Revista AC Digital #39

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Edição #39 Julho de 2016

BREXIT Reino Unido vota por saída da União Europeia e põe futuro do sonho europeu em risco

PÁGINA 11 INTERNET LIMITADA? OPERADORAS DO BRASIL TENTAM INCLUIR FRANQUIAS DE CONSUMO DE DADOS E CAUSAM POLÊMICA COM USUÁRIOS

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NOVIDADES DA E3 MAIOR FEIRA DE ENTRETENIMENTO DO MUNDO VOLTA E TRAZ TODAS AS NOVIDADES DA REALIDADE VIRTUAL, QUE CHEGA PARA FICAR

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EDITORIAL REFLEXÃO Estava pensando sobre a importância que damos a títulos. No caso dos políticos, antes de eleitos, são pessoas comuns. Que vivem no meio do povo e se mostram como igual a qualquer cidadão. Depois de eleitos, ganham uma notoriedade e não mais são visto em lugares públicos, salvo interesses individuais. Passam a ter direitos a mordomias que nenhum brasileiro tem. Inclusive, a estes, os tais brasileiros, só restam obrigações. Outro dia, indo em direção a Zona Sul do Rio de Janeiro, no viaduto que leva ao túnel Santa Bárbara, o que aconteceu exemplifica bem o que falo. Como quase sempre na parte da manhã o trânsito é caótico e engarrafado. Escuto uma sirene e pelo retrovisor vejo batedores da Polícia Militar vindo em minha direção. Os pobres mortais, os tais brasileiros, estavam todos resignados a esperar o nó desatar para andar. Mas a pessoa ”superior” que estava no carro de chapa branca, com vidros escuros, proibido pelo Código Nacional de Trânsito, não poderia ficar ali parada esperando. Como não movimentei meu carro, nem para direita e nem para esquerda, para dar passagem, um dos policiais, em cima da moto veio em minha direção e meteu o pé no para-brisa. Como se eu tivesse cometido algum delito ou infração gravíssima. Ao ver no banco do carona a minha mãe, uma senhora de 90 anos, acho que se arrependeu. A comitiva passou com a autoridade. Pre-

potência é o mínimo que posso chamar o fato ocorrido. Quando fico sabendo que o Eduardo Cunha, mesmo afastado da presidência da Câmara dos Deputados, custa para os cofres públicos em torno de 500 mil reias mês, fico perplexo. Principalmente sabendo que o país está mergulhado numa crise financeira e que o valor poderia estar alimentando muitas famílias. O desemprego é o lado mais cruel dos chamados “erros cometidos”. E se fizermos uma conta rápida, pensando num salário de 2 mil reias, o dinheiro de Cunha daria para colocar alimento na mesa de 250 trabalhadores ou seja de mil pessoas, se considerarmos uma família com dois filhos . É para pensar! Tantas notícias em nosso país de desvio de conduta, corrupção, etc. O sentimento de “impotência” perante os últimos fatos é uma doença que o cidadão brasileiro vem sofrendo e sem cura conhecida. O remédio é amargo que iremos tomar nos próximos anos, mas para quem tem esperança, a recuperação moral virá quando repensarmos o país e tomarmos as rédeas dos nossos direitos e deveres. A doença por que passamos pode não ter sido diagnosticada por ser complexa, mas é uma epidemia que o Juiz Sérgio Moro tenta combater

Augusto de Carvalho Editor-chefe

Índice Internet Limitada?

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E3 2016 traz novidades dos games

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Brexit e a saída do Reino Unido

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Pesquisa Content Marketing Tracto

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In Google we Trust

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Coluna Carlos Augusto

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Expediente Editor-chefe Augusto de Carvalho Textos Augusto de Carvalho Luis Gurgel Colaboradores Carlos Augusto Brum Rodrigo Carvalho Silveira Diagramação Luis Gurgel


INTERNET LIMITADA? Operadoras flertam com ideia de adicionar franquias a conexções domésticas e geram polêmica junto a consumidores e à Anatel Um dos assuntos que mais polêmica gerou este ano foi o anúncio de que algumas operadoras do Brasil estariam se preparando para introduzir às franquias de internet de banda larga limites de franquia, similares aos que são presentemente encontrados na telefonia móvel. A prática consiste em impedir a navegação ou cortar a velocidade do usuário após este ultrapassar determinado valor

de consumo de dados, forçando o assinante a desembolsar mais dinheiro para normalizar a sua conexão. A medida, na verdade, não é completa novidade no Brasil, pois serviços como a Oi e a NET já possuíam franquias ativas, mas a polêmica estourou novamente após a Vivo ter anunciado que contratos firmados depois do dia 5 de fevereiro estariam sujeitos a cortes e limitações


caso o limite de franquia fosse estrapolado. Além disso, a medida contava com o aval da Agência Nacional de Telefonia (Anatel). A repercussão, na altura, foi imediata. Redes sociais foram tomadas por usuários que levaram as suas preocupações para o ambiente online, onde se mostravam indignados por uma mudança repentina como esta, e externavam todo o tipo de preocupações, como, por exemplo, o impacto que esta limitação poderia causar em seus estabelecimentos comerciais, onde ‘passar a senha do wi-fi’ já se tornou uma coisa comum, e um serviço muito prezado por clientes. Além disso, foram também criadas petições e abaixo-assinados com o intuito de brecar o avanço desta iniciativa. A Ordem dos Advogados do Brasil , além de outras entidades que defendem o consumidor e ativistas digitais também vieram a público para mostrar repúdio contra a medida. Claudio Lamachia, presidente da OAB, afirmou que a “Anatal cria normas para permitir que as operadoras de internet fixa ‘prejudiquem’ os consumidores”, já que eles “estabelecem condições para que essas empresas possam oferecer contratos prevendo o corte de sinal quando o cliente atingir o limite da franquia”. Por conta desta reação, que contou até mesmo com o apoio da então presidente, Dilma Rousseff, a Anatel foi obrigada a retroceder, e a liberação da introdução de franquias foi suspensa temporariamente. No entanto, a história não acabou por aí, com o próprio presidente da Anatel, João Rezende, concedendo entrevistas sobre o assunto. Para ele, o modelo atual é insustentável. – Essa questão do ‘infinito’ acabou educando mal o usuário – disse João

Rezende, em entrevista à Folha de São Paulo. Desde então, o próprio Rezende já disse que a Anatel não tem o poder para suspender a introdução de franquias, pois fazê-lo poderia prejudicar os investimentos em redes em território nacional. Segundo ele, é necessário que o setor tenha condições de ‘ser rentável’, para que continue em pleno desenvolvimento. Por outro lado, a própria Anatel também deixou o aviso às operadoras que, caso estas franquias venham a ser instaladas, é responsabilidade das mesmas oferecer aos usuários ferramentas de fácil compreensão e que permita a eles verificar, exatamente, em que pé está o seu consumo mensal de dados, para que eles possam limitar ou racionar o seu uso conforme bem decidirem. Não obstante, o órgão também destacou que embora não possa impedir as franquias de existirem, estará atento para impedir que ‘absurdos’ sejam cometidos. Para profissionais da área, esta nova

João Rezende, presidente da Anatel, diz que a era da internet ilimitada já chegou ao fim


realidade não é incomum, mas precisa também atender aos seus usuários de forma mais satisfatória. – Limites de franquia não são novidade, o problema é que, no Brasil, os limites que estão sendo propostos são muito abaixo daqueles que vemos no exterior. Com o crescimento do mercado de vídeo e de downloads de games, por exemplo, limites menores de 100GB tornam-se inviáveis para muitos usuários mais casuais, que consumiriam tais valores apenas com suas contas Netflix, por exemplo. Quando trazemos isto para o poweruser, então, a situação é ainda mais preocupante. Se, tal como diz a Anatel, estamos chegando próximos de um limite de internet que possa ser consumida pelos usuários, a resposta é obviamente investir em melhor e maior infraestrutura. – explica João Rodes, 27, analista de sistemas. Já os usuários, estes sim parecem insatisfeitos. O problema, muitas vezes, não passa pela franquia de dados, em si, mas por um histórico de serviços caros e de pouca qualidade prestados pelas operadoras, e que agora encontraram mais uma forma de cobrar aos seus clientes. – Eu entendo o lado das operadoras. É preciso fazer dinheiro. Mas não concordo com a introdução destas franquias pelo simples fato de que parece que, aqui

no Brasil, é sempre o consumidor que precisa pagar a conta. Se nós tivessemos um serviço de qualidade, eu acho que estaria mais disposto a colaborar, mas não é o caso. A internet aqui, e isto é algo que acontece em todo o país, é sempre instável, com pings que variam muito, e que, é claro, raramente conseguem de fato disponibilizar toda a velocidade contratada. Do que vale dizer que oferecem 15mbps se normalmente mal chego a 10? – queixa-se Marcelo Soares, 25, empresário. Ricardo Mello, 25, estudante, é outro que demonstra preocupação com os seus hábitos de consumo de internet caso limites venham a ser impostos. – Passo a grande parte do meu tempo livro fazendo streaming de filmes por meio do Netflix. Estimo que duas horas de vídeo em HD sejam o equivalente a quase 3GB consumidos. Se as operadoras realmente introduzirem planos com limites baixos, de 100GB, por exemplo, imagino que em meio mês já estaria perigosamente perto de estourar esse número apenas com o consumo de vídeos. Isso para não falar em games, que chegam a pesar dezenas e dezenas de gigas para baixar. É uma situação incômoda, em especial porque é preciso que as operadoras se adaptem ao contexto atual da internet em 2016. – se queixou.

Nova operadora terá tarifa única para ligações e internet Na contramão da polêmica, a empresa Veek está chegando ao Brasil, e, até ao fim do ano, planeja se tornar a primeira operadora móvel virtual do país dedicada ao público jovem. A

proposta é oferecer tarifa única para minutos de voz para todo tipo de ligação, assim como tarifa única por megabyte. Com este modelo, o usuário apenas para o que consome, e com tarifas mais baixas aVeek espera conquistar público especialmente da classe C.



E3 TRAZ NOVIDADES

DOS GAMES Maior feira de entretenimento do mundo é marcada por novidades da Microsoft, Sony e Nintendo e grande foco em aparelhos de realidade virtual Durante os dias 14 e 16 de junho a cidade de Los Angeles recebeu a mais recente edição da E3, a Electronic Entertainment Expo, a feira de games e tecnologia mais famosa do mundo. Como de costume, empresas como a Sony, Microsoft e Nintendo aproveitaram o período para apresentar ao consumidor as novidades que deverão chegar ao mercado durante o próximo ano fiscal, além, é claro, de usarem a chance para demontrar novas formas de tecnologia que estão cada vez mais próximas de se tornarem parte do cotidiano da população comum. Num ano marcado pelo anúncio de novos consoles, o gran-

de chamariz da feira ficou mesmo por conta da realidade virtual, que parece estar chegando para ficar. A Microsoft foi a primeira das ‘3 grandes’ a se apresentar, e começou o seu show com um anúncio bombástico. Quebrando completamente o ciclo dos consoles que se instalou até aqui, onde revisões eram lançadas apenas para diminuir o tamanho e reduzir o preço, a empresa de Bill Gates fez o anúncio de um novo Xbox, conhecido como ‘Project Scorpio’, por enquanto. A promessa é que o Scorpio tratá melhorias significativas em poder e capacidades gráficas quando com-


parado ao Xbox One, apesar de pertencer à mesma família. Segundo membros da divisão da Xbox, o Scorpio não chegará ao mercado para substituir o console atual, e todos os jogos lançados no futuro terão compatibilidade tanto para ele como para o Xbox One. A diferença, no entanto, é que aqueles que já possuam um televisor com display 4k poderá entrar no Scorpio gráficos ainda melhores e escalonados para essa resolução, fazendo assim do console uma boa pedida para o poweruser que busca ter a melhor experiência. Já do outro lado do espectro, a empresa também anunciou uma outra nova versão do Xbox One, apelidada pelos fãs de Xbox One “slim” (magro). O diferencial desta fica por ser 40% menor do que o console já no mercado, além de também incluir funcionalidade de reproduzir vídeos e filmes em 4k (jogos, ainda não, isso é algo exclusivo ao Scorpio).

A Sony tomou o palco e, mesmo antes da apresentação, havia grande burburinho sobre a possibilidade da nipônica também mostrar ao mundo o seu novo console. Apesar do PS4 ser um sucesso mundial de vendas, com mais de 40 milhões de unidades vendidas em todo o globo, rumores apontavam que a empresa estaria preparando, tal como a Microsoft, uma versão ‘mais poderosa’ do PS4 que serviria, tal como o Scorpio, como uma alternativa para powerusers que busquem ter a melhor experiência possível com os seus jogos. Ao contrário da empresa americana, no entanto, a Sony não anunciou oficialmente durante a apresentação este novo dispositivo, apesar de entrevistas de membros da empresa terem confirmado a existência do mesmo, fazendo questão de assegurar de que o novo PS4, apelidado de ‘Neo’, não seria um substituto do aparelho já existente, e sim um complemento. Apesar disso, não faltaram novida-

Xbox anunciou versão ‘slim’, cerca de 40% menor que a original. Aparelho terá também suporte para reprodução de vídeos em resolução 4K.


des do lado da Sony. A grande estrela da apresentação foi, certamente, o Playstation VR (Virtual Reality. O aparelho da Sony que promete trazer games em realidade virtual foi finalmente anunciado e já tem preço: $400. Previsto para outubro deste ano, o aparelho já terá suporte para um grande número de jogos, sendo que muitos dos novos games anunciados durante a conferência reforçaram a ideia de que a Sony está muito comprometida em tornar esta tecnologia algo ‘mainstream’ o quanto antes. O grande chamariz para a tecnologia é, por ora, o novo game da série Resident Evil, que volta ao seu estilo de ‘terror’ e que arrancou suspiros e avaliações muito positivas de quem esteve presente ao evento e pôde explorar a casa mal assombrada onde o demo do jogo se passava. Por outro lado, a realidade virtual não passou o evento imune a críticas. Sites como o Engagadget, por exemplo, notaram que ainda existe um longo caminho a percorrer para que a tecnologia realmente realize o seu total potencial. Segundo Jess Conditt, editor do site, muitos dos jogos que foram apresentados no Playstation VR estavam correndo, com dificuldades, a 60 frames por segundo. Esta limitação técnica fez com que alguns jogadores sentissem desconforto ou até mesmo passassem mal, uma vez que a taxa

Resident Evil 7 permite explorar uma casa abandonada com realidade virtual; jogo de terror foi um dos mais elogiados de todo o evento.


mínima recomendada para que o movimento não cause nenhum tipo de problema é de 90 frames por segundo. Segundo Conditt, ele espera que casos como estes sejam melhorados até à chegada da tecnologia, oficialmente, no fim do ano, mas alerta que ‘permitir que jogos assim sejam apresentados ao consumidor é uma jogada arriscada, já que se algum jogador se sentir mal experimentando uma novidade em realidade virtual, isso poderá afetar negativamente a imagem da tecnologia, em si, e fazer com que ela não deslanche’.

meses que se antecederam e guardando a sete chaves os segredos sobre o seu novo console, que, até ao momento, é conhecido apenas como ‘Nintendo NX’. Havia a expectativa de que a dona do Mario fosse revelar aos consumidores, finalmente, o seu novo aparelho, mas a companhia preferiu focar todas as suas atenções àquele que é provavelmente o maior jogo já feito pela Nintendo: Legend of Zelda: Breath of the Wild. Foram dois dias de transmissões ao vivo pela internet demonstrando tudo o que o jogo irá oferecer aos gamers, e certo é que a estratégia parece ter funcionado, Ainda assim, fato é que além da Sony, pois as filas para entrar no espaço dedioutros desenvolvedores como a Vize e cado à Nintendo foram as maiores de o Occulus Rift também marcaram pre- todo o evento, segundo presentes. sença na feira, e a realidade virtual contou com estandes dedicados por toda a Apesar deste sucesso estrondoso, no parte. O que antes era ficção científica entanto, o fato é que comparado às noparece estar chegando para ficar, mes- vidades das suas rivais, a Nintendo fimo. cou devendo no contexto geral da obra. Sem o novo console pronto para aprePor mim, a última a se apresentar, sentar, a empresa cada vez mais parecomo de costume, foi a Nintendo. A ce estar ‘desligada’ dos rumos atuais do companhia, que perdeu o seu presiden- mercado. A espera, agora, é que o NX te no ano passado após a morte de Sa- seja revelado oficialmente na Game Detoru Iwata, era um verdadeiro coringa, velopers Conference (Conferência de tendo estado muito quieta durante os Desenvolvedores de Games), em 2017.

Nintendo conquistou fãs com novo Zelda, mas falta de novo console e de aposta em novas tecnologias deixou-a para trás


BREXIT

Reino Unido decide, em referendo, sair da União Europeia; votação foi destaque em redes sociais e sites de notícias de todo o mundo Junho de 2016 será um mês que, muito provavelmente, deixará a sua marca e terá grande destaque nos livros de história do futuro. Isto porque o Reino Unido tornou-se o primeiro país a solicitar a sua exclusão da União Europeia,

decisão tomada por meio de um referendo de escala nacional, que mostrou a vontade dos britânicos de voar a solo, sem mais estar sujeito aos ônus e bônus da comunidade continental. A medida ainda está repercutindo em todo


o mundo, mas o período da votação e os dias que se seguiram foram marcados por grande comoção nas redes sociais. No dia 23 de junho, dia em que votou-se o referendo, sites de todo o mundo montaram páginas especiais para que cidadãos de todo o planeta pudessem acompanhar a votação. Aqui no Brasil, por exemplo, o G1 contou com cobertura detalhada, que atualizava os votos após cada um dos condados britânicos ter votado, e possuía também comentários de editores e de leitores que eram destacados sobre a situação, trazendo um grau de interação à votação. Já a BBC, do próprio Reino Unido, foi mais longe, ao disponibilizar uma miniatura do mapa da região, dividido em condados, em que permitia uma visualização mais gráfica da votação, com lugares que votaram maioritariamente pelo ‘ficar’ aparecendo em amarelo, ao ponto que os que desejavam pela saída ficavam em azul. O site também era atualizado em tempo real e possuía estatísticas detalhadas para cada região. Nas redes sociais, a apreensão era grande. Grandes personalidades como a escritora J.K Rowling, por exemplo, envolveram-se de corpo e alma na campanha pelo ‘ficar’, e passaram grande parte do dia a tentar conscientizar as pessoas sobre a importância desta votação. Rowling chegou a afirmar que não ‘queria abandonar uma união que lhes forneceu mais de 50 anos de paz e estabilidade’. Outros seguidores da autora respondiam na mesma moeda, e a verdade é que o clamor pelo ‘ficar’ era bastante mais notório na Internet, durante todo o dia. Este fenômeno pode ser explicado, possívelmente, com dados fornecidos pela BBC. Segundo a esta-

REAÇÕES NA INTERNET

Autora J.K Rowling lamentou resultado e culpou premier Britânico, David Cameron, por ‘quebrar duas uniões que não precisavam ser extintas’.

Ex-administrador de sistemas da CIA, que foi responsável por vazar segredos americanos, comenta sobre ‘facilidade’ em convencer população a votar contra si

Trump, candidato à presidência dos EUA, disse ter visto a Escócia comemorar. No entanto, foi recriminado pois a Escócia votou em sua grande maioria por permanência.


ção, o número de eleitores aumentava gradativamente conforme a idade dos mesmos aumentava. Então, apesar dos jovens adultos, que são os utilizadores mais ferrenhos da Internet, terem demonstrado grande preferência pelo ‘ficar’ (entre 18 e 24 anos, 73%, entre 25 e 34, 62%), a verdade é que a falta de comparecimento de muitos parece ter sido o fator decisivo que virou a balança para determinar a saída do Reino Unido. Alguns, inclusive, apontaram as faixas etárias mais velhas como principal responsáveis pela vitória do ‘sair’, algo que foi reforçado por entrevistas onde idosos afirmavam que gostariam de ter o ‘país deles novamente sob controle’. Apesar do referendo, em si, não ter valor ‘oficial’, o resultado deverá ser seguido à regra. O premier britânico, David Cameron, resignou da sua posição horas depois, e a própria União

Campanha do ‘Sair’ utilizou slogan em ônibus e outros pontos que incentivava britânicos a investir dinheiro repassado à Europa no Sistema Nacional de Saúde. Promessa foi negada após vitória no referendo e tratada como ‘um erro’. Europeia já sinalizou com mensagens que espera que o Reino Unido dê início às tratativas para a saída o quanto antes. Ainda assim, o processo configura-se demorado, e existe um período de dois anos onde o país continuará ‘dentro’ da União, enquanto as negociações deverão ocorrer. A demora se dá ao fato de que países que fazem parte da União Europeia estão ligados por um número imenso de fatores, incluindo até mesmo leis, que são passadas em Bruxelas e válidas para todas as nações pertencentes ao grupo. Assim, é preciso que o parlamento britânico entre em ação e comece a pensar em como irá abordar questões que, antes, eram abrangidas pela legislatura europeia em vigência. Não obstante, esse não será o único problema en-


frentado pelos britânicos. As regiões correspondentes à Escócia e à Irlanda do Norte votaram maioritariamente contra a saída. Por serem regiões com população menor do que a Inglaterra, que responde por mais de 50% do eleitorado, o desejo destes lugares acabou por ser ‘ignorado’. Assim, novamente, planos para a saída da Escócia e da Irlanda do Norte do Reino Unido ganham força, com a premier Escocesa já adiantando, poucas horas depois, que um novo referendo para decidir sobre a independência da Escócia já deverá começar a ser discutido. Da mesma forma, a Irlanda do Norte disse estar em conversas para tentar uma unificação à Irlanda. Em ambos os casos, esta saída da União Europeia pode significar o início do fim do ‘Reino Unido’ como conhecemos, até então, já que apenas a Inglaterra e o País de Gales permaneceriam.Vale lembrar, no entanto, que mesmo que a Escócia e a Irlanda do Norte conseguissem a sua independência do Reino Unido, isto também não significaria que estes ‘novos países’

conseguissem voltar à União Europeia. O problema, em parte, está ligado à Espanha, que temeria que movimentos como estes possam incentivar outras regiões como a Catalunha, por exemplo, a avançar com a sua própria independência, contando com um precedente para, caso queiram, também voltarem à UE sem qualquer tipo de problema. A saída do Reino Unido da União Europeia é um fator complexo, mas algumas razões despontam como as principais. Uma delas, econômica, está ligado ao fato que todos os países pertencentes ao grupo fazem contribuições monetárias a um fundo continental, que é reinvestido em obras e serviços ao longo de todo o continente. A ideia, é claro, funciona na prática, mas apoiantes do ‘sair’ queixaram-se que o dinheiro enviado pelo Reino Unido era sempre superior àquele que era reinvestido em território nacional, o que causava prejuízos ao país. Além disto, no entanto, existe também o problema associado ao número cada vez maior de imi-


grantes em solo europeu. A UE tem prestado papel de apoio a refugiados, e com a ‘facilidade’ de se mover entre países pertencentes ao bloco, muitos ingleses temiam tanto pela segurança do país como pela manutenção da sua cultura e de postos de trabalho, que poderiam vir a ser ocupados por estrangeiros. Esta é uma questão comum a quase toda a Europa, e a saída permitirá que o próprio Reino Unido decida quem e como será a entrada dentro de suas fronteiras. Espera-se, é claro, um enrijecimento das normas para a entrada de imigrantes nos anos que se seguem. A notícia caiu como uma bomba nos estrangeiros que residem no país. Um dos destinos mais populares para jovens de toda a Europa que buscam oportunidades de emprego, esta situação de saída da União Europeia também coloca o futuro de muitos deles em risco. Antes, cidadãos com passaporte europeu podiam viver no Reino Unido sem quaisquer problemas, mas com a saída do país da UE, ainda será preciso ver de que forma os ‘europeus’ que estão no país no momento serão integrados à sociedade de forma legal. O português Sérgio Moço, formado em cinema e que reside na Inglaterra há três anos, diz-se preocupado com o clima de incerteza. – Por enquanto, não temos certezas de nada. Todos os dias há informações novas sobre o que poderá acontecer, e às vezes chegam até a ser contraditórias com outras que já foram passadas antes. Assim, o que posso dizer é que no momento o que paira sobre o país é um clima de incerteza e, bem, isso nunca é agradável. Sem mencionar, também,

Angela Merkel, chanceler alemã, afirmou que a União Europeia espera negociar o acordo para a saída do Reino Unido o quanto antes. que há relatos que casos de racismo e xenofobia têm aumentado após o referendo, embora eu particularmente ainda não tenha presenciado nenhum – desabafou. A também portuguesa Andreia Santos, 28, que trabalha como enfermeira, relata que vê as pessoas confusas. – No meu trabalho, comentava com colegas a favor do ‘Sair’ que o voto deles poderia me prejudicar, mas eles diziam que isso não era verdade. Por ser portuguesa, não me consideram uma ‘imigrante’. O que existe é uma resistência muito grande a povos do leste europeu. Presenciei, inclusive, uma cena de um idoso internado num hospital que precisou ser controlado por outras profissionais após começar a proferir ofensas a uma enfermeira polaca. Foi uma situação muito constrangedora. Em geral, o clima não é bom e deixa-nos bastante apreensivos sobre o futuro. – complementa a jovem.


PESQUISA

CONTENT MARKETING Tracto divulga pesquisa avaliando estado atual de plataformas sociais para auxiliar na escolha de lugar ideal para desenvolver estratégias Na hora de planejar uma estratégia de marketing, um dos pontos mais importantes a se decidir é saber em quais plataformas você deverá investir o seu tempo, criatividade e, é claro, dinheiro. As redes sociais são voláteis, e muitas estão em voga num momento apenas para cair em desuso em poucos meses. Assim, é importante saber exatamente por onde anda o seu cliente, de forma a maximizar o sucesso dos seus planos. Para auxiliar nessa tarefa, André Rosa e Cassio Politi, da Tracto, realizaram uma pesquisa junto a mais de 700 profissionais para tentar classificar 300 instrumentos de content marketing e desco-

brir em que ‘fase’ estes se encontram. Para decidir de que forma cada rede social seria avaliada, a pesquisa da Tracto baseou-se no conceito de ‘Hype Cycle’ (Ciclo de Excitação (?), do Grupo Gartner. Esta teoria prevê que toda tecnologia atravessa um clico de excitação, que é seguida por desilusão e que, posteriormente, acaba por atingir um momento de esclarecimento e produtividade. Este ciclo é ilustrado por um gráfico, que pode ser visto ao lado, e que foi utilizado para avaliar 30 táticas selecionadas na pesquisa do grupo Tracto.


Os resultados obtidos, de certa forma, não serão surpresa total para quem acompanha o rumo das tecnologias. Um dos grandes carros-chefe deste período corrente são, claro, os aplicativos mobile, que encontram-se em ascenção. O destaque, segundo a empresa, está principalmente ligado àqueles que têm funcionalidades de vídeo ou de fotos, como o periscope, serviço de transmissão de vídeo em tempo real, e o Snapchat, queridinho dos jovens em todo o globo. O grande líder, no entanto, segue sendo o WhatsApp, que desponta no topo pelo segundo ano consecutivo, e não parece abrandar. O programa já alcançou um nível de popularidade tão grande que ‘mandar um zap’ e expressões similares já são um substituto quase que natural para dizer que você irá enviar uma mensagem. Outra prática que vem ganhando força, também, é a automação de marketing. Segundo a Tracto, esta modalidade já havia se consolidado nos Estados Unidos e já flertava com o declínio natural, mas, aqui no Brasil, só agora é que está alcançando a maturidade e começando a despontar. Da mesma forma, a divulgação de e-books também tem visto um crescimento razoável, até por se tratar de uma das formas mais utilizadas para captação de cadastro e informações de outras pessoas, já que normalmente este é o ‘preço’ a pagar pelo download do livro. No mundo do vídeo, o YouTube encontra-se numa posição invejável, em que parte dos profissionais enxerga o site como em ascenção, e outros em produtividade. A combinação destes dois fatores, segundo a Tracto, é bastante desejável. Isto talvez explique, também, a maior popularidade de eventos onli-

ne, como seminários online e hangouts, que itilizam o YouTube e o Google Hangout, muitas vezes, como plataforma para divulgação dos conhecimentos. Do outro lado da balança, no entanto, os antigos reis parecem estar encontrando algumas dificuldades. O Facebook e o Twitter, por exemplo, já começam a ser enxergados como ‘em queda’, dentro do ciclo de hype. A diferença é que, no caso do microblog, também há muitos profissionais que o classificam como em produtividade, o que torna a sua classificação complicada. Ainda assim, é sabida a dificuldade do Twitter em conquistar novos usuários, hoje em dia, e a plataforma é, muito provavelmente, uma das menos intuitivas no mercado neste momento. Com uma curva de aprendizado muito grande, e que força os seus usuários a realmente ‘aprenderem’ a usar a plataforma de maneira a tirar o melhor dela, o Twitter esbarra nesses detalhes e segue tendo dificuldade em prender a atenção dos jovens, que dão prioridade a programas como o anteriormente citado Snapchat. Outros itens que aparecem na lista indesejável de ‘em queda’ são o jornal impresso, o SMS, o Google Plus e o Flickr. O impresso esbarra na forte concorrência do ambiente online, o Google Plus, por sua vez, foi mais uma tentativa de rede social do Google que acabou por não resultar, mas desta vez sem o ‘bônus’ do sucesso inesperado do Orkut em alguns países, e o Flickr simplesmente encontra demasiados competidores espalhados por todas as outras plafaormas quando o assunto é foto. Por fim, uma das grandes surpresas e que vem deixando a sua marca no mercado é o LinkedIn. O site, nos últimos anos, tem crescido aceleradamente, e foi recentemente adquirido pela Microsoft numa transação bilionária, o que provavelmente significa que deverá avançar ainda mais. O grande trunfo do LinkedIn é que, nos últimos meses, tem se modificado de forma a se tornar mais do que apenas um site de busca de empregos. Ele passa a ser enxergado por profissionais como um grande ambiente para a divulgação de conteúdos, também, o que lhe deu nova vida. Interessados? Confira mais sobre a Tracto por meio do site da empresa, que pode ser acessado por meio do link: http://www.tracto.com.br/


por Rodrigo Carvalho Silveira Confiança vale ouro, isso todo mundo sabe. O que ainda nos parece um pouco turvo é o caminho que se trilha para estabelecer esses valiosos laços. No universo das marcas, isso seria como encontrar o famoso ‘mapa da mina’, a solução definitiva para uma temática que há tanto vem sendo explorada nas pesquisas de comportamento e consumo. Afinal, todas as relações comerciais são baseadas na confiança, seja ela do tipo “neste negócio meus riscos são menores” (Segurança), “esta é a marca que estou acostumado a comprar” (Tradição), e até mesmo a boa e velha confiança na indicação - “me indicaram esta marca, a outra eu simplesmente não conheço” (Recomendação). Conquistar a confiança do consumidor é uma missão tão antiga quanto o próprio surgimento do comércio ou das trocas de valor. Mas o que a internet e o Google têm a ver com isso? Na mira do marketing Não importa qual é o seu segmento de atuação, empresas de todos os mercados precisam conquistar a confiança do público para que seus interlocutores se tornem legítimos compradores e, quem sabe, defensores da marca. Esse é um processo perene, a cada novo diálo-

go uma nova oportunidade para renovar e fortalecer a relação de confiança que se tem com o público. No entanto, é bem verdade que quanto mais competitivo é o nicho de atuação, maior é a participação do fator ‘confiança’ na decisão de compra dos seus clientes. Sabendo disso, os gestores e estrategistas não deixam passar uma oportunidade sequer de ampliar a presença e a força da marca nos canais em que ela atua, colocando a métrica ‘confiança’ na mira dos planos de comunicação e marketing. Mas como medir a confiança? Sobretudo quando se trata de ações na internet é inconcebível abrir mão de um relatório numérico de performance: no ambiente digital tudo é mensurável, e se é mensurável é otimizável. Mas a confiança é um valor subjetivo e, claro, volátil. Por isso, as métricas talvez sejam o maior desafio das marcas na jornada da conquista da confiança do público. Desenhar ações de branding, réguas de relacionamento, iniciativas de responsabilidade social, tudo o que suscite empatia, parece um tanto quanto custoso. Mas nada se compara ao desafio de mapear os investimentos, táticas e, principalmente, indicadores de sucesso para medir o aumento da confiança conquistado com determinada ação de marketing. Difícil, mas não impossível O Trust Barometer da Edelman construiu um Índice Global de Confiança que se tornou uma das gran-


des inspirações no campo da mensuração e valoração de aspectos subjetivos ligados às marcas. Aliás, a pesquisa é justamente sobre o nível de confiança (se é que podemos chamar de ‘nível’) das instituições: o estudo, que chega a sua 16ª edição em 2016, considera a credibilidade no Governo, Empresas, ONGs e Mídia em 28 países. A pesquisa aprofunda a análise sobre os principais canais utilizados pelo público para obter informações credíveis e confiáveis. E é aí que nós entramos! Enquanto não temos orçamento para encomendar uma pesquisa dessa di-

Nada se compara ao desafio de mapear os investimentos, táticas e indicadores de sucesso para medir o aumento da confiança. mensão sobre o desempenho de nossas próprias ações e canais de prospecção e relacionamento, podemos olhar para as tendências de comportamento do consumidor identificadas. Entre inúmeros pontos levantados, dois merecem destaque: – Os mecanismos de busca são apontados como a maneira mais confiável para encontrar notícias e informações em geral; – Os cidadãos brasileiros recompensam as empresas em que confiam, adotando atitudes positivas como compra (79%) e recomendação (78%). 2+2 = 4 Não há grande complexidade (nem ousadia) em estabelecer uma relação entre posicionamento de destaque nos

buscadores, construção de confiança através do conteúdo e, por fim, aumento na devolutiva/recompensa do público em relação a escolha das marcas e produtos. Portanto, sim, é essencial que as marcas defendam um bom posicionamento no ranking do Google, e mais, é importante saber que o conteúdo de marca é o fator preponderante nesta jornada. Confiança = conteúdo que gera uma experiência positiva O Google sempre defendeu que preza pela melhor experiência do usuário, logo, quem investir na criação de uma boa experiência é recompensado com uma boa posição no ranking do buscador. O bom conteúdo tornou-se um dos três principais critérios de rankeamento e, consequentemente, desponta como uma importante baliza para angariar a confiança dos usuários compradores. As estratégias de SEO que envolvem ações de conteúdo não estão ligadas somente à performance de indexação, mas também ao contexto de branding, na medida em que impactam a construção e o fortalecimento da marca e sua aproximação com o público. Nossos amigos da Edelman confirmam: pelo segundo ano consecutivo, na Trust Barometer 2016, o consumidor aponta os mecanismos de busca como a maneira mais confiável para encontrar notícias e informações em geral. Ok! Conteúdo, SEO, Google e ‘confiança’, estão todos no mesmo balaio, mas a quem isso diz respeito? Isso diz respeito não só aos nerds inveterados do SEO (nós!), mas a toda cadeia de comunicação e marketing,


sobretudo, quando a pesquisa aponta que 63% indicaram a confiança maior na busca online contra 58% da mídia tradicional. Teríamos chegado ao ápice da tão profetizada migração de canais? Melhor reunir sua equipe novamente. A pesquisa aponta também que os mecanismos de busca são os campeões entre as mídias mais usadas semanalmente, seguidos por TV e mídias sociais, que superam meios como jornais, revistas e blogs. E as mídias sociais - como era de se esperar - estão presentes em boa parte do dia na vida dos usuários da internet, representando, segundo a pesquisa, “um meio de transmissão de informação relevante”. Quem confia, recomenda, não é mesmo? Parece que sim. O estudo apontou que os entrevistados confiam mais nas informações geradas por amigos e familiares (78%), se comparadas às produzidas por CEOs (49%), que por sua vez inspiram menos confiança do que especialistas temáticos (65%), companhias e serviços já utilizados (62%) e outros empregados da companhia (55%). Esse parece um cenário bastante favorável

para o conteúdo nas mídias sociais. Diante da evidente relevância dos buscadores e do papel decisivo das novas mídias digitais no processo de construção e fortalecimento de marca, tudo o que resta aos times de marketing é intensificar seus esforços no sentido de desenvolver um discurso que atenda aos novos moldes de interação, inovar e apostar no conteúdo de marca para ocupar e prosperar através desses novos canais. Uma das premissas/constatações é a de que o conteúdo de marca é a ‘melhor pedida’ para dar forma a esse discurso e posicionar os interesses das organizações em determinados territórios temáticos. É isso que tem levado inúmeras grandes marcas a tornarem-se algo próximo dos publishers, criando seus próprios hubs de conteúdo. Não apenas os e-commerces, mas todo ativo digital que as marcas sustentam deve receber o apoio de serviços e ferramentas de otimização para garantir diferencial competitivo ao business quando o assunto é a conquista da confiança. Conteúdo, meus amigos, está na crista da onda. SOBRE O AUTOR Rodrigo Carvalho Silveira atua no planejamento de marketing digital com foco em estratégias de conteúdo e SEO, ajudando as empresas a ampliarem sua visibilidade e relevância no meio digital. https://br.linkedin.com/in/rodrigocsilveira

#CURTAS Presidente afastada Dilma Rousseff lança crowdfunding Que o financiamento coletivo tem estado em voga, isso não é novidade. A própria AC Digital tem feito matérias recorrentes sobre a prática. No entanto, algo inusitado aconteceu este mês: duas antigas colaboradoras de Dilma Rousseff lançaram uma ‘vaquinha’ no site Catarse, onde interessados poderiam contribuir para tentar alcançar um valor de R$500 mil, que será destinado a custear as via-

gens de Dilma pelo país. Em menos de dois dias o objetivo original foi alcançado, e, agora, a campanha deverá continuar. Há a expectativa que recordes do site sejam batidos, como o de maior projeto já financiado. Apesar do sucesso, no entanto, o dinheiro só poderá ser sacado próximo ao fim de julho, pois é necessário esperar o término da campanha, de 30 dias, antes de fazer o saque.


CRÔNICA

CARLOS AUGUSTO BRUM

“O Minotauro no Jardim” Em 2011 eu fui homenageado pelo Colégio Metodista Americano de Porto Alegre com o título de “Autor mais querido”. O patrono da Feira recebeu homenagem póstuma: Moacyr Scliar havia nos deixado no começo do ano. Sempre tive vontade de compartilhar o texto que li naquele dia. Como é muito longo, segue um trecho: “Dedicação, humildade, respeito, atenção, caridade... Qualidades que nosso homenageado tinha de sobra, como poucas pessoas têm. Um membro da Academia Brasileira de Letras, ele trabalhava como se estivesse começando: dedicado e humilde. Um dos melhores escritores da história do Rio Grande do Sul, ele falava com você com todo respeito e atenção do mundo. Eu escrevi meu terceiro livro de contos em 2007, e pedi para Scliar fazer a apresentação. Eu estava esperando uma ou duas linhas, como deveria ser de um escritor tão ocupado e procurado quanto ele. Algo como duas horas depois do meu pedido veio a resposta: uma apresentação de quatro parágrafos, vinte linhas, duzentas e vinte e duas palavras. Naquele momento, Moacyr Scliar estava sendo Moacyr Scliar: atencioso, incentivador, um defensor da literatura e dos jovens. Nos quatro anos que se seguiram eu encontrava Scliar em escolas e eventos, e ele seguia do seu jeito totalmente especial: sorridente e simpático, um dos melhores amigos de seus leitores. Ano passado (2010) eu vi Scliar pela última vez, na Feira do Livro do Colégio João Paulo I. Em uma sessão de autógrafos coletiva, um casal me avisou: “compramos seu livro porque o Moacyr apresentou!” Eu agradeço e falo que sempre escuto isso, porque todo mundo sempre confiou na opinião de Scliar, e por ótimos motivos. O casal então pediu pra tirar uma foto com nós dois e, tirada a foto, Moacyr disse: “ei, vocês acabaram de tirar uma foto com a promessa da literatura gaúcha!” E naquele momento Moacyr Scliar estava sendo Moacyr Scliar: uma das melhores e mais generosas pessoas que você poderia ter o prazer de conhecer. Desejo que, na próxima vez que nós lermos um livro de Moacyr Scliar, não pensemos apenas na primorosa história, mas pensemos também em como ele foi, antes de tudo, uma grande pessoa e um exemplo a ser seguido. Eu sei que, para mim e para tantos outros escritores, Scliar é inspiração. Eu sei que, se hoje vocês me escolheram como “Autor Mais Querido”, com certeza é porque eu segui o exemplo do nosso querido Moacyr Scliar.” No ano seguinte eu fui o Patrono da mesma Feira, e desde então coloco no topo da minha lista de prioridades não me afastar da conduta de Scliar. Vira e mexe penso nele e em como ele me influenciou. Tenho certeza que muitos fazem o mesmo. Gosto de pensar que seu maior legado é o ser humano maravilhoso que ele foi. Gosto de pensar que essa sua herança será tão comemorada e cultuada quanto sua literatura. Gosto de pensar que tentar ser como Scliar, o escritor, é trilhar a rica jornada em busca da excelência. Mas gosto de pensar que tentar ser como Scliar, a pessoa, ainda é a maior das riquezas.

Contatos: carlosaugusto52@gmail.com | facebook.com/cadu.doslivros

Rolou no Confira alguns dos assuntos em voga na rede social

Linguagem No grupo “Comunicação Corporativa”, um artigo que debate as 14 falhas de comunicação corporal é alvo de debate entre profissionais que estão procurando arriscar-se no mercado de trabalho. Afinal, saber portar-se numa entrevista é de suma importância.

Facebook Sempre disposto a apresentar novidades para manter sua base de dados feliz, o Facebook avança com mais uma novidade que promete ser de grande ajuda para quem quer comunicar-se em outras línguas. O site, agora, começou a testar um botão de ‘tradução’. A ferramenta permite que o usuário seleciona uma das variadas línguas disponíveis e traduza tanto fanpages como postagens para determinado idioma. Como outros casos de tradução realizada por máquina, o resultado não será perfeito, mas certamente que servirá como uma mão na roda para aqueles que buscam ajuda.



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