Índice
COPA DAS COPAS... SERÁ? Faltam poucos dias para o início da Copa do Mundo. Tudo fizemos para receber o mundial, mas agora fica a pergunta: Teremos a Copa das Copas? O país do futebol mostra ter outras prioridades. O Brasil não se vestiu de verde e amarelo e as ruas viraram palco de manifestações sindicais e sociais. Todos os dias ouvimos uma greve pipocando em algum canto ou em todos os cantos. Temos também os que são contra os jogos. Reclamam dos altos gastos e corrupção. Os noticiários mostram a incompetência na organização e obras inacabadas. No Rio de Janeiro, principal porta de entrada de turistas estrangeiros, as UPPs mostram fragilidade e a insegurança retornou às ruas. Desde a última manifestação, junho de 2013 contra o aumento das passagens, onde milhares de pessoas ocuparam as ruas, o que foi feito? O que parece é que os políticos não acreditam na força do povo e acham que estão acima do bem e do mal. Continuamos a ver a corrupção rolando solta e políticos falarem de punição exemplar e nada acontecer. A principal arma do povo é o voto. O
confronto com o poder pode deixar marcas profundas na sociedade. Não falo de conformismo e aceitação, mas em manifestação pacífica e ordeira. Em outubro, nas urnas, temos que mostrar a força da nação. Ter consciência de quem se quer como representante. Fazer parte da vida política do país e cobrar posição do escolhido no Congresso Nacional e no Executivo. Descobriu-se a importância das mídias sociais para a mobilização da grande massa e principalmente dos jovens. Por que não começarmos a utilizar a ferramenta para analisamos os que desejam um cargo público? Temos tempo de mudar e dizer não aos maus políticos. Força o povo tem e já provou isso recentemente após um longo tempo de omissão e submissão. O caminho da mudança é a urna e a consciência do povo, aliada à educação e a melhor distribuição de renda. Um dos pilares da democracia é a igualdade de direitos e deveres.
Augusto de Carvalho Editor-chefe
Spotify no Brasil
4
Compra do Twitch
7
In-Home Streaming
10
O que falam sobre a sua marca?
12
Selfie
14
Otimização dos Apps
18
Blubell
20
Expediente Editor-chefe Augusto de Carvalho Textos Augusto de Carvalho Luis Gurgel Colaboradores Fabrício Rocha Diagramação Luis Gurgel
Shinji Akhirah
SPOTIFY NO BRASIL Empresa que oferece streaming de músicas chega ao país e visa mudar a mentalidade dos brasileiros O serviço de streaming de música, Spotify, está finalmente iniciando as suas atividades no Brasil. Parceiro de gravadoras como a EMI, Warner, Sony e Universal, o serviço dá acesso a uma biblioteca com mais de 20 milhões de músicas, que incluem desde artistas internacionais de renome a outras bandas independentes que estão começando a despontar agora. Para quem não conhece, a premissa do Spotify é simples. Por meio do seu computador ou celular, você utiliza o programa/ aplicativo para procurar músicas ou playlists que queira ouvir. O Spotify está disponível em duas categorias, a gratuita e a “premium”, que requer o pagamento de uma taxa de US$5,99. A primeira dá acesso a todas as músicas da biblioteca, mas com qualidade um pouco inferior, assim como anúncios de áudio que tocam entre as músicas de vez em quando. Clientes premium, por sua vez, possuem melhor qualidade de áudio e a possibilidade de gravar as músicas favoritas em modo off-line, para que possam ouvi-las sem estarem co-
nectados à internet. Além disso, a versão paga elimina os anúncios por completo, tornando a experiência mais agradável. O preço para brasileiros, estipulado em US$5,99, é mais barato do que a tarifa cobrada nos Estados Unidos, que sai por 10 dólares. Porém, apesar do lançamento oficial no Brasil, o Spotify ainda não consegue oferecer a mensalidade em reais, o que força os ouvintes que quiserem assinar o serviço a possuir um cartão de crédito internacional. Em entrevista ao Tecmundo, o executivo Gustavo Diament afirma que a empresa está muito interessada no Brasil, e que estão trabalhando arduamente para mudar esta situação. O objetivo é transformar o valor de aproximadamente 6 dólares em R$ 14,90. Luta contra a pirataria Nas declarações ao site Tecmundo, Diament também comentou sobre a importância do Spotify para o mercado de música atual do país. Segundo ele, o concorrente inicial do serviço não serão outros aplicati-
vos com funções similares. O principal desafio será o árduo processo de educação do povo brasileiro sobre o que é streaming, as suas vantagens, e como é possível, de fato, ouvir música sem pagar nada – ou muito pouco – sem prejudicar os artistas. Caso tenham sucesso, o objetivo é fazer com que o Spotify aumente o tamanho da torta como um todo. O pensamento é lógico e faz sentido, já que alguns dos fatores principais que levam alguém a piratear algo são a barreira econômica e a conveniência. Ao oferecer música de forma gratuita, a primeira está virtualmente eliminada, e com o imenso número de músicas disponíveis, o usuário certamente terá maior facilidade em procurar tudo no mesmo lugar do que fuçar por toda a Internet por downloads ilegais, que muitas vezes poderão danificar o seu computador. Expectativas De acordo com números publicados, a versão de teste do Spotify contou com mais de 400 mil inscritos no Brasil. O número impressiona, em especial levando-se em consideração que durante este período muito pouco foi investido em marketing ou publicidade. A partir de agora, com a versão final disponibilizada, os primeiros a se
aventurarem pelo Spotify estão recebendo convites que poderão ser direcionados aos seus amigos, de forma a expandir a base de usuários. Com o recente boom dos smartphones e a redução no preço dos mesmos, assim como a melhoria na infraestrutura da Internet do país, o Spotify tem boas chances de conseguir conquistar uma grande fatia do público que está procurando alternativas para ouvir música em seus dispositivos móveis. Existe também a preocupação em mostrar que o serviço também é promissor para artistas. Durante o lançamento, a empresa contou com a presença dos músicos Fernanda takai, Marcelo Jeneci e Gaby Amarantos. Gilberto Gil foi outro que demonstrou o seu apoio, por meio de uma mensagem de vídeo. Para se ter uma ideia do potencial para negócios, o próprio site do serviço divulgou um dado interessante. A cada reprodução no Spotify, o artista recebe cerca de US$ 0,007. Assim, como exemplo, a música “Wake Me Up”, do DJ Avicii, que já foi reproduzida cerca de 235 milhões de vezes, rendeu ao artista algo próximo a 1,64 milhão de dólares. Isso, é claro, referente a uma única faixa. Disponibilizando um álbum completo, o valor certamente se multiplica.
GOOGLE PREPARA NOVA COMPRA Segundo revista Variety, empresa está finalizando detalhes para adquirir Twitch, site de streaming com foco em videogames. Após a compra do WhatsApp pelo Facebook no mês passado, o mercado já se movimenta para receber a próxima bomba. De acordo com fontes da revista americana “Variety”, o Google está finalizando os detalhes para adquirir o “Twitch”, serviço de streaming com foco em videogames, que
permite aos seus usuários transmitirem jogos ao vivo. A oferta ainda não foi oficializada, mas de acordo com a publicação deverá acontecer nos próximos dias, com valores na casa de 1 bilhão de dólares. A confirmar-se a transação, existe a possibilidade da introdução do
serviço oferecido pelo Twitch ao YouTube, que conta atualmente com um número elevado de entusiastas de games. Vale lembrar que, recentemente, o canal “PewDiePie”, focado nesse segmento, teve o maior número de inscritos, atingindo a marca de 27 milhões de pessoas em Maio. Assim, existe um interesse forte do Google em expandir esse nicho. O Twitch, que existe há apenas 3 anos, rapidamente se posicionou como líder de streamings do segmento, e as ferramentas e expertise da empresa poderão ser úteis à Google, que tem dificuldades em aprimorar as transmissões ao vivo pelo YouTube. Além disso, embora tenha começado como apenas um website, o Twitch caiu nas graças dos jogadores, o que fez com que grandes empresas como a Microsoft e a Sony firmassem
parcerias com o serviço, de modo a permitir que os seus novos consoles, o Xbox One e Playstation 4, respectivamente, utilizassem o Twitch para que os jogadores pudessem mostrar o que estão jogando. Justiça Porém, nem tudo será fácil para o Google. Ainda de acordo com informações da Variety, o YouTube está se preparando para enfrentar as agências reguladoras dos Estados Unidos, de forma a conseguir a aprovação do negócio. O problema estaria relacionado à possibilidade de uma intervenção por parte do Departamento de Justiça americano, que poderia alegar que a compra do Twitch daria ao Google uma vantagem sem precedentes no setor de vídeos online, uma vez que o próprio YouTube já é o líder dis-
Final de League of Legends foi vista por mais de 32 milhões por meio do Twitch. A média é superior ao futebol na TV brasileira.
parado do mercado, com aproximadamente 1 bilhão de usuários mensais, que totalizam mais de 6 bilhões de horas de conteúdo assistidas nesse período. Ascensão O crescimento acelerado do Twitch se deve muito ao tipo de espectadores que atrai. Por ser focado no público gamer, que tem inerente a si uma curiosidade pelo novo e a capacidade de rapidamente se familiarizar com tecnologia, o site recebeu projetos bastante criativos e que acabaram até mesmo por invadir as páginas de publicações generalistas. O maior exemplo disso foi o canal “Let’s Play Pokemon”, que surgiu em fevereiro deste ano. À primeira vista, parecia ser somente mais uma transmissão do jogo, mas a grande sacada do idealizador foi desenvolver um código que permitia captar os comandos digitados no chat. Através das palavras “up, down, right, left, A e B” (cima, baixo, direita, esquerda, A e B), correspondentes aos botões do videogame, os espectadores é que controlavam o jogo. A iniciativa foi um sucesso estrondoso, atraindo ao longo dos 15 dias da sua duração mais de 37 milhões de pessoas. Como não existia um limite de pesso-
as conectadas ao mesmo tempo e o canal captava todos os comandos, muitas vezes era difícil chegar-se a um consenso de como fazer o boneco se mover da maneira que queriam, em especial durante os últimos dias, onde o número de espectadores conectados simultaneamente à atração chegava à casa dos 20 mil. Tudo isso, no entanto, não impediu que o jogo fosse completado, e as situações caricatas que surgiram ao longo da experiência foram transformadas por fãs em piadas, muitas vezes com arte a acompanhar, que eram compartilhadas através de fóruns de discussão e redes sociais. Em outubro de 2013, o Twitch também foi utilizado pela Riot Games, criadora do jogo “League of Legends” para transmitir a final mundial do jogo. O programa foi visto por cerca de 32 milhões de pessoas, o que, de acordo com informações do Estadão, equivale a um número superior à média dos jogos de futebol na televisão brasileira.
Twitch Plays Pokemon atraiu 37 milhões de curiosos. Jogo era controlado através de comentários
CHEGOU O IN-HOME
STREAMING Serviço Steam, da Valve, passa a oferecer a possibilidade de transmitir os jogos entre computadores ligados à mesma rede Após um longo período de teste, a Valve finalmente liberou o In-Home Streaming (em português algo como “transmissão para o lar”) para todos os usuários do seu serviço de jogos, o Steam. Com isso, qualquer pessoa poderá transmitir os seus games de um computador para o outro, contanto que estejam conectados em rede. A novidade foi anunciada pela própria
Valve no último dia 21, que disponibilizou em seu site um pequeno guia para explicar quais são as vantagens deste novo serviço. Basicamente, o utilizador poderá empregar um computador poderoso como uma espécie de “servidor”, que irá transmitir o jogo para outro PC ligado por rede, independente da sua configuração. Assim, torna-se possível o uso de computadores secundários,
em outros cômodos da casa, para a diversão. Além disso, o In-Home Streaming poderá solucionar outro problema, um muito mais antigo e que sempre dificultou a vida dos PC gamers: a falta de compatibilidade dos jogos com sistemas operacionais para além do Windows. Como a plataforma da Microsoft sempre foi dominante no mercado, muitos jogos, em especial os mais antigos, não possuíam suporte para Linux e Mac. Agora, desde que a máquina que serve como “servidor” consiga rodar o jogo, outros computadores que tenham o Steam instalado, sejam eles Linux ou Mac, poderão ser usados para receber as imagens. O serviço opera apenas através de conexões de rede. A vantagem é que o streaming, por necessitar de rápidas velocidades de transferência para evitar soluços e atrasos na imagem, consegue, na teoria, uma ligação muito mais estável desta forma. Por outro lado, ao não permitir a transmissão pela Internet, a funcionalidade fica restrita a computadores dentro do mesmo espaço. Contudo, o release deixava no ar a possibilidade de uma expansão, no futuro, já que a empresa afirma não oferecer suporte para o streaming pela Internet “no momento”. Iniciativas no campo da transmissão de jogos pela Internet são uma novidade na indústria, e praticamente todos os grandes atores do segmento têm experimentado di-
ferentes abordagens recentemente. A Sony, com o Playstation 4 e o Playstation Vita, permite que jogadores utilizem o seu PS4 como um servidor e façam stream dos jogos para o Vita, que, por ser um videogame portátil, pode ser jogado em qualquer parte da casa. Vale ressaltar que, no caso da Sony, a transmissão pode ser feita tanto por rede como pela Internet, embora esta última tenha apresentado problemas de lentidão, originados pelas velocidades mais baixas de download e upload da conexão. A Microsoft, por sua vez, permite que o usuário tenha acesso à sua coleção de jogos digitais a partir de qualquer Xbox One em que ele esteja logado. A vantagem é que, com este método, os jogos correm nativamente no videogame, sem recorrerem à transmissão por rede ou Internet. Em contrapartida, o tamanho dos games pode chegar a números muito altos, superiores a 10GB, e a necessidade de baixá-los para um novo videogame pode dificultar a vida do utilizador. A Valve não está cobrando nenhuma taxa adicional para a utilização do serviço, uma vez que todo o processo utiliza a conexão de rede do usuário. Para usufruir do In-House Streaming basta ter uma conta no Steam, assim como algum jogo comprado através do serviço e dois computadores com o cliente do Steam instalado.
Utilizando um computador como servidor, será possível transmitir o jogo através da rede para outro computador, conforme exemplificado acima
DESCUBRA A INFLUÊNCIA DE QUEM FALA SOBRE SUA MARCA Conheça dicas para não ser apanhado de surpresa. Saber quem fala sobre a sua empresa é um diferencial importante no mercado. Saber o que as pessoas estão falando sobre sua marca não é uma tarefa relativamente complicada. Avaliando expectativas e necessidades, basta escolher algumas das inúmeras ferramentas de monitoramento espalhadas no mercado, que vão desde ferramentas de CRM, somadas com outras de mídias sociais e SAC 2.0. Você já tem bastante informação para trabalhar. Dado esse
passo, que é obrigação de qualquer marca que deseja atingir um diferencial competitivo, acredito que o pulo do gato esteja em descobrir qual a influência social das pessoas que falam sobre sua marca. Aquele velho boca a boca hoje em dia é reverberado na web com muito mais eco. A opinião de um cliente (principalmente a negativa) ganhou poderes amplificados nos possibilitando ver
algumas marcas decolarem e outras sucumbirem na velocidade da luz. Está aí então um grande desafio e uma excelente oportunidade para quem trabalha com marketing e relacionamento com clientes: Conhecer os avatares mais influentes da web, relacionados a um assunto, marca ou segmento de mercado. Inspirado pelo trabalho do Laboratório de Imagem e Cibercultura da UFES (LABIC), tenho pesquisado (de forma experimental e independente) sobre B.I e Big Data, exclusivamente para o entendimento do comportamento social na web. É importante ressaltar o termo inspirado, pois a equipe da UFES é focada em ações sociais e culturais, diferentemente dos meus experimentos, que possuem um viés marketing analisando interações a respeito das marcas. Como isso funciona? Utilizando raspagem de dados para gerar gráficos de interações e entender os movimentos digitais liderados por perfis influenciadores, de forma espontânea ou não. São diversas métricas analisadas, que formam conexões entre os perfis e determinam graus de influência/autoridade sobre o assunto, em determinada rede social. Como exercício prático, tenho monitorado todos os comentários de Twitter utilizando a expressão “superstar” durante a exibição do programa global, a cada domingo. Nos gráficos, é possível perceber que o perfil do programa e até mesmo o da Rede Globo,
possuem grande influência gerando uma considerável quantidade de compartilhamentos e respostas em seus posts. Porém, a teia de comentários não fica restrita a estes perfis, sofrendo influência de outros avatares, como o da jurada Ivete Sangalo e também de outros artistas, que acompanham as audições, fazem comentários a respeito das bandas e acabam ajudando na reverberação do assunto (superstar). É importante ressaltar também a participação ativa de blogueiros e web-personalidades, que de forma espontânea ou motivados pela interação de outros perfis, acabam entrando no assunto e trazendo uma gama ainda maior de pessoas para dentro da teia de conteúdo. Ficou interessado? Esse mesmo tipo de gráfico pode ser usado para monitoramento do nome da sua marca e até mesmo para mensurar impacto em Hashtags de ações promocionais. E o mais impressionante disso tudo, é que estamos lidando com informação pública, acessível para qualquer um que saiba extrair e usar. E se você achou que isso é muito, pra equipe do LABIC isso é uma amostra básica do que se pode fazer utilizando a ciência dos graphos. Então minha dica para quem quiser ingressar nesse universo é acompanhar as pesquisas através do site dos caras (http://www.labic.net/) e de quebra ficar sabendo de oficinas que eles promovem para propagar o conhecimento.Vale a pena .. sua cabeça vai explodir de tanta informação.
Escrito por Rodrigo de Lucena - Business Developer no Personare.com.br - Formado em comunicação com pós em mkt Multidisciplinar, amante de cibercultura e audiovisual. Aposta na contemplação do comportamento humano como fonte de inspiração para o seu trabalho. rodrigodlucena@gmail.com / facebook.com/rodrigodlucena / linkedin.com/in/rodrigodlucena
Jacqueline Kennedy ao lado da cunhada Ethel e o marido John Kenndy. Família moderna, selfie antiga
Eu: fotógrafo e retrato Bastidores vazios. O fotógrafo amador deixa o trás das câmeras para fazer parte do retrato, colocando a própria imagem no alvo da criatividade. Selfie – Discutirmos a origem deste curioso jeito de fotografar pode ser até engraçado. É só lembrar dos tombos em frente as lentes que os mais desajeitados auto fotógrafos levavam antigamente quando programavam as máquinas nos tripés e corriam para pegar uma posição, previamente planejada, num retrato de família, por exemplo. A coisa ainda existe e foi piorando (ou melhorando) ao longo do tempo. As câmeras diminuíram de tamanho, o preço baixo as aumentou de volume nas mãos da massa e o plano americano – enquadramento que vai da cabeça
até, no máximo, à cintura – saiu do cinema e ganhou mundo nas mãos de pessoas de todas as classes sociais. Selfies famosas encantam e criam polêmica ao redor do mundo. Sites na internet listam as engraçadas, as horripilantes, as mais criativas... e até achados, como a selfie publicada no Twitter pelo historiador americano, Michael Beschloss, tirada há 60 anos por Jackeline Kennedy com sua cunhada Ethel e o marido, 35º presidente americano, John F. Kennedy. O autorretrato quebra o maior galho, principalmente quando se gosta de passear
só. “Viajar sozinha me tornou especialista em selfie”, diz a jornalista Fernanda Mathias, que visitou Londres no início do ano e recorreu ao próprio braço como tripé. “Bom, eu tento pegar o fundo também... se eu estou viajando ou se o local me interessa. Também tento fazer umas graças para não ficar sempre igual”, enfim, todos corremos os riscos de achar uma pose favorita e ficar nela para sempre.
Fernanda Mathias
– Pra mim a selfie é um achado. Não existia dessa forma quando tínhamos máquinas gigantes em que era preciso acertar luz, foco e enquadramento por um visor. Hoje com os celulares e smartphones, tudo ficou muito mais simples e fácil. E nos descobrimos... dá pra ver como ficamos na foto antes do click. E isso é bárbaro. Eu acho que selfie serve pra tudo... mas prefiro usar nas viagens, enquadrar o fundo com meu melhor ângulo . Tem coisa melhor? Nem sempre aquela foto que você pede pra que tirem de você vai ter o seu olhar, o fundo que você imaginou. Na selfie, respeitando o comprimento do seu braço, que é o limite, dá pra pegar a Torre Eiffel ou o Cristo Redentor num ângulo só seu! Acho libertador, principalmente numa sociedade onde cada vez mais as pessoas viajam sozinhas. Gente criativa como a Érica pode ter tirado dos fotógrafos de profissão a premissa de uma foto legal. Mas estes também se rendem ao contemporâneo artifício. A repórter fotográfica Amanda Tinoco está sempre clicando pessoas e fatos com olhar de quem sabe o que está fazendo e se preparou para
A também jornalista e apresentadora do telejornal da TV Justiça, Érica Pinheiro, consegue sempre inovar. Quando pedi para que buscasse o retrato favorito concluiu: “cara .. agora que fui procurar que vi que tenho mais selfie que foto normal.”. Tive acesso a essas fotos e são todas muito criativas e variadas, o que torna o processo interessante, pois os planos são parecidos, mas o resultado é sempre diferente. E Érica defende:
Amanda Tinoco
Érica Pinheiro
tal. Máquinas profissionais são grandes, as lentes fazem volume em bolsas e chamam
atenção em momentos pessoais que, muitas vezes, requerem discrição. Como não se entregar? – Eu adoro essa onda selfie! Muitos dos meus colegas reclamam que após essa facilidade de tirar fotos com o celular, muita gente passou a se intitular fotógrafo. É verdade, não nego que esse acesso tem criado uma geração de fotógrafos sem conhecimento ou talento. Mas também adoro essa criatividade, esse estímulo à autoestima que a selfie provoca. Eu mesma dispenso algumas vezes a câmera profissional e o click de outra pessoa, me rendo ao celular e vou ao bom modo do ‘faça você mesmo’, outra onda que está em alta! Isso porque, você está diante de você mesmo, a liberdade de expressão é muito maior, não há vergonha ou timidez, e isso resulta em fotos melhores, criativas.Você sabe bem o ângulo que te favorece, o que quer mostrar, e marca presença nas redes sociais, onde essa febre começou. – revela Amanda.
Nemuel Oliveira Esses detalhes da autoestima e da falta de vergonha e timidez são importantes, principalmente quando se busca sempre uma quantidade maior de “ângulos melhores”. Caso do historiador Nemuel Oliveira. Aos 31 anos cursa o doutorado em História das Ciências e da Saúde na Casa de Oswaldo
Cruz/Fiocruz, no Rio de Janeiro. E saúde – a-há – é o que não lhe falta. O jovem incansável treina duro na academia por um corpo saudável, mas não apenas. Descolado, assume: quer se ver e aparecer melhor. – Pensando sobre ser melhor ou não, se autofotografar, imagino que a primeira questão é o controle pessoal da imagem. Você escolhe a foto e tem as prerrogativas de edição e publicação até o que considerar bom o suficiente para postar. Claro, isso não tem a ver com bom gosto, nem com bom senso. Por vezes a pessoa faz 20 selfies e escolhe uma para publicação. Ou resolve publicar as 20. Mas o veredicto final é individual, sua foto não está em poder de outro. Vale ressaltar que estou considerando situações não profissionais de fotografia. Por outro lado, penso que a selfie faz parte da sensação de pertencimento e participação no universo midiático. E nesse universo, imagem é status, imagem é poder. E a gente quer ser visto. Uns mais, outros menos, mas essa geração que nasceu pós internet é a geração da exposição - e há todo tipo de ferramenta pra isso. Queira ou não, em algum momento a gente se convence de que nossa vida é interessante o bastante pra ser registrada e compartilhada, que alguém em algum lugar vai achar legal minha selfie. Por brincadeira, por vaidade, pelo ócio, por qualquer razão, tudo pode servir de pretexto pra próxima selfie do álbum. Esse pertencimento ao universo midiático, citado por Nemuel, faz parte da pesquisa de autoridades no assunto, que tratam direta ou indiretamente da espetacularização do self – em psicologia, representação cognitiva e afetiva da identidade do sujeito da experiência. “O show do eu: A intimidade como espetáculo” dá nome ao livro da ensaísta e pesquisadora argentina Paula Sibilia. Residente no Rio de Janeiro, coordena o Programa de Pós Graduação em Comunicação na Universidade Federal Fluminense. O título é autoexplicativo, mais coerente impossível com essa nossa onda do autorretrato. No livro, a professora trata da exposição pública da intimidade através de dispositivos
como as redes sociais da internet, contrastando essa nova realidade com seu oposto passado, escondido em íntimos diários de papel. Até chegarmos na selfie, a teoria da pesquisadora é que se trata de uma manifestação de mudanças mais complexas: transformações históricas nos modos de ser e estar no mundo. Conforme analisou em “O show do eu: a intimidade como espetáculo”, por causa de uma série complexa de fatores (socioculturais, políticos, econômicos, morais), revela que nas últimas décadas estaria ocorrendo um deslocamento do eixo em torno do qual construímos o que somos: de “dentro” (introdirigidos) para os outros ou para aquilo que se vê (alterdirigidos). Perspicaz, conclui: – Eu costumo enxergar mais essas novas práticas como sintomas de outras mudanças do que como algo que, de repente, aparece “do nada” e muda tudo, causando outras mudanças. O que não impede que, é claro, acabe produzindo outros fenômenos ou acentuando aqueles anteriores. Creio que esses novos hábitos se inscrevem numa tendência de transformação histórica das subjetividades: os modos de ser contem-
porâneos se diferenciam dos modernos, por diversos motivos, e as selfies estão aí para ilustrar essas mudanças. As subjetividades contemporâneas tendem a se produzir cada vez mais na visibilidade (é importante que os outros “me vejam” e, sobretudo, que “me curtam”, para confirmar que “eu existo”) e cada vez menos no antiquado paradigma da interioridade; ou seja, aquele que foi predominante nos séculos XIX e XX, que requeria silêncio e solidão para poder se constituir, recorrendo a ferramentas como a leitura de romances e a escrita de diários íntimos, por exemplo. Enfim, é um fenômeno complexo, porém muito interessante.
SABIA? Selfie - palavra do ano O dicionário inglês “Oxford” elegeu o termo “selfie” como a palavra do ano no fim de 2013. De acordo com fontes como o USAToday, a distinção é merecida, pois captura o momento atual da Internet e das redes sociais.
Selfie tirada nos Oscars atingiu recorde de compartilhamento no Twitter
OTIMIZAÇÃO DOS APLICATIVOS Empresas que desenvolvem aplicativos para smartphones têm adotado uma postura de simplificação: nem sempre mais é melhor. Hoje vive-se a época da multifuncionalidade. Máquinas precisam realizar diversas funções distintas para serem úteis, e até mesmo os profissionais seguem esse rumo, se especializando ao máximo em diferentes habilidades, pois sabem que esse será um diferencial valioso para ingressar no mercado de trabalho. Porém, nem sempre mais é melhor. No campo dos aplicativos de celular, a nova tendência segue um caminho bem diferente: simplificar.
Recentemente o Facebook anunciou que o seu aplicativo para smartphones irá sofrer mudanças. Atualmente, o chat e o feed de postagens estão juntos, mas a empresa de Mark Zuckerberg já avisou que pretende separar estas funções, criando um aplicativo “Messenger” e outro dedicado para as atualizações dos amigos. Assim, quem quiser apenas deixar uma mensagem, poderá fazer uso de um aplicativo melhor optimizado, e focado em uma única função. No
mesmo sentido, também o Foursquare adotou uma medida similar, com a criação do “Swarm”. Agora, para fazer check-in, localizar amigos e até mesmo conversar, o Swarm é o aplicativo utilizado, juntando o lado mais “social” do serviço aqui. O Foursquare, em si, ficou relegado à funcionalidade de buscar novos lugares. As razões que motivaram essa mudança ainda não são totalmente claras, mas, conforme dito anteriormente, criar experiências mais focadas pode ajudar a aprimorar a experiência do usuário. Apoiado nisso, o site “Ideia de Marketing” publicou um artigo em que explicava que, de acordo com o vice-presidente de gerenciamento de produto do Foursquare, apenas 5% dos usuários entravam no app para realizar duas tarefas ao mesmo tempo: procurar amigos e achar restaurantes. Em outros termos, 95% dos usuários optavam por um ou outro. Com isso em mente, facilitar a vida ao seu público-alvo é uma ideia que chama a atenção . Além disso, é preciso considerar o lado dos pequenos empreendedores, as start-ups, que querem despontar no mercado. Se, por um lado,
a necessidade de criar diversos aplicativos separados é um empecilho, por outro é útil na hora de auxiliar os criadores no momento de decidir o seu MVP (Minimum Viable Product, ou, em português, Produto Viável Mínimo). Ao estudar que funções são, de fato, imprescindíveis para a sua base de usuários, o desenvolvedor pode poupar tempo e dinheiro ao abrir mão de outras que talvez fossem fúteis e não adicionassem muito, melhorando a experiência do utilizador. O mercado cria pequenos nichos, e estes poderão e deverão ser explorados. Porém, nem tudo é perfeito. Apesar das vantagens, existem também grupos que não estão convencidos, ainda. Para estes, a inconveniência de ter de baixar vários pequenos aplicativos distintos, em vez de um único que englobe as várias funções, ainda não é vista com bons olhos, e a discussão sobre as vantagens e desvantagens deste novo modelo continuam rolando soltas pelo ambiente virtual. No fim, a certeza que se tem é que, para as empresas, a satisfação dos seus clientes é o mais importante, e no meio dos serviços, evoluir a experiência do utilizador é um ponto fulcral disso.
#CURTAS LinkedIn ultrapassa Twitter no Brasil Antes dos dados revelados pela Comscore, o Brasil seguia o padrão no que toca às redes sociais. Facebook em primeiro, Twitter em segundo, mas bastante distante. No entanto, de acordo com novos números divulgados, a rede social LinkedIn atingiu o número de 11,8 milhões de utilizadores nacionais, superando os 11,3 que utilizam o microblog mais popular do planeta.
2 bilhões O cantor sul-coreano PSY e o seu hit Gangnam Style não param de colecionar recordes. Após ter aparecido e virado uma febre ao redor de todo o mundo, o que rendeu ao artista a possibilidade até mesmo de participar do carnaval de Salvador, a música havia alcançado 1 bilhão de visualizações no YouTube. Este mês, no entanto, foi anunciado que o popstar conseguiu dobrar essa marca, alcançando o incrível número de 2 bilhões de visualizações.
Foto: Laís Aranha
BLUBELL ...Porque nós somos música...
Conforme abordado no último número da AC Digital, este mês a revista traz uma entrevista exclusiva com a artista paulista Blubell, que vem encantando os amantes de música com suas composições e voz. A artista, que recentemente buscou o financiamento coletivo para gravar um clipe em homenagem à cidade de São Paulo, fala um pouco sobre a sua experiência com este método de captação de recursos, além dos desafios e vantagens de ser uma artista que divulga o seu trabalho através da Internet, com o auxílio das redes sociais. Para quem não a conhece, segue um breve histórico. Blubell é uma cantora e compositora oriunda de São Paulo. Com um estilo que mescla sons do jazz com o pop, as suas músicas também são caracterizadas pela mistura do português com versos em inglês e francês. A artista vem ganhando notoriedade tanto nacional como internacional, o que lhe rendeu a oportunidade de fazer uma turnê pelo Japão, realizando cinco shows em cinco cidades diferentes, a convite da embaixada daquele país. Posteriormente, em 2012, foi a única artista mulher a subir no palco da primeira edição brasileira do festival Lollapalooza. Recentemente, a artista lançou o seu terceiro disco autoral, intitulado “Diva é a Mãe”. Além disso, o videoclipe feito para o I Charleston, tema abordado na edição #13 da AC Digital e que contou com a ajuda de fãs por meio do financiamento coletivo, já
rendeu aproximadamente 100 mil visualizações. Quando perguntada sobre a importância da internet na divulgação do trabalho e se existe uma estratégia específica na rede, ela responde: “A internet é ferramenta importantíssima e indispensável. E acho que vai ser cada vez mais. Não sei se isso é bem estratégia, mas eu tento movimentar e atualizar minhas páginas sempre que posso e tento ser o mais atenciosa possível com os fãs”.
(...) Mas logo eu entendi que crowdfunding não tem nada a ver com esmola, muito pelo contrário. Sempre que alguém dá dinheiro, está levando algo em troca além de ajudar o projeto. Isso é maravilhoso num país onde quem decide que artistas serão contemplados com patrocínios são os gerentes de marketing das grandes empresas...
Sua Fan Page tem 18.435 curtidas, no Twitter 2.530 seguidores e por aí vai. Ela afirma que a ferramenta possibilita a aproximação , o contato com os fãs. “É tudo muito mais direto e claro”- afirma. “Quando a Recheio Digital - produtora do “I Charleston SP”- sugeriu que nós viabilizássemos o clipe por crowdfunding, primeiramente eu torci o nariz. Fiquei meio achando que isso era parecido com “pedir esmola”. Mas logo eu entendi que crowdfunding não tem nada a ver com esmola, muito pelo contrário. Sempre que alguém dá dinheiro, está levando algo em troca além de ajudar o projeto. Isso é maravilhoso num país onde quem decide que artistas serão contemplados com patrocínios são os gerentes de marketing das grandes empresas... Basta me colocar no lugar de público que o crowdfunding faz todo sentido. Se um dia o Stevie Wonder estiver precisando de ajudas dos fãs pra gravar um disco, eu vou ser a primeira a ajudar e ainda ganhar um disco autografado! Um ótimo negócio, não?” fala Blubell sobre o projeto que realizou com o financiamento coletivo. Para finalizar ela analisa a disponibilização das músicas na internet e a pirataria que fez mudar a visão do mercado fonográfico: “Acho que com as plataformas de streaming, como o Rdio, o Deezer e o próprio Youtube, a pirataria vai diminuir muito e talvez até acabe de vez. Melhor para o artista e para o público, que agora tem acesso fácil e barato a quase toda música do mundo com uma qualidade de som razoável”.
Rolou no O LinkedIn é uma rede social onde profissionais de várias áreas podem se encontrar e trocar ideias. Aqui, você encontra um pouco do que aconteceu por lá.
Coca-Cola
Como ter sucesso?
No grupo “O Melhor do Marketing” está sendo divulgado e debatido um artigo que comenta sobre as estratégias de marketing da Coca-Cola, uma das empresas mais influentes no segmento. O texto apresenta o case da popularização do Papai Noel, e a sua relação com as mais variadas campanhas produzidas pela Coca-Cola ao longo dos anos.
Também no grupo “O Melhor do Marketing”, um artigo divulgado dá sete dicas de hábitos que os profissionais devem abandonar de forma a obterem sucesso em seus negócios. Procrastinação, medo de julgamento alheio e tantos outros estão presentes. Vale a pena conferir!
Graças a isso, a empresa é vista como responsável por ter dado forma ao bom velhinho da forma que o conhecemos. No mais, é possível ver que outros pontos são abordados na estratégia da empresa para lidar com o “branded content” (conteúdo de marca), assim como uma lista de pontos que são valorizados na hora de pensar a comunicação.