Revista AC Digital #18

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Índice

EDITORIAL POLÍTICA OU POLITICAGEM No Brasil acho que não sabemos a diferença entre política e politicagem. A pr imeira, para quem não sabe, se refere à ciência ou arte de regular as ações de um Estado com outros Estados, governo das nações. A segunda, muito praticada no país, se refere a interesses particulares ou de poucos. Um país que per mite que os própr ios candidatos se refiram aos colegas como “bando de ladrões”, “quadr ilha” e tantas outras denominações similares não pode ser sér io. Barbar idades são ditas sem a menor preocupação com processos judiciais futuros. Já parou para pensar nisso? Ou todos têm rabo preso e por isso não entram na justiça por danos morais ou o judiciár io não cumpre o seu papel. Outro fato comum e inadmissível são candidatos estarem respondendo a processos por cor rupção ou outra acusação relacionado à atividade pública e poderem se candidatar. Dá para entender tal discrepância? Não se pode falar de um ou outro partido. Que esse é melhor do que o outro. Quando precisam fazem alianças para não perderem espaço no Congresso Nacional, nos governos estaduais e

municipais, fazem sem a menor vergonha e sobem aos palanques como amigos íntimos. Não se preocupam com o que acreditam ou que fizeram que nós acreditássemos como verdade absoluta. Foram tanto escândalos de 2000 para cá que tive que recorrer à Wikipédia para relembrar de alguns. Lá, em apenas 14 anos, estão registrados 45 fatos que mexeram com o país e fizeram uma sangr ia nos cofres públicos: Mensalão, BNDS, Correios, Ministér io do Trabalho, Petrobrás etc. Para citar um caso que espanta, mas é apenas mais um entre tantos, é do candidato Carlos Lupi - PDT, ao Senado. Em 2011 foi afastado do Ministér io da Trabalho, acusado de envolvimento com polêmico caso de desvio de dinheiro público. O então ministro do Trabalho, no dia 4 de dezembro, entregou o cargo após uma reunião com Dilma Rousseff. Hoje é apoiado por Lula e Dilma Rousseff. Bom, infelizmente é a política brasileira e não vai ser agora que vamos mudar e nem mesmo nessa eleição. O que fazer? A única solução é a maior participação da população nas ações públicas. Lembrar que o dinheiro da farra é nosso e não deles.

Augusto de Carvalho Editor-chefe

Boatos na Internet

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iPhone 6

08

Compra da Mojang

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Hashtags

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Ian Ramil

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Expediente Editor-chefe Augusto de Carvalho Textos Augusto de Carvalho Luis Gurgel Colaboradores Caos Descrito Carlos Augusto Brum Diagramação Luis Gurgel



BOATOS NA INTERNET Facilidade em compartilhar links na internet criaram um cenário favorável para a proliferação das falsas notícias Quem frequenta as redes sociais, em especial o Facebook, provavelmente deu de cara, durante o último mês, com uma história chocante sobre a relação amorosa entre mãe e

filha. A “notícia” rapidamente se espalhou pelas linhas do tempo, causando enorme comoção por conta do tema abordado, com pessoas não perdendo tempo para emitir opini-


ões. O único problema é que, poucos dias depois, a história foi confirmada como falsa, uma “brincadeira” feita por alguém que utilizou uma imagem de duas mulheres abraçadas, publicada anteriormente em outro blog e sem nenhuma relação com o factoide, com o único propósito de enganar os internautas. Na língua da internet, este comportamento dá origem a rumores, que são chamadas de “hoax”. Ultimamente, já podem ser considerados uma prática comum, em especial durante períodos com eventos de grande visibilidade, como é o caso das eleições. Há alguns meses, foi a Copa do Mundo que movimentou as atenções, gerando boatos como a venda do título de campeão para a Alemanha e a doação do prêmio em dinheiro ganho pela Argélia para palestinos da Faixa de Gaza. Tudo isso criou um clima de desconforto até serem desmentidos. As razões para o surgimento destas são as mais variadas. Algumas pessoas criam factoides única e exclusivamente para diversão junto aos amigos, e dentro deste segmento existem até mesmo sites que facilitam esse processo, como é o caso do “Falsas Notícias”. A página permite ao usuário criar um link que, quando colocado no Facebook, exibe o título da notícia falsa com uma imagem ao lado. Aqueles que acreditarem e clicarem são levados a uma nova página, onde são então comunicados por meio de uma mensagem que o usuário apenas caiu num trote, e que a notícia em questão não existe. A brincadeira funciona, pois na

Site Boatos.org ajuda a esclarecer quais boatos são falsos

“No mínimo, por si, hoaxes já são inconvenientes e contraproducentes. Contudo, existem hoaxes mal intencionados, cujos objetivos vão bem além da simples farsa para o humor negro ou sarcasmo.” Internet é muito comum que usuários se limitem a ler os títulos das matérias, sem procurar por detalhes como o URL da página e outras informações que possam auxiliá-lo a determinar se o conteúdo apresenta ou não credibilidade. O problema, porém, surge quando estes factoides são inventados e compartilhados com objetivos menos respeitáveis. Existem sites que fazem uso desta prática para conseguir reconhecimento, aumentar a sua popularidade, e, consequentemente, o número de cliques, o que poderá ser convertido em dinheiro por meio das publicidades expostas na página com o Adsense e tantos outros sistemas similares. No entanto, existem ainda aqueles feitos com intenções ainda piores, como os que atraem os usuários com estas falsas


notícias visando espalhar malwares, spywares e tantos outros programas que podem danificar o computador da pessoa, ou conceder acesso a informações privadas das mesmas. “No mínimo, por si, hoaxes já são inconvenientes e contraproducentes. Contudo, existem hoaxes mal intencionados, cujos objetivos vão bem além da simples farsa para o humor negro ou sarcasmo. Podem sim haver infiltrações em páginas ou até mesmo sites inteiros dedicados à captura dos dados do usuário nome, e-mail, telefone, etc. - com falsas promessas de prêmios, em sua maioria não confiáveis à primeira vista, para gerar bases de dados úteis à cybercriminosos.”, explica o especialista em marketing digital Wander Fernandes. Um exemplo prático desta situação descr ita pôde ser visto recentemente. Com a excitação em tor no do lançamento do iPhone 6, sites operados por golpistas foram cr iados, tentando ludibr iar os internautas em participarem de “pesquisas”. As promoções afirmavam que, ao responder algumas perguntas, os participantes garantir iam o seu novo celular, sem filas e completamente gratuito. O problema, é claro, é que uma pesquisa rapidamente levava a outra, e o usuár io acabava efetuando cadastros em diversos sites diferentes, sem nunca chegar ao fim da tarefa. Em deter minados casos, os sites pediam per missão para instalar algum programa, sobre o pretexto de ser necessár io para concluir o processo, quando, na verdade, serviam simplesmente para instalar

software prejudicial no computador das vítimas. Boatos.org

Na contramão dessa prática, existem pessoas que passaram a dedicar o seu tempo a desmentir tais rumores. É o caso dos jornalistas que criaram o site “boatos.org”, onde diariamente os integrantes fazem uso da internet de forma a tentar provar a veracidade de certas notícias que são divulgadas nas redes sociais. O grande barato da página é que, num único lugar, os internautas podem encontrar explicações para cada novo boato, tornando-o assim uma espécie de ponto comum para se visitar quando existir alguma dúvida sobre a veracidade ou não de determinada notícia.

PING PONG

EDGARD MATSUKI criador do Boatos.org

AC Digital: Como surgiu a ideia da cr iação

do Boatos.org? Edgard Matsuki : o Boatos.org surgiu após

eu ter contato com tantas notícias falsas na web no meu trabalho como jornalista. Vi que faltava um veículo jornalístico dedicado a isso. AC Digital : O que os motiva a realizarem este

trabalho diar iamente, e de que for ma enxergam o reconhecimento pela função que realizam? Edgard Matsuki: Vejo um retorno positivo do público e mídia em relação à função do Boatos. org. Claro que esse é um serviço que incomoda muita gente e as críticas vêm, normalmente, de pessoas ligadas a grupos políticos ou crenças.


CAOS DESCRITO O Caos Descrito é um projeto que junta o cotidiano e arte, por meio da fotografia e a literatura. Podem conferir mais do trabalho do grupo no blog http://caosdescrito.wordpress.com

INÉRCIA

Texto: Giovana Sarto Foto: Matheus Cappellato

“Posicionou o dedo indicador no centro dos lábios dele, como em um pedido de silêncio. Fechou os olhos e se aproximou cautelosamente, deixando o garoto envolvê-la em seus braços. Encostaram seus lábios e se deixaram levar pelos instintos. Afinal, talvez o amor seja algo além do ódio, da raiva, confusão, alegria, felicidade, paixão…talvez seja a síntese de todos os sentimentos, os cafés durante a manhã, os cigarros nas horas alegres e tristes, o sexo intenso e quente… O amor é tudo. O amor…bom, ele não é nada além da junção.”

APADRINHE UMA CRIANÇA

MUDE

UMA VIDA mudeumavida.org.br



LANÇAMENTO DO

iPHONE 6 A norte-americana Apple acaba de colocar o seu novo iPhone no mercado, conheça as novidades A Apple lançou no último dia 19 de setembro nos Estados Unidos o seu novo aparelho da linha de celulares, o IPhone 6. Comercializado em dois modelos diferentes, a empresa anunciou um novo recorde de vendas, mais de 10 milhões de unidades no primeiro fim de semana. Embora não seja a primeira vez que o IPhone recebe versões diferentes, o iPhone 6 está disponível no mercado um com tela de 4.7 e o “Plus” com 5.5 polegadas. São os primeiros celulares da mesma linha com diferentes tamanho de tela (o antecessor, 5S, contava com 4 polegadas de tela). O Plus tem um atrativo extra, resolução Full HD de 1920x1080. Outras diferenças incluem um design mais fino, consumo mais eficiente de bateria – algo sempre importante e apreciado pelos consumidores de smartphones – e uma nova câmera traseira, também mais

poderosa, com 8 megapixels, que deverá agradar àqueles que utilizam os seus telefones como câmera fotográfica. Além destas novidades, a Apple introduz um novo sistema, o Apple Pay, que analistas têm tratado como o verdadeiro diferencial da nova versão. O serviço consiste, em tornar o celular numa alternativa ao cartão de crédito, possibilitando que o cliente efetue pagamentos com o mesmo. Para tal, é necessário que a loja possua a estrutura necessária. Em entrevista à revista VEJA, o analista de TI Bruno Tasco, da Frost & Sullivan, explicou que a melhoria de aspectos técnicos e até mesmo do tamanho da tela são importantes, mas sempre “esperados”. Com várias empresas produzindo smartphones, a tela maior não é algo exclusivo, tal como a câmera mais potente. O Apple Pay, no entanto, mostra o comprometimento da empresa , que


acordo com informações da Piper Jaffray & Co. publicadas no Estado de S. Paulo. O iPhone 6, inicialmente, parece ter alcançado sucesso na missão de instigar os consumidores de versões anteriores a adquirirem o novo Recorde Antes mesmo do lançamento do celular. O consumidor Evan Call iPhone 6, no dia 19, a Apple já havia - tradutor-, que reside nos Estacomunicado que possuía cerca de 4 dos Unidos, foi um dos garantiu a milhões de reservas para o aparelho. compra do Plus. “Tive um iPhone Esse número corresponde ao dobro 4S por 3 anos e, ultimamente, achade reservas feitas para o seu ante- va-o bastante lento. Além disso, fui cessor, o IPhone 5. Após as primei- atraído pela tela muito maior do ras 48 horas, a empresa emitiu um aparelho, algo que o upgrade ancomunicado afirmando que já havia terior para o 5 e 5S não ofereciam. ultrapassado a marca de 10 milhões Assim, achei que finalmente havia de unidades comercializadas, e, de valor suficiente envolvido para fazer acordo com Tim Cook, esse número essa troca. Além disso, após ter vinão é ainda maior apenas por conta vido no Japão durante alguns anos e experimentado a facilidade de pada falta de estoque disponível. Graças a isso, e em estudos reali- gar com o celular, tecnologia NFC zados acerca da demanda do apare- (utilizada no Apple Pay), acredito lho, a receita da Apple no primei- que a Apple irá conseguir expanro trimestre provavelmente será 9% dir esse serviço aqui nos Estados maior do que as estimativas inicial- Unidos. Adoro a conveniência/vemente apontadas pela Wall Street, de locidade de simplesmente precisar firmou parcerias com bancos, operadoras de cartão de crédito e lojas, dando origem a um sistema favorável para que o recurso possa ser explorado ao máximo.


passar o meu celular na máquina e não me preocupar com o cartão de crédito/débito”, explica. Problemas Porém, nem tudo são rosas para a Apple. Desde o lançamento do iPhone 6, a internet tem visto um surto de vídeos e artigos que relatam um problema de design no aparelho. Supostamente, por ser demasiado fino e feito com acabamento em alumínio, usuários têm encontrado “dobras” nos celulares após mantê-los no bolso enquanto estão sentados no trabalho. Essa situação resultou até mesmo na criação de uma hashtag no Twitter, o #bendgate, que os consumidores têm utilizado para discutir o tema, assim como postar fotos dos seus celulares afetados pela falha. Quem não perdeu a oportunidade de brincar com o episódio, também, foram as rivais da Apple. A LG, em especial, que recentemente lançou um celular com tela curva, aproveitou para compartilhar uma hilariante campanha onde afirma que

“naturalmente curvado é melhor do que amassado”, ilustrando os seus posts com imagens do seu aparelho. A Nokia, por sua vez, usou uma imagem do ancião 3310, que tem fama de ser à prova de “quase tudo”, e perguntava: será que vai dobrar? Em resposta, a Apple emitiu uma nota afirmando que os problemas são pontuais e se manisfetaram num número muito reduzido de aparelhos.


MICROSOFT ADQUIRE

MOJANG Estúdio responsável pela série Minecraft é adquirido em transação bilionária Desde a entrada do novo diretor executivo da Microsoft, Satya Nadella, a empresa parece ter entrado de cabeça na onda das compras de outros negócios. Após a recente aquisição da Nokia, que foi noticiada aqui na AC Digital, a gigante de Redmond desta vez abriu a carteira para adquirir o estúdio de ga-

mes “Mojang”, responsável pelo enorme sucesso do game Minecraft. De acordo com números divulgados pelo The Wall Street Journal, a transferência custou aos cofres da empresa algo próximo a 2,5 bilhões de dólares. Com a compra, a Microsoft junta ao seu pessoal todo o talento que atual-


Com mais de 54 milhões de unidades vendidas, Minecraft se tornou uma das séries mais relevantes dos últimos anos na indústria, muito graças ao seu apelo universal. mente trabalha no Mojang, assim como o portfólio de games comercializados. A cereja no topo do bolo é o “Minecraft”. O jogo, que foi lançado no PC no ano de 2009, se tornou numa febre mundial nos últimos anos, tendo sido adaptados para outras plataformas, como consoles Xbox da Microsoft, além de smartphones e Playstation. Com mais de 54 milhões de vendas registradas, a série se tornou uma das mais relevantes dos últimos anos na indústria, muito graças ao seu apelo universal. O game permite aos usuários construírem prédios de todos os tipos, lembrando muito os “LEGO”. Assim, existe sempre simplicidade e complexidade suficientes para agradar tanto às crianças como a adultos. Comercialmente, os analistas consideram esta como uma jogada interessante para a Microsoft, que de agora em diante poderá escolher os rumos que a série Minecraft irá tomar. O primeiro jogo já foi disponibilizado para diversas plataformas, portanto uma retirada do ar ou consequente abandono do mesmo provavelmente seria visto com maus olhos, mas a verdade é que um “Minecraft 2”, no futuro, poderia ser lançado de forma exclusiva para consoles Xbox e PC, adicionando um exclusivo de peso à biblioteca de games desses sistemas. Por outro lado, também é possível continuar a dar apoio a todas as plata-

formas, atingindo um mercado maior e lucrando diretamente das vendas, mesmo que a margem de lucro de cada uma delas seja menor. Além disso, no que toca à rival Sony e os seus consoles Playstation, a Microsoft poderia exercer alguma pressão e negociar um acordo vantajoso para si, de forma a permitir que a empresa japonesa continue a receber games da série. Mojang Uma vez efetuado o anúncio, o site do Mojang foi atualizado com um post falando sobre esta nova fase da empresa. Tranquilizando os fãs, que de certa forma temem que esta nova cultura corporativista à qual o estúdio irá se inserir possa refletir na qualidade dos games. O texto explica que as mudanças, embora “assustadoras”, foram necessárias. O Minecraft, que foi idealizado por uma única pessoa e lançado como um produto pouco ambicioso, se transformou num fenômeno de proporções gigantescas, e cuidar de algo tão grandioso tornou-se muito difícil para uma empresa do porte deles. Assim, a aproximação da Microsoft foi vista com bons olhos, pois no entender do Mojang, a gigante de Redmond é uma das únicas companhias do mundo com peso, influência e finanças capazes de ajudar no crescimento do Minecraft na escala que o produto realmente merece.


HASHTAGS O que existe por trás do símbolo do “jogo da velha” usado por toda a Internet Se você é frequentador assíduo de redes sociais, em especial do Twitter e do Instagram, provavelmente já viu uma hashtag a ser usada. A combinação entre o símbolo # seguido por uma palavra, formando um hiperlink, é uma das funcionalidades mais utilizadas pelos usuários, embora nem sempre da maneira ideal.

Criada em 2007 por Chris Messina, que sugeriu a utilização do símbolo de forma a facilitar a criação de “grupos” no Twitter, as hashtags não foram um sucesso absoluto, e só em meados de 2009 é que a moda realmente explodiu. A lógica era simples: se, por exemplo, várias pessoas estivessem num festival de música, ao utilizarem todos a


mesma hashtag, o utilizador poderia acessar numa única página centenas de mensagens relacionadas ao tema que lhe interessa. Desde então, outras mudanças aconteceram. O próprio Twitter criou os “Trending Topics”, onde as hashtags mais populares do momento são listadas. Atualmente, o usuário pode até personalizar este painel. Se preferir, pode limitar o ranking à sua cidade e arredores, ou então escolher ver o que é popular em outras regiões, países, e até mesmo em todo o mundo ao mesmo tempo. Graças a essa visibilidade, as próprias empresas também passaram a atuar no Twitter de forma mais consciente e a tratar as hashtags com o cuidado que merecem. Marcas criam hashtags próprias para as suas campanhas publicitárias e divulgam-nas na esperança de que seus clientes façam uso das mesmas. Porém, um dos maiores exemplos do poder das hashtags pode ser retirado das televisões. Cada vez cresce mais o número de programas que utiliza o Twitter – e hashtags – de forma a criar um tipo de interação direta com os seus telespectadores. No ar todas as semanas, o programa “The Voice Brasil”, da Rede Globo, é um exemplo do uso dessa funcionalidade em território nacional. Ao longo das apresentações musicais, as pessoas têm os seus celulares e computadores na mão, e são encorajadas a enviar mensagens com a hashtag ‘#TheVoiceBrasil’ na rede social. A equipe, então, atenta ao que rola no Twitter, seleciona mensagens para serem inseridas dentro do próprio programa, criando assim um atrativo extra para que as pessoas queiram participar. O resultado final é positivo para todos

– usuários encontram mensagens de seu interesse organizadas, a televisão consegue material de interesse, e, não obstante, ainda aumenta as suas cha nces de elevar a hashtag cor respondente ao The Voice Brasil para os “Trending Topics”, garantido maior visibilidade. Dificuldades

Como é comum em se tratando da internet, nem tudo sobre as hashtags funciona sem nenhuma falha. Como não existe um limite ou qualquer tipo de requerimento para a criação de uma nova hashtag, rapidamente um enorme número de novos marcadores surgiu. Estes, de maneira geral, variam desde estados de espírito como #chateado, até outros completamente abstratos e que são utilizados para efeitos de comédia. Apesar de fúteis e, de certa forma, inúteis, pois hashtags que não sejam divulgadas ou comum dificilmente irão dar origem a uma página ativa e popular, estas modalidades não chegam a representar um problema, de fato. Contudo, nem tudo funciona de maneira tão inocente. O Twitter, atualmente, possui um enorme número de contas destinadas a fazer publicidade enganosa, com links que levam os usuários para sites que não desejam visitar e situações similares. Ao oferecer uma lista dos assuntos mais populares, e uma maneira de colocar mensagens com grande visibilidade por meio das hashtags, tornou-se comum tirar proveito das mesmas para divulgar esse tipo de material. De certa forma, podem ser comparadas às mensagens spam que entopem as caixas de e-mail dos internautas, mas com o agravante de estarem numa posição privilegiada.



IAN RAMIL entre o pop e o experimental A AC Digital dá a conhecer um pouco mais do artista gaúcho Rodeado por músicos por todos os lados, Ian Ramil não se isolou, mas achou um espaço musical diverso das carreiras do pai, Vitor Ramil, ou dos tios Kleiton & Kledir. Aos 28 anos lança seu primeiro trabalho “Ian”. Cresceu em ambiente musical assumi, mas procurou conscientemente não se vincular às referências e sim ao caminho da originalidade. A maior parte das canções do trabalho foi feita entre 2010 e 2012 — quando o disco foi gravado em Buenos Aires - Argentina. A mais antiga do repertório é “Pelicano”. A mais recente é “Rota”, feita duas semanas antes de o artista entrar em estúdio. O compositor integra uma cena gaúcha que inclui bandas como Apanhador Só (entrevistada na edição nº 16 AC Digital), Musa Híbrida e artistas como Thiago Ramil (seu primo), Ed Lannes e Leo Aprato. Em entrevista exclusiva para AC Digital falou um pouco sobre influências, ídolos, cultura, mídias

sociais, processo cr iativo e muito mais. Confira: AC Digital - Queria que me falas-

se da influência do seu pai,Vitor Ramil, não esquecendo dos tios Kleiton e Kledir, na escolha da carreira? Até que ponto isso influenciou? Ian Ramil -Ter crescido numa família de artistas me pôs em contato com a música desde pequeno. Ganhei a minha primeira guitarra aos 11 e já fiz a primeira música logo de cara. Me formei no colégio, fiz dois anos de jornalismo e quatro de teatro, quando trabalhei bastante como ator e diretor. Antes e depois desse “desvio” compunha sem parar e quando vi tinha largado o resto pra me dedicar à música. AC Digital - Sua memória mu-

sical interfere em sua criação? Quem são seus ídolos? Ian Ramil - Muito. Pra mim existe uma tríade fundamental no meu his-


tórico de ouvinte: Beatles, Nirvana e Radiohead. Posso dizer que Caetano e João Gilberto são grandes referências também, além de muitas outras coisas. AC Digital - Como você vê a

cultura no Sul do país? Ainda é um mundo a parte do restante? Ian Ramil - É um momento de muita efervescência cultural no Rio Grande do Sul. Existem ótimos compositores e bandas lançando seus primeiros trabalhos. Ainda que existam peculiaridades pelos distintos climas, costumes e histórias dos lugares, acho que hoje em dia a internet não deixa espaço pra um apartamento cultural muito radical. O espaço de diferença em que colocam o sul é muito em função do que se vende pro exterior do que seria o Brasil (terra do carnaval e do samba), mas tivemos o Lupicínio aqui, por exemplo. Diferenças à parte, a verdadeira cara do Brasil é a diversidade.

festação cultural genuína e transgressora que a indústria tenta cooptar e pasteurizar sem sucesso. Uma cultura nascida no gueto que é gigante independentemente da indústria cultural. Na camada que se propõe a ser mais intelectualizada vejo ótimos compositores e um senso coletivo muito interessante, muitas parcerias e trocas criando uma cena independente bem consistente.

AC Digital - O tipo de música AC Digital - Acha que existe uma

discriminação artística quando se tenta espaço no Sudeste? Ian Ramil - Olha, eu não senti isso. Meu disco está sendo bem recebido no sudeste, no norte, no nordeste... AC Digital - Como você analisa o

cenário atual da música brasileira? Ian Ramil - Me parece um momento bem criativo. Parece que o enlatado que a indústria há anos nos enfia goela abaixo ta chegando no limite da existência. A potência do funk é um bom exemplo disso: uma mani-

que você compõe não é comercial. Sabe que o trilhar é árduo.Vale a pena ou não seria de outra maneira? Ian Ramil - Não faço música pra vender ou pra aparecer. A arte está muito além do mercado. Se “comercial” é dar ao público o que ele espera receber então eu espero nunca ter esse adjetivo agregado ao que faço. O Alan Moore diz uma coisa que acho maravilhosa: “se o público soubesse o que precisa, não seria o público, seria o artista.”. Não que o artista deva saber de tudo, mas é dever social dele agir fora do óbvio, é função dele oferecer uma ótica distinta das coisas.


Seja política, poética ou esteticamente, a arte tem que surpreender.

fui fã do shuffle. AC Digital - Recentemente fez

AC Digital -

Como você vê as mídias sociais? Elas são a principal ferramenta de divulgação hoje em dia? Ian Ramil - É o snorkel do artista independente. O poder da televisão é uma coisa impressionante, as pessoas assistem tv o tempo todo. Se não fosse a internet acho que nós independentes estaríamos nos afogando aos montes.

show no Oi Futuro Ipanema, no Rio de Janeiro. Como foi a experiência? Ian Ramil - Foi ótima. O show aconteceu dentro de um projeto do chamado Levada, e graças a ele consegui custear a ida de toda a equipe pra tocar lá, só na banda são seis músicos além de mim, mais técnico de som e luz. Sem esse projeto eu não sei quando conseguiria ir até o Rio pra lançar o disco.

AC Digital - As mídias tradicio-

nais não abrem espaço. A afirmação é correta? Ian Ramil - Não dá pra ser tão taxativo. Eu tive uma boa abertura em alguns grandes jornais agora com o lançamento do disco, por exemplo. Claro que se tu tiver uma gravadora gigante investindo um caminhão de dinheiro em ti tudo vai ser mais simples e os espaços provavelmente maiores. Infelizmente os programas de tv e rádio de maior audiência são em geral amantes irremediáveis do jabá. Respondendo a pergunta anterior, com organização e criatividade é possível viver como artista independente no Brasil.

“Sempre procuro ter toda a liberdade pra criar, sem me prender a um conceito ou ritmo. É algo intuitivo, mas também pensado”. AC Digital - Observando os novos

AC Digital - Optar também pelo

artistas, incluído você, nota-se que vinil, qual é a importância? voltamos a ter uma produção cultural Ian Ramil - Eu adoro vinil, equi- como as das décadas de 60 e 70. Você pamentos antigos. Adoro o ritual de pensa nisso? Acha que a web ajudou? ouvir um disco, o tamanho da capa, Ian Ramil - Acho que passa um adoro o som dos discos de vinil. Ou- pouco pela saturação da indústria que vir música se tornou muito mais in- falei antes. Muita gente não tem mais tenso pra mim desde que comprei saco pra essa babaquice de subcelebrimeu toca-discos há uns anos. Gosto dades construídas, de entretenimenda sequência pensada pra obra, nunca to raso, mas de qualquer maneira esse


“muita gente” ainda é muito pouco. A grande maioria da população é massacrada diariamente por uma rotina doentia de superlotações e engarrafamentos e chega em casa cansada demais pra procurar musiquinha na internet. Ligam a tv e recebem o que a tv oferece: anestesia. Lá nos 60/70 a televisão não estava tão mercantilizada e gente como o Caetano podia ir lá transgredir costumes e paradigmas à vontade. Não vivi aquilo, mas tenho a impressão de que a arte chegava na massa e os questionamentos e a reflexão coletiva ainda aconteciam, hoje tenho a sensação de que tudo que se leva pra massa leva a não pensar. Vivemos numa época de fuga. Então, por mais que a produção

cultural seja similar e o espaço que a internet abre seja salvador, o alcance que conseguimos não se compara ao que aquela geração teve com os canais de tv. E isso nos coloca muito distantes deles. AC Digital - O artista brasileiro

está mais globalizado. Muitos, inclusive você, compõe em inglês. O que acha disso? Ian Ramil - Acho que é um caminho natural. As informações pipocam incontrolavelmente na rede e as influências de diversificam. AC Digital - Futuro? Ian Ramil - Indefinido e inevitável.

#CURTAS Equipe brasileira de League of Legends surpreende No mês de setembro os garotos da equipe “Kabum” estiveram presentes na fase de grupos do campeonato mundial de League of Legends, game no estilo MOBA que vem fazendo furor no mundo inteiro. Entrando no torneio como a equipe mais fraca, o Kabum perdeu cinco dos seis jogos que disputou, mas acabou o torneio com uma vitória muito importante contra os europeus do “Alliance”, que eram considerados uns dos favoritos à vitória da competição. Com isso, o Brasil deixa um aviso que, embora esteja só engatinhando, pode vir a dar trabalho em futuras competições de eSports.

Mobilidade Urbana Após o assunto mobilidade urbana ter estado em voga no ano passado, por conta das manifestações que se espalharam por todo o país, começa-se a mostrar um novo cuidado com o tema. Em Cabo Frio - RJ a empresa Salineira, que tem a concessão dos ônibus que circulam por toda a Região dos Lagos, está organizando um prêmio de comunicação com o objetivo de debater a mobilidade urbana, visando gerar uma reflexão sobre o tema e contribuir para a inovação no setor. Os interessados em participar poderão se inscrever em duas categorias - Jornalismo ou Publicidade. Três trabalhos serão premiados em casa uma delas, com o vencedor a faturar R$3 mil. O regulamento e a ficha de inscrição já se encontram disponíveis no site www.salineira.com.br/regulamento/..


CRÔNICA

CARLOS AUGUSTO BRUM

CRIATIVIDADE

E MEDO

O maior superpoder da criança é compreender que nenhuma pergunta é ridícula. As crianças perguntam de tudo: querem saber sobre como se faz, sobre porque se faz, sobre como se faria o oposto e sobre como seria não fazer nada aquilo. As crianças sempre esgotam as possibilidades de sua curiosidade através de uma análise cuidadosa da ferramenta mais importante à que temos acesso: o questionamento. Elas precisam saber sobre como se faz uma ilustração, para poder sonhar à noite que pintaram o quadro mais lindo de todo o Louvre. Elas querem descobrir qual o propósito de se publicar um livro, para imaginarem-se no topo dos best-sellers. Através da dúvida elas encontram seu futuro: um sonho desmesurado e absurdo onde tudo deu certo. A pergunta mais comum que eu escuto de adolescentes, porém, não tem nada a ver com método ou com motivação, mas sim com coragem. “Eu gosto muito de escrever, mas morro de vergonha de mostrar o que eu fiz.”; “Eu adoro desenhar, mas acho meus desenhos ruins.”; “Eu componho, mas recebi uma crítica ruim e não consigo voltar a produzir.”... E daí a descrença: por que eu deveria dar a cara à tapa se existe a possibilidade de me dar mal? A pergunta costuma vir de jovens que sonham viver de sua criação artística, mas, na verdade, ela se aplica a todos, pois a realização só vem para quem ousa ser criativo. E a criatividade acontece com a experimentação, com o risco e com o inevitável erro. A criatividade, quando dá errado, gera vergonha, demérito e críticas... Vergonha que às vezes apaga toda a memória da coragem que um dia existiu; demérito que às vezes destrói a autoestima além da reparação; e críticas que às vezes são tão cruéis que parecem inúteis. Porém, a criatividade, quando dá certo, só dá certo porque ela já deu errado e gerou tudo aquilo de ruim antes. Sim, é um processo de tentativa e erro. Mas, antes de ser qualquer outra coisa, ser criativo é criar a possibilidade de aprendizado na ocorrência do erro. Felizmente a internet nos dá ferramentas que antes não existiam. Uma rápida lista de maneiras de criar coragem: mande um e-mail para quem trabalha em sua área sonhada pedindo dicas e ideias; exponha seu trabalho para quem realmente entende do assunto em sites especializados; exponha seu trabalho para quem não entende nada do assunto em redes sociais; busque alternativas ao que você sonha fazer e planeje como você vai moldar seu mercado e seu nicho. E se alguma dessas tentativas der errado? Ótimo! É um erro a menos no seu caminho. É um erro a menos para você descobrir. É um erro a mais para seu currículo de erros que você não vai mais cometer. É um erro a mais que lhe serviu como crescimento e aprendizado. É um erro maravilhoso, como diz Neil Gaiman em seu discurso “Faça boa arte”. O maior medo, como sempre, é o próprio medo. A consequência é essa recém-descoberta coragem, é você acreditando novamente em seu sonho desmesurado.

Rolou no Confira alguns dos assuntos em voga na rede social

Infografia O grupo “Mídias Sociais” traz à tona a discussão sobre a Infografia. Para quem desconhece o termo, um Infográfico pode ser explicado como uma simples representação virtual de determinada informação. Para tal, foi compartilhado um texto que discorre sobre o tema, e contém até mesmo algumas dicas do professor Edward Tufte, da universidade de Yale, considerando um dos grandes estudiosos do tema no cenário mundial. Vale a pena conferir!

Política No grupo “Assessoria de Imprensa” a discussão entre a presidenciável Luciana Genro e o apresentador Danilo Gentilli deu pano para manga. Um texto sobre o assunto foi divulgado, que demonstra como apesar da polêmica em torno da entrevista, a candidata conseguiu mesmo lucrar com a situação, tendo saído do “anonimato” nas redes sociais. Segundo a publicação, Genro foi citada mais vezes naquele curto período de tempo, de aproximadamente 60 minutos, do que durante todo o restante do dia no microblog.


http://www.thiagopethit.

http://vevo.ly/3Qbywc


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