ANO l
Nº 07
Taubaté / SP
Julho de 2014
EXTREMISMO RELIGIOSO PELO MUNDO Pág.03
DISCIPLINA, DISCIPLINA E DISCIPLINA
Pág.02
O VELHO HOMEM
Pág.04
JESUS, VIRTUDE PARA OS ESPÍRITAS Pág.04 O ALIMENTO DO ESPÍRITO Pág.06 OBSEÇÃO OU LIVRE ARBÍTRIO Pág.07 O FUNDO DO POÇO E O PODER DE DEUS
Pág.08
O MAL É FRUTO DA IGNORÂNCIA
Pág.09
O fanatismo religioso é marcado pela aversão a diferenças de crenças, resultando em perseguição à liberdade de credo e pluralismo religioso.
A ALMA EXISTE? Pág.10
Espiritismo para todos
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O CONSELHO DE EMMANUEL PARA CHICO XAVIER: DISCIPLINA, DISCIPLINA E DISCIPLINA Emmanuel propôs a Chico três pontos cruciais para o bom desempenho da tarefa. Seu primeiro conselho, disciplina; o segundo, disciplina; e o terceiro, disciplina. No início da atividade mediúnica de Chico Xavier, Emmanuel lhe perguntou se ele estava realmente disposto a dedicar-se à tarefa que lhe era atribuída. Emmanuel falava em trinta livros, só pra começar – no total, foram mais de quatrocentos… Chico temia não estar à altura do compromisso. Também receava ser abandonado pelos bons espíritos. Emmanuel lhe garantiu que isso não aconteceria, desde que ele se dedicasse ao trabalho, ao estudo e ao esforço no Bem. Emmanuel propôs a Chico três pontos cruciais para o bom desempenho da tarefa. O primeiro, disciplina; o segundo, disciplina; e o terceiro, disciplina. Acredito que o principal motivo de reencarnarmos, em nosso estágio evolutivo, é para adquirir disciplina. Poderíamos dizer, como muitos gostam, que estamos aqui para aprender a amar, e é verdade. Mas o amor que normalmente dizemos sentir está ainda muito longe do amor verdadeiro, incondicional. E para que saibamos, um dia, como é esse amor, precisamos disciplinar os nossos sentimentos, até isso a que hoje chamamos de amor, e que é, realmente, um esboço do amor verdadeiro. Antes que alguém pense em citar o amor de mãe como exemplo de amor incondicional, é bom lembrar que fazer vontades, atender a todos os caprichos e passar a mão na
cabeça dos erros dos filhos não tem nada a ver com amor incondicional. Amor requer disciplina de sentimentos, e para isso é preciso dizer não muitas vezes. Aprenda a dizer não Algumas pessoas conseguem se sobressair mesmo sem disciplina. São exceções, que chamam a atenção por algum talento extraordinário, quase sempre com prazo de validade. Vencer sem disciplina é antinatural, é contra as regras do jogo da Vida. No Universo tudo é disciplina, na Natureza tudo é disciplina. Como seres dotados de livre-arbítrio, podemos viver muito tempo driblando as regras. Se a estrada da disciplina é uma reta, podemos fazer curvas e desvios, podemos inventar atalhos e estacionar indefinidamente. Mas andar fora da estrada reta tem um preço. Esse preço é a dor. Sempre que desviamos do caminho reto das Leis de Deus, que disciplinam a nossa vida, somos surpreendidos pela dor. Espiritismo e a dor A única alternativa viável é o caminho reto, que é a disciplina. Recebo queixas de todos os tipos. Desde coisas banais até os casos mais complexos. De todos os que se queixam e pedem orientação percebo como característica básica a falta de disciplina. A começar pelo pensamento. Espiritismo e a importância do pensamento O começo de tudo é o pensamento. O que determina o modo como vivemos é o nosso padrão de pensamentos. Há
pessoas que vivem com medo de tudo, mas não deixam de assistir aos noticiários sangrentos da televisão e de procurar tragédias e notícias macabras na internet. Alimentam a sua mente com banhos de sangue, estupros, assassinatos, desgraças de todo tipo, e não entendem por que têm pesadelos e vivem amedrontadas. Ou, então, consomem quilos de pornografia na internet e não entendem por que são infelizes no casamento ou porque os seus relacionamentos não dão certo, ou porque sua vida sexual não é satisfatória. Espiritismo e os relacionamentos amorosos Há os que percebem que precisam mudar, notam que alguma coisa está errada, mas não se dão conta de que a única maneira de abandonar os maus hábitos é adquirindo bons
hábitos. O velhos hábitos devem ser substituídos! E para isso é preciso disciplina. É preciso agir! Somos escravos dos nossos hábitos Não sou médico, e sempre que escrevo sobre algo que requereria algum conhecimento específico, cinco ou seis criticozinhos me atacam. Mas não precisa ser médico pra saber que grande parte, ou a quase totalidade dos casos de depressão derivam da falta de ação. E muitos deles seriam facilmente superados com ação. Ação, atividade, produtividade, utilidade, vida! É impressionante o número de pessoas querendo esclarecimento acerca de determinados assuntos que, no entanto, não se animam a ler, a estudar. Inúmeras pessoas sentem os reflexos da
mediunidade que não foi estudada e desenvolvida, sabem disso, sofrem com isso, mas não de dão ao trabalho de ler meia dúzia de livros, de participar de um grupo de estudos no centro espírita, de adquirir novos costumes. Tem gente que tem preguiça até de orar! Reforma íntima e a preguiça É preciso ação, e ação disciplinada. É só uma questão de hábito. É só acreditar que depois de algum esforço inicial, mesmo que sem muita vontade, tudo começa a fluir naturalmente, tudo começa a ficar mais fácil, e os novos hábitos vão se tornando prazerosos. Os que se decidem a seguir a disciplina não se arrependem. De vez em quando algum deles me comunica os seus sucessos, os seus progressos, e é muito reconfortante ver que nem tudo está perdido…
comportamento tem sido extremamente infantil e ridículo, é preciso estudo. Para que os religiosos retrógrados avancem rumo a Deus é preciso estudar mais de um livro. A libertação se dá através do estudo. O trabalho em benefício do próximo é louvável e necessário. A caridade é considerável fator de elevação do espírito. A prática mediúnica, a assistência social, a consolação, tudo isso é válido e meritório, são meios de aprendizado em conjunto. Mas o que faz a diferença, o que expande a consciência, o que prepara para degraus mais altos, o que é capaz de nos dar mostras de nossa verdadeira natureza é o estudo. Já vi pessoas que
tiveram suas vidas modificadas por tratamentos espirituais. Sei de casos de curas aparentemente milagrosas que transformaram vidas. Mas nada modifica tão profundamente o espírito quanto o estudo. O estudo cura, consola e esclarece. O estudo é o meio de que dispomos para o desenvolvimento do espírito imortal. O estudo é infinito. Sempre recompensador. Tudo o que incorporamos de aprendizados morais passou antes pelo intelecto. Só depois de c o m p r e e n d e r m o s intelectualmente é que nos tornamos aptos a compreender moralmente. A libertação se dá através do estudo.
“A Verdade vos libertará.” Não sei quando chegaremos à Verdade. Mas chegaremos à Verdade através do estudo. As pessoas ainda muito ligadas à materialidade não conseguem entender o valor das coisas espirituais. Não entendem nada que fuja do seu mundinho artificial. Isso não é uma crítica; todos nós já passamos por isso. Para estas pessoas não é fácil explicar por que se estuda tanto, por que se procura ser uma pessoa melhor, mais tolerante, mais compreensiva. Elas não percebem que existem
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sentimentos muito superiores às sensações grosseiras a que estão habituadas. Acham que tudo deve ter um pagamento, tudo deve visar algum lucro ou recompensa. Não compreendem como alguém pode dedicar-se a ser útil, a ajudar o próximo, a escrever, ensinar, esclarecer, fazer trabalho voluntário. É perda de tempo querer falar das coisas do espírito para alguém assim. Só quem já é calejado em assuntos morais percebe algo além da matéria. Os que deixaram de ser ignorantes ou endurecidos não deixaram de ser ignorantes ou endurecidos por bondade. Foi à custa de árduas experiências, foi depois de sentir na pele as mais diversas realidades, foi depois de muito pensar e muito meditar. As religiões em geral reúnem preceitos que, se seguidos, devem levar à libertação dos males. Desde que o homem é homem ele tenta, de algum modo, escapar do mal. Não vem ao caso discutir se o que as religiões apresentam é verdadeiro e eficaz.
Para crescer moralmente, para melhorar-se internamente, para praticar a reforma íntima a exigência é sempre a mesma: O estudo. Sabemos que só o estudo não adianta nada. Sabemos que a teoria sem a prática não resolve grande coisa. Mas para entender o problema humano, para esclarecer-se sobre a realidade espiritual, para compreender, aceitar, vivenciar a espiritualidade o estudo é imprescindível. A pessoa pode ser boa, pode fazer caridade, pode ter fé. Mas para dar passos maiores é preciso que a fé seja embasada na razão, e para isso é preciso estudo. Para ampliar os horizontes e ver além do que a matéria nos oferece, é preciso estudo. Para perceber que o Universo não se resume ao que a televisão mostra é preciso estudo. Para que pessoas inteligentes ou que se acham inteligentes e que não compreendem a existência de vida além da matéria, por preconceito ou preguiça, se convençam de que seu
Espiritismo para todos
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EXTREMISMO RELIGIOSO PELO MUNDO Intolerância religiosa, eis aí um gravíssimo nódulo cancerígeno do mundo contemporâneo. O papa Francisco, ao chegar a Israel, expressou sua “profunda dor” pelo atentado contra o Museu Judaico de Bruxelas, que causou a morte de quatro pessoas, entre elas dois israelenses. Historicamente, os judeus tornaram-se alvo preferencial de perseguição religiosa ainda antes do fim do Império Romano, mas esta recrudesceu durante a Idade Média. A perseguição religiosa (ao judaísmo) atingiu níveis nunca vistos antes na História durante o século XX, quando os nazistas perseguiram milhões de judeus e outras etnias indesejadas pelo regime. O fanatismo religioso é marcado pela aversão a diferenças de crenças, resultando em perseguição à liberdade de credo e pluralismo religioso. Ódios que podem levar a prisões ilegais, espancamentos, sequestros, torturas, execução injustificada, negação de benefícios e de direitos e liberdades civis. Como ocorre na Nigéria, onde a maioria das pessoas do norte é muçulmana, “mas nem todas interpretam o Corão da mesma forma que o grupo extremista nigeriano Boko Haram. Em face desse radicalismo, muitos muçulmanos estão sendo convertidos ao Cristianismo. Por causa da conversão dos muçulmanos ao Cristianismo, o Boko Haram começou atacar as igrejas cristãs porque estavam perdendo seguidores. Recentemente, milhares de pessoas foram assassinadas pelo grupo extremista. Sua ação mais notória ocorreu em 14 de abril de 2014, quando sequestrou 223 meninas e adolescentes no nordeste da Nigéria, onde o grupo
é baseado. Nos últimos dois meses, o Boko Haram intensificou a sua campanha para transformar a Nigéria num estado islâmico que tem como principais alvos os civis. Estudiosos afirmam que a rápida expansão do cristianismo e do Islã na África se deve, em grande parte, ao sentido religioso, ao respeito e à tolerância inerentes à cultura tradicional. Os africanos descobriram que essas novas religiões provenientes do exterior continham muitos aspectos das crenças fundamentais (Ser Supremo, culto aos mortos/antepassados, espíritos etc.) e dos valores (centralidade da pessoa, importância da comunidade, a caridade e o perdão) de sua própria experiência religiosa. Mas nem todos os convertidos interpretam dessa forma, e utilizam a crença para busca do poder político. A violência entre grupos religiosos na República CentroAfricana atingiu recentemente um novo extremo, com relatos de canibalismo na capital do país, Bangui. Aí está ocorrendo intensa violência entre milícias cristãs e muçulmanas. O país de maioria cristã era governado por um presidente muçulmano que se elegeu com ajuda de milícias muçulmanas. Ele prometeu desmantelar as gangues que o ajudaram, mas não conseguiu. Em reação, cristãos montaram milícias próprias, e o país se afundou em um conflito religioso armado. (1) Atualmente, cerca de 80% dos conflitos armados que existem por todo mundo são decorrentes de questões religiosas. Em todo mundo estamos vendo o desenrolar de guerras e mais guerras em nome de algo que eles chamam de “fé”. Mas entenda a palavra “fé” que eles usam como: ambição, fanatismo,
Jorge Hessen
incredulidade, loucura ou falta da verdadeira FÉ! Atentados suicidas têm matado muitas pessoas em Bagdad. Durante o regime de Saddam Hussein, os sunitas dominavam os aparelhos do Estado e das Forças Armadas, e os xiitas eram reprimidos. Quando o regime caiu, os xiitas assumiram o poder e o país entrou em colapso, num estado de quase guerra civil, com grupos armados sunitas e xiitas guerreando entre si. A França foi o país que mais contribuiu para o aumento dos índices de intolerância religiosa na Europa, não só por causa das proibições em vigor contra vestuário religioso em espaços públicos, mas também devido ao assassinato, em 2012, de um rabino e de três crianças judias. Com o aumento da diversidade religiosa no Brasil, verifica-se um crescimento da intolerância religiosa, tendo sido criado até mesmo o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa [21 de janeiro], por meio da Lei nº 11.635, de 27 de dezembro de
2007. Vários países ao redor do mundo incluíram cláusulas nas suas constituições proibindo expressamente a promoção ou prática de certos atos de intolerância religiosa ou de favorecimento religioso dentro das suas fronteiras. A intolerância religiosa aumentou de modo geral durante o ano de 2012 em todos os continentes, exceto nas Américas. Temos a convicção de que, por trás dos novos fanatismos religiosos – católicos, evangélicos, espíritas, muçulmanos etc. – está o pendor místico do religioso que leva a uma cristalização da fé, desembocando numa falsa doutrina das virtudes. A base dos fanatismos é o medo – medo da liberdade, medo da vida, medo da cultura; medo, medo, medo, enfim, medo do mundo, que é encarado de um modo suspeito e hostil. A Doutrina Espírita nos faz entender quem somos efetivamente, quem realmente é o ser humano em sua vocação e circunstância, visão que possibilita, por sua vez, a compreensão e a vivência de uma vida social
moralmente correta a partir da qual podemos julgar com retidão se determinadas atitudes e ideias propostas por grupos religiosos e/ou políticos correspondem àquilo que o próprio Criador espera de nós. Deus nos quer abertos para a realidade, para a beleza das coisas criadas, para a ventura transcendente da liberdade humana de buscar esse ou aquele caminho para Deus, e não acabrunhados pelo medo e, em última análise, cegos pelo fanatismo. Talvez com aquela cegueira suprema, apontada por Jesus Cristo: “Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso o vosso pecado permanece”. (2) Oremos pelo mundo!
queremos? Não temos o direito de magoar as pessoas. Não me fale em justiça, em certo e errado, não é disso que se trata. Você ainda não percebeu que criticar não adianta? A crítica não resolve, nunca resolveu. O máximo que se consegue é gerar antipatia e talvez alguma inimizadezinha básica. Ninguém gosta de ser criticado. Ninguém! Você gosta? Então?! No entanto todos têm coisas boas. Todos os dias você se depara com um monte de coisas boas e não as elogia, está viciado em resmungar e criticar. Pense nas pessoas que você mais gosta.
Pensou? O que você lembra de melhor nessas pessoas? Não são os elogios que recebeu, mesmo que sem palavras? Quantas vezes você já ouviu elogios de pessoas não muito próximas ou mesmo desconhecidas e nunca mais esqueceu delas? Não são boas essas lembranças? Comece a elogiar mais e criticar menos, de preferência nunca mais critique ninguém. Não vai resolver nada, é só o luxo do desabafo. E você vai magoar alguém que é uma pessoa, assim como eu, assim como você.
Referencias: Disponível em http://www.bbc.co.uk/ portuguese/noticias/2014/01/ 140113_canibal_car_dg.shtml acesso 29/05/2014 (2)João 9:39-41 (1)
COMO ANDA SUA TOLERÂNCIA? Você é uma pessoa boa e sensível, tenho certeza. Mas como anda a sua tolerância? Como você lida com os erros e imperfeiçoes alheias? É difícil desfazer um erro, às vezes impossível. E magoar ou aborrecer alguém não deixa de ser um erro. No entanto, são erros que cometemos mais vezes do que imaginamos. Você não? Você mantém a paciência em casa, com os filhos, cônjuge, pais, irmãos? Com a louça suja, as roupas espalhadas, a bagunça, a sujeira, o xixi fora do vaso (existe uma mulher que não odeie isso?), os riscos na pintura da parede, o desperdício, o lixo misturado, você aguenta no osso? Que bom, parabéns! Mas e na rua? Você mantém a calma no trânsito, compreende que não adianta buzinar e lembra que xingar é feio? No restaurante, quando servem algo diferente do que você pediu, você é complacente, deixa assim mesmo, ou, quem sabe, reitera educadamente o pedido e aguarda paciencioso e sorridente?
Alguns dos lugares onde os funcionários são mais atormentados são supermercados e bancos (falar de hospital não vale). Quantas vezes você já viu essa cena: a guria do caixa do supermercado com cara de fome e uma velha (tá bem, senhora idosa) gastando o verbo na pobre? Banco, então, chega a ser estressante. Aquele monte de gente irritada descontando em quem estiver atrás de uma mesa ou balcão. Temos que defender nossos direitos. Não somos obrigados a engolir sapos. Não devemos nos deixar enganar. Não temos nada com os problemas dos outros. Peraí! Também não é bem assim! E a empatia, onde é que fica? É importante saber se colocar no lugar do outro, avaliar-se hipoteticamente na situação do outro. Você já se deu conta de que muitas vezes tratamos essas pessoas como meras peças do sistema? São pessoas, têm problemas, tem família, têm sentimentos, têm anseios, e muito provavelmente ganham menos que você e trabalham
mais horas que você. Não estou justificando falhas alheias ou fazendo apologia altruístico-social. Estou lembrando que devemos nos focar nas coisas boas, nos aspectos positivos de tudo, no lado bom da vida, do sistema e das pessoas. E a outra face da moeda? Quando você é bem atendido, elogia? Quando é cumprimentado com um sorriso no supermercado ou no banco, você retribui com vontade? Ou fica se achando muito ocupado pra forçar sorrisos? Gentilezas acontecem, todos os dias, em toda parte. Preste atenção nelas. Agradeça a boa educação no trânsito, agradeça ao garçom quando for bem atendido; se a comida estiver excepcionalmente boa, peça que agradeça ao cozinheiro. Parabenize o funcionário do banco que lhe atender com solicitude e competência. Principalmente, valorize aqueles com quem compartilha o seu pedaço mais importante do universo, a sua casa. Difícil? Temos que tentar; queremos crescer, não
Espiritismo para todos
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Julho de 2014
JESUS É O CARDÁPIO DE VIRTUDES PARA TODOS OS ESPÍRITAS Propaga-se colericamente nos meios de comunicação, mormente na Internet, e temos recebido diariamente mensagens enfurecidas de condenações contra Chico Xavier, Divaldo Franco, Emmanuel, André Luiz, Joanna de Angelis, FEB. Evoca-se com “tosse comprida” o imperativo do CUEE – Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos. Tais iracundos juízes (maníacos antirrustenistas, antifebianos) impugnam a legitimidade dos temas abordados por Emmanuel, André Luiz, Joana de Angelis e outros tendo em vista as suas mensagens serem advindas de um único médium. Pasmem! Os “cautelosos espíritas” vociferam citações do tipo, “não acolhemos nada fora da Codificação”. Hasteiam a flâmula de “Phd’s” do espiritismo (com minúsculas mesmo!), ou seja: certamente “kardequeologistas” com pósgraduação nas universidades das regiões subcrostais ou submundo do além. Ora, que alcance teriam os ditados de André Luiz, Joanna de Angelis ou Emmanuel, com suas revelações, se elas fossem contraditadas, tanto pelos Benfeitores, quanto pela liderança espírita mundial? O bom senso nos convida a raciocinar o seguinte: se um Espírito assegura um conceito de um lado, enquanto milhões
de pessoas dizem o contrário algures, a presunção da verdade não pode estar com aquele (encarnado ou desencarnado), cuja opinião é única, contrariando as demais. Isso é elementar, meu caro Watson! Como diria Sherlock Holmes(1). Todas as pretensões isoladas cairão pela força das coisas, ante o grande e poderoso criterium de controle universal. Ora, pretender ser o único a ter razão, contra todos, seria tão ilógico advindo de um Espírito, quanto da parte de um encarnado, o que não é o caso em discussão, ou seja, não sucede rejeição na Terra das obras do Chico Xavier ou do Divaldo. Em verdade as mensagens de André Luiz, Emmanuel, Joanna não caíram e nunca desmoronarão ante o movimento espírita mundial. No auge do desvario, recriam o Controle Universal dos Espíritos e, para tais diplomados, essa é a única forma de se aceitar, com boa margem de segurança, os ensinamentos provenientes, sobretudo, das obras de Chico Xavier. (!?) Por que essa prevenção contra o “Maior Brasileiro da História”? Recheiam suas fanfarrices dizendo que apesar de o Espiritismo ter sido introduzido no país por membros da “aristocracia dominante”, no século XIX, houve, desde o início,
forte junção da Doutrina com as religiões, principalmente, a umbanda e o catolicismo. Para os pós-graduados das cerrações, tanto os livros psicografados pelo Chico Xavier, quanto os do Divaldo Franco oferecem mensagens que nada adicionam e, até, contradizem o Espiritismo. Empapados de fértil imaginação e reduzidos de raciocínio, dizem que todo o processo mediúnico do extraordinário médium mineiro foi plasmado por um “misticismo” católico, que, imediatamente, os diretores da Federação Espírita Brasileira (FEB) aproveitaram. Com tal misticismo, vislumbraram um meio de divulgar um Espiritismo que fosse aceito pela sociedade brasileira que, então, era católica em sua esmagadora maioria. O que está escamoteado, sob essa necrotizante altercação, é, nada mais, nada menos, o aspecto , digamos, “religioso” do Espiritismo coordenado pela FEB e tonificado pelo “Mineiro do Século” na sua prática mediúnica. Tais vítimas da obsessão carecem decididamente entender que a concepção do Espiritismo como um convite à prática do Evangelho é , no mínimo, abarcar o Espiritismo na sua mais evidente missão. A frequência com que tal discussão tem acontecido, no âmbito do movimento espírita, é
azucrinante e cansativa , estéril e alienante. Para os tantãs, a postura religiosa , Xavieriana, tem um estilo cerceador sobre o desenvolvimento do Espiritismo, enquanto filosofia.(!?) Meus Deus! Quanto pitiatismo! Tais “progressistas” regurgitam que é urgente fugir do “Jesus Católico”, do religiosismo, do igrejismo enraizados nos centros espíritas. É preciso transformálos em academias de kardequilogistas diplomados. Oh! Irrisão! É necessário que o visgo da insensatez desgrude da mente desses progressistas de coisa nenhuma e recordá-los que o Espiritismo sem Jesus pode alcançar as mais extravagantes expressões acadêmicas, porém não
passará de atividade fadada a decompor-se, desintegrar-se, como todas as usurpações filosóficas da Terra. Engulam ou não, Jesus Cristo é o magnífico cardápio de virtudes para todos os espíritas. Nada se compara ao excelso amor que o Cristo dispensa à Humanidade. Não temos parâmetros para ajuizarmos a Sua ingente autoridade para a Terceira Revelação, até porque a Sua transcendente culminância se perde na tenebrosa neblina indevassável dos bilhões de anos de Seu labor. Jorge Hessen http://aluznamente.com.br Nota: (1) Personagem de ficção da literatura britânica criado pelo médico e escritor Sir Arthur Conan Doyle
O corpo, ele se desintegra... graça e vigor, partem. Existe agora uma pedra... onde uma vez eu tive um coração. Mas dentro desta velha carcaça... um jovem ainda habita, E agora e de novo... meu maltratado coração incha Lembro as alegrias... eu me lembro da dor. E eu estou amando e vivendo... a vida outra vez. Eu acho que os anos, muito poucos... foram embora muito rápido.
E aceitar o fato gritante... que nada pode durar. Então abram seus olhos, pessoas... abram e vejam. Não um homem casmurro. Olhe mais perto... veja... A MIM! Lembre-se este poema da próxima vez que encontrar uma pessoa mais velha que poderá deixar de lado sem olhar para a alma jovem dentro dela ... Vamos todos, um dia, estar lá, também! As coisas melhores e mais bonitas deste mundo não podem ser vistas ou tocadas. Elas devem ser sentidas pelo coração!
O VELHO HOMEM Quando um velho homem morreu na enfermaria de geriatria de um lar de idosos em uma cidade do interior da Austrália, acreditava-se que ele não tinha mais nada de qualquer valor. Mais tarde, quando as enfermeiras estavam olhando seus poucos pertences, encontraram este poema. A sua qualidade e conteúdo impressionaram tanto a equipe que cópias foram feitas e distribuídas para cada enfermeira no hospital. Uma enfermeira levou uma cópia para Melbourne ... O único legado do velho homem para a posteridade já apareceu nas edições de Natal de revistas em todo o país e figura nas revistas de Saúde Mental. Uma apresentação de slides também foi feita com base em seu simples mas eloquente poema. E esse velho homem, com nada para dar ao mundo, é agora o autor deste poema “anônimo”. VELHO RANZINZA... O que vocês vêem enfermeiros?... O que vocês vêem? O que vocês estão pensando... quando estão olhando para mim? Um homem casmurro,...
não muito sábio, Incerto de hábito… de olhos distantes? Quem goteja sua comida... e não faz qualquer comentário. Quando você diz em voz alta... “Eu gostaria que você tentasse!” Quem parece não perceber... as coisas que você faz. E sempre está perdendo... uma meia ou sapato? Quem, resistindo ou não... lhe permite fazer como quiser, Com o banho e a alimentação... o dia inteiro para preencher? É nisso que você está pensando?... é isso ... o que você vê? Então abra seus olhos, enfermeiro... você não está olhando para mim. Vou lhe contar quem eu sou ... como continuo, ainda, sentado aqui, conforme posso fazer ao seu comando,... como comer à sua vontade. Eu sou uma pequena criança de dez anos... com um pai e uma mãe, Irmãos e irmãs... que se amam Um rapaz de dezesseis... com asas nos pés Sonhando que breve... uma amante ele vai encontrar.
Um noivo logo aos vinte... meu coração dá um salto. Lembrando os votos... que eu prometi manter. Aos vinte e cinco, agora... tenho minha própria juventude. Quem precisa de mim para guiar... e um lar seguro feliz. Um homem de trinta... minha juventude agora cresceu rápido, Ligados um ao outro... com os laços que devem durar. Aos quarenta, meus filhos pequenos... cresceram e se foram, Mas a minha mulher está ao meu lado... para ver que eu não lamento. Aos cinquenta anos, mais uma vez,... bebês brincam no meu joelho, Mais uma vez, conhecemos as crianças... minha única amada e eu. Dias sombrios estão sobre mim... minha mulher agora está morta. Eu olho para o futuro... tremo de pavor. Pois meus jovens estão todos criados... da sua própria juventude. E eu penso nos anos... e no amor que eu conheci. Eu sou agora um velho homem... e a natureza é cruel. É piada para fazer a velhice... parecer uma tolice.
Espiritismo para todos
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Julho de 2014
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS PARA TRANSPLANTES É PERFEITAMENTE LEGÍTIMA Nas práticas médicas de todas as especialidades, o transplante de órgãos é a que demonstra com maior clareza a estreita relação entre a morte e a nova vida, o renascimento das cinzas como Fênix: o mitológico pássaro símbolo da renovação do tempo e da vida após a morte.(1) A temática “doação de órgãos e transplantes” é bastante coetâneo no cenário terreno. Sobre o assunto as informações instrutivas dos Benfeitores Espirituais não são abundantes. O projeto genoma, as investigações sobre célulastronco embrionárias e outras sinalizam o alcance da ciência humana. Os transplantes, em épocas recuadas repletas de casos de rejeição, tornaram-se práticas hodiernas de recomposição orgânica. O esmero “in-vivo” de experiências visando regeneração de células e a perspectiva de melhoria de vida caminham adiante, em que pese às pesquisas ensaiarem, ainda, as iniciantes marchas. Isso torna auspiciosa a expectativa da ciência contemporânea. Contudo, o receio do desconhecido paira no imaginário de muitos. Alguns espíritas recusam-se a autorizar, em vida, a doação de seus próprios órgãos após o desencarne , alegando que Chico Xavier não era favorável aos transplantes. Isso não é verdade! Mister esclarecer que Chico Xavier quando afirmou “a minha mediunidade, a minha vida, dediquei à minha família, aos meus amigos,ao povo. A minha morte é minha. Eu tenho este direito. Ninguém pode mexer em meu corpo; ele deve ir para a mãe Terra”, fê-lo porque quando ainda encarnado Chico recebeu várias propostas [inoportunas] para que seu cérebro fosse estudado após sua desencarnação. Daí o compreensível receio de que seu corpo fosse profanado nesse sentido. Não podemos esquecer que se hoje somos potenciais doadores, amanhã, poderemos ser ou nossos familiares e amigos potenciais receptores. “Para a maioria das pessoas, a questão da doação é tão remota e distante quanto à morte. Mas para quem está esperando um órgão para transplante, ela significa a única possibilidade de vida!”(2) Joanna de Angelis sabendo dessa importância ressalta “(...) Verdadeira bênção, o transplante de órgãos concede oportunidade de prosseguimento da existência física, na condição de moratória, através da qual o Espírito continua o périplo orgânico. Afinal, a vida no corpo é meio para a plenitude - que é a vida em si mesma, estuante e real” (3) Em entrevista à TV Tupi em agosto de 1964, Francisco Cândido Xavier comenta que o
transplante de órgãos, na opinião dos Espíritos sábios é um problema da ciência muito legítimo, muito natural e deve ser levado adiante. Os Espíritos, segundo Chico Xavier - não acreditam que o transplante de órgãos seja contrário às leis naturais. Pois é muito natural que, ao nos desvencilharmos do corpo físico, venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utilizá-los com proveito. (4) A doação de órgãos para transplantes é perfeitamente legítima. Divaldo Franco certifica: se a misericórdia divina nos confere uma organização física sadia, é justo e válido, depois de nos havermos utilizado desse patrimônio, oferecê-lo, graças as conquistas valiosas da ciência e da tecnologia, aos que vieram em carência a fim de continuarem a jornada.(5) Não há, também, reflexos traumatizantes ou inibidores no corpo espiritual, em contrapartida à mutilação do corpo físico. O doador de olhos não retornará cego ao Além. Se assim fosse, que seria daqueles que têm o corpo consumido pelo fogo ou desintegrado numa explosão?(6) Quando se pode precisar que uma pessoa esteja realmente morta? Conforme a American Society of Neuroradiology morte encefálica é o estado irreversível de cessação de todo o encéfalo e funções neurais, resultante de edema e maciça destruição dos tecidos encefálicos apesar da atividade cardiopulmonar poder ser mantida por avançados sistemas de suporte vital e mecanismo e ventilação”.(7) A grande celeuma do assunto é a morte encefálica, na vigência da qual órgãos ou partes do corpo humano são removidos para utilização imediata em enfermos deles necessitados. Estar em morte encefálica é estar em uma condição de parada definitiva e irreversível do encéfalo, incompatível com a vida e da qual ninguém jamais se recupera. (8) Havendo morte cerebral, verificada por exames convencionais e também apoiada em recursos de moderna tecnologia, apenas aparelhos podem manter a vida vegetativa, por vezes por tempo indeterminado. É nesse estado que se verifica a possibilidade do doador de órgãos “morrer” e só então seus órgãos podem ser aproveitados - já que órgãos sem irrigação sanguínea não servem para transplantes. Seria a eutanásia? Evidentemente que caracterizar o fato como tal carece de argumentação científica (...) para condenarem o transplante de órgãos: a eutanásia de modo algum se encaixaria nesses casos de morte encefálica comprovada. (8) A medicina, no mundo todo, tem como certeza que a morte
encefálica, que inclui a morte do tronco cerebral (10) só terá constatação através de dois exames neurológicos, com intervalo de seis horas, e um complementar. Assim, quando for constatada cessação irreversível da função neural, esse paciente estará morto, para a unanimidade da literatura médica. Questão que também amiudemente é levantada é a rejeição do organismo após a cirurgia. Chico Xavier nos vem ao auxílio, explicando: André Luiz considera a rejeição como um problema claramente compreensível, pois o órgão do corpo espiritual está presente no receptor. O órgão perispiritual provoca os elementos da defensiva do corpo, que os recursos imunológicos em futuro próximo, naturalmente, vão suster ou coibir. (11) Especialistas, a partir 1967, desenvolveram várias drogas imunossupressoras (ciclosporina, azatiaprina e corticoides), para reduzir a possibilidade de rejeição, passando então os receptores de órgãos a terem uma maior sobrevida.(12) Estatisticamente, o que há é que a taxa de prolongamento de vida dos transplantes é extremamente elevada. Isso graças não só às técnicas médicas, sempre se aperfeiçoando, mas também pelos esquemas imunossupressores que se desenvolveram e se ampliaram consideravelmente, existindo atualmente esquemas que levam a zero por cento (0%) a rejeição celular aguda na fase inicial do transplante, que é quando ocorrem.(13) André Luiz explica que quando a célula é retirada da sua estrutura formadora, no corpo humano, indo laboratorialmente para outro ambiente energético, ela perde o comando mental que a orientava e passa, dessa forma, a individualizar-se; ao ser implantada em outro organismo [por transplante, por exemplo], tenderá a adaptar-se ao novo comando [espiritual] que a revitalizará e a seguir coordenará sua trajetória.(14) Condição essa corroborada por Joanna de Angelis quando
expõe: (...) transferido o órgão para outro corpo, automaticamente o perispírito do encarnado passa a influenciá-lo, moldando-o às suas necessidades, o que exigirá do paciente beneficiado a urgente transformação moral para melhor, a fim de que o seu mapa de provações seja também modificado pela sua renovação interior, gerando novas causas desencadeadoras para a felicidade que busca e talvez ainda não mereça.(15) Os Espíritos afirmaram a Kardec que o desligamento do corpo físico é um processo altamente especializado e que pode demorar minutos, horas, dias, meses. (16) Embora com a morte física não haja mais qualquer vitalidade no corpo, ainda assim há casos em que o Espírito, cuja vida foi toda material, sensual, fica jungido aos despojos, pela afinidade dada por ele à matéria. (17) Todavia, recordemos de situação que ocorre todos os dias nas grandes cidades: a prática da necropsia, exigida por força da Lei, nos casos de morte violenta ou sem causa determinada: abre-se o cadáver, da região esternal até o baixo ventre, expondo-se-lhe as vísceras tóracoabdominais.(18) Não se pode perder de vista a questão do mérito individual. Estaria o destino dos Espíritos desencarnados à mercê da
decisão dos homens em retirarlhes os órgãos para transplante, em cremar-lhes o corpo ou em retalhar-lhes as vísceras por ocasião da necrópsia?! O bom senso e a razão gritam que isso não é possível, porquanto seria admitir a justiça do acaso e o acaso não existe!(19) Em síntese a doação de órgãos para transplantes não afetará o espírito do doador, exceto se acreditarmos ser injusta a Lei de Deus e estarmos no Orbe à deriva da Sua Vontade. Lembremos que nos Estatutos do Pai não há espaço para a injustiça e o transplante de órgãos (façanha da ciência humana) é valiosa oportunidade dentre tantas outras colocadas à nossa disposição para o exercício do amor. Jorge Hessen Referências bibliográficas:1- Mário Abbud Filho Ex-Presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. 2- In Doação de Órgãos e Transplantes de Wlademir Lisso / Cleusa M. Cardoso de Paiva, disponível acesso em 15/04/2004 3- Franco, Divaldo Pereira. Dias Gloriosos, Ditado pelo Espírito Joanna de Angelis. Salvador/Ba: Ed. LEAL, 1999, Cf. Cap. Transplantes de Órgãos 4- Publicada na Revista Espírita Allan Kardec, ano X, n°38
Espiritismo para todos
06
Julho de 2014
SONAMBULISMO - FACULDADE INTRIGANTE E POUCO DEBATIDA Uma neozelandesa conseguiu dirigir e enviar mensagens (1) pelo celular (enquanto “dormia” ao volante) em completo estado de transe sonambúlico (2). Eis aqui um tema desafiador para cogitação espírita, porquanto o sonambulismo [do latim somnus= sono e ambulare= marchar, passear] consiste no estado de emancipação da alma mais completo do que no sonho. O sonho é um sonambulismo imperfeito. No sonambulismo, a lucidez da alma, isto é, a faculdade de ver, que é um dos atributos de sua natureza, é mais desenvolvida. Ela vê as coisas com mais precisão e nitidez, o corpo pode agir sob o impulso da vontade da alma. O esquecimento absoluto no momento do despertar é um dos sinais característicos do verdadeiro sonambulismo, visto que a independência da alma e do corpo é mais completa do que no sonho. Allan Kardec informa na Introdução de O Livro dos Espíritos que se interessou pelo sonambulismo e magnetismo desde sua juventude. Na época o tema era observado em todo continente europeu, despertando interesse acadêmico de numerosos estudiosos. O Marquês de Puysegur, um dos mais célebres discípulos de Franz Anton Mesmer, provocava a “crise mesmérica” e aproveitava esse período de “sono provocado” para curar seus pacientes. Durante o transe, certos sonâmbulos podiam ditar recomendações sobre o diagnóstico e o tratamento de enfermos ali presentes. No século XIX, portanto, além de ocorrer um despertar do interesse da comunidade científica, o “magnetismo” foi bastante estudado nas obras Espíritas. O Codificador, um pesquisador do magnetismo desde os 18 anos de idade, redefiniu alguns conceitos
sobre o tema. Palavras como “espírito” e “médium” já existiam, entretanto Kardec deu-lhes outra acepção, visando estratificar os arcabouços da Doutrina que vinha ao mundo sob as orientações dos Instrutores desencarnados. O “médium”, na concepção mesmerista, significava uma pessoa que se colocava sob o controle de um magnetizador. Todavia, Kardec anota no Cap. XIV do Livro dos Médiuns que “médium” é todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos espíritos. Comparemos o termo “médium sonâmbulo”: para os seguidores de Mesmer era a faculdade que permitia uma pessoa entrar em transe sonambúlico sob influência magnética. Kardec, ao estudar o tema, percebeu algumas variáveis do transe sonambúlico. Primeiro percebeu quando o sonâmbulo age espontaneamente sob a influência do seu próprio Espírito (animismo); é a própria alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos. Por outro lado, o médium sonâmbulo, pode ser instrumento de uma inteligência estranha, quando é passivo e o que diz não vem de si. Em suma, o sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento, enquanto que o médium exprime o de outrem. Lembrando aqui que o Espírito que se comunica com um médium comum pode igualmente fazê-lo com um sonâmbulo, porque o estado de emancipação da alma facilita essa comunicação. Muitos sonâmbulos veem impecavelmente os Espíritos e os apresentam com tanta exatidão como fazem os médiuns videntes. Podem dialogar com eles e transmitir-nos as suas ideias. O que narram fora do âmbito de seus conhecimentos particulares lhes é com certeza recomendado por outros Espíritos.
No Brasil o sonambulismo ainda é pouco compreendido porque é raramente pesquisado, daí a dificuldade de muitos dirigentes de reuniões mediúnicas em identificálo. Infelizmente é tema menosprezado pela maioria dos espíritas. Temos o exemplo do caso de um sonâmbulo que se atirou do 7º andar do prédio em que residia. Ele caiu sobre a copa de uma árvore, só vindo a despertar no pronto socorro. Teve uma lesão medular que o impediu de continuar a andar. Existem muitas pessoas com sequelas decorrentes de crises de sonambulismo. Entendemos que o assunto merece ser examinado e debatido com mais frequência, mirando-se abrigo e socorro aos portadores dessa faculdade, que muitas vezes padecem agruras imensas, por não haver maior número de estudiosos para assisti-los. Como percebemos, o sonambulismo natural é espontâneo, ao passo que o sonambulismo magnético é voluntário e por isso pode ser provocado. Um não suprime o outro, já que em ambos persiste a faculdade da alma em emanciparse. Ocorre apenas outra diretriz, que disciplina o fenômeno. A educação mediúnica também permite ao médium que, por sua vontade, ele tenha controle voluntário sobre o Espírito que vai por ele se manifestar. Assim sendo, pode se considerar o sonambulismo como sendo uma variedade da faculdade mediúnica. Ambos caminham juntos, e nos dois fenômenos encontramos a alma, emancipada e livre para se manifestar. Reiteramos que o sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito; é sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos
Jorge Hessen
sentidos. O médium, ao contrário, como dito anteriormente, é instrumento de uma inteligência estranha; é passivo, e o que diz não vem de si. O sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento, enquanto o médium exprime o de outrem. Sonâmbulos são médiuns independentemente de entrarem no transe anímico e, nessa condição, “incorporam” espíritos sofredores, ou não, mas o fazem também no decorrer desse transe, quando se desdobram e ocorre a psicofonia sonambúlica. Passam, assim, do transe anímico ao transe mediúnico. Entendemos que a deficiência de estudo dessa faculdade é falha gravíssima no movimento espírita, em face dos expedientes que proporciona no auxílio a espíritos padecentes, seja porque o médium, desdobrado, desloca-se a regiões distantes, ou próximas, onde existam intensos sofrimentos, seja porque permite “[quando os Mentores Espirituais concordam
com a aplicação desse recurso] submeter o espírito rebelde à regressão de memória, quando “incorporado” ao médium em transe sonambúlico e, em casos assim, ele atua na condição de médium, exercitando a psicofonia sonambúlica. O sonambulismo puro, quando em mãos desavisadas, pode produzir belos fenômenos, mas é menos útil na construção espiritual do bem. Porquanto “a psicofonia inconsciente, naqueles que não possuem méritos morais suficientes à própria defesa, pode levar à possessão, sempre nociva, e que por isso, apenas se evidencia integral nos obsessos que se renderam às forças vampirizantes.
você cuida do seu corpo diariamente, do mesmo modo deve cuidar do espírito. Você faz suas refeições todos os dias, mesmo quando está cansado ou sem tempo. Você faz suas necessidades todos os dias, você toma banho todos os dias (toma, né?), você troca de roupa todos os dias. Quem faz musculação ou qualquer atividade física regular sabe que é preciso manter a musculatura sempre em atividade. Duas ou três semanas sem praticar exercícios e
grande parte de sua massa muscular e elasticidade é perdida. Com as coisas do espírito acontece o mesmo. Você precisa conectar-se com Deus todos os dias. Seja através de oração, meditação, relaxação ou de qualquer outro modo. Se esse encontro com Deus, se essa introspecção é interrompida ou falhada, você se desconecta, fica sujeito à ilusão da matéria. Não se esqueça de você. Não se esqueça de que não há preço que pague a paz e o bem-estar.
Referências bibliográficas: (1) XAVIER, Francisco C. Nos Domínios da Mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 9. Ed. - Rio de Janeiro: FEB, 1979. Cap. 3, 8 e 11. Sugerimos leitura do item 173, de O Livro dos Médiuns (2) Idem Cap. 3, 8 e 11.
O alimento do espírito Você consegue viver em paz? Ainda se lembra, pelo menos, de como é maravilhosa a sensação de paz? Vivemos um período agitadíssimo. Em nenhuma outra reencarnação você conheceu tanta atividade, tanta informação, tantas pessoas como você conhece hoje. É um momento histórico privilegiado em nossa evolução. Temos a oportunidade de consolidar conhecimentos e experiências que buscamos há muitos séculos. O problema é que corremos o risco de esquecer de parar. E precisamos saber parar. Até as máquinas precisam de descanso, necessitam de manutenção. Muitos mestres, junto com ensinamentos morais ou práticos, também nos ensinaram o valor da paz, a necessidade de parar e esvaziar a mente. Jesus recolhia-se para orar, em silêncio, sem ser incomodado. Buda meditava por não sei quanto tempo. Sábios contemporâneos,
como Masaharu Taniguchi, fundador da Seicho-no-ie ou o nosso filósofo Huberto Rohden, também nos ensinaram acerca do valor do recolhimento, da necessidade de se reservar um espaço do dia para o silêncio, o encontro com Deus dentro de nós. Se não nos reservamos um tempo pras coisas do espírito, dificilmente conseguiremos cumprir com qualquer objetivo mais elevado a que nos propusemos. O mundo material, da forma como funciona hoje, não nos permite lembrar da nossa natureza espiritual. Tudo é feito de modo a que nos mantenhamos o mais ocupados possível. Quando acabam as obrigações, se sobra algum tempo, é pro lazer. Mas pro lazer estereotipado, padronizado, pro lazer em pacote. É claro que todos precisamos de lazer. Mas não podemos esquecer o mais importante. Você não pode esquecer que você é espírito
imortal de passagem pela matéria. Você tem um monte de coisas a fazer por aqui. Mas sem se descuidar da sua verdadeira natureza. Uma maneira simples de nos mantermos conectados com nossos propósitos superiores é através da leitura. Nem que seja dez ou quinze minutos por dia. Mas é preciso selecionar a leitura. Aprendi um pouco tarde que a leitura deve ser cuidadosamente escolhida. Nada que nos baixe o ânimo, nada que nos atinja negativamente, nada que traga más reflexões. A leitura diária deve ser prazerosa e edificante. E compreensível. Não adianta escolher um livro por sua fama, pela boa reputação do seu autor, se a leitura é difícil e exige mais atenção do que você pode dar. Não podemos esquecer um só dia da nossa natureza espiritual e das necessidades de alimento do espírito. Assim como
Espiritismo para todos
07
Julho de 2014
DIFERENÇA ENTRE FÉ E CRENÇA Você sabe a diferença entre fé e crença? Não? Eu imagino que seja mais ou menos isso: A fé nasce e morre dentro de cada um. A fé é uma energia ou sentimento intransferível e uma experiência totalmente pessoal. A crença é a sensação de que alguma coisa é verdadeira, sem que se questione a procedência desta coisa, sem que se questione se essa coisa pode ser provada ou não. Você sabe o que é a fé raciocinada? O espiritismo inovou com esse conceito. Fé raciocinada é o meio-termo entre a incredulidade e a fé cega. Como ninguém é igual a ninguém, a quantidade necessária de razão e de fé para apreender a teoria e experimentar a prática depende de cada um. As crenças em geral tentam explicar o sentido da vida e da morte e o sentido de um monte de coisas que nos rodeiam. Quem tem fé sabe; quem tem crença pode saber ou apenas pensar que sabe. A fé não se transmite, a crença pode ser ensinada. Aqui surge um problema filosófico um tanto chato mas de grande importância para o diaa-dia. É complicado querer ensinar ou compartilhar crenças. Sabe por quê? Por que conhecemos, de verdade,
apenas as nossas próprias crenças. Seja qual for o assunto tratado, sabemos de imediato se ele se adapta ou não às nossas crenças. Mas não conhecemos as crenças dos outros. Você não conhece a crença do seu marido, do seu filho, da sua mãe, ou esposa, ou irmão, ou de quem quer que seja. Você só conhece a sua própria crença. Você só nota alguma coisa da crença do outro pela observação do seu comportamento. Por causa disso, não conseguimos captar ou transmitir com clareza tudo o que se refere às nossas crenças. Não entendemos os outros e os outros não nos entendem. Não precisaríamos de tantos sistemas, tantos mestres, tantos livros, se fosse possível a comunicação imediata da crença. Mas tudo o que externamos o fazemos com conceitos que têm valor pra nós, não necessariamente para os outros. Da mesma forma acontece quando interiorizamos algum aprendizado. Nós percebemos a informação de acordo com nossos conceitos, e decodificamos essa informação baseados em nosso ponto de vista. Toda informação que entra ou sai de nós passa pelo filtro de nossos conceitos, de nossos
pontos de vista. Por isso é tão difícil o entendimento, por isso tanta divergência, por isso tanta discórdia. Muitas vezes falamos as mesmas coisas como se fosse em línguas diferentes. O maior obstáculo ao entendimento entre as pessoas é o orgulho. E não estou me referindo a pessoas estranhas umas às outras. Estou me referindo a pessoas que compartilham um ideal, a pessoas que pensam e querem mais ou menos as mesmas coisas. O maior obstáculo é o velho e podre orgulho. É o orgulho que nos aconselha a não descer do pedestal de nosso conhecimento adquirido para prestar uma maior atenção ao
que diz o próximo. É o orgulho que nos impede de levar em consideração a experiência alheia, é o orgulho que nos proíbe de meditar seriamente acerca da verdade dos outros. Quantas vezes você nem sequer ouviu até o final o que o outro tinha a dizer só porque logo na primeira frase ele contrariou alguma verdade que para você é inquestionável? Quantas vezes você interrompeu a fala do outro porque ele ousou discordar do ensinamento intocável do seu guru da verdade? Quantas vezes você olhou com desdém para o seu semelhante porque ele externou um pensamento de simpatia por um mestre ou livro ou sistema que você definitivamente execra, mesmo sem nunca tê-lo estudado com
um mínimo de boa vontade? “Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade.” Palavras do velho e bom Allan Kardec. Você tem fé? Se você tem fé, não precisa ter medo de ouvir o próximo. Você sabe no que acredita? Ou confunde saber com estar convencido? A fé é algo que sabemos, compreendemos intimamente, sem margem a dúvidas. O resto são crenças. E crença é a verdade de alguém que adotamos como sendo nossa. Não precisamos que nos digam em que acreditar. Mas precisamos ouvir, analisar, aprender com os outros, sem medo de contágio, porque temos fé. Você tem, não tem?
desse comportamento é a exteriorização de vícios como o personalismo, apego aos poderes temporais, presunção de conhecimentos profundos da Doutrina, o que nos leva a concluir que tais indivíduos estariam mais propensos à prática da filantropia do que à caridade propriamente dita. Quando nos referirmos à caridade, busquemos ampliar nosso entendimento em relação ao termo. Será que estamos sendo caridosos para como os
desencarnados atribuindo-lhes todas as culpas? Ou será que estamos suprimindo, dos encarnados o poder de livre arbítrio que estes têm e que por estarem instalados na matéria as factíveis de erros? O Espírito é herdeiro de suas próprias conquistas e transferir todas nossas derrocadas a outros é fugir à responsabilidade do automelhoramento Publicado na revista “O Espírita” nº 89 Jul/Set 95 Brasília – DF
OBSESSÃO OU LIVRE ARBITRÍO? Warwick Mota
Tem se tornado prática entre nós espíritas, atribuirmos toda e qualquer ação de outrem, a Espíritos desencarnados, principalmente, as de caráter negativo que nos levam a emitir considerações ou mesmo à expressão direta de opinião acerca do assunto. Eu diria até, que estamos nos assemelhando em muito, a irmãos de outras crenças, que atribuem tudo que é negativo ao “demônio”. Talvez pelo fato de acharmos mais cômodo, buscar respostas fáceis ou delegar culpas que ao primeiro deslize do próximo, já estabelecemos um paradigma em relação ao comportamento alheio, estigmatizando qualquer comportamento diferente em comportamento obsessivo ou desequilibrado. Para tal nada melhor que o uso de frases tão bem conhecidas no vocabulário espírita, que inconseqüentemente popularizamos o uso, sem atentar para coerentes critérios de observação. “Fulano? Está obsidiado, você não percebeu o comportamento dele?” Ou então: “eu tenho tanta pena do nosso irmão, ele está totalmente
desequilibrado”. E mais ainda: “beltrano precisa passar por um processo de desobsessão urgente! Isso é coisa de espírito obsessor!” Todos nós sabemos, conhecemos, vivemos ou já vivenciamos, dramas obsessivos, seja com nós próprios, com parentes, amigos, vizinhos etc, sem contar que dispomos na literatura espírita, de vasto material a nos dar o suporte necessário para o estudo e a pesquisa séria, acerca da problemática obsessiva, orientando-nos quanto as suas minúcias, graus, processos e áreas visadas. A obsessão tem se constituído ao longo dos séculos como um dos maiores males que assola a humanidade, mas não é em função disso que devemos considerar qualquer ação praticada, como obsessão a rigor, se assim fosse, não haveria mérito para aqueles que conseguem realizar a reforma íntima, bastaria o simples fato de afastar o obsessor, para que o individuo lograsse imediatamente a condição de homem novo, pois as imperfeições não seriam inerentes a ele, mas sim ao Espírito que o obsidiava. Se partirmos da premissa o fato de algumas pessoas, ao levantarem querelas, ou terem um comportamento antiespírita dentro
das instituições a que pertencem, ou mesmo no meio social em que convivem, ressaltando-se, que via de regra temos por hábito acusar principalmente os espíritas, quando esses fazem parte do contexto, rotulando-os é claro, de obsidiados ou desequilibrados. Obviamente estamos sendo parciais em nossa observação, ao atribuir toda culpa nesse processo aos Espíritos desencarnados, eximindo logicamente tais pessoas de quaisquer vícios ou defeitos. Tal afirmativa não condiz com a verdade, portanto essa premissa é falsa. As imperfeições como já foi dito, são inerentes ao ser humano e que, os desencarnados fazem uso delas, amplificando-as para seus fins. A alegação de que essas pessoas são conhecedoras do postulados de Kardec, é bastante inconsistente, só conhecer Kardec não é o suficiente, faz-se necessário entender Kardec. É em virtude da falta de entendimento que surge no movimento espírita pessoas descomprometidas com a Doutrina, dando suas interpretações pessoais a esta. Certamente a conseqüência
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08
Julho de 2014
O FUNDO DO POÇO E O OBSESSÃO E CURA PODER DE DEUS No fundo do poço a sua vontade se torna bem definida: sair do poço! O seu pensamento não vacila; não há tempo pra isso. Então o poder de Deus se manifesta através de você. Você acredita na força que você tem? Você acredita que tem uma capacidade imensa de realização? Se você já enfrentou momentos de grande dificuldade você já teve provas da sua capacidade de superação. Talvez você pense que é nos momentos de dificuldade, que é nos momentos mais complicados que você se fortalece. Isso não deixa de ser verdade. Mas não é preciso chegar ao fundo do poço para usar a sua força. Não fomos educados para aproveitar nossos recursos interiores. As noções de religiosidade que herdamos ensinam a buscar apoio e consolo numa fonte externa, num Deus longínquo e nem sempre acessível. Toda a força de que você precisa está dentro de você mesmo. Você tem ao seu dispor uma força potencialmente infinita. Foi isso que Jesus indicou quando nos disse que nós somos deuses. Por que parece que só temos força quando chegamos ao fundo do poço? Porque é preciso sair de lá. Você é obrigado a isso. Ninguém aguenta ficar muito tempo no fundo úmido e frio do poço. Enquanto tudo vai bem, você não faz questão de perceber que você é muito mais do que aparenta ser, que você é espírito imortal vivendo mais uma experiência na Terra, buscando aprendizado e aperfeiçoamento moral. Quando as coisas não andam da forma como você gostaria que andassem, sua tendência é culpar alguém por isso, esperar que as coisas se resolvam por si mesmas ou delegar a solução dos seus problemas a alguém do seu convívio ou a algum santo ou ao espírito protetor. Mas quando você não vê mais solução no horizonte,
Você conhece o modo mais eficaz para a cura da obsessão? É muito comum pessoas procurarem o Espiritismo em momentos de grande dificuldade em busca de uma solução para os seus problemas. Desemprego, dramas conjugais, doenças graves. Algumas obtém melhoras, outras não. Sabemos que há casos de doenças ou limitações físicas que fazem parte da bagagem espiritual da pessoa, o que chamam de carma. O máximo que se conquista é o alívio, mas para isso é preciso ajudar a si mesmo. Muitas dificuldades se manifestam através de obsessões; companhias espirituais de baixo padrão vibratório com o propósito deliberado ou não de prejudicar. Quando os obsessores são afastados, a pessoa pode sentir-se curada. Na maior parte das vezes, esquece o problema e não modifica nada a si mesma. Logo tudo recomeça, às vezes com agravantes.
quando se esgotaram as possibilidades, quando não há mais chance de que as coisas mudem sem que você mude, então você se decide a mudar. E daí tudo muda. Na hora do aperto você muda o seu padrão de pensamentos. Você se torna subitamente responsável e dinâmico. Abandona a inércia mental, deixa de lado as ideias comodistas e negativas, põe em movimento a sua vontade, determina para si mesmo o que você quer e age neste sentido. Agir é importantíssimo, é a ação que produz resultados. Mas de nada vale ação sem direção definida, de nada vale agir sem planejamento. Não adianta nada agir se você não sabe qual é a sua vontade. Isso parece tão simples que chega a ser banal. Mas na maior parte das vezes não sabemos qual é a nossa vontade, não direcionamos nosso querer num fluxo contínuo e firme. Por isso você encontra forças nos momentos de maior dificuldade. No fundo do poço a sua vontade se torna bem definida: sair do poço! O seu pensamento não vacila; não há tempo pra isso. O desconforto do ambiente é tão grande que não há espaço pra comodismo ou medo de não dar certo. Você quer sair, você quer erguer-se, você quer
respirar o ar puro da superfície, você quer sentir na sua pele os raios do sol lhe aquecendo. Então você tem vontade firme e forte. De um momento pro outro, você é um estrategista veterano. Planeja e pratica, quase simultaneamente. O resultado é rápido e inquestionável. De onde surgiu essa força que fez você se movimentar com tanta facilidade? De você, é óbvio. Mas essa força não surgiu graças à dificuldade. Essa força sempre esteve em você. Essa força está em você agora, essa força estará sempre em você. Essa força é Deus que age através de você, essa força é você, essa força é Deus, essa força é! Você pode usar essa força sempre, em todos os momentos da sua vida. Não precisa esperar que um período mais difícil de sua vida obrigue você a acessála. Acredite em si mesmo, em sua capacidade. Desenvolva a sua vontade exercitando-a com pequenos objetivos. Trace metas fáceis e cumpra-as. Conforme você for adquirindo confiança em si mesmo, conforme você conseguir dominar seus pensamentos, objetivos maiores estarão ao seu alcance. Não espere chegar ao fundo do poço pra utilizar sua força interior…
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Não existem respostas prontas para os problemas que afligem a população encarnada. Essas pessoas que buscam uma cura rápida no centro espírita agem como um paciente desleixado, que vai ao médico, recebe o remédio, mas não muda a conduta que gerou sua doença. A cura está dentro de cada um. Só você pode curar a si mesmo. O médico lhe receita um remédio, você toma e fica temporariamente bom. Mas se permanecer com os mesmos costumes prejudiciais, se não se reeducar, a doença volta com força. Espiritualmente acontece a mesma coisa. Se não houver mudanças no seu modo de pensar, falar e agir, a cura não ocorrerá; todas as medidas serão apenas paliativas. Somos responsáveis pelos nossos atos, e colhemos aquilo que plantamos. O que não plantamos nesta reencarnação, plantamos no passado. E não adianta dizer que não se lembra. Estude a si mesmo, perceba o quanto há para ser mudado. Quanto antes você começar, melhor. A maioria das nossas falhas de caráter são as mesmas há séculos. Se percebermos como somos hoje, saberemos como fomos ontem e o que devemos modificar em nós para um melhor amanhã. Muitas pessoas acham difícil abandonar seus velhos hábitos,
seus vícios e preconceitos. Não acham graça numa vida sem vícios, sem prazeres espalhafatosos, numa vida razoavelmente correta. São espíritos que nunca se elevaram acima da esfera carnal, nunca subiram além da matéria densa. Estão engessados, fechados a qualquer chamado mais íntimo, não aceitam que se toque em nada que fira o seu orgulho. A maior parte dos casos de obsessão ocorre com a conivência do obsediado. Seu comportamento grosseiramente material, suas atitudes emperradas e duras, sua mente fechada e lacrada para qualquer pensamento novo formam a condição perfeita para uma verdadeira simbiose, onde há livre permuta de fluidos e sensações entre encarnados e desencarnados. Essas pessoas abrem os olhos para a realidade quando levam um grande choque emocional. Precisam de uma forte sacudida para despertarem para a necessidade da sua reforma íntima. Se não foi assim com você nesta vida, foi assim no passado. É ilusão querer pensar que aprendemos por bondade, que nos submetemos docilmente às leis divinas no passado. Por isso temos que ser compreensivos. Esses comportamentos que desaprovamos já foram nossos. Já tivemos nossas revoltas e teimosias. Você ainda tem?
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O Mal é fruto da ignorância Para o espiritismo, o Mal é fruto da ignorância. É compreensível que muitas pessoas não concordem com isso. Os jornais noticiam todos os dias os crimes mais bárbaros e chocantes. De tempos em tempos, a grande mídia aproveita a repercussão ocasionada por um crime fora do comum para elevar seus níveis de audiência. O posicionamento do espiritismo sobre o tema já era defendido por Sócrates, quatrocentos e poucos anos antes de Cristo. Para Sócrates, os atos errados são consequência da própria ignorância, e o Mal é a ausência do Bem, é o não-Bem. O fato é que nós evoluímos para a verdade através dos erros. Inúmeros filósofos e cientistas tentaram desvendar a origem do Mal. Para uns, sua origem está na sociedade, para outros, o Mal se deve a
características do cérebro, outros opinam que o Mal advém de nossa ancestralidade animal. A tese de qualquer um desses estudiosos poderia ser aceita. Suas explicações são plausíveis, dignas de credibilidade. Mas falta a eles um ponto fundamental, sem o qual não é possível chegar a nenhuma conclusão definitiva: a reencarnação. Sem considerar a reencarnação não há como compreender que a origem do Mal é espiritual, pois os espíritos que habitam a Terra são ainda muito imperfeitos. Na questão 120 do Livro dos Espíritos vemos que, para chegar ao Bem, todos passam pela ignorância. Isso deixa claro que o Mal e ignorância estão intimamente ligados. Ignorância das Leis de Deus, ignorância das Leis cósmicas que regem todas as
Espiritismo para todos
coisas. Quem pratica o Mal não mede consequências. Se conhece as consequências e mesmo assim pratica o Mal, não compreende a gravidade dessas consequências. Pensa e age movido pelo mais profundo egoísmo. É muito feio ser egoísta. É horripilante ver alguém que não se importa a mínima com o seu próximo, que ri de situações angustiantes, que não se sensibiliza com nada. Por isso custamos a acreditar, a aceitar, a compreender que o Mal é apenas fruto da ignorância, do
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desconhecimento. O espiritismo, antes de mais nada, é esclarecedor. Desde a obra de Allan Kardec, seu papel fundamental é de esclarecimento, orientação e educação. Seu campo de estudo é vasto, suas obras literárias, abundantes. Não falta material de estudo para desenvolver nosso intelecto. O nosso grande desafio é o aprimoramento moral, a reforma íntima. Você vê todos os dias pessoas que vivem como zumbis. Pessoas que revezam seu tempo entre um trabalho
obrigatório em busca do sustento e a procura de prazer. Suas vidas se resumem a isso. A maioria da população vive assim. Eles tem a desculpa da ignorância, pois ainda não despertaram, ainda não se deram conta de sua condição verdadeira, de sua natureza espiritual. Nós não temos essa desculpa. Nossa cobrança será maior. Nossa consciência nos chama a atenção de acordo com o nosso grau de maturidade moral e espiritual.
frente antigos amores e, às vezes, antigos desafetos. A mãe que se dedica ao filho deficiente é duas vezes mãe, pois coloca acima de tudo o amor pelo seu filho que é diferente dos outros. Não guarde mágoa em seu coração. Não o manche com a tinta negra do ódio. O verdadeiro amor não se
magoa, pois compreende a atitude do outro, própria de seu nível de evolução. Jesus reencarnou sem carma para nos ensinar, através de sua mensagem, como aprender com nossos equívocos do passado. Fonte: capítulo 10 do Livro ”Amor Sempre” de Adenáuer Novaes
AMOR E CARMA
Muitas criaturas se ligam a outras por impositivos da Lei de Causa e Efeito, que geralmente faz com que o credor se uma ao devedor de si mesmo. Nas dificuldades de relacionamento, costuma-se evocar esse princípio como justificativa para as desavenças domésticas, porém, deve-se estar atento para as imperfeições próprias de cada um e que não estão relacionadas com o modo de ser do outro. O casamento é portal de crescimento, qualquer que seja o passado dos cônjuges. Ligar-se a alguém é sempre opção de cada um, sem que signifique necessariamente anterior ligação cármica. Quando o amor está presente numa relação, ele é capaz de suplantar qualquer carma passado, desde que o indivíduo não projete no outro suas próprias imperfeições. O amor transcende a matéria da carne renascendo a cada nova etapa da Vida do espírito. Os vínculos afetivos entre as criaturas se fortalecem a cada encarnação, objetivando o amor puro e sincero. Os vínculos que firmamos numa encarnação não quebram aqueles que fizemos nas vidas anteriores. O verdadeiro amor não se acaba nem diminui com a convivência do ser amado com outrem. Casar com alguém não significa prender-se àquela pessoa nas encarnações
futuras. Os vínculos se fortalecem pelo amor, porém, podemos estar ligados a alguém se o agredimos numa existência e ele não se equilibrou, necessitando novamente de nossa presença em sua vida para o aprendizado mútuo. Entregar-se ao comando do amor é libertar-se dos atavismos que nos prendem ao sofrimento. Quem se deixa viver pelo amor alcança a plenitude libertando-se de carmas passados, entendendo o sofrimento como processo educativo salutar. T r a n s f o r m a r seu carma negativo em positivo é colocar a energia do amor a serviço do Bem Maior. Só o amor pode mobilizar e alterar o destino no sentido do crescimento espiritual. O amor nunca se acaba. Por mais inconseqüentes sejam as atitudes do outro, o amor verdadeiro permanece, desculpando e amparando o ser amado que momentaneamente desequilibrou-se. Quando o amor já vem ferido de outras vidas, costuma reaparecer nas uniões provacionais. Se você se encontra nessa situação, verifique o que ainda não aprendeu com a nova união. É importante fazê-lo antes que seja tarde, para sua felicidade. As uniões ditas cármicas podem se tornar uniões felizes desde que um dos cônjuges se disponha ao amor e a tornar o outro feliz.
Repense sua união a fim de não ter que retornar nas mesmas circunstâncias. Se você não mais deseja reencarnar na companhia de determinada pessoa, não a agrida. Termine a relação sem gerar carmanegativo. Aprenda a conviver, como amigos. Perceba que o amor de Deus coloca a serviço do ser humano Sua misericórdia, para diminuir os efeitos das atitudes negativas do passado, permitindo-lhe sua recuperação. Não espere tempo algum para ajudar alguém com seu amor, sob pretexto da necessidade de que haja sofrimento para o progresso espiritual dele. Se possível, diminua aquele sofrimento. Aprende você e aprende o outro. Ninguém é dono da vida de ninguém. A desencarnação promove a alforria necessária para muitos indivíduos que se sentem presos na vida a alguém. Liberte-se libertando o outro da Posse excessiva. Não se obrigue a vincularse a alguém por pena ou piedade. Verifique suas necessidades evolutivas e o bem que você poderá fazer ao outro lhe permitindo sentir-se em igualdade de condições com seus semelhantes. Se a vida o colocou ao lado de alguém que necessita de cuidados, faça-o com consciência de seu papel e de sua responsabilidade. O carma do filho deficiente coloca frente a
Espiritismo para todos
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A ALMA EXISTE? Você tem alma? A princípio, todos respondem afirmativamente a esta pergunta, mas o Espiritismo explica de modo diferente. Mostra, na verdade, que a rigor não temos alma, e sim somos aalma que habita um corpo. Existem provas da existência da alma? Sim, existem. Vejamos algumas, com base em fenômenos anímicos. 1) Vendo com o nariz e cheirando com o queixo e o calcanhar. 2) César Lombroso, criminalista italiano e pesquisador interessado pelos fenômenos da alma, relatou, em uma de suas experiências no início do século, o histórico de uma jovem de 14 anos de idade, que possuía afaculdade de ver com a ponta do nariz e com o lobo esquerdo da orelha. O mesmo ocorria com o olfato; a menina às vezes sentia cheiro com o queixo, às vezes com o calcanhar, provando que a alma reside em sua própria totalidade, manifestando-se por todos os pontos. 3) 2) Enxergando com o olho de vidro. Na Carolina do Norte (EUA), o menino Poltier teve um dos olhos substituídos por um olho de vidro, em razão de um acidente com fogos de artifício. Depois disso passou a enxergar com o olho postiço. O cirurgião de. Sprinze Weinzeblatt afirmou que havia extraído o nervo ótico; todavia, um repórter e um fotógrafo do jornal Ashvile Times declararam que viram o menino identificar e descrever objetos,
estando o seu olho direito, o olho são, totalmente tapado. Segundo Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, o fato se explica pela razão de que, “no Espírito, a faculdade de ver é uma propriedade inerente à sua natureza e que reside em todo o seu ser(...) É uma espécie de lucidez universal, que se estende a tudo, que abrange simultaneamente o espaço, o tempo e as coisas, lucidez para a qual não há trevas nem obstáculos materiais”. 3) Sonhos inteligentes. Muitos escritores se inspiram em sonhos. Também, graças ao sonhos, diversos pesquisadores tiveram pistas para adiantar as descobertas de seus inventos. a) Elias Howe foi o primeiro idealizador da máquina de costura, que acabou construindo em 1845. Ocorre que, antes do intento, ele não sabia como deveria fazer para encaixar a agulha a ser usada na máquina de coser. Preocupado com a questão, certa noite adormeceu e sonhou que estava sendo perseguido por selvagens. Na fuga, pisou em um prego, que ficou espetado em seu pé. Tendo em vão tentado retirar o objeto, só lhe restou o recurso de furá-lo na extremidade, enfiar nesse furo um cordão e assim puxá-lo. Ao acordar, o inventor lembrouse do sonho e, dessa forma, resolveu a dificuldade de como utilizar a agulha na máquina de costura. b) F. Grant Banting, prêmio Nobel de medicina, mediante o sonho, conseguiu estabelecer
um método para isolar em laboratório o hormônio insulina, para tratamento de diabéticos. c) O químico Kalkulé queria saber qual a fórmula do benzeno. Esforçou-se por escrevê-la, arrumando os átomos de hidrogênio e de carbono - e nada conseguiu. Ao dormir, sonhou com duas cobras, uma devorando a outra, numa forma fechada. Ao despertar, descobriu a solução para sua dúvida, e escreveu a forma estrutural cíclica do benzeno. De acordo com o pensamento espírita, a Alma nunca fica inativa. Durante o sono os laços que a unem ao corpo se afrouxam e então o Espírito percorre o espaço e entra em relação mais direta com
outros Espíritos. Ossonhos são, portanto, produtos da liberdade da alma que se torna mais independente pela suspensão da vida ativa e de relação. O período de descanso do corpo físico pode ser muito bem aproveitado pelo ser humano. Espiritualmente, ele pode prosseguir sua jornada de crescimento e evolução, ao se vincular a tarefas de fraternidade no mundoespiritual, onde, juntamente com outros Espíritos, encarnados ou desencarnados, durante o período do sono, poderá participar de elevadas atividades de engrandecimento da alma. Para isso, é importante realizar a busca do equilíbrio enquanto desperto, ou em vigília, e na hora do repouso,
fechar os olhos sob o amparo da prece, para que os serviços no bem durante a madrugada sejam efetivos e satisfatórios. Todos podemos fazer isso, e essa possibilidade começa hoje. Depende do seu interesse, de sua vontade em abandonar de vez a visão limitada de que nossa vida se resume às poucas horas em que passamos acordados. Boa sorte em seu esforço. O resultado altamente benéfico desse empenho você verá no seu diaa-dia, através da calma para enfrentar situações complicadas e da clareza de raciocínio para resolver dilemas existenciais graves. Carlos Augusto Abranches
ESPIRITISMO: A NATUREZA NÃO DÁ SALTOS? Uma das expressões que mais ouço no meio espírita é esta: “A Natureza não dá saltos!” Quem toma contato com o Espiritismo num momento de entusiasmo pode pensar que os espíritas, de um modo geral, e os trabalhadores dos centros espíritas, em particular, são pessoas especiais, diferenciadas, até superiores. Não há nada de especial na condição de espírita. A não ser a incessante busca do conhecimento. Principalmente o conhecimento de si mesmo. E é inevitável que isso se torne uma prática diária. Caso contrário, não há como levar adiante o projeto de reforma íntima, as tentativas de caridade. Como transformar um arquivo milenar de erros de toda espécie num programa voltado para o bem do próximo? Como modificar um passado que se perde na memória do tempo, cheio de sentimentos menos nobres e ações indignas em atitudes renovadas e vontade firme e forte de vencer a si mesmo? Só com disciplina e perseverança. Há dois exemplos citados
pelos cristãos em geral de homens que se transformaram numa única reencarnação: O apóstolo Paulo e Santo Agostinho. Paulo é frequentemente citado em sua famosa afirmação: ”Já não sou eu quem vive, mas o Cristo que vive em mim”. Paulo, antes de se converter ao cristianismo, era perseguidor dos cristãos. Mas fazia isso acreditando ser o certo. Seguia as leis de sua religião. Paulo era já um espírito elevado, não resta dúvida. Nós temos inúmeros compromissos e pendengas familiares e sentimentais a resolver. Nos enredamos num monte de ocupações que nos parecem muito importantes. É verdade que a evolução não dá saltos, que não podemos apressar demais nosso progresso; não suportaríamos um estágio mais avançado para o qual não estamos preparados. Mas não podemos viver de desculpas. E é comum entre espíritas esses argumentos, de que não estamos prontos para grandes passos, que ainda somos crianças espirituais, que
precisamos dos prazeres da matéria. Pode ser verdade. Acho que é. Isso não quer dizer que não precisamos nos esforçar, todos os dias de nossas vidas, para sermos pessoas melhores, dignas de recebermos o auxílio e o apoio dos espíritos superiores que se interessam por nós. Muitos desses que são condescendentes consigo mesmos têm grande bagagem literária, onde são fartos os exemplos de casos de espíritos que reencarnam cheios de planos e bons propósitos e se perdem no meio do caminho, deslumbrados com os prazeres e as ilusões de poder e status terrenos. Parece que a literatura se presta muito bem para a pregação e as discussões filosóficas, mas na prática vêm as desculpas famosas, do tipo “a natureza não dá saltos”… Antes de reencarnarmos, nos comprometemos com um programa envolvendo inúmeros outros espíritos, encarnados e desencarnados. Não é um planejamento determinista, não
existe determinismo. Mas ficamos de fazer a nossa parte, prometemos a nós mesmos e aos nossos orientadores que seguiríamos o caminho reto, sem desvios e tentativas de atalhos. Passamos por um longo e complexo treinamento. Convivemos, antes de reencarnarmos, com espíritos com quem afinizamos, com amigos queridos de muito tempo. Lá é fácil. Lá estivemos cercados de cuidados e
treinamentos rigorosos para desenvolvermos disciplina. Lá passamos no teste com louvor. Lá é teoria, aqui é prática. Tiramos nota dez na prova teórica. Que nota tiraremos na prova prática? Três? Quatro? Com que cara voltaremos, depois do desencarne, para junto dos que nos instruíram, ajudaram, facilitaram nossa vinda para a matéria? É verdade que a natureza não dá saltos, mas não podemos adiar o nosso progresso indefinidamente…
Espiritismo para todos
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ESPÍRITISMO E OS FALSOS VALORES O conhecimento trazido pelo Espiritismo nos faz repensar sobre os falsos valores propagados pela sociedade. Não sei se você já percebeu, mas nós não teremos fim. Sei que você é reencarnacionista, sei que você sabe que somos espíritos imortais. Mas você já se deu conta do que isso representa? Todas as nossas ilusões terrenas não terão valor nenhum! O carro novo, a casa na praia, o corpo sarado, as roupas de festa, os livros guardados, as joias para usar em ocasiões especiais. Pequenas coisas a que você dá muito valor não terão o menor sentido quando você desencarnar. Suas receitas culinárias, aquele CD que você tem pena de jogar fora, o arranhão na pintura do seu carro, a arrumação das suas gavetas. Quando terminar a sua atual experiência aqui na matéria, você vai conferir se lá tem alguma importância o time de futebol, o partido político, o Estado em que você nasceu, a sua classe social, a sua profissão, a sua escolaridade, a sua religião e esse monte de sociedades e grupos que você tanto valoriza hoje. Você provavelmente conhece pessoas que vivem em função de futebol. Comem,
respiram, sonham com futebol. Nada contra o futebol, pelo contrário. Mas o que o futebol acrescenta para o espírito? Que grande aprendizado vamos adquirir decorando escalações de times ou analisando esquemas táticos? O futebol é só um exemplo. Há pessoas que alimentam rancores e mágoas por política, por cargos de chefia, até por eleição de síndico. De religião nem se fala. Teoricamente, todos querem o mesmo, todos buscam sua religação com Deus. Mas na prática… É uma sucessão de pequenas guerras santas. Como você acha que essas pessoas, que podem ser eu, você e qualquer outro, como você acha que é a chegada de alguém assim no lado de lá? Você imagina a adaptação de uma pessoa assim em sua nova situação de desencarnada? Como essa pessoa deve se sentir, num plano onde os valores que cultivou não têm valor, onde seus aprendizados não valem quase nada, onde é tão difícil se esconder de si mesmo? As pessoas que se deixam fanatizar por política, futebol, religião, fogem de si mesmas. Escondem sua realidade num canto qualquer da consciência e brincam de viver. Talvez você sinta essa necessidade de pertencimento a
um grupo, a uma classe, a um conjunto de pessoas que representem uma ideia. Associar a nossa imagem a um grupo pode nos fazer sentir fortes, completos, preenchidos. Todos temos carências e anseios. Há muitas pessoas que se sentem vencedoras quando seu time ganha o campeonato ou quando seu partido ganha a eleição. Não sou dono da verdade pra dizer que isso é errado. Só não podemos esquecer que nosso crescimento é individual. A reforma íntima que cada um de nós busca é algo pessoal. As conquistas podem ser coletivas, mas as vitórias são pessoais. A maior vitória que se pode conquistar é sobre si mesmo. Estamos na matéria, e temos que usar a matéria em nosso benefício. É ótimo ter conforto e prazer. É maravilhoso se sentir importante, bem quisto, respeitado, vitorioso. Mas somos espíritos que se manifestam temporariamente através de um corpo carnal. Isso nós devemos ter sempre em mente. Havendo essa consciência, não existe preocupação por causa de pequenas vaidades humanas tão valorizadas por algumas pessoas de horizonte mais curto. Preocupação em ser popular, em ter acesso a pseudocelebridades, em ganhar a melhor mesa no restaurante,
em ser o médium mais requisitado, em ser paparicado pelos subalternos ou conceituado pelos diretores, em morar num bairro mais chique, em ter viajado para mais lugares, em ter namorado mais pessoas, em ser a última bolacha do pacote. Não vamos alcançar a perfeição nesta vida. Se você tinha essa esperança, sinto muito em desapontá-lo. Todos temos nossas vaidades, nossos pontos fracos. Mas não podemos viver em função de nossas fraquezas. Precisamos compreendêlas e trabalhar persistentemente sobre elas. Devemos lembrar isso todos os dias da nossa vida. A grande mídia nos propaga falsos valores, modas
inventadas por uma elitezinha pseudointelectual de canudos mal havidos. Assim surgem o partidarismo, o elitismo, o sectarismo, os fanatismos de toda espécie que prosperam na boca de quem deles vive. Sempre há alguém lucrando com o fanatismo alheio. Não deixe que façam de você massa de manobra, não deixe que lhe tratem como gado dócil engordando na invernada. Você vive aqui e agora, mas não esqueça nem um só dia que você é espírito imortal, que sua vida não terá fim, apenas troca de lado. Tudo o que você pensa ou faz, ou deixa que façam com você, terá consequências mais tarde.
Dizem que a carne é fraca. Mas a sede dos vícios é o espírito, não o corpo. É o espírito que se acostuma a determinadas sensações e acha difícil viver sem
elas. Mas se buscamos o predomínio do espírito sobre o corpo, não seria o caso de vencermos o apego às sensações?
A CARNE É FRACA? Dizem que a carne é fraca. Mas a sede dos vícios é o espírito, não o corpo. É o espírito que se acostuma a determinadas sensações e acha difícil viver sem elas. Você costuma tomar suas próprias decisões? Você gosta de decidir você mesmo o que é o melhor para você? Claro que sim, né? Afinal, quem poderá saber mais de você do que você mesmo? Só fiz a pergunta porque há pessoas, e você sabe disso, que esperam que alguém lhes diga o que é certo e o que é errado. São pessoas que só conseguem tomar qualquer decisão se esta decisão for embasada por alguém em quem elas confiam mais do que em si mesmas. O espiritismo não proíbe nada. Como dizia Paulo apóstolo, “nada nos é proibido, mas nem tudo nos convém”. Realmente, há coisas que não nos convém. E, mais cedo ou mais tarde, aprendemos a evitar essas coisas. Mais cedo, se aprendermos pelo amor; ou seja, pelo ensinamento, pelos conselhos, pela observação. Mais tarde, se aprendermos pela dor, através da experiência própria. Com todo aprendizado é assim. Aprendemos pelo amor ou pela dor. Conheço espíritas que defendem seus vícios escudandose na não proibição dos seus vícios pelo espiritismo. Para eles, se o espiritismo não proíbe, então está liberado. Para amenizar seu posicionamento, alegam que “a
virtude está no equilíbrio”, que o que é prejudicial é o abuso, não o uso. Eu acho que todo vício é prejudicial. E o que determina o que seja um vício? Acho que a dependência de qualquer substância é um vício. Aliás, acredito que o uso de qualquer substância potencialmente viciante pode ser caracterizado como vício. Se você não concorda, por favor, expresse a sua opinião. Mas não se aborreça comigo; estou apenas expondo o meu pensamento. É o pensamento de um aprendiz. Até há pouco tempo era bonito fumar. Fumava-se na televisão, nos filmes, havia propaganda de cigarro em toda parte. Era um vício socialmente aceito. Hoje já é um hábito mal visto, às vezes até constrangedor. Com o álcool logo acontecerá a mesma coisa. A espiritualidade maior vem planejando uma ofensiva contra o uso do álcool, da mesma maneira que aconteceu com o cigarro. Claro que não são esses os únicos vícios, existem drogas de todos os tipos. Mas as drogas legalmente comercializadas e usadas em massa pela população são o cigarro e o álcool. Sei que o importante para o espírito é a reforma íntima, com a interiorização de valores novos, com a formação de princípios morais sólidos. Eu já comentei nesse artigo o que eu acho sobre beber, fumar e comer carne.
Mas o fato de haver grandes conquistas a fazer não quer dizer que as pequenas conquistas não têm valor. E o abandono dos vícios são pequenas conquistas. Todos nós devemos nos tornar mais compreensivos, benevolentes, altruístas, piedosos, pacientes. Essas são as grandes virtudes que nos esforçamos para conquistar. Mas enquanto não alcançamos essas grandes virtudes, será que não podemos dar pequenos passos conquistando pequenas virtudes? A literatura espírita está repleta de exemplos dos males que o uso do álcool causa ao espírito. A maneira como o usuário do álcool atrai para si a companhia de espíritos desencarnados que não conseguiram se desfazer do vício. Estes espíritos satisfazem seu vício colando-se ao bebedor encarnado, bebendo juntos com o encarnado, o induzindo a beber sempre mais. Claro que há muitos que bebem pouco, ocasionalmente, sem recair no processo viciante. Eu, particularmente, acho que é melhor termos sempre o domínio pleno de nossa consciência, em qualquer circunstância. Sem falar que a maneira de erradicarmos as coisas que prejudicam as pessoas na Terra é deixando de consumilas. Se não existissem consumidores de drogas, não existiria o tráfico e suas consequências.
Espiritismo para todos
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O QUE SÃO OS SONHOS PARA O ESPIRITISMO? Você sabe o que são os sonhos? Você já percebeu que nós passamos aproximadamente um terço de nossas vidas dormindo? É um assunto que merece nossa atenção. O Espiritismo se refere aos sonhos na questão 401 do Livro dos Espíritos. Lá é dito que “o espírito jamais fica inativo. Durante o sono, os liames que o unem ao corpo se afrouxam e o corpo não necessita do espírito. Então ele percorre o espaço e entra em relação mais direta com os outros espíritos.” Essa pergunta citada se refere ao período de sono como um todo, não ao sonho propriamente dito. O fato é que morremos todas as noites. Ao adormecer, seu corpo recupera as energias liberando o espírito do cuidado direto com o corpo. Assim, você, espírito imortal, fica parcialmente liberto durante as horas que duram o seu descanso físico. O que você faz durante esse tempo? Você já se deu conta de que passa mais ou menos um terço da sua vida dormindo? É possível desenvolver atividade útil durante o período de sono. Assim como há pessoas pouco ativas ou muito ativas, também há pessoas que têm ação real durante o sono e outras que não têm. É possível participar de cursos e estudos; é possível orientar outros espíritos, desencarnados ou encarnados como você; é possível auxiliar
espíritos necessitados através de doação de energias. Mas para isso é preciso um adiantamento moral que muitos de nós não temos. Ou algum conhecimento do assunto e muita vontade. Com vontade quase tudo é possível. Mas é preciso reconhecer que a maioria, ao se projetar do corpo físico durante o sono, vai em busca daquilo que mais ocupa o seu pensamento. Vingança, desforra, competição e, principalmente, prazer. Prazer da comida, do álcool, das drogas, do jogo, do sexo. Muito sexo. A sociedade atual vive um fenômeno inédito. A banalização e popularização do sexo. Quem leu Machado de Assis sabe que no final do século XIX os homens ficavam enlouquecidos quando viam os ombros e os tornozelos das mulheres. Eram as partes do corpo que apareciam. Nos anos sessenta, com a popularização da minissaia, era uma grande inovação nos costumes a mulher andar com os joelhos à mostra. E a visão dos joelhos bastava para excitar os homens. Hoje homens e mulheres têm acesso à pornografia a qualquer instante, de todas as formas imagináveis. Mesmo quem não procura pornografia se depara com ela na internet. E são justamente esses desejos, que ocupam o pensamento durante o dia, que atraem o espírito encarnado quando se projeta pelo
sono. Algumas pessoas não chegam a ter atividade. Quem observa o corpo astral projetado dessas pessoas nota que elas ficam próximas à cama, sentadas, com o olhar apático. Ou são invadidas por imagens aleatórias originadas de sua própria mente ou das mentes de outros espíritos. Mas muitos têm grande atividade, e a prova disso são as lembranças fortes a que chamamos de sonhos. Os sonhos podem ser coerentes, como uma história que não conseguimos entender direito. Mas também podem ser pedaços esparsos de acontecimentos, retalhos de uma história sem nenhum nexo. É preciso levar em conta que nosso corpo físico não participa do sonho. Como o
cérebro físico poderia reter uma lembrança perfeita de algo que ele não viveu? As poucas lembranças ou imagens que nos ficam são o que o cérebro consegue reter quando há o reacoplamento dos corpos astral e físico. É possível ficar consciente durante o sono. Posso garantir que é uma experiência extraordinária. A projeciologia, criada pelo Waldo Vieira, antigo parceiro de Chico Xavier que se afastou do espiritismo, trata exatamente disso: A capacidade que todos nós temos de realizar projeções conscientes. Um costume que tenho é anotar todos os meus sonhos e projeções. Tenho sempre à mão um caderno específico pra esse fim. Ajuda no despertar da
consciência fora do corpo. Baseado nos fenômenos do sonho, você começa a notar as incoerências de seus sonhos, começa a perceber sua irrealidade. Com o tempo, você se torna mais crítico no dia-a-dia e presta maior atenção ao ambiente, às pessoas, aos objetos, aos cenários. É bom perguntar a si mesmo várias vezes ao dia se você está sonhando ou está acordado. Este hábito será transportado aos sonhos, e quando você reconhecer que uma imagem ou situação é absurda demais para ser verdade, você percebe, dentro do sonho, que está sonhando. Esse é o início do despertar da consciência fora do corpo.
o caso dele não é físico mas espiritual”. O sorriso da esposa do doente (como que dando a entender, até que enfim que alguém me entende), foi o melhor pagamento que o médico poderia ter naquela noite chuvosa. E enquanto o doente e a esposa se despediam no meio de mil agradecimentos, Joaquim, médico, psiquiatra, espírita desde pequeno, ficava a meditar em quanto sofrimento haverá por esse mundo fora, com pessoas, cuja doença é apenas serem portadoras de uma faculdade espiritual (mediunidade,
sexto-sentido ou percepção extra-sensorial) que os psiquiatras que não conhecem o espiritismo, rapidamente etiquetam de psicóticos e encaminham para um internamento desnecessário. Naquela noite, Joaquim tinha tratado o seu primeiro “AVC espiritual”, pensava ele, sorridente e, agradecendo a Deus a oportunidade de ser útil àquele ser humano. Estamos em crer que, um dia, os currículos de medicina contemplarão as faculdades espirituais do ser humano, a fim de não serem catalogadas como patologias.
AVC ESPIRITUAL... Mais um dia de trabalho para o Joaquim, no Hospital central onde é psiquiatra. O dia chuvoso trouxe-lhe poucos doentes. Entretanto, foi chamado para ver um doente que tinha entrado nas u r g ê n c i a s c o m u m AV C (acidente vascular cerebral). Perguntava-se ele: “para um psiquiatra?” Habituado às idiossincrasias diárias da vida de um médico psiquiatra, que praticamente já vira de tudo, lá disse à auxiliar que, podia mandar entrar o doente com o AV C , m a s q u e a q u e l e assunto não era da sua especialidade. A enfermeira e a auxiliar insistiam que aquele AVC era “diferente”, pois tinha sido visto pelos médicos da urgência e, o doente não tinha nada, e quando é assim… manda-se para o psiquiatra! Joaquim contava as horas para sair do serviço, e regressar ao aconchego do lar, revendo os familiares. O doente lá entrou e, depois de examinar atentamente o registo do doente, de facto, aparentemente o doente não tinha qualquer patologia, pensava Joaquim. No entanto, o mesmo aparentava todos os sinais de um AVC. Um familiar que o
acompanhava, disse que o doente costumava ter umas situações “esquisitas”, “sabe Dr. parece daquelas coisas, que se fala por aí…” Joaquim perguntou que coisas: “aquelas coisas de médiuns….”, já ouviu falar? Ás vezes dá-lhe estas coisas, sabe, Sr. Dr….?!!!!” “Hummm….” Foi a resposta discreta do médico. De repente, fez-se-lhe luz. Joaquim, além de médico, psiquiatra, era um entendido e estudioso da mediunidade (percepção extra-sensorial) e da doutrina espírita (ou espiritismo), e as coisas começaram a comporse no seu “puzzle” mental. Joaquim apercebeu-se que o doente apenas era um médium deseducado, sem conhecimento da faculdade que possuía (o sexto sentido ou mediunidade) e daí os achaques e as doençasfantasma. Joaquim, apercebendose pela sua sensibilidade espiritual, da presença de um ser já falecido junto do doente, começou a falar com o ser falecido (embora o doente e o familiar pensassem que o médico falava com o doente) e, foi mentalmente pedindo ajuda espiritual para aquele ser que
teria falecido com um AVC, e cujos sintomas o doente, médium sem saber, captava telepaticamente. Os médicos, precisam urgentemente de conhecer o espiritismo e a mediunidade, para melhor poderem entender o ser humano, na sua condição de espírito imortal, temporariamente num corpo carnal. Passados uns 10 minutos de evangelização e apelo à confiança em Deus, o doente foi recuperando a lucidez, até voltar ao “normal”, enquanto o falecido com um AVC era recolhido pelos amigos espirituais do médico (guias ou anjos da guarda). Joaquim, informou o doente que estava tudo bem e, que podia ir para casa, que não se preocupasse e, pese o alívio do mesmo, o seu familiar não se conformava: “Mas, óh, Sr. doutor, não lhe vai receitar nada?” Joaquim, habituado à psicologia do quotidiano ripostou: “olhe, a srª acredita naquelas coisas, que falou há pouco?” “Acredito sim, sr. Dr.” “Então pegue no seu familiar e leve-o a um centro espírita, na localidade X, que lá ele pode ser ajudado, pois