Índice Consumidores
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Liberdade Imprensa
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PRA FRENTE BRASIL
Ética
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Blogs
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Não dá para não falar sobre o que está acontecendo no Brasil. O mês de junho de 2013 ficará marcado na história. Será, e eu espero que seja realmente, um divisor de águas em nossa democracia. O país do futebol, esquece sua paixão e declara amor e orgulho em ser brasileiro. Desde o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, não assistíamos uma manifestação pública tão significativa nas principais capitais brasileiras. Naquela ocasião, os manifestantes eram convocados pelos partidos políticos e entidades representativas de classes. O que vemos agora é uma outra realidade que sociólogos, antropólogos e políticos ainda não conseguiram digerir. A ditadura militar (1964/1985) nos deixou anestesiados durante muito tempo e mesmo já estando em uma democracia há 30 anos, sentimos reflexos de uma censura de mão de ferro. Os jovens de hoje não sabem do que falo, mas tenho certeza que sofrem com os fatos históricos, consciente ou inconscientemente. O exercício da democracia é diário, em todos os nossos atos: o seu direito termina quando começa o do outro. Os exemplos deveriam vir de cima para baixo, mas não é o que vemos. A corrupção foi oficializada e parece ser uma qualidade. Honra! Não sabemos mais o significado da palavra. Quando algo é denunciado, mesmo que seja evidente, os órgãos competentes declaram que vão averiguar. Não existe uma punição exemplar
Marketing Digital
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no país para os corruptos. A justiça é realmente cega.Veja o caso do mensalão. Mas como nem tudo é escuridão, estamos vendo a luz no fim túnel. É uma luz tênue, mas que pode ser o Sol se regada com a energia dos mais de 190 milhões de brasileiros. Os jovens mostraram sua força e estão ganhando apoio dos mais velhos e de classes representativas, como a OAB e outros. Os políticos estão se mexendo e vemos eles trabalharem como nunca para uma resposta rápida e eficaz à sociedade. O caso dos 20 centavos virou um pesadelo para muitos, mas já frutificou e fez com que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, suspendesse o reajuste dos pedágios nas rodovias privatizadas, que iria acontecer em julho. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, prometeu abrir as planilhas do transporte público municipal. A presidenta Dilma Rousseff quer um plebiscito. É o reflexo da insatisfação das ruas no cenário político brasileiro. Estou de alma lavada e agradeço aos jovens brasileiros pelo exemplo de cidadania dado a nós. Espero que não parem mais de exercerem seus direitos. Temos que dar continuidade às manifestações até que todas as revindicações sejam realmente atendidas. É bom lembrar que todos eles são funcionários públicos e nós somos os empregadores. Estamos falando de direitos e não de favores.
Augusto de Carvalho Editor-chefe
Expediente Editor-chefe Augusto de Carvalho Textos Augusto de Carvalho Jônatas Willemen Luis Gurgel Diagramação Luis Gurgel Jônatas Willemen
GIGANTES
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CONSUMIDORES
Não é novidade nenhuma o fato de que as redes sociais, que crescem a um ritmo desenfreado nos últimos anos, já são uma das plataformas preferidas dos consumidores para debaterem e, porque não, até mesmo recomendarem serviços e produtos que achem úteis para si. Isto, aliado à grande facilidade de encontrar informações sobre qualquer coisa, graças a ferramentas como as #hashtags, tornam o ambiente online bastante atrativo. Nesse sentido, é interessante trazer a conversa para o lado da comunicação, em especial a comunicação empresarial. Cada vez existe uma preocupação maior em manter todos os tipos de públicos ligados a uma empresa, bem informados. Isto abrange desde os sócios e investidores, funcionários, e é claro, os próprios clientes e potenciais consumidores. Recentemente, um caso envolvendo duas das maiores empresas do mundo no segmento tecnológico chamou a atenção. Microsoft e Sony, gigantes do mercado, entraram na feira E3 (Electronic Entertainment Expo) prontas para duelar. O objetivo era a tentativa de convencer os consumidores a adquirirem os seus novos centros de entretenimento, o Xbox One e o Playstation 4, respectivamente. Ambos os aparelhos haviam sido revelados alguns meses antes, o da Sony em Fevereiro e o da Microsoft depois, em Maio. Contudo, a empresa de Bill Gates se encontrou, subitamente, numa posição delicada, devido a algumas decisões questionáveis na sua comunicação com o seu público. No dia 21 de Maio, durante um evento privado, organizado pela própria Microsoft, o Xbox One foi apresentado ao mundo. Mais do que um videogame, as palavras “centro de Digital
Na briga entre as grandes empresas e os consumidores, as redes sociais despontam como uma grande arma no campo de batalha
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entretenimento” foram utilizadas várias vezes, e o nome, “One” (Um), está atrelado ao desejo da Microsoft de ser “o” aparelho na sala de estar das pessoas. Um objetivo ambicioso. Ou seria, se não fosse por um aparente total desconhecimento dos anseios do público na ocasião da montagem da estratégia de marketing. Durante a apresentação, um assunto dominou a pauta de todos os grandes sites de notícia. Hoje, quem compra um filme ou um jogo, pode ir a uma loja e sair com a sua caixinha e CD, colocar no seu aparelho e ver/jogar sem problemas. É a prática comum de mercado, é aquilo a que estamos, de certa forma, habituados. No entanto, com o desenvolvimento cada vez maior do meio digital, já é possível comprarmos filmes e jogos diretamente pela Internet. Há algumas desvantagens quanto a isso, como a impossibilidade de ‘emprestar’ produtos digitais, ou de revender para comprar algo novo. Ainda assim, o consumidor tem a opção de escolher o que lhe é mais conveniente. E é exatamente nesse ponto que a Microsoft tentou intervir. O seu novo produto, Xbox One, ainda aceitaria ‘discos’, mas não no modo normal – o disco seria apenas um instalador, e uma vez feito no videogame, ele não mais poderia ser aproveitado. A revenda ainda poderia acontecer, mas somente através de um complicado processo, e junto a distribuidores autorizados pela Microsoft, além de ser necessário pagar uma “taxa” para a ativação de um produto previamente utilizado. Para completar este panorama, a Xbox One ainda necessitaria que o utilizador estivesse ligado à Internet pelo menos uma vez a cada 24 horas, de modo a poder fazer uma ‘verificação’. Em suma, um verdadeiro atentado contra tudo o que é aceitável aos olhos dos consumidores, que esperam ter o direito de fazer o que bem entenderem com os seus discos comprados numa loja. Mais agravante do que as próprias medidas foi a forma como a empresa norte-americana tratou a revelação de um assunto tão polêmico. A apresentação focou-se simplesmente em despejar as novidades, mas pouco ou nenhum tempo foi perdido para, de fato, comunicar ao público de interesse como e porquê estas medidas tão ofensivas podem ser interessantes para o consumidor. Estar “sempre” online e não poder revender são problemas óbvios, Digital
mas não são novidades, em especial dentro do mercado de jogos para computadores. O serviço Steam pratica algo semelhante, mas caiu no gosto do público porque soube, rapidamente, explicar e se aproveitar das principais vantagens do serviço digital: a comodidade, fim de filas, esgotamentos e tantos outros problemas do formato físico, e, acima de tudo, o preço. Promoções são uma constante, e o próprio ‘preço normal’, $40 em média, praticado é muito inferior aos comuns $60 cobrados pelas empresas de jogos. No entanto, nada disso foi abordado. A Microsoft despejou a informação e, indiretamente, disse aos seus fãs para “se virarem”. A repercussão foi imediata. Fóruns, Twitter, Facebooks, por todo o lado liam-se críticas direcionadas à empresa. As pré-vendas da Xbox One também foram decepcionantes, e a imprensa especializada, em geral, apontou tudo o que estava errado com o que foi mostrado. Da mesma forma, jogadores e consumidores preocupados com este futuro começaram a especular se a Sony, principal rival da Microsoft, não adotaria um sistema semelhante. E não ficaram parados. Na semana que se seguiu, consumidores de todas as partes do mundo se uniram sob a bandeira (que, na Internet, está mais para hashtag) #PS4noDRM, que significa basicamente “Playstation 4 sem DRM” (Digital Rights Management, Gestão de Direitos Digitais). Desenvolvedores da indústria, diretores e presidentes da Sony, todos receberam mensagens pedindo para que a Playstation 4 não seguisse o mesmo caminho. Do ponto de vista do marketing, a Sony tinha a faca e o queijo na mão, numa oportunidade sem precedentes para, numa só tacada, conquistar o favo-
Don Mattrick, durante a apresentação do novo Xbox One
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recimento do seu principal público. No entanto, existia, também, um receio que as editoras, grandes prejudicadas pela existência de revendas e empréstimos, fossem exercer grande pressão na empresa, para adotar medidas similares. Foi, então, que chegou a E3. Num dos momentos mais aclamados da história da feira, a Sony revelou, de forma bastante direta e sem rodeios, que não iria seguir as novas políticas impostas pela Microsoft. A conferência, que estava sendo transmitida ao vivo, mostrou bem o que esta posição significava. Pessoas aplaudiam, assobiavam, enfim. Para completar o serviço, a própria Sony divulgou um vídeo paródia na Internet poucos minutos depois do anúncio, onde o presidente da divisão de jogos, Shuhei Yoshida, mostrava em pouco menos de 30 segundos o quão fácil era compartilhar jogos com os amigos na Playstation 4. O primeiro passo, é óbvio, era estender a mão e passar a caixa para a outra pessoa. Ouvir o agradecimento e.... pronto! Um simples vídeo, com menos de um minuto, que em 20 dias já foi visualizado mais de 13 milhões de vezes no YouTube. Do ponto de vista da comunicação, foi uma vitória completa da empresa japonesa, e, acima de tudo, uma demonstração clara do poder que uma grande movimentação virtual pode acarretar nos dias correntes. Durante o anuncio da política dos jogos usados, o presidente da Sony Computer Entertainment americana, Jack Tretton, disse que “a empresa ouviu e está preocupada em melhor atender seus principais clientes. Portanto, não iremos impor nenhuma espécie de restrição”. Consumidores felizes e satisfeitos por se sentirem ouvidos, trataram de demonstrar o seu apreço e as pré-vendas da Playstation 4 rapidamente ultrapassaram a da rival. Graças a isso, e ao suporte crescente que a Sony ganhou nas semanas que se seguiram, este movimento conseguiu algo ainda maior: fazer a Microsoft retroceder na sua decisão previamente anunciada. No dia 19 de Junho, Don Mattrick, presidente da divisão de entretenimento, anunciou que a Xbox One estava desistindo da sua política referente aos jogos usados, assim como à verificação diária necessária para que os utilizadores pudessem usufruir dos produtos que compraram.
Vídeo paródia criado pela Sony explicava, num único simples passo, como emprestar jogos aos amigos com o Playstation 4. Abaixo, uma pequena tradução do que é dito durante o vídeo.
Liberdade liberdade abre as asas sobre nós
Falar sobre liberdade de imprensa no Brasil sempre foi algo polêmico, principalmente quando consideramos os tempos da ditadura militar e outros marcos da história política do país. Há 30 anos respiramos a liberdade de expressão, mas a organização não governamental americana, Freedom House, coloca o Brasil na 91ª colocação, dentre 197 países democráticos do planeta. A entidade mede o nível de liberdade e de independência editorial, apreciado pela imprensa em todas as nações. Freedom House considera que temos uma democracia vibrante, parcialmente livre e com fortes garantias constitucionais Digital
de liberdade de expressão, mas na escala ficamos com 44 pontos, em 2012. O primeiro lugar ficou com a Finlândia. Já os Estados Unidos, que é reconhecido como a democracia mais sólida do mundo, ficou na 24° posição. Dos países das Américas, Santa Lúcia lidera a lista, deixando os E.U.A em quarto lugar, perdendo para Jamaica e São Vicente e Granadinhas. Nesse ranking, o Brasil ficou com 21° lugar, perdendo para países, como: Chile, Costa Rica, El Salvador, Uruguai e outros. De acordo com a entidade respeitada mundialmente, o Brasil sofre com altos índices de 8
violência contra os formadores de opinião. Os relatos e as publicações sobre corrupção no país, tráfico de drogas, estão cada vez mais mexendo com o cenário político e a liberdade de imprensa. De acordo com o site da Freedom House, três jornalistas foram assassinados no Brasil em 2011. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ),denuncia inúmeros casos de violência, não só aos jornalistas, mas também aos profissionais da comunicação como um todo. Em 11 de junho deste ano, o diretor do jornal brasileiro Hora H foi brutalmente morto, baleado 44 vezes, por quatro homens encapuzados, em Nova Iguaçu, subúrbio do Rio de Janeiro. A morte de José Roberto Ornelas de Lemos, segundo a organização, é mais uma evidência de uma tendência alarmante de perseguição e ataques contra jornalistas no país. Segundo eles ainda, quatro jornalistas foram mortos no Brasil em 2012, o quarto maior número no mundo. No início deste ano, um radialista em Jaguaribe - Ceará, Mafaldo Bezerra Góis, foi morto a tiros depois de condenar as atividades de grupos criminosos locais e traficantes de drogas. Nos últimos dias, o Brasil vive um momento de revolução interna, com manifestações em diversas capitais e cidades do interior. Os protestos inicialmente causados pelo aumento do valor das passagens, no transporte público, ganhou corpo e fez acordar a nação que hoje reclama por melhores serviços públicos, como educação e saúde. Os protestos levaram mais de 1 milhão de pessoas para as ruas, evidenciando o despreparo das entidades de segurança pública para lidar com multidões. Pelo menos 16 jornalistas ficaram feridos ou foram presos na capital paulista durante os protestos. Entre eles estão repórteres, produtores e fotógrafos. Um dos casos de maior repercussão foi o da Giuliana Vallone, repórter da TV Folha, atingida no olho por uma bala de borracha quando cobria a quarta manifestação. Segundo relato da própria imprensa, a polícia teria iniciado os ataques violentos em cima das pessoas que se manifestavam de forma pacifica. De acordo com a Associação Brasileira de
Jornalismo Investigativo – ABRAJI, três repórteres, que cobriam a terceira manifestação em São Paulo, foram detidos por “atrapalhar a ação da PM”. A informação foi passada pela própria polícia dentro da viatura que conduzia os profissionais para uma delegacia. Soldados também agrediram, com um golpe de cassetete, o repórter Fernando Mellis, do portal R7. Mellis assistia junto a um grupo de pessoas à ação da PM contra um manifestante, que era empurrado e golpeado. Policiais tentaram dispersar os espectadores, e Mellis se identificou, mostrando o crachá. Mas acabou puxado pelo braço e agredido.
De acordo com a entidade respeitada mundialmente, o Brasil sofre com altos índices de violência contra formadores de opinião Os casos de ataques contra jornalistas no Brasil são conhecidos em diversos países. “O
Brasil continua a ser um dos lugares mais perigosos para o exercício da profissão. Repór-
teres continuam sob ataque de informação em matéria de corrupção e crime. O governo brasileiro deve garantir que estes atos sejam exaustivamente investigado como um sinal para a comunidade internacional de que os casos de violência contra jornalistas estão sendo levadas a sério” – diz Viviana Giacaman, diretora de programas da América Latina à Freedom House. O Brasil é o maior mercado de mídia da América do Sul, com milhares de estações de rádio, centenas de canais de televisão, e uma variedade de grandes jornais. Apesar disso, os políticos costumam ter fortes interesses nas empresas de comunicação, especialmente em mercados regionais ou locais. Embora proibido por lei, em 2011, 68 membros do Congresso realizaram uma licença de rádio ou televisão, o que pode levar a potenciais conflitos de interesse. Centenas de políticos em todo o país ou são diretores ou sócios em cerca de 300 empresas de mídia, a maioria deles estações de rádio e televisão, de acordo com os meios de comunicação de monitoramento do grupo Proprietários de Mídia Independente (Donos da Mídia). Uma realidade alarmante que mexe com o medo e euforia dos jornalistas que vivem instigados pela adrenalina de levar a verdade para população, mas que os unem em um constante questionamento: quando poderão trabalhar livremente, sem temor à perseguição e a violência causada pelo despreparo daqueles que deveriam garantir a segurança desses profissionais?
Digital
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Jornalismo e
ÉTICA Esta nova onda de protestos que se alastra pelo país tem promovido vários debates entre a população, sobre um grande número de diferentes assuntos. Um deles, é claro, engloba a comunicação, mais especificamente o jornalismo, e o seu papel e atuação durante este período de transformação. Temas como a ética e o sensacionalismo estão, literalmente, nos dedos do povo, que utilizam as redes soDigital
Manifestações espalhadas pelo país fazem ressurgir questões sobre a ética da profissão
ciais como uma mídia alternativa, debatendo e questionando algumas decisões tomadas pelos grandes veículos de comunicação. Uma das críticas mais recorrentes, e que certamente não é novidade para os profissionais e estudiosos da área, é a presença de um tom sensacionalista na cobertura.A tentativa de se aproveitar de situações polêmicas, e muitas vezes ignorar o mais importante para se focar 12
naquilo que “vende”. Dentro do contexto dos protestos, um dos exemplos mais citados é a grande atenção dada aos atos cometidos por vândalos, mesmo quando os mesmos se tratam de uma parcela muito reduzida dos manifestantes. Em vez do foco nas manifestações pacíficas, nos centenas de milhares de pessoas que foram às ruas, certos veículos parecem dar preferência aos grupos reduzidos, que rendiam imagens de quebradeira e violência. No Rio de Janeiro, em especial, um caso em particular foi muito comentado na Internet. O Jornal Meia Hora, conhecido pelo seu apelo popular e chamadas polêmicas, estampou, em letras garrafais na capa do dia 21 de Junho, as palavras “CHEGA”. Abaixo, uma foto de menos de uma dezena de manifestantes, que depredavam um muro, com o seguinte texto: “bundões estragam protesto do povo”. No seguimento da publicação, um grande número de pessoas questionou a escolha da foto e do subtítulo, alegando que o veículo parecia ignorar completamente o outro lado da história, como a repressão sofrida por manifestantes sem qualquer espécie de provocação. De acordo com o código de ética do jornalismo brasileiro: “o compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, deve pautar seu trabalho na precisa apuração dos acontecimentos e na sua correta divulgação”. Além disso, o artigo 11º complementa: “O jornalista não pode divulgar informações [...] de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes”. Estas determinações, que podem ser encontradas e lidas no site da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), são impostas numa tentativa de conscientizar os profissionais de que o exercício da profissão, feito de forma descuidada, pode acarretar consequências devastadoras. Um caso ícone da imprensa brasileira e que desperta discussões sempre que é lembrado aconteceu em São Paulo, na Escola Base. Em março de 1994, em meio a denúncias de possíveis abusos sexuais de crianças numa escola paulista, grande parte da imprensa local levou a informação a público, estampando manchetes escandalosas em suas capas que, além de informar, promoveram, também, um
julgamento público de um caso que, até então, ainda não tinha sido completamente resolvido pelas autoridades. A situação talvez tivesse passada despercebida no caso da investigação confirmar a culpabilidade dos acusados, porém, não foi isso que aconteceu. Uma vez concluído o trabalho da polícia, o inquérito foi arquivado, decidindo-se pela inocência dos acusados. O resultado, é claro, foram processos, indenizações, assim como a destruição da imagem e da vida dos seis que tiveram seus nomes e caras estampados em todos os jornais. O caso ganhou bastante repercussão, e os veículos à época justificaram-se alegando que as manchetes acusatórias só foram publicadas pois tinham recebido, de fontes oficiais (polícia e laudos médicos), a confirmação da culpabilidade dos envolvidos. No entanto, até que ponto esta suposta confirmação oficial seria suficiente para “justificar” as chamadas dos jornais? No fim, para uma área que é tratada por alguns como o quarto poder, situações descritas acima nos levam a pensar mais a fundo acerca das responsabilidades e deveres dos profissionais de jornalismo. No caso da Escola Base, por exemplo, embora um lado pinte os jornalistas como grandes vilões, o outro demonstra que o problema teve início após fontes oficiais, que, em geral, são as mais ‘confiáveis’, terem confirmado algo falso.
A onda dos
BLOGS Vivemos em uma era onde a internet é um grande mar receptor e repositor de dados , e é incontestável que os blogs sempre foram uma forma de expressar opinião, além de serem local de informação e fonte lucrativa. Mais do que um diário virtual de pensamentos e críticas, essa é uma das ferramentas que mais cresce na web. Segundo uma pesquisa realizada entre janeiro e março de 2012 pela boo-box em parceria com a Navegg, oitenta milhões de pessoas acessam blogs no Brasil. De acordo com o estudo, o acesso é maior nas regiões Sul (25,6%) e Sudeste (26,6%), que têm o dobro de usuários que as regiões Norte (12%) e Nordeste (11,9%).A faixa etária que prevalece é formada por pessoas entre 18 e 24 anos (50%), seguida por 25 a 34 anos (20%), 35 a 49 anos (19%), 0 a 17 anos (7%) e maiores de 50 anos (4%).. Os internautas buscam nesses canais afinidades de pensamentos e troca de informações, em temas como: moda, beleza, viagens, músicas, filmes e outros. Dependendo da qualidade do conteúdo e o número de acessos, toda essa ‘brincadeira’ pode virar fonte de renda. Grandes marcas e empresas, aproveitam a popularidade dessas páginas para atingirem seu público alvo, com publicidade. Tudo isso em forma de banners, promoções veiculadas a marca, ou até mesmo merchandising. Esse crescimento ultrapassa as grandes capitais e reflete também em cidades do interior. Em Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, Ana Carolina Acioli sabe, mais do que ninguém, a importância da mídia como ferramenta de trabalho. Lançado há pouco mais de um mês, o Confraria das Noivas já recebeu mais de Digital
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3.400 visualizações. Antes conhecido como “Ana Carolina Acioli Casamentos”, o blog tem a finalidade de indicar profissionais para as noivas não só da Região dos Lagos, como de todo o Brasil. Além de criar um ar mais intimista, já que as noivas podem interagir deixando seus comentários e enviando fotos de casamentos, chás de panela, entre outros eventos. De acordo com a blogueira, que também é proprietária de um SPA para noivas (Raffinée SPA) em sua cidade, as clientes que faziam Dia da Noiva, sempre pediam dicas de fornecedores e ajuda para organizar o casamento. Foi então que surgiu a ideia de criar um blog destinado à elas, o que fez de Ana Carolina, uma formadora de opinião no segmento de casamento. “Muitas clientes chegaram a me contratar para mantê-las informadas à respeito das tendências de mercado e ajudá-las a escolher a identidade visual da festa e, até mesmo, o vestido e acessórios” - conta a empresária, que reúne hoje, milhares de seguidores nas redes sociais. 80,73% dos seus leitores são da Região dos Lagos e os outros 19,27% estão divididos entre o Maceió, Aracaju, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. O blog conta com 35.3% de leitores fiéis e 64,7% de novas visitas/mês. De acordo com a blogueira, ao todo são 12 anunciantes. “Alguns por já conhecerem o blog “Ana Carolina Acioli Casamentos” e gostarem da maneira como escrevo e outros por contato comercial e apresentação do projeto e do mídia kit. Os fornecedores podem contratar apenas um post no blog, com descrição de serviços, fotos e contatos; a inserção no guia de fornecedores, dividido por cidade e categoria, com página exclusiva, descrição de serviços, fotos, contatos ou banner + inserção no guia de fornecedores.” – explica Ana. Entre os famosos, o blog é uma mídia muito utilizada. Os grandes portais de notícia, como a Globo.com, em sua estrutura, usa os colunistas como blogueiros. Outros profissionais consagrados, de várias áreas, expressam suas opiniões diariamente e o público em geral pode opinar. Para citar alguns deles: Zeca Camargo, que escreve um pouco de tudo no G1;Ana Paula Padrão tem sua própria página, onde conta um pouco sobre sua vida e trajetória de carreira; Gloria Kalil, sobre moda e comportamento, e outros.
Gráfico: Boo Box
Preparado para o mundo
DIGITAL? Uma sólida presença no ambiente online é cada vez mais comum nas grandes empresas Uma crescente onda se aproxima. Ou melhor, já chegou. É a onda do “marketing digital”. Atualmente todos querem ter um blog e uma conta no Facebook e, claro, fazer sucesso e ficar rico. Logo, nos cabe a seguinte indagação: Como você cuida do seu marketing digital e o da empresa? De um lado, temos a cultura do “sobrinho”. Aquela famosa frase que é parecida com:“Conheço um menino que consegue dar um jeito nisto”. E assim se fazem sites meia-boca, e-mails grátis que divulgam outras empresas ao invés da sua (o correto seria um e-mail como contato@suaempresa.com.br), e seguem-se Digital
desta forma várias iniciativas na internet, sem qualquer planejamento ou consulta a um especialista em comunicação ou marketing digital. No outro extremo, algumas empresas começam a se preparar para uma realidade cada vez mais presente. Mas esta não é uma onda recente, muito menos de passagem. Em um artigo da Harvard Business Review, sobre Empreendedorismo e Comercialização de Tecnologia, encontrei o seguinte alerta: “Enquanto muitas empresas tratam o processo de comercialização como uma série de etapas separadas ou uma tarefa inerentemente criati16
va , que não deveria ser gerenciada com muita rigidez, as boas empresas encaram a comercialização como um sistema altamente disciplinado”. Três pontos chamam atenção na citação anterior: “sistema”, “disciplina” e “boas empresas”. É preciso fazer uso de boas ferramentas e ter bons profissionais planejando e operando seu Marketing Digital. Isto, segundo o artigo, faz parte das boas empresas. O texto foi publicado em 1990. Nos dias de hoje, enquanto escrevo este artigo, 27 de junho de 2013, leio uma reportagem afirmando que a digitalização dos negócios pode mudar tudo, gerando oportunidades de 14 trilhões de dólares, de acordo com John Chambers, CEO da Cisco, nos Estados Unidos. Mas, será que estamos falando de outra realidade? Números exorbitantes? Se esta dúvida surgir em sua mente, responda rapidamente para si mesmo: como eu e minha família pesquisamos e compramos eletro-eletrônicos ou planejamos viagens atualmente? Sim, é gerando negócios através da internet. E o que isto tem a ver com seu negócio no dia a dia? É preciso consultar especialistas em comunicação, em marketing digital. Uma página no Facebook, um blog, email-marketing, e depois? Como administrar os contatos de forma eficiente? Como fazer os contatos convergirem para o status de clientes consumidores, gerar negócios? O foco não é meramente em consultoria, e
sim em criar uma consciência sobre os processos de marketing de seu negócio, com foco no ambiente digital, na internet. As empresas que não repensarem sua presença e iniciativas na web logo estarão fora da categoria de “boas empresas”. Este artigo, não por acaso, levantou mais perguntas que respostas. O objetivo foi causar em você as reflexões necessárias para, talvez com alguns cliques, começar a mudar a realidade de seu negócio em um mundo cada vez mais digital. Wander Fernandes, diretor na Logan Web Consultoria Digital.
Rolou no Manifestações O LinkedIn não fica fora deste assunto tão relevante. O grupo de Midias Sociais tem um tópico de discussão movimentado sobre o assunto, observando uma pesquisa realizada pela revista EXAME.Vale a pena conferir!
O LinkedIn é uma rede social onde profissionais de várias áreas podem se encontrar e trocar ideias. Aqui, você encontra um pouco do que aconteceu por lá.
Valor do Jornalista
UOL Esportes
O grupo “Assessoria de Imprensa” debate as recentes demissões de profissionais de grandes veículos da comunicação nacional, e tenta encontrar uma resposta para a questão: o jornalismo está se banalizando?
Também no grupo de Midias Sociais, a recente escorregada da UOL Esportes no Facebook, após responder a um leitor de forma inconveniente, é tema de debate.
Correio do leitor Participe também! Envie um e-mail para accomunicacao@accomunicacao.com.br “Como eu gostei de ler a Revista Digital!! A diagramação leve, combinada com um bom texto leva a gente a folhear tudo, do início ao fim... As reportagens trazem discussões interessantes e bastante atuais. Não tenho dúvidas de que a Revista Digital veio para ficar, espero ansiosa para acompanhar as próximas edições! Parabéns, a toda a equipe!!” Vivianne Albuquerque, jornalista- editor de texto Rede Record.
Parabéns pela revista! É muito bom poder ter acesso aos conteúdos tão relevantes e atuais! A reportagem sobre o e-commerce, na última edição, trouxe dicas super importantes pra quem tem se rendido às compras virtuais! Serviço e curiosidades na mesma matéria. Parabéns! Rodrigo Cordeiro – editor de texto da RBS TV.
A reportagem sobre o instagram na última edição foi muito boa! A revista soube explicar exatamente o que é a rede social e como tomou conta dos celulares, não só dos brasileiros, mas como também de todo tipo de gente ao redor do mundo. Afinal, a tecnologia nos permite que hoje em dia nossa vida seja compartilhada na internet a qualquer momento, em tempo real. E nada melhor do que uma revista online para mostrar isso. Produtora da InterTv, filiada da rede Globo.
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“O que somos é um presente que a vida nos dá. O que nós seremos é um presente que daremos à vida.” Herbert de Souza