Edição #23 Março 2015
GERENCIAMENTO DE
CRISE
Um dos maiores desafios das assessorias é superar momentos de crise. A AC Digital fala sobre como lidar com esse período.
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E MAIS: CONHEÇA O CONSUMIDOR.GOV.BR | PG. 04 | CARNAVAL | PG. 10
EDITORIAL Assistencialismo Estava pensando no que escrever este mês e nada vinha a minha cabeça, a não ser a nossa atual situação econômica, política e social. Mesmo com o cenário negro que se descortina perante nosso olhos, os políticos não perdem a pose de bons moços e que vivem pelo bem da pátria. Entendo que a imprensa tem parte da culpa dos eleitos se acharem mais importantes e superiores que a própria população, que paga a conta. Vejo todos os dias os comentaristas políticos falarem das pautas no Congresso Nacional dependendo de interesses de um ou outro partido, mas nunca falam do interesse da nação, do que é melhor para o coletivo. Vejo o PT agora defender a gratuidade nos transportes públicos, mas não fala quem vai pagar a conta e nem de onde vai sair o dinheiro. Um em cada quatro brasileiros está no Bolsa Família. São 14,1 milhões de famílias e 20,6 bilhões de reais para bancar o benefício. Números divulgados pelo IBGE em 2013. Tudo muito nobre, não fosse isso usado como campanha política. A revista Veja, em janeiro de 2014, publicou uma matéria falando de um boato sobre o fim do benefício que aconteceu em meados de 2013, onde as agências da Caixa foram invadidas por milhares de pessoas: “...Elas mostravam beneficiárias do programa fazendo queixas incomuns. Francisca Flores, de São Luís (MA), reclamava: “Só ganho 134 reais e não está dando nem para comprar uma calça para minha filha, que tem 16 anos. Porque uma calça para uma jovem de 16 anos (sic) é mais de 300 reais”. Diana dos Santos, de Fortaleza (CE), contou diante das câmeras: “Eu fui à lotérica, como vou de costume, fazer um depósito na poupança do meu esposo. Fui depositar o dinheiro. Como eu já estava lá, aproveitei, levei o cartão, e tirei
o Bolsa Família”. Francisca acreditava que o dinheiro do auxílio do governo deveria ser usado para bancar bens de consumo mais caros do que os que o trabalhador médio pode bancar com seu salário. Diana revelou, sem se incomodar, que sua família poupa dinheiro mensalmente – e quem faz poupança evidentemente não está em situação de emergência financeira. É difícil estimar a quantidade de beneficiários irregulares do Bolsa Família: mas os exemplos de Francisca e Diana mostram que há algo de errado com o programa...” A revista entrevistou um especialista sobre o grave problema que vem se alastrando: “O governo usa o Bolsa Família como exemplo de uma medida bem sucedida. Mas como um programa criado para tirar pessoas da pobreza pode ser elogiado se o número de dependentes aumenta a cada ano? O crescimento vegetativo da população é uma explicação insuficiente, já que a quantidade de beneficiários sobe muito mais rapidamente do que a de brasileiros. “Se uma em cada quatro pessoas recebe Bolsa Família, isso quer dizer que três em cada quatro pagam por uma quarta. Não me parece que a longo prazo isso seja sustentável”, diz o economista Adolfo Sachsida, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)”. Como estamos num país em que trabalhar é coisa démodé o governo anunciou que: “A fim de fazer uma economia de R$ 18 bilhões por ano, a partir de 2015, o governo federal está apertando as regras para concessão de benefícios do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e da Previdência Social”. Dá para entender?
Augusto de Carvalho Editor-chefe
Índice Consumidor.gov.br
04
Comunicar é fundamental
06
Carnaval, calor, suor e muita alegria
10
Carnaval em fotos
13
Mulheres dominam a rede
14
O ‘fim’ do WhatsApp
16
Sem querer querendo
18
Expediente Editor-chefe Augusto de Carvalho Textos Augusto de Carvalho Luis Gurgel Colaboradores Caos Descrito Carlos Augusto Brum Heitor Moreira Ligia Viegas Diagramação Luis Gurgel
RIO450
ANOS
“
Minha alma canta Vejo o Rio de Janeiro Estou morrendo de saudades Rio, seu mar Praia sem fim Rio, você foi feito prá mim Samba do Avião – Tom Jobim
CONSUMIDOR .GOV.BR Comprar produtos e receber algo danificado. Pagar um serviço e não poder usufruir do mesmo por problemas técnicos. Enfim, situações dessas são comuns na vida do brasileiro, que acaba por estar à mercê, por exemplo, de operadoras de telefonia que não cumprem o acordado com frequência. Quando isso acontece, as alternativas são entrar em contato com as empresas, e, caso nada resulte daí, buscar a justiça. Porém, com o advento da Internet, os consumidores encontraram um novo espaço para pleitear por soluções. E é essa nova tendência
Site do governo federal auxilia solução para conflitos de consumo
que levou o Governo Federal a criar o site ‘Consumidores’, onde a população pode expor suas críticas e problemas, num canal de comunicação direto com as companhias. O objetivo é simples: dar um meio de explanar problemas que afetam o consumidor, ao mesmo tempo em que direciona a sua crítica à empresa responsável. Por não haver necessidade de recorrer à justiça e ao Procon, o site também cumpre o propósito de desafogar esses dois órgãos, que muitas vezes são sobrecarregados de peque-
nos casos que poderiam ser resolvidos sem a ajuda dos mesmos – cortando, assim, gastos, além de melhor, teoricamente, a performance da Justiça. Para tal, o processo é simples. O usuário acede ao site http://consumidor.gov.br e seleciona qualquer uma das mais de 100 empresas que já se cadastraram no serviço. A partir daí, é preciso preencher as informações e explicar, exatamente, qual é o impasse que está acontecendo. Feito isso, as empresas têm um prazo de 10 dias corridos para responder, tentando solucionar o conflito. Se a conciliação não acontecer, então, sim, o consumidor poderá e deverá recorrer aos caminhos já existentes supracitados, como o Procon ou à Justiça. O leque de empresas que estão inscritas no programa é vasto, e praticamente todos os grandes do mercado Brasileiro estão presentes. Nessa lista encontram-se os cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Santander e Itaú), as quatro maiores operadoras de telefonia (Tim, Claro, Oi e Vivo), as maiores companhias aéreas (Tam, Azul, Gol e Aviança), além de diversos planos de saúde, como é o caso da Amil, Bradesco Saúde, DIX Amico e o Odontoprev. Também podem ser encontrados na lista outros tipos de estabelecimentos, como supermercados, agências de viagens e seguradoras. Para consultar a lista completa, basta visitar o site: https://www.consumidor.gov.br/pages/principal/empresasParticipantes – Acho que esta é uma alternativa interessante. O consumidor na maio-
ria das vezes não busca uma ação na justiça com afinco, e sim a simples solução do seu problema. Ninguém gosta de ter que gastar tempo com processos, visitas a audiências e outras coisas. A existência de mais um site assim vem para ajudar o consumidor a conseguir o que quer, e tudo mais que aparecer e que seja nesse sentido é bem-vindo, comentou o empresário Marcelo Soares. ReclameAqui Embora o Consumidor.gov seja uma alternativa ‘oficial’, apoiada pelo governo federal, esse não é o primeiro nem tampouco o único site desse tipo na Internet. O “ReclameAqui” (http://www.reclameaqui.com.br/), que já existe desde o ano 2000, vem cumprindo esse propósito para aqueles mais ligados à Internet há bastante tempo. A premissa do site é basicamente a mesma: expor situações conflituosas contra empresas em busca de uma solução. Tal como no site do governo, as empresas também precisam se cadastrar antes dos usuários poderem expor os seus problemas. Porém, por já existir a mais tempo, o ReclameAqui tem alguns outras peculiaridades que o diferenciam do novo serviço. Uma delas é que, com acesso a toda a informação recolhida ao longo dos anos, é possível consultar listas que mostram, por exemplo, quais empresas têm o maior número de reclamações, ou então quais conseguiram, com maior frequência, resolver o problema exposto pelo usuário e receber uma avaliação positiva por isso.
Fotos: Reprodução
#COMUNICAR É FUNDAMENTAL Quer gerenciar uma crise? Comece hoje cuidando da imagem da sua empresa. Estava em casa, descansando e vendo a folia pela TV, quando vi um incêndio, sem vítimas, consumir parte de um prédio histórico onde funcionou uma grande fábrica e que hoje abriga um dos maiores shoppings centers do Rio de Janeiro. Os telejornais estavam lá para contar em detalhes o que acontecia em flashes ao vivo entre uma cobertura e outra de um bloco. Mesmo com equipes inteiras deslocadas para cobrir a gran-
diosidade dos carros alegóricos e as musas da passarela do samba com seus corpos esculturais, a Imprensa reservou espaço na capa, páginas inteiras e destaque nas versões online para falar sobre o incêndio. O caso movimentou várias esferas dos governos estadual e municipal, além de Corpo de Bombeiros, Policia Militar, Defesa Civil, instituições bancárias e, claro, o próprio shopping. Mas foi a resposta dos clientes o que mais me chamou a
atenção nesse episódio. Todas as vezes em que atualizamos o Manual de Crises dos Clientes da W3 ou quando ministro cursos e palestras sobre a imagem de uma empresa, destaco que a melhor forma de gerenciar uma crise de comunicação é construir uma imagem sólida e de confiança. Quando criaram a hashtag #ForçaNovaAmerica, que foi compartilhada pelos clientes, isso ficou ainda mais claro para mim. Entre uma selfie e outra da folia, entre uma foto do filho fantasiado e um comentário sobre o desempenho das escolas de samba, os clientes estavam lá, compartilhando, viralizando. Estavam lá subliminarmente na hashtag – conheço esse shopping, gosto dele, ele cuida de mim, então quero o melhor para ele. Como se fosse um amigo que passou por um momento difícil, o cliente compartilhou a frase com emoção. E é isso o que uma empresa busca. Criar um laço emotivo com seu cliente. A experiência emotiva é algo que marca uma pessoa para sempre. Trabalho com comunicação em shoppings centers desde 1996. Isso mesmo, desde o século passado, e posso afirmar que o esforço de comunicação para divulgar tudo o que acontece em um shopping é sempre recompensado. Desde uma simples ação em uma data corriqueira, ou aquele evento infantil dominical, até grandes eventos, ações de marketing em datas de varejo com grandes sorteios, temas de responsabilidade socioambientais, investimentos e temas institucionais que envolvem o shop-
INCÊNDIO NO NOVA AMÉRICA
No último dia 14, o Brasil viu imagens de um incêndio no Shopping Nova América, localizado na zona norte do Rio de Janeiro. De acordo com nota divulgada pelo estabelecimento, cerca de 40 lojas foram danificadas durante o incidente, mas felizmente não foram registrados feridos, uma vez que o Nova América encontrava-se fechado.O que chamou a atenção durante a crise, no entanto, foi a postura pró-ativa da assessoria de imprensa, que além de divulgar tais informações, ainda se colocou à disposição de colaboradores e lojistas para poder esclarever quaisquer dúvidas que pudessem existir.
ping. Tudo vai ter “peso dois” na hora de uma crise. É preciso informar seu cliente sobre tudo. É preciso contar para ele o que está acontecendo. É preciso criar uma reputação positiva. O cliente tem que participar da vida do shopping para criar empatia, para virar “amigo” e estabelecer um laço afetivo. E não é só o cliente que precisa ser comunicado. Todos os públicos do shopping precisam ser informados. Administradores, lojistas, colaboradores, fornecedores, todo mundo tem que saber o que acontece naquele organismo vivo, naquela cidade chamada shopping center. Tudo o que é visto, sentido e vivido ali vai gerar uma atitude, positiva ou não, uma experiência afetiva ou não, uma resposta positiva ou não. É claro que esse trabalho não está apenas em nossas mãos, assessores de comunicação. O shopping tem que ter um atendimento de qualidade, tem que respeitar o cliente, tem que cuidar, ter boas relações com seus públicos. Ter que ser muito bom estar no shopping. Tem que ser muito bom trabalhar ali. E tem que ser como uma espécie de “mantra”. Isso mesmo, tem que informar tudo muitas vezes para conseguir o efeito tão desejado. Tem muita informação por aí. Muita mesmo. Fazer com que retenham a atenção no que você quer comunicar é um desafio. Nesses anos todos circulando pelos corredores dos shoppings, já presenciei mais de uma vez clientes heavy user, aqueles que frequentam o
Entre uma selfie e outra da folia, entre uma foto do filho fantasiado e um comentário sobre o desempenho das escolas de samba, os clientes estavam lá, compartilhando, viralizando. Estavam lá subliminarmente na hashtag #ForçaNovaAmerica – conheço esse shopping, gosto dele, ele cuida de mim, então quero o melhor para ele. shopping quase todo dia, e funcionários de lojas, que estão lá de domingo a domingo, dizendo que não sabiam que haveria aquele evento naquele dia. E olha que muitas vezes o cartaz estava quase em frente à loja do cidadão! É quase surreal. Mas acontece. E acontece muito. Mas se o cliente não apreende a informação, qual é a saída? A saída é comunicar. É criar uma memória afetiva que fará com que o cliente veja aquele evento e acesse na memória aquela informação que ele viu, mas que se não fosse essa memória diria que não viu. Quantas vezes você já passou por isso? Nunca tinha visto aquela pessoa da empresa que almoça todo dia no mesmo lugar que você. Mas quando você é apresentado a ela, passa a vê-la todo dia. E se conversar com ela, aí é que vai vê-la em mais lugares ainda. É
incrível! Mas por que eu estou falando disso se nosso tema aqui é crise no negócio shopping center? Simplesmente porque em uma crise a imagem que a empresa construiu, a memória afetiva, fará toda diferença na hora de contar os prejuízos e juntar os cacos. Quando uma empresa enfrenta uma crise de comunicação, a sua reputação está em risco. Mais do que isso, os seus resultados financeiros podem ser afetados. Vários episódios recentes na maior empresa de petróleo do país servem como exemplo. Seja qual fosse a esfera social ou o conhecimento técnico de economia, todos viram como uma imagem pode ser duramente arranhada em uma crise e como isso vai afetar os resultados econômicos. E é nessa hora de crise que a comunicação vai acessar esse patrimônio de imagem. É claro que a Assessoria de Imprensa não vai resolver os problemas jurídicos e econômicos da empresa, mas será fundamental para conduzir a percepção do público de volta ao cenário de confiança. Em um shopping não é diferente. É na hora da crise que você verá como foi acertiva a decisão de ter um relacionamento transparente, de confiança, de informação de qualidade, de profissionalismo e de respeito com a Imprensa, o chamado “quarto poder”. Como foi positivo informar seus diferentes públicos sobre tudo o que acontecia naquele universo shopping center. Na hora da crise, não foi um centro comercial que pegou fogo. Foi aquele shopping que eu visito, que é
minha área de lazer, que se importa com o meu bem-estar quando levo minha família para passear por lá, que eu levo meus amigos para comemorar meu aniversário, onde eu comprei aquela roupa linda para aquela festa, que comecei a namorar. É nessa hora que a memória afetiva será acionada, e o cliente vai lembrar de tudo o que viveu de bom naquele lugar. E esse será o combustível inicial que vai fazer com que o shopping saia da crise da melhor maneira possível, curando as feridas e ganhando novos amigos. O grupo interdisciplinar formado pelos vários setores do shopping e, claro, a Assessoria de Comunicação, vão traçar a estratégia para gerenciar a crise. Depois, é só iniciar novamente o “mantra” da comunicação, elaborar posicionamentos, atender a Imprensa, treinar os porta-vozes e traçar novas metas. Afinal, o trabalho não para nunca. Uma nova crise pode acontecer a qualquer momento. Então, esteja sempre cuidando da imagem da sua empresa. Ela é um dos maiores patrimônios que você pode ter.
SOBRE O AUTOR
* Lígia Viegas Ramos é jornalista e diretora da agência W3 Comunicação. Com mais de 20 anos de experiência da área de Comunicação Corporativa, é especializada em Assessoria de Imprensa, Planejamento de Comunicação e Gestão de Crise.
Fotos: Reprodução
CARNAVAL, CALOR SUOR E MUITA ALEGRIA Teve serpentina, confete, fantasia e muita história boa para se contar durante um bom tempo. O carnaval 2015 no Rio de Janeiro foi quente. Milhares de moradores e turistas lotaram as ruas para festejar de baixo de muito sol. O suor foi companhia em dias que a sensação térmica atingiu cerca de 50º C. A chuva veio durante alguns dias, mas o clima continuou abafado. Os mais de 450 blocos lotaram ruas e avenidas. Os números oficiais impressionaram, 4, 8 milhões foliões pelas ruas da cidade, dentre eles 977 mil turistas. O saldo foi uma renda US$ 782 milhões (R$ 2,243
bilhões). Os dados foram divulgados pela Riotur, no domingo, 22 de fevereiro. Entre os blocos carnavalescos com maiores públicos estiveram: Bola Preta (1 milhão de foliões), Monobloco (500 mil), Bloco da Preta (350 mil), Sargento Pimenta (180 mil), Simpatia é Quase Amor (170 mil), Banda de Ipanema (100 mil) e Orquestra Voadora (100 mil). “A festa aqui no Rio é a melhor que tem. Durante o carnaval eu durmo cedo para acordar cedo e apro-
veitar bem o dia. Só tem uma vez no ano. Hidrato bastante e curto tudo que eu posso. É uma festa gostosa. Boa demais”- esta é a declaração do estudante de Direito Vitor Mendes, de 26 anos, mas poderia ser de qualquer outro jovem entre os milhares que lotaram as ruas da cidade maravilhosa. A média geral de lotação na rede hoteleira ficou em torno de 83,79%, seis pontos porcentuais acima do registrado no ano passado, mesmo com o aumento no número de quartos. Estabelecimentos localizados na orla da Zona Sul do Rio registraram índices de ocupação acima dessa média. O casal Roberto Selton e Flávia Oliveira, de Minas Gerais, fizeram parte da estatística. Se hospedaram em Ipanema e mesmo preocupados com a violência divulgada pela mídia na-
cional foram para as ruas: “ Achamos a cidade bem policiada, mas mesmo assim vimos algumas confusões. Viemos prevenidos. Compramos um bolsinha que eu escondo em baixo da blusa. Saímos com dinheiro suficiente para gastar durante cada dia e documentos de identidade. Graças a Deus aproveitamos bem”, disse o engenheiro. Por falar em violência, teve quem usou da criatividade para enfrentá-la. Em alguns blocos foi comum ver homens só de sunga com uma vara de pescar. No lugar da isca, a chave do carro, cartão de crédito e nota falsa de dinheiro. Pendurada no pescoço, uma placa avisava do que se tratava: pesca ladrão. A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), com apoio de Guarda Municipal, realizou operações de
combate à desordem. Desde o dia 24 de janeiro, início do pré-carnaval, até quarta-feira de cinzas, foram multadas 1.151 pessoas por urinarem nas ruas - dentre elas, 122 mulheres e 17 estrangeiros. Quem foi flagrado fazendo xixi em via pública levou multa de R$ 170 por equipes do Lixo Zero. Folia virtual As mídias sociais nunca foram tão usados como nesse carnaval. Os momentos foram registrados em fotos vídeos e opiniões dos internautas. O smartphone foi instrumento indispensável para o folião moderno e antenado . Milhares de selfies invadiram a rede e muitas emissoras de tv disponibilizaram aplicativos e espaço em seus sites para que toda a alegria viesse a público através dos telejornais. A Riotur fez uma parceria com o Twitter para a utilização da hashtags #RioCarnaval. Mais carnaval! Julho também será mês de carnaval no Rio de Janeiro. Com o objetivo de incentivar o turismo da cidade, a Lei Municipal n° 5.763/2014, do vereador Marcelo Arar (PT), cria a “Semana Carna Rio”, um carnaval fora de época a ser comemorado na penúltima semana do mês de julho. Desfiles de escolas de samba e blocos passarão por vários bairros da cidade. Mas frequentadores do ‘verdadeiro’ carnaval, não garantem a mesma emoção da festa em fevereiro. “Carnaval do Rio é em fevereiro. Não tem como prolongar para outro mês, não tem como mexer na história
A cobertura do carnaval, de acordo com a Riotur, foi acompanhada por 1.288 jornalistas de 14 estados brasileiros e outros 362 profissionais estrangeiros de 29 países. de uma festa cultural”, disse a aposentada Cleide Matos. Com carnaval em julho ou não, fato é que muita gente já está contando os dias para fevereiro de 2016. Foliões que programam fantasias com antecedência, marcam com amigos quais serão os blocos que vão sair e esperam ansiosos pelos dias onde a alegria carioca permeia qualquer um que se deixa ser levado pela energia do carnaval. A cobertura do carnaval, de acordo com a Riotur, foi acompanhada por 1.288 jornalistas de 14 estados brasileiros e outros 362 profissionais estrangeiros de 29 países.
SOBRE O AUTOR Com 23 anos, Heitor Moreira mora em Niterói (RJ) e estuda Jornalismo no Rio. Na área da comunicação do interior fluminenses desde os 15 anos, já trabalhou como repórter na Rádio Estação 104, no programa da Iva Maria e na Rádio Ondas, no Programa Amaury Valério. Foi repórter do G1 na Inter TV, afiliada Rede Globo, onde ficou por quatro anos.
O CARNAVAL
EM FOTOS Por Graรงa Matos
MULHERESA REDE
DOMINAM Elas são 53%, segundo Ibope Inteligência A pesquisa do Ibope Inteligência, divulgada em fevereiro, mostra que 53% dos internautas no Brasil são mulheres, contra 47% do sexo oposto. O estudo foi realizado entre julho e dezembro de 2014, com uma população acima de 16 anos. A classe B e C tem a maior parte dos usuários de internet: 34% e 53% respectivamente. Já a classe A soma 4% dos internautas, embora represente 2% da população. As classes D/E possuem 10% dos internautas, apesar de representarem 21% da população, mas isso significa um em cada cinco pessoas com acesso a internet. Segundo a pesquisa a faixa etária, os brasileiros que têm entre 35 e 54 anos são os que mais navegam na rede, representando 34% dos acessos totais do país. Já segundo o grau de escolaridade, 50% dos usuários têm ensino médio completo, apesar de representarem somente 37% da população. A minoria estudou até o ensino fundamental (20%), mesmo sendo maioria no país (45%). E 29% dos internautas concluíram o ensinou superior (na população total, somam 17%). 90% daqueles que concluíram o curso superior têm acesso à internet, percentual que re-
cua para 71% entre os que têm ensino médio e 24% para aqueles que têm apenas o ensino fundamental, aponta o estudo. O Sudeste lidera com 49% dos internautas, seguido por Nordeste (22%), Sul (14%), Centro-Oeste (8%) e Norte (7%). EM NÚMEROS POR GÊNERO Mulheres – 53% dos internautas Homens – 47% dos internautas Por classe econômica Classe A – 4% dos internautas Classe B – 34% dos internautas Classe C – 52% dos internautas Classes D/E – 10% dos internautas POR IDADE Entre 16 e 24 anos – 28% dos acessos totais Entre 25 e 34 anos – 32% dos acessos totais Entre 35 e 54 anos – 34% dos acessos totais Acima de 55 anos – 7% dos acessos totais Por região Norte – 7% dos internautas Centro-Oeste – 8% dos internautas Sul – 14% dos internautas Nordeste – 22% dos internautas Sudeste – 49% dos internautas POR ESCOLARIDADE Ensino fundamental completo – 20% dos internautas Ensino médio completo – 50% dos internautas Curso superior completo – 29% dos internautas
DESCRITO CAOSDESCRITO O Caos Descrito é um projeto que junta o cotidiano e arte, por meio da fotografia e a literatura. Podem conferir mais do trabalho do grupo no blog http://caosdescrito.wordpress.com
O BAQUE por Marco Aurelio de Souzat
APADRINHE UMA CRIANÇA
Foto: Matheus Cappellato
“E caio louco na sarjeta desgraçada. Saio em busca de uma vida que sumiu. Viro a quadra outra vez, lá vem o risco. As palavras pelo avesso, engasgadas. As feridas pelo corpo espalhadas, Sou a placa que anuncia o próprio fim. O maluco que me espia sente o baque – Amanhã será também um trapo assim.
MUDE
UMA VIDA mudeumavida.org.br
O FIM E A VOLTA DO
Anúncio de suspensão do WhatsApp em território nacional movimentou usuários e empresas concorrentes na Internet O fim do mês de fevereiro trouxe um curioso episódio à vida dos brasileiros. Após determinação de um juiz da Central de Inquérito da Comarca de Teresina, a notícia de que o famoso aplicativo ‘WhatsApp’ seria suspenso no país se espalhou rapidamente por toda a Internet. A decisão, que foi motivada por preocupação com o tipo de conteúdos que estaria sendo divulgado por meio do programa, pegou a todos de surpresa, e fez com que internautas “fossem
à luta” nas redes sociais, exclamando o absurdo que tal medida constituía, e apreensivos com o que poderia acontecer ao serviço de mensagens mais popular do momento.. Felizmente, a história teve um final feliz, pois em menos de 48 horas o desembargador Raimundo Nonato da Costa anulou a decisão do juiz. Durante esse meio tempo, no entanto, foi interessante verificar as diversas repercussões que um simples anúncio causou
na Internet. Em caráter mais imediato, vários internautas levaram a questão às redes sociais”, de forma a explanar os seus sentimento Lá, era possível ver de tudo um pouco. Desde usários mais controlados, que tentavam analisar a questão de maneira mais racional, até àqueles mais exaltados, que já faziam contas e pensavam em como sobreviver num mundo sem WhatsApp. Uma das críticas mais comuns era de que, se o aplicativo realmente viesse a desaparecer, o custo da conta de telefone voltaria a subir, uma vez que a comunicação entre as pessoas está cada vez mais centrada na troca de mensagens instantâneas, setor que o WhatsApp é líder disparado no cenário atual. Em especial entre os mais jovens, existia também um temor de “perder os amigos”. Com o advento dos grupos e chats do aplicativo, muitos encontraram no aplicativo um ótimo passatempo. Com o fim do mesmo, seria difícil não perder o contato com as pessoas, em especial aquelas que nem sempre são conhecidas na vida real. Haviam, é claro, tantas outras críticas, mas o certo é que neste pequeno intervalo de tempo foi possível verificar o quão importante o WhatsApp se tor-
Reações de internautas sobre o caso WhatsApp
nou na vida do brasileiro, e, é claro, novamente testemunhar a força das redes sociais quando o assunto é reivindicar soluções para algum problema. A concorrência No entanto, se houve algum favorecido nesta história, eles certamente foram os concorrentes do ‘WhatsApp’. Pouco após a divulgação da decisão judicial, diversos programas similares efetuaram postagens nas redes sociais ou enviaram releases comemorando um fluxo inacreditável de novos registros oriundos do Brasil. O Telegram, principal alternativa estrangeira ao WhatsApp, notificou por meio do Twitter que, nas 20 horas que se seguiram, foram contabilizadas novas 20 milhões de inscrições no aplicativo, todas elas de brasileiros. Segundo a rede, a média era de 100 inscritos a cada segundo, o que chegou até mesmo a causar alguma instabilidade na rede do programa e dificultar o acesso a usuários das Américas. Já em território tupiniquim, a bola da vez ficou por conta do ‘ZapZap’, o serviço de mensagens 100% nacional e inspirado no WhatsApp. De acordo com a empresa, meio milhão de novos usuários fizeram o download do aplicativo em menos de dois dias.
SEM QUERER
QUERENDO “Merchan” de Silvio Santos sobre o Netflix rende ao apresentador uma assinatura vitalícia do serviço Que Silvio Santos é um dos ícones da televisão brasileira, ninguém dúvida. E que o apresentador gosta de improvisar durante os seus programas também não é novidade. Enquanto apresentava o seu semanal no SBT, no fim de fevereiro, Silvio protagonizou um divertido momento, ao fazer um ‘merchan’ gratuito para o serviço de filmes ‘Netflix’. O apresentador recomendou a série ‘A Bíblia’, e chegou até mesmo a informar o preço da mensalidade, em meio a risos da plateia, enquanto dizia que por
conta desta brincadeira, deveria receber um mês grátis de assinatura. Pois bem. O CEO do Netflix, Reed Hastings, antenado, entrou na brincadeira e disponibilizou um vídeo cumprimentando Silvio Santos, e perguntando se, em vez de um mês, o homem do baú não estaria interessado numa assinatura vitalícia da plataforma. Isso, é claro, sem perder a chance de fazer publicidade da nova temporada da série ‘House of Cards’, a qual recomendou a Silvio Santos, dizendo que ele provavelmente ‘iria curtir’. No fim, resultado positivo para ambos. A história bombou na Internet, e Silvio e o Netflix tiveram os seus nomes en evidência durante toda a semana nas redes sociais.
#CURTAS Facebook na luta contra suicídios O Facebook fechou uma parceria com organizações de saúde mental para disponibilizar uma nova ferramenta nos serviço. Com ela, usuários poderão denunciar posts que considerem que façam alusão a suicídios, para que órgãos responsáveis possam tentar entrar em contato com os donos das páginas, para evitar que o pior venha a acontecer. Em casos desses, toda a ajuda é bem-vinda.
Apple Watch será apresentado Aquele que talvez seja o produto mais aguardado por entusiastas da Apple ganhou, finalmente, data para ser apresentado. Jornalistas receberam convites para o evento que acontece no dia 9 de março. A expectativa é que a data de lançamento seja confirmada, além de questões como preço e detalhes dos modelos.
CRÔNICA
CARLOS AUGUSTO BRUM
Vem
Comigo “Os filhos dos dias” de Eduardo Galeano é um livro que caminha pelos possíveis 366 dias do ano, trazendo as mais variadas histórias e curiosidades: algumas revoltantes, outras inspiradoras, por vezes engraçadas, muitas vezes tristes. É a forma como o escritor tenta alcançar e compreender a verdade através da passagem do tempo. A frase que mais me interessou veio cedo, no dia 7 de janeiro, que cita o escritor espanhol Rafael Barrett: “se o bem não existe, é preciso inventá-lo”. Salientando a óbvia conotação política da frase, ela demonstra o apoio de Barrett ao anarquismo. Alguns filhos dos dias além, 15 de janeiro de Galeano nos conta sobre a revolucionária alemã Rosa Luxemburgo, que lutava por “um mundo onde a justiça não fosse sacrificada em nome da liberdade, nem a liberdade sacrificada em nome da justiça”. Acredito que além de qualquer rótulo e posicionamento político isso é algo que todos podemos e devemos buscar a invenção. Tirando toda conotação política da frase, ela recebe uma nova dimensão, muito mais tangível e aplicável. Nosso impulso cotidiano mais primal e automático é responder à agressão com mais violência, ao abuso com excesso, à falha com trauma, ao desafio com medo e à adversidade com fraqueza. Nesses momentos a nítida relação causa-efeito embaça e repetimos os mesmos comportamentos que causaram nossa relação, às vezes esperando resultados novos. Einstein dizia que repetir o mesmo processo esperando um resultado novo é a definição de insanidade. O sangue ferve, as palavras correm, a loucura nos invade... É uma história que costuma ter tons de maldade... Mas, já que a bondade não existe, que possamos inventá-la. Afinal, não somos apenas animais, e é em nosso livre arbítrio que mora nossa maior força e nosso único diferencial. Ser humano: animal — nunca se esqueça! — racional. Claro, seria melhor se o calor nas veias nos fizesse brilhar; se a boca calada nos fizesse pensar; se a loucura nos trouxesse uma nova razão. Eu vivo tentando e vivo falhando. Completei 28 anos faz pouco, filho do dia 14 de fevereiro, e ainda sei de pouquíssima coisa sobre quase nada. Mas acho importante ao menos repetir a tentativa. Se não for possível acertar sempre, que ao menos nossa tentativa traga algo de diferente — aos outros, à nós mesmos. Que o velho processo traga novos voos. ...Mas repetir o mesmo processo esperando novos resultados não era insanidade? Bom, eu não sei ao certo. Talvez descubra aos 29. Admito: não tenho muitas esperanças.... Mas prometo continuar tentando. Vem comigo, por favor.
Contatos: carlosaugusto52@gmail.com | facebook.com/br1editores
Rolou no Confira alguns dos assuntos em voga na rede social
A cor do vestido Quem acompanhou a internet no fim de fevereiro certamente não passou despercebido quanto à polêmica que movimentou as redes: o vestido é preto e azul ou branco e dourado? Pois bem, teimosias e estranhezas do cérebro à parte, a verdade é que a repercussão gerada por este curioso caso se estendeu muito além da simples brincadeira. O grupo ‘O Melhor do Marketing’ aponta empresas que, ao verem a chance, não perderam tempo e trataram de utilizar esta chance para se promoverem. Um desses casos foi o clube de futebol Manchester United, que rapidamente utilizou o Twitter para divulgar uma foto do uniforme reserva do ano passado, que era originalmente preto e azul, mas editado para branco e dourado e, é claro, colocando a questão aos fãs: qual a cor?
Compras Também no “Melhor do Marketing”, outro assunto popular é um artigo sobre o poder das redes sociais no impacto das compras. De acordo com o mesmo, 77% das pessoas são influenciadas, de alguma forma, pelas redes sociais, sejam anúncios ou interações.
C HA RG E
por Rodrigo Brum
Assessoria de Comunicação | Clipping | Produção de Eventos
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