Jornal espiritismo para todos julho de 2015

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ANO 02

Nº 15

Taubaté / SP

Julho de 2015

UM OBSESSOR NO CENTRO ESPÍRITA Na verdade, todos nós precisamos de ajuda, todos somos sofredores em maior ou menor grau. E orientar o outro a praticar aquilo que nós mesmos não realizamos em nossa vida é, nada mais nada menos, do que hipocrisia. É da hipocrisia que o ser humano precisa se libertar… Ensinar aquilo que pratica, ou apenas praticar, sem precisar orientar os outros a fazer aquilo que nós mesmos não fazemos. Pág.02

LEONARDO MARMO

Pág.03 SINDROME DE DOWN NA VISÃO ESPÍRITA Pág.04

INFECÇÕES FLUÍDICAS Pág.04

O UMBRAL Pág.05

QUANDO A DOENÇA CHEGAR

Pág.06

O AMOR A SI MESMO

Pág.07

JORGE HEISSEN Pág.11

DIVALDO PEREIRA FRANCO

Pág.12


Espiritismo para todos

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Julho de 2015

UM OBSESSOR NO CENTRO ESPÍRITA Num centro espírita famoso e muito frequentado, senhor Raimundo estava iniciando os trabalhos de desobsessão. Seu Raimundo, como bom doutrinador espírita há mais de 30 anos, fez uma prece de abertura e pediu a Jesus que ajudasse a libertar todos os irmãos que viessem a sala de desobsessão do sofrimento que atravessavam. Raimundo viu o médium incorporar um espírito que dizia estar no umbral, sofrendo muito por conta da raiva e mágoa que sentia de um desafeto. Senhor Raimundo iniciou então os procedimentos da desobsessão clássica e disse que o espírito deveria perdoar o desafeto, pois a lei do amor é a nossa salvação. O espírito incorporado, com olhar penetrante, disse: – E porque devo confiar em você? – Ora meu irmãozinho – disse Seu Raimundo – Estamos aqui num centro espírita, onde os ensinamentos de Jesus são praticados. Nós aqui ajudamos todos os espíritos sofredores e necessitados. – E você também ajuda a si mesmo, ou só pensa em ajudar os outros? Perguntou o espírito. Seu Raimundo ficou surpreso com pergunta, mas como doutrinador experiente sabia que não podia cair nas artimanhas dos obsessores, e disse: – Irmão… não estamos aqui para falar de mim. Você está no umbral e precisa de ajuda. Você não quer sair do umbral? – Sim, eu quero. – disse o obsessor – Eu só fico me perguntando como existem tantas pessoas vivendo no nível

ou no estado umbralino e não percebem, mesmo estando encarnados. Pois afinal, como o senhor mesmo ensina em suas palestras aqui no centro, o umbral é um estado de consciência e não um lugar ou espaço físico. Alguns espíritos vivem no umbral porque não conseguem se desprender da raiva e mágoa que sentem de um desafeto. Mas o senhor, seu Raimundo, perdoa todas as pessoas? Não sente também raiva e mágoa de alguém? Senhor Raimundo estava ficando irritado com o obsessor. Estava pensando numa resposta, mas o espírito completou: – Não é verdade que o senhor também sente raiva e mágoa da sua ex-esposa, que te traiu com um dos seus amigos há aproximadamente 10 anos? Não é verdade que até hoje você não consegue perdoa-los? Senhor Raimundo ficou assustado com aquelas colocações. “Como o espírito poderia saber disso?” pensou. Começou a sentir raiva do obsessor, e não muito confiante, disse: – Não vou entrar na sua cilada. Você como obsessor experiente deve atacar as pessoas em seus pontos fracos. Portanto, saiba que… – Eu sou um obsessor, senhor Raimundo? – perguntou o espírito interrompendo seu Raimundo. – Eu me pergunto se todos nós não somos um pouco obsessores das pessoas que dizemos amar, mas que no fundo as tentamos controlar e ganhar seu afeto a força. Não é verdade que você tem sido quase um obsessor da sua filha

adolescente? Quantas vezes por dia você liga pra ela perguntando onde ela está? Quantas vezes você proibiu os namoros dela? Quantas vezes você tolheu a liberdade da sua menina por conta dos próprios medos e incertezas que guarda em seu íntimo? Você pode estar sendo um grande obsessor encarnado dela e nem perceber… Seu Raimundo ficou atônito com aquelas revelações. Aquele espírito parecia saber tudo a seu respeito, e estava ali desnudando seus defeitos um a um. Seu Raimundo ainda não queria dar o braço a torcer e ficou com mais raiva. Resolveu fazer uma oração, dizendo: – Senhor Jesus, peço que sua equipe conduza esse irmãozinho perturbado a um local de tratamento no plano espiritual. O espírito disse: – Por que me chamas de irmãozinho, se nesse momento você quer, na verdade, pular no meu pescoço? De que adianta fazer uma oração a Jesus com toda essa raiva que quase transborda de você? Não, Jesus não vai te atender nesse momento… Você precisa, Seu Raimundo, parar de fugir dos seus problemas e emoções, olhar para as impurezas do seu ser, e parar de achar que é o outro sempre o sofredor e você é o “salvador”. Na verdade, todos nós precisamos de ajuda, todos somos sofredores em maior ou menor grau. E orientar o outro a praticar aquilo que nós mesmos não realizamos em nossa vida é, nada mais nada menos, do que hipocrisia. É da hipocrisia que o ser humano precisa se libertar… Ensinar aquilo que pratica, ou

apenas praticar, sem precisar orientar os outros a fazer aquilo que nós mesmos não fazemos. Quando se vive a vida espiritual, nem precisamos ficar ensinando-a a outros, nossos atos já demonstram os princípios que desejamos transmitir… Seu Raimundo sentiu uma imensa vontade de chorar e desabou em prantos… O espírito incorporado veio falar com ele. Colocou as mãos em seu ombro e disse: – Calma meu irmão. Você precisava dessa terapia de choque para poder enxergar a si mesmo e parar de ver os defeitos apenas nos outros. Precisava também parar de se ver como o “salvador” e os outros como “sofredores”, pois isso nada mais é do que uma forma de orgulho e soberba; é uma forma de se sentir superior e de ver os outros como inferiores. Chore, coloque tudo isso que você sente para fora, faça uma revisão desses pontos que eu te apresentei, e a partir de agora você poderá se tornar um verdadeiro ser humano, renovado, e pronto para ajudar

ao próximo, realizando a verdadeira caridade… E dessa vez, sem hipocrisia. Seu Raimundo, após alguns minutos de choro intenso, olhou para o espírito e perguntou: – Quem é você? O espírito olhou para seu Raimundo com todo o amor e carinho e disse: – Meu filho, você não pediu a Jesus, em sua prece de abertura dos trabalhos, que libertasse os espíritos dessa sala do sofrimento? Então meu filho, Jesus me pediu que viesse aqui e mostrasse tudo isso a você, para que você pudesse ver a si mesmo, saísse do “umbral” de sua mente, e se libertasse de tudo aquilo que te causa sofrimento. Sou um enviado de Jesus, e a partir de agora, você será um novo homem… Seu Raimundo chorou ainda mais. Agradeceu imensamente a Deus e a Jesus aquela sagrada lição de autoconhecimento… Depois desse episódio, tornouse uma pessoa muito melhor… Hugo Lapa

MEDIUNIDADE NOSSA DE TODOS OS DIAS O fenômeno é dos mais antigos. Recuando no tempo, encontramos registros em um dos livros primeiros da Humanidade, a Bíblia. No versículo segundo, do capítulo primeiro do livro de Gênesis, se lê: As trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus movia-Se sobre as águas. O homem pressentia a presença do Criador. O que quer dizer, o homem registra, desde sempre, o Mundo além da esfera física. O Mundo dos seres espirituais.

EXPEDIENTE Diretoria: ACAM Colaboradores: • Diversos Editoração Eletrônica: Antonio C. Almeida Marcondes Tel.: (12) 3011-1013 e-mail: acam0000@ig.com.br O Jornal não se responsabiliza por matérias assinadas

Paulo de Tarso, dando-se conta dessa percepção especial do ser humano a denominou dom. E a respeito se estendeu em sua Epístola aos Coríntios, descrevendo as suas variedades. Enquanto na Terra, o Homem de Nazaré deu provas múltiplas da interrelação entre ambos os Mundos, físico e o espiritual. Falou aos Espíritos atormentados e que se chamavam Legião, na cidade de Gadara; aos que agrediam o jovem que Lhe é trazido para ser curado. Senhor dos Espíritos – assim O denominaram por descobrirem que os Espíritos Lhe obedeciam. Seria somente no século XIX, no entanto, que este dom seria amplamente estudado e decodificado, pelo sábio Allan Kardec. E ele lhe deu nome específico: mediunidade. A capacidade de ser intermediário entre um mundo e

outro, entre uma e outra dimensão. Médium, ou intermediário. Ainda hoje bastante incompreendida, é a mediunidade, contudo, uma faculdade inerente ao ser humano. Dela quase todos os homens têm resquícios. Alguns mais, outros menos. Mas, quem já não teve a impressão de ter alguém, incorpóreo, ao seu lado, velando por si, em horas dolorosas? Quem já não se referiu à interferência de seres angélicos em momentos de grande dificuldade? Quem não entregou o filho que parte para terras distantes aos cuidados de um ser que chama anjo de guarda, anjo guardião, protetor, orientador? Quem já não ouviu o sussurrar de vozes imperceptíveis, no interior de si mesmo? Dificilmente se encontrará alguém que disso tudo não

tenha um mínimo registro, senão por si mesmo, por alguém de sua família. Isso tudo nos diz que o Mundo Espiritual se faz presente de forma constante no Mundo físico. Pode-se dizer que há uma interpenetração de um e outro. Movemo-nos na esfera física. Nossos atos e pensamentos repercutem na esfera espiritual. Ninguém segue só. Como dizia o Apóstolo Paulo: Estamos rodeados por uma nuvem de testemunhas. Sombras, Espíritos, guias.

Não importa como os chamemos, eles são realidade. E silenciosamente velam por nós. Discretamente nos orientam. Sutilmente nos vão dando notas de que têm sobre nós seus atentos olhares. Quando estiver a ponto de desanimar por se acreditar só, abandonado, pense que alguém, da Espiritualidade, guarda a sua vida e vela por você. Você pode não crer. Mas não importa. Mesmo assim, os que o amam estão com você. Redação do Momento Espírita.


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O ESPIRITISMO E A LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA Luz do Espiritismo

A questão 837 de o Livro dos Espíritos (Qual o resultado dos obstáculos postos à liberdade de consciência?) traznos como resposta: Constranger os homens a agir do modo diferente do que pensam, torná-los hipócritas. A liberdade de consciência é uma das características da verdadeira civilização e do progresso. Isso nos leva a entender que o ser humano se torna tão evoluído moral e intelectualmente à medida que aceita as diferenças e, em especial, a liberdade de consciência. Uma outra forma de liberdade que a Doutrina nos permite exercer é a liberdade religiosa, o fato de sermos adeptos do Espiritismo não nos impede de frequentar qualquer outra religião ou fazer o que queiramos fazer. A liberdade de ação está por isso muito explícita, no Espiritismo não há regulamentações de caráter exterior nem de votos de obrigação religiosa. O Espírita não precisa falar, vestir, comer ou pensar de um mesmo jeito, aliás, estas são ações que se relacionam com a cultura, preferência e educação de cada um. Da mesma forma, o espírita respeita toda e qualquer ação de natureza religiosa, exceto é claro aquelas que de uma forma ou de outra venham a ferir física ou emocionalmente quem quer que seja dada a sua escolha religiosa. Isso nos leva a refletir sobre o ocorrido dia desses com uma menina seguidora do

Candomblé, agredida com pedradas por evangélicos contrários à sua postura. A menina foi agredida por um grupo de evangélicos. Os fiéis arremessaram pedras e xingaram ao identificar, por meio das roupas brancas das vítimas, que eram adeptos do candomblé. A família da garota está empenhada em fazer da agressão um símbolo contra o preconceito. No domingo (21), adeptos das religiões organizam uma passeata na Vila da Penha, às 10h, bairro onde a menina e adeptos do candomblé foram atacados. Apesar de o Rio de Janeiro ter a maior proporção de praticantes de religiões afrobrasileiras (1,61%), segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas, com base no Censo 2010, o estado também liderou as denúncias de discriminação religiosa em 2014, como mostra levantamento da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH). Foram 39 ligações para o Disque 100 denunciando a intolerância. São Paulo, em segundo lugar no ranking, contabilizou 29 casos. A professora aposentada da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Denise Fonseca, que coordenou pesquisa sobre templos de religiões de matriz africana, acredita que por trás das agressões aos praticantes de religiões como o candomblé e a umbanda está a necessidade de religiões neopentecostais criarem um inimigo a ser combatido, para depois cooptar fiéis. “Há um projeto de

aliciamento de pessoas em estado de vulnerabilidade emocional ou material [por neopentecostais]”, disse. “Ao satanizar e trazer para dentro de suas igrejas, oferecendo o que chamam de libertação nada mais estão fazendo do que roubando adeptos”, destacou a professora. Na pesquisa, entre 2008 e 2011, foram mapeados 900 templos religiosos de matriz africana no Rio e 450 queixas de intolerância. “São casos que começam com agressões verbais – filha do demônio e vai para o inferno, ou seja, uma satanização – e passam por agressões às casas religiosas, com pichações e depredações e até agressões físicas”, afirmou Denise Fonseca. A liberdade de pensamento, como a de agir, constitui atributos essenciais do espírito, outorgados por Deus ao criá-lo. A liberdade de pensar é sempre limitada, porquanto ninguém pode domar o pensamento alheio, aprisionando-o; assim ensinam os espíritos ao responderem a questão 833 de “O Livro dos Espíritos”, esclarecendo que “no pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois que não há como pôr lhe peias; pode-se lhe deter o voo, porém não aniquilá-lo”. Quando muito, ainda pela inferioridade e imperfeição de nossa civilização, tenta-se conter a manifestação exterior do pensamento, ou seja, a liberdade de expressão. Se há algo que escapa a qualquer opressão é a liberdade de pensamento. Somente por ela pode o homem gozar de liberdade absoluta. Ninguém

consegue aprisionar o pensamento de outrem, embora possa entrava-lhe a liberdade de exprimi-lo. Pela ação da lei do progresso, a liberdade, em todas as suas modalidades, evolui, especialmente a liberdade de expressar o pensamento, pois atualmente já não vivemos na época do crer ou morrer, como acontecia nos tempos da Inquisição ou Santo Oficio. Na verdade, de século para século, menos dificuldade encontra o homem para pensar sem peias e, a cada geração que surge, mais amplas se tornam as garantias individuais no que tange à inviolabilidade do foro íntimo. Evidencia-se bem distinta a liberdade de pensar e de agir,

pois enquanto a primeira se exerce com maior amplidão, sem barreiras, a última padece de extensas e profundas limitações. O limite de nossa liberdade está, portanto, determinado onde começa a do próximo. Em todas as relações sociais, em nossas relações com os nossos semelhantes, é preciso nos lembremos constantemente disto: Os homens são viajantes em marcha, ocupando pontos diversos na escala da evolução pela qual todos subimos. Por conseguinte, nada devemos exigir, nada devemos esperar deles, que não esteja em relação com seu grau de adiantamento.

OBSESSÃO E OBSEDIADOS E O EVANGELHO NO LAR TODOS OS DIAS! Certa vez, Chico sugeriu que o célebre médico e autor espírita fizesse Evangelho no Lar todos os dias da semana. Ao contrário da recomendação usual das casas espíritas de uma reunião semanal, Chico Xavier recomendou 10 minutos de Evangelho no Lar, em seis dias da semana, e uma reunião semanal de 30 minutos, de modo que fossem desenvolvidas reuniões evangélicas todos os dias. Esse procedimento, segundo Chico, fortaleceria a proteção espiritual da casa, pois aumentaria a chamada “barreira fluídica” ao redor do lar de Elias Barbosa. Tal medida era fundamental para o bem-estar espiritual da família do médico, pois em seu consultório psiquiátrico ele estava obtendo sucesso em determinados tratamentos, apoiado pelo conhecimento espírita, uma vez que conseguia identificar vários casos em que o problema principal era o fenômeno obsessivo. Obviamente, isso estaria irritando grande número

de obsessores, que passavam a encontrar mais dificuldades para manter o conúbio mental com seus parceiros encarnados. Consequentemente, muitos obsessores passaram a perseguir o novo “rival”, no caso, o Dr. Elias Barbosa, seguindo-o até a sua casa para perturbar espiritualmente Dr. Elias e seus familiares. O fortalecimento da proteção espiritual, bastante conhecida das obras de André Luiz, como, por exemplo, “Os Mensageiros” e “Missionários da Luz”, impediria a entrada dessas entidades na casa de Elias Barbosa. O hábito da prece e da leitura/estudo evangélicodoutrinário deve ser sempre estimulado. A leitura de mensagens positivas do ponto de vista espiritual pode ser feita, inclusive, através de livros de bolso, os quais são uma interessante alternativa no diaa-dia corrido dos tempos atuais. Mensagens que podem ser levadas a quaisquer lugares e

lidas em intervalos de tempo reduzidos são opções interessantes para mantermos hábitos saudáveis para a nossa vida mental, os quais são decisivos para a manutenção de nossa saúde espiritual, sobretudo em períodos difíceis da vida física, nos quais enfrentamos situações estressantes e exigentes emocionalmente. Assim como devemos cuidar da higiene do corpo todos os dias, nós também devemos cuidar da nossa “higiene espiritual” diariamente. De fato, sem um mínimo fornecimento de um “alimento espiritual saudável” à nossa mente, dificilmente manteremos

um equilíbrio espiritual razoável para desenvolvermos adequadamente nossas atividades, sem corrermos o risco de adquirir graves perturbações mentais. “O Espírito não entra em um corpo, como entras numa casa. Identifica-se com um Espírito encarnado, cujos defeitos e qualidades sejam os mesmos que o seu, a fim de obrar conjuntamente com ele. Mas o encarnado é sempre quem atua, conforme quer, sobre a matéria da qual se acha revestido....”. “Mas, é preciso saibas que essa dominação (obsessiva) não se efetua nunca sem que aquele que a sofre o consinta, quer por sua fraqueza, quer por desejá-Ia

(...)”. É interessante mencionar, a título de ilustração, a recomendação que Chico Xavier forneceu ao Doutor Elias Barbosa. (O Livro dos Espíritos, Questões 473 e 474). Leonardo Marmo


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INFECÇÕES FLUÍDICAS (Os Nossos Vícios) “Da mesma maneira como existem infecções orgânicas, acontecem também as fluídicas. Muitos desencarnados, movidos por vingança, empolgam a imaginação dos adversários encarnados, com formas mentais monstruosas, classificadas pelos instrutores como “infecções fluídicas”, com grande poder destruidor, podendo levar até à loucura. (...) É possível compreender, as...sim, os casos de possessos, relatados nos Evangelhos, que se curaram de doenças físicas ou de profunda deterioração mental, quando os Espíritos inferiores, que os subjugavam, foram retirados pela ação curadora de nosso mestre Jesus ou dos apóstolos. Mas não podemos nos esquecer que os encarnados também produzem larvas mentais, que são vampirizadas pelos desencarnados. Como vemos, na estrada do psiquismo, sempre existe dupla mão. (...) Em *Missionários da Luz*, André Luiz continua os seus estudos sobre as larvas mentais. Observou que não têm forma esférica, nem são do tipo bastonetes como as bactérias biológicas, entretanto, formam colônias densas e terríveis. Em uma sessão, pôde examinar um rapaz, candidato ao desenvolvimento mediúnico em um centro espírita, constatando a presença de aluviões de corpúsculos negros, possuídos de espantosa mobilidade, que se deslocavam, desde a bexiga urinária, passando ao longo do

cordão espermático e formando colônias compactas nas vesículas seminais, na próstata, na uretra, e invadindo os canais seminíferos, para, finalmente, lutar contra as células sexuais, aniquilando-as .Alexandre designou-os de *bacilos psíquicos da tortura sexual*, explicando que o rapaz os tem cultivado pela falta de domínio das emoções próprias, através de experiências sexuais variadas, e, também, pelo contato com entidades grosseiras, que se afinam com as predileções dele. Essas companhias espirituais o visitam com frequência, como imperceptíveis vampiros. (...) André analisou também outra candidata ao desenvolvimento da mediunidade. Em grande zona do ventre dessa senhora, observou muitos parasitos conhecidos do campo orgânico, mas lá estavam também outros como se fossem lesmas voracíssimas, que se agrupavam em colônias, desde os músculos e fibras do estômago até a válvula íleocecal. Semelhantes parasitos atacavam os sucos nutritivos, com assombroso potencial de destruição. Alexandre diagnosticou: - Temos aqui uma pobre amiga desviada nos excessos de alimentação (...) descuidada de si mesmo, caiu na glutonaria crassa, tornando-se presa de seres de baixa condição. Um outro pretendente a médium, sob o exame de André

Luiz, apresentava o aparelho gastrintestinal ensopado em aguardente, do esôfago ao bolo fecal. (...) Alexandre ressaltou que ninguém quer fazer do mundo terrestre um cemitério de tristeza e desolação. Atender a santificada missão do sexo, no seu plano respeitável, usar um aperitivo comum, fazer a boa refeição, de modo algum significa desvios espirituais; no entanto, os excessos representam desperdícios lamentáveis de força, os quais retêm a alma nos círculos inferiores. E concluiu o mentor: Não

se pode cogitar de mediunidade construtiva, sem o equilíbrio construtivo dos aprendizes, na sublime ciência do bem-viver. O médico desencarnado desejou saber mais sobre os “bacilos mentais” que o benfeitor denominava larvas. Nascem da onde, qual a fonte? Alexandre explicou que elas se originam da patogênese da alma: A cólera, a intemperança, os desvios do sexo, as viciações de vários matizes, formam criações inferiores que afetam profundamente a vida íntima. As ações produzem efeitos, os sentimentos geram

criações, os pensamentos dão origem a formas e consequências de infinitas expressões. Assim, a cólera, a desesperação, o ódio e o vício oferecem campo a perigosos gérmens psíquicos na esfera da alma. E, qual acontece no terreno das enfermidades do corpo, o contágio aqui é fato consumado, desde que a imprevidência ou a necessidade de luta estabeleçam ambiente propício, entre companheiros do mesmo nível.” Da obra *A Obsessão e suas Máscaras*, de Marlene R. S. Nobre, p. 71-75.

A SINDROME DE DOWN NA VISÃO ESPÍRITA A SINDROME DE DOWN NA Paulo de Tarso, o extraordinário “Apóstolo dos Gentios”, em excelsa inspiração escreveu aos Gálatas (6:8) afirmando que se o homem semeia na carne, na carne expiará (ceifará a corrupção). Para quem tem “olhos de ver e ouvidos de ouvir”, não interpretando a Escritura segundo a letra que mata mas segundo o espírito que vivifica, o apóstolo aponta para a necessidade do espírito humano, que haja cometido algum delito contra alguém ou praticado equívocos de conduta numa existência, em corrigir tal situação em existência posterior. Precisando dessa correção para alívio da própria consciência traumatizada pelo erro, vivencia a experiência da doença ou das deficiências físicas ou mentais. As leis divinas pois, não nos castigam mas nos auxiliam a retomar o caminho evolutivo normal. É o que ocorre com os espíritos que precisam da deficiência denominada Síndrome de Down, pela qual resgatam algum problema do passado. O próprio Jesus, referindose a nossa inclusão nos mundos

expiatórios afirmou que “…dali não sairíamos enquanto não pagássemos até o último ceitil”, referendando igualmente a necessidade evolutiva do Espírito humano. Nossas aflições no entanto podem advir não só de vidas anteriores como também desta mesma vida, como resultado de nossa imprevidência na atual existência. A Síndrome de Down, é uma dessas situações ligadas a problemas de vidas anteriores. Normalmente, cada uma das nossas células possui 46 cromossomos, que são iguais, dois a dois. A causa da Síndrome de Down no corpo físico, resulta daquilo que os cientistas chamam de “acidente genético”, devido á presença de um cromossomo 21 a mais nas células. É chamada de trissomia do cromossomo 21, erro que, segundo a Medicina, não está no controle de ninguém. Esse “acidente genético” que acarreta a Síndrome de Down ocorre em uma para cada 500 crianças nascidas, caracterizando-se por deficiência mental e anomalias no desenvolvimento ósseo e de

vários órgãos internos, em 95% dos casos. Os demais casos também são explicados pela Ciência Médica, mas sempre do ponto de vista materialista ou físico. Evidentemente o Espiritismo concorda com as informações das pesquisas médicas, obtidas no árduo e sério trabalho investigativo do homem na busca da etiologia das doenças. O que a Ciência Espírita no entanto acrescenta é que o acaso não existe pois não há erro ou injustiça segundo a Doutrina Espírita. Aquele “acidente genético” ocorre na realidade pela presença do espírito, que tem alguma “conta” a acertar com a Justiça Divina e que se liga á célula ovo ou zigoto no momento em que esta se constitui na fecundação humana. Esse espírito tem um campo energético próprio, agindo não somente na atração dos gametas sexuais, como também na intimidade do zigoto, em plena elaboração do ser embrionário. Essa tese é espírita e é absolutamente racional como hipótese científica. A ciência materialista

dita oficial, evidentemente, ainda não aceita tal tese, já que não investigou o espírito. Aos poucos no entanto vai chegar lá como já chegaram inúmeros pesquisadores e estudiosos das causas atuais e anteriores das doenças e deficiências que acodem á espécie humana. O novo paradigma da Medicina, em futuro bem próximo, tenho certeza, é aquele que admitirá, em bases científicas, a existência do espírito, como principal componente do homem integral, ou seja, do ser cósmico criado por Deus. Agora mesmo, cientistas da Universidade do Texas, E.U., bem como do Instituto Weizmann de Israel, proclamam que óvulos se comunicam com espermatozóides, enviandolhes sinais para guiá-los até às trompas de Falópio, tornando possível a fecundação, acreditando os pesquisadores que o sinal emitido pelo óvulo é um componente do líquido que o circunda. Sem serem espíritas, confirmam a tese espírita de que todo efeito inteligente tem sempre uma causa também inteligente, podendo-se deduzir que pode

estar ali o espírito reencarnante, ligado vibratóriamente á sua futura mãe, exercendo ação sobre o óvulo, atraindo depois o espermatozóide que lhe é afim por estar com ele sintonizado energeticamente, dentro da faixa evolutiva em que se encontra. Isso não é história não. São dados de pesquisas recentes do Dr Américo Domingues Nunes Filho, presidente da Associação Médico-Espírita do Rio de Janeiro. De qualquer forma, precisamos respeitar e amar o deficiente, seja qual for a lesão de que seja portador. A compreensão da Lei Divina da Reencarnação nos inspira nesse sentido. Ciro Francisco Amantéa


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O UMBRAL Localiza-se em um universo paralelo que ocupa um espaço invisível aos nossos sentidos que vai do solo terrestre até a algumas dezenas de metros de altura na nossa atmosfera. É descrito por quem já esteve lá como sendo um ambiente depressivo, angustiante, de vegetação feia, ambientes sujos, fedorentos, de clima e ar pesado e sufocante. Para alguns espíritos é uma região terrível e horripilante. Para outros é o local onde optaram viver. A vegetação vária de acordo com a região do Umbral. Muitas vezes constituída por pouca variedade de plantas. As árvores são normalmente de baixa estatura, com troncos grossos e retorcidos, de pouca folhagem. Existem também áreas desertas, locais rochosos, e lugares de vegetação rasteira composta de ervas e capim. É possível encontrar alguns tipos de animais e aves desprovidos de beleza. No Umbral se encontram montanhas, vales, rios, grutas, cavernas, penhascos, planícies, regiões de pântano e todas as formas que podem ser encontradas na Terra. Como os espíritos sempre se agrupam por afinidade (igual a todos nós aqui na Terra), ou seja, se unem de acordo com seu nível vibracional, existem inúmeras cidades habitadas por espíritos semelhantes. Algumas cidades se apresentam mais organizadas e limpas do que outras. Todas possuem espíritos lideres que são chamados de diversos nomes: chefes, governadores, mestres, presidentes, imperadores, reis, etc. São espíritos inteligentes mas que usam sua inteligência para a prática consciente do mal. São estudiosos de magia, conhecem muito bem a natureza e adoram o poder, quase sempre odeiam o bem e os bons que podem por em risco sua posição de liderança. Há grupos de pessoas nas cidades que trabalham para os chefes. Acreditam ter liberdade e muitas vezes gostam de servirem seu chefe na ansiedade pelo poder e status. Consideram-se livres, mas na verdade não o são, ao menor erro ou na tentativa de fugir são duramente punidos. Existem os espíritos escravos que vivem nas cidades

realizando trabalho e mantendo sua estrutura sem receberem nada em troca além da possibilidade de lá morarem. São duramente castigados quando desobedecem e vivem cercados pelo medo imposto pelo chefe da cidade. As cidades possuem construções semelhantes as que encontramos nas cidades da Terra. As maiores construções são de propriedade do chefe e de seus protegidos. Sempre existem locais grandiosos para festas, e local para realização de julgamentos dos que lá habitam. Em cada cidade existem leis diferentes especificadas pelos seus lideres. Lá também encontramos bibliotecas recheadas de livros dedicados a tudo que de mal e negativo possa existir. Muitos livros e revistas publicados na Terra são encontrado lá, principalmente os de conteúdo pornográfico. Pode-se se perguntar. Porque é permitido que existam estes chefes e desta estrutura negativa de tanto sofrimento? Deus nos permite tudo, ele nos deu o livre arbítrio. O homem tem total liberdade para fazer tudo de ruim ou tudo de bom. Quando faz ou constrói algo de ruim acaba se prejudicando com isso e aos poucos, com o passar de anos ou de séculos vai aprendendo que o único caminho para a libertação do sofrimento e da felicidade plena é a prática do bem. A vida na Terra e no Umbral funcionam como grandes escolas onde aprendemos no amor ou na dor. Ninguém vai para o UMBRAL por castigo. A pessoa vai para o lugar que melhor se adapta a sua vibração espiritual. Quando deseja melhorar existe quem ajude. Quando não deseja melhorar fica no lugar em que escolheu. Todos que sofrem no Umbral um dia são resgatados por espíritos do bem e levados para tratamento para que melhorem e possam viver em planos de vibrações superiores. Existem muitos que ficam no Umbral por livre e espontânea vontade se aproveitando do poder e dos benefícios que acreditam ter em seus mundos. Além das cidades encontramos o que é chamado de Núcleos. Não constitui uma cidade organizada como conhecemos, mas se trata de um agrupamento de espíritos semelhantes. Os grupamentos

Ninguém vai para o UMBRAL por castigo. A pessoa vai para o lugar que melhor se adapta a sua vibração espiritual. maiores e mais conhecidos são os dos suicidas. Estes núcleos são encontrados nas regiões montanhosas, nos abismos e vales. Por serem espíritos perturbados são considerados inúteis pelos habitantes do Umbral e por isto não são aceitos e nem levados para as cidades em volta. Os vales dos suicidas são muito visitados por espíritos bons e ruins. Os bons tentam resgatar aqueles que desejam sair dali por terem se arrependido com sinceridade do que fizeram. Os espíritos ruins fazem suas visitas para se divertirem, para zombarem ou para maltratarem inimigos que lá se encontram em desespero. Não é difícil imaginar um local com centenas de milhares de pessoas que cometeram suicídio, todas ali unidas, sem entender o que está acontecendo já que não estão mortas como desejariam estar. Existem os núcleos de drogados onde também existem pequenas cidades. Existem algumas poucas cidades de drogados de porte grande no Umbral. Realizam-se grandes festas e são cidades movimentadas. Existem relatos psicografados sobre uma região de drogados chamada de Vale das Bonecas e cidades como a de Tongo que é liderada por um Rei. Para todo tipo de vício da carne existem cidades e núcleos de viciados. Por exemplo, existem cidades de alcoólatras ou de compulsivos sexuais. Todos os viciados costumam visitar o planeta Terra em bandos para sugarem as energias prazerosas dos vivos que possuem os mesmos vícios.

É comum a existência de núcleos de marginais. Locais onde estão reunidos assaltantes, assassinos, ladrões, traficantes, e outros tipos de criminosos em sintonia mútua. Nas regiões fora das cidades e longe dos núcleos encontramos andarilhos solitários, espíritos considerados inúteis até pelos povos de cidades e núcleos do Umbral. Grandes tempestades de chuva e raios ocorrem em todo Umbral. Tem importante função de limpar os excessos de energias negativas acumuladas no solo e no ar, tornando o ambiente menos insuportável aos seus habitantes. As cidades, tribos e vilarejos do Umbral normalmente possuem chefes ou lideres. São pessoas inteligentes com capacidade de liderança que costumam controlar, dominar e explorar as almas que nestas cidades residem. Como pode ver não é muito diferente da vida aqui na Terra onde temos exploradores e explorados. Exercem seu controle a partir do medo, das mentiras, da escravidão, de regras rígidas e violência. Algumas sabem que estão no Umbral e sabem que trabalham pelo mal das pessoas. Seu reinado não dura muito tempo já que espíritos superiores trabalham para convencer sobre o mal que faz a si mesmo fazendo o mal aos outros. É comum que estes “chefes” desapareçam inesperadamente destas cidades por terem sido resgatados por bons Samaritanos em sua missão. Em

pouco tempo uma nova liderança acaba assumindo o posto de chefe nestas cidades. As regiões umbralinas são as que mais se parecem com a Terra. Os espíritos por estarem ainda muito atrelados a vida material, por lhe faltarem informação e conhecimento acabam vivendo suas vidas como se realmente estivessem vivos. As necessidades básicas do corpo acabam se manifestando nestes espíritos. Sofrem por sentirem dores, sono, fome, sede, desejos diversos. No Umbral encontramos grupos de pessoas que se consideram justiceiras. Coletam espíritos desorientados em hospitais, cemitérios, e no próprio umbral. Pessoas que fizeram muito mal a outras durante a vida ou em outras vidas, e pessoas que fizeram poucos amigos e por isto não tem quem as possa ajudar. Estes espíritos sedentos de vingança e de justiça feita pelas próprias mãos conseguem aprisionar e escravizar as pessoas que capturam. Acreditam que as pessoas que estão no Umbral só estão lá por merecimento. E isto não deixa de ser verdade. Mas no lugar de ajudar estas pessoas eles a maltratam por vingança e ódio pelo mal que cometeram em quanto estavam vivas. Somente quando estas pessoas se arrependem dos erros que cometem na Terra e esquecem os sentimentos negativos que ainda nutrem é que os espíritos mais elevados conseguem se aproximar para seu resgate.


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QUANDO A DOENÇA CHEGAR

Julho de 2015 José Carlos de Lucca Do livro: O Médico Jesus

“Lembremo-nos de que, por vezes, perdemos a casa terrestre a fim de aprendermos o caminho da casa celeste; ... há épocas em que as feridas do corpo são chamadas a curar as chagas da alma, e situações em que a paralisia ensina a preciosidade do movimento.” - Emmanuel Se a doença o visitou, não pense que você esteja sendo punido por Deus. Se quiser se curar pare de pensar em castigo, porque castigo é maldade e maldade não tem poder de curar coisa alguma. Pense na doença como uma professora de seu aprimoramento espiritual, como alguém que veio salvar de um caminho perigoso em que você

se conduzia e não percebia que estava prestes a cair no precipício. A doença é o caminho que poderá levá-lo a uma vida mais saudável e feliz, desde que não mergulhe nas águas da revolta e do desespero. Você acha que Deus não esta interessado na sua felicidade? A palavra vingança não existe nos Códigos Divinos.

Deus nos ama, sobretudo quando estamos frágeis e precisando de ajuda, como agora. Qual o pai amoroso que não faria qualquer coisa para resgatar o filho em perigo? Jesus se apresentou para nós como o Bom Pastor, o Pastor que nos conhece e que está disposto a dar sua vida por nós.

DESGOSTO R e f e r i m o - n o s habitualmente aos desgostos da vida como se nada mais tivéssemos que pensar. Essas ocorrência sobrevêm, de vez que, em nossas atuais condições evolutivas, somos ainda propensos a fixar o coração nos fenômenos do mal, extremamente desmemoriados quanto ao bem, à feição de pessoa que preferisse morar dentro de uma nuvem, à frente do Sol. Ligeiro mal-estar obscurece-nos a harmonia interior e adotamos regime de aflição que acaba por atrair-nos moléstia grave… Isso porque apagamos da lembrança os milhares de horas felizes que lhe antecederam o apareci- mento, sem perceber que o incômodo diminuto é aviso da natureza a que retomemos posição de equilíbrio. Breve desajuste no lar interrompe-nos a alegria e desvairamo-nos em revolta, instalando, às vezes, perigosos quistos de malquerença, no organismo familiar…

Isso porque quase nunca relacionamos os tesouros de estabilidade e euforia com que somos favorecidos em casa, longe de observar que o problema imprevisto expressa bendita oportunidade de consolidarmos o amor e a tranquilidade no instituto doméstico. Um companheiro nos deixa a convivência e deitamos longas teorias, acerca da ingratidão, estabelecendo complicações de profundidade… Isso porque olvidamos as afeições preciosas que nos enriquecem os dias, incompetentes que nos achamos para concluir que o amigo, tangido pelas forças espirituais com que se afina, terá buscado o tipo de experiência mais adequada aos próprios impulsos, com vantagem para ele e proveito nosso. I n s i g n i f i c a n t e desentendimento reponta na esfera profissional e exageramos o acontecido, lançando perturbação ou incrementando a desordem…

Isso porque muito dificilmente ligamos justa importância aos dotes inúmeros que recolhemos do nosso campo de trabalho, inábeis para reconhecer que o destempero havido é o ensejo de proteger e prestigiar a organização a que fomos chamados, em favor de nós mesmos. Desgosto está efetivamente para o coração, como a poda para a árvore. Se dissabores nos visitam, recordemos que a vida está cortando o prejudicial e o supérfluo, em nossas plantas de ideal e realização, a fim de que possamos nos renovar e melhor produzir. -Emmanuel-

“Homens que fizestes do Espiritismo o pedestal para a manifestação do vosso orgulho e da vossa vaidade. Pagareis caro pela vossa incúria e pela vossa irresponsabilidade em enganar os mais simples e os deslumbrados que vos derem ouvidos. Em vez de enxugardes lágrimas, de fazerdes do sofrimento o instrumento que conduz à iluminação interior, optastes por iludir os incautos com vossos lampejos de alegrias terrenas. Alguns de vos sois instrumentos de Espíritos levianos, que divertem-se ás vossas custas, impondo-lhes desejos e tendências mordazes. Como homens públicos que sois, dotados de conhecimento da verdade revelada pelo Alto, sereis mais responsabilizados pelos enganos que espalhardes nos meios de comunicação em nome do Espiritismo. Os Espíritos elevados, como os homens sérios entre vós, não buscam ambientes onde predominam as brincadeiras e galhofarias. Se quiserdes conseguir bons resultados nos trabalhos doutrinários que fizerdes, tratai da Terceira Revelação com a atenção que lhe é devida. Não, uma vez mais, não! Os Espíritos Superiores não são contra vossa postura de alegrias, porém, há de se convir que cada coisa tem o seu lugar. Do mesmo modo que um homem seria motivo de chacota se fizesse gracejos em uma reunião que trata de temas graves, assim também sois vós, que vos comportais como crianças onde deveriam portar-se como adultos. Não esqueceis, amigos, irmãos, de que a vossa imagem reflete a imagem da Doutrina Espírita. Cuidai, pois, com zelo daquilo que vos foi confiado. Deus tomará conta de cada um por todo ato que denote leviandade no trato com um assunto tão grave como o Espiritismo.” ( ESPIRITO: João de Arimateia)

Jesus sabe até a quantidade de cabelos em nossa cabeça e por isso conhece nossas dificuldades do momento. Ele nos acompanha atentamente e deseja aproveitar as tempestades de agora para lavar nosso coração da raiva, da vingança, da mágoa, da tristeza e do medo. Se continuássemos sujos, não suportaríamos o peso das nossas próprias mazelas. Os

problemas em geral procuram nos arrancar da loucura do mal, proporcionando-nos um choque que nos desperta para as coisas essenciais da vida.

TRISTEZA Não permitamos que a tristeza nos envolva e nos mergulhe na depressão. A apatia é abismo profundo do qual sairemos apenas à custa de muito esforço. Não nos entreguemos, inermes, aos problemas que nos rodeiam, ensimesmados na tristeza. Os que se rendem ao desânimo transformam-se em pacientes psiquiátricos, vitimados por estranha anemia de ordem moral. Quando sentirmos que a tristeza insiste em se demorar conosco, ocupemos as nossas mãos e a nossa mente no serviço do bem. Deixemos a poltrona do comodismo e desintoxiquemonos no suor da caridade. Se abatidos espiritualmente no reconhecimento das próprias imperfeições, sintamo-nos incentivados à luta, ao invés de admitirmos a derrota. Reajamos contra a melancolia, sacudindo o seu jugo de nossos ombros. Reparemos que em nossos caminhos, de fato “as bênçãos

são muito mais numerosas do que as dores”. Observemos os exemplos de quantos se encontram lutando com limitações maiores que as nossas sem que lhes escutemos uma reclamação sequer. No livro dos Provérbios, cap. 17, v. 22, está escrito: “O coração alegre é como o bom remédio, mas o espírito abatido seca até os ossos”. Livro: Lições da Vida Capítulo 24 Irmão José & Carlos Baccelli


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O AMOR A SI MESMO “Os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca aos saduceus, reuniram-se; e um deles, que era doutor da lei, para o tentar, propôs-lhe esta questão: - ‘Mestre, qual o mandamento maior da lei?’ Jesus respondeu: ‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.’ “(S. Mateus, cap. XXII, vv. 34 a 40.) A palavra “amor” ao longo do tempo vem sofrendo o desgaste natural proveniente dos equívocos humanos quanto ao seu real significado. Fala-se muito em “amor” contudo, paradoxalmente, vivese pouquíssimo este sentimento que se constitui na expressão máxima do ser humano em suas manifestações afetivas, em todos os níveis. Há que se perguntar, por quanto tempo, o homem continuará ignorando as dores do seu próximo, as suas necessidades espirituais e a premência de que mãos fraternas se estendam, espontaneamente, para restabelecer-lhes a esperança, a confiança em dias melhores, a certeza de que irmãos ajudam irmãos, sempre; de que não estão sós. Não falo da ajuda material, mas desta que dificilmente é praticada, porque exige a doação de nós mesmos, do que possuímos de melhor; exige nosso tempo, nossa atenção: a caridade moral. “Em verdade, o exercício da aprendizagem do amor iniciase pelo amor a si mesmo e, consequentemente, pelo amor ao próximo, chegando ao final à plenitude do amor a Deus. Esses elos de amor se prendem uns aos outros pelo sentimento de afeto desenvolvido e conquistado nas múltiplas experiências

acumuladas no decorrer do tempo em que nossas almas estagiaram e aprenderam a conviver e melhorar. Muitos de nós nos comportamos como se o amor não fosse um sentimento a ser aprendido e compreendido. Agimos como se ele estivesse inerte em nosso mundo íntimo, e passamos a viver na espera de alguém ou de alguma coisa que possa despertá-lo do dia para a noite. (...) O amor a Deus e aos outros como a si mesmo é noção que se vai desenvolvendo pelas bênçãos do tempo. As belezas do Universo nos são reveladas à proporção que amamos; só assim nos tornamos capazes de percebê-las cada vez mais e em todos os lugares. (Do livro Um Modo de Entender - uma nova forma de viver, psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto, ditado por Hammed, cap. 2)” Quando o Meigo Nazareno nos convida ao exercício do “amor ao próximo”, está claramente nos incitando a iniciar este processo a partir de nós mesmos; provocando a reflexão e a conclusão ao questionamento : eu acredito no amor? A resposta nos motivará a sua não vivência ou a reformulação completa da forma como temos nos conduzido em nossa relação conoscos mesmos e com o nosso próximo. Em quanto de fraternidade, misericórdia e compreensão temos regado nosso comportamento. Contudo, o que vem ocorrendo no mundo, notadamente com os cientistas da área da saúde não é de se surpreender: de sépticos passaram a aceitar que a mente, o hábito da oração e os sentimentos mais nobres podem acelerar e mesmo promover a cura de doenças. Os resultados são surpreendentes e incontestáveis. Que dizer, então, nos relacionamentos humanos, na convivência familiar, profissional, religiosa, etc. “O amor que se deve oferecer ao próximo é

consequência natural do amor que se reserva a si mesmo, sem cuja presença muito difícil será a realização plena do objetivo da afetividade. Somente quando a pessoa se ama, é que pode ampliar o sentimento nobre, distribuindo-o com aquelas que a cercam, bem como estendendo-o aos demais seres vivos e à mãe Natureza.” (Do livro Garimpo de Amor, psicografia de Divaldo Pereira Franco, do Espírito Joanna de Ângelis, cap. 2) Quem se ama, ama o seu próximo na mesma proporção. Compreende que deve dignificar a sua existência, assim como, deve proporcionar ao seu próximo vida digna. Compreende a finalidade superior da vida física, promovendo o seu crescimento espiritual e de quem o cerca. Acima de tudo, respeita cada qual como é, com suas conquistas e dificuldades. Sabe esperar e entende que todos, no seu tempo, chegarão a perfeição para a qual foram criados. Tem a certeza íntima de que é um ser divino, trazendo dentro de si todos os recursos para ser feliz, ser luz e proporcionar ao seu próximo o que deseja para si. Sequer conseguimos imaginar como seria o mundo dessa forma ... porque, em verdade, poucos de nós acredita nesta prática, mesmo conscientes de que alguém nos mostrou a possibilidade de concretizá-la: Jesus ! E, tantos outros que Lhe seguiram as pegadas. Joanna de Ângelis, ainda no mesmo texto, nos ensina que: “Esse auto-amor é constituído pelo respeito que cada qual se deve ofertar,

trabalhando em favor dos valores éticos que lhe jazem latentes e merecem ser ampliados, de forma que se transformem em luzes libertadoras da ignorância e em paz de espírito que impregne as outras vidas. Sem esse amor a si mesmo, a pessoa não dispõe de recursos para encorajar o seu próximo no empreendimento da autovalorização e do autocrescimento, detendo-se nas sensações mais grosseiras do imediatismo, longe dos estímulos dignificantes e libertadores. O amor a si mesmo dá dimensão emocional sobre a responsabilidade que se deve manter pela existência e sobre o esforço para dignificá-la a cada instante, aprofundando conhecimentos e sublimando emoções, direcionadas sempre para as mais elevadas faixas da Espiritualidade. Dessa forma, é fácil preservar-se as conquistas interiores e desenvolvê-las mediante a aplicação dos códigos da fraternidade e da compaixão, da caridade e do perdão. A consciência de si mesmo, inspirada pelo auto-amor tornase lúcida quanto aos enganos cometidos, ensejando-se oportunidade de reparação, ao tempo em que faculta ao próximo a compreensão das suas dificuldades na busca da felicidade. Compreendendo a

Julho de 2015

Nadja Cruz de Abreu

finalidade da existência terrena, a pessoa desperta para o amor a si mesma, trabalha sem desespero, confia sem inquietação, serve sem humilhação, produz sem servilismo e avança sem tensões perturbadoras no rumo dos objetivos essenciais da vida.” Continuando, orienta-nos quanto a forma pela qual conseguiremos conquistar o amor a nós mesmos, buscando as práticas que nos levem ao auto-descobrimento, ao conhecimento de nós mesmos, único meio de atingirmos a vivência do amor incondicional, puro, sincero, sem interesses escusos, que um dia unirá todas as criaturas. Corroborando o que Joanna nos ensina, o Livro dos Espíritos, na questão 919, diznos que: “919. Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal? Resp. Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.” Para tanto, é preciso o enfrentamento conoscos mesmos, com as nossas mazelas e conflitos íntimos, dúvidas e incertezas. É premente que busquemos equacionar as questões internas que nos afligem e impedem o auto-amor e o amor ao próximo. Segurança interna, fé, esperança, são conquistas do espírito imortal, muitas vezes, a duras penas.


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08

Julho de 2015

Da sensibilidade à compaixão Muito se fala da sensibilidade como se fosse um sinal de grande evolução pessoal. Num mundo onde há desumanidade, amplamente divulgada na mídia, é claro que o exercício da sensibilidade traz esperanças de vivermos em um planeta melhor. Mas há que se ter cautela na conclusão rápida de que ela por si só é sinal de que a evolução pessoal, emocional, psíquica, espiritual está adiantada ou concluída. A sensibilidade é parte intrínseca da vida na Terra. Plantas são sensíveis ao clima, ao solo e ao meioambiente. Por conta disso, melhor adaptam-se às condições adversas, favorecendo sua sobrevivência. Animais selvagens também o são, e muitos demonstram sensibilidade às perdas, como por exemplo, os elefantes e as girafas, bem como aos reencontros, como os pinguins. Os animais domesticados são sensíveis percebendo rapidamente mudanças no humor dos habitantes da casa onde vivem. Animais, quando maltratados, vítimas de abusos, abandonos e violência, têm sua integridade e sensibilidade feridas e traumatizam-se, adoecem, deprimem-se, podendo ficar violentos. Igualmente as pessoas ao sofrerem maus tratos, quando rejeitadas ou excluídas, especialmente na infância, com raras exceções, também, traumatizam-se, deprimem-se, adoecem, podendo desenvolver mecanismos de defesa, na tentativa de sobrevivência. Assim, buscam não sentir a dor

que as corrompe, acabando por se tornarem insensíveis ao sofrimento alheio ou, no sentido inverso, na busca de melhor se protegerem, acabam hipersensíveis a tudo e a todos, mantendose vitimizadas, necessitadas de cuidados emocionais por longo período, expressando-se, inúmeras vezes, com retraimento excessivo ou violência perante a sociedade. Ser sensível é uma condição natural da vida orgânica do planeta. Já a pessoa que apresenta hipersensibilidade ou insensibilidade, por sofrer de um excesso, ou de uma distorção da sensibilidade natural, requer tratamento adequado. Ao observar o desenvolvimento humano, desde o seu início, notamos que num primeiro momento, que vai da concepção até o final da primeira infância, a sensibilidade continua a serviço da vida, como em toda a natureza, pois é parte dos instintos básicos humanos, mas seu trabalho também é o de promover o despertar da inteligência e da afetividade. Por isso, na primeira infância, a sensibilidade é amplamente voltada para si mesmo, para a autoproteção, para a autopercepção, quando notamos o surgimento do egoísmo, tipicamente infantil. Deste modo, a criança, por ainda não ter desenvolvido amplamente seus potenciais de inteligência e de afetividade, vive a sensibilidade mais intensamente e quando sofre abusos ou quando não recebe os cuidados necessários, sentese mais aflita, ansiosa, traumatizada, estressada e tensa, do que a pessoa adulta e amadurecida. Isso irá alterar o desenvolvimento saudável da sua autopercepção e da

compreensão já no presente, mas também, no futuro, do mundo em que vive, bem como de sua sensibilidade, de suas emoções e das suas múltiplas inteligências, incluindo aí a inteligência afetiva. Boa parte de nós, todavia, leva essa forma de viver para a vida adulta, sem se dar conta de que não superou a infância emocional e psíquica. Imaginemos, entretanto, um desenvolvimento saudável da criança como um todo. Pois bem, isso levará naturalmente a um ligeiro amadurecimento da sensibilidade que evolui, ampliando-se agora do mundo interior para o mundo exterior, quando ela pode se tornar sensível a alguém em especial, à família, aos amigos. Isso só pode levar à observação e à admiração do belo que há no outro, quando se entra num estado de simpatia para com a vida fora de si ou em outra instância que mobilizará a antipatia. Quando simpáticos, somos mais agradáveis e sorridentes, importamo-nos com o outro. Mas continuamos, nesta fase, ainda bastante ligados ao nosso bem-estar. A referência básica continua sendo o Eu Interior; sente-se simpatia ou antipatia de acordo com crenças e valores apreendidos no núcleo familiar, na escola, na comunidade onde se vive. Não me refiro à simpatia forçada, que não passa de uma maquiagem social, do tipo “Ajo desta forma e sou aceito pelos outros”. Pois, quando por trás da aparente simpatia há a intenção de obtermos uma certa vantagem, temos a ação do egoísmo e da manipulação e não a ação da verdadeira simpatia. O exterior é o da simpatia,

Respeite o teu próximo como queres que respeitem a ti mesmo... mas a motivação é bem outra. A simpatia genuína demonstra estarmos realmente interessados no outro, e é quando se inaugura um espaço emocional para o surgimento da empatia. Pensando no desenvolvimento humano, é de se esperar que quando a empatia surge é porque estamos andando, a passos largos, pelo segundo setênio de vida. A empatia é uma capacidade mais profunda do que a simpatia ou do que a sensibilidade, porque é a habilidade de olharmos a vida com os olhos do outro, de sentirmos a vida com a pele do outro. Aqui começamos a sentir o sofrimento alheio como se nosso fosse. Bem como, compartilhamos da alegria dos outros como se nossa fosse. Mas se na fase da sensibilidade, totalmente voltada para si mesmo, o estresse pode ser gigante, os empáticos também sofrem do mesmo mal. Abusos e violência contra si ou contra alguém deixam traumas e sofrimentos nos empáticos e a angústia é compartilhada intensamente. Isso porque, ao sentirmos em nós o que o outro sente, mantendo a referência do nosso

próprio Eu, experienciamos muita dor, excitação, angústia, desespero, aflição, tristeza, desânimo, impotência e raiva, ficamos misturados com o outro e isso desencadeia em nós processos que comumente nos levarão ao esgotamento físico, emocional, mental e nervoso. Ao continuar a olhar as idades humanas e compará-las, percebemos que a empatia é uma condição natural na adolescência. Entretanto, é bem comum que na nossa adolescência humana, por não termos superado a primeira infância, tenhamos dificuldade de vivenciar a empatia plenamente. Mas nem por isso a adolescência deixa de ser a fase natural do aparecimento espontâneo da empatia. Algumas pessoas empáticas desenvolvem bastante a capacidade de ressonância empática, e sentem, ainda que à distância, sensações físicas, espirituais, emocionais e mentais de alguém em sofrimento, só de pensar na pessoa ou da pessoa pensar nela. Quando isso ocorre com frequência, é comum a presença da exaustão, dos traumas, medos inexplicáveis, sentir-se triste, estressado, ansioso ou tenso.

OS VERDADEIROS AMIGOS “Um homem, seu cavalo e seu cão, caminhavam por uma estrada. Depois de muito caminhar, esse homem se deu conta de que ele, seu cavalo e seu cão haviam morrido num acidente. As vezes os mortos levam tempo para se dar conta de sua nova condição... A caminhada era muito longa, morro acima, o sol era forte e eles ficaram suados e com muita sede. Precisavam desesperadamente de água. Numa curva do caminho, avistaram um portão todo magnífico, todo de mármore, que conduzia a uma praça calçada com blocos de ouro, no centro da qual havia uma fonte de onde jorrava água cristalina. O caminhante dirigiu-se ao homem que numa guarita, guardava a entrada. * Bom dia, ele disse. * Bom dia, respondeu o homem.

* Que lugar é este, tão lindo? ele perguntou. * Isto aqui é o céu, foi a resposta.. * Que bom que nós chegamos ao céu, estamos com muita sede, disse o homem. * O senhor pode entrar e beber água à vontade, disse o guarda, indicando-lhe a fonte. * Meu cavalo e meu cachorro também estão com sede. * Lamento muito, disse o guarda. Aqui não se permite a entrada de animais. O homem ficou muito desapontado porque sua sede era grande. Mas ele não beberia, deixando seus amigos com sede. Assim, prosseguiu seu caminho. Depois de muito caminharem morro acima, com sede e cansaço multiplicados, ele chegou a um sítio, cuja entrada era marcada por uma porteira velha semi aberta.A porteira se abria para um

caminho de terra, com árvores dos dois lados que lhe faziam sombra. A sombra de uma das árvores, um homem estava deitado, cabeça coberta com um chapéu, parecia que estava dormindo: * Bom dia, disse o caminhante. * Bom dia, disse o homem. * Estamos com muita sede, eu, meu cavalo e meu cachorro. * Há uma fonte naquelas pedras, disse o homem e indicando o lugar.

* Podem beber à vontade. O homem, o cavalo e o cachorro foram até a fonte e mataram a sede. * Muito obrigado, ele disse ao sair. * Voltem quando quiserem , respondeu o homem. * A propósito, disse o caminhante, qual é o nome deste lugar? * Céu, respondeu o homem. * Céu? Mas o homem na guarita ao lado do portão de

mármore disse que lá era o céu! * Aquilo não é o céu, aquilo é o inferno. O caminhante ficou perplexo. * Mas então, disse ele, essa informação falsa deve causar grandes confusões. * De forma alguma, respondeu o homem. Na verdade, eles nos fazem um grande favor. Porque lá ficam aqueles que são capazes de abandonar até seus melhores amigos...”


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O LOBO FEROZ Certo dia um homem teve um sonho estranho. Sonhou que estava num ambiente seco, com céu vermelho, parecido com um deserto. Ele viu um homem e um lobo ao longe seguindo viagem. Esse homem parecia adorar o lobo, e por isso ia colhendo alimentos, caçando animais e dando todo tipo de comida ao lobo. Conforme eles iam seguindo a viagem, o lobo ia comendo. Então começou a ocorrer algo curioso. O lobo ia ficando mais e mais exigente por comida. A impressão que dava é que o animal estava cada vez mais faminto e quanto mais comida o homem dava ao lobo, mais o lobo sentia fome e mais exigia que ele lhe desse cada vez mais. Isso continuou acontecendo até chegar num determinado ponto em que o animal estava tão faminto, que começou a morder o homem que o alimentava. O lobo começou a investir contra o homem, e este ficou com medo e tentou fugir.

No entanto, era tarde demais: o lobo o alcançou e o devorou ali mesmo. Assim que o lobo foi embora, o homem se aproximou da carcaça do homem devorado e percebeu que apenas a cabeça e o rosto foram preservados. Olhou com atenção o semblante do morto, e começou a passar mal com a revelação: o homem devorado pelo lobo era ele mesmo. O homem acordou assustado com o sonho e foi procurar um sábio que era famoso por interpretar sonhos. O homem encontrou-se com o sábio e indagou sobre o significado daquele sonho. O sábio explicou: – Você teve um sonho de um sentido profundo. O lobo representa os instintos e desejos humanos. Essa trama do sonho nos ensina duas coisas: Em primeiro lugar, quanto mais alimentamos nossos instintos e desejos, maior se torna seu apetite. Não adianta

tentar satisfazer nossos desejos, pois eles apenas aumentarão e pedirão sempre mais e mais. Em segundo lugar, precisamos entender que, ou controlamos nossos instintos sem alimenta-los tanto e sem fazer todas as suas vontades, ou

eles assumem o controle sobre nós e vão aos poucos nos devorando e nos fazendo perecer. O homem agora compreendia que o sonho era uma mensagem para ele mesmo, que há muito exagerava na busca pelos desejos e

Julho de 2015 Hugo Lapa

prazeres do mundo. O sábio completou: Não se esqueça desse importante princípio da vida: aqueles que consomem tudo que seus instintos e desejos demandam, acabam sendo consumidos por eles.

VALE DOS ARREPENDIDOS Um espírito estava prestes a nascer no mundo material. Um anjo que o estava instruindo decidiu conduzi-lo a um vale no submundo do plano espiritual onde dezenas de milhares de espíritos se mantinham presos. Muitos não sabem, mas as almas que vivem nos mundos espirituais sempre se ligam uns aos outros pela afinidade de suas vibrações e de sua natureza. O espírito e o anjo chegaram a um vale desconhecido de muitos, conhecido como o “Vale dos espíritos arrependidos”, para onde vão as almas daqueles que viveram vidas superficiais, cometeram erros e não aproveitaram a sua encarnação. Ambos foram conversando com alguns desses espíritos. Um deles disse: “Desperdicei minha vida com a bebida, a boemia, bares, futebol, churrascos e com falsos amigos. Todos eram meus “amigos” quando eu estava bem, bebia e contava muitas piadas nos botecos da vida, mas depois que contraí uma doença, todos se afastaram. No leito de morte vi que desperdicei minha vida com frivolidades e depois que cheguei ao plano espiritual tive uma forte sensação de tempo perdido…” Outro espírito de uma mulher, ainda chorosa, nos disse: “Sim, desperdicei minha encarnação tentando ajudar meu filho a ser alguém na vida. Eu não percebi que fazia isso porque me sentia carente e sozinha. No fundo queria que ele ficasse comigo e não desejava sua liberdade e independência. Eu era dependente dele e por isso achava que o estava

ajudando, mas só o prejudiquei. Eu o mimei muito e depois ele não conseguia ser independente. No meu leito de morte ele nem apareceu. Eu vivia também para outras pessoas e elas nunca me deram nenhum valor. Podia ter feito tantas coisas na vida, estudado, trabalhado, me dedicado a vida espiritual, mas perdi toda uma encarnação vivendo em função de outras pessoas.” Uma outra alma, que parecia muito triste, disse: “Sim, eu desperdicei minha vida mergulhando no trabalho e vivendo apenas para conquistar bens materiais. Meu objetivo na vida eram os melhores cargos, os melhores salários, ganhar mais e mais dinheiro, status e uma posição de destaque. Vaidade das vaidades, tudo isso era apenas vaidade, como diz Salomão na Bíblia. Perdi 70 anos da minha vida com bobagens, futilidades e remoendo coisas supérfluas. Como gostaria de ter uma outra chance e cuidar mais de mim mesmo, ajudar outras pessoas, amar mais, dar valor as coisas simples da vida, me ligar no espírito eterno que sou, ter vivido mais a vida espiritual, e não as ilusões do mundo material. Aqui no plano do espírito, nada podemos trazer da matéria.” Uma alma que parecia um

pouco agitada e até irada dizia: “Aquele líder religioso me enganou! Ele me prometeu um paraíso no céu se eu desse o dízimo, se seguisse os dogmas da religião, se eu fosse casto e reto, e estou aqui, nesse vale sombrio, amargando todas as consequências de um vazio interior pela total perda de tempo. Gostaria de voltar a vida e mudar de postura, não acreditar cegamente em líderes religiosos, ter fé apenas em Deus, amar e não cultivar dogmas ou verdades prontas e acabadas. Poderia ter exercido a verdadeira espiritualidade, mas perdi tempo, muito tempo e fui um hipócrita. Não praticava o que eu mesmo pregava. Mas pensando bem, no fundo ninguém me enganou, eu mesmo que me deixei enganar, pois acreditar em dogmas e no fundamentalismo era algo muito mais cômodo do que me desenvolver espiritualmente e me tornar uma pessoa melhor, mais humilde e mais amorosa.” Outros espíritos diziam: “Eu desperdicei minha vida com sexualidade descontrolada”; “Já eu desperdicei minha vida com intelecto agudo e muito conhecimento teórico, mas sem prática e sem experiência direta”; “Eu fiz algo muito comum: desperdicei minha vida me julgando sempre superior a

outras pessoas, e não compreendi que esse sentimento de superioridade nada mais era do que uma forma de abafar a imensa insegurança e inferioridade que eu sentia.” E assim, muito relatos nos foram passados pelos espíritos presos ao “Vale dos Arrependidos”, almas que desperdiçaram a oportunidade que Deus lhes deu de evoluir espiritualmente se detendo em questões banais, transitórias e sem nenhuma importância para a verdadeira vida, que é a vida do espírito imortal que somos.

Você, que ainda está encarnado e vivendo a sua vida, não faça como esses espíritos, que jogaram suas vidas fora levando existências superficiais, sem alma, sem profundidade, sem se perguntarem quem são e o que estão fazendo aqui. Almas que vivem apenas pelo corpo e pelas aparências do mundo, e não pelo espírito e pela verdade. Você tem tempo de mudar, não desperdice essa sagrada oportunidade de desenvolvimento espiritual que Deus te deu… que é a vida.


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OS TRÊS OBSESSORES Um homem chegou a um centro espírita muito desconfiado de que estava com vários obsessores. Ele contou sua história para o médium do centro. Revelou sua crença de que os obsessores haviam convencido sua esposa a terminar com ele. Revelou que os obsessores estavam travando sua vida e que ele não conseguia mais seguir em frente pois estava sentindo muito medo. Revelou também que não queria mudar, pois sua vida estava confortável do jeito que estava, e que os obsessores estavam fazendo de tudo para desestabiliza-lo. O médium resolveu iniciar os trabalhos. Fechou os olhos e ficou alguns minutos concentrado para fazer a desobsessão. Depois abriu os olhos, olhou para o homem e disse: – De fato, há três obsessores com você, mas eles são muito poderosos e não posso tira-los. O homem ficou com medo e pensou que estava arruinado,

pois se nem o médium conseguia tira-los, sua vida seria arrasada pelos espíritos negativos. “Quem são esses obsessores?” perguntou o homem. O médium respondeu: – São três os seus obsessores: – O primeiro obsessor é o apego. Sim, o apego que você tem em relação a sua esposa. Ela já terminou com você e mesmo assim você fica insistindo num casamento que já deu claros sinais de término. O apego é um grande obsessor, um dos maiores dos seres humanos. – O segundo obsessor é o medo. Esse é um obsessor fortíssimo, pois paralisa nossa vida e não nos deixa caminhar. É outro grande obsessor do ser humano. – O terceiro obsessor que está em você é a acomodação. Sim, a acomodação vem da preguiça ou de uma fuga dos problemas, e a acomodação nos faz estagnar, parar e até mesmo morrer por dentro. Uma pessoa acomodada costuma abdicar de

O VÉU DA ILUSÃO

Quando todos seus amigos te deixarem por você ter perdido tudo, não se desespere. Agora você sabe quem é seu amigo de verdade. Quando toda sua força humana se encerrar, não se desespere. Busque sua força espiritual que nunca se esgota. Quando toda a inteligência humana não der conta de resolver um problema, não se desespere. Busque sua inteligência emocional e sua intuição espiritual. Quando você descobrir todas as mentiras e falsidades que inventaram, não se desespere. Agora você está muito mais próximo da verdade. Quando todas as concepções sobre Deus não derem conta da explicar o plano divino, não se desespere. Esse é o momento de você encontrar Deus dentro de você. Quando todos os caminhos que você percorreu estiverem bloqueados, não se desespere. Agora é a hora certa de você criar seu próprio caminho. Quando toda a crença religiosa não conseguir te ajudar,

não se desespere. Esse é o momento que despertar sua verdadeira fé e apoiar-se em Deus sem dogmas. Quando a doença te abater e você ficar parado numa maca de hospital, não se desespere. Esse é o momento de você ficar um pouco consigo mesmo, refletir sobre sua vida e se conhecer melhor. Quando toda a ilusão do mundo se quebrar e se esvair, não se desespere. Agora você poderá encontrar aquilo que é real além de qualquer véu de miragens mundanas. Quando você perder tudo e nada mais te sobrar, não se desespere. Esse é o momento em que você pode encontrar a si mesmo. Sempre que o manto das fantasias e dos sonhos da vida mundana se romper, você tem uma chance de enxergar e viver a realidade tal como ela é. Então, quando você perder algo e não souber mais o que encontrar, procure refletir se não é a vida te ajudando a romper todos os véus que cegam tua visão.

suas forças para lutar e fica presa dentro do próprio conformismo que criou. – Esses são os seus três obsessores. Eles não são espíritos e não havia nenhum desencarnado com você. Esses e outros obsessores vivem no

coração do ser humano, e somente ele pode dissolve-los para sempre. Se vier algum espírito sombrio, ele só poderá agir em você ativando alguns desses obsessores internos. Por isso que eu disse que nada posso fazer para remove-los,

pois somente você é capaz de gerar essa transformação em ti mesmo. Quais são seus maiores obsessores? Não importa quais sejam. Você pode vence-los através da libertação e do despertar espiritual.

CONHECIMENTO E SABEDORIA Um homem procura um sábio desejando uma instrução. Logo que ele encontra o sábio, ele pergunta: - Senhor, viajei trezentos quilômetros para falar contigo. Gostaria de saber até que ponto podes me instruir. O sábio sequer olhou para o homem e apenas apontou o dedo para a estrada. O homem ficou bem triste, pois o sábio estaria o mandando voltar de onde veio. “Que homem arrogante”, pensou. “Nem se dignou a falar comigo. Não deve ser um sábio”. O homem resolveu então ir embora pela estrada que o sábio havia apontado. Quando estava começando a caminhar pela estrada, ele pensou: “Espere um pouco. Vim de tão longe, não é possível que o sábio esteja me mandando embora. Vou tentar falar com ele mais uma vez”. O homem deu meia volta, foi mais uma vez ter com o sábio e perguntou: - Senhor, por que me mandou embora se vim de tão longe falar contigo? O sábio, dessa vez olhando em seus olhos, respondeu: - Não te mandei embora, apenas respondi sua pergunta.

- Respondeu mestre? Não entendi. - Sim – disse o sábio – Quando apontei o dedo para a estrada estava te mostrando, de forma simbólica, um importante princípio da vida. Esse ensinamento nos diz que, sempre que você quiser uma instrução, um conhecimento ou conselho sobre o que fazer de sua vida, a única coisa que os instrutores podem fazer é apontar o dedo mostrando que estrada você deve seguir, mas cabe a pessoa, e unicamente a pessoa, percorrer este caminho. O homem entendeu perfeitamente o conselho do sábio, e estava feliz em ter voltado e não ter perdido a oportunidade de aprender. O sábio continuou: - Todo ensinamento

espiritual, ou ensinamento de vida é apenas um dedo apontando o caminho. Há pessoas que acreditam que o ensinamento já é o caminho. Essas pessoas confundem o mapa com o território e frequentemente ficam estagnadas. Mas qualquer preceito, doutrina, conhecimento ou lição é apenas isso, um dedo apontando o caminho. É sempre a pessoa que deve transitar pela estrada da vida por si mesma, sem a ajuda de ninguém. E somente quando a pessoa estiver trilhando o percurso é que ela encontrará não apenas o conhecimento, mas a verdadeira sabedoria. Sabedoria que é conhecimento que brota através da prática e da experiência da vida. Hugo Lapa


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ENVELHECER É A POESIA DE VIVER Conforme envelhecemos, o cérebro se reorganiza e passa a agir e pensar de maneira diferente. Essa reestruturação nos torna mais inteligentes, calmos e felizes. “Para o ignorante, a velhice é o inverno; para o sábio, é a estação de colheita”, diz o Talmude. Tornar-se velho é processo natural que pode ser atraente ou desfavorável. Sentimos constrangimento ao perceber a capacidade física diminuindo, no entanto a capacidade intelectual pode aumentar, assim como a experiência de vida. Na velhice pode ocorrer relativa perda de memória, mas o aprendizado e raciocínio social melhoram, ou seja, na velhice há mais capacidade de navegar através das complexidades da vida na sociedade. Quando a libido, por exemplo, vai se

esvanecendo o encanto de viver vai se alargando, não obstante a saúde física possa gerar queixas naqueles que não souberam ou não se prepararam para envelhecer. Especialistas estão percebendo que a atitude mental tem um papel importante na decrepitude. Por isso, há pessoas que dizem se sentirem mais jovens do que realmente são. A perspectiva juvenil as torna mais ativas e mais longevas. Entretanto, por que existem pessoas desanimadas aos vinte anos, quando outros se sentem ativos aos oitenta? Em que tempo se deve colocar o limite entre a mocidade e a velhice? Feliz do velho que viveu a vida bem vivida e vive agora o esplendor da velhice com o espírito jovem, cheio de vida. Se vivemos na disciplina do

trabalho, com a ginástica na academia do pensamento digno, manteremos sempre saudáveis os músculos da juventude espiritual, a que se constrói, por fonte de inexaurível renovação, aperfeiçoando o presente e edificando o amanhã. Não podemos execrar a velhice, quando vemos que o tempo nos traz a riqueza da experiência. Não há limite preciso entre juventude e velhice, quando conseguimos dominar o corpo físico e conservá-lo viril através dos anos. Assim sendo, não envelhecemos. Pelo contrário, o tempo o aprimora e aguça, dando-nos a juventude que se repete, cada vez mais bela e segura, em cada nova encarnação. É completamente incoerente considerar a velhice

como algo horrível, mortificante, degradante. Ora, por que avaliamos o transcurso do tempo declínio e não mudança? Lembremos que Jesus só se entregou à sua missão na idade madura, e Kardec só iniciou a

Jorge Hessen

codificação do espiritismo aos cinquenta anos de idade. Chico Xavier não se entregou a decrepitude e mesmo quando transportado nos ombros amigos serviu a todos os necessitados que por ele buscaram consolo até o final de seus dias aqui na Terra.

ESTUDOS METAPSÍQUICOS E OS DEBATES “QUÂNTICOS” DA MENTE E DA VIDA HUMANA Pode-se assegurar que a metapsíquica teve as suas raízes nas primorosas pesquisas de William Crookes, descobridor da matéria radiante, do tálio [1] e dos raios catódicos [2]. Foi um dos principais estudiosos científicos a catalogar e divulgar os transcendentes fenômenos psíquicos tais como mesas girantes, levitação de objetos, materilização, tiptologias (batidas), pneumatofonia e pneumatografias, obtidos principalmente através dos médiuns Daniel Douglas Home e Florence Cook, provocando muito interesse em face das suas manifestações em toda a Europa. O célebre fisiologista francês Charles Richet, prêmio Nobel de medicina em 1913, fortemente motivado pela valiosa contribuição “Crookes”, trouxe a lume a obra “Tratado de metapsíquica” através da Academia francesa de ciências, em 1922. Antes disso porém, o termo “parapsicologia” é proposto em 1889 pelo psicólogo francês Max Dissoir. A expressão significa ciência que estuda os fenômenos ocultos, classificando-os em três áreas a saber: psi gama, que abrange a área mental como telepatia

clariaudiência, precognição, retrocognição eclarividência; psi kappa, que estuda os fenômenos físicos como a telecinesia, a tiptologia, a levitação, o apport e poltergeister; psi theta,que pesquisa os fenômenos provocados pelos “mortos”. Na década de 1930 o professor de psicologia da Universidade de Duke, na Carolina do norte, EUA, Joseph Banks Rhine fundou o laboratório de parapsicologia, o "Journal of Parapsychology" e a "Foundation for Research on the Nature of Man". Após vários anos de cautelosa pesquisa científica e criteriosa avaliação estatística dos resultados, Rhine publicou em 1934 a primeira edição da obra "Percepção Extra Sensorial", que teve várias edições e foi extensamente lida nas décadas seguintes. No Brasil as pesquisas paranormais ainda não são acolhidas oficialmente no âmbito de uma universidade federal. Nos Estados Unidos da América do Norte o interesse por temas metapsíquicos e mediúnicos (psi theta) ainda é uma novidade. Há 15 anos os editores do médium americano James Van Praagh, autor do livro “Conversando com

os espíritos”, se espantaram com a vendagem de centenas de milhares de exemplares do livro. Sucessores de Sigmund Freud, que no final do Século XIX chamou de histeria e de múltipla personalidade o que os seus contemporâneos consideravam possessão, abriram um espaço para as novas respostas. Essa brecha pode ser observada nas atuais indicações do Instituto Nacional de Saúde nos EUA, onde se sugere a prece e os tratamentos espirituais (passes magnéticos) para complementar tratamentos médicos. Outro exemplo é a ressalva do atual DSM – Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – espécie de bíblia da psiquiatria. Segundo o relatório, o clínico deve tomar cuidado ao diagnosticar como psicóticas as pessoas que dizem “ouvir” ou “ver” os “mortos” pois em algumas culturas religiosas isso pode não significar alucinação ou psicose. É a admissão antropológica da mediunidade, ou seja, uma ampla abertura para entendê-la como função psíquica. A distância entre ciência e religião se reduziu. De alguns anos para cá os cientistas, mormente da área quântica, começam a falar como “místicos”, e místicos tentam agir como os “cientistas”, segundo diz o Dr. Patrick Drouot, físico francês, doutorado pela Universidade Columbia de Nova York e pesquisador do Instituto Monroe (EUA). Drouot é autor dos livros “Reencarnação e Imortalidade” e “Nós somos todos imortais”, que venderam milhões de exemplares nos últimos anos. Na área “quântica”, o

renomado cientista Robert Lanza criou o biocentrismo, uma “nova teoria do Universo”, que propõe a utilização de todos os conhecimentos que a humanidade adquiriu nos últimos séculos. A partir dessa perspectiva e com essas ferramentas, Lanza deu uma nova resposta à pergunta primordial sobre a morte: para o biocentrismo, esta é uma ilusão, já que é a vida que cria o universo e não o contrário. Dado que o espaço e o tempo não existem de forma linear, a morte não pode existir em seu “sentido real” – seria apenas uma ilusão da consciência. E é a consciência que, segundo Lanza, conecta a vida ao corpo biológico. A prova estaria nos experimentos de física quântica, que demonstram que a matéria e a energia podem

se revelar com características de ondas ou de partículas na percepção e na consciência de uma pessoa. Acrescentando-se a teoria de que existe uma infinidade de universos com diferentes variações que acontecem ao mesmo tempo, o biocentrismo comprova que tudo o que pode acontecer está ocorrendo em algum ponto do multiverso, ou seja, a morte não pode existir em “nenhum sentido real”. Alguns cientistas importantes fizeram coro à teoria de Lanza, como Ronald Green, diretor do Instituto de Ética da Universidade de Dartmouth, que afirma que pensar a consciência de um ponto de vista quântico é coerente com as últimas descobertas da biologia e da neurociência sobre as estruturas da mente e da vida humana. Jorge Heissen


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TERRORISMO DE NATUREZA MEDIÚNICA, PELO ESPÍRITO VIANNA DE CARVALHO Sutilmente vai-se popularizando uma forma lamentável de revelação mediúnica, valorizando as questões perturbadoras que devem receber tratamento especial, ao invés de divulgação popularesca de caráter apocalíptico. Existe um atavismo no comportamento humano em torno do Deus temor que Jesus desmistificou, demonstrando que o Pai é todo Amor, e que o Espiritismo confirma através das suas excelentes propostas filosóficas e ético-morais, o qual deve ser examinado com imparcialidade. Doutrina fundamentada em fatos, estudada pela razão e lógica, não admite em suas formulações esclarecedoras quaisquer tipos de superstições, que lhe tisnariam a limpidez dos conteúdos relevantes, muito menos ameaças que a imponham pelo temor, como é habitual em outros segmentos religiosos. Durante alguns milênios o medo fez parte da divulgação do Bem, impondo vinganças celestes e desgraças a todos aqueles que discrepassem dos seus postulados, castrando a liberdade de pensamento e submetendo ao tacão da ignorância e do primitivismo cultural as mentes mais lúcidas e avançadas… O Espiritismo é ciência que investiga e somente considera aquilo que pode ser confirmado em laboratório, que tenha caráter de revelação universal, portanto, sempre livre para a aceitação ou não por aqueles que buscam conhecer-lhe os ensinamentos. Igualmente é filosofia que esclarece e jamais apavora, explicando, através da Lei de Causa e Efeito, quem somos, de onde viemos, para onde vamos, porque sofremos, quais são as razões das penas e das amarguras humanas… De igual maneira, a sua ética-moral é totalmente fundamentada nos ensinamentos de Jesus, conforme Ele os enunciou e os viveu, proporcionando a religiosidade que integra a criatura na ternura do seu Criador, sendo de simples e fácil formulação. Jamais se utiliza das tradições míticas grecoromanas, quais das Parcas, sempre tecendo tragédias para os seres humanos, ou de outras quaisquer remanescentes das religiões ortodoxas decadentes, algumas das quais hoje estão reformuladas na apresentação, mantendo, porém, os mesmos conteúdos ameaçadores. De maneira sistemática e contínua, vêm-se tornando comuns algumas pseudorrevelações alarmantes, substituindo as figuras mitológicas de Satanás, do Diabo, do Inferno, do Purgatório,

por Dragões, Organizações demoníacas, regiões punitivas atemorizantes, em detrimento do amor e da misericórdia de Deus que vigem em toda parte. Certamente existem personificações do Mal além das fronteiras físicas, que se comprazem em afligir as criaturas descuidadas, assim como lugares de purificação depois das fronteiras de cinza do corpo somático, todos, no entanto, transitórios, como ensaios para a aprendizagem do Bem e sua fixação nos painéis da mente e do comportamento. O Espiritismo ressuscita a esperança e amplia os horizontes do conhecimento exatamente para facultar ao ser humano o entendimento a respeito da vida e de como comportar-se dignamente ante as situações dolorosas. As suas revelações objetivam esclarecer as mentes, retirando a névoa da ignorância que ainda permanece impedindo o discernimento de muitas pessoas em torno dos objetivos essenciais da existência carnal. Da mesma forma como não se deve enganar os candidatos ao estudo espírita, a respeito das regiões celestes que os aguardam, desbordando em fantasias infantis, não é correto derrapar nas ameaças em torno de fetiches, magias e soluções miraculosas para os problemas humanos, recorrendo-se ao animismo africanista, de diversos povos e às suas superstições. No passado, em pleno período medieval, as crenças em torno dos fenômenos mediúnicos revestiam-se de místicas e de cerimônias cabalísticas, propondo a libertação dos incautos e perversos das situações perniciosas em que transitavam. O Espiritismo, iluminando as trevas que permanecem dominando incontáveis mentes, desvela o futuro que a todos aguarda, rico de bênçãos e de oportunidades de crescimento intelecto-moral, oferecendo os instrumentos hábeis para o êxito em todos os cometimentos. A sua psicologia é fértil de lições libertadoras dos conflitos que remanescem das existências passadas, de terapêuticas especiais para o enfrentamento com os adversários espirituais que procedem do ontem perturbador, de recursos simples e de fácil aplicação. A simples mudança mental pra melhor proporciona ao indivíduo a conquista do equilíbrio perdido, facultandolhe a adoção de comportamentos saudáveis que se encontram exarados em O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec,

verdadeiro tratado de eficiente psicoterapia ao alcance de todos queJorge se interessem Hessen pela conquista da saúde integral e da alegria de viver. Após a façanha de haver matado a morte, o conhecimento do Espiritismo faculta a perfeita integração da criatura com a sociedade, vivendo de maneira harmônica em todo momento, onde quer que se encontre, liberada de receios injustificáveis e sintonizada com as bênçãos que defluem da misericórdia divina. A mediunidade, desse modo, a serviço de Jesus, é veículo de luz, de seriedade, dignificando o seu instrumento e enriquecendo de esperança e de felicidade todos aqueles que se lhe acercam. Jamais a mediunidade séria estará a serviço dos Espíritos zombeteiros, levianos, críticos, contumazes de tudo e de todos que não anuem com as suas informações vulgares, devendo tornar-se instrumento de conforto moral e de instrução grave, trabalhando a construção

de mulheres e de homens sérios que se fascinem com o Espiritismo e tornem as suas existências úteis e enobrecidas. Esses Espíritos burlões e pseudossábios devem ser esclarecidos e orientados à mudança de comportamento, depois de demonstrado que não lhes obedecemos, nem lhes aceitamos as sugestões doentias, mentirosas e apavorantes com as histórias infantis sobre as catástrofes que sempre existiram, com as informações sobre o fim do mundo, com as tramas intérminas a que se entregam para seduzir e conduzir os ingênuos que se lhes submetem facilmente… O conhecimento real do Espiritismo é o antídoto para essa onda de revelações atemorizantes, que se espalha como um bafio pestilencial, tentando mesclar-se aos paradigmas espíritas que demonstraram desde o seu surgimento a legitimidade de que são portadores, confirmando o Consolador que

Julho de 2015 Psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco

Jesus prometeu aos seus discípulos e se materializou na incomparável Doutrina. Ante informações mediúnicas desastrosas ou sublimes, um método eficaz existe para a avaliação correta em torno da sua legitimidade, que é a universalidade do ensino, conforme estabeleceu o preclaro Codificador. Desse modo, utilizando-se da caridade como guia, da oração como instrumento de iluminação e do conhecimento como recurso de libertação, os adeptos sinceros do Espiritismo não se devem deixar influenciar pelo moderno terrorismo de natureza mediúnica, encarregado de amedrontar, quando o objetivo máximo da Doutrina é libertar os seus adeptos, a fim de os tornar felizes. Vianna de Carvalho Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 7 de dezembro de 2009, durante o XVII Congresso Espírita Nacional, em Calpe, Espanha. Em 09.04.2012


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