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Fazer Bem
Viagem à descoberta da felicidade num camião, que convida as marcas a entrar a bordo
A atriz e formadora Abbadhia Vieira e fotógrafo e designer de projetos o Leandro Vieira partem em fevereiro rumo à Finlândia, o país que lidera o ranking da ONU como o país mais feliz do mundo, pelo quarto ano consecutivo. Esta Happiness Mentality Journey será feita a bordo de um camião transformado em estúdio e caravana e culminará com um documentário sobre a felicidade. O casal fará escala em dezenas de cidades europeias, para fazer entrevistas, com o objetivo de estudar a felicidade e os alicerces que a sustentam.
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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
Numa conversa com um amigo e cEO brasileiro, durante a pandemia, Abbadhia Vieira, escutou-o a questionar todo o seu percurso de sucesso dora deu-se conta de que a Finlândia liderava o ranking da ONu como o país mais feliz do mundo, pelo quarto ano consecutivo e ficou curiosa: “Será por causa do clima? Ou será o estilo de profissional e insucesso pessoal: “A pandemia fê-lo refletir sobre a forma como estava a gerir a sua vida, quase sem tempo para a sua família e para gastar o dinheiro que ganhava. Ele concluiu que o percurso que teve não era exatamente o que ele idealizara.” A atriz, humorista e cineasta trabalha também com as empresas, desde 2009, onde apresenta “soluções lúdicas para melhorar o bem-estar e felicidade no trabalho”. Neste processo de investigação da felicidade, a formavida dos finlandeses? Relacionamentos pessoais? Oportunidades profissionais? talvez seja por causa da Aurora Boreal!?” Para encontrar respostas a estas e muitas outras perguntas, Abbadhia e leandro Vieira criaram a Happiness Mentality Journey, “um projeto que tem como desafio investigar as causas da felicidade das pessoas, dentro e fora do ambiente de trabalho, por toda a Europa”. compraram um camião, o Velvet, que transformaram na que será a sua casa e estúdio durante vários meses e estão a aprender a conduzir veículos pesados. Se a carta de pesados for aprovada, em fevereiro planeiam partir de lisboa rumo à Finlândia, numa viagem que poderá ser acompanhada nas redes sociais e através de uma série documental, “que tem como objetivo despertar e inspirar as pessoas para um tema bastante importante, o auto-conhecimento e procura pela mentalidade da felicidade, com bastante humor, e de uma maneira menos subjetiva, através de entrevistas e relatos”. A série documental será composta por seis episódios, de 25 minutos cada, “que abordarão temas como educação, mercado de trabalho, saúde e genética,
poder aquisitivo, segurança, cultura e comportamento”. Abbadhia Vieira conta que “a série terá elementos de ficção (cenas e histórias inspiradoras) como fio condutor de narrativa e no início de cada episódio irá contar também com entrevistas no formato vox populi”. Estão previstas “entrevistas ao longo do percurso a idosos, estudantes, líderes empresariais, jovens em início de carreira, de forma a ter diferentes perspetivas”. Além de perceber o que contribui para a felicidade, os dois profissionais vão investigar temas que estão no extremo oposto, como o alcoolismo ou o suicídio. “Acredito que teremos conteúdos muito interessantes e palpáveis em torno de uma questão fundamental para a saúde”. Além da série documental, “será também criado um livro com imagens incríveis e ainda making of da viagem com os momentos mais divertidos dos bastidores”. A Happiness Mentality Journey, orçamentada em 70 mil euros, procura parceiros que comunguem desta busca pela felicidade: “comunicaremos o projeto em várias plataformas e poderemos fazer ativação de marcas durante o nosso percurso. As marcas que queiram associar-se a este conceito de felicidade poderão integrar o projeto”. Abbadhia Vieira considera que a base da felicidade em países como a Finlândia, ou a dinamarca, que também já liderou este ranking, “é muito sólida”, já que “o acesso às necessidades básicas está garantido”, ao contrário do que acontece no seu país de origem (Brasil, que figura na posição 35 do ranking), por exemplo. Portugal surge no lugar 58 e Espanha no 27, numa tabela em que os 10 primeiros países são a Finlândia, a dinamarca, a Suíça, a islândia, a Holanda, a Noruega, a Suécia, o luxemburgo, a Nova Zelândia e a Áustria. O Relatório da Felicidade Mundial é uma pesquisa do estado de felicidade global que classifica 156 países de acordo com o grau de felicidade de seus cidadãos, considerando pontos como o PiB per capita, o apoio social, a vida saudável, a expectativa de vida, a liberdade, a generosidade e a ausência de corrupção.
prémios BpI Fundação la caixa reconhecidos pela Associação portuguesa de ética empresarial
Os Prémios BPi Fundação la caixa foram galardoados pelo seu impacto positivo na comunidade. durante a cerimónia de fecho da 7ª edição da iniciativa “Reconhecimento de Práticas de Responsabilidade Social e Sustentabilidade”, organizada pela APEE – Associação Portuguesa de Ética Empresarial, os Prémios BPi Fundação la caixa, atribuídos anualmente com o fim de apoiar projetos de entidades sociais, receberam um prémio na categoria Responsabilidade Social - comunidade. com uma dotação total de quatro milhões de euros em 2021, os Prémios BPi Fundação la caixa apoiam respostas sociais que promovam a melhoria da qualidade de vida e a igualdade de oportunidades de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Os Prémios – capacitar, Solidário, Seniores, infância e Rural – inserem-se na política de responsabilidade social do BPi e são financiados pela Fundação la caixa. desde 2010, foram realizadas 33 edições dos cinco prémios, que permitiram atribuir cerca de 23 milhões de euros a 781 projetos que promovem a melhoria da qualidade de vida de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Promovido pela APEE desde 2015, o “Reconhecimento de Práticas em Responsabilidade Social e Sustentabilidade” distingue a implementação de políticas e modelos de boa governação em organizações dos setores público e privado, com e sem fins lucrativos, que criam valor para as suas partes interessadas e contribuem ativamente para o desenvolvimento sustentável.
mercadona busca revolucionar el transporte por carretera con un camión 100% eléctrico
la lavandería industrial de Ilunion elimina las emisiones de gases de efecto invernadero
Mercadona, en colaboración con los proveedores Scania, Acotral, Frigicoll, y thermoKing, ha iniciado una prueba de laboratorio en sus procesos logísticos con la incorporación a su flota de un nuevo modelo de camión 100% eléctrico. Este proyecto permitirá a la cadena de supermercados reducir aún más el impacto de su actividad en las distintas ciudades en las que la compañía tiene presencia, y reforzar su compromiso con los objetivos del Pacto Verde Europeo y con la ley de cambio climático. dotado de un motor Scania 300 kWh, el nuevo camión es multitemperatura, dispone de un motor eléctrico alimentado por baterías de iones de litio con una autonomía máxima de 220 km y un tiempo de recarga completa a 230 kW en corriente continua de 90 minutos. durante el periodo de pruebas, que se realizará con 1 unidad ya incorporada a la flota de Acotral, Mercadona tiene previsto optimizar los procesos de recargas, que realizará en uno de los muelles de su bloque logístico de ciempozuelos (Madrid) con el objetivo de aprovechar al máximo los tiempos de descanso de los conductores y los horarios de carga de mercancías. diseñado para ámbitos urbanos, tanto para descargas diurnas como nocturnas, el vehículo es un camión rígido con capacidad para 21 palés y una Masa Máxima Autorizada de 26 tn. Su equipo de frío, también 100% eléctrico y conectado a la misma batería que el motor, es la versión Frigoblock de thermoKing, nos permite no sólo eliminar las emisiones de Gases del equipo de frío sino también poder circular con el equipo encendido en los núcleos urbanos gracias a una importante reducción de la contaminación acústica.
Ilunion ha puesto en marcha una lavandería industrial que puede funcionar sin aporte de vapor de agua, lo que permite eliminar las emisiones de gases de efecto invernadero (GEi) en el proceso de lavado. Esta iniciativa ha sido seleccionada entre los “101 Ejemplos Empresariales #PorElclima” de este año, que impulsa la plataforma comunidad por el clima. El proyecto se enmarca en el nuevo Plan de Sostenibilidad Ambiental (2021-2024) de ilunion lavanderías, que da continuidad al Plan de descarbonización iniciado en 2020 y cuyo fin último era impulsar proyectos que propiciaran la transición hacia un nuevo modelo energético. la primera lavandería industrial que trabaja sin el aporte de vapor de agua de ilunion y segunda de España está situada en Guadalajara. El proyecto O-Steam comenzó en junio de 2021 y su objetivo es minimizar las emisiones de GEi en el proceso del lavado, ya que el gas es el responsable del 30% del consumo térmico de una lavandería. las principales actuaciones del proyecto están relacionadas con la eliminación de las calderas de generación de vapor y el cambio en los equipos de lavado, para adaptarlos a un nuevo sistema de calentamiento de agua indirecto (intercambiadores de calor). Asimismo, se han reducido las pérdidas de calor y la demanda energética, al aislar térmicamente los túneles de lavado e instalar recuperadores de calor de alta eficiencia. El proyecto se extenderá a otras plantas de ilunion con similares características. Actualmente, cuentan con 45 plantas industriales y dan cobertura total a nivel nacional en España, así como en Andorra, Portugal y colombia.
el proyecto Jarama de Heineken recupera la biodiversidad de un ecosistema natural clave para madrid
phenix celebra su quinto aniversario en portugal con 18 millones de comidas rescatadas
El Proyecto Jarama, una iniciativa con la que la cervecera Heineken España va a devolver toda el agua que contienen las cervezas de marcas como Heineken®, cruzcampo, Amstel y El Águila que elabora en su fábrica de Madrid. Más de 500 millones de litros de agua, compensados cada año al río Jarama de forma natural, que le permitirán alcanzar el balance hídrico neutro para hacer que su actividad en España mantenga el equilibrio del ciclo del agua, sin ejercer un impacto negativo. El proyecto contribuye también a recuperar el ecosistema de la ribera de este río y las lagunas de Belvis, un espacio natural protegido incluido en el catálogo de Humedales de la comunidad de Madrid y el inventario Nacional de Zonas Húmedas. de esta manera, la cervecera, de la mano de la ONG SEO/Birdlife, contribuye a enriquecer la valiosa vegetación de ribera que allí podemos encontrar, que incluye plantas acuáticas emergentes como juncos, álamos, chopos, fresnos, sauces y especies amenazadas en la región como el taray. Y creando mejores condiciones para la vida de animales como el corzo, aves migratorias como la garza real, que descansan en sus viajes a África y muchas otras especies vulnerables. tal y como señala la directora de Relaciones corporativas de Heineken España, carmen Ponce, “el Proyecto Jarama es un excelente ejemplo de cómo combatimos desafíos tan graves como el cambio climático, la escasez de agua y la pérdida de biodiversidad, especialmente urgentes en España, con más H20 y menos cO2”.
Phenix, una de las marcas líderes en el combate al desperdicio en Europa, inició su actividad en Portugal hace cinco años con un programa de conversión de excedentes de grandes superficies comerciales en donaciones a instituciones particulares de solidaridad social, que apoyan individuos y familias en situación de carencia. desde 2016, a través de este servicio, Phenix ya ha salvado más de 18 millones de comidas, evitando que más de 21 millones de toneladas de cO2 se emitiesen a la atmósfera. Además de alimentos y comidas, la marca actúa en la lucha al desperdicio de productos no alimenticios evitando, hasta ahora, que más de 1.472 toneladas de bienes en esta categoría, sobre todo textiles, artículos de casa y decoración y detergentes, acabasen en la basura. “cinco años de Phenix en Portugal son el resultado de un trabajo conjunto extraordinario. Principalmente con nuestro programa de donaciones, conseguimos transformar lo que se iba a convertir en desperdicio, en valores esenciales: dignidad, humanidad y solidaridad. tal y como el trabajo de Phenix ha sido y sigue siendo fundamental para que el excedente de una superficie comercial llegue a una familia carenciada, también lo es la confianza depositada por nuestra red de socios es nosotros. Fue un camino trabajado en base de la colaboración y es esta economía circular la que queremos continuar a fomentar, a medida que hacemos crecer la comunidad de Phenix”, explica Frederico Venâncio, director general de Phenix Portugal. En Portugal, Phenix actúa en todos los distritos del continente con su programa de conversión de excedentes en donaciones. la aplicación antidesperdicio está disponible en las regiones de Grande lisboa y Grande Oporto, Braga y Aveiro, con planes para llegar a otras ciudades a comienzos de este año.
gran tema
Exportações de mobiliário voltam a expandir-se
Depois de alguma contração no mercado em 2020, devido à pandemia, o setor do mobiliário, colchões e outros artigos afins espera um crescimento acentuado no ano que agora terminou, ligeiramente acima dos valores recordes de 2019. As exportações são as grandes responsáveis desta subida, e representam quase 90% das vendas globais do setor. O setor vive agora diversos desafios e constrangimentos.
Os dados são positivos para a indústria de mobiliário decorativo. de acordo com dados divulgados pela APiMA - Associação Portuguesa das indústrias de Mobiliário e Afins, a evolução anual do volume de negócios do cluster mobiliário e afins foi de quase 1.912 milhões de euros em 2018, de 2.001 milhões em 2019 e de aproximadamente 1.830 milhões em 2020. Esta quebra de cerca de 9% em 2020 deveu-se aos efeitos dos confinamentos durante a pandemia sobre a atividade das empresas, segundo Gualter Morgado (na foto), diretor executivo da APiMA. de facto, quanto ao impacto da pandemia no setor, este "foi particularmente significativo no primeiro confinamento, que implicou uma redução significativa da atividade, dificuldades ao nível da logística e, consequentemente, descidas muito elevadas na produção e das exportações. A título de exemplo, nos meses de abril e de maio de 2020, as quebras, face aos períodos homólogos, foram, respetivamente, de 75 e de 52%. Mas estes setores conseguiram, ainda durante o ano de 2020, recuperar a dinâmica exportadora, através de uma enorme resiliência e de uma vincada aposta no digital. terminámos 2020 com uma descida de somente 14%, face a 2019 – que havia sido o melhor ano de sempre", conclui Gualter Morgado. "Em 2021, a trajetória tem sido de franca recuperação. Os dados disponíveis, que reportam ao período compreendido entre janeiro e outubro, apontam para uma subida de 14%, face ao ano de 2020, estando somente 5% abaixo dos valores de 2019", frisa o mesmo responsável à revista "Actualidad€". Exportações cresceram 14% até outubro, mas setor enfrenta alguns constrangimentos e desafios
Os valores de 2021 ainda não estão totalmente apurados, mas, ainda de acordo com a mesma associação, há a realçar um crescimento no volume de exportações, que entre janeiro e outubro de 2021 se situou em 1.471,9 milhões de euros, o que fica "cerca de 14% acima do período homólogo de 2020". considerando a fileira mais vasta que abrange o mobiliário e também a vertente florestal e a produção de madeira, e de acordo com a AiMMP - Associação das indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal, o volume de negócios conjunto deste setor em 2021 poderá bater o recorde de 2019, depois de uma quebra de 12% registada no primeiro ano da pandemia. "O setor tem aproximadamente 8.700 empresas e mais de 56 mil postos de trabalho diretos, e integra empresas que vão desde o abate e corte das árvores na floresta até à exportação, comércio e distribuição. contribuiu com 2.600 milhões de euros para as exportações portuguesas, em 2019, e com um saldo positivo da balança comercial próximo dos 650 milhões de euros", adianta a AiMMP.
Quanto ao impacto da pandemia, para alguns gestores entrevistados, apesar de todas as dificuldades criadas a nível social, sanitário e económico, os confinamentos acabaram por ter efeitos positivos nas vendas deste setor em concreto, nestes últimos quase dois anos, por levar "a grande maioria das pessoas a valorizar aquele que sentiram ser o lugar mais seguro destes tempos difíceis: as nossas casas", como refere celso lascasas, fundador da lasKasas. Após o período conturbado da pandemia, atualmente, as empresas deste cluster estão ainda a atravessar uma fase de alguns constrangimentos. "É, indubitavelmente, um período extremamente desafiante para as nossas empresas. A escassez de matérias-primas e a subida dos custos de transporte estão a provocar constrangimentos muito significativos à atividade logística, o que é
Setor movimenta perto de dois mil milhões de euros por ano, dos quais quase 90% para exportação
muito negativo para um setor que exporta cerca de 90% da produção", exemplifica Gualter Morgado. Mas os obstáculos e desafios para o setor não se ficam por aqui, pois é cada vez mais importante para as empresas – mesmo para as que sejam apenas fabricantes e trabalhem essencialmente com o canal de revenda–, que estejam preparadas para a transição digital ou, ainda, para serem ambientalmente sustentáveis. "Este é, igualmente, um período de adaptação, ou híbrido, em que somamos aos canais físicos de promoção os digitais, nomeadamente através da adoção do e-commerce por um número muito significativo de organizações", frisa ainda Gualter Morgado. tendo em conta todos estes aspetos, a APiMA tem vindo a apoiar os seus associados de forma "transversal, apoiando as empresas nos múltiplos desafios que lhes são colocados no quadro atual. Ao nível da internacionalização, nomeadamente com a retoma dos certames internacionais, temos dinamizado um conjunto de ações de grande impacto comunicacional, através de uma promoção coletiva das empresas nacionais, alicerçada na marca 'Made in Portugal Naturally'. Fizemo-lo no âmbito da 'tortona design Week' [foto em cima], em Milão, na 'Xenia', em Atenas, e temos preparado uma iniciativa semelhante para a 'Maison & Objet', em janeiro", conclui o mesmo responsável.
Paralelamente, a APiMA tem procurado promover boas práticas ao nível da sustentabilidade. A associação lançou em 2021 o "Guia de Boas Práticas de Economia circular na Fileira casa", um "documento que visa orientar e apoiar as empresas no processo de transição e de aplicação de práticas mais ecológicas e sustentáveis na sua gestão operações. Em simultâneo, dinamizámos um conjunto de webinares direcionados para as necessidades mais prementes das nossas empresas, nomeadamente no que concerne aos temas do e-commerce, marketing digital, virtual showrooms, gestão de pessoas e comunicação". O setor do mobiliário de decoração não escapa à crise das matérias-primas que se tem sentido desde os últimos meses do ano passado, mercê sobretudo da falta de mão de obra em diversos setores logísticos, entre outros fatores.
A escassez de madeira e de mão de obra em Portugal não travou, todavia, o forte crescimento internacional das empresas de mobiliário, descobrindo-se novos mercados. O dubai, com a recente realização da Expo dubai, e os Emirados Árabes unidos são alguns dos mercados mais promissores.
Setor caracteriza-se por empresas de pequena dimensão e com necessidade de renovação geracional "temos outros desafios coletivos em mãos, nomeadamente a necessária renovação geracional. É necessário atrair quadros jovens e especializados para estes setores tradicionais da nossa economia, cuja idade média é, atualmente, bastante elevada, o que nos levanta sérias preocupações a curto e médio prazos".
Laskasas avança na rede comercial interna e exportações
A Laskasas, marca de mobiliário 100% portuguesa e com forte vertente internacional, sublinha a sua "preocupação constante em levar a marca Portugal para o mercado internacional e dizer que tudo o que fazemos é made in Portugal"., segundo frisa o fundador da empresa, Celso Lascasas. O grupo Laskasas, com cinco empresas, exporta artigos de mobiliário e decoração para mais de 55 países, onde obteve, em 2020, vendas superiores a quatro milhões de euros. No total, o grupo sedeado em Paredes faturou 23 milhões de euros, em 2020, através sobretudo da sua rede comercial, composta por 15 lojas, distribuídas por Portugal (11), Angola, Espanha, República Dominicana e Rússia. Este valor representou um ligeiro acréscimo face a 2019, sendo que para 2021 as previsões são de uma subida mais significativa do volume de negócios, em torno de 12%, face ao ano anterior, o que representará novo recorde de vendas para a companhia. O grupo "tem vindo a registar um crescimento muito interessante no mercado internacional nos últimos quatro/ cinco anos", destacando-se destinos como o Reino Unido, o Médio Oriente, os Estados Unidos, a França e Espanha. Este último "tem uma importância significativamente alta para a Laskasas: em termos de exportação, foi o nosso melhor mercado até há pouco tempo, tendo sido ultrapassado pelo Reino Unido". A internacionalização através de exportações "vai continuar a ser um dos nossos focos". Nos próximos cinco anos, o fundador Celso Lascasas tem como objetivo "que a Laskasas seja uma das 50 melhores marcas de mobiliário na Europa". Além da rede de lojas, o grupo tem três fábricas no norte do país, contando no total com 430 colaboradores. "O objetivo para 2022 é continuar a crescer e queremos que a Laskasas seja uma marca autossuficiente no setor de mobiliário e decoração. Com o recente lançamento da coleção Laskasas Home, queremos que tudo o que esteja dentro de uma loja Laskasas, desde o talher, o prato, o lençol, as toalhas, tenha a marca Laskasas". O fornecimento de matérias-primas é que tem sido um das grandes entraves a um maior desenvolvimento dos negócios do grupo. "Sentimos dificuldade, não só ao nível do fornecimento, mas também da inflação que se tem sentido no mercado, em geral", comenta o responsável. Nos desafios dos últimos meses, Celso Lascasas sublinha ainda a importância da estratégia de digitalização para a companhia, que se acentuou com a pandemia, bem como da inovação em geral. "A Laskasas procura estar em constante inovação/ renovação no que toca essencialmente à produção, para garantir que somos mais eficazes mas mantendo sempre a qualidade que nos distingue. "Ao nível da sustentabilidade, fizemos recentemente um investimento superior a 300 mil euros em painéis fotovoltaicos. No entanto, sabemos que esta é uma preocupação que exige respostas essencialmente no mundo empresarial, por isso, estamos a trabalhar num plano de ações com o objetivo de tornar a Laskasas numa marca mais amiga do ambiente". Fundado em 2004, o grupo vai subir o salário mínimo para 750 euros em janeiro de 2022, acima dos 705 aprovados pelo Governo. Durante o primeiro confinamento, em março de 2020, a empresa fechou as suas instalações, para proteger os funcionários. A Laskasas cria e fabrica mobiliário, apostando na personalização das peças e detalhes artesanais, estofos e mobiliário com opções metálicas, para projetos residenciais e comerciais. A empresa aposta ainda na curadoria envolvendo designers de interiores contemporâneos, arquitetos, decoradores, comerciantes e showrooms de mobiliário.
MHR Upholstery quer aumentar presença em Espanha
A MHR Upholstery, empresa de produção de sofás e outros artigos estofados para revenda, está atualmente presente em França, Inglaterra, África do Sul e Espanha. "O nosso principal mercado é o português, seguido de França e da África do Sul", adianta à "Actualidad€" Márcio Reis, sócio-gerente da MHR Upholstery. A empresa tem uma unidade de produção em Esmoriz e emprega 33 pessoas. "2021, foi um ano bom, no qual nos focámos muito no desenvolvimento de produto, para que agora, em 2022, possamos retomar a estratégica de internacionalização através da participação em feiras", adianta o responsável pela empresa. A pandemia não foi um entrave ao crescimento externo: "não fomos afetados a nível comercial, crescemos até ligeiramente a nossa quota de exportação", revela ainda. O outro lado da moeda tem sido o fornecimento de matérias-primas. "O fornecimento tem sido muito mais difícil, denota-se alguma escassez de matérias e, acima de tudo, verifica-se uma escalada de preços que trava a competitividade". Questionado sobre a importância do mercado espanhol para a MHR Upholstery, Márcio Reis afirma que "infelizmente, é ainda um mercado muito residual para nós; contamos reverter essa situação através do trabalho desenvolvido nas feiras". Sobre os principais desafios que se apresentam à empresa, destaca sobretudo a importância da inovação ao nível de produto. "Procuramos estar sempre em linha com as novas soluções que surgem diariamente, dedicamos cada vez mais tempo á pesquisa de produtos e tendências de design. Apesar disso, não somos parte crente do e-commerce, aliamos o nosso produto a uma alta capacidade de personalização, desta forma consideramos imprescindível, o sentar, tocar e ligar-se emocionalmente ao produto. Temos naturalmente uma pegada digital, mas continuamos a apostar forte nas parcerias físicas", adianta Márcio Reis.
Face ao crescimento de encomendas que esta indústria tem tido, as associações setoriais calculam que faltem cerca de cinco mil trabalhadores no setor.
A APiMA conta com cerca de 200 associados. Apesar da heterogeneidade no tipo e dimensão das empresas, o cluster do mobiliário e afins caracteriza-se por um tecido empresarial predominantemente constituído por microempresas e PME.
Estes setores empregam mais de 30 mil colaboradores, e tem uma forte predominância regional a norte do país, em particular nos concelhos de Paredes e Paços de Ferreira. "As empresas destes setores contam décadas de experiência, e uma mão de obra igualmente experiente, reconhecida pelo know-how e pela tradição", comenta ainda Gualter Morgado.
Mercado espanhol mantém-se de grande importância
Portugal é já um player importante do setor a nível europeu. "A Fileira casa Portuguesa tem vindo a afirmar-se, ao longo da última década, a nível europeu e mundial, como produtor de excelência, qualidade superior e boas práticas ao nível da inovação e sustentabilidade. O grande desafio reside na capacidade de transformar este reconhecimento global em notoriedade das marcas nacionais, permitindo que possam vender diretamente ao consumidor ou cliente final, dispensando os distribuidores internacionais de outros mercados com níveis de reconhecimento mais consolidados", adianta Gualter Morgado.
Os principais mercados de exportação são diversos países europeus, como França, inglaterra, Espanha ou itália, assim como mercados como a Rússia, o Médio Oriente e os países da América do Norte – Estados unidos e canadá. "O mercado espanhol é muitíssimo importante, classificando-se, há vários anos, como o segundo principal mercado de exportação destes setores, com uma quota cifrada nos 25%", destaca Gualter Morgado.
Fenabel
A Fenabel é uma das empresas nacionais de referência no que diz respeito à produção de cadeiras e mesas. Com foco no segmento contract e geriátrico, a Fenabel aposta e conta com vários designers de renome para conceber as suas coleções de estilo contemporâneo, com elevada qualidade e complexidade técnica (ver também foto na pág. 32). Designers como Aitor Garcia de Vicuña, Francesc Rifé, Area44, Muka Design Lab, Paco Camus, Studio Segers, entre outros, que têm muita experiência na criação de produtos específicos para os segmentos onde a empresa opera, seja com a marca Fenabel, destinada ao segmento contract e geriatria; seja com a Sentta, marca premium, mais focada em projetos de luxo, sejam eles contract ou residenciais. A comercialização é feita em contexto B2B, junto de empresas especializadas nos mercados-chave para a Fenabel, seja através de retalhistas, seja através de estúdios de design de interiores, que incluem os produtos nos seus projetos para hotéis, restaurantes ou residenciais. A empresa exporta para mais de 40 países, com destaque para a França, seguindo-se ainda mercados como Inglaterra, Bélgica, Holanda, Suécia, Espanha, Itália, EUA, Canadá e Austrália. A empresa de Rebordosa (Paredes), que celebra o seu 30º aniversário em 2022, possui uma unidade produtiva de 12.000 m2, com 126 empregados, equipada com a mais alta tecnologia, como, por exemplo, máquinas de controlo numérico, robôs de pintura, ou painéis solares. Segundo Evandro Costa, responsável de Marketing da Fenabel, a estratégia para os próximos meses passa por "expandir a base de clientes em mercados identificados com potencial para esse efeito e cimentar posição nos mercados já maduros em termos de relações comerciais". Questionado sobre a estratégia ao nível da inovação e sustentabilidade, salienta a obtenção da certificação ISO 14001 - Sistema de Gestão Ambiental, acrescentando que "a estratégia de inovação passa muito pelo contacto próximo com designers internacionais e parcerias com escolas de design. Em conjunto, desenvolvemos soluções para os mercados que estamos a trabalhar, e temos procurado estabelecer um paralelo entre a procura dessas soluções e a aposta cada vez maior na sustentabilidade e no design circular". Quanto à transição digital, “a empresa já tem um plano bem definido para o caminho a percorrer” e tem “apostado em e-commerce de uma forma indireta, mas no que respeita à digitalização das operações, tais como interligar o site, com plataformas de newsletters e toda a dinâmica de receção e tratamento de leads oriundas das campanhas digitais, está a ser cada vez mais incorporada na nossa forma de trabalhar o mercado", adianta. A nível de exportações, a pandemia não afetou de forma significativa a atividade da empresa. Mas já o atual constrangimento ao nível do fornecimento de algumas matérias-primas tem sido um obstáculo para a produção de certos artigos, reconhece a empresa. O mercado espanhol representa cerca de 10% do volume de negócios da Fenabel, que “continua a apostar no crescimento deste mercado, cheio de potencial para a empresa”. A empresa consolida a sustentabilidade a nível económico e ambiental, tendo obtido a certificação pela PEFC na cadeia de responsabilidade, adquirindo unicamente madeira a fornecedores com esta certificação.
(Texto corrigido com dados atualizados de mercados-alvo e sistemas de certificação, enviados pela empresa já depois do fecho da edição em papel)