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Fazer Bem
schindler compromete-se com metas baseadas na ciência e intensifica combate às alterações climáticas
novos cartões santander para segmento de empresas também já são biodegradáveis
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ASchindler anunciou o seu compromisso em estabelecer objetivos de redução de emissões baseados no conhecimento científico, em linha com a determinação do grupo em evitar os efeitos mais negativos das alterações climáticas. “Este é o momento para levar a cabo ações climáticas”, menciona Silvio Napoli, presidente do conselho de administração da Schindler. “Empresas como a nossa desempenham um papel crucial na hora de facilitar a transição para uma economia de baixo carbono. temos muito trabalho pela frente, mas estamos convencidos de que este é o caminho certo”. As metas baseadas em dados científicos, fundamentados no mais recente conhecimento sobre o meio ambiente, determinam as ações que são necessárias para atingir os objetivos do Acordo de Paris, nomeadamente conseguir limitar o aumento da temperatura global a 1,5º centígrados acima dos níveis pré-industriais. Esses objetivos são fixados por empresas e validados pela iniciativa Science Based targets (SBti), uma parceria entre o carbon disclosure Project (cdP), o Pacto Global das Nações unidas (united Nations Global compact – uNGc), o World Resources institute (WRi) e a World Wide Fund for Nature (WWF). Este comunicado acontece num momento em que a Schindler sublinha os seus novos compromissos de sustentabilidade no seu “Relatório de Responsabilidade corporativa”, que inclui a transição completa para eletricidade renovável em 2025 e o objetivo de “zero resíduos” a nível global para 2023. A Schindler também reforçou a sua estrutura de governação de sustentabilidade em 2020, com o estabelecimento de um comité Global de Sustentabilidade liderado pelo cEO thomas Oetterli. Em setembro de 2020, a Schindler juntou-se oficialmente ao Pacto Global das Nações unidas, a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, reafirmando o seu compromisso para com os 10 princípios do pacto.
OSantander acaba de lançar uma nova oferta de cartões biodegradáveis para o segmento empresas, com nova imagem, diversas funcionalidades e alinhada com o seu compromisso de banca sustentável e responsável e apoiando a transição verde do banco. dentro desta nova oferta, e dependendo da versão do cartão – Business Santander Visa (débito/crédito/corporate/pré-pago), os mesmos são de fácil utilização tanto em Portugal como no estrangeiro, com tecnologia contactless, sendo possível usufruir de descontos em combustível Repsol, nos hotéis Vila Galé e em outros parceiros. A versão crédito – um cartão integrado no Mundo 123 Negócios – tem incluído um pacote de seguros em viagem e dá acesso a um POS de última geração sem custos fixos Por outro lado, com o Business Santander (corporate) o cliente tem, ainda, a vantagem de escolher o débito na conta do colaborador (versão individual) ou o débito na conta da empresa (versão empresa). No âmbito da reformulação desta oferta os cartões Business oferecem agora vantagens em parcerias Visa, tais como a AirRefund, a Bidroom para pesquisar e reservar hotéis – com acesso a taxas competitivas - a Hotels. com e a Hertz Gold Plus Rewards. O Santander tem vindo a assumir compromissos que reforçam a sua preocupação de longa data com o meio ambiente. Em Portugal, em 2020, o Santander passou a ser uma empresa neutra em carbono. Recentemente, foi anunciado o objetivo de alcançar zero emissões líquidas de carbono em todo o grupo até 2050, para apoiar as metas do Acordo de Paris sobre alterações climáticas. Esta ambição aplica-se tanto à atividade própria do grupo, como para as emissões de todos os seus clientes decorrentes dos serviços de financiamento, assessoria ou investimento fornecidos pelo Santander, assegura a instituição financeira.
el corte inglés juntou-se à cruz Vermelha portuguesa para a recolha de alimentos
corticeira Amorim galardoada de novo com os “prémios de sustentabilidade” da revista “World Finance”
OEl corte inglés e a cruz Vermelha Portuguesa (cVP) juntam-se para mais uma acção solidária, a iniciativa “Shop for Goodness, faça compras por uma boa causa”, que visa angariar alimentos para quem mais precisa. A campanha, adaptada ao contexto de pandemia, não pôde contar com a presença de voluntários externos. Mas o El corte inglés apelou aos seus colaboradores a atuarem como voluntários durante esta iniciativa. Por isso, colaboradores de todas as áreas da empresa irão prestar toda a informarão aos clientes nas entradas dos supermercados de lisboa e Gaia Porto e convidá-los a dar o seu contributo para a aquisição de bens. Para ajudar famílias carenciadas basta que cada cliente, no ato de pagamento das compras, acrescente um vale de bens (esparguete, atum, leite, azeite ou fraldas) ao que está a comprar. Essas referências serão depois entregues a quem mais precisa, através dos centros e delegações da cVP em todo o país. Esta campanha decorreu entre os dias 13 e 22 de agosto, nos supermercados El corte inglés de lisboa e Gaia Porto e em todos os Supercor do país e ainda na loja online. Na acção anterior foram angariados cerca de cinco mil produtos alimentares, equivalentes a cerca de 7.500 refeições. A iniciativa faz parte do conjunto de ações de responsabilidade social corporativa do El corte inglés e surge no âmbito do protocolo assinado com a cVP. A companhia retalhista anunciou há poucas semanas que no âmbito das iniciativas promovidas durante o primeiro ano de parceria entre as duas instituições, a cVP pode contabilizar mais de 120 mil euros de apoios para as suas causas.
Acorticeira Amorim, o maior grupo de transformação de cortiça do mundo, é a grande vencedora da categoria “Wine products industry” dos Prémios de Sustentabilidade da revista World Finance. distinguida pelo terceiro ano consecutivo, a empresa portuguesa é, assim, reconhecida pela implementação dos princípios da economia circular, pela preservação do montado de sobro e dos serviços dos ecossistemas associados, pela promoção da formação, segurança, bem-estar, desenvolvimento pessoal, social e profissional dos seus colaboradores e pelo fomento, suporte e investimento em investigação & desenvolvimento + inovação, assim como pelos ambiciosos objetivos e compromissos de médio e longo prazo que promovem a sua contínua evolução e asseguram o seu crescimento económico sustentado. Premissas que resultam num vasto portfólio de produtos, soluções e tecnologias de superior performance técnica combinada sempre com credenciais de sustentabilidade sem paralelo. um exemplo claro deste compromisso da corticeira Amorim com o crescimento sustentável, nomeadamente na indústria do vinho, é o lançamento recente a nível mundial da Naturity e da Xpür, tecnologias desenvolvidas para remover o tcA (tricloroanisol) detetável das rolhas de cortiça naturais e criar um novo segmento de rolhas de cortiça microaglomeradas, respetivamente. Vistas como as mais inovadoras, eficientes e ecológicas tecnologias anti-tcA até hoje conhecidas, Naturity e Xpür representam também o cumprimento da promessa anunciada pela empresa em meados de 2018: um desempenho de tcA não detetável quer de rolhas naturais quer de rolhas técnicas de cortiça até ao final do ano de 2020. A corticeira Amorim inicia, pois, a nova década com uma oferta de rolhas com garantias de desempenho técnico, sensorial e de sustentabilidade ímpar na indústria. O júri dos Prémios de Sustentabilidade da revista World Finance avaliou igualmente de perto o balanço negativo de cO2 das rolhas da corticeira Amorim, que têm um contributo “relevante para a descarbonização da indústria vinícola”. começando pelas rolhas naturais, passando depois pelas rolhas para espumosos, pelas rolhas microaglomeradas e pelas rolhas bartop, todas as famílias sem exceção de produtos da Amorim cork, unidade de Negócio Rolhas da corticeira Amorim, estão agora certificadas com uma declaração do seu balanço de carbono negativo. uma vantagem competitiva significativa face à concorrência que traduz o compromisso da empresa em constituir-se como a primeira escolha para os clientes preocupados quer com o fator qualidade, quer com o fator sustentabilidade.
sociedade ponto Verde leva reciclagem à praia
empresa portuguesa produz novas pranchas de surf ecológicas da lightning Bolt
ASociedade Ponto Verde está a marcar presença nas praias com uma ação de sensibilização “que irá proteger o ambiente enquanto os protege do sol”. Ao longo do mês de agosto, um conjunto de chapéus-de-sol foi colocado em praias selecionadas para ser utilizados pelos banhistas, durante o seu dia de praia. “A mancha de chapéus azuis, verdes e amarelos no areal traz um apelo simples: esteja onde estiver o importante é que recicle, sempre, até na praia”, explica a Sociedade Ponto Verde. dentro de cada chapéu de sol está uma etiqueta, feita a partir de plásticos recolhidos no oceano, a recordar dicas de separação de algumas das embalagens tipicamente utilizadas na praia. A reciclagem tem vindo a crescer nos lares portugueses nos últimos anos, “mas não queremos que este seja um hábito doméstico do qual nos esquecemos quando vamos de férias. todos os anos, a SPV leva a cabo campanhas de sensibilização durante o verão, precisamente para recordar a mensagem de que a reciclagem das embalagens deve ser feita em todos os momentos. Este ano, fomos para as praias num alerta próximo e direto para a proteção da vida marinha e dos oceanos. Ao colocarmos as embalagens usadas nos ecopontos, protegemos oceanos e os recursos do nosso planeta”, justifica Ana trigo Morais, cEO da Sociedade Ponto Verde.
Alightning Bolt anunciou o lançamento de novas pranchas de surf ecológicas com o selo “Gold level”., pranchas que vão ser produzidas pela Surfactory, empresa portuguesa que foi validada e certificada para produzir as Ecoboards. A certificação é atribuída pelo Projeto Ecoboard, que reconhece as pranchas e os seus construtores mais sustentáveis, que se destacam pela maior redução de impacto ambiental. A construção Eco-tech, comparada com uma construção standard em poliuretano e poliéster, tem um impacto ambiental inferior em 70% em cada prancha produzida. Para além de utilizar materiais sustentáveis na sua composição, a construção destas pranchas utiliza tecnologia de vácuo por infusão, o que permite reduzir o consumo de resina e respetivo desperdício em cerca de 45%. Segundo a insígnia, por cada prancha produzida é paga uma taxa que é aplicada no projeto Sustainable Surf em ações para a redução da pegada de carbono no planeta. No futuro, o objetivo será disponibilizar todos os modelos de pranchas lightning Bolt também com a construção eco-tech. As pranchas construídas com esta tecnologia foram testadas durante o mês de agosto para que possam vir a ser disponibilizadas ao público a partir de setembro, através das lojas online da lightning Bolt e Surfactory. A apresentação oficial, em conjunto com o shaper Spottt e a empresa portuguesa responsável pela produção, terá lugar em novembro, para coincidir com a altura em que a lightning Bolt será anfitriã de um campeonato de surf, em tenerife (canárias).
gran tema
As expectativas de recuperação do setor industrial
Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto Ungureanu Catalina Oana /Shutterstock.com
1.Qual será, na sua perspetiva, a evolução da economia portuguesa para este ano? Pensa que haverá crescimento e, nesse caso, este será suficiente para recuperar da queda do ano atípico de 2020? 2.Como antecipa a evolução do setor industrial em Portugal e do seu contributo para o crescimento da riqueza nacional?
3.Pensam que os apoios previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) serão canalizados para a indústria da forma mais adequada ou deveriam ser ajustados em específico para as empresas industriais? 4.No caso particular da vossa empresa, como estão a viver no atual contexto pandémico – que ajustes tiveram ou estão a fazer e que perspetivas têm até 2023?
Poderá ser um ano de grande recuperação, mas 2021 poderá ficar-se apenas por uma ligeira melhoria para uma grande parte das empresas, afetadas por um contexto mundial ainda de fortes incertezas. depois do tombo histórico verificado na primeira metade de 2020, apenas algumas empresas industriais podem dizer que estão a produzir a 100%, recuperando já totalmente das perdas provocadas pela pandemia e a considerar mesmo planos de expansão. O grupo Repsol será uma das multinacionais que mostra a sua resiliência face às condições adversas do respetivo mercado. O grupo anunciou recentemente um plano de investimentos para o mercado português que irá ascender a 657 milhões de euros, inserido no Plano Estratégico da multinacional energética para 2021-2025, o qual totaliza 18.300 milhões de euros.
O novo investimento pretende ampliar o complexo industrial de Sines com duas novas unidades de polímeros termoplásticos, dotando este complexo não só das mais modernas tecnologias produtivas de toda a Península ibérica, como estas estão já preparadas para a utilização futura de matérias-primas descarbonizadas, ou seja, alinhando-se com o futuro da chamada transição energética.
No total, a Repsol Polímeros vai investir 725 milhões de euros nas suas instalações químicas da Zona industrial e logística de Sines (ZilS), já que além das duas unidades fabris, com conclusão prevista para 2025, irá dispender ainda cerca de 68 milhões de euros noutros processos produtivos de base ou de interligação, incluindo a produção de energia solar fotovoltaica.
O objetivo futuro passa por acompanhar os planos da Repsol de ser uma empresa de emissões líquidas zero até 2050, seguindo os compromissos previstos no âmbito do Acordo de Paris, como sublinha Armando Oliveira (ver caixa na pág. 34), administrador-delegado da Repsol Portuguesa.
O maior investimento industrial em Portugal da última década vai, ainda, acrescentar mais de mil milhões de euros por ano à balança comercial nacional, entre substituições de importações, novas exportações e um impulso à indústria portuguesa, de acordo com a aicep Global Parques. com este novo investimento, a maior empresa petroquímica do país vai, por outro lado, aumentar a empregabilidade na região de Sines, com 75 empregos diretos e 300 indiretos.
Já na região centro, a empresa portuguesa de material elétrico Efapel mostra também a sua capacidade de resistência, perante a adversidade do atual contexto. O maior fabricante nacional de aparelhagem elétrica de baixa tensão conseguiu reverter na segunda metade de 2020 a performance negativa do primeiro semestre e fechou o exercício com vendas de 43,33 milhões de euros, ou seja, 5,2% acima de 2019, "minimizando, assim, o efeito da crise pandémica que se fez sentir na economia em geral e na atividade da
empresa em particular". Este é também o crescimento esperado para este ano.
As exportações, que representam 30% da faturação global, registaram, por seu lado, um crescimento homólogo de 5%. com a maior parte da atividade produtiva em Serpins (no concelho da lousã), a empresa tem vindo a realizar diversos investimentos de expansão da sua unidade fabril, que conta já com quatro módulos, e mantém ainda um pólo industrial na lousã.
Américo duarte (ver caixa na pág. 38), administrador da Efapel, salienta os esforços da empresa em termos de "ajustamento da atividade às exigências de higiene, saúde e segurança decorrentes da pandemia" que a empresa teve de realizar, "cedendo prioridade à proteção dos seus colaboradores e respetivas famílias, perdendo cerca de 15% da capacidade produtiva por essa razão, mas sem recorrer ao lay-off", sublinha.
A Efapel adiou o lançamento de novos produtos que estava previsto para 2020, mantendo como prioridade o controlo de todas as medidas de segurança necessárias ao melhor funcionamento da empresa, tendo em conta o contexto pandémico.
Em comunicados recentes, a empresa reconheceu como "positivas" algumas medidas já tomadas pelo Governo para apoio à economia e às empresas no combate à crise, mas continua a defender "a adoção de medidas tendentes a proporcionar às empresas nacionais melhores condições de competitividade, pelo maior apoio às exportações, à semelhança do que está já a ocorrer em muitos outros países". O mesmo administrador considera ainda que deveriam ser “condicionadas e taxadas importações oriundas de países que não cumprem regras e condições de trabalho semelhantes às praticadas na Europa”.
Por fim, outra das empresas que acederam a comentar este tema das perspectivas económicas para Portugal e em concreto para a sua indústria, foi a Bial, sedeada na trofa e cujo cEO teme que o PRR possa ficar aquém das necessidades da indústria portuguesa. Para António Portela (ver caixa na pág. 36), o mais importante para o setor onde a Bial opera tem sido a inovação.
A maior farmacêutica portuguesa prepara-se para investir 15 milhões de euros na expansão industrial da sua unidade da trofa, prevendo a contrução de uma nova fábrica de antibióticos.
A Bial fechou o ano de 2020 com uma faturação da ordem dos 344 milhões de euros, o que representou um crescimento de 11% face a 2019. daquele volume de faturação, 80% diz respeito a exportações.
O grupo está presente em cerca de 60 países e tem filiais próprias nos principais mercados farmacêuticos europeus, como Espanha, Alemanha, itália, Reino unido, Suíça e, mais recentemente, EuA.
Economia portuguesa deverá crescer 4,8% em 2021 e espera novos apoios A economia portuguesa deverá termi-
1. – Neste segundo semestre, esperamos recuperação da atividade ainda que por exemplo em mobilidade ainda não venhamos a atingir os vaores de 2019. Em outros setores, como o turismo ou a aviação, o impacto foi mais tardio, mas inexorável. A pandemia alterou hábitos de consumo, comportamentos que prevalecerão para sempre. A título de exemplo, as viagens de trabalho, muito possivelmente, nunca voltarão aos níveis pré-pandemia. Tendo em consideração as características próprias da nossa atividade, que permite fornecer soluções multienergéticas aos nossos clientes, nunca paramos. No caso do setor da energia, a distribuição e comercialização a clientes domésticos e empresariais, principalmente o setor dos transportes e mercadorias, enfrentou uma comoção do lado da procura, ao mesmo tempo que se deparou com uma queda abrupta dos preços das matérias-primas. Estes dois fatores combinados, coadjuvados pelo desenvolvimento tecnológico e pela eficiência dos veículos, fazem com que a atividade tenha sido uma das mais afetadas pela crise, só mesmo ultrapassada pelas indústrias que mencionei acima. No segmento “non-oil”, também nos tivémos de adaptar. Cumprimos, em todos os momentos, as normas vigentes que proíbem a venda de certo tipo de produtos para além dos combustíveis, apesar de muitas das vezes os próprios clientes não percebem o porquê de não ser possível vender, por exemplo, uma água. No final do ano, assistimos a uma recuperação gradual da procura, e esperamos, apesar deste início de ano mais difícil, recuperar o mais possível até ao final do ano. Existem inúmeros fatores que estão correlacionados com a recuperação económica, pelo que será incauto afirmar que se conseguirá recuperar da queda abrupta de 2020. Não obstante, na Repsol, estamos confiantes em relação ao futuro, em relação ao potencial de crescimento da economia portuguesa.
2. – Acreditamos que a indústria será uma das fontes catalisadoras da recuperação económica. É necessário apostar na força industrial, na ciência e na tecnologia, procurando as soluções mais competitivas para conseguir uma transição energética justa, capaz de gerar riqueza e empregos de qualidade, não deslocalizáveis. Em Portugal, este foi o primeiro dos setores de atividade a recuperar os níveis de atividade e alguns setores como o agroindustrial, nunca pararam e tiveram um desempenho crescente. No setor da mobilidade, temos realizado investimentos consideráveis para incrementar a nossa oferta de pontos de carregamento elétrico. Atualmente, contamos com 16 pontos de carregamento em operação em estações de serviço da Repsol, divididos entre carregadores rápidos e ultrarrápidos, o que constitui uma das maiores redes nacionais de carregamento rápido e ultrarrápido. No roteiro da descarbonização, deverão entrar as várias fontes de energia e tecnologias, mas também projetos de economia colaborativa, como aquele que celebrámos com a Brisa e a EDP para instalar 40 carregadores rápidos e ultrarrápidos em áreas de serviço.
3. – O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) assume um papel preponderante na recuperação económico-social do país, a curto, médio e longo prazo. A estratégia terá um impacto significativo não apenas na recuperação económica imediata, mas também na construção dos alicerces que criarão valor, de uma forma sustentável, para o progresso da sociedade. O maior custo da atividade industrial é a energia. Em relação a este ponto, o PRR carece de
uma diversificação das fontes de energia. A transição energética e a descarbonização são oportunidades para canalizar o investimento em projetos sustentáveis, de maneira a reinventar a indústria e precaver futuras carências nas cadeias de abastecimento, como assistimos recentemente. Este reposicionamento apenas será efetivo e inclusivo se houver equidade entre tecnologias, pois será incauto restringir a transição energética a uma determinada ciência aplicada, ou acreditar que a resposta a um problema complexo será efetivada apenas por tecnologias emergentes com elevados custos e riscos de segurança de armazenagem. É importante gerar um ambiente atrativo para todos os agentes económicos e não seletivo para determinados projetos, privilegiando a eficiência das soluções e o aproveitamento de infraestruturas existentes, pois o futuro será assente na multienergia e num modelo de inovação em rede, onde o investimento em investigação e desenvolvimento é a chave para enfrentar os desafios da procura global de energia de forma sustentável.
4. – Os ajustes tiveram que ser feitos, como em todos os setores. Todavia, apesar de todas as circunstâncias, em novembro do ano passado, reforçamos a nossa pertinácia com a transição energética, apesar dos constrangimentos e incertezas causadas pelo novo coronavírus, deixamos bem patente, no novo Plano Estratégico 2021-2025, que não iremos apenas continuar este trajeto, como o iremos, inclusive, acelerar. Fomos a primeira empresa do setor a apoiar o Protocolo de Quioto e, em 2019, voltámos a liderar pelo exemplo quando afirmamos a nossa ambição ambiental, colocando o desígnio de zero emissões líquidas de CO2 em 2050. A determinação e clareza estratégica da Repsol no seu progresso rumo à descarbonização são demonstradas pelo desenvolvimento de projetos associados com a transição energética. O plano tem previstos projetos de circularidade, de desenvolvimento do negócio químico e dos seus complexos industriais para transformá-los em verdadeiros hubs multienergéticos, posicionar a Repsol como um ator relevante no negócio de geração renovável, capaz de produzir produtos de baixa, nula ou mesmo pegada de carbono negativa e de impulsionar novos modelos de negócio baseados na digitalização e na tecnologia. No setor industrial, em Portugal, o investimento de 657 milhões de euros que anunciamos no mês de julho permitirá expandir a nossa gama de produtos diferenciados e tronar o Complexo Industrial de Sines um dos mais avançados da Europa, devido à sua flexibilidade, elevado grau de integração e competitividade. Contempla a construção de uma fábrica de polietileno linear (PEL) e uma fábrica de polipropileno (PP), cada uma com uma capacidade de 300 mil toneladas por ano. As tecnologias de ambas as fábricas, que garantem a máxima eficiência energética, são líderes de mercado e as primeiras do seu género a serem instaladas na Península Ibérica. Os novos produtos são 100% recicláveis e podem ser utilizados para aplicações altamente especializadas, alinhadas com a transição energética nas indústrias farmacêutica, automóvel e alimentar. De realçar, ainda, que é o maior investimento industrial realizado em Portugal nos últimos 10 anos, e que ao impacto direto deste investimento na balança comercial, acrescerá o decorrente do efeito multiplicador da disponibilização, em volume e proximidade, de matérias indispensáveis à competitividade e ao crescimento da indústria transformadora destes importantes setores exportadores. Iremos, naturalmente, acompanhar a evolução do mercado e estar onde o cliente está, adaptando os nossos canais e pontos de venda em função deles, sempre com a máxima de prestar o melhor serviço possível e acompanhar toda a sua jornada. Um exemplo paradigmático é a solução que encontramos para apoiar os nossos parceiros da DPD Portugal, que irá poupar 330 toneladas de CO2 por ano e descarbonizar a 100% as entregas na cidade de Lisboa. Vamos instalar o nosso primeiro e-hub privado nas instalações da DPD Portugal. Os equipamentos permitirão carregar, simultaneamente, 30 veículos elétricos. Iremos garantir não apenas toda a infraestrutura e instalação de carregadores, mas também a manutenção e sistema de gestão de frota dos veículos elétricos. Esta pertinência com a descarbonização, com a vontade de fazer parte da solução e de prestar um serviço de valor acrescentado aos nossos clientes, estarão presentes ao longo da nossa evolução.
1. – A evolução será claramente positiva relativamente a 2020, mas o grande desafio será conseguirmos crescer face a 2019. Os dados acumulados a julho são interessantes, e vão nesse sentido nalguns setores de atividade (indústria, construção civil, setor exportador em geral), mas há setores de atividade que podem colocar em causa esse objetivo, nomeadamente o turismo e serviços conexos. Parece haver uma significativa discrepância entre setores. Alguns apresentam dados muito interessantes de crescimento, enquanto outros continuam com a sua atividade muito afetada. É importante o controlo da pandemia, a par de uma forte redução das medidas restritivas, para permitir um relançamento sustentado da atividade economia.
2. – Os indicadores económicos do setor industrial, até à data, são positivos em termos de relançamento da atividade, nomeadamente no setor exportador. É fundamental para Portugal ter uma politica de apoio ao investimento produtivo, para atividades com elevado valor acrescentado e com competitividade internacional. Há setores industriais que deram provas dessa capacidade de competir no mercado internacional, como é o caso da industria farmacêutica, e devem ser apoiados no seu desenvolvimento futuro. A criação de emprego qualificado, a capacidade exportadora, um VAB elevado deverão ser variáveis a ter em consideração. A par do incentivo ao investimento industrial, deve manter-se e reforçar-se o apoio à I&D, uma vez que, a médio prazo, só com inovação será possível sermos competitivos em produtos com elevado valor acrescentado. Obviamente que os serviços têm um peso relevante na atividade económica, mas devemos fortalecer a componente indústria e diversificar as origens do PIB.
3. – Os apoios previstos no PRR não estão, duma forma geral, orientados para o setor industrial e não me parece que vão ter um impacto estruturante no setor. Há uma forte componente social e de investimento em obras públicas, que é uma opção política clara. Indiretamente, em alguns subsetores industriais, terão naturalmente um impacto significativo, mas abaixo do que seria necessário para a reindustrialização do país e o reforço da competitividade internacional. A última crise que passámos mostrou-nos que há setores muito competitivos, que foram capazes de dinamizar fortemente as exportações, gerando emprego qualificado e crescimento para o país. Seria muito importante que parte do PRR fosse canalizado para esses setores, que são competitivos à escala internacional, se continuassem a desenvolver.
4. – O ano de 2020 foi complexo, afetou a nossa atividade internacional e a I&D pelas condicionantes resultantes da pandemia e das diversas restrições existentes à atividade económica. No entanto, foram sendo encontradas soluções para minimizar os problemas e este ano a situação está a caminhar para a normalidade, acreditando-se que o quarto trimestre será muito próximo do normal. Temos o nosso último medicamento de investigação Bial, Ongentys, um novo anti-parkinsoniano, lançado nos principais mercados mundiais e que será um dos principais motores de desenvolvimento Bial nes-
ta década. Em 2020, foi lançado nos EUA, Japão, Suíça e Coreia do Sul, sendo os EUA e o Japão, respetivamente, o primeiro e segundo maior mercados mundiais para a doença de Parkinson. O seu lançamento foi afetado pelas restrições existentes nesses mercados, similares às que ocorreram em Portugal no setor da saúde (forte redução das consultas presenciais, decréscimo significativo na identificação de novos doentes, condicionantes no acesso dos doentes aos hospitais, etc.), mas acreditamos que em 2022/ 2023 se normalizará a atividade na Europa, EUA e Japão, as nossas principais áreas geográficas. Ao nível da I&D, estamos a reforçar a nossa atividade na realização de ensaios clínicos, quer pela continuidade dos já existentes, quer no lançamento de novos ensaios. É fundamental para permitir o avanço da investigação e criar condições para trazer aos doentes novos medicamentos. Em 2020, houve uma enorme dificuldade em recrutar pacientes para ensaios clínicos, mas estimamos que no quarto trimestre de 2021 já possamos ter condições mais propícias à sua realização. Estamos confiantes de que 2021-2023 será um período de forte desenvolvimento para a Bial, com um elevado investimento na ampliação e remodelação das nossas instalações industriais e logísticas (estamos a construir uma nova fábrica de antibióticos, a ampliar a fábrica geral e a alargar de forma significativa a área logística), com o desenvolvimento de vários projetos de I&D na fase de ensaios clínicos, e o lançamento de novos medicamentos em diversos mercados. Sentimos que é fundamental reforçar o investimento, nomeadamente em I&D. A inovação tem sido absolutamente fundamental para o nosso desenvolvimento e para resistir aos períodos de crise.
1 – Apesar da forte contração da economia, fruto do choque económico provocado pelas restrições da covid-19, as mais recentes projeções apontam para um crescimento da economia portuguesa acima dos 4%. Assistimos a uma evidente redução da atividade na indústria, no comércio e nos serviços e, não obstante essa redução, a Efapel, e a par das projeções da OCDE e do FMI, prevê acompanhar o crescimento na ordem dos 5% face ao ano anterior.
2. – Para o relançamento do setor industrial, é necessário um forte investimento, não somente em grandes projetos controlados pelo Estado, mas em todas as médias e grandes empresas com potencial de crescimento em Portugal. Não obstante, consideramos que a evolução do setor industrial tem sido crescente e para tal, tem contribuído o crescimento de alguns setores de atividade, nomeadamente a Efapel, como maior fabricante nacional de aparelhagem elétrica de baixa tensão. A empresa caracteriza-se pela sua agilidade nas constantes adaptações ao mercado, pelo investimento em inovação, bem como pela aposta constante na qualificação e competência dos seus ativos.
3. – Entendemos que o PRR deve tender a apoiar mais a indústria, melhorando o desempenho das médias e grandes empresas que tenham condições de crescimento e desenvolvimento, bem como apoiar novos negócios com projetos válidos para a nossa economia. O desenvolvimento do nosso país passa em boa medida pela produção de produtos e/ ou serviços exportáveis e ou que substituam as importações. Em qualquer caso, o primeiro passo a dar para desenvolver o nosso país passa pela formação e qualificação dos gestores, sendo um dos fatores críticos de sucesso que atualmente se descura. Não consideraria apoios a empresas que não tenham ou não apostem na formação em gestão.
4. – Apesar de não termos recorrido ao lay-off, estamos com dificuldade na mão de obra, o que se mantém e se agudiza desde que os colaboradores ficaram em regime de apoio à família. Nunca mais recuperámos o nosso nível de stock ideal. Porém, e apesar de tudo, temos mantido o crescimento face ao facto da construção civil, da qual dependemos, ter mantido um bom nível de atividade.
nar o ano com um crescimento de 4,8%, depois da travagem de -7,6% registada em 2020, de acordo com as previsões mais recentes do Banco de Portugal. Este crescimento representa uma revisão em alta face às anteriores projeções de março do Banco central.
Quanto ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) delineado por Bruxelas para catapultar o crescimento dos Estados-membros, Portugal começou já a receber as primeiras verbas deste programa. No início de agosto, Portugal recebeu 2.200 milhões de euros, referente ao pré-financiamento de 13% da chamada "bazuca" europeia, que ascende a um montante global de 16.600 milhões de euros. deste montante, 13.900 milhões de euros referem-se a subvenções a fundo perdido e 2.700 milhões a empréstimos em condições favoráveis.
Para já, saliente-se que o Governo lançou já o Fundo de capitalização e Resiliência, com as primeiras verbas para a capitalização, no valor de 320 milhões de euros, e mais 100 milhões para apoiar as micro e pequenas empresas. No total, este Fundo pode chegar a 1.300 milhões, com verbas do PRR.
O Fundo é detido pela Agência para a competitividade e inovação (iAPMEi) e gerido pelo Banco Português de Fomento. tem como objetivo “aportar apoio público para reforçar a solvência das sociedades comerciais que desenvolvam atividade em território nacional”, que tenham sido “afetadas pelo impacto da pandemia”.
Visa ainda “apoiar o reforço de capital de sociedades comerciais em processo de crescimento e consolidação”.
No âmbito do PRR, para a indústria, serão canalizados cerca de três mil milhões de euros a fundo perdido, mas contando com o Banco de Fomento e projetos com impacto indireto (descarbonização, transição digital, etc.), a ajuda às empresas pode chegar a 3% do PiB. No entanto, as associações industriais pediram um reforço adicional de 700 milhões de euros para o sistema produtivo.