Academia de Cultura de Colônia Leopoldina - Alagoas: ACCL

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ACADEMIA DE CULTURA COLÔNIA LEOPOLDINA - ALAGOAS ACCL



ADMMAURO GOMMES ANDRÉA MARQUES DA SILVA JOSÉ FRANCISCO DE MELO NETO JOSÉ ROMILDO DE MOURA

ACADEMIA DE CULTURA COLÔNIA LEOPOLDINA - ALAGOAS ACCL

JANEIRO DE 2019


Capa: Rudah Silva Projeto gráfico: Luiz Silva Controle de qualidade gráfica: Vera Guimarães Ficha catalográfica elaborada na Biblioteca Setorial do CCTA da Universidade Federal da Paraíba

A168

Academia de Cultura Colônia Leopoldina – ALagoas: ACCL / Organizadores: Admmauro Gommes... et al. – Colônia Leopoldina, AL.: Editora do CCTA, 2019. 295 p. : il. ISBN 978-85-7320-152-2 1. Cultura - Alagoas. 2. Colônia Leopoldina – Academia de Cultura - História. I. Gommes, Admmauro. II. Silva, Andréa Marques da. III. Melo Neto, José Francisco de. IV. Moura, José Romildo de. II. Título.

UFPB/BS-CCTA

CDU: 39 (813.5)


LISTA DE FOTOS Foto 1 – Fundação da Academia Foto 2 - Primeira reunião, no dia 7 de junho - 2014 Foto 3 – Segunda reunião, no dia 7 de junho - 2014 Foto 4 – Graciliano Ramos Foto 5 – Pe. Afonso Foto 6 – Antônio Sampaio Dória Foto 7 - Ariano Suassuna Foto 8 - Arthur de Araújo Pereira Ramos Foto 9 – Aureliano Cândido Tavares Bastos Foto 10 – Everaldo Araújo Silva Foto 11 – Florestan Fernandes Foto 12 – Gilberto Freyre Foto 13 – José Leite Lopes Foto 14 – José Luiz Lessa Foto 15 – Luiz Vanderley Foto 16 – Milton Santos Foto 17 – Nísia Floresta Foto 18 – Nise da Silveira Foto 19 – Paulo Freire Foto 20 – Teotônio Vilela Foto 21 – Théo Brandão Foto 22 – Juramento dos/as acadêmicos/as Foto 23 – I exposição de livros Foto 24 - Entrega do documento-proposta da Academia para a cultura local (2016), ao Prefeito Manuilson Andrade Foto 25 - Primeira exposição da produção literária sobre Colônia, da Academia de Cultura, na Praça Pedro II (2017) Foto 26 - Primeira exposição da produção literária sobre Colônia, da Academia de Cultura, na Praça do Centenário (2017)


COLEÇÃO - COLÔNIA LEOPOLDINA SÉRIE 1 - EDUCAÇÃO, HISTÓRIA E FILOSOFIA Volume 1 - História imperial e pós-modernidade (alguns elementos para discussão). Alexandre Gilberto Sobreira Sílvio César da Silva de Carvalho

Volume 2 - Colônia Leopoldina: um olhar crítico para a cidade (cultura, educação, escola e política) José Francisco de Melo Neto Volume 3 – Academia de Cultura – Colônia Leopoldina Admmauro Gommes Andréa Marques da Silva José Francisco de Melo Neto José Romildo de Moura

SÉRIE 2 - GEOGRAFIA E CIÊNCIAS NATURAIS Volume 1 - COLÔNIA LEOPOLDINA (AL): situações políticoambientais. Maria Betânia Alves dos Passos Marília Gabriela da C. Gomes José Francisco de Melo Neto

Volume 2 - COLÔNIA LEOPOLDINA (AL): situações políticoambientais (vol II). Andréa Marques Silva Elizabete M. do N. G. Veloso Paulo Edson de Araújo Valquíria Maria da Silva José Francisco de Melo Neto


SÉRIE 3 - SOCIOLOGIA E POLÍTICA Volume 1 - COLÔNIA LEOPOLDINA (A): 30 anos de lutas populares por mudanças e cidadania (1983-2013). José Francisco de Melo Neto

Volume 2 - COLÔNIA LEOPOLDINA (AL): 65 anos de política partidária dominante (1950 a 2015) relatos e visões críticas) José Francisco de Melo Neto Osvaldo Batista Acioly Maciel Sílvio César da Silva de Carvalho

SÉRIE 4 - LETRAS E LITERATURA Volume 1 - COLÔNIA LEOPOLDINA - versos aos ventos teus José Francisco de Melo Neto





Foto 1 – Fundação da Academia



Em memória dos acadêmicos Elias Marques Pinheiro e Severino Inácio da Rocha



APRESENTAÇÃO Este livro contém os feitos da criação de uma academia, esta na cidade de Colônia Leopoldina, na Zona da Mata Norte do Estado de Alagoas. Colônia Leopoldina faz parte das terras do denominado Polígono da Guerra dos Cabanos, na região do Vale do Rio Jacuípe. Uma terra cheia de engenhos de cana de açúcar, herdeiras de avanços e regressos nas relações das pessoas, onde dominou por vários séculos a escravidão. No Vale do Rio Jacuípe, estão presentes os mais baixos índices de desenvolvimento humano do Estado de Alagoas que insistem em permanecer. É um livro que nasce das contradições do lugar, em especial no campo cultural. Desse ambiente dos mais baixos índices de educação formal, nasce uma Academia de Cultura. Surge para incentivar intelectuais com educação formal e intelectuais orgânicos, em sua acepção gramsciana, a manterem-se no campo da crítica como um lugar válido para os incentivadores do pensamento e de suas ações. Estão aqui apresentados um prefácio e a delimitação do campo da cultura em uma visão dialética, com marcos na produção humana. Mostram-se os primeiros passos desse empreendimento cultural de seus vinte membros fundadores, o discurso de posse, o estatuto e regimento, bem como seu planejamento e ações culturais. São destacados também os patronos e patronesses, acompanhando de seus correspondentes representantes, compiladas várias informações da Rede Internet.

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Esta Academia de Cultura de Colônia Leopoldina, além de não ser apenas da cidade desta cidade, pois contempla as outras circunvizinhas, também assume posicionamentos políticos, sem serem partidários, a exemplo de nota mostrando a visão contrária da Academia ao ataque ao pensamento crítico, realizado pela visão ideológica e conservadora da dita “escola sem partido” ou a “lei da mordaça” aos docentes brasileiros. Finalmente, expõe o seu planejamento para os anos de 2016 e 2017, concluindo com perspectivas da Academia. Aos leitores, é um prazer dos membros acadêmicos desta Academia poder apresentar os seus esforços à comunidade leitora e a sua contribuição ao Vale do Jacuípe. Abraços cabanos fraternais. Os autores

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PREFÁCIO Academia de Cultura de Colônia Leopoldina (ACCL) É uma honra participar de um grupo de intelectuais que marcam uma época e que se predispõem a repensar a realidade, buscando um norteamento para as questões mais cruciais de nosso tempo. De início, agradeço a confiança e o convite para que eu também desse minha contribuição nos debates consecutivos que acontecem toda vez que a Diretoria se reúne. Por ter acompanhado de perto durante o quadriênio que ora se encerra, estou convicto que a Academia de Cultura de Colônia Leopoldina (ACCL) cumpre um papel fundamental no resgate da história do município. Com determinação, traz à tona valores e marcos reais que servem para a compreensão do mundo contemporâneo, de suas incertezas e desafios. Vai além: suas reuniões mensais constituem um lugar de debate acerca da conjuntura atual, recebendo sempre um aguçado olhar crítico-social. Ao tempo que mantemos o mais imparcial possível diante das siglas partidárias, comprometemo-nos em defender a governabilidade, condição caótica nesses dias. São temas também recorrentes os baixos níveis educacionais, o declínio da monocultura da cana-de-açúcar e a falta de uma força empreendedora que responda aos anseios sociais e populares. Deste modo, as discussões da Diretoria mantêm acesa a chama da liberdade,

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da igualdade e da fraternidade - ideais políticos quase esquecidos na prática mas que estão na pauta desde a Revolução Francesa de 1789. Em um tempo em que se exige dos mentores planejamentos estratégicos, urge que exista um grupo pensante que vislumbre possibilidades, que antecipe cenários, que analise o momento conjuntural e aponte soluções. Dentro desta perspectiva, a Academia se oferece como colaboradora constante por uma sociedade mais justa e igualitária. Para tanto, não só resgata um passado histórico mas participa da construção do presente e procura entender a projeção do futuro. Portanto, é imensurável a presença de uma Academia de Cultura nos moldes da ACCL. Esta coloca o município de Colônia Leopoldina em alto relevo e chama a atenção para as questões municipais, presentes em todas as regiões do país. Vale ressaltar que a Academia de Colônia tem como patronos Zumbi e Graciliano Ramos, nomes importantes advindos de atividades diversas. Assim também é a constituição desta Casa. Todos os seus membros são intelectuais que representam o conjunto da sociedade, mas nem todos são escritores, nem os patronos foram todos homens de letras, mas que todos se envolveram nas lutas sociais, ora como articuladores políticos, ora como artistas plásticos ou escritores, mas todos benfeitores da humanidade. Firmada nesses exemplos, a ACCL ganha relevo e se faz porta-voz das ideias e dos ideais por um Brasil melhor. Por isso, buscamos novos caminhos e perseguimos soluções numa espécie de fórum permanente. Neste momento, apresentamos uma síntese das ações promovidas por essa Egrégia Casa, desde a série de publicação de livros, a mostras de fotografia e posicionamentos políticos sociais que têm feito desta

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agremiação marco norteador de credibilidade para que se discuta e se aproprie da situação em que vivemos. Ademais, é preciso compreender que as adversidades são conjunturais. Por mais que se levantem questões relativas ao município, este não pode ser visto como uma ilha de problemas, pois se interliga com outros, formando um grande arquipélago. Por isso, é preciso ver o todo. Vamos imaginar que, de uma hora para outra, todos os desafios de Colônia Leopoldina fossem superados e a região continuasse em decadência. Em pouco tempo, este período exitoso se esgotaria porque a condição geográfica limita, condiciona e replica os entraves intermunicipais. A nítida intenção é que, a partir de Colônia Leopoldina, ressurja um grito como se fosse de Zumbi, para que uma região completa se acorde e perceba as necessidades urgentes. Que a crítica social de um Graciliano Ramos, nas Vidas Secas de agora, ou nos Viventes das Alagoas, ganhem ecos consistentes. Esta é a contribuição que Academia dá a Colônia e à nação: uma constante reflexão sobre a nossa realidade sociopolítico-cultural. Por certo, acreditamos que é possível galgar alguns espaços em uma sociedade que se desgoverna, mas a retomada (pelo menos da esperança), aconteça com a participação de todos, inevitavelmente, de forma coletiva para que as mudanças ocorram. A Academia continuará de portas abertas para os debates mais necessários e urgentes de nossa época, porque somos partes desta região e, se sofremos juntos, devemos encontrar uma saída conjuntamente. Com certeza, a ACCL tem muito ainda a contribuir com os destinos da região do Vale do Jacuípe. Admmauro Gommes - Presidente

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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO......................................................................................15 PREFÁCIO - Admmauro Gommes ..........................................................17 1. CULTURA – uma visão dialética.........................................................23 2. PRIMEIROS PASSOS - ANO DE 2014................................................29 3. FUNDAÇÃO...........................................................................................35 a) Discurso de fundação......................................................................35 b) Estatuto e regimento.......................................................................43 4. PATRONOS E PATRONESSES.............................................................77 5. ATUAIS ACADÊMICOS/AS, PATRONOS E PATRONESSES ....201 6. ACADÊMICOS E ACADÊMICAS - históricos.................................205 7. PRIMEIRAS AÇÕES CULTURAIS - (PLANO DE AÇÃO)....................271 a) Chá Cabano.....................................................................................271 b) Uma política para a cultura local .................................................271 c) Levantamento dos livros sobre a cidade.....................................275 d) Livros da coleção – Colônia Leopoldina......................................282 e) Exposição de livros sobre Colônia, nas praças e nas escolas......283 f) Posicionamentos políticos...............................................................285 g) Planejamento para 2016 e 2017......................................................288 8 PERSPECTIVAS - Romildo Moura e Andréa Marques ....................291

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1. CULTURA – uma visão dialética1 É sempre uma dificuldade discutir o conceito de cultura. Mesmo entre os profissionais vinculados a esse campo de trabalho, não há uma compreensão, sequer, aproximada de seu significado. O que existe mesmo é um cipoal de concepções que mais expressam um “ninho de casaca de couro”, na acepção viva de Jackson do Pandeiro2. Apesar desse elemento complicador, tido por outros como elemento alimentador de perspectivas culturais, mister se faz apresentar-se uma visão que resgate o movimento como uma categoria teórica norteadora da tentativa de um conceito de cultura. Pode-se observar, ainda, que a multiplicidade conceitual de cultura também traduz e expressa, do ponto de vista político, a visão alicerçada nas bases explicativas e dominantes da sociedade, em seus variados modos de produção. Entre os gregos, pode-se destacar que cultura e religião estiveram interligados, expressando as explicações da natureza, porém cheias de atributos religiosos. Essa visão de cultura é idealizada já em Homero, tornando a beleza o ideal educativo e dominante daquela cultura, presente até os dias de hoje. Contudo, é Hesíodo, outro poeta grego, que, sem negar o ideal homérico, apresenta uma outra perspectiva de educação. Elege o trabalho como referência para a educação grega do homem e da mulher. Entretanto, verifica-se entre os sofistas a separa1 Texto apresentado no ENCONTRO TEMÁTICO – “Extensão cultural cidadã: a ação da UFPB na Paraíba”, realizado em outubro de 1999, promovido pela PRAC/COEX/UFPB, no Núcleo de Teatro Universitário, em João Pessoa, Pb. 2 Cantor e compositor paraibano, tido como um dos nomes da trilogia da música nordestina, juntamente com Luiz Gonzaga e Luiz Vieira.

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ção entre a religião e a cultura. Apesar dessa separação, todavia, só tem significado de totalidade ao assumir como cultura e como conteúdo da cultura, também o mundo da cultura espiritual: “o mundo em que nasce o homem individual, pelo simples fato de pertencer ao seu povo ou a um círculo social determinado” (Paideia, 1995: 354). Tudo isso, entretanto, expressa visões idealizadas sobre cultura de diferenciados setores dominantes da sociedade, em suas épocas. Mas o que se deseja resgatar é a perspectiva conceitual de cultura, embalada pela categoria teórica movimento e fruto, inerente a cada modo de produção. Isto é, a perspectiva do conceito de cultura nos marcos da produção, expressa na visão de Álvaro Vieira Pinto3. A produção como expressivo parâmetro de universalidade, considerando a sua presença em todos os tipos de grupos sociais, presentes nos mais diferenciados rincões e em qualquer tempo da história humana. E aí, como produto do processo produtivo, cultura é uma criação do próprio homem. É resultante, portanto, das diferenciadas formas de tentativas do humano no trato com a natureza material, na medida em que está sempre em luta pela própria sobrevivência. As capacidades intelectiva e manual humanas possibilitaram um maior crescimento e intensidade desses fazeres de sobrevivência. Esses produtos, daí gerados, constituem-se todos como produtos culturais. Dessa capacidade, foram sendo criados os instrumentos de sobrevivência e todos os tipos de expressão espiritual, inclusive, e, posteriormente, as religiões. Tudo isso foi sendo transmitido e conservado de geração para geração. O início da cultura não é, portanto, datado, mas coincide com o processo de hominização. “A criação da cultura e a criação do 3 Filósofo brasileiro. Ver: Ciência e Existência – problemas filosóficos da pesquisa científica. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

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homem são na verdade duas faces de um só e mesmo processo, que passa de principalmente orgânico na primeira fase a principalmente social na segunda, sem contudo em qualquer momento deixarem de estar presentes os dois aspectos e de se condicionarem reciprocamente” (PINTO, 1979: 122). Como se vê, as dimensões culturais presentes nos gregos estão mais ampliadas com essa perspectiva. Os produtos culturais são aqueles gerados dos mecanismos nos mais variados processos produtivos e aqueles, também culturais, gerados da dimensão social presente nas relações humanas. Nesse sentido, torna-se ente cultural o museu, o quadro de famoso pintor, as esculturas de famosos escultores... São expressão culturais os óculos que se usam no cotidiano, a caneta, a ferramenta de trabalho, o computador, uma peça teatral, um trator, um ‘software’, o processo de produção de conhecimento e a tecnologia. Todos esses entes são frutos do processo produtivo e resultantes da dimensão manual e da dimensão intelectiva da espécie humana. A cultura, na perspectiva apresentada, isto é, como produto do processo produtivo, adquire a sua dupla natureza. Cultura, expressa pelo bem produzido, torna-se bem de consumo, enquanto resultado expresso em coisas e artefatos e subjetivado em ideias gerais do mecanismo produtivo. Cultura se converte, ainda, em bem de produção, subjugando a realidade e submetendo-a às suas reflexões, gerando novos produtos e novas técnicas de exploração do mundo, dando-lhes, pelas ideias, significados e finalidades para as suas ações. Dessa perspectiva conceitual de cultura, resultam dois fenômenos, sendo mais explicitados no atual modo de produção – o capitalismo. O primeiro diz respeito ao acervo cultural, que é cheio de máquinas e entes tecnologizados além das tantas ideias geradoras dos processos produtivos. Não se produz sem ideias. Os setores dominantes,

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por sua vez, valorizam mais a segunda dimensão, as ideias, considerando que já controlam os aspectos materializados. Há, então, a exaltação às posses das ideias e desvalorização do trabalho próprio da produção daqueles entes materiais. O segundo resultado é o apoderamento dos bens materiais produzidos, frutos das ideias geradoras dos bens culturais. Assim, é que o trabalhador ou o produtor cultural, além de ter perdido os bens materiais produzidos por ele mesmo, também, está excluído dos bens ideais geradores dos produtos culturais. A partir dessa visão, pautada no marco da produção, torna-se possível dessacralizar as marcas ideológicas das outras perspectivas de cultura, quaisquer que sejam, imputando aos mais aquinhoados o ter cultura e convencendo os “excluídos” de que têm cultura aqueles que estiveram na escola, pura e simplesmente. Numa sociedade de pouco acesso aos tantos meios de socialização do conhecimento, certas visões só aprofundam a “apartação social” , fortalecendo a dominação dessas elites. Portanto, cabe aos que produzem os entes culturais - bens materiais e bens ideais - o resgate da posse de seu próprio processo de se tornarem humanos(as), edificando os vetores de sua libertação mesma. José Francisco de Melo Neto4

4 O autor é graduado em química e em filosofia, com mestrado e doutorado em educação. Realizou a pesquisa pós-doutoral na Usina Catende, certificada pela Universidade de São Paulo - USP (Celso Beisiegel e Paul Singer), em tempos de gerenciamento da usina pelos trabalhadores, na perspectiva da Economia Solidária. É professor titular da Universidade Estadual da Paraíba e da Universidade Federal da Paraíba

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Referências. JAEGER, Werner. PAIDEIA – a formação do homem grego. Tradução de Artur M. Parreira. Martins Fontes, São Paulo, 1995. PINTO, Álvaro Vieira. Ciência e existência – problemas filosóficos da pesquisa científica. Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1979.

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2. PRIMEIROS PASSOS ANO DE 2014 Mês de Maio 01. Primeiros contatos para a criação de uma academia com várias pessoas residentes no município, iniciados por José Francisco de Melo Neto, Doutor em Educação e Professor Titular de Filosofia da Educação, na Universidade Federal da Paraíba, natural de Colônia Leopoldina, Alagoas. 02. Pessoas contactadas: João, o monge; José de Sousa Barros (Prof. de Ciências Naturais (residente em Garanhuns); Ana Lins (residente em Colônia); Romildo Moura (Prof. de Matemática e Secretário de Educação); Andréa Marques (Prof. de Ciências e SubSecretária de Educação); Sílvio César (Prof. de História em Pernambuco e acadêmico de Direito). Mês de Junho 01. email enviado: pessoal! – em alagoas, há outras academias que podem nos servir de guia para a elaboração do estatuto e, posteriormente, o regimento de uma academia. seria bom se fosse possível uma visita aos seus sítios.

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– eu conheço as seguintes: academia de letras de alagoas, academia de letras de maceió, academia de letras de porto calvo, academia de letras de penedo, academia de letras de palmeiras dos índios e academia de letras de arapiraca. – há também a academia de letras sagrada família, que foi fundada em 2002, na Paraíba e o monge João é seu orador oficial. – aí, bem perto a nós, há a academia de letras de palmares que, em fevereiro, foi reativada. estava paralisada há anos. – estarei por aí, durante o são João. Permanece a proposta de reunião no dia 26, em local a ser definido por alguma sugestão. – segue foto anexa. abraços, zé de melo neto 02. Realização da primeira reunião. Segue a síntese da mesma:

Foto 2 - Primeira reunião, no dia 7 de junho - 2014 (No sentido horário- Ana Lúcia, Ana Lins, Sílvio César, Andréa Marques e Romildo Moura).

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Pessoal! Apresenta-se uma síntese da reunião pró-criação da Academia de Cultura de colônia leopoldina: 1. presentes - Andréia, Ana lins, ana queiroga, silvio, romildo e zé de melo. o monge joão justificou a sua ausência, assumindo as deliberações do grupo. 2. após várias intervenções foi vista a importância da fundação de uma Academia de Cultura, considerando a amplidão do termo, abrangendo letras, ciências, tecnologia e artes. 3. encaminhamento: a) coube ao zé de melo, um esboço de estatuto, de forma muito geral, considerando que os detalhamentos virão quando da elaboração do regimento interno da academia; b) esse esboço deverá chegar com bastante antecedência para que todos/as possam melhor examiná-lo; c) sugere-se uma reunião para o dia 26 deste mês, aceitando sugestão também de local e horário. obs: breve, segue o esboço de estatuto, em sua forma muito geral. Colônia Leopoldina, 7 de junho de 2014. (Casa da mãe do Prof. Dr. José Francisco de Melo Neto (Rua Pe. Francisco 315), hoje - Casa Dorinha e Chico Loló.

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02. email. Pessoal! – o funcionário público josé júnior amorim fez um trabalho de registro de boa parte do movimento estudantil, na nossa cidade, denominado: a trajetória do movimento estudantil leopoldinense. – é um autor sobre um tipo específico de movimento social que gerou vários líderes locais. – sugiro que seja convidado a fazer parte deste nosso grupo, a partir das nossas próximas reuniões. isto só será possível com o nosso APROVO. –aguardo opiniões para poder avançar ou não o contato com o mesmo. – abraços 03. Realização da segunda reunião.

Foto 3 – Segunda reunião, no dia 7 de junho - 2014

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Segue a síntese da mesma: Pessoal! – conforme tínhamos combinado, realizamos a segunda reunião do grupo de leopoldinenses que está preparando a criação de uma Academia de Cultura na nossa cidade. segue síntese da reunião: a) presentes -- ana lins, romildo moura, andréa, ana queiroga e zé de melo neto. b) telefonamos para o Sílvio mas não foi possível sua localização. passamos por sua casa mas estava fechada de cadeado; c) a reunião estava prevista para ser realizada na serra do catita, mas as condições do tempo não nos ajudaram; d) a reunião ocorreu na secretaria de educação devido a disponibilidade de condições e do seu secretário Romildo: e) aprovamos um convite para participar do grupo ao servidor público júnior Amorim, considerando a sua contribuição à cultura de colônia com o livro que editou sobre o movimento estudantil da cidade; f) a reunião iniciou-se às 11 horas e terminou às 12h: 40, tendo sido aprovado o estatuto da futura academia que segue anexo: g) a nossa próxima reunião ficou estabelecida para o dia 2 de agosto (um dia de sábado), às 16 horas, ainda na secretaria de educação; h) definimos também que o zé de melo trabalhe uma proposta de regimento (um detalhamento do estatuto aprovado) e nos

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apresente até aquele dia, preferencialmente com anterioridade, para avançarmos na definição do mesmo. (Sede da Secretaria de Educação) Bom São João e São Pedro para todos e todas. abraços, Colônia Leopoldina, 22 de junho de 2014. José Francisco de Melo Neto ( zé de melo neto) obs: – assim, continuaram existindo reuniões e definindo-se aquilo necessário para a criação de uma academia, até o dia de sua fundação, 23 de janeiro de 2015..

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3. FUNDAÇÃO a) DISCURSO DE FUNDAÇÃO A SERVENTIA DE UMA ACADEMIA OU O PORQUÊ DE UMA ACADEMIA DE CULTURA EM TERRAS CABANAS Com o passar dos tempos, a palavra academia adquiriu vários sentidos, expressando uma escola de pensamento filosófico (Platão, 5 séculos antes de Cristo), tendo sido mantida até hoje como na compreensão de uma escola de ensino superior, como um ente social ou uma sociedade desportiva, científica (academia de ciências, academia de letras...) e, até, um prédio onde são oferecidas aulas para treinamento profissional (academia de comércio...), academias de fisiculturismo e academias militares. A academia - Esta academia adquire traços dessas visões. Seus membros – professores e professoras, autores e autoras, poetas e poetisas, artistas, estudantes, comerciantes, pesquisadores - desejam ainda algo mais. Além das contribuições em suas atividades específicas, desejam contribuir, também, para o exercício da cidadania das pessoas, algo tão vilipendiado em toda esta região das matas e canaviais, fruto de um passado de escravidão que insiste em permanecer. Se em geral, as academias têm se fechado em seus municípios, esta, em Colônia Leopoldina, vai além dos seus limites. Abre-se para aquelas outras cidades de suas circunvizinhanças, o território. Exibe a sua disposição para aglutinar forças, em torno da cultura, na sua acepção

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mais profunda, isto é, entendida em suas distintas formas de expressão – o campo da filosofia, da matemática, letras, artes, ciências, tecnologia e, em especial, da cidadania crítica e ativa. A cultura - Mas, o conceito de cultura carrega consigo forte semântica, e, por isso, esta Academia insere a sua visão de cultura nos marcos da produção humana. Essa produção, como expressivo parâmetro de universalidade, considerando a sua presença em todos os tipos de grupos sociais, nos mais diferenciados rincões e em qualquer tempo da história humana. E aí, como produto do processo produtivo, cultura é a criação, a inventividade da própria humanidade. O plantador de cana ou de batata, mesmo sem escolarização, tem cultura, assim como o letrado, o que faz um brinco ou um penteado, o construtor de um submarino ou de um avião e mesmo um professor, todos, nessa visão, têm cultura. Os seus produtos são, portanto, os entes de cultura. Estes são resultantes das diferenciadas formas de tentativas do humano no trato com a natureza material, na medida em que está sempre em luta pela própria vida. As capacidades humanas intelectiva e manual possibilitaram um maior crescimento e intensidade desses fazeres. Dessas capacidades, foram sendo criados os instrumentos de sobrevivência e todos os tipos de expressão, espiritual, inclusive. Tudo isso foi sendo transmitido e conservado de geração para geração. O início da cultura não é, portanto, datado, mas coincide com o processo de hominização, que inicialmente foi marcado pelas dimensões biológica ou orgânica e, posteriormente, social, sempre condicionadas reciprocamente. Nessa dimensão, destacase a atuação das pessoas em seus mundos e lugares, traduzida pela cidadania como exercício de criticar e de agir. Isto significa participar da vida do seu lugar.

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Pelo estatuto da Academia, esta é uma associação constituída como pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, sem qualquer tipo de bonificação, participação ou parcela no patrimônio de seus membros, decorrente do exercício de suas atividades. A teoria política - Esta Academia tem um papel eminentemente político. Ela é Política, na acepção do termo grego. Cuidar da cidade. Como se diz na visão comum - política com P grande. Mas, não tem partido político, respeitando inclusive as opções diversas de seus membros. A Academia é laica, e, assim, não tem opção religiosa, respeitando as escolhas distintas de seus membros. Muito menos, prisioneira de qualquer tipo de moralismo que eventualmente esteja dominando ou que se deseje estabelecer. Esta Academia se orienta ainda por dois princípios políticos: o primeiro é a importância da organização da sociedade civil para fazer valer os seus desejos e atendimento de suas necessidades básicas. O segundo é a imperativa necessidade da continuidade de mudanças, sempre que seja para uma vida melhor das maiorias, do povo, e nunca a política individualista do eu em primeiro lugar, o eu em segundo lugar... tão comum nos dias atuais. Aqui, a Academia expõe o seu princípio ético básico – o olhar para o outro. Em especial, aquele outro mais invisível e que ninguém quer ver, os das maiores necessidades culturais humanas alimentação, trabalho, renda, educação, saúde, habitação, laser ... formas de violência tão constantes, até hoje. O lugar da Academia – Contraditoriamente, esta Academia constrói-se em um ambiente dos mais difíceis para a recepção social da cultura. Poucos são aqueles que têm tido acesso a uma escola de boa qualidade, por exemplo. Quanto à cultura escolar, ninguém pode aceitar como se fora uma questão natural que a região apresente os piores

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indicadores de desenvolvimento social. Não se pode admitir de braços cruzados que os municípios, base da Academia, estejam entre os piores para se viver no país. Mesmo que se reconheçam os esforços que vêm sendo feito, porém, ainda está muito longe a saída desses municípios do “ranqueamento” da desqualidade de vida. Assim, inviabiliza-se a cidadania. Esta Academia se propõe a se prestar também para dizer que estes tipos de problemas estão diretamente voltados às políticas históricas da não cidadania na região, para essas gentes que aqui vivem ou viverão de seus trabalhos. A educação e a saúde são problemas que urgem soluções com a participação da sociedade civil organizada, isto é, as igrejas, os sindicatos, as associações comunitárias, a própria escola, a família, o executivo, o legislativo e o judiciário. Esta Academia precisa se prestar para dizer que também não está satisfeita com os desmandos políticos que vêm sendo apresentado em nível de país, de Estado e na maioria dos municípios, em todos os poderes, como vem mostrando a mídia nacional. No campo do judiciário é preciso mais justiça. No campo do legislativo, é urgente o fim de mensalões e mensalinhos, com compras e vendas de tantos agentes públicos, tendo se transformados em mera mercadoria para simples troca. Esse dinheiro é público, pertence ao povo. Tais atitudes, na calada da noite, só devem envergonhar os seus praticantes. Elas não podem ser sinônimos de sabedoria política. O legislativo precisa ajudar as pessoas a participarem politicamente da vida do lugar. No campo do executivo, é necessário o atendimento dos que têm necessidades com políticas que fomentem a cidadania e nunca a dependência. Que se promova a autonomia das pessoas para a participação nas decisões locais. Autonomia para o não aprisionamento de qualquer ordem.

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Os membros desta Academia não estão desejando usurpar os postos de agente político-partidário algum. Não querem necessariamente a sua substituição, mas, tão somente, que esses setores políticos funcionem bem, assim como, as tantas outras organizações da sociedade civil que precisam também atuar, segundo determinam os seus objetivos e conforme define a constituição do país. As fontes de “inspiração” - De onde vêm as “inspirações” desta Academia? Da têmpera ética e moral de mulheres e homens que formam o seu plantel de homenageados em suas vinte cadeiras. Da valentia nunca submissa do seu patrono – Zumbi dos Palmares e da grandeza política e literária do seu paraninfo, o escritor romancista maior das Alagoas, Graciliano Ramos. Das energias e exemplos de vida de intelectuais do naipe de Pe. Afonso Wiynowhen que deixou seu país, a desenvolvida Holanda, para viver nessas matas como vigário de Colônia Leopoldina, nas décadas de 1950 e 1960, sendo responsável pela fundação do Colégio Cenecista, nesta cidade. Antônio de Sampaio Dória que nasceu em Belo Monte, Alagoas. Foi advogado, constitucionalista, professor e pedagogo em São Paulo. Dória defendia que o sistema de educação só existia para o homem em comunidade. Orientou a sua pedagogia para uma finalidade de política nacional de cultura. Artur de Araújo Pereira Ramos (Artur Ramos), médico e antropólogo da cidade de Pilar, Alagoas, tendo a coragem de escrever o livro o Negro Brasileiro, isto em 1934. É considerado um mestre da antropologia brasileira. Ariano Vilar Suassuna, originário de João Pessoa, conhecido como um expoente da cultura nacional. Quem não conheceu a sua peça Auto da Compadecida? Aureliano Cândido Tavares Bastos (Tavares Bastos), da cidade de Alagoas, atual Maceió. Foi um dos primeiros pensadores progressistas em defesa das causas pelo fim da escravidão no Brasil.

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Euzébio Francisco de Andrade que nasceu em Colônia Leopoldina, exerceu o mandato de deputado federal de 1903 a 1917, tornando-se senador de 1918 a 1927. Publicou dois livros: - O Crime de Jaraguá e A Flor de Liz. Everaldo Araújo Silva, de Colônia Leopoldina, marcando a sua presença por aqui com o livro de história – A colônia da princesa que trata da cidade de Colônia Leopoldina. Florestan Fernandes, da cidade de São Paulo, fundador do pensamento sociológico brasileiro com seus livros, produtos de pesquisas, e em especial – Fundamentos empíricos da explicação sociológica (1959), Mudanças sociais no Brasil e a Integração do negro na sociedade de classes (1964). Gilberto de Mello Freyre, de Recife, e um dos mais importantes intelectuais para quem deseja compreender o Brasil. Quem não conhece o clássico Casa Grande e Senzala? José Leite Lopes, também de Recife, estudioso de ciências (química e física) e fundador do mais importante Centro de Física do país, hoje, situado no Rio de Janeiro. José Luiz Lessa, nascido em Colônia Leopoldina, farmacêutico com formação acadêmica, exprefeito da cidade que iniciou a implantação do saneamento básico. Luiz Wanderley de Almeida, outro leopoldinense que levou o nome de Colônia ao Rio de Janeiro e ao país, por meio de sua música. Quem nunca ouviu a música que trata do Coronel Antônio Bento. Milton Almeida dos Santos, um negro, baiano de Brotas de Macaúbas, professor da USP e o mais importante nome da geografia brasileira. Dionísia Gonçalves Pinto, conhecida por Nísia Floresta Brasileira Augusta, nascida na cidade com seu nome Nísia Floresta, no Rio Grande do Norte, primeira professora a destacar a educação da mulher no Brasil. Nize da Silveira, médica da cidade de Maceió, uma das primeiras a combater o tratamento dos “loucos”, internos em manicômios. Paulo Reglus Neves Freire, pernambucano, o mais conhecido profissional

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da educação do Brasil, em todo o mundo. Consagrou-se como um intelectual cuja pedagogia direciona-se ao oprimido e um educador para a liberdade. Sebastião da Silva Braga, também leopoldinense, professor e homem dos sete instrumentos. Docente em todas as matérias do antigo curso ginasial e músico inconteste neste município. Ainda, foi redator de atas da Câmara Municipal. O seu trabalho permanece no imaginário do povo de Colônia. Teotônio Brandão Vilela, alagoano de Viçosa, senador e combatente político pelas causas democráticas, sendo considerado o porta-voz do movimento das Diretas-Já, que arrancou a ditadura militar (1964) do Governo, tendo sido considerado o menestrel das Alagoas. Théo Vilela Brandão, também de Viçosa, médico e um dos mais importantes antropólogos brasileiros, com obras sobre o folclore alagoano como Trovas populares de Alagoas (1951), O reisado alagoano (1953), O guerreiro (1964) e vários outros livros. E, Vicente Tavares Coutinho (ou Vicente Ferreira de Paula), o maior guerreiro da região, um dos comandantes da Guerra dos Cabanos (década de 1830-1835), uma guerra por liberdade de escravos negros e indígenas, de toda a região do Rio Jacuípe. Lutavam também por terra, comida e o direito de viver “no mato”. Foi considerado um “ladrão de escravos” pelos senhores de engenhos escravocratas da época, mas, ao mesmo tempo, um “general das matas” ou “comandante de todas as matas”, denominação de seus comandados. Além dessas fontes, adicionam-se os exemplos de cidadania ou contribuição intelectual dos que passam a formar o Corpo Acadêmico Efetivo desta academia, originários de Colônia Leopoldina: Adelmo de Oliveira Torres (Professor de História), Ana Maria Lins (Licenciada em História), Andréa Marques da Silva (Professora de Ciências), Antônio Luna da Silva (Advogado), Caio Vitor de Lima (Jornalista), Elias

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Marques Pinheiro (Pintor e escultor), Edileide Silva das Neves Caldas (Professora de Artes e pintora) Ernane Santana Santos (Professor universitário, autor e médico), José Amorim Junior (Autor e servidor público), José Francisco de Melo Neto (Professor titular da UFPB, autor e pesquisador), José Romildo de Moura (Professor de Matemática), Miguel Florêncio da Silva Júnior (Prof. de Geografia), Reginaldo José de Oliveira (Escritor e filósofo), Severino Inácio da Rocha (comerciante), Silvio Cesar da Silva de Carvalho (Professor de História e autor), e das cidades vizinhas – Xexéu (PE), Campestre (AL), Novo Lino (AL), Novo Lino (AL) e Campos Frios (PE) - Admmauro Gommes (Professor universitário de literatura, poeta e ensaísta), Antônio Buarque de Lima Junior (Comunicólogo e ativista cultural), Libene Tenório (Professor de literatura e poeta), Risadalvo José da Silva (Professor de História e servidor público) e Maria das Graças Santos (Professora universitária e poetisa), respectivamente. Além desses exemplos, também contribuem às “inspirações” desta Academia, a realidade da região canavieira sul do Estado de Pernambuco e da região norte do Estado de Alagoas. O sonho acadêmico - O sonho desta Academia é a ênfase de que o olhar de cada um esteja direcionado para o outro. A alteridade. A preocupação com uma política cultural que se preste para o outro ou que promova o outro, uma atitude profundamente popular. Enfim, o estar feliz do eu está condicionado à felicidade do tu, o outro, e assim, a felicidade de todas e de todos. Academia de Cultura de Colônia Leopoldina, 23 de janeiro de 2015. Professor e Doutor José Francisco de Melo Neto PRESIDENTE DA ACCL

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b) ESTATUTO E REGIMENTO Apresentação A criação de uma Academia de Cultura, em Colônia Leopoldina, no Estado de Alagoas, mostra a disposição do seu povo, em especial, de um grupo de professores, estudiosos, artistas, poetas, pesquisadores, autores, escritores... enfim, pessoas que contribuem para a cultura e à efetivação da cidadania, algo tão vilipendiado em toda a região das matas e canaviais. A cidade, contudo, não se fecha em torno de si mesma. Abre-se para aquelas outras cidades de suas circunvizinhanças, o todo território, exibindo a sua disposição para aglutinar forças, em torno da cultura, na sua acepção mais profunda, isto é, entendida em suas distintas formas de expressão - letras, artes, ciências, tecnologia e cidadania crítica e ativa. Destacam-se, ainda, o Patrono Geral da Academia, o maior líder das lutas pela liberdade nas terras quilombolas - Zumbi dos Palmares. Como Paraninfo Geral, harmoniza-se o romancista e, também, combatente das causas libertárias, Graciliano Ramos. O que segue neste documento são o estatuto e o regimento da Academia. Aqui, estão os seus princípios e toda a forma democrática de funcionamento interno, bem como seus compromissos políticos e culturais. A criação desta Academia de Cultura vislumbra a continuidade dos sonhos de todos aqueles que persistem na busca por liberdade e igualdade, nas terras de tantas lutas e onde correm da cana o sangue, o suor, o caldo e o mel. Colônia Leopoldina, Alagoas, 23 janeiro de 2015. terras dos nossos antepassados índios, negros e brancos pobres.

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ESTATUTO Art. 1º – A Academia de Cultura de Colônia Leopoldina (ACCL), com foro e sede na cidade de Colônia Leopoldina, no Estado de Alagoas, é uma associação constituída como Pessoa Jurídica de Direito Privado, sem fins lucrativos, fundada em 23 de janeiro de 2015 e instituída por prazo indeterminado, tendo como objetivo a promoção da cultura, entendida em suas distintas formas de expressão - letras, artes, ciências e tecnologia - e do cidadão crítico e ativo. Art. 2º - São Patrono e Paraninfo da Academia, Zumbi dos Palmares e Graciliano Ramos, respectivamente. Zumbi, pela contribuição às lutas pela liberdade e Graciliano Ramos, à literatura. Art. 3º - Os membros desta Academia podem ser os nascidos nos municípios de Colônia Leopoldina ou em outros municípios da Federação ou no exterior, em especial naqueles municípios que lhe fazem fronteiras, que tenham produzido ou publicado obras de reconhecido mérito, nesses campos da vida, destacados no artigo 1º, ou que estejam contribuindo ou que já tenham contribuído por meio de suas atividades ao exercício da cidadania crítica e ativa dos munícipes leopoldinenses. § 1º - A Academia compõe-se de 20 membros efetivos, sendo 10 membros naturais de Colônia Leopoldina residentes ou domiciliados na cidade, 5 membros naturais não residentes ou domiciliados e os demais oriundos de outros municípios, especialmente aqueles limítrofes (Novo Lino, Joaquim Gomes, Ibateguara, Maraial (PE) e Xexéu (PE).

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§ 2º - A composição da Academia estará completa mediante eleição aberta e assim, também, serão preenchidas as vagas que ocorrerem no quadro de seus membros efetivos. Art. 4º – A ACCL tem seu número de sócios efetivos, fundadores ou não-fundadores, com respectivos títulos de Acadêmicos, limitado a vinte (20) ocupantes de cadeiras, as quais correspondem aos nomes de patronos, em caráter de perpetualidade. Art. 5º – A ACCL compõe-se de: I - SÓCIO EFETIVO ou ACADÊMICOS – é a pessoa natural de Colônia Leopoldina ou de outro município, em especial, aqueles que lhe fazem fronteira, maior de idade, de qualquer sexo, raça, etnia, religião ou convicção filosófica, com residência neste município ou domicílio fora deste lugar, que tenha produzido obra(s) de valor cultural, seja literário, científico, artístico ou tecnológico, já publicada(s) ou de conhecimento público; exercido atividade artística reconhecida ou, ainda, que tenha contribuído ou esteja contribuindo ao exercício da cidadania crítica e ativa dos munícipes leopoldinenses, desde que indicado em proposta por três (03) sócios efetivos, com mais de três anos de admissão, a depender de aprovação pelo Plenário Acadêmico. II - SÓCIO BENEMÉRITO – é a pessoa brasileira ou estrangeira, natural ou jurídica, que tenha prestado relevantes serviços para elevar o prestígio da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina - ACCL, que colabora para o progresso da literatura, da ciência, da atividade artística ou tecnológica neste município, ou feito doações em dinheiro ou em bens de reconhecido valor econômico à Academia, contribuindo para o desenvolvimento dos ideais desta instituição cultural.

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III – SÓCIO EMÉRITO - é o membro efetivo que, por motivo de saúde ou idade, falta de tempo, solicitação ou ausência definitiva do Brasil, passe a essa categoria, a pedido ou por iniciativa da Diretoria, perdendo o direito de votar e ser votado. IV – SÓCIO CORRESPONDENTE - é aquele que atende o requisito do Art. 3º deste Estatuto, com relevantes serviços à Academia, à juízo da diretoria, após submissão do Plenário. Art. 6º – Os membros da Academia não respondem de forma isolada ou solidariamente pelas obrigações e pelos compromissos contraídos em nome da Entidade, expressa ou implicitamente, pelos seus dirigentes. Art. 7º – A administração da ACCL se efetivará: pela Plenária Acadêmica, órgão máximo da entidade; pela Diretoria, composta por um Presidente, um Secretário, um Tesoureiro e um Diretor Social; e, pelo Conselho Fiscal, composto de três membros, na qualidade de órgãos de representação e de fiscalização. Art. 8º – A Diretoria da ACCL está integrada, de modo permanente e em condição vitalícia, por um Presidente de Honra, escolhido entre os sócios efetivos, por escrutínio aberto, desde que haja vacância do cargo, por renúncia ou morte do sócio homenageado. Art. 9º – A ACCL deliberará com quorum especial de dois terços (2/3) dos membros efetivos para fins de: I - aquisição, venda, permuta ou alienação de bens imóveis; II - reforma do Estatuto e do Regimento Interno da ACADEMIA; III - extinção da ACADEMIA. Art. 10 – A extinção da ACCL, caso ocorra, e uma vez liquidado seu passivo, o patrimônio econômico e financeiro será transferido à

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outra entidade congênere do Município ou do Estado de Alagoas, que tenha fins idênticos ou análogos aos seus objetivos, por decisão em plenária dos sócios efetivos. Art. 11 - Os casos omissos serão resolvidos pela Diretoria e submetidos, quando necessário, à homologação da Plenária Acadêmica. Colônia Leopoldina, 23 de janeiro de 2015. Auditório do Fórum Guedes de Miranda. Ao tricentésimo, décimo nono ano da morte de Zumbi dos Palmares.

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REGIMENTO INTERNO TÍTULO I DA ENTIDADE E SEUS OBJETIVOS CAPÍTULO I DA ENTIDADE Art. 1º - Este regimento interno define o modo de funcionamento e complementa o disposto no Estatuto da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina - ACCL, fundada em 23 de janeiro de 2015, como Associação Civil sem fins lucrativos, instituída por prazo indeterminado, entrando em vigor imediatamente e devendo ser promovido o seu registro em Cartório de sua sede, a cidade de Colônia Leopoldina. CAPÍTULO II DOS OBJETIVOS Art. 2º - Constituem objetivos da Academia: I - a promoção da cultura, entendida em suas variadas formas de expressão - letras, artes, filosofia, matemática, distintas ciências e tecnologia; II - o incentivo à cidadania crítica e ativa, divulgando a cultura da região da Zona da Mata, do entorno de Colônia Leopoldina, e contribuindo para a educação do cidadão consciente do seu papel na sociedade contemporânea;

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III - o fomento e a divulgação de pesquisas sobre a região, em suas distintas expressões metodológicas e temáticas; IV - a realização de conferências, reuniões, palestras, debates temáticos, seminários, simpósios, exposições, festivais, representações teatrais, concursos (literatura, tecnologia, ciências ...), elaboração de textos, discursos, jornal ou outras formas para divulgar a cultura e a cidadania crítica e ativa; V - a manutenção de convênios com entidades congêneres; VI - o fomento à publicação de revista ou informativo das atividades acadêmicas; VII - a manutenção de biblioteca, pinacoteca, filmoteca, páginas em redes sociais (web/internet) que de algum modo expressem interesses da Academia; VIII - a tomada de posição contrária a qualquer temática pública, ação pública ou privada que direta ou indiretamente incentive o preconceito, em suas distintas formas de expressão ou que restrinja a liberdade das pessoas ou de grupos de pensarem e de falarem. Art. 3º - Questões de caráter partidárias, etnia, raça e religião não serão objetos de discussão na academia.

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TÍTULO II DOS QUADROS DA ACADEMIA CAPÍTULO I DOS SÓCIOS EFETIVOS Art. 4º - O quadro acadêmico é constituído das seguintes categorias, conforme Art. 4º do Estatuto: I - Sócio efetivo ou Acadêmico; II - Sócio benemérito; III - Sócio emérito; IV - Sócio correspondente. Art. 5º - Os sócios efetivos ou acadêmicos são os titulares das 20 cadeiras que compõem o Plenário Acadêmico, eleitos por maioria simples de votos, mediante pedido de inscrição do candidato. Parágrafo único - Todos/as que subscreveram ou rubricaram o texto do Estatuto quando da criação da Academia têm direito ao título de sócio/a fundador/a. Art. 6º - As 20(vinte) Cadeiras de sócios efetivos têm como Patronos personalidades ilustres da cultura leopoldinense, alagoana, nordestina e brasileira e uma estrangeira, já falecidos e escolhidos pelos primeiros ocupantes destas, por ordem alfabética: Afonso Wiynowhen, Antônio de Sampaio Dória, Artur de Araújo Pereira Ramos, Ariano Vilar Suassuna, Aureliano Cândido Tavares Bastos, Euzébio Francisco

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de Andrade, Everaldo Araújo Silva, Florestan Fernandes, Gilberto de Mello Freyre, José Leite Lopes, José Luiz Lessa, Luiz Wanderley de Almeida, Milton Almeida dos Santos, Nísia Floresta Brasileira Augusta (pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto), Nize da Silveira, Paulo Reglus Neves Freire, Sebastião da Silva Braga, Teotônio Brandão Vilela, Théo Vilela Brandão e Vicente Ferreira de Paula(pseudônimo de Vicente Tavares Coutinho) Art. 7º - O título de Acadêmico ou Efetivo tem caráter de perpetualidade, obtido com a posse. Art. 8º - As prerrogativas do membro Acadêmico ou Efetivo, além das que decorrem de sua condição, são as seguintes: I - votar e ser votado aos postos de direção e de conselhos; II - representar a Academia, em nome da Diretoria, em ambientes que se fizer necessário; III - usar o broche de Acadêmico e o traje ao rigor, quando da realização de reunião na academia; IV - empregar o título de acadêmico aposto ao nome de autor, em livros e

publicações;

V - ter a Academia como veladora e executora das edições póstumas de livros de sua

autoria ou outra produção

cultural, cujos direitos autorais forem a ela deixados em legado; VI - solicitar esclarecimentos acerca da vida acadêmica e da situação econômico-financeira da Academia. Art. 9º - Os deveres do Acadêmico são os seguintes: I

- votar e ser votado nas eleições e deliberações,

permitido o voto por procuração;

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II - conhecer o patrono da cadeira que ocupa e os seus antecessores acadêmicos, destacando a obra dos mesmos no campo cultural e para cidadania; III - contribuir também financeiramente para a manutenção da Academia; IV - desempenhar com zelo e presteza o mandato ou encargo que lhe for cometido; V - participar de qualquer atividade da Academia e justificar sua ausência; VI - cumprir e fazer cumprir fielmente o Estatuto, este Regimento Interno e as decisões da própria Academia; VII - zelar pelo engrandecimento da Academia. Parágrafo único: A obrigação impostergável dos membros Acadêmicos/ efetivos é o pagamento com regularidade das contribuições estipuladas pela Diretoria.

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CAPÍTULO II DOS SÓCIOS BENEMÉRITOS, EMÉRITOS E CORRESPONDENTES Art. 10 - Os sócios beneméritos são aqueles caracterizados segundo o Art. 5º, alínea II, do Estatuto. Art. 11 - Os sócios eméritos são aqueles caracterizados segundo o Art. 5º, alínea III, do Estatuto. Art. 12 - Os sócios correspondentes são aqueles caracterizados segundo o Art. 5º, alínea IV, do Estatuto. Art. 13 - As prerrogativas dos sócios não efetivos são as seguintes: I - participar de qualquer reunião da Academia com direito a voz; II - colaborar com a Academia, em suas condições de capacidades e potencialidades, quando solicitados pela Diretoria; III - levar e zelar pelo nome da Academia em todos os lugares onde se fizer necessário; IV - receber as publicações da Academia e manter correspondência sobre questões culturais do lugar onde possam estar vivendo; V - manter-se conectado e contribuir às questões culturais de Colônia Leopoldina e demais municípios, conforme o programa da Academia.

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TÍTULO III DA ESCOLHA DOS MEMBROS CAPÍTULO I DA INSCRIÇÃO Art. 14 - A inscrição para a escolha de membro Efetivo ou Titular será aberta durante 30(trinta) dias, por definição do Plenário Acadêmico, para preenchimento de vagas, observando-se que: I - O presidente declarará o estado de vacância da Cadeira, em até um ano, seja por falecimento ou transferência para outra categoria; II - A inscrição será feita por requerimento ao Presidente, destacando a Cadeira a ser preenchida e acompanhará o “curriculum vitae” do candidato, preferencialmente o modelo do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPQ), o currículo Lattes, salientando – elementos que promovam a cultura e ações de cidadania, nos termos do Art. 3º do Estatuto; III - A inscrição só é aceita para uma só cadeira; IV - O Presidente, ao findar esse prazo, criará uma comissão para análise e parecer das inscrições que possam ocorrer, sobre a sua aceitação ou não, que será apresentada à Diretoria para definição final;

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V - Ao indeferimento da inscrição cabe recurso ao Plenário Acadêmico, manifestado, dentro de uma semana, por pelo menos 7 membros efetivos; VI - O prazo de inscrição terminado, o Presidente assinará um “Termo de Encerramento de Inscrição” e, num prazo de 30 dias, marcará a eleição, comunicando aos possíveis candidatos, oficialmente. Parágrafo único - O prazo de inscrição encerrado e não havendo inscritos, o mesmo será prorrogado por períodos sucessivos de 30(trinta) dias. Art. 15 - Os membros acadêmicos não efetivos serão inscritos por sugestão de 2 acadêmicos Titulares que farão requerimento ao Presidente, que deverá encaminhar diretamente ao plenário para a votação de aceitação como membro da Academia. Art. 16 - A inscrição em chapa para Diretoria da Academia, com quatro participantes e um Presidente de Honra, bem como para o Conselho Fiscal com 3 membros, ocorrerá com a simples apresentação de chapa à Presidência, podendo participar apenas membros Efetivos.

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CAPÍTULO II DA VOTAÇÃO Art. 17 - O processo de votação no Plenário Acadêmico ocorrerá sempre de forma aberta e direta pelos membros efetivos da Academia. Art. 18 - Ao votante que se abstiver de qualquer votação, serlhe-á garantido o direito de justificação. Art. 19 - O voto é admitido por procuração registrada em cartório. Parágrafo único – Em qualquer circunstância, cada votante só poderá representar um único membro efetivo. Art. 20 - No processo de escolha de novos membros, será proclamado eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos, assim considerada a metade do número de cadeiras mais um, desprezada fração, se houver. Art. 21 - Em não alcançada essa maioria por nenhum candidato, em mais de 2 (duas) chapas, o Presidente da sessão, seguirá os seguintes procedimentos: I - retirar o candidato com a menor quantidade de votos; II - encaminhar nova votação com os demais inscritos até a existência de apenas dois candidatos; III - abrir novas apresentações argumentativas de ambos candidatos, se atingindo um empate entre os dois últimos, processando a seguir nova votação; IV - encaminhar a questão para uma nova reunião, realizando uma nova votação, apenas com os dois candidatos mais votados, se permaneceu o empate;

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V - nessa votação, será eleito o que obtiver maior número de votos e persistindo o empate, o mais velho candidato a presidente; Art. 22 - A votação sendo concluída, cabe ao Presidente da Academia a proclamação do nome da nova Diretoria eleita, tomando posse da primeira reunião que realizar-se-á no mês de janeiro de cada ano. Art. 23 - A escolha da Diretoria da Academia, que será realizada com chapa completa (presidente, secretário, tesoureiro e diretor social), seguirá os mesmos trâmites anteriormente estabelecidos, podendo ocorrer por aclamação, quando houver apenas uma chapa. I - A operacionalidade da gestão da Academia será em forma de colegiado, ocorrendo o rodízio das funções representativas de Presidente, Tesoureiro, Secretário e Diretor Social, a cada ano; II – A apresentação de cada nova composição ocorrerá sempre no mês de Janeiro, ao Plenário Acadêmico; III – Os membros da Diretoria da Academia, ao final de seu mandato de 4(quatro) anos, assumirão as quatro funções que cabem à Diretoria. Art. 24 - A eleição para preenchimento de uma Cadeira da Academia somente será efetuada depois de transcorridos 30(trinta) dias da eleição precedente, em havendo simultaneidade de vagas. Art. 25 - A votação para os membros acadêmicos não efetivos, bem como para a Diretoria da Academia e Conselho Fiscal, segue os mesmos trâmites aqui estabelecidos. Art. 26 - A escolha do Conselho Fiscal é um outro processo eleitoral independente da Diretoria.

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CAPÍTULO III DA POSSE DE ACADÊMICOS Art. 27 - A posse do membro eleito ocorrerá em até 6 (seis) meses após a proclamação do resultado oficial, exceto motivo de força maior reconhecida pela Diretoria. § 1º- A prorrogação concedida, estando terminada, o presidente, ouvido o Plenário Acadêmico, declarará reaberta a vaga; § 2º - Reaberta a nova inscrição, é vedado àquele candidato concorrer à mesma vaga, por um período de 1 ano; Art. 28 - O novo membro eleito poderá participar das reuniões da Academia, sem direito a voto e sem o título de Acadêmico. Art. 29 - Na sessão de posse, o novo titular será conduzido ao recinto por uma comissão de três Acadêmicos, designada pelo Presidente da Mesa, cabendo ao recipiendário fazer, da tribuna, o discurso sobre o Patrono e dos anteriores ocupantes da Cadeira. § 1º - Com o final do discurso, o Presidente declarará empossado o Acadêmico, pondo-lhe o Broche de Acadêmico e entregandolhe o Diploma; § 2º - Em seguida, será lido o «termo de posse», em livro próprio, assinado pelo Presidente e pelo Acadêmico. § 3º - A saudação ao novo Acadêmico sobre sua vida e obra será feita por um membro Efetivo designado pelo Presidente.

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§ 4º - O compromisso acadêmico será prestado nos seguintes termos: «Prometo trabalhar pela grandeza e prosperidade da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina, cumprir fielmente as disposições estatutárias, zelar pelos bens da instituição, prestigiá-la e concorrer para a elevação de seu conceito”. Art. 30 - A sessão de posse é solene e obedecerá ao protocolo, tratando-se tão somente deste assunto e comunicações da mesa. Parágrafo único: a posse dos demais membros acadêmicos e do Conselho Fiscal será realizada em reunião simples, mantendo-se a saudação ao novo sócio por algum membro Efetivo e acompanhada da prestação do compromisso acadêmico, seguindo o Art. 29, §4º. Art. 31 - A sessão de posse da Diretoria da Academia será solene, no mês de janeiro, em que serão apresentados os novos membros pelo Presidente, que após proferidos os discursos e compromissos, assumirão para um mandato de 4 anos, impedida a recondução. §1º - A posse do Conselho Fiscal ocorrerá na primeira plenária ordinária, após o processo de sua eleição. Art. 32 - A joia de admissão de Membro Acadêmico/Efetivo, fixada na primeira sessão de cada Ano Acadêmico, deverá ser quitada dentro de 3(três) meses, a contar da data da eleição.

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TÍTULO IV DA FUNCIONABILIDADE CAPÍTULO I Da Plenária Acadêmica Art. 33 - A Plenária Acadêmica é o poder maior da Academia. Tem competência no tocante à eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal, aprovação de relatórios anuais e prestações de contas da Diretoria. Decide sobre matéria constante do Art. 9º do Estatuto. §1º - A Plenária Acadêmica pode ser em caráter ordinária e extraordinária, esta quando algo merecer tal destaque pela Diretoria. §2º - As reuniões (sessões) da Plenária Acadêmica são previstas para duas convocações: na primeira, a Plenária Acadêmica só pode deliberar com a presença de maioria de 2/3 de seus membros Efetivos; na segunda, no mesmo local da primeira e com igual Ordem do Dia, com defasagem de 1(uma) hora, a reunião ocorrerá no mesmo local, com qualquer número de presentes, mas as deliberações só ocorrerão com um número nunca inferior a 7 membros Efetivos. Art. 34 – A Plenária Acadêmica decide sobre aprovações de proposições apresentadas no decorrer da sessão, que deverá ser bem explícita, considerando o seu autor o primeiro signatário quando for o caso.

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CAPÍTULO II Da Diretoria Art. 35 - A Diretoria é o órgão responsável pela Administração da Academia, cabendo: I - Aplicar o estatuto e o regimento; II - Resolver casos especiais quando não necessários o envio ao Plenário; III - Planejar as atividades de cada ano da Academia; IV - Conceder títulos de membro Honorário, Benemérito ou Correspondente, “ad referendum” da Plenária Acadêmica; V - reunir-se sempre que necessário ao desenvolvimento das atividades da Academia. Art. 36 - A sua composição está definida no Art. 7º do Estatuto da Entidade. CAPÍTULO III Do Presidente, Secretário, Tesoureiro e Diretor Social Art. 37 - Ao Presidente da Academia cabe abrir a sessão da Plenária Acadêmica, solicitando ao plenário a indicação de algum membro Efetivo para a direção dos trabalhos daquela sessão, podendo ser ordinária ou extraordinária. Além dessas atribuições lhe cabe:

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I - interromper a sessão (a reunião ou Plenária Acadêmica) ou suspendê-la quando julgar oportuno, justificando diante da Plenária, especialmente se o caso for mudança da temática; II - nomear comissão para execução de assunto de interesse da Academia; III - prestar esclarecimento de qualquer natureza sobre a Academia ou questão em pauta. IV - na sua ausência, assumirá a sua posição o Secretário da Academia; Art. 38 - Ao Presidente da Academia cabe ainda declarar vacância das cadeiras dos titulares falecidos ou transferidos para outro quadro e abrir inscrições para o preenchimento das mesmas e além dessas: I - assinar os diplomas acadêmicos; II - rubricar os livros oficiais, assinar as atas e toda correspondência que requeira a sua assinatura; III - admitir, demitir, advertir, suspender e licenciar empregados; IV - apor a primeira assinatura em cheques da academia; V - usar do voto de desempate nas decisões da Diretoria e do Plenário Acadêmico. Art. 39 - Ao Presidente da sessão caberá: I - conceder a palavra aos Acadêmicos que terá até 5(cinco) minutos para a abordagem da questão em pauta e 10(dez) minutos para o relator de algum processo em pauta ou para alguma apresentação de tema de discussão.

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II - interromper o orador em situação de desvio da questão do debate; III - submeter à discussão e votação assuntos em pauta; IV - anotar, juntamente com o Secretário da sessão, os encaminhamentos derivados da sessão. Art. 40 - Ao Secretário da Academia incumbem: I - coordenar os trabalhos que se prendem à organização interna da Academia; II - informar ao presente sobre os processos em andamento e dele solicitar possíveis encaminhamentos; III - facilitar às comissões os meios de efetivação de seus trabalhos; IV - ter sob sua responsabilidade os arquivos da Academia; V - contribuir com os membros Efetivos quando de qualquer esclarecimento solicitado; VI - preparar, assinar e expedir a correspondência acadêmica; VII - apresentar o expediente de cada sessão; VIII - apresentar, no final do ano, memória histórica das atividades acadêmicas do ano decorrido; IX - assinar, com o Presidente, convites para as solenidades públicas da Academia; X - presidir a abertura de sessões quando da ausência do Presidente. Art. 41 - Ao Tesoureiro da Academia compete: I - promover as cobranças de interesse da academia;

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II - promover a escrituração de bens, receitas e despesas; III - apresentar o balanço anual; IV - sugerir à Diretoria melhorias para a posição financeira e o patrimônio; V - apresentar a proposta orçamentária anual; VI - ter sob sua guarda o patrimônio em dinheiro, valores e documentos; VII - abrir e movimentar as contas e endossar cheques para depósito nas contas da Academia; VIII - apor segunda assinatura nos cheques da Academia, juntamente com o seu Presidente. Art. 42 - Ao Diretor Social da Academia cabe a responsabilidade pelo patrimônio social da Academia, biblioteca, oratória oficial e protocolo. Art. 43 - As resoluções da Diretoria constarão de atas lavradas em livros próprios e entrarão imediatamente em vigor. Art. 44 - As vagas que ocorrerem na Diretoria serão preenchidas pelo Presidente sob comunicação ao Plenário Acadêmico. Parágrafo único: Havendo a vacância coletiva da Diretoria, o Presidente de Honra convocará Plenária para definir a nova Diretoria para completar o mandato da anterior, podendo, neste caso, ter mais de um mandato.

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CAPÍTULO IV Das Sessões Art. 45 - As sessões ordinárias ocorrerão por 3(três) vezes, durante o ano, devendo a primeira ser no mês de janeiro e as demais, podendo ser em junho e outubro. §1º - as sessões extraordinárias serão convocadas pelo Presidente da Academia, em casos considerados necessários à Academia; §2º - os membros Efetivos da Academia poderão, em um total de 7 membros, convocar a Sessão Extraordinária; §3º - As sessões da Academia serão públicas; §4º - Na última sessão do ano de conclusão do mandato (quadriênio), será realizada a eleição da nova Diretoria, tomando posse na primeira sessão do ano. Art. 46 - Constarão sempre, na primeira reunião do ano, os seguintes assuntos da pauta: relatório anual da Diretoria e a definição do Plano de Atividades do Ano. Art. 47 - As sessões seguirão o seguinte modelo de desenvolvimento: I - fazer a leitura da ata da reunião anterior e leitura da efeméride cultural; II - apresentar os informes; III - passar a palavra a algum/a convidado(a) quando ocorrer; IV - debater sobre o(s) tema(s) constante(s) na pauta (ordem do dia); V - apresentar os encaminhamentos.

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CAPÍTULO V Da Conselho Fiscal Art. 48 - Ao Conselho Fiscal compete: I - examinar livros de contabilidade e de tesouraria, fiscalizar, fazer relatório, emitir pareceres nos casos de sua competência; II - examinar o Balanço anual e emitir parecer, subscrito ao menos por dois dos seus membros; III - sugerir medidas destinadas a possíveis distorções, quando apuradas, para melhoria da situação financeira da Academia. Art. 49 - O Conselho Fiscal é composto por três membros Efetivos; Art. 50 - A sua eleição ocorrerá 1 (hum) mês após a posse da Diretoria.

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TÍTULO V DO REGIME ECONÔMICO E FINANCEIRO E DAS DISPOSIÇOES GERAIS CAPÍTULO I Do Regime Econômico e Financeiro Art. 51 - A administração financeira obedece ao orçamento anual e eventuais corretivos pelo Plenário Acadêmico. Art. 52 - O patrimônio da Academia constitui-se de bens imóveis e móveis adquiridos por compra ou doação, todos devidamente inventariados e contabilizados. Parágrafo único - Os balanços anuais serão complementados por inventário atualizado dos bens patrimoniais, inclusive livros que integrem a Biblioteca. Art. 53 - Constituem receita orçamentária: I - anuidade paga pelos Acadêmicos; II - os rendimentos de poupança e de aplicação de disponibilidades; III - doações IV - outras rendas Parágrafo único - serão inscritos como receita extraordinária os donativos, doações e auxílios oficiais e particulares. Art. 54 - Constituem despesas:

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I - aquisição de material de escritório, convites, cópias, partes de correio e telegramas; II - aluguéis, impostos e salários; III - despesas com manutenção da sede e conservação dos bens patrimoniais; IV - despesas com a publicação de Anuário ou outras publicações; CAPÍTULO II Das disposições Gerais Art. 55 - A insígnia da Academia estará reproduzida nos papéis de correspondência e envelopes, carimbo, broche, diploma e bandeira da Academia. Art. 56 - O mandato de uma Diretoria termina com a posse da que lhe sucede imediatamente. Art. 57 - O processo eleitoral da Diretoria ocorrerá no mês de outubro, devendo a vida acadêmica ser repassada à nova Diretoria, até a tomada de posse que ocorrerá no mês de janeiro. Art. 58 - A extinção da Academia ocorrerá por motivo de intransponíveis dificuldades financeiras ou por decisão unânime de seus membros, na eventualidade da redução do Quadro Acadêmico a menos de um quarto dos seus componentes efetivos. Art. 59 - Casos omissos são resolvidos pela Diretoria e submetidos ao Plenário à homologação, quando necessários. Art. 60 - O presente Regimento interno entra imediatamente em vigor, revogadas as disposições em contrário. Auditório do Fórum Guedes de Miranda. Colônia Leopoldina, 23 de Janeiro de 2015.

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SÓCIOS FUNDADORES: a) DE COLÔNIA LEOPOLDINA-AL 01. ADELMO DE OLIVEIRA TORRES - CL - (Professor de história) 02. ANA MARIA LINS -CL- (Licenciada em história) 03. ANDRÉA MARQUES DA SILVA - CL - (Professora de ciências) 04. ANTONIO LUNA DA SILVA - CL- (Juiz e Advogado) 05. EDILEIDE SILVA DAS NEVES CALDAS - CL - (Professora de Artes e pintora) 06. ELIAS MARQUES PINHEIRO - CL - (Pintor e escultor) 07. ERNANE SANTANA SANTOS - CL- Foto 2 - Primeira reunião, no dia 7 de junho - 2014 (Professor, autor e médico) 08. JOSÉ AMORIM JUNIOR - CL - (Autor e servidor público) 09. JOSÉ FRANCISCO DE MELO NETO - CL - (Professor de filosofia e de química, pesquisador e autor) 10. JOSÉ ROMILDO DE MOURA

- CL - (Professor de

matemática) 11. MIGUEL FLORÊNCIO - CL - (Professor de geografia)

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12. REGINALDO JOSÉ DE OLIVEIRA

- CL - (Professor,

escritor, romancista) 13. SEVERINO INÁCIO DA ROCHA - CL - (Comerciante) 14. SILVIO CESAR DA SILVA DE CARVALHO -CL - (Professor de história e autor) 15. EVERTON FABRÍCIO CALADO - CL

(Psicólogo

e

servidor público) b) DE CIDADES VIZINHAS 01. ADMMAURO GOMMES

(Professor de literatura, poeta

e ensaísta) - Xexéu - PE 02. ANTÔNIO BUARQUE DE LIMA JUNIOR (Comunicólogo e ativista cultural) - Campestre - AL 03. LIBENE TENÓRIO (Professor de literatura e poeta) - Novo Lino - AL 04. RISADALVO JOSÉ DA SILVA (Servidor público) - Novo Lino - AL 05. MARIA DAS GRAÇAS SANTOS (Professora de literatura e poetisa) - Campos Frios - Xexéu - PE) Colônia Leopoldina, 23 de janeiro de 2015.

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c) ATA DE FUNDAÇÃO ATA DE FUNDAÇÃO DA ACADEMIA DE CULTURA DE COLÔNIA LEOPOLDINA - ALAGOAS (ACCL) Aos 23 (vinte e três) de janeiro do ano de 2015, às 19h30, no salão de audiências do Fórum Guedes de Miranda, da cidade de Colônia Leopoldina, Alagoas, os abaixo-assinados, com a presença de dezenas de munícipes e autoridades do território de Colônia Leopoldina, Novo Lino, Campestre e Xexéu, fundaram a Academia de Cultura de Colônia Leopoldina - ACCL, bem como aprovaram os seus Estatuto e Regimento e os Membros Efetivos e Imortais da Academia, num total de 20(vinte) membros, estando presentes, por ordem alfabética: ADELMO DE OLIVEIRA TORRES (Professor de história - Colônia Leopoldina), ADEMAURO GOMES (Professor universitário, poeta e ensaísta – Xexéu (PE)), ANA MARIA LINS (Licenciada em história - Colônia Leopoldina), ANDRÉA MARQUES DA SILVA (Professora de ciências - Colônia Leopoldina), ANTÔNIO BUARQUE DE LIMA JUNIOR (Comunicólogo e ativista cultural - Campestre(AL)), ANTONIO LUNA DA SILVA (Advogado - Colônia Leopoldina), CAIO VITOR DE LIMA (Jornalista - Colônia Leopoldina), Edileide Silva das Neves Caldas (Professora de Artes e Pintora- Colônia Leopoldina), ELIAS MARQUES PINHEIRO (Pintor e escultor - Colônia Leopoldina), ERNANE SANTANA SANTOS (Professor universitário, autor e médico - Colônia Leopoldina), JOSÉ AMORIM JUNIOR (Autor e servidor público - Colônia Leopoldina), JOSÉ FRANCISCO DE MELO NETO (Professor Titular da UFPB, autor e pesquisador - Colônia Leopoldina), JOSÉ ROMILDO DE MOURA (Professor de matemática

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- Colônia Leopoldina), REGINALDO JOSÉ DE OLIVEIRA (Professor universitário, escritor, romancista), RISADALVO JOSÉ DA SILVA (Servidor público - Novo Lino - (AL)), SEVERINO INÁCIO DA ROCHA (comerciante - Colônia Leopoldina), SILVIO CESAR DA SILVA DE CARVALHO (Professor de história, autor e pesquisador - Colônia Leopoldina), bem como, os nomes dos homenageados já falecidos e patronos das 20 (vinte cadeiras) da Academia, considerando suas lutas sociais nesse território, causas sociais nascidos em Alagoas, lutas gerais da cultura e da cidadania no país, quais sejam: Cadeira n.º 1 - Afonso Wiynowhen (Padre vigário em Colônia Leopoldina - Holanda), Cadeira n.º 2 - Antônio de Sampaio Dória (advogado e pedagogo - Belo Monte(AL), Cadeira n.º 3 - Ariano Vilar Suassuna (ativista cultural - João Pessoa (PB), Cadeira n.º 4 - Artur de Araújo Pereira Ramos(médico e antropólogo - Pilar(AL), Cadeira n.º 5 - Aureliano Cândido Tavares Bastos (jornalista e político - Maceió (AL), com causa em Colônia Leopoldina - Cadeira n.º 6 – Euzébio Francisco de Andrade (professor, advogado e Senador da República - Colônia Leopoldina), Cadeira n.º 7 – Everaldo Araújo Silva (autor - Colônia Leopoldina), Cadeira n.º 8 – Florestan Fernandes (sociólogo e pesquisador - São Paulo (SP), Cadeira n.º 9 – Gilberto de Mello Freire (sociólogo e pesquisador - Recife (PE), Cadeira n.º 10 – José Leite Lopes (físico e pesquisador - Recife(PE), Cadeira n.º 11 – José Luiz Lessa (empresário - Colônia Leopoldina), Cadeira nº 12 - Luiz Vanderley de Almeida (cantor e compositor - Colônia Leopoldina), Cadeira n.º 13 - Milton Almeida dos Santos (pesquisador e professor de geografia - Brotas de Macaúbas (BA), Cadeira n.º 14 - Nísia Floresta (feminista e professora Nísia Floresta(RN), Cadeira n.º 15 - Nize da Silveira (médica psiquiatra - Maceió (AL), Cadeira n.º 16 - Paulo Reglus Neves Freire (educador,

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professor - Recife(PE), Cadeira nº 17 - Sebastião da Silva Braga (professor em Colônia Leopoldina - Colônia Leopoldina), Cadeira n.º 18 –Teotônio Brandão Vilela (Senador da República - Viçosa(AL), Cadeira n.º 19 – Théo Vilela Brandão (folclorista e médico - Viçosa (AL), Cadeira n.º 20 – Vicente Tavares da Silva Coutinho/Vicente Ferreira de Paula - guerreiro da liberdade - Goiana (PE), uma lista que expressa a seguinte distribuição por Estados da Federação: 11 alagoanos (sendo 5 de Colônia Leopoldina e 6 de outras cidades); 1 estrangeiro; 4 pernambucanos; e 1 de cada Estado seguinte: Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e São Paulo, num total de 20 patronos das 20 cadeiras da Academia, e que, finalmente, feitas as apresentações de todas e de todos homenageados e sócios fundadores, Efetivos e Imortais, e após a o discurso de alguns imortais, foi lida esta ata e dada por encerrada a sessão, sendo lavrada esta Ata por José Francisco de Melo Neto e assinada pelos membros fundadores desta ACADEMIA. Colônia Leopoldina, 23 de janeiro de 2015. Forum Paulo Guedes de Miranda Assinam: 01. ADELMO DE OLIVEIRA TORRES 02. ADMMAURO GOMMES 03. ANA MARIA LINS 04. ANDRÉA MARQUES DA SILVA 05. ANTÔNIO BUARQUE DE LIMA JUNIOR 06. ANTONIO LUNA DA SILVA 07. EDILEIDE SILVA DAS NEVES CALDAS 08. ELIAS MARQUES PINHEIRO 09. ERNANE SANTANA SANTOS

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10. EVERTON PATRÍCIO CALADO 11. JOSÉ AMORIM JUNIOR 12. JOSÉ FRANCISCO DE MELO NETO 13. JOSÉ ROMILDO DE MOURA 14. LIBENE TENÓRIO 15. MARIAS DAS GRAÇAS SANTOS 16. MIGUEL FLORÊNCIO 17. REGINALDO JOSÉ DE OLIVEIRA 18. RISADALVO JOSÉ DA SILVA 19. SEVERINO INÁCIO DA ROCHA 20. SILVIO CESAR DA SILVA DE CARVALHO

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4. PATRONOS E PATRONESSES PATRONO GERAL

ZUMBI DOS PALMARES Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi o principal representante da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos dos engenhos, índios e brancos pobres expulsos das fazendas. O Quilombo dos Palmares estava localizado na região da Serra da Barriga, que, atualmente, faz parte do município de União dos Palmares (Alagoas). Na época em que

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Zumbi era líder, o Quilombo dos Palmares alcançou uma população de aproximadamente trinta mil habitantes. Nos quilombos, os negros viviam livres, de acordo com sua cultura, produzindo tudo o que precisavam para viver. Embora tenha nascido livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue ao padre jesuíta católico Antônio Melo, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua portuguesa, latim, álgebra e a religião católica, chegando a ajudar o padre na celebração da missa. Porém, aos 15 anos de idade, fugiu de Porto Calvo para viver no quilombo dos Palmares. Na comunidade, deixou de ser Franciso para ser chamado de Zumbi (que significa aquele que estava morto e reviveu, no dialeto de tribo imbagala de Angola). No ano de 1675, o quilombo é atacado por soldados portugueses. Zumbi ajuda na defesa e destaca-se como um grande guerreiro. Após um batalha sangrenta, os soldados portugueses são obrigados a retirarse para a cidade de Recife. Três anos após, o governador da província de Pernambuco aproxima-se do líder Ganga Zumba para tentar um acordo, Zumbi coloca-se contra o acordo, pois não admitia a liberdade dos quilombolas, enquanto os negros das fazendas continuariam aprisionados. Em 1680, com 25 anos de idade, Zumbi torna-se líder do quilombo dos Palmares, comandando a resistência contra as topas do governo. Durante seu “governo” a comunidade cresce e se fortalece, obtendo várias vitórias contra os soldados portugueses. O líder Zumbi mostra grande habilidade no planejamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares O bandeirante Domingos Jorge Velho organiza, no ano de 1694, um grande ataque ao Quilombo dos Palmares. Após uma intensa

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batalha, Macaco, a sede do quilombo, é totalmente destruída. Ferido, Zumbi consegue fugir, porém é traído por um antigo companheiro e entregue as tropas do bandeirante. Aos 40 anos de idade, foi degolado em 20 de novembro de 1695. Importância de Zumbi para a História do Brasil Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade de culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.

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PARANINFO

Foto 4 - GRACILIANO RAMOS

Nome: Graciliano Ramos Nascimento: 27/10/1892 Natural: Quebrangulo - AL Morte:20/03/1953

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Começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas, nosestreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei,ainda nos podemos mexer” Graciliano Ramos nasceu no dia 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrangulo, sertão de Alagoas, filho primogênito dos dezesseis que teriam seus pais, Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos. Viveu sua infância nas cidades de Viçosa, Palmeira dos Índios (AL) e Buíque (PE), sob o regime das secas e das surras que lhe eram aplicadas por seu pai, o que o fez alimentar, desde cedo, a idéia de que todas as relações humanas são regidas pela violência. Em seu livro autobiográfico “Infância”, assim se referia a seus pais: “Um homem sério, de testa larga (...), dentes fortes, queixo rijo, fala tremenda; uma senhora enfezada, agressiva, ranzinza (...), olhos maus que em momentos de cólera se inflamavam com um brilho de loucura”. Em 1894, a família muda-se para Buíque (PE), onde o escritor tem contacto com as primeiras letras. Em 1904, retornam ao Estado de Alagoas, indo morara em Viçosa. Lá, Graciliano cria um jornalzinho dedicado às crianças, o “Dilúculo”. Posteriormente, redige o jornal “Echo Viçosense”, que tinha entre seus redatores seu mentor intelectual, Mário Venâncio. Em 1905 vai para Maceió, onde frequenta, por pouco tempo, o Colégio Quinze de Março, dirigido pelo professor Agnelo Marques Barbosa. Com o suicídio de Mário Venâncio, em fevereiro de 1906, o “Echo” deixa de circular. Graciliano publica na revista carioca “O Malho” sonetos sob o pseudônimo de Feliciano de Olivença. Em 1909, passa a colaborar com o “Jornal de Alagoas”, de Maceió, publicando o soneto “Céptico” sob o pseudônimo de Almeida Cunha.

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Até 1913, nesse jornal, usa outros pseudônimos: S. de Almeida Cunha, Soares de Almeida Cunha e Lambda, este usado em trabalhos de prosa. Até 1915 colabora com “O Malho”, usando alguns dos pseudônimos citados e o de Soeiro Lobato. Em 1910, responde a inquérito literário movido pelo Jornal de Alagoas, de Maceió. Em outubro, muda-se para Palmeira dos Índios, onde passa a residir. Passa a colaborar com o “Correio de Maceió”, em 1911, sob o pseudônimo de Soares Lobato. Em 1914, embarca para o Rio de Janeiro (RJ) no vapor Itassuoê. Nesse ano e parte do ano seguinte, trabalha como revisor de provas tipográficas nos jornais cariocas “Correio da Manhã”, “A Tarde” e “O Século”. Colaborando com o “Jornal de Alagoas” e com o fluminense “Paraíba do Sul”, sob as iniciais R.O. (Ramos de Oliveira). Volta a Palmeira dos Índios, em meados de 1915, onde trabalha como jornalista e comerciante. Casa-se com Maria Augusta Ramos. Sua esposa falece em 1920, deixando quatro filhos menores. Em 1927, é eleito prefeito da cidade de Palmeira dos Índios, cargo no qual é empossado em 1928. Ao escrever o seu primeiro relatório ao governador Álvaro Paes, “um resumo dos trabalhos realizados pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928”, publicado pela Imprensa Oficial de Alagoas em 1929, a verve do escritor se revela ao abordar assuntos rotineiros de uma administração municipal. No ano seguinte, 1930, volta o então prefeito Graciliano Ramos com um novo relatório ao governador que, ainda em nossos dias, não se pode ler sem um sorriso nos lábios, tal a forma sui generis em que é apresentado. Dois anos depois, renuncia ao cargo de prefeito e se muda para a cidade de Maceió, onde

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é nomeado diretor da Imprensa Oficial. Casa-se com Heloisa Medeiros. Colabora com jornais usando o pseudônimo de Lúcio Guedes. Demite-se do cargo de diretor da Imprensa Oficial e volta a Palmeira dos Índios, onde funda urna escola no interior da sacristia da igreja Matriz e inicia os primeiros capítulos do romance São Bernardo. O ano de 1933 marca o lançamento de seu primeiro livro, “Caetés”, que já trazia consigo o pessimismo que marcou sua obra. Esse romance Graciliano vinha escrevendo desde 1925. No ano seguinte, publica “São Bernardo”. Falece seu pai, em Palmeira dos Índios. Em março de 1936, acusado — sem que a acusação fosse formalizada — de ter conspirado no malsucedido levante comunista de novembro de 1935, é demitido, preso em Maceió e enviado a Recife, onde é embarcado com destino ao Rio de Janeiro no navio “Manaus”. com outros 115 presos. O país estava sob a ditadura de Vargas e do poderoso coronel Filinto Müller. No período em que esteve preso no Rio, até janeiro de 1937, passou pelo Pavilhão dos Primários da Casa de Detenção, pela Colônia Correcional de Dois Rios (na Ilha Grande), voltou à Casa de Detenção e, por fim, pela Sala da Capela de Correção. Seu livro “Angústia” é lançado no mês de agosto daquele ano. Esse romance é agraciado, nesse mesmo ano, com o prêmio “Lima Barreto”, concedido pela “Revista Acadêmica”. Foi libertado e passou a trabalhar como copidesque em jornais do Rio de Janeiro, em 1937. Em maio, a “Revista Acadêmica” dedica-lhe uma edição especial, de número 27 - ano III, com treze artigos sobre o autor. Recebe o prêmio “Literatura Infantil”, do Ministério da Educação”, com “A terra dos meninos pelados.”

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Em 1938, publica seu famoso romance “Vidas secas”. No ano seguinte é nomeado Inspetor Federal do Ensino Secundário no Rio de Janeiro. Em 1940, frequenta assiduamente a sede da revista “Diretrizes”, junto de Álvaro Moreira, Joel Silveira, José Lins do Rego e outros “conhecidos comunistas e elementos de esquerda”, como consta de sua ficha na polícia política. Traduz “Memórias de um negro”, do americano Booker T. Washington, publicado pela Editora Nacional, S. Paulo. Publica uma série de crônicas sob o título “Quadros e Costumes do Nordeste” na revista “Política”, do Rio de Janeiro. Em 1942, recebe o prêmio “Felipe de Oliveira” pelo conjunto de sua obra, por ocasião do jantar comemorativo a seus 50 anos. O romance “Brandão entre o mar e o amor”, escrito em parceria com Jorge Amado, José Lins do Rego, Aníbal Machado e Rachel de Queiroz é publicado pela Livraria Martins, S. Paulo. Em 1943, falece sua mãe em Palmeira dos Índios. Lança, em 1944, o livro de literatura infantil “Histórias de Alexandre”. Seu livro “Angústia” é publicado no Uruguai. Filia-se ao Partido Comunista, em 1945, ano em que são lançados “Dois dedos” e o livro de memórias “Infância”.

O escritor Antônio Cândido publica, nessa época, uma

série de cinco artigos sobre a obra de Graciliano no jornal “Diário de São Paulo”, que o autor responde por carta. Esse material transformouse no livro “Ficção e Confissão”. Em 1946, publica “Histórias incompletas”, que reúne os contos de “Dois dedos”, o conto inédito “Luciana”, três capítulos de “Vidas secas” e quatro capítulos de “Infância”. Os contos de “Insônia” são publicados em 1947.

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O livro “Infância” é publicado no Uruguai, em 1948. Traduz, em 1950, o famoso romance “A Peste”, de Albert Camus, cujo lançamento se dá nesse mesmo ano pela José Olympio. Em 1951, elege-se presidente da Associação Brasileira de Escritores, tendo sido reeleito em 1962. O livro “Sete histórias verdadeiras”, extraídas do livro “Histórias de Alexandre”, é publicado. Em abril de 1952, viaja em companhia de sua segunda esposa, Heloísa Medeiros Ramos, à Tcheco-Eslováquia e Rússia, onde teve alguns de seus romances traduzidos. Visita, também, a França e Portugal. Ao retornar, em 16 de junho, já enfermo, decide ir a Buenos Aires, Argentina, onde se submete a tratamento de pulmão, em setembro daquele ano. É operado, mas os médicos não lhe dão muito tempo de vida. A passagem de seus sessenta anos é lembrada em sessão solene no salão nobre da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em sessão presidida por Peregrino Júnior, da Academia Brasileira de Letras. Sobre sua obra e sua personalidade falaram Jorge Amado, Peregrino Júnior, Miécio Tati, Heraldo Bruno, José Lins do Rego e outros. Em seu nome, falou sua filha Clara Ramos. No janeiro ano seguinte, 1953, é internado na Casa de Saúde e Maternidade S. Vitor, onde vem a falecer, vitimado pelo câncer, no dia 20 de março, às 5:35 horas de uma sexta-feira. É publicado o livro “Memórias do cárcere”, que Graciliano não chegou a concluir, tendo ficado sem o capítulo final. Postumamente, são publicados os seguintes livros: “Viagem”, 1954, “Linhas tortas”, “Viventes das Alagoas” e “Alexandre e outros heróis”, em 1962, e “Cartas”, 1980, uma reunião de sua correspondência.

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Seus livros “São Bernardo” e “Insônia” são publicados em Portugal, em 1957 e 1962, respectivamente. O livro “Vidas secas” recebe o prêmio “Fundação William Faulkner”, na Virginia, USA. Em 1963, o 10º aniversário da morte de Mestre Graça, como era chamado pelos amigos, é lembrado com as exposições “Retrospectiva das Obras de Graciliano Ramos”, em Curitiba (PR), e “Exposição Graciliano Ramos”, realizada pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Em 1965, seu romance “Caetés” é publicado em Portugal. Seus livros “Vidas secas” e “Memórias do cárcere” são adaptados para o cinema por Nelson Pereira dos Santos, em 1963 e 1983, respectivamente. O filme “Vidas secas” obtem os prêmios “Catholique International du Cinema” e “Ciudad de Valladolid” (Espanha). Leon Hirszman dirige “São Bernardo”, em 1980. Em 1970, “Memórias do cárcere” é publicado em Portugal. Bibliografia: - Caetés – romance;- São Bernardo – romance;- Angústia – romance;- Vidas secas – romance;- Infância – memórias;- Dois dedos – contos;- Insônia – contos;- Memórias do cárcere – memórias;- Viagem - impressões sobre a Tcheco-Eslováquia e a URSS. - Linhas tortas - crônicas - Viventes das Alagoas - crônicas - Alexandre e outros irmãos (Histórias de Alexandre, A terra dos meninos pelados e Pequena história da República). - Cartas - correspondência pessoal. Dados extraídos de livros do autor, internet e caderno “Mais!”, da Folha de São Paulo, edição de 09/03/2003.

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DEMAIS PATRONOS E PATRONESSES 1.AFONSO WIYNOWHEN

Foto 5 – Pe. Afonso

Sacerdote holandês, da ordem dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (SCJ), que assumiu a paróquia de Colônia Leopoldina, desde a década de 1950. Foi um sacerdote que promovia a relação fé e justiça social, participando ativamente da política partidária local.

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2. ANTONIO DE SAMPAIO DÓRIA

Foto 6 – Antônio Sampaio Dória

Nasceu em Belo Monte, Alagoas, em 25 de março de 1883. Foi advogado, constitucionalista, professor e pedagogo em São Paulo e depois jornalista, como redator-chefe, do jornal O Imparcial, no Rio de Janeiro. Foi, ainda, professor catedrático da Escola Normal Secundária de São Paulo. Para Lourenço Filho, seu ex-aluno, Dória defendia que o sistema de educação só existia para o homem em comunidade. Orientou a sua pedagogia para uma finalidade de política nacional de cultura. Foi signatário do Manifesto dos Pioneiros, ministro da Justiça e Negócios do governo José Linhares, falecendo em 1964. Algumas de suas obras: Princípios de pedagogia, publicado em 1914.

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O caráter em psicologia, em pedagogia e em educação Cívica. Com várias edições, inclusive as da Série Livros Didáticos da Biblioteca Pedagógica Brasileira. Problemas de Direito Público, publicado em 1919. A questão social (1922) e O espírito das democracias (1024). Algumas referências bibliográficas: Azevedo, Fernando de. A cultura brasileira, 4 ed. Brasília: Editora UnB, 1963. Marta Maria Chagas de. A escola e a República. São Paulo: Brasiliense, 1989. (Col. Tudo é História, 127). Nagle, Jorge. Educação e sociedade na Primeira República. São Paulo, PEU/MEC, 1976.

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3. ARIANO VILAR SUASSUNA

Foto 7: Ariano Suassuna

Ariano Vilar Suassuna nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa (PB), em 16 de junho de 1927, filho de Cássia Villar e João Suassuna. Faleceu no dia 23 de julho de 2014, no Recife, aos 87 anos. No ano seguinte ao nascimento, seu pai deixa o governo da Paraíba e a família passa a morar no sertão, na Fazenda Acauhan. Com a Revolução de 30, seu pai foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro e a família mudou-se para Taperoá, onde morou de 1933 a 1937. Nessa cidade, Ariano fez seus primeiros estudos e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de “improvisação” seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral. A partir de 1942 passou a viver no Recife, onde terminou, em 1945, os estudos secundários no Ginásio Pernambucano e no Colégio Osvaldo Cruz. No ano seguinte iniciou a Faculdade de Direito, onde conheceu Hermilo Borba Filho. E, junto com ele, fundou o Teatro do

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Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol. Em 1948, sua peça Cantam as Harpas de Sião (ou O Desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. Os Homens de Barro foi montada no ano seguinte. Em 1950, formou-se na Faculdade de Direito e recebeu o Prêmio Martins Pena pelo Auto de João da Cruz. Para curar-se de doença pulmonar, viu-se obrigado a mudar-se de novo para Taperoá. Lá escreveu e montou a peça Torturas de um Coração em 1951. Em 1952, volta a residir em Recife. Deste ano a 1956, dedicou-se à advocacia, sem abandonar, porém, a atividade teatral. São desta época O Castigo da Soberba (1953), O Rico Avarento (1954) e o Auto da Compadecida (1955), peça que o projetou em todo o país e que seria considerada, em 1962, por Sábato Magaldi “o texto mais popular do moderno teatro brasileiro”. Em 1956, abandonou a advocacia para tornar-se professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco. No ano seguinte foi encenada a sua peça O Casamento Suspeitoso, em São Paulo, pela Cia. Sérgio Cardoso, e O Santo e a Porca; em 1958, foi encenada a sua peça O Homem da Vacae o Poder da Fortuna; em 1959, A Pena e a Lei, premiada dez anos depois no Festival Latino-Americano de Teatro. Em 1959, em companhia de Hermilo Borba Filho, fundou o Teatro Popular do Nordeste, que montou em seguida a Farsa da Boa Preguiça (1960) e A Caseira e a Catarina (1962). No início dos anos 60, interrompeu sua bem-sucedida carreira de dramaturgo para dedicarse às aulas de Estética na UFPe. Ali, em 1976, defende a tese de livredocência A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira. Aposenta-se como professor em 1994.

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Membro fundador do Conselho Federal de Cultura (1967); nomeado, pelo Reitor Murilo Guimarães, diretor do Departamento de Extensão Cultural da UFPe (1969). Ligado diretamente à cultura, iniciou em 1970, em Recife, o “Movimento Armorial”, interessado no desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão populares tradicionais. Convocou nomes expressivos da música para procurarem uma música erudita nordestina que viesse juntar-se ao movimento, lançado em Recife, em 18 de outubro de 1970, com o concerto “Três Séculos de Música Nordestina – do Barroco ao Armorial” e com uma exposição de gravura, pintura e escultura. Secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, no Governo Miguel Arraes (1994-1998). Entre 1958-79, dedicou-se também à prosa de ficção, publicando o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971) e História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana (1976), classificados por ele de “romance armorialpopular brasileiro”. Ariano Suassuna construiu em São José do Belmonte (PE), onde ocorre a cavalgada inspirada no Romance d’A Pedra do Reino, um santuário ao ar livre, constituído de 16 esculturas de pedra, com 3,50 m de altura cada, dispostas em círculo, representando o sagrado e o profano. As três primeiras são imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São José, o padroeiro do município. Membro da Academia Paraibana de Letras e Doutor Honoris Causa da Faculdade Federal do Rio Grande do Norte (2000). Em 2004, com o apoio da ABL, a Trinca Filmes produziu um documentário intitulado O Sertão: Mundo de Ariano Suassuna, dirigido por Douglas Machado e que foi exibido na Sala José de Alencar.

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BIBLIOGRAFIA Teatro Uma Mulher Vestida de Sol (1947). Recife: Imprensa Universitária, 1964. Especial da Rede Globo de Televisão, 1994. Cantam as Harpas de Sião (ou O Desertor de Princesa) (1948). Peça em um ato. Inédita. Os Homens de Barro (1949). Peça em 3 atos. Inédita. Auto de João da Cruz (1950). Prêmio Martins Pena. Peça inspirada em três folhetins da literatura de cordel. Inédita. Torturas de um Coração (1951). Peça para mamulengos. O Arco Desolado (1952). O Castigo da Soberba (1953). Entremês popular em um ato. O Rico Avarento (1954). Entremês popular em um ato. Auto da Compadecida (1955). Medalha de ouro da Associação Brasileira de Críticos Teatrais. Rio de Janeiro: Livraria Agir, 1957; 34.ª ed., Agir, 1999. Estréia no cinema, 1969. Microssérie da Rede Globo de Televisão, 1994, e no cinema, 2000. O Desertor de Princesa (Reescritura de Cantam as Harpas de Sião), 1958. Inédita.

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O Casamento Suspeitoso (1957). Encenada em São Paulo pela Cia. Sérgio Cardoso. Prêmio Vânia Souto de Carvalho. Recife, Igarassu, 1961. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, junto com O Santo e a Porca; 8.ª ed., 1989. O Santo e a Porca, imitação nordestina de Plauto (1957). Recife: Imp. Universitária, 1964. Medalha de ouro da Associação Paulista de Críticos Teatrais. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, junto comO Casamento Suspeitoso; 8.ªed., 1989. O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna (1958). Entremês popular. A Pena e a Lei (1959). Peça em três atos. Premiada no Festival LatinoAmericano de Teatro em 1969. Rio de Janeiro: Agir, 1971; 4.ª ed., 1998. Farsa da Boa Preguiça (1960). Estampas de Zélia Suassuna. Peça em três atos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974; 2.ª ed., 1979. Episódio de Terça Nobre, Rede Globo de Televisão, 1995. A Caseira e a Catarina (1962). Peça em um ato. Inédita. As Conchambranças de Quaderna, 1987. Estréia no Teatro Waldemar de Oliveira, Recife, 1988. Inédita. A História de Amor de Romeu e Julieta. Suplemento “Mais!”, da Folha de S. Paulo, 1997.

Ficção A história do amor de Fernando e Isaura. Romance inédito, 1956.

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Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta. Romance armorial popular. Nota de Rachel de Queiroz. Posfácio de Maximiano Campos. Rio de Janeiro: Borsoi, 1971. 2.ª ed. Rio: José Olympio, 1972. Adaptação teatral, por Romero de Andrade Lima, 1997. As Infâncias de Quaderna. Folhetim semanal no Diário de Pernambuco, 1976-77. História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana. Romance armorial e novela romançal brasileira. Com estudo de Idelette Muzart F. dos Santos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977. Fernando e Isaura. Romance (1956). Recife, Bagaço, 1994.

Outras obras O Pasto Incendiado (1945-70). Livro inédito de poemas. Ode. Recife: O Gráfico Amador, 1955. Coletânea da Poesia Popular Nordestina. Romances do ciclo heróico. Recife: Deca, 1964. O Movimento Armorial. Recife: UFPe, 1974. Iniciação à Estética. Recife: UFPe, 1975. A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira (tese de livre-docência em História da Cultura Brasileira). Centro de Filosofia e Ciências Humanas, UFPe, 1976.

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Sonetos com Mote Alheio. Recife, edição manuscrita e iluminogravada pelo autor, 1980. Sonetos de Albano Cervonegro. Recife, edição manuscrita e iluminogravada pelo autor, 1985. Seleta em Prosa e Verso. Estudo, comentários e notas do Prof. Silviano Santiago. Rio de Janeiro: José Olympio / INL, 1974 (coleção Brasil Moço). Poemas. Seleção, organização e notas de Carlos Newton Júnior. Recife: Universidade Federal de Pernambuco/Editora Universitária, 1999. CD – Poesia Viva de Ariano Suassuna. Recife: Ancestral, 1998.

Obra traduzida Para o alemão Das Testament de Hundes oder das Spiel von Unserer Lieben Frau der Mitleidvollen (Auto da Compadecida). Tradução de Willy Keller. St. Gallen/Wuppertal: Edition diá, 1986. Der Stein des Reiches oder die Geschichte des Fürsten vom Blut des Geh-und-kehr-zurück (Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta). Tradução e notas de Georg Rudolf Lind. Sttutgart: Hobbit Presse/Klett-Cotta, 1979; 2.ª ed., 1988.

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Para o espanhol Auto de la Compadecida. Adaptação e tradução de José María Pemán. Madrid: Ediciones Alfil, 1965. El Santo y la Chancha (O Santo e a Porca). Tradução de Montserrat Mira. Buenos Aires: Losangue, 1966. Para o francês Le Jeu de la Miséricordieuse ou Le Testament du chien (Auto da Compadecida). Tradução de Michel Simon. Paris: Gallimard, 1970. La Pierre du Royaume: version pour européens et brésiliens de bon sens (Romance d’A Pedra do Reino). Tradução de Idelette Muzart Fonseca dos Santos. Paris: Editions Métailié, 1998. Para o holandês Het testament van den hond (Auto da compadecida). Tradução de J.J. van den Besselaar. Nederlandse, Ons Leekenspel: Bussum, 1966.

Para o inglês The Rogue’s Trial (O Santo e a Porca). Tradução de Dillwyn F. Ratcliff. Berkeley/Los Angeles: University of California Press, 1963. Para o italiano Auto da Compadecida. Tradução de L. Lotti. Forli: Nuova Compagnia, 1992.

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Para o polonês Historia o milosiernej czyli testament psa (Auto da Compadecida). Tradução de Witold Wojciechowski e Danuta Zmij. Dialog. Rok IV Pazdziernik 1959, NR 10 (42), p. 24-64. Sobre Ariano Suassuna Dissertações e teses, artigos em jornais, livros e ensaios incluídos em livros encontram-se relacionados nos CADERNOS DE LITERATURA BRASILEIRA – Número 10, novembro de 2000.

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4. ARTUR DE ARAÚJO PEREIRA RAMOS

Foto 8 – Arthur de Araújo Pereira Ramos

Artur de Araújo Pereira Ramos(ARTUR RAMOS), médico e antropólogo que nasceu em Pilar, Alagoas, em 7 de julho de 1903, falecendo em Paris, em 31 de outubro de 1949.

É importante a

sua contribuição à antropologia, distribuindo os seus estudos em 4 categorias: o problema das etnias; o problema da dinâmica da sociedade e da cultura; o problema da formação dos especialistas e o problema da aplicação dos conhecimentos antropológicos. É considerado um mestre da antropologia brasileira. Algumas de suas obras: 1. O negro brasileiro (Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1934, 303p.);

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2. Introdução à antropologia brasileira (Rio de Janeiro, Casa do Estudante do Brasil, 1947, 2 volumes).; 3. Educação e psicanálise (São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1934, 182 p.); 4. Introdução à psicologia social (2 ed., Rio de Janeiro, José Olympio, 1952, 366p.). Algumas referências bibliográficas: Florestan Fernandes. Artur Ramos: 1902-1949. Revista do Museu Paulista, São Paulo, Museu Paulista, Nova Série, vol. 4(50): 439-444). Dante Moreira Leite. Artur Ramos e o inconsciente primitivo brasileiro. (In Dante Moreira Leite. O caráter nacional brasileiro: história de uma ideologia, 2.ed. revista e ampliada, São Paulo, Pioneira, 1969, pp.237-243); Anísio Teixeira. Prefácio da 2 ed. de Introdução á psicologia social. In: Diversos Autores. Artur Ramos (Rio de Janeiro, Ministério da Educação e Saúde, 1972, 95p.); Pedro Calmon. Artur Ramos. Pp 70-77). In: Diversos Autores. Artur Ramos (Rio de Janeiro, Ministério da Educação e Saúde, 1972, 95p.);

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5. AURELIANO CÂNDIDO TAVARES BASTOS

Foto 9 – Aureliano Cândido Tavares Bastos

Aureliano Cândido Tavares Bastos (Tavares Bastos) nasceu na cidade de Alagoas, atual Maceió, em 20 de abril de 1839, falecendo na França, em 1875. Como jornalista, foi também político, defendendo uma perspectiva nacionalista liberal, lutando contra a centralização do Segundo Reinado e defendendo que o Brasil deveria ser o mais possível parecido com os Estados Unidos. Foi um dos primeiros pensadores progressistas em defesa das causas abolicionistas. Vislumbrava a Amazônia como o centro da riqueza nacional. Em suas analises, mostra os contrastes entre as áreas de desenvolvimento com as áreas de “irremediável” atraso.

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lgumas de suas obras: 1. Os males do presente e as esperanças do futuro. (Edição comemorativa do centenário da morte do autor, São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1976, 273p); 2. O vale do Amazonas. (3. ed. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1975, 301p); 3. A província: estudo sobre a descentralização no Brasil. (2. ed. São Paulo, Companhia Editora nacional, 1937, 383p); Algumas referências bibliográficas: José Honório Rodrigues. Tavares Bastos (Nota introdutória da edição de Os males do presente e as esperanças do futuro, edição comemorativa do centenário da morte do autor, São Paulo, companhia Editora Nacional, 1976, pp. 9-14); Octávio Brandão. Tavares Bastos (In Octávio Brandão, Os intelectuais progressistas. Rio de Janeiro, Organizações Simões, 1956, pp. 7-12); Luiz Pinto Ferreira. Idéias e pensamentos de Tavares Bastos. Rio de Janeiro, Minerva, s/d, 185p).

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6. EUSÉBIO FRANCISCO DE ANDRADE ANDRADE, Eusébio Francisco de *jornalista; dep. fed. AL 1903-1917; sen. AL 1918-1927. Eusébio Francisco de Andrade nasceu em Colônia Leopoldina (AL) no dia 15 de abril de 1866, filho de Manuel Cândido da Rocha Andrade e de Leopoldina Pimentel Goulart de Andrade. Abolicionista, foi membro da Sociedade Libertadora Alagoana e um dos fundadores do Clube Abolicionista e Estudantesco Alagoano. Entusiasta republicano, em 1885 foi redator dos jornais Gazeta de Notícias e José de Alencar, neste permanecendo até 1887, quando se transferiu para o jornal Lincoln, todos em Maceió. Foi professor do Liceu de Artes e Ofícios de 1886 a 1890, e do Liceu Alagoano, bem como diretor do Colégio Orfanato em 1895. Ainda em 1895, já no período republicano, foi secretário do Interior de Alagoas e, interinamente, secretário da Fazenda durante o governo de Manuel Gomes Ribeiro (1894- 1896). Formado em Direito, foi também advogado da Prefeitura de Maceió de 1895 a 1896. Em 1902 representou o governo alagoano na Conferência Açucareira da Bahia. Eleito deputado federal por Alagoas em 1903, assumiu, em maio desse ano, sua cadeira na Câmara dos Deputados no Rio de Janeiro, então Distrito Federal. Tornou-se secretário da Mesa Diretora dessa casa legislativa. Foi reeleito em 1906, 1909, 1912 e 1915. Permaneceu no Legislativo Federal até dezembro de 1917, quando se encerraram o seu mandato e a legislatura. No ano seguinte foi eleito senador por Alagoas. Assumindo sua cadeira no Senado Federal no Rio de Janeiro em maio de 1918, tornou-se membro da Comissão de Justiça e Legislação. Permaneceu na Câmara Alta do país até dezembro de 1927, quando, ao final da legislatura, se encerrou seu mandato de nove anos. Foi ainda diretor da Sociedade Alagoana de Agricultura e

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redator-chefe de O Gutemberg, também de Maceió. Faleceu em 1928. Publicou: O Crime de Jaraguá; A Flor de Lis (comédia). Guia para o novo alistamento eleitoral. De acordo com a lei n. 3.139 de 2/8/1916. Maceió, 1917. Reynaldo de Barros FONTES: BARROS, F. A B C das Alagoas; LEITE NETO, L. Catálogo biográfico (v.2,p.743-744).

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7. EVERALDO ARAÚJO SILVA

Foto 10 – Everaldo Araújo Silva

Nasceu no dia 17 de janeiro de 1937, em Colônia Leopoldina, Alagoas. Era filho de Filadelfo José da Silva e Marcionila Araújo da Silva. Em março de 1927, os seus pais se casaram e, dessa união, nasceram 05 (cinco) filhos: Edvaldo, Emiraldo, Edleusa, Edlene e Everaldo. O seu genitor se destacou como um empreendedor ativo no município, comerciante por 60 anos, desenvolvendo inúmeras atividades políticas e sociais. Foi suplente e titular de vereador, exercendo o mandato no período de 06 de maio de 1948 a 31 de janeiro de 1951.

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Família: Everaldo constituiu duas famílias ao longo da vida. Os filhos Ricardo Araújo e Rosana Eleonora L. Araújo ( médica especialista em pediatria da Unimed/AL) são do primeiro casamento. Já divorciado, fora pai de Fernando Antônio que nascera no ano de 2006. FORMAÇÃO EDUCACIONAL: Em 22 de novembro de 1953 conclui o Curso Ginasial no Colégio Diocesano de Garanhuns, em Garanhuns-PE. TRABALHO: Registra-se, inicialmente, o seu primeiro emprego como professor em Garanhuns-PE. Outra fase importante na área profissional se deu ao ingressar no quadro de servidor público do Governo do Estado de Alagoas. O qual, por mais de trinta anos, exerceu o cargo de bancário até se aposentar, no Banco do Estado. No ano de 1995, volta à ativa, deste vez para o governo do então prefeito José Alves Caldas Júnior (PL), exercendo a função de Secretário de Educação do Município de Colônia Leopoldina, por um período de quarenta dias. Ainda na década de 90, registra-se a sua passagem, sempre de forma positiva, no Governo do Estado de Alagoas. O órgão, desta vez, a Secretaria do Trabalho e Ação Social (SETAS). Destaca-se, ainda, de maneira eficácia, a contribuição do seu trabalho ao serviço social autônomo SEBRAE/Alagoas (Serviço Brasileiro de Serviço Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

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MOVIMENTO LITERÁRIO Em 22 de janeiro de 1983, o Município de Colônia Leopoldina fora o palco da literatura alagoana. Naquele dia, o historiador Everaldo Araújo Silva lançara o seu livro, no Clube Udal (União Desportiva Leopoldinense), intitulada “A Colônia da Princesa”. O evento sócio cultural reuniu um grande público, pois contara dentre outros, com a presença do Príncipe Dom Pedro de Orleans e Bragança e do saudoso prefeito José Gomes de Lima, do Município. MOVIMENTO ESTUDANTIL Foi reconhecido, em Colônia Leopoldina, pelos relevantes serviços prestados à educação local, especialmente, no incentivo cultural à juventude, à União Municipal dos Estudantes Leopoldinenses (UMEL) através do, então, Presidente José Amorim Júnior. Por isso, instala-se em sua homenagem, no dia 05 de junho de 1994, a Sala de Leitura – Everaldo Araújo Silva. Entre os seus trabalhos no campo das letras, destaca-se também a apresentação do livro “A trajetória do movimento estudantil leopoldinense”, de autoria de José Amorim Júnior. Este livro fora lançado no dia 19 de dezembro de 2011. MÚSICA É VIDA Em 18 de setembro de 1994 fora um dos membros fundadores da Sociedade Musical Prof. Sebastião Braga, deste Município. Sempre cheio de muitas ideias, compôs a “Serenata Natalina”, hoje, tradicional na cidade, sempre apresentada por aquela sociedade musical.

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INFORMAÇÃO Acreditando sempre na capacidade e na força da juventude, tornou-se colunista do “Jornal Minha Colônia”, boletim de enorme sucesso, fundado por um grupo de jovens, em janeiro de 1997, em Colônia Leopoldina, com pouco tempo de existência. FALECIMENTO: Faleceu em Maceió/AL, no dia 21 de fevereiro de 2007, vítima de insuficiência pulmonar. O seu corpo fora sepultado no mausoléu da Família Araújo, no Cemitério São Sebastião de Colônia Leopoldina, Alagoas.

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8. FLORESTAN FERNANDES

Foto 11 – Florestan Fernandes

Florestan Fernandes (São Paulo, 22 de julho de 1920, São Paulo, 10 de agosto de 1995) foi um sociólogo e político brasileiro. Foi deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores 1 . Segundo seus relatos, Florestan Fernandes teve, ainda criança, o interesse pelos estudos despertado, principalmente pela diversidade dos lugares onde passou sua infância. Afilhado de Hermínia Bresser de Lima, filha de Carlos Augusto Bresser, Florestan aprendeu com ela a dedicação aos estudos: “O fato é que embora eu não estudasse organizadamente, pelo fato de ter nascido na casa de dona Hermínia Bresser de Lima aprendi o que era livro, a importância de estudar e com pouco mais de seis anos adquiri uma disciplina.” 2

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Filho de mãe solteira, não conheceu o pai. O avô materno trabalhou como colono numa fazenda no interior de São Paulo, morreu de tuberculose e a mãe, após se mudar para a capital paulista, trabalhou como empregada doméstica 3 . Ganhou o nome do motorista de sua madrinha (que era alemão), amigo de sua mãe. Começou a trabalhar, como auxiliar numa barbearia, aos seis anos de idade. Também foi engraxate. Viveu entre a ‘grande casa’ de sua madrinha, na esquina entre as ruas Bresser e Celso Garcia e cortiços, em diversos pontos da cidade4 . Estudou até o terceiro ano do primeiro grau. Só mais tarde, voltaria a estudar, fazendo curso de madureza, estimulado por frequentadores do bar Bidu, no centro de São Paulo, onde trabalhava como garçom5 . Em 1941, Florestan ingressou na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, formandose em ciências sociais. Iniciou sua carreira docente em 1945, como assistente do professor Fernando de Azevedo, na cadeira de Sociologia II. Na Escola Livre de Sociologia e Política, obteve o título de mestre com a dissertação “A organização social dos Tupinambá”. Em 1951 defendeu, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, a tese de doutoramento “A função social da guerra na sociedade tupinambá”, posteriormente consagrado como clássico da etnologia brasileira, que explora o método funcionalista. Uma linha de trabalho característica de Florestan nos anos 50 foi o estudo das perspectivas teórico-metodológicas da sociologia. Seus ensaios mais importantes acerca da fundamentação da sociologia como ciência foram, posteriormente, reunidos no livro “Fundamentos empíricos da explicação sociológica”6. Seu comprometimento intelectual com o desenvolvimento da ciência no Brasil, entendido como requisito

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básico para a inserção do país na civilização moderna, científica e tecnológica, situa sua atuação na Campanha de Defesa da Escola Pública, em prol do ensino público, laico e gratuito enquanto direito fundamental do cidadão do mundo moderno1 . Carreira Durante o período, foi assistente catedrático, livre docente e professor titular na cadeira de Sociologia, substituindo o sociólogo e professor francês Roger Bastide em caráter interino até 1964, ano em que se efetivou na cátedra, com a tese “A integração do negro na sociedade de classes”. Como o título da obra permite entrever, o período caracteriza-se pelo estudo da inserção da sociedade nacional na civilização moderna, em um programa de pesquisa voltado para o desenvolvimento de uma sociologia brasileira1 . Nesse âmbito, orientou dezenas de dissertações e teses acerca dos processos de industrialização e mudança social no país e teorizou os dilemas do subdesenvolvimento capitalista6 . Inicialmente no bojo dos debates em torno das reformas de base e, posteriormente, após o golpe de Estado, nos termos da reforma universitária coordenada pelos militares, produziu diagnósticos substanciais sobre a situação educacional e a questão da universidade pública, identificando os obstáculos históricos e sociais ao desenvolvimento da ciência e da cultura na sociedade brasileira inserida na periferia do capitalismo monopolista1 . Aposentado compulsoriamente pela ditadura militar em 1969, foi Visiting Scholar na Universidade de Columbia, professor titular na Universidade de Toronto e Visiting Professorna Universidade de Yale e, a partir de 1978, professor na Pontifícia Universidade Católica

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de São Paulo. Em 1975, veio a público a obra “A revolução burguesa no Brasil”6 , que renova radicalmente concepções tradicionais e contemporâneas da burguesia e do desenvolvimento do capitalismo no país, em uma análise tecida com diferentes perspectivas teóricas da sociologia, que faz dialogar problemas formulados em tom Max Weber com interpretações alinhadas à dialética marxista5 . No inicio de 1979, retornou a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, agora reformada, para um curso de férias sobre a experiência socialista em Cuba, a convite dos estudantes do Centro Acadêmico de Ciências Sociais. Em suas análises sobre o socialismo, apropriou-se de variadas perspectivas do marxismo clássico e moderno, forjando uma concepção teórico-prática que se diferencia a um só tempo do dogmatismo teórico e da prática de concessões da esquerda. Em 1986 foi eleito deputado constituinte pelo Partido dos Trabalhadores, tendo atuação destacada em discussões nos debates sobre a educação pública e gratuita5 . Em 1990, foi reeleito para a Câmara. Tendo colaborado com a Folha de S. Paulo desde a década de 1940, passou, em junho de 1989, a ter uma coluna semanal nesse jornal. O nome de Florestan Fernandes está obrigatoriamente associado à pesquisa sociológica no Brasil e na América Latina. Sociólogo e professor universitário, com mais de cinquenta obras publicadas, ele transformou o pensamento social no país e estabeleceu um novo estilo de investigação sociológica, marcado pelo rigor analítico e crítico, e um novo padrão de atuação intelectual.7 O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que foi orientado em seus trabalhos acadêmicos por Florestan, estabeleceu com ele forte relação afetiva, mantida até a morte do sociólogo6 .

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Florestan, com graves problemas no fígado, em 1995, submeteuse a um transplante de fígado mal sucedido no Hospital das Clínicas de São Paulo, realizado pelo professor Silvano Raia. Porém morreu de problemas em uma diálise devido à falha humana. Primeiras obras: Florestan começou a escrever no final dos anos 40, e ao longo de sua vida, publicou mais de 50 livros e centenas de artigos. Suas principais obras foram: •

Organização social dos Tupinambá (1949);

A função social da guerra na sociedade Tupinambá (1952);

A etnologia e a sociologia no Brasil (1958) (resenhas e questionamentos sobre a produção das Ciências Sociais no Brasil, até os anos 50);

Fundamentos empíricos da explicação sociológica (1959);

Mudanças sociais no Brasil (1960) (nesta obra Florestan faz um panorama de seu trabalho e retrata o Brasil);

Folclore e mudança social na cidade de São Paulo (1961) (esta obra reúne trabalhos e pesquisas realizadas nos anos em que Florestan foi aluno de Roger Bastide na USP, dedicados a várias manifestações de cultura popular entre crianças da cidade de São Paulo).

A integração do negro na sociedade de classes (1964) (estudo das relações raciais no Brasil);

Sociedade de classes e subdesenvolvimento (1968);

Capitalismo dependente e Classes Sociais na América Latina (1973);

A investigação etnológica no Brasil e outros ensaios (1975) (reedição em volume de artigos anteriormente publicados em revisas científicas e dedicados à produção recente da antropologia brasileira);

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A revolução burguesa no Brasil: Ensaio de Interpretação Sociológica (1975);

Da Guerrilha ao Socialismo: A Revolução Cubana (1979);

O que é Revolução (1981);

Poder e Contrapoder na América Latina (1981).

A revolução burguesa no Brasil

Prado Júnior, Caio:

Florestan Fernandes. [http://www.vigotski.net/sampaiojr.pdf CLÁSSICOS SOBRE A REVOLUÇÃO BRASILEIRA] (em Português). Primeira ed. Brasil: [s.n.], 2000. 160 pp. 1 vol. vol. 1. 666 Visitado em 2 de maio de 2014.

Referências: Bianca Wild. Florestan Fernandes (em português) Meu Artigo. Visitado em 22 de julho de 2012. GARCIA, Sylvia G. 2002. Destino Ímpar: Sobre a Formação de Florestan Fernandes. São Paulo. pp. 30 a 32 GARCIA, Sylvia G. 2002. Destino Ímpar: Sobre a Formação de Florestan Fernandes. São Paulo: Ed. 34. 191 pp. GARCIA, Sylvia G. 2002. Destino Ímpar: Sobre a Formação de Florestan Fernandes. São Paulo: Ed. 34. p. 29

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Florestan Fernandes (em português) UFCG.org Brasil Escola. Visitado em 22 de julho de 2012. Caroline Borges (14 de novembro de 2007). Florestan Fernandes (em português) InfoEscola. Visitado em 22 de julho de 2012. Profa. Sylvia Gemignani Garcia. FLORESTAN FERNANDES (19201995).

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9. GILBERTO DE MELLO FREYRE

Foto 12 – Gilberto Freyre As mangueiras

o telhado velho o pátio branco as sombras da tarde cansada até o fantasma da judia rica tudo esta à espera do romance começado um dia sobre os tijolos soltos a cadeira de balanço será o principal ruído as mangueiras o telhado o pátio as sombras o fantasma da moça tudo ouvirá em silêncio o ruído pequeno.”

Nasce no Recife, em 15 de março de 1900, Gilberto Freyre, filho do Dr. Alfredo Freyre — educador, Juiz de Direito e catedrático

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de Economia Política da Faculdade de Direito do Recife — e de D. Francisca de Mello Freyre Inicia seus estudos frequentando o Jardim da Infância do Colégio Americano Gilreath, em 1908. Faz seu primeiro contato com a literatura através das Viagens de Gulliver. Mas, apesar de seu interesse, não consegue aprender a escrever, fazendo-se notar pelos desenhos. Toma aulas particulares com o pintor Telles Júnior, que reclama contra sua insistência em deformar os modelos. Começa a aprender a ler e escrever em inglês com Mr. Williams, que elogia seus desenhos. Em 1909 falece sua avó materna, que viva a mimá-lo por supor ser o neto retardado, pela dificuldade em aprender a escrever. Ocorrem suas primeiras experiências rurais de menino de engenho, nessa época, quando passa temporada no Engenho São Severino do Ramo, pertencente a parentes seus. Mais tarde escreverá sobre essa primeira experiência numa de suas melhores páginas, incluída em Pessoas, Coisas & Animais. Nas férias de 1911 passa seu primeiro verão na praia de Boa Viagem, onde escreve um soneto camoniano e enche muitos cadernos com desenhos e caricaturas. Em 1914, ensina Latim, que aprendeu com o próprio pai, conhecido humanista recifense. Toma parte ativa nos trabalhos da sociedade literária do colégio. Torna-se redator-chefe do jornal impresso do colégio: O Lábaro. Em 1915, tem lições particulares de Francês com Madamme Meunieur. Corresponde-se, em 1916, com o jornalista paraibano Carlos Dias Fernandes, que o convida a proferir palestra na capital do Estado, João Pessoa. Seu pai não apreciava Carlos Dias Fernandes, pela vida

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boêmia que levava. Mesmo assim Gilberto Freyre viaja autorizado pela mãe e lê no Cine-Teatro Pathé sua primeira conferência pública, dissertando sobre Spencer e o problema da educação no Brasil. O texto foi publicado no jornal O Norte, com elogios de Carlos Dias Fernandes. É eleito presidente do Clube de Informações Mundiais, fundado pela Associação Cristã de Moços do Recife. Em 1917, conclui o curso de Bacharel em Ciências e Letras do Colégio Americano Gilreath. Eleito orador da turma, cujo paraninfo é o historiador Oliveira Lima, desde então seu amigo, faz-se notar pelo discurso que profere. Começa a estudar grego. Torna-se membro da Igreja Evangélica, desagradando a mãe e a família católica. Segue, no início do ano de 1918, para os Estados Unidos, fixando-se em Waco (Texas) para matricular-se na Universidade de Baylor. Inicia sua colaboração no Diário de Pernambuco, com uma série de cartas intituladas “Da outra América”. No ano de 1919, naquela Universidade, auxilia o geólogo John Casper Branner no preparo do texto português da “Geologia do Brasil”. Ensina francês a jovens oficiais norte-americanos convocados para a guerra. Estuda Literatura com A. J. Armstrong, professor de literatura e crítico literário especializado na filosofia e na poesia de Robert Browning. Escreve os primeiros artigos em inglês publicados por um jornal de Waco. Divulga suas primeiras caricaturas. Conhece pessoalmente, em 1920, por intermédio do professor Armstrong, o poeta irlandês William Butler Yates, os “poetas novos” dos Estados Unidos: Vachel Lindsay, Amy Lowell e outros. Escreve em inglês um estudo sobre Amy Lowell. Como estudante de Sociologia, faz pesquisas sobre a vida dos negros de Waco e dos mexicanos marginais do Texas. Conclui, na Universidade de Baylor, o curso de Bacharel em

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Artes, mas não comparece à solenidade da formatura: contra as praxes acadêmicas, a Universidade envia-lhe o diploma por intermédio de um portador. Segue para Nova Iorque e ingressa na Universidade de Colúmbia. A Academia Pernambucana de Letras, por proposta de França Pereira, elege-o sócio-correspondente, em 05 de junho desse ano. Segue, em 1921, na Faculdade de Ciências Políticas (inclusive as Ciências Sociais Judiciais) da Universidade de Colúmbia, cursos de graduação e pós-graduação. Conhece pessoalmente Rabindranath Tagore e o Príncipe de Mônaco. A convite de Amy Lowell, visita-a em Boston. Segue, na Universidade de Colúmbia, o curso do Professor Zimmern, da Universidade de Oxford, sobre a escravidão na Grécia. Visita a Universidade de Harvard e o Canadá. É hóspede da Universidade de Princeton, como representante dos estudantes da América Latina que ali se reúnem em congresso. Torna-se editor-associado da revista El Estudiante Latino-Americano, publicada mensalmente em Nova Iorque pelo Comitê de Relações Fraternais entre Estudantes Estrangeiros. Publica diversos artigos no referido periódico. Defende, em 1922, tese para o grau de M.A. (Magister Artium ou Master of Arts) na Universidade de Colúmbia intitulada Social life in Brazil in the middle of the 19th Century, publicada em Baltimore pela Hispanic American Historical Review e recebida com elogios pelos professores Haring Shepherd, Robertson, Martin, por Oliveira Lima e H. L. Mencken, que aconselha o autor a expandir o trabalho em livro. Deixa de comparecer à cerimônia de formatura, seguindo imediatamente para a Europa, onde recebe o diploma, enviado pelo Reitor Nicholas Murray Butler. Visita a França, a Alemanha, a Bélgica, tendo antes estado na Inglaterra. Visita, também, a Espanha e conhece Portugal. Convive

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com Vicente do Rego Monteiro e com outros artistas modernistas brasileiros como Tarsila do Amaral e Brecheret. Na Alemanha conhece o Expressionismo, na Inglaterra, o ramo inglês do Imagismo, já seu conhecido nos Estados Unidos. Na França, o anarco-sindicalismo de Sorel e o federalismo monárquico de Maurras. Vem o ano de 1923 e ele continua em Portugal, onde conhece João Lúcio de Azevedo, o Conde de Sabugosa, Fidelino de Figueiredo, Joaquim de Carvalho, Silva Gaio. Regressa ao Brasil e volta a colaborar no Diário de Pernambuco. Da Europa escreve artigos para a Revista do Brasil (São Paulo), a pedido de Monteiro Lobato. Retorna ao Brasil em 1924 e reintegra-se no Recife, onde conhece José Lins do Rego, incitando-o a escrever romances, em vez de artigos políticos. Funda-se no Recife, a 28 de abril o “Centro Regionalista do Nordeste”, com Odilon Nestor, Amaury de Medeiros, Alfredo Freyre, Antônio Inácio, Morais Coutinho, Carlos Lyra Filho, Pedro Paranhos, Júlio Bello e outros. Excursões pelo interior do Estado de Pernambuco e pelo Nordeste com Pedro Paranhos, Júlio Bello (que a seu pedido escreveria as Memórias de um senhor de engenho) e seu irmão Ulysses Freyre. Lê, na capital do Estado da Paraíba conferência publicada no mesmo ano: “Apologia pro generatione sua”. Encarregado pela direção do Diário de Pernambuco, em 1925, organiza o livro comemorativo do primeiro centenário de fundação do referido jornal: Livro do Nordeste, onde foi publicado pela primeira vez o poema modernista de Manuel Bandeira “Evocação do Recife”, escrito a seu pedido. O Livro do Nordeste consagrou, ainda, o até então desconhecido pintor Manoel Bandeira e publica desenhos modernistas de Joaquim Cardozo e Joaquim do Rego Monteiro. Lê na Biblioteca

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Pública do Estado de Pernambuco uma conferência sobre Dom Pedro II, publicada no ano seguinte. Conhece, em 1926, a Bahia e o Rio de Janeiro, onde faz amizade com o poeta Manuel Bandeira, os escritores Prudente de Morais Neto (Pedro Dantas), Rodrigo M. F. de Andrade, Sérgio Buarque de Holanda, o compositor Villa-Lobos. Por intermédio de Prudente, conhece Pixinguinha, Donga e Patrício e se inicia na nova música popular brasileira em noitadas boêmias. Escreve um poema longo, modernista ou imagista e ao mesmo tempo regionalista e tradicionalista, do qual Manuel Bandeira dirá depois que é um dos mais saborosos do ciclo das cidades brasileiras: “Bahia de todos os santos e de quase todos os pecados” (publicado no Recife, no mesmo ano, em edição daRevista do Norte, reeditado, em 20 de junho de 1942, na revista O Cruzeiro e incluído no livro Talvez poesia). Segue para os Estados Unidos como delegado do Diário de Pernambuco ao Congresso Pan-Americano de Jornalistas. É convidado para redator-chefe do mesmo jornal e para oficial de gabinete do Governador eleito de Pernambuco, então vice-presidente da República. Colabora (artigos humorísticos) na Revista do Brasil com o pseudônimo de J. J. Gomes Sampaio. Publica-se no Recife a conferência lida, no ano anterior, na Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco: “A propósito de Dom Pedro II” (edição da Revista do Norte; incluída, em 1944, no livro Perfil de Euclydes e outros perfis). Promove no Recife o 1º Congresso Brasileiro de Regionalismo. Em 1927, assume o cargo de oficial de gabinete do novo Governador de Pernambuco, Estácio de Albuquerque Coimbra, casado com a prima de Alfredo Freyre, Joana Castelo Branco de Albuquerque Coimbra.

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Dirige, em 1928,a pedido de Estácio Coimbra, o jornal A Província, onde passam a colaborar os escritores novos do Brasil. Publica no mesmo jornal artigos e caricaturas com diferentes pseudônimos: Esmeraldino Olímpio, Antônio Ricardo, Le Moine, J. Rialto e outros. Nomeado pelo Governador Estácio Coimbra, por indicação do diretor A. Carneiro Leão, torna-se professor da Escola Normal do Estado de Pernambuco: primeira cadeira de Sociologia que se estabelece no Brasil com moderna orientação antropológica e pesquisas de campo. Acompanhando Estácio Coimbra ao exílio, em 1930, em viagem por mar que começou na Bahia, conhece parte do continente africano (Dacar, Senegal) e inicia, em Lisboa, as pesquisas e estudos em que se basearia Casa-grande & senzala (“Em outubro de 1930 ocorreu-me a aventura do exílio. Levou-me primeiro à Bahia: depois a Portugal, com escala pela África. O tipo de viagem ideal para os estudos e as preocupações que este ensaio reflete”, como escreverá no prefácio do mesmo livro) A convite da Universidade de Stanford, em 1931, segue para os Estados Unidos, como professor extraordinário daquela Universidade. Volta, no fim do ano, para a Europa, demorando-se na Alemanha, em novos contatos com seus museus de antropologia, de onde regressa ao Brasil. Continua, no Rio de Janeiro, em 1932, as pesquisas para a elaboração de Casa-grande & senzala, em bibliotecas e arquivos. Recusando convites para empregos que lhe foram feitos pelos membros do novo governo brasileiro — um deles José Américo de Almeida — vive, então, com grandes dificuldades financeiras, hospedando-se em casas de amigos e em pensões baratas do então Distrito Federal. Estimulado pelo seu amigo Rodrigo M. F. de Andrade, contrata com o poeta Augusto Frederico Schmidt — editor à época — a publicação do livro por 500

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mil reis mensais, que recebe com irregularidades constantes. Regressa ao Recife, onde continua a escrever Casa-grande & senzala, na casa do seu irmão Ulysses Freyre. Em 1933, conclui o livro, enviando os originais ao editor Schmidt, que o publica em dezembro. A pedido dos alunos da Faculdade de Direito do Recife, em 1935, e por designação do Ministro da Educação, inicia na referida escola superior um curso de Sociologia com orientação antropológica e ecológica. Segue, em setembro, para o Rio de Janeiro, onde, a convite de Anísio Teixeira, dirige na Universidade do Distrito Federal o primeiro curso de Antropologia Social e Cultural da América Latina. Publica-se no Recife (Edições Mozart) o livro Artigos de jornal. Profere, a convite de estudantes paulistas de Direito, no Centro XI de Agosto, da Faculdade de Direito de São Paulo, a Conferência “Menos Doutrina mais Análise”, tendo sido saudado pelo estudante Osmar Pimentel. Publica-se no Rio de Janeiro (Companhia Editora Nacional, volume 64 da coleção Brasiliana), em 1936, o livro que é uma continuação da série iniciada com Casa-grande & senzala: Sobrados e mocambos. Viaja à Europa, visitando a França e Portugal. É nomeado, em 1938, membro da Academia Portuguesa de História pelo presidente Oliveira Salazar. Segue para os Estados Unidos como lente extraordinário da Universidade de Colúmbia, onde dirige seminário sobre Sociologia e História da Escravidão. Publica-se no Rio de Janeiro (Serviço Gráfico do Ministério da Educação e Saúde) o livro Conferência na Europa. Em 1939 faz sua primeira viagem ao Rio Grande do Sul. Segue, depois para os Estados Unidos, como professor extraordinário da Universidade de Michigan. Publica-se no Rio de Janeiro (José Olympio)

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a primeira edição do livro Açúcar (um livro de receitas) e, no Recife (edição do autor, para bibliófilos), Olinda, 2º guia prático, histórico e sentimental da cidade brasileira. Publica-se em Nova Iorque (Instituto de las Españas en los Estados Unidos) O Escritor Gilberto Freyre, vida y obra., do historiador Lewis Hanke. No ano de 1941, casa-se no Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro com a senhorita Maria Magdalena Guedes Pereira. Viaja ao Uruguai, Argentina e Paraguai. Torna-se colaborador de La Nación (Buenos Aires), dos Diários Associados, do Correio da Manhã e de A Manhã (Rio de Janeiro). Publica-se no Recife (Sociedade de Neurologia, Psiquiatria e Higiene Mental do Nordeste) a conferência “Sociologia, Psicologia e Psiquiatria”, depois expandida e incluída no livro Problemas brasileiros de antropologia e contribuição para uma Psiquiatria social brasileira que seria destacada pela Sorbonne ao doutourá-lo H.C. Publica-se no Rio de Janeiro (Casa do Estudante do Brasil) e em Buenos Aires, a conferência “Atualidade de Euclydes da Cunha” (incluída, em 1944, no livro Perfil de Euclydes e outros perfis). Ao ensejo da publicação, no Rio de Janeiro (José Olympio), do livro Região e tradição, recebe homenagem de grande número de intelectuais brasileiros, com um almoço no Jóquei Clube, em 26 de junho, do qual foi orador o jornalista Dario de Almeida Magalhães. Em 1942, é preso no Recife, por ter denunciado, em artigo publicado no Rio de Janeiro, atividades nazistas e racistas no Brasil, inclusive as de um padre alemão a quem foi confiada, pelo governo do Estado de Pernambuco, a formação de jovens escoteiros. Juntamente com seu pai, reage à prisão, quando levado para “a imunda Casa de Detenção do Recife”, sendo solto, no dia seguinte, por interferência direta do seu amigo General Góes Monteiro. Recebe convite da Universidade de Yale

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para ser professor de Filosofia Social, que não pôde aceitar. É eleito para o Conselho Consultivo da American Philosophical Association. É designado pelo Conselho da Faculdade de Filosofia da Universidade de Buenos Aires “Adscrito Honorário” de Sociologia e eleito membro correspondente da Academia Nacional de História do Equador. Publica-se em Buenos Aires (Comisión Revisora de Textos de História y Geografia Americana) a primeira edição de Casa-grande & senzala em espanhol, com introdução de Ricardo Saenz Hayes. Publicam-se no Rio de Janeiro (José Olympio) o livro Ingleses e a segunda edição de Guia prático, histórico e sentimental da cidade do Recife. A Casa do Estudante do Brasil divulga, em segunda edição, a conferência “Uma cultura ameaçada: a luso-brasileira”, proferida no Gabinete Português de Leitura do Recife(1940). Em 1944, visita Alagoas e Paraíba, a convite de estudantes desses Estados. Lê na Faculdade de Direito de Alagoas conferência sobre Ulysses Pernambucano, publicada no ano seguinte. Deixa de colaborar nos Diários Associados e em La Nación, em virtude da violação e extravio constantes de sua correspondência. Em 9 de junho de 1944, comparece à Faculdade de Direito do Recife, a convite dos alunos dessa escola, para uma manifestação de regozijo em face da invasão da Europa pelos exércitos aliados. Lê em Fortaleza a conferência “Precisa-se do Ceará”. Segue para os Estados Unidos, onde lê, na Universidade do Estado de Indiana, 6 conferências promovidas pela Fundação Patten e publicadas no ano seguinte, em Nova Iorque, no livro Brazil: an interpretation. Publicam-se no Rio de Janeiro os livros Perfil de Euclydes e outros perfis (José Olympio), Na Bahia em 1943 (edição particular) e a segunda edição do guia Olinda. A Casa do Estudante do Brasil publica, no Rio de

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Janeiro, o livro Gilberto Freyre, de Diogo Melo Menezes, com prefácio consagrador de Monteiro Lobato. Toma parte ativa, em 1945, ao lado dos estudantes do Recife, na campanha pela candidatura do Brigadeiro Eduardo Gomes à presidência da República. Fala em comícios, escreve artigos, anima os estudante na luta contra a Ditadura. No dia 3 de março, por ocasião do primeiro comício daquela campanha no Recife, começa a discursar, na sacada da redação do Diário de Pernambuco, quando tomba a seu lado, assassinado pela Polícia Civil do Estado, o estudante de Direito Demócrito de Sousa Filho. A UDN oferece, em sua representação na futura Assembléia Nacional Constituinte, um lugar aos estudantes do Recife e estes preferem que seu representante seja Gilberto Freyre. A Polícia Civil do Estado de Pernambuco empastela e proíbe a circulação do Diário de Pernambuco, impedindo-o de noticiar a chacina em que morreram o estudante Demócrito e um popular. Com o jornal fechado, o retrato de Demócrito é inaugurado na redação, com memorável discurso de Gilberto Freyre: “Quiseram matar o dia seguinte” (cf. Diário de Pernambuco 10 abr. 1945). Em 9 de junho, comparece à Faculdade de Direito do Recife, como orador oficial da sessão contra a Ditadura. Publicam-se no Recife (União dos Estudantes de Pernambuco) o opúsculo de sua autoria em apoio à candidatura Eduardo Gomes: Uma campanha maior do que a da Abolição e a conferência lida, no ano anterior, em Maceió: Ulysses. Publica-se em Fortaleza (edição do autor) O Escritor Gilberto Freyre e alguns aspectos da antropossociologia no Brasil, de autoria do médico Aderbal Sales. Publica-se em Nova Iorque (Knopf) o livro Brazil: an interpretation. Eleito deputado federal, em 1946, segue para o Rio de Janeiro, a fim de tomar parte nos trabalhos da Assembléia Constituinte. Em 17 de

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junho, profere discurso de críticas e sugestões ao projeto da Constituição, publicado em opúsculo: “Discurso pronunciado na Assembléia Nacional Constituinte”. Em 22 de junho lê no Teatro Municipal de São Paulo, a convite do Centro Acadêmico “XI de Agosto”, conferência publicada no mesmo ano pela referida organização estudantil: “Modernidade e modernismo na arte política”. Em 16 de julho, lê na Faculdade de Direito de Belo Horizonte, a convite de seus alunos, conferência publicada no mesmo ano: “Ordem, liberdade, mineiridade”. Em agosto inicia colaboração no Diário Carioca. Em 29 de agosto, profere na Assembléia Constituinte outro discurso de crítica ao projeto da Constituição. Em novembro, a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados indica, com aplauso do escritor Jorge Amado, membro da Comissão, o nome de Gilberto Freyre para o Prêmio Nobel de Literatura de 1947, com o apoio de numerosos intelectuais brasileiros. Publica-se no Rio de Janeiro a 5ª edição de Casa-grande & senzala e em Nova Iorque (Knopf) a edição do mesmo livro em inglês: The masters and the slaves. A convite da Unesco, em 1948, toma parte, em Paris, no conclave de 8 notáveis cientistas e pensadores sociais reunidos pela referida organização das Nações Unidas por iniciativa do então diretor Julian Huxley para estudar as “Tensões que afetam a compreensão internacional”: trabalho em conjunto depois publicado em inglês e francês. Lê, no Ministério das Relações Exteriores, a convite do Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (Comissão nacional da Unesco) conferência sobre o conclave de Paris. Repete na Escola do Estado-Maior do Exército a conferência lida no Ministério da Relações Exteriores. Em 11 de setembro de 1950, inicia colaboração diária no Jornal Pequeno, do Recife, sob o título “Linha de fogo” em prol da candidatura João Cleofas ao Governo do Estado de Pernambuco. Tem ativa vida

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parlamentar, proferindo inúmeros discursos. Em 08 de novembro despede-se de seus pares por não ter sido reeleito. Publica-se em Urbana (University of Illinois Press) O Escritor coletiva Tensions that cause wars, contendo as contribuições dos 8 cientistas sociais reunidos pela Unesco, em Paris, no ano de 1948. Contribuição de Gilberto Freyre : “Internationalizing Social Sciences”. Publicam-se no Rio de Janeiro (José Olympio) a primeira edição do livro Quase política e a sexta deCasagrande & senzala. Em 1951, publicam-se no Rio de Janeiro (José Olympio) novas edições de Nordeste e de Sobrados e mocambos (esta refundida e acrescida de 5 novos capítulos). A convite na Universidade de Londres, escreve, em inglês, estudo sobre a situação do professor no Brasil, publicado, no mesmo ano, pelo Year Book of Education. Publica-se em Lisboa (livros do Brasil) a edição portuguesa de Interpretação do Brasil. Em 1954 é escolhido pela Comissão das Nações Unidas para o estudo da Situação Racial na União Sul-Africana e apresenta à Assembléia Geral da ONU um estudo por ela publicado no mesmo ano: Elimination des conflits et tensions entre les races. Publica-se no Rio de Janeiro a 8ª edição de Casa-grande & senzala e em Milão (Fratelli Bocca), a primeira edição, em italiano, de Interpretazione del Brasile. Em agosto é encenada no Teatro Santa Isabel a dramatização de Casa-grande & senzala, feita por José Carlos Cavalcanti Borges. Viaja pela Europa, em 1960, nos meses de agosto e setembro, lendo conferências em universidades francesas, alemãs, italianas e portuguesas. Publica-se em Lisboa (Livros do Brasil) o livro Brasis, Brasil e Brasília, e no Rio de Janeiro (José Olympio) a 3ª edição do livro Olinda.

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Publica-se em Tóquio (Ministério da Agricultura do Japão, série de “Guias para os emigrantes em países estrangeiros”), em 1961, a edição japonesa de New world in the tropics: Atsuitai no sin sekai. Publica-se em Lisboa (Comissão Executiva das Comemorações do V Centenário da Morte do Infante Dom Henrique) - em português, francês e inglês - o livro O luso e o trópico: Les portugais et les tropiques e The Portuguese and the tropics (edições separadas). Publica-se no Recife (Imprensa Universitária) o livro Sugestões de um novo contato com universidades européias; no Rio de Janeiro (José Olympio) a terceira edição brasileira de Sobrados e mocambos e a 10ª edição brasileira (11ª em língua portuguesa) de Casa-grande & senzala. Realiza diversas conferências no Brasil e no exterior. Em fevereiro de 1962, a Escola de Samba da Mangueira desfila, no Carnaval do Rio de Janeiro, com enredo inspirado por Casa-grande & Senzala. Em agosto é admitido pelo Presidente da República como Comandante do corpo de graduados da Ordem do Mérito Militar. Em novembro, dirige na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra um curso de seis lições sobre Sociologia da História. Em 19 de novembro recebe o grau de Doutor honoris causa pela Faculdade de Letras de Coimbra. Publicam-se no Rio de Janeiro (José Olympio) os livros Talvez poesia e Vida, forma e cor, a 2ª edição de Ordem e progresso e a terceira de Sociologia; em São Paulo (Livraria Martins Editora) o livro Arte, ciência e trópico; em Lisboa (Livros do Brasil) as edições portuguesas de Aventura e rotina e de Um brasileiro em terras portuguesas. Publica-se no Rio de Janeiro (José Olympio) O Escritor coletiva Gilberto Freyre: sua ciência, sua filosofia, sua arte (ensaios sobre o autor de Casa-grande & senzala e sua influência na moderna cultura do Brasil, comemorativos do 25º aniversário da publicação desse seu livro).

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Em 9 de novembro de 1965, gradua-se, in absentia, Doutor pela Universidade de Paris (Sorbonne). A consagração cultural pela Sorbonne juntou-se à recebida das Universidades da Colúmbia e de Coimbra e às quais se juntaram as de Sussex (Inglaterra) e Münster(Alemanha). Publica-se em Berlim (Kiepenheur & Witsch) a primeira edição de Casa-grande & senzala em alemão: Herrenhans und Sklavenhutte; ein bild der Brasihanischen gesellschaft. Por solicitação das Nações Unidas, apresenta ao “United Nations Human Rights Seminaron Apartheid” (realizado em Brasília, de 23 de agosto a 5 de setembro de 1966) um trabalho de base sobre “Race mixture and cultural interpenetration: the Brazilian example”. Por sugestão sua, funda-se na Universidade Federal de Pernambuco. Publica-se em Barnet, Inglaterra Universidade de Colúmbia pelo The racial factor in contemporary politics; no Recife (Governo do Estado de Pernambuco) o primeiro tomo da 14ª edição brasileira (15ª em língua portuguesa) de Casa-grande & senzala (edição popular); e no Rio de Janeiro (José Olympio) a 15ª edição brasileira do mesmo livro. Em 1968, viaja à Alemanha Ocidental, onde recebe o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Münster por seu O Escritor comparada à de Balzac. Publica-se em Lisboa (Academia Internacional da Cultura Portuguesa) o livro em 2 volumes, Contribuição para uma sociologia da biografia: o exemplo de Luiz de Albuquerque, governador de Mato Grosso no fim do século XVIII. Publica-se no Distrito Federal (Editora Universidade de Brasília) o livro Como e porque sou e não sou sociólogo; e no Rio de Janeiro (Gráfica Record Editora) as segundas edições dos livros Região e tradição e Brasis, Brasil e Brasília. Ainda no Rio de Janeiro, publica-se (José Olympio) as quartas edições dos livros Guia prático, histórico e sentimental da cidade do Recife e Olinda, 2º Guia prático, histórico e sentimental de cidade brasileira.

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Completa setenta anos de idade residindo na província e trabalhando como se fosse um intelectual ainda jovem: escrevendo livros, colaborando em jornais e revistas nacionais e estrangeiros, dirigindo cursos, proferindo conferências, presidindo o Conselho Diretor e animando as atividades do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, presidindo o Conselho Estadual de Cultura, dirigindo o Centro Regional de Pesquisas Educacionais e o Seminário de Tropicologia da Universidade Federal de Pernambuco, comparecendo às reuniões mensais do Conselho Federal de Cultura e atendendo a convites de universidades européias e norte-americanas. Em 1974, recebe em São Paulo o troféu Novo Mundo conferido pelo Centro de Artes Novo Mundo. A 29 de agosto a Universidade Federal de Pernambuco inaugura no saguão da Reitoria uma placa comemorativa dos 40 anos deCasa-grande & senzala. A 12 de outubro recebe a Medalha de Ouro José Vasconcelos, outorgada pela Frente de Afirnación Hispanista do México. O cineasta Geraldo Sarno realiza documentário de 5 minutos intitulado “Casa-grande & senzala”, de acordo com uma idéia de Aldous Huxley. O editor Alfred A. Knopf publica em Nova York O Escritor The Gilberto Freyre Reader. Recebe em 15 de outubro de 1975, do Sindicato dos Professores do Ensino Primário e Secundário de Pernambuco e da Associação dos Professores do Ensino Oficial, o título de Educador do Ano, por relevantes serviços prestados à comunidade nordestina no campo da Educação e da Pesquisa Social. O Instituto do Açúcar e do Álcool lança em 15 de novembro o Prêmio de Criatividade Gilberto Freyre, para os melhores ensaios sobre aspectos sócio-econômicos da zona canavieira do Nordeste. Publicam-se no Rio de Janeiro suas obras Tempo morto e outros tempos (José Olympio), O Brasileiro entre os outros hispanos (idem) e Presença do açúcar na formação brasileira(I.A.A.).

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10. JOSÉ LEITE LOPES

Foto 13 – José Leite Lopes

28/10/1918, Recife (PE) 12/06/2006, Rio de Janeiro (RJ) José Leite Lopes foi fundamental para criação e consolidação da física teórica no Brasil. Participou de articulações para criar o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e outras instituições importantes, como a Comissão Nacional de Energia Nuclear, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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Como pesquisador, destacou-se na área de física de partículas e trabalhou no problema da integração de forças fundamentais da natureza. Por muito pouco ele não chegou à teoria unificada das interações eletromagnéticas e fracas, que deu o prêmio Nobel a Steven Weinberg. Seu principal trabalho na área foi a previsão teórica de um novo tipo de partícula fundamental, o bóson vetorial. Filho de José Ferreira Lopes e de Beatriz Coelho Leite, José perdeu a mãe três dias depois de nascer e junto com os dois irmãos, foi criado pela avó Claudina, a Dona Santa. Em 1935 Leite Lopes ingressou no curso de Química Industrial da Escola de Engenharia de Pernambuco. Em 1937 apresentou no 3o Congresso Sul-Americano de Química, no Rio de Janeiro, um trabalho sobre o mecanismo molecular das reações químicas. No ano de 1940 iniciou o curso de Física da Faculdade Nacional de Filosofia, no Rio de Janeiro. Dois anos depois, foi convidado por Carlos Chagas Filho, com uma bolsa concedida por Guilherme Guinle, a trabalhar no Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). No ano seguinte, com uma bolsa da Fundação Zerrener, Leite Lopes foi para a Universidade de São Paulo (USP), onde aprofundou suas pesquisas. Em 1944, graças a uma bolsa do governo americano, Leite Lopes iniciou o doutorado na universidade de Princeton (EUA). Trabalhou com Joseph M. Jauch, e iniciou o trabalho de tese sob orientação de Wolfgang Pauli, premio Nobel de Física em 1945 e um dos fundadores da Mecânica Quântica. Na universidade, assistiu cursos ministrados por Einstein, Pauli e Reichenbach, entre outros. Em 1946 recebeu o título Ph.D. Retornou ao Rio de Janeiro e assumiu a cátedra interina de Física na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil (FNFi).

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Nos anos de 1946 e 1947, trabalhou nas eliminações de contradições da eletrodinâmica, tendo em vista uma teoria desenvolvida por Mario Schonberg. Leite Lopes manteve a correspondência com Cesar Lattes, que estava trabalhando em Berkeley, na Califórnia. Em 1947 Lattes, Occhialini e Powel anunciaram a descoberta do méson pi, utilizando radiação cósmica incidindo em emulsão nuclear. Aproveitando a notoriedade, Lattes, Leite Lopes e outros pesquisadores resolveram criar um centro de pesquisa. Assim foi criado, em 1949, o CBPF. Nos anos 1949 e 1950, a convite de Robert Oppenheimer e com uma bolsa da Fundação Guggenheim, Leite Lopes foi trabalhar no Instituto de Estudos Avançados de Princeton (EUA). No ano de 1951, viu o Congresso brasileiro aprovar a mensagem do presidente Dutra, propondo a criação do Conselho Nacional de Pesquisas, hoje Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o CNPq, de cuja Seção de Física foi diretor de 1955 a 1961 e, deste ano, até 1964, Membro do Conselho Deliberativo.Durante este período se dedicou à organização do CBPF, como seu Diretor Científico e escreveu livros sobre Física Atômica, Equações Relativísticas e Eletrodinâmica. Leite Lopes foi membro de diversas academias de ciências e recebeu vários convites para trabalhar no exterior. Aceitou, a partir de 1970, o convite da Universidade de Strasbourg, onde permaneceu até 1985 quando foi convidado para dirigir a instituição que havia sido fundada por ele em 1949, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, cargo no qual permaneceu até o ano de 1989. Além de trabalhos originais de pesquisa científica e de filosofia da física, publicou vários livros adotados internacionalmente.

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11. JOSÉ LUIZ LESSA

Foto 14 – José Luiz Lessa

Nascido em 13 de agosto de 1911 no município de Água Preta, Pernambuco, foi empresário e proprietário da Usina Taquara. Em sua vida, atuou na política partidária, tendo sido prefeito de Colônia Leopoldina por dois mandatos. “Em 1971, José Luiz Lessa recebeu o cargo para dirigir a terra que lhe serviu de berço e deixar bem caracterizado o seu devotamento à causa política, herdada certamente dos seus antecessores familiares, tendo em vista haver seu pai, João Luis da Silva e seu tio Joaquim Luiz da Silva, participado deste mutirão cansativo e desgastante, mas honroso e dignificante, desde os primeiros momentos da Vila de Leopoldina. Industrial do açúcar, empresário e grande

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benfeitor do município, sendo destacado pelo preparo e base cultural de que é possuidor. Seu período de governo municipal foi atípico, em razão da diminuição em um ano para que houvesse a coincidência de mandatos em todos os níveis, não vingando tal proposição na esfera federal. Governou até 1973.” (Conforme Everaldo Araújo Silva) Durante este tempo, iniciou a implantação do sistema de saneamento local. Esta visão voltada à saúde, talvez, advenha de sua formação superior em Farmácia.

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12. LUIZ VANDERLEY DE ALMEIDA

Foto 15 – Luiz Vanderley

O cantor e compositor alagoano Luiz Wanderley de Almeida nasceu em Colônia Leopoldina no dia 27 de janeiro de 1931. Seu pai era o sapateiro Manoel “Né” Baliza, conhecido na cidade pelos seus balões juninos. Faleceu no município de Rio Tinto, na Paraíba, em 19 de fevereiro de 1993, sendo seu corpo enterrado no Cemitério Santa Isabel. Sua infância foi marcada pela música nordestina, principalmente no período em que foi acolhido por seu tio, o sanfoneiro João Luiz, um comerciante de alimentos em Colônia Leopoldina. Além de vender arroz e feijão, João Luiz também era proprietário de vários imóveis na Rua da Favadura, atual Rua Genival Rodrigues,

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onde se situavam os cabarés da cidade, inclusive o famoso forró da “Véia Dina”, palco de inúmeras apresentações do sanfoneiro. Assim que atingiu a maioridade, Luiz Wanderley resolveu seguir a carreira artística e, nos primeiros anos da década de 1950, foi morar no Rio de Janeiro, fazendo o mesmo itinerário de muitos nordestinos de sua época. No início não foi fácil a vida do jovem alagoano na “Cidade Maravilhosa”. Para sobreviver trabalhou como alfaiate, sua verdadeira profissão, e passou por muitas dificuldades. Como artista, participava de espetáculos em circos e shows em parques de diversão. Foi assim que o maestro Ubirajara dos Santos o conheceu e lhe fez o convite para ser o cantor da sua orquestra, que se apresentava no Cabaré Novo México, na Lapa. Foi ele também que o encaminhou a Zé Gonzaga, irmão de Luiz Gonzaga, que apresentava o programa Salve o Baião na Rádio Tamoio. Aprovado em teste, foi convidado para fazer uma série de programas na emissora. Em 1952, ano premiado pelos lançamentos dos filmes clássicos Luzes da Ribalta, de Charles Chaplin, e O Maior Espetáculo da Terra, com James Stewart interpretando um palhaço, Luiz Wanderley também ganha seu primeiro registro em disco. Abordando o mesmo tema dos filmes, lança pela gravadora Star O Palhaço Chegou, música de Rosângela de Almeida e Enzo Passos. Levado por Carlos da Rocha para a recém-criada Organização Victor Costa, empresa que daria origem à Rede Globo, assinou contrato, em julho de 1955, por seis meses para atuar nas rádios Mundial e Mayrink Veiga, duas emissoras do grupo. Victor Costa havia criado inicialmente a Sociedade Produções Artísticas Limitada, Socipral, que estabelecia o intercâmbio entre várias

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emissoras paulistas. Depois expandiu seus investimentos adquirindo outras emissoras, entre elas a TV Paulista. Nesse período, tem início a sua projeção como cantor e compositor. Ainda em 1955 gravou pela Polydor o xote “Moça Velha“, composição em parceria com Portela. A outra música do 78 rotações é o baião “Pisa Mulata“, de João do Vale, José Cândido e Ernesto Pires. No ano seguinte, ainda na Polydor, surge o baião “Bebap do Ceará“, de Catulo de Paula e Carlos Galindo, e o rojão “O Segredo da Dança“, de João do Vale, Onaldo Araújo e Vicente Longo Neto. Em 1956, Victor Costa o leva para São Paulo, onde atua nas emissoras de rádio do grupo e na TV Paulista. Gravou, em 1957, o xote “O Cheiro de Carolina“, de Amorim Roxo e Zé Gonzaga, e o samba “Charuto Brabo“, de Talismã e Agenor de Souza e Silva. No mesmo ano gravou o samba “Iracema“, de Adoniran Barbosa. O primeiro sucesso só veio em 1958, com “Forró em Catumbi“, gravado pela Mocambo. Neste mesmo ano, participa de uma série de programas na Rádio Nacional no Rio de Janeiro. Em maio do ano seguinte rompeu o contrato a Rádio Record em São Paulo e foi para a Tupi no Rio de Janeiro, onde participou do Programa Hora Sertaneja. Meses antes também havia trocado de gravadora, deixando a Mocambo e assinando contrato com a Chantecler, que foi a responsável pela gravação dos seus maiores sucessos. Ainda em 1959, gravou o baião “Boi na Cajarana“, da dupla Venâncio e Corumba, o coco “Matuto Transviado“, parceria com João do Vale, e “Baiano Burro Nasce Morto“, de Gordurinha. Além destes três sucessos, gravou ainda o forró “Piada de Papagaio” e o foxtrote “Paulificante“, ambos da dupla Venâncio e Corumba.

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No ano dos seus maiores sucessos, como compositor, Luiz Wanderley teve ainda o seu bolero ”Foges de Mim”, uma parceria com Henzo Passos, gravado por Rinaldo Calheiros pela Colúmbia. Chacrinhatambém gravou, pela Chantecler, a marchinha “Salve-se Quem Puder”, de Miguel Gustavo e Luiz Wanderley. Recomeçando em São Paulo Em entrevista para a Revista Intervalo, em 1969, Luiz Wanderley contou um pouco da sua vida e dos problemas que teve logo após o sucesso de “Baiano Burro Já Nasce Morto”, quando já se achava um vencedor: “Foi sucesso. Aí pensei que estava tudo legal e embarquei para São Paulo. Mas ninguém me dava bola. Decidi dar uma de louco, e só podia ser com outro louco, o Chacrinha. Ele ficou adorando minha onda de ajoelhar e pedir pelo amor de Deus para cantar e defender o pão dos bacuris”. O auditório ria, mas o cachê era pequeno, lembrou. “Apelei para o Sílvio Santos, homem rico e bom. E não é que a turma dele não quis me escalar? Não pensei duas vezes para invadir o palco, no meio do programa no Canal 5, abanando para o público e rindo de ponta a ponta. Foi aquele chuá. O Sílvio me olhou, estranhou, perguntou quem tinha me chamado. Ajoelhei, naquela apelação. O auditório ria, Silvio gostou. Cantei minha “Gemedeira”. Dali para frente, passei a ser a nota pitoresca do programa”. Na entrevista, Luiz Wanderley admite que após o sucesso, “já podia parar com as loucuras, mas se é isso que dá dinheiro…”.

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Nesse período consagrou-se como um artista completo, cantando ou imitando cantores em todos os ritmos, além de contar piadas e fazer humor. Com o nome exposto na TV, Luiz Wanderley voltou a gravar discos e participou de dois filmes, “Vai que é mole“, pela Herbert Richers, onde canta “Mineiro Sabido”, e “Só naquela base”, cantando o rock “Carolina”, ambos em 1960. Na tela, com ele estavam: Jô Soares, Otelo Zeloni, Renata Fronzi, Dercy Gonçalves, Renato Lupo, Grande Otelo, Ankito e outros famosos da época. Ainda em 1960, gravou de sua autoria e Elias Soares o baião “Mineiro Sabido” e o seu batuque “Padroeira do Brasil“. Em 1961, já na RCA Victor, deixou registrada a “Marcha do Berimbau“, dele e de Sebastião Nunes, e o samba “Não Acredito em Ninguém“, também dele com William Duba e Aldacir Louro. Foi em janeiro de 1961 que lançou a música “Terra dos Marechais”, uma homenagem Maceió, capital da sua terra natal, Alagoas. O baião-calipso de sua autoria em parceria com José Batista foi gravado pela Chantecler, e cantava as três mulheres para um homem só em Maceió. Gravou também no mesmo ano o chá-chá-chá “Rei Pelé“, dele com Wilson Batista e Jorge de Castro. Em 1962, gravou os boleros “Amarga Solidão“, de sua autoria, e “Me leva contigo“, em parceria com Luís de Carvalho. Em 1963, gravou pela Philips “Número um“, de Benedito Lacerda e Mário Lago, e “Coronel Limoeiro“, dele e Romário Vanderley. Em 1963, a regravação da sua música “Número um”, em ritmo de bolero, fez muito sucesso no Nordeste, revelando ser um cantor versátil, ao interpretar outros ritmos.

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Como compositor, um de seus principais parceiros foi Elias Soares, com quem compôs, entre outras, os xotes “A Sopinha do Zarur” e “O Cozido do Papai” e a “Marcha do Chacrinha“. Em 1967 lançou pela Polydor o LP “Moço Velho“, um dos mais vendidos naquele ano. Sua “Menina Triste” foi gravada neste mesmo ano pela dupla Deny e Dino. George Freedman gravou ainda “Um Grande Amor”, de Luiz Wanderley e Carlos Imperial. Em 1968 foi a vez dele próprio gravar “Bom-Bocado”. Para mostrar que Luiz Wanderley não fazia “bagunça” somente no palco, em 1969 a Revista Intervalo publicou nota sobre uma reforma que ele teria feito em um apartamento. Segundo a revista, o apartamento ficava no último andar e como o cantor não almoçava em casa, resolveu improvisar uma piscina na área destina à cozinha: arrancou o teto, azulejou toda a área e encheu de água até em cima. O resultado foi a inundação do andar inferior. Ele esqueceu da vedação. Na época desta entrevista, em 1969, estava apresentando “Domingo na Praia”, na TV Bandeirantes em São Paulo. Em 1970, era jurado do programa de TV “Quem tem medo da verdade”. Usava saltos de cinco centímetros de altura, um anel do tamanho de ovo e uma imensa pedra pendurada no pescoço, além de uma peruca que não parava na cabeça. Em 1970, voltou a fazer sucesso e ser lembrado, mas na voz e no arranjo de Tim Maia, que gravou uma versão do grande sucesso “Matuto Transviado“, também conhecido como “Coronel Antônio Bento“. Com a música “Reza ao Padre Cícero”, Luiz Wanderley levou sua versatilidade ao extremo ao inscrevê-la no VII Festival Internacional

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da Canção, em 1972. Foi o único forrozeiro autêntico a participar do FIC em toda sua história. Luiz Wanderley fez escola com seus sapateados e mungangas. É considerado como o precursor do “Forró Buliçoso” e influenciou cantores como Alceu Valença, Sandro Becker, Maciel Melo entre outros. Genival Lacerda, em um momento de nostalgia, comentou: “Acabou-se o Forró como grandes forrozeiros faziam: não há mais um Luiz Wanderley, um Jackson, um Jacinto…”

Obra A marcha do Chacrinha (c/ Elias Soares) A sopinha do Zarur (c/ Elias Soares) Amarga solidão Cara-de-pau (c/ Wilson Batista e Flora Matos) Coronel Limoeiro (c/ Romário Vanderley) Deixa o baiano vivê (c/ Milton Gomes) Eu quero é beliscar (c/ José Batista) Forró na Paraíba (c/ José Ramos) Mané baiano (c/ J. Cavalcanti) Marcha da molecagem (c/ Sebastião Nunes) Marcha do berimbau (c/ Sebastião Nunes) Matuto transviado (c/ João do Vale) Me leva contigo (c/ Luís de Carvalho) Mineiro sabido (c/ Elias Soares) Moça véia (c/ Portela) Não acredito em ninguém (c/ William Duba e Aldacir Louro) O cozido do papai (c/ Elias Soares)

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O homem de Caxias (c/ Elias Soares) O homem do bilhetinho (c/ Wilson Batista e Jorge de Castro) Papa-goiaga (c/ Elias Soares) Pernambuco, você é meu (c/ Elias Soares) Rei Pelé (c/ Wilson Batista e Jorge de Castro) Rosário de amargura (c/ Ari Monteiro) Terra dos marechais (c/ José Batista) Trabalhadores do Brasil (c/ Barbosa da Silva) Turista baiano (c/ Elias Soares) Zé Paraíba (c/ Elias Soares)

Discografia (Sem Data) Canção da angústia/Eu e o mar • Albatroz • 78 (Sem Data) Cara de pau / Segura o homem • Albatroz • 78 (1967) Moço velho • Polydor • LP (1963) Número um/Coronel Limoeiro • Philips • 78 (1962) Amarga solidão/Me leva contigo • RCA Victor • 78 (1961) Brotinho sonhador/Touradas em Madri • RCA Victor • 78 (1961) Marcha do berimbau/Não acredito em ninguém • RCA Victor • 78 (1961) Brigitte Bardot/Rei Pelé • RCA Victor • 78 (1961) Marcha da molecagem/Eu quero é beliscar • Chantecler • 78 (1961) Sistema nervoso/A marcha dos marechais • Chantecler • 78 (1961) Zé Paraíba/Papa goiaba • Chantecler • 78 (1961) Turista baiano/Pernambuco, você é meu • Chantecler • 78 (1961) O homem do bilhetinho/Mané baiano • Chantecler • 78

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(1960) Mineiro sabido/Deixa o baiano vivê • Chantecler • 78 (1960) Padroeira do Brasil/Ogun Beira-mar • Chantecler • 78 (1960) O homem de Caxias/Carolina • Chantecler • 78 (1960) A sopinha do Zarur/O cozido do papai • Chantecler • 78 (1959) Galo velho • Chantecler • 78 (1959) Boi na cajarana/Matuto transviado • Chantecler • 78 (1959) Rosário de amargura/Baiano burro nasce morto • Chantecler • 78 (1959) Piada de papagaio/Paulificante • Chantecler • 78 (1959) Trabalhadores do Brasil/Pagando o pato • Chantecler • 78 (1957) O cheiro de Carolina/Charuto brabo • Polydor • 78 (1957) Que vontade de comer goiaba/Iracema • Polydor • 78 (1957) Forró de Caxias/Péssimo defeito • Mocambo • 78 (1957) Coco do “F”/Forró na Paraíba • Mocambo • 78 (1956) Bebap do Ceará/O segredo da dança • Polydor • 78 (1956) Garota marota/Esquenta o couro • Polydor • 78 (1955) Moça véia/Pisa mulata • Polydor • 78 (1952) O palhaço chegou • Star • 78

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13. MILTON SANTOS (1926 / 2001)

Foto 16 – Milton Santos

O Prof. Dr. Milton Santos (Milton de Almeida Santos ou Milton Almeida dos Santos), nasceu em Brotas de Macaúbas, no interior da Bahia, no dia 03 de Maio de 1926. Geógrafo e livre pensador brasileiro, homem amoroso, afável, fino, discreto e combativo, dizia que a maior coragem, nos dias atuais, é pensar, coragem que sempre teve. Doutor honoris causa em vários países, ganhador do prêmio Vautrin Lud, em 1994 ( o prêmio Nobel da geografia), professor em diversos países (em função do exílio político causado pela ditadura de 1964), autor de cerca de 40 livros e membro da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, entre outros. O Prof. Milton Santos formou-se em Direito no ano de 1948, pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), foi professor em Ilhéus e Salvador, autor de livros, que surpreenderam os geógrafos brasileiros e de todo o mundo, pela originalidade e audácia: “O Povoamento da

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Bahia” (48), “O Futuro da Geografia” (53), “Zona do Cacau” (55) entre muitos outros. Em 1958, já voltava da Universidade de Estrasburgo, da França, com o doutorado em Geografia, trabalhou no jornal “A Tarde” e na CPE (Comissão de Planejamento Econômico-BA), precursora da Sudene, foi preso em 1964 e exilado. Passou o período entre 1964 a 1977 ensinando na França, Estados Unidos, Canadá, Peru, Venezuela, Tânzania; escrevendo e lutando por suas idéias. Foi o único brasileiro e receber um “prêmio Nobel”, o Vautrin Lud, que é como um Nobel de Geografia. Outras de suas magistrais obras são: “Por Uma Outra Globalização” e “Território e Sociedade no Século XXI” (editora Record). Milton Santos, este grande brasileiro, morreu em São Paulo-SP, no dia 24 de Junho de 2001, aos 75 anos, vítima de câncer. Prof. Milton Santos: Pensamento de Combate (por Cláudio Cordovil ) Um momento de vida inteligente na televisão brasileira. A entrevista do geógrafo Milton Almeida dos Santos, exibida anos atrás no programa Roda Viva (uma produção da TV Cultura, retransmitida pela TVE), revelou a milhares de telespectadores o vigor do pensamento de um dos mais respeitados intelectuais brasileiros. Professor titular da USP e considerado por seus pares um dos mais conceituados geógrafos vivos do mundo, Milton Santos quase se compara ao intelectual americano Noam Chomsky, em termos de radicalidade de sua original reflexão de resistência em tempos de “pensamento único”. Com 12 títulos de doutor honoris causa de respeitadas universidades estrangeiras, esse baiano afável é um escritor prolífico, com mais de 40 livros publicados. Homem que sempre cultivou mais discípulos do que parceiros, pelo grosso calibre de suas denúncias da cooptação de intelectuais que emudecem diante das tentações do mercado e dos riscos da globalização. Milton

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Santos foi o único estudioso fora do mundo anglo-saxão a receber o que pode ser considerado o Nobel da Geografia pelo conjunto de sua obra o prêmio Vantrin Lud. Durante a exibição de sua entrevista no Roda Viva, os telefones do programa não pararam de tocar. “Muitas pessoas ligaram emocionadas e entusiasmadas, vibrando e agradecendo a emissora pela transmissão. O teor das declarações do público se assemelhou ao verificado com a entrevista de Noam Chomsky”, comenta Marco Nascimento, diretor de jornalismo da TV Cultura. # - Em ENTREVISTA NO PROGRAMA RODA VIDA, o senhor afirmou que observamos atualmente uma capitulação dos intelectuais brasileiros diante da situação do país. Como define essa capitulação? * A capitulação dos intelectuais é um fenômeno internacional já antigo e que se agravou com a globalização. Isso de alguma maneira perdura com a democracia de mercado de hoje. A intelectualidade brasileira se organiza através de grupos fechados que necessitam mais de fazer pressão, para sobreviver, do que de se reunir para pesquisar. Por isso tendem a se aproximar do establishment, o que reduz a sua força de pensamento, imaginação e crítica. Isso equivale a capitular. No Brasil, há exceções, mas essa síndrome precisa de uma cura urgente. # - Em uma de suas declarações mais contundentes no programa Roda Viva, o senhor afirmou que o pobre é neste momento o único ator social no Brasil com o qual podemos aprender algo de verdadeiro. Poderia explicar? * Em A natureza do espaço falo um pouco sobre essa idéia. As classes médias são confortáveis de um modo geral. O conforto cria dificuldades na visão do futuro. O conforto quer estender o presente que está simpático. O conforto, como a memória, é inimigo da descoberta. No caso do Brasil isso é mais grave, porque esse conforto veio com a

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difusão do consumo. O consumo é ele próprio um emoliente, Ele amolece. Os pobres, sobretudo os pobres urbanos, não têm o emprego, mas têm o trabalho, que é o resultado de uma descoberta cotidiana. Esse trabalho raramente é bem pago, enquanto o mundo dos objetos se amplia. # - O senhor fala da sabedoria da escassez... * Exatamente. Fui buscar esse conceito em Sartre, quando ele fala da escassez que joga uma pessoa contra a outra na disputa pelo que é limitado. Essa experiência da escassez é que faz a ponte entre a necessidade e o entendimento. Como a escassez sempre vai mudando, devido a aceleração contemporânea, o pobre acaba descobrindo que não vai nunca morar na Ipanema da novela, que jamais vai alcançar aquelas coisas bonitas que vê. Ele continua vendo, mas está seguro hoje de que não as alcançará. Gostaria de dizer que a classe média já começa a conhecer a experiência da escassez. E isso pode ser bom. Como a classe média, na sua formação, tem uma capacidade de codificação maior, isso vai nos levar a uma precipitação do movimento social, da produção da consciência, ainda que seja de uma maneira incompleta. # - Pesquisa divulgada mês passado na França revelou que 72% dos franceses oscilam entre o medo e a revolta com relação ao atual modelo econômico. Acredita que a situação francesa seja muito distinta da brasileira? Como explica a aprovação popular da política econômica brasileira? * Essa questão pode ser desdobrada em duas. No Brasil, a expansão do consumo veio com o regime autoritário e continua com a democracia de mercado. Por conseguinte, essa expansão do consumo junto a essas duas estruturas de controle faz com que a opinião pública seja amortecida. Há muito mais espaço para o consumidor, esse espaço

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legitimado agora com o código do consumidor, e nada para o cidadão. Dessa forma, torna-se mais fácil aceitar um mundo onde são as coisas que comandam, e não os valores. # - O que acontece no caso do Brasil? * Esse apego enorme às coisas faz com que a coisa mais representativa, que atualmente é o Real, a coisa que faz adquirir coisas, interfira no resultado das pesquisas favoráveis à moeda. Mas, a mesma pessoa que gosta do Real não gosta do desemprego, não gosta da insegurança. De modo que vivemos esse paradoxo que está rebaixado na consciência das pessoas. O que aparece lá em cima é o Real, a satisfação com a moeda, mas há uma infinidade de situações, que não são latentes, mas reais, embora não apareçam como sistema na consciência. Por isso temos a impressão de que o Brasil não está reagindo, mas penso que há um vulcão adormecido. # - Viviane Forrester, em seu best seller francês intitulado O horror econômico, afirma que vivemos no meio de uma “magnífica ilusão”. “Nossos conceitos de trabalho e de desemprego, manipulados por políticos, não tem mais qualquer substância”. Ela anuncia que uma nova civilização já se iniciou e nela só uma pequena parcela da população mundial encontrará trabalho. O que pensa dessa afirmação? * Há anos eu já afirmava que a globalização, tal como era considerada, começa por ser uma fábula. Essa fábula se tornou possível exatamente pela violência da informação. Produzem-se idéias que são impostas. Nesse sentido, o que Forrester afirma a propósito da “magnífica ilusão” me parece correto. Mas é a partir dessa ilusão e dessa fábula que são impostas fórmulas que conduzem os países em sua economia, política e relações sociais. São fábulas perversas, como essa que fazem com que não discutamos a solidariedade. Toda a discussão sobre a previdência

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se faz em bases contábeis e não levando em conta que a nação tem que ser solidária e todos temos de estar juntos. Todos os debates são feitos naturalizando a perversidade, através da naturalização da desigualdade social. É uma tristeza que a discussão sobrfe o desemprego se limite a uma relação mensal de números falsos. # - Como assim? * Vivemos uma fase de politização das estatísticas. Isso se dá de forma descarada no Brasil em todos os campos da vida social e econômica. Há uma distribuição de estatísticas de forma maciça, mas que não permite análise porque não há desagregação que conduz a uma interpretação. a apresentação da estatística já é enviesada. Não se pode atribuir às pesquisas de opinião tão disseminadas hoje em dia a qualidade de fornecer o entendimento das estruturas e processos sociais. A estatística é retrato encomendado de apenas uma parcela do social, mas não é o social. Essas pesquisas têm um papel de deformação da vida política e degradação da vida partidária. Na última campanha foi curioso ver como os candidatos decidiam ir mudando em função das pesquisas. #- Parece que vivemos um paradoxo na era da informação: a sociedade parece cada vez mais opaca, menos decifrável. Temos mais estatísticas, mas entendemos menos a sociedade. A que atribui esse fenômeno? * A violência da informação também se deve ao fato de que a grande indústria da comunicação é extremamente concentrada. Éconcentrada nas mesmas mãos que concentram a competitividade. Esta não tem qualquer finalidade. Até hoje não se descobriu por que as grandes empresas globais competem. Todos os dias nos defrontamos com uma interpretação já feita, mas que é simplista, ilusória e produz

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uma fábula. Isso gera esse efeito de opacidade. Ela é menor nos países onde a figura do cidadão pôde se cristalizar ao longo dos séculos e maior nos países onde a cidadania não se concretizou, como na África e na América Latina. #- A globalização parece haver reduzido a influência dos mercados nacionais que constituíam um dos fundamentos do poder do Estado-nação. O que é feito de noções tão caras à geografia, como Estado, nação e território? * Prefiro dizer que o mercado nacional é o nome fantasia do mercado global. Esse mercado global trabalha com alguns pontos do território e exige que os estados nacionais aparelhem esses pontos. As empresas globais ali se instalam. É nesses pontos privilegiados que elas produzem nacionalmente uma produção global. Mas há também o território: todo o resto utilizado pelas outras empresas e pela maioria esmagadora dos homens que não vivem sem esses território. Podemos encarar de outra maneira a questão do território, do mercado e do Estado nacional. Esse mercado global travestido de mercado nacional não tem um reflexo, nem obrigatório nem imediato, sobre a maior parte da população. Ele se amplia com o desemprego, com a fome, sem que a maior parte da população seja beneficiária, enquanto o mercado territorial é o que tem a ver com a maioria da população e acaba sendo o sustentáculo do Estado. #- No programa Roda Viva o senhor sugeriu que o prefeito Celso Pitta está sofrendo um linchamento, que o senhor parece atribuir ao racismo. E se as denúncias se provarem verdadeiras? Acredita que sua crítica foi feita em momento oportuno? * Na sociedade da informação em que vivemos há linchados e linchados. O caso dos precatórios mostra que há linchamentos de graus

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variáveis. Minha colocação tem um caráter político no sentido maior. Desejo a aceitação mais tranqüila do negro na sociedade brasileira. # - Que dificuldades lhe trazem sua condição de intelectual negro e o tom destoante de seu pensamento no establishment acadêmico? * Pude me manter como outsider. Em que medida ser outsider no meu caso não se deve ao fato de eu ser negro? Os prêmios são um dia e vivem no círculo que sabe deles. A minha vida de todos os dias é a de negro. Como tal, mantenho com a sociedade uma relação de negro. No Brasil, ela não é das mais confortáveis.

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MILTON SANTOS: POR UMA OUTRA GLOBALIZAÇÃO - A DE TODOS Prof. Dr. Délio Mendes Para o mundo intelectual brasileiro entrou em encantamento um dos seus principais pensadores. E se encantou em plena produção, no seu momento mais fértil. Produzia uma crítica à globalização considerando que a mesma tem sido levada a efeito do ponto de vista do capital financeiro. Propunha uma outra globalização. Intelectual estudioso do espaço e do tempo, compreendeu, em seu tempo, o espaço como produção do homem na relação com a totalidade da natureza e a intermediação da técnica. Técnica que corresponde a um tempo determinado pela produção dos homens. Homem do seu tempo, Milton Santos se fez presente em todos os grandes embates intelectuais da última metade do século passado. O seu tempo e o seu espaço foram o tempo e o espaço da globalização. Que ele queria que fosse outra. Ou melhor, a outra, a globalização de todos os excluídos, resgatados em uma sinfonia de humanização. Milton se fez maestro da paz e da felicidade. Felicidade de todos. Buscou uma globalização que unisse todas as mulheres e todos os homens, sob égide do encontro. Conheci Milton, no Recife, em 1978, quando estava às voltas com Pobreza urbana. Inovava ao compreender o mundo formal e informal, como duas faces de um circuito comandado desde a acumulação ampliada do capital.[1] Inovava e agitava. Milton era, sobretudo, um agitador. Agitador de ideias, no melhor sentido de um intelectual da sua estatura. Avesso aos partidarismos, falava da isenção do intelectual para exercitar a crítica. Por isso, sempre esteve radicalmente ao lado do seu povo. Em Pobreza urbana se faz crítico de um debate sobre a

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desigualdade que se presta, mais e muito mais, à louvação mesquinha de intelectuais vazios entre si, do que a colocação correta e crítica dos grandes problemas da exclusão. “Indubitavelmente, o tom de certos trabalhos, nos quais o jogo conhecido das referências recíprocas entre autores “frequentemente substitui uma análise dos fatos, tem contribuído para a perpetuação do debate, que, embora pretenda atacar o problema em profundidade, perde-se numa guerrilha semântica confusa.”[2] Esta crítica direta acompanha uma análise da produção intelectual da pobreza que, segundo Milton, pouco tinha contribuído para a resolução dos problemas da pobreza. Para este jogo de vaidades não se contava com a sua participação. A história do homem, compreendida como a história da superação, faz do autor de Pobreza urbana, um profeta da evolução. “A história do homem sobre a terra é a história de uma ruptura progressiva entre o homem e o entorno. Esse processo se acelera quando, praticamente ao mesmo tempo, o homem se descobre como indivíduo e inicia a mecanização do Planeta, armando-se de novos instrumentos para poder dominá-lo. A natureza artificializada marca uma grande mudança na história da natureza humana. Hoje, com a tecnociência, alcançamos o estágio supremo dessa evolução.”[3] A visão da técnica, do espaço e do tempo, assume, nesta compreensão, um caráter inovador, na medida em que passa a apreender a dimensão da história, da história de temporalidades técnicas que permite produzir uma sociedade determinada, empregando, de acordo com a técnica predominante, uma certa quantidade de trabalho humano. Milton abre o conceito de território, mostrando-o como o lugar do drama social “Bom, há nessa desordem a oportunidade intelectual de nos deixar ver como o território revela o drama da nação, porque ele é, eu creio, muito

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mais visível através do território do que por intermédio de qualquer outra instância da sociedade. A minha impressão é que o território, revela as contradições muito mais fortemente.”[4] Da relação técnica, espaço e tempo, revela-se a história, ou melhor, uma outra história, no palco iluminado expresso no território. Esta outra história aponta para as desigualdades. Faz emergir a exclusão da maioria da população concentrada em um território degradado, onde pobres de todas as naturezas lutam contra todos os carecimentos. Milton se mostra mais crítico no livro recente Por uma outra globalização - do pensamento único à consciência universal[5], onde nos aponta para um mundo de difícil percepção por conta da confusão reinante que nos tem levado à perplexidade. Portanto, toma para análise a realidade relacional do ser humano, e a esta realidade relacional perversa atribui os males revelados pelo território. Não aceita explicações mecanicistas pelo seu caráter insuficiente. Atribuindo ao desenrolar da história, capitaneada por determinados segmentos da sociedade, os males que tornam difícil a vida da maioria das mulheres e dos homens. Coloca na base deste processo confuso a tirania do dinheiro e da informação, transcende a Marx, e o dinheiro passa a produzir dinheiro, dominando o mundo da produção de mercadorias. Especulação, financeirização. A globalização é feita menor, sob a égide dos bancos e dos banqueiros, criando uma fábrica de perversidades. “O desemprego crescente torna-se crônico. A pobreza aumenta e as classes médias perdem em qualidade de vida. O salário médio tende a baixar. A fome e o desabrigo se generalizam em todos os continentes.”[6] Caminhando no terreno da mais valia global, Por uma outra globalização apreende o papel dos intelectuais. Todos trabalhando a ampliação desta mais valia. Trabalhando para ampliar a produtividade

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como se este fosse um trabalho abstrato, e não a produção de urna vantagem para o capital.[7] É preciso reconhecer este momento e a sua peculiaridade. A de ser um momento para o capital. E todas as ações movem-se na direção do reproduzir para os ricos. Entretanto, se esta é uma constatação, não é, felizmente, uma fatalidade. Milton nos aponta para um outro conhecimento. Para a possibilidade de conhecer, para a liberdade do ser humano. Para modificar o mundo. Para que o conhecimento se produza no interior da crítica, sem abstrações alienantes, sem reconhecimentos incompletos que produzem falsas compreensões e encobrem os verdadeiros dramas sociais. E assim, pode-se evitar a espera para que cresça o bolo, evitando a indigência de uma quantidade grande de seres humanos. É o início de uma outra cognoscibilidade do planeta. Um planeta que conta com todas as possibilidades de ser desvendado. Mas, nem sempre o conhecer é possível. A informação nem sempre se propõe a informar, e sim a convencer acerca das possibilidades e das vantagens das mercadorias. “O que é transmitido à maioria da humanidade é, de fato, uma informação manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde.”[8] A contradição se faz e se refaz na impossibilidade de se produzir, de imediato, uma informação libertadora. A alienação é a face que brota aguda da globalização financeira, da globalização do dinheiro. Encantase o mundo. O princípio e o fim são o discurso e a retórica. Então o que fica para o ser comum é a farsa do consumo. Não há referência à transformação do espaço e do tempo. O homem consumidor caminha no espaço do desconhecimento do mundo relacional e do falso e alardeado conhecimento do mundo das mercadorias. O fetiche, como e desde sempre, se realiza no ocultamento do valor de troca e no falso evidenciamento do valor de uso. É a utilidade que aparece, e

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que é proclamada em todo o universo informacional. Fala-se ao peito sangrando das mulheres e homens que não são consumidores. Para a competitividade, tem-se de chamar os consumidores, tem-se que oferecer o melhor, o mais barato, produzido desde a produtividade aumentada pelo trabalho dos intelectuais. Tudo para melhorar a competitividade. Para Milton, a competitividade é ausência de compaixão. Tem a guerra como norma, e privilegia sempre os mais fortes em detrimento dos mais fracos. Busca fôlego na economia e despreza os que pensam mais para além. “Para tudo isso, também contribuiu a perda da influência da filosofia na formulação das ciências sociais, cuja interdisciplinaridade acaba por buscar inspiração na economia.”[9] Esta é uma das mais importantes reflexões levadas a efeito no interior de Por uma outra, na medida em que coloca um ponto focal que não é localizado costumeiramente no campo da ideologia. Cientistas sociais dos mais diferentes matizes sucumbem aos encantos da facilidade dos números e do falso realismo de uma formulação econômica ideologizada, que esquece os seres humanos e os substitui pelas equações e as tabelas estatísticas que ilusionam os dirigentes e metem medo a todos os que não querem padecer no inferno apontado pelos proclamadores da nova única. Se não aceitas as premissas e as evidências das projeções estatísticas da nova única, serás responsável pelo caos que há de vir. Empobrece a ciência social em geral, nada para além da numerologia estatística. Investir nos setores sociais acarreta um custo que o capital não se propõe a pagar, e a ciência se curva, entra em letargia, deixa o mundo nas mãos dos economistas que vão levá-lo adiante de mãos com a lógica da relação produto capital e da competitividade. A ciência humana se faz pobre para interpretar um mundo confuso e conturbado e, desde logo, tudo a ciência econômica. Este enfoque

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modernoso atinge por caminhos nunca dantes navegados a maioria das falas e dos discursos. Grandes farsas são inventadas e reinventadas. O privilégio continua privilegiando o privilegiado. “Os atores mais poderosos se reservam os melhores pedaços do território.”[10] Inclusive do território do pensar para impedir o pensar. Apoderam-se das mentes e dos corações e, por conseqüência, das vidas no pleno movimento da vivência. Tudo isto no mundo da competitividade. A competitividade revela a essência do território, os lugares apontam para as lutas sociais, trazendo a tona virtudes e fraquezas dos atores da vida política e da sociedade. A cidadania se torna menor do que sua percepção. O cidadão pretende transcender o seu espaço primitivo. Todavia, o mundo, expresso desigualmente, não tem como regular os lugares em suas diversidades e, por consequência, a cidadania se faz menor. A desigualdade aponta a impossibilidade da generalização da cidadania. O espaço é esquizofrênico na expressão da exclusão social. Uns homens sentem-se mais cidadãos do que outros. Mas estes homens são apenas consumidores, pois a cidadania depende de sua generalização. Não existem cidadãos num mundo apartado. Não se é cidadão em um espaço onde todos não o são. São consumidores os que expressam direitos e deveres no âmbito do mercado e não no âmbito do espaço público, onde a política é realizada e o poder distribuído. Portanto, este é um mundo de alguns consumidores e poucos, pouquíssimos cidadãos. É preciso construir a cidadania.

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A transição (conclusão) O novo nasce sem que se perceba. Quase na sombra, o mundo muda de maneira imperceptível, todavia constante. Neste início de século, temos a consciência de que estamos vivendo uma nova realidade. As transformações atuais colocam os homens em permanente estado de perplexidade. A poluição e a desertificação se alastram, a super população e as tecno-epidemias etc., tornam o mundo diverso negativamente. A pobreza e a desigualdade, são produtos desta forma da produção do modo civilizatório capitalista. Este novo apresenta diferentes faces. Tudo isto como conseqüência da desestruturação da ordem industrial. O atual período histórico não é apenas a continuação do capitalismo ocidental, é mais. Melhor, é muito mais, é a transição para uma nova civilização. Esta transição que está em curso é preocupante para determinadas sociedades, desprotegidas na guerra das nações pela primazia na história. Milton chama atenção para esta realidade. “No caso do mundo atual, temos a consciência de viver um novo período, mas o novo que mais facilmente apreende-se diz respeito à utilização de formidáveis recursos da técnica e da ciência pelas novas formas do grande capital, apoiado por formas institucionais igualmente novas. Não se pode dizer que a globalização seja, semelhante às ondas anteriores, nem mesmo uma continuação do que havia antes, exatamente porque as condições de sua realização mudaram radicalmente. É somente agora que a humanidade está podendo contar com essa nova realidade técnica, providenciada pelo que se está chamando de técnica informacional. Chegamos a um outro século e o homem, por meio dos avanços da ciência, produz um sistema de técnicas da informação. Estas passam a exercer um papel

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de elo entre as demais, unindo-as e assegurando a presença planetária desse novo sistema técnico.”[11] É necessário, para compreender esse novo, o conhecimento de dois elementos fundamentais na formação social das nações: a formação técnica e a formação política. Uma permite a compreensão dos elementos tecnológicos que formam as composições necessárias à produção, e a outra indica que setores serão privilegiados com a organização possível da produção. “Na prática social, sistemas técnicos e sistemas políticos se confundem e é por meio das combinações então possíveis e da escolha dos momentos e lugares de seu uso que a história e a geografia se fazem e refazem continuamente.”[12] Desde esta compreensão, esta nova sociedade pode, inclusive, abrir uma nova época com a colocação de um novo paradigma social. Este paradigma pode ser posto como: a superação da nação ativa pela nação passiva. Ou melhor, voltando ao velho Marx: a nação em si é superada pela nação para si. Para isto, é necessário que o velho/novo mundo periférico retome um projeto político de independência, fora dos moldes de projetos como o Mercosul, que nada mais representam do que a dependência em bloco, na medida em que este tipo de associação só serve à subserviência coletiva, levando grupos de países periféricos a deixar de submeterem-se isoladamente, para cair em bloco nos ardis do capital financeiro. Finalmente, utilizando a dialética como referência, Milton mostra a batalha travada entre a nação passiva e a nação ativa, em uma transição política que envolve todos os espaços do viver, desde o espaço da vida cotidiana. A nação ativa, ligada aos interesses da globalização perversa, nada cria, nada contribui para a formação do mundo da felicidade, ao contrário da outra nação dita passiva que, a cada momento,

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cria e recria, em condições adversas, o novo jeito de produzir o espaço social, mostrando que a atual forma de globalização não é irreversível e a utopia é pertinente. ” É somente a partir dessa constatação, fundada na história real do nosso tempo, que se torna possível retomar, de maneira concreta, a idéia de utopia e de projeto.”[13] Desde esta compreensão, a globalização é um projeto irreversível da humanidade. Entretanto, não é esta a globalização desejada, e sim uma outra, a de todos. Délio Mendes é Professor Dr. do Departamento de Sociologia da Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP. Texto publicado pela Fundação Joaquim Nabuco, originalmente publicado na Revista Política Democrática, Brasília, Ano 1, n.2, p.191-197, 2001

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14. NÍSIA FLORESTA

Foto 17 – Nísia Floresta

Nísia Floresta Brasileira Augusta (pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto) nasceu em 12 de outubro de 1810, em Papari, Rio Grande do Norte, vindo a falecer em 1885, na França. Seu nome de batismo era Dionísia Gonçalves Pinto. Pode conviver em sua cidade quando seus pais se transferiram para Recife, passando a tomar contatos com acadêmicos da Faculdade de Direito do Recife. Em seguida, passa a viver em Porto Alegre, Rio de Janeiro e, posteriormente, na Europa, com esporádicas passagens pelo Brasil. Foi fundadora, no Rio de Janeiro, do Colégio Augusto onde passou a realizar as suas idéias de educação para mulher. Enquanto a educação da época priorizava a educação da agulha,

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o currículo de sua escola incluía as línguas vivas, inglês, francês... em contraponto à tradição greco-latina dominante. A educação feminina, com Nisia, começa a deixar de ser heresia social. Seus ensinamentos às mulheres resumia-se ao ser simples, natural, modesta, amável, amorosa e obediente aos pais, respeitosa com os idosos, caridosa e benevolente com ao mais pobres. Para ela, o progresso de uma sociedade estava em consonância com a educação que era oferecida às mulheres. Uma educação, onde a instrução estava ligada à educação moral, daria maior dignidade, fazendo-a melhor esposa e mãe. Aproximando-se do positivismo, passou a defender não só uma ampla educação para a mulher, como também, a limitação de sua atuação aos domínios do doméstico. Seus escritos são importantes passos para a escrita sobre a mulher, a educação e a literatura brasileiras. Algumas de suas obras: 1. Direitos das mulheres e injustiça dos homens. Recife, 1832; Porto Alegre, 1833; Rio de Janeiro, 1839; São Paulo, 1989; 2. Conselhos à minha filha. Rio de Janeiro, 1842, 1845; Firenze, 1858; Manovi, 1859; Paris, 1959; 3. Opúsculo humanitário. (ensaio sobre educação). Rio de Janeiro, 1853; São Paulo, 1989; Algumas referências bibliográficas: 1. Constância I. Duarte. Nísia Floresta, vida e obra. Natal, Editora da UFRN. 1995; 2. Roberto Seidi. Nísia Floresta. 1810-1885: vida e obra de uma grande educadora, precursora do abolicionismo, da República e da emancipação da mulher no Brasil. Rio de Janiro, 1938; 3. Socorro Trindade. Feminino/feminino. Natal: Editora Universitária, 1981.

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15. NISE DA SILVEIRA

Foto 18 – Nise da Silveira

Nise da Silveira (Maceió, 15 de fevereiro de 1905 — Rio de Janeiro, 30 de outubro de 1999) foi uma renomada médica psiquiatra brasileira, aluna de Carl Jung.[1] Filha do professor de matemática Faustino Magalhães da Silveira e da pianista Maria Lídia da Silveira, Nise era bastante estudiosa e foi admitida na Faculdade de Medicina da Bahia aos 21 anos.[2] Dedicou sua vida à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas que julgava serem agressivas em tratamentos de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia. Nise ainda foi pioneira ao enxergar o valor terapêutico da interação de pacientes com animais.[3]

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Formação Sua formação básica realizou-se em um colégio de freiras, na época exclusivo para meninas, o Colégio Santíssimo Sacramento, localizado em Maceió. Seu pai foi jornalista e diretor do “Jornal de Alagoas”.[4][5] De 1926 a 1931 cursou a Faculdade de Medicina da Bahia, onde se formou como a única mulher entre os 157 homens daquela turma. Está entre as primeiras mulheres no Brasil a se formar em Medicina.[4] Casou-se nessa época com o sanitarista Mário Magalhães da Silveira, seu colega de turma na faculdade, com quem viveu até seu falecimento em 1986. O casal não teve filhos, por um acordo entre ambos, que queriam dedicar-se intensamente a carreira médica. Em seu trabalho médico, Mário publicava artigos onde apontava as relações entre pobreza, desigualdade, promoção da saúde e prevenção da doença no Brasil. Em 1927, já casada e formada, e órfã de mãe, sofreu pelo falecimento de seu pai, e então, após alguns meses, junto ao marido, se mudaram para o Rio de Janeiro, onde teriam mais oportunidades de trabalho. Na então capital do Brasil, Nise se engajou nos meios artístico e literário, voltados para área médica, com diversas publicações dos avanços da medicina. Em 1933, cursando os anos finais da especialização em psiquiatria, estagiou na clínica neurológica de Antônio Austregésilo. Logo após terminar sua especialização, foi aprovada no mesmo ano em um concurso de psiquiatria, e começou a trabalhar no Serviço de Assistência a Psicopatas e Profilaxia Mental do Hospital da Praia Vermelha.

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Nos anos 1930, militou no Partido Comunista Brasileiro e foi uma das poucas mulheres a assinar o “Manifesto dos trabalhadores intelectuais ao povo brasileiro”. No entanto, acabou por ser expulsa de sua célula, sob a acusação de trotskismo.[6][7] Prisão Durante a Intentona Comunista foi denunciada por uma enfermeira pela posse de livros marxistas. A denúncia levou a sua prisão em 1936 no presídio Frei Caneca por 18 meses. Nesse presídio também se encontrava preso Graciliano Ramos, com o que ela tornou-se uma das personagens de seu livro Memórias do Cárcere. De 1936 a 1944 permaneceu com seu marido na semiclandestinidade, afastada do serviço público por razões políticas. Durante seu afastamento fez uma profunda leitura reflexiva das obras de Spinoza, material publicado em seu livro Cartas a Spinoza em 1995. [8][9] Centro Psiquiátrico do Engenho de Dentro Em 1944 foi reintegrada ao serviço público e iniciou seu trabalho no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, onde retomou sua luta contra as técnicas psiquiátricas que considerava agressivas aos pacientes. Por sua discordância com os métodos adotados nas enfermarias, recusando-se a aplicar eletrochoques em pacientes, Nise da Silveira foi transferida para o trabalho com terapia ocupacional, atividade então menosprezada pelos médicos. Assim, em 1946 fundou naquela instituição a “Seção de Terapêutica Ocupacional”.

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No lugar das tradicionais tarefas de limpeza e manutenção que os pacientes exerciam sob o título de terapia ocupacional, ela criou ateliês de pintura e modelagem com a intenção de possibilitar aos doentes reatar seus vínculos com a realidade através da expressão simbólica e da criatividade, revolucionando a Psiquiatria então praticada no país. O Museu de Imagens do Inconsciente Em 1952, ela fundou o Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro, um centro de estudo e pesquisa destinado à preservação dos trabalhos produzidos nos estúdios de modelagem e pintura que criou na instituição, valorizando-os como documentos que abriam novas possibilidades para uma compreensão mais profunda do universo interior do esquizofrênico. Entre outros artistas-pacientes que criaram obras incorporadas na coleção dessa instituição, podem ser citados Adelina Gomes, Carlos Pertuis, Emygdio de Barros e Octávio Inácio. Esse valioso acervo alimentou a escrita de seu livro “Imagens do Inconsciente”, filmes e exposições, participando de exposições significativas, como a “Mostra Brasil 500 Anos”. Entre 1983 e 1985 o cineasta Leon Hirszman realizou o filme “Imagens do Inconsciente”, trilogia mostrando obras realizadas pelos internos a partir de um roteiro criado por Nise da Silveira. A Casa das Palmeiras Poucos anos depois da fundação do museu, em 1956, Nise desenvolveu outro projeto também revolucionário para sua época: criou

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a Casa das Palmeiras, uma clínica voltada à reabilitação de antigos pacientes de instituições psiquiátricas. Nesse local podiam diariamente expressar sua criatividade, sendo tratados como pacientes externos numa etapa intermediária entre a rotina hospitalar e sua reintegração à vida em sociedade. O auxílio dos animais aos pacientes Foi uma pioneira na pesquisa das relações emocionais entre pacientes e animais, que costumava chamar de co-terapeutas. Percebeu essa possibilidade de tratamento ao observar como melhorou um paciente a quem delegara os cuidados de uma cadela abandonada no hospital, tendo a responsabilidade de tratar deste animal como um ponto de referência afetiva estável em sua vida. Ela expôs parte deste processo em seu livro “Gatos, A Emoção de Lidar”, publicado em 1998. Pioneira da psicologia junguiana no Brasil Por intermédio do conjunto de seu trabalho, Nise da Silveira introduziu e divulgou no Brasil a psicologia junguiana. Interessada em seu estudo sobre os mandalas, tema recorrente nas pinturas de seus pacientes, ela escreveu em 1954 a Carl Gustav Jung, iniciando uma proveitosa troca de correspondência. Jung a estimulou a apresentar uma mostra das obras de seus pacientes, que recebeu o nome “A Arte e a Esquizofrenia”, ocupando cinco salas no “II Congresso Internacional de Psiquiatria”, realizado em 1957, em Zurique. Ao visitar com ela a exposição, ele orientou-a a

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estudar mitologia como uma chave para a compreensão dos trabalhos criados pelos internos. Nise da Silveira estudou no “Instituto Carl Gustav Jung” em dois períodos: de 1957 a 1958, e de 1961 a 1962. Lá recebeu supervisão em psicanálise de Marie-Louise von Franz, assistente de Jung. Retornando ao Brasil após seu primeiro período de estudos junguianos, formou em sua residência o “Grupo de Estudos Carl Jung”, que presidiu até 1968. Escreveu, dentre outros, o livro “Jung: vida e obra”, publicado em primeira edição em 1968. Reconhecimento internacional Foi membro fundadora da Sociedade Internacional de Expressão Psicopatológica (“Societé Internationale de Psychopathologie de l’Expression”), sediada em Paris. Sua pesquisa em terapia ocupacional e o entendimento do processo psiquiátrico por meio das imagens do inconsciente deram origem a diversas exibições, filmes, documentários, audiovisuais, cursos, simpósios, publicações e conferências. Em reconhecimento a seu trabalho, Nise foi agraciada com diversas condecorações, títulos e prêmios em diferentes áreas do conhecimento, entre outras: “Ordem do Rio Branco” no Grau de Oficial, pelo Ministério das Relações Exteriores (1987) “Prêmio Personalidade do Ano de 1992”, da Associação Brasileira de Críticos de Arte “Medalha Chico Mendes”, do grupo Tortura Nunca Mais (1993)

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“Ordem Nacional do Mérito Educativo”, pelo Ministério da Educação e do Desporto (1993) Seu trabalho e ideias inspiraram a criação de museus, centros culturais e instituições terapêuticas, similares às que criou, em diversos estados do Brasil e no exterior, por exemplo: o “Museu Bispo do Rosário”, da Colônia Juliano Moreira (Rio de Janeiro) o “Centro de Estudos Nise da Silveira” (Juiz de Fora, Minas Gerais) o “Espaço Nise da Silveira” do Núcleo de Atenção Psicossocial (Recife) o “Núcleo de Atividades Expressivas Nise da Silveira”, do Hospital Psiquiátrico São Pedro (Porto Alegre, Rio Grande do Sul) a “Associação de Convivência Estudo e Pesquisa Nise da Silveira” (Salvador, Bahia) o “Centro de Estudos Imagens do Inconsciente”, da Universidade do Porto (Portugal) a “Association Nise da Silveira - Images de l’Inconscient” (Paris, França) o “Museo Attivo delle Forme Inconsapevoli” (hoje renomeado “Museattivo Claudio Costa”, Genova, Itália) O antigo “Centro Psiquiátrico Nacional” do Rio de Janeiro recebeu em sua homenagem o nome de “Instituto Municipal Nise da Silveira”.

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Em 2015, foi incluída na lista das Grandes mulheres que marcaram a história do Rio”. [10] Obras publicadas SILVEIRA, Nise da. Jung: vida e obra. Rio de Janeiro: José Álvaro Ed. 1968. SILVEIRA, Nise da. Imagens do inconsciente. Rio de Janeiro: Alhambra, 1981. SILVEIRA, Nise da. Casa das Palmeiras. A emoção de lidar. Uma experiência em psiquiatria. Rio de Janeiro: Alhambra. 1986. SILVEIRA, Nise da. O mundo das imagens.São Paulo: Ática, 1992. SILVEIRA, Nise da. Nise da Silveira. Brasil, COGEAE/PUC-SP 1992. SILVEIRA, Nise da. Cartas a Spinoza. Rio de Janeiro: Francisco Alves. 1995. SILVEIRA, Nise da. Gatos - A Emoção de Lidar. Rio de Janeiro: Léo Christiano Editorial, 1998. Morte Devido a idade avançada, foi acometida por pneumonia, falecendo de insuficiência respiratória aguda, no Hospital Miguel Couto, Zona Sul do Rio.

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16. PAULO FREIRE

Foto 19 – Paulo Freire

Paulo Reglus Neves Freire, educador brasileiro. Nasceu no dia 19 de setembro de 1921, no Recife, Pernambuco. Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na África. Pelo mesmo motivo, sofreu a perseguição do regime militar no Brasil (1964-1985), sendo preso e forçado ao exílio. O educador apresentou uma síntese inovadora das mais importantes correntes do pensamento filosófico de sua época, como o existencialismo cristão, a fenomenologia, a dialética hegeliana e o materialismo histórico. Essa visão foi aliada ao talento como escritor que ajudou a conquistar um amplo público de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos.

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A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande do Norte, em 1963, quando ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias, Paulo Freire desenvolveu um método inovador de alfabetização, adotado primeiramente em Pernambuco. Seu projeto educacional estava vinculado ao nacionalismo desenvolvimentista do governo João Goulart. A carreira no Brasil foi interrompida pelo golpe militar de 31 de março de 1964. Acusado de subversão, ele passou 72 dias na prisão e, em seguida, partiu para o exílio. No Chile, trabalhou por cinco anos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (ICIRA). Nesse período, escreveu o seu principal livro: Pedagogia do Oprimido (1968). Em 1969, lecionou na Universidade de Harvard (Estados Unidos), e, na década de 1970, foi consultor do Conselho Mundial das Igrejas (CMI), em Genebra (Suíça). Nesse período, deu consultoria educacional a governos de países pobres, a maioria no continente africano, que viviam na época um processo de independência. No final de 1971, Freire fez sua primeira visita a Zâmbia e Tanzânia. Em seguida, passou a ter uma participação mais significativa na educação de Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe. E também influenciou as experiências de Angola e Moçambique. Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil, onde escreveu dois livros tidos como fundamentais em sua obra: Pedagogia da Esperança (1992) e À Sombra desta Mangueira (1995). Lecionou na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 1989, foi secretário de Educação no Município de São Paulo, sob a prefeitura de Luíza Erundina.

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Freire teve cinco filhos com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira. Após a morte de sua primeira mulher, casou-se com uma ex-aluna, Ana Maria Araújo Freire. Com ela viveu até morrer, vítima de infarto, em São Paulo. Doutor Honoris Causa por 27 universidades, Freire recebeu prêmios como: Educação para a Paz (das Nações Unidas, 1986) e Educador dos Continentes (da Organização dos Estados Americanos, 1992). Acervo: 65 frases e pensamentos de Paulo Freire. Frases e Pensamentos de Paulo Freire Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda. Verdades da Profissão de Professor Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho. A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para

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serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda. Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. Não há vida sem correção, sem retificação. A humildade exprime, uma das raras certezas de que estou certo: a de que ninguém é superior a ninguém.

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17. SEBASTIÃO DA SILVA BRAGA Nasceu em Colônia Leopoldina, tendo estudado na Escola Apostólica Sagrado Coração de Jesus (SCJ), no Bairro da Várzea em Recife. Concluiu o antigo curso ginasial nesta escola, retornando a sua cidade natal. Foi servidor público da cidade de Colônia Leopodlina, professor da Rede Estadual de Educação e, ainda, professor do Colégio Cenecista local. Professor Bastos, como era conhecido, foi músico, organizador de bandas marciais e desfiles locais. Foi professor de praticamente todas as disciplinas escolares. Uma Associação Musical do município de Colônia leva o seu nome. Poder-se-ia dizer como o adágio popular: Bastos fora o homem dos sete instrumentos. Sua vida, seus valores morais e seu rigor disciplinar mantêm-se vivos na cabeça de seus ex-alunos, alunas e contemporâneos.

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18. TEOTÔNIO BRANDÃO VILELA

Foto 20 – Teotônio Vilela

Senador por Alagoas Mandato: 1967 até 1982 (2 mandatos consecutivos) Vice-governador de Alagoas Mandato: 31 de janeiro de 1961até 31 de janeiro de 1966 Deputado estadual por Alagoas Alagoas Mandato:3 de outubro de 1954 até 31 de dezembro de 1958 Vida Nascimento

28 de maio de 1917

Viçosa, AL Morte 27 de novembro de 1983 (66 anos) Maceió, AL Dados pessoais

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Partido UDN, ARENA, MDB, PMDB Profissão: Empresário e Político Teotônio Brandão Vilela (Viçosa, 28 de maio de 1917 – Maceió, 27 de novembro de 1983) foi um empresário e político brasileiro. Dentro de duas décadas foi deputado estadual, vice-governador e senador, reeleito para este último no pleito seguinte. Pai de Teotônio Vilela Filho atualmente governador das Alagoas. Biografia Filho de Elias Brandão Vilela e Isabel Brandão Vilela, Teotônio nasceu na cidade de Viçosa, Alagoas, na data do dia 28 de maio de 1917. Cedo fez o curso primário na sua cidade natal e o secundário no Ginásio de Maceió e no Colégio Nóbrega em Recife. Apesar de ter frequentado duas faculdades, a de Engenharia e de Direito, no Recife e no Rio de Janeiro, à época no então Distrito Federal. Não chegou a concluir nenhum curso superior, tornando-se autodidata. No ano de 1937, abandona os estudos e volta para Alagoas, onde passou a trabalhar com seu pai, que era proprietário rural. Como o pai, virou agropecuarista e, em seguida usineiro, em sociedade o Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal de Viçosa Geraldo Gomes de Barros, em 12/04/1973 fundou uma usina de açúcar situada no município de Teotônio Vilela (antigo povoado de Feira Nova), localizado a cerca de 100 km da capital Maceió, chamada Usinas Reunidas Seresta. Casou-se com Helena Quintela Brandão Vilela, com quem teve sete filhos, um dos quais, Teotônio Vilela Filho, eleito senador por três vezes consecutivas e governador de Alagoas, para o período de 2007 a 2010, e posteriormente reeleito para um novo mandato de 2010 e 2014.

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Carreira política Filiou-se à UDN, em 1948, sendo um dos fundadores do partido em Alagoas, criado em 1952. Elege-se deputado estadual pela legenda nas eleições de 1954, exercendo mandato até 1958. Pertencente à «bancada do açúcar» neste mandato foi o relator da comissão que pedia o impeachment do populista Muniz Falcão, então governador, acusado pela oposição ferrenha de 22 deputados a Assembleia Legislativa de crime de responsabilidade e de ameaça e violência contra deputados. “O relator da comissão, deputado Teotônio Vilela, concluía o veredicto para informar o que todos já esperavam: Em face do exposto, não há como fugir à evidência da responsabilidade do senhor governador do estado nos crimes compendiados na denúncia oferecida pelo senhor deputado Oséas Cardoso Paes. Pelo que, somos de parecer seja a denúncia considerada pela Assembleia do estado objeto de deliberação, prosseguindo nos termos ulteriores, na forma da lei”. — de “Curral da Morte”, livro do jornalista alagoano Jorge Oliveira”

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19. THÉO BRANDÃO

Foto 21 – Théo Brandão

Theotônio Vilela Brandão (Viçosa, AL, 26 de janeiro de 1907 — Maceió, 29 de setembro de 1981) foi um médico e folclorista brasileiro. Foi membro fundador da Comissão Nacional do Folclore, e participou de sociedades e congressos sobre folclore e antropologia no Brasil e no exterior. Recebeu prêmios da Academia Alagoana de Letras e da Academia Brasileira de Letras, por sua obra Folclore de Alagoas. Em 20 de agosto de 1975, a Universidade Federal de Alagoas criou o Museu Théo Brandão1 de Antropologia e Folclore, para abrigar o acervo do folclorista (sobre arte popular) doado à universidade.

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Obras •

Folclore e educação infantil (artigo, 1931)

Folclore de Alagoas (1949)

Trovas populares de Alagoas (1951)

O reisado alagoano (1953)

Folguedos natalinos de Alagoas (1961)

O guerreiro (1964)

O pastoril (1964)

Duas raras formas de poesia folc (1979)

Referências Sobre o Museu Théo Brandão

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20. VICENTE FERREIRA DE PAULA Sangue no mato Em violentas batalhas, índios e escravos da floresta resistiram às investidas do governo sobre suas terras. A Cabanada queria a volta de D. Pedro I. Marcus J. M. de Carvalho Uma guerra pode ter várias motivações. Enquanto alguns lutam por causas coletivas, como a independência política, outros se entregam a necessidades muito mais básicas e imediatas. Como terra, comida e o direito de viver “no mato”. No turbulento período regencial – entre a abdicação de D. Pedro I (1831) e a maioridade de D. Pedro II (1840) –, vários conflitos sangrentos sacudiram o país. Boa parte consagrada nos livros didáticos: Balaiada, Sabinada, Guerra dos Farrapos. Mas um deles, ao contrário, permanece quase esquecido e provoca confusão por uma semelhança de nomes: a Cabanada aconteceu entre Pernambuco e Alagoas – e batizou a cabanagem, ocorrida no Pará anos depois. Diferente de todas as outras, a Cabanada não foi uma contestação ao regime imperial autoritário, nem ambicionava a independência regional. Foi uma guerra das “gentes do mato” – índios, escravos, posseiros – em defesa de sua porção de terra. Tudo começou bem longe dali, na cidade, e com motivação política. Em abril de 1832, no Recife, houve um levante de militares de alta patente e proprietários rurais. Eles estavam insatisfeitos com a reviravolta ocorrida desde a abdicação de D. Pedro I. A volta do imperador

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para Portugal provocara a anistia dos remanescentes da Confederação do Equador, que lutara pela independência da região em 1824. Agora, aqueles que haviam combatido a revolução e garantido a manutenção do regime perdiam o poder na província para seus adversários. Parte da elite local amotinou-se contra o novo governo provincial, mas foi facilmente derrotada. O problema é que os proprietários rurais também haviam distribuído armas para escravos e índios no interior, pensando em têlos como fiéis vassalos na batalha. Por isso, o governo decidiu mandar um exército com mais de mil homens em direção à divisa com Alagoas, para enquadrar a chamada “gente das matas”, os habitantes das florestas, que viviam à margem da economia local, baseada na cana-de-açúcar e no plantio de algodão. Sua resistência à investida foi imediata e brutal. As autoridades militares começaram a chamar os rebeldes de “cabanos”, uma referência às cabanas em que viviam. Quando começaram a levar vantagem contra as tropas oficiais, no final de 1832, tornou-se pública a figura de seu principal líder: Vicente de Paula. É desses personagens que deixam um rastro de mistério sobre sua vida pessoal. Do pouco que se sabe de suas origens, ele próprio afirmou certa vez que era filho de um padre de Goiana, importante vila perto da divisa com a Paraíba. As autoridades o acusavam de ser um “ladrão de escravos”. Mas se tivesse vendido alguns dos inúmeros escravos que diziam ter “roubado”, ou mesmo os colocado para trabalhar em seu proveito, teria se tornado um homem rico. A acusação era, na verdade, um eufemismo para encobrir a escolha feita espontaneamente pelos cativos, que optavam por deixar os engenhos e eram assimilados pelos cabanos. Ainda que obrigados a obedecer à hierarquia do grupo, sua

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situação passava a ser muito diferente da escravidão. Era, isto sim, o começo da liberdade. Em seus manifestos, os cabanos eram claros. Lutavam pela volta de Pedro I, pela Igreja e contra os “jacubinos” [sic], que, segundo diziam, haviam se apropriado do governo após derrubarem o legítimo imperador. O que eles buscavam era manter suas terras contra os proprietários rurais que passaram a invadir as florestas, cuja madeira era antes reservada à Marinha Imperial. Muitos habitantes das matas haviam sido recompensados por sua participação na repressão às revoltas contra o imperador, e agora temiam represálias. Era o caso dos índios de Jacuípe. Os escravos envolvidos, por sua vez, tinham outra demanda específica: lutavam pela nova condição adquirida após serem “roubados” por Vicente de Paula. Em fevereiro de 1833, o comandante das Armas de Pernambuco, José Joaquim da Silva Santiago, pensava em simplesmente exterminar os revoltosos, caso não se rendessem. Foi com esse objetivo que mandou afixar nas árvores uma proclamação endereçada aos cabanos, na qual eram tratados, logo no preâmbulo, por “brasileiros degenerados”. Mas a “gente das matas” não se deixou intimidar. Foram capazes de retomar a povoação de Jacuípe, onde antes viviam os índios e que se tornou o quartel-general das tropas do governo. Também lutaram para conquistar o porto natural de Barra Grande, à espera de uma esquadra que, acreditavam, traria de volta Pedro I. Naquele mesmo ponto havia aportado a esquadra imperial para reprimir a Insurreição Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador em 1824. Por isso ele era considerado estratégico pelos cabanos, que dali desferiram vários ataques. Tanto Barra Grande como Porto Calvo, centro das operações

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contra o Quilombo de Palmares, destruído em 1695, foram tomados e perdidos pelos cabanos em sucessivos combates. Vicente de Paula costumava assinar “General” ou “Comandante de Todas as Matas”. Às vezes, com mais pompa ainda, proclamava-se “Comandante Geral do Imperial Exército de Sua Majestade Imperial Dom Pedro I”. Em 1833, afirmou que comandava um exército de 3.550 homens. Um exagero, segundo os adversários, que estimavam que o batalhão sob seu comando direto tinha cerca de 600 homens, embora reconhecessem que estes estavam bem armados e eram treinados na arte da guerra. Vicente de Paula tinha outro trunfo: navegava, soberbo, pelos labirintos das matas. Suas tropas surgiam de onde eram menos esperadas, tomando posições importantes, espalhando o terror e matando inúmeros guardas nacionais e soldados de primeira linha. O batalhão mais temido era o dos “papa-méis”, totalmente formado por escravos “roubados” por ele. Sempre que podiam, os cabanos levavam consigo seus mortos, tal como antes faziam os povos nativos em luta contra os conquistadores do Brasil. Muitos usavam camisas “tintas”, ou seja, da cor de vinho tinto, como uma espécie de farda. Era imensa sua ousadia. Certa vez, um cabano foi capturado. Estava “amarelo” e famélico. Depois de alimentado, diante da promessa de anistia, pediu para ir buscar a família, que deixara escondida em uma caverna. Mas qual não foi a surpresa do comandante geral das tropas do governo quando, ao se distanciar do acampamento militar, o homem subiu em um outeiro e disparou os mais terríveis impropérios contra o oficial, desaparecendo depois na floresta. A morte de Pedro I, em 1834, pôs fim à Cabanada. Mas não sem luta. Naquele ano, os presidentes de Pernambuco e de Alagoas, Manoel de Carvalho Paes de Andrade e Antonio Pinto Chichorro da

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Gama, reuniram-se para traçar uma estratégia conjunta. Contavam com mais de quatro mil homens. Decidiram cercar o perímetro das matas, espalhar proclamações e prometer anistia aos que se rendessem. Os que não aceitassem a oferta seriam mortos. Segundo o comandante geral das operações, coronel Joaquim José Luís de Souza, o único jeito de pegar os cabanos era na tocaia, como se fazia com veados do mato. A nova estratégia deu certo. Todas as cabanas, lavouras e animais encontrados foram destruídos pelas tropas do governo. Em certo local, encontraram um galo cuja boca havia sido fechada com arame para que não revelasse, com o canto, onde estavam seus donos. O bispo de Pernambuco colaborou com a repressão, mobilizando um pequeno exército de padres para pregar na área do conflito, asseverando que Pedro I estava morto e que a Regência não era contra o cristianismo. Pouco a pouco, os cabanos foram se rendendo, inclusive os índios de Jacuípe, considerados os rebeldes mais “ferozes”. Todos foram anistiados, menos Vicente de Paula. As autoridades queriam-no morto ou preso. Mas não conseguiram capturá-lo. Na última vez em que foi visto, submergia na escuridão das matas acompanhado por seus leais “papa-méis”, reduzidos a menos de 100 homens. Anos depois do fim da Cabanada, em 1842, frei José Plácido de Messina andou dias na mata fechada, em busca da povoação fundada por Vicente de Paula com os remanescentes dos cabanos, chamada Riachão do Mato. Ficou surpreso com a quantidade de gente que encontrou. Frei Messina batizou e casou centenas de pessoas que “viviam em pecado”, pois praticavam com freqüência o “despique”, nome que davam à troca de parceiros. À frente da comunidade, Vicente de Paula foi descrito pelo frei como um “semi-branco” paupérrimo, apesar da imensa deferência que todos lhe devotavam.

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Mas o líder cabano não desapareceu da vida pública. Na década de 1840, voltou a se envolver na política de Pernambuco e de Alagoas. Não era incomum ser chamado de “caudilho” pelas autoridades provinciais. Principalmente depois de 1844, quando invadiu a capital de Alagoas com uma tropa de cavaleiros, em favor de um dos partidos em contenda. Depois se retirava para o interior, voltando a “roubar” escravos. Chegou a flertar com a legalidade, como quando escreveu às autoridades de Pernambuco tentando obter uma patente na Guarda Nacional. Demonstrava assim que aceitava ser assimilado à ordem, desde que com um status condizente com seu imenso poder pessoal. Durante a Insurreição Praieira, em 1848, tanto os líderes do Partido Liberal quanto os do Partido Conservador tentaram obter sua adesão, escrevendo-lhe cartas em tom respeitoso. Ambas as facções entendiam a influência que ele tinha sobre a “gente das matas”. Vicente de Paula aproveitou o momento para sair novamente das matas e... “roubar” mais escravos. Nomeado presidente de Pernambuco logo após aquela revolta, o marquês do Paraná, Honório Hermeto Carneiro Leão, resolveu prendê-lo a qualquer custo. Atraído para uma reunião, provavelmente com a promessa de que seria anistiado, Vicente de Paula finalmente acabou preso, ficando em Fernando de Noronha. Ali, ainda liderou uma rebelião em 1853. Ao ser solto em 1861, tinha 70 anos de idade. Vicente de Paula. Vicente Ferreira de Paula. Vicente Tavares da Silva Coutinho. Seu verdadeiro nome era incerto. Mas não importa. Entre 1832 e 1835, ele foi exatamente o que pensava ser: o General de Todas as Matas. Marcus J. M. de Carvalho é professor da Universidade Federal de Pernambuco e autor de “Um exército de índios, quilombolas e senhores

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de engenho contra os ‘jacubinos’: A Cabanada, 1832-1835”, in Mônica Dantas (org.), Revoltas, motins, revoluções (São Paulo: Alameda, 2008, no prelo).

Saiba Mais - Bibliografia: ANDRADE, Manuel Correia de. A Guerra dos Cabanos. Rio de Janeiro:1965; Recife: Editora da Ufpe, 2005. LINDOSO, Dirceu. A Utopia Armada: Rebeliões de Pobres nas Matas do Tombo Real. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. PEREIRA DA COSTA, Francisco A. Anais Pernambucanos. Recife: Fundarpe, 1983-1985, volume 9.

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5. ACADÊMICOS/AS, PATRONOS E PATRONESSES RESPECTIVOS 5 CADEIRA N.º 1 Afonso Wiynowhen (Vigário em Colônia. Leopoldina)- Holanda ANDRÉ COSTA DE FRANÇA CADEIRA N.º 2 Antônio de Sampaio Dória (adv e pedagogo) - Al - Belo Monte ANTONIO LUNA DA SILVA CADEIRA Nº 3 Ariano Vilar Suassuna (ativista cultural) - PB - João Pessoa ADMMAURO GOMMES CADEIRA N.º 4 Artur de Araújo Pereira Ramos(méd. e antrop.) - Al - Pilar REGINALDO JOSÉ DE OLIVEIRA 5 Neste tempo de 4 anos de existência, a acadêmica fundadora Ana Lins desligou-se da Academia, por vontade própria, e, faleceram dois acadêmicos: Severino Rocha e Elias Marques Pinheiro. A acadêmica Ana foi substituída pelo Acadêmico eleito André Costa de França e o Acadêmico Severino Rocha pelo também eleito Hugo Henrique. Permanece aberta a dadeira de nº 7 do Acadêmico Elias Pinheiro, tendo por patrono Everaldo Araujo Silva.

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CADEIRA N.º 5 Aureliano Cândido Tavares Bastos (jornalista e político) - AL - Maceió ANTÔNIO BUARQUE DE LIMA JUNIOR CADEIRA N.º 6 Euzébio Francisco de Andrade (prof. adv. e senador) - AL - Col. Leopoldina HUGO HENRIQUE COSTA DO NASCIMENTO CADEIRA N.º 7 Everaldo Araújo Silva (autor) - AL - Col. Leopoldina ELIAS MARQUES PINHEIRO CADEIRA N.º 8 Florestan Fernandes (sociólogo) - SP - São Paulo EVERTON FABRÍCIO CALADO CADEIRA N.º 9 Gilberto de Mello Freire (sociólogo) - PE - Recife MARIA DAS GRAÇAS SANTOS CADEIRA N.º 10 José Leite Lopes (físico e pesquisador) - PE - Recife

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ANDRÉA MARQUES DA SILVA CADEIRA N.º 11 José Luiz Lessa (empresário em Colônia)- PE – Àgua Preta JOSÉ AMORIM JUNIOR CADEIRA N.º 12 Luiz Vanderley de Almeida (cantor e compositor) - AL - Col. Leopoldina JOSÉ ROMILDO DE MOURA CADEIRA N.º 13 Milton Almeida dos Santos (pesquisador e professor de geografia.) BA - Brotas de Macaúbas RISADALVO JOSÉ DA SILVA CADEIRA N.º 14 Nísia Floresta (feminista e professora) - RN - Nísia Floresta ADELMO DE OLIVEIRA TORRES CADEIRA Nº 15 Nize da Silveira - AL - Maceió EDILEIDE SILVA DAS NEVES CALDAS

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CADEIRA N.º 16 Paulo Reglus Neves Freire (professor) - PE - Recife JOSÉ FRANCISCO DE MELO NETO CADEIRA N.º 17 Sebastião da Silva Braga (professor em Col. Leopoldina) - AL - Col. Leopoldina MIGUEL FLORÊNCIO SILVA JUNIOR CADEIRA N.º 18 Teotônio Brandão Vilela (político) - Al - Viçosa LIBENE TENÓRIO CADEIRA N.º 19 Théo Vilela Brandão (folclorista e médico) - AL - Viçosa ERNANE SANTANA SANTOS CADEIRA N.º 20 Vicente Ferreira de Paula/Vicente Tavares Coutinho (guerreiro cabano da liberdade) - PE - Goiana SILVIO CESAR DA SILVA DE CARVALHO

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6. ACADÊMICOS E ACADÊMICAS - históricos COMPROMISSO ACADÊMICO TERMO DE POSSE LEITURA COLETIVA “PROMETEMOS TRABALHAR PELA GRANDEZA E PROSPERIDADE DA ACADEMIA DE CULTURA DE COLÔNIA LEOPOLDINA – ACCL, CUMPRIR FIELMENTE AS DISPOSIÇÕES ESTATUTÁRIAS, ZELAR PELOS BENS DA INSTITUIÇÃO, PRESTIGIÁ-LA E CONCORRER PARA A ELEVAÇÃO DE SEU CONCEITO” (Regimento, Art. 29, $ 4).

Foto 22 – Juramento dos acadêmicos/as

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1 ADELMO DE OLIVEIRA TORRES

Adelmo de Oliveira Torres, nasceu em 15 de março de 1960, no município de Colônia Leopoldina – AL. Foi professor na Rede Municipal de Educação e no Colégio Cenecista “Pe. Francisco” (CNEC), onde desenvolveu e defendeu uma política pedagógica com gestão democrática. Sempre tem destacado prioridades que priorizem soluções pelos vários poderes, seja legislativo ou executivo, como por exemplo, a política salarial dos servidores municipais e questões pedagógicas da biblioteca municipal. É escritor de crônicas que revelam situações, momentos e personagens que marcaram a cidade. A maioria destes textos é disponibilizada em uma de suas páginas digitais e apreciada por várias pessoas que se identificam com as narrativas.

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2 ADMMAURO GOMMES

Admmauro Gommes é um escritor pernambucano (Brasil). Nasceu no município de Xexéu, Mata Sul do estado, aos 7 de fevereiro de 1965. Desde 1993 é professor de Teoria Literária e Literatura Brasileira da Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul (FAMASUL), onde foi Chefe do Deptº de Letras e coordenador do Programa de Pós-graduação. Graduado pela FAMASUL e especialista em Língua Portuguesa pela FAFIMA (Maceió). Lecionou nos colégios Mário Gomes (Novo Lino), Paulo Pessoa Guerra (Xexéu), São José (Barreiros) e São Francisco (Catende). Casado com Azivane Ferreira Gomes, de quem nasceram Ademac, Poema e Tércio Gommes.

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Exerceu por quatro vezes o cargo de Secretário de Educação em Xexéu e por três a mesma pasta em Novo Lino (AL). Criou mais de trinta obras, das quais foram editadas vinte e oito: A solidão foi embora (1987), Elegias matinais (1992), Luta dentro de mim (1998), Oito poetas pernambucanos (org-1998), Poetas do ano 2000 (org-2000), Pelos sete mares (2001), Brasil: primeiro século de história literária (org-2001), Poemas do manancial de luz (2002), A literatura e o Brasil do século XVII (org-2002), História do Xexéu (org-2003), Poetas do Xexéu (org-2004), Poetas da FAMASUL (org-2004), Sonetos (2004), Joaquim de Xexéu (org-2005), Para nunca mais dizer adeus (2006), A mulher da sombrinha e outras crônicas (2007), Estudos Literários e Sociolinguísticos - artigos em língua e literatura (org-2007), Introdução poética (2008), Sabores do Brasil (2009), Cinco poetas e um luar (org-2009), O perfil do professor de literatura e as estratégias de produção textual (2011), Síntese da Literatura Brasileira (2013) e A estranha poesia de Vital Corrêa de Araújo (2013), Fernando Pessoa e o Mar (2015), Direito pelo Direito – Uma questão de Justiça – org (2015), O futuro da poesia – org (2017), A teoria da Poesia Absoluta (2017) e Vade Vital (2017). Ao todo, escreveu mais de dois mil textos poéticos. É um dos fundadores da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina (ACCL), Alagoas. Colônia Leopoldina, Alagoas, 23 de janeiro de 2015.

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3 ANA MARIA LINS

Nasceu na cidade de Colônia Leopoldina, Estado de Alagoas, no ano de 1952. Viveu sua infância, adolescência e parte de sua juventude em sua terra natal. Estudou na escola Aristeu de Andrade, no Colégio Padre Francisco, ambos na cidade de Colônia Leopoldina, vindo realizar o curso superior de História, no Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC). A carreira de Magistério, contudo, não fora o seu forte mas a vida da administração. Atuou na Administração Pública, trabalhando na Secretaria de Administração da Prefeitura de Colônia Leopoldina. Deslocando-se para Maceió, foi trabalhar em escritório de administração da empresa do ramo do açúcar. Após vários anos de

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atividades nesse ramo, passou a residir em Salvador e, posteriormente, em Porto Alegre, trabalhando, agora, no segmento de Shopping Centers, sempre na área administrativa. Nos últimos tempos, passou a trabalhar em Recife, atuando, contudo, no ramo de representação comercial das empresas do segmento de colchões e de destiladores industriais. Aposentada, voltou à Colônia mas, por toda a vida, esteve preocupada com as condições de vida, em sua cidade natal, em especial o esquecimento dos registros históricos da cidade onde nasceu. Sempre viu como o povo perde a memória das coisas quando lhes são vilipendiados os seus artefatos culturais ou a destruição de seus registros de vida. Para poder entender melhor o momento atual da cidade, pode participar de um grupo de pessoas que discutiam a cidade e a cidadania, o Movimento Colônia e Cidadania - MCC, podendo constatar a difícil tarefa do indivíduo de conquistar a sua cidadania. Assim, é que passou a participar de um grupo de pessoas na cidade que debatia a possibilidade da criação de uma Academia de Cultura, em Colônia Leopoldina. Preocupada sempre com a questão histórica local, a destruição dessa memória, tornou-se fundadora da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina, ACCL, que integra outros municípios limítrofes. Organizou a 1ª Exposição de Fotos na cidade, denominada “Colônia Leopoldina em Memória Fotográfica”, de sua própria autoria, que resgata 40 anos de fotografia da cidade e das pessoas, realizada no ano de 2015. É uma das fundadores da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina (ACCL), Alagoas. Colônia Leopoldina, 23 de janeiro de 2015. OBS: Desligou-se da Academia de Cultura, no ano de 2017, por desejo pessoal.

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4 ANDRÉA MARQUES DA SILVA

Andréa Marques da silva nasceu em Colônia Leopoldina, Alagoas, no dia 18 de junho de 1978. Filha de José Severino da Silva (Deda da oficina) e Aniete Marques da Silva (Nega), sendo a segunda entre os cinco filhos. Começou seus estudos aos seis anos na Escola de Ensino Fundamental Professora Zora de Menezes Cleto Moreira. Nesta escola aprendeu a ler e a escrever e conclui a antiga quarta série, hoje conhecida como quinto ano do Ensino Fundamental. Continuou os estudos na Escola Estadual Aristheu de Andrade e cursou do sexto ao nono ano. Em seguida, prosseguiu com o Ensino Médio (magistério) no colégio Diocesano em Palmares – PE. Em 1998, fez o concurso no município de Colônia Leopoldina para exercer a função de professora das séries

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iniciais passando a lecionar na Escola de Ensino Fundamental Joaquim Luiz da Silva. Prestou vestibular na FAMASUL (Faculdade de Professores da Mata Sul) na área de ciências exatas (Biologia), em que concluiu em 2001. Fez concurso no município de São José da Laje, classificando-se em primeira colocação. Em 2002, iniciou a especialização em Educação Ambiental e concluindo em 2005, com a monografia: A Poluição do Rio Jacuípe em Colônia Leopoldina – Al. Ainda em 2002, casou em 28 de dezembro com Eleonaldo Matos Pereira. Teve seu filho em 2008 - Arthur Eleonaldo Marques Pereira. Em 2011, lancou o livro: Situações PolíticoAmbientais vol II, com o tema A Poluição do Rio Jacuípe em Colônia Leopoldina –Al. Também lecionou no Colégio Normal Padre Francisco, mantido pela Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC), nas disciplinas de Biologia e Química. Em janeiro de 2006, fez o concurso para as séries finais (6º ao 9º ano) em Colônia Leopoldina, iniciando a função de Professora B de Ciências, na Escola de Ensino Fundamental Antônio Lins da Rocha. Em 2013 e 2014, esteve à Frente da Secretaria de Educação, como Secretária Adjunta, com o Secretário José Romildo de Moura, permanecendo na Secretaria de Educação como Coordenadora. É membro fundadora da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina, no Estado de Alagoas. Colônia Leopoldina, 23 de janeiro de 2015.

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5 ANTÔNIO BUARQUE DE LIMA JUNIOR

Antônio Buarque de Lima Junior, filho de Antônio Buarque de Lima e Valdeci Maria de Aquino Buarque, nasceu na Fazenda Pau Amarelo, município de Novo Lino, Alagoas, em 20/12/1965. Casado com Maria Betânia Wanderley de Carvalho Santos Buarque, pai de duas filhas - a psicóloga Nathalia Betânia Buarque Wanderley e da Educomunicadora Amara Mariana Buarque Wanderley. Desde a infância, é um apaixonado pela radiodifusão. Desde os oito anos de idade, atua narrando futebol, locutor/apresentador. Foi Secretário de Finanças e Vereador pelo município de Jundiá. É formado em História pela Famasul (Faculdade de formação de Professores da Mata Sul). É professor e historiador, tendo assento no CEDCA-AL (Conselho Estadual da Criança de Alagoas) e representa os Pontos de Cultura da Região Norte Alagoana.

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Como educomunicador, administra projetos sociais há 17 anos na Associação Rádio Comunitária Campestre FM, em Campestre, Alagoas, com ações de educomunicação, meio ambiente, cidadania, cultura, inclusão digital, protagonismo infanto-juvenil e Direitos Humanos. É membro fundador da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina - ACCL. Colônia Leopoldina, 23 de janeiro de 2015.

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6 ANTONIO LUNA DA SILVA

Nasceu no dia 2 de julho de 1929, no Engenho Riacho do Mato, vizinho do Município de Colônia Leopoldina, mas, à época, pertencente ao município de Água Preta(PE). É filho de Manoel Ataíde da Silva e Maria Luna da Silva. É casado com Romélia Medeiros de Luna, com quem teve 5 filhos. Ao concluir as séries iniciais escolares no Grupo Escolar Aristeu de Andrade, na cidade de Colônia Leopoldina, foi conduzido por seu tio para Caruaru, vindo a concluir o Curso Ginasial e, também, o curso técnico de Contabilidade, atualmente curso do Ensino Médio, no ano de 1949.

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Residindo em Recife, contudo, fora chamado de volta para Colônia, por seu pai e pelo usineiro José Luiz Lessa, para assumir as funções no Cartório de Registro Civil da cidade. Pôde ainda exercer as funções de Contador na Secção de Contabilidade do Departamento de Obras e Fiscalização dos Serviços Públicos, no Estado de Pernambuco, até o ano de 1954. Só a partir de 1955, é que foi nomeado interinamente para responder pelo Cartório do Único Ofício, da Comarca de Colônia Leopoldina, tendo permanecido após a realização de concurso. A partir daí, exerceu as funções de Tabelião Público, Escrivão do Cível e do Crime, Oficial do Registro de Títulos e Documentos, Oficial do Registro de Imóveis e Hipotecas, Escrivão de Órgãos, Interditos, Ausentes e do Júri, assumindo, em comissão, as funções de Promotor Adjunto de Justiça. Em Colônia, foi Diretor do Colégio Normal Padre Francisco, mantido pela Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC), chegando a lecionar as disciplinas de Filosofia e Contabilidade Geral, no curso daquele educandário, nomeado pela Direção Geral dessa Rede de Escolas. Em tempos muitos difíceis, de seca que atingiu até a região da Zona da Mata, redobrados foram os esforços para manter aquela escola funcionando e, praticamente, sem as condições materiais necessárias. Ninguém em seu tempo deixou de estudar por carência financeira. Fez parte do primeiro vestibular da Fundação Educacional Jayme de Altavila, do Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC), formando-se em Direito pela Faculdade de Direito dessa fundação, no ano de 1980. No ano de 1986, após concurso para Juiz de Direito do Estado de Alagoas, é nomeado para essa função, passando a participar da Carreira Inicial de Juiz de Direito, tendo exercido inicialmente nas cidades

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de ........ e de Capela, sendo agraciado com o Diploma de Cidadão de Capela. Finalmente, serviu em Maceió, quando viera a se aposentar a partir de 5 de abril de 1994. Aposentou-se na função de Desembargador, do Estado de Alagoas. Como Juiz, participou de vários eventos vinculados à Magistratura do Estado de Alagoas, como o I Curso de Aperfeiçoamento de Magistrados, em 1989. Participou ainda do XI Congresso Brasileiro de Magistrados, no ano de 1990, em Santa Catarina. Além do XIV Congresso Brasileiro dos Magistrados, realizado na cidade de Fortaleza, em 1995. Em atividades rurais, pode atuar como pequeno plantador de Cana, vinculando-se às atividades do campo. Mesmo assim, sempre manteve o zelo pelo seu efetivo trabalho de um determinado servidor público do Estado de Alagoas. É um dos fundadores da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina (ACCL), Alagoas. Colônia Leopoldina, 23 de janeiro de 2015.

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7 EDILEIDE SILVA DAS NEVES CALDAS

Nasceu no dia 12 de maio de 1959 no engenho Laranjeiras, zona rural do município de Maraial-PE, tendo vivido sua vida, praticamente, em Colônia Leopoldina. Filha de Adalberto Regis das Neves e de Carmelita Silva das Neves. É casada com José Alves Caldas Júnior, com quem tem três filhos: Rafael, Dorinha e Lucas. Formada em magistério e auxiliar de enfermagem, atualmente cursa Pedagogia na FUNESO e tem como sua inspiração principal a pintura por ser a que à completa. Em 2008, realizou sua primeira exposição de pintura espontânea e gestual em Colônia Leopoldina (AL), onde reside desde 1968. Já produziu mais de 50 telas. Sempre esteve envolvida em atividades relacionadas à questões religiosas e culturais.

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De família católica, foi professora de catecismo e membro do apostolado da oração. Em 1995, começou a estudar a doutrina espírita, sendo fundadora da Sociedade Espírita Luz no Caminho, em Colônia Leopoldina, onde coordena a Assistência e Promoção Social Espírita. Em Colônia Leopoldina, concluiu o curso de Magistério, no Colégio Cenecista Padre Francisco - CNEC (1991). Foi Coordenadora da saúde e das creches municipais (de 1993 a 1996), Coordenadora Municipal da Saúde (1997) e Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (de 2001 a 2008). Como articuladora junto ao UNICEF desenvolveu projeto de um desfile folclórico divulgando o bumba-meu-boi, situação que envolveu as escolas públicas. No município de Palestina - AL, trabalhou como Assessora de Planejamento da Secretaria Municipal de Assistência Social (2009 a 2013). Atualmente, está como Assessora Técnica na Secretaria Municipal dos Direitos da Mulher e do Idoso, no município de Teotônio Vilela - AL desde dezembro de 2009. Prepara uma exposição regional de pintura, com apoio da ACCL, Academia de Cultura de Colônia Leopoldina, da qual é membrofundadora. Ocupa a cadeira de número 10, tendo por patrona Nize de Oliveira. Colônia Leopoldina, 23 de janeiro de 2015.

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8 ELIAS MARQUES PINHEIRO

Nascido em Maraial, Pernambuco, em 23 de maio de 1959, é filho de Antônio Pinheiro da Silva e Edite Marques Pinheiro. É casado e tem um filho. Faleceu no ano de 2018. Viveu toda a sua infância no Sítio Barro Branco, no município de Maraial. Desde sua juventude e até hoje, reside em Colônia Leopoldina, no Estado de Alagoas. Estudou na Escola Estadual Aristeu de Andrade, concluindo o seu curso fundamental na cidade de Palmares, em Pernambuco. Politicamente, participou na implantação do Partido dos Trabalhadores, PT, no Município de Colônia Leopoldina, deixando essa legenda partidária nos anos seguintes, bem como, a lida político-partidária. Passou a atuar como servidor público como Coordenador de Doenças e Endemias na Prefeitura Municipal de Colônia Leopoldina.

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Como pesquisador auto-didata, desbravou a região com seu conhecimento empírico. Escavando em alguns sítios arqueológicos, pode encontrar peças de antepassados vindo a compor o seu acervo particular. Dessas suas investidas no campo da arqueologia, conseguiu colecionar peças e acessórios de pessoas antigas da região, vindo a tornar-se, hoje, o detentor e guarda, como fiel depositário de objetos que pertenceram ao autor leopoldinense Everaldo Araújo. No Sítio Buenos Aires, em Sertãozinho de Cima, no município de Maraial e muito próximo de Colônia Leopoldina, também mantém uma reserva particular de plantas e objetos variados como porteira, bica e varanda da casa do local. A sua arte faz lembrar o artista plástico espanhol Galdi. Das mãos do Elias, tudo pode se transformar em arte. Proprietário do imóvel comercial no centro da cidade, onde funcionou por 50 anos, o hotel Santa Terezinha, transformou tudo na atual Galeria Marpin. Aí, eventos comerciais e culturais acontecem com frequência. Essa Galeria tem origem em seu próprio sobrenome, movimentando um público eclético. Sua Galeria é motivo de orgulho para a cidade, pois neste espaço as pessoas de todas as idades e crenças se encontram. Há bares, cafés, chás, exposição de fotografia antigas de Colônia que compõem o ambiente São bancos de restos de madeira e cipós que adornam o espaço. Na calçada da Galeria, uma moenda do Engenho Canto Escuro, hoje “fôgo morto”, da década de 1940, remete o visitante aos torrões de açúcar, de rapadura e mel de engenho que fizeram parte da mesa de cada um. Tudo isto é o Elias. Colônia Leopoldina, 23 de janeiro de 2015.

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9 ERNANE SANTANA SANTOS

Filho de Adalgiso Borges Santos e Maria de Lourdes Santana Santos, veio ao mundo em Colônia Leopoldina no mês de agosto de 1944. É casado com D. Eutália Guerra, com quem teve 04 filhos: Maria Natalie, Nathália Guerra, Natassia Guerra e Ernane Manoel. É médico e iniciou sua carreira de professor na Universidade Federal de Alagoas e Escola de Ciências Médicas de Alagoas, em 1972 e 1973, respectivamente. Estudou seu curso primário o antigo Grupo Escolar Aristheo de Andrade, em sua terra natal, sendo seus professores: Eldleuza Araújo, Ivar e Romélia Luna. No Giásio Agamenon Magalhães, em Palmares – PE, concluiu seu curso ginasial (no ano de 1962) onde despontou como presidente do Clube de Ciências “Vital Brasil”. Neste mesmo ano, 1962, participou ativamente da campanha política do governador Miguel Arraes de Alencar.

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Em 1963, iniciou o seu curso científico no Colégio Castro Alves (Ipiranga), em Salvador – BA. No ano de 1964, cursa o 2o ano no Colégio Marista de Maceió. Em 1965, estudou no Colégio Carneiro Leão, em Recife – PE e, logo em seguida, por questão de saúde, transferiu-se para Maceió, onde no Colégio Moreira e Silva, concluiu o curso científico, e foi orador da turma, na festa de conclusão. Ainda em 1965, submeteu-se ao concurso vestibular de Medicina, sendo aprovado entre os primeiros. No ano de 1966 é eleito secretário do Diretório Acadêmico Prof. Sebastião da Hora, e, ao concluir o curso médico, é escolhido por seus colegas para ser um dos oradores oficiais da festa de conclusão que ocorreu em 11 de dezembro de 1971. No ano de 1976, ingressou na Secretaria de Segurança Pública do Estado de Alagoas, onde durante quase 15 anos participou do seu quadro funcional, ora atuando como médico perito do Instituto Médico Legal “Estácio de Lima”, ora como médico psiquiatra do Manicômio Judiciário “Pedro Marinho Suruagy”, ou mesmo como professor da Academia de Polícia Civil de Alagoas (APOCAL), sendo posteriormente nomeado para exercer o cargo de chefe do Serviço Médico Odontológico do estabelecimento prisional São Leonardo, até pedir exoneração do cargo e afastamento definitivo do quadro de pessoal da secretaria acima mencionada. Especializou-se em psiquiatria, Medicina do Trabalho e Clínica Médica, além de conseguir o título de mestre em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP), em 1978. Foi professor de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e de Saúde Coletiva da Escola de Ciências Médicas de Alagoas (ECMAL), hoje, Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL). Coordenou os cursos de

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pós-graduação em Medicina do Trabalho e Enfermagem do Trabalho (UFAL). Também foi professor concursado de Química Inorgânica no Colégio Estadual de Alagoas por mais de 07 anos. Exerceu o cargo médico da Comunidade de Colônia Leopoldina (1972) – período em que também lecionou a disciplina de Ciências Físicas e Biológicas no Colégio Cenecista Padre Francisco, daquela cidade. Ainda exerceu o cargo de médico residente da Casa de Saúde Miguel Couto e das clínicas Rocha Silvestre, em Maceió – AL e também exerceu durante 15 anos o cargo de médico perito em Psiquiatria do INPS (Instituto Nacional de Previdência Social). Aprovado em concurso público federal para Médico Sanitarista do Ministério da Saúde – SUCAM – AL. Aprovado em concurso público federal para Médico Perito em Psiquiatria do INPS – Maceió – AL. Durante o quadriênio 2004-2008, realizou atividades médicas junto ao Programa de Saúde da Família (PSF), na comunidade de Colônia Leopoldina – AL. Por um período de 30 anos, pertenceu ao quadro de sócios do Rotary Club Maceió-Leste, onde chegou a exercer os cardos de secretário e presidente dessa conceituada entidade filantrópica, que possui como lema: “DAR DE SI SEM PENSAR EM SI”. Ainda exerceu os cargos de Médico Perito em Medicina do Trabalho, perante a Junta de Conciliação e Julgamento de Maceió, e da Justiça Federal de Alagoas, por mais de 05 anos. De 1993 a 2012, exerceu atividades médicas no município de Colônia Leopoldina: Posto de Saúde “José Santana de Melo”; Centro de Saúde “José Luiz Lessa”; Hospital “Maria Loureiro Cavalcanti”; Centro

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de Atendimento Psicossocial e no Posto Médico da Destilaria Porto Alegre. a) PUBLICAÇÕES:  Atividades de controle da tuberculose desenvolvidas em uma unidade básica de saúde da Fundação SESP – Penedo – AL, (Tese Mestrado)/USP/São Paulo/1978;  Livro: As ruas de nossa cidade – Colônia Leopoldina – Editora QGráfica – Campus A.C. Simões – Tabuleiro dos Martins – Maceió – Alagoas – 2007;  Livro: Incruzando espadas – Editora QGráfica – Campus A.C. Simões – Tabuleiro dos Martins – Maceió – Alagoas – 2011. b) CONTOS:  A agonia dos bangues e seu bueiro quadrado – Antologia Sobrames/Alagoas II Contos/Crônicas/Poesias/2004; Contos publicados:  Questão de rico com pobre – Revista Sobrames/ Alagoas/2004.  Napoleão Bonaparte – Livro Antologia Sobrames/ Alagoas – II – 2008.  Incruzando espadas – Revista da Academia Alagoana de Cultura – Ano 4, n. 06 – Maceió – AL – 2009.

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 Chico Machado – o fogueteiro carnavalesco – Revista da Academia Alagoana de Cultura de Alagoas – Ano 5, n.07 – Maceió – AL – 2010.  JK e o poeta Zé Preá – Revista da Academia Alagoana de Cultura – Ano 6, n.08 – Maceió – AL – 2011. c) DISTINÇÃO:  Crônica Premiada pela Academia Alagoana de Medicina e Sobrames/AL – “PURUTUTU TU TU TU” – 2006;  Conto Premiado – Choveu tantinho assim – Concurso realizado pela Sobrames/AL e Academia Alagoana de Cultura – 18/10/2007;  Homenageado com a medalha de reconhecimento público por relevantes serviços prestados à Faculdade de Medicina de Alagoas nos 57 anos de sua fundação – 03/05/2007;  Homenageado com o diploma de professor emérito da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL – 19/12/2007;  Membro representativo da Academia Alagoana de Cultura de Alagoas;  Sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores Sobrames/AL;  Sócio honorário da Academia Maceioense de Letras – Alagoas;

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 MENÇÃO HONROSA concedida pela SOBRAMES E ACADEMIA ALAGOANA DE MEDICIINA pelo conto O enterro do Mainha – 18/10/2012;  Membro efetivo da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina (ACCL) – Jan.-2015. d) PALESTRAS:  Palestra proferida na V Bienal Internacional do Livro de Alagoas – UFAL/Sobrames/AL. Centro Cultural e Exposições Ruth Cardoso – Maceió-Alagoas – 25.10.2011 Tema: “O Folclore Nordestino e a Poesia Popular”;  “Um breve relato do folclore brasileiro” – Palestra proferida no Rotary Club Maceió-Leste – 2009 – Publicada no livro: O Rotary em Alagoas – Autor Marcello Guimarães Barros. e) ATIVIDADES POLÍTICAS 1962 – Participou ativamente da campanha política que elegeu para governador de Pernambuco, o Sr. Miguel Arraes de Alencar; 1965 – Em pleno período pós-golpe militar (Revolução de 64), fundou, juntamente com seu pai Adalgiso Borges Santos o partido político MDB (Movimento Democrático Brasileiro) no município de Colônia Leopoldina, partido pelo qual sairia candidato a prefeito municipal.

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1965 – Por motivo de ordem superior, resolveu apoiar para prefeito municipal, o Sr. Antônio Lins da Rocha, que após empossado, quebrou uma oligarquia política de mais de 20 anos. 1971 – Apoiou a candidatura vitoriosa do industrial José Luiz Lessa (um dos patronos dessa Academia), triênio 1972-74. 1974 – Retornou à cena política votando para prefeito no Sr. José Gomes de Lima (Zequinha). 1980 – Voltou a participar decisivamente da campanha política que conduzirá, mais uma vez, o Sr. José Luiz Lessa a prefeitura de Colônia Leopoldina. 1987 – Fundou o Partido da Frente Liberal (PFL) e foi eleito presidente dessa agremiação política. 1988 – Foi indicado candidato a vice-prefeito na chapa de Dr. Osvaldo Gomes de Barros (PMDB) que não obteve êxito e perdeu o pleito para os senhores José Santana de Melo e Lourinaldo de Lima (1989-1992). 1992 – Foi eleito vereador pelo PFL, e ocupou a presidência da Câmara Municipal, no biênio 1993-1994, durante o governo da prefeita Telma Gomes de Melo e José Alves Caldas. 1996 – Por divergências políticas com o Diretório Regional do PFL solicitou desfiliação partidária e fundou o Partido Social Trabalhista (PST), sendo seu presidente, e pelo mesmo é reeleito vereador, ocupando mais uma vez a presidência da Casa Legislativa, no quadriênio 19972000, sob o governo do Sr. Severiano Freitas e Flávio Lima. 2000 – Participando da coligação “A VONTADE DO POVO”, pelo PST, conseguiu se reeleger vereador e contribuindo decisivamente para a vitória política da chapa Manuilson Andrade e José Alves Caldas, para o período 2001-2004.

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2004 – Após a extinção do PST, ingressou no Partido Liberal (PL), e foi reeleito vereador para o quadriênio 2005-2008, sob o governo Manuilson Andrade e José Alves Caldas. 2008 – Com a extinção do PL, foi convidado pelo prefeito Manuilson Andrade, e com ele funda o Partido Democrático Trabalhista (PDT), sendo, posteriormente, conduzido a presidência desse mesmo partido, pelo qual foi reeleito vereador, assumindo a presidência da Câmara Municipal, no biênio 2009-2010. Exerceu o cargo de 1o Secretário da Câmara Municipal do Colônia Leopoldina, nos períodos: 1995-1996, 2001-2002, 2003-2004, 2005-2006, 2007-2008 e 2011-2012. 2012 – Em razão de divergências políticas com o Diretório Estadual do seu Partido Democrático Trabalhista (PDT), tem seu nome preterido para compor como candidato a vice-prefeito na chapa do Sr. Manuilson Andrade (PSDB), o qual, não obteve sucesso no pleito eleitoral de 2012. Após o término do seu mandato em 2012, e ainda em decorrência do episódio acima mencionado, resolve se afastar das atividades políticas, onde militou por 20 longos. É membro fundador da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina, Alagoas. Colônia Leopoldina, 23 de janeiro de 2015.

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10 JOSÉ AMORIM JUNIOR

“Nasceu no dia 28 de outubro de 1970, na cidade de Colônia Leopoldina – AL, filho de José Amorim – Altilho – PE, 04/03/36 (falecido em 31/08/88) e de Marli Francisco Xavier – Colônia Leopoldina – AL, 30/03/44) tem quatro irmãos: Franklin, Henrique, Washinigton e Helga. Em 26 de julho de 2001 casou-se com Ivânia Maria Bezerra Silva. É funcionário público na Prefeitura de Colônia Leopoldina – concursando desde 10/08/98 no cargo de assistente administrativo. De 29 de agosto de 2001 a 31 de março de 2008 exerceu a função de secretário-geral do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). Ainda na Prefeitura de Colônia Leopoldina, trabalhou nos cargos de diretor do Setor de Promoções Culturais, Esportivais e Turísticas (SPCET) de 03 de fevereiro de 1997 a 31 de março de 2000 – no governo do então prefeito Severiano Freitas (PMDB); de auxiliar

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bibliotecário na Biblioteca Municipal Dr. Neidey Alcântara de Oliveira, de 03 de outubro de 1988 a 08 de julho de 1991; chefe e preparador eleitoral no Cartório Eleitoral (PJCL), respectivamente, nos períodos de 09 de julho de 1991 a 10 de outubro de 1994. No Governo do Estado de Alagoas trabalhou como auxiliar de administração, na Secretaria do Trabalho e Ação Social (SETAS), de julho de 1995 a janeiro de 1997. Em outras áreas profissionais já atuou em diversas funções, sendo elas: recepcionista/caixa de supermercados, vendedor de livros e outros. Júnior Amorim possui uma trajetória brilhante de luta em defesa das conquistas da nossa gente. Já em 1982, aos 12 anos de idade, iniciou no campo esportivo, presidindo a agremiação da Escolinha do Vasco da Gama. Também jogou na Escolinha do Bahia, da saudosa professora Luiza Ferreira, em 1984/89; no Atlético CL, de 1990/93, no Flamengo (do Caboge), em 1996. Em 1993 presidiu a Liga Leopoldinense de Esportes (LLE) e fundou o Campeonato Leopoldinense de Futebol, em 1996. Ainda na Liga foi eleito com ênfase aos postes de presidente e vice-presidente, respectivamente, entre os períodos de 15/02/97 a 15/02/99 e de 30/04/03 a 30/04/05. Outra fase importante na carreira de Júnior Amorim, deu-se com a sua passagem no movimento cultural, principalmente, na qualidade de membro do GRUCALE, nos anos de 1987/90. Da intensa atividade no tal movimento, foi para o cenário político em sua terra natal. Registrase, também, sua militância atuante no Partido dos Trabalhadores, no ano de 1990 e seu retorno ao mesmo, em 1995. Com o engajamento no movimento estudantil leopoldinense, onde exerceu o mandato de conselheiro fiscal (1990) e secretário-geral (1991), respectivamente, no Grêmio Estudantil Antônio Lins da Rocha. Foi assim que conquistou em 1992, ser eleito presidente da União Municipal dos Estudantes

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Leopoldinenses (UMEL), obtendo naquele ano uma votação expressiva de 373 votos.”(Texto extraído do livro A trajetória do movimento estudantil leopoldinense). Atualmente, assessora o Governo municipal de Colônia Leopoldina.

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11 JOSÉ FRANCISCO DE MELO NETO

Nasceu em Colônia Leopoldina, Alagoas, no dia 16 de janeiro, de 1951. Filho de Francisco José de Melo (Chico Loló) e Doralice Bezerra de Melo (Dórinha Loló), sendo o primogênito de oito irmãos e irmãs. Teve 4(quatro) filhos com Maria do Socorro Melo, com quem divorciou-se, e 1(hum) com Ana Lúcia Ferreira Queiroga. Fez os seus estudos primários na cidade que se estendiam, tão somente, até à quarta série primária (terminologia da época). Em seguida, partiu para Recife, estudando em escola de orientação religiosa católica, Escola Apostólica do Sagrado Coração de Jesus (SCJ), onde fez o ginásio, hoje, a escola fundamental. Mudou-se para Brasília, onde teve um determinante apoio da família Vieira, do Sertão da Paraíba, da cidade de São José do Caiana, tendo o título de cidadão desta cidade sertaneja, cultuando uma amizade que permanece. Em Brasília, concluiu o Ensino Médio no

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Colégio Marista, no ano de 1971. No ano seguinte, voltou ao Nordeste com um grupo de colegas de escola, vindo fazer o antigo vestibular na Universidade Federal da Paraíba. Passando a trabalhar, contudo, teve de mudar de moradia e de curso para a cidade de Campina Grande, onde graduou-se em Química, pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB - 1977). Nesta cidade, iniciou as atividades de Professor de Química no Colégio Estadual Elpídio de Almeida, mais conhecido por “Gigantão” da Prata, bairro onde o mesmo localiza-se. Tornou-se Vice-Diretor, deste que é um dos mais referenciados conteudísticamente dos educandários públicos do Estado. Especializou-se em Química pelas Universidades: Estadual da Paraíba/Federal de Pernambuco(UFPE), em 1979. O trabalho de pesquisa o conduziu para realizar novo Curso de Graduação, agora em Filosofia, tendo iniciado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro e concluído na Universidade Federal da Paraíba (UFPB - 1997). Avançando em sua formação acadêmica, realizou curso de mestrado em Educação pela Universidade de Brasília (UnB - 1984), com a orientação da Profa. Dra. Hélène Le Blanch e o doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ - 1996), com as orientações de Profa. Dra. Maria de Lourdes Albuquerque Fávero, inicialmente, e, concluindo com a Profa. Dra. Mirian Limoeiro. Realizou programa de pós-doutoramento na Universidade de São Paulo (USP - 2003), tendo como orientadores: os Professores Celso Beisiegel e Paul Singer, nomes expoentes da educação popular e da economia solidária. Na Usina Catende-PE, realizou o seu trabalho de pesquisa. A partir de 1978, tornou-se professor de Química da Universidade Estadual da Paraíba, antiga FURNe. Afastou da mesma

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para exercer a função de Professor de Filosofia, no Centro de Educação, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa, no ano de 1993. Aí, deixou a Universidade Estadual como Professor Titular da mesma. Exerceu várias atividades acadêmicas como a Chefia de Departamento e a Coordenação do Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE), com cursos de mestrado e doutorado em educação. Participou ativamente como docente na implantação do curso de doutoramento, na UFPB, como pesquisador na linha de Educação Popular. Orientou mais de duas dezenas de doutorandos e quase meia centena de mestrandos, além de participação em centenas de bancas, em todo o Brasil. Foi também avaliador de projetos e programas de pós-graduação e de trabalhos acadêmicos a serem apresentados em eventos promovidos pela área de educação (ANPED), em nível regional e nacional. Desde 2003, é professor Titular da UFPB, a mais alta função acadêmica da carreira docente, com experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Popular, desenvolvendo atividades nos seguintes campos: fundamentos filosóficos e análises de experiências da Educação Popular em Movimentos Sociais e em programas e projetos de Extensão Popular, em especial, aqueles voltados à economia solidária popular. Durante sua vida acadêmica, decorrente de suas pesquisas, tem produzido quase três dezenas de livros autorais e coletivos e entre os autorais: A organização popular (1995); Diálogo em Educação (Platão, Habermas e Freire), em 2010; Usina Catende: para além dos vapores do diabo (2011); Colônia Leopoldina: 30 anos de lutas populares por mudanças e cidadania (1982-2013), em 2013; Extensão Popular (2014). E em 2018 editou, coletivamente o livro Universidade Popular ( Pesquisa

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Ensino e Extensão), em sua segunda edição. Junte-se à essa produção, um conjunto de mais de 100 artigos, divulgados em Revistas Nacionais e Internacionais, em Conferências e em Seminários e Congressos Acadêmicos, em todo o país. Criou a Coleção Colônia Leopoldina, livros sobre a sua cidade natal. A sua atuação política esteve sempre orientada ideologicamente às reivindicações das classes trabalhadoras. Participou das lutas pela democracia e contra a ditadura de 1964, vinculado a grupos de esquerda, vindo a contribuir posteriormente para a Fundação do Partido dos Trabalhadores (PT), ajudando em Colônia Leopoldina, Alagoas, no ano de 1982, na constituição de seu Diretório Municipal. Também, participou desse movimento político em Brasília, mas atuou com maior intensidade no Estado da Paraíba, em Campina Grande e em João Pessoa. Todavia, desligou-se do mesmo em 2004, por discordância dos caminhos da política do partido. Ainda na política, merece destaque a sua participação do Sindicato de Trabalhadores em Educação da Paraíba, hoje, SINTEP, na sua direção, na década de 1980. Também foi Presidente do Conselho Estadual de Educação, nos anos de 2012 e 2013. Atualmente, na Universidade Federal da Paraíba, participa da Incubadora de Empreendimentos Solidários (INCUBES), ajudando na fundação do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão em Economia Solidária e Educação Popular (NUPLAR), sendo escolhido para ser o seu Coordenador. Também é o líder do grupo de Pesquisa em Extensão Popular (EXTELAR), credenciado no Conselho Nacional de Pesquisa(CNPQ)6. 6 O currículo acadêmico completo encontra-se no seguinte endereço eletrônico: http://lattes. cnpq.br/5514042389040539

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Suas atividades envolvem ensino em cursos de graduação, mestrado e doutorado; pesquisas e extensão junto ao NUPLAR, EXTELAR e INCUBES, além das atividades de orientação e participação em bancas acadêmicas e de concurso para professor titular, pelo país. Ainda, no campo da educação e da cultura, fez doação de sua biblioteca particular à Biblioteca Municipal de Colônia, um acervo de quase 2.000 (dois mil volumes) em filosofia, sociologia, educação, antropologia e áreas afins; ajudou a criação do Movimento Colônia e Cidadania (MCC), em Colônia, e a Academia de Cultura de Colônia Leopoldina (ACCL), aglutinando os municípios de fronteira, sendo escolhido o seu 1º Presidente, quando da fundação, no dia 23 de janeiro de 2015. Finalmente, é filiado à Associação Nacional de Pesquisa em Educação (ANPED) e à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Essas organizações trazem elementos da cultura, por meio da pesquisa em educação, bem como, na área de ciências e tecnologias, permeadas por um humanismo próprio, pautadas sempre no outro, na alteridade, preocupações centrais deste autor, pesquisador e, em especial, um professor. Colônia Leopoldina, 23 de Janeiro de 2015.

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12 JOSÉ ROMILDO DE MOURA

José Romildo de Moura, filho de José do Carmo de Moura e Maria José do Nascimento, nasceu em Colônia Leopoldina, Alagoas, em 03 de setembro de 1974, praticante da religião católica. Iniciou sua carreira profissional de professor aos vinte anos, lecionando matemática pela primeira vez na Escola Estadual Aristheu de Andrade. Quando criança foi aluno da Escola Joaquim Luiz da Silva, esteve sempre envolvido em brincadeiras com outras crianças da vizinhança e gostava de passar as férias na fazenda onde seu pai trabalhava.

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Na adolescência, estudou na Escola Antônio Lins da Rocha e estava sempre engajado com outros grupos de alunos que se dedicavam bastante aos estudos. Organizavam momentos de estudos nas casas dos amigos para as avaliações e aproveitavam também para se divertirem. Assim que concluiu o ensino médio, foi morar em Maceió, Alagoas, após ser aprovado em Química Industrial na ETFAL (Escola Técnica Federal de Alagoas), hoje IFAL (Instituto Federal de Alagoas). Não chegou a concluir o curso, mas seu aprendizado por lá o fez despertar ainda mais o gosto pela matemática, pois foi selecionado a participar de um grupo preparatório para olimpíadas na Usina de Ciências. Em 1994, retorna a sua cidade natal e, a convite de uma exprofessora, vai ensinar matemática na escola Aristheu de Andrade, ficando ali lecionando turmas de 6ª à 8ª série até final de 1996. Em janeiro de 1997 é aprovado no vestibular em matemática na Faculdade de Professores da Mata Sul, Palmares, Pernambuco. Neste mesmo ano, após iniciada a faculdade, é convidado a lecionar matemática na Escola de 1º e 2º Graus Antônio Lins da Rocha. Concluiu a faculdade com grande louvor. Foi laureado como melhor aluno do curso de matemática e também de todos os cursos da faculdade por obter as melhores notas durante todo o seu percurso de aprendizado na instituição. Em 2001, iniciou a pós-graduação em matemática também na FAMASUL e apresentou sua monografia de conclusão do curso na área de geometria, explorando o estudo dos quadriláteros através do modelo de geometria do casal Van Hiele. Sua identificação com a matemática o fez ser aprovado em vários concursos públicos na área de matemática na sua cidade para as redes

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municipal e estadual e também em cidades vizinhas, Novo Lino e São José da Laje. Fez cursos de aperfeiçoamento para professores de matemática pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e curso de inglês no Estado de Pernambuco. Familiarizado com a leitura, degustou o sabor das páginas de autores, como Paulo Coelho, José de Alencar, Machado de Assis, Graciliano Ramos e Sidney Sheldon. Sempre gostou de despertar o interesse dos alunos pela matemática e, na 1ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) realizada em 2005, dedicou-se à preparação de um grupo de alunos da escola Antônio Lins da Rocha, tendo vários dos seus alunos premiados. E, em razão desse feito, foi premiado como um dos melhores professores de matemática do Estado de Alagoas com uma viagem ao Rio de Janeiro para participar de um curso de aperfeiçoamento no maior instituto de matemática da América Latina, IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada). Em 2012, foi aprovado na seleção para o mestrado em Matemática pela UFAL, cursando os seis primeiros meses em 2013, mas afastouse do curso ao assumir a gestão da Secretaria Municipal de Educação de Colônia Leopoldina no mesmo período. Desempenhou um bom trabalho no biênio 2013-2014, sendo comprometido e trabalhando com grande dedicação para ver a educação do seu município crescer. Deixou o cargo de secretário no final de 2014 e resolveu voltar a se dedicar ao magistério. Hoje, é membro fundador e faz parte da diretoria como Diretor social da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina (ACCL), fundada em janeiro de 2015, que juntamente com outros imortais leopoldinenses

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e de municípios circunvizinhos vêm procurando resgatar e difundir a cultura da região. Reflexão: “Somos verdadeiramente humanos quando agimos com o outro nos colocando no lugar dele”.

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13 LIBENE TENÓRIO

LIBENE TENÓRIO é professor de Língua Portuguesa, com especialização na área (FAMASUL). Já exerceu os cargos de Diretor da Escola Mário Gomes de Barros, Vereador do Município de Novo Lino e Secretário de Educação desta cidade. Casado com Elielma, de quem gerou os filhos Lucas e Lidiane. Pertence à Assembleia de Deus. É poeta, com vários livros publicados e brevemente lançará mais um: Lucidez. Filho de uma família tradicional linense de Hozana e do inesquecível Zé Enfermeiro. Sempre lutou pela cultura do município e pela liberdade de expressão religiosa. Quando vereador, apresentou a proposta para que se criasse o Dia do Evangélico Linense. Como ativista político, está filiado ao Partido Democrata (DEM).

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14 MARIA DAS GRAÇAS SANTOS

Maria das Graças Santos nasceu em Palmares/PE, no ano de 1958, mas radicou-se em Campos Frios (Xexéu). Professora pósgraduada em língua portuguesa, participou das antologias Poetas do Ano 2000 e Poetas do Xexéu (2002), ambas organizadas por Admmauro Gommes. Lecionou na Escola Paulo Pessoa Guerra e a João Pereira Sobrinho, em Xexéu, e na Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul – FAMASUL.

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15 MIGUEL FLORÊNCIO DA SILVA JÚNIOR

MIGUEL FLORÊNCIO DA SILVA JÚNIOR é professor de Geografia, em Colônia Leopoldina. Nasceu no município de Caruaru, Agreste do Estado de Pernambuco, a 1 de maio de 1963, passando a muito cedo a viver no município de Colônia Leopoldina. Desde 1988, é professor da Escola de Ensino Fundamental Antônio Lins da Rocha, navegando e se contaminando com a Geografia. Graduou-se em Geografia pela FAMASUL, fundação educacional do município dos Palmares. Lecionou nos colégios Cenecista Padre Francisco (Colônia Leopoldina) e Mário Gomes (Novo Lino). É casado com Silvia Maria Soares Florêncio, de quem nasceu Marjorie Samara Soares Florêncio.

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Pôde participar de dois importantes movimentos, promovendo a sua fundação, na Cidade de Colônia Leopoldina, que foram o GRUCALE e da UMEL (movimentos ligados à cultura e aos setores estudantis). Recentemente, participou da fundação da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina, sendo, assim, um de seus fundadores. “A melhor impressão que tenho da minha fábula é a de um cara que levou um tremendo susto e saiu pela vida, ávido de mundo, porque ficou assustado de se assustar. Por estas e por outras, na pior das hipóteses, eu quero ao menos ser uma ida, uma promessa”. Colônia Leopoldina, 23 de janeiro de 2015.

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16 REGINALDO JOSÉ DE OLIVEIRA

Reginaldo José de Oliveira nasceu em 15 de outubro de 1953, no Engenho Livramento, município de Colônia Leopoldina, no Estado de Alagoas, filho de Miguel Euzébio de Oliveira, e de Ozana Augusta de Oliveira. Mas, que aos sete anos de idade, no ano de 1960, veio residir na cidade de Palmares, no Estado de Pernambuco. Na idade do alistamento militar se apresentou à Força Aérea, tendo servido como soldado, durante três anos, na Base Aérea do Recife. Desenvolvido maior interesse pela carreira militar, em 1978, ingressou no Curso de Oficiais da Polícia Militar de Pernambuco, vindo a servir nessa corporação por 30 anos. Por seus serviços prestados à corporação e à sociedade atingiu o mais alto posto da carreira militar, na Polícia Militar, o posto de Coronel.

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Na sua carreira militar, pode na corporação concluir vários cursos como o de Formação de Oficiais, o curso de Aperfeiçoamento de Oficias e o curso Superior de Polícia. Contudo, o olhar estava para coisas mais altas, vindo a concluir o Curso de Piloto de Aviões, no Aeroclube de Pernambuco. Especializouse ainda mais nessa área com o Curso de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos, curso este realizado na capital da República, em Brasília, no Distrito Federal. Como militar, foi comandante do 10º BPM (Palmares), do 4º BPM (Caruaru), (1º Batalhão de Trânsito), em Recife, e do Grupamento Aéreo da SDS (Secretaria de Defesa Social). Também foi chefe do Serviço de Transporte Aéreo do Estado, servindo neste período, na Casa Militar. Todavia, sempre esteve voltado às questões sociais, em particular, à educação e, por isso, criou a Patrulha Escolar na PM de Pernambuco no ano 2000. A sua dimensão de educador pôde ser desenvolvida, agora, de maneira mais efetiva quando tornou-se professor da Academia de Polícia Militar do Estado de Pernambuco, na cidade de Paudalho. Nesta atividade, permaneceu durante 10 anos, de 1986 a 1996. A educação passou a ser seu foco principal, e concluiu os cursos superiores de Filosofia e de História, na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Caruaru (FAFICA). Prosseguindo mais e mais os seus estudos, realizou a Pós-Graduado em Gestão de Defesa Social pela Universidade Católica de Pernambuco, no nível de Especialização. A dimensão humanística em sua vida esteve sempre presente e a música também estava entranhada no seu sangue, vindo a participar, como músico, nas orquestras Mancines e Tocantins, em Palmares.

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Em busca de novos caminhos, avançou para o mundo da pesquisa, vindo a publicar o livro: SABEDORIA OU MEDIOCRIDADE? Diálogos no Reino Encantado das Águias. Atualmente, pode ser considerado um pesquisador no campo da pós-contemporaneidade, desenvolvendo pesquisa que mostrará a sua busca de Novos Caminhos, o seu próximo livro: Em Busca de Novos Caminhos. É um dos fundadores da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina (ACCL), Alagoas. Colônia Leopoldina, 23 de janeiro de 2015.

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17 RISADALVO JOSÉ DA SILVA (SÃO)

Risadalvo José da Silva nasceu em Maceió, mas, desde criança, viveu em Novo Lino. No início, no engenho Nossa Senhora das Graças, até 1977. A partir daí passou a viver, até 1979, na Fazenda Belo Horizonte, denominada de A Onça. Nessa época, pôde conviver com as dificuldades profundas pelas quais vive o trabalhador. Do ano de 1979 até 1993, viveu na sede do município em Novo Lino, na medida em que a saída do engenho se impôs como medida para facilitar a realização dos estudos ginasial, no Instituto Tiradentes, e, o segundo grau no Colégio Mário Gomes de Barros. Isto tudo, em decorrência da visão muito adiante de sua mãe, que via a necessidade de se ter estudos na vida. Em 1993, mudou-se para Palmares, onde vive até hoje.

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Enquanto vida pública e acadêmica, fez os primeiros estudos na cidade de Novo Lino, ginásio e segundo grau, graduando-se depois em Licenciatura Plena em História, pela FAMASUL – Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul em Palmares. Em 2011, concluiu o Mestrado em Desenvolvimento e Meio ambiente pela UFAL – Universidade Federal de Alagoas. Em Alagoas, fez parte da direção estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Pastoral Rural da Arquidiocese de Maceió, da Comissão Pastoral da Terra Nordeste, até o ano de 1993. Exerceu mandato de Diretor da Escola de Formação Quilombo dos Palmares – EQUIP, ONG, com atuação no Nordeste, dedicada a formação de lideranças e educadores, oriundos de Movimentos Populares e de setores públicos identificados com a construção da cidadania. Em Pernambuco, trabalhou em várias organizações de assessoria como a FASE-Federação de Órgãos Para Assistência Social e Educacional, em Recife/PE. Também desenvolveu atividades com o Centro das Mulheres do Cabo, na cidade do Cabo de Santo Agostinho, PE; com a Associação de Orientação às Cooperativas do Nordeste - Assocene - e no Projeto Catende Harmonia – Usina Catende. Nessa grande experiência dos trabalhadores no comando de uma usina, uma busca de autogestão, exerceu funções de Assessor Técnico e Assessor do Colegiado Territorial Mata Sul, junto ao programa Territórios da Cidadania, do Governo Federal. Ainda na área pública, exerceu os cargos de Presidente da Autarquia Habitacional do Município de Palmares, de 2009 a março de 2012; de Secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Meio Ambiente da cidade de Palmares, no período de junho de 2011 até

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março de 2012 e Secretário de Agricultura e Trabalho do Município de Jaqueira, desde janeiro de 2013, até esta data. Atualmente, em função da sua presença na região Norte de Alagoas, desde 1986, atuando na formação de lideranças, exerce o cargo de Presidente da ATRAPO: Associação de Trabalhadores e de Pequenos Produtores Rurais dos Municípios próximos à Bacia Hidrográfica do Rio Jacuípe: Colônia Leopoldina, Campestre, Jacuípe, Jundiá e Novo Lino (em Alagoas) e Maraial e Xexéu, em Pernambuco, com Foro jurídico na cidade de Maraial, Pernambuco. É um dos fundadores da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina, ACCL, compreendendo também os municípios de sua circunvizinhança. Colônia Leopoldina, 23 de janeiro de 2015.

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18 SEVERINO INÁCIO DA ROCHA

Nasceu na cidade de Cupira, em Pernambuco, em1935, passando a morar em Colônia Leopoldina, no ano de 1951. Casou-se com Irene Mendes da Rocha, tendo com ela três filhos, e, mais recentemente, três netos e uma bisneta. Faleceu no ano de 2018. Instalado na cidade, passou a trabalhar como alfaiate. O seu estudo em escola formal foi pouco, conforme ele mesmo relata, devido as grandes dificuldades de seu tempo de adolescência e juventude. Contudo, o seu estilo de ver o mundo o transformou em um observador das pessoas e atento para com o cuidado com as mesmas, para a necessidade de que todos e todas se tornem cidadãos e cidadãs. Como alfaiate, montou a sua loja voltada a esse segmento de serviços, costurando para revenda, vindo a preparar as roupas, inclusive,

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dos políticos da região. A política partidária começou a fazer parte também de sua vida, por meio dos contatos desses políticos, conhecendo em detalhes boa parte da política local, desde a década de 1950. Mas, seguiu o ramo comercial, motivado pelo advento das fábricas de confecção que avançavam pelo país. Assim, é que entrou definitivamente no ramo do comércio. Devido aos seus contatos políticos e suas análises do povo da região, tornou-se vereador da cidade, bem como, Secretário Geral da Prefeitura, à época, responsável pela Administração, no Governo do Prefeito Antônio Lins da Rocha, nos idos da década de 1970. O seu pensamento de condições melhores de vida para o povo, em plena ditadura, deslocou-se para a visão política de oposição, no antigo Movimento Democrático Brasileiro, o MDB, um movimento pela redemocratização do país, tornando-se, também, o seu Presidente Municipal. Ainda mantém-se no comércio no ramo de supermercado que leva o nome de sua família - Supermercado Rocha. Sem abandonar a política mas sem participar diretamente da vida partidária, continua mantendo a esperança de que as vidas das pessoas sempre possam ser muito melhores, tendo sido este o sentido de sua atuação política. É um dos fundadores da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina - ACCL. Colônia Leopoldina, 23 de janeiro de 2015.

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19 SILVIO CESAR DA SILVA DE CARVALHO

Nasceu em Palmares, Pernambuco, em 24 de dezembro de 1981. Como muitos leopoldinenses, nasceu no Estado vizinho mas tem a sua vida diretamente voltada à Colônia Leopoldina. É filho de Irene Maria da Silva e de Sebastião Manoel de Carvalho. É casado com Marthinele Ariana de Souza Silva, com quem tem uma filha, Lívia Hellen de Souza Carvalho. Fez o antigo Ensino Fundamental na Escola Municipal Joaquim Luiz da Silva (Colônia Leopoldina) e na Escola Antônio Lins da Rocha (Colônia Leopoldina). Já o Ensino Médio fez no extinto Colégio Padre Francisco (Colônia Leopoldina). Entre os anos de 1998 e de 1999 frequentou os Encontros Vocacionados promovidos pelo Seminário Arquidiocesano de Maceió, com o objetivo de adquirir os aportes epistêmicos necessários para o

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exercício do sacerdócio. No entanto, se apercebeu que as “verdades teologais” não preenchiam a sua “lacuna ontológica”, culminando com o abandono da busca pelo sacerdócio. Entre os anos de 2005 e 2009, fez o Curso Superior de Licenciatura Plena em História, na Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul (Palmares/PE), no qual recebeu a Láurea Acadêmica. Ainda no final do ano de 2009, ingressou nos Curso de PósGraduação (Lato Sensu) em História do Brasil, terminando em 2011. Como professor efetivo, lecionou a ciência histórica nas escolas Mirandolina Pessoa de Queiroz (Campos Frios/Pernambuco/2010) e João Pereira Sobrinho (Xexéu/Pernambuco/2011-2013). Como professor temporário, lecionou na escola Aristheu de Andrade (Colônia Leopoldina/Alagoas/2011). É coautor do livro “Elementos de Pós-Modernidade e de História Imperial” (2010), editado pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB. No momento, concentra a pesquisa em dois campos: a) fundamentos histórico-políticos da cidade de Colônia Leopoldina – onde aborda as razões históricas da implantação da Colônia Militar Leopoldina, em 1852; b) fenomenologia e existencialismo – investigação sobre as relações entre as mencionadas correntes filosóficas com as práticas do senso comum. Desenvolve atividade crítica nas redes sociais. Administra “O GRUPO” no facebook e pode ser encontrado no blog “O RECANTO DOS CABANOS”, em http://wwwsilviocesar.blogspot.com.br/. Atualmente, estuda o 3º período do Curso de Direito no Centro Universitário Tiradentes, em Maceió, Alagoas. É fundador da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina (ACCL), Alagoas. Colônia Leopoldina, 23 de janeiro de 2015.

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20 EVERTON FABRÍCIO CALADO

Nascido a 7 de fevereiro de 1981, Everton Fabrício Calado é o filho mais novo da conhecida professora Elda Brito Calado, e irmão do bibliotecário Elton Fabrício Calado. Hoje, também professor e psicólogo, casado e pai de dois filhos, Everton é membro da Academia de Cultura de Colônia Leopoldina (ACCL), pela qual se apresenta uma breve biografia nas linhas abaixo. Desde criança, Everton buscou, ainda que intuitivamente, fazer jus ao respeitado e querido nome de sua mãe, “tia Elda”, educadora e guerreira. Costuma dizer que, das “aulas de amor e de vida” que recebeu no dia-a-dia do lar, extraiu sua maior aprendizagem. A carismática professora, durante 30 anos em sala de aula nas principais escolas da cidade, marcou gerações com seu ensino extrovertido, com os próprios filhos entre seus inúmeros alunos.

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Alfabetizado na Escola Municipal Joaquim Luiz da Silva, Everton fez a primeira série - assim chamada à época - na saudosa Escolinha Santa Terezinha do Menino Jesus, da professora Edite Lamenha. Essa era sua “tia Edite”. De volta à escola municipal, terminou ali seu primário, de onde seguiu para o Grupo Escolar Aristheu de Andrade, do estado, para cursar da quinta à oitava série. Com fama de “menino inteligente”, enfrentou o desafio de fazer o Curso de Aprofundamento Geral ou simplesmente o “científico” (hoje Ensino Médio) no conceituado Colégio Cenecista Prof. Ivon Ferreira Lins, em Palmares, Pernambuco, de 1995 a 1997. Após isso, enquanto tentava ingressar na faculdade em condições bem difíceis daquele momento, estudou inglês na mesma Palmares por dois anos, mas não completou a proficiência. Teve sua primeira experiência como professor já aos 18 anos, numa breve passagem pelo Colégio Cenecista Padre Francisco, onde sua mãe havia lecionado por décadas. Ao fim dos anos 90, Everton, em meio a uma animada geração de amigos, teve sua adolescência marcada por uma ativa participação nos movimentos da Igreja Católica, que incluía desde seu envolvimento dentro da Renovação Carismática Católica até uma rica amizade com os monges da Fraternidade do Discípulo Amado, da exuberante Serra da Catita, mas, sobretudo, com o grupo jovem. Em todo esse contexto, vivenciou uma nova paixão: a música. Fez parte de duas bandas católicas entre 1998 e 2000: Banda Angelus, organizada por sua saudosa madrinha Irmã Malba, e a Sequaz de Cristo, no momento de auge dos padres cantores. Em 2007 aventurou-se no projeto de uma banda de pop-rock de músicas autorais, a Café Pequeno, com a qual fez alguns shows na noite maceioense e chegou a se apresentar ao vivo em uma rádio da capital.

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Em busca de oportunidades, Everton mudou-se para Maceió nos primeiros meses de 2001. Em 2002, Foi aprovado no concorrido processo seletivo seriado – um novo formato de vestibular – para o Curso de Psicologia, na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). No ano de 2004, Everton foi aprovado em concurso público da Secretaria de Saúde de Alagoas para o cargo de Auxiliar Administrativo, quando passou a trabalhar no Ambulatorial 24 horas Denilma Bulhões, situado no populoso bairro do Benedito Bentes, em Maceió. Em 2006, no quarto ano da graduação, concluiu a Licenciatura em Psicologia, com um trabalho de conclusão de curso escrito a quatro mãos com a colega Dayse Santos Costa: “O sentido da vida e a escolha de uma profissão”. Dois anos depois, terminou o Bacharelado e a Formação em Psicologia. No mesmo ano, foi aprovado para o Mestrado em Psicologia Clínica, na Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP - em Recife, que terminaria em 2010. Nesse ínterim, chegou a morar na capital pernambucana quase todo o ano de 2008. Em 2007, ainda residente em Maceió e então eleitor da capital alagoana, despertou para a militância política. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT/AL) após compor o movimento Saúde em Luta, no qual combateu - junto a outros funcionários públicos da Saúde de Alagoas - as atitudes arbitrárias que marcaram o polêmico início do governo Teo Vilela (PSDB/AL) naquele ano, como o corte abrupto de salários. Em 2008 e 2012 chegou a ter seu nome especulado como possível postulante a um cargo público nas eleições de Colônia, mas desconsiderou essa possibilidade em ambas as ocasiões pela questão do domicílio eleitoral. Somente em 2013, voltaria a ser um eleitor leopoldinense também como um cidadão participante da vida da cidade.

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No final do ano de 2009, Everton foi convidado a compor a equipe que fundaria o Centro de Atenção Psicossocial - CAPS I Leopoldinense - pelo então Secretario de Saúde de Colônia Leopoldina, Carlos Souza, no governo Cássio Alexandre. Em 2010, Everton foi um dos psicólogos de referência do CAPS, onde trabalhou exatamente por um ano, com destaque em sua atuação clínico-social, para qual se utilizou de seu conhecimento do território da cidade e da música. Pediu desligamento do serviço por não concordar com as atitudes da administração municipal, que com a auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) se viu atolado em escândalos sob a suspeita de corrupção e improbidade administrativa. Sobretudo, foram as várias experiências em sala de aula que marcaram a trajetória profissional do agora professor Everton Calado, seguindo os passos de sua mãe. Entre 2009 e 2010 ensinou na Escola de Enfermagem Santa Juliana e no Centro de Formação de Praças e de Oficiais da Polícia Militar de Alagoas (CFAP e CFO/PM-AL), quando foi contratado pelo Centro Universitário Cesmac para lecionar no Curso de Psicologia da instituição, o maior do estado. Permanece nesta faculdade até hoje como integrante da equipe gestora do curso, além de atualmente estar também fazendo sua segunda passagem como professor temporário pelo Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas (IP/UFAL), com aulas também nos cursos de Jornalismo e Relações Públicas. Em 2013, Everton retoma a carreira acadêmica e ingressa no Doutorado em Psicologia Clínica, também na UNICAP, que permanece cursando. No mesmo ano, assume como coordenador do CAPS I Leopoldinense, a convite da prefeita Paula Rocha, em sua primeira experiência de gestão no serviço público e na área de saúde. Apesar de

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um reconhecido bom trabalho à frente do CAPS, fica no cargo apenas até o mês de agosto, quando disputa e vence as eleições para o Conselho Regional de Psicologia de Alagoas (CRP-15), como parte da chapa Um Conselho para fortalecer a profissão. No CRP-15, ocupou durante dois anos a presidência da Comissão de Orientação e Ética (COE/CRP-15) e chegou a ter uma breve passagem como presidente da autarquia, mas teve de renunciar ao posto em função dos prazos de desincompatibilização da Justiça Eleitoral. A essa altura, em 2016, com domicílio novamente em Colônia, é indicado como um dos pré-candidatos a vereador pelo PT municipal. Ainda no Conselho, atualmente preside a Comissão de Comunicação Social (CCS/CRP-15). A propósito, no ramo da comunicação, já havia informalmente prestado assessoria nas eleições de Colônia Leopoldina em 2012 e recentemente ao governo municipal. Em janeiro de 2016, assume como membro da ACCL foi empossado como o mais novo acadêmico da ACCL, ocupando a vigésima cadeira, cujo patrono é o grande sociólogo e político brasileiro Florestan Fernandes. Pela Academia, tem trabalhado no livro COLÔNIA LEOPOLDINA – ALAGOAS 65 anos de política partidária dominante (1950 a 2015) (relatos e visões críticas), com os acadêmicos José Francisco de Melo Neto e Sílvio César. Faz parte hoje também da equipe editorial do site Conexão Colônia (www.conexaocolonia.com.br) cujo objetivo é prestar “informação qualificada para gente conectada”. Atualmente, exerce a função de Psicólogo da Universidade Federal de Alagoas.

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7. PRIMEIRAS AÇÕES CULTURAIS (PLANOS DE AÇÃO) a)Chá Cabano Por várias vezes, foi se constituindo o desejo da permanência de um Chá Cabano, estabelecendo uma prática do chá, na cidade, onde todos podiam tomar o chá de seu desejo. Esta prática ainda não se estabeleceu, e apenas, no mês de maio, ao comemorar-se o início da guerra dos cabanos, então, juntam-se vários acadêmicos e comemoram com um chá.

b) Uma política para a cultura local A Academia de Cultura, durante a campanha eleitoral, pode desenvolver uma prática política, em que, pôs nas mãos dos dois candidatos, de então, o ano de 2015, um mandato para 2016, uma sugestão de ações no campo da Cultura. Esse movimento político rendeu a sugestão de três nomes para a Secretaria de Cultura local, tendo sido contemplado pelo Prefeito Manuilson Andrade, o nome do Acadêmico Silvio Cesar. E isto, para tentar executar um programa aprovado pela Academia de Cultura de Colônia Leopoldina, ACCL. Segue o programa sugerido e entregue ao Prefeito:

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Foto 23. Entrega do documento-proposta da Academia para a cultura local (2016), ao Prefeito Manuilson Andrade.

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ACADEMIA DE CULTURA DE COLÔNIA LEOPOLDINA - ACCL POR UM OUTRO PADRÃO CIVILIZATÓRIO DA CIDADE E DA REGIÃO Of. s/n - 2016. Sr(a) candidato(a) à Prefeitura da cidade de Colônia Leopoldina. A superação de qualquer modelo excludente que se viva é necessário e, nisto, a cultura tem uma forte contribuição. É urgente a promoção das pessoas e que se favoreça o convívio humano e se incentive a colaboração. Tudo isto são perspectivas para o exercício da cidadania. Assim, é que a Academia de Cultura de Colônia Leopoldina propõe as seguintes ações, aprovadas na sua Assembleia Geral, realizada em 23 de janeiro de 2016, em Colônia Leopoldina, para os futuros governantes da cidade, por intermédio de compromissos assinados para com o povo e para com o mundo da cultura. PROPOSTAS: 1. CRIAÇÃO DE UM CENTRO CULTURAL COM: a) um cinema público e regional; b) uma escola de teatro e de dança, com anfiteatro; c) uma equipe para criação/orientação de pontos de cultura; d) uma gestão deste Centro gerenciando em bases à co-gestão; e) funcionários que se prestem à função pública para valorização de iniciativas culturais no município e na região.

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2. CRIAÇÃO DE PRAÇAS DIGITAIS, TELECENTROS E PONTOS DE CULTURA; 3. INCLUSÃO NA REDE REGIONAL DE PONTOS DE CULTURA; 4. INCENTIVO À PRODUÇÃO LITERÁRIA, FOTOGRÁFICA, AUDIOVISUAL.... COM PREMIOS AOS MELHORES TRABALHOS; 5. CRIAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DA LEI DE INCENTIVO À CULTURA, CONTRIBUINDO PARA EDIÇÃO DA PRODUÇÃO ACADÊMICA LITERÁRIA DOS HABITANTES DA CIDADE; 6. INCENTIVAR A CRIAÇÃO DE UMA RÁDIO WEB. Diretoria da Academia de Cultura - ACCL 1. Romildo Moura - Presidente __________________________ 2. Andréa Marques - Secretária __________________________ 3. Admmauro Gommes - Tesoureiro ______________________ 4. José Francisco de Melo Neto - Dir. Social __________________ Colônia Leopoldina, agosto de 2016.

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Recebo estas propostas como guia para futuras atividades no campo da cultura, assumindo este compromisso, agora, como candidato a Prefeito de ColĂ´nia Leopoldina, e, durante o meu futuro governo, se eleito for, mirando esta cidade e a regiĂŁo. PAULA ROCHA ____________________________________ MANUILSON ANDRADE ____________________________

c)Levantamento dos livros sobre a cidade 1 EVERALDO ARAUJO SILVA

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O autor parte da necessidade de oferecer ao público, um livro que reúna a História particular da origem da povoação que resultou no município de Colônia Leopoldina, Alagoas. 2 ZÉ DE MELO (José Francisco de Melo Neto) Livros autorais: sobre Colônia Leopoldina 1) AÇÃO CULTURAL NO MEIO RURAL – uma experiência em Colônia Leopoldina, AL. 2) COLÔNIA LEOPOLDINA: 30 anos de lutas populares por mudanças e cidadania (1983-2013). 3) COLÔNIA LEOPOLDINA: versos aos ventos teus. 4) COLÔNIA LEOPOLDINA: um olhar crítico para a cidade (Cultura, Educação, Escola e Política).

Foto 23 – I exposição de livros

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Livros coletivos: sobre Colônia Leopoldina 1) COLÔNIA LEOPOLDINA: situações político ambientais. Maria Betânia A. Passos Marília G. C. Gomes José Francisco de Melo Neto (org.) 2) COLÔNIA LEOPOLDINA: situações político-ambientais II Andréa M. Silva Elizabete M. N. G. Veloso Paulo Edson de Araújo Valquíria Maria da Silva José Francisco de Melo neto (org.) 3) COLÔNIA LEOPOLDINA: 65 anos de política partidária dominante (1950 a 2015). José Francisco de Melo Neto (org) Osvaldo Batista Acioly Maciel Sílvio César da Silva de Carvalho

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3 ERNANE SANTANA SANTOS 1

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3) PURUTUTU – crônicas, glosas, poesias e repentes. (há outros não encontrados) 4 JUNIOR AMORIM

5 SÍLVIO CÉSAR SILVA DE CARVALHO (Em coautoria) COLÔNIA LEOPOLDINA (AL): 65 anos de política partidária dominante (1950 a 2015) (relatos e visões críticas) Sílvio César da Silva de Carvalho José Francisco de Melo Neto Osvaldo Batista Acioly Maciel

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6 MARIA BETÂNIA E MARIA GABRIELA (Em coautoria) COLÔNIA LEOPOLDINA (AL): situações político-ambientais Maria Betânia Alves dos Passos Marília Gabriela da C. Gomes José Francisco de Melo Neto 7 ANDRÉA MARQUES (Em coautoria) COLÔNIA LEOPOLDINA (AL): situações político-ambientais (vol II) Andréa Marques Silva Elizabete M. do N. G. Veloso Paulo Edson de Araújo Valquíria Maria da Silva

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d) LIVROS DA COLEÇÃO – COLÔNIA LEOPOLDINA SÉRIE 1 - EDUCAÇÃO, HISTÓRIA E FILOSOFIA Volume 1 - História imperial e pós-modernidade (alguns elementos para discussão). Alexandre Gilberto Sobreira Sílvio César da Silva de Carvalho Volume 2 - Colônia Leopoldina: um olhar crítico para a cidade (cultura, educação, escola e política) José Francisco de Melo Neto Volume 3 – Academia de Cultura – Colônia Leopoldina Admmauro Gommes Andréa Marques da Silva José Francisco de Melo Neto José Romildo de Moura SÉRIE 2 - GEOGRAFIA E CIÊNCIAS NATURAIS Volume 1 - COLÔNIA LEOPOLDINA (AL): situações políticoambientais Maria Betânia Alves dos Passos Marília Gabriela da C. Gomes José Francisco de Melo Neto Volume 2 - COLÔNIA LEOPOLDINA (AL): situações políticoambientais (vol II) Andréa Marques Silva Elizabete M. do N. G. Veloso Paulo Edson de Araújo Valquíria Maria da Silva José Francisco de Melo Neto

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SÉRIE 3 - SOCIOLOGIA E POLÍTICA Volume 1 - COLÔNIA LEOPOLDINA (A): 30 anos de lutas populares por mudanças e cidadania (1983-2013). José Francisco de Melo Neto Volume 2 - COLÔNIA LEOPOLDINA (AL): 65 anos de política partidária dominante (1950 a 2015) (relatos e visões críticas) José Francisco de Melo Neto Osvaldo Batista Acioly Maciel Sílvio César da Silva de Carvalho SÉRIE 4 - LETRAS E LITERATURA Volume 1 - COLÔNIA LEOPOLDINA - versos aos ventos teus José Francisco de Melo Neto

e) Exposição de livros sobre Colônia, nas praças e nas escolas Com a organização de toda a produção de livros sobre a Cidade de Colônia, e conhecida pelos participantes da Academia e cidade, então promoveu-se a I Exposição desses livros nas várias praças da cidade e, no ano de 2018, caminha pelas escolas da cidade, da Usina Porto Alegre e Usina Taquara.

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Foto 26 - Primeira exposição da produção literária sobre Colônia, da Academia de Cultura, na Praça do Centenário (2017)

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ACADEMIA DE CULTURA DE COLÔNIA LEOPOLDINA - ACCLI EXPOSIÇÃO OLHARES EM LIVROS SOBRE A CIDADE DE COLÔNIA LEOPOLDINA ALAGOAS COLÔNIA LEOPOLDINA - ALAGOAS 2017

Foto 25 - Primeira exposição da produção literária sobre Colônia, da Academia de Cultura, na Praça Pedro II (2017)

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f ) Posicionamentos políticos ACADEMIA DE CULTURA DE COLÔNIA LEOPOLDINA - ACCL “Lei da Mordaça”, “Escola sem Partido” e “Neutralidade da Escola” NOTA Diante dos arroubos de parlamentares, no Brasil, e de certo movimento de grupos, esta Academia de Cultura de Colônia Leopoldina apresenta à sociedade e à população de Colônia os seguintes esclarecimentos e sua posição. Em Alagoas, o deputado Nezinho defendeu uma lei que promovia a “neutralidade da escola”, proibindo que os docentes expusessem seus pontos de vista sobre a realidade brasileira, denominada de Lei da Mordaça. Algo que se apresenta em outros Estados da Federação. O Movimento “Escola sem Partido” (do ator pornô Alexandre Frota) insinua que a escola está partidarizada. E o deputado Izalci do Distrito Federal está com projeto, desde 2013. de retirar dos currículos escolares as disciplinas de filosofia, sociologia, história, além de biologia, na temática sobre a origem da vida, defendendo que a família é que deve impor às escolas o conteúdo de seu desejo. Do ponto de vista político, essas pretensões pseudo-educativas ultrapassam os tempos passados ditatoriais, já superados pela sociedade brasileira, em que várias dessas ações foram aplicadas. Para esses autores, todos os professores e professoras são “esquerdistas” e esses vieses educativos devem ser extirpados. Para eles, o silêncio docente se coloca como uma necessidade. Efetivamente, o que eles desejam é a implantação

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de uma escola de uma só visão de sociedade, a deles. O que desejam implantar é a visão social de um só partido na escola, o partido deles. Contudo, educadores sabem que a escola boa é aquela que apresente aos estudantes a pluralidade de opiniões e que promova valores éticos como o respeito pela diversidade das pessoas. Com a saída dessas disciplinas, o que desejam reimplantar é uma velha política que se põe em oposição às manifestações feministas, como as nomeações apenas de homens nos altos cargos da política geral. Desejam impedir as discussões da origem científica da vida, expressando ataques ao esforço científico da humanidade. Também, para eles, é proibida a discussão de gênero e da multidiversidade das expressões culturais, respeito às minorias raciais e étnicas, além da proibição do debate sobre o machismo, secularmente incrustado nas mentes das pessoas. Para eles, não há a violência de classe e, muito menos, a violência contra a mulher como o estupro, inclusive em sala de aula, além de considerarem desnecessárias as várias medidas de proteção, já tomadas, contra todo tipo de violência na sociedade. Já os direitos humanos são algo a ser tratado pela segurança do Estado e em nada discutem valores éticos como a tolerância e o diálogo para as vidas de todos. Defendem uma falsa neutralidade da escola para imprimirem nos alunos os seus valores nada neutros, retrógados até. Eles são, sim, os amigos do autoritarismo escolar e da sociedade. Defendem, ainda, a manutenção de uma cultura que nada faça contra esses fenômenos que estão estabelecidos, mantendo tudo isto como se fosse algo normal, natural, e não são. O que querem mesmo é matar a educação, entendida como mero processo técnico e não formador de pensamento crítico, com apenas transferência de conteúdo e sem respeito à pluralidade na escola, além da dimensão humana existente dentro de todos e todas nós.

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Esta Academia de Cultura de Colônia Leopoldina - ACCL - se posiciona contra todos esses que expõem, agora, os seus velhos privilégios de dominadores e que insistem em uma cultura da permanência. A Diretoria

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g) Planejamento para 2016 e 2017 ACADEMIA DE CULTURA DE COLÔNIA LEOPOLDINA - ACCL PLANO DE EVENTOS - 2016-2017 2016 OUTUBRO - Lançamento do livro - CHÁ CABANO7 - Reunião da Diretoria (já realizada) NOVEMBRO - I EXPOSIÇÃO DA ACCL 8 - olhares em livros.... (exposição de livros sobre Colônia) a) em frente à Igreja b) praça da entrada da cidade c) no mandacaru d) na rua do cemitério, nas árvores - Reunião da Diretoria DEZEMBRO- Continuidade da exposição na casa Dorinha e Chico Loló - Palestra sobre Ariano Suassuna - 100 anos de Ariano 9 - Reunião da Diretoria (Preparação da Assembleia Geral - I Congresso e lançamento (geral) de livro

7 Analisar a possibilidade de permanência ou de atividade semestral. 8 Analisar a possibilidade de permanência nas escolas e, depois, na Casa Dorinha e Chico Loló. 9 Poderá ocorrer na Casa Dorinha e Chico Loló.

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2017 JANEIRO - Assembleia Geral - Reunião de Diretoria - Mantém-se a I exposição - II EXPOSIÇÃO (Lampejos de Cidadania - candidatos/as às eleições em Colônia Leopoldina. FEVEREIRO - Exposição nas escolas - Reunião da Diretoria MARÇO - Exposição nas escolas - Lançamento oficial do livro - 65 anos de politica.... ABRIL - Palestra sobre algum patrono - Reunião da Diretoria MAIO - Palestra sobre algum patrono - Reunião da Diretoria JUNHO - Preparação da Assembleia Geral - Reunião da Diretoria JULHO - Assembleia Geral AGOSTO - Palestra sobre algum patrono - Reunião da Diretoria SETEMBRO - III - EXPOSIÇÃO DA ACCL - a produção acadêmica de José Francisco de Melo Neto - Reunião da Diretoria

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OUTUBRO - III - EXPOSIÇÃO DA ACCL - a produção acadêmica de José Francisco de Melo Neto (percurso idêntico à primeira exposição) CHÁ CABANO (lançamento de livros) NOVEMBRO - continuidade da III - EXPOSIÇÃO DA ACCL - Reunião da Diretoria DEZEMBRO - Reunião da Diretoria (preparação da Assembleia Geral Outubro de 2016

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8. PERSPECTIVAS Romildo Moura e Andréa Marques A palavra Academia é originária da Grécia. Surge por volta do século III a. C. com as reuniões de pensadores realizadas por Platão, onde discutiam sobre filosofia no subúrbio de Atenas, em um local chamado Jardins de Academus. Com o passar do tempo o termo Academia passou a designar reunião de pessoas de uma determinada área, abrangendo com isso as sociedades de cunho científico, literário e artístico. A primeira Academia fundada no Brasil teve sua sede na cidade de Salvador, Estado da Bahia, no ano de 1724 e ficou conhecida como Academia dos Esquecidos, com o objetivo de ampliar a produção literária da época e traçar a história do Brasil enquanto integrante do império português. No século XIX, por volta do ano de 1897, é inaugurada a mais famosa Academia do Brasil, a Academia Brasileira de Letras (ABL), sob a presidência de Machado de Assis e cujo objetivo era o incentivo à cultura de nossa língua e da literatura nacional. Hoje, a ABL é composta de quarenta membros efetivos e perpétuos e vinte sócios correspondentes estrangeiros. Machado de Assis naquele 20 de julho de 1897, na abertura da sessão solene de inauguração, imbuído de toda a satisfação de estar contribuindo para a difusão da cultura escrita brasileira, fez o seguinte discurso:

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Senhores, Investindo-me no cargo de presidente, quisestes começar a Academia Brasileira de Letras pela consagração da idade. Se não sou o mais velho dos nossos colegas, estou entre os mais velhos. É simbólico da parte de uma instituição que conta viver, confiar da idade funções que mais de um espírito eminente exerceria melhor. Agora que vos agradeço a escolha, digo-vos que buscarei na medida do possível corresponder à vossa confiança. Não é preciso definir esta instituição, iniciada por um moço, aceita e completada por moços, a Academia nasce com a alma nova, naturalmente ambiciosa. O vosso desejo é conservar, no meio da federação política, a unidade literária. Tal obra exige, não só a compreensão pública, mas ainda e principalmente a vossa constância. A Academia Francesa, pela qual esta se modelou, sobrevive aos acontecimentos de toda casta, às escolas literárias e às transformações civis. A vossa há de querer ter as mesmas feições de estabilidade e progresso. Já o batismo das suas cadeiras com os nomes preclaros e saudosos da ficção, da lírica, da crítica e da eloquência nacionais é indício de que a tradição é o seu primeiro voto. Cabe-vos fazer com que ele perdure. Passai aos vossos sucessores o pensamento e a vontade iniciais, para que eles o transmitam aos seus, e a vossa obra seja contada entre as sólidas e brilhantes páginas da nossa vida brasileira. Está aberta a sessão. Numa perspectiva inovadora e mais abrangente foi criada em 23 de janeiro de 2015 a Academia de Cultura de Colônia Leopoldina (ACCL). Instituição que não prioriza só uma área do conhecimento, tem contribuição cultural de artistas, autores, escritores, poetas,

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pesquisadores, professores, enfim, de membros que se realizam sob as diversas formas de expressão. Há de se considerar que a ACCL é um sonho realizado de um grupo que luta por cultura, por conhecimento, por direitos, por liberdade e por igualdade para o nosso povo. E, portanto, pensando nesses ideais, fez-se a escolha de Zumbi dos Palmares para patrono da Academia e de Graciliano Ramos para Paraninfo. O primeiro, um guerreiro provido de coragem e liderança, um batalhador ferrenho por liberdade. O segundo, um romancista considerado um dos maiores ficcionistas do Brasil que traz à tona através de suas obras grandes problemas sociais e críticas às relações de desigualdades humanas. Sob esse prisma cultural e de luta, a Academia de Cultura de Colônia continua seu trabalho informativo e conscientizador de que o ser humano é um celeiro de valores que, quando combinados em grupo, pode contribuir para o crescimento da comunidade e consequentemente, disseminar utopias em crianças e jovens, potencializando as futuras gerações de vontade de concretização de sonhos, a fim de que se tome consciência da importância do bem comum. Precisamos em nossa sociedade de pessoas dispostas a compartilhar informações e ideias e por outro lado, pessoas aptas a absorvê-las e, conjuntamente, transformar o conhecimento transitado em oportunidade de mudanças e conquistas, mesmo que não venham em sua totalidade. E é com esse pensamento que a ACCL vem trazendo debates por meio das reuniões e assembleias abertas à sociedade e também com divulgações de obras de autores leopoldinenses e de seus membros, conscientizando as pessoas da influência que um grupo pode ter quando se trata de lutas por direitos e melhorias de vida. Como bem disse Graciliano Ramos quando escreveu: Mas é bom um cidadão pensar que

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tem influência no governo, embora não tenha nenhuma. Lá na fazenda o trabalhador mais desgraçado está convencido de que, se deixar a peroba, o serviço emperra. Nesses quatro primeiros anos de existência procuramos traçar ações de divulgação da Academia para a população, utilizando-se também das plataformas digitais. Para isso, colaboramos com: Exposição de fotografias sobre Colônia Leopoldina, Lançamento de livros, Distribuição de livros às escolas e à biblioteca municipal de Colônia, Concurso de fotografia de prédios de Leopoldina, Divulgação de textos, Condecoração a personalidades leopoldinenses, Exposição itinerante de banners de livros de autores leopoldinenses, Ciclo de debates com temas diversos, entre outras. E nesta concepção participativa e acolhedora esperamos que esta instituição possa se manter nos anos que seguirão fiel às suas tradições – valorização de culturas nas mais diversas formas; uma Academia que pesquisa e semeia conhecimento pelo convívio com a comunidade, pela apreciação dos acontecimentos e pela maturidade nos debates que exteriorizam reflexões e opiniões dos que deles participam. Almejamos continuar atendendo aos anseios da sociedade com a disseminação de projetos voltados ao bem-estar de todos e abrindo as portas da Academia àqueles que desejam dar sua contribuição para o desenvolvimento da nossa sociedade, sem deixar esquecer os principais propósitos da criação desta instituição, que são: a promoção da cultura, o incentivo à cidadania crítica e ativa e o fomento à divulgação de pesquisas sobre a nossa região. Portanto, devemos manter os próximos ocupantes das cadeiras perseverantes na perpetuação do pensamento e ímpeto iniciais que nos iluminaram e motivaram a construir esta entidade.



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