Revista AC Digital #35

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Edição #35 Março de 2016

TECNO LOGIA

&

POLÊM ICA

No Brasil, vice-presidente do Facebook na América Latina é preso por recusa do WhatsApp em fornecer informações. Lá fora, gigante Apple bate de frente com o FBI. PÁGINAS 3 e 18

E MAIS:

A REPERCUSSÃO DO OSCAR: CERIMÔNIA TRAZ MEMES E DISCUSSÃO SOCIAL

PG. 06


EDITORIAL Viver Tudo que fazemos e buscamos é pelo desconhecido. Não ter respostas sobre a nossa existência é angustiante. De onde viemos e para onde vamos? A pergunta é milenar, mas não obtivemos resposta até hoje. O ser humano evoluiu na ciência, medicina, tecnologia, mas não encontrou a resposta para tal questão. A Teoria do Big Bang é utilizada para explicar o surgimento da Terra. Diz que o planeta se formou há 4,5 bilhões de anos e, durante cerca de um bilhão de anos, sofreu processos importantes, como seu resfriamento, viabilizando o surgimento da vida. Os estudiosos defendem que a biogênese deu origem à vida. Mas que vida que estamos falando? A da ciência ou do que sentimos com nossas diferenças de raça, classes sociais etc. Essas que segregam a humanidade e provocam tantas guerras, intolerâncias religiosas e por assim vai e não tem fim se ficarmos citando. É desse mistério de vida que gostaria de falar e pedir reflexão. Estamos tão evoluídos em algumas coisas, mas quando olhamos ao nosso redor não entendemos as diferenças tão gritantes entre nós: tanta miséria para muitos e opulência para poucos. A riqueza acumulada pelo 1% mais abastado da população mundial equivale à riqueza dos 99% restantes. Essa é a conclusão de um estudo da organização não-governamental britânica Oxfam,

baseado em dados do banco Credit Suisse relativos a outubro de 2015, apresentados no Fórum Econômico Mundial de Davos. Quando falo da desigualdade na repartição das riquezas, não me refiro ao dinheiro propriamente dito, mas sim o que a concentração na mão de poucos fazem com relação à maioria dos desprovidos e necessitados. Será que o problema está em nós? A ganância desvirtuou nossos sentimentos primários de igualdade, fraternidade. Com tanta diferença as pessoas só podem se apegar à religião, pois é ela que sossega o coração e aquece a alma. Mas não podemos deixar de lado o óbvio: o mistério da vida. Ainda hoje pessoas fazem novenas para tentarem acreditar numa força maior que não é a dos homens. Temos que crer na prática que é passada por gerações, pois é o que nos resta. Não que não acredite em Deus. Isso eu não discuto porque é muito pessoal e um direito de cada um. Para finalizar um pensamento de Dalai Lama: “ Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver”.

Augusto de Carvalho Editor-chefe

Índice FBI vs Apple

03

Oscar e a Internet

06

Mercado de games com queda no país

10

McDonalds e BK em nova rivalidade

13

A relação entre tecnologia e conteúdo Vice do Facebook é preso

14

19

Expediente Editor-chefe Augusto de Carvalho Textos Augusto de Carvalho Luis Gurgel Colaboradores Carlos Augusto Brum Rodrigo Carvalho Silveira Diagramação Luis Gurgel


FBI CONTRA

APPLE O mês de janeiro ficará marcado por uma das maiores polêmicas recentes dentro do mundo da tecnologia. A gigante norte-americana, Apple, uma das maiores empresas do mundo e criadora do iPhone, está num embate direto frente ao FBI, um dos grupos de segurança dos Estados Unidos da América. A situação envolve uma investigação de um atenta-

Investigação faz com que órgão peça criação de backdoor do iOS, empresa nega pedido

do terrorista, onde o FBI requer a ajuda da Apple para desbloquear um aparelho e aceder informações confidenciais do seu usuário, o que despertou um debate no país sobre até onde a influência e o poder do sistema de segurança pode e deve ir. Tudo começou no último mês de dezembro, quando homens armados


promoveram uma chacina em São Bernardino, que culminou com a morte de 14 pessoas. Os terroristas haviam destruído todos os seus laptops e celulares, de forma a impedir que as autoridades tivessem acesso aos dados. No entanto, um iPhone 5C, de um dos membros do grupo, escapou a esse destino e acabou apreendido pelo condado de São Bernardino, que, posteriormente, mudou a senha do iCloud do aparelho, o que o tornou inacessível por qualquer pessoa que não saiba o PIN. Com este impasse, o FBI, então, entrou com um pedido legal para que a Apple desenvolvesse uma versão modificada do seu sistema operativo, o iOS, que pudesse ‘quebrar’ esta trave, recomendo uma função de segurança que apaga todo o conteúdo presente num celular após 10 tentativas erradas de acertar o PIN. Desta forma, a agência poderia forçar o seu caminho e descobrir os tão desejados números. A Apple, no entanto, não se mostrou disposta a ajudar, alegando a segurança e a confiança dos seus usuários na proteção dos seus dados como um dos principais motivos para a recusa. Em carta aberta, Tim Cook, CEO da Apple, afirma que “ao longo dos anos a empresa fez o seu máximo para contribuir com as investigações do FBI. Contudo o que está sendo pedido agora é algo que não existe, e algo que consideramos demasiado perigoso para criar. Uma espécie de porta dos fundos para o iPhone”. Segundo o dirigente, a criação de tal aparato, nas mãos erradas, poderia criar uma situação em potencial que permitiria a essa pessoa ou instituição desbloquear qualquer iPhone que possua, o que poderia afetar a segurança nacional de milhões de pessoas que confiam na empresa para proteger os seus dados como contas bancárias e in-

Tim Cook, CEO da Apple, afirma que acatar pedido do FBI poderia resultar na criação de backdoor para dispositivos Apple, ameaçando segurança de milhões de usuários formações pessoais. James Comey, diretor do FBI, falou recentemente ao congresso, e afirma que os motivos da sua organização estão estritamente ligados a este iPhone em particular e ao caso de São Bernardino. Segundo ele, este litígio não tem como objetivo “passar uma mensagem ou estabelecer um precedente”. Porém, o fato é que uma decisão judicial não funciona desta forma. Caso o FBI venha a vencer a disputa, não é possível optar e decidir que este triunfo não possa ser servidor como precedente no julgamento de outros casos similares no futuro, o que em teoria significaria que outros casos poderiam ser tratados da mesma forma. A questão é complexa, e tem levantado debates tanto online como na vida real. Isto porque além do ponto de vista tecnológico e da segurança, acoplado a este debate está, também, a razão que levou o FBI a esta investigação. A morte


de um grande número de pessoas e os ferimentos de tantas outras são um forte fator na hora de influenciar a opinião popular, com alguns se mostrando favoráveis ao governo americano por conta do apelo sentimental da questão. Outras gigantes se juntam à Apple No seguimento da publicação da carta aberta, outras empresas como o Google e o Facebook também ofereceram mensagens de apoio à Apple, alegando concordar com a postura da empresa em não ajudar o governo neste caso em particular, protegendo as informações e a confiança dos milhões de usuários que usam seus serviços. Estas companhias, inclusive, também entraram com pedidos na justiça para que o Congresso evite a Apple de ter de acatar a decisão. Esta, aliás, não foi a primeira vez que as grandes empresas deste ramo teceram críticas ao governo americano por conta da questão segurança. Há alguns anos, quando Edward Snowden, antigo funcionário da segurança americana, vazou dados do programa de vigilância e monitoramento da Agência Nacional de Segurança Americana, Google, Facebook, Apple e Microsoft também acionaram o congresso numa tentativa de limitar o poder de captação de dados do governo, ao mesmo tempo que lutavam contra constantes pedidos de enfraquecimento da tecnologia de encriptação. Esta decisão, inclusive, rendeu críticas de uma parte da população, que afirmam que este posicionamento é ‘hipócrita’, uma vez que as próprias empresas envolvidas têm como um dos seus principais ganha pão a venda de anúncios, que utilizam informações recolhidas dos seus usuários angariando bilhões e bilhões de dólares.

PROBLEMAS COM A JUSTIÇA Em 2015, foi o Facebook quem teve problemas com a justiça, mas no Brasil. Após o bloqueio do WhatsApp, a empresa se pronunciou em público contra as medidas adotadas pela justiça. Mais recentemente, o vice-presidente da empresa foi preso. Confira a matéria na página 18.

Para o Google, porém, estas acusações são infundadas. Na altura, Rachel Whetstone, que ocupava o cargo de vice presidente senior, o Google “não vende a sua informação pessoal” e tampouco a compartilha “exceto em casos muito específicos”, como um mandado judicial. Embora exista a venda de anúncios, tudo o que é repassado para as empresas são informações generalizadas sobre as preferências de usuários, sem nunca divulgar o nome ou outros detalhes sobre as pessoas envolvidas para os anunciantes. McAfee volta à ribalta A polêmica envolvendo o governo americano e a Apple serviu, também, para trazer algumas figuras carimbadas de volta à mídia, como John McAfee. Considerado um dos maiores especialistas de cibersegurança da história e criador do antivirus McAfee, ele ofereceu o serviço da sua equipe para quebrar a segurança do telefone da Apple sem precisar que a empresa crie uma versão modificada do seu sistema operativo, hipótese que chamou o “o início do fim da América”. Tudo, é claro, sem qualquer custo para o governo americano. Até agora, nenhuma resposta foi dada por parte do FBI, o que talvez esteja relacionado à forma como a proposta foi feita. Após vender a empresa que criou, McAfee é conhecido por viver uma vida errática, que inclui, até, uma mudança para a Belize, após ter sido envolvido como suspeito numa investigação de homicídio.


E A INTERNET Cerimônia do Oscar gera grande repercussão na rede com memes e discussões sobre racismo

Tapete vermelho, muito charme e a presença de grande parte das maiores estrelas do mundo do entretenimento num único local. A cerimônia do Oscar, prêmio mais importante do cinema, aconteceu no último fim de semana de fevereiro e, como de costume, foi um dos assuntos mais badalados das redes sociais. As discussões envolveram desde os sempre populares memes até questões mais sérias, como a falta de representatividade de grupos como os negros e os asiáticos na festa. Logo de cara, o principal atrativo desta noite tinha um nome: Leonardo DiCaprio. Queridinho do público, “Leo”, como é conhecido por seus fãs, é um dos atores mais populares


da história, e também considerado como um dos mais talentosos de sua geração. Desde Titanic, o americano de 41 anos já havia sido nomeado cinco vezes para a estatueta de melhor ator, e apesar de ser considerado o favorito quase sempre, o prêmio acabava por fugir das suas mãos. Este ano, após estrelar “O Regresso”, a expectativa de que a “maldição” seria finalmente quebrada atingiu níveis absurdos, e ao longo de todo o domingo as redes sociais foram inundadas por imagens e brincadeiras sobre o astro. Muitos estavam divididos entre a vontade de ver o ídolo finalmente obter o reconhecimento que lhe é devido e “a morte do meme”, pois, para alguns, a entrega da estatueta a Leo significaria o fim de uma era. No fim das contas, DiCaprio finalmente pôde soltar o grito (que na verdade se deu sobre uma mensagem sobre os riscos do aquecimento global no seu discurso de aceitação do prêmio), ao finalmente conseguir a sua primeira estatueta. A discussão, então, mudou para a escolha do substituto do cargo deixado por Leo. Mais perto da nossa casa, aqui no Brasil, outro nome que deu o que falar foi o da atriz Glória Pires. Convidada pela Globo para comentar a cerimônia, Glória demonstrou pouca – ou nenhuma – aptidão para o cargo, o que fez com que muita gente explanasse a sua saudade pelo falecido Zé Wilker. Por outro lado, o que começou com desagrado rapidamente se transformou em diversão, o que é normal no contexto cibernético. Com comentários “sucintos” como

Será que o urso vai ajudar DiCaprio a alcançar o Oscar? Brincadeira que rolou a Internet, relacionando o animal queé o rival de DiCaprio no filme que estrelou.

As noites não são fáceis para DiCaprio, que sonhava com o tão desejado Oscar, que sempre escapava.


Atriz Glória Pires foi convidada para comentar o Oscar, mas por conta de seus comentários ‘sucintos”, Internet aproveitou e gerou diversos memes sobre a mesma.

“legal”, “bacana” e “médio” para descrever as obras sendo apresentadas, além do mítico “não sei opinar”, as frases de Glória Pires rapidamente se transformaram em bordões que ditaram o ritmo da noite nas redes sociais. O que se viu foi uma enchente de montagens com a cara da atriz, o que lhe rendeu, no seu auge, ter o seu nome em segundo lugar dos trending topics mundiais.

Será que o falem mal, mas falem de mim irá prevalecer e veremos o retorno de Glória Pires em 2017? Se depender da Internet, as possibilidades são altas.

Outro momento divertido da noite ficou por conta da conta do site “Total Beauty” no Twitter. O site publicou uma mensagem com uma foto da atriz Whoopi Goldberg, onde era possível ver uma tatuagem em seu A questão, agora, é se a Globo em ombro direito, com a legenda “Não si gostou da publicidade que obteve. sabíamos que a Opray Winfrey era ta-


tuada, e estamos adorando!”. O tweet foi rapidamente apagado, mas não rápido o suficiente para evitar que a Internet reparasse no erro. A partir daí, milhares de mensagens com fotos de famosos e legendas errôneas passaram a ser postadas. Isso deu azo a situações como fotos do lendário Sylvester Stallone sendo chamado de George Clooney. Nem tudo foi brincadeira No entanto, não só de risadas foi marcada a noite da entrega do Oscar. Sem nenhum representante negro nomeado em 2016, as semanas que antecederam a cerimônia foram marcadas por diversos protestos online. Hollywood estava novamente sobre os holofotes de grupos que acusavam a indústria de cinema americana de ser racista, o que acabou por resvalar também em outras minorias, como os asiáticos. Fatos como “existem mais atores brancos premiados por fazerem papéis de asiáticos do que verdadeiros asiáticos” foram repetidos incessantemente, e levantaram o debate sobre a forma como Hollywood trata estes grupos. Talvez em resposta aos acontecimentos, a academia escolheu o artista negro Chris Rock como apresentador da cerimônia, que abriu a noite com um monólogo sobre o tema. Rock afirmou que Hollywood é, sim, racista, embora sejam um tipo diferente daqueles que promovem violência física contra minorias. Na sua visão, tudo o que é preciso é a abertura de maiores oportunidades para atores negros – se DiCaprio tem um papel fantástico por ano, qual a razão para Jamie Foxx não ter a mesma chance?

APADRINHE

UMA CRIANÇA

MUDE

UMA VIDA mudeumavida.org.br



MERCADO DE GAMES A P R E S E N TA Q U E D A N O B R A S I L

Após anos de crescimento ininterrupto, setor apresenta queda de quase 7% A indústria de games no Brasil vinha vivendo um período de sonho. Com um crescimento constante nos últimos cinco anos, a confiança dos investidores no país aumentava cada vez mais, o que se traduzia em investimentos maiores das empresas em território nacional e diminuía o estigma adquirido pelo povo brasileiro ao longo dos anos de ser um dos maiores apologistas da pirataria. Contudo, apesar dos grandes lançamentos de 2015, o mercado registrou a sua primeira queda desde 2011 – uma acentuada perda, por sinal: 17,7% segundo dados oferecidos pela consultoria GfK. O levantamento, que foi divulgado no dia 25 de janeiro, mostra que a indústria brasileira de games arrecadou um total de R$2,2 bilhões em 2015. Este número inclui a venda tanto de jogos como consoles, e inclui vendas em lojas de varejo tanto físicas como online. Para comparação, em 2014, o total movimentado foi de R$2,35 bilhões, o que coloca a queda em torno de 7%. Em entrevista ao Estadão, Oliver Roemerscheidt, que é diretor de tecnologia da GfK, existem alguns fatores que explicam o resultado negativo da

indústria: a crise econômica que o país atravessa, a alta do dólar, que é comercializado por quase R$4 nos últimos meses, e a transição de ‘gerações’ entre os videogames atuais, com a introdução de novas máquinas como o Playstation 4 e o Xbox One. Lançados no fim de 2013, e já produzidos em território nacional, os altos preços (R$ 2,6 mil e 2,5 mil, respectivamente) são um empecilho para o consumidor. Sem uma dessas novas máquinas da atual geração em sua casa, o consumidor não tem um console para rodar os novos lançamentos, e durante o período em que junta dinheiro para comprar um novo aparelho, acaba por ocorrer um período em que ele não consegue adquirir novos games. Isso, é claro, influi diretamente nas vendas da geração anterior, que sem receber games novos, tem uma queda brusca em seus números. Segundo dados da GfK, a nova geração teve um crescimento de 106% na venda de aparelhos e 129% nas vendas de jogos, o que já demonstra uma melhoria do cenário. Ainda assim, Roemerscheidt admite que a alta ainda não é o suficiente para compensar a queda


da anterior geração. Ao contrário do que se podia imaginar, no entanto, a saída da Nintendo do mercado nacional, que aconteceu em janeiro de 2015, não foi um grande baque para a indústria. A gigante nipônica parecia pouco satisfeita com os resultados obtidos e decidiu encerrar as suas operações no Brasil, o que, após a divulgação dos números da GfK, parece fazer sentido. Segundo o consultor, “o Wii e o Wii U, consoles da Nintendo, tinham participação pouco expressiva no mercado já desde 2014, ficando à margem do mercado”. Curiosamente, 2015 também foi um ano em que a venda de hardware acabou por superar a venda de jogos, algo pouco comum na indústria, uma vez que o consumidor em geral apenas adquire um console, mas compra vários jogos ao longo da vida útil do seu investimento. Do total de R$2,2 bi, apenas R$1 bi corresponde à venda de jogos, o equivalente a cerca de 10 milhões de unidades comercializadas. A transição entre gerações é, novamente, a explicação para este fenômeno, pois ao realizar a compra de um console

o consumidor em geral não fica com muito dinheiro para gastar em jogos. A tendência é que, em 2016, a venda de software volte a aumentar e a assumir papel de protagonista no mercado. Tendências Além da análise geral sobre a saúde do mercado de games, a lista da GfK também continha dados sobre quais jogos foram os mais vendidos em território nacional. A preferência do brasileiro, sem surpresas, recaiu sobre os jogos de futebol. Tanto a série FIFA, da Eletronic Arts, como Pro Evolution Soccer, da Konami, figuram no top 10 do ano. Segundo o artigo, jogos de esporte são a segunda categoria favorita do brasileiro, ocupando um total de 18% das vendas, e peredendo apenas para jogos de ação e aventura, com 44% do mercado. Vale lembrar, no entanto, que “ação e aventura” englobam um número muito maior de lançamentos, já que jogos de esporte normalmente se limitam às principais séries descritas acima, e as suas versões equivalentes para outras modalidades, como a NBA para o basquete e a NFL para o futebol americano.

No ano passado, gigante Nintendo anunciou que estava encerrando as atividades no Brasil. Segundo consultoria, saída da empresa não influiu diretamente na queda registrada


McDonalds e Burger King em nova rivalidade Jogada de marketing criativa do McDonalds chama a atenção na França, ao “apontar distância” para lanchonete rival O que você acharia se o maior rival da sua empresa, aparentemente num ato de loucura, passasse a indicar o caminho para a sua loja num outdoor? Estranho, não é? Pois bem, a cena descrita acima tornou-se realidade próximo à cidade francesa de Brioude. Lá, o McDonalds instalou um outdoor informando a distância e a melhor rota para se chegar ao Burger King mais próximo. O único senão, e a grande sacada da brincadeira, é que aquele que quiser comer um Whopper terá de enfrentar um longo, longo caminho: a lanchonete mais próxima fica a meros 258km de distância. O que, à primeira vista, parece uma ‘ajuda’ ao concorrente, rapidamente se transforma numa engenhosa jogada de marketing que serve um único propósito: mostrar a deficiência das lojas do rival

em território francês. Se ainda restasse alguma dúvida, ela é rapidamente dissipada pela presença de uma placa – bem menor – que aponta para o McDonalds mais próximo, a apenas 5km. Para não perder a viagem, o Burger King rapidamente respondeu com um vídeo que mostrava o fim do comercial do McDonalds. Um casal em viagem para no McDrive e pede apenas um café. Questionado sobre o tamanho, pequeno ou grande, o homem responde “grande”, pois ainda tem um “longo caminho a percorrer”. A câmera então muda para a parte traseira do carro, e mostra o casal voltando à sua viagem, enquanto a frase “apenas 253km restantes até ao Whopper” surgem na tela. Publicidade e rivalidade sadias que impressionam


A INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA N A S E S T R AT É G I A S D E C O N T E Ú D O por Rodrigo Carvalho Silveira O ano de 2016 ainda está começando e, no embalo das previsões de mercado, gostaria de lançar uma pergunta provocativa e, a meu ver, bastante pertinente ao que se vive nos tempos atuais: o que os gerentes de conteúdo precisam saber a respeito de tecnologia?

para que o conteúdo e a tecnologia andem de mãos dadas, uma vez que o processo de extração, segmentação e análise de dados envolve o uso de tecnologias bastante específicas e até então distantes do universo da comunicação e do marketing.

Em que momentos a tecnologia toca as estratégias de conteúdo

Dentre todas as novas possibilidades que a Era Digital trouxe ao contexto do marketing e, consequentemente, do marketing de conteúdo, o conceito de Big Data é o que melhor descreve esse desafio de garantir que informações relevantes sejam processadas de forma ágil e massiva para gerar recomendações estratégicas de negócio. O que não quer dizer que você precisa se tornar um Data Scientist ou um analista de Business Intelligence, mas considere adotar a premissa de que os

Já faz algum tempo que essas duas áreas - conteúdo e tecnologia - vêm aprofundando seu diálogo, e hoje não só as ações de publicidade e mídias sociais, mas todo o marketing digital tem sido guiado por uma mentalidade data-driven, isto é, uma visão orientada pelo uso de dados. Esse é um dos principais motivos


dados são cruciais para o seu trabalho daqui por diante, e que talvez seja uma boa hora de se reconciliar com os números e a matemática que você abandonou no colégio. Um curso introdutório de análises e métricas seria ótimo, um treino no Google Analytics também! Mas além dessa fase de pesquisa e interpretação dos dados, inúmeras outras atividades de marketing e conteúdo foram aprimoradas pelo uso das tecnologias. Partindo de uma leitura qualitativa de perfis de usuários e padrões de comportamento, os marketers podem identificar as melhores oportunidades de negócio, e até mesmo monitorar a relação dos usuários com os diferentes conteúdos publicados, agindo de forma precisa e pontual na oferta dos produtos ou serviços. Baseado nisso, o super-em-alta Inbound Marketing tornou-se um dos processos mais eficazes da atualidade, mas representa também uma das aparelhagens tecnológicas mais sofisticadas da internet. Imagine só o que um sujeito precisa saber para operar dezenas de métricas, em diferentes plataformas, criando regras de negócio para projetar as interações do usuário ao longo de uma jornada de compra e conduzi-lo até que ele se torne um lead qualificado (potencial comprador). Como se não bastasse, ele aprende com o pós-vendas a encantar seus clientes com o olhar fixo no reselling ou upselling. É claro que existem ferramentas especializadas que reúnem todas as fases desse processo em uma interface amigável, mas você há de convir comigo

Nas proporções da internet, manipular um imenso volume de dados extraídos de diferentes plataformas pode se tornar algo realmente trabalhoso. que o profissional que domina essa tecnologia não é o mesmo redator de antigamente, certo? Talvez nunca tenha sido, para dizer a verdade. E é isso que estamos discutindo aqui. Afinal, quem conhece à fundo os mecanismos envolvidos no Inbound Marketing, por exemplo, ou tem proficiência nas técnicas de SEO, Google Adwords, Facebook Ads, está familiarizado com as boas práticas de Landing Pages e E-mail Marketing, sabe alguma coisa sobre CRO e Split Test, alcança melhores resultados e cria estratégias de conteúdo mais efetivas, recebendo o devido destaque no meio. Mesmo aqueles que torcem o nariz para o Inbound Marketing, dizendo que essa “simples derivação do marketing” é mais uma buzzword (“modinha”), não podem negar a chegada abrupta da tecnologia no meio da comunicação e do marketing, sobretudo em função dessa outra expressão bastante conhecida no meio: automação de marketing. Para cada interação do usuário com a sua marca uma reação automática, um gatilho, a depender dos tipos de conteúdo acessados e do perfil do visitante: eis a mágica da tecnologia de automação do marketing.


Tudo isso mostra aos profissionais do conteúdo que não basta mais ser criativo e escrever bem, é preciso conhecer um pouco da tecnologia empregada para desenhar ações mais assertivas e impactantes.

A importância deste know -how para os profissionais de conteúdo Tá legal, vamos às importâncias e urgências da vida: sim, é importante para um estrategista de conteúdo compreender as tecnologias que sustentam o ecossistema de conteúdo, mesmo que isso signifique correr atrás do alucinante ritmo em que a tecnologia tem evoluído no âmago das empresas. Mas será que os seus companheiros de mercado estão fazendo isso? Pergunte a eles, mas eu posso supor que sim. Os estrategistas de conteúdo que conheço estão buscando acompanhar e se envolver com a tecnologia cada dia mais, para elevar suas estratégias e ações a um novo patamar. E é melhor você fazer o mesmo o

quanto antes, pois o cenário da tecnologia de conteúdo tende a se tornar ainda mais confuso antes que de ficar mais claro. Ok, não se desespere, se a sua pergunta é “o que preciso aprender de tecnologia para defender o sucesso da minha carreira como estrategista de conteúdo”? A resposta é: o máximo possível. Senão, é melhor você ter alguém de confiança para lidar com essa deficiência, pois ela será evidenciada ano após ano. (Pode se desesperar agora!)

Nas proporções da internet, manipular um imenso volume de dados extraídos de diferentes plataformas pode se tornar algo realmente trabalhoso. Não quero aterrorizá-lo sozinho, por isso, compartilho o que Ray Cheng, VP de Marketing da Contently, uma das principais empresas do mundo ligadas ao marketing de conteúdo, declarou nas predições para 2016: ‘agências criativas vão apostar, cada vez mais, em criar, se associar, ou comprar soluções de tecnologia de conteúdo para integrar sua oferta criativa tornando-a mais completa’. Traduzindo: a tecnologia não é o futuro apenas das agências de conteúdo, mas de todas as agências e


todas as atividades de marketing. Hoje mesmo, até as atividades mais simples como encontrar as hashtags mais populares sobre determinado tema ou os perfis mais influentes de determinado mercado, ações comuns no universo do conteudista, fazem uso da mais pura tecnologia. Daí por diante, otimizar a publicação e distribuição dos conteúdos produzidos, avaliar os resultados definindo boas práticas e automatizar a qualificação dos leads, apenas aprofundam essa relação do conteúdo com a tecnologia. Menos do que isso vai te mandar direto para a posição de um redator da velha guarda, que estará sujeito às regras traçadas por alguém que entenda um pouco mais de tecnologia. Se você se sente como um redator old school, ótimo! Não precisa se preocupar com tecnologia. Mas se você almeja um cargo estratégico em um time de conteúdo, melhor se inteirar do perfil a seguir. Qual é o perfil do profissional de conteúdo que sabe usar a tecnologia a seu favor Há uma luz no fim do túnel, claro! Afinal, eu não estaria aqui só para profetizar a obsolescência dos meus companheiros de profissão ou para anunciar minha própria ruína. Estou aqui para compartilhar o que já aprendi ao longo dessa jornada, e debater com você quais serão nossos próximos passos rumo à criação de uma categoria forte e vivaz de estrategistas de conteúdo brazucas.

Tá legal, sem mais blá blá blás, eis aqui as seis características que quero destacar na formação de profissionais de conteúdo que sabem usar a tecnologia a seu favor. Não são listas de ferramentas ou temas, são modos de pensar e agir comuns aos experts do mercado, e ao mesmo tempo são dicas valiosas que podem funcionar como uma excelente ajuda à sua carreira nesse ano. 1. Eles usam a tecnologia para entender o que motiva e o que convence as pessoas Criar conteúdo não é suficiente, tem que ser conteúdo útil que o público realmente quer. E os grandes nomes da estratégia de conteúdo sabem bem onde encontrar as informações certas para orientar a escolha dos temas, dos argumentos, da linguagem, dos canais, das abordagens, e por aí vai. A tecnologia pode reduzir o tempo e o custo das suas ações, antes mesmo de multiplicar os seus ganhos. Quando você notar que isso está acontecendo, significa que você aprendeu a ouvir o seu público, e que realmente encontrou o público que melhor funciona para você. Exercite essa visão tentando decifrar hábitos de leitura das páginas, caminhos de conversão, páginas de destino, influência de dados demográficos, entre outros. O valor da tecnologia e dos dados está muito além dos números que você enxerga em uma planilha.

2. Eles interpretam dados e tendências e os transformam em plano de ação Veja bem: ler os dados é diferente de interpretá-los. Você não precisa limitar sua análise a um contador de tráfego instalado no seu site. Os grandes estrategistas de conteúdo leem dados sobre o comportamento do seu público e sobre o crescimento do seu produto, mas também os interpretam de formas diferentes para identificar tendências e antecipar suas ações aos próximos movimentos do mercado. Os bons estrategistas de conteúdo são conhecidos por usar a tecnologia para coletar dados e por serem criativos na forma como eles usam esses dados para impactar suas próximas decisões. Tenha em mente duas perguntas: Quais dados você utiliza hoje? Como eles influenciam suas ações seguintes? Existem muitas fontes ao seu alcance que podem ser usadas para enriquecer a visão que você tem do seu público ou do seu produto.

3. Eles sabem o que está acontecendo em seu nicho Sim! A tecnologia pode e deve ser usada a seu favor para acompanhar novidades e capturar reações do mercado. Isto significa estar por dentro das novas ferramentas e funcionalidades, que se renovam a cada semana. Um novo formato de anúncio no Facebook? Opa, vamos descobrir como isso pode ser usado na nossa estratégia de conteúdo. Um case de conteúdo revelou novas táticas para medir o impacto de suas ações? Ótimo! Vou testar na minha planilha. Enfim, os mestres estrategistas de conteúdo são capazes de dizer o que aconteceu, o que está acontecendo, e o que vai acontecer a seguir. Não há tempo para cometer todos os erros, aprenda com os erros e com os acertos dos outros lendo e monitorando suas ações.

Para ver mais dicas, confira a matéria na página do LinkedIn do autor, Rodrigo Carvalho Silveira: https://www.linkedin.com/in/rodrigocsilveira

SOBRE O AUTOR Rodrigo Carvalho Silveira atua no planejamento de marketing digital com foco em estratégias de conteúdo e SEO, ajudando as empresas a ampliarem sua visibilidade e relevância no meio digital. https://br.linkedin.com/in/rodrigocsilveira


V I C E D O FA C E B O O K É PRESO NO BRASIL

Após anos de crescimento ininterrupto, setor apresenta queda de quase 7% Os primeiros dias de Março começaram muito movimentados. Isto porque uma ação da Polícia Federal na tarde do dia 1º culminou com a prisão de Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook na América Latina. A operação foi tomada a pedido da Justiça de Sergipe, e ainda está relacionada à questão da recusa do Facebook em compartilhar informações trocadas no WhatsApp por suspeitos de tráfico de droga. O Facebook, desde 2014, é dono do WhatsApp, após uma compra milionária, e descumpriu decisão judicial. Segundo informações, o caso tem a ver com uma investigação que acontece na cidade de Lagarto, a 75km da capital de Sergipe. De acordo com Aldo Amorim, membro da Diretoria de Combate ao Crime Organizado da

Polífica Federal, em Brasília, a investigação foi inicada em 2015 e desde então a recusa do Facebook vem obstruíndo o trabalho da polícia. O oficial ainda revelou que foram aplicadas multas gradativas, e que estas, com valor inicial de R$50 mil por dia, já chegaram ao teto de R$1 milhão/dia. Em resposta, o Facebook se monstrou desapontado pelo que considerou uma ação “extrema e desproporcional”. Na nota, a empresa afirma que o caso diz respeito ao WhatsApp, que “opera separadamente do Facebook”. E que “o Facebook sempre esteve e sempre estará disponível para responder às questões que as autoridades brasileiras possam ter”. Bloqueio do WhatsApp – Esta já não é a primeira polêmica envolvendo o Facebook e a Justiça Brasileira. No ano passado, um tribunal em São Paulo determinou a suspensão de 48 horas do aplicativo em todo o território nacional, conforme pode ser visto em matéria publicada na AC Digital #33.


CRÔNICA

CARLOS AUGUSTO BRUM

Parabéns Nesse 14 de fevereiro passado eu completei 29 anos (tudo bem você não ter me mandado nenhum presente, mas não esquece ano que vem). Comemorei mais um ciclo nesse mundo mas, de várias maneiras, também celebrei e agradeci por onde estou agora: cercado de bons amigos, dos melhores familiares, de pessoas que me amam e tentam me entender nas vezes que meu comportamento cai abaixo ou sobe além do esperado. E além de todas essas bençãos externas, também caminho através da melhor fase criativa da minha vida: já completei três livros em 2016 e trabalho no quarto. Alguns são trabalhos que vinham sendo feitos há tempos e, por coincidência, nasceram junto do ano novo. Outros nasceram do final de 2015 até agora. De qualquer forma, são trabalhos que me enchem de orgulho e satisfação. Desde que nasci, tenho nos livros a minha mais valiosa posse, a causa dos meus sonhos e meu destino favorito. Através dos meus textos e ilustrações eu busco criar algo de substância, de novo, de importante – de uma maneira ou de outra. Algo que meus leitores olhem como eu olhava aqueles livros que guiaram minha infância. Se tem uma coisa que eu quero muito fazer nessa vida, essa coisa é fazer muitos livros. É estranho pensar isso com tamanha clareza, porque muitas vezes é difícil saber o que pensar. Tem dias que parece que o mundo é indiferente ou cruel e minúsculo ou limitadíssimo. Nesses dias só vejo guerra, fome, doença, ganância, preconceito, mentiras e maldade eterna. Nesses dias o silêncio vem acompanhado de certezas e o som, de dúvidas. Nesses dias não existem sonhos. Nesses dias parece claro que todos estamos sozinhos e que a vida é um contra o outro: competição opressiva e agressões desmedidas. Nesses dias, saibam, é impossível fazer livros. Mais estranho ainda é que, em outros dias, o mundo é exatamente o contrário de tudo isso. Ele ama seus habitantes e é infinito em descobertas e novidades. Nesses dias só vejo paz, fartura, beleza, gratidão, opiniões racionais, sinceridade e eterna bondade. Nesses dias só existe música e seu eco, cada momento cravejado de boa fé. Esses dias são feitos de sonhos. Nesses dias parece claro que estamos nessa juntos e que a vida é união: competição libertadora e confiança inevitável. Nesses dias, saibam, é impossível não fazer livros. Parabéns para mim e parabéns para aqueles de vocês que me fazem acreditar que esse mundo não é feito de ódio, ressentimento e violência, mas sim de amor, esperança e paz. Parabéns para você que vai provar isso aos outros.

Contatos: carlosaugusto52@gmail.com | facebook.com/cadu.doslivros

Rolou no Confira alguns dos assuntos em voga na rede social

Trilha Sonora No “O Melhor do Marketing”, um debate chama a atenção para a importância na hora de escolher a música para a peça publicitária da sua empresa. A trilha sonora pode contribuir muito para o sucesso da sua peça!

Yahoo! No grupo “Digital Marketing”, um artigo que estipula que a gigante da internet,Yahoo!, que em tempos bateu frente a frente com o Google, pode estar se preparando para ser adquirida. Segundo relatos, a empresa estaria sondando o mercado, e teria até mesmo enviado documentos a requerer confidencialidade a possíveis interessados em participar da transação. Os últimos anos têm sido difíceis para o Yahoo!, que talvez encontre numa compra uma forma de se reinventar. O mundo dos negócios fica de olho naquele que deverá, certamente, ser mais um acordo multi-milionário.



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