Edição #36 Abril de 2016
A AC Digital completa o seu terceiro aniversário este mês. Confira um pouco mais sobre a trajetória da revista. Editorial e Pg. 20
MARÇO DE PROT ESTOS Confira o que aconteceu durante o mês de março, que ficou marcado como mais um importante capítulo na história da democracia brasileira
E MAIS:
PÁGINA 7
DEEPMIND VS HUMANIDADE: O duelo de Go entre IA e Lee Sedol que chocou o mundo
PG. 03
EDITORIAL
Índice
HÁ 3 ANOS O tempo passa sem darmos conta que ele passou, mas passou... Foi tão rápido quanto os fatos que ganham manchetes nos noticiários mundiais. Passam e nem deixam saudades, pois em pouco tempo nos habituamos com os novos fatos e esquecemos o passado próximo. Um passado que foi ontem. A internet fez isso, aproximou o planeta e propagou e democratizou a informação e o conhecimento. No conforto de casa temos acesso a tudo e podemos também emitir opinião através das mídias sociais. O Brasil aparece entre os primeiros em utilizar a ferramenta para a comunicação. É claro que o direito adquirido é para o bem e para o mal, como em tudo que conquistamos, mas ainda não dominamos e nem sabemos exercer. A democracia é feita de esforço diário de falar e ouvir, como aprender a andar. E tão bom poder estar presente em todos os lugares ao mesmo tempo e emitir opinião sobre todos os assuntos. Entender um pouco de tudo, falar com outras culturas, viajar sem sair de casa e tudo mais que o mundo virtual possibilita. Para aprimorar qualquer coisa tem que se exercer e não tolher o indivíduo. É bom lembrar sempre que o direito de um
termina quando inicia o do outro. Que o coletivo é mais importante que os direitos individuais. É inteligente querer o melhor para todos, não por ser bonzinho, é sim pelo simples fato que uma sociedade justa, com menos diferenças, produz cidadãos dignos, diminuindo a criminalidade e aumentado o bem estar social. A AC Digital acredita nisso e espera estar contribuindo para a propagação da informação que rola na rede e que tem importância para o coletivo. Acreditamos que a educação é a saída para uma sociedade mais justa. Ensinar a pescar é melhor que dar o peixe. É sabido que para quem tem fome o peixe é mais importante e urgente, mas para aquele que sabe a técnica nunca vai faltar o peixe. “Conhecer não é demonstrar nem explicar, é aceder à visão”. Antoine de Saint-Exupéry Quero agradecer aos colaboradores que confiam na publicação e disponibilizam gratuitamente seus conhecimentos para que sejam repassados fazendo uma corrente de multiplicação do peixe. Obrigado,
Google DeepMind
03
Março de Protestos
07
Vivo libera ligações Wi-Fi no país
11
Planos de Conteúdo, o método “Estevão”
14
Pegadinha de 1º de Abril acaba mal
18
3 anos de AC DIGITAL
20
Expediente Editor-chefe Augusto de Carvalho Textos Augusto de Carvalho Luis Gurgel Colaboradores Carlos Augusto Brum Rodrigo Carvalho Silveira Diagramação Luis Gurgel
Augusto de Carvalho Editor-chefe
DEEPMIND
Inteligência Artificial do Google disputa jogo de Go contra campeão mundial e sai vencedora Ao longo dos últimos 70 anos, a computação vem se tornando, cada vez mais, parte essencial das nossas vidas. Softwares mais e mais poderosos são criados, e, como consequência, se tornam mais e mais inteligentes. Em 1956, John McCarthy cunhou o termo “inteligência artificial”, que definiu como uma ci-
ência e engenharia capaz de produzir máqinas inteligentes”. De volta ao presente, é incrível ver o avanço neste campo, e para os aficionados do assunto, o mês de março foi uma grande demonstração disto, graças ao incrível duelo de Go, um jogo de tabuleiro chinês, entre o sul-coreano Lee Sedol, multicampeão
mundial, e o “Alpha Go”, um software de inteligência artificial desenvolvido pelo Google.
Lee Sedol, durante uma das partidas disputadas. Campeão afirmou que vitória que conseguiu no terceiro jogo é uma das mais especiais de toda a sua carreira e que a não a trocaria por absolutamente nada.
O encontro foi organizado pelo Google, para testar os avanços feitos na engenharia do Alpha Go, um programa criado pela equipe do “Google DeepMind”. Realizado em Seoul, foram realizados cinco jogos em dias diferentes, e o vencedor do confronto levaria para casa 1 milhão de dólares. O oponente da IA, Lee Sedol, é um dos jogadores de Go mais conceituados do mundo, tendo conquistado mais de 18 títulos internacionais na sua carreira, atrás apenas do derrotar o oponente. Porém, isso não se seu maior rival, Lee Chang-ho, com 21. verificou, logo a partir do primeiro jogo. Apesar de parecer exercer controle duAntes da partida, Sedol se mostrou rante grande parte do jogo, durante os confiante, reconhecendo os avanços fei- últimos vinte minutos a IA Alpha Go tos pela equipe do DeepMind, mas afir- conseguiu uma reviravolta e acabou por mando que tinha total capacidade de forçar o seu oponente humano a desistir.
Ao fim do primeiro duelo, Lee admitiu ter cometido um pequeno erro no início da partida, e que o seu oponente soube trabalhar, inclusive realizando uma jogada que classificou como algo que “nenhum oponente humano jamais teria feito”. Já calejado sobre o potencial do seu oponente, Lee entrou no segundo jogo mais preparado. No entanto, novamente, isso não foi suficiente.Alpha Go também venceu o segundo confronto, e, segundo o sul-coreano, de forma ainda mais clara do que o primeiro. Segundo Sedol, o computador jogou o que quase poderia se considerar uma “partida perfeita”, afirmando que em nenhum momento de todo o duelo se sentiu confortável ou com hipóteses de retomar a liderança. O terceiro jogo, novamente, seguiu um script similar, com personalidades do mundo do Go afirmando que a performance da inteligência artificial, no terceiro embate, retirou qualquer dúvidas sobre a sua habilidade. A grande surpresa, no entanto, veio no quarto jogo. Já derrotado, com o placar marcando 3 a 0 para Alpha Go, Sedol decidiu adotar uma estratégia diferente. Para esta partida, o sul-coreano
decidiu jogar seguindo uma estratégia mais extrema, conhecida como ‘amashi’, que consiste em atacar diversas partes do tabuleiro ao mesmo tempo, em vez de focar-se no centro e construir uma vantagem gradativamente. A grande vantagem do ‘amashi’ é que força o oponente a jogar, também, de maneira mais arriscada, algo que AlphaGo poucas vezes demonstrou, já que o seu estilo de jogo se concentra em, pouco a pouco, conseguir pequenas vitórias no tabuleiro e aumentar a sua vantagem lentamente. Apesar dos riscos associados com este método, no fim, a decisão de Lee acabou por ser acertada, e a humanidade conseguiu a sua vitória contra a máquina. Num jogo que outros profissionais de Go descrevem como algo que irá entrar para a história, Sedol forçou a máquina a cometer diversos erros, e apesar de ter lutado bravamente, uma vez que calculou que as suas chances de vitória estavam abaixo de 20%, o AlphaGo pediu desistência, como programado para tal. Após o jogo, Sedol se desculpou por ter subestimado a máquina, e revelou que sabia que, mais cedo ou mais tarde, estava preparado para algo assim. No entanto, enalteceu a individualidade do ser
Única vitória de Sedol levou 180 turnos. AI desistiu após calcular chances de vitória abaixo de 20%
humano e a capacidade de amar o jogo, algo que, por melhor que a AI jogue, não é algo que ela consiga emular. Além disso, ressaltou que a sua única vitória, no quarto jogo, tem um significado muito especial para ele, e que não “a trocaria por nada no mundo”. Tanto as comunidades de Go como os estudiosos de Inteligência Artificial ao redor do mundo se mostraram surpresos com os resultados. Para os pesquisadores, algo assim só seria possível nos próximos cinco a dez anos, e os avanços demonstrados pela equipe do Google são incríveis. Além disso, as vitórias obtidas pelo AlphaGo fizeram com que certos grupos começassem a discutir que, talvez, seja a hora da humanidade começar a discutir preparações para o impacto futuro que a inteligência artificial possa causar na sociedade. Stuart Russell alertou que é necessário garantir que a inteligência artificial fique sempre “sob controle dos humanos”, talvez relacio-
nado com as teorias de certos teóricos, como Stephen Hawking, que acreditam que, no futuro, este tipo de software, que está sempre aprendendo, possa de fato gerar uma inteligência generalizada, resultando num domínio das máquinas sob os homens. Esta teoria, no entanto, é descartada por outros pesquisadores, que afirmam que “senso comum” e outras qualidades dos humanos não podem ser reproduzidas. Roteiro de ficção científica à parte, com a vitória do AlphaGo, o prêmio de um milhão que estava em disputa foi doado para instituições de caridade, assim como associações de go espalhadas pelo mundo. Além disso, em resposta aos resultados obtidos, um boom de pesquisas dentro da inteligência artificial parece ter começado. O governo sul-coreano, por exemplo, anunciou no último dia 17 de março que iria investir mais de 800 milhões de dólares em pesquisa na área, ao longo dos próximos cinco anos.
GO Com origem na China antiga, Go é um dos jogos de tabuleiro mais antigos da humanidade. Estima-se que tenha sido inventado há mais de 2500 anos. Apesar de possuir regras mais simples do que o xadrez, o jogo é considerado como sendo mais complexo, por conta do tamanho do tabuleiro, que permite estratégias mais diversas e jogos mais longos, que podem levar a erros. O objetivo do jogo é utilizar as pedras de forma a criar ‘territórios’ no tabuleiro. O vencedor é aquele que conseguir dominar a maior área ao fim das jogadas.
MARÇO DE PROTESTOS Investigações da Lava-Jato voltam a mergulhar país em estado de protesto
O mês de março de 2016 ficará marcado por nova onda de protestos que tomou as ruas, assim como manobras políticas que irão, certamente, ingressar
nos livros de história num futuro breve. A crise que afeta o país aliado aos constantes escândalos de corrupção fez com que, no último dia 13 de março, cida-
des brasileiras parassem para irem às ruas protestar em defesa de um futuro melhor para a nação. Segundo contas da Polícia Militar, o movimento juntou mais de 3.3 milhões de brasileiros. A insatisfação, é claro, já vem de muito tempo. A própria AC Digital já havia reportado em outras manifestações, como as que ocorreram em 2013, e, desde então, a melhora no estado do país que tantos anseiam não ocorreu. No entanto, com as recentes investigações da Lava-Jato, e a suposta ligação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao esquema de corrupção, os protestos ganharam nova força. Por meio da hashtag #VemPraRua, a Internet serviu de campo de divulgação para o movimento, que colocou mais de 500 mil pessoas apenas na Avenida Paulista, em São Paulo. Durante os dias que se seguiram, a cobertura jornalística foi incansável, com blogs, redes sociais, telejornais e tantos outros veículos de comunicação do país oferecendo todos os detalhes do que acontecia. A imprensa internacional, que já estava em solo nacional para cobrir as Olimpíadas, mudou de foco. Alguns dias depois foi a vez da massa pró-governo tomar as ruas em defesa do ex-presidente e da atual, Dilma Rousseff, que está sendo alvo de um processo de impeachment. O processo aguarda julgamento e pode sair a qualquer momento dependendo do andamento na comissão formada pelos parlamentares. Tal como no primeiro evento, a internet serviu como base para recrutar pessoas que quisessem se aliar ao movimento, que também reuniu milhares de pessoas em várias capitais do Brasil. Segundo levantamento do G1, os atos reuniram
Lula e Dilma foram os principais alvos das manifestações. Atual governo coleciona recordes de rejeição por conta de crise econômica e casos de corrupção
275 mil pessoas, na conta da polícia, e 1,3 milhão, na conta dos organizadores, em 55 cidades de todos os estados e no Distrito Federal. Independentemente da vitória de um protesto sobre o outro, com o manifesto contra o governo alcançando números muito mais expressivos do que o pró-governo, o fato é que ambos serviram para demonstrar uma grande polarização nas opiniões. A internet, com as redes sociais, sendo o maior exemplo disto, transformou-se num espelho da confusão que atualmente paira sobre o país. Nos últimos meses, para quem utiliza o Facebook, certamente acabou por presenciar não uma, não duas, mas inúmeras discussões entre parentes, familiares, amigos e afins sobre o atual estado do país. E, embora alguns estejam é simplesmente desacreditados do todo, a verdade é que a polarização entre “governo” e “oposição” (que, para muitos, ainda é sinônimo de PSDB) foi um dos grandes ingredientes que fez e ainda faz a fogueira queimar no ambiente online. Isto nota-se entre os textos publicados por cidadãos, mas também na cobertura midiática que os eventos receberam, que foram alvo de muitas análises durante o período.
história. Da mesma forma, a cobertura do Jornal Nacional dos dois protestos, foi outra que sofreu fortes críticas. Durante o dia 13, quando as ruas foram tomadas por manifestantes contra o atual governo, o programa apresentou-se dinâmico, com presença nas ruas, dando grande foco a entradas ao vivo e gastando quase todo o seu tempo cobrindo os fatos que se desenrolavam por todo o país. Alguns dias depois, se tratando do protesto a favor do governo, após uma breve entrada ao vivo, o jornal passou a destacar, novamente, gravações já conhecidas de Lula, que haviam sido divulgadas pelo juiz Sérgio Moro, em detrimento dos fatos que estavam acontecendo ao vivo.
Do outro lado, é claro, ocorreram situações similares. Os áudios que foram divulgados por Moro, por exemplo, e que traziam declarações no mínimo desconcertantes, eram avaliados por outra luz, com alguns sites chegando mesmo a acusar outros veículos de comunicação de manipulá-los. Além disso, é claro, estabeleceu-se um jogo debate e rebate entre veículos em posições opostas na balança política, o que, novamente, serviu para dar ainda mais fôlego à repercussão nas redes sociais. Um defensor do governo colocava a notícia X, e prontamente surgia alguém a favor do imRevistas como a VEJA, por exemplo, peachment com um link que desaprodemonstram estar plenamente compro- vava Y, ou vice-versa. Isto tudo, é claro, metidas com o processo de impeach- enquanto ambos os lados se tratavam e ment da presidente e contra o ex-presi- se enxergavam através de termos como dente Lula, com capas trazendo matérias “coxinhas” e “petralhas”. exclusivas que detalhariam, até, os planos de fuga do mandatário para a Itália caso Em entrevista a BBC Brasil o histoa investigação fechasse o cerco sobre ele. riador José Murilo de Carvalho reflete A matéria repercutiu de tal maneira que o momento atual do país. Segue um trea própria Embaixada Italiana, no Brasil, cho da entrevista: “Nos 127 anos da precisou vir a público para desmentir a República, houve dezenas de revoltas,
Para o historiador José Murilo de Carvalho, apesar dos avanços alcançados nos últimos anos, Brasil ainda é um dos países mais desiguais do mundo, o que origina este período marcado pela radicalização das ideias. guerras civis e vários golpes com o envolvimento dos militares. Desde 1930, de 14 presidentes (incluindo a atual), apenas oito foram eleitos diretamente. Destes, só cinco completaram os mandatos. Isso não é nada animador. E essa é mais uma das inúmeras crises de nossa claudicante República. O regime foi introduzido há 127 anos mas ainda não faz jus ao nome de República democrática. Pelo lado da inclusão política, até 1945 apenas 5% da população votavam. Pelo lado da inclusão social, o grande salto foi dado durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945) com a introdução da legislação trabalhista. Mesmo com os avanços do governo Lula, agora sendo revertidos, ainda somos um dos países mais desiguais do mundo. Os governos militares, por sua vez, não restringiram o grande aumento do eleitorado, mas impediram a formação de lideranças democráticas
capazes de dar conta do grande aumento de participação, além de destruírem os valores republicanos da boa governança. A radicalização política e a intolerância chegaram hoje a um ponto perigoso. Não há mais debate, apenas bate-boca e gritaria. Neste cenário dominado pelas paixões, tudo pode acontecer, mesmo um sério conflito social. Um impeachment não vai resolver a situação. Mudarão os lados, mas o conflito político continuará e a crise econômica não será resolvida. Não há, a meu ver, uma saída sem custos para a crise”. O que o historiador resume em entrevista é um pouco o sentimento dos brasileiros. O processo vai ser amargo, mas temos que passar para evoluir. Refletir é a palavra chave. Democracia é sinônimo de liberdade de pensamento e consequentemente divergência de ideias.
VIVO LIBERA LIGAÇÕES P O R W I - F I N O PA Í S Medida está disponível para clientes com iPhones e pode ser boa aposta para reduzir a conta no fim do mês Quem acompanha o mercado dos telefones sabe que, para muita gente, os aparelhos iPhones, da Apple, são conhecidos por sua excelência e pelo seu alto preço. Este preço salgado, inclusive, rende
críticas de muitas pessoas, que afirmam que outras opções no mercado oferecem melhor relação de custo e benefício. Porém, quem paga caro acaba por ter vantagens, e os clientes da Vivo que possuam
um iPhone receberam uma boa notícia no mês passado: a operadora passou a liberar chamadas a partir de Wi-Fi desde o último dia 21 de março. Para usar o recurso, basta fazer a atualização do sistema operativo para a versão 9.3 e ativar a opção nos ajustes do celular, na categoria “Telefone”.
Outra vantagem desta nova funcionalidade é que, ao precisar realizar uma chamada internacional, o cliente que utilizar uma rede wi-fi para a chamada ficará isento de pagar as taxas de roaming. Assim, o custo será o equivalente ao preço de uma ligação local, gerando boa economia.
Na prática, esta nova função é parecida ao que o WhatsApp já permite fazer, ao realizar chamadas através de uma rede de internet sem fio. Da mesma forma, o utilizador também poderá enviar mensagens de texto para clientes de outras operadoras. Com este novo recurso, o usuário ganhará mais tranquilidade e opções na hora de realizar chamadas, pois há lugares onde o sinal de telefona da Vivo pode não funcionar mas que, ainda assim, têm acesso a uma conexção wi-fi. Assim, um lugar que antes não possuía conectividade agora oferece alternativa ao cliente.
No que diz respeito aos restantes preços, o serviço será tabelado de acordo com os preços estipulados para o plano que o cliente optar, tanto no pré como no pós-pago. A Vivo, que é a pioneira no serviço dentro do Brasil, é conhecida por criticar serviços conhecids como OTT, ou Over the Top. Estes são aplicativos e programas que funcionam com o serviço disponibilizado pelas operadoras como base, mas que conseguem fugir dos impostos que são cobrados a essas empresas. É o caso do WhatsApp e do Viber, por
WhatSim: Cartões liberam WhatsApp em mais de 150 países no mundo e são opção econômica para quem viaja com frequência
exemplo. A chegada deste novo recurso pode ser visto como uma resposta da empresa, que espera, assim, fazer com que seus clientes passem a optar pela alternativa padrão da própria Vivo. WhatSim Se as operadores se movem para tentar combater o avanço do WhatsApp, o contrário é igualmente verdade. Com a tendência cada vez maior das pessoas em priorizarem aplicativos de mensagens em detrimento dos SMS e chamadas normais, algumas empresas já viram no WhatsApp uma oportunidade de negócio. É o caso da italiana Zeromobile, que lançou no mercado o Whatsim, um chip especial que permite o uso limitado do aplicativo em mais de 150 países. O preço é em camarada: 10 euros, algo como 40 reais, por um ano de uso. Além disso, de olho no mercado emergente, que é um espaço de crescimento constante na telefonia, o WhatSim já deitou planos para o futuro. De acordo com a Zeromobile, existe um projeto para o lançamento de uma versão especial do chip para países mais pobres, onde o preço, já reduzido, seria ainda mais acessível. Quem utiliza o WhatSim não tem cobranças adicionais. No entanto, vale destacar, o chip funciona apenas para o envio de mensagens de texto.Vídeos, fotos e clips de voz necessitam de recarga. De acordo com a empresa, o produto é pensado especialmente no público que viaja constantemente para outros países, pois ao utilizar o WhatSim, o cliente não precisa adquirir um chip local para poder se comunicar.
APADRINHE
UMA CRIANÇA
MUDE
UMA VIDA mudeumavida.org.br
O M É T O D O ‘ E S T E VÃ O ’ D E A R R U I N A R UM PLANO DE CONTEÚDO por Rodrigo Carvalho Silveira Recentemente, descobri que o Estevão, um velho amigo da faculdade, decidiu jogar o crachá de jornalista de veículo para o alto e apostar em uma carreira de celebridade da internet. Assim como tantos outros profissionais, de diversos segmentos, ele descobriu que o vasto universo da internet reservava muitos cliques e elogios ao seu jeito idealista de escrever. Acontece que em pouquíssimo tempo a conta bancária do Estevão se esvaziou, e antes mesmo que seus textos ficassem famosos, e que ele pudesse rentabilizar todo o sucesso de seus artigos, sua caixa de correios se encheu de boletos e contas a pagar.
Isso não foi suficiente, é claro, para que ele desistisse do sonho de se tornar um articulista famoso e ‘ganhar a vida criticando a vida’. Mas, às vezes, precisamos trilhar o caminho mais longo, e a estratégia de Estevão sofreu um pequeno ajuste de rota: ele agora precisava arranjar um emprego o mais rápido possível. O Estevão é um cara determinado, tomou um empréstimo no banco, inflou os pulmões e disse decidido: “estou publicando todos os dias, agora é só esperar que a pessoa certa leia um de meus textos e pronto, serei contratado por uma grande empresa. O Linkedin está cheio disso”. postagens e do invejável engajamento No começo, publicou algumas críti- de seus leitores, o Estevão estava cada cas aos veículos de comunicação, depois dia mais pobre e endividado, já tinha questionou a participação das empresas até se esquecido de seu objetivo inicial: no meio político e, por fim, rebelou-se “tornar-se um articulista famoso”. Ele contra o modelo tradicional de empre- não era famoso, e muito menos atraía a go e de carreira e de tudo. De repen- atenção dos investidores de mídia, pois te, tudo parecida estar dando certo, ‘quem fala de tudo um pouco não fala quanto mais amplo era o tema es- de nada direito’. colhido pelo Estevão, maior era a repercussão do artigo. O sucesso de Estevão e a farsa da grande audiência Depois de alguns meses, Estevão encontrou a fórmula perfeita para os títulos mais genéricos e atraentes do mundo e pronto, deslanchou. Seu canal tem dezenas de milhares de assinantes e cada novo post recebe uma chuva de comentários positivos manifestando apoio aos julgamentos que ele transcreve. No que isso ajudou o Estevão a ganhar dinheiro? Em absolutamente nada. Apesar da enorme audiência de suas
[...] quem fala de tudo um pouco não fala de nada direito [...] Na semana passada soube que ele aceitou um cargo em uma pequena assessoria de imprensa na zona Sul e acabou deixando o sonho de ser celebridade para mais tarde.
Empresas que fazem marketing de conteúdo como o Estevão
listas e títulos apelativos; - Acreditar que ‘audiência’ é sinônimo de sucesso do conteúdo.
A crônica sobre a jornada do Estevão parece tão despretensiosa quando um comentário de elevador, mas para os olhares mais atentos ela conta a metáfora de uma das mais tradicionais rotas de fracasso das empresas que investem em estratégias de marketing de conteúdo sem antes lançarem um olhar estratégico sobre sua audiência.
Esse último equívoco da lista, em especial, é como uma praga que assola até mesmo as boas safras de conteudistas. Todo mundo pensa que tráfego é sinônimo de audiência e que esta, por sua vez, é um termômetro direto do sucesso no conteúdo.
Sim, eu sei, estamos cansados de fazer esse alerta, todo o mercado de marketing de conteúdo fala sobre a importância de conhecer a fundo o público da marca, mas as empresas erram e erram feio. Erram e não percebem no que estão errando, assim como o Estevão, que via sucesso nos contadores de audiência e fechava os olhos para o rápido esvaziamento de sua poupança. A interpretação da metáfora revela que o Estevão, assim como as empresas que investem mal em marketing de conteúdo, cometeu sucessivos erros de estratégia, dentre os quais merecem destaque esses: - Começar sem ter um plano de ação; - Apostar em resultados urgentes; - Ignorar a leitura das métricas; - Não testar novos formatos e canais; - Trocar de objetivos no meio do caminho; - Confundir ‘publicar mais’ com ‘publicar melhor’; - Achar que ‘inbound’ é esperar que o lead venha até você; - Criar pautas muito amplas, sem personas definidas; - Fazer uso de manchetes sensaciona-
[...] todo mundo pensa que tráfego é sinônimo de audiência [...] Não é verdade! Ampliar a sua audiência e conquistar volume de tráfego pode ser uma coisa boa, se (e somente se) ali estiverem alguns dos seus perfis de público-alvo, ou personas. Caso contrário, isso só dilui o impacto de suas ações. Ajustando o foco da sua audiência Quem aposta na criação de conteúdo para conquistar visibilidade tem que saber exatamente com quem deseja falar, e manter seus objetivos sempre à vista. Nada contra as celebridades da internet, muito menos contra os belíssimos textos do Estevão, mas para eles o conteúdo é o fim e não o meio. Poderão ganhar rios de dinheiro com anúncios e publi-editoriais, como fazem as blogueiras de moda, mas não servem de inspiração para a construção de uma audiência qualificada.
Se o seu objetivo é ampliar sistematicamente a audiência, prepare-se, isso pode se tornar um problemão. Ser visto por todo mundo pode ser terrível se essa audiência nada tem a ver com os seus objetivos de negócio ou de carreira.
O princípio da fábula do Estevão é o mesmo. E o seu relatório de social media deve guardar também um bom legado dessa Era dos Likes.
Um dos fatos mais marcantes sobre essa miopia tráfego x audiência, e que comprova os deslizes do Estevão, ocorreu em meio a um severo corte de audiência que o Facebook impôs às páginas de empresas há uns dois anos, levando muitas marcas a desenharem ações para se livrarem do número excessivo de fãs. Sim, enquanto boa parte das agências preenchia seus relatórios com a falácia das “curtidas”, e algumas empresas inflavam seus egos com a “compra de fãs”, houve quem dispensasse publicamente seus falsos admiradores, simplesmente porque valia mais interagir e engajar o público certo do que ter milhões de seguidores que nunca iriam rentabilizar ou recompensar o trabalho das marcas.
Se a ideia é massagear o seu ego ou vender anúncios baseado em volume de impressões das suas páginas, ótimo!, mantenha o foco na ampliação do tráfego a qualquer custo, faça ao maior estilo Catraca Livre de ser (desculpe, Dimenstein). Mas se quiser construir uma ótica de conteúdo para resultados, recolha o seu ego, restrinja o seu público e ponha foco total na audiência certa. Se precisar de ajuda, conte comigo, tenho alguns materiais para compartilhar e boas leituras para indicar. ;)
Conclusão
SOBRE O AUTOR Rodrigo Carvalho Silveira atua no planejamento de marketing digital com foco em estratégias de conteúdo e SEO, ajudando as empresas a ampliarem sua visibilidade e relevância no meio digital. https://br.linkedin.com/in/rodrigocsilveira
PEGADINHA DO GMAIL DE 1º DE ABRIL CAUSA PROBLEMAS Botão “Mic Drop”, colocado como brincadeira de 1º de abril, causa transtornos a usuários Quem lê a AC Digital certamente sabe que o dia 1º de abril, conhecido como o Dia das Mentiras, ganhou nova vida nos últimos anos como uma interessante ferramenta de marketing. Cada vez mais as empresas buscam ser criativas e fazer brincadeiras originais
para os seus usuários nesta data. Em 2016, o Google, como sempre, atacou em várias frentes. Uma delas, no entanto, acabou por sair pela culatra. O serviço de email da companhia, o Gmail, substituiu o botão de “Enviar e Arquivar” por um
botão diferente, chamado de “Mic Drop” (derrubar o microfone). Para quem não conhece, o ato de derrubar o microfone é uma brincadeira que se popularizou na internet por conta das personagens “Minions”, de uma animação infantil (imagem ao lado). Um dos Minions joga o microfone no chão e sai de palco, dando a entender que a resposta que recebeu era tão boa que não teria como rebatê-la, um sinal de desistência. Mas, então, o que este botão “Mic Drop” fazia? Simples. Em vez de enviar e arquivar as mensagens, o Mic Drop enviava um GIF do Minion representando a cena descrita acima. E, não obstante, bloqueava qualquer outra mensagem do remetente durante o resto do dia, fazendo com que você não pudesse receber nenhuma resposta da pessoa. Na teoria, uma brincadeira inocente, mas que na prática acabou por gerar diversos problemas. Muitos profissionais, habituados a utilizar o botão de Enviar e Arquivar, sequer pestanejaram ou repararam que o botão havia sido trocado. Por força
do hábito, simplesmente clicaram onde normalmente clicam para enviar suas mensagens de trabalho. Ao acordarem no dia seguinte, vários foram os relatos de pessoas que acabaram por perder os seus empregos ou sofreram reprimendas de seus empregadores, que acharam que estavam sendo desrespeitados. No fórum do Gmail, por exemplo, o escritor Allan Pashby afirma ter sido demitido após ter enviado o GIF para a sua editora sem querer. “Sou um escritor e tinha um deadline para cumprir. Enviei os artigos à minha chefe e não recebi qualquer retorno. Posteriormente, descobri que ela levou a mal o envio do GIF e pensou que tinha insinuado que as suas sugestões eram insignificantes” – relata Pashby. Em resposta às críticas, o Gmail retirou a funcionalidade do ar e divulgou uma nota. A empresa, ao se desculpar, afirma “ter feito uma pegadinha com eles mesmos neste ano”. E que “por conta de um erro, o recurso ‘Mic Drop’ causou mais dor de cabeça do que risadas.”
Botão do “Mic Drop” causou dores de cabeça: usuários que clicaram nele sem perceber a mudança relatam vários problemas em seus empregos, alguns tendo sido demitidos
36 EDIÇÕES DE SUCESSO Ao longo destes 36 meses, a AC Digital mudou, cresceu, e acompanhou os acontecimentos que vêm moldando a sociedade brasileira e do mundo. Em 2015, passaram por nossas páginas temas como a polêmica em volta das novas regulações da Internet, representadas por casos como o bloqueio do WhatsApp no Brasil e a batalha judicial entre FBI e a Apple nos EUA. Também merece destaque o projeto de lei brasileiro que visa aumentar o nível de monitoramento dos internautas nacionais. Ou então a incrí-
vel batalha de marketing entre McDonalds e Burger King, por exemplo, que, em diversas ocaisões, protagonizaram embates divertidos e criativos, que mostram a forma da comunicação no mundo atual. No ritmo de constante evolução, nós da AC seguimos com o nosso trabalho. Por fim, resta apenas agradecer aos leitores e aos nossos colaboradores, pois são eles a razão de tudo, e quem torna a realização do projeto tão prazerosa. Obrigado, e que venham mais anos!
CRÔNICA
CARLOS AUGUSTO BRUM
Moleque atrevido Eu detesto a mentalidade de castas. Tenho ambos os pés atrás com quem se acha superior por ser isso ou aquilo ou sabe-se lá o quê – rico, ateu, sindicalista, colecionador de selos, torcedor do Íbis ou convicto elitista de tal crença. É o máximo ter amigos para defender casos e causas, mas me oponho a essa necessidade de se focar nas diferenças, sendo que o que nos inspira e eleva é exatamente aquilo que temos em comum. Esse sentimento de Clube do Bolinha muitas vezes se apresenta em níveis bastante pessoais na inveja e no desmerecimento daqueles que conquistaram coisas diferentes das suas. Aparece então o sussurro da calada da noite que, como cantava Raul Seixas, “convence as paredes do quarto e dorme tranquilo, sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo”. O difamador sentencia: “Ah, ela se formou em tal curso, mas foi naquela faculdade péssima e caríssima. Sim, é bonita, mas se veste muito mal. Apesar de suas conquistas, é bastante limitada... É, eu poderia ter feito melhor!”. Esse ódio cego por alguém, internalizado pelo resmungo na solidão do quarto ou divulgado pelo grito no picadeiro da rua, nasce da mais pura insegurança de si. É caricato, mas extremamente humano se agarrar a um conceito exterior para afirmar sua própria identidade e legitimar sua existência. O psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi (nem tente falar em voz alta!) defendeu a ideia de “fluir” em vários de seus livros sobre psicologia positiva. Segundo ele, uma vida de profundo envolvimento com algum ofício ou objetivo é a chave para a felicidade – especialmente quando isso exige trabalho árduo, sacrifício, paciência, confiança e perseverança. Ao trilhar esse caminho de forma plena, encontramos uma solução ao problema proposto: perdemos o medo do diferente. A arrogância contra aquele que é considerado inferior some. A inveja daquele que é visto como superior é superada. Nesse admirável mundo novo construído por um posicionamento positivo, quem era esquisito se torna uma possibilidade de entender outro ponto de vista ou de aprender algo novo. O ex-inferior vira um aluno em potencial, alguém para estender seu conhecimento e compartilhar momentos de felicidade apreciando seu tesouro mais precioso. O antigo superior agora é um professor e um exemplo a ser observado e seguido. Então, em um mundo de proclamações de felicidade plena em linhas do tempo regidas por pessoas miseravelmente infelizes... Em um simulacro habitado por tolerantes apologéticos de si e preconceituosos algozes do outro... Em um país assolado por egoísmo e corrupção, dissidências e delações, factoides e desculpas esfarrapadas... Cuidar da própria vida de forma dedicada, íntegra, humana e honesta é um ato necessário de valiosa rebeldia. No fim, é como canta Jorge Aragão: “respeite quem pôde chegar onde a gente chegou”. Parabéns, AC Digital, pelos 3 anos de excelência! E nesses corajosos exemplos aprendemos: se você ainda não chegou lá, inspire-se nos bons exemplos e comece a fluir.
Contatos: carlosaugusto52@gmail.com | facebook.com/cadu.doslivros
Rolou no Confira alguns dos assuntos em voga na rede social
Marketing Móvel No “O Melhor do Marketing”, um debate começou após a postagem de um infográfico que classifica o marketing mobile como o futuro da área. Confira para descobrir as informações acerca deste campo a ser explorado!
Snapchat Uma pesquisa divulgada no grupo “Digital Marketing” traz um curioso fato: o Snapchat já ganhou a preferência dos jovens americanos sob o Facebook. A rede social de Zuckerberg, há muito tempo, vem lutando contra um processo de ‘envelhecimento’ do seu público, com adultos cada vez mais utilizando-a. Isto gera algum desconforto nos mais jovens, que buscam alternativas ao site, pois preferem manter suas vidas online afastadas de membros familiares mais velhos. O Snapchat, com a sua peculiaridade de apenas manter as postagens visíveis por tempo limitado, parece agradar.
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