternidade, sempre que for possível e conveniente. Está também e, principalmente, em sua vida interior, nos valores da alma a se manifestarem em estados de espírito e nas atitudes, desenvolvendo energias positivas, luminosas. Essa é uma grandiosa colaboração para melhorar os ambientes psíquicos da Terra, com reflexos no comportamento das pessoas. Ainda sobre a importância do crescimento interior, convém lembrar que, se as condições externas são importantes para o nosso bem-estar, as internas o são muito mais. Isto acontece porque as externas modificam-se, são transitórias. Num momento podemos estar muito bem, com saúde, família, profissão e recursos materiais, tudo em harmonia com os nossos desejos. Mas não há qualquer garantia de que isso não possa mudar de um instante para outro. Num segundo milhões de pessoas vêem suas vidas e felicidade destroçadas, caindo do topo do bem-estar, no abismo dos sofrimentos. Já as condições internas mais maduras, mais bem desenvolvidas, são a nossa âncora segura nos momentos difíceis e a garantia de bem-estar nas horas leves; são geradoras de saúde e equilíbrio físico, além de balizas que sinalizam e definem nossas programações de vida para os futuros anos e próximas encarnações. Fonte: Livro Crescimento Interior – Saara Nousiainem


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.