Revista AC Digital #42

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Edição #42 Outubro de 2016

A POLÊMICA DO

MILK SHAKE

Ovomaltine troca Bob’s por McDonalds e empresas entram em grande batalha de marketing – enquanto isso, clientes lamentam perda de produto ícone da rede brasileira

E MAIS: Facebook lança Marketplace e segue Instagram | PGS. 8 e 10


Índice

EDITORIAL

Analise

Os últimos acontecimentos no Brasil refletiram nas urnas, à exceção do já previsto desastre petista. A novidade que acendeu o sinal de alerta foi a abstenção. Mais de 25 milhões de eleitores (17,58%) não compareceram às urnas para votar no primeiro turno das eleições municipais em todo o país. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de faltosos totalizou 25.330.431. O Rio de Janeiro foi o estado com maior percentual de abstenção, com 21,54%, seguido por Rondônia (20,99%), São Paulo (20,73%) e Mato Grosso (20,63%). O menor índice de abstenção foi registrado no Piauí, com 11,75%, seguido pela Paraíba (12,28%) e Santa Catarina (13,01%). Segundo a cronista Dora Kramer, do Estadão, “não houve derrotas nem derrotados fragorosos na eleição deste domingo. Tampouco ocorreram vitórias ou se registraram vitoriosos absolutos na escolha de prefeitos e vereadores nas capitais do País. Foi tudo meio morno. Portanto, de baixa intensidade também o impacto sobre os preparativos para 2018”. Na reflexão dos jornalistas Sandra Passarinho, Heraldo Pereira e César Menezes, Globo.com, “as eleições municipais de domingo trouxeram alguns resultados contundentes e mexeram bastante com a paisagem político-partidária. As eleições municipais foram únicas em vários sentidos: tiveram pouco tempo de campanha, pouco dinheiro, no meio de inédita crise política e econômica, logo depois de um doloroso e longo processo de impeachment”. O PMDB tinha 23 prefeituras em 2012 e nessa eleição conquistou dezoito. Já o PP aumentou de oito para 16. O PSB elegeu seis prefeitos na última eleição e agora vai ter sete prefeituras sob o seu comando. O PR que tinha seis prefeituras em 2012 agora tem sete. O PDT elegeu seis prefeitos, na última eleição e manteve o mesmo número no pleito deste

domingo. Já o PPS não tinha nenhuma prefeitura em 2012 e conquistou seis nessa eleição. O PTB que elegeu somente um prefeito em 2012, agora subiu para cinco. O PSD fez seis prefeitos na última eleição e dessa vez teve dois eleitos. O PSDB tinha dois prefeitos e manteve o mesmo número. O PV elegeu um prefeito em 2012 e agora elegeu dois. Já o PTN que não elegeu nenhum prefeito na última eleição, agora vai comandar duas prefeituras. O PRB tinha três prefeituras e, nessa eleição, elegeu dois prefeitos. O DEM tinha duas prefeituras em 2012 e manteve o mesmo número. O PHS é outro partido que não tinha nenhuma prefeitura em 2012 e nessa eleição tem dois. Fundada em 2015, a Rede Sustentabilidade, elegeu um prefeito no domingo. O PSC elegeu sete prefeitos na última eleição e agora tem um. O PEN que não tinha nenhuma prefeitura em 2012, agora conseguiu uma. O mesmo ocorreu com o PT do B que também não elegeu nenhum prefeito na última eleição e nessa conseguiu uma prefeitura. O PMB também não tinha nenhuma prefeitura sobre o seu comando e agora conquistou uma. O partido que mais que mais perdeu prefeituras foi o PT. Em 2012, o partido fez dez prefeitos e agora só tem uma prefeitura. Outro partido que não tinha nenhuma prefeitura e agora tem uma é o PRP. O PC do B tinha três prefeituras em 2012 e não elegeu prefeitos neste domingo. Já o PSOL, que tinha uma prefeitura na última eleição, até agora não tem nenhuma. O PMN também tinha uma prefeitura e não elegeu prefeitos. *Informações: G1

Augusto de Carvalho Editor-chefe

E-Book: Buyer Persona

03

A Polêmica do Ovomaltine

04

Em busca do público jovem

08

Facebook Marketplace

10

Marketing Boca a Boca

12

Faz tanto Marketing que não faz sentido

15

Festival Internacional de Dança

19

Expediente Editor-chefe Augusto de Carvalho Textos Augusto de Carvalho Luis Gurgel Colaboradores Rodrigo Carvalho Silveira Gláucia Civa Kirch Diagramação Luis Gurgel


E-BOOK

A IMPORTÂNCIA

DAS ENTREVISTAS A Tracto acaba de lançar mais um e-book gratuito. Chamado “Buyer Personas: Como e por que entrevistar potenciais clientes”, e da autoria de André Rosa e Cássio Politi, ele pode ser baixado pelo site da empresa, em tracto.com.br. De acordo com a obra, sete em cada dez empresas que falharam em aclcançar as suas metas não realizaram entrevistas com os clientes. de forma a desenvolver “Buyers Personas”. E o que vem a ser uma buyer persona? É basicamente um perfil do seu público-alvo, que poderá ser transformado em cliente. Conhecer as pessoas que você quer conquistar, de forma a que a sua comunicaçação e o seu produto atendam as suas necessidades da melhor maneira possível. A não realização de questionamentos com este fim é um erro fatal, segundo pesquisa da Understanding B2B Buyers (Entendo os clientes B2B). Além disso, o e-book auxilia as empresas, também, na hora de descobrir a melhor forma de conduzir estas entrevistas para descobrir o perfil de clientes que poderão se tornar adeptos de sua marca. Afinal, entrevistar é fundamental, mas saber o que perguntar é

tão importante quanto. De acordo com Adele Revella, que é fundadora do instituto Buyer Persona, em Seattle, nos Estados Unidos, as empresas precisam focar em descobrir as seguintes informações: - Fatores que motivam clientes; - Dramas e Desafios; - Papel desempenhado nas compras Infelizmente, isso não é o que muitas vezes acontece, com parte dos empreendedores que realizam pesquisas seguindo um caminho errado e colocando sua atenção em questões demográficas e hobbies e interesses. Este modo de operar, de acordo com Joakin Ditlev, do Content Marketing DK, gera um comportamento arrogante em algumas empresas. Questionados sobre o que conhecem dos seus clientes e o que eles esperam das empresas, muitos se limitam a dizer que “sabem muito, pois fizeram pesquisa”, mas na verdade dão um tiro no pé ao presumir que conhecem os seus clientes. Sem a base necessária para ajudá-los a superar dramas e desafios, esta falsa sabedoria pode atrapalhar mais do que ajudar,. O processo precisa ser feito construído de forma gradual.



A POLÊMICA DO OVOMALTINE Fornecedora de pó para milk shake mais famoso do Brasil troca Bob’s por McDonalds e dá início a uma grande campanha de marketing Quem acompanha a AC Digital todos os meses provavelmente se lembra de uma enorme guerra publicitária, há alguns meses, envolvendo dois gigantes do fast food, o Burger King e o McDonalds. Por conta de uma ação de marketing do BK, ambas as empresas deram um show de criatividade e se enfrentaram nas redes (e fora delas) para tentar conquistar os clientes. Agora, em território nacional, o mês de setembro viu nascer uma nova superluta dos restaurantes, envolvendo o Bob’s e o McDonalds. O pivô da briga? O milk shake de Ovomatine. Um dos grandes trunfos da rede brasileira de fast food Bob’s sempre foi o seu milk shake. Em qualquer parte do país, um fala povo sobre os produtos da marca invariavelmente termina com regados elogios à bebida, com especial destaque ao sabor de Ovomaltine. Só que, de um dia para o outro, esta relação tão duradoura acabou. E não só chegou ao fim, como

ganhou requintes de traição. Isso porque o rival McDonalds anunciou que, agora, possui exclusividade para a comercialização e divulgação do nome “Milk Shake de Ovomaltine”. A partir daí, muita coisa aconteceu. O Bob’s, rapidamente, tentou se recuperar do baque e anunciou o “Milk Shake Crocante”. Segundo a marca, o nome é diferente, mas o sabor continua o mesmo que os clientes aprenderam a amar ao longo de décadas.Além disso, lançou uma campanha em que acusa o rival McDonalds de ser “fake”, tentando desassociar o produto do nome. Se a tentativa vai ou não resultar, será preciso algum tempo para que sejam publicados números. No entanto, isso não foi tudo. Alguns dias depois, o Bob’s partiu para uma abordagem mais agressiva com a sua campanha de disassociação, reminiscente, inclusive, do tipo de marketing comum nas terras do tio Sam. A campanha “Eu não bebo


#Milkfake” ofereceu um milk shake gratuito na compra de um trio para quem repetisse essa frase no balcão das lojas. O futuro Com a popularização do caso, profissionais da área de publicidade e negócios rapidamente passaram a analisar o caso. Daniel Castello, da Endeavor, que assina coluna na Folha de São Paulo, foi um dos que falou sobre a polêmica, afirmando que, sem dúvidas, este imbróglio irá se tornar um case dentro da área. No entanto, para Daniel, que se diz um convicto fã do produto, a briga trará consequências para todas as empresas envolvidas, com o consumidor sendo o que sairá mais pre-

Campanha do Bob’s visava questionar ‘autenticidade’ do milk shake de Ovomaltine do concorrente McDonald’s judicado. Para o Bob’s, Castello questiona que a empresa falhou na escolha do novo nome, com o Crocante não evocando o valor emocional presente no produto que foi comercializado com décadas, e “desvalorizando-o de forma desnecessária”. Castello também teceu críticas à estratégia de classificar o concorrente como fake, afirmando que a empresa deveria estar mais preocupada em encontrar um nome que realmente conecte com o


seu consumidor com as dimensões de um produto clássico e genuíno. Já quanto ao McDonalds, o risco, explica Castello, é que ao adquirir um nome tão revestido de significados e associá-lo a um produto que é fundamentalmente diferente, cria-se uma dissonância cognitiva. Vende algo chamado de “Milk Shake de Ovomaltine”, mas que na verdade não apresenta o mesmo gosto e características daquele que há décadas foi comercializado. Além disso, explica Castello, é uma situação desconfortável, onde o McDonalds se torna “alguém que tenta, mas não consegue, substituir o insubstituível em termos emocionais”. O Bob’s perde o seu valor por conta da perda do nome, que não encontrou substituição à altura. O O McDonalds precisa encontrar uma forma, nada fácil, de conseguir se desvincular de uma sombra injusta. E o consumidor? Este, então, encontra-se ao mesmo tempo no meio

do turbilhão e sem poder de mudar nada do que acontece. No fim, terá de aceitar a perda do nome do Bob’s, algo que já está enraizado na cultura do brasileiro, e corre o risco de perder o apreço pelo produto, desanimado com o novo nome. Ao se dirigir ao McDonalds, por sua vez, a verdade é que irá à procura de um produto que não existe, e inevitavelmente acabará desiludido ao consumir o novo Milk Shake de Ovomaltine. É um novo produto, com nome pomposo, mas que não atende às expectativas do seu cliente, e que durante muito tempo sofrerá comparações com o anterior. Para a Ovomaltine, fora o dinheiro que entra por conta do negócio fechado, o futuro também é incerto. Há o risco do produto do McDonalds não colar, e o tão famoso “milk shake de ovomaltine” cair no esquecimento. O aporte financeiro poderá não ser suficiente para justificar a escola feita de mexer em um time que, para todos os efeitos, já estava ganhando.

OUTRAS EMPRESAS COMPRAM A BRIGA

A Giraffa’s e o Burger King também se manifestaram. Isolados da polêmica, ambas as empresas aproveitaram o que rolou para divulgar os seus próprios shakes. E, no caso do BK, ainda rolou uma alfinetada: a empresa disse que milk shakes, todos têm, agora a carne grelhada...


EM BUSCA DO

PÚBLICO JOVEM WhatsApp lança ferramenta adaptada do Snapchat de olho na parcela mais nova dos usuários de apps de mensagens O WhatsApp continua sendo, para muitos, sinônimo de ferramenta de comunicação nos tempos contemporâneos, com a gíria ‘zap’ tendo caído no gosto de milhões de brasileiros que, diariamente,

enviam mensagens de texto e áudio pelo aplicativo para seus amigos, conhecidos e colegas de trabalho. No entanto, no cenário sempre pujante das mídias sociais, onde a transformação e a adaptação são


palavras chave, manter-se relevante nunca é um trabalho simples, e este é um problema que o WhatsApp vem enfrentando, nos últimos tempos, se comparado ao seu rival, o Snapchat. Para tentar amenizar esta crise, o WhatsApp anunciou uma nova função, já presente no seu concorrente: desenhar por cima das fotos. A partir de agora, quando se envia uma foto ou um vídeo pelo aplicativo, o usuário terá a possibilidade de realizar alguns tipos de edição no conteúdo. O primeiro dele é a liberdade de fazer desenhos ou escrever pequenas mensagens. Da mesma forma, também será possível adicionar emojis, os pequenos “smileys”, por cima de qualquer parte das fotos e vídeos. Esta nova atualização também disponibiliza uma ferramenta de texto para a escrita de mensagens sem serem ‘desenhadas’. Além destas novidades, o pacotão do Facebook para o WhatsApp, que adquiriu o serviço de mensagens há dois anos por mais de 22 bilhões de dólares, inclui também outras novidades de acessibilidade e que prometem melhorar a vida dos utilizadores. Agora, ao utilizar a câmera frontal do aparelho, é possível a utilização do flash para clarear selfies tiradas em ambientes escuros. Além disso, em uma mudança que já estava sendo pedida há muito tempo, finalmente foi adicionada a possibilidade de aumentar ou reduzir o zoom das imagens na hora de gravar vídeos. Para tal, basta deslizar o dedo para cima ou para baixo da tela. Com dois toques na tela, o usuário automaticamente alterna entre a câmera frontal e a traseira. Estas novidades ilustram uma tendência recente. O Facebook e as empresas controladas por Mark Zuckerberg vêm, constantemente, tentando se adaptar a este novo cenário em que os jovens estão ‘fugindo’ dos seus serviços. Com o Fa-

cebook cada vez mais utilizado por uma parcela mais velha da população e o Instagram também sofrendo forte concorrência do Snapchat, têm sido vários pacotes para tentar reconquistar essa fatia do mercado. Há alguns meses havia sido a vez do próprio Instagram, que também investiu numa ‘imitação’ do Snapchat, ao introduzir o recurso ‘Stories’. Com ele, fotos e vídeos postados na rede social desapareciam automaticamente após 24 horas – o grande diferencial do Snapchat e o que conquistou o coração de muitos dos mais novos, pois esta habilidade de tornar algo ‘limitado’ e exclusivo exerce grande poder sobre eles.

Aplicativo agora permite realizar desenhos e colocar emojis sobre fotos. Exemplo acima trata-se de uma imagem preta.


MARKETPLACE Empresa lança serviço para tentar abocanhar fatia de compras e vendas entre usuários em escala local Um dos grandes booms do Facebook durante os últimos anos foi, certamente, a popularização de grupos de compra e venda de produtos. Não importa em que lugar do mundo você esteja, se estiver precisando vender algum móvel ou eletrodoméstico por conta de uma mudança, provavelmente existe, em sua cidade, algum grupo dedicado a essa finalidade. Assim, de olho nesta tendência do mercado, Mark Zuckerberg e seus seguidores rapidamente desenvolveram ferramentas que permitem explorar melhor este nicho e, é claro, lucrar com ele. Eis que surge o Facebook “Marketplace”. De acordo com informações do site Techcrunch, mais de 450 milhões de pessoas

visitam, , mensalmente, grupos de compra e venda. Assim, esta tentativa de bocanhar parte deste mercado não é surpresa alguma. Para tal, o Facebook lançou o “Facebook Market Place” no início de outubro nos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia. Estes quatros países vão servir como base de testes para a função e, caso se torne popular, não há dúvidas que rapidamente veremos a expansão do serviço para o resto do globo. Mas, o que faz o Marketplace? Basicamente, é uma ferramenta que possibilita ao usuário acessar uma lista de coisas para comprar e que estejam localizadas próximas ao local onde ele mora, tudo graças às ferramentas de GPS e à AI do Face-


book. Atualmente, o serviço está reservado para perfis pessoais, sendo que páginas e empresas não têm acesso a ele. O serviço conta, também, com integração com o Facebook Messenger, o que oferece aos usuários uma forma mais direta de comunicação. Além disso, por se tratar de um tipo de compra local, o Facebook também está, pelo menos no presente, fazendo com que os pagamentos só possam ser realizados por meio do Messenger da empresa. Com um cartão de débito associado à sua conta, é possível transferir dinheiro entre um perfil e outro pelo próprio aplicativo. Apesar de parecer uma inconveniência, a decisão parece querer motivar o encontro entre as partes envolvidas, o que assenta dentro da proposta de grupos de compra e venda locais, que inspiraram o aplicativo. Uma das grandes vantagens do Ma-

rketplace, também, se comparado a outros serviços da Internet, é o fato de estar associado ao Facebook. Atualmente, sites como o americano Craiglist são muito usados para efetuar este tipo de trocas e transações locais, mas ao contrário do Facebok, onde a vida da pessoa está ‘exposta’, o usuário não possui informações sobre o vendedor para além de avaliações, que podem ser facilmente forjadas. No Facebook, no entanto, além do contato pelo Messenger, o comprador tem acesso ao perfil do vendedor, e poderá dar uma olhada pelo menos em busca de detalhes sobre a pessoa. Caso se trate de alguém com uma conta falsa, feita para enganá-lo, a probabilidade de ter muitos amigos ou um histórico de mensagens extenso é muito baixa. Assim, é possível criar uma relação de confiança muito maior entre as partes envolvidas.

Proposta do Marketplace é juntar confiança e praticidade: compras ligadas ao perfil do Facebook permitem maior contato com o vendedor e diminuem chances de propagandas enganosas.


MARKETING

BOCA A BOCA É PARA PROFISSIONAIS O boca a boca é campeão de vendas. Está comprovado: segundo dados do Instituto Nielsen, 92% dos consumidores confiam mais nas recomendações de amigos e familiares e no que dizem as pessoas, mesmo que sejam desconheci-

dos, sobre um produto, serviço, empresa ou marca, do que em qualquer outro tipo de publicidade. Desde sempre que a opinião alheia influencia a decisão de compra, mas nos tempos atuais, em que o número de aces-


sos a Internet cresce vertiginosamente ano a ano, somando mais de 3,2 bilhões de conectados em 2016, e que mais de 7 bilhões de usuários participa das dez redes sociais mais populares do mundo (lista liderada por Facebook, Youtube e WhatsApp), esta relação cresceu demais, chegando ao ponto de estar no topo das estratégias de Marketing. Palavra de especialista: segundo o papa do Marketing, Phillip Kotler, os consumidores estão no poder, pois sabem muito mais sobre as empresas do que elas mesmas, já que se informam com outras pessoas sobre o que pretendem comprar, contando, para isso, com reviews e opiniões que recebem diretamente nos computadores que levam no bolso. Outra sumidade de mercado, a empresa de pesquisas Harris Interactive, aponta em um estudo que a navegação na web está à frente, desde 2011, dos demais veículos de comunicação no contato com o consumidor. De acordo com o levantamento da companhia, os consumidores pesquisam e têm suas decisões de compra impactados 66% das vezes pela Internet e 61% por conselhos (online e offline) de amigos e familiares. O Marketing Direto, aquele que (novamente citando Kotler) não usa intermediários para oferecer produtos e serviços ao consumidor, é uma das ferramentas de vendas mais utilizadas no mundo. Isto porque o contato direto possibilita proximidade e interação, troca, informação rápida.Valores importantíssimos na sociedade do conteúdo aos terabytes e paciência mínima – você sabia que se um site não abrir em 3 segundos ele perde a atenção do usuário e que se levar mais de 10 segundos para entregar a informação que o internauta precisa pode até ser punido pelo buscador do Google?

Para Philip Kotler, o papa do marketing, os consumidores estão no poder, pois eles sabem muito mais sobre as empresas do que elas próprias.


Interessante perceber que nesta modernidade toda o que mais ganha espaço é um artifício tão antigo quanto o boca a boca. Depois de toda a tecnologia empregada à publicidade, os recursos rebuscados para criação de peças publicitárias magníficas, a TV e seus caríssimos segundos de comerciais respaldados, e tantos outros veículos utilizados, é a opinião do vizinho que importa mais. É claro que o Marketing não perdeu espaço neste contexto. Pelo contrário, ganhou ainda mais força. Se é preciso conquistar a opinião pública para gerar buzz e chegar à preferência do consumidor, é obrigatório investir em uma comunicação capaz de alcançar tais resultados. O fornecedor, vendedor, é o primeiro influencer desta cadeia. É lá na raiz, de onde saem os produtos e serviços, que o processo de comunicação começa. Todo item que irá à venda precisa ser pensado de acordo com os valores que quer transmitir e o púbico que almeja atingir. A partir disso, um arsenal de profissionais, conteúdos, ferramentas e veículos de difusão será empregado para atribuir tais valores e alcançar tal público. É nesta intermediação que entram os profissionais de Comunicação. O Marketing depende de especialização para ser bem executado. Assim, cercar-se de quem realmente saiba fazer propaganda, comunicação com a imprensa, comunicação entre os diversos departamentos internos da empresa, comunicação nas Mídias Sociais, é fundamental para obter ganhos de imagem e reputação. Na era da compra via boca a boca, comunicar bem é o principal item determinante de venda. A sociedade cada vez mais informada toma as rédeas do processo comercial, interage com as marcas e com seus interlocutores, torna-se porta-

-voz dos aspectos positivos e negativos de produtos e serviços. A informação tornou-se tão poderosa quanto abundante, e, se não é possível controla-la, é indicado que se administre sua produção e difusão de forma a entregar clareza, veracidade, benefícios e relevância. Em outras palavras, é preciso ganhar o cliente pelo cérebro: informa-lo sobre porque este produto é melhor do que aquele, o que ele ganhará comprando isso em detrimento daquilo, com base em argumentos sólidos, plausíveis, pautados na realidade e adequados a cada perfil de público.

O termo C2C (Consumer to Consuer) nunca esteve tão em alta, e esta ascensão demanda adaptação da mensagem e das formas de contato por parte das empresas que queiram expandir sua presença no mercado e transformar consumidores em clientes fiéis. Profissionalizar a gestão da Comunicação é uma obrigação das marcas. A conquista do público e de sua decisão de compra depende fundamentalmente disso. O termo C2C (Consumer to Consuer) nunca esteve tão em alta, e esta ascensão demanda adaptação da mensagem e das formas de contato por parte das empresas que queiram expandir sua presença no mercado e transformar consumidores em clientes fiéis. SOBRE O AUTOR

Gláucia Civa Kirch é diretor executiva da assessoria de imprensa especializada em tecnologia ‘Capital Informação’, em São Paulo.


FAZ TANTO

MARKETING

QUE NÃO FAZ SENTIDO por Rodrigo Carvalho Silveira A menos de uma quadra do meu portão há uma vitrine colorida, repleta de rendas e paetês. A calçada é toda desenhada com ladrilhos e há sempre uma moça sorridente que nos convida a entrar contando das qualidades da loja. Depois de algumas semanas observando aquela simpática promoção fui saber que o lugar é um ateliê de costura, o que explica os manequins e seus acessórios reluzentes.

Hoje pela manhã acompanhei minha namorada ao convidativo ateliê para os últimos retoques em um vestido que ela encomendou. O ambiente, apesar de aconchegante, não é familiar nem para mim nem para ela, pois nunca fomos acostumados a usar roupas feitas sob medida, ‘isso é coisa de gente chique’, eu pensava, mas o evento é importante e decidimos que era uma necessidade.


Necessidade... onde é que ela nasce? No universo prático, na comodidade ou na publicidade? Qualquer pessoa que trabalhe com comunicação ou marketing deve ter se questionado a respeito disso algum dia (ou pelo menos deveria). Enquanto esperava, aproveitei para alimentar essa reflexão, mas fui interrompido pela surpresa de que o tal vestido não estava pronto conforme o prometido: os cortes eram outros, a renda estava solta, a costura que ficou aparente... Poxa vida!

ção. Insatisfação que é uma mescla de desilusão, de frustração, de aborrecimento. Nada bom.

Nessa hora, me lembrei de um colega de trabalho que dizia que a grande diferença entre a propaganda e o marketing é que o marketing tem um laço visceral com a satisfação do cliente/consumidor/usuário, enquanto a propaganda está entregue de corpo e alma ao impacto persuasivo da mensagem. Persuasão pode até soar um pouco pejorativo, mas a satisfação... bom, Se você for um cara espiritualizado, essa é uma missão e tanto para qualmeditante ou coisa do tipo, pode até quer área ou mercado de atuação, até não sentir raiva, mas é quase impos- mesmo para os ateliês de costura sorsível frear o sentimento de insatisfa- ridentes.


Suponhamos que o marketing seja mesmo o grande responsável pela satisfação dos seus clientes, e que você queira realizá-lo da melhor forma possível, muito além dos sorrisos e paetês, então talvez você possa começar do jeito mais simples: cumprindo o combinado, cumprindo o que prometeu no acordo simbólico, mas também prático, da comunicação.

“ Marketing: dispense os ladrilhos, os paetês e os sorrisos, apenas entregue o que foi prometido.” Não precisa investir em caríssimas pesquisas de mercado, grupos focais, testes de viabilidade e aderência, nada disso. Apenas pergunte ao cliente o que ele deseja e avalie se é capaz de cumprir ou não. Funciona assim: se a sua marca diz que é capaz de entregar um serviço/produto por determinado preço em determinado prazo, então o faça. Dispense os ladrilhos, os paetês e os sorrisos, apenas entregue o que foi prometido e isso será suficiente para produzir aquela maravilhosa sensação de missão cumprida e trazer a tal satisfação aos seus clientes, que voltarão a contratar ou recomendar os seus serviços. Se você não pode fazer um vestido com renda, então é melhor partir pra outra proposta, caso contrário o resultado é certo: insatisfação. Parece simples, não? O primeiro passo daquilo que chamamos de marketing é, de

“ Satisfação: a essência do marketing se dissolve no cotidiano das organizações.” fato, algo tão simples que se dissolve no cotidiano de uma organização, e quando nos damos conta nossa proposta de valor está tão oca quanto a cabeça de um manequim, nossa entrega é uma verdadeira falácia, somos uma organização repleta de trincas institucionais, uma renda cheia de abismos técnicos e operacionais, colecionando rugas de atrito e úlceras de insatisfação. Nada bom 2. Esse cenário, que mais parece o enredo de uma anedota, não é uma exclusividade dos ateliês de costura, está em todos os setores,


sobretudo nos de serviços. Talvez esteja acontecendo agora mesmo no seu negócio e você aí se perguntando o que engessou o crescimento do seu share de mercado. Eu fico realmente impressionado com os deslizes de entrega tão chulos e recorrentes, que parecem ainda mais absurdos em uma cidade como São Paulo, tão famosa por sua eficiência. Bom, mas não escrevi este relato para fazer protesto ou desabafar, escrevi simplesmente porque achei um alerta valioso, sobre algo tão simples e, ao mesmo tempo, tão importante no contexto do marketing nas organizações. Você não acha?

SOBRE O AUTOR Rodrigo Carvalho Silveira atua no planejamento de marketing digital com foco em estratégias de conteúdo e SEO, ajudando as empresas a ampliarem sua visibilidade e relevância no meio digital. https://br.linkedin. com/in/rodrigocsilveira

#CURTAS Estadão cria editorias para conteúdo digital Com presença cada vez maior no ambiente digital, o Estadão decidiu criar duas novas editoriais: Redes Sociais e Audiências. Lideradas pelo jornalista Gabriel Valente Pinheiro, a ideia é que além de produzir conteúdo, a criação desta editoria auxilie também a estabelecer e implementar novas

estratégias para reforçar a presença dos conteúdos dos jornais no ambiente online, a interação com leitores e que também ajude a disseminar pela própria redação os processos que conduzem estas plataformas. Vale lembrar que, atualmente, o Estadão já possui a seção ‘Link’, em seu site, voltada exclusivamente para este tipo de conteúdo.


Rolou no Confira alguns dos assuntos em voga na rede social

XII Festival Internacional de Dança de Cabo Frio promove mostra não competitiva O XII Festival Internacional de Dança de Cabo Frio está chegando e pretende, novamente, transformar Cabo Frio na capital carioca da dança. Para tal, o evento contará com a realização de uma mostra não competitiva, assim como cursos de diversos gêneros de dança, entre os dias 12 a 16 de outubro. Quem estiver presente no local poderá curtir a mostra não competitiva, que irá contar com apresentações nas categorias de ballet clássico, dança contemporânea, jazz, estilo livre, danças populares, dança de salão e danças urbanas. Além disso, ao longo de toda a duração da festa, profissionais renomados do mundo da dança também estarão na cidade, lecionando cursos relativos às suas especialidades. No dia 12, está confirmada a presença da Companhia Brasileira de Ballet, do Rio de Janeiro,

que irá apresentar espetáculos de dança contemporânea. A Cia. Brasileira de Ballet, criada em 1967, produz espetáculos de alto nível técnico e artístico e já alcançou o reconhecimento no cenário artístico da dança, e ao longo de sua história realizou apresentações com outros grupos renomados como o Kirov, o Ballet Nacional de Cuba, Visky e a Cuban Classical Ballet de Miami. Outra novidade é a presença, já confirmada,do primeiro bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Moacir Emanoel, como convidado especial. O artista estudou na Escola de Teatro Guaíra, em Curitiba-PR, na Escola do Teatro Boshoi no Brasil, em Joinville-SC e na Cia. Brasileira de Ballet –RJ. Recebeu diversas premiações em festivais no Brasil e Europa. Apresenta-se em eventos ao lado de nomes como Ana Botafogo, Marianela Nuñes e Thiago Soares.

Mobile Um texto analisa como o surgimento e o domínio do mobile modificou os resultados do Google na última década. O texto mostra como o mobile criou novos hábitos, e como o olho humano acostumou-se a procurar outra área automaticamente ao clicar ‘procurar’.

Branding ou performance? No Grupo “O Melhor do Marketing”, um debate sobre onde focar investimentos, no branding ou em mídias de performance, levanta importantes questões da área de publicidade. O texto publicado no local sugere uma junção de ambas, relembrando que embora à primeira vista a midia de performance possa parecer mais apelativa, por proporcionar resultados imediatos, esta alegria poderá ser de curta duração sem a presença de um cuidadoso plano de fortalecimento da marca, que a solidifique no mercado.


T E L L A B E D A R I E CIA. BRASIL RA TU R E B A E D LO U C TÁ E P S E O R B DE OUTU

DIA 12 IO R F O B A C E D A Ç N A D E D L A N IO DO XII FESTIVAL INTERNAC

MOACIR EMANUEL

PRIMEIRO BAILARINO DO THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO: PRESENÇA CONFIRMADA | SÁB. - 15 OUT . DE 12 A 16 DE OUTUBRO - MOSTRA NÃO COMPETITIVA SHOPPING PARK LAGOS - CABO FRIO


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