Edição #41 Setembro de 2016
ELEIÇÕES
DIGITAIS
Pela primeira vez, candidatos terão acesso às redes sociais para fazer campanha durante período eleitoral. PÁG.20
E MAIS: JOGOS OLÍMPICOS REPERCUTEM NA NET | PG. 6
EDITORIAL 61 x 20
IMPEACHMENT Ufa! Chegou ao fim o processo que arrastou o Brasil por cerca de 9 meses. O impeachment não foi bom para ninguém, mas é constitucional. Não estou aqui para analisar se foi correto ou não. Para isso temos instituições sólidas e que têm, ou deveriam ter, condições de cumprir com a lei. O que gostaria de analisar com os leitores são os nossos políticos. Nunca foi tão visível para a população o comportamento dos mesmos perante interesses da nação e quem realmente representa a coletividade. O senador José Medeiros (PSD-MT), declarou sua origem humilde e disse não ter ódio das pessoas ricas, em menção ao PT, que segundo ele, promove a luta de classes. Concordo com ele. Os opositores ao impeachment colocaram claro isso em seus discursos inflamados durante todo o período do julgamento. Ele ressaltou também o fato de que falam uma coisa, mas na prática usam e abusam, se “refestelam” – segundo o senador, das classes privilegiadas, para campanhas eleitorais e outras coisas que estão sendo objeto de investigação da Lava Jato. O senador Humberto Costa (PT-PE) comparou a população brasileira como “habitantes da senzala”, perante as elites. Como assim? Costa afirmou que a crise política alimentou a crise econômica. Concordo, mas esqueceu de que a insatisfação da população começou muito antes do início do processo de impeachment, em 2014:
As manifestações de 13 de março em todo o Brasil – Mais de 3,3 milhões de pessoas foram às ruas em pelo menos 250 cidades brasileiras. Brasileiros protestaram contra o governo da presidente Dilma Esta foi a manchete da revista Época na ocasião. Outra coisa que chama a atenção é o fato dos parlamentares defenderem tanto os mais pobres, mas não abrirem mão da mordomia. O Congresso Nacional é um desfile da burguesia brasileira, dos abastados, dos privilegiados. Têm direitos a isso, aquilo e aquilo outro. Como querem defender os mais pobres? Falam em nome dos desprivilegiados usando rolex no pulso. Fácil assim né! A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), após a votação, fez um apelo aos parlamentares para que não aplicassem a inabilitação, fato que realmente aconteceu. Mas o que chamou a atenção foi o argumento. Ela suplica a bondade de todos para que Dilma não fique sem poder exercer cargo público já que está perto da aposentadoria e o tento é cerca de 5 mil reais. Falou mais: “Que precisa continuar trabalhando para manter o seu sustento”. Como assim? A ex-presidente não consegue viver com 5 mil reais? Temos que lembrar quanto ganha a maior parte dos aposentados neste país de meu Deus? Moral da história: A justiça não é igual para todos.
Augusto de Carvalho Editor-chefe
Índice Midia e empresas
03
As Olimpíadas do Brasil na rede
06
De que são feitos os campeões
11
Facebook Canvas
16
Campanha agora é na Internet
20
Vazamento de senhas no Dropbox
22
Expediente Editor-chefe Augusto de Carvalho Textos Augusto de Carvalho Luis Gurgel Colaboradores Carlos Augusto Brum Rodrigo Carvalho Silveira Gláucia Civa Kirch Daniel Scott Diagramação Luis Gurgel
MIDIA SOCIAL:
OBRIGATÓRIA
PARA EMPRESAS Nada menos do que 45% da população brasileira está presente nas mídias sociais, segundo dados da pesquisa Digital In 2016, da We Are Social. O país é líder em tempo gasto nestas plataformas, com 650 horas/mês dedicadas a canais como Facebook, LinkedIn, Twitter e G+, entre
outros (dado do levantamento Digital Future Focus Brazil, da comScore). Com tanta adesão de público, as redes sociais são plataformas de participação obrigatória para as empresas, representando ambiente propício para a comunicação, fortalecimento de marcas e vendas:
estudo do Sebrae e E-commerce Brasil mostra que as páginas de relacionamento foram citadas por 72% dos entrevistados como o principal canal para concretização de vendas online, deixando os sites de busca em segundo lugar, com 68%. Um potencial que as companhias já notaram e começaram a aproveitar. Outra pesquisa do Sebrae atesta que 36% das empresas brasileiras têm perfil em ao menos uma rede social, enquanto relatório da Avanade indica o Facebook como a plataforma mais utilizada, com 75% das adesões, seguido por Twitter (49%) e LinkedIn (47%). Ou seja, estar fora das redes sociais é deixar espaço para a concorrência e perder oportunidades valiosas de interação com os públicos-alvo. Canais amigáveis para a comunicação fluida e instantânea, estas mídias propiciam às marcas não apenas veicular suas mensagens, falar unilateralmente, mas também e principalmente receber feedback dos interlocutores, por meio de comentários, likes, compartilhamentos e mensagens. Um recurso que vale ouro: para qualquer empresa, saber o que seu público pensa e como interage com cada produto, serviço, promoção, ação de marketing, mensagem de marca é fundamental para avaliar a repercussão e os impactos gerados. O retorno do público permite avaliar o conteúdo, a forma, o canal e os resul-
tados de cada ação, colhendo dados que possibilitarão melhorar não só a comunicação da marca, mas também os produtos e serviços comercializados, adequando tudo às demandas do consumidor, o que aumenta o nível de assertividade, satisfação de necessidades e desejos e, por conseguinte, as vendas e a fidelização do comprador. Em outras palavras, a presença corporativa bem gerida nas redes sociais abre canal para que a empresa fale com seus públicos e os ouça, recebendo deles indicações sobre o quanto seus produtos, serviços e conteúdos agradam ou desagradam, quais são as demandas que não estão sendo atendidas (latentes), que mudanças e melhorias os usuários propõem, qual a forma correta de agir, produzir e comunicar para satisfazer o cliente. Não à toa, o Gartner, uma das mais respeitadas consultorias globais de pesquisa de mercado, aponta as redes sociais como uma das “quatro forças convergentes” para o futuro da tecnologia e dos negócios.Tais plataformas reúnem informação com contexto, interligam usuários e marcas de forma interativa e colaborativa, possibilitando moldar empresas, discursos, processos, produtos e ofertas ao sabor dos interesses declarados do mercado. Não é preciso adivinhar ou fazer grande esforço de busca: os dados estão
36% DAS EMPRESAS TÊM PERFIL EM PELO MENOS UMA REDE SOCIAL
ali, expressos em comentários e mensagens diretos, prontos para serem ouvidos, acatados e utilizados na melhoria do relacionamento entre marca e consumidor. Para empresas de qualquer setor, não ter perfis nas mídias sociais é um erro. Estar presente nestas redes sem estratégia planejada e executada por profissionais capacitados é outro, ainda mais grave. A presença corporativa em mídia social requer comunicação estudada e definida a partir das características e objetivos de cada empresa a cada momento de sua estratégia de negócios. É preciso alinhamento entre comunicação e gestão empresarial, pois o motivo da participação nas redes é fomentar relacionamentos positivos com o cliente, o que, no fim, deve resultar de diversas formas em vantagem para os resultados comerciais. A assessoria em mídias sociais, seja feita por um profissional capacitado contratado pela própria empresa ou por agências terceirizadas especializadas, é primordial para garantir tais resultados. A produção de conteúdo, estudo da linguagem utilizada, gestão de publicações, gerenciamento do relacionamento com o consumidor, definição de ações proativas e reativas, administração de feedback e atuação em casos de crise são tarefas a serem executadas com perícia, sempre com foco no objetivo maior: enriquecer a experiência do consumidor com determinada marca, fortalecendo seu nome no mercado. Os resultados de atuação bem feita em mídias sociais são reais e mensuráveis. A Altimer Group e a Wetpaint analisaram as 100 empresas mais valiosas do mundo, apontadas pela Business Week, e descobriram que as que investiram em redes sociais tiveram crescimento médio de receita de 18% em 12 meses, enquanto as que não o fizeram ou se mostraram pouco engajadas nestes canais registraram
No ranking nacional, Facebook aparece como plataforma mais utilizada, com 75% de adesão. Grandes empresas marcam presença na rede social
queda de 6%, em média, no mesmo período. Outro relatório, este da consultoria McKinsey mostra que, nos EUA, 70% das empresas usam tecnologias sociais e 90% delas relatam benefícios para os negócios depois da implementação de estratégias planejadas de atuação nestes canais, com potencial de agregar valor adicional de US$ 900 bilhões a US$ 1,3 trilhão (resultado grupal) por ano. Mais do que visibilidade, a atuação bem gerida nas mídias sociais traz credibilidade. Marca bem-sucedida é marca lembrada, valorizada, creditada e engajada com seu público.
SOBRE O AUTOR Gláucia Civa Kirch é diretora executiva da assessoria de imprensa especializada em tecnologia ‘Capital Informação’, em São Paulo.
AS OLIMPÍADAS
DA BRASILIDADE Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro são sucesso entre público e movimentam tanto arenas como a Internet com a criação de memes Durante o mês de agosto, o brasileiro teve direito a conferir um espetáculo único. Os Jogos Olímpicos, maior evento esportivo do planeta, aportaram no Rio de Janeiro durante pouco mais de duas semanas, trazendo para o territó-
rio nacional alguns dos melhores atletas de todo o mundo, além, é claro, de uma legião de fãs e turistas de centenas de nacionalidades diferentes que passaram a coabitar a cidade maravilhosa com os cariocas.
Nas quadras, campos, piscinas e outros espaços dedicados à prática das modalidades, em si, o Brasil fez bonito. O país conseguiu o seu melhor resultado na história dos Jogos Olímpicos, com um décimo terceiro lugar. Além disso, também bateu o recorde de mais medalhas numa única olimpíada, com 18, e o recorde de ouros, que foram sete, dois a mais do que a anterior marca, de 5, conquistada em 2004, Atenas. Porém, apesar das imagens emocionantes como a reviravolta de Rafaela Silva, que há quatro anos foi desclassificada e vítima de racismo por pessoas do seu próprio país, e que no Rio conseguiu a sua redenção com o ouro olímpico no judô, ou então da seleção sub-23 de futebol, que finalmente
atingiu a tão sonhada medalha de ouro, única competição oficial que restava ao Brasil vencer no futebol, o certo é que a irreverência dos brasileiros foi um dos assuntos que mais rendeu pautas durante este período. Na Internet, todos os dias foram marcados pela criação e proliferação de novos memes com os Jogos Olímpicos. Nas arenas, por sua vez, a torcida brasileira que compareceu fisicamente aos locais também não fez feio e mostrou ao mundo a nossa forma muito peculiar de torcer. Isto, inclusive, gerou alguns problemas, mas no fim das contas parece que o resultado das Olimpíadas foi bem positivo. Para facilitar, a AC Digital separou alguns dos momentos mais inusitados para vocês, os leitores.
A TOCHA OLÍMPICA Antes mesmo do início oficial dos Jogos, o Brasileiro já mostrou ao que veio. Como de hábito, a tocha olímpica, símbolo máximo dos Jogos, fez uma viagem ao redor de todo o país. Foram mais de 300 cidades, espalhadas por 27 estados diferentes, por onde a chama passou. Isso, no entanto, não transcorreu sem problemas. Logo que surgiram as primeiras notícias da digressão, também apareceu uma página de financiamento coletivo que tinha um objetivo, no mínimo, peculiar: angariar fundos para pagar a fiança de alguém que conseguisse apagar a Tocha Olímpica durante a viagem da mesma. A página arrecadou R$2000, valor que supostamente cobriria o valor da fiança. Como manda o bom humor brasileiro, muitos tentaram a sua sorte, com notícias sobre tentativas frustradas de furar o bloqueio de segurança da Tocha se tornando muito comuns. O problema, no entanto, é que a piada foi até mesmo um pouco longe demais, com relatos de algumas prisões ao redor do país por tentativas de apagar a tocha.
PAES E O CANGURU Outro assunto que criou muita polêmica ficou na conta do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o seu jeito “brincalhão” de ser. Conhecido por gafes e por exagerar na dose quando o assunto é levar as coisas na brincadeira, ele voltou a entrar em uma confusão. Desta feita, com a delegação australiana que veio para os jogos. O caso começou quando os australianos, ao chegarem à Vila Olímpica, foram uns dos primeiros a se queixarem sobre as condições do local. Como logo se comprovou, exis-
tiam, de fato, diversas dificuldades, desde obras inacabadas a um estado de sujeira muito além do aceitável. Isto, no entanto, não intimidou Eduardo Paes, que prontamente foi à imprensa lamentar o fato de não poder trazer alguns ‘cangurus’, para que os australianos se sentissem em casa. No fim das contas, porém, panos quentes foram colocados, com o prefeito pedindo desculpas e, durante a abertura oficial da Vila Olímpica, chegando até mesmo a entregar as chaves do local à delegação australiana, que foi a única a receber tal honraria. Como contrapartida, ele ganhou um pequeno canguru de pelúcia.
A TORCIDA BARULHENTA O brasileiro, como é sabido, é um povo que tem uma grande paixão nacional: o futebol. Outros esportes coletivos também têm o seu nicho, como o
vôlei e o basquete, mas, em geral, o que conquista o coração do povo são esportes coletivos onde a prática de estádios lotados e barulhentos é comum não só aqui como em todo o planeta. O problema, no entan-
to, é que essa é quase que a única cultura de ‘torcida’ que possuímos, e, quando levada para arenas de tênis ou esgrima, por exemplo, o resultado foi inusitado. Logo de cara, os visitantes perceberam que, seja no futebol ou no atletismo, a torcida iria fazer barulho. Além disso, o barulho era exponencialmente maior quando algum brasileiro figurava na disputa, com vaias para os seus adversários sendo ouvidas em todos os lugares. Isto, por exemplo, incomodou o vice-campeão olímpico de salto de vara, o francês Renault Lavillenie, que teceu duras críticas ao comportamento da torcida, citando que no atletismo este tipo de “torcida de futebol” não deveria existir, pois todos estão tentando o seu melhor e sem a interferência direta de seus adversários. A goleira do time feminino americano de futebol, Hope Solo, foi outra das vítimas. Antes das olimpíadas, Hope postou uma foto com uma roupa de apicultura, se dizendo pronta para enfrentar o Rio. O brasileiro, ciente de seus problemas, não gostou, e sempre que a jogadora se preparava para bater um tiro de meta, toda a torcida ecoou o grito “Ziiiiiiiiika!”.
OS MEMES DA INTERNET Por fim, a torcida brasileira cibernética mostrou toda a sua criatividade na criação e proliferação de memes. Todos os dias foram centenas de imagens e bordões criados pela internet, que tornaram as transmissões acompanhadas de redes sociais como o Twitter um verdadeiro show de comédia para quem decidiu estar em duas telinhas ao mesmo tempo. Um dos mais populares surgiu logo nos primeiros dias, antes mesmo da abertura oficial dos Jogos Olímpicos, após a seleção masculina de futebol ter começado a sua campanha que, mais tarde, seria vitoriosa, com um empate frente à tecnicamente limitada África do Sul. O placar contrastou com a exi-
bição de gala das meninas, e os brasileiros rapidamente passaram a compartilhar uma imagem da camisa da seleção de futebol com o nome de Neymar rasurado, substituído pelo de Marta, clamando que ela, sim, seria a responsável por trazer o ouro olímpico para casa. A partir daí, a brincadeira deslanchou, e sempre que algum atleta conquistava o ouro a camisa ganhava novas rasuras e novos nomes. No fim das contas, o certo é que a brincadeira deu um giro de 360° e voltou ao ponto onde começou, com o nome de Neymar sendo novamente incluído após a conquista do inédito ouro. Outro que sofreu às custas dos brasileiros foi o nadador americano Ryan Lochter. Ou, como ficou mais popularmente conhecido pelos brasileiros, Ryan “Lorochter”. Isto porque o americano se envolveu em uma confusão e, num primeiro momento, afirmou ter sido vítima de um assalto à mão armada. A polícia investigou e o resultado foi de que toda a história não passava de uma invenção do atleta e de seus companheiros. Seguiram-se detenções, depoimentos, e uma volta para casa que não irá deixar boas lembranças para Lochter, que perdeu todos os seus patrocínios por conta do ocorrido.
Cartaz ‘fake’ do filme ‘Liar Liar 2’ (Mentiroso, Mentiroso 2) colocava o nadador Ryan Locthe no papel principal, após atleta ter mentido sobre assalto à mão armada no Rio de Janeiro e criadogrande polêmica com entidades do governo carioca e da federação Olímpica
Brincadeiras com filmes não pararam por aí, no entanto. Outros internautas decidiram que Ryan Locthe seria a vítima perfeita para estrelar uma nova adaptação do clássico ‘Pinóquio’ nas telonas. O resultado é esse.
DO QUE SÃO FEITOS
OS CAMPEÕES
O que os grandes vencedores dos Jogos Olímpicos têm em comum nos seus hábitos e na preparação Ganhar uma medalha olímpica não acontece por acidente. Enquanto que a figura do “azarão” é relativamente comum em qualquer esporte, raramente se vê um azarão em um pódio olímpico. Isso ocorre porque atletas que disputam esportes nas Olimpíadas enfrentam um desafio único: as competições ocorrem apenas a cada quatro anos.
Eventualmente, surpresas podem aparecer nos diversos torneios e campeonatos de qualquer esporte ao longo do ano. Porém, nas Olimpíadas, todos os atletas dão o que podem e o que não podem de si próprios para ganhar. Recordes são quebrados e histórias de superação são frequentes. É necessária uma vida inteira de de-
terminação e sacrifício para chegar no pódio olímpico. Talento, treinamento e otimismo são importantes, mas ainda existe um outro requisito fundamental para se tornar um grande campeão.
#1
DEFINIR METAS
Rigorosamente todos os atletas estão competindo pela medalha de ouro. Porém, são poucos os que realmente planejam seu caminho até lá. Os medalhistas olímpicos possuem objetivos claros e desenvolvem estratégias para realizá-los. Ao contar sobre a história da sua vida, a primeira coisa que qualquer medalhista fala é de como ele foi definindo e alcançando suas metas ao longo da carreira: se classificar para determinado torneio, depois se classificar para as quartas de final do próximo, depois para a semifinal do outro, sucessivamente estabelecer recordes pessoais e, por fim, a medalha suprema. Metas permitem com que atletas (não
#2
Não importa qual seja o esporte, os atletas de elite dos Jogos Olímpicos Rio 2016 valorizam e nutrem uma série de hábitos em comum. Veja quais são abaixo:
só atletas, mas todos de maneira geral) foquem e alcancem o que querem. A lógica é simples: se você não sabe onde quer ir, não saberá como chegar lá.
MANTER A CONFIANÇA
O maior ativo que os atletas de elite possuem é uma mente forte, saudável e extremamente confiante. Isso permite com que os atletas permaneçam focados, motivados e totalmente indiferentes às distrações. Somente sendo muito confiantes no seus treinamentos e em si mesmos que esses atletas conseguem seguir a estratégia prevista mesmo em finais ou situações onde um erro pode significar a derrota.
#3
FAZER AMIZADES E NÃO TORCER PELA DESGRAÇA DE RIVAIS
Atletas de elite sabem muito bem diferenciar rivalidade de inimizade. A história do esporte está repleta de exemplos de grandes atletas que são competidores dentro das quadras e amigos fora delas. O coleguismo é importante, pois somente os outros competidores sabem os sacrifícios que os atletas olímpicos têm que realizar. Essa camaradagem faz com que todos trabalhem mais duro e se desenvolvam. Um exemplo negativo ocorreu na maratona aquática feminina da Rio 2016. Uma nadadora francesa, após 2 horas de competição e faltando 1 metro
#4
para acabar a prova, deu uma braçada proposital na rival italiana, para conquistar a medalha de prata. Resultado: acabou desclassificada.
CONHECER A FUNDO SEU TRABALHO
Frequentemente, ao assistir esportes que costumo acompanhar, vejo atletas que não possuem conhecimento pleno das regras do próprio esporte em que participam. Campeões olímpicos conhecem a fundo todas as regras, estratégias, adversários, treinadores, idiossincrasias do campo e a história de seu esporte. Eles aproveitam isso para inovar, identificar
suas fraquezas e novas oportunidades para melhora. Um grande exemplo é Ryan Lochte, um dos maiores nadadores da história e medalhista de ouro na Rio 2016. O atleta pode ter realizado uma revolução para o mundo da natação, ao alterar o tradicional método de virada nas piscinas, reduzindo quase 1 segundo no seu tempo.
#5
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Não há dúvidas de que até os medalhistas olímpicos também gostam de comer guloseimas não saudáveis como nós. Entretanto, o que separa os atletas de elite das demais pessoas é conseguir controlar o impulso e transformar a alimentação em uma rotina. Eles não só conseguem se manter meses em uma dieta saudável, mesmo estando desesperados para comer algum doce ou algo gorduroso, como também possuem horários estabelecidos para se alimentarem, independentemente de estarem com fome ou não. Ter uma consciência alimentar é a
#6
melhor forma de condicionar o seu corpo, o que no caso dos atletas, é o equipamento mais importante.
DESCANSAR SEMPRE
Alimentação e sono de qualidade sempre andam acompanhados quando o assunto é vida saudável. Estar descansado é vital para a recuperação muscular, e isso só ocorre com uma boa noite
de sono. Adicionalmente, ainda rejuvenesce o corpo e a mente. Dormir é algo tão importante para atletas que muitos atletas de elite tiram sonecas regularmente ao longo do dia.
#7
FAZER O QUE FUNCIONA MELHOR PARA ELES
É tendência natural do ser humano fazer o que a maioria das pessoas faz. Se você cria uma nova forma de fazer algo que não seja muito comum, possivelmente sentirá uma pressão para parar de praticar dessa maneira, mesmo que esteja dando certo. Medalhistas olímpicos abraçam a diferença e exercem seus esportes da maneira que julgam ser a mais confortável. Eles criam rotinas e rituais e os repetem constantemente. Rafael Nadal, por exemplo, um dos maiores tenistas de todos os tempos, possui uma forma bem diferente de bater na bola, que a maioria dos professores e treinadores de tênis condenaria. Entretanto, para ele, tem dado certo (muito certo, aliás!).
SOBRE O AUTOR DANIEL SCOTT Consultor na Skala Consulting, cientista de dados, economista e mestre em Administração, estou ativamente interessado em participar do desenvolvimento de novos negócios e disseminar o conhecimento de empreendedorismo no Brasil e no mundo. Site: www.danielscott.com.br
O FUTURO DO CONTEÚDO DE MARCA por Rodrigo Carvalho Silveira Há pouco mais de um ano, Chris Cox, chefe do escritório de produtos do Facebook, apresentou os primeiros mock-ups de um novo formato de anúncio chamado ‘Canvas’, e acendeu imediatamente os olhares da plateia durante seu discurso no Cannes Lions 2015. Com a promessa de uma experiência de marca transformadora, através de um ambiente multimídia com design imersivo e alta velocidade de carregamento,
o pré-lançamento do Facebook Canvas soou como um divisor de águas, tanto para as marcas, que enfrentam o desafio diário de contar histórias relevantes em formatos inovadores, quanto para as agências, que buscam formas criativas de melhorar o desempenho e o ROI de suas ações. Na prática, o novo formato de anúncio ‘assume a tela do usuário’ depois de um clique na peça que aparece em seu feed de notícias e, uma vez expandido,
transforma-se em um mini site navegável, um ambiente rico em possibilidades de interação e extremamente favorável ao diálogo das marcas com o público. Mais do que isso, o segredo por trás
ta em termos de estratégia, pode ser a grande cartada do Facebook para resgatar a oferta de audiência qualificada e dominar o futuro dos anúncios em dispositivos móveis, garantindo um incremento de receita bilionário nos próximos anos. Facebook Canvas: design imersivo e tecnologia Instant Articles Para oferecer uma experiência memorável e cumprir a proposta de entregar maior exposição e engajamento às marcas anunciantes, o projeto Canvas precisava solucionar dois pontos chave, duas grandes barreiras entre o público e o conteúdo de marca desenvolvido com foco na audiência dos dispositivos móveis.
da proposta disruptiva do Canvas é que o novo formato de anúncio, exclusivo para dispositivos móveis, traz o conteúdo de marca definitivamente ao centro das ações de publicidade, reforçando a ideia de que mesmo o speech comercial das marcas deve ser, desde já, pautado por informações úteis e relevantes para o usuário. Os anúncios intrusivos, que interrompem forçadamente a navegação, já não têm espaço no universo digital, onde os processos de escolha empoderam o usuário e limitam sua tolerância a desvios de rota não-programados. Esse é o motivo da drástica queda de visibilidade dos anúncios, chamada de ‘cegueira de anúncios’, e também do rápido crescimento do uso de Ad Blockers, que no Brasil já chegam a 15% de toda a audiência. Nesse contexto, o formato de anúncio Canvas, e tudo que ele represen-
O primeiro ponto diz respeito ao desafio de oferecer uma plataforma onde as marcas sejam capazes de contar histórias mais ricas e envolventes, com uma interface que mantenha o usuário no comando e, ao mesmo tempo, conduza sua atenção através dos destaques e funcionalidades de um novo produto ou serviço, por exemplo. A preocupação em criar uma experiência concisa e breve tem perdido força na medida em que o público se mostra disposto a investir mais tempo naquilo que julga interessante.
A solução encontrada pelo time de desenvolvimento do Facebook recebeu o nome de design imersivo:
A resposta já havia sido criada e estava dentro de casa: os anúncios Canvas incorporaram a tecnologia de carregamento de fotos e vídeos criada pelo Facebook para os chamados Instant Articles, que possibilita que os conteúdos sejam até 10 vezes mais rápidos que na versão web dos dispositivos móveis. Pronto! Agora temos estímulos e conteúdo no mesmo patamar, e a interação é quase que um movimento natural. O futuro do mobile é a publicidade nativa
“Depois de clicar no anúncio, o novo recurso abre uma tela cheia onde vídeos, imagens estáticas, textos e botões de chamadas para ação podem ser explorados em dispositivos móveis.” Facebook O segundo ponto-chave era vencer as taxas de rejeição, isto é, otimizar a entrega do conteúdo. Ainda que os anúncios fossem atrativos e gerassem cliques, a experiência de interação não estaria completa sem a entrega do conteúdo. Essa era uma questão de tecnologia, mais especificamente de velocidade de carregamento. Como carregar imagens, vídeos, textos e botões em tempo hábil?
“Entendemos que a lentidão é uma das principais razões dos consumidores abandonarem uma página de web.” ~ Facebook
Hoje, a novidade dos anúncios Canvas começa a ser explorada pelo mercado brasileiro e reforça a visão de que em pouco tempo a publicidade terá de se fundir ao conteúdo de marca para conquistar a atenção, o interesse e a confiança do público. O Facebook é um dos principais interessados nessa transformação de paradigmas, e há tempos vem se preparando para surfar o crescente protagonismo do conteúdo na relação das marcas com o público. Primeiro, através de uma aproximação astuta com os grandes publishers e produtores de conteúdo, e agora com uma apropriação explícita do mercado de publicidade nativa. Isso porque, de acordo com a pesquisa realizada pelo IHS, e encomendada pelo próprio Facebook, até 2020 quase dois terços (63,2%) de todos os anúncios para celular serão de publicidade nativa, movimentando US$ 53 bilhões em gastos totais de anunciantes. Se por um lado há uma proposta legítima de que os anúncios Canvas surgiram para “reduzir essa experiência desconexa e frustrante que é ser direcionado aos sites em dispositivos móveis”, por outro isso significa manter toda a
“Querida, aqui está o segredo sobre investir...”
experiência de anúncios dentro dos limites controlados de Facebook, forçando os anunciantes a criarem conteúdos específicos para a plataforma social. Essa que parece ser mais uma grande cartada do Facebook para se manter no topo das plataformas de mídia da internet não é apenas um golpe arbitrário contra os anunciantes, é uma proposta inteligente que oferece também os benefícios esperados pelas marcas anunciantes. A exemplo disso, o estudo revelou que os consumidores estão mais propícios a se envolverem com anúncios na-
tivos (+20-60%) do que com os anúncios de banner padrão, o que resulta em uma melhores taxas de retenção (até 3x), eCPMs (até 2x) e CTR. Os resultados completos do estudo, “The Future of Mobile Advertising” estão disponíveis neste link. Mais uma vez, a bola está nas mãos das grandes marcas e suas agências, que buscam agora estratégias criativas e eficientes para tirar o melhor proveito desse cenário que se estabelece, onde conteúdo e anúncio se fundem para criar uma nova experiência de marca.
SOBRE O AUTOR Rodrigo Carvalho Silveira atua no planejamento de marketing digital com foco em estratégias de conteúdo e SEO, ajudando as empresas a ampliarem sua visibilidade e relevância no meio digital. https://br.linkedin. com/in/rodrigocsilveira
A CAMPANHA AGORA CHEGA ÀS REDES As eleições de 2016 são diferentes por diversos motivos. Com um período mais curto, de apenas 45 dias, os candidatos terão de encontrar novas formas, mais eficientes, de comunicar suas intenções aos eleitores. Uma delas, que também estará liberada pela primeira vez, é a utilização das redes sociais. Assim, ao lado das carreatas e comícios, tanto os políticos quanto os eleitores precisam, a partir de agora, se acostumar com as regras,
assim como obrigações e deveres de cada lado, quando o assunto é o marketing político na internet. Estas mudanças são fruto de alterações sofridas no Código Eleitoral e na Lei das Eleições. Além da redução de tempo, outros pontos-chave das campanhas também tiveram alterações, como, por exemplo, as regras em redor das placas. A partir de agora, contam com um tamanho reduzido (0,5m²), e
só podem ser confeccionadas em papel ou adesivo. Acabaram-se os bonecos, cavaletes e materiais envelopados. Da mesma forma, os gastos de campanha também sofreram cortes, com o teto sendo estipulado a 70% da eleição anterior. Fatores como estes tornam a Internet como um meio muito apelativo, devido ao seu grande alcance e relativo baixo custo. A principal regra é que, se tratando de marketing político na internet, o candidato e a coligação/partidos podem fazer campanha, desde que ela seja gratuita. O que isto significa é que, sob nenhuma circunstância, poderá haver o pagamento de qualquer quantia para a veiculação ou maior divulgação de determinado conteúdos. Anúncios pagos, posts patrocinados no Facebook, todos estes recursos estão bloqueados e, se utilizados indevidamente, podem valer ao candidato uma multa que varia entre R$5 e 30 mil reais. Da mesma forma, a outra regrinha de ouro é que a pessoa que está divulgando o seu trabalho não poderá efetuar ligações para eleitores. O conhecido ‘telemarketing’ é proibido. Isto, no entanto, não se aplica a mensagens de aplicativos como o WhatsApp, o que já abre brechas para discussões sobre a legalidade ou não das ‘mensagens de voz’. Embora se assemelhem a uma ligação, podem não ser consideradas como tal. Segundo o juiz Luiz Alves Torrano, que deu entrevista sobre o assunto ao G1, todas as postagens precisam conter um dispositivo que permita ao usuário descadastrar-se de algo que não quer mais receber. A pessoa necessita ter o direito a não mais querer receber determinado conteúdo de determinado candidato, e isso precisa ser feito dentro
O QUE PODE E O QUE NÃO PODE
Partidos, candidatos e coligações podem criar páginas, blogs etc., mas precisam informar à Justiça Eleitoral o endereço
Perfils falsos, anônimos ou que divulguem boatos e mentiras sobre outros candidatos e eleitores são proibidos.
Eleitor pode pedir votos e manifestar-se contra ou a favor a candidatos, mas precisa estar identificado para tal.
A utilização de pagamentos para patrocinar postagens nas redes sociais, ou então pagamentos para serviços de robôs.
Se cadastrado, eleitor poderá receber e-mails e mensagens de campanha
Comércio de números e cadastros para políticos e com eleitores
Caso sinta que algum candidato ignorou as regras, o eleitor poderá procurar o cartório eleitoral do seu município para fazer uma denúncia, ou então preencher formulário no site do Tribunal Regional.
Realizar propaganda ou publicidade em sites corporativos, mesmo que o candidato ou partido em questão não realize nenhum tipo de pagamento. O mesmo se aplica a organizações sem fins lucrativos.
do prazo máximo de 48 horas. De acordo com informações do Datafolha, a perspectiva dos candidatos e dos partidos acerca da Internet também já vem sofrendo mudanças há alguns anos. Até 2012 existe a noção de que a Internet era um campo ‘complementar’, mas as eleições de 2014 demonstraram que o espaço foi uma das principais fontes de influência na decisão de voto. Segundo pesquisa do instituto, mais de 39% dos eleitores afirmaram ter sido influenciados pela Internet na hora de decidir sobre que candidato votar. Destes, 19% foram mais longe e destacaram que a internet teve uma grande influência. Além disso, vale lembrar, também, o gosto do povo brasileiro pelas redes sociais em geral. O Brasil figura, constantemente, no topo de listas de ranking de uso e horas conectadas a esses sites, e especialmente o público mais jovem, das gerações Y e Z, já têm no Twitter e no Facebook uma verdadeira alternativa aos sites de notícia tradicionais, usando-os como ‘agregadores’ para mais facilmente encontrar conteúdo de seu interesse. Uma presença ativa e sem erros nesse ambiente pode gerar boa repercussão para os candidatos.
ATAQUE COMPROMETE SEGURANÇA DE APLICATIVO Invasão ao serviço de armazenamento na nuvem aconteceu em 2012, mas apenas foi revelada agora O Dropbox, um dos mais antigos e mais utilizados sites de armazenamento em nuvem, divulgou no fim do mês de agosto que teve, em 2012, os seus servidores invadidos após um ataque. De acordo com a empresa, mais de 68 milhões de senhas de acesso e de emails foram comprometidos. A razão pelo atraso na divulgação da informação se dá pelo fato de que o ataque foi documentado, recentemente, O interessante é que, à época, o Dropbox havia avisado os seus usuários apenas que alguns emails haviam sido vazados, não tendo mencionado a questão das senhas. Além disso, para contextualizar, vale lembrar que em 2012, o Dropbox possuía cerca de 100 milhões de usuários inscritos no serviço, o que sig-
nifica que mais de 50% dos seus subscritores tiveram sua segurança comprometida. Agora a empresa disparou e-mails a todos os afetados sugerindo que mudassem as suas senhas, de forma a evitar futuros problemas. Segundo análises, no entanto, a conta do problema fica a cargo do LinkedIn. O site já havia sido responsável, também, este ano, pela invasão da conta de Twitter de figuras como Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, e Dick Costolo. Em 2012, o LinkedIn sofreu um ataque e uma das contas comprometidas era de um funcionário do Dropbox, que utilizava a mesma senha. Com isso em mente, os invasores tiveram acesso ao banco de dados do Dropbox e às demais contas.
CRÔNICA
CARLOS AUGUSTO BRUM
Nós: luto Eu fui Patrono da Feira do Livro e Mostra Cultural do Colégio Salesiano Dom Bosco em 2014. Durante uma semana convivi com os alunos, professores e funcionários de uma escola maravilhosa. O colégio é super organizado, seus profissionais são dedicados e competentes. Por volta das 23h15 da noite do dia 25 de agosto de 2016 eu li uma publicação de uma amiga que é professora do Dom Bosco. E foi assim que eu fiquei sabendo. Por volta das 17h30 daquela mesma quinta-feira, a vendedora Cristine Fagundes estacionou seu Honda Fit perto da escola. Ela estava indo buscar seu filho, aluno do sétimo ano. O menino sai às 18h00, mas os alunos menores saem às 17h30. Isso causa muito fluxo no estacionamento da escola, que é, por sinal, espaçoso e seguro. Cristine estava com sua outra filha. Por volta das 18h00 um bandido a abordou. Ele realizava, com dois ou três comparsas, uma série de assaltos. “Passa o celular”, ele disse. Ela foi tirar o cinto de segurança para descer do carro. Ele deu um tiro na cabeça da mulher, na frente da filha. Na sexta um delegado contou que havia prendido por assalto à mão armada um dos criminosos. A pena, que deve ser de vários anos, foi cumprida em seis meses. Algum juiz liberou mais cedo por “bom comportamento”. Um dos criminosos disse que seu colega atirou “por engano”. Foi só um engano no ambiente de trabalho. Erros bem diferentes: uma conta errada; um atraso de 15 minutos; um relatório faltando informações; um tiro na cara na frente da filha. Na sexta um radialista porto alegrense culpou a desigualdade social pelo crime. As seções de comentários de todos sites de notícia debatiam siglas e culpavam Tarso ou Sartori, Dilma ou Temer. Teve quem disse que as cadeias estão lotadas porque “estamos prendendo as pessoas erradas”. Claro, o gaúcho se orgulha de suas opiniões firmes e indiscutíveis. Somos ximangos ou maragatos; gremistas ou colorados; petralhas ou reaças; mortadelas ou coxinhas. Não existe meio termo. Não se recomenda o diálogo. Melhor evitar a união. César já dizia que é mais fácil “dividir para reinar”. Mas será mesmo a hora certa para ficar debatendo teorias com o fanatismo de um torcedor? Esse é um momento que clama pela união: a separação entre “nós” e “eles” é muito clara. E aqui não discutimos política nem sociologia nem economia: discutimos sobrevivência. “Nós” somos o numeroso grupo de pobres, ricos, brancos, negros, gremistas, colorados, mortadelas e coxinhas que só querem sair de casa para ir trabalhar ou estudar ou passear. “Eles” são o minúsculo porém poderoso grupo que, por “bom comportamento”, cumprem penas de anos em meses e já mataram mais de 90 pessoas esse ano. O Rio Grande do Sul nunca reelege governadores, mas tudo quanto é partido já nos governou durante os últimos trinta anos, tempo que eu estou vivo. E eu vi Porto Alegre ir pro inferno. Três caras armados levaram meu carro em 2014. Antes roubo à mão armada era um causo curioso que aconteceu com o conhecido do amigo, agora todos temos histórias para contar. Não passa um dia sem um conhecido ser assaltado. Não passa uma semana sem latrocínio. O assassinato de Cristine aconteceu por descaso das autoridades, ganância dos arrecadadores de impostos, picuinha entre fanáticos, desmoralização do diferente e cortes de orçamento em áreas vitais. Precisamos de menos dedos apontando culpa e mais ação. Menos ódio e mais respeito à nossa vida. Menos juízes com todo tipo de auxílio salarial reduzindo penas e mais salários dignos sendo pagos na hora para policiais e professores. Remanejamento orçamentário para realizar grandes investimentos em presídios e escolas. Afinal, todos sabemos que o futuro vem da educação e que a sociedade sadia precisa de boa segurança. Precisamos disso urgentemente. Está impossível viver Durante toda sexta eu só conseguia pensar nos filhos. Como sobreviver a essa dor? O que fazer com esse ódio? Como acalmar essa revolta? O menino saiu da escola como saía todos os dias, mas a mãe não estava lá. Ela nunca mais estará. A filha viu a mãe levar um tiro por não reagir. Por um carro. Por um celular. Por nada. Imagine quantas alegrias você viveu ao lado de sua mãe desde seus quinze anos. Imagine que essas memórias nunca existiram. Mas no sábado eu já me sentia melhor. Tristeza aplacada, revolta abafada, ferida fechada. Escrevi esse texto no domingo. Vida que segue! Pelo menos a minha e a sua. A dos filhos não. Eles continuam sofrendo. E para sempre carregarão essa dor. Meus mais sinceros sentimentos à família.
Contatos: carlosaugusto52@gmail.com | facebook.com/cadu.doslivros
Rolou no Confira alguns dos assuntos em voga na rede social
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Emoções No Grupo Digital Marketing, um artigo muito interessante aborda uma questão que muitos provavelmente certamente irão se relacionar: que emoções você sente a ler um e-mail? Consegue compreender a intenção por trás do texto da outra pessoa? Um estudo realizado demonstra que, até mesmo entre amigos, o e-mail é uma ferramenta que dificulta a compreensão da intenção por trás das mensagens. De acordo com os pesquisadores, este resultado pode estar relacionado com uma confiança exagerada que as pessoas possuem por trás de um teclado.