Artigo: Christian Barbosa e os segredos para alavancar a produtividade em 2011
vis
comun
comunicação
janeiro de 2011 - ano 1 n o 1
visão persuasão ersuasão autocon estrategia estrategia
o c i f á r g info Preço: R$ 9,90
da elação m r a a r Descub e Maslow co d teoria Náufrago” “ e o film
autoconfiança
As fórmulas e teorias para aprender a liderar funcionam? Dissecamos o que há de mito e verdade sobre o assunto e revelamos a verdadeira anatomia de um líder
ECONOMIA
MARKETING
TECNOLOGIA
O que precisa melhorar no Brasil
Novos conceitos tentam reinventar a roda
O mundo mágico dos tablets
O Brasil vive hoje um momento único em sua história. Nossa economia nunca foi tão forte e competitiva, impulsionada pelo desempenho das nossas empresas que hoje são exemplos de inovação e de gestão em todo o mundo. Esse crescimento está diretamente ligado ao trabalho profissional dos Administradores de todo o país, que juntos constroem no presente o país que queremos no futuro. Conheça o novo portal do CFA, com conteúdo e serviços para os Administradores brasileiros, acesse www.cfa.org.br.
Administradores
PASSADO, PRESENTE E FUTURO DO BRASIL
SISTEMA
CFA/CRAs
CONSELHOS FEDERAL E REGIONAIS DE ADMINISTRAÇÃO
editorial
índice
Decifrando o código
S
er líder, formar líderes, ter profissionais capazes de liderar. Esse parece ser um desafio constante do ser humano e das organizações. Seja no trabalho, no bate bola do fim de semana, na roda de amigos, em família, ou no lazer, sempre existe uma figura que tem a habilidade de influenciar e conduzir pessoas em uma determinada direção. Como eles conseguem? Será que existe uma fórmula mágica para tal? As respostas certamente já são discutidas há séculos, e para entender exatamente esses pontos é que fomos atrás do verdadeiro significado da liderança. Através de um minucioso trabalho de pesquisa entre conceitos de pensadores clássicos, como Max Weber e Freud, e de entrevistas realizadas com renomados estudiosos do presente, incluindo o consagrado autor David Ulrich, buscamos decifrar o complexo “código da liderança”. O ano é 2011 e o novo panorama econômico também está em análise na edição. Além disso, numa entrevista exclusiva, Stephen Kanitz solta o verbo sobre o passado e futuro da Administração. E, claro, vamos falar em tecnologia, com os badalados tablets, e das trajetórias diferentes das redes sociais. Quer saber como ganhar dinheiro com o Twitter? Nós iremos dizer... Apresentamos também dicas preciosas aos estudan-
tes que estão procurando estágio e para quem não aguenta mais aquele chefe mala no trabalho. Nossa equipe de criativos elaborou ainda um super infográfico relacionando a Hierarquia das Necessidades de Maslow com o filme Náufrago (aquele estrelado por Tom Hanks). Enfim, iniciamos a revista Administradores querendo descomplicar conceitos e teorias, trazer reportagens claras para desmistificar a velha visão formal e “quadrada” da Administração. Afinal de contas, está na essência do administrador aprofundar seu conhecimento, expandir ideias e, principalmente, trocar experiências e informações para solidificar seu projeto profissional e de vida. Em toda edição nos esforçaremos ao máximo com o intuito de colaborar para esse objetivo maior e ampliar novas perspectivas dentro dessa área. Aliás, a Administração está presente em tudo, sendo uma das áreas mais antigas da humanidade e que nunca vai sair de moda. O resultado inicial desse trabalho está em suas mãos. Aproveite a edição 1 e amplie os seus desafios. Fábio Bandeira de Mello
06 AMBIENTE EXTERNO
Frases e notícias direto ao assunto
08 entrevista
Stephen Kanitz fala sobre os caminhos da Administração
12 acadêmico 14 acadêmico
Procurar estágio nas férias vale a pena
Carta Aberta aos estudantes de Administração
16 carreira
Roteiro de férias vira oportunidades para a carreira
18 carreira 22 economia 25 artigo
Quando o chefe vira um pesadelo
O que esperar do Brasil nos próximos anos Ludmilla Figueiredo indica os segredos do Vale do Silício
26 infográfico
A relação entre a Hierarquia das Necessidades e o filme “Náufrago”
28 marketing do 31 artigo leitor
Novos conceitos e as mesmas conversas
membro do portal fala sobre relacionamento no trabalho
CONTATOS Publisher Leandro Vieira leandro@administradores.com.br Redação: Editor Fábio Bandeira de Mello fabio@administradores.com.br Repórteres Fábio Bandeira de Mello, Eber Freitas eberfreitas@administradores.com.br Michelle Veronese mverone@ gmail.com, Simão Mairins simao@administradores.com.br Colaboradores: André Telles, Christian Barbosa, Eduardo Pizzetti, Isabela Pimentel, Haendel Dantas, Ludmilla Figueiredo, Paulo Prochno, Ricardo Jordão e Victor Souza Revisão Alex de Souza lexdesouza@gmail.com Arte: Direção Felipe Spencer spencer@administradores.com.br Design e ilustração Carlos Dantas, João Faissal, Zé Maia Comercial: Gerente Comercial Diogo Lins diogo@administradores.com.br Impressão Gráfica Moura Ramos www.mouraramos.com.br Portal Administradores Negócios Digitais Av. Nossa Senhora dos Navegantes, 415 / 301 - Tambaú, João Pessoa - PB. CEP: 58039-110. Telefone: (83) 3247-8441 www.administradores.com.br
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E-mails
Congratulações
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Gostaria de parabenizar vocês pela revista, eu adorei todas as matérias contidas nela. A matéria sobre pós-graduação me esclareceu bastante sobre a diferença entre MBA e especialização. Adorei também a matéria sobre alunos que montaram a empresa na faculdade. São esses tipos de coisas que nós, alunos de administração, procuramos quando lemos uma revista ou livro sobre administração e muitas vezes perdemos o interesse por ler, por não acharmos o que procuramos, por conter muita teoria sem nenhum tipo de dinâmica, uma comparação que faça prender a atenção. A revista tem uma linguagem fácil, que prende o leitor com exemplos, histórias e esclarece nossas dúvidas. Jéssica Galdino Ferreira Glicério/SP
capa
Veja um dossiê completo sobre o verdadeiro sentido da liderança
38 tech 40 em rede 42 cursos
O mundo mágico dos tablets
Quem está se dando bem com o Twitter
Não-administrador...
confira alguns cursos de capacitação profissional
Não sou da área de Administração, sou da área de TI, mas julgo extremamente importante o conhecimento em Administração pra qualquer profissão. Eu nunca vi uma revista tão interessante e, ainda mais, tão voltada pra o mundo tecnológico como vi nessa primeira edição. A qualidade do material também é impecável. Sem falar também no fato de vocês manterem contato próximo com o leitor, como agora. Muito bom isso! Maria Das Graças Brandão Salvador/BA
43 futuro
Conheça quem promete se destacar na profissão de administrador
do 44 fora quadrado
alguns itens que você não encontra em qualquer shopping
Reflexão
Sinceramente, acompanho o site já tem algum tempo. Sempre achei os artigos, entrevistas e matérias muito úteis e interessantes. Ao assinar a revista, tinha a certeza de que a qualidade do site seria mantida na edição impressa. Felizmente, eu estava certo. Gostei muito da matéria sobre o administrador do futuro, a de Steve Jobs e a da Apple, além da análise do livro de Dan Ariely. Essas matérias me fizeram refletir sobre como encaro minha carreira profissional, o futuro e como estão meus valores atualmente. Ricardo R. Moura Campinas/SP
46 entretenimento
Curiosidades,humor e dicionário do administrador
48 entreterimento Dicas de livros e filmes
50 artigo
Sugestões
Christian Barbosa revela como melhorar a produtividade em 2011
Demorei um pouco a receber a Revista, mas a qualidade editorial e gráfica compensaram. Acompanho o portal desde o seu início, e estou realmente fascinado com o conteúdo. Minha sugestão: uma seção “Gestão Pública”, para tratar de temas relacionados à Administração Pública, um assunto que merece atenção e que representará um ganho de leitores incríveis. Giovani Miguez Rio de Janeiro/RJ Mande também seu recado para a Administradores através do revista@administradores.com.br
tuit@d@s @gpamplona @admnews ótima revista inclusive para quem não é administrador. @Luizafregapani Cheguei em casa morrendo de fome, mas quando vi a minha revista do @admnews
fiquei tão empolgada que esqueci de comer! @akzapriscylla @admnews ótima revista, perfeita para nós Administradores. Muito bom mesmo.
@NWelp Assinei a Revista Administradores, do @admnews. É a cara da geração Y. @belliequeiroz De tanto ouvir falar (bem), quero a revista administradores *-*
@cheopsmalta @admnews minha
revista chegou... Projeto gráfico e conteúdo fantásticos... parabéns a toda equipe envolvida. @fabrother @admnews Está muito show essa revista! Parabéns! Sempre inovando! Gostei demais! =] 5
Roberto Stuckert Filho / PR
ambiente externo rápidas
Dilma Rousseff assume o leme
Agora é oficial: o Brasil tem, pela primeira vez, uma mulher na presidência. Dilma Rousseff recebeu, no dia 1º deste mês, a responsabilidade de conduzir o país durante os próximos quatro anos, pelo menos. Após ser empossada no Congresso Federal, a nova presidente desfilou em carro aberto ao lado da filha até o Palácio do Planalto, onde recebeu a faixa presidencial das mãos de Lula e fez um discurso fortemente marcado por menções ao ex-presidente. Vários chefes de governo e de estado estiveram presentes, entre os quais Hugo Chávez (presidente da Venezuela) e Hillary Clinton (secretária de Estado dos EUA), que apesar das tensões entre seus países, se cumprimentaram e até trocaram sorrisos.
A cura para a aids
Assim como aconteceu com a penicilina, ela foi encontrada meio ‘sem querer’. Um soropositivo norte-americano de meia idade, que também sofria de leucemia mieloide aguda, recebeu um transplante de medula óssea de um doador naturalmente resistente ao HIV. Três anos após o procedimento, não restaram mais vestígios nem da leucemia nem do vírus, o que pode ser considerado, segundo os cientistas, o primeiro caso de cura da Aids na história. No entanto, os pesquisadores recomendam cautela: o método é considerado potencialmente letal e sem chance de funcionar na maioria dos 33 milhões de infectados no mundo.
Salário máximo
Começa a valer em 1º de fevereiro o astronômico aumento parlamentar que ultrapassa R$ 10 mil, aprovado em dezembro passado. Num país que ainda convive com a fome e o analfabetismo, onde se luta para conter a inflação, deputados e senadores acham por bem incorporar a bagatela ao próprio salário, levando a reboque os parlamentares dos estados e municípios, além do presidente, vice e ministros. O projeto foi votado em menos de duas horas em ambas as casas legislativas. Na prática, os reajustes salariais serão de 61,8% para deputados, 133,9% para a presidente e 148,6% aos ministros. Todos passam a receber R$ 26,7 mil. 6
Cheguei em boa hora
Tiririca, sobre a aprovação do aumento salarial para deputados federais, senadores, presidente e ministros na próxima legislatura.
Espero continuar meu trabalho e seguir reafirmando minha inocência
Julian Assange, fundador da WikiLeaks, ao sair da prisão em dezembro de 2010.
Ninguem consegue competir quando so o dinheiro e a medida do sucesso
Jim Collins, um dos mais renomados gurus norte-americanos em Administração, na Expomanagement 2010 .
Quem e? Elke? Pergunta Silvio Santos para a jornalista da Folha, Mônica Bergamo, quando ela se refere ao interesse do empresário Eike Batista pelo SBT.
Se você tivesse a oportunidade de comecar do zero a gestão da sua empresa, como você faria? Gary Hamel, especialista em gestão, provoca a plateia da Expomanagement 2010 ao falar da importância da inovação na gestão das empresas modernas.
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FOI DESTAQUE NA WEB Se você é apaixonado por Administração, o www.administradores.com.br é o seu lugar. Além de conteúdos diários sobre tudo que está relacionado ao Management e aos acontecimentos mais importantes da atualidade, no Administradores você pode se conectar a milhares de profissionais e construir um network com gente de todo o Brasil. Confira alguns destaques recentes:
Tudo o que você precisa saber sobre o Teste Anpad Exame é exigido para ingresso em pós-graduações stricto sensu de Administração. Confira em www. //bit.ly/ admanpad
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ENQUETE
Investimentos, dieta e esportes são as principais metas do ano novo. E você,o que não fez em 2010 e espera fazer em 2011?
11,74% Fazer um curso de aperfeiçoamento profissional
Como gerir o comportamento profissional dentro da empresa Diferenças de temperamento e comportamento entre os colaboradores podem tanto enriquecer como prejudicar a empresa; a boa notícia é que isso pode ser trabalhado. Confira em http://bit.ly/ admcomportamento
17,61% Viajar
A marca é fundamental na exposição da imagem de uma empresa diante o seu consumidor. Veja dicas de especialistas na área para melhor gerenciá-las. Confira em http://bit.ly/ admmarcasruins
ENTREVISTAs
6,11% Ter um filho
17,74% Mudar de emprego
10 frases que você precisa saber para evitar péssimas ações com as Marcas
O que você faria com 1 milhão de reais? Antonio de Julio, especialista em finanças do Moneyfit, revela o que fazer com tanto dinheiro. www.bit.ly/admdinheiro
22,52%
Iniciar uma dieta ou uma atividade esportiva
Os segredos de um bom negociador Diogo Lins, gerente comercial do Administradores, fala sobre os diferenciais competitivos de um bom negociador. www.bit.ly/admnegociacao
24,28% Começar a investir
Arquivo pessoal
artigos Entendendo um pouco mais as organizações Sonia Jordão fala sobre as estratégias propulsoras que possibilitam encontrar melhores direções nos negócios. www.bit.ly/admorganizacao
Uma revolução na educação Carlos Hilsdorf faz um panorama sobre a atual situação do ensino brasileiro e sugere uma revitalização de conceitos entre os educadores. www.bit.ly/admeducacao
Como formular corretamente uma mensagem de marketing Raúl Candeloro indica que a comunicação da empresa deve estar coordenada para atrair novos clientes e fidelizar os já existentes www.bit.ly/admmarketing
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entrevista STEPHEN KANITZ
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everenciado por um número imenso de brasileiros, Kanitz é um tanto atípico para o que estamos acostumados a entender como administrador no Brasil. Mestre em Administração de Empresas pela Harvard University, trouxe da experiência junto àquela que chama de “esquerda prática” dos Estados Unidos o pensamento que até hoje procura difundir aqui no hemisfério sul do continente: a Administração “socialmente responsável”, em que o trabalhador tem mais espaço e o capitalista dono cede poder ao administrador profissional. Em uma conversa franca e sem formalidades com a equipe da Revista Administradores, Kanitz falou tudo o que quis. Classificou como conservador o ensino em Administração no Brasil, revelou seu descontentamento com o ministério escolhido por Dilma e não poupou palavras contra os economistas, que, segundo ele, foram responsáveis pelo fim da sua coluna na revista Veja. 8
St ep h en K a n i t z
o defensor da
administração
Militante. O termo parece inapropriado, escrito dessa forma, em referência a um administrador. Mas é assim mesmo que Stephen Kanitz costuma se definir. Para ele, a Administração é mais que uma profissão ou uma área de conhecimento, é uma causa por Simão Mairins Você disse uma vez, em um artigo, que os EUA são um país desenvolvido porque, diferentemente do Brasil, são geridos por administradores profissionais. Hoje, já temos inúmeras faculdades de Administração. Por outro lado, temos a consciência de que, apesar do alto número, muitos cursos deixam a desejar em qualidade. Será que nossa passagem para a era do administrador está seguindo o caminho certo? Stephen Kanitz Os EUA começaram essa fase em 1850. Então, nós estamos só 150 anos atrasados (risos)! Agora, lá e em diversos outros países surgiu uma enorme antipatia dos intelectuais com relação
às escolas de Administração. Nas escolas americanas, os intelectuais eram geralmente de esquerda e os administradores eram vistos como pessoas de direita. Até porque as primeiras escolas eram, realmente, para formar gerentes de empresas privadas familiares, que a gente conhece tão bem no Brasil. Em 1910, entretanto, surgiu nos EUA algo que não aconteceu em lugar nenhum do mundo. A esquerda mais prática - que é a de Harvard, onde eu estudei - percebeu que o administrador ia ser uma força política muito forte, e as empresas familiares iriam ser substituídas pelas de capital aberto e democrático, onde o administrador seria
a peça-chave, no lugar do capitalista dono. Então, Harvard muda esse negativismo, pensando assim: “vamos pegar esses administradores do nosso lado, e não do lado dos capitalistas. Vamos criar, então, o curso socialmente responsável”. No Brasil, a animosidade dos intelectuais contra os administradores é visível até hoje. A Universidade de São Paulo expulsou o MBA de lá. E isso é até assustador, porque 10% do ICMS do estado de São Paulo vai para as universidades públicas estaduais. Ou seja, nós temos professores que, apesar de receberem 10% do imposto que é arrecadado pelas empresas, são contra o ensino de Administração.
Mestre em Administração de Empresas pela Harvard, Stephen Kanitz foi colunista da revista Veja, além de atuar como palestrante e conferencista no Brasil e no exterior 9
entrevista STEPHEN KANITZ
Nós não temos, ainda, o Peter Drucker do Brasil
No início do ano, fizemos uma enquete em nosso Portal na qual perguntamos se “administrar é apenas para profissionais devidamente formados em Administração”, e a maioria respondeu que “não, pois qualquer pessoa pode desenvolver as habilidades e competências necessárias para administrar, independente da área de formação”. Você acha que isso reflete o descontentamento da classe com a qualidade dos cursos? Nós não temos administradores ensinando. Eu estudei lá na USP com engenheiros de produção, que 10
tinham, claro, visão de engenheiros. É complicado. Nós não temos, ainda, o Peter Drucker do Brasil. Aliás, não temos uma coluna. O Drucker, há 60 anos, tinha uma coluna semanal nas grandes revistas. Aqui, eu tinha uma coluna mensal na Veja, mas acabou. Tem um que escreve para a Carta Capital e tem o Max Gehringer, mas ele fala sobre recursos humanos, como arranjar um emprego, essas coisas, não é sobre administração estratégica.
De que modo, então, podemos chegar a um patamar ideal? Nós vamos precisar depurar algumas faculdades que estão fazendo caça-níquel. A própria palavra MBA já foi tomada. Tem escola de Economia fazendo curso de MBA. Tem faculdade oferecendo MBA em Direito. Aí complica mesmo, porque a população acha que qualquer um pode ser administrador. Isso, o Conselho Federal de Administração tinha que processar. Você não poder roubar o nome de Mestrado em Administração de Negócios para usar em outros cursos. Como deve ser pensada a Administração do Brasil - tanto a pública quanto a das empresas – de modo que possamos gerir de forma eficiente esse futuro promissor de zque tanto se fala em nosso país? Nós não criamos, ainda, no Brasil, as escolas de Administração socialmente responsáveis. Isso começou em 1910 na Harvard Business School e, em 1970, quando eu estudei lá, fiquei muito surpreso, porque tinha um sabor de esquerda que a gente não via no Brasil. As nossas escolas de Administração são muito de direita. Além do mais, nós não temos nas universidades públicas do Brasil, pasmem, faculdades de Administração. Normalmente, é um departamento dentro de uma escola de Economia, Administra-
ção e Contabilidade. Enfim, nós estamos muito atrasados. Inclusive, eu já desisti de achar que nós vamos ter em breve a era do administrador. Em 2010, eu até torci e lutei para que o Henrique Meirelles fosse candidato (a presidente) - e ele queria isso, eu sei, até o ajudei bastante - mas ele não foi. Inclusive, o último artigo que eu escrevi na Veja foi “O administrador de esquerda”, no intuito de fazer a cabeça da nossa extrema-esquerda de que o administrador não é só o de direita, existe também o de esquerda. Não de extrema-esquerda, porque nós conseguimos implantar as nossas ideias sem sermos revolucionários. A gente vai implantando devergarzinho, pouco a pouco.
Você se considera, então, um administrador de esquerda? É, eu nem sabia disso, mas Harvard me ensinou a ser preocupado com o trabalhador, o fornecedor, o cliente. Há 15 anos eu criei o primeiro site de voluntariado do Brasil, o primeiro site de filantropia e o Prêmio Bem Eficente, para dar visibilidade às entidades que tivessem boas práticas. E aí os jornalistas perguntavam por que eu estava fazendo aquilo. Eles diziam: “você é homem”. E aí, quando eu perguntava o que tinha a ver, eles diziam que o social era coisa de mulher, porque no Brasil há esse costume de as primeiras-damas cuidarem desse tipo de ação e os homens se preocuparem com a taxa de juros, a taxa de câmbio, essas coisas. Eu não me considero de esquerda no sentido de ser a favor da estatização, por exemplo, algo que, obviamente, é ineficiente. Eu também sou contra o fato de termos um economista mandando em dezenas de estatais como a gente vê no Brasil. Eu acredito na descentralização. Eu sou
a favor da empresa socialmente democrática, em que o trabalhador pode comprar as ações da empresa onde ele trabalha. Aqui é negado isso. Quem trabalha nos Correios, por exemplo, não pode comprar ações de lá.
O senhor acha que há características que são necessárias de modo específico aos administradores brasileiros? A minha grande bandeira é que precisamos criar um estilo de Administração próprio no Brasil. Eu vejo a HSM trazendo, ano após ano, gurus americanos. Nomes como Peter Drucker, (Gary) Hamel e outros já vieram ao país e ficaram todos falando um monte de bobagens, sem entender nada do Brasil, e a gente acreditando. Isso é assustador! Há 15 anos, no meu livro “Brasil que dá certo”, eu deixei bem claro que o futuro seria dos produtos populares, mercados de baixa renda, “coisas para pobre”. E todos os livros de administração diziam que não, tem que fazer inovação, produtos com alta tecnologia. Mas, como você quer inovar, quando 90% dos seus clientes nunca compraram o seu produto? A Volkswagen é um exemplo disso. Foram 40 anos com o fusca, e nunca mudava. Qual a diferença que você enxerga entre o administrador e os profissionais de outras áreas que ocupam cargos de gestão? Olha, o administrador tem a função de ser sistêmico. A função primordial é não permitir que os problemas se acumulem. Nós estamos lá para encher a paciência de todo mundo e analisar os problemas corretamente. Qual o grande problema do Brasil? Nós deixamos os nossos problemas se acumularem. Tomar decisões é outro ponto. Muitas vezes, acha-se que é melhor tomar
uma decisão errada do que demorar para tomar. Só que, se você tomar uma decisão errada, logo você vai descobrir que errou. Eu fiquei muito triste por nenhum administrador ter sido escolhido para a equipe de Dilma. O Henrique Meirelles, que é um exímio administrador, fez uma coisa extraordinária pelo Brasil, que foi criar reservas. Mesmo assim, a esquerda mais radical vetou a continuação dele, considerando-o um administrador de direita, ligado a bancos. Lembre-se de que a esquerda soviética liquidou - matou, mesmo - todo o segundo escalão administrativo da Rússia. Destruíram os controles gerenciais e criaram a autogestão dos trabalhadores, como se eles pudessem autogerir-se, algo que é muito comum ainda entre a esquerda, mas que, na verdade, não é bem assim. Você tem que ter o administrador que pense sistemicamente, que se preocupe com tudo. No Brasil, em vez de nos basearmos em Harvard, preferimos o lado soviético: a gente não gosta do administrador. Nós somos 2 milhões, mas quem manda nesse país são 30 mil economistas, que são muito influentes, têm colunas em todos os jornais, escrevem o tempo todo. Inclusive, me derrubaram da Veja, porque eu falava mal deles e elogiava o administrador de esquerda, que era Meirelles. Vocês administradores têm que tomar uma rédea política e perceber que são importantes. Eu já estou velho. Mas vocês, que ainda são jovens, têm a missão de mostrar para a esquerda brasileira que nós não somos esse bicho de sete cabeças e seremos um excelente aliado.
Você acredita que os problemas brasileiros decorrem da forma como nós vemos o administrador e o empreendedor por aqui? Nós temos uma tradição muito pequena de administradores. Em 94 tínhamos 300 escolas de Adminis-
tração, mas nós não temos poder político, não temos o reconhecimento que deveríamos ter. A sociedade está dando um tiro no pé ao valorizar mais o economista do que o administrador. Outra coisa é que aqui estamos muito acostumados a dizer que precisamos incentivar os empreendedores. Mas nós precisamos entender que o empresário e o empreendedor estão preocupados em realizar seus próprios sonhos. Nós, administradores, temos a missão de realizar o sonho dos outros. Tá lá o Eike Batista, porque ele é brilhante e tal, porque realiza todos os sonhos dele. E os sonhos da sociedade?
Eu fiquei muito triste por nenhum administrador ter sido escolhido para a equipe de Dilma 11
Acadêmico estágio
que tal Procurar uma
oportunidade nas férias?
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por Simão Mairins
a procura diminua”, explica Rosane Os fatores legais Após a nova Lei do Estágio, as re- Camargo, gerente da ABRH-RS, gras ficaram mais rigorosas, e esse é seccional gaúcha da Associação Braoutro fator que tem impacto tanto sileira de Recursos Humanos. sobre a demanda quanto sobre a oferta de vagas no início do ano. Como se garantir nas “A nova lei estabelece, por exem- seleções plo, que os estudantes não podem Nem se empolgue achando que estagiar por mais de dois anos na conseguir um estágio em janeiro mesma organização, o que implica é moleza. Embora a demanda por uma rotatividade maior”, explica vagas nesse período seja menor, Bertelli. concorrência sempre existe. Além Além disso, a legislação estabe- disso, como explicou Roberta no lece o direito dos estagiários a um início da reportagem, se os candidarecesso anual de 30 dias e aumenta tos não atenderem às exigências das a responsabilidade das instituições empresas contratantes, nada feito: a de ensino. “As universidades passa- procura pelo perfil ideal continua. ram a ter diversas atribuições, entre Sem contar que você não é o único elas, um controle rigoroso do vín- que está com nossa revista em mãos culo do estudante. Como boa parte agora, pensando em deixar o restandos alunos deixa para regularizar sua te das férias para o ano que vem e matrícula no início do ano letivo, sair correndo em busca de um promuitos ficam impedidos de partici- cesso seletivo aberto. par das seleções, fazendo com que
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rovavelmente neste exato momento, você, estudante, deve estar xingando de todas as formas possíveis esse jornalista zé mané que, em plenas férias de janeiro, vem incomodá-lo falando em trabalho. No entanto, tenha calma. É até possível que a tranquilidade dos seus dias de descanso seja realmente abalada. Mas a causa é nobre e o seu futuro, certamente, agradecerá. Além do mais, se você continuou lendo esta matéria mesmo depois de ver que ela pretende convencê-lo de que pode valer a pena abrir mão da farra em nome da carreira, é porque, sem dúvidas, os próximos parágrafos vão lhe interessar. Tanto nas empresas privadas quanto nas instituições públicas, é comum a troca no quadro de estagiários na passagem de um ano para o outro, já que, normalmente, os estudantes já estão se formando ou os contratos chegando ao fim. No caso das grandes companhias, que, de modo geral, optam por processos seletivos mais longos, janeiro já é época de quem conseguiu alguma das milhares de vagas abertas ao longo do semestre anterior pegar no batente. Nas empresas menores e nos órgãos estatais, entretanto, as seleções são mais rápidas e, na maioria das vezes, são feitas no início do ano para contratação imediata. Além disso, é normal que sobrem vagas dos grandes recrutamentos realizados no ano anterior e as empresas voltem à caça. “Geralmente, nesses casos, a demanda é muito específica, e aí sobram vagas porque nem todos os candidatos atendem a todas as exigências”, conta Roberta César, gerente de vagas pontuais da Cia. de Talentos. Luiz Gonzaga Bertelli, presidente Executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), complementa: “No início das férias, muitos estudantes acabam viajando. Com isso, diminui muito a procura por estágio”. O que, logicamente, aumentam as chances de quem procura uma oportunidade.
Se você é universitário e pensa que a folga sagrada garantida à maioria dos estudantes em janeiro não pode ser profanada de forma alguma, é hora de mudar sua concepção
Para não fazer feio na hora de brigar por uma vaga, confira algumas dicas dos especialistas que entrevistamos:
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Para as grandes empresas, a qualificação exigida é muito alta e experiência não conta. O principal é formação, depois comportamento. ao mesmo tempo, é necessária uma postura adequada (que é verificada sempre nas entrevistas e dinâmicas de grupo).” Roberta César, Cia. de Talentos
“
Pa ra o recrutamento, utilizamos as redes sociais como canal de comunicação e divulgação das oportunidades para os alunos, visando despertar o interesse dos mesmos para a participação nos processos seletivos”. Rosane Camargo, Link-ABRH
“
Mesmo durante as férias escolares, nós continuamos recrutando os jovens para participarem dos processos seletivos. Recomendamos, inclusive, que os jovens aproveitem esse momento de maior tempo livre para se capacitar”. Luiz Gonzaga Bertelli, CIEE
Se liga na lei en trou em vig or
gio A nova Le i de Está 08 e, de lá pa ra 20 de ro mb te se em s tr an sf or maçõ es cá , caus ou algu ma tu da nt es bu sca m na fo rm a co mo es em vagas. Co nf ira ec e em pr esas of er e: qu e el a estab el ec algu mas regr as
Seus deveres
- Estar regularmente matriculado em uma instituição de ensino reconhecida pelo MEC; - Entregar, semestralmente, relatórios de atividades à instituição de ensino responsável pela supervisão do estágio;
Seus direitos
- Recesso de 30 dias após um ano de estágio; - Redução da carga horária à metade durante o período de exames; - Remuneração e auxíliotransporte, no caso dos estágios não obrigatórios;
- Seguro contra acidentes - Ser assíduo, respeitando pessoais. os horários da empresa concedente, sob pena de ter o contrato rescindido.
contrar om.br ode en p ê ores.c c o v istrad e n d On vaga: res - www.admi uma Administrado.com.br portal .catho om.br - www .org.br ntos.c Catho .ciee .ciadetale www CIEE os - www nal.org.br Talent nacio Cia. de .abrh www H .br R AB .iel.org .com.br IEL - www .vagas - www m.br Vagas ube.co www.n Nube -
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ACADÊMICO UNIVERSITÁRIO
CARTA ABERTA AOS ESTUDANTES DE
Administração Que tipo de administrador a sua instituição de ensino deseja que você se torne? Não se preocupe se não souber responder: a maior parte das faculdades brasileiras de Administração ainda não parou para pensar no assunto por Leandro Vieira*
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Quer ser realmente diferente dos demais? Não fique esperando pela sua instituição. Comece a agir agora istockphoto
coisa funciona mais ou menos assim: cada instituição reúne um grupo bastante eclético de professores, cada qual com sua especialidade e com características bastante peculiares que o distinguem dos demais. Dessa heterogeneidade e diversidade de pensamentos é que vem a riqueza de sua formação. Você aprende a extrair de cada mestre as melhores lições. O outro lado da moeda é que raramente existe algum consenso quanto ao perfil de administrador que a instituição deve formar, e aí quem sai perdendo é você. Muitas instituições, ao contratarem seus docentes, apenas lhe entregam uma caderneta, um plano de ensino feito por outro professor, explicam os procedimentos burocráticos básicos (“você deve bater o ponto até cinco minutos antes de começar a aula, deve preencher o diário de classes com o conteúdo apresentado, deve colocar exatamente um pontinho no quadradinho referente ao dia, deve fazer três avaliações por semestre, blábláblá...”), e boa noite e boa sorte. Nenhum comentário sobre a missão da instituição, ou o que eles esperam do professor. A ausência de uma visão compartilhada acaba bagunçando todo o coreto. Os alunos ficam à mercê do perfil individual de cada professor. Às vezes, dão sorte de encontrar um professor pra frente, vocacionado, com aulas dinâmicas e ótimo conteúdo. Outras, dão o azar de topar com um profissional desmotivado, desatualizado e que não compreende a amplitude de seu papel de educador. Falamos tanto em gestão do conhecimento, mas me responda uma coisa: o seu professor de Administração Financeira sabe o que você está vendo nas aulas de Marketing?
Pois é... Parece que a comunicação não anda fluindo muito bem em boa parte dos cursos de Administração de nosso país. Ensina-se uma coisa, pratica-se outra. Mas podemos contornar esses problemas, e você pode exercer um papel importante nesse processo de mudança. Talvez você não saiba o tipo de administrador que a sua instituição deseja que você se torne, mas você, pelo menos, deve saber. Tenho algumas dicas para compartilhar.
1-Não se restrinja, jamais, a fazer apenas o que lhe é cobrado.
É muito comum encontrarmos professores “lights”, que não exigem o suficiente e são condescendentes com os alunos. A turma adora, não aprende nada e acaba passando com nota boa. Na verdade, desperdiçam uma ótima oportunidade para adquirir conhecimento e desenvolver competências. Administração, no geral, é um curso fácil, enquanto administrar é extremamente complicado. Se você não aproveitar a faculdade para desenvolver realmente as habilidades que um administrador precisa, terá dificuldades para ingressar no mercado posteriormente ou dar respostas na organização que vier a trabalhar. Apresentar um trabalho em grupo, por exemplo, é uma oportunidade ímpar para aprimorar sua capacidade de comunicação, trabalhar em equipe, exercer liderança e de superar expectativas. Administradores são obrigados a fazer isso o tempo o todo.
2-Aproveite todas as oportunidades que a instituição oferece. A coisa não se restringe à sala de aula. Muitas instituições oferecem programas de iniciação
científica e de monitoria, por exemplo. O aluno que participa dessas atividades aprende a pesquisar, escrever, fica mais inteligente e, acredite, isso conta pontos lá na frente, depois da faculdade.
3-Participe de empresa júnior.
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Essa é a melhor forma de aprender na prática tudo aquilo que um administrador precisa saber. Acompanho de perto o trabalho de muitas empresas juniores e, devo admitir, muitas delas não deixam nada a desejar às empresas de consultoria profissionais. Normalmente, os participantes de uma empresa júnior têm carreiras brilhantes, pois já saem da faculdade com experiência, autoconfiança e com uma bela rede de contatos.
4-Leia bastante.
Faça da leitura um hábito. É um erro pensar que apenas praticando é que se aprende. Essa é uma meia verdade. Você deve ter um excelente embasamento teórico e saber aplicá-lo na prática.
5-Corra, Lola, corra! Procure formas de se aprimorar sempre. Faça cursos de extensão, aproveite seus fins de semana para aprender algo novo, viaje e, por favor, não esqueça de aprender outros idiomas. Inglês é fundamental, mas saber outras línguas além dessa, com certeza, abre mais portas.
6-Seja legal.
Já escutei algumas vezes em sala de aula algum aluno falar que ali são “todos concorrentes”, pois irão competir por um lugar ao sol mais à frente. Besteira. Sei que o mundo é extremamente competitivo, mas as pessoas cooperativas são muito mais queridas - e
acabam levando vantagem sobre os individualistas e mesquinhos. Inclusive, algumas organizações, como o Google, já aplicam diversas técnicas em seus processos de seleção para identificar – e descartar – os malas de plantão. Por fim, lidere movimentos de mudança em sua instituição. Não fique esperando melhorias do tipo top-down (de cima para baixo). Muitas instituições de ensino estão apenas enroscadas no catatau de processos burocráticos que criaram ao longo dos anos. Os paradigmas estão aí para serem quebrados. Lembre-se de que você é parte da instituição. No fim das contas, você, os seus professores, coordenadores e diretores, estão no mesmo barco. Qualquer um pode dar sua contribuição e deixar seu legado. Foi-se o tempo em que as melhores estratégias saíam apenas das cabeças do presidente ou dos membros iluminados do conselho. Muitas das grandes ideias que revolucionaram o mundo partiram de pessoas envolvidas diretamente com o processo. Se você consegue identificar falhas e – o mais importante – consegue enxergar soluções para os problemas identificados, você pode ser um importante agente de mudança. Todo mundo irá ganhar com isso, inclusive você. Pronto para começar?
Muitas das grandes ideias que revolucionaram o mundo partiram de pessoas envolvidas com o processo
Leandro Vieira é um eterno insatisfeito com o status quo, e acredita que qualquer pessoa pode causar uma revolução.
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carreira Lazer com aprendizado
Transforme seu roteiro de férias numa
oportunidade de carreira
Já se foi o tempo em que só adolescentes e estudantes faziam intercâmbio. Hoje, executivos e profissionais, de todas as idades, estão em busca de aprimorar suas habilidades no exterior de olho tanto na carreira, quanto na vida pessoal
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Arquivo pessoal
Rumo ao conhecimento Fabiana Forastiere, gerente de Marketing da Siemens, é uma que se encaixa nesse perfil “executiva viajante”. Ela fez um curso intensivo de inglês integrado a business, em abril de 2010, em Londres, pela EF Corporate Language
Por Isabela Pimentel*
oal Arquivo pess
a hora de definir o roteiro da viagem, não são mais apenas os preços e as belas paisagens que influenciam a escolha. Com a customização dos planos de estudo feita pelas agências de viagem, é possível identificar opções de férias diferentes e fazer cursos ligados ao próprio hobby ou à profissão. Felipe Quintino, gerente regional do Student Travel Bureau (STB), no Rio de Janeiro, indica que as recentes exigências do mercado provocaram essa mudança no perfil dos viajantes, que incluem desde jovens executivos a profissionais que ocupam cargos de gerência. “A demanda é crescente, pois estes projetos proporcionam um diferencial no currículo, ao trabalhar com a criatividade e oferecer novas experiências e atividades de lazer”, relata. Entre as opções mais procuradas, segundo Quintino, está o Gap Year - pessoas que sentem necessidade de atualização ou pensam em mudar de área e reservam um ano para fazer programas de estudo em diferentes habilitações. “Essa pausa é cada vez mais valorizada pelo mercado, pois mostra a capacidade de adaptação da pessoa e a busca constante por se atualizar”, indica. Os destinos mais frequentes para profissionais na faixa dos 26 aos 40 anos, que buscam atividades complementares como culinária, business, idioma e pós-graduação, são as rotas que levam aos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, França e Itália. Além deles, Japão, Austrália e até a América Latina são roteiros diferentes que vêm ganhando força na hora de aliar passeio com aprendizado.
Cada vez mais estudantes e profissionais aproveitam as viagens de férias para alavancar sua profissão
goog le im ages
Dica: não exagere na Internet!
o IBEA tem alunos entre 28 a 84 anos fazendo doutorado na mesma turma. O que vale é o desejo de enriquecer a cultura e trocar experiências”, indica o professor.
Por Leandro Vieira
Nas fotos, Eduardo Lembruger e Fabiana Forastiere se divertem e aprendem em um país estrangeiro
google images
oal Arquivo pess
A internet surgiu para diminuir as distâncias e promover a interatividade, mas todo exagero é prejudicial. Não fique dependente da web. Aproveite seu tempo para dialogar e conhecer novas pessoas. Com os mensageiros instantâneos, webcams e microfones, a conversa com os que estão distantes fica muito próxima. Em compensação, com os que estão ali ao lado, bastando apenas virar o pescoço, ESSA distância pode ficar enorme… Não deixe isso acontecer. A experiência de viajar e fazer um curso no exterior é extremamente rica e interessante. Possibilita conhecer e respeitar outras culturas, encher a cabeça de ideias e se tornar uma pessoa mais aberta e tolerante. Entretanto, é preciso se desconectar um pouco para viver a plenitude dessa experiência. A maior riqueza da viagem, esteja certo disso, está na interação com as pessoas. Lembre-se: um sorriso vale mais que mil emoticons.
Arquivo pessoal
Training. Fabiana conta que a necessidade profissional motivou sua escolha e que, além do aperfeiçoamento da língua, o curso contribuiu para seu crescimento pessoal. “Meu programa de estudos incluía opções de lazer e cultura, como passeios, visitas e festas. Tive a oportunidade de conviver com pessoas de todo o mundo, como da Arábia Saudita, América Latina e Europa, o que me permitiu adquirir conhecimentos sobre outras culturas”, relata. O analista de sistemas Eduardo Lembruger também encarou esse tipo de intercâmbio. Ele queria aprimorar o inglês, já que trabalha no segmento de turismo e na ambientação de congressos, por isso, passou quatro semanas estudando na London English School, pela STB. “Após a experiência, me senti muito mais seguro quanto à minha profissão, pois o curso ofereceu uma real imersão no idioma”, revela, afirmando que faria tudo outra vez. Carla Dolezel, diretora do Instituto Brasileiro de Estudos Avançados (IBEA), indica que a realização de cursos no exterior que agregam programações de lazer e turismo às atividades propostas em sala de aula são fundamentais para levar ao aluno uma relação mais profunda com outra cultura. Dolezel revela que o público e as opções de cursos de formação no exterior estão bem segmentados. Entre as opções mais procuradas está o MBA. Marcelo Ramos, professor e sócio da escola MBA House, afirma que essa pós-graduação fora do país se tornou um dos elementos-chave para a formação do profissional do futuro, que precisa adquirir um forte senso de internacionalização. Ele aponta que o índice de satisfação dos alunos que cursaram MBAs top 20 no mundo é de 97%, e que muitos descrevem a oportunidade como “uma mudança de vida”. Carla Dolezel aponta que não há limite de idade para uma formação internacional. “Atualmente,
Isabela Pimentel – Antenada com o que acontece no mundo e com as novas tecnologias, Isabela expõe toda sua criatividade em www.hojeempauta1. blogspot.com/
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carreira chefe insuportável
Trabalhar com meu chefe é um
pesadelo
Caso ache que seu chefe foi feito por encomenda para atormentálo, acredite, você não é o único! A verdade é que, em algum ponto da nossa carreira, esbarramos com essa espécie ainda não extinta e que povoa muitas organizações, desmotivando os colaboradores e afetando de forma significativa a produtividade e o desempenho de toda a equipe... Por Fábio Bandeira de Mello
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iversos motivos podem levar a um mau relacionamento entre profissionais no ambiente de trabalho. Fofoca, pressão dos superiores, maus resultados, duelo de egos e há até situações em que desconhecemos o motivo inicial desses indesejáveis conflitos. Mas tudo se torna pior quando o relacionamento ruim é logo com o chefe. Alguns, inclusive, parecem ter a habilidade de dificultar o trabalho e tornam o ambiente num verdadeiro inferno. Ocorre que, dentro de locais de trabalho assim, nada inspira mais comentários que o próprio chefe, e não há como escapar da convivência com ele. A atendente comercial Érika Morais sabe bem o que é isso. Ela 18
passou por essa situação na última empresa em que trabalhou. “Essa chefe, inclusive, vivia nos ameaçando de demissão. Teve um momento que chegou a nos dizer que ia ser como um pitbull em cima da gente. Fazia meu trabalho do mesmo jeito, mas frustrada pela falta de reconhecimento”, conta. Já o administrador de empresas Victor Lins não teve apenas uma experiência desagradável, mas sim duas, nas últimas empresas por onde passou. “Um deles era o ‘explorador’. Ele me passava o serviço de responsabilidade dele como se fosse minha obrigação. Uma vez até quis que eu assinasse um documento que nem sabia do que se tratava. Tive que relatar para o superior dele e, então, deixou de me pedir coisas que não tinham a ver com meu serviço. Já o outro era o estilo ‘ignorante’. Era comum gritar com todo mundo e
fazer com que os próprios funcionários tivessem medo dele. Várias colegas de trabalho choravam no banheiro por causa de sua ignorância”, aponta Victor. Ambiente “hostil” Muitas vezes, os funcionários odeiam a gerência porque acham que não são tratados com respeito e se sentem impotentes para tomar atitudes. Embora poucos colaboradores se exponham e digam ao RH e chefes que estão infelizes, a maioria prefere fazer de propósito o mínimo de trabalho possível ou deixam de dar boas sugestões. O resultado: a produtividade e o empenho do funcionário caem, a satisfação do cliente diminui e o lucro da empresa é quase sempre reduzido. Especialistas recomendam nesses casos de clima tenso, onde existam grupos divididos e pesso-
as que não se comunicam direito, que procurem construir um ambiente mais leve. “Respeito deve ser o ponto-chave em qualquer situação. Se há no ambiente de trabalho uma falta de respeito mútua é preciso fazer um amplo trabalho para revisar desde a missão, a visão e os valores da empresa. Ao perceber que, em alguma área ou departamento, a situação chegou a este cenário, os sócios ou principais diretores da empresa precisam tomar a decisão de querer mudar. E, para isto, será necessário investir em treinamento para disseminar estes conceitos dentro da companhia”, relata a especialista Sueli Brusco. Para a consultora, “é preciso despertar o orgulho do colaborador em trabalhar na empresa. Se as pessoas possuem orgulho de trabalhar na companhia, situações de desrespeito não acontecem”.
“Rádio Peão” Sempre há aqueles que falam bem pela frente e mal pelas costas da pessoa. Beto Ribeiro, que já liderou equipes em grandes empresas e é autor do livro “Eu odeio meu chefe”, indica que o grande problema das fofocas está nas pessoas confundirem o lado pessoal com o profissional. “A fofoca cria intrigas e picuinhas que podem se transformar em uma bola de neve de problemas. Evite começar algum tipo de comentário e seja transparente em seu relacionamento com os colegas de trabalho.” De acordo com o consultor, nessas horas é melhor estar no time daqueles que apenas ouvem. “É bobagem achar que não vamos encontrar fofocas na empresa, ou seja, a conhecida ‘rádio peão’. Elas existem e não há como evitar. Em meio a fofocas é melhor ser ouvinte do que a fonte.” O amigo Feedback A falta de comunicação entre “comandantes” e “comandados” também eleva o índice de problemas dentro das empresas. A consultora Sueli indica que feedbacks constantes e treinamentos são peças-chave neste processo. “A partir deste contato próximo é possível identificar os motivos das intrigas e disseminar a cultura da empresa. Campanhas motivacionais, que tornam a competição divertida, podem também ajudar neste processo”, relata Sueli Brusco. Já Beto Ribeiro destaca que o incomodado com a situação deve procurar saber o que está acontecendo para lidar com situações de mal-estar. “Melhor do que chorar pelos corredores é ir ao encontro do problema.” Mas o consultor faz um alerta: “se o problema for com o chefe, é melhor que seja resolvido em portas fechadas. Caso não seja solucionado ou ele não der abertura para tal, procure o RH.” Porém, alguns têm o hábito de não ouvir o que o outro fala, seja propositalmente ou por falta de atenção. “Por isso, tão importante quanto falar é aprender a ouvir. Ouça com
atenção, sem julgamento e preconceitos, para que assim as arestas sejam aparadas e o conflito eliminado”, conclui o consultor Beto. O ambiente de trabalho é o lugar onde os profissionais passam grande parte do seu dia, por isso, a convivência com pessoas de diferentes per-
sonalidades pode resultar em um clima prazeroso e de aprendizado ou num lugar extremamente desagradável. Então, como você prefere deixar o ambiente na empresa em que atua?
onheça os dez piores tipos de cheC fes nas empresas e veja como aturá -los (ou não). TROPA DE ELITE 1Chefe
Este é um dos piores chefes. Se não for o seu, agradeça a todos os deuses do universo corporativo. O Chefe TROPA DE ELITE é daqueles que gostam de colocar a equipe sob pressão máxima. Nunca está satisfeito e adora mostrar que ele, o chefe, tem uma solução melhor para tudo. Diminuir a autoestima da equipe é uma tática para transformar pessoas em zumbis workaholics. Ai daquele que chegar para trabalhar sem ter checado seus e-mails às duas da manhã. O que fazer? Não tem outro jeito… Peça demissão. Este tipo de chefe não vai mudar e ainda tem todo o apoio da diretoria. Aliás, o sonho do board é que toda empresa fosse feita de Capitães Nascimento.
2Chefe NÃO
Não importa a pergunta ou a necessidade, é não e acabou! O “Chefe Não” gosta de intimidar tudo e todos com sua negativa sonora. O seu “não” parece tão definitivo que seus subordinados nunca mais perguntarão nada e farão seu trabalho quietinhos. Nada como intimidar alguém a ponto do coitado não ter coragem para questionar mais nada – é o lema deste querido chefe. O que fazer? Tente perguntar: “Por que não?” e veja-o escorregar facilmente na sua própria armadilha. E, se ele responder “Porque não”, pergunte novamente: “Por que não?”. É bem provável que sua pergunta ganhe um “sim” como resposta só para ele se livrar de você. Este é o famoso “cachorro-que-late-masnão-morde”.
3Chefe Reunião 4Chefe Indicação
Este chefe pede uma reunião pra tudo. Para aprovar um projeto: “Vamos fazer uma reuniãozinha?” Para definir se o estagiário senta do lado direito ou do lado esquerdo da mesa: “Vamos pra sala de reunião?” Para dar ok nas suas férias: “Vamos nos reunir?” E, pior: reúne toda a equipe por horas e não diz nada. O que fazer? Tenha sempre uma pauta pesada para essas reuniões. O Chefe REUNIÃO faz reunião para não ter que resolver nada. Se a reunião se tornar trabalho, ele vai pensar duas vezes antes de pedir outra.
Está lá na mesa de chefe só porque tem boas conexões. Geralmente é amigo do dono ou do filho do dono. Pouco sabe sobre o trabalho ou a empresa, e geralmente atrapalha bastante a equipe com ideias inovadoras, mas pouco funcionais. Como tem costas quentes, não se preocupa em falar ou fazer besteira.
O que fazer? Ajude-o a fazer aquelas planilhas de Excel que ninguém sabe para que servem, assim você ganha a simpatia dele.
Chefe SEI-QUESOU-BOM5 DeMAIS
Não é que este tipo leva mesmo a sério o que o RH falou para ele? Foi mais ou menos assim: “O principal ativo da empresa são nossos colaboradores, nossos talentos: você”. Este chefe se acha tão bom, mas tão bom, que a pergunta que ele vai te fazer é: “Como você consegue viver sem mim?”
O que fazer? Aproveite. Com o Chefe SEI-QUE-SOUBOM-DEMAIS é só lustrar o ego da vítima e você conseguirá tudo o que merece. Até mesmo, um dia, ser chefe dele. Dica: fale três vezes ao dia para este chefe em questão o quanto você o acha incrível! Elogie os sapatos, se for mulher, o terno, se for homem. Esses narcisos são idiotas o suficiente pra acreditar em qualquer tipo de elogio.
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carreira chefe insuportável
6chefe PINÓQUIO 7Chefe GRITO
Nossa, como este chefe mente! E mente bem. O danado sabe mentir melhor que qualquer bom ator, e, com suas mentiras, sempre coloca sua equipe em risco. O Chefe PINÓQUIO não sente qualquer constrangimento em dizer que mandou a apresentação e ainda coloca a culpa na internet. Mente que já terminou todo o orçamento e que já o salvou na rede. “Você que não viu”, ele vai dizer. E, pior, você vai acreditar. O que fazer? Quando ele disser: “Mas eu mandei para você!”, diga que você não sabe o que está acontecendo e peça para ver o e-mail na caixa de itens enviados. “Acho que meu e-mail está com algum problema”, responda com cara de idiota. Aprenda a mentir melhor que ele e deixe-o em situações bem saia justa.
Gritar é o seu lema. Grita de dia, grita de noite. Adora brigar no telefone, gritar com a recepcionista e até com o presidente. O “bom dia” já é em alto e bom tom – isso quando o sujeito quer ser fino. Grita porque não encontra a carteira; grita porque não acha a pasta da reunião; grita porque o Corinthians perdeu – e o tonto, claro, é palmeirense.
O “chefe pinóquio” não sente constrangimento em mentir
O que fazer? Com esse tipo, a única opção é dar um grito ainda maior. Se ele baixar a guarda – geralmente esses bobos têm a autoestima muito baixa – você ganhou e vai conseguir, sim, suas férias e até o aumento que você queria. Se a figura não for lá muito de ter medo, pronto, você perdeu o emprego. Mas, pelo menos, gritou também.
9chefe 171
“Enrolador e enrolão”, este cara adora não fazer nada, esperar a equipe resolver o problema e posar de pavão. O Chefe 171 sempre acaba se dando bem. São semvergonhas, sem caráter e sem ética nenhuma. Mas conseguem a simpatia de todos e de todas, inclusive de quem é usado e abusado por ele da sua área.
DUAS 8chefe CARAS
O Chefe DUAS CARAS é sempre uma surpresa. Ele pode chegar simpático, gente boa e até divertido. O dia vai passar que é uma beleza, vai ser ótimo trabalhar com ele. Mas... no dia seguinte, ele pode estar no pior estado em que um ser humano poderia estar. Na pior das hipóteses, ele não vai ser lá muito legal: ele vai fazer de tudo para que o seu dia seja péssimo. Prepare-se... Todos aqueles projetos que não andam, hoje, terão que andar. Ah, vão andar... Com ou sem você. O “chefe quem, eu?” procura atividades irrelevantes para fugir das obrigações
Esses chefes e outros estão no livro Ëu odeio meu chefe” de Beto Ribeiro 20
O que fazer? Uma coisa deve ser dita: o Chefe DUAS CARAS, geralmente, é brilhante. Tem, de fato, uma inteligência acima da média. Então, aproveite quando ele estiver de bom humor e aprenda tudo o que conseguir. E deixe o seu trabalho impecável para quando o lado negro dele aparecer.
O que fazer? Faça a máscara do sujeito cair no meio de uma reunião geral com todas as áreas. Mas atenção: o 171 é inteligente e muito escorregadio. É capaz de ele conseguir reverter a situação e você passar por bobo ou incompetente.
QUEM, EU? 10Chefe
Um “sabonetão”, este chefe faz de tudo para não ter que resolver nada. Ele não só foge do conflito como faz de conta que o problema não é dele. Quem paga é a sua equipe, que, para não passar por incompetente, acaba tendo que fazer de conta que seu chefe não é tão inútil assim. O que fazer? Na frente de todo mundo, o questione em alto e bom tom. Coloque-o frente a frente com o problema e exija uma solução. Peça respostas, pressione. Ele vai dizer que precisa comprar um cigarro e nunca mais vai voltar. E nem fumante o tonto é.
economia futuro do brasil
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o fim de 2009, ainda em meio à crise econômica, qualquer brasileiro que passasse pela Europa se convenceria, facilmente, de que, na volta, encontraria em sua terra natal um outro país. Em Portugal, a sensação era de que a antiga colônia já havia se convertido em metrópole, com uma economia – de longe – bem mais pujante. Na Espanha, um artigo do primeiro-ministro José Luiz Rodriguez Zapatero no diário El País dizia: “O Brasil, em apenas 16 anos, deixou de ser o país do futuro que nunca chegava e se transformou em uma realidade formidável.” Na França, um especial do Le Monde destacava, em sua capa, uma foto do agora ex-presidente Lula como homem do ano e ressaltava nossa quase imunidade ao caos financeiro que varria o mundo naquele momento. Enfim, quando as maiores economias do planeta ainda se viam sufocadas pelo tsunami da crise e o nosso presidente se dava ao luxo de dizer que, no Brasil, tudo não passava de uma “marolinha”, o mundo mudou bastante a forma como olha para essas terras tupiniquins, onde antes só se costumava ver praias, bom futebol e mulheres bonitas. De fato, na média dos números, o Brasil anda
Para onde vamos
(e como)?
O que podemos esperar do Brasil para hoje e para os próximos anos
por Simão Mairins
bem. O PIB deve crescer, neste ano, cerca de 7,5%, segundo previsão da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Além disso, a taxa de desemprego tem se mantido inferior a 10% (enquanto vários países desenvolvidos rondam a casa dos 20%) e a expectativa é de que, nas próximas décadas nos tornemos uma das cinco maiores economias do planeta. “O Brasil tem tudo para, nos próximos 20 anos, alcançar um estágio avançado de desenvolvimento econômico”, afirma Renaut Michel, diretor adjunto de Estudos Macroeconômicos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). 22
Entretanto, é consenso entre os economistas que esse quadro repleto de números positivos, gráficos ascendentes e projeções otimistas, que enchem de pompa a chamada análise macro da nossa economia, ainda precisa melhorar bastante. Mais que encher os olhos do mundo, o desenvolvimento do Brasil precisa ser compreendido pelo povo brasileiro, que, embora já possa perceber no dia a dia algumas melhoras, sabe que as coisas ainda não andam muito bem. Os desafios “Nós estamos numa fase importante, onde boa parte do caminho já foi percorrido. Já consolidamos o Estado de Direito, a democracia de massas, temos eleições seguras e legítimas, já conseguimos universalizar a saúde básica, educação básica, a previdência. Temos também uma rede de proteção social bastante disseminada e a economia do país vem crescendo”, destaca Alcides Leite, professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios. Por outro lado, “o Brasil precisa capacitar melhor sua mão de obra, melhorar a educação e investir mais em infraestrutura, ponto em que somos muito atrasados”, afirma. Capacitação da população Nos últimos anos, o Brasil avançou bastante no ensino técnico e superior. Segundo o Ministério da Educação (MEC), foram criadas, de 2005 a 2010, 141 novas escolas técnicas federais no país. Já o número de jovens nas universidades, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dobrou nos últimos dez anos. Mesmo assim, há no Brasil um déficit educacional gigantesco. O índice de pessoas com nível superior ainda é de apenas 13%, muito abaixo, até mesmo, de outros países da América Latina, como o Chile, cujo índice é de 52%. Setor produtivo A produção, nesse momento, é o que menos preocupa. Entre-
tanto, para o futuro, alguns economistas temem uma inversão do processo de industrialização em nosso país. Ou seja, em vez de avançar no sentido de desenvolver produtos com tecnologias mais complexas, voltar a ser um simples exportador de matérias -primas, mais ou menos como no tempo da cana de açúcar. O motivo? Entre outras coisas, a perda da competitividade dos produtos nacionais diante dos importados, como aqueles chineses que - confesse - um dia você já comprou. “Pelo porte que tem, pela liderança regional, o Brasil não pode se tornar apenas exportador de commodities. Nós precisamos ter uma base industrial forte. E, para isso, é preciso enfrentar o problema da valorização cambial e a taxa de juros, o grande entrave para que possamos melhorar a atividade cambial”, afirma Alcides Leite. O professor da Trevisan ressalta ainda que vamos precisar reduzir o chamado ‘Custo Brasil’. “Nós temos um sistema tributário oneroso. Precisamos reduzir a burocracia e investir em infraestrutura, para baratear o custo da logística. O Brasil não pode abrir mão de ter uma indústria forte”, defende, embora encontre resistência na opinião de Armando Castelar, coordenador da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas, para quem é possível sermos uma economia grande e desenvolvida, mesmo que sejamos dependentes da exportação de commodities. “A Suécia e a Finlândia se desenvolveram assim. A Austrália é um país rico e se desenvolveu assim”, explica. Transportes Já com relação à infraestrutura, a questão do transporte é uma das mais graves. Segundo dados da CNT (Confederação Nacional do Transporte), em 2009, de quase 90 mil quilômetros de estradas avaliadas, 24% foram considerados ruins ou péssimos. Essas atuais condições
O Brasil precisa capacitar melhor sua mão de obra, melhorar a educação e investir mais em educação, ponto em que somos muito atrasados 23
economia futuro do brasil
dificultam bastante o transporte rodoviário de cargas (o mais utilizado no país), que é, em média, 28% mais caro do que seria caso as estradas estivessem nas condições ideais, de acordo com o Ipea. O transporte ferroviário, estratégico para o escoamento da produção nas grandes economias, é praticamente inexistente no Brasil. Os poucos trilhos em atividade no país atualmente, em sua maioria, são operados de modo particular por empresas como a Vale e a MMX para transportar seus produtos. Algumas obras em andamento atualmente nesse setor, como a ferrovia Norte-Sul e a Transnordestina, devem ajudar a suprir boa parte da demanda, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, onde o transporte rodoviário de cargas é mais caro. Habitação e Saneamento Há também um considerável déficit em outros quesitos, como habitação e saneamento. Com o programa “Minha Casa, Minha Vida”, o governo pretende fornecer subsídios de modo que sejam garantidos 3 milhões de novas moradias. Entretanto, o déficit habitacional do país, de acordo com o Ipea, até 2009, era de 7,9 milhões de lares. Em relação ao saneamento, podemos nos orgulhar de termos batido, em 2007, antecipadamente, a meta da ONU relativa à distribuição de água em áreas urbanas, estipulada para 2015. De acordo com o Ipea, 91,3% da população das cidades brasileiras possui água encanada em casa. No meio rural, entretanto, a água de rede geral está disponível para menos de 28% dos moradores. Algumas soluções Segundo Renaut Michel, economista do Ipea, cinco elementos básicos são indispensáveis para que o Brasil atinja um nível de desenvolvimento pleno: crescimento, para gerar emprego; políticas sociais 24
inclusivas; investimentos em infraestrutura; melhoria da saúde e mais investimentos em educação. Já Armando Castellar acrescenta a necessidade do que ele chama de “amadurecimento institucional”, que engloba estabilidade jurídica, controle da corrupção e melhoria da gestão pública. “O Brasil ainda tem deficiências claras nessa questão e vai ter que evoluir”, afirma. A “capitalização” da previdência social é outro fator importante a ser considerado, já que muito se especula sobre uma falência desse setor no futuro. Para resolver o problema e evitar um grande estrago mais adiante, segundo os especialistas, é preciso atuar em várias frentes. “Em primeiro lugar, temos que melhorar a formalização da mão de obra. Ao passo que cresce a formalização, cresce a arrecadação da previdência”, destaca Alcides Leite. Já Renaut Michel acredita que existe, nesse ponto, uma variável demográfica, que é o fato de nos próximos anos a população economicamente ativa estar maior que a inativa. Por outro lado, ele cita o próprio desenvolvimento econômico como uma forma natural de suprir as demandas previdenciárias do país.
% 294 0 de quase
Km
.000
de estradas brasileiras condições s a im s s é p m e estão
Sim, vamos. Mas, como? Enfim, estamos nos desenvolvendo e, quanto a isso, não há economista que discorde. Mas ainda há muito por fazer. No caminho entre o Brasil de hoje e o do futuro (que, com a licença do nobre primeiro-ministro espanhol, ainda não chegou totalmente), existem importantes desafios a serem superados, como em um jogo de tabuleiro, daqueles em que jogamos os dados e vemos até onde (e de que forma) podemos seguir. No nosso caso, a diferença é que, em vez de sorte, precisamos de competência para a tomada de decisões corretas e a execução eficiente das ações responsáveis por definir se vamos perseguir o futuro numa Mercedez-Benz ou continuaremos nos locomovendo de charrete.
O Brasil tem tudo para, nos próximos 20 anos, alcançar um estágio avançado de desenvolvimento econômico
7,9
milhões
era o déficit habitacional do país até 2009
artigo empreendedorismo
O segredo do Vale do Silício
Quando andamos pelo Brasil, sempre observamos a manifestação do empreendedorismo em suas mais variadas formas Por Ludmilla Figueiredo*
É
bonito ir para Salvador e ver que na terra do sossego tem gente a mil por hora querendo iniciar três negócios ao mesmo tempo. O mesmo também acontece em Aracaju, com jovens empresários de terno, gravata, que vão para as ruas às 7h com vários compromissos, empreendimentos e causas sociais, mesmo debaixo de um mega sol. Grandes centros de negócios, como São Paulo e Rio de Janeiro, reúnem diversas incubadoras, espaços de co-working e todo o tipo de iniciativas paralelas para fazer o empreendedorismo acontecer. Tudo bem, em meio a tudo isso rola muita politicagem, muito ego e muita grana pouco dividida. Isso não impede o ambiente empreendedor de prosperar, mas é algo que precisa ser mudado. Por essas e outras, foi incrível visitar um local como o Vale do Silício, no qual tudo parece conspirar a favor do surgimento de boas ideias
e, mais importante, a viabilização das mesmas. Não temos a pretensão de mudar o país inteiro e tentar reproduzir o Vale aqui no Brasil (ah, tá bom vai, eu pessoalmente, tenho essa pretensão). Mas a curiosidade em entender o que faz muitas empresas serem bem-sucedidas por lá é saudável. E quem sabe, plantar uma nova sementinha aqui no Brasil? O segredo do Vale do Silício mesmo não existe. O que existe é uma forma inspiradora de se levar a vida e os negócios. Veja alguns pontos:
1
A cultura de se empreender é forte:
parece que todo mundo está numa startup!
aceitação do 2Afracasso:
Eles encaram empreendedores que faliram como grandes heróis que dão a volta por cima, valorizando sua experiência para não repetir os mesmos erros.
A rede de 3 investidores bem estruturada:
Você encontra claramente onde estão os investidores, materiais para avaliar empresas… Fica uma lição de preparo para o nosso mercado, de virar a página do jeitinho brasileiro. Precisamos de um cenário com mais evangelizadores, em uma rede estruturada.
A mentalidade 4 de se compartilhar
idéias e assuntos diversos:
As diferenças culturais estão diminuindo e os líderes globais descobriram que as barreiras culturais e linguísticas não são tão grandes assim. No fundo, somos mais parecidos do que imaginávamos e todos queremos fazer negócios. Por isso, afirmo que o futuro do mundo não está nas mãos de políticos ou religiosos, mas de quem lidera empresas.
Cultura 5 do change the world
Isso também está na cabeça dos investidores, que se preocupam em botar grana em negócios de grandes transformações, preferencialmente globais. É um discurso que sai da categoria “bonitinho” e vai para categoria “mão na massa que isso é sério”. Obviamente, nem todas vão de fato mudar o mundo como Google, Twitter e Facebook, mas isso alimenta o dia-a-dia delas e faz com que alcancem voos mais altos.
do 6Cultura give back
Rola uma característica de retribuição muito forte. Buscam devolver pra sociedade apoio, contatos, ideias, experiência, conhecimento. Isso impulsiona o desenvolvimento e dá suporte para quem vai continuar o desenvolvimento dos negócios por lá.
7acesso
Altos executivos, investidores, empreendedores bemsucedidos ou quem está começando uma startup, ouvem as mais diversas pessoas, dos mais diversos níveis para se atualizar, conhecer novas tecnologias e serviços e ‘ver o que essa molecada anda aprontando’.
Tanto nos EUA quanto no Brasil existem altíssimas taxas a se pagar para se abrir uma empresa. E são várias. A diferença é que lá utiliza-se bem a arrecadação. A Dilma prometeu um Ministério do Empreendedorismo. Ótimo momento para batermos nesta questão com ela. Precisamos desenvolver investimentos internos e colocar o Brasil no mapa para mostrar aos investidores que temos os negócios que bombam e o futuro promissor que estamos construindo. A pretensão de mudar o Brasil a gente tem e empreender faz bem pra todo mundo!
*Ludmilla Figueiredo é responsável pela Semana Global do Empreendedorismo na Endeavor e conheceu recentemente o Vale do Silício.
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infogrรกfico maslow: teoria na prรกtica
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MARKETING TEORIAS
Você já deve ter escutado dezenas de denominações de marketing. Inclusive, muito se fala que vivemos uma revolução na área, mas será que essas transformações não são apenas repaginadas de algo que já vem sendo dito há décadas? por Fábio Bandeira de Mello
Marketing: novos conceitos
e as mesmas conversas
P
ense rápido... O que é mais importante em uma estratégia de marketing para uma empresa? Muito provavelmente você tenha dito os lucros, ou fidelizar clientes, talvez tenha pensado nos tradicionais 4Ps (Praça, Preço, Promoção e Produto), ou até mesmo em ser reconhecido pelos consumidores. Caso ainda não tenha reparado, todas essas opções citadas acima são fundamentais e visadas em qualquer estratégia de marketing há décadas. O verdadeiro sucesso dessas ações está, justamente, em aliar o máximo delas para satisfazer as necessidades dos consumidores. Só que a capacidade dos profissionais de marketing para inventar palavras novas para descrever antigos conceitos é crescente. A prova está na seção de livros de negócios encontrada em qualquer grande livraria. Marketing one to one, de relacionamento, viral, boca-a-boca, direto, de permissão, pessoal, Cauda Longa, 1.0, 2.0, 3.0, de guerrilha e, sem dúvida, essa lista não para por aqui. Essas variações costumam aparecer em livros internacionais, escritos por uma infinidade de novos gurus, mas que, devidamente estudados, são muitas vezes repetições sobre o mesmo tema. 28
Para a professora de Marketing Nelci Moreira, da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), um exemplo desta constatação está nas escolas de marketing norte-americanas. “Um professor da Harvard Business School, obrigado a ter publicações acadêmicas para preencher sua cota, solicita como tarefa a seus alunos que visitem uma determinada empresa para elaborar um case. Posteriormente, publica um artigo sobre o assunto. Por aqui, professores passam a escrever novos artigos com base nos publicados por Harvard, gerando aulas, citações dos cases e logo alguém na mídia se utiliza desses jargões. Daí, para fazer parte de novos livros fica faltando pouco. Rapidamente estas ideias se misturam e são geradas novas, prejudicando, inclusive a nossa publicação cien-
tífica, que fica repleta de pseudo -pesquisas”, assegura Nelci. Aula na mercearia O marketing de relacionamento é um desses exemplos que vêm sendo apontados como a atual tendência do mercado. Mas essa está longe de ser uma prática
Reclamações e virais sempre existiram O radialista Eduardo Carvalho tinha 17 anos quando comprou sua primeira câmera fotográfica. A aquisição, porém, não foi uma de suas melhores experiências. Menos de um mês depois da compra, o aparelho parou de funcionar. Consequência disso foi ele comentar com seus amigos a contra-indicação daquela marca. Esses contatos se espalharam para outras pessoas, o que fez possíveis compradores desistirem do produto. O detalhe desse fato tão corriqueiro é que aconteceu no final da década de 70. Muitas teorias de marketing recentes apontam que os consumidores de hoje são mais exigentes e, agora, fazem questão de falar isso em sites de relacionamento. Mas a questão é que as pessoas sempre reclamaram ou recomendaram produtos e serviços através dos tempos. “O boca a boca é a mais velha mídia do mundo. Apenas as redes sociais, ligadas na internet com conectividade, amplificaram e facilitaram o fenômeno desse relacionamento interpessoal”, indica Renato Marchetti, professor do programa de doutorado em Administração da PUC-PR. Para ele, as novas plataformas originadas na convergência tecnoNão faltam lógica permitiram ampliar a teorias no marketing quedimensão de velhos costumes.
o consumidor não compra um produto apenas pela razão, mas pelo bom atendimento, atenção e, principalmente, por alcançar seu lado emocional”. Dessa forma, grandes organizações estão aprendendo que atender como a mercearia do Seu Franciso pode fazer toda diferença.
A busca em atender a necessidade do consumidor sempre foi algo imperativo ao marketing. Não há nada de novo nisso
rendo reinventar a roda
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realmente inovadora, muito pelo contrário, ela é tão antiga quanto o próprio comércio. Um exemplo disso é a mercearia do Seu Francisco, em Abaeté, no interior de Minas Gerais, que já está há três gerações com a família. Francisco nunca teve problema com freguesia, sabia o nome de todos os clientes e sempre que conseguia, batia um “dedinho de prosa” ou tomava um cafezinho com os frequentadores. Para os moradores próximos, a mercearia tornou-se essencial e, apesar de não ter a grande variedade de produtos e promoções dos supermercados, as compras do mês eram sempre feitas ali. “A busca em atender a necessidade do consumidor sempre foi algo imperativo ao marketing. Não há nada de novo nisso. Quem atendesse melhor a necessidade dos consumidores teria mais clientes fiéis”, explica o professor de Marketing da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Nicolau André. De acordo com ele, “a grande diferença, no entanto, é que cada vez mais empresas estão entendendo que
A inovadora Cauda Longa do século 19 Imagine a possibilidade de comercializar milhares de produtos sem os clientes precisarem sair de casa. Ali teriam desde as mercadorias mais procuradas e desejadas, até aquelas que dificilmente estariam numa loja tradicional pela pouca demanda. A grande variedade de produtos e a não necessidade de vendedores em uma loja física
se tornariam os impulsionadores desse comércio. Não, não estamos falando do e-commerce e nem da badalada Teoria da Cauda Longa, que relaciona essa linha de negócios com a internet. Trata-se de um catálogo que fez muito sucesso ainda no final do século 19. “No catálogo da Sears (Wish Book) havia cerca de 200 mil itens com descrições e mais de seis mil ilustrações. Era um tipo de compra postal que barateava o produto em mais de 50%, levando em consideração os custos de expedição”, declara Nelci Moreira, da UNISUL. Para a professora, a essência do modelo de comércio da Sears comparada à Amazon de hoje, por exemplo, é a mesma. “A grande mudança foi as novas plataformas, que substituíram o catálogo, primeiro pelo computador com a internet e, agora, com celular e tablets.” Nem Kotler escapa Outra teoria que está sendo bastante comentada são os argumentos expostos no Marketing 3.0 de Philip Kotler, considerado uma das maiores autoridades mundiais do marketing. Ela vem influenciando a forma de as empresas se comportarem diante do consumidor. Mas, até o próprio 3.0 não se trata realmente de um novo formato do marketing, apontam estudiosos da área. Alice Barreto, pesquisadora do CNPq, acredita que Philip Kotler traz novos rótulos para antigas teorias. “Ele tem um papel relevante para estudantes em nível de graduação e gestores pelo acesso a um livro mais didático, com denominações mais entendíveis. No entanto, não se pode caracterizar de fato como evolução da área, em um contexto amplo de desenvolvimento de novos conceitos e teorias”, salienta Alice. “Inclusive, o próprio Kotler já trabalhou essas definições de marketing social e marketing para sociedade em um livro da década de 70”, complementa. 29
MARKETING TEORIAS
A professora Nelci Moreira vai mais longe. Para ela, a questão é que Philip Kotler é um excelente produtor de manuais e transformar isso em novos jargões para o marketing foi uma forma de ganhar notoriedade. “Vamos esperar pelo Marketing 4.0 que será exigido pela aplicação da nanotecnologia e pelo marketing 5.0, uma possível exigência de mudanças radicais ocasionadas pela troca de ciências como suporte de velhos produtos”, cogita. Velhas ideias e novas inspirações Professores da área são quase unânimes: tantas terminologias para rebatizar velhas ideias com cases mais atualizados são importantes para que novos interessados no assunto reinventem e adaptem ações de marketing. “Muitos livros recentes trazem uma leitura atualizada do que está acontecendo. Isso facilita entender as ações atuais e ajuda a criar novos programas e abordagens”, indica o professor Nicolau André, da FGV. Para o professor Renato Marchetti, “o livro é um meio para difusão de conhecimento e as editoras sobrevivem de sua venda. Portanto, não há nenhum pecado nisto. Essas propostas representam fontes de inspiração. O importante é não se perder no meio de tantas ideias e novas perspectivas. O foco principal do marketing é o cliente, independente de como o chamamos”. Nesse sentido, nota-se que, apesar de tanto gurus e escritores do marketing
atual não terem descoberto a pólvora, conseguiram deixá-la numa embalagem bem mais bonita. Isso é ruim? Claro que não! Empreendedores, estudantes e professores agradecem. Então, o que há de novo? O cenário corporativo precisa estar preparado. Por isso, as ações das empresas estão constantemente se adaptando para atender a nova era digital, as múltiplas plataformas e os recentes desejos e necessidades das pessoas. A sustentabilidade empurra as questões climáticas. A globalização dos mercados e a tecnologia acentuam a necessidade de uma revisão do marketing tradicional. Fala-se hoje em consumo consciente e discute-se com maior profundidade as questões do descarte de produtos, energia limpa e a presença de uma legislação cada vez mais rigorosa e atuante sobre os desvios da conduta ambiental. De acordo com o professor Renato Marchetti, todas essas variáveis compõem o novo ambiente de marketing. “As empresas deverão se adaptar a este novo cenário como se adaptaram a outras rupturas do passado, como os processos de produção e distribuição em massa no inicio do século 20, a revolução nos meios de transporte e da comunicação.” Nesse sentido, apesar de poucas mudanças drásticas na essência do marketing, tudo se tornou mais intenso, veloz e responsável. O resultado disso? Simples. Olhar para o passado nunca se mostrou tão importante e relevante para a construção das ações do presente e futuro do marketing.
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apesar de tanto gurus e escritores do marketing atual não terem descoberto a pólvora, conseguiram deixá-la numa embalagem bem mais bonita
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artigo do leitor membro do portal
Amor no trabalho
Quando o cupido invade o ambiente corporativo, todo cuidado é pouco. Saiba o que fazer para não comprometer o relacionamento e o seu trabalho Por Jerônimo Mendes*
- Embora o amor seja inevitável, algumas coisas devem ser evitadas, pois não se deve esquecer que o ambiente de trabalho é, acima de tudo, o local onde se ganha o pão e, como diz o velho ditado, onde se ganha o pão... Nem é preciso dizer o resto. - Manter o relacionamento sem abrir o jogo, ainda que consiga resistir algum tempo, é arriscado e desnecessário. Se o compromisso é sério, não há razão para esconder, tampouco para colocar o emprego em risco. Uma conversa aberta com o superior imediato, a princípio, tende a amenizar a questão. - Se a política for clara, não há muito que discutir. Basta seguir a regra e decidir quem vai abrir mão do cargo ou do emprego em benefício do relacionamento. Em último caso, tente negociar a transferência para outra área. - Em casos de subordinação direta, as coisas são ainda mais delicadas. Por mais profissional que alguém possa parecer, é praticamente impossível imaginar que, em algum momento, o clima não vai mudar ou que alguém não vai levar o fato em consideração ao primeiro deslize. Portanto, todo cuidado é pouco. Nesse caso, o ideal é a transferência de um dos dois para outra área ou setor a fim de evitar contratempos futuros. Esse artigo pode ser conferido no Portal Administradores através do link www.bit.ly/admamor
Ninguém está livre de se apaixonar e encontrar o par ideal na empresa onde trabalha. Mas, imaginar que isso vai passar em branco será uma grande ilusão. Quando o cupido invade o ambiente corporativo, jogo aberto e bom senso ainda são remédios eficazes para evitar desgastes e constrangimentos desnecessários.
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ós queremos! Para isso, basta ser cadastrado no www.administradores.com.br e publicar artigos com frequência em sua conta no Portal. Os textos mais interessantes serão selecionados e poderão estar aqui... na Revista de Administração que você nÃo esperava
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E
m todas as empresas por onde passei o cupido estava sempre de plantão e, vez ou outra, algum casal era flechado. Eu mesmo fui vítima da flecha há vinte e cinco anos. Portanto, escrevo com conhecimento de causa. Em relação a isso, pouco mudou nas últimas duas décadas. O amor no trabalho, diferente do amor ao trabalho, é uma questão delicada, e não conheço uma empresa sequer que não tenha vivido situação semelhante para administrar. Do ponto de vista antropológico, pode-se dizer que a atração entre duas pessoas faz parte da natureza humana e, por conta disso, fica difícil escolher o ambiente onde o amor deve acontecer. O problema é que a maioria das empresas não sabe o que fazer quando o cupido invade o ambiente de trabalho e, muitas vezes, o relacionamento pessoal acaba confundido com o profissional, tornando as coisas mais difíceis do que elas realmente são. No meu caso, quando eu comecei a ser pressionado por conta do meu relacionamento no trabalho, entrei em consenso com a minha namorada na época, hoje minha atual esposa, e decidimos quebrar um dos nossos vínculos profissionais a fim de preservar o relacionamento. Na época, tivemos um desfecho feliz, por livre e espontânea vontade, mas nem sempre é assim. Muitos casais, independentemente do estágio evolutivo do relacionamento, preferem manter sigilo, ou pelo menos pensam que mantém, e as coisas tomam um rumo muito diferente considerando que nenhum dos dois quer abrir mão do cargo. Embora cada caso mereça uma análise e um tratamento específico, a fórmula genérica não muda, seja qual for o tamanho da empresa. Apesar de não existir consenso entre os estudiosos do assunto, quero compartilhar a experiência levando em conta os casos que testemunhei. Em geral, tomo isso por padrão a ser utilizado em situações semelhantes quando consultado a respeito. Existem coisas para as quais não é necessário criar políticas nem estabelecer código de ética. A transparência é a melhor forma de administrar a situação e gerar credibilidade em relação aos seus propósitos, com base nos seguintes pressupostos:
*Jerônimo Mendes Administrador, palestrante, escritor e apaixonado por empreendedorismo.
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capa liderança
O Código da
Liderança As fórmulas para se tornar um bom líder funcionam? O que dizem os psicólogos e sociólogos? Quais as principais teorias e pesquisas já realizadas? Se você não sabe as respostas, não perca tempo e aprenda mais sobre a arte de liderar Por Michelle Veronese
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E
m novembro, Sir John Robert Madejski trocou o terno e a gravata por uma bata de hospital e encarou uma longa sessão de ressonância magnética na Universidade de Reading, na Inglaterra. Os médicos fizeram uma varredura de seu cérebro. Cada detalhe da massa cinzenta do empresário foi escaneado enquanto ele era convidado a responder perguntas que simulavam decisões de negócios. Em tempo: Madejski é um dos homens mais ricos do mundo e dono de redes de hotéis, restaurantes, revistas e ainda empresta seu nome a um estádio de futebol. E não, ele não está doente. Ele se submeteu aos exames por outra razão: ajudar uma equipe de psicólogos, neurologistas e especialistas em liderança a descobrir quais mecanismos cerebrais diferenciam as pessoas comuns dos grandes líderes. Não é primeira vez que a ciência tenta desvendar os mistérios da liderança. Desde que a palavra líder (do inglês to lead, que significa guiar, conduzir) entrou para o nosso vocabulário, na segunda metade do século 19, neurologistas, psicólogos e sociólogos tentam entender a tal capacidade que algumas pessoas têm de guiar outras, influenciando-as com suas ideias. A liderança seria um talento natural ou resultado de um árduo aprendizado? Como devem agir os líderes? Como as mudanças da sociedade influenciam quem está no comando? Essas são algumas questões que, há tempos, intrigam os pesquisadores... Da teoria à prática As opiniões sobre liderança nunca foram unânimes. Por exemplo, o sociólogo alemão Max Weber afirmava que alguns indivíduos eram dotados de uma personalidade extraordinária, com qualidades incomuns, que os diferenciava dos demais. Eram os chamados líderes carismáticos, donos de uma espécie de conhecimento mágico. Entre eles, Weber destacava os heróis de guerra, profetas e feiticeiros. Já Sigmund Freud avaliou o
papel do líder nas relações humanas. Para o austríaco, esse ocupa o papel do pai, enquanto os liderados são os filhos. Sua grande missão é organizar as vidas em busca de sentido. No século 19, os estudos sobre liderança defendiam que essa era uma qualidade natural e que jamais poderia ser aprendida. Tal linha de pensamento ficou conhecida como a Teoria do Grande Homem e citava os reis e príncipes como exemplos de líderes natos. O dom da liderança, segundo essa visão, era transmitido de geração a geração, por laços de sangue, sendo comum em famílias de aristocratas. Assim, indivíduos com talento para liderar raramente seriam encontrados nas camadas baixas da sociedade. Mais tarde, psicólogos partiram para outra abordagem da liderança. Dedicaram-se a analisar o perfil dos grandes líderes a fim de encontrar características comuns entre eles. Essas pesquisas deram origem às teorias dos Traços de Personalidade, que se empenhavam em listar as características que podem levar alguém a ocupar um posto de comando. Entre as principais, estão tolerância ao estresse, autoconfiança, bom relacionamento interpessoal e capacidade de aprendizado. Com o tempo, a crença de que só existem líderes natos ficou para trás. Ganhou, então, espaço a ideia de que é possível, sim, forjar um líder. Para isso, bastaria observar as atitudes de
quem sabe liderar e aprender com elas. Hoje, não faltam livros, manuais, cursos e treinamentos que tentam ensinar aos candidatos a líder o passo a passo para comandar com sucesso. E cada autor tem uma fórmula. Peter Northouse, em seu livro Leadership: Theory and Practice, explica que, para ter sucesso nesse papel, é preciso aprimorar as capacidades de resolver problemas, de julgamento social e o
Hoje, não faltam livros, manuais, cursos e treinamentos que tentam ensinar aos candidatos a líder o passo a passo para comandar com sucesso conhecimento. “Juntas, essas habilidades formam o coração da liderança efetiva”, diz o autor. Já David Ulrich, professor de Management na Ross School of Business da Universidade de Michigan e autor de “O Código da Liderança” (título designado para essa reportagem),
enumera quatro atitudes que considera fundamentais para os líderes de sucesso: proficiência pessoal (ser capaz de controlar o próprio estresse e de conhecer-se), estratégia (planejar o futuro e compartilhar sua visão com os demais), execução (fazer as mudanças acontecerem), gerenciar talentos (cuidar dos empregados, comunicar-se com eles e orientá-los), desenvolver o capital humano (construir talentos que, no futuro, beneficiem a organização). “Entre 60 a 70 por cento das características que fazem de alguém um líder de sucesso podem ser agrupadas nessas cinco áreas”, diz ele, em entrevista à revista Administradores. O poder das circunstâncias George Kohlrieser, diretor do Programa de Liderança e Comportamento Organizacional no prestigiado IMD (International Institute for Management Development), defende que liderança não é um talento nato e, sim, uma capacidade que pode ser desenvolvida. “Ela costuma ser melhor aprendida durante a infância, a partir de modelos positivos, ou quando o indivíduo tem uma história de vida que incentiva a boa liderança”, afirma o especialista. “Além disso, a necessidade e as circunstâncias também podem contribuir para formar bons líderes”, diz ele. Exemplos de líderes forjados pelo contexto não faltam na literatura e no cinema. Do Rei Arthur a Spartacus, de Robin Hood a Joana D’Arc, as histórias se repetem: o herói que desconhece seu poder é chamado à luta e acaba por liderar multidões. Na vida real, um exemplo clássico
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capa liderança
é o de Franklin Delano Roosevelt, presidente dos Estados Unidos de 1933 a 1945. À frente da Casa Branca, ele encarou nada menos do que a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial. Seus biógrafos e admiradores não cansam de exaltar seu talento para liderança e sua personalidade marcada pela autoconfiança, equilíbrio e companheirismo. Para muitos, as características que fizeram dele um grande líder teriam sido aprimoradas em sua luta contra a poliomielite, doença que contraiu aos 39 anos e que comprometeu sua capacidade de movimento. As circunstâncias adversas, por sinal, são essenciais na hora de avaliar a capacidade de liderança. Quando o imprevisível dá as caras e todos os fatores estão contra o grupo, muita gente se pergunta: como comandar com sabedoria? “Nessas horas, o mais importante é manter uma atitude positiva, procurando por oportunidades à sua volta. Os grandes líderes fazem isso: eles estão incansavelmente buscando meios de aprender com as crises”, explica George Kohlrieser. Segundo ele, nesses momentos, é preciso também inspirar confiança, envolver todos na solução do problema e não abrir brecha para o desespero. “A pior atitude é se deixar controlar pelo medo e se tornar negativo. Isso impede o aprendizado e pode levar a mal entendidos e à perda de confiança”, afirma. Nas crises ou fora delas, a qualquer tomada de decisão, os líderes correm um risco constante: errar. Mas, calma lá!, não estamos dizendo que não se pode errar. Todos têm o direito de cometer erros. Mas quem está no comando só pode se enganar até certo ponto. “Os grandes erros estão ligados ao descontrole emocional e a atitudes muito radicais. São comuns quando a pessoa observa apenas a crise e o momento, deixando de ter uma visão sistêmica. Por isso, no caso de uma crise, é importante analisar a decisão, onde ela irá impactar e quais oportunidades ela poderá trazer”, explica Artur Diniz, fundador e CEO da Crescimentum e autor do livro “Líder do Futuro - a 34
Os melhores líderes aprendem muito mais com seus erros
transformação em líder coach.” E, se mesmo assim um erro for cometido, vale colocar em prática o que diz George Kohlrieser: “os melhores líderes aprendem muito mais com seus erros do que com seus acertos, desde, é claro, que os erros não se repitam e que a pessoa realmente aprenda a lição.”
O fator humano Educação, personalidade, circunstâncias, crises, erros e acertos. Tudo isso conta na formação de um líder. Mas, talvez, nenhum fator seja tão importante quanto as relações humanas. Afinal, o modo de se relacionar com os liderados pode ser determinante para o sucesso ou não de uma liderança. Nesse quesito, o primeiro alerta dos especialistas é ficar atento às mudanças que marcaram a sociedade e, assim, evitar seguir modelos de liderança que estão ultrapassados. “Há mais de
30 anos, quando meu pai liderava a empresa, ele vivia numa sociedade em que o homem mandava e a mulher e os filhos obedeciam. As pessoas eram, por isso, treinadas para obedecer. O líder de sucesso era aquele autoritário, que sabia mandar e nunca era questionado”, conta Artur Diniz. As relações familiares mudaram – mulheres passaram a trabalhar, o homem deixou de ser o chefe da casa e o diálogo começou a ser visto como o melhor caminho para a tomada de decisões. Segundo Artur Diniz, essa transformação da sociedade se refletiu nas organizações, influenciando diretamente a relação entre chefes e subalternos.
“Em casa, as crianças são treinadas a questionar, a argumentar e a não aceitar ordens sem uma razão clara. Isso se refletiu nas relações de trabalho, onde as pessoas já não aceitam mais o líder que manda, grita e exige que todos obedeçam sem abrir espaço para o diálogo”, explica o especialista. Líderes déspotas e autoritários ficaram para trás. Distribuir ordens aos gritos, impor decisões, esconder informações também são atitudes do passado. E não adianta ir contra a maré. Quem sabe, no futuro, os dados coletados pelos pesquisadores da Universidade de Reading confirmem isso e apontem o novo caminho: visão e inspiração diferenciam um grande líder dos demais. “Os grandes líderes têm visão. E ter visão é se preocupar em transformar os indivíduos, o time, a organização e o mundo num lugar melhor. Dessa maneira, eles inspiram os outros a enfrentar o que for necessário para alcançar os objetivos”, afirma George Kohlrieser.
Dois passos para ser um líder melhor
David Ulrich, autor do Código da Liderança e considerado uma das maiores autoridades mundiais em gestão de recursos humanos, dá mais dois conselhos para quem está na invejada e desafiadora posição de comando.
Pense...
“Os líderes raramente pensam sobre liderança e não desenvolvem seu próprio ponto de vista sobre o assunto. É preciso se perguntar: que valores você quer enfatizar, que potenciais você tem a oferecer, que experiências o levaram a esta posição e, o mais importante, como você está criando valor para outras pessoas. Sem esse último item, não se pode ser um líder de sucesso.”
… e se comunique
“Para uma mudança dar certo, o segredo está na comunicação. Um líder não pode esperar ser seguido sem comunicar às pessoas os seus planos e qual papel delas nas mudanças que estão a caminho. E um detalhe: a mensagem deve ser repetida de cinco a seis vezes, pelo menos, para que seja realmente absorvida.”`
Desenvolva ainda mais sua capacidade de liderança
Algumas características de líderes são indispensáveis para qualquer profissional. Por isso, leia, estude, faça cursos e mantenha-se atualizado. Veja algumas sugestões que separamos para você...`
+ assista:
Faça uma autoavaliação
No time de futebol, no grupo de amigos, na família, no lazer... Em qualquer grupo há espaço para líderes. Segundo David Urlrich, quem está no comando deveria fazer um simples exercício diário para avaliar como tem se saído. “Separe dez minutos do seu dia e pergunte a si mesmo: Você tem consciência de quem está liderando e de como suas ações afetam essas pessoas? Você está se tornando um líder melhor com o tempo? Está cumprindo os planos que traçou?”, aconselha o especialista.
Aprenda a reconhecer um ditador
Cada líder tem um estilo próprio, mas, dependendo da maneira como age no dia a dia, pode ser classificado como democrata, burocrata ou ditador. Chefes abertos ao
O Gladiador (2000): “O que fazemos em vida ecoa pela eternidade.” A passagem em que o General Maximus conversa com seus soldados minutos antes de uma batalha é memorável. O filme é repleto de lições de liderança. Somos Marshall (2006): Um treinador tem a missão de reconstruir um time e resgatar sua autoestima, depois de um trágico acidente de avião que matou praticamente toda a equipe de futebol da universidade.
+ Leia:
“De Líder para Líder”, de Frances Hesselbein e Paul Cohen: revela a importância da liderança, da organização e da comunidade para o desenvolvimento da sociedade. “Empresas Feitas para Vencer”, de Jim Collins: entenda os cinco níveis da liderança.
+ Faça:
Curso de oratória – A capacidade de se comunicar com os outros pode fazer a diferença. Pratique um esporte coletivo – Vôlei, futebol, basquete, seja qual você preferir, a atividade esportiva em grupo pode ajudar em diversos aspectos sobre liderança.
diálogo e que costumam ouvir o que os funcionários têm a dizer fazem parte do primeiro grupo. Já aqueles que seguem ao pé da letra uma metodologia estão mais próximos dos burocratas. Os ditadores, por sua vez, são inconfundíveis. Eles se recusam a ouvir os demais, não aceitam erros e não admitem que suas decisões sejam questionadas.
Os reis da escola
Em 1998, uma pesquisa americana com 160 estudantes identificou alguns traços comuns na personalidade daqueles que se tornavam líderes. Os jovens mais dominantes, confiantes na própria capacidade e inteligentes eram frequentemente identificados como líderes por seus colegas. Esses traços, segundo os pesquisadores, não garantem que um jovem irá se tornar um líder, mas indicam uma forte possibilidade de isso ocorrer.
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Procuram-se líderes
desesperadamente! A liderança é realmente essencial para o futuro de uma organização, mas a procura por líderes não pode se tornar uma obsessão
É
Por Leandro Vieira
o fim. Dia desses, recebi um e-mail sobre uma vaga aberta em uma grande empresa nacional para o pomposo cargo de “Líder do Almoxarifado”. Desde os mais remotos tempos, a humanidade deposita na figura do líder a solução para os seus anseios, cultivamos uma falsa sensação de conforto e segurança porque temos um líder a nos guiar. Nas organizações, repete-se o mesmo comportamento: precisamos de líderes, líderes, líderes! Sem líderes não chegaremos a lugar algum. Contratam-se líderes! Procuram-se líderes desesperadamente! Recentemente, o pessoal do Think Global bateu um papo comigo sobre o caso do Administradores. com.br. Uma das perguntas era justamente sobre quais seriam as tendências mais significativas na formação de um bom administrador. Sei que muitos amigos e colegas professores diriam, sem relutância, que a principal tendência se apoia na necessidade de desenvolvermos líderes. Sugeri na resposta: imagine um departamento com 30 líderes. Seria um ambiente realmente insuportável e, certamente, essa organização hipotética caminharia em várias direções, sem chegar a lugar algum. A bronca, meus amigos, é que os recrutadores estão tão obcecados atrás de líderes que até o sujeito do almoxarifado tem que ser um exemplo de liderança - e se for um líder-servidor inspirado por monges beneditinos, melhor ainda! Isso tem criado um enorme senso de urgência entre os profissionais. Todo mundo quer ser líder, o Moisés organizacional
capaz de abrir o mar vermelho dos mercados. Não vou entrar no mérito da velha discussão “líder nasce ou se torna líder?”. Liderança se aprende? Lógico! Tudo se aprende. Futebol se aprende, violão se aprende, cantar se aprende. A grande questão é: você tem alguma inclinação para alguma dessas atividades? Em caso afirmativo, vá em frente. Se você tem um ponto forte, o mais inteligente a fazer é investir em cima dele como um louco. Você, com certeza, será um dos melhores. Agora, sinceramente, se você identificar que não tem o menor talento para uma determinada atividade, reflita: realmente vale a pena concentrar todos os seus esforços para tentar diminuir um ponto fraco? Como falei na entrevista do Think Global, existem excelentes profissionais que não têm a menor vocação para liderar alguém. Existem aqueles que, sequer, sabem trabalhar em equipe, e que preferem
imagine um departamento com 30 líderes
trabalhar no seu canto, asilados em seu universo particular, exatamente naquele lugar do espaço de onde conseguem extrair os resultados mais fantásticos. O gestor míope que só consegue enxergar importância nos líderes corre o risco de deixar escapar talentos brilhantes e singulares. Minha dica aos gestores? Procurem talentos desesperadamente. Vão à caça de pessoas que possam, de verdade, fazer a diferença em suas organizações - sejam elas líderes, ou não.
Você deve estar pensando: “Legal essa matéria sobre liderança, mas o que o Leonardo Da Vinci tem a ver com isso?”. Primeiro, a gente pegou uma carona descarada no livro O Código Da Vinci para bolar o título da matéria. Depois de muitas reuniões sobre as ilustrações, chegamos à conclusão que não valeria a pena recorrer às metáforas visuais comuns e batidas sobre liderança, que mostram um sujeito seguido por muitos. Optamos por utilizar a obra do gênio renascentista como pano de fundo dessa matéria por estar de acordo com o próprio artista quando ele diz “ a arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível”. 36
O QUANTO VOCÊ É VISTO COMO LÍDER? Na medida em que o indivíduo busca uma posição de liderança, precisará trabalhar aspectos comportamentais de si mesmo. O entendimento de como ele é visto no grupo profissional pode ser de grande ajuda nessa caminhada. Por isso, faça o teste e veja como é reconhecido pelo seu grupo. Só não esqueça, O questionário exige respostas honestas e críticas. Portanto, é preciso marcar as opções que mais se aproximam da realidade, somar os pontos e conferir o resultado.
1 – Quando você está andando com um grupo de três ou mais pessoas na rua, o quanto você fica no meio do grupo e dá o ritmo da caminhada? A – Sempre ando ao centro e as pessoas normalmente caminham à minha volta, conversando. Usualmente eu dou a tônica do assunto e o pessoal me segue. B – Às vezes ando ao centro do grupo, outras vezes não. Não consigo qualificar melhor que isso. C – Não costumo ser o centro das atenções em situações como essa.
2 – Em um grupo de pessoas iguais a você (hierarquia ou grupo social), quando você fala, o quanto as pessoas param para ouvi-lo?
A – Sempre. Normalmente eu sou a referência do grupo em qualquer assunto. B – Tenho que pedir a palavra às vezes com alguma veemência, mas uma vez capturada a atenção, sou ouvido cuidadosamente. C – O grupo é disperso e difícil de manter a atenção focada em mim.
3 – E em grupos de subordinados?
A – Praticamente não sou interrompido. B – Sou interrompido para discussões às vezes. C – É difícil falar para o grupo, sou interrompido a toda hora.
6 – Com que frequência você é consultado em assuntos profissionais em relação a outras pessoas do mesmo nível?
A – Frequentemente e em várias esferas de assuntos. O pessoal parece confiar mais em mim do que no resto dos chefes para muitos assuntos. B – Regularmente, tanto quanto os outros chefes. C – Pouco. Alguns dos outros chefes são muito mais procurados do que eu.
4 – Nesse mesmo grupo, quando você está falando, o quanto você é interrompido, em relação aos outros participantes? A – Praticamente não sou interrompido. Sou o único do grupo nessa condição. B – Sou interrompido tanto quanto os outros, até onde posso perceber. C – É difícil falar para o grupo, sou um dos mais interrompidos.
5 – Em termos de gerência ou chefia, como você acha que é visto?
A – Como um líder natural, forte, responsável e com autoridade. B – Como um gerente com autoridade delegada e com alguma liderança natural. C – Como um chefe. Eu mando, eles obedecem e é tudo.
Atenção: Não se deixe abater se o resultado não o agradou. Considere isso um feedback precioso de você para você mesmo. Analise os resultados, pondere e inclua tudo isso em seu plano de desenvolvimento.
7 – Em grupos profissionais, o quanto você é convidado para partilhar o horário de almoço com os colegas? A – Frequentemente, parecem procurar minha companhia. B – Mais ou menos. Partilhamos o horário quando nos encontramos, é meio ao acaso. C – Raramente me chamam.
Agora conte os pontos: 5 pontos para cada letra A 3 pontos para cada letra B 1 ponto para cada letra C.
Atingindo os 35 pontos:
Todos os indicadores são de que você é visto como o líder do grupo que usou como referência. Há sinais claros de que você já exerce alguma liderança natural sobre as pessoas do grupo que usou como referência, mesmo que você não se dê conta disso.
Entre 33 e 30 pontos:
Entre 29 e 23 pontos:
Na maioria dos momentos, você é percebido como exercendo uma espécie de liderança frequente, mas circunstancial. A liderança circunstancial ocorre, mas em escala bem mais simples. Você não se destaca no grupo.
Entre 22 e 17 pontos: Entre 16 e 10 pontos:
Raramente você faz sua voz ser ouvida no grupo. É algo a ser avaliado. Pergunte-se o quanto você gosta de pertencer a esse grupo e o quanto a situação lhe é confortável. As pessoas mal percebem que você faz parte do grupo. Você não participa, não expressa sua opinião e quando o faz, provavelmente ninguém presta muita atenção. Como no item anterior, pergunte-se o quanto essa rotina lhe é confortável ou não.
Menos que 10 pontos:
*Teste elaborado pela Thomas Brasil (observação: este não é um teste científico, apenas um exercício de percepção para ajudá-lo a entender a imagem que as pessoas têm de você)
QUIZ
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TECH TABLET
O
futuro, de fato, é imprevisível. Quem diria, dez anos atrás, que o computador seria portátil, do tamanho de um livro, com uma tela sensível ao toque? Com as mesmas funcionalidades de um computador pessoal de escritório, mas com a vantagem de ser moderno, dinâmico, ágil, equipado com tecnologia de ponta, como internet wi-fi, e capaz de atribuir ao seu dono, por que não, um certo status social? A ficção científica foi apresentada à realidade e já tem potencial para fazer parte do cotidiano de toda uma geração.
EU QUERO UM! Os tablets começaram a se tornar uma febre em 27 de janeiro de 2010, no palco do Yerba Buena Center (San Francisco-EUA), quando Steve Jobs, à frente de uma multidão de espectadores, visado pelas lentes de todo o mundo, apresentou o iPad, que entrou no mercado em abril do mesmo ano. Meses após o lançamento do polêmico tablet, outros fabricantes continuam a explorar o formato, competindo para ver quem melhor consegue dobrar o computador às necessidades e anseios do usuário aproveitando as brechas deixadas pelo rival. A grande sacada dos tablets é a convergência das mídias. Apesar de ser geralmente considerado como um equipamento alternativo, com utilidades distintas das de um computador, notebook ou e-reader, a ambição dos tablets é se tornar um all -in-one, onde o usuário pode ler jornais e livros, assistir TV, utilizar a internet, jogar videogame, dentre outras atividades. IPAD VS OUTROS Ao todo, existem mais de dez diferentes tipos de tablets no mercado, sendo que, atualmente, o iPad detém aproximadamente 95% do mercado. Mas, segundo Marcelo Castelo, diretor de Mobilidade e Plataformas Emergentes
Leitor digital e tablet são a mesma coisa?
Playbook da RIM
Galaxy da Samsung
Durante a cruzada para convergir as mídias, o formato tablet encontrou uma Jerusalém fortificada: os e-readers. Com uma década de diferença, os leitores digitais, que têm no Kindle, da Amazon, o seu principal baluarte, além de serem exclusivamente voltados para a leitura de livros e jornais, utilizam a tecnologia e-ink, ou tinta eletrônica, no display. Apesar de parecerem ultrapassados pela ausência de cores, os leitores digitais proporcionam praticidade e conforto na leitura, justamente por conta da tinta eletrônica, ao contrário das luzes fatigantes emitidas pelo LED e LCD dos tablets. A diferença de custo também é relevante: no Brasil, o Alfa, e-reader da Positivo, pode ser encontrado por R$ 800, enquanto os tablets são vendidos por não menos do que o dobro, levando em conta o plano oferecido pela operadora. Marcelo Castelo explica que há diferenças entre os públicos consumidores dos leitores digitais e dos tablets. “O público do e-reader procura maior facilidade na organização, leitura e compra de livros digitais enquanto os proprietários de tablets desejam algo mais, como possibilidade de navegação na web, aplicativos de produtividade e telas coloridas”, afirma. Essa batalha, no entanto, deve ser mesmo vencida pelos novatos no mercado. Castelo acredita que as funcionalidades da leitura digital devem ser absorvidas pelo formato tablet, com o adendo do futuro decréscimo dos preços e melhoria gradativa dos produtos e serviços. “Um exemplo disso é o aplicativo ‘Kindle’, que dá as mesmas funções do device [dispositivo] da Amazon para o iPad”, destaca o especialista.
Em uma década, o computador foi reduzido a uma tela multimídia, transformando o que antes parecia ficção científica em realidade bem presente
O amanhã na palma da mão por Eber Freitas
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da agência F.biz, três rivais de peso pretendem tirar o sossego da Apple: o Playbook, da RIM (mesmo fabricante do smartphone BlackBerry), o Slate, da HP, e o Galaxy Tab, da Samsung. Os inimigos devem centrar fogo nas brechas deixadas pelo aparelho de Steve Jobs, como a ausência de câmera integrada e de suporte ao Adobe Flash, aplicativo utilizado na maioria dos sites e portais. “Devemos lembrar que os tablets que estão sendo lançados hoje não devem concorrer com o atual iPad, e sim
com o próximo, que com certeza trará um grande avanço em termos de hardware”, disse Castelo, referindo-se à nova surpresa da “Maçã”, o iPad2, que deve ser lançado nos primeiros meses de 2011. MUDANÇA DE COMPRAS A Gartner, consultoria especializada em tendências do mercado tecnológico, prevê que os tablets devem abocanhar nos próximos anos boa parte do mercado dos computadores e, inclusive, dos notebooks e netbooks. A projeção para o aumento das vendas dos tradicionais desktops em 2011 caiu de 17,9%
para 14,3%, enquanto os tablets, cujas vendas até agora representam aproximadamente 20 milhões de unidades, devem chegar à casa dos 55 milhões nesse ano. Os netbooks experimentaram picos de venda entre 2008 e 2009, mas também devem sofrer um ‘ba-
que’ na demanda. A consultoria ChangeWave constatou que houve um arrefecimento de 10% nas intenções do consumidor americano em comprar um netbook em relação ao ano anterior. Em novembro de 2009, 24% dos entrevistados pretendiam adquirir o aparelho, contra 14% em 2010. Principal motivo, adivinha... tablets.
iPad da Apple
Slate da HP
Capacidade Tela Autonomia da bateria Sistema Operacional suporte ao flash
iPad
PlayBook
16, 32 ou 64 GB; 256 MB de RAM
16GB ou 32GB; 1 GB de RAM
16GB ou 32GB; 512MB de RAM
32 ou 64 GB com 2GB de RAM
LCD táctil de 7”; 1024 x 600 pixels
7.0” TFT LCD; 1024 x 600 pixels
LCD 8,9”; 1024 x 600 pixels
LED 9,7”; 1024 x 768 pixels 9 a 10 horas
iOS 4.2
Não
Não informado pelo fabricante BlackBerry Tablet OS Sim
Galaxy Tab
7 horas
Android Froyo 2.2
Sim
Slate
5 horas
Windows 7 Sim
Câmeras
Nenhuma
16GB ou 32GB; 1 GB de RAM
16GB ou 32GB; 512MB de RAM
32 ou 64 GB com 2GB de RAM
Conectividade
Wi-Fi, 3G e Bluetooth
Wi-Fi, 3G/4G (ainda indisponível) e Bluetooth
Wi-Fi, 3G e Bluetooth
Wi-Fi, 3G e Bluetooth
Faixa de preço estimada
R$ 1.649,00 a R$ 2.599,00
US$ 500,00 (indisponível no Brasil)
R$ 600,00 a R$ 2.700,00
US$ 799,00 (indisponível no Brasil) 39
em rede twitter
140 caractere tela e uns tr
a mais no bols Consolidado como um meio de comunicação ágil e eficiente, o Twitter tem se mostrado, também, um importante espaço para negócios. Que tal faturar uma graninha tuitando? por Simão Mairins
E
m entrevista ao jornal O Globo, em julho de 2009, o escritor português e Nobel de Literatura José Saramago foi apocalíptico ao falar sobre uma das grandes sensações da internet, o Twitter. “Os tais 140 caracteres refletem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido”, disse. Se Saramago estava certo ou errado, realmente, ainda não temos como saber. Mas uma coisa é certa: na dinâmica cada vez mais acelerada da internet, as longas frases, como as que são comuns em sua obra, estão cada vez mais raras. E, se você - assim como nosso amigo José - acha que isso é, em tudo, negativo, os fatos pedem licença para discordar: nunca se viu antes uma alternativa de comunicação tão democrática e com tamanha capacidade de se difundir em curtíssimos espaços de tempo. “O Twitter é uma ferramenta bem estabelecida, por responder a algumas necessidades desta geração: convergência e velocidade na comunicação”, explica Ricardo Oliveira, consultor e pesquisador do Grupo de Pesquisa em Processos e Linguagens Midiáticas (Gmid), da Universidade Federal da Paraíba. Alguns teóricos têm sugerido, inclusive, que a famosa rede de microblogs marca o início de uma nova fase na web, que eles convencionaram chamar de 3.0, superando a era dos blogs colaborativos e das comunidades virtuais (classificada como 2.0). “O Twitter é um grande roteador de conteúdo. Ele pode ser ótimo para você construir uma reputação em um determinado nicho e se aproximar de formadores de opinião, além de gerar grande tráfego e visibilidade se você souber divulgar seu negócio nele”, afirma Edney Santos, que em 2005 deixou um cargo de gerência para 40
se dedicar integralmente ao Interney.Net, blog que criou para falar sobre tecnologia, e hoje já conta com cerca de 90 mil seguidores no @interney. 140 caracteres de fama Com tanto potencial, o Twitter tem se mostrado um espaço positivo para negócios. E já tem muita gente se dando bem através da ferramenta. No início de 2010, por exemplo, a publicitária Tessália Serighelli recebeu pela rede de microblogs uma mensagem que mudou sua vida. “Acho que eles estavam fazendo seleção pelo Twitter e me mandaram Direct Message (Mensagem Direta) informando que haviam me escolhido”, conta a ex-BBB, sobre como foi selecionada para o popular programa de TV. Na época, Tessália já fazia sucesso na rede com o @twittess, que chamou a atenção dos produtores do Big Brother.
Hoje, o perfil é a base de apoio da publicitária para as oportunidades geradas após os 15 minutos de fama na TV. “As pessoas conseguem me achar facilmente na busca do Google e meu twitter acaba servindo de portfólio. Afinal, todo mundo procura tudo pela internet”, conta. Celebridades anônimas Depois de quatro anos em atividade, o Twitter já tem perfis de referência em praticamente todos os segmentos. Líderes políticos, jogadores de futebol, apresentadores de TV, músicos, grandes empresas, a vizinha revendedora de cosméticos e a padaria da esquina colecionam dezenas ou até centenas de seguidores e utilizam a rede para difundir suas ideias ou divulgar seus negócios. Poucos, entreTessália Serighelli: do Twitter diretamente para a telinha da TV
es na
trocados
so
tanto, conseguem bater o sucesso dos de humor. O @naosalvo, que estourou com um blog homônimo e se expandiu para o Twitter no boom dos microblogs, é um bom exemplo de perfil que tem dado certo provocando risadas. São quase 160 mil seguidores e um índice de popularidade que o coloca entre os tops do Brasil, com potencial, é claro, de ser um bom negócio. “Sim, é possivel conseguir dinheiro apenas com o Twitter, sem o apoio de outras mídias. Mas tudo
Edney Souza (abaixo)e Maurício Cid (o “Não Salvo”) têm aproveitado bem a onda do Twitter depende do foco que você dá para ele”, garante Maurício Cid, o responsável pelo perfil @naosalvo. Para as ações valerem a pena, do ponto de vista financeiro, ele dá a dica: “O mais importante é você ter relevância”. Cid - assim como Tessália e várias outras celebridades da web - fatura com tweets patrocinados, modalidade publicitária que está se tornando cada vez
Como se dar bem na rede Agora é sua vez! Que tal criar o seu personagem e tentar fazer sucesso no Twitter?
Pode acreditar: dar os primeiros passos corretamente é fundamental para continuar no caminho certo. Por isso, antes de divulgar seu perfil, crie a identidade visual do seu perfil, prezando pela harmonia estética, criatividade e originalidade.
Fotos: divulgação
Divulgação
Nessa parte do trabalho, o networking é importante. Contar com amigos que recomendem o novo
Ferramentas úteis e gratuitas
perfil e retuitem os post é de grande relevância. Entretanto, é preciso cautela, pois ser inconveniente no contato com essas pessoas pode ser negativo.
aplicativo de desktop para gerenciamento de conteúdo, que reúne vários serviços em uma mesma tela. Com ele é possível agendar tweets, encurtar links, publicar imagens, gravar e divulgar vídeos. Download em: www.tweetdeck.com
Manutenção
SocialOomph
No gerenciamento do perfil, é preciso ficar atentos a fatores como periodicidade das postagens, interação com os seguidores e respeito ao interesse do público, principalmente na veiculação de conteúdos patrocinados.
“Os negócios acontecem onde as pessoas estão. Se o meu público está no Twitter, eu também devo estar lá”, explica Ricardo Oliveira. Mas o especialista adverte para ficar atento às especificidades de cada público. “O diferencial tem sido verificar que há linguagens, tendências e hábitos daquele ambiente. Logo, a dinâmica de consumo também será influenciada. Perceber tudo isso e pensar estrategicamente têm sido o segredo de ações que deram certo”, complementa.
caso resolva levar a ideia adiante, veja dicas de ferramentas para tirar o melhor proveito do passarinho online:
TweetDeck
Passo a passo
Criando o perfil
mais comum. O valor desse tipo de ação, evidentemente, ninguém (tanto agências de publicidade quanto tuiteiros) revela. Entretanto, uma matéria da Folha de São Paulo publicada em 15 de dezembro de 2010 apontava que, dependendo da quantidade de seguidores e de quanto a personalidade é conhecida, uma simples tuitada pode custar até R$ 20 mil.
Ferramenta on-line para gerenciamento de conteúdo, que também permite o agendamento de tweets. Além disso, ela permite a programação de uma Direct Message automática a ser enviada aos novos seguidores, bem como ativar a função de
seguir automaticamente todos esses novos contatos. Acesso em: www. socialoomph.com
Twittercounter
Gera diversas estatísticas sobre o perfil e é bastante útil para medir o chamado ROI (Retorno de Investimento), no caso de ações publicitárias. Acesso em: www.twittercounter.com
TweetReach
Gera estatísticas sobre o alcance dos tweets de um perfil e é útil para verificar a quantidade de pessoas que veem as postagens e os horários em que há maior audiência. Acesso em: www. tweetreach.com
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EVENTOS CAPACITE-SE
Formação Internacional em Professional & Self Coaching Responsável: IBC Coaching Início: 20/01/2011 Local: São Paulo/SP Informações: www.bit.ly/hTSfiL
4º Fórum de Marketing e Vendas Responsável: Ampla Brasil Início: 27/01/2011 Local: Porto Alegre/RS Informações: www.bit.ly/gB8BXI
Formação de Consultores Responsável: Cegente Início: 05/02/2011 Local: São Paulo/SP Informações: www.bit.ly/htU6FJ
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Marketing de Relacionamento Interno Responsável:Miyashita Consulting Início: 25/02/2011 Local: São Paulo/SP Informações: www.bit.ly/e0ma8y
Formação de Consultores - Uma Abordagem Prática Responsável: CRSILVA Consulting Início: 18/03/2011 Local Brasília/DF Informações: www.bit.ly/fXQcVs
Fórum de Estratégias Empresariais
Responsável: Capacitarh Início: 12/04/2011 Local: São Paulo/SP Informações: www.bit.ly/hsvbPS
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Cursos, Fóruns, Simpósios e Conferências. Confira alguns eventos nesse início de ano que podem ajudar em sua capacitação profissional
EnADI 2011 - III Encontro de Administração da Informação Responsável: ANPAD Início: 15/05/2011 Local: Porto Alegre/RS Informações: www.bit.ly/gqBH0b
3ES 2011 - Encontro de Estudos de Estratégia Responsável: ANPAD Início: 15/05/2011 Local: Porto Alegre/RS Informações: www.bit.ly/dWNx4G
futuro novos profissionais
ADMINISTRADOR DO FUTURO
Quem são os administradores que construirão o futuro da profissão no Brasil e no mundo? Quais os jovens profissionais, professores e pesquisadores que deverão moldar a ‘cara’ das empresas e das teorias acadêmicas nas próximas décadas? Aqui, na seção Administrador do Futuro, você saberá quem são e por que eles prometem fazer história com os seus projetos e empreendimentos. por Eber Freitas
E
le ganhou o mundo antes de concluir o curso de graduação e hoje faz parte de importantes projetos de pesquisa em Administração. Diego Costa Pinto, 25 anos, natural de Porto Alegre (RS), optou por fazer uma pesquisa como Trabalho de Conclusão de Curso na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), analisando o comportamento socialmente responsável dos habitantes de sua cidade. O trabalho foi transformado em paper, inscrito e aprovado no Congresso da European Marketing Academy (Emac), o que fez dele um dos únicos alunos de graduação a ter um artigo aprovado nesse representativo Congresso. Tal feito lhe rendeu convite para a realização do doutorado na École de Commerce de Reims, na França, e também para lecionar no MBA da filial da mesma escola em Pequim (China), como titular da disciplina Consumer Behaviour (Comportamento do Consumidor). Atualmente, além de lecionar, é assistente de pesquisa no Value and Persuasion Research Center, projeto que conta com pesquisadores e professores de todo o mundo. “A Escola de Administração da UFRGS tem muito orgulho em apresentar este aluno exemplar em termos acadêmicos”, enfatiza o professor Dr. Walter Nique, que indicou o Administrador do Futuro desta edição. Confira o bate-papo com Diego:
Então, por que escolheu seguir o caminho acadêmico e não o profissional? A carreira acadêmica proporciona uma autonomia e flexibilidade/ dinamismo que poucas carreiras oferecem. Autonomia, pois é o próprio professor que escolhe seu campo de atuação. Dificilmente em alguma empresa você poderia dizer: ‘acho que devemos mudar nosso foco de fornecimento de água para o mercado de luxo’. Flexibilidade/dinamismo, pois as variadas tarefas (aula, pesquisa, coordenação...) e a constante busca por novas maneiras de enxergar o mundo fazem com que o professor se mantenha sempre atualizado.
Na sua opinião, o que os estudantes de Administração devem saber (ou fazer) para desenvolver uma carreira acadêmica de sucesso? 1. Associe-se aos grandes: ninguém faz nada sozinho. Todos querem ajudá-lo a ir para frente, então seja claro nos seus objetivos e procure pessoas que o ajudem a crescer nesta direção. 2. Invista seu tempo no que realmente é importante: o tempo é seu maior ativo. Não pense em resultados de curto prazo, pois dinheiro é a consequência de um trabalho bem feito. Por isso, sempre busque fazer o melhor. 3. Tenha curiosidade: as grandes ideias geralmente surgem quando avaliamos novas perspectivas para as coisas que fazemos no modo automático. Questione: “e se fizéssemos isso dessa forma?”
fotos: Arquivo pessoal
Com qual idade ingressou na universidade e por que escolheu o curso de Administração? Ingressei na UFRGS em 2004, com 18 anos. Escolhi Administração, pois acredito que administrar é fazer a diferença. Um gestor não pode acomodar-se com uma determinada situação. O mundo dos negócios é dinâmico e, se não tomarmos a frente, os competidores o farão. É sempre bom estar um passo à frente e compreender o que seu consumidor realmente quer.
Diego demonstrou aplicação e ousadia - qualidades marcantes do Administrador do Futuro 43
fora do quadrado diferente
QUantA
criatividade
Você já parou para pensar em quantas coisas estão sendo lançadas no mundo todos os dias e das quais nunca ouvimos falar? Itens de consumo, novas tecnologias, campanhas de publicidade, utensílios domésticos, tipos de comida, objetos criativos, inusitados, muito úteis, outros nem tanto... Veja alguns itens que você não encontra em qualquer shopping
Brinquedo educativo totalmente #fail
Olhando rapidamente para essa embalagem abaixo, você diria que se trata de um perfume ou um novo cosmético?! Nenhum dos dois! É uma embalagem de pipocas. A 479° Popcorn é especialista na fabricação de pipocas artesanais (sua sede é em San Francisco – EUA), e para se diferenciar aposta em dois pontos: embalagem e ingredientes diferenciados, como páprica e tomate. Um ótimo exemplo de que para se destacar tem de ser diferente!
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Qual a finalidade dos brinquedos educativos? Claro, é de educar. Mas existem brinquedos que superam essa finalidade e atingem o patamar de totalmente sem noção. Um bom exemplo é o brinquedo alemão chamado Kackel Dackel em que o objetivo é alimentar um cachorro da raça Dachshund (chamada popularmente de salsicha aqui no Brasil) e depois recolher o resultado da sua “digestão”, ou seja, suas fezes. Você compraria para o seu filho?! Veja detalhes do brinquedo em www.bit.ly/admcachorro
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Projeções Mapeadas Interativas 3D
Uma das tendências da propaganda hoje é o uso de projeções mapeadas interativas 3D, em que usando potentes projetores é possível criar diversas imagens em movimento sobre um objeto estático – como prédios – resultando em trabalhos impressionantes. Veja exemplos em: www.bit.ly/adm3D www.bit.ly/admprojecao
Fotos: divulgação
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Pipocas chiques!
por Haendel Dantas*
4 Adesivos para disfarçar os olhos enquanto tira um cochilo
Com certeza muitos chefes vão odiar essa invenção e muitos colaboradores vão adorar. O produto Eyelid Stickers Let You Sleep At Work é um adesivo para ser colado nas pálpebras fechadas que (de certo modo) ajuda na hora de tirar um cochilo no trabalho ou na sala de aula. Cada cartela custa US$ 1,19 (R$ 2) no site www.gadget-fever.com/
5 6 Haendel Dantas - Sempre atrás de tendências da comunicação, design, web, Handel comanda o www. comunicadores.info e o badalado @comunicadores
Uma colher para quem gosta de molhar o biscoito... no leite O Dipr é uma espécie de colher que se encaixa perfeitamente entre os biscoitos e o recheio permitindo que se mergulhe o leite (ou outro líquido qualquer) sem que você suje seus dedos. Esse é um daqueles produtos supérfluos que tentam inserir uma necessidade no nosso dia a dia. www.bit.ly/admcolher
Colete sacola Não sabe se presenteia com uma blusa ou uma bolsa? Então, que tal os dois...
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ENTRETENIMENTo Curiosidades, humor e dicionário
Estresse da dieta provoca aumento de peso
Curiosidades
Excedeu-se nas festas de fim de ano e quer forçar uma dieta milagrosa para o verão? Não é o que recomendam neurocientistas da Universidade da Pensilvânia, nos EUA. Para testar a hipótese de que o estresse provoca compulsão alimentar, eles cortaram 25% da alimentação diária de ratos até que estes perdessem de 10% a 15% do peso, simulando uma dieta moderada em humanos. Após serem expostos a situações de estresse comuns, como barulho, as cobaias testadas apresentaram maiores níveis de cortisol, hormônio que aumenta a quantidade de açúcar no sangue e reduz a imunidade.
Cuidado ao abusar dos sabonetes antibacterianos. Um estudo da Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan sugere que o Triclosan, produto químico utilizado na fabricação desse tipo de sabonete, reduz a imunidade natural do corpo humano. Segundo os cientistas, viver em um ambiente excessivamente higiênico afasta micro-organismos benéficos para o sistema imunológico, o que, em crianças, pode significar um prejuízo considerável para o próprio desenvolvimento.
Mais um dia de folga Pode parecer, mas a notícia não é tão animadora. O Senado aprovou um projeto de lei que concede um dia de licença por ano para o trabalhador resolver problemas particulares ou participar de reuniões escolares dos filhos. Se a lei for sancionada, o ‘benefício’ deverá ser re-
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Atari querido com uma antecedência mínima de 30 dias e sem prejuízo salarial (como se as pessoas tivessem apenas uma vez por ano problemas para resolver).
Diplomacia zumbi Não, não estamos fazendo trocadilho com mais uma revelação bombástica do Wikileaks sobre conversas sigilosas entre embaixadores. O assunto agora é sobre mortos-vivos mesmo, como aqueles dos filmes. Depois do sucesso da série de TV The Walking Dead (foto acima) (Os Mortos-Vivos), um pesquisador norte-americano resolveu levar a sério a possibilidade de uma proliferação global de zumbis e estudou os impactos desse acontecimento sobre a política internacional. O resultado - sério ou não - será publicado no livro “Principles of international politcs and zombies”, pela editora da Universidade de Princeton, Estados Unidos.
Numa época em que já é possível jogar videogame sem sequer tocar no controle, falar de eletrônicos dos anos 80 não faz muito sentido, certo? Errado. Tem muito marmanjo morrendo de saudades do tempo em que o Atari era a febre do momento. E foi pensando nisso que a empresa resolveu ressuscitar o Yar’s Revenge, um dos mais antigos jogos do console. Lançado originalmente em 1981, o clássico ganhará, neste ano, uma nova versão para Xbox 360, PlayStation 3 e PC.
Fotos: divulgação
Um pouco de sujeira faz bem
Quando chega janeiro a maioria das pessoas pensa em aproveitar o verão, certo? Por enquanto. Tudo indica que daqui a 50 anos, o pensamento terá mudado e todos estarão com medo dessa estação de ano. De acordo com pesquisadores ingleses, a falta de acordo entre as grandes potências sobre a emissão de gases que provocam o efeito estufa vai deixar o planeta 4ºC mais quente. Tal acréscimo da temperatura pode provocar secas definitivas em algumas partes do mundo, inundações costeiras pelo aumento do nível do mar em outras, além de aumentar o número de pessoas que sofrem com câncer de pele.
sxc
Esse calor nós não queremos
HUMOR O chefe de um departamento, sentindo que seus subordinados não respeitavam sua liderança, resolveu colocar uma placa na porta de seu escritório onde se lia: “Aqui quem manda sou eu”.
istockphoto
Após ter voltado de uma reunião, viu o seguinte bilhete pregado junto à placa:
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“Sua esposa ligou e pediu para que devolvesse a placa”.
DESCOMPLICANDO +Benchmarking - método para identificar melhores práticas de gestão. +CEO (Chief Executive Officer) – É, geralmente, o cargo mais alto da empresa. Quando existe um presidente e um CEO, o primeiro é mais forte. +CRM (Customer Relationship Management) – Literalmente, Gestão do Relacionamento com o Cliente. Trata-se de uma abordagem que coloca o cliente
como foco principal dos processos de negócios, sendo geralmente apoiada por soluções tecnológicas conhecidas popularmente como “sistemas de CRM”.
+Intranet - Rede de comunicação interna
+Commodity - Produto primário, geralmente com grande participação no comércio internacional.
+Outsourcing – utilização de serviço ou empresa terceirizada nas atividades de uma organização.
+E-learning - Treinamento através de uma rede de computadores.
+Workaholic trabalho.
+Job Rotation - Rodízio de funções entre os funcionários promovido pela empresa.
–
Pessoas
viciadas
em
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Entretenimento leitura, cinema
estante
Capitalismo de L aÇo s
E
confira nossas indicações de livros para este mês
Por Paulo Prochno*
m 1989, o então senador e candidato à presidência Mario Covas afirmava em discurso no Senado: “basta de tanto subsídio, de tantos incentivos, de tantos privilégios sem justificativas ou utilidade comprovadas. Basta de empreguismo. Basta de cartórios. Basta de tanta proteção à atividade econômica já amadurecida. Mas o Brasil não precisa apenas de um choque fiscal. Precisa, também, de um choque de capitalismo, um choque de livre iniciativa, sujeita a riscos e não apenas a prêmios”. Mais, de duas décadas depois, as mudanças que ocorreram na economia brasileira a partir do governo FHC, e que foram aprofundadas no governo Lula, permitiram caminhar na direção imaginada por Covas. Tivemos uma série de privatizações, o aumento de competitividade global de muitas de nossas empresas, muitas aberturas de capital em bolsa, enfim, conseguimos criar uma economia dinâmica e competitiva onde clientelismo e favorecimentos escusos não têm vez. Uma economia onde o governo dita as regras para estimular a atividade econômica, evitar monopólios e oligopólios e garantir oportunidades iguais a todos. Ou talvez não. Muito além do debate ideológico, que leva a polarizações que impedem avanços, existem dados. E o livro “Capitalismo de Laços”, do autor Sérgio Lazzarini, trata dados importantes com métodos sofisticados – algo que estava faltando nesse debate até agora. Um livro essencial para desvendar algumas características do capitalismo brasileiro. O que o livro traz de tão importante? A partir de uma base de dados que detalha a estrutura de propriedade de mais de 800 empresas, observadas em 3 pontos distintos (1996, 2003 e 2009), o autor usa ferramentas de análise de redes para mostrar os laços entre as empresas brasileiras. Um resultado que vai contra a intuição: ao invés de aumentar a participação do setor privado na economia, os 15 últimos anos concentraram mais poder econômico nas mãos do Estado e de alguns outros poucos grupos – um “mundo pequeno” que controla o capitalismo brasileiro. Isso não é necessariamente ruim: essa concentração é também observada em outros países (geralmente não na mesma intensidade que no Brasil) e traz alguns benefícios importantes. Mas também pode trazer muitos problemas: favorecimentos, investimentos que priveligiam pequenos grupos em detrimento da
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maioria, chances desiguais. Um dos muitos méritos do livro é não tomar partido: Lazzarini mostra tanto os possíveis efeitos positivos como os negativos, numa análise cuidadosa que incorpora estudos acadêmicos de várias disciplinas para interpretar melhor os dados. O livro é muito bem escrito. Os detalhes mais técnicos estão num apêndice, e comentários sobre as referências teóricas nas notas de rodapé – o que faz com que a leitura seja fluida sem prejudicar a profundidade da análise. Depois de mostrar os dados e discutir como interpretá-los, o autor dedica capítulos para analisar as possíveis consequências desse “mundo pequeno” nas relações das empresas com a esfera pública, dando subsídios para que possamos analisar melhor a questão e pensar em soluções aos possíveis problemas que o livro aponta.
*Paulo Prochno - Professor e coordenador adjunto do Departamento de Gestão e Organizações da Universidade de Maryland.
Administração
“A Cabeça de Peter Drucker” De Jeffrey A. Krames. O livro resume as lições essenciais desse pensador extraordinário, mostrando o impacto de suas ideias sobre a produtividade e a liderança de qualquer empresa. Editora Sextante. 224 pág. R$ 24,90. Marketing
“Marketing Trends 2011”
De Francisco Alberto Madia. O livro é o resultado de um trabalho sistemático com o objetivo de identificar as mais importantes tendências do marketing para os próximos anos. Editora M. Books. 320 pág. R$69,00 Biografia
“Capitalismo de Laços”, de Sérgio Lazzarini, explica a dinâmica do capitalismo no
Brasil. Editora: Campus / Elsevier, 200 págs. R$ 49,90
“Conversas que Tive Comigo”
De Nelson Mandela O livro traça um retrato pessoal sem precedentes de Nelson Mandela, um dos líderes mais marcantes da África. Com prefácio assinado por Barack Obama, o livro se baseia no arquivo pessoal de Mandela. Editora Rocco. 416 pág. R$ 28,90
“A Rede Social” eleva criador do Facebook ao status de porta-voz de uma geração istockphoto
S
ete anos depois, sua controversa trajetória de ousadia e empreendedorismo chega ao cinema para se tornar um dos melhores filmes de 2010. A cinebiografia “A Rede Social”, dirigida por David Fincher e protagonizada por Jesse Eisenberg, sintetiza o espírito inquieto da geração da internet, debruçandose sobre um dos maiores nomes da era digital e elevando-o ao status de porta-voz dos jovens que povoam o mundo virtual através de redes sociais. A trama começa como a velha história do nerd expert em informática que quer ser popular com as garotas, mas não consegue entrar para o grupo dos descolados ou dos atletas. Mark Zuckerberg (Eisenberg), um estudante da prestigiosa Universidade de Harvard (EUA), encontra um caminho mais audacioso para angariar atenção e reconhecimento – com o suporte financeiro de um abastado colega, o brasileiro Eduardo Saverin (Andrew Garfield). Ele lança o Facebook com o intuito de recriar virtualmente o ambiente de experiências sociais da faculdade. O sucesso instantâneo do site transforma Mark em um popstar tão ad-
Em 2003, o jovem estudante Mark Zuckerberg revolucionou o mundo das redes sociais ao lançar o site de relacionamentos Facebook por Victor Souza*
mirado quanto odiado. Além dos irmãos Tyler e Cameron Winklevoss terem-lhe acusado de copiar o projeto do site Harvard Connection, para o qual foi convidado antes de criar o Facebook, o próprio Eduardo voltou-se contra ele na Justiça para obter maior participação nos lucros do serviço. Com inabalável confiança e surpreendente obstinação, o controverso gênio do Facebook mostra-se alguém que não hesitou em fazer alguns inimigos para se tornar o mais jovem bilionário do mundo. A trajetória bem-sucedida de Mark Zuckerberg pode ser coalhada de controvérsias, desafetos e mesmo episódios de conduta moral questionável, mas o mérito do longa de Fincher é conseguir mostrá-lo como um visionário que personifica a geração de empreendedores que floresce no convidativo mundo de caminhos abertos da era digital da informação. Em consonância com a democratização dos quinze minutos de fama no YouTube e a horizontalização da informação no Twitter, “A Rede Social” é uma narrativa inspiradora sobre as múltiplas oportunidades adormecidas no terreno fértil da internet 2.0, quando os consumidores de conteúdo voltam os holofotes da indústria cultural para si mesmos e se tornam inventores de novas ferramentas comunicacionais.
Jesse Eisenberg (à esq.) interpreta o criador do Facebook no filme de David Fincher
*Victor Souza, jornalista e colunista de cinema do www.maisacao.net
Abaixo cena do filme tropa de elite
LIÇÕES DA TROPA por Ricardo Jordão*
fotos: divulgação
“O Sistema é foda, parceiro. Entra político, sai político, continua tudo na mesma, nada muda. Ainda vai levar muito tempo para consertar essa porra, e muita gente inocente vai morrer no meio do caminho” (Capitão Nascimento). Enquanto a sociedade civil brasileira for uma piada, a classe política vai nadar de braçada. O cenário político é corrupto desde os tempos dos faraós, romanos e gregos porque o cidadão tem o hábito milenar de limitar a sua boa vontade coletiva ao próprio umbigo. Mas, o assunto hoje não é política, o assunto hoje é MBA 3.0 com a Tropa de Elite do Capitão Nascimento. O filme já foi visto por mais de 10 milhões de brasileiros e dele podemos tirar algumas lições de Administração e negócios. Confira quais são em www.bit.ly/admtropadeelite
*Ricardo Jordão Magalhães, o QUEBRA TUDO! Fundador da Bizrevolution.
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artigo produtividade
Não fique apenas nas promessas em 2011
Não faça parte do time dos acomodados nesse ano! Busque sair da zona de conforto e aproveite ao máximo o seu tempo e tudo que você sempre sonhou realizar por Christian Barbosa*
T
odo início do ano é o mesmo ritual: agendas são compradas, promessas em fazer aquele tal curso de capacitação profissional e o “compromisso” de não estourar o orçamento financeiro nos próximos meses. Claro que isso é muito legal e necessário, mas para a maioria das pessoas tudo passa já nas primeiras semanas de janeiro. Sem consistência e método, esses momentos de planos e promessas são desperdiçados por grande parte das pessoas que transformam essa atitude em um padrão. Se você não romper esse ciclo, acredite, 2011 será mais um ano de muita ação e pouca evolução. O primeiro passo para sair do lugar é saber definir o que realmente você quer focar e o que não pretende fazer durante o ano. Determinar o importante implica, justamente, em você parar e refletir profundamente sobre as coisas que realmente podem trazer retorno em sua vida, como felicidade, resultados e equilíbrio. Caso isso não esteja claro, você, com certeza, irá se perder em coisas circunstanciais e sem a menor relevância. Parece simples, mas na hora de escrever não é
tão fácil assim. Reserve um tempo para esse exercício, escreva e descreva tudo que vier à sua mente e depois faça uma seleção do que realmente será importante em 2011. Depois dos itens selecionados, crie indicadores que permitam saber se você está indo na direção certa. Sabendo o que é importante, fica mais fácil saber o que não é importante. A verdade é que, se você tentar fazer tudo, acabará não fazendo nada. Seja mais seletivo em 2011, aprenda a dizer não como fundamento, tenha coragem de interromper coisas que não trazem mais resultados e de mudar situações que o levam ao estresse. Depois é o momento de pensar nas suas metas ao longo do ano, algo que o faça sair do lugar, evoluir na carreira, na vida, nas finanças, nos relacionamentos, na espiritualidade, etc. Não importa o que seja, mas tem de ser extremamente apaixonante. Eu costumo recomendar a especificação de no máximo três metas. É melhor do que ter uma lista interminável e que nunca será realizada. Por isso, seja seletivo e coerente. Feita a escolha, é pre-
O primeiro passo para sair do lugar é saber definir o que realmente você quer focar e o que não pretende fazer durante o ano
ciso elaborar um excelente plano de ação, afinal, são esses os passos para a realização da meta. Anexe seu plano de ação na sua agenda de papel ou software e agende uma tarefa de revisão mensal até o fim do ano. Assim, você terá um contato constante com o objetivo. Não se esqueça de incluir a revisão da sua carreira. Ela é a principal responsável pelo uso do tempo e da geração de resultados. Qual foi a evolução da sua carreira no último ano? Que oportunidades foram aproveitas ou desperdiçadas? O que você aprendeu? Está valendo a pena o que você faz atualmente? Como foi seu reconhecimento? É o momento de manter, acelerar ou mudar? Essas são algumas perguntas sobre as quais você precisa refletir para alterar ou manter sua postura. Por último e não menos importante, envolva sua família no processo. Planejar em família é um grande fator de realização. Envolva seu cônjuge, seus filhos, seus pais, etc. Sonhar juntos e agir juntos funciona melhor que de forma isolada. Lembre-se que, por mais sucesso que você possa ter individualmente, nada compensará um fracasso familiar. O momento nunca esteve melhor para você fazer um 2011 com mais resultados, diferente dos outros anos e na direção do que você realmente deseja. Isso vai depender apenas de você, da sua atitude e da sua capacidade de planejamento.
*Christian Barbosa um dos maiores especialistas no Brasil em administração do tempo e produtividade. É fundador da Triad Consulting e autor de diversos livros na área.
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