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Portugal depois da emergência e do confinamento - Filipe Lobo d’Avila
Portugal depois da emergência e do confinamento
Omundo, tal como o conhecemos ao longo dos últimos 50 anos, mudou. Hoje, enfrentamos uma crise global com repercussões em praticamente todos os setores da economia mundial. Prevêse uma crise no setor empresarial. Antecipa-se uma crise no mercado de trabalho. Pressentem-se alterações significativas num mercado efetivamente globalizado. Estimase o colapso de algumas áreas que recentemente estavam em expansão. Tudo mudou. Sem que para isso estivéssemos preparados.
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Esta crise não se resume apenas aos efeitos que inevitavelmente as nossas economias terão de superar. As crises económicas obrigatoriamente provocam danos nas nossas vidas. É, por isso, fundamental responder da forma mais célere e eficaz possível. Ainda que, pelo caminho, as nossas liberdades, direitos e garantias possam sofrer algumas limitações.
É verdade que já enfrentámos crises, recessões e depressões no passado, mas também é verdade que nada se aproxima do que estamos a viver. O medo está presente em cada atividade do nosso dia a dia. As nossas rotinas foram alteradas de forma drástica. De tal forma, que uma mera saída particamente obedece a um plano previamente preparado. É neste contexto que temos que voltar a por a economia a funcionar, procurando um equilíbrio entre critérios de saúde pública e critérios e normalização económica e social. No que respeita à economia, são já públicas algumas análises e projeções. Nenhuma entusiasma. Pior, todos os indicadores económicos vão em sentido contrário ao que se previa no inicio do presente ano. Vem isto ao caso da seguinte premissa: sabemos o que nos aconteceu. Só não conseguimos antecipar o que pode vir ainda a acontecer.
Mais do que um sentimento de esperança, por mais válido que seja, é preciso começar a preparar o futuro. É urgente recuperar a economia. É imprescindível restabelecer a confiança das pessoas. A par do que foi seguido por praticamente todos os países europeus, o Governo português assumiu como prioridade a defesa intransigente da saúde pública. Tivémos o tempo como vantagem, o que nos permitiu perceber o que acontecia noutras geografias onde o inimigo chegou primeiro. Essa vantagem permitiu também perceber a importância de adoptar medidas preventivas. E, sobretudo, ficámos compreensivelmente assustados com os relatos que entretanto nos chegavam de locais não tão distantes como à primeira vista poderiam parecer. A frase mirabolante dos responsáveis da nossa saúde de que o vírus não chegaria a Portugal foi rapidamente ridicularizada pelos acontecimentos. É justo reconhecer que os portugueses foram exemplares na resposta dada.
A reabertura da economia com um vírus ainda presente vai seguramente colocar à prova a nossa capacidade de resiliência e de
Por Filipe Lobo d’Avila*
adaptação. Nos próximos meses, dificilmente abdicaremos de alguns cuidados de saúde pública no regresso ao trabalho (e mantendo, quando possível, o teletrabalho) e no regresso a uma nova normalidade social.
O contexto e as circunstâncias levantam naturalmente um conjunto de questões de âmbito jurídico, que, primeiro, é preciso identificar e, segundo, apresentar propostas que sejam claras e que respondam às naturais preocupações que afetam os agentes económicos. Organização do trabalho, métodos de trabalho, transformações digitais, controlos sanitários em local de trabalho ou mesmo cuidados contratuais a reter numa qualquer negociação contratual, só para referir alguns exemplos. Tudo isto implicará soluções obrigatoriamente multidisciplinares e inovadoras, uma vez que os problemas que agora começam a ser identificados atravessam várias, se não todas, as áreas operacionais das empresas. São estes os novos tempos e os novos desafios. Se aos agentes económicos é pedido que olhem para novas oportunidades de mercado e que regressem gradualmente às suas atividades sem descurar cuidados de saúde pública, ao mundo jurídico será seguramente pedido que consiga produzir soluções inovadoras e flexíveis para tempos tão exigentes como desafiantes.
* Country manager da Rödl & Partner E-mail: filipe.avila@roedl.com
Lucros da EDP sobem 45% no primeiro trimestre do ano
em comunicado emitido à Comissão da empresa executada no período (-45 do Mercado de Valores Mobiliários. A milhões de euros)”. Excluindo este efeito empresa sublinha que os resultados em e o pagamento da contribuição extraoranálise tiverem “um impacto reduzido dinária sobre o setor energético (CESE) do período de confinamento associado – no valor de 61 milhões de euros–, à pandemia covid-19, que teve início o resultado líquido recorrente registou nos nossos principais mercados em uma subida de 51%, para os 252 milhões meados de março”. de euros. O EBITDA seguiu a mesma tendência, Por outro lado, a operadora elétrica crescendo 6%, para os 980 milhões de destaca que os resultados traduzem euros. também o “impacto positivo da gestão No mesmo comunicado, a EDP lembra proativa da dívida nos últimos trimestres, que estes resultados comparam com num contexto de taxas de juro baixas e um período que tinha sido fortemente trajetória descendente das mesmas no penalizado por um volume de produção Brasil no último ano, que contribuiu para de energia hídrica anormalmente baixo. uma redução do custo médio de dívida Em Portugal, atingiu níveis 48% inferiopara 3,4%. No final de março, a dívida A EDP obteve no primeiro trimestre res à média histórica. liquidada EDP situava-se em 12,7 mil de 2020 um resultado líquido de 146 A empresa adianta que os lucros no milhões de euros, “o valor absoluto mais milhões de euros, o que representa um trimestre em análise foram afetados baixo dos últimos 13 anos (desde 2007)”. aumento de 45% face ao mesmo perío“pelo impacto negativo não recorrenO investimento consolidado aumentou do do ano anterior, informou a elétrica te da recompra da obrigação híbrida 24%, para os 425 milhões de euros.
PI B pode recuar 8% este ano e economia só deve voltar ao normal em 2021
As medidas tomadas para conter a propanómica este ano. A par disso, a economia Mundial, podendo o PIB atingir os -3,3% gação do novo coronavírus poderão resulportuguesa depende muito do turismo em 2020, equivalente a uma perda de tar numa recessão de -8% em 2020, esti(esta atividade vale entre 18 e 20% do mais de 8,3 biliões de euros, ou à soma ma a Euler Hermes, acionista da COSECPIB) e tem aumentado a sua integração no do PIB da Alemanha e do Japão. O Companhia de Seguro de Créditos, que comércio mundial, tendo as exportações cenário, antecipam os economistas, será antecipa ainda que a economia portuguea representar 44% da riqueza produzida mais de duas vezes pior do que o da sa só deverá regressar à normalidade em pelo país (contra 31% em 2010). Isto sigcrise financeira global de 2009. 2021, depois de existir no mercado uma nifica que Portugal sofrerá um impacto Neste sentido, lê-se na mesma análise, vacina. No cenário mais otimista, no prósignificativo da forte quebra no volume de só em 2020, as perdas com o abranximo ano, o PIB pode crescer 9%. trocas internacionais (-15% esperado este damento do comércio mundial podem De acordo com o cenário-base elaborado ano). Embora o comércio de mercadorias chegar aos 3,2 biliões de euros. Apesar pela líder mundial em seguro de créditos deva regressar progressivamente após o de os Estados estarem a tomar medidas para a economia portuguesa, num qualevantamento das medidas de contensem precedentes de apoio às empresas, dro de recuperação em “U”, este ano o ção, o país será ainda mais impactado as insolvências vão crescer pelo quarto PIB deverá ficar nos -8% (face a uma pela diminuição das viagens no longo ano consecutivo, e na ordem dos 20% média de -9,3% nos membros da Zona prazo, que afetará as suas receitas turís(+25% nos EUA, +15% na China e +19% Euro) e deverá, em 2021, atingir os 9% ticas”, afirma Georges Dib, economista na Europa) e o volume de negócios das (em linha com a média dos países da da Euler Hermes para a América Latina, empresas terá quebras de entre -30% e Zona Euro, de 9,3%). A inflação prevista Espanha e Portugal, e um dos autores -40% no segundo trimestre de 2020, em para Portugal este ano neste cenário é de do estudo. relação ao período homólogo, nomeada-0,2%, e de 1,5% para 2021. De acordo com o estudo “ Reopening mente na Zona Euro. “Portugal teve menos casos de infeção the world: Beware of false steps”, recenA análise revela ainda que, só na Zona e menos mortes do que outros países temente publicado pela Euler Hermes, Euro, existem cerca de 70 milhões de europeus, mas também implementou a economia mundial vai enfrentar a trabalhadores abrangidos por medidas de medidas que vão pesar na atividade ecopior recessão desde a Segunda Guerra desemprego parcial.
BPI e FEI vão apoiar a agricultura com 95 milhões de euros
O BPI e o Fundo Europeu de Investimento (FEI) estreitaram a sua cooperação, através da assinatura de um acordo de garantia para fomentar o crédito a empresas e empresários do setor agrícola e agroindustrial, com um montante global financiamento de até 95 milhões de euros. Com base neste acordo, o BPI disponibiliza a Linha BPI/FEI Agricultura, para apoiar os investimentos na exploração agrícola, incluindo jovens agricultores, e na transformação e comercialização de produtos agrícolas, beneficiando de garantia do Fundo Europeu de Investimento, ao abrigo do ESIF EAFRD Portugal FoF . O FEI concede, assim, ao BPI uma garantia para cobrir 70% do risco de crédito de uma carteira de até 95 milhões de euros de novos empréstimos para financiar investimentos em ativos tangíveis e/ou intangíveis, fundo de maneio e despesas gerais associadas ao projeto de investimento, realizados por empresas e empresários do setor agrícola e agroindustrial, residentes e a operar em Portugal Continental. A operação permitirá ao BPI disponibilizar financiamento, em condições competitivas, de montantes e prazos alargados (até 15 anos), ajustados às necessidades do setor agrícola e sem consumo de auxílios de minimis. Nos últimos anos, o BPI e o Fundo Europeu de Investimento celebraram vários acordos de garantia, para apoiar empresas de diferentes setores da economia. A linha BPI/ FEI Agricultura vem complementar a vasta oferta do BPI para apoio à tesouraria e ao investimento, de empresas agrícolas e agroindústrias. O banco aposta igualmente na simplificação do processo de contratação das operações.
Santander atinge lucros de 118,9 milhões até março
Os lucros do Santander em Portugal totalizaram 118,9 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, o que representa uma queda de 13,4% em comparação com o mesmo período do ano passado. “O mês de março já foi afetado pelos efeitos da pandemia e pela suspensão de um conjunto de comissões, no âmbito das medidas de apoio”, refere o banco liderado por Pedro Castro e Almeida, em comunicado, adiantando que registou um reforço das provisões “antecipando o próximo ciclo de incremento de NPE ( non- -perfoming exposure)”. O reforço das provisões, para fazer face a perdas futuras, foi de 30 milhões de euros, neste período. No primeiro trimestre, o banco registou uma queda da margem financeira de 6,3%, para 202 milhões de euros, “justificada pelo enquadramento económico e competitivo, caracterizado por uma elevada pressão concorrencial sobre os preços num quadro de baixas taxas de juro e procura moderada de crédito”, nota o Santander. Já as comissões líquidas cresceram 0,9% face ao primeiro trimestre de 2019, “com destaque para as comissões de gestão de conta, bem como de fundos e seguros comercializados pelo banco”. Quanto aos custos operacionais, estes caíram 3,7% para 147 milhões de euros, “refletindo a redução nos custos com pessoal (-2,9%) e sobretudo a redução em gastos gerais (-6,8%)”, refere ainda o Santander. O banco registou ainda uma melhoria da qualidade dos ativos. “O rácio de NPE situou- se em 3,25%”, o que revela uma queda de 0,74 pontos percentuais face ao período homólogo.
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El Corte Inglés reforça serviços online
O El Corte Inglés disponibiliza dois serviços que asseguram a comodidade de comprar online e recolher o produto em loja: Click & Car e Click & Collect. O serviço Click & Collect está disponível para milhares de artigos de moda, acessórios de moda, perfumaria, desporto, casa e decoração, eletrónica, informática, pequenos eletrodomésticos, etc. Paralelamente, o Click & Car disponibiliza mais de 20 mil produtos de alimentação, limpeza e higiene pessoal, ou Club del Gourmet, bem como produtos de alimentação e acessórios para animais de estimação. Na utilização destes dois serviços, após a compra online, o cliente recebe informação detalhada do estado do seu pedido por e-mail ou SMS, e pode recolher o produto na loja.
Centro de Produção de Mangualde do Groupe PSA anuncia retoma total da atividade
Mantendo como prioridades proteger os seus colaboradores e preservar a sustentabilidade da empresa, o Centro de Produção de Mangualde do Groupe PSA já tem previsto o arranque da segunda e terceira fases do regresso à atividade industrial, criando as condições para o retomar da laboração a 100%. O processo de recuperação gradual e seguro da atividade neste Centro de Produção tinha iniciado no dia 7 de maio com a entrada em laboração da primeira equipa, tendo por base a implementação de um protocolo de medidas sanitárias reforçadas para proteger a saúde dos colaboradores. Nesse dia, voltaram a sair das linhas de produção os modelos Peugeot Partner, Citroën Berlingo e Opel Combo, após a paragem da fábrica originada pela crise Covid-19. Depois de uma bem-sucedida primeira fase de laboração de mais de uma semana, e graças à implicação e ao envolvimento dos trabalhadores e dos seus representantes, o centro de produção preparou-se para o restabelecimento completo da sua atividade até 25 de maio. Até chegar a esta fase de retoma gradual das suas atividades fabris, o Groupe PSA desenvolveu, implementou e fez auditar o protocolo de proteção sanitária mais completo da sua história, que foi partilhado com os seus parceiros sociais. Integra mais de 100 medidas, fornecendo um elevado nível de prote
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ção dos seus mil trabalhadores, e está agora plenamente testado em cenário de atividade normal, assegura a companhia. A título de exemplo, o protocolo desenvolvido para as instalações industriais prevê o controlo de temperatura em complemento da automonitorização de sintomas, aprovisionamento de equipamentos de proteção individual (EPI) e kits de proteção e higiene sanitária para colaboradores, motoristas e visitantes essenciais, elaboração de plano de contingência partilhado com os representantes dos trabalhadores, autoridade sanitária e ACT, redefinição de fluxos de atividade e de circulação, marcações no solo para manutenção de distâncias de segurança, reforço dos perímetros de higiene, formação e conselhos essenciais de higiene e saúde, constituição de sala de isolamento, e formação de pilotos para acompanhamento do protocolo de segurança e de saúde em cada área de produção e gestão da fábrica, etc.
Face ao atual cenário pandémico, a UEM–Unidade de Estruturas Metálicas (grupo Normetal), em conjunto com a Wikibuild e a Fullquest, aliaram-se com o objetivo de criar soluções otimizadas de prevenção e contenção desta pandemia. Assim, as três entidades desenvolveram uma linha de equipamentos de prevenção e descontaminação do covid-19, da qual fazem parte produtos como um túnel de descontaminação, um mupi de prevenção ativa e uma box das emoções. O primeiro consiste num equipamento de combate ativo ao covid-19, através da redução da carga viral. Com uma utilização adequada deste túnel, é possivel “eliminar de forma muito substancial as potenciais fontes de contágio presentes no vestuário, calçado e equipamentos de proteção individual”, refere a UEM, exemplificando que esta estrutura modular pode ser instalada no exterior de um lar, estabelecimento prisional, ou outra instituição. Quanto aos mupis, são cartazes a sinalizar pontos de desinfeção, onde se encontram equipamentos de proteção individual, tais como gel desinfetante, máscaras e luvas de modo a promover a segurança e a prevenção, de acordo com as normas da Direção Geral de Saúde. Já a box das emoções consiste numa estrutura modular instalada no exterior de um lar, estabelecimento prisional, ou outra instituição. A interação entre o interior e o exterior da instituição é feita através de um vidro e de um intercomunicador, que permite a comunicação oral e visual, impedindo qualquer contacto físico e anulando deste modo o distanciamento social em total segurança.
Millennium bcp constitui provisões de 78,8 milhões de euros
O Millennium bcp obteve do grupo Planfipsa, reflelucros de 35,3 milhões tido como resultados de de euros no primeiro trioperações descontinuamestre de 2020, o que das ou em descontinuarepresentou uma queda, ção”. face aos 153,8 milhões Até março, a margem de resultados líquidos financeira cresceu 6,3% obtidos no mesmo períoface aos 362,7 milhões do do ano passado. Para de euros registados nos este resultado, contribuiu primeiros três meses a constituição de 78,8 de 2019, ascendendo a milhões de euros em pro385,5 milhões de euros visões para fazer face à pandemia, reveem igual período de 2020. “O contributo lou o banco liderado por Miguel Maya. da atividade internacional foi determinanO resultado foi ainda influenciado “pelo te para esta evolução, embora tenha sido ganho de 13,5 milhões de euros, que parcialmente contrariado pelo desempehavia sido reconhecido em fevereiro nho da atividade em Portugal”, adianta daquele ano, na sequência da alienação o banco.
Schindler reforça segurança de clientes e destaca trabalhadores da manutenção
Com o objetivo do regresso ozonizadores). Desta forma, à normalidade da forma mais incluem um dispositivo para segura possível, a emprehigienização e purificação sa de mobilidade vertical do ar em espaços fechaSchindler Ibéria lançou kits dos; um doseador de desinde desinfeção para os equifetante para as mãos; um pamentos dos seus clientes. sistema de desinfeção de O setor do transporte verticabina com luz ultravioleta; cal movimenta um grande possibilidade de configurar volume de pessoas, o que o elevador para limitação pode aumentar riscos de de carga; um dispositivo de contágio associados ao novo coronavírus. higienização de corrimões para escadas Tanto em instalações públicas– escritórolantes com luz UV; etc. rios, centros comerciais, aeroportos, etc.– Fundamentais para o bom desempecomo em locais residenciais, onde existe nho dos equipamentos da Schindler são maior tráfego de pessoas, pode ocorrer também os colaboradores da área da contágio ao tocar nas botoneiras ou ao manutenção, que durante a pandemia apoiar-se na cabina do elevador, tocar no têm estado a assegurar as suas funções corrimão da escada rolante ou não cumcomo um serviço essencial. A empresa prir a distância de segurança recomendatem vindo internamente a “reconhecer o da pelas autoridades. Por este motivo, a trabalho destes colaboradores, através Schindler lançou kits de desinfeção, com de comunicações internas de motivação base nas recomendações da OMS, e que a todos os colaboradores, valorizando o contam com tecnologia eficaz para a eliseu trabalho e agradecendo o seu comminação do vírus (lâmpadas ultravioleta e promisso”, sublinha a empresa.
Novo Banco atinge mil milhões de euros aprovados nas linhas de crédito com garantia do Estado
O Novo Banco atingiu, no início de maio, os mil milhões de euros de linhas de crédito com garantia do Estado aprovadas, o que corresponde a satisfazer as necessidades de 2.870 empresas. “Desde montante, 300 milhões de euros estão já do lado do cliente, entre montantes já desembolsados ou em processo de assinatura final pelos clientes. Cerca de 200 milhões de euros serão operacionalizados ainda esta semana, sendo o restante valor aprovado operacionalizado, na sua maioria, na semana seguinte”, infromou o banco no dia 5 de maio. “De salientar que o Novo Banco liderou com uma quota de 48%, e cerca de 191 milhões de euros aprovados, a linha de 400 milhões de euros Crédito Capitalizar 2018 | Covid-19 para “Fundo de Maneio” e “Plafond Tesouraria” a primeira linha lançada pelo Governo em associação com o Sistema Nacional de Garantia Mútua, com vista a apoiar as empresas e negócios cuja atividade se encontra afetada pelos efeitos económicos resultantes do surto, que entretanto já encerrou”. O Novo Banco tem ainda disponível a linha de 6.200 milhões de euros para o apoio a determinados setores da economia. Deste valor, 4.500 milhões de euros estão destinados a micro, pequenas e médias empresas (PME) dos vários setores, 900 milhões a empreendimentos turísticos, 200 milhões de euros ao turismo e 600 milhões à restauração e similares, adianta o Novo Banco.
A segunda abertura, que se realizou em Reguengo do Fetal, no distrito de Leiria (na foto), tem uma sala de vendas de 80 metros quadrados e uma caixa de saída. Um estabelecimento de proximidade com as secções de charcutaria, frutaria e padaria em livre serviço. A Coviran inaugurou recentemenOs clientes deste supermercado te dois novos supermercados em podem realizar a sua compra comoPortugal, um modelo de proximidade damente e próxima de casa, fazendo adaptado aos seus clientes e virado a compra a pé. para a sustentabilidade. Estes dois supermercados criaram 17 A primeira abertura teve lugar em novos postos de trabalho e somaram Quarteira, uma freguesia portuguesa 480 metros quadrados de sala de no distrito de Faro. Esta nova unidavendas à sua rede comercial. de conta com uma sala de vendas de A Coviran está presente em todo 400 metros quadrados, três caixas de o território nacional, destacando-se saída e reúne as melhores condições como a segunda cadeia no modelo para que os clientes realizem comode proximidade (supermercados de damente a sua compra diária e, além menos de 300 metros quadrados de disso, próxima de casa, sem deslocasala de vendas), com 6,4% de quota ções nem perdas de tempo. de mercado.
Gestores em Foco
José Carlos Sítima (na foto) é o novo presidente do conselho de administração do Banco Santander Totta. Licenciado em Direito, pela Universidade de Lisboa, José Carlos Sítima foi desde 1995 administrador dos bancos Sottomayor, Totta, Crédito Predial e Chemical, os quais integraram o grupo Santander em 2000. Esteve na administração do Santander Portugal até 2019, ano em que foi nomeado primeiro vice-presidente do banco, passando agora a exercer o cargo de chairman. Foi recentemente também designado vice-presidente da Junta Diretiva da Câmara de Comércio e Indústria Luso- -Espanhola, em representação do Banco Santander Totta.
João Oliveira e Costa (na foto) foi indigitado no início de maio para substituir Pablo Forero como presidente da comissão executiva do BPI. O atual presidente do banco, de 64 anos, comunicou ao conselho de administração (CA) do BPI a sua decisão de se reformar no final do seu mandato, tendo este órgão decidido indigitar para o mandato 2020-2022 João Oliveira e Costa, 54 anos, atual vogal do CA e da comissão executiva. A eleição do indigitado presidente só se concretizará depois da necessária aprovação das autoridades de supervisão. Durante o seu mandato, Pablo Forero concluiu o processo de integração do Banco BPI no grupo CaixaBank e assegurou ainda uma melhoria de todos os indicadores de solidez, rentabilidade e força comercial do banco.
Pedro António (na foto) assumiu o cargo de chief future officer do grupo Ageas Portugal, funções que acumulará com as de membro do conselho de administração e da comissão executiva de todas as sociedades que compõem o grupo Ageas Portugal (Ageas Portugal Holdings, Millenniumbcp Ageas, Ageas Seguros, Ocidental, Médis, Ocidental e Ageas Pensões). O novo responsável conta com 26 anos de experiência no setor financeiro e de seguros, além do setor da consultoria, integrado em diversas empresas em Portugal e em Espanha.
Breves
Siemens Gamesa desarrolla un proyecto innovador de energía híbrida, que combina un parque eólico ya existente de 16 megavatios (MW) con baterías para almacenar energía en la isla de Mindoro (Filipinas). En concreto, el proyecto, denominado Puerto Galera, ayudará a proporcionar un suministro estable de electricidad en una zona con conexión débil a la red, lo que a su vez reducirá su dependencia del gasóleo. El fabricante controlado por el grupo alemán Siemens se encargará del suministro y la puesta en marcha del proyecto, mientras que la construcción la llevará a cabo una filial de Berkeley Energy, el promotor de la planta. El proyecto está previsto que entre en funcionamiento en la segunda mitad de este año, tras la firma de un acuerdo con Berkeley Energy para el mantenimiento durante cinco años del proyecto, que incluye el sistema de Siemens Gamesa para controlar proyectos híbridos (HPC
Berkeley invertirá 87 millones en Salamanca este año si recibe los permisos para su mina
Berkeley Energía está lista para invertir los 87 millones de euros iniciales en el proyecto minero Retortillo (Salamanca), que generarían 500 puestos de trabajo en 2020 gracias a la construcción de la mina, siempre que reciba la concesión de los permisos que aún tiene pendientes. Para llevar a cabo dicha inversión, la empresa indicó que está únicamente a la espera de la autorización de construcción que ha de informar el Consejo de Seguridad Nuclear (CSN) y de la licencia urbanística del Ayuntamiento de Retortillo para poner en marcha su proyecto minero. El grupo ha invertido ya más de 86 millones de euros desde que comenzó el proyecto en 2012 y prevé destinar casi 400 millones de euros durante la vida inicial de la mina si recibe la autorización para iniciar las obras. Además de esta cantidad, el proyecto se ha comprometido a promocionar el empleo local, donde ya se ha convertido en el máximo empleador.
Mutua Madrileña completa la compra del 20% del negocio de gestión de Alantra
Mutua Madrileña ha completado la compra del 20% de Alantra Asset Management por 45 millones de euros, una vez cumplida la condición suspensiva de “no oposición” de la Comisión Nacional del Mercado de Valores. De esta forma se ha completado la operación por la que grupo Mutua se incorpora como socio de referencia de Alantra Asset Management,
Iberdrola compra AA lto Power y agita el mercado europeo
(MW) eólicos y una cartera de proyectos de cerca de más de 630 MW, según ha comunicado la compañía a la Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV). Fundada en 2005 y con sede en Marsella, AAlto Power es proLa eléctrica española irrumpe en piedad del grupo Aiolos y Caisse el mercado francés de generación des Dépôts. A comienzos de año, con la primera compra europea en Iberdrola ya dio un salto en Francia la ‘etapa Covid’. Iberdrola ha cerraal aumentar su peso en el proyecto do la compra por 100 millones de de energía eólica marina Saint-Brieuc, euros del grupo francés de energías haciéndose con la totalidad del capirenovables AAlto Power, que distal de Ailes Mariles, que desarrolla esa pone de una capacidad ya instalainfraestructura frente a las costas de da y operativa de 118 megavatios la Bretaña francesa.
Repsol realiza dos grandes descubrimientos de petróleo en México
Repsol ha realizado dos importanen todo el mundo (México, Estados tes descubrimientos de petróleo en Unidos y Colombia) que suponen aguas profundas de México en los recursos totales de más de 650 millopozos denominados “Polok-1” y “Chinwol-1”, ubicados en el bloque 29 de la Cuenca Salina, en la zona Sureste del Golfo de México y frente a las costas de los estados de Veracruz y Tabasco. En un comunicado, el grupo señaló que ambos pozos exploratorios confirman “un área de gran potencial y con excelentes propiedades”, al encontrar una nes de barriles equivalentes de petrócolumna neta de petróleo de más de leo. Repsol es operador de estos 200 y 150 metros, respectivamente. pozos, con una participación del Con estos hallazgos, la compañía 30%, y cuenta con Carigali Mexico presidida por Antonio Brufau suma Operations (28,33%), Wintershall DEA este año seis descubrimientos de (25%) y PTTEP México E&P Limited hidrocarburos en otros tantos pozos (16,67%) como socios.
Telefónica y Liberty se unen y crean un gigante que será la mayor teleco de Reino Unido
Telefónica y Liberty Global han acordado la fusión de sus negocios en Reino Unido creando así un nuevo gigante de las telecomunicaciones. La unión a partes iguales sirve para móvil. fusionar Virgin Media, que aporta La unión de Virgin Media y O2 da servicios de fijo y banda ancha, y lugar a la mayor teleco británica con O2, la filial de Telefónica que ofrece más de 46 millones de suscriptores móvil. La combinación de ambas de vídeo, banda ancha y coneccompañías dará lugar a un grupo tividad móvil y unos ingresos de integrado de servicios convergen12.600 millones de euros. “Somos tes que reta a BT, el único gran tremendamente complementarios. grupo del mercado británico con Creamos un campeón de la conecfijo y móvil, y que supone un desafío tividad en Reino Unido”, afirma para Vodafone y Hutchinson, que el presidente de Telefónica, José siguen volcados en servicios de María Álvarez-Pallete.
El Corte Inglés desembarca en Kuwait
El Corte Inglés sigue ampliando su presencia internacional a través de su negocio de alimentación, una estrategia liderada por el consejero delegado de la empresa, Víctor del Pozo. El último destino es Kuwait, donde el grupo de grandes almacenes acaba de aterrizar de la mano de uno de los principales retailers locales: Oncost. La alianza, en la que se venía trabajando desde hace meses, se ha ejecutado hace apenas unas semanas, cuando ya había estallado la crisis del Covid-19 en España. La fórmula elegida replica la desarrollada antes en otros mercados: buscar una alian
za con un potente socio local, vender en sus establecimientos las marcas propias de alimentación del grupo (El Corte Inglés y Aliada), utilizar la marca España y el portafolio bio para posicionar los productos y servir de plataforma para que artículos de otros socios españoles del grupo también aterricen en el mercado.
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la división de gestión de activos alternativos de Alantra. Dicha empresa, en su búsqueda de una estrategia que le permita hacer crecer esta división, escogió a Mutua Madrileña como “socio estratégico” y prevé un pago adicional aplazado vinculado a resultados futuros de hasta 11,2 millones de euros. Además, el acuerdo contempla la creación de un vehículo común para invertir en fondos y productos gestionados por la división de gestión de activos alternativos de Alantra, a través del cual ambas partes comprometerán de forma conjunta 100 millones de euros, en una proporción del 50,1% (Alantra) y 49,9% (Mutua Madrileña).
Dia reduce sus pérdidas un 5,7% y empieza la segunda fase de su plan de transformación
El grupo Dia redujo sus pérdidas durante el primer trimestre del año un 5,7%, hasta los -143 millones de euros. Este pequeño alivio en las cuentas se produce a pesar de que la cadena de supermercados tuvo una facturación de 1.696 millones, un 2,1% menos hasta marzo. Además, también redujo su número de tiendas un 11,7%. Como anunció hace un mes, las ventas en España sí que subieron durante el primer trimestre. En concreto, la facturación fue de 1.059 millones de euros, un 1,9% más. También crecieron en Portugal y Argentina un 4,3 y un 5,6%, respectivamente. En el caso de Brasil, las ventas se hundieron un 23,1% por el efecto divisa comentado arriba. Además, las ventas comparables, es decir, de aquellas tiendas que llevan más de un año en funcionamiento, aumentaron un 2,6% y según ha explicado DuCharme en los primeros meses del segundo trimestre continúan mejorando.
LaLiga y Mediapro crean una joint-venture en China
LaLiga y su socio de referencia en el ámbito audiovisual, Mediapro, han anunciado la creación de una joint venture para la “explotación de activos comerciales” de la mano de la compañía china Super Sports Media, propietaria de los derechos televisivos de la competición en el gigante asiático. La asociación entre las tres partes tendrá una vigencia de 15 años prorrogables, y cubrirá los territorios de China continental, Hong Kong, Macao y Taiwán, para “aumentar las capacidades de promoción y activación que signifiquen un mayor beneficio para clubes y patrocinadores a nivel local con activos diversos como paquetes exclusivos de publicidad, creación de torneos de eSports y explotación de otros activos relacionados con la competición española”. El acuerdo no incluye la venta de los derechos audiovisuales de la competición liguera. Mediapro es quien se encarga de la explotación de los mismos a nivel internacional, funcionando como agente seleccionado por LaLiga.
Nutea procura novas soluções para tornar o setor agroindustrial português mais competitivo
A Nutea, empresa portuguesa líder no setor da conservação dos frutos pós-colheita, quer trazer ao mercado hortofrutícola produtos, métodos e tecnologias mais avançadas e espera fazê-lo com os seus parceiros espanhóis e italianos. Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR N utea de Portugal - “Devido a solicitações dos nossos hortaliças, que representa 30% do Agroindústria e Alimentação clientes e pela dinâmica do setor nosso negócio, posteriormente surfoi fundada em 1991 pelo hortofrutícola português surgiu giu o setor dos agronutrientes que engenheiro agrónomo a possibilidade de desenvolver o representa 15% e os equipamenespanhol Ángel Casas (na setor das embalagens para frutas e tos de medição e controlo com foto), que também criou anteriorinstrumentos específicos para mente Nutea em Espanha. Mas o setor agroindustrial com 5%”, desde há mais de 25 anos as explica Miguel Sainhas, sócio- duas empresas não têm nada em -gerente da Nutea. comum, nem capital social, nem Estes quatro setores de atividaos sócios nem o desenvolvimento de permitiu à empresa diversifida sua atividade do setor agrário. Desde a sua constituição, Nutea de Portugal sempre teve com atividade principal o setor dos tratamentos pós colheita. Contudo, este setor que representa 50% do volume de negócios da empresa, está concentrado em cerca de quatro meses o que levou a que houvesse a necessidade de complementar com outros setores de atividade. Foto Renato Ferreira - Estúdios Delfim Ferreira car a sua atividade e prestar um melhor e mais completo serviço aos seus clientes e ao mesmo tempo desenvolver a sua atividade em todo o país.
A empresa portuguesa sempre foi, desde os seus inícios, líder no setor da conservação dos frutos pós colheita. “Neste momento tem uma quota de mercado no setor das pós-colheita que rondará os 60% continuando a ser a
única empresa portuguesa com o foco no mercado dos tratamentos pós-colheita”, sublinha Miguel Sainhas. Estes tratamentos são muito importantes para as empresas portuguesas exportadoras de frutas e legumes “por forma a que as suas produções cheguem em excelentes condições aos mercados mais longínquos”, acrescenta. Nos restantes setores têm uma quota de mercado baixa, devido a serem setores predominantemente controlados por multinacionais mas nos quais existem nichos de mercado que estão a tentar aproveitar ao máximo..
Expansão do negócio
O plano de expansão da Nutea consiste na consolidação dos quatro setores de atividade da empresa que em conjunto com os seus parceiros, predominantemente espanhóis e italianos, querem trazer ao mercado hortofrutícola português produtos, métodos e tecnologias mais avançadas para o setor com o objetivo de tornar o setor agroindustrial português também mais competitivo. “Com o investimento em I+D dos nossos parceiros, a Nutea está sempre em constante mutação, por forma a adaptar e introduzir esses desenvolvimentos no mercado luso”, afirma o sócio-gerente.
Outro dos objetivos fundamentais é aumentar o volume de faturação no setor das embalagens e da nutrição vegetal para não haver um peso tão grande do setor da pós-colheita na nossa faturação. Os produtos com maior saída são todos aqueles que servem para a
conservação das frutas e legumes. Entre os mais inovadores se encontram “os produtos para o controlo da podre e escaldado de peras e maçãs, com a aplicação de novas técnicas que melhoram sua eficácia e os agronutrientes que melhoram sua eficácia.
Novas tecnologias
Na política da empresa, está o desenvolvimento das novas tecnologias nas áreas onde opera. O seu fundador, Ángel Casas, lembra que Nutea foi a primeira empresa portuguesa que, em colaboração com o Centro de Investigação Vieira da Natividade, desenvolveu um estudo sobre a conservação da pera rocha e as formas de controlo da sua deterioração, bem como da incidência das doenças próprias do campo que podem afetar a boa conservação. “Temos que expressar o nosso agradecimento aos engenheiros Teixeira de Sousa e Amado da Silva e à doutora Luísa Avelar”, sublinha Ángel Casas. Tendo em conta a importância económica para Portugal, o setor da pera rocha é o que precisa de mais conservação.
A equipa atual da Nutea é composta por sete colaboradores. O volume de faturação no ano de 2019 ultrapassou ligeiramente os 1,8 milhões de euros.
Para este ano, “tendo em conta a conjuntura atual e sendo realistas, manter o valor conseguido no ano anterior seria um bom objetivo e acreditamos que seja alcançado”, garante o sócio-gerente. O covid19 pode vir a beneficiar o negócio da empresa, tendo em conta que a limpeza e a desinfeção são fundamentais para os setores agrário e agroalimentar.
E-coordina: gestão e monitorização de riscos no trabalho ganham cada vez maior importância
Especializada em saúde e segurança no trabalho e em gestão de recursos humanos, a consultora E-coordina frisa que a pandemia obriga as empresas a cuidados reforçados nestas áreas. A empresa de origem espanhola abriu em 2018 uma sucursal em Bragança, onde contam com a parceria do Instituto Politécnico da cidade. O CEO da empresa, Íñigo Martínez, informa que a operação em Portugal está a evoluir de forma positiva e que planeia abrir outras sucursais. Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
Soluções eficientes de gestão, através de ferramentas e serviços da web é o que promete a E-coordina, que está entre as duas primeiras empresas de referência em Espanha, neste setor, assegura Íñigo Martínez, CEO da empresa, acrescentando que essa posição no mercado assenta “numa clara aposta na inovação e na evolução ativa das aplicações que desenvolvem”. O gestor informa que na carteira de clientes da E-coordina estão “grandes empresas multinacionais e representativas do mercado espanhol, que também estão presentes no mercado português”.
A E-coordina define-se como uma consultora de base tecnológica especializada em software de gestão de saúde e segurança no trabalho, bem como em recursos humanos: “Dentro de nossa área de atividade, as relações com empresas subcontratadas e recursos humanos, estamos em constante evolução, tanto em aplicações que já são funcionais como em projetos de nova geração. Acreditamos que, no momento em que vivemos, as pessoas são a base das organizações e queremos gerar aplicações que sirvam para medir e promover o bem-estar nas empresas, que melhoram o ambiente de trabalho e consequentemente a produtividade.” A pandemia que o mundo enfrenta atualmente sublinha a necessidade de cuidar estas áreas, observa o gestor: “Entretanto, como especialistas em saúde e segurança laboral, acreditamos que é neste momento que devemos fazer um esforço especial na gestão e monitorização de riscos e, especialmente, no que diz respeito às empresas subcontratadas, pelo que a nossa aplicação pode ser importante para reforçar esses processos.”
A empresa nasceu em 2007, tem a sua sede social em San Sebastian (País Basco) e a sua sede operacional funciona em Madrid. Íñigo Martínez conta que “a E-coordina surgiu de uma necessidade da sua antecessora, a Einber Prevenalia, que prestava serviços de prevenção a outras empresas e que tinha grandes problemas com a gestão documental dos clientes, devido ao grande
volume de documentos necessários e às dificuldades de os controlar”. Enquanto especialistas em segurança e saúde no trabalho, focaram as suas soluções tecnológicas no controlo da documentação trocada entre as empresas e as suas contratadas para o cumprimento do que em Espanha se designa de coordenação de atividades empresariais (gestão documental, coordenação de empresas contratadas, controlo de fornecedores). “Vimos que no mercado havia uma necessidade de ferramentas de gestão deste tipo e assim iniciámos o nosso percurso, primeiro no âmbito da segurança e saúde no trabalho, mas logo depois com um foco mais abrangente, no âmbito da gestão de recursos humanos”, adianta o gestor.
Atualmente, o catálogo de serviços da E-coordina disponibiliza soluções para o controlo de acessos a centros de trabalho, para o registo da jornada de trabalho dos trabalhadores, ferramentas para a avaliação das empresas contratadas, bem como, em matéria de recursos humanos, a aplicação Human Pull para a medição do ambiente laboral. “As nossas soluções são completamente transversais, encaixando perfeitamente em qualquer setor de atividade, industrial, serviços, administração pública… O nosso cliente tipo são empresas de tamanho médio (a partir de cem trabalhadores), ainda que o nosso cliente habitual seja a grande empresa nacional e multinacional”, aponta Iñigo Martínez, indicando que o software e os serviços da E-coordina “têm uma vocação internacional já que cumprem as expectativas dos sistemas de gestão dos fornecedores de serviços de todas as grandes empresas”.
Além do mercado espanhol, a empresa está presente em vários outros mercados, nomeadamente em Inglaterra, na Colômbia (com escritórios), em França, Itália ou Uruguai (clientes) e em Portugal, onde abriu uma sucursal em 2018. Bragança foi a morada escolhida, recorda o CEO da E-coordina: “As soluções fornecidas pela nossa aplicação não se limitam a um único país, até porque a legislação da CEE se aplica a toda o espaço europeu e as necessidades das empresas nesta área são as mesmas em Portugal e em Espanha. Isso levou-nos a tomar a decisão de criar uma empresa em Portugal para atender o mercado português e, em setembro de 2018, criamos a E-coordina Portugal Gestão Documental Unipessoal, Ltda., sediada em Bragança. Sendo uma empresa de base tecnológica, Bragança foi uma boa opção, já que o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) foi considerado nos últimos
cinco anos como o melhor Instituto Politécnico português e foi com este instituto que formalizamos um acordo de colaboração (foto nesta página). Também fomos atraídos pelas instalações em que estamos, no Parque de Ciência e Tecnologia Brigantia Ecopark, membro da Associação Internacional de Parques Tecnológicos (IASP), que nos deu todo o seu apoio desde o início. O arranque é sempre lento, mas sem dúvida, as nossas expectativas são otimistas e acreditamos que, no futuro próximo, a E-coordina terá filiais noutras partes do país.”
O CEO frisa que a evolução da empresa tem sido expressiva: “Felizmente, o nosso crescimento nos últimos quatro anos traduz-se numa progressão geométrica, já que quadruplicámos a faturação e há
possibilidades que de que assim se mantenha. Esse crescimento gerou ótimos resultados económicos, que estamos a reinvestir na empresa para criar uma forte equipa de desenvolvimento, que nos permita inovar em soluções para melhorar os processos de gestão dos nossos clientes, assim como fazer frente a novos desafios de internacionalização e que nos fazem enfrentar o futuro com ambição e perspetivas de crescimento. Dentro da estratégia de internacionalização da E-coordina, a nossa empresa de Portugal encarregar-se-á também da introdução da aplicação no mercado francês. ”
Nos últimos dez anos, em Espanha, surgiram numerosas aplicações de gestão de coordenação de atividades empresariais, “por ser uma atividade emergente”, observa Iñigo Martinez, acrescentando que “como costuma acontecer com todos os setores emergentes, é o tempo que está a regular o número de operadores do mercado”.
O CEO acredita que a E-coordina tem vantagens face à concorrência: “Creio que uma das maiores vantagens que temos face à concorrência consiste no facto de as soluções que fornecemos partirem da nossa própria experiência, por termos tido que dar respostas práticas a proble-
mas que nós mesmos tínhamos. A isto soma-se o facto de estarmos em contínua evolução, em função das solicitações dos nossos clientes, que pertencem a todos os setores de atividade, o que nos dá uma visão global, que nos permite propor soluções às múltiplas e distintas situações que possam surgir, capazes de se adaptarem a qualquer necessidade. A aplicação E-coordina permite organização, controlo, segurança jurídica e poupança em tempo de gestão aos nossos clientes. A E-coordina está certificada com a ISO 9001 de gestão da qualidade e com a ISO 27001 de gestão da segurança da informação, pelo que fornecemos uma garantia suplementar de segurança dos dados dos nossos clientes.”
Faturação deverá rondar os cinco milhões de euros em 2020
O gestor admite, no entanto, que o abrandamento económico provocado pela pandemia, trave a evolução da E-coordina: “Apesar do nosso crescimento nos últimos quatro anos ter sido muito importante em Espanha e das nossas expectativas em Portugal serem otimistas, uma vez que a aplicação se está a encaixar bem e cumpre as expectativas das empresas, a nossa taxa de crescimento será menor para este ano. Tendo isso em conta, o nosso objetivo como grupo para este ano de 2020 é faturar cinco milhões de euros. As consequências económicas da pandemia covid 19 vão supor, a curto prazo, uma desaceleração da atividade e, portanto, produzirá um parêntesis no crescimento dos negócios e as expectativas de crescimento terão que ser adiadas.”
Os maiores desafios da atividade são sempre os que os clientes colocam, sublinha o responsável pela E-coordina: “Empenhamo-nos em satisfazer as suas necessidades e apresentar soluções baseadas nas pessoas para converter as organizações em organizações mais produtivas. Os nossos clientes apresentam- -nos diariamente novos desafios e novas áreas onde desenvolver a nossa capacidade de inovação pelo que o nosso objetivo é a melhoria continua para continuar a ser uma empresa de referência no nosso setor de atividade. Sendo este um setor emergente está muito atomizado e em período de maturação e, provavelmente, o maior desafio que enfrenta é o da concentração.
Aplicação vocacionada para médias e grandes empresas
A e-coordina é uma aplicação na nuvem que pode ser usada a partir de qualquer parte do mundo com acesso à internet, sem a necessidade de instalação no computador. A aplicação está disponível 24 horas por dia, 365 dias por ano. É a solução para a gerir a documentação de uma empresa (trabalhadores, máquinas e equipamentos de trabalho, veículos e produtos químicos,…) bem como a documentação relativa aos seus fornecedores. Cada empresa cliente poderá gerir a documentação, de acordo com os requisitos dos seus sistemas internos de gestão, para que sejam os documentos possam ser preenchidos e depositados na aplicação pelas empresas que contratada ou subcontrata. Além disso, a conformidade documental está vinculada ao controlo de acessos de tal forma que o acesso dos trabalhadores de empresas contratadas e subcontratadas às instalações da empresa será condicionado pelo cumprimento das suas exigências documentais. O software e-coordina permite cumprir as obrigações de gestão documental estabelecidas em qualquer regulamento e, especialmente, na Lei nº102/2009 que regula o Regime jurídico da promoção e prevenção da Segurança e da Saúde no trabalho, assim como, as da norma ISO 45001 Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho.