Rervista Do Aço - Edição 01

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Ano I - edição 1 - 2012

Panorama setorial 2012: o futuro é promissor?

• Usiminas muda... • Técnica: Galvanização a fogo vist

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Circule e

• Consulte Classificados do AÇO

a nos dep

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indice

Notícias do Aço............................................................................................................................... 04 Artigo Razões para o emprego do aço................................................................................ 08

Equipamentos Nova unidade da Ibrav................................................................................................ 14

Mercado Sinto tem novas instalações na Bahia.................................................................... 16

Divulgação

Capa 2011 acabou: o que reserva 2012........................................................................... 18

Perfil Usiminas.......................................................................................................................... 30

Mudança

Servmelt em Indaiatuba............................................................................................. 36

Técnica

Sistemas de proteção.................................................................................................. 38

Panorama

Governo de olho no setor automotivo.................................................................. 44

Caderno de Classificados do Aço.......................................................................... 48

Revista do Aço – Ano I – Número 01 – é uma publicação bimestral da Editora Revista do Aço.

Editor Chefe Edição Projeto Editorial Projeto Gráfico

Marcelo Lopes (marcelo@revistadoaco.com.br) Sueli dos Santos – (MTb 25.034-SP) (redacao@revistadoaco.com.br) Revista do AÇO Elbert Stein (artes@revistadoaco.com.br)

Capa Elbert Stein Colaboradores desta edição Carlos Alberto Pacheco (MTb 14.652-SP), Isabel Alencar (GO 01141JP), Paulo Silva Sobrinho e Willy Ank de Morais. Imagem de capa: Foto divulgação Publicidade e Comercial Luiz Cortez – (11) 9125-8489 (cortez@revistadoaco.com.br) Marcelo Lopes – (11) 7417-5433 Impressão e Acabamento Phoenix Acabamentos Gráficos Tiragem 10.000 exemplares Redação, Publicidade, Administração e Correspondência: Rua Manuel Buchalla, 180 – São Paulo Cep: 04230-030 – SP – Brasil Telefone: +55 (11) 2062-1231

A Revista do AÇO é uma publicação empresarial segmentada à Cadeia produtiva do AÇO, objetivando os setores Metal-mecânicos e Siderúrgicos As matérias assinadas são de inteira de responsabilidade dos autores e não expressam necessariamente a opinião da revista. As matérias publicadas poderão ser reproduzidas, desde que autorizadas e citadas a fonte. Os infratores ficam sujeitos às penalidades da lei.

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Divulgação

Segurança em plataformas de petróleo A aplicação de materiais compósitos vai desde simples artigos utilizados no nosso dia a dia até aplicações para indústrias de ponta. E entre os compósitos mais utilizados está o FRP (polímero reforçado com fibra de vidro), um composto da aglomeração de finos filamentos de vidro altamente flexíveis. Este material começou a ser utilizado na fabricação de diversos produtos na década de 40. Já na década de 50 os tubos FRP foram introduzidos no mercado petrolífero como alternativa aos tubos de aço. De acordo com o Arnaldo Gatto, gerente de desenvolvimento de produtos da Edra, estes tubos são uma alternativa vantajosa para as plataformas de petróleo pelo fato de serem mais resistentes aos desgastes que ocorrem neste tipo de atividade. A Edra disponibiliza para o segmento petrolífero a linha de tubulação Offshore, desenvolvida para atuar em situações bastante severas, além de possuir a capacidade de dissipar cargas elétricas. O grande impacto que esta tubulação traz para o setor de extração e produção de petróleo é o baixo custo de manutenção, facilidade de instalação e longevidade da instalação, além de alta resistência química, baixo índice de transmissão térmica e baixo peso. “Em geral, eles são aplicados em linhas de baixa pressão (até 20 kgf/cm2) e servem para a drenagem de efluentes, condução de água potável, água salgada, transporte de produtos químicos, linhas de incêndios e água de lastro”, explica. Informações: www.edra.com.br

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Impacto ambiental - A IBM foi selecionada para participar de um projeto de pesquisa global para desenvolver o primeiro sistema integrado de monitoramento ambiental do mundo, com o objetivo de ajudar as empresas de petróleo e gás a minimizar o impacto ambiental de suas operações. O sistema de monitoramento aplicará essa tecnologia, desenvolvida pela equipe de pesquisa da IBM para medir, processar e analisar com rapidez grandes quantidades de dados físicos, biológicos e químicos, gerados em tempo real por sensores e câmeras instalados em torno de uma instalação offshore, facilitando, assim, a previsão e a detecção de desvios. Utilizando as técnicas avançadas de modelagem, o sistema será capaz de prever e prevenir problemas antes que eles ocorram, ajudando as empresas a minimizar o risco ambiental associado a operações submarinas de petróleo e gás. A IBM também fornecerá a tecnologia de integração de informações que oferece visibilidade de toda a empresa, bem como monitoramento e análise em tempo real de sistemas operacionais offshore. “O monitoramento ambiental, como parte integrante de operações em tempo real, é essencial para o setor de petróleo e gás”, afirma Ulisses Mello, diretor do laboratório de pesquisas da IBM Brasil. Informações www.ibm.com/br

Boa posição - O HSBC realizou uma análise sobre as empresas de mineração, reiterando a recomendação neutra para as ações da Gerdau (GGBR4) e da Metalúrgica Gerdau (GOAU4). De acordo com o analista do banco, Jonathan Brandt, apesar das avaliações caras da empresa, a empresa está bem posicionada para se aproveitar de um aumento da demanda de aços longos no Brasil, e menos suscetíveis ao aumento das importações, mas seguem cautelosos com a exposição da empresa ao dólar. O índice ABI (Architectural Billings Index) indica possível expansão da construção não-residencial. As venda de automóveis nos EUA e Brasil continuam sólidas, o que beneficiaria a Gerdau principalmente em sua divisão de aços especiais.


Falta competitividade na indústria A concentração da pauta exportadora brasileira em produtos básicos cotados internacionalmente (commodities) e a queda da participação dos produtos manufaturados nas vendas externas devem ser vistas como alerta para a economia do Brasil, na opinião de técnicos do Grupo de Análise e Previsões (GAP) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para Roberto Messenberg, coordenador da equipe de estudos responsável pelo boletim Conjuntura em Foco, a falta de competitividade da indústria nacional pode comprometer o crescimento econômico do País. Ele defende a elevação de taxas de investimento do setor produtivo com a participação ativa do setor público. Para o economista, o governo precisa estabelecer regras de política fiscal que criem um ambiente industrial atraente. Para Messenberg, a economia brasileira está progredindo, mas é preciso mudar algumas estratégias. “Não podemos ficar esperando que o brasileiro consuma menos para criar poupança, para que essa poupança seja convertida em investimentos. Isso só vai causar uma redução do nível da atividade econômica e nos perpetuar numa armadilha que nós mesmos nos colocamos.”

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vendas@neolider.net.br www.neolider.net.br

Lucro da Tenaris - A Tenaris, maior produtora mundial de tubos de aço para a indústria do petróleo, teve alta de 33% no lucro líquido do quarto trimestre de 2011, o que em é devido a vendas maiores. O lucro líquido subiu para 426,3 milhões de dólares, ante 321,2 milhões de dólares no quarto trimestre de 2010. As vendas líquidas trimestrais também subiram 33 por cento em relação a um ano antes e somaram 2,75 bilhões de dólares. A Tenaris, com sede em Luxemburgo, é controlada pelo grupo argentino Techint. Suas operações estão intimamente ligadas à exploração de energia e seus ganhos refletiram os altos preços do petróleo. Em 2011 como um todo, o lucro líquido saltou 25 por cento, para 1,42 bilhão de dólares, e as vendas líquidas tiveram crescimento de 29 por cento, para 9,97 bilhões de dólares. No ano, “os investimentos somaram 863 milhões de dólares, incluindo a conclusão de nossa nova siderúrgica no México”, disse a companhia em comunicado. Produção de aço bruto cresce 3,4% em fevereiro - A produção brasileira de aço bruto em fevereiro de 2012 foi de 2,8 milhões de toneladas, um aumento de 3,4% quando comparada com o mesmo período de 2011. Em relação aos laminados, a produção de fevereiro chegou a 2,1 milhões de toneladas, apresentou crescimento de 2,3% quando

Com distribuição exclusiva da linha de tubulação de aço carbono e aço inox, a Neolider desenvolve soluções precisas e viáveis para projetos de diversos segmentos, como: siderurgia, mineração, engenharia, petróleo e gás, sucroalcooleiro, máquinas e equipamentos, bebidas e alimentos, químico, papel e celulose, entre outros. Com qualidade em seus produtos, a Neolider torna-se a melhor opção em tubos de aço carbono e aço inox com e sem costura para sua empresa.

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comparada com fevereiro do ano passado. Com esses resultados, a produção acumulada em 2012 totalizou 5,6 milhões de toneladas de aço bruto e 4,1 milhões de toneladas de laminados, o que significou aumento de 2,5% e de 2,8%, respectivamente, sobre o mesmo período de 2011. Quanto às vendas internas, o resultado de fevereiro de 2012 foi de 1,7 milhão de toneladas de produtos, queda de 2,8% em relação a fevereiro de 2011. As vendas acumuladas em 2012, de3,4 milhões de toneladas, mostraram um crescimento de 1,3% com relação ao mesmo períododo ano anterior. As exportações de produtos siderúrgicos em fevereiro de 2012 atingiram 987 mil toneladas no valor de 691 milhões de dólares. Com esse resultado, as exportações em 2012 totalizaram 1,8 milhão de toneladas e 1,3 bilhão de dólares, representando declínio de 5,9% em volume e de 4,8% em valor, quando comparados ao mesmo período do ano anterior. No que se refere às importações, registrou-se em fevereiro volume de 319 mil toneladas (US$ 383 milhões) totalizando, desse modo, 658 mil toneladas de produtos siderúrgicos importados no ano, 9,5% acima do mesmo período do ano anterior. O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos em fevereiro foi de 2 milhões de toneladas, totalizando 4,0 milhões de toneladas em 2012. Esses valores representaram crescimento de 0,5% e de 2,3%, respectivamente, em relação a igual período do ano anterior. Informações www.acobrasil.org.br Sem excedente - O excesso na produção de veículos não é mais um problema enfrentado apenas pelas montadoras de mercados automotivos maduros, de acordo com uma recente análise da produção automotiva global feita com base no estudo Global Automotive Executive Survey 2012, publicado em janeiro deste ano pela KPMG International. Indústrias presentes em mercados de alto crescimento, como os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia e China, além da recentemente agregada África do Sul), precisam se preparar para gerenciar o excesso iminente de produção apesar do crescimento da demanda por veículos nos últimos anos. Dos mercados dos BRICS, o Brasil é o que está mais bem preparado para balancear uma oferta flexível e baixos custos fixos. A análise da produção global da KPMG revelou que a expectativa é que as evoluções mais positivas nesse sentido tenham origem no Brasil. Na realidade, as projeções do mercado brasileiro demonstram um cenário bem

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equilibrado: além do aumento da capacidade de produção para mais de um milhão de veículos até 2016, o nível de aproveitamento dessa produção é projetado para ser superior a 90%. “As montadoras brasileiras estão acostumadas a lidar com os fortes altos e baixos da economia, enquanto as montadoras da China ou Índia conhecem somente os altos da economia”, avalia Charles Krieck, sócio-líder de Industrial Markets da KPMG no Brasil. “A experiência adquirida no Brasil ao longo das últimas décadas poderia ser muito valiosa para as montadoras em outros mercados emergentes que ainda não tenham enfrentado fortes desastres econômicos”, acrescenta executivo.

CSN compra ativos de aço do grupo espanhol Alfonso Gallardo - A CSN comprou ativos de aço do grupo espanhol Alfonso Gallardo, situados na Alemanha, por 482,5 milhões de euros. A operação foi conduzida pela subsidiária espanhola CSN Steel. O negócio envolve todas as ações do grupo Gallardo na Stahlwerk Thüringen (SWT), com capacidade de produção de 1,1 milhão de toneladas por ano, e na Gallardo Sections, distribuidora dos produtos da SWT. A compra faz parte da estratégia de internacionalização da CSN e marca sua entrada no mercado de ações longos. Informações www.csn.com.br

Consumo de aço - A expectativa é que o consumo de aço no mundo deve voltar, até 2014, aos níveis pré-crise de 2009. A avaliação é do presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes. Ele explicou que a recuperação era esperada para 2012, mas a eclosão da crise na União Europeia prejudicou o setor. A projeção foi feita quando Marco Polo participou de um evento realizado na Confederação Nacional da Indústria (CNI). “O mundo está de cabeça para baixo”, disse ele, ao queixarse que o deterioração nas economias da zona do euro, em 2010 e 2011, “alteraram muito o comércio mundial”. Lopes acrescentou que o consumo de aço está estreitamente ligado ao desenvolvimento econômico e ao crescimento do PIB em todo o mundo. Mande sua nota para a seção Notícias do Aço pelo e-mail redacao@revistadoaco.com.br


Revista do Aรงo โ ข

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artigo

Razões técnicas para o emprego do aço Não é apenas a abundância que faz com que um material seja largamente utilizado .

As

características

físicas , químicas , mecânicas também devem ser consideradas ( ) * Willy Ank de morais Imagens: Divulgação

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maior parte dos recursos que a humanidade explora provém da crosta terrestre, cuja composição química aproximada está descrita no gráfico da Figura 1. Os recursos disponíveis na crosta terrestre têm sido utilizados pela humanidade de diversas formas. As épocas entre o "descobrimento" e utilização dos materiais pelo homem deu nome a diferentes ciclos da civilização humana: idade da pedra, do ouro, da prata, do cobre, do bronze e, finalmente, do ferro. O ferro, originalmente descoberto em meteoritos ferrosos (vindos do espaço sideral, daí a origem do termo ‘siderurgia’), foi inicialmente produzido por processos rudimentares, semi-industriais e finalmente por processos industriais no início do século 20, conforme Araújo (Manual de Siderurgia. Vol. 1 (Produção), 1997. Até o início do século passado o aço praticamente não possuía nenhum rival em termos de material de engenharia: não existiam métodos economicamente viáveis para a produção de alumínio ou de outro material de aplicação relevante.


artigo

Com o desenvolvimento do aço e de seus vários tipos, paralelamente com o desenvolvimento de um processo industrial economicamente viável para a obtenção do alumínio, incrementa-se rapidamente a importância dos metais para a humanidade. O ápice foi atingido logo após o final da 2ª Grande Guerra Mundial (1939-1945), quando o desenvolvimento dos polímeros industriais e cerâmicas de engenharia começaram a ganhar espaço em aplicações nas quais estes materiais são mais eficientes do que os metais. O gráfico da Figura 2 ilustra resumidamente a evolução no uso dos materiais ao

Figura 1. Composição química aproximada da crosta terrestre (fonte: http://chemistry.about.com).

longo da civilização humana, sendo obtido a partir dos dados apresentados por Ashby (Materials Selection in Mechanical Design, 1999). Apesar do volume relativo de uso dos metais esteja diminuindo lenta-

mente nos dias de hoje, têm-se desenvolvido novos tipos de ligas metálicas e novos processos produtivos mais produtivos, baratos, eficientes e de menor impacto ambiental. Por isso, o nível de tecnologia existente

ALTA PRECISÃO E QUALIDADE TECNOLÓGICA EM TREFILADOS

TUBOS TREFILADOS QUALIFICADOS ALUMÍNIO • COBRE • LATÃO • TUBOS em todos os formatos e medidas • PEÇAS tubulares acabadas ou semi-acabadas, cortadas e usinadas • PERFIS personalizados e formatos irregulares SERVIÇOS DE MÃO DE OBRA: • Diâmetros especiais conforme especificações • Qualidade presente em todos os segmentos do mercado • Trefilação em barras e em rolos • Corte sob medida • Competitividade e versatilidade na prestação dos serviços • Usinagem de precisão • Recozimento e endireitamento ALTO PADRÃO EM TREFILAÇÃO DE METAIS NÃO FERROSOS

R u a S e na dor Ve r gue i r o, n º s 110, 124 e 130 - Cen tro - S ão C aetan o d o S u l -S P T e l s / F a x : (11 ) 42 27 -55 70 / 4226-6968 / 4226-7150 / 4226-7162 w w w . extretec. co m . b r i n f o@ e x t r ete c. c om. br • ven d as@extretec.co m.b r • c o m p ras@ extretec. co m . b r

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artigo

Figura 2. Evolução da importância relativa das diferentes classes de materiais: metais, cerâmicos, polímeros e compósitos (Ashby, 1999)

hoje nos metais em geral e especialmente nos aços em particular, é muito mais avançado do que o praticado meio século atrás.

O AÇO COMO MATERIAL DE ENGENHARIA O ferro puro é um metal que apresenta uma série de características que não atendem à maior parte das aplicações de engenharia. Porém esta situação muda quando se trabalha com a sua principal liga: o aço. O aço é a forma mais prática e econômica de se utilizar o ferro de maneira a se obter propriedades adequadas para uma larga faixa de aplicações. O termo ‘aço’ pode ser definido, basicamente, conforme descrito na norma ABNT 6215:201: Liga ferrosa que apresenta teor de carbono igual ou inferior a 2% em peso na sua forma combinada ou dissolvida e que pode até chegar a conter elementos de liga adicionados ou residuais.

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De acordo com o conteúdo de liga, a norma ABNT 6215:2011 classifica os aços em dois grandes grupos e seus respectivos subgrupos: Aço carbono: aço que contém teores de silício e manganês não superiores a 0,60 e 1,65%, respectivamente e elementos de liga dentro dos seguintes limites: 0,20% Crmáx; 0,25% Nimáx; 0,065 Momáx; 0,10% Al; 0,0007%Bmáx e 0,35% Cumáx. máx Aço baixo carbono - Aço carbono com teor nominal de C inferior ou igual a 0,25%. Aço médio carbono - Aço carbono com teor nominal de C superior a 0,25% e inferior a 0,60%. Aço alto carbono - Aço carbono com teor nominal de C superior ou igual a 0,60%. Aço liga: aço que contém elementos de liga, adicionados com a finalidade de conferir-lhe propriedades desejadas, em teores superiores aos que são estabelecidos para o aço-carbono.

Aço baixa liga - Aço em que a soma dos teores dos elementos de liga não ultrapassa 5%. Aço média liga - Aço em que a soma dos teores dos elementos de liga está entre 5% e 12%. Aço alta liga - Aço em que a soma dos teores dos elementos de liga é no mínimo 12%. Aço baixa liga de alta resistência (BLAR ou ARBL) – Aço com teor de carbono inferior a 0,26 %, com teor total de elementos de liga inferior a 2,0%. Também conhecidos pela sigla em inglês: HSLA. É comum definir aços de baixa e alta resistência. A ABNT define estes níveis de resistência mecânica como: Aços de Baixa Resistência (BR): aços carbono com limite de escoamento (L.E.) mínimo especificado menor que 280MPa. Nos casos onde o limite de escoamento não é especificado, consideram-se os aços com teor de manganês inferior a 1,2%. Aços de Alta Resistência (AR): são aqueles que possuem limite de escoamento (L.E.) mínimo especificado maior ou igual à 280MPa. Nos casos onde este não é especificado, consideram-se os aços com teor de manganês igual ou superior a 1,2%. A NBR 11888 especifica média resistência (MR) quando o limite de escoamento (L.E.) mínimo especificado fica entre 280MPa a 360MPa. O aço é um material com ampla gama de aplicações, em diferentes setores, tais como: • construção civil (prédios, viadutos, torres); mobilidade (automo-


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bilística, naval, ferroviária); linha branca (geladeiras, fogões, lava roupas); equipamentos elétricos (motores, transformadores, eletroimãs); máquinas e equipamentos (engrenagens, eixos, virabrequins); petroquímica (tubos, válvulas, vasos de pressão); Porém o aço só é competitivo nestas diversas aplicações devido às suas características únicas que o torna essencial na engenharia. Essas características podem ser resumidas nos quatro seguintes itens: Disponibilidade: 5º elemento químico mais comum na crosta te restre; Facilidade de produção: é o metal com maior histórico tecnológico de produção, sendo que o processo apresenta um alto desempenho e menor consumo de energia específico em relação aos demais materiais; Versatilidade e abrangência de propriedades mecânicas: tratamentos termo-mecânicos podem produzir variedades de aços mais resistentes, mais dúcteis ou mais tenazes, conforme as necessidades de aplicação; Grande tenacidade a fratura: é o material de engenharia que apresenta o maior valor de tenacidade à fratura entre todos os materiais existentes.

sível. Além de abundante, existem regiões na superfície ou no subsolo da Terra que apresentam grandes concentrações de ferro, na forma de compostos químicos ou minérios. Esses locais aonde o ferro pode ser explorado são denominados, pelo jargão corrente, de jazidas. Nas principais jazidas conhecidas de minério de ferro a extração é feita com alta produtividade. As minas de ferro não necessitam, por exemplo, de túneis para realizar a extração do minério. O Brasil apresenta importantes jazidas de ferro nos estados de Minas Gerais, Pará e Mato Grosso do Sul. A mais conhecida é a do ‘Quadrilátero Ferrífero’, região entre os Municípios de Congonhas, Mariana, Santa Bárbara e Belo Horizonte em Minas Gerais. Esta região é a principal responsável pelo abastecimento das siderúrgicas nacionais. Além dessa região, o Sudeste do Pará (serra de Carajás) apresenta enormes quantidades de ferro, que são lar-

gamente exportadas para diversos países, especialmente para a China.

VANTAGENS COMPETITIVAS: Facilidade de Produção O gráfico da Figura 3 ilustra a quantidade de energia gasta na prática para a obtenção de diversos metais: ferro (na forma de aço), zinco, cobre, alumínio, magnésio e titânio. Destes metais, o aço é o metal (no caso liga metálica) no qual se gasta a menor quantidade de energia. Além disso, a eficiência total energética para a produção do aço, ou seja, a razão entre a energia teórica necessária e a energia gasta na prática é de 27%, conforme disponível na literatura. Apesar deste valor (27%) parecer pequeno, pode-se salientar que o segundo melhor rendimento é do alumínio, com 13%. As duas condições, disponibilidade e relativa facilidade de obtenção, fazem com que o custo do aço seja um dos mais baixos dentre os materiais empregados pela humanidade.

VANTAGENS COMPETITIVAS: Disponibilidade A grande disponibilidade do ferro é uma das principais razões pelas quais é possível produzir aço com um custo baixo e, portanto, aces-

Figura 3. Consumo de energia na produção de vários metais. Gráfico à esquerda: consumo de energia em MWh para a produção do metal primário (YOSHIKI-GRAVELSINS et. Al. Journal of Materials (JOM), May, 1993.)

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artigo

É costumeiro o uso do preço do aço carbono comum, que é o aço mais fabricado no mundo, como referência base para a seleção de materiais para aplicação mecânica como descrito por Ashby (Materials Selection in Mechanical Design, 1999) e Callister (Materials Science and Engineering: An Introduction. 2009).

VANTAGENS COMPETITIVAS: Versatilidade e abrangência de Propriedades Mecânicas Como a grande maioria dos materiais metálicos, o ferro solidifica-se formando uma estrutura cristalina. Porém a forma que esta estrutura cristalina pode apresentar-se varia com a temperatura. Este fenômeno, conhecido como alotropia o polimorfismo, associado a outros fenômenos que ocorrem com o ferro oferece aos Engenheiros Metalúrgicos e de Materiais uma enorme gama de possibilidades com o aço. As propriedades deste material podem ser reguladas pelo uso não apenas do carbono, seu principal elemento de liga, mas também por praticamente todos os elementos conhecidos. Como se não bastasse, um mesmo aço, com uma composição química fixa, pode apresentar vários tipos de propriedades mecânicas, físicas e mesmo químicas, dependendo de tratamentos térmicos e condições de processamento mecânico a ele impostas. A Figura 4 ilustra um gráfico de seleção de materiais introduzido por Ashby para auxiliar o processo de seleção de materiais para aplicações

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estruturais e/ou mecânicas. Neste gráfico são apresentados grupos de materiais, de acordo com a faixa de valores de massa específica (ou Density, em inglês) e resistência mecânica (ou Strength, em inglês) que cada categoria apresenta. Neste gráfico está destacado o grupo das ligas ferrosas e os aços. A amplitude de resistência mecânica que o aço pode apresentar varia entre os valores de um material polimérico (plástico) até de um material cerâmico (de 100 a 2000MPa). Nenhum outro material, além do aço, apresenta uma amplitude tão grande desta propriedade. Considerando que a resistência mecânica é a característica básica para qualquer projeto mecânico, então concluiu-se que é possível empregar o aço em várias aplicações, pois suas propriedades podem apresentar valores adequa-

dos a várias necessidades e usos estruturais.

VANTAGENS COMPETITIVAS: Grande Tenacidade a Fratura O gráfico da Figura 5 é similar ao da Figura 4, também sendo de autoria de Ashby. Entretanto, neste gráfico a resistência mecânica (ou Strength, em inglês) está relacionada com a tenacidade a fratura (Fracture Toughness, em inglês). A tenacidade a fratura é uma característica importantíssima para as aplicações de engenharia, pois é a resistência que um material possui em não se romper (fraturar) mesmo quando está presente um grande concentrador de tensão ou trinca. Assim, quanto maior for a tenacidade a fratura de um material, maior será a segurança no uso de um componente feito deste material, mesmo quando o material estiver submetido

Figura 4. Distribuição das propriedades mecânicas dos vários grupos de materiais disponíveis ilustrando: a grande faixa abrangência das propriedades das ligas ferrosas (Ashby, 1999)


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a condições de degradação mecânica (desgaste) ou química (corrosão). Observando o gráfico é visível, por exemplo, que o vidro (glass, em inglês), que é tipicamente um material frágil, possui uma tenacidade a fratura muito baixa, menor que 1MPa·m½. Por outro lado, os metais são os materiais de maior tenacidade a fratura daí explicando o seu uso tão difundido. Porém dentre todos os materiais, o aço é aquele que apresenta a maior tenacidade a fratura (de 30 a 300 MPa·m½). Neste sentido, o aço é superior a todas as outras ligas, como as de alumínio e titânio e mesmo em relação aos compósitos de fibra de carbono (CFRP, no gráfico). As características únicas dos aços permitem uma amplitude de aplicações em igual dentre os inúmeros materiais de engenharia disponíveis. Por causa disso, este material acaba por ter um enorme grau de importância para a sociedade humana. Por estas características, o aço é o material de maior produção em nossa sociedade, condição esta que

Figura 5. Distribuição das propriedades mecânicas dos vários grupos de materiais disponíveis ilustrando: a superioridade da resistência à fratura dos aços (Ashby, 1999)

foi alcançada ao longo do século 20. Mesmo atualmente, com a existência de novos e sofisticados materiais, o aço ainda apresenta vantagens competitivas de peso o que se percebe pela sua enorme presença cotidiana. Mesmo atualmente, com a existência de novos e sofisticados materiais, o aço ainda apresenta vantagens competitivas de peso o que se percebe pela sua enorme presença cotidiana.

(*) Willy Ank de Morais é doutorando, mestre, Engº Metalurgista, Téc. em Metalurgia. Especialista em Produto da Usiminas-Cubatão, Prof. Adjunto da Faculdade de Engenharia da UNISANTA, Consultor Técnico da Inspebras e Diretor da divisão técnica “Aplicações de Materiais” da ABM. E-mail: willyank@unisanta.br; willy.morais@usiminas.com e willyank@inspebras.com.

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equipamentos

IBRAV tem nova unidade na Bahia Empresa é destaque no mercado de recuperação de válvulas e investe em nova unidade com

36 mil

metros quadrados de área Fotos Divulgação

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IBRAV, destaque no segmento de recuperação de válvulas industriais e detentora da maior fatia do mercado, acaba de completar 10 anos. A empresa, que atua na recuperação de válvulas, inclusive as soldadas na linha, engaxetamento, reengaxatemento, teste online de válvulas de segurança, usinagem de campo, além de ser dis-

tribuidora exclusiva dos produtos Chersteton para o mercado brasileiro, atende clientes como Petrobras, Brasken, Vale Fertilizantes, General Motors e BSC Papel e Celulose e prevê, em 2012, a inauguração de uma nova unidade fabril na Bahia. “Nascemos em 2001 quando o mercado ainda era embrionário. Trabalhamos pesado para mostrar às empresas a


“Nestes 10 anos, já investimos algo em torno de

US$ 7 milhões na IBRAV e nosso faturamento mostra que as escolhas estão sendo acertadas ”

importância de fazer a manutenção dessas peças com qualidade e, claro, da preocupação pela segurança. Ao longo dos anos fomos desenvolvendo novos modelos de recuperação de válvula e hoje, após uma década, somos amplamente reconhecidos pelas maiores companhias de diversos setores pela qualidade que oferecermos, além de executarmos serviços que nenhuma concorrente oferece. Nossas unidades e profissionais estão capacitados para ir além da recuperação, transformando sucata em peças novas e duráveis”, afirma Edmilson Barboza, sócio-fundador e diretor de operações da empresa. Hojea empresa tem três unidades, uma em Minas Gerais, outra na Bahia e a sede em São Paulo. Ao todo, são 170 colaboradores, sendo que 10% desde efetivo é formado somente por profissionais focados na manutenção da qualidade, desde o início da operação, envolvendo a retirada das peças, até a entrega ao cliente. A IBRAV, que tem o modelo de gestão familiar, nunca recebeu aporte externo para crescer. Em 2011, os sócios investiram R$ 300 mil para a abertura da empresa e, já no mesmo ano, o faturamento

superou a casa de R$ 1 milhão. “Nestes 10 anos, já investimos algo em torno de US$ 7 milhões na IBRAV e nosso faturamento mostra que as escolhas estão sendo acertadas”, explica Barboza. A companhia faturou em 2009 R$ 15 milhões e a previsão para 2012 é de R$ 20 milhões. Entre as novidades da empresa para 2012 está a abertura de uma nova unidade na Bahia, com 36 mil metros quadrados de área. Para tanto, a empresa investiu cerca de R$ 4 milhões. “Com essa nova fábrica poderemos atender toda a região Norte e Nordeste do Brasil, agregando ao nosso portfólio local serviços ainda não executados, como a recuperação de válvulas de grande diâmetro, a chamada usinagem pesada, além dos serviços de campo”, afirma o executivo. Nas regiões Norte e Nordeste, a IBRAV investirá no fortalecimento da presença em setores como Oil & Gas, químico e petrolífero, além de conquistar mercados na indústria sucro-alcooleira e de papel e celulose. Além disso, pensando em todo território nacional, a empresa está buscando novas tecnologias para atender, inclusive, as empresas estrangeiras que estão se instalando no Brasil. Revista do Aço •

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mercado

Novas instalações Empresa investe cerca de R$ 60 milhões em nova unidade com 10 mil metros quadrados de área construída e que fica em

Atibaia Fotos: Divulgação

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Sinto Brasil, que pertence ao grupo Sintokogio Ltd, do Japão, produtor de granalhas de aço, inaugurou no mês de fevereiro, uma nova fábrica, em Atibaia, a 70 quilômetros de São Paulo. Foram investidos cerca de R$ 60 milhões na nova unidade que está instalada em uma área total de mais de 340 mil metros quadrados, sendo aproximadamente 10 mil metros quadra-

dos de área construída, que inclui a indústria, escritórios de administração, refeitório e área de estocagem com 1.750 metros quadrados, além de fornos de indução com tecnologia de última geração, correias transportadoras, elevadores e fornos de tratamento térmico. Na nova planta, o sistema de pesagem e embalagem da empresa é robotizado e o controle ambiental


mercado

conta com sete grandes coletores de material particulado e sistemas de tratamento de efluentes. Dessa forma, a empresa pretende aumentar a capacidade de atendimento aos clientes do mercado doméstico além de ampliar as exportações, sempre mantendo o foco na confiabilidade e qualidade de seus produtos. Com uma fábrica moderna, equipamentos de alta tecnologia e grande know-how adquirido durante décadas de pesquisa e desenvolvimento, atualmente a Sinto Brasil já opera com capacidade de produção mensal acima de 4 mil toneladas e, em uma segunda fase, já em estudos, a quantidade mensal poderá dobrar. Hoje, a Sinto Brasil exporta 20% da sua produção, sendo a América do Sul, México e Europa, os principais destinos. Para o segmento de rochas ornamentais, a empresa fornece uma ampla variedade de granalhas de aço, denominadas de Granicorte Premium, tais como: GR-03P, G-45GP, G-50GP, G-60GP, G-70GP, sendo as três últimas, as mais finas e os carros-chefes de vendas. Revista do Aço •

17


2011 foi difícil, mas ... o futuro é promissor

18

• Revista do Aço


C Eventos esportivos e investimentos do pré - sal podem impulsionar o setor que ainda enfrenta dificuldades para alcançar melhores resultados

Isabel Alencar Fotos: Divulgação

opa das Confederações em 2013, Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016... eventos esportivos que podem alavancar a cadeia produtiva do aço nos próximos anos, sem contar as obras de infraestrutura que serão necessárias para atender os milhares de turistas que devem passar pelo País para acompanhar esses eventos. Esse cenário era para ajudar a alavancar o ano de 2011, mas não foi bem assim que aconteceu. O agravamento de problemas fiscais em países europeus e a consequente incerteza na recuperação da economia mundial acendeu a luz amarela, afinal o medo de que uma crise localizada pudesse desencadear um processo de efeito dominó e contaminar outros países. O ano acabou. Alguns ficaram feridos, mas no geral todos sobreviveram.

Revista do Aço •

19


ABINOX

capa

20

• Revista do Aço

de infraestrutura para o primeiro semestre de 2011. No entanto, as obras começaram no segundo semestre, o que também ajudou na recuperação das fábricas que, em 2011, voltaram a operar com mais de 90% da capacidade instalada.”, explica. Essa atividade no segundo semestre deu fôlego ou ajudou

ABCEM

No Brasil, o governo tomou medidas para blindar a economia. O já tradicional aumento na taxa de juros para conter a inflação foi uma das medidas adotadas. No último trimestre do ano, com o cenário mais tranquilo, o governo passou a reduzir os juros e adotar medidas para estimular o consumo interno e preparar o cenário para 2012. Para o presidente da Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM), Luiz Carlos Caggiano Santos, as perspectivas para 2012 são ótimas com o fechamento de muitos contratos nas áreas de mineração, setor automotivo, siderurgia, infraestrutura, estádios, óleo e gás. “O setor esperava o início das obras

Luiz Carlos Caggiano Santos

muitas empresas a fechar as de 2011 com um bom desempenho. Apesar das melhores perspectivas para este ano, Santos enfatiza as dificuldades enfrentadas pelo setor: a concorrência do produto chinês e o custo Brasil. Quando 2011 começou, a expectativa era de se ter uma produção recorde de aço: 35,3 milhões de toneladas, mas não foi bem assim que aconteceu. O ano de 2011 foi considerado um ano difícil para a indústria do aço brasileira. Em dezembro, o Instituto Aço Brasil reviu para baixo suas previsões. Assim como outros países da América Latina, o Brasil vive o aprofundamento da desindustrialização provocada pelo aumento das importações di-


capa

ABCEM

retas e indiretas do aço, dizem os empresários do setor. (vide reportagem da Abimaq na página 27 que fala sobre o assunto) “Diante desse cenário, tivemos que revisar nossas previsões para baixo em 3% na produção de aço bruto para 2011”, disse o presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil, André B. Gerdau Johannpeter.

“Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que para cada emprego criado na indústria do aço , são gerados

23 outros na cadeia .”

Johannpeter, do Instituto Aço Brasil

Segundo dados do Instituto Aço Brasil, as importações estão estimadas em 3,7 milhões de toneladas em 2011, valor 98% inferior ao mesmo período de 2010. Este montante ainda é considerado alto se comparado aos níveis históricos e reforça as facilidades, na visão de empresários do setor, para a compra do produto externo. O presidente da ABCEM ressalta a mobilização do setor por uma política antidumping para proteção e fortalecimento da indústria nacional. “As estruturas dos estádios de Manaus, Fortaleza, Salvador e do clube do Grêmio, no Rio Grande do Sul foram importadas, além das estruturas para o estaleiro da OSX. Não temos condições de competir em razão do custo

Brasil, impostos em cascata e a valorização do Real. Se as facilidades para a entrada da matéria-prima china persistirem, não só teremos resultados prejudicados como colocaremos em risco milhares de empregos que o setor pode gerar”, alerta Caggiano Santos. Segundo dados preliminares do estudo contratado pelo Aço Brasil à Fundação Getúlio Vargas (FGV) para avaliar a importância do aço na economia brasileira, para cada emprego criado na indústria do aço são gerados 23 outros na cadeia.

Representante de um dos elos da cadeia, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Produtos Siderúrgicos (Sindisider) reconhece que uma postura mais agressiva contribuiu para a queda da entrada de material siderúrgico estrangeiro no Brasil. Carlos Loureiro, presidente do Sindisider, explica a decisão das usinas brasileiras em manter margens de lucro mais apertadas: o produto nacional reduziu seu preço, o que estimulou as compras do estoque no mercado interno. Segundo levantamento do Aço Brasil, as vendas internas em 2011 devem ter crescimento de 3,8% em relação a 2010, chegando a 21,5 milhões de toneladas.

Carlos Loureiro, presidente do Sindisider

Apesar da queda nas importações, estimada em 47,5% com relação a 2010 pelo Instituto Aço Brasil, o aço indireto preocupa os associados do sindicato. Loureiro lembra que os setores de máquinas e equipamentos e automotivo (autopeças/automobilístico) são os que mais utilizam este produto e este uso é, em sua opinião, o principal entrave para o crescimento do setor. Revista do Aço •

21


capa

O presidente do Conselho Diretor do Aço Brasil e diretor-presidente (CEO) da Gerdau, André B. Gerdau Johannpeter, traçou um perfil da atual situação da cadeia metal mecânica: excedente de capacidade de produção de aço em relação à demanda no mundo permanece alto (cerca de 500 milhões de toneladas) e também no Brasil (20,2 milhões de toneladas). O fenômeno da desindustrialização provocada pelo aumento das importações diretas e indiretas de aço afeta profundamente o setor produtivo. A participação da indústria manufatureira no valor agregado caiu de 18,1%, em 2005, para 15,8%, em 2010. Além disso, mais de 60% das exportações da China para o Brasil são de produtos metal-mecânicos. “Diante desse cenário, tivemos que revisar nossas previsões para baixo em 3% na produção de aço bruto para 2011”, afirma. A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) também divulgou o resultado da produção total de alumínio primário em 2011. Foram produzidas 1.440,4 mil toneladas de alumínio, volume 6,w2% inferior ao de 2010. No mês de dezembro, a produção de alumínio primário foi de 124,4 mil toneladas, queda de 2,1% em relação ao volume produzido no mesmo período do ano anterior (vide tabela). PRODUÇÃO ESPERADA PARA 2012

ALOCAÇÃO DE INVESTIMENTOS PARA 2012 Por categoria % Crescimento orgânico

71,5%

Projetos

60,5%

P&D

11,0%

Sustentação das operações

28,5%

Total Por área de negócio % Bulk materials

55,6%

Minerais ferrosos

46,7%

Carvão

8,9%

Metais base

21,6%

Fertilizantes

9,6%

Logística para carga geral

2,4%

Energia

3,6%

Siderurgia

2,9%

Outros

4,3%

Total

100,0% Por geografia %

mil toneladas métricas por mineral 2012 Minério de ferro

100,0%

312.000

Brasil

63,7%

Pelotas

50.000

América do Sul (excluindo Brasil)

Carvão

16.600

Canadá

Níquel

300

África

9,1%

Cobre

340

Ásia

5,7%

Potássio

650

Australásia

3,3%

Outros

0,5%

Rocha fosfática Total

8.000 100,0% Fonte: Vale

22

• Revista do Aço

Total

6,0% 11,7%

100,0% Fonte: Vale


capa

Produção Brasileira de Alumínio Primário Unidade: 1000 t 2010

2011

Variação 2011/2010 (%)

Empresas Dezembro

Jan-Dez

Dezembro

Jan-Dez

Dezembro

Jan-Dez

Albras (PA)

38,7-

451,1-

38,9-

458,1-

0,5-

1,6-

Alcoa Poços de Caldas (MG) São Luís (MA)

29,77,622,1-

350,288,2262,0-

29,17,521,6-

350,587,9262,6-

-2,0-1,3-2,3-

0,1-0,30,2-

BHP Billiton (MA)

14,7-

173,3-

14,4-

175,7-

-2,0-

1,4-

Novelis Ouro Preto (MG) Aratu (BA)

5,34,21,1-

89,548,640,9-

3,93,9--

47,147,1--

-26,4-7,1--

-47,4-3,1--

38,7-

472,0-

38,1-

409,0-

-1,6-

-13,3-

127,1-

1.536,1-

124,4-

1.440,4-

-2,1-

-6,2-

Votorantim Metais – CBA (SP) Total

Fonte: ABAL — Associação Brasileira de Alumínio

Revista do Aço •

23


Recorde Mesmo diante da ameaça chinesa ao mercado, os principais grupos empresariais divulgaram números extremamente positivos de 2011, alguns até com recordes de vendas. O balanço do Grupo Gerdau aponta que as vendas físicas ficaram consolidadas em 19,2 milhões de toneladas, receita líquida de R$ 35,4 bilhões e a produção de aço chegou a 19,6 milhões de toneladas. O volume de vendas representou um crescimento de 10% com relação aos resultados do ano anterior. “Fechamos o ano de 2011 com um bom desempenho operacional e financeiro, em que se destacam o recorde histórico de vendas físicas, a adequada gestão de despesas e os patamares confortáveis de endividamento, mesmo frente às adversidades decorrentes da desaceleração da economia global e da

24

• Revista do Aço

crise europeia. Nosso desafio para 2012 é a contínua melhoria dos resultados financeiros e, para isso, seguiremos investindo cada vez mais para manter a preferência de nossos clientes, além de buscar a redução dos custos especialmente das matérias-primas em nossos negócios”, afirma o diretor-presidente da Gerdau, André B. Gerdau Johannpeter. A Vale S.A (Vale) também comemora o ano de 2011 como de ótimo desempenho. Em 2011, o volume vendido de minério de ferro e pelotas atingiu 299,148 milhões de toneladas métricas (Mt), valor superior aos alcançados em 2007 (296,375 Mt) e em 2010 (294,414 Mt). Já os embarques de minério de ferro subiram de 254,902 Mt, em 2010, para 257,287 Mt em 2011.Um recorde que merece ser mencionado foi o total dos embarques de pelotas -

41,861 Mt - valor 5,9% acima do resultado de 2010 (39,512 Mt). Quanto à receita operacional de vendas de minerais ferrosos – minério de ferro, pelotas, manganês e ferro ligas – o valor também é considerado pela empresa como recorde - US$ 43,890 bilhões em 2011, 30,2% acima do recorde anterior de US$ 33,708 bilhões em 2010. No quarto trimestre de 2011, a receita operacional de minerais ferrosos foi de US$ 10,620 bilhões, 14,9% menor que no terceiro trimestre. Em divulgação dos resultados financeiros, a empresa enfatiza que o mercado global de minério de ferro deve permanecer pressionado em 2012, já que a demanda chinesa continua crescente e a expansão da oferta limitada. Reconhece a desaceleração da procura por aço inoxidável no quarto trimestre de 2011 e acredita em melhora para este ano com encomendas crescentes nas Américas e na Europa. Investimentos Para os próximos cinco anos (2012-2016), o Grupo Gerdau programou investimentos de R$ 10,3 bilhões, sendo que aproximadamente 70% serão destinados para as operações no Brasil e 30% para as unidades nos demais países. Já o Conselho de Administração da Vale pretende investir em 2012 US$ 12,9 bilhões em execução de projetos, US$ 2,4 bilhões com pesquisa e desenvolvimento (P&D) e US$ 6,1 bilhões dedicados à sustentação das operações existentes.


capa

Entidade busca incentivar o consumo interno

cobertas pelo

Carlos Alberto Pacheco Fotos Divulgação

A indústria nacional está otimista para 2012 e as projeções apontam para um crescimento na demanda interna. Segundo dados da Associação Brasileira de Aço Inoxidável (Abinox), no ano passado o consumo brasileiro do produto registrou um volume de 345 mil toneladas. E, até dezembro, a expectativa é de um crescimento de 5% no consumo, caso as projeções de melhor desempenho da indústria, de fato, se confirmem. Com o objetivo de promover ações para incentivar a procura pelo aço, a Abinox atua nas áreas de educação, assessoria técnica e divulgação. “Procuramos disseminar o conhecimento das vantagens, propriedades e aplicações do material junto aos especificadores,

“Anualmente, nas 14 escolas convênio , cerca

processadores e consumidores em geral”, afirmou o diretor executivo da Abinox, Arturo Chao Maceiras. Em termos de divulgação, a entidade lembra que em seu site há grande volume de informações, além de artigos e vídeos. Além disso, o interessado pode acessar o Guia Brasileiro do Aço Inoxidável, um catálogo de fornecedores de produtos e serviços com mais de 1700 empresas cadastradas, que facilita o contato entre consumidores e fornecedores da cadeia do aço. A associação investe também em educação. Arturo Maceiras destaca um convênio mantido com o Senai de São Paulo, por

Produção Brasileira

de

2 mil alunos

participam dos cursos de formação em aço inox ”

meio do qual os alunos ganham conhecimento das técnicas de processamento e conformação do aço inoxidável. “Anualmente, nas 14 escolas cobertas pelo convê-

Consumo per capita

Consumo Aparente de Aço Inoxidável - Brasil (kg/ha/ano)

Produção Brasileira de Aço Inoxidável (Unid: t/mil)

Abinox

Abinox

Revista do Aço •

25


nio, cerca de 2 mil alunos participam dos cursos de formação em aço inox”, ressalta o diretor. Especialistas da associação costumam ministrar palestras e minicursos diversas universidades. Em matéria de assessoria técnica, os serviços oferecidos pela instituição aos associados, empresas e interessados em geral abrangem a correta especificação do aço inoxidável. Esse trabalho é desenvolvido in loco ou por meio de treinamentos, tendo como parceiros entidades como o Senai.

Copa do Mundo O diretor da associação está otimista quanto às oportunidades de negócios advindas com a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. “Esses eventos poderão se cons-

26

• Revista do Aço

“Dados da Abinox mostram que o consumo brasileiro de aço em

2011

crédito ABINOX

capa

Arturo Maceiras – eventos esportivos: oportunidades de negócio para o aço inoxidável

registrou um volume de

345 mil toneladas .”

tituir numa oportunidade para o crescimento do consumo de aço inoxidável no País, por meio dos investimentos programados nas áreas de infraestrutura, mobilidade urbana, hotelaria e equipamentos esportivos”, afirma. E, sem dúvida, o aço é a matéria-prima indispensável para as obras que as cidades-sedes vão ter de empreender, sobretudo na reconstrução dos estádios.


capa

Déficit bate recorde e fecha 2011 em US$ 17,9 bilhões agrícolas e bens sob encomenda foram os setores que mais engordaram o faturamento

De acordo com o departamento de competitividade, economia e estatística da Abimaq, a indústria brasileira de bens de capital mecânicos finalizou o ano de 2011 com o faturamento bruto real de R$ 81,2 bilhões, o que representa um crescimento de 9,2% sobre o resultado auferido em 2010. A entidade sinaliza que embora seja um número bem significativo, esse crescimento acontece sobre uma base de comparação baixa e não sustenta um otimismo estável: o resultado sinaliza apenas uma breve recuperação do desempenho do setor – o qual foi profundamente afetado pela crise financeira de 2008. Apesar desse

crescimento, o faturamento de 2011 ainda ficou 3,8% abaixo dos valores de 2008. A associação também anunciou que os primeiros números de 2012 não são bons. Em janeiro, o déficit da balança comercial foi de US$ 1,5 bilhões. Praticamente o mes-

abimaq

Máquinas

Luiz Aubert Neto, da Abimaq

Revista do Aço •

27


capa

faturamento do setor e cresceram 30,1% e 6,2%, respectivamente, na comparação com 2010. Já os setores de máquinas têxteis, máquinas para plásticos e válvulas – os quais já apresentam uma reduzida participação na indústria de bens de capital – continuam enfrentando uma situação preocupante, e concluíram o ano de 2011 com um faturamento inferior ao valor obtido em 2010. (veja tabela) Seguindo o comportamento sazonal, em janeiro de 2012 o faturamento bruto real do setor foi 24,4% inferior ao resultado de dezembro de 2011, o que ocorre devido ao desaquecimento das vendas no início de ano. Entretanto o faturamento real de R$ 5,4 bilhões em janeiro de 2012 foi ligeiramente superior

28

• Revista do Aço

Faturamento Bruto Real Desempenho setorial - Jan-Dez 2011/Jan/Dez 2010 Setores com suas participações no faturamento da Indústria de Bens de Capital

Abimaq

9.2

Outras máquinas (57,5%)

8.1 6.2

Bens sob encomenda (16,6%)

30.1

Máguinas Agrícolas (12,4%)

6.0

Bombas e Motobombas (5,9%)

14.7

Hidráulica e Pneumática (2,0%)

1.7

Máquinas-Ferramenta (1,9%)

-18.1

Válvulas (1,4%)

-14.3

Máquinas para Plástico (1,2%)

48.2

Máquinas para Madeira (1,0%) Máquinas Têxteis (0,2%)

-45,5

“Em 2011, cerca de 48% das exportações de bens de capital tiveram como destino a

América Latina, o que reforça a importância das relações do

Brasil como esses países .”

(+1,4%) ao verificado no mesmo mês do ano anterior.

Novo recorde A balança comercial de máquinas e equipamentos fechou o ano com um déficit de US$ 17,9 bilhões. Resultado 13,6% superior ao resultado de 2010, e teve como principal fator o elevado volume das importações de bens de capital, as quais somaram o total de US$ 29,8 bilhões. As exportações alcançaram o total de US$ 11,9 bilhões, e seu crescimento significativo em 2011 contribuiu para que o déficit de bens de capital não fosse ainda maior, entretanto é importante observar que esse crescimento esteve centrado, principalmente, nos setores de logística e

Fonte e elaboração: DCEE/Abimaq

mo obtido no ano de 2005 inteiro. Na avaliação do presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, esse cenário desfavorável está associado às relações comerciais do Brasil com a China. “Ao invés da indústria brasileira fabricar e vender máquinas, o governo está comprando máquinas da China e vendendo aqui dentro, e nós estamos aceitando esse vandalismo econômico. Nós deixamos de produzir e passamos a vender o produto vindo de fora”, afirmou. Os setores que mais influenciaram o crescimento da indústria de bens de capital mecânicos em 2011 foram: máquinas agrícolas e bens sob encomenda, os quais têm uma importante participação no


capa

BALANÇA COMERCIAL DE BENS DE CAPITAL (us$ milhões fob)

construção civil e infraestrutura e indústria de base, os quais realizam um grande volume de transações intercompany. Em 2011, cerca de 48% das exportações de bens de capital tiveram como destino a América Latina, o que reforça a importância das relações do Brasil como esses países. Quanto às principais origens das importações, em termos de valores, cabe destacar os Estados Unidos, Alemanha e China, entretanto quando fazemos a análise por kg importado, a China passa a ocupar isoladamente o primeiro lugar.

Fonte e Elaboração: DCEE/Abimaq.

Revista do Aço •

29


perfil

Usiminas investe em competitividade e modernização tecnológica Empresa passa por mudanças administrativas e quer continuar a ser destaque no mercado Fotos: Divulgação

30

• Revista do Aço

L

íder do mercado nacional de aços planos, a Usiminas é um dos maiores complexos siderúrgicos da América Latina, com capacidade de 9,5 milhões de toneladas de aço por ano. Com 49 anos de operação, a empresa atua em toda a cadeia produtiva do aço, da mina ao alto-forno, do minério ao aço, das usinas às indústrias. A empresa que está passando por uma troca de comando (veja no box) tem um amplo portfólio de produtos que vão de placas a aços revestidos. As empresas Usiminas atendem aos segmentos estratégicos para o desenvolvimento econômico, como automotivo, naval, óleo e gás, construção civil, máquinas e equipamentos, linha branca, distribuição, entre outros.


perfil

As empresas do grupo extraem o minério, transformam-no em aço, beneficiam o produto, de acordo com as especificações dos clientes tanto no Brasil como no exterior, oferecem uma logística eficiente e entregam bens acabados. A Usiminas possui duas plantas siderúrgicas: a Usina Intendente Câmara, em Ipatinga (MG) e a Usina José Bonifácio de Andrada e Silva, em Cubatão (SP).

“Com capacidade de produção atual de

7 milhões de toneladas / ano de minério de ferro , a previsão é que esse volume atinja

Tecnologia Para atingir o posto que ocupa, a inovação técnica sempre esteve no foco da administração da empresa. Dessa forma, foi é que foi possível reafirmar o papel de referência em tecnologia siderúrgica. Nesse sentido, o Centro de Tecnologia Usiminas é um diferencial competitivo e comprova a preocupação com a inovação. Criado para a melhoria dos processos, aprimoramento e desenvolvimento de novos produtos, o Centro Tecnológico está entre os maiores do segmento na América Latina. Possui profissionais capacitados nas diversas especializações relacionadas aos processos produtivos e comercializa serviços de ensaios e análise, além de assistência técnica. A Usiminas procura focar no desenvolvimento de novos produtos, com maior valor agregado para os clientes, e na produção de aços de alta durabilidade. Com capacidade de produção inicial de 2,3 milhões de toneladas/ano e investimento de R$ 2,5 bilhões, um novo laminador de

29 milhões

de toneladas nos próximos quatros anos . “

tiras a quente permitirá à empresa expandir, a partir de 2012, seu portfólio de produtos mais nobres para o segmento industrial. A empresa também iniciou a comercialização de chapas grossas que utilizam a tecnologia de resfriamento acelerado, conhecida como CLC, adquirida da Nippon Steel. Implantado em novembro de 2010, o processo recebeu investimentos de R$ 539 milhões, permitindo à empresa fabricar chapas especiais, com Revista do Aço •

31


PERFIL

alta resistência mecânica para uso em grandes profundidades marítimas, visando mercados como o de gasodutos/oleodutos e naval. A capacidade produtiva de aços galvanizados por imersão a quente está sendo incrementada em 550 milhões de toneladas, atingindo o total de mais de 1 milhão de toneladas/ano. Com investimentos de R$ 914 milhões, a nova linha foi inaugurada em maio de 2011. No foco, a ampliação da oferta de galvanizados de ultrarresistência, mas com espessura reduzida, para o setor automotivo, de linha branca, construção civil e distribuição. Os sistemas de gestão da qualidade, de todas as unidades operacionais da Usiminas, são certificados pela norma ISO 9001.

Minério e energia A Usiminas também está avançando em uma estratégia de verticalização da cadeia produtiva. A empresa detém jazidas de minério de ferro na região de Serra Azul, em Minas Gerais. A criação da Mineração Usiminas em 2010 - joint venture entre a siderúrgica e a japonesa Sumitomo Corporation - visa alcançar a autossuficiência em minério de ferro até 2015. Com capacidade de produção atual de 7 milhões de toneladas/ ano de minério de ferro, a previsão é que esse volume atinja 29 milhões de toneladas nos próximos quatros anos. Para alcançar essa

32

• Revista do Aço

meta, estão previstos investimentos de mais de R$ 4 bilhões em projetos de instalações industriais, equipamentos, barragens e terminais de embarque. A empresa contempla uma participação no capital da ferrovia MRS, participações societárias em terminais de embarque de minério e um terreno na Baía de Sepetiba, em Itaguaí, no Rio de Janeiro, que permitirá futuras instalações portuárias. Além de verticalizar sua cadeia produtiva, com o incremento da produção de minério de ferro, a Usiminas também vai otimizar o consumo atual de energia elétrica, objetivando tornar-se autossuficiente no insumo até 2015.

Serviços A Usiminas oferece um portfólio de serviços aos seus clientes. Como exemplo, é possível pensar na So-

luções Usiminas, uma empresa full service, apta a processar mais de 2 milhões de toneladas de aço por ano. São três unidades de negócio: serviços, tubos e distribuição. É capaz de apresentar uma variada gama de produtos ao setor de transformação e distribuição de aços planos. No segmento de bens de capital, atua por meio da Usiminas Mecânica, que conta com experiência de 40 anos em projetos de portes variados. A empresa dispõe de produtos de alto valor agregado para os mercados de estrutura e pontes metálicas, equipamentos e montagens industriais, fundição, vagões ferroviários, siderurgia e óleo e gás. A Automotiva Usiminas é a única companhia nacional a produzir conjuntos completos, e cabines para automóveis, caminhões e comerciais leves pintadas nas cores finais.


PERFIL

Sustentabilidade Para a Usiminas, a sustentabilidade se concretiza por meio da geração de resultados econômicos, respeitando o meio ambiente, preservando a biodiversidade e usando de forma responsável os recursos naturais, ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento das comunidades e dos diversos parceiros com os quais interage. A companhia é certificada pela norma de gestão ambiental ISO 14001. A empresa adota uma abordagem preventiva em relação à geração de resíduos sólidos, às emissões atmosféricas e aos ruídos, além

de investir no uso racional da água, da energia e de insumos, focando na melhoria da qualidade dos efluentes hídricos. O cumprimento das exigências ambientais ROHS e ELV, “selos verdes” que verificam iniciativas de proteção do solo, da água e do ar contra a poluição, também faz parte da política. A companhia administra um Centro de Biodiversidade para estudo e conservação da fauna e flora, e também prioriza ações de educação ambiental, a partir de projetos próprios realizados na comunidade. Considerada uma das maiores incentivadoras culturais do País, a

Usiminas tem sua política de patrocínio cultural planejada e executada pelo Instituto Cultural Usiminas, sustentado por três valores principais: a inclusão, a formação e o desenvolvimento do cidadão. A empresa já apoiou cerca de dois mil projetos, em 70 municípios brasileiros. A Usiminas criou o Centro Cultural Usiminas (teatro, galeria de arte, biblioteca e jardim japonês) e o Teatro Zélia Olguin, ambos em Ipatinga (MG). Os espaços mantêm uma programação artística intensa, que inclui desde espetáculos nacionais até a valorização da produção local.

Revista do Aço •

33


PERFIL

Nova gestão Em janeiro, os acionistas da Usiminas fizeram um acordo para alterar o controle acionário da empresa. Com ele, o bloco de controle passa a ser formado pelo Grupo Nippon, com 29,44% do total de ações ordinárias da empresa, pelas empresas Tenaris e Ternium do Grupo Techint, com 27,66% e pela Caixa dos Empregados da Usiminas, com 6,75%. O acordo é válido até 2031. Para a Usiminas, o fortalecimento de sua estrutura de governança potencializa oportunidades de desenvolvimento e aumento de competitividade. A empresa passa a ter entre seus acionistas grupos focados no “negócio aço”. Esse diferencial, somado ao conhecimento já acumulado por sua própria equipe, abre caminhos para a consolidação de sua liderança do mercado brasileiro de laminados planos. Para aumentar sua participação de 27.76% para 29,44% do total de ações ordinárias da Usiminas, o grupo Nippon adquiriu 1,69% das ações ordinárias da Caixa dos Empregados. Já a participação de 27,66% da Ternium - junto com sua subsidiária argentina Siderar e com a Confab Industrial S.A, subsidiária da Tenaris no Brasil - é composta também por uma participação da Caixa dos Empregados e pela participação total anteriormente detida pelo grupo Camargo Corrêa/Votorantim que, com isso, não mais integra oficialmente a composição acionária da Usiminas.

Novo diretor-presidente Os acionistas do bloco de controle também indicaram o executivo Julián Eguren como o novo diretorpresidente da Usiminas, no lugar de Wilson Brumer. Segundo Eguren, ter acionistas com visão do negócio é um diferencial competitivo para a Usiminas. “É um enorme orgulho ser nomeado presidente da Usiminas. Iremos trabalhar em equipe na melhoria da eficiência operacional, oportunidades de mercado e melhoria de competitividade”, afirma. Hoje, o novo presidente da Usiminas, o argentino Julián Alberto Eguren, nomeado ontem pelo conselho de administração, começa uma maratona de visitas ao parque fabril da siderúrgica. A primeira visita será à usina de Ipatinga, em Minas, a principal da companhia, acompanhado de Wilson Brumer, que fará o processo de transição de cargo e que deixa a empresa depois de dois anos na presidência-executiva. Antes, por três anos, foi conselheiro e presidiu o conselho. Em entrevista recente ao jornal “Valor Econômico”, Brumer disse que um dos desafios da Usiminas futuramente é melhorar a produtividade e a competitividade, com redução de custos. Para Brumer, são vários investimentos feitos que dão à Usiminas novo patamar tecnológico, mas que, infelizmente, ainda não começaram a se refletir no resultado operacional. “Infelizmente, 2011 não foi um ano de resultados fantásticos. Mas as sementes estão plantadas”, afirmou, apontando que o nível de endividamento líquido, na relação com o Ebitda, é confortável.

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• Revista do Aço

Julián Eguren


PERFIL

Para Wilson Brumer, sua gestão à frente da Usiminas cumpriu o papel de preparar a empresa para um novo ciclo de crescimento, após um dos períodos mais complexos de sua história. “Demos passos importantes, mesmo diante de uma conjuntura de mercado adversa. Preservamos o nosso caixa e dívida em patamares consistentes, mas sem perder nossa capacidade empreendedora. Realizamos investimentos importantes de agregação de valor ao nosso aço, aceleramos o processo de desenvolvimento da mineração e de autossuficiência energética, que serão fatores fundamentais neste novo momento que vive a siderurgia mundial, que exige das empresas uma competitividade global”, afirma. Para Brumer, a Usiminas está mais preparada para assumir os desafios da siderurgia mundial. “As oportunidades de incremento de competitividade criadas por esta estrutura acionária são singulares”, conclui. Resumo - estrutura acionária: Currículo Julián Eguren possui uma vasta experiência na siderurgia latinoamericana. Há 25 anos vem desempenhando diversas funções na Organização Techint no México, na Venezuela e na Argentina. Formado em Administração de empresas, com mestrado em Direção de Empresas pelo Massachussets Institute of Tecnology – MIT, nos EUA, Eguren começou sua carreira em 1987 como Jovem Profissional (trainee) da TenarisSiderca, na Argentina, e em 1993 deu início a sua carreira internacional. Ocupou diversas posições na TenarisTamsa no México e, em 1998, mudou-se para Venezuela para assumir a Presidência da Sidor, maior siderúrgica latinoamericana, período no qual teve a oportunidade de trabalhar com a Usiminas. Em 2008, assumiu a presidência da Ternium, no México – produtor com processos integrados para a fabricação do aço e derivados desde minas próprias até centros de serviços para o setor industrial – e na América Central, incluindo operações na Colômbia e na Guatemala. Atuou ainda como Diretor do ILAFA( atual Alacero) e Presidente da Junta Diretiva Tenigal, empresa que surgiu da parceria entre a Ternium e a Nippon Steel. Casado, pai de quatro filhos, Eguren acredita e apoia o esporte como parte do seu dia a dia participando de maratonas internacionais e triatlons.

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ServMelt transfere fábrica para Indaiatuba Foco é melhorar atendimento , a produtividade além de reduzir custos Fotos: Divulgação

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• Revista do Aço

A

ServMelt, unidade prestadora de serviços do grupo Inductotherm, situada em Diadema desde 1988, trasferiu suas atividades para Indaiatuba, no interior do estado de São Paulo. A nova fábrica, com investimentos de US$ 2,5 mi, foi construída ao lado da matriz, em terreno situado no Distrito Industrial. A previsão é de que sejam gerados 50 empregos diretos. “Precisávamos de um espaço muito maior para atender á demanda, que cresceu 50% nos últimos anos. Resolvemos então dobrar nosso espaço em Indaiatuba, passando de 10.000 me-

tros quadrados para 20.000 metros quadrados, e trazer nossa unidade de serviços para cá”, informou Edison da Cunha Almeida, presidente da Inductotherm Group Brasil. Com a transferência, a empresa investe em melhorias no atendimento, produtividade e redução de custos operacionais o que deve resultar em maior qualidade e precisão. “A ServMelt ficará mais próxima de fornecedores e a ao lado da principal empresa do grupo, a Inductotherm Brasil. Com isso, teremos um melhor atendimento e nossos custos com logística diminuirão, o


que, consequentemente, irá refletir no valor final de nossos produtos”, prevê o presidente da empresa. Fundada em 1988, tendo como finalidade a reforma, recuperação e atualização dos fornos e conversores de potência para fusão e aquecimento

Edison da Cunha Almeida

indutivo, assistência técnica especializada, fornecimento de partes, peças e componentes, revisões gerais nos sistemas, assessoria técnica e comercial na compra e venda de equipamentos usados e cursos de manutenção e de operação em fornos de fusão por indução. Para 2012, a ServMelt projeta crescimento em torno de 10% na demanda. “Esperamos este aumento devido à elevação da produção de automóveis, equipamentos agrícolas e ainda a aceleração das obras do PAC, com vista para a copa de 2014”, completa o presidente Edison da Cunha Almeida.

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Técnica

Sistemas de proteção Galvanização por imersão a quente é a alternativa eficiente para preservação do aço (*) Paulo Silva Sobrinho Imagens: Divulgação

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• Revista do Aço

E

ntre os processos de proteção de peças de aço e de ferro fundido contra as ações do meio ambiente, a Galvanização por Imersão a Quente Geral (por bateladas) é o mais eficiente, pois, diferentemente de outros processos cujo revestimento somente adere à superfície, confere proteção de duas formas: por barreira e catódica. Na proteção por barreira o revestimento de zinco isola todas as superfícies internas e externas de contato com os agentes oxidantes presentes no meio ambiente. Isto ocorre pela penetração do zinco na rede cristalina do metal base,


Técnica

Camadas Eta (Zn) 100% Zeta (FeZn13) 93,7 – 94,3% Zn Delta (FeZn7) 89 – 93% Zn Gama (Fe3Zn10) 73 – 80% Zn Substrato de aço

resultando em uma difusão intermetálica, ou seja, na formação de ligas de Fe-Zn na superfície de contato. Este processo torna o revestimento integrado desde o metal base até a superfície, onde a camada formada é de Zinco puro. Veja detalhes na figura acima à esquerda. Esta característica única do produto galvanizado confere alta resistência à abrasão do revestimento, permitindo o manuseio para armazenagem, transporte e montagem mecânica, sem danos à superfície. A camada de Fe-Zn mais próxima da alma da peça (camada Gama) chega a ter uma dureza até superior a da própria peça, característica da liga formada (vide

figura acima à direita) (fonte: “Vergalhão Galvanizado – Durabilidade e segurança para sua obra” – ICZ).

Proteção catódica Além da proteção mecânica (barreira) o principal motivo de se utilizar o zinco neste processo é a proteção catódica que ele ocasiona sobre a peça. O zinco é mais eletronegativo, mais anódico, que o ferro contido no aço, isto é, a propriedade de atrair mais elétrons em uma ligação química. Por isto o zinco sofre corrosão preferencialmente ao aço, sacrificando-se para proteger o ferro. Este processo aumenta a proteção em casos de o revestimento sofrer danos que provoquem cavidades

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Técnica

(riscos) na camada de zinco. Os sais de zinco, formados na corrosão do zinco, por serem aderentes e insolúveis, se depositam sobre a superfície exposta do aço, isolando-o novamente do meio ambiente. Este processo assemelha-se a uma “cicatrização”, popularmente mencionada pelos galvanizadores. Veja a figura abaixo:

Cátodo

Ânodo

Formação de sais de Zn que vedam as cavidades

Revesstimento Anôdico

A camada de zinco depositada apresenta uma espessura usual de 75 a 125 microns em peças. Com jateamento abrasivo antes da galvanização, pode-se atingir uma camada com até 250 microns ou micra (1 micron = 0,001 mm) de espessura de camada uniforme.

Normalizadas (ABNT):

Neste processo a peça é totalmente imersa no banho de zinco líquido (zinco fundido entre 450º e 490°C) e, toda a superfície da peça que permitir acesso, será protegida. A molhabilidade da superfície da peça se permite com facilidade em função da boa fluidez do zinco fundido e função também de uma das etapas de preparação da superfície para ser galvanizada, denominada “fluxagem”. Atualmente é um processo bastante utilizado e difundido na Europa e América do Norte, porém, no Brasil, não podemos dizer o mesmo por uma simples questão de cultura e principalmente pela falta de conhecimento e divulgação nos meios acadêmicos. Nestes países a galvanização é realizada em vergalhões para fabricação das armaduras metálicas de construções com concreto, perfis estruturais e de telhados (steel framing), perfis de aço em substituição aos dormentes de madeira para ferrovias, estruturas de torres de eletrificação e comunicação, postes, pórticos de rodovias, salvaguardas (guard rail), estruturas de aeroportos (terminais de passageiros, de cargas, hangares de manutenção), estruturas de máquinas e suportes, guarda-corpos, tubulações, eletrocalhas, fixadores (parafusos, porcas, arruelas, estojos), cordoalhas (inclusive para pontes estaiadas) etc.

Demais aplicações:

■■ Agroindústria (sistemas de irrigação)

■■ Armazenagem e Ferragens

■■ Eletrificações (torres)

■■ Construção civil (ferragens, vergalhões)

■■ Eletrodutos e Eletrocalhas (passagens de fiações)

■■ Estruturas Metálicas (galpões)

■■ Estais (cordoalhas de fios de aço galvanizado – pontes

■■ Metrôs e Trens (expansões – tubulações)

estaiadas)

■■ Iluminação (postes) ■■ Rodovias (defensas metálicas, placas de sinalização, pórti-

cos, postes)

■■ Telecomunicações (torres) ■■ Tubulações (Oil & Gas)

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• Revista do Aço

■■ Pontes e Viadutos (projeto do governo federal PROART) ■■ Portos ■■ Serralheria (grades, portões)


Técnica

Revista do Aço •

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Técnica

Vergalhão galvanizado: Uma maneira econômica e eficaz de minimizar o risco de corrosão na armadura é garantir uma espessura de cobertura adequada e que o concreto em si seja denso e impermeável. Apesar desse conhecimento, a corrosão das armaduras é uma patologia crônica observada nas estruturas em concreto armado, como, por exemplo, pontes e viadutos (vide figuras do “case” Ponte Route 66, Kittanning – PA, abaixo).

O esquema abaixo mostra a ação da corrosão no aço sem proteção sobre o concreto:

Aderência do vergalhão galvanizado ao concreto:

Case - Ponte Route 66, Kittanning PA A reforma desta ponte, construída em 1973, proporcionou uma oportunidade única para avaliar o desempenho dos vergalhões galvanizados em serviço há mais de 30 anos

Conclusão: após 30 anos de exposição a altas concentrações de cloreto não há evidência de corrosão apesar do teor de cloreto encontrado na superfície ser 5x o limite de corrosão para o vergalhão nu. Teor de cloreto na superfície do vergalhão 3.0 Kg/m3 — 5x o limite do vergalhão nu.

Uma boa aderência entre a armadura e o concreto é essencial para o desempenho confiável do concreto armado. O vergalhão galvanizado conforme norma ASTM A 767 possui uma aderência similar à do concreto do vergalhão sem revestimento. Ensaios realizados mostram que a média do coeficiente de conformação superficial das faces do vergalhão galvanizado n= 1,8 atende aos requisitos da norma ABNT NBR 7480 – Aço destinado a armaduras de concreto armado (min. n = 1,5). O revestimento do aço, através da galvanização por imersão a quente, tem sido amplamente utilizado, pois oferece várias vantagens: ■■ O aço fica protegido contra corrosão antes de ser

imerso no concreto;

■■ Proporciona maior tolerância à natureza variável do

concreto;

■■ Retarda o início da corrosão do aço, reduzindo os riscos

de fissuras, manchas de ferrugem e desagregação do concreto;

■■ Reduz a frequência e a magnitude dos reparos do

concreto;

■■ Aumenta a vida útil da estrutura; ■■ Proporciona segurança e sustentabilidade a obra.

Espessura média da camada de zinco: 247-270 microns

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• Revista do Aço

A ABNT NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento – prevê, no item 7.7, a galvanização como uma das medidas especiais de proteção e conservação do vergalhão.


Técnica

“Uma maneira econômica e eficaz de

Ainda hoje, às vésperas da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, é muito comum e nada difícil encontrar profissionais da área de construção civil e arquitetos que desconheçam o processo de galvanização, assim como, suas diversas e possíveis aplicações em suas obras. Constitui-se no processo de melhor custo benefício em relação a outros processos de proteção para preservação do aço como óleo, tintas, vernizes, resinas e outros. Além do mais, conforme a agressividade do meio ou região em que se encontram as peças, existe ainda a possibilidade e a necessidade de garantir uma proteção extra do galvanizado com a pintura sobre a sua superfície, processo conhecido como Duplex. Este processo pode prolongar a vida útil de uma peça em até 2,5 vezes em relação à peça simplesmente protegida apenas com pintura. Em função de ser um processo simples, rápido e acompanhar o desenvolvimento sustentável, as empresas de galvanização conseguem atender o mercado de forma rápida, eficaz e estão disponíveis em todo o país com instalações de diversas capacidades e equipamentos de processo. Atualmente existe uma tendência do uso da galvanização em construções metálicas e nos aços em casas. Estas edificações são erguidas rapidamente, sem maiores transtornos à vizinhança, que, se comparando às construções de concreto, têm-se uma redução significativa de consumo de água, redução sensível no tráfego de caminhões, visto que, as estruturas são produtos semiacabados, redução

minimizar o risco de corrosão na armadura é garantir uma espessura de cobertura adequada e que o concreto em si seja denso e impermeável .”

de entulhos gerados por escavações já que as dimensões e a resistência

mecânica do aço permitem menores fundações e assim por diante. Precisamos nos conscientizar de que necessitamos de construções sustentáveis, ou seja, com vida útil longa, com componentes de alta durabilidade, minimizando desta forma o uso dos recursos naturais, reduzindo-se geração de entulhos devido às menores fundações utilizadas em construções metálicas e desta forma reduzindo a logística e disposição em aterros destes resíduos. O aço e o zinco são 100% recicláveis, sem perder suas propriedades. (*) Paulo Silva Sobrinho é coordenador técnico do Instituto de Metais não Ferrosos (ICZ)

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Panorama

Governo de olho no setor automotivo Queda na produção derruba índice de produção industrial Redação Imagens: Divulgação

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• Revista do Aço

O

ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, afirmou na segunda quinzena de março que o governo iria, em breve, anunciar um novo regime automotivo. Mesmo sem detalhar as novas medidas para produção de carros em território nacional, que “ainda estão em fase de discussão interna no governo”, o ministro adiantou que a política industrial para o setor automotivo deve exigir maior investimento em pesquisa e aumentar a exigência de conteúdo nacional. Desde 1995, o regime automotivo é o principal instrumento de política pública industrial do setor


ascom/ministério do desenvolvimento

Panorama

Ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel

automotivo. É um programa de investimentos e de exportações com regime especial de importação. O setor automotivo brasileiro registra algumas quedas na produção. O que tem acarretado redução no índice total de produção industrial. Entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012, a produção industrial brasileira caiu 2,1%, a maior redução mensal desde dezembro de 2008 - no auge da crise financeira global. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no início de março mostram que em comparação com janeiro de 2011, a produção no primeiro mês de 2012 diminuiu 3,4%, a menor taxa anualizada desde setembro de 2009. O dado de dezembro de 2011 ante novembro foi revisado para baixo, de alta de 0,9% para aumento de 0,5%. A comparação entre dezembro do ano passado e dezembro de 2010 também sofreu revisão negativa, passando a apresentar queda de 1,3%, ante o 1,2% informado anteriormente. Essa queda da produção industrial foi liderada pelos setores automotivo e de extração mineral. A produ-

ção de veículos automotores sofreu redução de 30,7%, o pior resultado desde dezembro de 2008, quando diminuiu em 38,8%. “Esse foi o principal setor responsável pela queda da indústria em janeiro e tem a ver com a paralisação quase completa das montadoras de caminhão para se adaptar à nova tecnologia de motores Euro 5”, disse o economista do IBGE, André Macedo. Além de paralisações em setores que abastecem a produção de caminhões e carros, também houve paradas em algumas montadoras “porque os níveis de estoques ainda estão ele-

André Macedo, economista IBGE

vados”, segundo Macedo. Na comparação entre janeiro de 2012 e janeiro de 2011, a produção de veículos caiu 26,7 por cento. O setor automotivo tem peso de aproximadamente 12 por cento na pesquisa do IBGE.

Revista do Aço •

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Panorama

Enquanto isso...

ASCOM/SC

Reportagem recente publicada no jornal americano The Wall Street Journal, disse que a montadora americana General Motors (GM) e a francesa PSA Peugeot Citroën querem começar a desenvolver em conjunto ao menos dois modelos de carros de passeio a partir deste ano. Ao descrever a aliança, o diretor-presidente da GM, Dan Akerson, disse ao jornal desejar que a parceira vá muito além de uma sociedade para compartilhamento de peças automotivas e compras. Com esse objetivo, executivos da companhia americana já teriam sido deslocados para a Europa, com o intuito de trabalhar na expansão da aliança. Também circulou a notícia de que executivos da General Motors (GM) mantiveram conversa com a montadora italiana Fiat sobre uma fusão de seus negócios na Europa. A Fiat teria

tentado convencer a GM de que era uma parceira melhor que a Peugeot. No fim de fevereiro, a GM e a Peugeot anunciaram uma aliança global que mira o corte de custos de pelo menos US$ 2 bilhões sem fechamento de fábricas ou cortes de empregos na Europa. No Brasil, a GM anunciou que irá investir R$ 710 milhões para construir fábrica de transmissões de veículos em Joinville (SC). A assinatura do protocolo de intenções foi realizada em cerimônia no palácio do governo de Santa Catarina que reuniu o governador do Estado, Raimundo Colombo, o prefeito de Joinville, Carlito Merrs, o vice-presidente da GM do Brasil, Marcos Munhoz, o diretor de Assuntos Institucionais, Luiz Moan, autoridades e empresários. A nova fábrica, que será construída no complexo onde hoje estão sendo finalizadas as obras civis da fábrica

Governador de SC e representantes da GM assinam protocolo para construção de fábrica

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• Revista do Aço

de motores, iniciará operações em 2014 e terá capacidade de produção de 150 mil transmissões por ano, em sua primeira fase de instalação. Metade da produção terá como destino o mercado local, substituindo importações, e a outra metade será exportada para a Europa. A implantação da nova fábrica vai gerar 350 empregos na primeira fase. Terá área construída de 50 mil metros quadrados e previsão de faturamento de R$ 200 milhões por ano.

Motores na Bahia A Ford Brasil anunciou a construção da primeira fábrica de motores do Nordeste, em Camaçari, no estado da Bahia, m investimento de R$ 400 milhões. O governador da Bahia, Jaques Wagner, participou do lançamento da pedra fundamental no Complexo Industrial Ford Nordeste, junto com Marcos de Oliveira, presidente da Ford Brasil e Mercosul, e Rogelio Golfarb, diretor de assuntos corporativos da América do Sul. Marcos de Oliveira destacou o pioneirismo da Ford na região e a qualidade da nova unidade, que produzirá uma família totalmente nova de motores no estado da arte da tecnologia. “A Ford foi a primeira a produzir automóveis na Bahia e, novamente, é a primeira a instalar uma unidade de motores na região, reforçando o nosso compromisso com o desenvolvimento do Nordeste”, afirmou. A nova fábrica vai ocupar um prédio de 24 mil metros quadrados e terá capacidade de produzir 210 mil motores por ano; a companhia informa que se


Panorama

Acordo com México é revisto No mês de março, o governo brasileiro fez a revisão do acordo automotivo com o México. Desde o início do ano o governo mexicano passou a impor algumas restrições pedindo a revisão do acordo. O ministro brasileiro disse que o acordo foi positivo para os dois países. O acordo anterior vigorava há dez anos. “Esse acordo é antigo, de 2002. De lá para cá, nunca tinha sido revisado. Houve muitas mudanças no cenário econômico mundial que dava necessidade de ajuste. O México preserva capacidade de exportação para o Brasil e nós limitamos [a entrada de carros mexicanos no Brasil] para que essa entrada de veículos não constitua um prejuízo muito grande à nossa indústria automobilística”, explicou o ministro. Pelo novo acordo firmado entre Brasil e México, será permitida a importação de veículos, peças e partes de automóveis do México com redução da alíquota de impostos. Além disso, fica instituído um percentual mínimo de nacionalização dos veículos vindos do país. A parceria isenta os automóveis da taxa de importação até 35%, cobrada sobre carros de fora do México e do Mercosul. Os países concordaram em limitar a taxação às exportações de veículos dos dois países. A medida vale desde o dia 19 de março. Para o primeiro ano, as vendas de automóveis mexicanos para o Brasil não poderão superar a cota de US$ 1,45 bilhão. No segundo ano, a cota sobe para US$ 1,56 bilhão e, no terceiro, para US$ 1,64 bilhão. Outro ponto do acordo foi a definição do percentual de componentes regionais dos veículos, de 30% para 35%, até o dia 19 de março de 2013. Em março de 2016, esse percentual será elevado para 40%. Os dois países farão estudos sobre a possibilidade de uma nova elevação, para 45%, entre 2015 e 2016. O acordo não limita a quantidade de exportações. No entanto, o que ultrapassar a cota estabelecida não entra nos benefícios da alíquota reduzida. “Não quer dizer que o México tenha que exportar só isso, pode exportar mais. O que exceder paga tributos integralmente. Os tributos de importação e IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] cheio”, afirmou o ministro.

trata da família inédita de propulsores, caracterizada por alta eficiência e desempenho. “A Ford tem uma longa experiência no desenvolvimento de motores. A nova linha honra essa tradição e agrega uma série de vantagens competitivas aos futuros produtos globais que iremos produzir localmente”, completou o presidente da companhia, Marcos de Oliveira. Com investimentos de US$ 5 bilhões em 2011, as montadoras de veículos e máquinas agrícolas elevam a US$ 47,3 bilhões o estoque de investimentos realizados no País no período 1980 a 2011, de acordo com levantamento da Associação

Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Somando-se os investimentos realizados pelas autopeças no período estimados em US$ 28,8 bilhões – a cadeia industrial automotiva acumula aportes da ordem de US$ 76 bilhões em fábricas, capacidade de produção, produtos e processos industriais, inovação e engenharia. O novo ciclo de investimentos programado pelas montadoras até 2015, de US$ 22 bilhões, gerará outros investimentos multiplicadores na cadeia supridora de autopeças e serviços correlatos necessários à cadeia montadora, devendo chegar a US$ 100 bilhões de investimentos

acumulados. O pico dos investimentos no complexo automotivo brasileiro deu-se entre 1994 e 2000, período de vigência do então regime automotivo, que estimulou novos projetos de fábricas e marcas no País, e também nos últimos anos, entre 2005 e 2011, em razão da expansão do mercado brasileiro. O País conta atualmente com 19 montadoras de veículos e sete de máquinas agrícolas, operando 53 fábricas de motores, componentes e produtos finais em pólos industriais automotivos localizados em nove estados brasileiros. São também cerca de 500 empresas fornecedoras de autopeças sediadas no País. Revista do Aço •

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• Revista do Aço

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• Revista do Aço

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