Revista AC Digital #30

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Edição #30 Outubro 2015

DE OLHO EM VOCÊ Projeto de Lei pode levar internautas brasileiros a sofrerem um novo nível de monitoramento online. Petição contra projeto é criada PÀGINA 19

E mais: Impressão 3D: revolução na forma de criar produtos

PG. 4


EDITORIAL Arrastão no Rio Fiquei muito triste ao rever cenas que pensei estarem varridas da cidade do Rio de Janeiro. Os arrastões nas areias das praias da Zona Sul provocaram e provocam um sentimento de revolta na sociedade. Os cidadãos já estão no limite de aceitação de tudo que está acontecendo no cenário político, econômico e social do país. “A praia é o templo sagrado do lazer do carioca e também o seu palco central. É lá que eles e elas vão no fim de semana para ver e serem vistos, para descansar e curtir antes de voltar a encarar engarrafamentos e aborrecimentos do dia a dia. É lá que eles e elas estão mais relaxados e indefesos. Por isso, qualquer crime cometido nas areias gera quase tanta insegurança quanto os delitos acontecidos na própria residência” – declara o jornalista Ignacio Cano, do jornal El País. No texto, publicado no dia 26 de setembro, o jornalista relata para o mundo um pouco de nossas diferenças sociais: “A praia é também, diferentemente do carnaval ou o futebol, o único espaço de lazer democrático da cidade, sem segregação nem camarotes que dividam privilegiados e miseráveis. Felizmente, o lazer favorito é, paradoxalmente, também o mais barato. Basta pagar uma passagem, e o indivíduo mais humilde pode deitar na praia margeada pelos prédios residenciais mais caros da metrópole. O carioca não

sabe, nem poderia imaginar, que há países no mundo onde as pessoas precisam pagar para poder entrar na praia”. Continua a matéria: “O arrastão vem, assim, a profanar esse espaço sagrado e, com isso, a gerar um efeito infinitamente superior à vitimização que provoca. Em geral são registrados apenas alguns crimes contra o patrimônio de escasso valor e alguns ataques contra pessoas, mas o impacto é magnificado pelo cenário e pelo pânico das pessoas. Na verdade, é ingênuo pretender acabar com os furtos em aglomerações de mais de um milhão de pessoas, mas é necessário conter os roubos e os atos de violência, que são os que desatam o pânico”. Somado a isso tudo fica um sentimento de insegurança e medo. O Rio de janeiro é a porta de entrada para os turistas estrangeiros. Vamos sediar, em 2016, os Jogos Olímpicos. Estamos preparados? Acho que não. Não conseguimos arrumar a casa. Como vamos receber visita? O jornalista fala em segregação. Eu vejo como uma herança recebida de atitudes não tomadas de pronto durante várias décadas. O conhecido hábito de se varrer para debaixo do tapete. Só que estamos tropeçando no lixo acumulado de problemas.

Augusto de Carvalho Editor-chefe

Índice Latinha tattoo

03

Impressão 3D

04

Polêmica do Daraprim

08

Caos Descrito

11

Facebook anuncia novo botão

12

Rock in Rio Espionagem na net

14 19

Expediente Editor-chefe Augusto de Carvalho Textos Augusto de Carvalho Luis Gurgel Colaboradores Carlos Augusto Brum Caos Descrito Flávio Pettinichi Diagramação Luis Gurgel


NOVA SENSAÇÃO DA LATINHA No mundo da comunicação, é preciso estar sempre a inovar, além de manter um canal aberto com os consumidores. Uma das práticas de maior sucesso e que, cada vez mais, ganha espaço dentro do marketing é a inclusão dos seus clientes ao seu trabalho, fazendo-os sentir-se parte daquele produto que gostam. E, nesse quesito, a Coca-Cola vem há algum tempo dando um verdadeiro show, com a comercialização das latinhas personalizadas. Aqui pelo Brasil, se você passou em algum supermercado nos últimos anos, a chance de ter visto alguma dessas latinhas é bastante elevada. Primeiro, com nomes, depois, sobrenomes, e, daí em diante, a gama se estendeu para diversos outros tipos, como aquelas personalizadas com o nome da empresa em línguas diferentes, como árabe, japonês etc. Além disso, leitores mais assíduos da AC Digital certamente se lembram dos compartimentos com letras em braille, permitindo que pessoas com problemas de visão pudessem experimentar a sensação de encontrar a sua própria latinha. Pois, bem, desta vez a Coca-Cola está promovendo a sua nova investida no Mé-

xico. A empresa lançou uma coleção de latinhas com alguns dos sobrenomes mais populares mexicanos. A diferença da nossa, contudo, é que esta nova variedade não pode ser encontrada no supermercado, e possui um detalhe muito especial: a parte do nome contém uma película protetora que, uma vez retirada, revela uma tatuagem temporária. Basta pegar a latinha e encostar contra a pele para cravar nela o sobrenome, algo que a Coca-Cola identificou como sendo de grande importância para o povo mexicano, que mostrou prezar bastante pela tradição dos sobrenomes. Esta Coca-Cola especial está à venda através de um microsite disponibilizado pela empresa, que pode ser visto aqui https://buy.shareacoke.com/celebrate-heritage. Lá, a Coca-Cola também compartilha um vídeo, gravado com mexicanos, que mostra o espírito da campanha, criada para celebrar o ‘mês da herança hispânica’. A produção, que mistura inglês e espanhol, mostra a reação de algumas pessoas que puderam utilizar a invenção, e conta com depoimentos dos mesmos acerca de seus sonhos para o futuro, e o que significa fazer parte de ‘suas’ famílias. Juntamente com a página, também cunhou o bordão ‘OrgullosoDeSer’ (Orgulhoso de Ser). A Coca-Cola incita aqueles que comprarem uma (ou mais latinhas) a oferecerem-nas aos seus familiares, e a subir fotos e vídeos das confraternizações para redes sociais, todas com a hashtag #OrgullosoDeSer.



O mundo do 3D NOVAS TECNOLOGIAS

Impressão em 3D já é uma realidade estabelecida e impacta diversos campos do saber

De tempos em tempos, alguma gigante inovação tecnológica parece que modifica completamente a vida das pessoas. O rádio, a televisão, a Internet, entre tantas outras, são invenções que podem ser incluídas nessa lista. Mais atualmente, no entanto, uma nova atividade vem chamando a atenção graças ao seu leque gigantesco de possibilidades: a impressão 3D. Conhecida como “técnica de fabricação aditiva”, ou FDM, em inglês, a impressão 3D funciona basicamente por meio da adição de camadas que se sobrepõem. Ao contrário de uma impressora normal, e como o próprio nome já indica, os objetos impressos por esta técnica são diferentes das simples imagens em papel que utilizamos todos os dias em nossos escritórios – o grande barato desta tecnologia é a possibilidade de criar objetos com volume, ou seja, três dimensões. Atualmente, já existem vários tipos diferentes de impressão 3D, mas, em geral, o processo acontece de maneira similar. A pessoa utiliza algum programa de criação de objetos e cria o que quer

Protótipos de peças podem ser criados de forma muito mais barata com a impressão 3D e são um dos principais nichos do mercado que seja que pretende trazer ao mundo. Uma vez criado esse, é preciso inseri-lo dentro do software da impressora, definindo diversos dados, como o tamanho por exemplo, para que a máquina possa começar o processo de criação. A impressão, em si, se dá pela sobreposição de diferentes ‘camadas’, divididas em pedaços muito pequenos, milhares delas, o que permite que a impressora recrie praticamente qualquer tipo de


Impressão 3D já encontrou utilidade também na medicina, com a impressão de próteses e peças para as mesmas objeto que seja sugerido. Porém, vale lembrar que, consoante a complexidade e detalhe do objeto, o tempo para a finalização pode variar. Um verdadeiro coringa

o processo de molde, o que basicamente oferecia um custo praticamente igual à confecção da peça ‘finalizada’, além de ser muito mais demorado.

Porém, isso não é tudo. Nos últimos tempos, as impressões em 3D, que anA utilidade da impressão 3D é exten- teriormente utilizavam predominantesa, com a tecnologia podendo ser utili- mente o plástico, começaram a expanzada para diversos fins, e a lista continua dir os seus horizontes. Metal, resina e crescendo diariamente, pois pesqui- tantos outros objetos já podem ser utisadores de todo o mundo continuam lizados por impressoras específicas para criando novas formas de imprimir em imprimir objetos feitos desses matetrês dimensões. Um dos usos mais co- riais. Com isso, hoje em dia já são criamuns é na criação de protótipos de pra- das até mesmo próteses para substituir ticamente tudo o que se possa imaginar. membros perdidos, e, algumas delas, já Uma peça de um motor de carro? Hoje, contam até mesmo com a função de basta criar essa peça, com todos os seus reproduzir movimentos básicos que as detalhes, num programa de computa- pessoas que necessitam desta ajuda busdor, e utilizar uma impressora 3D para cam. imprimi-la. Assim, o mercado encontra Outro exemplo ligado à medicina, e uma forma barata de substituir peças de teste, que, antes, deveriam ser feitas com que, de momento, ainda está apenas en-


gatinhando, é o uso de células-tronco como material para a impressão. Laboratórios ao redor do mundo já brincam com a ideia, como demonstrou um estudo da Universidade da Pensilvânia, que deu origem a um sistema capaz de imprimir vasos sanguíneos. A impressora criava “guias” com açúcar, que eram estabilizadas com um tipo de molécula especial. Uma vez feito isso, uma série de células eram depositadas nesses trilhos de açúcar, o que transformava os tubos em uma espécie de tecido vivo. O problema, por agora, é a durabilidade das células, que não sobrevivem ao processo de impressão. Mas, uma vez contornado esse problema, a tecnologia poderá se desenvolver ainda mais na busca pela saúde. Preço e disponibilidade Como toda a nova tecnologia, as impressoras 3D ainda não são baratas o suficiente para se encontrarem em qualquer casa. Modelos mais populares e acessíveis da fabricante MakerBot, como a Replicator 2, por exemplo, estão na faixa de US$ 2.199. Com a recente disparada do dólar, isso significa uma quantia de cerca de 8 mil reais, isso sem contar com o frete, impostos e, é claro, a matéria prima utilizada para a impressão. A mais comum dela, o plástico ABS, tem o seu quilo custando em média US$50, ou seja, 200 reais. Porém, vale lembrar que, para a impressão doméstica, as pessoas estarão provavelmente imprimindo objetos pequenos, que pesam poucas gramas, e, ao contrário do papel, uma impressora 3D usa apenas a quantidade exata do material necessária. Se, por exemplo, a ideia for imprimir uma pequena reprodução

Uma das impressoras com peças impressas, do RepRap. de uma joia, a máquina irá usar poucas gramas. Assim, um quilo tem uma vida útil bastante longa, com um custo médio de R$0,20 por grama. Imprimir uma impressora com uma impressora Parece brincadeira, mas não é. O grupo “RepRap” é um projeto que visa desenvolver impressoras de código aberto, ou seja, que podem ser utilizadas e modificadas por qualquer um, com a documentação disponível para facilitar o trabalho de disseminação da tecnologia. Como estas impressoras 3D RepRap são majoritariamente construídas com peças de plástico, na teoria elas poderiam ser criadas em outras impressoras 3D. Porém, para algumas peças, como componentes eletrônicos e cabos de energia, as impressoras existentes ainda não são capazes de replicá-las, sendo necessário adquirir essas partes independentemente. Se achou a ideia interessante, o site do RepRap possui diversos modelos que podem ser consultados aqui: http://reprap.org/wiki/ Build_A_RepRap


Marin Shkreli é o presidente da Turing Pharmaceuticals, o responsável pelo aumento vertiginoso do preço de um remédio sob o qual possui o monopólio do mercado.


A POLÊMICA DO

DARAPRIM Remédio usado em tratamento da AIDS tem o seu preço aumentado em mais de 4000% O mês de setembro contou com um inusitado episódio nos Estados Unidos, que vem causando polêmica tanto no mundo real como no virtual. No centro desta história está o remédio Daraprim, utilizado por milhôes de pessoas de todas as idades, e que é utilizado no combate a infecções provenientes pelo enfraquecimento do sistema imunológico em pacientes que possuam o vírus da AIDS. Até há algumas semanas, o Daraprim era comercializado por apenas US$ 13,5. Porém, de um dia para o outro, tudo mudou. O CEO da empresa Turing Pharmaceuticals, Martin Shkreli, comprou os direitos de exploração do Daraprim, e aumentou o preço do medicamento de cerca de 13 dólares para incríveis US$ 750, tudo isto em questão de horas. Um aumento de mais de 4000%. Segundo o próprio, em entrevista ao canal Bloomberg, a justificativa é bastante simples: “a empresa precisa ter lucro com esta droga. Antes, as em-

presas que possuíam a licença estavam praticamente entregando o remédio gratuitamente”. A decisão, é claro, rapidamente encontrou resistência. Infectologistas norte-americanos organizaram protestos contra este aumento, e órgãos relacionados com a luta contra o tratamento do vírus da AIDS, como o HIV Medicine Association (Associação de Medicina contra a HIV) já publicaram cartas abertas contra o executivo, afirmando se tratar de uma medida injustificável e que põe em risco a vida de milhões que precisam do remédio. No Twitter, a rede social também foi tomada pelas críticas, e uma delas veio de uma pessoa de destaque. A concorrente à presidência estadunidense, Hilary Clinton, publicou uma mensagem em sua conta contestando esta subida e classificando-a como ‘absurda’, além de prometer que iria, o quanto antes, sugerir um plano para combater a prá-


tica da especulação de preços no mercado farmacêutico. Estratégia de marketing Nos Estados Unidos, quando um novo medicamento é criado, a empresa farmacêutica que o originou recebe 20 anos de ‘exclusividade de pro- Hillary Clinton, pré-candidata à presidência dos EUA, foi uma dução’. O que isto significa é que, na das que usou o Twitter em protest contra a medida. prática, a empresa pode fazer e vender a sua criação sem concorrência. Uma entrevista ao jornal Huffington Post vez que este período acaba, qualquer acreditar que a jogada da Turing é únioutra empresa pode, então, criar um ca e exclusivamente uma aposta de ‘genérico’ desse remédio, desde que marketing, e nada tem a ver com o se submeta a alguns procedimentos lado da medicina. Segundo ele, tratalegais. O problema é que, no caso de -se de uma estratégia predatória, e que doenças em que existe um número re- infelizmente afeta a melhor droga no duzido de pacientes, muitas empresas combate à toxoplasmose no mercado, do ramo decidem que não vale a pena o que fará com que hospitais tenham entrar na competição, pois não há lu- de buscar alternativas menos eficazes. cro a se obter. Mudança de tom A toxoplasmose, uma das enfermidades que o Daraprim combate, encaixa-se Porém, nem tudo está perdido. Após a nessa categoria, e a consequência é que o remédio goza de uma situação similar à repercussão negativa que afetou a Turing de uma nova droga, já que a empresa que Pharmaceuticals, que viu o seu valor na controla o Daraprim tem o monopólio bolsa despencar em mais de 5%, a emdo mercado até que surja uma concor- presa já admite a possibilidade de baixar rente. Infelizmente, e embora o Dara- o preço do medicamento. Shkreli, que prim já se encontre na posição de uma num primeiro momento foi taxativo em droga que possa ter um medicamento entrevistas e disse que não iria baixar o genérico, existem dificuldades e uma preço do medicamento, já veio a público demora associada à criação e comercia- confirmar que, sim, a empresa está a oulização de um novo remédio, e é exata- vir o que os seus consumidores dizem, mente esta situação que faz com que a e encontra-se, no momento, a preparar Turing avance. A esperança da empresa uma nova estratégia e um novo preço é fazer o máximo de dinheiro possível para o Daraprim. No entanto, ele recuneste período de limbo, onde ela está so- sa-se a dizer qual será o novo valor do zinha no mercado, e que pode durar de remédio, e diz apenas que o preço será estipulado de forma a que a Turing posmeses até anos. O doutor Carlos Del Rio, especia- sa ‘fazer um lucro marginal com a venlista em infecções e professor na Es- da da solução’. Por agora, resta ficar de cola de Medicina de Emory, disse em olho nos próximos desenvolvimentos.


DESCRITO CAOSDESCRITO O Caos Descrito é um projeto que junta o cotidiano e arte, por meio da fotografia e a literatura. Podem conferir mais do trabalho do grupo no blog http://caosdescrito.wordpress.com

MITO, SANGUE E ESPINHOS por Maria Cecílua Coutinho

APADRINHE UMA CRIANÇA

Foto: Suhelle Dolenga

Não há resposta vinda dos céus, nem anjos caídos em guerra, aqui, não há banco dos réus!

MUDE

UMA VIDA

Engano de quem olha para fora, há de procurar dentro de si mesmo, abrir a própria Caixa de Pandora!

mudeumavida.org.br


‘NÃO CURTI’ Facebook prepara botão para expressar ‘outros sentimentos’ para além de aprovação no site

Mark Zuckerberg, criador e presidente do Facebook, recentemente disse que a empresa está se preparando para lançar um novo botão na rede social, que servirá para fazer um contraponto com a função de ‘curtir’ (like) algum comentário. Embora o manda-chuva da empresa garanta que o botão não vá dizer ‘desgostei’ ou ‘não curti’, a verdade é que a Internet já se encontra em polvorosa pela novidade, que poderá vir a ajudar os usuários a se expressarem em certas situações, como, por exemplo, o anúncio de notícias tristes

postadas na rede social. No seguimento do anúncio, e como já se era de esperar, a notícia gerou considerável barulho. O post publicado na página oficial de Zuckerberg foi tomado por utilizadores de todo o mundo que, ao lerem a notícia, aproveitaram o próprio Facebook para se expressar. Apesar da grande quantidade de internautas que demonstraram excitação com o novo brinquedo, outra grande parcela, do total de quase três mil comentários recebidos, tinham outras preocupações em mentes. Al-


guns perguntam se a introdução de um botão com uma conotação tão negativa não poderia, de certa forma, levar à criação e/ou desenvolvimento de uma forma de ‘bullying’ na rede social, assim como a proliferação de conteúdo carregado de negatividade. Como resposta, Zuckerberg acrescentou que ‘nem todo momento é um bom momento’. Para Marcelo Soares, 24, administrador, a novidade seria bem-vinda. “De vez em quando a gente compartilha coisas onde não cabe um ‘curti’. Pode ser uma notícia de economia, como essa alta do dólar que não acaba, ou mesmo fatos mais pessoais, como alguma doença ou problema que estamos enfrentando. Então acho super válido que um botão desses seja disponibilizado, vai tornar tudo mais claro”, diz o jovem.

Comentários após o anúncio se dividiram entre pessoas que se mostraram animadas com a novidade e aqueles que acham que tal função pode ajudar a espalhar o bullying pelo site, como ‘não-curtidas’ feitas para chatear outros outras cinco pessoas, além de fornecer dados pessoais.

Tentativas como estas são bastanTentativas de scam te comuns por toda a Internet, e em quase todos os casos os sites malicioUm dos desdobramentos deste pe- sos tentam utilizar logos e detalhes queno episódio, no entanto, é um visuais de outros sites legítimos para pouco mais sério. Logo após a divul- enganar as vítimas. Pesquisadores de gação da informação, não tardou mui- segurança online do site ‘Naked Seto para contas aparecerem por todo o curity’ disseram, em publicação no Facebook oferecendo links para que próprio site, que nenhuma empresa os usuários pudessem testar a novida- agiria desta forma para disponibilizar de do botão de ‘dislike’ o quanto antes. algum novo serviço, e que é necessáA verdade, é claro, era muito diferente: rio redobrar os cuidados em situações postagens como estas eram ‘scams’, fei- similares. Afinal, ao cair na jogada dos tas para tentar extrair informação dos falsários, a pessoa está disseminando internautas. Ao clicarem na página, as conteúdo problemático, que além de pessoas eram redirecionadas para ou- informações pode levar à instalação tra, que imitava o estilo visual da rede de malwares e vírus nos computadosocial, e introduzia o botão como uma res pessoais das vítimas, e que, muitas funcionalidade limitada apenas a sele- vezes, sem a permissão delas acabam tos usuários. Para aceder, seria neces- por agir de forma a ajudar a espalhar sário compartilhar a página falsa com ainda mais esse conteúdo.



ROCK IN

RIO

O festival Rock in Rio completou, este ano, 30 anos de história. A última edição, que aconteceu no Rio de Janeiro, entre os dias 18 e 27 de setembro de 2015, atraiu mais de 550 mil pessoas à Cidade do Rock. Porém, desde a sua criação até hoje, o evento vem se transformando de diversas maneiras. Agora, como uma marca estabelecida, o nome ‘Rock in Rio’ é mesmo isso, um nome. O festival deixou de se limitar somente ao rock e pulou de cabeça na vibe do pop, possuindo vários dias de sua programação dedicados a esse gênero musical. Cantoras como Katy Perry e Rihanna foram alguns dos principais sucessos desta edição, e atraíram verdadeiras multidões para os seus shows. Além disso, a própria música encontrou um novo rival. Se, antes, o Rock in Rio era ‘apenas’ um festival de música, onde as pessoas iam para prestigiar os seus artistas favoritos, nos dias correntes a realidade é mais complexa. Com presença maciça de marcas, que possuem stands diferenciados repletos de atividades, um espaço recheado com brinquedos, como a tiro-

Evento completa 30 anos de história com mudanças em sua filosofia lesa, a montanha-russa, roda-gigante e tantos outros, além de ideias como a ‘rock street’, personalizada a cada edição com o gostinho de algum país/ cultura, o fã que vai ao Rock in Rio está em busca de mais do que apenas música. Ele quer entretenimento, e busca ‘fazer parte’ daquele que é um evento com um apelo muito forte. Isso pôde ser visto em diversas entrevistas no local, feitas durante a cobertura televisiva. Em dias dedicados ao pop, fãs do metal, como do Iron Maiden, marcaram presença com as camisetas dos ídolos. As justificativas, em geral, eram as mesmas: apesar de não gostar da música do dia, estar no festival em si é legal. O público queria aproveitar tudo o que lhes era oferecido junto a amigos. Sucesso comercial Quem está feliz com a mudança de comportamento acima, no entanto, são as empresas que usam o Rock in Rio para divulgar as suas marcas. Artigo publicado na Folha de S. Paulo trouxe à tona uma interessante discussão,


Heineken inovou com stand reciclagem e atraiu a atenção dos presentes sobre o verdadeiro massacre comercial a que os visitantes da Cidade do Rock são submetidos. É literalmente impossível olhar para algum lado e não ver o logotipo de alguma marca sendo exposto, mas o mais engraçado é que, de certa forma, os visitantes querem juntar-se a isso, e esforçam-se para participarem dos eventos promovidos pela marca, divulgando-as por livre e espontânea vontade. A Heineken, por exemplo, pedia que as pessoas trouxessem seus copos de cerveja para a reciclagem, em seu stand, e oferecia brindes em troca da participação. As filas para devolver os copos eram gigantes, mas isso em nada diminuía a procura. Do outro lado, uma marca de salgadinhos também possuía um congestionamento em frente ao seu espaço, de pessoas que queriam tirar uma foto com uma guitarra moldada à semelhança do produto vendido pela

empresa. Em outro momento, durante os intervalos entre os shows, os telões exibiam propagandas de empresas que patrocinam o Rock in Rio. Um dos bancos presentes utilizou um trecho da música Bohemian Rhapsody, dos Queen, em sua peça publicitária. O efeito foi imediato: as pessoas cantaram a letra da música junto, e muitos começaram a gritar o nome do banco em questão. Outra iniciativa que teve muito sucesos foi a da Estácio de Sá. Em sua tenda, grupos de amigos podiam juntar-se para tirar uma foto com instrumentos etc., no maior estilo ‘banda de rock’. Essas imagens, posteriormente, eram selecionadas, e algumas delas exibidas nos diversos telões do evento durante os intervalos. As filas eram grandes, e a procura por essa chance de aparecer atraiu muita gente, como


é o caso de Lucas Morais, de 27 anos, estudante em Campos. – Acho esta ideia bem legal, porque além de conseguirmos uma foto bacana, também tem essa chance de aparecer pra todo mundo, no telão. Dá para ‘tirar uma onda’ com isso – explica o estudante. O poder de sedução do evento, que é transmitido na internet para quase todos os países do mundo, alia a vontade dos consumidores de aparecerem a das marcas presentes, fazendo do investimento um bom negócio. Organização Em termos de organização, o evento de 2015 transcorreu sem maiores problemas. Desta vez, para chegar à Cidade do Rock, Medina apostou na utilização do BRT, partindo do Alvorada, além dos já tradicionais ônibus ‘premium’. Quem optou pelo BRT pagou a quantia de R$7,80 por um cartão pré-pago que dava direito a uma passagem do terminal da Alvorada até ao recinto. Os ônibus, todos com ar condicionado, saíram rápido e conseguiram atender bem à demanda das pessoas, que não precisavam esperar muito para se locomover entre os pontos. Porém, nem tudo foi perfeito. Ao passar o cartão no terminal, a pessoa recebe uma pulseirinha que deve ser mostrada na hora do regresso e serve como a prova de que você comprou o card. Na teoria, uma ótima ideia, pois facilita a checagem na hora da volta. Porém, no último dia do evento, com a forte chuva, muitas dessas pulseiras acabaram por perder a ‘cola’, caíndo ao chão ou simplesmente se desprendendo. Muitos dos visitantes reclamaram

Katy Perry foi uma das artistas mais prestigiadas do festival


sobre isso, em especial porque, caso alguém perca a pulseira, não é possível comprar outro cartão do BRT dentro do próprio evento, sendo necessário uma caminhada até ao terminal Rio2. Com o dia de música terminando próximo das duas da manhã e o cansaço visível no rosto das pessoas, a possibilidade de precisar andar tal distância para resolver um inconveniente desses não agradou. – Não sei o que eles estavam pensando com essas pulseirinhas. Botei a minha e agora ela se soltou. Vou guardar no bolso, e mostrar na saída, espero que funcione. –disse Leila Carvalho, estudante de veterinária, de 22 anos. Quem não quis se aborrecer, no entanto, pôde optar pelos ônibus Executivos ‘Premium’. Por R$70, era possível comprar um card que permitia pegar um ônibus executivo em um dos vários pontos espalhados pelo Rio de Janeiro, que deixa a pessoa praticamente na porta do Rock in Rio. O valor aumentou desde 2013, quando custava R$50, mas para muitos o investimento ainda compensa. – Venho desde 2011, sempre no Premium. O conforto de não precisar enfrentar as filas do BRT, ter lugar sentado, além de não precisar fazer aquela caminhada de 1km entre o ponto do BRT e o evento são determinantes na escolha. Isso e a saída. O Premium está ali, te esperando, e deixa você em pontos estratégicos da cidade, como a rodoviária Novo Rio. Pago tanto aqui como no taxi, então, pra mim, é vantagem – conta Rafael Ferreira, de 28 anos. Line Up Por fim, a música. Como dito no início, o festival passa por transfor-

mações, com o rock compartilhando o seu espaço com vários outros gêneros, criando assim uma mistura eclética que agrada a gregos e troianos. Em geral, as atrações escolhidas agradaram, e a ‘nostalgia’ de ver algumas bandas que tocaram nos antigos Rock in Rio do início dos anos 90 funcionou. A-ha, Queen e outros fizeram shows muito competentes e que atraíram público para a Cidade do Rock. Além disso, o palco Sunset novamente despontou como uma ideia fantástica, trazendo artistas internacionais, alguns de culturas muito diferentes da nossa, como africanos e nórdicos, para shows muito especiais e um tanto quanto mais íntimos do que as mega produções do Palco Mundo. Porém, nem tudo foi perfeito. Em alguns dias, a impressão que deu é que os organizadores não levaram em conta o tipo de público que cada atração principal iria levar. A última data, com Katy Perry como estrela principal, foi um dos piores exemplos. Ao longo dos shows do Cidade Negra, Alunageorge e até mesmo dos veteranos A-ha, muitos adolescentes que foram única e exclusivamente para ver a diva acabaram por gritar coisas menos simpáticas para os demais artistas, pedindo para irem embora mais rápido e comemorando efusivamente o fim de cada show. O jornalista Filipe Rangel, comentou sobre o ocorrido. – Achei um desrespeito com algumas bandas. Não sou fã do A-ha, mas vê-se que eles estão tentando agradar o público, interagindo, e muitos aqui estão só querendo boicotar o show deles. É uma pena que não tenham previsto isto – disse.


ESPIONAGEM

NA REDE

Câmara tenta aprovar PL que dá acesso a dados de pessoas na Internet a ‘autoridades competentes’ A sabedoria popular brasileira nos diz que ‘alegria de pobre dura pouco’’. E os recentes acontecimentos na câmara mostram que talvez haja alguma verdade nesse dito. Após aprovar o Marco Civil da Internet há alguns meses, um projeto elogiado em todo o mundo, inclusive pelo criador do WWW, alguns políticos parecerem querer retroceder, com a rápida ascenção de alguns PLs que visam aumentar o controle sobre o que é postado na Internet acerca dos mesmos, com penas para quem os ofender, além de um grau de espionagem jamais antes visto. No pacote de terror estão diversas medidas, a mais grave delas sendo o fim da necessidade de uma ordem judicial para obter dados de algum usuário da rede, algo que foi conseguido através da criação do Marco Civil da Internet. Com isto, o projeto prevê que ‘autoridades competentes’, que em nenhum momento são classificadas e abrem buracos perigosos, possam ter acesso aos dados de usu-

ários em meio a alguma investigação. E pior: além dos dados, tais autoridades também pode requisitar acesso a todo o teor de comunicações do usuário. Isto significa conversas privadas, WhatsApp e afins. Além disso, os novos PLs mudam a lei sobre ofensas, que, atualmente, necessitam da queixa da vítima para abrir uma investigação. Sob o novo projeto, as tais ‘autoridades competentes’ poderiam intervir e investigar qualquer tipo de ‘ofensas’ – inclusive sobre políticos, o que lhes daria a capacidade de simplesmente requerer a remoção de qualquer tipo de conteúdo que sejam considerados ‘difamatórios ou injuriosos’, trazendo de volta a censura. Petição Para tentar impedir que esta situação avance, já circula pela internet uma petição criada por internautas no site Avaaz. Com o objetivo de colher 150 mil assinaturas, a petição já conseguiu mais de 130 mil, e faz um apelo às pessoas para que impeçam que estes novos projetos sejam aprovados, informando-as sobre os riscos que os mesmos apresentam para o ambiente online. Caso tenha interesse em assinar, a petição pode ser encontrada através do link: https://secure.avaaz.org/po/nao_ao_pl_ espiao_d/?bSwYsfb&v=65602


Flávio Pettinichi E eram só alguns pássaros mortos Apenas alguns vestígios de sangue No absurdo latejar da noite Alguém empurra um cego Ao abismo da sua ignorância. Porque eram só alguns os pássaros Mortos E amortalhadas em poemas sujos As flores murchas choraram o adeus De quem nunca foi saudade. Porque só eram alguns pássaros mortos E da retina do tempo uma lágrima Cai na vastidão dos sonhos Engaiolados em esperas Porque só eram alguns pássaros mortos... Poema: Flávio Pettinichi | Fotografia Manipulada: Flávio Pettinichi

#CURTAS Facebook lança ‘vídeos’ para imagens de perfil

Google revela novos smartphones Nexus

Durante as próximas semanas, os usuários do Facebook irão ganhar novos brinquedos para aumentar o nível de personalização dos seus perfis. Entre o principal deles, está a possibilidade de usar um vídeo em loop de 7s com a sua cara, dando alguma ‘animação’ às images estátticas. Além disso, o Facebook irá permitir a criação de pequenas bios, como já existem no Twitter.

Poucos dias após a Apple anunciar novos recordes de venda com a última edição do iPhone, o Google também apresentou seus novos produtos. Os novos celulares e tablets Nexus chegarão munidos com o sistema operacional Android e prometem balançar o mercado.


CRÔNICA

CARLOS AUGUSTO BRUM

Diálogo sobre (não) dialogar – Ontem você queria pintar meu rosto com o sangue que escorreu de seu jornal. Eu não aceitei porque aquele sangue não tem utilidade nenhuma para mim, assim como não tem utilidade nenhuma para a pessoa na qual ele corria, uma vez que ele escorreu e foi empapar, de todos os lugares, um pedaço impresso de papel. E a questão é que eu não gosto desse tipo de pedaço impresso de papel. Eu gosto dos que contam uma boa história e dos que tem uma receita de ambrosia ou de bolo. Sinto falta dessas histórias e sinto falta das receitas de sobremesas. Eu sei, eu sei, ultimamente muitos encartes de culinária só querem falar sobre perder peso pra ficar bonita para o próximo verão... Mas meu ponto não é esse. O ponto é que eu queria menos lamúria, menos derrotismo. Eu queria que seu jornal não sangrasse tanto, eu queria que seu rádio não fosse tão desbocado, eu queria que sua televisão não explodisse em remorso e ofensa. Eu queria, só para variar, uma notícia boa. – Eu não queria pintar seu rosto com nada! Eu só queria que você lesse uma pesquisa e visse os dados sobre – Desculpe-me, mas eu não preciso de dados. Dados nunca me deram nada, por mais que o nome prometa que algo será dado. Eu não quero mais ser encurralada pela realidade. – A realidade não encurrala, mas liberta. Você não pode ignorar assim as coisas. Isso é negação, é escapismo. – Talvez um dia eu seja levada por uma bala perdida ou por um carro desgovernado. Daí eu viro estatística e meu epitáfio será uma nota de rodapé minúscula em uma de suas notícias ensanguentadas. Nesse caso, eu morri em seu mundo. Mas até lá, eu me recuso a viver nele. – E você? Ontem você queria virar seu rosto para a realidade que vertia da televisão! Eu não deixei porque sua consciência não tem utilidade nenhuma se ela estiver dormente, pois assim ela passa a ter utilidade para quem quer manipular uma massa de inconscientes, uma vez que mentes atrofiadas servem de firmamento para, de todos os lugares, a fortaleza do ditador. E a questão é que não gosto desse tipo de gente que oprime. Eu gosto dos que contam os dias até um mundo melhor e dos que tem uma receita da utopia no bolso. Sinto falta de quem tem esperança e de quem luta pelo amanhã. Eu sei, eu sei, ultimamente muitos revolucionários só querem pensar em lucro e notoriedade ou em subversão e destruição... Mas meu ponto não é esse. O ponto é que eu queria menos perjúrio, menos conformismo. Eu queria que meu povo não sangrasse tanto, eu queria que meu candidato não fosse tão debochado, eu queria que cada manifestação não explodisse em um maremoto de violência. Eu queria, só para variar, uma luta justa. Precisamos desses dados. Dados nos dão perspectiva, por mais que sejam travestidos e manipulados. Eu não serei ludibriada pela realidade. Talvez um dia eu seja levada por meus ideias até uma vida bandida ou até um ato impensado. Daí eu viro estatística e meu epitáfio será uma nota de rodapé minúscula em um dos livros dos mortos que lutaram pelos seus ideais. Nesse caso, eu morri por meu mundo. Mas até lá, eu me recuso a me conformar com ele.

Contatos: carlosaugusto52@gmail.com | facebook.com/cadu.doslivros

Rolou no Confira alguns dos assuntos em voga na rede social

Marketing Uma postagem no ‘O Melhor do Marketing” aborda as diferenças entre dois tipos de conteúdo: O Inbound Marketing e o Marketing de Conteúdo. Conhece? Então dê uma olhada no grupo!

Corporativo No grupo “O Melhor do Marketing”, um artigo chama a atenção para a importância de apostar numa rede social corporativa para a sua empresa. Segundo ele, a presença de uma empresa em sites como o LinkedIn, por exemplo, pode melhorar o fluxo do trabalho, tornando certas tarefas mais rápidas, como a questão da resposta de e-mails, já que as mensagens em redes desse tipo têm caráter mais imediato. No entanto, o artigo avisa, é preciso saber selecionar a rede, e contar com participação consciente da equipe, para evitar distrações a la Facebook.



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