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Dunany Foods aposta na venda de “pré-cozinhados de qualidade superior
Os tempos mudam e temos agora menos tempo para dedicar à cozinha, mas o que não deve mudar é a nossa exigência de ter no prato comida de qualidade. Sergio Rodrigo, administrador da Dunany Foods, garante que essa exigência de qualidade é o compromisso desta empresa, que iniciou a sua produção na área alimentar em janeiro deste ano. “Nos últimos cinco anos, o mercado de comida pré- -cozinhada tem crescido mais de 10% ao ano, quer em Portugal, quer em Espanha. Acreditamos que irá continuar a aumentar, no entanto muito do que se faz neste segmento tem pouca qualidade. Não tem que ser assim. Os nossos produtos apostam em ingredientes saudáveis e modos de confecionar que respeitam os alimentos. Sei que os clientes percebem essa diferença.” Talvez por isso, o gestor prefira chamar cozinha ao espaço que a Dunany instalou em Samora Correia, nos arre
O consumo de comida pré-cozinhada cresce a dois dígitos e espera-se que continue a aumentar. Confiantes na evolução deste mercado e no talento do chefe Pompeu Capelo, os responsáveis da Dunany Foods iniciaram a sua produção alimentar neste segmento, em janeiro. Da fábrica de Samora Correia saem já lasanhas com destino a Espanha. Sergio Rodrigo, administrador da empresa, adianta que a variedade de pratos vai aumentar e que já há clientes portugueses na mira.
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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
dores de Lisboa. Daqui saem já diferentes pratos de comida pré-cozinhada: lasanhas (bolonhesa, frango, salmão ou de vegetais), massas e mussacas (prato típico nas gastronomias grega e turca). Destinam-se a uma cadeia espanhola de distribuição (a Consum, sedeada e Valência). Sem querer adiantar nomes, Sergio Rodrigo informa apenas que em breve os produtos Dunany também estarão nas prateiras de pré-cozinhados de supermercados e hipermercados em Portugal, existindo já contactos com cadeias de distribuição portuguesas, nesse sentido.
No mercado português, a marca irá lançar também a lasanha de bacalhau com grelos, uma adaptação do chefe Pompeu à gastronomia portuguesa, introduzindo o bacalhau e substituindo os espinafres (bastante usados em lasanha) pelos grelos, “que casam na perfeição com o bacalhau”, como argumenta o responsável pelas receitas da Dunany. A empresa irá também produzir carnes assadas, como entrecosto, pato, pernil e frango. “Estes pratos serão comercializados dentro de dois ou três meses”, informa Sergio Rodrigo. A grande questão agora é
contratar e formar mais mão-de-obra, de modo a poderem aumentar a capacidade de produção. Por enquanto trabalham 40 pessoas na Dunany, mas a empresa continua a contratar em Portugal, nas áreas de engenharia alimentar e cozinha. “O maior desafio é formar bem a equipa. Estivemos seis meses a formar as pessoas que trabalham agora na Dunany. São processos muito rigorosos que exigem o grande controlo. O nosso objetivo é ter uma equipa portuguesa e contribuir para o desenvolvimento da comunidade em que nos inserimos”, frisa o gestor.
Está prevista também uma ampliação das instalações da Dunany, para viabilizar o aumento de produção. O investimento total para colocar a Dunany a funcionar em pleno “ultrapassará os três milhões de euros, o que inclui o valor da compra da fábrica, obras, maquinaria e fundo de maneio para os primeiros meses de atividade”, esclarece Sergio Rodrigo.
O empresário, natural de Valência, já tinha experiência no segmento de produtos pré-cozinhados, quando se associou a Pompeu Capelo, e a mais dois sócios, uma família canadiana e um advogado espanhol, especialista no setor da distribuição. “Tínhamos uma outra empresa em Espanha que já fazia estes produtos há dez anos e com uma quota de mercado muito boa”, indica. Entretanto, em Portugal, surgiu a oportunidade de construir um novo projeto, pelo que se mudaram para Portugal, conta: “No ano passado, vimos uma oportunidade de investimento em Portugal nesta fábrica que já existia. Conhecíamos o mercado porque no passado trabalhámos com clientes portugueses. O fator tempo foi importante porque já tínhamos clientes em vista e decidimos comprar a fábrica e iniciar o projeto cá. Depois fizemos as modificações necessárias para começar a produzir.” O CEO da Dunany explica que pesou também o facto de “Portugal dar muito boas condições aos investidores”, bem como “o apoio excecional da Câmara Municipal de Benavente e do Centro de Emprego local”. O gestor sublinha a “boa preparação dos recursos humanos disponíveis nesta zona do país”, o que ajuda a que “os produtos tenham uma boa relação qualidade preço”. O cliente final que adquire os pré- -cozinhados no supermercado só tem que os aquecer em forno ou micro- -ondas, especifica Sergio Rodrigo: “Todo o processo é muito rápido. Os nossos produtos são ideais para um contexto laboral, onde há muitas pessoas e poucos microndas, pelo que o tempo de aquecimento é curto, cerca de três minutos. Desde que saem da nossa cozinha, devidamente embalados, estes pratos têm uma validade de cerca de 20 dias, em frigorífico, na zona de frios. Não é preciso congelar.” Tudo isto, “com a certeza de que está a comer um produto de qualidade, como se fosse comida caseira”, acrescenta o empresário, assegurando, que essa é a grande aposta da marca: A Dunany possui uma cozinha laboratório, onde o chefe Pompeu e a sua equipa criam e testam os pratos, antes de decidir quais serão produzidos na cozinha industrial, como explica Sergio Rodrigo: “Uma receita desde que sai da cabeça do chefe até que chegue à fase de comercialização pode levar uns quatro meses. A cozinha é o ponto mais crítico de todo o processo. O chefe propõe os pratos, que depois têm que ser validados organolepticamente. Fazemos todos os testes necessários. Depois, ajusta- -se o processo de produção em fábrica. Somos muito ágeis e inovadores, pelo que adaptamos a maquinaria aos praA expetativa de vendas no primeiro ano de atividade é “chegar aos cinco ou seis milhões de euros”
tos e não o contrário. Quem manda é a comida.” A Dunany propõe-se a inovar neste segmento, pelo que é a marca que propõe novos pratos e sabores aos clientes intermediários, observa Sergio Rodrigo: “Os nossos clientes diretos, os supermercados conhecem bem os seus clientes (o consumidor final), por isso procuramos trabalhar em conjunto para antecipar o que o cliente final deseja.”.
Sergio Rodrigo acredita que os pro
Pompeu Capelo, o chefe português
A vida afastou Pompeu Capelo de Portugal, quando emigrou em criança com o seus pais para França, mas a gastronomia fê-lo regressar agora para liderar a cozinha da Dunany Foods. Curiosamente foi em Portugal que fez o curso de cozinha, na Escola de Hotelaria de Lisboa, aproveitando a estadia na capital, quando foi chamado a cumprir serviço militar. Foi a profissão de cozinheiro que seguiu, nas diferentes geografias em que viveu. “Trabalhei na Madeira, em Macau, Cuba, Espanha, Canadá, onde se praticava uma cozinha muito cosmopolita… Isso deu-me oportunidade para conhecer diferentes gastronomias, diferentes técnicas e ingredientes. Desde a cozinha kocher à oriental, experimentei várias formas de cozinhar distintas.” Para este chefe, o mais importante “é a honestidade da cozinha”, o que implica “respeitar totalmente os produtos, não desperdiçar nada no produto e tentar elevar o sabor da forma mais natural possível”.Integrar o projeto Dunany dá-lhe uma dupla satisfação: “Além de estar a fazer o gosto mais de fazer, tenho a oportunidade de o fazer no meu país.”
dutos Dunany vão agradar aos consumidores portugueses, que tal como os consumidores espanhóis gostam de comer com qualidade. “A gastronomia é um tema muito importante na Península Ibérica. As pessoas têm menos tempo para cozinhar e nós temos resposta para essa necessidade. Se o produto for bom, o cliente repete. Sabemos que podemos fazer pratos mais simples e mais baratos, como tantos outros concorrentes, mas não tão bons. Não cedemos em questões de qualidade, não adicionamos potenciadores de sabor, nunca usámos óleo de palma (mesmo antes de ser proibido)… Preferimos usar a técnica para obter sabor de forma natural, como quando cozinhamos em nossas casas, fazendo reduções de tomate, por exemplo. Os clientes percebem isso e estão dispostos a pagar pela diferença.” A Dunany prefere especializar-se neste tipo de pratos e não entrar noutros segmentos: “Não faremos sopas, nem sobremesas. Acreditamos na especialização. Queremos associa-nos a universidades e a outros organismos, de modo a fomentar a partilha de conhecimentos. Queremos que todo o processo seja o mais sustentável possível. Temos painéis solares a alimentar a fábrica. Queremos eliminar o desperdício. Pretendemos doar os nossos excedentes ao Banco Alimentar. Trabalhamos em equipa com os fornecedores e com os clientes. Compramos produtos locais sempre que possível, pela frescura, mas também para poupar custos de transporte e poluir menos.” A marca irá “apostar numa comunicação próxima dos consumidores, nas redes sociais, porque é muito importante para uma empresa de alimentação conhecer o feedback dos seus clientes, as suas opiniões e sugestões”, porém Sergio Rodrigo insiste que “o veículo de comunicação mais eficaz será o próprio produto, será a qualidade que vai fidelizar os consumidores”. A expetativa de vendas no primeiro ano de atividade é “chegar aos cinco ou seis milhões de euros”.
AEurofirms, uma empresa de recrutamento e trabalho temporário, que começou há seis anos a atuar no mercado nacional, tem como grande trunfo a utilização de soluções tecnológicas para apoio aos seus serviços. Segundo João Silva (na foto), diretor- -geral da Eurofirms em Portugal, o modelo de negócio “passa por ser uma empresa tecnológica e comprometida com as pessoas, dando prioridade à gestão por valores”, salienta. Assim, a Eurofirms é a “única empresa em Portugal que possibilita a assinatura eletrónica de documentação”, no seu setor de atividade, além de disponibilizar, através do seu site institucional, áreas privadas para clientes e trabalhadores poderem gerir diversas funcionalidades da sua atividade. Por outro lado, adiantam os responsáveis da empresa, “brevemente, vamos lançar uma app para trabalhadores/ candidatos, e também somos a única empresa em Portugal que utiliza um ERP próprio, o que nos possibilita uma grande flexibilidade”. A empresa tem como “principais serviços a captação, seleção, formação e colocação de trabalhadores em empresas de todos os setores, contando já com mais de três mil trabalhadores ativos. Concentra principalmente as suas atividades nas áreas do trabalho temporário e outsourcing e conta com uma equipa de mais de 100 profissionais”, adianta João Silva. Nas áreas de negócio que a empresa desenvolve em Portugal, de salientar a vertente de recrutamento e seleção especializados, através da marca Claire Joster. No total, a Eurofirms conta, assim, com “mais de três mil trabalhadores colocados”. Em termos dos principais setores clientes, a Eurofirms em Portugal trabalha praticamente com todos os setores, mas tem dado maior destaque à hotelaria e turismo, bem como à indústria e logística. Tendo como lema o princípio de “People first” (“as pessoas primeiro”), a Eurofirms afirma que se “converteu numa referência de qualidade no setor dos recursos humanos, consolidando um modelo empresarial próprio que coloca as pessoas e o seu bem-estar em primeiro lugar, para a obtenção de melhores resultados”. “Contratamos os mais variados perfis, com diversos graus de especialização, tentando sempre alcançar um fit ideal entre candidato e empresa. Atualmente, verificamos uma maior procura por perfis operacionais, tais como operadores de armazém, operadores de linha e de produção, técnicos de manutenção e eletricistas. No setor da hotelaria e