Jornal espiritismo para todos março de 2015pg 1 a 8

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ANO 02

Nº 11

Taubaté / SP

Março de 2015

ESPÍRITOS ANTIGOS EM CORPOS JOVENS, ESPÍRITOS IMATUROS EM CORPOS ENVELHECIDOS

POR QUE REENCARNAMOS

Pág.02 SERÁ O CARNAVAL UMA FESTA DE ALEGRIA, PÁZ E LOUVOR?

Pág.04

ONDE DEFLAGRE A VIOLÊNCIA Pág.05 QUANDO O ESPÍRITA É O OBSESSOR Pág.06 ABOBRINHAS DA MEDIUNIDADE Pág.07

SUICÍDIO Pág.08

JORGE HESSEN O tempo é implacável e excelso transformador de destinos. Muitas vezes não compreendemos os segredos do tempo que se esvanece ligeiro na vida material. Há aqueles que envelhecem e pouco realizam nas instâncias do bem ao próximo. Há, contudo, aqueles que consolidam em si a possante fé cristã. Pág.09

Pág.09

DEPRESSÃO Pág.10


Espiritismo para todos

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Março de 2015

COM A MEDIDA QUE MEDIRDES, SEREIS MEDIDOS Você entende o que Jesus quis nos ensinar quando disse que ”com a medida que medirdes sereis medidos?” Você faz coisas que não gostaria que outras pessoas soubessem que você faz? Você fala coisas que comprometem a imagem e a credibilidade de alguém? Você sabe que isso não fica em segredo, não sabe? Mesmo que ninguém descubra, sua consciência está registrando tudo. Sua consciência registra e sua mente subconsciente ativa a Lei de causa e efeito atraindo para você o que você faz, o que você fala. A maneira como você se porta para com os outros é a maneira como a Vida irá se portar com você. Se você for duro e julgador, a Vida também será dura e julgadora com você. Se você for compreensivo e bom, a Vida também será compreensiva e boa com você. Com a medida que medirdes, sereis medidos. Estamos falando de ações e de palavras. Mas as ações e as palavras, antes de serem ações e palavras, foram pensamentos. É com o pensamento que tudo começa. O seu pensamento determina o que será feito da sua vida. É você quem constrói a sua vida, dia após dia, pensamento após pensamento. Tudo o que você pensa, o tempo todo, é o que você atrai para você. O seu sistema de crenças faz a sua vida ser como é.

Você está permanentemente interagindo com outros espíritos, encarnados ou desencarnados; está o tempo todo trocando energias, participando do pedaço de Universo em que você está inserido. Seus pensamentos são coisas. Quando você pensa com força, quando há emoção abastecendo o seu pensamento, ele cria forma, ele pode ser visto pelos espíritos desencarnados ou pelos encarnados com clarividência bem desenvolvida. O que você imagina (imaginação: imagem + ação), o pensamento que você mantém com o auxílio de imagens está criando estas imagens. Estas imagens podem ser vistas e sentidas. Quando você imagina que está lutando fisicamente, o seu corpo astral realiza os movimentos violentos e sente toda a emoção de uma luta real. Quando você mantém uma discussão mental, imaginando tudo o que diria para algum desafeto e o modo como diria, o seu corpo astral gesticula, se inquieta, se agita, como se a discussão estivesse ocorrendo no plano físico. Quando você fantasia sexualmente, seja se masturbando ou se relacionando com alguém, suas fantasias tomam forma, podem ser vistas e sentidas. Em todos esses casos, o pensamento, quando suficientemente forte e contínuo, pode atrair o espírito visado ou

outros espíritos que se afinizem com essas situações. Você pode estar lutando, discutindo ou se relacionando sexualmente com espíritos que comunguem com você essas emoções descontroladas. Sempre que você estiver descontrolado emocionalmente, sempre que você perder o domínio dos seus pensamentos, você está à mercê de companhias espirituais provavelmente indesejadas. Se você pudesse ver com clareza o que os seus pensamentos causam, o que você atrai com os seus pensamentos soltos e descontrolados, você subitamente iria desenvolver maior domínio sobre si mesmo. Nós não costumamos levar muito a sério os assuntos relacionados com espiritualidade e com a importância do pensamento porque não vemos as suas consequências de imediato. É pena que a maior parte das pessoas começa a cogitar da possibilidade de isso tudo ser verdade, e uma verdade mais simples e compreensível do que se imagina, quando os estragos já são grandes e comprometedores. Uma mudança de padrão de pensamentos pode mudar a sua vida. É através do pensamento que praticamos o nosso poder creador herdado de Deus. Pelo pensamento nos fazemos cocreadores com Deus. Somos

partículas divinas com o poder de manifestar a grandiosidade de Deus através de nossos pensamentos, palavras e ações. Mude o rumo dos seus pensamentos sempre que eles estiverem focados em coisas negativas. Cuide o que você

pensa, fala e faz, em relação a si mesmo e em relação aos outros. O mesmo critério que você usa nas suas relações pessoais, profissionais, familiares, é o critério que a Vida irá usar com você. A Vida lhe devolve o que você oferecer a ela. Com a medida que medirdes, sereis medidos.

POR QUE REENCARNAMOS?

Por que será que reencarnamos tantas vezes? Pela dificuldade que temos em obter o controle sobre nós mesmos, sobre nossa mente, sobre nossas ideias. Você acredita que é bom o suficiente para fazer o que você faz? Você acredita que pode fazer mais do que você está fazendo? Nós sempre podemos fazer mais e melhor do que estamos fazendo. Todos nós. Eu, você, todo mundo. Por que não fazemos? Por causa das limitações que nos impomos. Desde crianças construímos algumas imagens distorcidas da realidade, em que dizemos a nós mesmos que não somos bons o suficiente. Eu disse desde crianças, né? Mas há quantos milênios estamos alimentando essa crença na limitação de nosso p o d e r ? H á quantas reencarnações trazemos conosco o conceito errôneo de

EXPEDIENTE Diretoria: ACAM Colaboradores: • Diversos Editoração Eletrônica: Antonio C. Almeida Marcondes Tel.: (12) 3011-1013 e-mail: acam0000@ig.com.br O Jornal não se responsabiliza por matérias assinadas

que não somos capazes de realizar determinadas coisas? Pelo ângulo do espírito imortal que somos, não sabemos exatamente o que é o melhor para nós. Não temos conhecimento e experiência suficientes para calcular os prós e contras de cada oportunidade que nos aparece, de cada situação com que nos deparamos. Mas temos em nossa natureza a noção do que é o melhor. Tudo o que fazemos pensamos ser o melhor. Mesmo quando agimos mal, mesmo quando cometemos erros brutais, sempre o fazemos pensando ser o melhor para a ocasião. É preciso muito tempo e experiência para aprendermos a calcular os resultados de nossas ações, para elaborarmos uma noção mais desenvolvida do que é o melhor. Por que será que temos que reencarnar tantas vezes? Justamente pela dificuldade que temos em obter o controle sobre nós mesmos, sobre nossa mente, sobre nossas ideias. Nosso aprendizado é lento, mas sólido. Depois que apreendemos conceitos morais

importantes, não voltamos atrás. A reforma íntima alcançada é patrimônio seu. A elevação moral é um caminho sem volta. Mas o fato é que sempre queremos o melhor. Sempre queremos ser melhores, sempre queremos fazer melhor do que estamos fazendo. Você não? Espere um pouco. Seja sincero com você mesmo. Não tem ninguém observando, é só você e sua consciência: Você acha que o que você faz é o seu melhor? Em todas as áreas de sua vida: pessoal, familiar, profissional, enfim; você dá o melhor de si? Se você lembrar que você é imagem e semelhança de Deus, portanto perfectível, é claro que tem muito o que melhorar, em todos os setores da sua vida. Mas é preciso ter cuidado para não confundir essa cobrança interna com sentimento de culpa. Tudo o que você faz é tentativa de acerto. Não deixe de tentar. Não desista nunca. Mas aceite a verdade: você é imagem e semelhança de Deus, e tudo o que você faz de errado, são tentativas frustradas de assumir sua perfeição.

Você tende à perfeição, você será perfeito um dia, a perfeição existe dentro de você. É isso mesmo. Toda a perfeição já está dentro de você, e tudo o que você pensa, fala e faz são tentativas de assumir, de tomar posse dessa perfeição que já é sua, que já lhe pertence.

Pense melhor de você! Queira melhorar, sim. Mas, antes de mais nada, queira melhor a você mesmo! Aceite a ideia de que você pode muito, muito mais. Você tem o poder infinito de Deus dentro de você. Assuma o seu cargo de filho de Deus, tome posse do seu poder. Ele é seu.


Espiritismo para todos

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QUANDO VOCÊ JULGA O OUTRO VOCÊ MEDE A SI MESMO É incrível a facilidade com que julgamos os outros. Como disse Jesus, vemos o cisco no olho do próximo, mas não enxergamos a trave em nosso olho… ”Não julgueis, para não serdes julgados”. Você já ouviu isso em algum lugar? É uma advertência clara de que toda má ação que você comete gera prejuízo para você mesmo, porque quando você julga o outro você mede a si mesmo. Você não é capaz de perceber um defeito que não conhece. Se lhe mostrarem o motor quebrado de uma nave espacial e lhe perguntarem onde está o defeito, você não vai saber dizer. Ou vai? Suponho que não. Enfim, você só nota aquilo que conhece. Os defeitos, os erros, as falhas que você vê nos outros são falhas que você tem, em maior ou menor grau. Como é que você nota quando alguém está sendo malicioso? Porque você

conhece malícia. Se não conhecesse, não perceberia. Como é que você cuida os erros alheios e não cuida os seus próprios? Como é que você é tão severo com as falhas do outro e sempre arruma uma desculpa para as suas? Como é que você fica tão indignado ao perceber os defeitos do próximo e se sente tão injustiçado quando apontam os seus defeitos? Dois pesos e duas medidas. Apontamos os defeitos dos outros numa tentativa ridícula de nos destacarmos, pois nos elevamos a nossos próprios olhos e diminuímos o próximo com nossas conclusões tortas e nossos julgamentos fraudulentos. Não se esqueça de que aqueles defeitos e erros que você, espírito imortal, não apresenta neste atual passeio terrestre, provavelmente já teve e cometeu em outras experiências. Sem falar que ninguém está livre de errar

ainda pro futuro… Não vamos virar santos da noite para o dia. Não há fórmula mágica para a reforma íntima. Mas será que não podemos nos tornar desde já um pouquinho mais tolerantes? Não é por bondade que falo. Ao ser severo com alguém, você está sendo severo com você mesmo. Você entende isso? Quem você acha que nos julga? Deus? Deus nos deu a consciência. A consciência se encarrega de observar, analisar e julgar. Sim, somos nós que nos julgamos. Quando você sente remorso por um erro cometido, quem é que está julgando você? Não é você mesmo? Não é a sua própria consciência que fica martelando na sua cabeça, lembrando a todo instante que você errou e precisa corrigir-se? Pois é assim que funciona. Nós somos nossos juízes. E nos julgamos com a medida que usamos para julgar os outros.

Por isso, quanto mais severo você for com as falhas do próximo, mais severo você será com as suas próprias falhas. A vida em sociedade é um espelho em que você se vê refletido naqueles que o cercam. Por isso eu disse que

não estava falando por bondade. Você é bom? Ótimo, pare de julgar por sua bondade. Você não é bom? Então não seja burro, não prejudique a si mesmo sendo tão severo condenador!

ESPIRITISMO E AS ANTIPATIAS GRATUITAS O espiritismo nos ensina que casos de antipatia gratuita muitas vezes vêm de outras vidas. Você nunca conheceu alguém e imediatamente não foi com a sua cara? Podem ser sensações revividas, sensações que já foram experimentadas antes. Mas essa antipatia também pode ser resultante da diversidade no modo de pensar. Quem torce com fervor para um time pode não gostar muito de ver alguém com a camisa do time adversário; se este tiver mais um ou dois traços de que não goste, está formada a antipatia. E esta primeira impressão é difícil de ser alterada. O mesmo se dá com a política, ou com qualquer outra paixão. O exemplo do futebol é ilustrativo, mas qualquer discordância mais acentuada na maneira de pensar, de se expressar, de ver e viver a vida pode dar ensejo a que se forme uma relação de antipatia, quase sempre recíproca. Acontece de mudarmos de ideia, em relação a alguém. Às vezes nos

decepcionamos. Mas há os casos em que antipatizamos com alguém à primeira vista, por diferenças reais ou por má interpretação dessas supostas diferenças, e passamos a reconhecer na pessoa qualidades que não suspeitávamos. Claro que, como em tudo, vai aí uma grande dose de orgulho. Foi só vermos que a pessoa não pensa tão diferente de nós, não é tão diferente de nós, e vai caindo a venda que tapava nossos olhos para as suas qualidades. Se você acha que não é assim, talvez seja bom começar a se analisar melhor. Aliás, nesses casos de dúvida a respeito de nós mesmos, deveríamos sempre pedir a opinião de um inimigo, ou, se o termo é muito forte, para alguém que sabidamente não simpatiza conosco. Ele não vai mentir para nos agradar. Um amigo certamente mentiria, com medo de nos magoar, de ferir nossas suscetibilidades.

Mas devemos reconhecer que nem tudo é resultado direto de vidas passadas, nem de orgulho ferido pela não aceitação das diferenças. Formamos ao nosso redor uma atmosfera fluídica pessoal que exerce um poder de atração ou repulsão entre os indivíduos, conforme seu padrão de pensamento, palavra e ação. A conscienciologia criou um neologismo que também é interessante para o caso, o pensene: pensamento, sentimento e energia, que significa a manifestação indissociável e integral da consciência a partir dos seus pensamentos, sentimentos e das suas energias ou ações. Você já parou pra pensar que assim como você antipatiza com alguém que nunca viu antes há pessoas que nunca viram você antes e que não vão com a sua cara? Que acham você ou esnobe, ou chato, ou chorão, ou mal-humorado, ou tudo isso junto? Certo, não podemos agradar a todos. Mas seria o ideal. É melhor ser agradável do

que desagradável. E tentar fazer o que achamos o melhor é nossa obrigação. Aquela lorota de que o importante é competir é lorota no esporte, onde todos competem para ganhar. Mas na vida o importante é tentar. Não conseguiremos tudo, mas alguma coisa sim, se tentarmos. Não conseguiremos tudo não porque não somos capazes, mas porque não dá tempo; uma vida é pouco

pra fazer tudo o que gostaríamos. Ainda bem que tem outras. Tente. Tentemos. Podemos e devemos começar pelo pensamento; é o começo de tudo. Tudo o que já foi realizado começou com um pensamento. Todos nossos pensamentos geram sentimentos ou emoções que resultam num determinado tipo de energia


Espiritismo para todos

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SERÁ O CARNAVAL UMA FESTA DE ALEGRIA, (Jorge Hessen) DE PAZ E LOUVOR? Com o risco de sermos taxados de moralistas, num tempo em que se perdem as noções de moralidade, não podemos deixar de analisar criticamente alguns absurdos do mundo de Momo. Sem determinar regras de falsa santidade e árduos sermões impulsionados pelas cantilenas morais, não deixaremos de comentar sobre os prejuízos espirituais decorrentes das comemorações do Carnaval. Há muitos séculos o Carnaval era marcado por grandes festas, em que se comia, bebia e participava de frenéticas celebrações e busca incessante dos prazeres. [2] Prolongava-se por sete dias (no mês de dezembro) nas ruas, praças e casas da antiga Roma. Todas as atividades e negócios eram suspensos nesse período; os escravos ganhavam liberdade temporária para fazer o que quisessem e as restrições morais eram relaxadas. Um rei (saturnalicius princeps) era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas. Não fossem os exageros, o carnaval, como festa de relação sociocultural, poderia se tornar um evento compreensível, até porque não admitir isso seria incorrer postura de intolerância. Há pessoas que buscam fazer do carnaval um momento de esperança, oportunizando empregos, abrigando menores, e isso tem o seu valor social. Entretanto, a bem da verdade, o grande saldo da homenagem a Momo se resume em três palavras: violência, ilusão e sensualidade. Reza a tradição que o folguedo de Momo surgiu permeando o mundo “sagrado” e o orbe profano. Sinceramente! Não conseguimos compreender algo de “abençoado” nas folias momescas. Entretanto, em São Paulo há a escola de samba Dom Bosco, em Itaquera, zona leste da cidade, cujo presidente é um padre salesiano de 73 anos e o vice-presidente é um sacerdote de 37 anos que toca inclusive repinique (tambor com baquetas) na bateria. Além de celebrar missas,

casamentos e coordenar projetos sociais, a dupla de sacerdotes obviamente participa dos ensaios da “Dom Bosco”. Ambos desejam arrastar 1.200 componentes ao Sambódromo do Anhembi, e entre os sambistas constam baianas, passistas (seminuas, portanto, nada beatas), velha-guarda e destaques. O enredo homenageia o fundador da congregação salesiana: “Dom Bosco: 200 Anos de Amor ao Próximo... Um Presente para o Mundo”. Para os clérigos, idealizadores da escola de samba, a concepção da agremiação foi a saída encontrada para unir um grupo de jovens mais desregrado, que não estudava e era bastante desinteressado nas atividades educativas oferecidas pela obra social da igreja. Entretanto, tal artifício para atrair a juventude não tem sido apreciado por alguns fiéis e superiores da Igreja romana. Isso nos remete a recordar a escola de samba Unidos do Viradouro que em 2011 levou para a Sapucaí um carro alegórico carregando uma imagem do Chico Xavier. O médium de Uberaba foi representado por uma escultura (psicografando) cercada por 60 componentes, alguns deles “espíritas” (!?), que fizeram uma performance de “trabalho mediúnico” (!?). Santo Deus! Nada mais burlesco. Será que o Carnaval é apenas um festival de alegria, de paz e louvor? A princípio, o Espiritismo não estimula nem recrimina o Carnaval e respeita todos os sentimentos humanos. Porém, será que a farra carnavalesca, vista como uma manifestação popular, consegue satisfazer os caprichos da carne sem deteriorar o espírito? Será lícito confundir “diversão” passageira com alegria legítima? O carnaval é um desses delírios coletivos, cuja reverência a Momo representa a ocasião em que pessoas projetam o que há de mais irracional e de mais incivilizado em si mesmas. É verdade! O Espiritismo

nada proíbe, nada obriga, nem censura o carnaval; porém igualmente, não defende sua realização. Sabe-se que durante a folia de Momo são perpetrados abusos de todos os tipos e, mormente, desregramentos da carga erótica de adolescentes, jovens, adultos e até idosos (mal resolvidos); há consumo exagerado de álcool e outras drogas, instalação da violência generalizada, excessos esses que atraem espíritos vinculados ao deletério parasitismo magnético, semelhantes aos urubus diante de carcaças deterioradas (carniças). Os foliões de plantão reafirmam que o carnaval é um extravasador de energias reprimidas. Entretanto, nos três dias não são atenuadas as taxas de agressividade e nem as neuroses. O que se observa é um somatório da selvageria urbana e de desgraça doméstica. Após os festivais de erotismos surgem as gravidezes desatinadas e a consequente propagação de criminosos abortos, acontecem graves acidentes de trânsito, aumento da criminalidade, estupros, suicídios, aumento do consumo de várias substâncias estupefacientes, alcoólicos, assim como o surgimento de novos drogados, disseminação das enfermidades sexualmente transmissíveis (inclusive a AIDS). Em síntese, se o Carnaval é uma ameaça concreta ao bemestar social, nós espíritas temos muito a ver com ele, porque uma das tarefas primordiais de cada espírita é a de lutar por dispositivos de preservação dos valores mais dignos da Sociedade, sem que se violente, obviamente, o direito relativo do livre-arbítrio coletivo e individual, jamais nos esquecendo que no carnaval ocorre a obsessão nos seus vários matizes como consequência da invigilância e dos desvios morais. Somente poderemos garantir a vitória do Espírito sobre a matéria, se fortalecermos a nossa fé, renovando-nos mentalmente, praticando o bem nos moldes dos códigos propostos por Jesus Cristo, e não esquecendo os divinos conselhos do Mestre:

“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação’’. [1] Em suma, cremos que inexista outro caminho que não seja o da abstinência sincera das folias de Momo. O bom senso nos convida a aproveitar o feriadão para entrosamento com os familiares, leitura de livros instrutivos, frequência a reuniões espíritas. Aliás, será coerente fechar as portas dos centros espíritas nos dias de Carnaval, ou mudar o procedimento das reuniões? Existem alguns centros que fecham suas portas nos feriados do carnaval sem motivos racionais. Em verdade, o espírita pode participar de eventos educacionais, culturais ou mesmo descansar em casa, já que o ritmo frenético do dia a dia exige, cada vez mais, preparo e estrutura físicopsicológica para os embates pelo ganha-pão.

Em face do determinismo da Lei de Evolução, um dia tudo isso passará, todas as manifestações ruidosas que marcam nosso estágio de inferioridade desaparecerão da Terra. Em seu lugar, então, predominarão a alegria pura, a jovialidade, a satisfação e o júbilo real, com o homem despertando para a beleza e a arte, sem violência, nem degeneração moral. Referências: [1] A Festa do deus Líber em Roma; a Festa dos Asnos que acontecia na igreja de Ruan no dia de Natal e na cidade de Beauvais no dia 14 de janeiro, entre outras inúmeras festas populares em todo o mundo e em todos tempos, têm esta mesma função. [2] Mt 26:41


Espiritismo para todos

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(Jorge Hessen)

ONDE DEFLAGRE A VIOLÊNCIA, O ESPIRITISMO FAZ-SE ESTEIO DA EDUCAÇÃO A violência urbana ocorre na maioria das sociedades modernas em face do “consumo” do subproduto da agressão potencializada pela televisão, rádio, jornal, revista, mídias tecnológicas. Há diversos tipos de violências que normalmente sugerem ações organizadas de jovens que agem em grupo contra o patrimônio material e pessoas, comumente unidas às quadrilhas que demarcam territórios. A selvageria do homem civilizado tem as suas raízes profundas e vigorosas na mata espessa da violência. O homo brutalis tem as suas leis: subjugar, humilhar, torturar e matar. O utilitarismo das sociedades contemporâneas robotizou o homem, tornando-o um autômato inconsequente. O mesmo “cristão” que se prostra diante das imagens frias dos altares das igrejas ou na idolatria pela Bíblia “decorada” nos templos, volta ao seu posto de mando para ordenar torturas canibalescas. O homem contemporâneo vive atormentado pelo medo, esse inimigo atroz que o assombra. Uma vez submetido às contingências da vida atual, de insegurança e de incertezas, sofre como resultado em transtornos graves da mente, pela angústia dissolvente da própria individualidade. Diz-se que o Oriente Médio é uma área violenta. Sim, é verdade, porém a América Latina é uma das áreas mais brutais e arriscadas da Terra, conforme demonstra o portal Business Insider. Das 50 cidades mais violentas ao redor do mundo 16 estão no Brasil. A “Pátria do Evangelho” é grande produtora de armas (contrastando com o compromisso espiritual) por isso cremos que proibir sua comercialização no mercado interno é prática recomendável, pois o problema seria atacado diretamente em sua origem. (1) No “Coração do Mundo” o homicídio é o crime mais comum. Além dos assassinatos, o tráfico de drogas, guerras de gangues, instabilidade política, corrupção

e a pobreza influenciam na alta violência nas cidades listadas pelo portal Business. (2) Obviamente esta análise é restritiva, e tende a reforçar as diversas variáveis que pesam nos distintos atores que agem com brutalidade, sendo que as formas de selvageria empregadas e sua intensidade variam muito. Portanto, o aumento da violência que se conhece desde o pós-guerra não é imputável a uma categoria específica de indivíduos, mas a uma generalização dos comportamentos agressivos nas diferentes camadas da população. Não se pode desconsiderar esses outros tipos de violências (não menos impactantes) como as que ocorrem diariamente no trânsito, as violências sexuais, os maus tratos infantis ou as agressões conjugais. Muitos conflitos que antes se manifestavam em afrontamentos sangrentos atualmente foram transmutados nos diferentes tipos de agressivas competições esportivas. Todos tememos a violência, obviamente. Muitos erguem altos muros com fios eletrificados ao redor de suas residências, tentando manter a paz doméstica. Contratam seguranças para protegerem suas empresas e seus lares. Instalam equipamentos sofisticados que os alertem da chegada de eventuais usurpadores de seus bens. Contudo, existe outro tipo de violência a que não damos atenção: é a que está fincada dentro de cada um de nós. Violência íntima, que alguns alimentam, diariamente, concedendo que ela se torne animal voraz. Paradoxalmente, pregamos a paz produzindo ogivas, canhões assassinos; cobiçamos resolver os problemas sociais ativando a edificação dos presídios e bordéis. “Esse progresso é o da razão sem a fé, onde os homens se perdem em luta inglória e sem-fim”. (3) A atual situação de violência, maldade, injustiça,

opressão dos poderosos sobre os fracos, tanto em nível de pessoas, como instituições e países, certamente terá que ceder lugar a uma nova era de paz, harmonia, fraternidade e solidariedade. Uma das soluções para a criminalidade seria desarmar a população brasileira através da proibição do comércio de armas de fogo em todo o País, ressalvada a aquisição pelos órgãos de segurança pública federal e estadual, municipal e pelas empresas de segurança privada regularmente constituídas, na forma prevista em Lei. Naturalmente não somos ingênuos de ajuizarmos que a tão somente restrição (proibição) do uso de armas de fogo, por si só, equacione definitiva e imediatamente o problema da violência. Sabemos. É óbvio que a arma de fogo pode ser substituída por outras, talvez não tão “eficientes”. Na ausência de estrutura da aparelhagem repressora e preventiva do Estado, as armas de fogo continuarão chegando às mãos dos marginais e fazendo suas vítimas. Por isso, urge meditar que devemos aprender a nos defender, desarmando, antes de

tudo, nossos espíritos e isto só se consegue pela prática do amor e da fraternidade. É certo que a sociedade de hoje não está reduzida a ruínas irrecuperáveis. “O espírita é chamado à função da viga robusta, suscetível de mostrar que nem tudo se perdeu. Há quem diga que a Humanidade jaz em processo de desagregação. O espírita é convidado a guardar-se por célula sadia, capaz de abrir caminho à recuperação do organismo social. O espírita, onde surja a destruição, converte-se em apelo ao refazimento; onde estoure a indisciplina, faz-se esteio da ordem e, onde lavre o pessimismo, ergue-se, de imediato, por mensagem de esperança.” (4). Por isso, a solução que a Doutrina Espírita apresenta para a violência é a educação em seu amplo aspecto. O Espiritismo, essencialmente educativo, conclama-nos ao amor e à instrução que poderão formar uma nova mentalidade entre os homens. Até porque a violência é o fruto espúrio da ignorância humana. Remanescente da agressividade animal explode na natureza graças às bases do

egoísmo, o câncer moral que carcome o organismo social. O antídoto ao egoísmo é o altruísmo (amor ao próximo, abnegação). Por consequência, a melhor maneira de tornar uma sociedade justa e altruísta é a educação das gerações novas. Sabendo que, através da educação, formaremos caracteres saudáveis, deveremos investir tudo nesta obra libertadora, que é uma das mais elevadas expressões da caridade. Notas e referências bibliográficas: (1) Hoje, no Brasil, existem três empresas fabricantes de armas de fogo de onde grande parte de sua produção é destinada à exportação. (2) Disponível em http:// www.msn.com/pt-br/noticias/ brasil/as-50-cidades-maisviolentas-do-mundo-brasil-tem16-na-lista/arBBdyjVo?ocid=mailsignout, acessado em 01/02/201 (3) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, Ditada pelo Espírito Emmanuel, RJ: Ed FEB, 2001, perg 199. (4) Xavier. Francisco Cândido. Livro da esperança, ditado pelo Espírito Emmanuel, Uberaba/MG: Ed CEC, 1964


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QUANDO O ESPÍRITA É O OBSESSOR Não há uma fórmula pronta; mas é relativamente fácil reconhecê-lo: o indivíduo que possuí, em muitos casos, um conhecimento raso do que seja a mensagem espiritual e o conteúdo da Codificação Kardequiana, em si, bem como a essência maior do que seja o Espiritismo - mas que se comporta como doutor do assunto, sempre pronto a deitar erudição e enfadonhas lições de moral nos circunstantes, a partir disso; que se orienta também, no dia-a-dia, a partir de uma oscilação de humores horrorosa, desnorteando os que lhe são mais próximos com a incerteza de como se conduzir para com uma pessoa que, e numa hora se acha num céu interior, meia hora depois se transmuta num carrasco irritadiço, a pretexto de que ninguém logra alcançar - e notase aí, nada obstante, a sensibilidade exacerbada, que indicia a mediunidade latente, deseducada e em desequilíbrio, absorvendo qual esponja, a cada minuto do tempo, as influências ambientes, tanto de encarnados quanto de desencarnados. É, ainda, aquele chamado “vampiro” das energias alheias, que tem por hábito alugar os ouvidos próximos com uma verborragia enervante, acerca de assuntos que giram apenas em torno de si mesmo, dos seus problemas, ou dos seus próprios interesses; o que, no ambiente familiar, se transmuta no déspota, no flagelo cobrador de condutas, e no censor implacável de filhos e de cônjuges: aquele que, se na casa espírita, na maior parte do tempo exibe a postura adequada ao labor do local devidamente

saneado pela Espiritualidade contra o acesso de espíritos intrusos e perturbadores - em retornando ao lar, contudo, e onde o trânsito dos desencarnados grassa livre e obediente apenas a afinidades ou às venetas dos espíritos obsidiadores, tem o comportamento modificado, incompreensivelmente, para algo bem distante da tolerância e da afabilidade demonstrados na atmosfera profilática da casa espírita, orientando-se, ao contrário, por um pedantismo incompreensível que, no seu entendimento apenas, o situa acima de todos os outros mortais, e justificando, a seu ver, toda sorte de agressões e de impaciências a pretextos fúteis. A convivência com tal gênero mutante de conduta torna num pandemônio a vida mesma dos que lhe são mais próximos, sejam familiares, amigos ou colegas de trabalho. E, de resto, ainda desacredita o alcance positivo do Espiritismo bem assimilado e aplicado no enredo da vida diária - sobretudo nos lances corriqueiros do cotidiano, que é o cadinho purificador, onde damos prova prática e cabal da nossa melhoria e da modificação interior à luz do que nos dita a mensagem sábia e bondosa dos espíritos, e onde as tentações, que atacam sem piedade as nossas piores limitações, se fazem implacáveis. Porque, se quem abraça os postulados da Doutrina, buscando de resto trabalhar com os seus preceitos em favor do esclarecimento alheio nas instituições idôneas, não se polícia, logo de início, para com as ciladas certas que assaltam todos os que, influenciados

pelas energias que principiam a situá-los em dimensão de ação diversa da que domina no mundo; este, assim, com as defesas desguarnecidas logo estará, inevitavelmente, mais vulnerável ao assédio obsessivo, fácil e previsível. E se tornará, ele mesmo, lastimável exemplo de obsessor reencarnado! De alguém que, se aparenta o serviço útil em prol de si mesmo e do próximo a partir do que nos ensina a Espiritualidade maior nas dimensões invisíveis, na arena rude do dia-a-dia, contudo, - na principal, de onde lhe caberia demonstrar valor e conscientização na própria conduta aprimorada exemplificará exatamente o oposto do preconizado pelo aprendizado luminescente da mensagem espiritual superior, incorrendo no famoso dito “faça o que eu digo mas não faça o que eu faço”, que, de si só, desautorizará qualquer credibilidade quanto àquilo que pretende divulgar e promover como verdadeiro e bom! A mensagem é válida, portanto, para cada qual que se achegue ao remanso promissor das alegrias maiores e sublimes da Vida Maior: tendo em mente desde o começo, quando principia a agir dentro do universo real das leis que regem atração e sintonia espiritual entre afins, que se faz necessária a mente mais séria, e atenta ao preço árduo a ser pago por este enfoque de vida, num mundo de si viciado em energias densas a todo minuto diário, e, literalmente, repleto da população heterogênea que, dos dois lados da vida, disputam influências e interagem entre si,

de ambas as dimensões, buscando ganhar espaço e habitat sintonizado a anseios e diretrizes individuais e egotistas. É imprescindível a constante vigilância para com a modéstia que nos sinalize, a todo momento, os nossos próprios entraves, a serem duramente reformulados e lapidados; é vital a disposição renovada para aprender sempre, a cada instante - bem como o profundo respeito para com cada universo individual humano que requisita, a cada lance do cotidiano terreno, não censores implacáveis da conduta alheia, moralistas contraditórios, ou pregadores estéreis, pródigos em muito falar e alardear; prontos a pontificar o seu próprio caminho como o único

válido. Todavia, distanciados da tolerância iluminadora que, como farol bem-vindo, é a indicadora fiel da diversidade humana existente para o enriquecimento da vida, e como terreno inviolável de livre arbítrio a ser, sobretudo, respeitado - ao contrário do que se incorrerá, fatalmente, em arrogância e em despotismo injustificáveis, e em nada condizentes com a Espiritualidade afeita, sobretudo, aos princípios excelsos da caridade e do Amor essencialmente cristãos. Que cada espírita ou médium, assim auto intitulado, atente, portanto, para a subida responsabilidade de regular a própria conduta, no caldeirão efervescente do mundo atual.

BEM SOFRER E MAL SOFRER Quando Cristo disse: “Bemaventurados os aflitos, porque deles é o Reino dos Céus”, não se referia aos sofredores em geral, porque todos os que estão neste mundo sofrem, quer estejam num trono ou na miséria, mas ah! poucos sofrem bem, poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzir ao Reino de Deus. O desânimo é uma falta; Deus vos nega consolações, se não tiverdes coragem. A prece é um sustentáculo da alma, mas não é suficiente por si só: é necessário que se apoie numa fé ardente na bondade de Deus. Tendes ouvido frequentemente que Ele não põe um fardo pesado em ombros frágeis. O fardo é proporcional às forças, como a recompensa será proporcional à resignação e à coragem. A recompensa será tanto mais esplendente, quanto mais penosa tiver sido a aflição. Mas essa recompensa deve ser

merecida, e é por isso que a vida está cheia de tribulações. O militar que não é enviado à frente de batalha não fica satisfeito, porque o repouso no acampamento não lhe proporciona nenhuma promoção. Sede como o militar, e não aspires a um repouso que enfraqueceria o vosso corpo e entorpeceria a vossa alma. Ficai satisfeitos, quando Deus vos envia à luta. Essa luta não é o fogo das batalhas, mas as amarguras da vida, onde muitas vezes necessitamos de mais coragem que um combate sangrento, pois aquele que enfrenta firmemente o inimigo poderá cair sob o impacto de um sofrimento moral. O homem não recebe nenhuma recompensa por essa espécie de coragem, mas Deus lhe reserva os seus louros e um lugar glorioso. Quando vos atingir um motivo de dor ou de contrariedade, tratai de elevar-vos acima das circunstâncias. E quando

chegardes a dominar os impulsos da impaciência, da cólera ou do desespero, dizei, com justa satisfação: “Eu fui o mais forte”!

Bem-aventurados os aflitos, pode, portanto, ser assim traduzidos: Bem-aventurados os que têm a oportunidade de provar a sua fé, a sua firmeza, a

sua perseverança e a submissão à vontade de Deus, porque eles terão centuplicado as alegrias que lhes faltam na Terra, e após o trabalho virá o repouso.


Espiritismo para todos

07

Março de 2015

ABOBRINHAS DA MEDIUNIDADE 1 – Quando vamos ao Centro Espírita corremos o risco de ser acompanhados por um obsessor na saída? Certamente acompanhado de obsessor está o autor dessa ideia esdrúxula. Tenho visto muita gente livrar-se de obsessões no Centro Espírita. Não conheço ninguém que ali “contraiu” uma obsessão. Pode, em princípio, haver um agravamento dos males espirituais do obsidiado que começa um tratamento espiritual, algo como uma reação inicial a uma medicação. Espiritualmente falando, seria do próprio obsessor, aumentando sua pressão para que o obsidiado afaste-se dos recursos que o libertariam, imaginando-os inócuos. 2 – O fato de minha vida financeira ter-se complicado tem algo a ver com a interrupção de minha frequência às reuniões mediúnicas? Disseram-me que estou sendo castigado pelo mentor. Os mentores espirituais não são feitores intransigentes, dispostos a castigar desertores. Jamais adotam medidas punitivas. Complicações financeiras, quando não decorrentes de problemas cármicos, surgem a partir de uma má administração de nosso tempo e dos recursos de que dispomos. Aliás, o contrário costuma acontecer. O médium empolga-se por interesses imediatistas, prospera e acaba

afastando-se de seus compromissos espirituais. 3 – Na estrada, estávamos com o rádio ligado, quando tanto eu quanto minha acompanhante ouvimos um assobio dentro do carro. É um fenômeno mediúnico? Não estão impedidos os Espíritos de assobiar, mas é pouco provável que um acompanhante espiritual seja ouvido pelos encarnados, a não ser que um dos dois seja médium de efeitos físicos. Em tal situação certamente ouviriam mais do que fugaz assobio. Provavelmente trata-se de um efeito sonoro produzido pela emissora de rádio em que estavam sintonizados. 4 – Um médium disse-me que se eu não desenvolver minha mediunidade minha vai filha sofrer um obsessão. É possível? O sofrimento é do médium que fez essa afirmação. Sofre de ignorância, mal comum no meio espírita, mas felizmente tratável com a terapia do estudo. Transferir para os filhos a responsabilidade por nossa omissão nos compromissos mediúnicos é como aceitar que carregamos a marca de suposto pecado original, cometido por um suposto casal, Adão e Eva, num suposto paraíso. 5 – Quando estou sozinho em casa, à noite, sinto uma pressão sobre minhas costas e fico com muito medo. Será algum Espírito? Para cogitar da presença de

um Espírito, em relação ao fenômeno, seria de se esperar que ocorresse em qualquer hora, na presença de outras pessoas. Impressões dessa natureza, quando a pessoa está sozinha, à noite, podem ser debitadas a mera excitação nervosa. Certamente não é a pressão nas costas que provoca o medo, mas o medo, exacerbado pelo imaginação, que suscita a sensação de pressão nas costas. 6 – Há alguma influência espiritual no fato de meu braço adormecer quando estou dormindo? Sensação de adormecimento nas mãos pode indicar sensibilidade mediúnica. No entanto, se ocorre somente durante o sono, é mais provável que a você esteja dormindo sobre o braço, dificultando a circulação sanguínea. 7 – Ouvi que, em reuniões mediúnicas, manter as pernas cruzadas atrai Espíritos menos evoluídos. É verdade? E mãos descruzadas, atraem Espíritos evoluídos? Postura física não tem nada a ver com a natureza dos Espíritos que se aproximam, embora, obviamente, numa reunião mediúnica, até por uma questão de respeito pelo ambiente, devamos manter uma postura civilizada, de permeio a uma atitude de contrição.

8 – Disseram-me que meus problemas físicos e emocionais são decorrentes de uma mediunidade e que preciso trabalhar como médium para resolvê-los. É possível? Problemas físicos e emocionais são decorrentes do temperamento das pessoas,

Richard Simonetti

não de possível mediunidade. A prática mediúnica não nos libera desses desajustes. Pode até acentuá-los, por tornar a pessoa mais sensível a influências espirituais. O que pode ajudar é a disciplina mediúnica, que envolve o estudo, a reflexão em torno dos princípios espíritas, e o empenho de renovação…

SEXO E ESPIRITISMO Você acha que o sexo é importante num relacionamento amoroso? Você considera o sexo como uma maneira de amar? O Espiritismo nos ensina que o espírito imortal não tem sexo, podendo reencarnar como homem ou mulher. Sabemos também que, conforme vai se depurando, se desmaterializando, o espírito imortal é menos sujeito à necessidade sexual. Se a tendência é nos libertarmos do desejo sexual com o progresso do espírito, quer dizer que o sexo seja condenável? Claro que não. Conforme formos nos desenvolvendo e aprimorando moralmente, nossos desejos vão diminuindo. Isso vale para a alimentação, para a posse material, para o sexo, para tudo que envolva desejo. Em nossa cultura milenar judaico-cristã, o sexo sempre foi visto como pecado, tentação, perdição. Talvez pela poderosa carga emocional que o acompanha. Nenhuma outra atividade aciona tão profundamente nossas emoções como o ato sexual. Nada ativa de maneira tão nítida a nossa capacidade de visualização e imaginação.

Não acho que seja digno de questionamento o que vale e o que não vale em matéria de sexo. Estabelecer o que pode e o que não pode era algo que Moisés fazia, mil e quinhentos anos antes de Cristo. Já passamos dessa fase. Sexo não é pecado, você sabe disso. Mas há que se levar em consideração alguns fatores. Você sabe que os espíritos desencarnados estão por toda parte. A maneira como nós os atraímos é através do pensamento. Nosso pensamento sintoniza com pensamentos semelhantes. Por isso é muito mais importante o cuidado com os pensamentos do que com o ato sexual em si. É preciso ser vigilante com os pensamentos. O que os corpos fazem durante o ato sexual não tem nada de degradante se o pensamento não estiver poluído. O sexo é uma atração física que pode envolver amor. Supõe-se que se pratique sexo quando há desejo suficiente de parte a parte. Desejo de um pelo outro, atração magnética. Se não há desejo, ou se este não é suficiente, entra em jogo a fantasia sexual. A fantasia sexual é produzida pela imaginação (ação de criar imagens). Imaginação é

pensamento. O pensamento é criador. Qualquer fantasia que envolva outra pessoa, mesmo que fictícia, é um convite para que um espírito qualquer junte-se ao casal. Qualquer fantasia que prescinda de terceiros, mas que envolva situações de posse, domínio, dor, humilhação, pode trazer à tona personalidades que animamos no passado, em outras reencarnações, o que não é recomendável.

Se você tem vida sexual ativa, provavelmente vai pensar sobre isso. O poder do sexo é tão grande que um assunto como esse fica mais tempo em sua cabeça. Não se descuide. Na antiguidade já se falava em súcubos e íncubos. Hoje há verdadeiras organizações umbralinas especializadas em vampirização sexual. A palavra “vampirização” pode dar uma conotação de superstição, mistério. Mas não há nada disso. Na verdade o que querem é sua

energia. Para se manterem no astral, sem precisar reencarnar, espíritos trevosos (ou menos adiantados) precisam da energia dos encarnados, é só isso. Não chegamos ao estágio evolutivo de abrir mão do sexo. Também não acho que o sexo tenha como finalidade única a reprodução para perpetuação da espécie. Mas é bom lembrar que devemos ser vigilantes também nessas horas. Ou você acha que eu estou exagerando? Morel Felipe


Espiritismo para todos

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Suicídio Causas dos suicídios O suicídio é conseqüência de fatores psicológicos em desagregação ou de influências espirituais em evolução? “Todos sabemos: cada espírito é senhor do seu próprio mundo individual. Quando perpetramos a deserção voluntária dos nossos deveres, diante das leis que nos governam, decerto que imprimimos determinadas deformidades no corpo espiritual. Essas deformidades resultam das causas cármicas estabelecidas por nós mesmos, pelas quais sempre recebemos de volta os efeitos das próprias ações. Cometido o suicídio nessa ou naquela circunstância, geramos lesões e problemas psicológicos na própria alma, dificuldades essas que seremos chamados a debelar na próxima existência, ou nas próximas existências, segundo as possibilidades ao nosso alcance. Assim, formamos, com um suicídio, muitas tentações a suicídio no futuro, porque em nos reencarnando, carregamos conosco tendências e inclinações, como é óbvio, na recapitulação de nossas experiências na Terra. Quando falamos “tentações” não nos referimos a esse tipo de tentações que acreditamos provir de entidades positivamente infelizes, cristalizadas na perseguição às criaturas humanas. Dizemos tentações oriundas de nossa própria natureza. Sabemos que a tentação em si, na verdadeira acepção da palavra, nasce dentro de nós. Por isso mesmo poderíamos ilustrar semelhante argumento lembrando um prato de milho e um brilhante de alto preço: levado o brilhante de alto preço à percepção de um cavalo, por exemplo, é certo que o eqüino não demonstraria a menor reação; mas em apresentando a ele o prato de milho, fatalmente que ele reagirá, desejando absorver a merenda que lhe está sendo apresentada. Noutro ponto de vista, um homem não se interessaria por um prato de milho, no entanto, se interessaria

compreensivelmente pelo brilhante. Justo lembrar que a tentação nasce dentro de nós. Quando cometemos suicídio, plasmamos causas de sofrimento muito difíceis de serem definitivamente extirpadas. Por isso, muitas vezes, os irmãos suicidas são repetentes na prova da indução ao suicídio, descendo, desprevenidos, à consideração para consigo próprios. Benfeitores da Vida Maior são unânimes em declarar que, em todas as ocasiões nas quais sejamos impulsionados a desertar das experiências a que Deus nos destinou na vida terrestre, devemos recorrer à oração, ao trabalho, aos métodos de autodefesa e a todos os meios possíveis da reta consciência, em auxílio de nossa fortaleza e tranqüilidade, de modo a fugirmos de semelhante poço de angústia.” Os suicidas quando se reencarnam - Parece que o suicídio é um ato de rompimento do plano de Deus, pelo qual se paga um preço. Assim, de que maneira e com que traumas se reencarnam as pessoas que se matam: a) por tiro no ouvido, b) por veneno, c) jogandose embaixo de um carro, d) através de superexposição à radiação atômica? “O suicídio está ligado ao senso de responsabilidade. Nosso Emmanuel sempre explica que nós somos culpados por aquilo que conhecemos como sendo uma atitude imprópria para nós. Porém, nós temos, ainda, povos, que adotam o suicídio como norma de comportamento heróico. Temos comunidades no mundo que consideram o suicídio sob este ponto de vista. Demonstram que não possuem um conhecimento tão exato sobre a responsabilidade de viver, produzir o bem, como nós os Cristãos fomos instruídos pelos evangelhos de Nosso Senhor. Então, vamos dizer que a escola de Jesus, preparando nosso espírito para a construção do mundo melhor, um mundo de amor e paz e não obstante os conflitos e guerras que temos sofrido, ou que

Março de 2015

Entrevista com Chico Xavier

estejamos sofrendo, nós então vemos que para nós o suicídio já adquire dimensões diferentes, porque nós somos chamados para valorizar a vida, a compreender o sofrimento como processo educativo e reeducativo de nossa personalidade. Então, o suicídio para nós, os cristãos, é algo de ingratidão para com os poderes supremos que regem os nossos destinos. O suicídio, para aqueles que conhecem a importância da vida, impõe um complexo culposo muito grande nas consciências. Então, nós os cristãos, que temos responsabilidades de viver e de compreender a vida, em suicidando, nós demandamos o além com a lesão das estruturas, do corpo físico. De forma que, se damos um tiro no crânio, conforme a região que o projétil atravessa, sofremos no além as lesões conseqüentes. São os espíritos doentes, os espíritos enfermiços que recebem carinho especial dos protetores espirituais.” Chico continua, sobre os suicidas: “Mas o problema está dentro de nós e, na hora de voltar à Terra, pedimos para assumir as dificuldades inerentes às nossas próprias culpas. Assim... · Se a bala atravessou o centro da fala, naturalmente vamos retomar o corpo físico em condições de mudez.

·Se atravessa o centro da visão, vamos renascer com processo de cegueira. ·Se nos precipitamos de alturas e aniquilamos o equilíbrio das nossas estruturas espirituais, vamos voltar com determinadas moléstias que afetam o nosso equilíbrio. · Quando nos envenenamos, quando envenenamos as nossas vísceras, somos candidatos, quando voltamos à Terra, ao câncer nos primeiros dias de infância, ao problema de fluidos comburentes que criam desequilíbrio no campo celular. Muitas vezes encontramos numa criança recentemente nascida um processo canceroso que nós não sabemos justificar, senão pela reencarnação, porque o espírito traz consigo aquela angústia, aquele desequilíbrio que se instala dentro de si próprio · Pelo enforcamento, nós trazemos determinados problemas de coluna e caímos logo nos processos de paraplegia. Somos crianças ligadas, parafusadas ao leito durante determinado tempo, em luta de auto-corrigenda, de autopunição, de reestruturação de peças do nosso corpo espiritual.” A Terra e o Semeador – Chico Xavier/Emmanuel – págs. 130 / 136 / 154. Quais as primeiras impressões dos que

desencarnam por suicídio? “A primeira decepção que os aguarda é a realidade da vida que se não extingue com as transições da morte do corpo físico, vida essa agravada por tormentos pavorosos, em virtude de sua decisão tocada de suprema rebeldia. Suicidas há que continuam experimentando os padecimentos físicos da última hora terrestre, em seu corpo somático, indefinidamente. Anos a fio, sentem as impressões terríveis do tóxico que lhes aniquilou as energias, a perfuração do cérebro pelo corpo estranho partido da arma usada no gesto supremo, o peso das rodas pesadas sob as quais se atiraram na ânsia de desertar da vida, a passagem das águas silenciosas e tristes sobre os seus despojos, onde procuraram o olvido criminoso de suas tarefas no mundo e, comumente, a pior emoção do suicida é a de acompanhar, minuto a minuto, o processo da decomposição do corpo abandonado no seio da terra, verminado e apodrecido. De todos os desvios da vida humana o suicídio é, talvez, o maior deles pela sua característica de falso heroísmo, de negação absoluta da lei do amor e de suprema rebeldia à vontade de Deus, cuja justiça nunca se fez sentir, junto dos homens, sem a luz da misericórdia.” O Consolador – Emmanuel


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