Jornal espiritismo para todos setembro de 2015

Page 1

ANO 02

Nº 17

Taubaté / SP

Setembro de 2015

VIDA DEPOIS DA VIDA

Pág.02

SER MÃE Pág.03 ESTATUTO DO HOMEM DE BEM

Pág.04 CRUZAR BRAÇOS E MÃOS Pág.05 ENDINHEIRADOS, MÃOS À OBRA

Pág.06

APROXIMAÇÃO E FUGA Pág.07

AVAREZA Pág.03

O CÉREBRO E O VÉU Pág.09 PARAPSICOLOGIA E ESPIRITISMO Pág.12


Espiritismo para todos

02

Setembro de 2015

VIDA DEPOIS DA VIDA (Orientações aos familiares e amigos que ficam) • Lágrimas de saudade não prejudica quem parte. O que prejudica, dificulta o desligamento, perturba o espírito que parte é a revolta, a blasfêmia contra Deus. • Evitar roupas escuras, ambientes taciturnos, pois estes comportamentos somente geram medo e maior dor aos envolvidos. Não é a cor da roupa que revela sofrimento, respeito ou ajuda e sim, oração sincera. • Velas e flores são exteriorizações de sentimentos, não fazem mal, mas não ajudam o desencarnado. O que ajuda são orações, o amor sincero, bons pensamentos, fé e certeza da continuidade da vida. • Como cada Ser tem um período de adaptação e um nível de evolução e compreensão do novo estado, convém esperar um tempo após o desencarne, para doar e se desfazer dos pertences pessoais daquele que partiu. Em casos explícitos de pessoas desprendidas da matéria, espiritualizadas, este tempo não é necessário, sendo muitas vezes, a vontade expressa

daquele que se foi. • TODOS OS ESPÍRITOS SÃO AUXILIADOS. NENHUM FILHO DE DEUS FICA DESAMPARADO. Mesmo os que tiveram uma vida encarnada desregrada, desde que sinceramente busquem auxílio. VISITA AO TÚMULO: A visita apenas expressa que lembramos do amado ausente. MAS não é o lugar, objetos, flores e velas que

realmente importam. O que importa é a intenção, a lembrança sincera, o amor e a oração. Túmulos suntuosos não importam e não fazem diferença para quem parte. ORAÇÃO SINCERA AQUIETA A ALMA E ELEVA O PADRÃO VIBRATÓRIO. CRIA UM ESTADO INTIMO DE SERENIDADE FACILITANDO O DESPRENDIMENTO E A ENTRADA TRANQUILA NO

MUNDO ESPIRITUAL. A VIDA CONTINUA SEMPRE! NOSSOS AMADOS NÃO ESTÃO MORTOS. APENAS A U S E N T E S TEMPORARIAMENTE. O VERDADEIRO AMOR INDEPENDE DA PRESENÇA. POR ISTO É ETERNO E UNE TODAS AS PESSOAS QUE O PARTILHAM. APRENDAMOS A VIVER.

PARA APRENDER A MORRER. TEMOS UM CORPO FÍSICO PARA NOSSA CAMINHADA DE APRENDIZADO NA TERRA. MAS SOMOS MAIS QUE UM COMPACTO DE CARNE. SOMOS ESPÍRITOS ETERNOS, QUE VIVEM PARA SEMPRE! “NA CASA DE MEU PAI TEM MUITAS MORADAS” Jesus Cristo. Autor desconhecido

FELICIDADE POSSÍVEL Acreditavas que a felicidade seria semelhante a uma ilha fantástica de prazer constante e paz permanente. Um lugar onde não houvesse preocupação, nem se apresentasse a dor; no qual os sorrisos brilhassem nos lábios, e a beleza engrinaldasse de festa as criaturas. ...Uma felicidade feita de fantasias parecia ser a tua busca. Planejastes a vida, objetivando encontrar esse reino encantado, onde, por fim, descansasses da fadiga, da aflição e fruísses a harmonia. Passam-se anos, e somas frustações, anotando desencantos e amarguras, sem anelada conquista. Lentamente, entregas-te ao desânimo, e sentes que estás discriminado no mundo, quando vês as propagandas apresentadas pela mídia, nas quais desfilam os jovens, belos e jubilosos, desperdiçando saúde, robustez, corpos venusinos e apolíneos, usando cigarros e bebidas famosas, brincando em iates de luxo, ou

EXPEDIENTE Diretoria: ACAM Colaboradores: • Diversos Editoração Eletrônica: Antonio C. Almeida Marcondes Tel.: (12) 3011-1013 e-mail: acam0000@ig.com.br O Jornal não se responsabiliza por matérias assinadas

exibindo-se em desportos da moda, invejáveis, triunfantes... Crês que eles são felizes... Não sabes quanto custa, em sacrifício e dor, alcançar o topo da fama e permanecer lá. Sob quase todos aqueles sorrisos, que são estudados, estão a face da amargura e as marcas do ressaibo, do arrependimento. Alguns envenenaram a alma dos charcos por onde andaram, antes de serem conhecidos e disputados. Muitos se entregaram a drogas perturbadoras, que lhes consomem a juventude, qual ocorreu com as multidões de outros, que os anteciparam e desapareceram. Esquecidos e enfermos, aqueles que foram pessoasobjeto, amargam hoje a miséria aque se acolheram ou foram atirados. Felicidade, porém, é conquista íntima. Todos os que se encontram na Terra, nascidos em berços de ouro ou de palha, homenageados ou desprezados, belos ou feios, são

feitos do m e s m o barro frágil de carne, e experimentam, de uma ou de o u t r a f o r m a , vicissitudes, decepções, doenças e desconforto.Ninguém, no m u n d o terreno, vive em r e g i m e especial. O que parece, não excede a imagem, a ilusão. Se desejas ser feliz, vive, cada momento, de forma integral, reunindo as cotas de alegria, de esperança, de sonho, de bênção, num painel plenificador. As ocorrências de dor são experiências para as de saúde e de paz. A felicidade não são coisas: é um estado interno, uma

emoção. Abençoa os acidentes de percurso, que denominas como desdita, segue na direção das metas, e verás quantas concessões de felicidade pela frente, aguardando por ti. Quem avança monte acima, pisa pedregulhos que ferem os pés, mas também flores miúdas e verdejante relva, que teimam em nascer ali colocando beleza no chão.

Reúne essas florezinhas em um ramalhete, toma das pedras pequeninas fazendo colares, e descobrirás que, para a criatura ser feliz, basta amar e saber discernir, nas coisas e nos sucessos da marcha, a vontade de Deus e as necessidades para a evolução. FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos Enriquecedores. Pelo Espírito Joanna de Ângelis


Espiritismo para todos

03

Ser Mãe... Ser mãe é seguir o turno de 24 horas, 7 dias por semana. É estar acordada quando o resto do mundo dorme. É amamentar na madrugada e ver as luzes das janelas se apagando, até que só reste a sua. Ser mãe é cheirar a leite por vários meses (e detestar!). E morrer de saudades de dar o peito, quando o filho desmamar. Ser mãe é aprender a trocar fralda no escuro. Com direito a passar creme antiassaduras, claro! Ser mãe é preparar a primeira papinha com o maior cuidado do mundo, e levar um cuspe de volta. Ser mãe é comer comida fria, é ser a última a se servir. Ou mesmo deixar de comer, para dar sua parte ao filho que necessite. Ser mãe é querer que o filho se arraste, engatinhe e finalmente consiga andar. E quando ele aprende a correr, sentir saudades do bebezinho que ficava o dia todo em seu colo. Ser mãe é nunca mais olhar para um termômetro que marca 37 graus do mesmo jeito. É passar a noite segurando a mão do pequeno, para se assegurar de que a febre passou. Ser mãe é morrer de vontade de chorar ao ver o filho doente. E segurar a onda e sorrir, para não preocupá-lo. Ser mãe é acordar cansada, depois de uma noite mal dormida. E apesar disso fazer tudo do mesmo jeito: dar

banho, comida, brincar, trabalhar, cuidar da casa, e colocar o filho para dormir. Ser mãe é se perguntar quando passará novamente um dia sem ouvir choro (minha filha tem três anos, e ainda não cheguei lá!). Ser mãe é querer viajar sozinha, mas abrir mão disso até ter certeza de que seu filho ficará bem sem ela. E quando esse dia chegar, contar os dias para receber o abraço da volta. Ser mãe é exercitar a paciência diariamente. E perdêla de vez em quando, entre uma crise de birra e outra. Ser mãe é ouvir do filho as mesmas palavras que lhe ensinou. E perceber que não basta falar, é preciso dar exemplo. Ser mãe é sentir culpa por querer voltar ao trabalho. Ou largar tudo para cuidar de um filho, e sentir falta de trabalhar fora. Ser mãe é aprender que, com duas mãos, é possível executar muito mais do que duas tarefas. Atender ao telefone, empurrar o carrinho, abrir a porta, escrever um bilhete, e dar a última colherada do prato são só alguns exemplos das combinações possíveis. Ah, mas ser mãe também é… Sentir aquela mãozinha tão pequena e tão forte, que segura seu dedo como que querendo dizer: “ei, estou aqui, agora você não está sozinha!”. É poder afagar por alguns anos os cabelos de um pequeno

Setembro de 2015

Eis o trabalho mais difícil da face da Terra.

anjo, enquanto ele está sob suas asas. É acordar pela manhã com um abraço apertado, como se não se vissem há muitos anos! O mesmo vale para a saída da escola. Ser mãe é mostrar uma flor ao filho, e reparar em sua beleza, como há tempos não fazia. Ser mãe é se emocionar na primeira vez em que vê o filho

repartindo o biscoito. Ser mãe é ter direito de chorar na apresentação da escola, do ballet, no campeonato de natação, sem que ninguém a estranhe por isso. Ser mãe é ter a casa cheia de risadas e de gritinhos de felicidade. É lembrar como se brinca de carrinho, de boneca, de esconde-esconde, de pegapega. Ser mãe é adquirir a

coragem de fazer o que seu coração realmente deseja. Porque não há mais espaço para covardias dentro de si. Ser mãe é tentar ser uma pessoa melhor a cada dia. Porque seu filho merece uma mãe que se aprimora com o tempo. Ser mãe é descobrir que o coração é um espaço infinito. E que quanto mais se ama, mais amor cabe ali dentro.

Definição de Filho

Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a

ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e

do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo.

que são humildes diante de Deus, pois não adianta também a penúria material quando nós estamos num estado de inconformação, de rebeldia. Os mais ricos e os menos ricos são irmãos diante de Deus

e nós devemos valorizar os portadores do dinheiro. Fonte: Chico Xavier. Anuário Espírita 1969. Revista Espírita “Informação”.

Autor desconhecido

AVAREZA Chico, como é que o Mundo Espiritual encara a situação dos avarentos na Terra? Os avarentos, os sovinas, realmente são espíritos doentes. ... Emmanuel costuma dizer: A criatura que amontoa, amontoa e amontoa os recursos materiais, sem nenhum proveito: No trabalho, Na educação, Na beneficência, No socorro em favor dos semelhantes, Está sem somba de dúvida muito desequilibrada. Quem assim procede está doente e, de certo, na próxima reencarnação, enfrentará o resultado desse desvio da realidade. Os Espíritos Amigos consideram o dinheiro como sendo o sangue da sociedade, quando nós paralisamos a corrente (a circulação monetária) absolutamente em proveito do nosso egoísmo, quando colocamos o dinheiro, simplesmente a um canto, sem

programa, só para que funcione em proveito dos nossos caprichos, estamos operando no organismo social aquilo que chamamos “trombose” na circulação do sangue. Impedindo a circulação vamos pagar as conseqüências do nosso ato impensado. Não podemos de maneira nenhuma - dizem os nossos Amigos Espirituais - condenar o dinheiro ou desfigurar a missão do dinheiro, a pretexto de que os nossos irmãos abastados estejam em condições de felicidade maiores que as nossas. Devemos compreender os que desfrutam a riqueza material como administradores dos bens de Deus. E tantos deles, mas tantos deles, se fazem nossos benfeitores: Criando trabalho, Fundando escolas, Auxiliando a educação, Estimulando a caridade, Salvando enfermos desprotegidos, Protegendo crianças desamparadas.

Precisamos valorizar os companheiros que são portadores da fortuna material, cooperando com eles para que possam administrar bem esses recursos, pois são profundamente responsáveis diante do Senhor, como também, aqueles nossos irmãos pobres, que são mais pobres, vamos dizer assim, porque todos nós somos ricos diante de Deus. Deus nos fez a todos ricos: De fé De força, De saúde, De esperança. A palavra “pobre” é um tanto imprópria para nossa conversação, digamos, os que estão em penúria material mas


Espiritismo para todos

04

Setembro de 2015

FOFOCAS MEDIÚNICAS Fã da banda Legião Urbana, veio à minha mente uma das notáveis frases de Renato Russo: Fala demais por não ter nada a dizer. Pois é... Tem gente que fala, fala, fala, aliás, têm Espíritos que falam, falam, falam... Há um tempo tinha uma propaganda de um jornal, se não me engano tratava-se de o Estadão que dizia assim: Está sem assunto, compre o Estadão. É bem por ai mesmo, está sem assunto para conversar trate de ler, aperfeiçoar-se, saber o que se passa no mundo que, certamente, não ficará sem assunto e, como diz Renato Russo, não falará demais, porém o necessário para que o bate papo flua gostosamente. Bom, você deve estar perguntando-se onde esse articulista quer chegar com esse papo, digamos, aparentemente furado. Quero falar com você, amigo leitor, que tanto os homens encarnados quanto os homens desencarnados por falta de assunto podem falar demais e não ter nada a dizer ou, pior, enveredarem pelo lado da fofoca. Aliás, vale lembrar que se a fofoca vem de um desencarnado a coisa toma uma

proporção ainda maior porque, frequentemente, toma-se o que vem dos Espíritos como verdade absoluta desprezando o que orienta Kardec incansavelmente em sua obra sobre a necessidade de passar tudo pelo crivo da razão, e o que não satisfizer nosso rigoroso critério descartar sem grandes receios. Acredite você ou não, mas dia desses um amigo me procurou com a seguinte história: Rapaz, estou casado pela segunda vez, amo minha esposa, mas numa sessão mediúnica um Espírito me fez a seguinte revelação: o filho da minha esposa foi quem me tirou a vida em existência anterior. Estou, sinceramente, apavorado... Imagine se um dia eu estou dormindo tranquilamente e o rapaz resolve repetir o passado... O que faço? Espantado com a indagação e mais ainda com a revelação, disse ao amigo: Esquente não que o garoto não irá fazer nada contigo... Deus nos deu o esquecimento temporário para que pudéssemos de forma mais serena superar antipatias e angariar amigos para a eternidade. Provavelmente

trata-se de fofoca mediúnica, coisa de médium que não lê o Estadão e fala demais... O amigo despediu-se e eu fiquei pensativo: Meu Deus! Quanta imprudência nesse tipo de conversa. Suponhamos que isto seja mesmo um fato ainda assim o médium jamais poderia fazer uma revelação deste calibre. A depender do indivíduo que recebe uma informação deste nível esta desfeito um casamento ou, ao menos, criado um sério embaraço. Eis o que recomenda Allan Kardec: prudência, pois credulidade demais atrapalha não somente a marcha do Espiritismo mas também a vida prática das pessoas. Os Espíritos, sendo apenas as almas dos homens que viveram na Terra não possuem o soberano saber sobre absolutamente. Podem, portanto, apenas falar sobre o que já angariaram de conhecimento. O Espiritismo veio a este mundo para ensinar o homem a viver bem na Terra, para fazer com que o ser humano melhorese, e não com a finalidade de revelar assuntos particulares do que houve ou não houve no passado.

Embora saibamos que o tema “passado” suscite a natural curiosidade das pessoas é importante entendermos que, se fosse fudamental sabermos algumas coisas que ficaram para trás Deus não teria colocado esse véu do esquecimento temporário. Quando algo do passado é real, segundo os Espíritos, a informação vem de uma forma repentina e quando menos esperamos.

ESTATUTO DO HOMEM DE BEM Prepara o homem para a vida recordando Jesus quando pronunciou: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. João 10:11 (1) A administração do Universo faz saber que Jesus decreta e Deus sanciona na consciência humana o seguinte Estatuto: Art. 1°- Os que necessitam de médico ou tratamento de saúde não mais permanecerão em filas desumanas nos ambientes hospitalares. Art. 2°- Os atendentes dos serviços públicos deverão oferecer um afetuoso sorriso e proferir vocábulos fraternais. Art. 3°- As mães que padecem os aflitivos momentos de perda de seus filhos devem transformar suas lágrimas em recado de alegria e compreensão. Art. 4°- É vedada toda expressão verbal que signifique preconceito. § 1º - Toda palavra pronunciada deverá iluminar a vida do próximo e jamais constrangê-lo à humilhação. Art. 5°- Ao homem e à mulher é vedada a violência do templo sagrado do corpo físico através do exercício inconsequente da prostituição. § 1º - A sexualidade deve ser preservada no corpo físico como um patrimônio emocional, sagrado e inviolável. Art. 6°- Todos os que

exercem relativa autoridade pessoal, seja no campo econômico, social, político ou profissional, deverão pautar pelos exemplos de honra, dignidade , ética e moral. Art. 7°- Que a corrupção de todos os matizes seja apenas um evento distante, ocorrido no passado, tal como ocorria nos velhos duelos em que se lavavam “honras” nas disputas sangrentas ou através de fatos fabulosos que hoje repugnam a razão humana. Art. 8°- Fica instituído em caráter irrevogável que todos terão plenos direitos a uma vida de esperança, trabalho e prosperidades física e espiritual. Art. 9°- Fica ratificado, consoante estabelece o § 1º do Art. 5°, que nenhum indivíduo comercializará o seu corpo nas rodovias e /ou locais de depravação , visando custear pesadelos, misérias ou frustrações. Art. 10 - Fica proibida a realimentação dos sentimentos ódio, rancor e mágoas, a fim de que sejam evitados o surgimento de moléstias dolorosa no campo físico e psíquico. Art. 11 - Os únicos “estrondos” tolerados, desde que com total segurança, serão os de fogos de artifícios a fim de comemorar a abundância advinda das fartas colheitas agrícolas, anunciando a extinção definitiva da fome na Terra.

Art. 12 Os únicos estupefacientes benquistos e utilizáveis universalmente serão os derivados do amor, da euforia e da alegria de viver , para que todos experimentem o autêntico êxtase espiritual. Art. 13 - Todas as escolas devem proporcionar alimento para o corpo e para a mente e denunciar as violações dos direitos da criança ante a violência doméstica. Art. 14 Fica categoricamente instituído o bônus da paz a todos os que disseminarem a esperança nos corações capazes de transformar definitivamente a sociedade. Art. 15 - O homem sempre confiará no homem qual um menino que acredita na verdade e confia no espirito puro de outra criança. Art. 16 - Fica eleito o foro da consciência humana para pacificar e dirimir quaisquer imprecisões contidas nos dispositivos deste Estatuto. Art. 17 - A partir da data da promulgação destes dispositivos, na consciência de cada um, todos seremos responsáveis direta ou indiretamente pela felicidade e bem estar do semelhante. Referência bibliográfica: (1) Bíblia de JerusalémEdições Paulinas, São Paulo/ Brasil-Evangelho de João 10:10

O Espiritismo veio para educar a mente humana na Terra, jamais para causar constrangimentos. Portanto, não se preocupe com supostas revelações transmitidas por alguns médiuns, a depender do caráter da mensagem pode ser que seja apenas uma fofoca mediúnica, coisa de medianeiros que não leem o Estadão. Pensemos nisto. Wellington Balbo (Salvador – SP

Jane Maiolo e Jorge Hessen


Espiritismo para todos

05

Setembro de 2015

CRUZAR BRAÇOS E MÃOS ATRAPALHA A EFICÁCIA DO PASSE ESPÍRITA? Dia desses perguntaramme se o fato de mãos, braços e pernas estarem cruzados no momento do passe espírita pode atrapalhar sua eficácia. Dúvida normal para quem desconhece o mecanismo básico de funcionamento do passe. Para respondermos a pergunta, fundamental explicar, primeiro, o que é o passe espírita. Trata-se de transmissão de fluidos pela imposição de mãos com o intuito de restabelecer o equilíbrio físico ou psiquíco de alguém. Funciona de perispírito (corpo espiritual) a perispírito e o passista, pela ação de sua vontade doa o fluido animal ao paciente, e os Espíritos, por sua vez, aumentam e dirigem os fluidos possibilitando direcionamento e qualidades

necessárias para a transmissão do passe ao indivíduo necessitado. Sendo trabalhado de perispírito a perispírito e com a atuação dos Espíritos protetores, a posição na câmara de passes de quem recebe o passe deve ser a mais confortável possível, sem ter qualquer relevância como estarão suas mãos, braços e pernas. Podem, portanto, seus membros estarem cruzados, pois o que influencia realmente é a vontade do passista, a ação dos Espíritos, o merecimento de quem recebe o passe e, naturalmente, sua fé. Aliás, como a ação do pensamento é imperiosa no caso do passe espírita, o passista deve evitar qualquer situação que possa

desconcentrar quem recebe o passe. Roupas serenas e adequadas, perfume discreto, pois sua postura de sobriedade, sem gesticulações ou exageros de qualquer espécie serão componentes fundamentais para o êxito da tarefa. Nesse mister vale lembrar que o passe é fabulosa ferramenta de auxílio aos necessitados físicos e psíquicos, contudo não se trata de solução definitiva para os problemas de quem quer que seja. A solução para qualquer entrave existencial reside, como bem sabemos, na mudança de postura e na prática do Evangelho. De nada resolverá tomar passe todas as vezes que for ao centro espírita se a forma de proceder e encarar a vida continuar a mesma.

REVERENCIEMOS OS ANIMAIS, POIS ELES SÃO NOSSOS IRMÃOS A Safari Club International é uma organização que luta pelos “direitos dos caçadores”. Qual o objetivo e o que leva uma pessoa a gastar muito dinheiro para caçar um animal selvagem? Será apenas uma demonstração de poder e prestígio ? Isso é psicopatia e selvageria! O antropólogo Michael Gurven, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, estuda tribos de caçadores e coletores na Amazônia e ressalta o paradoxo entre caça “esportiva” e as caça para sobrevivência. Os nativos caçam animais por necessidade de alimentação. Portanto, há uma brutal diferença para caçadores que chegam a pagar US$55 mil dólares para matar um animal da selva meramente por prazer.[1] Allan Kardec ao indagar dos Benfeitores sobre o “direito” de destruição sobre os animais, foi esclarecido que tal “direito”[caça] se acha regulado pela necessidade, que o homem tem, de prover seu sustento e sua segurança. O abuso jamais constitui um direito. [2] Quando a caça ultrapassa os limites que as necessidades e a segurança traçam e quando não objetiva senão o prazer de destruir sem utilidade há “predominância da bestialidade sobre a natureza espiritual. Toda destruição que excede os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus. Os animais só destroem para satisfação de suas necessidades; enquanto que o homem, dotado de livre-arbítrio, destrói sem necessidade. Terá que prestar contas do abuso da liberdade que lhe foi concedida, pois isso significa que cede aos

maus instintos.” [3] Compondo aqui uma síntese de O Livro dos Espíritos a respeito do universo animal e humano inteiramo-nos de que os animais possuem uma espécie de inteligência instintiva e limitada. Eles detêm a consciência de sua existência e de suas individualidades. Alguns animais agem denotando acentuada vontade, porque apresentam inteligência, embora que restrita. Há seres “irracionais” que praticam atos combinados que denunciam vontade de agir em determinado sentido e de acordo com as circunstâncias. Há, pois, neles, uma espécie de inteligência, mas cujo exercício quase que se circunscreve à utilização dos meios de satisfazerem às suas necessidades físicas e de proverem a própria conservação. Os animais se comunicam entre si, conservando uma espécie de linguagem circunscrita às suas necessidades. Até mesmo os peixes se entendem entre si. Como dito, a linguagem do animal é instintiva e circunscrita às suas necessidades biológicas e ideias, os peixes que, como as andorinhas, emigram em grupos (cardumes), obedientes ao guia que os conduz. Certamente possuem meios de se avisarem, de se entenderem e combinarem ações conjugadas. É possível que disponham de uma visão mais penetrante e esta lhes permita perceber os sinais que reciprocamente imitem. Portanto, os animais não são simples autômatos, a

despeito de a liberdade que têm permanecer limitada aos atos da vida material e após a morte conservam sua individualidade. No entanto não mantêm a consciência de si mesmos, inobstante sua vida inteligente lhes permaneça em estado latente em face da ausência do livre-arbítrio. Desta forma, eles permanecem numa espécie de erraticidade após a morte , sendo distribuídos pelos Espíritos incumbidos dessa tarefa e “aproveitados” (no processo reencarnatório) quase imediatamente. Não lhes sendo dado tempo de entrar em relação delongada com outras criaturas no além. Outro aspecto importante sobre os animais é que eles evoluem tanto quanto os homens, embora não por ato da própria vontade (não têm livre arbítrio), mas pela força das circunstâncias, razão por que não estão sujeitos à expiação. Em verdade os animais só possuem a inteligência rude da vida material, enquanto no homem, a inteligência essencialmente proporciona a vida moral. [4] Para maiores detalhamentos sobre o tema, os próprios Espíritos estão longe de tudo saberem e, ressalte-se que acerca do que não sabem, também podem ter opiniões pessoais mais ou menos

(Jorge Hessen)

sensatas. É assim, por exemplo, que nem todos pensam da mesma forma quanto às relações existentes entre o homem e os animais no aspecto evolutivo. Considerando a lei de evolução, para alguns Espíritos, o Princípio espiritual não chega ao período humano senão depois de se haver elaborado e individualizado nos diversos graus dos seres inferiores da Criação. Segundo outros Benfeitores espirituais, o Espírito do homem teria pertencido sempre à raça humana, sem passar pela fieira animal. Diante disso, cabe a indagação: Qual a origem do Espírito? Onde o seu ponto inicial? Forma-se do princípio inteligente individualizado? Para Allan Kardec tudo

isso são mistérios que seria inútil querer devassar e sobre os quais nada mais se pode fazer do que construir hipóteses. Quanto às relações misteriosas que existem entre o homem e os animais são mistérios de Deus, como muitas outras coisas, cujo conhecimento atual é pouco importante para o progresso humano e sobre as quais seria inútil nos deter. Referências bibliográficas: [1] Disponível em http:// revistagalileu.globo.com/ Sociedade/noticia/2015/07/oque-motiva-alguem-cacar-umanimal-por-esporte.html acesso 05/08/2015 [2] KARDEC, Allan. O Livro dos Espírito, RJ: Ed. FEB, 2001, questão 734. [3] Idem questão 735 [4] Idem pergs.585 a 602


Espiritismo para todos

06

Setembro de 2015

ENDINHEIRADOS, MÃOS À OBRA! Christopher Catrambone, um milionário empresário americano, dono de uma companhia que oferece seguros em zonas de conflitos, criou sua própria fundação de resgate de imigrantes. Desde 2014 sai com sua família pelo Mediterrâneo para salvar estrangeiros que se arriscam a atravessar o mar para chegar à Europa. Sem receio de investir toda fortuna e confiante de que se algum dia seu negócio falir, ele e sua mulher não teriam nenhum arrependimento em ter gastado todo dinheiro e tempo nas operações de resgate dos imigrantes.[1] A tradição da filantropia americana vem de longe. Cremos que Andrew Carnegie seja seu maior ícone e, de certo modo, definidor conceitual. Imigrante pobre, Carnegie fez fortuna na siderurgia americana, na segunda metade do século XIX. Em 1901, aos 66 anos, vendeu suas indústrias ao banqueiro J.P. Morgan e tornou-se o maior filantropo americano. Uma de suas tantas proezas, não certamente a maior, foi construir mais de 3 mil bibliotecas nos Estados Unidos. Em 1889, escreveu o artigo “The Gospel of Weath”, defendendo que os ricos deveriam viver com comedimento e tirar da cabeça a ideia de legar sua fortuna aos filhos. Melhor seria doar o dinheiro para alguma causa, ou várias delas, à sua escolha, ainda em vida. [2] Em 2009 Bill Gates lançou, junto com Warren Buffett, o mais impressionante movimento de incentivo à filantropia já visto: The Giving Pledge. A campanha tem mais de 120 signatários. Para participar, basta ser um bilionário e assinar uma carta prometendo doar, em vida, mais da metade de sua fortuna a projetos humanitários. Para boa parte dessas pessoas, doar 50% é pouco. Larry Elisson, criador da Oracle, comprometeu-se em doar 95% de sua fortuna, hoje avaliada em US$ 56 bilhões. O próprio Buffett foi além: vai doar

99%. Como bem observou o filósofo alemão Peter Sloterdijk, parece que, ao contrário do que acreditávamos no século XX, não são os pobres, mas os ricos que mudarão o mundo. [3] Sloterdijt obviamente não conhece bem o Brasil. Aqui na suposta “Pátria do Evangelho” a grandeza d’alma dos milionários em prol do altruísmo é pura miragem, ressalvando-se as infrequentes exceções. Nos Estados Unidos, o valor das doações individuais à filantropia chega a US$ 330 bilhões por ano. No Brasil, os números são imprecisos, mas estima-se que o montante não passa de US$ 6 bilhões por ano. Apenas 3% do financiamento a nossas ONGs vem de doações individuais, contra mais de 70% no caso americano. Há, segundo a tradicional lista da revista Forbes, 54 bilionários no Brasil. Nenhum aderiu, até o momento, ao movimento da Giving Pledge. Explicações não faltam para essa disparidade. Há quem goste de debitar a mesquinhez dos endinheirados brasileiros na conta de nossa “formação cultural”. Por essa tese, estaríamos atados a nossas raízes ibéricas, sempre esperando pelas esmolas do Estado, indispostos a buscar formas de cooperação entre os cidadãos para construir escolas, museus e bibliotecas, ou simplesmente para consertar os brinquedos e plantar flores na praça do bairro. É possível que haja alguma verdade nisso. O rei Dom João III, lá por volta de 1530, dividiu o país em capitanias hereditárias e as repartiu entre fidalgos e amigos da corte portuguesa. Fazer o quê? Enquanto isso, os peregrinos do Mayflower desembarcaram nas costas da Nova Inglaterra (EUA), movidos pela fé e pelo amor ao trabalho, para construir um novo país. [4] O príncipe da Arábia Saudita, Alwaleed Bin Talal Al-

Saud, é um dos homens mais ricos do mundo. Com uma fortuna que gira em torno dos US$ 32 bilhões, ele ocupa a 20ª posição no ranking de bilionários da Bloomberg. Porém, parece que ele quer mudar esse cenário. Ele pretende doar toda sua fortuna para causas filantrópicas. Em um comunicado em seu site, AlSaud afirma que busca construir um mundo com mais tolerância, aceitação, igualdade e oportunidade para todos. O dinheiro vai para a Alwaleed Philanthropies, que tem parceria com a Bill & Amp; Melinda Gates Foundation, Carter Center e Weill Cornell Medical College, para reforçar os cuidados de saúde e de controle de epidemias pelo mundo. [5] Há pessoas arquimilionárias que tem experimentado significativo desprendimento. Como vimos acima, Warren Buffett, quarto homem mais rico do mundo, prometeu doar 99% de sua fortuna antes de desencarnar. Buffett começou anunciando o direcionamento de 83% para a Fundação Gates. O bilionário afirmou que quer dar aos seus filhos somente o suficiente para que eles sintam que podem fazer tudo, mas não o bastante para

que eles achem que não precisam trabalhar. O poderoso Bill Gates, Michael Bloomberg, Nigella Lawson e o músico inglês Sting não deixarão suas fortunas como herança para os filhos. Ambos defendem a tese que seus filhos precisam trabalhar para ganhar o próprio dinheiro. [6] Em rápida digressão, vale aqui interpolar uma oportuna reflexão. No Brasil, o paternalismo e o inócuo assistencialismo estatal não atende às necessidades dos deserdados. Tal cultura gera cada vez mais dependência de raras doações e de crescentes arrecadações. Enfraquece a sociedade, diminui as expectativas de recursos para redistribuição de recursos financeiros. A filantropia pública é uma maneira disfarçada de ditadura ideológica, coerção de liberdade, que não sobrevive ante a necessidade do trabalho de todos. Para que a filantropia sustentável seja praticada, é preciso estímulo ao trabalho, igualdade nas ações públicas e eficiência na administração de recursos arrecadados (impostos). Temos muito o que amadurecer nesse quesito nestas plagas tupiniquins. Mormente para os ricaços

AMAR É DOAR É lamentável observarmos o comportamento dos Seres Humanos como um todo, inclusive, o nosso próprio comportamento. Utilizamos na maioria das vezes de críticas severas ao próximo, mas esquecemos de observar a nossa própria conduta. Infelizmente, ao que se refere a si mesmo, o Ser Humano faz questão de esconder e faz jus ao impropério e esconderijo de suas próprias mazelas morais. Triste ver ações de maldade, de intemperança, crueldade, desejos constantes de ódio e inveja ao próximo... Muitas vezes, enquanto

lutamos com o que não queremos, entregamos nossa alma à perdição, porque assumimos a postura de troca para acalmar e servir de lenitivo da dor. E sentir dor, recriminar-se e culpar o mundo, se torna uma grave atitude, porque juramos amor eterno, bondade, simplicidade, amizade, cumplicidade, mas no limbo de nosso coração nutrimos o ódio, desprezo, ciúmes, possessividade, arrogância, orgulho, vaidade, maldade, entre outros dejetos amorais. Que contravenção, contradita... O Ser Humano quer ser o que não é

realmente... Tenta ser diferente, mas a condição de involução é o que o segura em seu próprio crescimento! Crescer é derrubar o que o Ser Humano alimenta no coração! Por que tudo o que é seu tem que ser o melhor? Por que o outro não deveria ter o que possui? Por que o Ser Humano julga e critica tanto? Quem realmente se olha e encara as mazelas de frente? Na verdade, a vida presenteia os Seres Humanos a cada manhã com o lenitivo e solução para a evolução espiritual, pena que os olhos

(Jorge Hessen)

brasileiros, vai aqui um alerta do além. A reflexão é do Espírito Humberto de Campos: “se você possui algum dinheiro ou detém alguma posse terrestre, não adie doações, caso esteja realmente inclinado a fazê-las. Grandes homens, que admirávamos no mundo pela habilidade e poder com que concretizavam importantes negócios, aparecem, junto de nós [no além-túmulo], em muitas ocasiões, à maneira de crianças desesperadas por não mais conseguirem manobrar os talões de cheque.” [7] Abastados mãos à obra! Referências: [1] Disponível em http:// veja.abril.com.br/noticia/ mundo/o-milionario-queresgata-imigrantes-no-mar acesso 12/08/2015 [2] Disponível em http:// epoca.globo.com/ideias/noticia/ 2015/06/por-que-osmilionarios-brasileiros-naodoam-suas-fortunasuniversidades.html acesso 18/ 08/2015 [3] Disponível em http:// www.infomoney.com.br/carreira/ gestao-e-lideranca/noticia/ 4137147/principe-sauditadecide-doar-toda-sua-fortunamais-bilhoes acesso em 18/08/ 2015

(Lilian Buniak)

se fecham para o que é ofertado! O Ser Humano olha a vida com o limbo preso em seu próprio coração! Não consegue enxergar o real motivo de estar aqui... Insensatez achar que se viver 85 anos bem felizes e sem problemas é a melhor solução! Insensatez sofrer a vida inteira e revoltar-se com a tarefa que lhe é imposta para evolução e aprendizagem. Insensatez olhar apenas para si mesmo enquanto tem muitas pessoas que choram uma orfandade, enquanto outros sofrem o isolamento e abandono em um asilo, ou enquanto se farta na mesa e

milhares de seres humanos morrem de fome no mundo! O Ser Humano enxerga apenas o que quer ver, e infelizmente o que se vê é muito pouco em relação ao tamanho do Universo! Abrir os olhos é limpar o limbo negro do coração e adicionar atitudes boas e evolutivas! O caminho pode ser iniciado com a seguinte frase: “Que toda dor a qual venhas sentir, seja convertida em amor e doação ao próximo.” Não pense apenas, pratique! Baseado nas Obras Básicas de Allan Kardec.


Espiritismo para todos

07

APROXIMAÇÃO E FUGA

Setembro de 2015

Jane Maiolo

Desta vez, quero vos ver não somente de passagem, mas espero demorar-me algum tempo convosco, se o Senhor o permitir. O “apóstolo dos gentios”, na sua primeira carta aos coríntios , após recomendarlhes o que era necessário para o cumprimento das atividades da igreja, manifesta seu desejo de permanecer entre os irmãos de fé um pouco mais. Estar na presença daqueles que nos edificam é valiosa oportunidade de evolução . Desde os primórdios da Humanidade experimentamos um processo contínuo de aproximação e fuga que colaboraram na nossa estruturação enquanto indivíduos. Aproximamos daquilo que nos interessa e fugimos daquilo que nos ameaça ou cobra-nos novos posicionamentos. Os primeiros organismos vivos iniciaram um processo de troca de informações químicas com o meio externo há milhões de anos a fim de nutrir-se de substâncias essenciais à sua subsistência e também de repulsão de fragmentos químicos que lhes seriam danosos para a sobrevivência.” [2] De onde vem essa inteligência instintiva desses seres tão primários? São enigmas não resolvidos pela Ciência Moderna. Aproximação e fuga são posicionamentos tão constantes no nosso cotidiano que não percebemos o automatismo dessas ações na nossa vida . O espírito pensante vive e evolui num processo semelhante, ora se aproxima das verdades que lhes renovam as energias fisiopsíquicas e espirituais , ora foge desse compromisso individual e intransferível que é a evolução. Em todos os períodos da Humanidade temos recebido notícias, ensinamentos e exemplos de missionários que tentam por todos os meios nos aproximar das verdades eternas, conforme nos assevera Allan Kardec em O Livro dos

Espíritos, questão 622. [3] A misericórdia divina é sempre rica de recursos. Retrocedendo no tempo é possível avaliar como tratamos todos aqueles que de uma forma ou de outra intermediaram essa aproximação com aquilo que é sublime. A verdade sempre nos afronta de tal forma que não conseguimos conviver com seus representantes. O processo de fuga representa um adiamento à aquisição dos valores eternos necessário a todos os espíritos. Desde a vinda de Abrãao , o primeiro patriarca do povo hebreu, responsável pela tarefa de apresentar-nos o Deus Único, estamos fugindo da proposta espiritual de redenção. Assassinamos os profetas da antiguidade, serramos o Profeta Isaias ao meio, queimamos uns tantos outros no azeite, crucificamos alguns no madeiro maldito, decapitamos , ateamos a fogueiras tantos outros que ousavam falar de justiça, ética, perdão e amor ao próximo. Em tempos de ódio, perseguição e guerra a presença do amor e da verdade eram sentimentos insuportáveis. Não poupamos nem mesmo o Cristo Divino, representante inigualável do Amor, assassinamos-os com requintes de loucura e insensatez. É de se notar que nosso histórico espiritual não é muito recomendado ,mas assim caminha a Humanidade, com passos de formiga e sem vontade, como entoou o cantor moderno.[4] Registra o nobre escritor Humberto de Campos, no livro Crônicas de Além-Túmulo , no capítulo 15, intitulado “A ordem do Mestre” que Jesus interrogava João, o discípulo amado, sobre como andam os deveres cristãos no mundo, onde Ele deixara o exemplo maior do Amor e o Evangelista responde: “- Vão mal, meu Senhor. Desde o Concílio Ecumênico de Nicéia, efetuado para combater o cisma de Ario em 325, as vossas verdades são deturpadas. Ao arianismo seguiu-

se o movimento dos iconoclastas em 787 e tanto contrariaram os homens o Vosso ensinamento de pureza e de simplicidade, que eles próprios nunca mais se entenderam na interpretação dos textos evangélicos.”[5] Talvez seja por tantos atritos e desentendementos acerca de uma doutrina sempre tão acessível a todos os entendimentos que continuamos a criar tantas fórmulas de desvios , destruição e violência contra nós mesmos. Continuamos a aniquilar aqueles que representam o amor, a caridade e a paz como fizemos com Martin Luther King, Mohandas Karamchand Gandhi, Al Hajj Malik AlShabazz, mais conhecido como Malcolm X e tantos outros conhecidos ou não. Jesus na sua Sabedoria Infinita percebendo a dureza ainda instalada em nossos corações decide um novo programa , capaz de restaurar a verdade e nos

proteger das nossas próprias alienações. Um plano audacioso e eficaz. Seu novo plano é enviar alguns dos missionários, já “mortos”, impedindo-nos de matá-los novamente, para serem portadores da 3ª etapa da Revelação Divina , o Consolador Prometido, que chegaria em tempo oportuno e reestabeleceria a paz e libertaria consciências . Humberto de Campos registra o primoroso plano do Cristo no citado livro ,dirigindose a João: “- Se os vivos nos traíram, meu discípulo bemamado, se traficam com o objeto sagrado da vossa casa, profligando a fraternidade e o amor, mandarei que os mortos falem na Terra em meu nome.”[6] Assim ,Jesus , o Cristo de Deus, envia o Paracleto em tempo mais que necessário, na esperança de não mais destruirmos aquilo que é capaz de nos elevar enquanto criaturas de Deus. É tempo de aproximarmonos dos ensinamentos do amor

para vivê-lo em toda sua plenitude.Fujamos sempre daquilo que nos macula a pureza do coração e nos impede de crescer espiritualmente .Tal qual os primeiros organismos somos hoje espíritos sedendos de substâncias capazes de nutrir nossa alma e edificar nossa vontade de retornar ao aprisco Divino, e se o Senhor assim o permitir demoraremos mais tempo , desta vez, no caminho do amor. Referências bibliográficas: [1] 1Coríntios 16:7 [2] Facure, Nubor Orlando. Artigo – “O enigma da consciência”, (coloque aqui o local: editora, ano) [3] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB , 2007. Perg. 622 [4]Letra da música composta por Lulu Santos – “Assim caminha a humanidade”. [5] XAVIER, Francisco Cândido. Crônicas de Além túmulo ,ditado pelo Espírito Humberto de Campos , cap. 15Brasília /DF: Ed FEB.


Espiritismo para todos

08

OS DEMÔNIOS DO HOMEM Nas atividades como docente era muito comum escutar dos pais nas reuniões: Meu filho é bom, pena que está em má companhia. Esqueciam de uma observação de Jesus: Diga com quem andas que direi quem és. Entretanto, esses pais nada fazem diferente do que todos nós fazemos há milênios: Criar culpados para nossas desditas. O ser humano ao longo da sua jornada evolutiva teve e continua tendo a necessidade de produzir demônios, fantasmas ou criaturas que vem para tirá-lo do caminho reto. São todos inocentes, pois a culpa é sempre do vizinho. Esses demônios, fantasmas, maus espíritos e etc., servem para explicar as ações malfadadas, os insucessos e tropeços dos seres humanos. Mais fácil depositar nas

costas do outro, porquanto assumir dá um trabalho danado. Ao longo do tempo já demonizaram os que se comunicavam com os Espíritos, os pobres, negros... Os ricos também foram demonizados e nem o número 666 escapou. Culparam também os gays, as pessoas com necessidades especiais, os banqueiros, o PT, as mulheres, o sexo, os políticos e até a Xuxa. Já demonizaram a máquina de escrever, a internet, a pilula contraceptiva, a Boticário, os centros espíritas e a igreja do Edir Macedo. Agora demonizam as redes sociais; o facebook é o grande culpado pela dissolução dos casamentos, términos de namoro e etc, etc, etc. Entretanto, é esquecido o fato de que o Homem é dotado com um bem preciosíssimo: O livre arbítrio. Tem o ser humano a capacidade de raciocinar, refletir, pesar prós e contras e,

Setembro de 2015 Wellington Balbo

então, agir... Os demônios criados ao longo do tempo foram e são apenas para que se encontre um culpado pelos infortúnios que, em realidade, são apenas de responsabilidade dos seres humanos. Em O Livro dos Espíritos, na questão de número 921 os Espíritos explicam que o homem é quase sempre o construtor da sua infelicidade. Portanto, não são os demônios, fantasmas ou qualquer outro o culpado pela desdita, mas o próprio ser humano que, não raro, cava sua própria cova. Pode ser que o caminho para o crescimento interior seja encontrar menos culpados, demonizar menos o exterior para assumir uma postura mais responsável ante as escolhas feitas ao longo do percurso por este mundo. Vale pensar nisso.

O ESPIRITISMO E A MÚSICA Adentramos em um lugar onde uma suave música enternece o ambiente. Envolvidos na atmosfera fraterna, sentimo-nos mais leves, mais relaxados, como que cada parte da melodia fosse sendo espalhada pelo nosso corpo. Em questão de minutos esquecemos o antes, não pensamos no depois e nos elevamos em sensações de paz. Nossos corações parecem se aquecer e pulsar mais forte, os músculos do corpo relaxam e a alma mais leve parece estar mais próxima do Criador… É assim que muitos descrevem algumas sensações vivenciadas em locais onde a música precede ou faz parte das atividades de prece e oração. Nas igrejas Evangélicas, adorações envolventes, entoadas com amor por artistas que devotam o sentimento de louvor a Deus por intermédio de suas canções, emocionam fiéis durante seus cultos. Suaves cânticos conduzidos por corais em igrejas Católicas enternecem os corações em celebrações conduzidas nas paróquias. Nos terreiros de religiões inspiradas em cultos africanos, pontos cantados ao som de tambores emocionam a audiência em sua devoção aos orixás. Entre tantas manifestações religiosas a música está presente, levando o ouvinte a vivenciar, em sua plenitude, momentos de paz, tranquilidade e de conforto que as melodias oferecem em suas crenças.

Se ainda estamos em um planeta de expiações e provas, onde as percepções sobre a matéria ainda prevalecem em relação às sensações do espírito e, ainda assim, conseguimos nos sensibilizar com obras maravilhosas escritas nos pentagramas dos músicos, o que pensar da música que ecoa em mundos celestes? Como deverão ser os acordes emanados pela sublime perfeição de planos mais elevados? A harmonia do universo encontra-se em todos os lugares pronta para ser percebida pela sensibilidade das criaturas de Deus. Quanto mais rude e elementar é a matéria que compõem os nossos órgãos, mais dificuldade nós temos para exercer as faculdades do espírito. Em mundos mais elevados, onde a vestimenta carnal é muito mais sutil, a matéria não oferece tanta dificuldade ao espírito, que goza, sem limites, da harmonia celestial entoada em todas as manifestações da criação. As mais belas melodias trazidas por compositores e músicos refletem uma

pequeníssima parte da harmonia do universo, ainda que pareçam perfeitas aos nossos ouvidos. Entoadas no plano carnal, as músicas compostas necessitam de um instrumento para vibrar os acordes que levarão a melodia para nossos ouvidos. Dos nossos órgãos, a música caminha em direção às nossas almas que recebem de forma imperfeita a harmonia do universo. Assim como um médium está entre um espírito e um encarnado, a música está entre harmonia celestial e as nossas almas, conforme nos conta o espírito do grande maestro Rossini, pela psicografia do Sr. Nivard, na Revista Espírita de março de 1869. Dependendo do meio pelo qual a música for trazida até nós, poderemos perceber sua perfeição ou parte desta somente. A relação entre o Espiritismo e a música encontra-se nas condições de evolução moral na qual se encontra o ser humano. Quanto mais evoluído estivermos, mais sensíveis estaremos para perceber a harmonia da criação. E como

decorrência, nossas músicas se tornarão um reflexo menos distante da perfeição celestial. Logo, a contribuição do Espiritismo, por meio da moralização dos homens, contribuirá para a criação de músicas cada vez mais belas, independente de dons transitórios recebidos em determinadas encarnações. Por fim, elevemos nossos pensamentos ao grande Pai em agradecimento por nos enviar espíritos habilitados a traduzir na grosseira linguagem da música as mais belas obras-primas concebidas na harmonia do

universo. Capazes de penetrar nos veículos carnais mais rudes e sensibilizar almas com um sentimento que as desmaterializa, composições influenciadas pela Divina arte nos ajudarão a perceber, cada vez mais, a paz, a luz e o amor. Márcio Martins da Silva Costa Referências: O Livro dos Espíritos, pergunta nº 251. Obras Póstumas, capítulos “A Música Celeste” e a “Música Espírita”. Revista Espírita, Maio de 1858 e Março de 1869.


Espiritismo para todos

09

Setembro de 2015

O CÉREBRO E O VÉU Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.[ 1 ] O nobre codificador da Doutrina , Allan Kardec, lançava no ano 1857, a primeira edição de O Livro dos Espíritos, contendo em sua primeira edição apenas com 501 questões. Uma das obras mais fantástica de Filosofia Espiritualista, o Livro dos Espíritos enfatiza a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade, segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns, colaboradores e pesquisadores. Ante o convite à renovação dos valores imortais do espírito nos deparamos face a face com uma obra que traz na sua intimidade um clarão luminoso indicando roteiros e diretrizes seguras para espiritualização do Ser. A inteligência humana conquistou novos espaços que nos leva ao despertar da nossa Consciência Cósmica. A cultura avança incólume frente a novos paradigmas para o comportamento do homem moderno. A Ciência desvenda a cada segundo uma particularidade do Universo deixando perplexos os seus pesquisadores. A linha divisória entre o finito e o infinito torna-se uma realidade inconteste. A Física Quântica, ciência surgida nos meandros do século XX , como tentativa de explicar a natureza naquilo que ela tem de menor: os constituintes básicos da matéria e tudo que possa ter uma dimensão igual ou menor ,é capaz de desmaterializar a matéria e comprovar que há matéria tão quintecenssiada que nossa limitada e acanhada visão não é

capaz de registrar, comprovando que somos muito mais que corpos. O evangelista Mateus registra em suas anotações: “Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas” [2 ].Abertas as cortinas do desconhecido, chegando as informações entre o céu e a terra, achamo-nos em um momento precioso para rever o nosso modus vivendi. Afirma-nos o nobre benfeitor espiritual André Luiz ,que escrevia pela psicografia de Francisco Cândido Xavier,na obra Libertação no capítulo primeiro que : “ sabemos hoje que o espírito humano lida com a razão há, precisamente, quarenta mil anos... Todavia, com o mesmo furioso ímpeto com que o homem de Neandertal aniquilava o companheiro, a golpes de sílex, o homem da atualidade, classificada de gloriosa era das grandes potências, extermina o próprio irmão a tiros de fuzil.”[3 ] A evolução do pensamento humano é um dos mais notáveis acontecimentos do orbe, basta analisarmos a maneira amorosa e cuidadosa que Deus permitiu que fôssemos nos desenvolvendo. Anota a ciência terrestre que o cérebro humano, evoluiu ao longo de milhões de anos. Alguns estudiosos teorizam que estes três cérebros operam como três computadores biológicos interconectados, cada um com sua inteligência especial, sua própria subjetividade, seu próprio senso de tempo e lugar e sua própria memória. Seriam eles o cérebro reptiliano, o cérebro intermediário (onde surge o sistema límbico) e o cérebro racional. O cérebro reptiliano é a parte mais antiga do cérebro. É responsável pelo comportamento

instintivo, ou seja, pelas funções sensório-motoras, pelo controle dos reflexos e das funções automáticas e outras. O cérebro límbico ou cérebro emocional-cognitivo, é responsável pelas emoções e pela memória, trazendo à cena o relacionamento com outros seres. O cérebro racional é fundamental como precursor da fala e do pensamento, capaz de produzir uma linguagem simbólica. É onde acontece o processamento da informação, desempenhando um papel fundamental na memória, na atenção, na percepção consciente, no pensamento, na linguagem e na consciência. Esta máquina perfeita de evolução nos proporciona as emoções e a memória e habilidades evolutivas avançadas, como o intelecto, a imaginação e a criatividade. Além dos três cérebros já mencionados, detectou-se um quarto e último cérebro adicionado pela evolução: a área cortical préfrontal, o maior dos lobos cerebrais e que nos eleva acima dos outros animais. Uma formação recente na evolução das espécies, considerado a sede da

personalidade e da vida intelectiva, modula a energia límbica e possibilita criar comportamentos adaptativos, ao tomar consciência das emoções. Ele é produto e, ao mesmo tempo, produz o amor e o altruísmo, ou seja, o amor por si e pelos demais seres. [ 4 ] Se assim é, podemos dizer em termos do processo evolucionário: o universo evoluiu, em bilhões de anos, até produzir no cérebro, o instrumento que capacita o ser humano perceber a presença de Deus que sempre esta aqui embora não percebível conscientemente. Os cientistas descobriram que temos um “ponto de Deus” no cérebro, uma área nos lobos temporais que nos faz buscar um significado e valores para nossas vidas. A existência deste “ponto Deus” representa uma vantagem evolutiva de nossa espécie homo, freando em nós instintos destrutivos e transformando nossas ações para o bem , fugindo do que é contrário a Lei de amor ,ainda que soframos para cessar esses comportamentos como nos ensina O Convertido de Damasco em sua epístola aos Romanos :Porque não

faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Realizar o bem hoje é o que há de mais racional que nossa espécie pode fazer, expressando nossas matrizes divinas e agindo como verdadeiros filhos de Deus. Conforme nos anota o mestre lionês , na questão 642 de O Livro dos Espíritos “para agradar a Deus e assegurar nossa posição na vida futura não basta não fazer o mal, é preciso fazer o bem no limite de nossas forças,porquanto responderemos por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem.[6 ] Não há mais nenhum véu que nos impede de ver a realidade da vida , como ela é, cheia de possibilidades e de majestosas oportunidades. Referências bibliográficas: [1] Romanos 7:19; [2] Mateus 27. 50-51; [3] XAVIER, Francisco Cândido. Libertação, ditado pelo André Luiz , cap. 01, 15ª edição, Brasília /DF- Ed FEB, 1949; [4] KARDEC, Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB , 2007. Questão 642.

A LIBERDADE COM RESPONSABILIDADE Sonhou o grande poeta português Antero Quental: ”Evolução: Fui rocha em tempo, e fui no mundo antigo / tronco ou ramo na incógnita floresta.../Do granito, antiquíssimo inimigo.../ Rugi, fera talvez, buscando abrigo/ Na caverna que ensombra urze e giesta;/ O monstro primitivo, ergui a testa /Hoje sou homem, e na sombra enorme /Vejo, a meus pés, a escada multiforme, /Que desce, em espirais, da imensidade... /Interrogo o infinito e às vezes choro... /Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro /E aspiro unicamente à liberdade.”. A Doutrina Espírita, em seu aspecto filosófico, analisa com propriedade esse direito em O Livro dos Espíritos, na sua 3ª Parte – Das Leis Morais, no capítulo: A Lei da Liberdade. Esclarece que a liberdade não pode ser exercida de forma absoluta. Allan Kardec formulou a indagação: - Em que condições poderia o homem gozar a liberdade absoluta? A resposta dos Mentores Espirituais foi:

– Nas dos eremitas no deserto. Desde que juntos estejam dois homens, há entre eles direitos recíprocos que lhes cumprem respeitar; não mais, portanto, qualquer deles goza de liberdade absoluta.” (1) A liberdade para ser exercitada de forma cada vez mais ampla depende da fraternidade e da igualdade. Onde houver uma convivência fraterna exteriorizada em amor e respeito, acatando-se o direito do próximo, haverá a prática da justiça e consequentemente haverá a liberdade. Kardec comenta: “ A liberdade pressupõe confiança mútua. Ora, não pode haver confiança entre pessoas dominadas pelo sentimento exclusivista da personalidade. Não podendo cada uma satisfazer-se a si própria senão à custa de outrem, todas estarão constantemente em guarda umas com as outras.Sempre receosas de perderem o que chamam de seus direitos, a dominação constitui a condição mesma da existência de todas, pelo que armarão continuamente ciladas à liberdade

e a coarctarão quando puderem. “ (2) Observamos como é importante desenvolver a liberdade nas formas individual e coletiva, pois ela implica em condição de crescimento dentro da vida. Por outro lado, dois grandes obstáculos impedem o exercício da liberdade: o egoísmo e o orgulho. É necessário combater o egoísmo em nós mesmos e na sociedade em que vivemos. Sem dúvida, é importante para o homem o desenvolvimento de sua capacidade de pensar, pois é através dela que ele poderá conhecer-se e o mundo em que vive. Pelo pensamento o homem desfruta de liberdade ilimitada, o que deverá ajudá-lo nesse conhecimento.

Esse entendimento deve amparar-lhe a ação no sentido de, através da liberdade, desenvolver a fraternidade, a igualdade, a justiça e o amor. A liberdade de consciência é uma característica da civilização em seu mais avançado estágio de progresso. Todavia, é evidente que uma sociedade para manter o equilíbrio, a harmonia e o bem-estar precisa estabelecer normas, lei e regulamentos portadores de sanções. A título de respeitar a liberdade de consciência não vai se admitir a propagação de idéias e doutrinas prejudiciais à sociedade. Nada se lhes deve opor através da violência e da forças, mas através dos princípios de direito. Para o Espiritismo, os meios fazem parte dos fins; não se pode

pretender o amor, a justiça, a liberdade, agindo por meios violentos, odiosos, injustos e coativos. Esse conceito de liberdade deve levar-nos, pois, a ação de implantar o bem na sociedade em vivemos para que o mal gradativamente desapareça. Para isso é preciso atuar conscientemente, com amor e determinação. Bibliografia: (1) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Ed. FEB, questão nº 826. (2) Obras Póstumas, Allan Kardec, Ed. FEB, cap. Liberdade, Igualdade e Fraternidade. (3) O Espiritismo e a Política: contribuições para a evolução do ser e da sociedade, Aylton Paiva,Ed. FEB – Brasília.


Espiritismo para todos

10

Setembro de 2015

CONHEÇA-TE A TI MESMO Este termo da antiguidade está escrito em dois Templos distintos: 1. Templo de Apolo em Delfos, Grécia antiga. Sendo muito utilizado por Sócrates em seus ensinamentos. 2. Templo de Luxor, Egito. A utilização desta frase ou seu sentido também foi incorporado pelo espiritismo através das orientações de Santo Agostinho na questão 919 e subsequentes no Livro dos Espíritos: Questão 919 – Pergunta: Qual é o meio prático e mais eficaz para se melhorar nesta vida, e resistir aos arrastamentos do mal? Resposta: Um sábio da antiguidade vos disse: “Conheça-te a ti mesmo”. Todo o sentido desta frase também foi exposto por Allan Kardec no Capitulo XVII no Livro Evangelho Segundo o Espiritismo, Sede perfeitos, principalmente no item 4, Os Bons espiritas; onde em resumo nos orienta a reforma intima buscando a moral, desapego e clareza mental. Agora para chegarmos a

este entendimento é necessário observarmos os dois aspectos do ser humano, o espiritual e o material. No sentido espiritual vamos recorrer a três passagens dos textos bíblicos: “Vós sois deuses, podeis fazer o que faço e muito mais” (João 10:34). “O espirito de Deus habita em vós” (Paulo em Coríntios 3:16). “O homem é feito a imagem e semelhança de Deus” (Gêneses 1:26-27). O homem na sua ignorância e até arrogância fez o caminho contrário, fez Deus a semelhança do homem. Criamos um deus antropomórfico segundo nosso aspecto físico. Não analisou adequadamente o conteúdo destes ensinamentos com mais cuidado. Deus não é carne, é Espirito Eterno, então nossa semelhança e imagem é em espirito. Desta forma devemos considerar que temos todas as

potencialidades Divinas latentes em nós. O problema é que também somos mente e matéria, e esta parte animalizada ainda é repleta de instintos, que nos levam aos desejos, que nos conduzem aos apegos, que incitam nosso orgulho, vaidade e egoísmo. Conclui-se daí que nossa parte animalizada abafou nossa parte espiritual ou Divina. Então como sair do material para o espiritual? Nos ensinamentos de Jesus há uma passagem que pode nos ajudar, citada em Lucas 6:38, “Dai e dar-se-vosá”. Aqui também nos equivocamos pois na expressão Dai vêm no sentido de Doar. Vamos analisar melhor. O simples Dar se faz por um ato mecânico, até mesmo automatizado. Podemos dar dinheiro, roupas, alimentos; o que já será uma ajuda. Mas se associado a isto, ao olharmos para nosso próximo, questionarmos: Quem é você? Quais as suas reais necessidades? O que te

NOSSO MATERIAL DE LIÇÃO mostrem menos seguros, Seguir o exemplo dos valorosos no dinamismo construtivo e apoiar os tíbios que tropeçam a cada passo da tarefa a desenvolver. Sentir-lhes os percalços, compartir-lhes os regozijos. Recolher a inspiração dos que acertam e amparar os que se transviam. Escutar com atenção os que ensinam e ouvir com paciência os que se desequilibram nos labirintos da necessidade. Estimular as mínimas aspirações que entremostrem no rumo da correção, permanecendo justos para que a fraternidade jamais lisonjeie o mal naqueles que amamos. Saber tocá-los no sentimento, sem converter a sinceridade em censura e sem transformar a bondade em fraqueza, para que não se emaranhem nas armadilhas da ilusão. Entender que sem eles seríamos quais alunos obrigados à freqüência da escola, sem material de lição. Em suma, aceitar o campo da vivência cotidiana como o educandário mais digno em que possamos estagiar, provisoriamente internados pela Paternidade Comum, e do qual não sairemos senão para a repetência das provas, se não tivermos notas de aproveitamento que nos recomendem a equipes superiores. Para isso, guardemos por norma a realização de benefícios generalizados a fim de que a rotina improdutiva não nos detenha à margem, adiando o nosso acesso à verdadeira compreensão.

introspecção para entender que somos a imagem e semelhança em espirito e que para atingir estas potencialidades é preciso se libertar dos apegos e desejos materiais. Se Deus habita em todos nós podemos dizer que amar ao próximo é amar a Deus. Assim independente de quem seja o próximo nele habita o Espirito Eterno, essência Divina. A razão dos nossos sofrimentos e não atingirmos a plenitude de amar ocorre por visualizarmos o material primeiro, com todas as suas imperfeições. Isto gera em nós reações contrarias aos ensinamentos do Cristo: “Amar ao próximo com a ti mesmo”. Com certeza o sábio desconhecido em uma época remota no tempo deixou a chave da libertação dos sofrimentos: “CONHEÇA-TE A TI MESMO”. Alexandre Serafim – Presidente da Associação médico-espirita do Vale do Paraíba.

VÍCIOS

Livro: Estude e Viva - André Luiz & Waldo Vieira

As Diretrizes Divinas não nos reuniram, por acaso, uns com os outros... Criatura alguma conseguirá partilhar o trabalho de várias comunidades ao mesmo tempo, não obstante a pessoa, por seus atos, influir indiretamente no conjunto da Humanidade. Cada um de nós, estejamos encarnados ou desencarnados em serviço na Crosta Terrestre, vive jungido a um grupo de companheiros que constituem laços do pretérito ou instrumentos da hora, junto dos quais somos convidados a educar a vida e o coração para a Existência Maior. Semelhantes sócios de ideal parecer-nos-ão, às vezes, inadequados para nós, mas é preciso considerar que, provavelmente, no conceito que fazem de nós, nos julgarão também impróprios para eles. Forçoso reconhecer que são agora o que são, como somos neste momento o que temos sido até hoje. As Diretrizes Divinas não nos reuniram, por acaso, uns com os outros. Não dispomos de recurso bastante para conhecer circunstanciadamente os propósitos da Justiça Real. Sabemos que nos concede o melhor que sejamos capazes de receber para realizarmos o melhor que possamos fazer na hora que passa. Usemos o amor que o Evangelho nos indica a fim de que se nos reduzam as deficiências recíprocas. Imperioso amá-los quais se nos fossem familiares queridos. Agradecer aos mais virtuosos o conforto com que nos alimentam a alma e auxiliar os que se nos

ocorreu? Do que mais necessitas? Estes questionamentos nos aproximam das reais necessidades de quem assistimos. Passa a despertar em nós a generosidade e a benevolência. Juntamente com elas vêm a paciência e a tolerância, com isto vamos nos tornado mais humanizados. Quanto mais desenvolvemos estes sentimentos mais próximos ficamos da compaixão, e a partir daí cada vez mais próximos da verdadeira caridade. Lembrando que: “Fora da caridade não há salvação” (Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XV). Praticando estes ensinamentos despertamos gradativamente nossa potencialidades Divinas, lembrando também que Francisco de Assis orienta: “É dando que se recebe”, ou seja Doar é uma via de mão dupla, quanto mais doamos mais recebemos. Nos aproximamos mais dos atributos Divinos. É necessário uma grande força de vontade e

O número dos vícios depende do que cada um considere como tal, mas a verdade é que podemos entender que seja tudo o que cada um faz em prejuízo próprio: assim, podemos incluir a irritabilidade, a violência, o pessimismo, a maledicência e assim por diante. A tendência é cada um consolidar hábitos e repeti-los indefinidamente, chegando ao ponto de ter de repensar tudo quando o sofrimento bate à nossa porta, inclusive sob a forma de doença. Quem pretende evoluir espiritualmente deve analisar como anda seu mundo interior e mudar de rumo quando descubra alguma tendência viciosa. De nada adianta tentar enganar-se, pois a consciência avalia cada pensamento e aciona os mecanismos internos da auto premiação ou da auto recriminação. Não podemos dizer que o alcoolismo, a drogadiçao, o tabagismo e outros vícios que a humanidade considera como mais graves realmente o sejam, porque o resultado de qualquer vício é danoso na proporção em

que cada um se apega a ele: assim o maledicente se prejudica imensamente, o pessimista igualmente, o mesmo se dizendo do irritadiço e do violento. Sobretudo, não

devemos apontar os vícios alheios, mas curarmo-nos dos nossos! Irmão José Espiritualidade Maior


Espiritismo para todos

11

Setembro de 2015

TERRORISMO DE NATUREZA MEDIÚNICA, PELO ESPÍRITO VIANNA DE CARVALHO Sutilmente vai-se popularizando uma forma lamentável de revelação mediúnica, valorizando as questões perturbadoras que devem receber tratamento especial, ao invés de divulgação popularesca de caráter apocalíptico. Existe um atavismo no comportamento humano em torno do Deus temor que Jesus desmistificou, demonstrando que o Pai é todo Amor, e que o Espiritismo confirma através das suas excelentes propostas filosóficas e ético-morais, o qual deve ser examinado com imparcialidade. Doutrina fundamentada em fatos, estudada pela razão e lógica, não admite em suas formulações esclarecedoras quaisquer tipos de superstições, que lhe tisnariam a limpidez dos conteúdos relevantes, muito menos ameaças que a imponham pelo temor, como é habitual em outros segmentos religiosos. Durante alguns milênios o medo fez parte da divulgação do Bem, impondo vinganças celestes e desgraças a todos aqueles que discrepassem dos seus postulados, castrando a liberdade de pensamento e submetendo ao tacão da ignorância e do primitivismo cultural as mentes mais lúcidas e avançadas… O Espiritismo é ciência que investiga e somente considera aquilo que pode ser confirmado em laboratório, que tenha caráter de revelação universal, portanto, sempre livre para a aceitação ou não por aqueles que buscam conhecer-lhe os ensinamentos. Igualmente é filosofia que esclarece e jamais apavora, explicando, através da Lei de Causa e Efeito, quem

somos, de onde viemos, para onde vamos, porque sofremos, quais são as razões das penas e das amarguras humanas… De igual maneira, a sua ética-moral é totalmente fundamentada nos ensinamentos de Jesus, conforme Ele os enunciou e os viveu, proporcionando a religiosidade que integra a criatura na ternura do seu Criador, sendo de simples e fácil formulação. Jamais se utiliza das tradições míticas grecoromanas, quais das Parcas, sempre tecendo tragédias para os seres humanos, ou de outras quaisquer remanescentes das religiões ortodoxas decadentes, algumas das quais hoje estão reformuladas na apresentação, mantendo, porém, os mesmos conteúdos ameaçadores. De maneira sistemática e contínua, vêm-se tornando comuns algumas pseudorrevelações alarmantes, substituindo as figuras mitológicas de Satanás, do Diabo, do Inferno, do Purgatório, por Dragões, Organizações demoníacas, regiões punitivas atemorizantes, em detrimento do amor e da misericórdia de Deus que vigem em toda parte. Certamente existem personificações do Mal além das fronteiras físicas, que se comprazem em afligir as criaturas descuidadas, assim como lugares de purificação depois das fronteiras de cinza do corpo somático, todos, no entanto, transitórios, como ensaios para a aprendizagem do Bem e sua fixação nos painéis da mente e do comportamento. O Espiritismo ressuscita a esperança e amplia os horizontes do conhecimento exatamente para facultar ao ser

humano o entendimento a respeito da vida e de como comportar-se dignamente ante as situações dolorosas. As suas revelações objetivam esclarecer as mentes, retirando a névoa da ignorância que ainda permanece impedindo o discernimento de muitas pessoas em torno dos objetivos essenciais da existência carnal. Da mesma forma como não se deve enganar os candidatos ao estudo espírita, a respeito das regiões celestes que os aguardam, desbordando em fantasias infantis, não é correto derrapar nas ameaças em torno de fetiches, magias e soluções miraculosas para os problemas humanos, recorrendo-se ao animismo africanista, de diversos povos e às suas superstições. No passado, em pleno período medieval, as crenças em torno dos fenômenos mediúnicos revestiam-se de místicas e de cerimônias cabalísticas, propondo a libertação dos incautos e perversos das situações perniciosas em que transitavam. O Espiritismo, iluminando as trevas que permanecem dominando incontáveis mentes, desvela o futuro que a todos aguarda, rico de bênçãos e de oportunidades de crescimento intelecto-moral, oferecendo os instrumentos hábeis para o êxito em todos os cometimentos. A sua psicologia é fértil de lições libertadoras dos conflitos que remanescem das existências passadas, de terapêuticas especiais para o enfrentamento com os adversários espirituais que procedem do ontem perturbador, de recursos simples e de fácil aplicação. A simples mudança mental pra melhor proporciona ao indivíduo a conquista do

equilíbrio perdido, facultandolhe a adoção de comportamentos saudáveis que se encontram exarados em O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, verdadeiro tratado de eficiente psicoterapia ao alcance de todos que se interessem pela conquista da saúde integral e da alegria de viver. Após a façanha de haver matado a morte, o conhecimento do Espiritismo faculta a perfeita integração da criatura com a sociedade, vivendo de maneira harmônica em todo momento, onde quer que se encontre, liberada de receios injustificáveis e sintonizada com as bênçãos que defluem da misericórdia divina. A mediunidade, desse modo, a serviço de Jesus, é veículo de luz, de seriedade, dignificando o seu instrumento e enriquecendo de esperança e de felicidade todos aqueles que se lhe acercam. Jamais a mediunidade séria estará a serviço dos Espíritos zombeteiros, levianos, críticos, contumazes de tudo e de todos que não anuem com as suas informações vulgares, devendo tornar-se instrumento de conforto moral e de instrução grave, trabalhando a construção de mulheres e de homens sérios que se fascinem com o Espiritismo e tornem as suas existências úteis e enobrecidas. Esses Espíritos burlões e pseudossábios devem ser esclarecidos e orientados à mudança de comportamento, depois de demonstrado que não lhes obedecemos, nem lhes aceitamos as sugestões

RESGATE DE SI MESMO Existem algumas perguntas fundamentais que você deve se fazer caso você queira encontrar a si mesmo, encontrar sua essência mais profunda. O que te faz levantar todas as manhãs? O que você era quando ainda não haviam dito quem

você era? Onde está aquela pessoa que tinha o cosmos dentro de si? Você passa a vida inteira no piloto automático, só reagindo aos estímulos externos, buscando o prazer e suprindo suas necessidades básicas, ou você olha para si mesmo e tenta desvendar sua

natureza essencial? Onde está aquela pessoa que contemplava o céu, que amava sem medo, que olhava para a vida com inocência, que apreciava o pão de cada manhã, que bebia água e apenas bebia água? Onde você estava quando estava em total silêncio comungando com o infinito há um tempo do qual resta apenas um pequeno fragmento de memória?Onde está sua inocência de olhar para algo e ver apenas esse algo? Onde está a sua alegria de viver, aquela alegria que você sentia como uma chama que ardia em seu interior? Onde está aquela pessoa livre, totalmente livre, que não tinha medo de olhar para a infinidade do céu e sentir a

eternidade do tempo? Para onde você deseja ir em sua vida? Que caminho você quer seguir? No final desse caminho a sua essência mais profunda estará te esperando? Onde está aquela pessoa que ficava refletindo por horas e sentia como se estivesse em

doentias, mentirosas e apavorantes com as histórias infantis sobre as catástrofes que sempre existiram, com as informações sobre o fim do mundo, com as tramas intérminas a que se entregam para seduzir e conduzir os ingênuos que se lhes submetem facilmente… O conhecimento real do Espiritismo é o antídoto para essa onda de revelações atemorizantes, que se espalha como um bafio pestilencial, tentando mesclar-se aos paradigmas espíritas que demonstraram desde o seu surgimento a legitimidade de que são portadores, confirmando o Consolador que Jesus prometeu aos seus discípulos e se materializou na incomparável Doutrina. Ante informações mediúnicas desastrosas ou sublimes, um método eficaz existe para a avaliação correta em torno da sua legitimidade, que é a universalidade do ensino, conforme estabeleceu o preclaro Codificador. Desse modo, utilizando-se da caridade como guia, da oração como instrumento de iluminação e do conhecimento como recurso de libertação, os adeptos sinceros do Espiritismo não se devem deixar influenciar pelo moderno terrorismo de natureza mediúnica, encarregado de amedrontar, quando o objetivo máximo da Doutrina é libertar os seus adeptos, a fim de os tornar felizes. Vianna de Carvalho Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 7 de dezembro de 2009, durante o XVII Congresso Espírita Nacional, em Calpe, Espanha. Em 09.04.2012

Hugo Lapa

contato com o universo inteiro? Qual seu grande objetivo de vida? O que você mais deseja? E onde está você mesmo nisso tudo? Onde você estava quando o ser era mais importante do que o ter? Quem é você no mais íntimo e profundo de você mesmo?


Espiritismo para todos

12

Setembro de 2015

PARAPSICOLOGIA E ESPIRITISMO Etimologicamente, Parapsicologia significa “ao lado da Psicologia”. Este termo foi proposto por Max Dessoir, psicólogo alemão, em 1889. Veio a substituir o termo “metapsíquica”, cunhado por Charles Richet, que significa: “além da psique”. Este termo evoca a existência de um “mais além” espiritual, haja vista a ligação que Richet tinha com o espiritismo, sendo por isso condenado nos meios científicos. O termo Parapsicologia ficou mais em uso após a publicação dos trabalhos do Dr. Rhine, que preferia o seu uso. Em 1930, o psicólogo americano J. B. Rhine, da Universidade de Duke, iniciou uma nova modalidade de pesquisa psíquica, principalmente a telepatia (comunicação mental), a clarividência (visão à distância) e a precognição (captação paranormal de um evento futuro). Usando o método quantitativo e o cálculo estatístico das probabilidades, ele levou à demonstração científica da PES (percepção extra-sensorial). A história do paranormal pode ser dividida em várias fases: a) A proto-história, que vai do passado até Mesmer – relatos históricos, observações empíricas e explicações de caráter mágico ou mitológico; b) A pré-história, que vai de Mesmer a Kardec – interesse sobre as teorias sobre o magnetismo animal enunciado por Mesmer e desenvolvimento

do movimento espírita; c) A história moderna, que vai de Gassner até Goltz – estudos sobre as funções corticais superiores, os reflexos condicionados e suas implicações na hipnose, no comportamento e nas funções paranormais. d) A história contemporânea, que vai de Crooks até Rhine – o desenvolvimento da parapsicologia como ciência experimental e estatística. A Parapsicologia está classificada em quatro categorias: a) Fenômenos parapsíquicos ou psi-gama: relacionados à PES, ou seja ligados à cognição, p.ex.: telepatia, clarividência, precognição etc.; b) Fenômenos parafísicos ou psi-kapa: relacionados à influência paranormal sobre a matéria, p. ex.: levitação, psicocinesia (influência da mente sobre a matéria), aporte (penetração de um objeto num lugar fechado), “poltergeist” etc.; c) Fenômenos parabiológicos: manifestações mistas psi-gama e psi-kapa, p. ex.: biopausia (domínio das funções orgânicas), transfiguração (modificação espontânea dos traços faciais ou das dimensões corporais), paraterapias (curas psíquicas ou mediúnicas variadas) etc. ; d) Fenômenos paratanáticos ou psi-teta: relacionados à pretensa influência de seres desencarnados sobre a matéria (teta psi-kapa) ou fenômenos

subjetivos (teta psi-gama), p. ex.: mediunidade. A Parapsicologia é uma nova tentativa científica para compreender certas manifestações insólitas do psiquismo humano, dando continuidade a pesquisas feitas pela já referida Metapsíquica francesa, e pela Society for Psychical Research inglesa. Como qualquer ciência, ela é neutra e não tem por objetivo dar subsídios para apoiar qualquer religião ou filosofia, mas sim, procurar reunir informações que levem à comprovação dos fenômenos paranormais. Ela não pode, no momento, comprovar ou contradizer os postulados básicos da doutrina espírita, no entanto, os estudos iniciados por Kardec fazem parte da pré-história da Parapsicologia. No “Livro dos Médiuns” não só estão descritos os fenômenos mediúnicos, bem como muitos dos fenômenos atualmente estudados pela Parapsicologia. Jorgemuitos Hessen No Brasil, espíritas são parapsicólogos, mostrando desta forma que o espiritismo tem uma certa proximidade com a Parapsicologia e, quem sabe, não é esta proximidade que dará um novo impulso para a confirmação de determinados fenômenos psíquicos? Mas ainda há muitos grupos de parapsicólogos antiespiríticos e materialistas, para os quais o espiritismo não é nada mais que interpretações apressadas de fenômenos desconhecidos, donde se conclui que na Parapsicologia hoje há dois grupos distintos: o dos

materialistas e o dos espiritualistas. O espiritismo quando olha para a Parapsicologia, não é de uma posição subalterna, pois tendo ao seu lado uma forte razão e uma filosofia ética e moral evoluídas, pode encarar sem medo as pretensões materialistas deste saber, com confiança de que faz parte do futuro da humanidade. E

TRISTE E FELIZ Aos 10 anos eu ficava triste porque queria ter um carrinho de controle remoto e não tinha. Aos 15 anos eu ficava triste porque queria aprender logo a dirigir e ainda não tinha idade para ter um carro. Aos 20 anos eu ficava triste porque queria sair com uma garota linda da faculdade, e ela não estava interessada em mim. Aos 30 anos eu ficava triste porque queria subir de cargo na empresa em que eu trabalhava e não conseguia. Aos 40 anos eu ficava triste por não ter acumulado a fortuna que eu esperava juntar até essa idade.

Aos 50 anos eu ficava triste porque queria continuar no meu casamento, mas minha esposa terminou comigo e fiquei sozinho. Aos 60 anos eu ficava triste porque queria me aposentar logo, para poder relaxar e viver minha aposentadoria. Aos 70 anos eu ficava triste porque queria sair para passear, mas meu problema de circulação me impedia de caminhar por conta da idade avançada. Finalmente… aos 80 anos, mais uma vez eu fiquei triste por ter passado a vida inteira triste por tudo o que eu não possuía ou não havia

conquistado, ao invés de ser feliz por tudo o que eu já tinha e tudo o que eu era. Aos 90 anos, após muita reflexão, revendo toda a minha história, pela primeira vez na vida eu fiquei verdadeiramente feliz, mesmo tendo passado quase toda a vida triste, pois agora eu estava feliz com o que eu era,

ao invés de ficar infeliz pelo que me faltava. Agora eu sou feliz independente do que tenho, sou feliz essencialmente pelo que eu sou. Não espere até o final de sua vida para fazer essa descoberta. O que vale de verdade não é o que você tem, mas o que você é.

lembrando as sábias palavras de Herculano Pires: “Não importa que a Parapsicologia rejeite o espiritismo e até mesmo o despreze, o que importa é que ela prossiga nas suas investigações, pois estas a levarão fatalmente ao reconhecimento da realidade espiritual” . Por: Jorge Cordeiro


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.