#12 Chegaremos até o fim?

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SETH GODIN

dezembro de 2011 – ano 1 – no 12

A referência do marketing atual estreia coluna na Administradores

chegaremos até o fim?

Preço: R$ 11,90

Profecias apocalípticas, crise econômica de proporção mundial e muitas especulações em várias áreas. Está na hora de você saber o que nos espera para o próximo ano.

CARREIRA

RETROSPECTIVA

INFOGRÁFICO

Até que ponto a beleza pode influenciar no trabalho

Os principais acontecimentos que marcaram o ano

As estratégias de Mintzberg em The Walking Dead



EDITORIAL

O fim é o começo Dezembro, naturalmente, é um mês especial para a maioria das pessoas. É o momento em que muitos reencontram parentes que não viam há algum tempo, a melhor data para pensar nas férias, período de dar e receber presentes, de fazer aquele planejamento para o próximo ano, enfim... pergunte a você mesmo: “quais são os meses que mais gosto do ano?”. Arrisco afirmar que dezembro estará presente na escolha da maioria. No meu caso, esse mês se torna ainda mais especial por completarmos, exato, um ano de revista Administradores. É difícil imaginar que em plena era digital, alguém poderia começar algo impresso. Mas nós apostamos, nos empenhamos e, assim como você que está lendo essas linhas, acreditamos que ia dar certo. Claro que não foi uma trajetória fácil. Vivemos um ano de muitas descobertas, tentando a cada edição nos superar, mas sim! Chegamos ao fim do ano com a certeza do dever cumprido. Buscamos fazer uma publicação que se afaste da rigidez tradicional de outras em circulação. Por isso, posso afirmar: a Administradores não é simplesmente uma revista de negócios, ou de carreira, nem é um periódico acadêmico ou algum manual para o administrador seguir. Somos uma revista “fora do quadrado”. E fazemos esse trabalho com duas peculiaridades específicas: contribuir continuamente com o avanço da Administração em nosso país e fornecer novas visões para você ampliar o seu conhecimento. Certamente este fim de ano será o começo de mais trabalho e de novos desafios. Pode esperar, estamos preparando muitas surpresas, novidades e seções para a versão 2012. Falando do próximo ano, iremos adotar a linha do mercado editorial de outros países e, por isso, daremos uma pequena parada no mês de janeiro, mas voltando com tudo em fevereiro. Aproveito para agradecer pelo apoio manifestado e enviado pelas mais diferentes formas no decorrer desse ano. O seu interesse é a nossa motivação. E para não fugir do mais simples e esperado, Feliz Natal e Próspero Ano Novo. Fábio Bandeira de Mello Editor @fabiobandeira_

05 35

AGENDA QUIZ

06

ambiente externo

07

ONLINE

08 entrevista

Gerald Zaltman desvenda detalhes da mente do consumidor

12

acadêmico

As consequências da competitividade dentro da sala de aula

14

carreira

- A real influência da beleza no trabalho - Os dilemas dos profissionais de alto potencial

18

PEI, BUF!

Como divulgar seu negócio no Facebook

19

estratégia

Os conselhos de Ram Charan para uma gestão eficaz

20

NEGÓCIOS

Mercado de aplicativos consolida tendência e abre oportunidade para startups

22

RETROSPECTIVA

Você reage bem diante das promoções e liquidações?

36

MARKETING

Segredos de marketing para gerar tráfego na web

38

artigo

- A recessão eterna (e a revolução futura) Por Seth Godin - Novas estratégias para novos comportamentos Por Sueli Brusco - A caspa e o poder da amostra grátis Por Leandro Vieira

41

ADMINISTRADORES NA HISTÓRIA Mary Parker Follet: a profetisa da Administração

42

PAPO COM YODA

As dúvidas dos leitores tiradas pelo mestre jedi

43

ADMINISTRADOR DO FUTURO

O jovem Jonathan Gottfridsson e seus passos largos na profissão

44

FORA DO QUADRADO

46

ENTRETENIMENTO

- Curiosidades e humor - Ações para um mundo melhor - Leitura: Os 8 Ps do marketing digital - Cinema: Pronto para recomeçar

Os principais acontecimentos que marcaram o ano

26 50

INFOGRÁFICO

The Walking Dead e os 5 Ps para a estratégia de Mintzberg

28 capa

ponto final

Stephen Kanitz explica a Nova Teoria Administrativa

As projeções, perspectivas e profecias para 2012

Dezembro 2011

administradores.com.br

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thinkstock

facebook VANESSA LEMOS Recebi minha primeira revista ontem e estou devorando! Amei. Acho que foi o meu melhor presente de aniversário. ELIZA VARGAS Cada capa melhor que a outra. Chega de coisas tradicionais, é preciso ousar como vocês estão fazendo. SIMONE KOSSMANN As ideias da matéria “Ideias Malucas” realmente são fora dos padrões que estamos acostumados a vivenciar, por isso, faz com que pensamos em revolucionar nossos pensamentos. Parabéns pela edição. LORRAN SOUZA Vocês realmente capricharam nesta edição, a entrevista com Howard Gardner é fantástica e a matéria de capa merece um Lexotan. MARISTELA FREITAS Gostei das cores, o design, muito criativo e também sugestivo. Parabéns! GEAN REZENDE A capa de mês ficou “Maluco Beleza”.

TWITTER @AmorimRocha Desempacotando a revista @admnews. Edição especialmente elegante e com artigos que muito interessam um jovem que está abrindo um negócio. @paulapeixoto_al “Devorando” a revista Administradores! Muito bom encontrá-la me “esperando” em casa após um dia extenuante no trabalho! @admnews @JorgeWanderley Toda vez que pego a revista da @admnews me empolgo ainda mais com a Administração. O difícil é conseguir não parar de estudar pra ler.

ERRATA Na edição de novembro, o livro Gratidão (p.48) é da editora Lua de Papel e Charles Chaplin (p.41) assinou contrato com os Estúdios Keystone em setembro de 1913. 4

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CONTATOS Assinaturas www.administradores. com.br/revista PUBLICIDADE comercial@administradores.com.br +55 (83) 3247 8441 correspondência Av. Nossa Senhora dos Navegantes, 415 / 304 - Tambaú - João Pessoa - Paraíba CEP 58039-110 redação revista@administradores.com.br Publisher Leandro Vieira

E-MAILS MONOGRAFIAS Recebi a revista edição 11 e está simplesmente fantástica. Quase todas as matérias têm a ver com títulos de monografias da minha turma, inclusive a minha que é sobre Gestão de Reclamação e Marketing de Relacionamento. Parabéns a todos! patrícia tavares

IDENTIFICAÇÃO Parabéns pela revista, a cada edição vocês me surpreendem. Gostei da matéria do mês de outubro e que falava “Meu colega é gay. E daí?”. Sou homossexual assumido e a empresa que atualmente trabalho nunca me tratou com preconceito, pelo contrário, acolheu-me de uma forma inesperada. Lá não importa minha vida pessoal e sim profissional. Parabéns, continuem assim. robson santos

leandro@administradores.com.br Redação Editor Fábio Bandeira de Mello fabio@administradores.com.br Repórteres Deborah Rosa, Eber Freitas eberfreitas@administradores. com.br, Fábio Bandeira de Mello, Luciana Mello, Mayara Emmily mayara@administradores.com.br e Simão Mairins simao@administradores.com.br Revisão Allana Dilene COLABORADORES Fernando Castor, Jean-Louis Barsoux, Julián Villanueva Galobart, Luis Ferrándiz, Mestre Yoda, Preston Bottger, Rosa Fernández, Seth Godin, Silvio Tanabe, Stephen Kanitz e Sueli Brusco. ARTE DIREçÃO João Faissal joaofaissal@ administradores.com.br Design e ilustração Thiago Castor thiago@administradores.com.br COMERCIAL Diretor Comercial Diogo Lins diogo@administradores.

INVESTIMENTO DE 2011 Como tão próximo a ser recém-formado administrador, posso confirmar sem hesitação que assinar a Administradores foi o investimento que trouxe melhor custo-benefício em todo 2011, retornado em novos e úteis conhecimentos, aprendizado de competências, atualização profissional, valorização da carreira e muitas e muitas outras coisas. Desde a Revista zero, me sinto conectado. Chega a ser até curioso... acabo de assistir o filme A grande virada, vocês falam na penúltima revista, assisto O Poderoso Chefão e duas semanas depois chega a revista em minha casa falando do filme, sem contar que sou fã de “Star Wars” e poder receber os conselhos do mais sábio Jedi de todos os tempos (Mestre Yoda), é imperdível!

com.br Atendimento ao Leitor Anna Valéria Vita annavaleria@ administradores.com.br Impressão Gráfica Moura Ramos www.mouraramos.com.br

thiago fernandes

PREFERIDA O papel ultilizado nessa revista certificado internaAs abordagens feitas nas matérias acabam se tornando cases de estudo. possui cional FSC - nossa prova de responsabilidade ambiental Sou estudante de gestão financeira, e vejo que administração vai além da vida profissional, ela acaba fazendo parte de tudo a sua volta inclusive da vida pessoal. Mande também O seu recado Esse mês não tem uma matéria preferida. A para a Administradores revista inteira está show. Já li e vou ler outra através do vez. Essa entrou na lista das preferidas... revista@administradores.com.br alisson alcântara


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EVENTOS

De 349,00

Agenda Início:

06 dez 2011 Início:

12 dez 2011 Início:

11 fev 2012 Início:

27 mar 2012 Início:

30 mai 2012

Curso de perícias judiciais Responsável: CRA/SP Local: Campinas – SP Info: adm.to/pericia_judicial

Latin American Meeting & Event Conference Responsável: MPI Local: São Paulo – SP Info: adm.to/lamec_dez

Formação de Consultores Responsável: Cegente Local: São Paulo – SP Info: adm.to/formacao_consultores

Fórum Gestão e Liderança Responsável: HSM Local: Vitória – ES Info: adm.to/gestaoelideranca

9º Contecsi Responsável: USP Local: São Paulo – SP Info: adm.to/contecsi

Início:

06 dez 2011

Início:

15 dez 2011 Início:

29 fev 2012 Início:

17 abr 2012 Início:

16 ago 2012

Compliance Socioambiental e Licenciamento de Empreendimentos

Responsável: B2 Group Local: São Paulo – SP Info: adm.to/sustentavel_dez

Curso de Formação e Certificação Internacional em Coaching Responsável: IBC Local: Brasília – DF Info: adm.to/coaching_df

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CONTROLE FINANCEIRO ENTRADAS E SAÍDAS DE ESTOQUE PEDIDOS ORÇAMENTOS ORDENS DE SERVIÇOS KIT'S CONDICIONAIS COMISSÕES INFORMAÇÕES DE CLIENTES PRODUTOS E FORNECEDORES HÁBIL GRÁFICOS E MUITOS OUTROS RECURSOS...

Rio Content Market Responsável: ABPI-TV Local: Rio de Janeiro – RJ Info: adm.to/riomarket12

Family Business 2012 Responsável: HSM Local: São Paulo – SP Info: adm.to/business_12

Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas Responsável: ABRH Nacional Local: São Paulo - SP Info: adm.to/conarh12

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| rápidas foto Rogério Santana/Governo do Rio

ambiente externo

Vazamento de óleo afeta Bacia de Campos

Dessa vez foi o Rio de Janeiro o palco de mais um grande vazamento de óleo. A empresa petrolífera Chevron será a responsabilizada pelo volume de, pelo menos, 2,4 mil barris de petróleo vazado no Campo de Frade, na Bacia de Campos. A empresa já foi multada em R$ 50 milhões pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que, em conjunto com a Marinha, está monitorando a extensão da mancha de óleo. Parte do valor cobrado pelo Instituto será destinad2 à reestruturação dos três parques mais afetados pelo vazamento: Jurubatiba, Cista do Sul e Lagoa do Açu. Até o fechamento desta edição, a empresa não tinha sofrido novas multas.

MEC caça instituições ruins

O Ministério da Educação pretende suspender 50 mil vagas em cursos superiores nas áreas de saúde, Administração e Ciências Contábeis que tiveram notas abaixo de 3 no Índice Geral de Cursos (IGC). De 1.828 instituições de ensino superior que foram avaliadas, 683, ou 37,3%, ficaram abaixo da média no IGC. O Ministério já anunciou medidas cautelares contra 70 dessas instituições que tiveram desempenho ruim. Foram incluídas universidades, faculdades, institutos e centros universitários que receberam pelo menos dois resultados insatisfatórios nos últimos três anos.

A Rocinha é do povo

E chega ao fim o domínio do poder paralelo, que durou décadas, na maior favela da América Latina. A Rocinha - assim como o Vidigal e a Chácara do Céu -, na Zona Sul do Rio de Janeiro, recebeu, no último dia 13, uma megaoperação policial que reuniu três mil homens com o objetivo de acabar com o domínio dos traficantes nas comunidades. O próximo passo, após o sucesso da operação, na qual nenhum tiro foi disparado, será a implementação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas localidades.

Ex-presidente Lula contra o câncer

Desde que descobriu ter câncer na laringe, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem realizando tratamento com sessões de quimioterapia e respondendo bem. O ex-sindicalista e co-fundador do Partido dos Trabalhadores, que vinha sentindo dores na garganta, teve o diagnóstico feito pelo Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, no dia 29 de outubro. Segundo os médicos, o tumor de Lula é um carcinoma médio, tem cerca de 3cm e é curável, podendo ser tratado sem cirurgia.

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se você é um menino e está querendo matar um gigante, tem que começar por baixo. Se você tentar encarar de frente (o gigante), vai apanhar Clayton Christensen, professor da Harvard, sobre como as empresas podem derrotar os mais poderos concorrentes.

os cuidados de uma mulher brasileira equivalem ao de duas americanas, dez russas e vinte chinesas Tarek Farahat, presidente da P&G no Brasil, que descreveu o país como o mercado mais vantajoso para o setor de higiene e beleza.

PALAVRA DE GOVERNADOR DO ESTADO JÁ É, POR SI SÓ, UMA PROVA Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal, invocando a própria palavra para rebater indícios de corrupção.

NÃO MENTEM TODO DIA AÍ? TANTO GOVERNADOR, EXECUTIVO… NÃO MENTEM TODO DIA? E ELE VAI SER CASSADO PORQUE MENTIU? Manoel Dias, secretário-geral do PDT, sobre o ministro Carlos Lupi.


online

| www.administradores.com.br

istockphoto

FOI DESTAQUE NA WEB

10 erros que podem detonar o seu negócio antes mesmo de ele nascer

Quer ser mais produtivo em 2012? Então, planeje-se Christian Barbosa lista alguns tópicos que as pessoas devem levar em conta para realizarem seus objetivos no próximo ano. adm.to/planejar_2012

thinkstock

Pular o mais básico dos pré-requisitos, o plano de negócio, pode comprometer todo o esforço para tornar um empreendimento viável. adm.to/dezerros

ARTIGOS

A cidade do futuro é sustentável, afirma Jaime Lerner

O manual de Guy Kawasaki para ser um empreendedor bem sucedido

Ex-prefeito de Curitiba, urbanista lembra que a qualidade nos serviços de mobilidade é um dos pilares para a sustentabilidade urbana e enfatiza que o planejamento é a grande chave. adm.to/cidade_do_futuro

O empresário que ajudou a revolucionar o Vale do Silício revela os dez segredos para as empresas se transformarem referências em suas áreas. adm.to/manualdoguy

ENQUETE

#FICADICA

APP

O mito do empreendedor-herói O professor Marcos Morita analisa a criação por livros, palestras e especialistas do ‘empreendedor-herói’, o suposto salvador da economia e gerador de novos empregos. adm.to/empreendedor_heroi

INFORMAçÃO Participe dos fóruns de discussão e leia as entrevistas feitas com os executivos.

Comunidade E-Líderes O que mais incomoda no mundo corporativo? adm.to/incomoda

QUAIS SÃO SEUS PLANOS PARA 2012?

ENTREVISTA

Aperfeiçoar minha formação acadêmica

30.47%

Procurar um novo emprego

16.77%

Abrir um negócio

6.75%

Nada, o mundo vai acabar mesmo

2.86%

Trabalhar menos

DOCUMENTS TO GO Através dele você pode ler e também editar os arquivos do pacote Office. Também permite a leitura de arquivos em PDF.

LOGMEIN Precisa buscar um arquivo em seu desktop? Através do programa você pode acessar o seu computador remotamente, pelo tablet.

Gisele Franco, diretora de desenvolvimento da consultoria Eagle’s Flight, explica como as pessoas podem desenvolver sua carreira profissional. adm.to/entrev_carreira Rafael Vaz, ex-coordenador de mídias sociais da campanha de Marina Silva, fala sobre as perspectivas para as eleições 2012 nas redes sociais. adm.to/entrev_midiassociais

Twitter

Facebook

Orkut

Linkedin

@admnews

adm.to/facebookadm

adm.to/orkutadm Dezembro 2011

adm.to/linkedinadm

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| GERALD ZALTMan

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entrevista

Gerald Zaltman

Desvendando a mente do consumidor

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Dezembro 2011


Pesquisas que analisam a mente humana estão revolucionando a maneira de se fazer marketing. Estudos científicos na área estão revelando a chave para o entendimento da lógica de consumo, e um dos responsáveis por agitar novas descobertas nessa área é o professor Zaltman. por deborah rosa

O

sonho de todo profissional da área de marketing é descobrir tudo o que se passa na cabeça do consumidor: suas necessidades, preferências, opiniões... Só que isso pode ser impossível até para o próprio consumidor. Isso mesmo! Uma vez que 95% de todos os nossos pensamentos e emoções ocorrem no in-

consciente, às vezes nem nós sabemos conscientemente a razão pela qual escolhemos algum produto. Isso levou o professor Gerald Zaltman a criar seu próprio método de pesquisa em marketing, o ZMET (Zaltman Metaphor Elicitation Technique), técnica focada nas metáforas e nas formas não-verbais de comunicação. Professor da Harvard Business School, sócio da firma de consultoria Olson Zalt-

man Associates e autor de 14 livros, ele é hoje considerado um dos maiores especialistas em comportamento do consumidor e uma das cinco personalidades mais relevantes do marketing. Em entrevista à Administradores, Zaltman comenta a relação atual entre os consumidores e os profissionais de marketing e explica como as metáforas profundas estão presentes no mercado.

E com a web? Na medida em que mais pessoas se conectam à internet todos os dias, não há dúvida de que o mundo está mudando. Como você analisa o comportamento do consumidor nessa era digital?

Eu estava lendo um artigo interessante da universidade de Chicago que debatia o quão profundo é o impacto da internet, embora existam pessoas da opinão de que seja uma reação exagerada. No entanto, é de conhecimento geral que ela é muito importante. Nela as pessoas podem comprar mais facilmente, podem ter mais escolhas, se estiverem dispostas a investir mais tempo na busca, e, obviamente, acabam tendo a oportunidade de trocar informações com outros usuários e sobre avaliação de produtos.

Em relação ao conceito das metáforas profundas que você traz no livro Metaphoria marketing, poderia nos explicar exatamente como a metáfora é trabalhada na mente dos consumidores?

É evidente que pensamos naturalmente através das metáforas. Inclusive, alguns filósofos defendem que você só está ciente de algo de uma maneira real se conseguir explicá-lo usando uma metáfora. Então, o jeito que a nossa mente é estruturada para trabalhar é fazendo utilização de metáforas e analogias de forma mais ampla. Portanto, é muito importante usar metáforas como um meio para tentar entender o que as pessoas estão realmente pensando e porque elas têm certas atitudes.

Quando o assunto é marketing, quem manda mais: o consumidor ou os publicitários?

Na minha opinião, é um erro achar que um está contra o outro. Por exemplo, o que os consumidores pensam e como eles se comportam vai influenciar nas atitudes dos profissionais de marketing. E, ao mesmo tempo, aquilo que os profissionais dizem e fazem também influencia os consumidores. Então eu tento olhar para a ideia de um mercado, no caso o marketing, como um resultado conjunto da interação dos dois lados. Eles interagem de forma direta ou indireta, mas, independentemente disso, têm de estar sempre relacionados um com o outro.

Mas sempre foi assim?

Sempre foi assim. Eu acho que, na verdade, até hoje em dia, os profissionais de marketing pensam nos consumidores como uma audiência passiva, então, tentam manipulá-los ou introduzir ideias neles. Já em relação aos consumidores, eu tenho a impressão de que eles pensam que os profissionais não refletem muito sobre eles, sobre o que querem e precisam.

E por que você acha que isso acontece?

Existe uma tendência do ser humano de apenas prestar atenção ao que acontece do seu próprio lado, sem tentar interpretar a outra parte que influencia. Então, os profissionais de marketing dão uma atenção desproporcional ao que eles acham que conhecem sobre o mercado e a mente do consumidor, e não dão atenção suficiente ao que os consumidores realmente pensam de seus produtos.

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entrevista

| GERALD ZALTMan

Como aplicar essas metáforas nas estratégias de marketing?

Quando falamos das metáforas no marketing, podemos dizer que todas as publicidades são uma metáfora, uma representação do produto, esteja ele simulado ou não. Além disso, as metáforas são usadas para construir ideias sobre um serviço ou produto e, às vezes, são tão óbvias que nós não as percebemos. Mesmo não tendo consciência de sua presença, elas estão lá. E quando nós não as notamos, é que elas se tornam mais poderosas. Um produto ou um serviço é uma metáfora para representar de uma forma diferente aquilo que os consumidores precisam, pois são metáforas para o que os consumidores procuram para resolver seus problemas.

Então, nós podemos dizer que a publicidade, a cor, o formato e todos os elementos que um produto contém são metáforas?

Sim. Elas são representações que contêm significados além da cor literal. Nós podemos dizer que existem diversos significados presentes no design de um produto, no seu formato, na sua embalagem...

Você conseguiu desenvolver uma boa base de seu estudo através do Zaltman Metaphor Elicitation Technique, ou ZMET. Como esse método funciona?

Como a mente trabalha através de metáforas, nós pedimos que as pessoas encontrem fotos, objetos, e até mesmo sons que representam seus pensamentos e sentimentos sobre uma marca, produto ou serviço. Uma instituição bancária, por exemplo. Então, pedimos que elas façam isso três ou quatro dias antes da entrevista, para que suas mentes tenham a oportunidade de processar inconscientemente as ideias na imagem e, com isso, trazer à tona seus pensamentos e sentimentos acerca da instituição em questão. Depois, é feita uma entrevista individual de duas horas, com uma variedade de técnicas de projeção, para descobrir sentimentos que estariam sendo “escondidos” pelos entrevistados, pois, inconscientemente eles sabem que existem essas ideias, mas conscientemente não percebem que sabem.

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os profissionais de marketing pensam nos consumidores como uma audiência passiva, então, tentam manipulá-los ou tentam introduzir

ideias neles E como funciona com as marcas bem conhecidas? Coca-Cola, McDonald’s e Apple, por exemplo, têm mais eficiência na percepção e na memória inconsciente do consumidor?

O que quer que as pessoas achem que sabem sobre essas marcas é apenas a ponta do iceberg. Elas sabem muito mais e têm muito mais pensamentos e sentimentos sobre esses produtos do que têm consciência. Então, simplesmente perguntar diretamente para alguém o que ele acha sobre uma bebida ou restaurante não irá dar muita informação em relação ao que realmente se passa em sua cabeça.

Para encerrarmos, qual dica você daria para os brasileiros que querem usar estratégias de marketing mais eficientes em seus negócios?

Bom, eu acho que o conselho em geral seria fazer mais uso dos desenvolvimentos recentes ocorridos na ciência do comportamento. Nos últimos dez ou vinte anos, diversas áreas vêm desenvolvendo uma quantidade enorme de estudos sobre o comportamento humano, como, por exemplo, a neurociência, psicologia, sociologia e a antropologia. Eu não sei no Brasil, mas nos países que eu tenho maior familiaridade, a maioria das práticas de marketing é baseada na ciência do comportamento humano dos anos 1960 e 1970. Algumas delas estão certas, outras erradas, mas, a certeza é de que são incompletas. Eu acho que as estratégias de marketing – ou, como eu venho chamando, a nova ciência do marketing – e suas práticas, devem ser baseadas no conhecimento atual sobre o comportamento humano.


thinkstock

QUIZ

Você reage bem diante das promoções e liquidações? do ano chegou e nesse período é normal que as O final pessoas estejam mais propensas a gastar. A entrada

do 13º salário, as promoções e as facilidades de dividir o valor de um produto colaboram para que os consumi-

1

Quando começa a temporada de promoções de shoppings e lojas de rua, você compra tudo o que vê, mesmo sem precisar?

“sim”, some 1 ponto; “não”, some 2 pontos

2

Mesmo em época de liquidações, eu faço pesquisas de preços, pois eles podem variar de uma loja para outra?

“sim”, some 2 pontos; “não”, some 1 ponto

3

( )

Se a loja oferece um brinde ou algo do tipo “pague dois e leve três”, sempre vale a pena aproveitar?

“sim”, some 1 ponto; “não”, some 2 pontos

5

( )

Em tempos de promoção, é importante planejar as compras, para não gastar mais do que pode?

“sim”, some 2 pontos; “não”, some 1 ponto

4

( )

( )

Sempre fico atento ao estado das mercadorias colocadas em promoção, principalmente aquelas em exposição?

“sim”, some 2 pontos; “não”, some 1 ponto

( )

6

dores comprem mais por impulso. Mas e você? Como é o seu comportamento diante de uma oferta tentadora? Faça o teste e veja se possui o perfil controlado, moderado ou impulsivo.

Antes de ir às compras, separo os folhetos e ofertas e escolho previamente o produto, para evitar comprar mais do que realmente preciso.

“sim”, some 2 pontos; “não”, some 1 ponto

7

Para aproveitar temporadas de promoções e liquidações, o importante é comprar rápido, sem pensar muito, para evitar que outra pessoa pegue o item que você escolheu?

“sim”, some 1 ponto; “não”, some 2 pontos

8

( )

A liquidação da sua loja favorita, com preços pela metade, é um excelente motivo para usar a sua reserva de emergência?

“sim”, some 1 ponto; “não”, some 2 pontos

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( )

É importante avaliar as condições de troca de mercadoria, ao comprar presentes durante uma promoção?

“sim”, some 2 pontos; “não”, some 1 ponto

9

( )

( )

Ao receber seu décimo terceiro salário, gasta tudo nas promoções de fim de ano?

“sim”, some 1 ponto; “não”, some 2 pontos

( )

resultados Até 14 pontos - Impulsivo: Quando você escuta a palavra promoção, não pensa duas vezes antes de ir às compras, muitas vezes de forma impulsiva. Cuidado! Mesmo que os preços de alguns itens estejam realmente menores, sem planejamento, essas aquisições podem causar um rombo no seu orçamento. Nessa hora, é necessário verificar primeiro a real necessidade da compra, para que aquela "blusinha" que parecia linda no provador não fique depois encostada no canto do armário. 15 a 17 pontos - Moderado: Você até se planeja, mas não resiste a uma vitrine onde despontam, em letras garrafais, as palavras PROMOÇÃO ou LIQUIDAÇÃO! É importante, antes de decidir sair com a loja inteira na sacola, pesquisar preços e avaliar se realmente precisa daqueles itens ou se não está se deixando levar pelo momento. Não tenha pressa na hora de comprar. Avalie bem e escolha com cuidado os produtos, evitando se deixar levar pelo impulso de consumir. 18 a 20 pontos – Controlado: Parabéns! Você sabe aproveitar essas temporadas e não deixa a impulsividade falar mais alto. Mostra a paciência para sondar vários estabelecimentos e comparar os valores cobrados em cada um deles. Com planejamento, calma e segurança sobre o que quer, dá para “sobreviver” a essas épocas sem estourar o orçamento.

Teste elaborado pelo portal Finanças Práticas, que faz parte da estratégia de responsabilidade social corporativa da Visa International www.financaspraticas.com.br

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| CONCORRÊNCIA thinkstock

ACADÊMICO

Competitividade caricata começa nos bancos das universidades Alunos que querem atropelar colegas a qualquer custo com o objetivo de se destacarem podem se dar mal; competitividade é necessária, mas de uma maneira que a pessoa possa entender os próprios limites, lembra psicólogo. por eber freitas

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A

migos até que a competitividade exagerada os separe. Após seis períodos, a encarregada de compras e recém-formada em Administração Paola Marceli notou que alguns colegas, que estavam com ela na jornada desde o início do curso, não hesitaram em abrir mão do companheirismo para tentar se destacar mais em um projeto na sala de aula que visava estimular a competitividade. “Quando percebi que meus colegas interpretaram isso de forma errada, fiquei frustrada, pois muitas pessoas por quem eu sentia admiração se mostraram imaturas e despreparadas para o mercado de trabalho”, lamenta Paola. Uma situação semelhante aconteceu com o graduando Jefferson Campos, que cursa o último período de Administração. Para ele, a ausência de objetivos comuns, em um ambiente onde todos querem puxar a brasa para a própria sardinha e esquecem a organização, gera um prejuízo para todos. “Esse tipo de atitude só gera mal desempenho, refletido diretamente nos atrasos dos trabalhos e nas resoluções de problemas em grupo, onde deve prevalecer o bom senso e a democracia”, acredita Jefferson. Casos assim não são isolados nem restritos a determinadas regiões. Acontecem em todos os lugares, cursos ou universidades. Para o psicólogo Fernando Elias José, as pessoas estão, na verdade, desrespeitando mais umas às outras em nome de um mercado agressivo, sem compreender os próprios limites e sem circunscrever a competitividade aos parâmetros éticos. “Às vezes essa característica é estimulada, e quanto mais se compete, menos limite se tem, e isso acaba sendo prejudicial. O mercado hoje, por mais que disponha de vários profissionais, está carente de pessoas comprometidas”, afirma o psicólogo.

lidariedade é uma das principais características que diferem os seres humanos dos demais animais. A conclusão é do livroestudo intitulado Why we cooperate (Por que nós cooperamos?, sem versão em português), conduzido pelo biólogo Michael Tomasello, diretor do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária em Leipzig, na Alemanha. Ao comparar o desenvolvimento de bebês humanos e jovens chimpanzés, foi constatado que tarefas simples – como apanhar um objeto que outra pessoa deixou cair no chão –, realizadas sem nenhum estímulo, foram cumpridas com excelência pelos nossos congêneres. Com o tempo, esse comportamento pode se sedimentar como norma social. No entanto, diversas situações, até mesmo relacionadas à carreira ou à formação acadêmica, acabam conduzindo as pessoas a serem mais seletivas em suas ajudas, a famosa perda da ingenuidade infantil. E isso nos leva a ser mais competitivos em nome da nossa própria sobrevivência – ou induz as pessoas a utilizarem esse argumento para justificar o vale-tudo em espaços competi-

aula, pois muitas pessoas não sabem lidar com isso e deixam que as relações interpessoais acabem sendo prejudicadas. Creio que haja outras formas mais estimulantes para que as pessoas busquem ser ‘os melhores’. Ao meu ver, a universidade é um lugar para que conhecimentos e experiências sejam trocados”, explica. Já a professora de Administração Ayesha Schwartez lembra que a maior competição nem sempre é contra os outros, mas contra si mesmo. Apesar de se dizer adepta da competitividade e do seu estímulo em sala de aula, ela afirma que esta é apenas uma das ferramentas de apoio pedagógico. “A visão do ensino superior hoje continua muito secundarista, e precisamos agir para que os alunos sejam mais produtivos”, destaca.

Meu colega quer me derrubar. E agora? A melhor maneira de lidar com colegas de classe que tentam se sobressair a todo custo é tentar equilibrar essa balança. Fernando Elias lembra que “em primeiro lugar é o outro que está em excesso, por isso, é preciso equilibrar, é preciso combater isso. Lute contra, essa é a grande dica. Não adianta ficar atraindo desvantagens para si, achando que é menos capaz ou que não consegue”. Claro, sempre tendo em mente que você deve agir como gostaria que os outros agissem com você, conforme os preceitos básicos da ética aristotélica. Pensando bem, por que utilizar a experiência universitária como campo de disputa? Não é necessário ser especialista para saber que a vivência acadêmica, dentro e fora da sala de aula, é um momento único na vida, não só pelo contato com o conhecimento científico e profissional, mas pelas experiências diversas adquiridas junto aos colegas e professores. Bem que isso poderia ser uma fonte valiosa de contatos para o futuro profissional, um networking aprofundado e baseado em experiências pessoais que não pode ser substituído. Então, para que estragar tudo isso deliberadamente em nome de um pragmatismo de utilidade duvidosa?

quanto mais se compete, menos limite se tem

Cooperatividade: por que não? Para quem entende as organizações como organismos vivos, aqui vai uma dica: a so-

tivos, incluindo-se aí as salas de aula. “A gente não tem como dizer que a competição não pode fazer parte da vida, mas às vezes a competitividade passa dos limites quando as pessoas tendem a passar por cima das outras, extrapolando sua relação com as demais”, afirma Fernando Elias. O estudante Eduardo Augusto Hamilton defende outras formas de estímulo ao desenvolvimento acadêmico e profissional que não sejam apenas baseadas em parâmetros competitivos. “Não acho que a competitividade em si seja uma boa dentro da sala de

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| BELO E FEIO

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CARREIRA

Beleza, para que te quero? Objeto de reflexão dos filósofos e de desejo dos humanos comuns, a noção de belo tem gerado discussões importantes também quando o assunto é carreira profissional, onde nunca se conseguiu chegar a um consenso sobre a real relevância do quesito aparência. por luciana mello e simão mairins

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Feio para você, bonito para mim Definir quem é “bonito” ou “feio” não é uma tarefa difícil para você, nem para o recrutador que prefere os de “melhor aparência”. Mas nada garante que sua percepção de beleza seja a mesma dele, muito menos a do candidato na hora da seleção. Afinal, o que é belo? Na concepção platônica, a beleza nada mais é do que a pura ideia, a compreensão particular que cada indivíduo é capaz de formular sobre o conceito. Mas na própria Grécia de Platão, onde a noção de belo foi exaustivamente estudada, conceituada e venerada, chegou-se a formular matematicamente uma definição que, através de escalas e algoritmos, determinaria o que é feio e o que é bonito.

Hoje ninguém vai medir o rosto de uma pessoa para ver se suas proporções se encaixam nos modelos determinados pelos números gregos. No entanto, a beleza ganhou padrões, que podem mudar um pouco de região a região e de época em época, mas sempre tendem a reproduzir as características de grupos dominantes: os deuses gregos no mundo antigo, as moças brancas da Europa feudal, os ídolos teen norte-americanos. Mas, pense bem: será que, independente de ser apenas uma noção individual ou um padrão predeterminado, a beleza faz mesmo diferença na vida profissional?

Atitudes que valem mais Um sorriso colocado na hora certa, vestuário adequado, cabelos e unhas em dia ajudam em uma boa impressão, mas, de acordo com muitos especialistas em recursos humanos, é preciso ir além disso. Para a gerente da Cia. de Talentos e Carreira, Bruna Dias, é importante se vestir e se comportar de acordo com o perfil da empresa, mas antes dos atributos físicos vem a capacidade de desempenhar seu papel. “O que tem que estar em evidência na hora da entrevista não é a beleza. É a sua competência”, destaca Bruna. Entretanto, Bruna acredita que, embora a aparência não seja um elemento que se sobrepõe às exigências mais importantes do mercado, ela pode ter relevância no primeiro contato com um recrutador, um novo chefe ou uma nova equipe. Para Rudney Pereira Junior – gerente de projetos do Grupo Foco, empresa especializada em gestão de pessoas – a forma como o profissional se apresenta em um primeiro contato também é importante. “Através do currículo puro, o recrutador não conhece a pessoa, o contato pessoal é muito importante e é essencial que o candidato saiba se apresentar e passar confiança”, afirma. Rudney explica, no entanto, que isso não quer dizer que as pessoas precisam seguir sempre um padrão de como se vestir ou se portar. É difícil, por exemplo, encontrar pessoas com tatuagens pelo corpo atuando no ramo da medicina. Mas no meio da comunicação é comum. Bruna destaca a mesma coisa: “de maneira geral, alguns cuidados são sempre importantes. Mas o mais principal é o candidato estar de acordo com o perfil da empresa. Normalmente, não é legal ir tra-

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ocê pode até não conhecer o poema “Receita de Mulher”, de Vinícius de Moraes. Mas, provavelmente, já ouviu alguém citando seus dois primeiros versos: “as muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”. Talvez, se tivesse dito isso hoje – era do politicamente correto – o célebre poeta fosse o Rafinha Bastos da vez. Atualmente, poucas coisas soam tão preconceituosas quanto a utilização do subjetivo atributo físico como critério de seleção em algo que não seja um concurso de miss, uma seleção de modelos ou coisa do tipo. O problema é que, na prática, a aparência tem um peso considerável no mercado profissional, mesmo que não digam nada na entrevista de emprego ou estabeleçam um ponto no regulamento. E, segundo um estudo norte-americano, ser bonito ou bonita faz diferença. Na pesquisa conduzida pelo economista Daniel Hamermesh, autor do livro Beauty pays (A beleza paga, em português), um grupo de avaliadores classificou a beleza do rosto de 2.774 profissionais e concluiu que os trabalhadores americanos colocados entre os 7% mais “feios” ganham até 17% menos do que os 33% considerados mais “bonitos”. Considerando apenas a amostragem do público feminino, os números mostram que nos Estados Unidos as “belas” ganham 6,5% mais, enquanto as “feias” perdem 4,3%.

Beleza e autoconfiança Outra pesquisa feita nos Estados Unidos que avaliou a beleza na entrevista de emprego foi a publicação Why beauty matters (Porque beleza importa, em português). De acordo com os pesquisadores de Harvard e da Wesleyam University, Markus M. Mobius e Tanya S. Rosenblat, a beleza traz autoconfiança. Sobre a pesquisa, Rosenblat contou à Administradores que foi avaliado apenas o atrativo físico dos participantes, através de fotos do rosto. “No nosso estudo, avaliamos os candidatos a uma vaga de informática, onde a beleza não influenciaria na produtividade, e mesmo assim, os mais belos levaram vantagem”, explicou a economista. Para ela, isso acontece porque os bonitos conseguem transmitir, geralmente, mais segurança. “Normalmente, quanto mais bonita, mais autoconfiante a pessoa é e consegue passar mais credibilidade. Está tudo relacionado. Em uma entrevista, a pessoa mais confiante vence seu concorrente”, explicou.

balhar de minissaia. Mas se for uma loja de surf, qual é problema?”. No caso dos profissionais mais jovens, inclusive, é sempre importante inspirar confiança nos primeiros contatos, destaca Bruna. E, nesse sentido, a aparência tem um papel importante. “Normalmente se costuma dizer que há preconceito com os profissionais mais velhos. Mas também há com os jovens demais. Por isso, é fundamental transmitir credibilidade”, destaca. A gerente da Cia. de Talentos indica que é preciso ficar à vontade. Segundo ela, é importante tomar cuidado para não acabar se sentindo “desconfortável, porque isso pode piorar qualquer situação”. Enfim, independente de serem eleitos como feios ou bonitos, bons profissionais sabem que assumir a postura certa diante de cada situação é o que faz a diferença. E, mais que tudo, estar munido de algo que não é necessário nenhum estudo para comprovar sua importância: competência.

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CARREIRA

| alto cargo

Sobrevivendo ao TUFテグ do alto potencial thinkstock

O que todo trainee ou funcionテ。rio de alto potencial precisa saber para aproveitar ao mテ。ximo o desenvolvimento acelerado. por preston bottger e jean-louis barsoux*

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arabéns, você acaba de entrar no programa de desenvolvimento acelerado de sua empresa. Ótimo, não? Agora que é oficialmente um funcionário de alto potencial (AP), possivelmente um trainee, você passará por uma série de avaliações que irão prepará-lo para ocupar uma posição da alta administração. Mas antes de começar a planejar como sua vida será nos andares de cima, cuidado: o caminho mais rápido vem com armadilhas que podem atrapalhar uma carreira promissora; e as empresas podem rapidamente abandonar esses funcionários que se complicam. Então, seguem quatro armadilhas a serem evitadas:

O rótulo AP Não espere muito louvor quando iniciar uma nova empreitada. Enquanto o RH e a diretoria lhe atribuem papéis que oferecem oportunidades de desenvolvimento, seu novo chefe imediato não estará preocupado com seu potencial e não terá muitos motivos para investir no seu desenvolvimento. Ele/ela apenas estará interessado(a) na sua capacidade de entregar bons resultados. Isto significa que a primeira coisa que você precisa desenvolver é a habilidade de descobrir o que seu novo chefe quer e como cultivar uma relação de trabalho produtiva. Quanto mais rápido fizer isso, maior a sua chance de ser bem-sucedido. Questões para perguntar a si mesmo: • • • • • •

Em qual estágio da carreira seu chefe se encontra? Com que ele se importa? Como você pode ajudá-lo? Quais as pressões enfrentadas por ele? Seu chefe tem ressalvas quanto a você? Se sim, como amenizar isso? Qual o modo de trabalhar de seu chefe, e como melhor se adaptar ao seu estilo?

Você também trabalhará com novos subordinados. Eles sabem que você está lá temporariamente; então muitos irão simplesmente lhe ignorar e esperar você seguir seu caminho - é comum pensarem que APs acrescentam pouco e eles podem, na verdade, atrapalhar. Você terá de trabalhar bastante para estabelecer a boa vontade antes de tentar imprimir sua marca na área.

Síndrome de merecimento É fácil desenvolver um sentimento de direito ou mesmo de merecimento quando está sendo treinado para ser líder - principalmente se sua organização trata os funcionários promissores como estrelas. Aqueles que sofrem dessa síndrome tendem a se tornar tão cheios de si que não enxergam suas próprias limitações e ficam nervosos quando não recebem a promoção ou tarefa de que se sentem merecedores. Efetivamente, isso significa que veem a liderança como uma oportunidade de aumentar seu próprio status e não como contribuição para o negócio e desenvolvimento de outras áreas. Essa atitude não lhe deixará mais querido. Então, lembre-se: ser um funcionário de alto potencial ou trainee não lhe dá direito a nada. Na verdade, significa que você deve continuar a provar-se digno de receber responsabilidades.

Os riscos das etapas breves Em muitas empresas, os funcionários de alto potencial passam por inúmeras áreas sem nunca permanecer tempo suficiente para vivenciar um ciclo de negócios por inteiro. Dessa maneira, não chegam a compreender os pormenores ou a visão geral e, pior ainda, não assimilam as consequências das decisões do setor. Assim, a experiência de aprendizagem pode não ser tão completa quanto o AP ou a empresa imagina. Para neutralizar essas consequências negativas, algumas empresas oferecem aos APs análises sistemáticas pós-empreitada, embora não seja uma prática muito comum. Portanto, é responsabilidade do funcionário de alto potencial tomar a iniciativa: peça ajuda ao seu chefe para analisar as escolhas feitas e o proveito tirado disso. A vantagem de se fazer isso é que demonstrará compromisso com seu desenvolvimento pessoal e, mais importante, dará a você uma perspectiva externa crítica de suas habilidades. É muito fácil se iludir com seus pontos fortes e fracos, mas se realmente deseja fazer parte da diretoria, é preciso ter uma visão clara de tudo que precisa fazer para se aperfeiçoar.

rando dentro de uma estrutura corporativa, então a sua aceitação das tarefas lhe dará crédito. Mas, com o tempo, quando fizer parte do corpo administrativo, haverá momentos em que o próximo passo a tomar será muito menos estruturado. Você encontrará diversos desafios fora de seu escopo (seja funcional, comercial ou geográfico), afinal, é você que está no comando agora - e o primeiro da fila quando houver problemas. Não deixe que a empolgação de enfrentar um desafio afete sua percepção: a pior coisa a fazer é assumir uma “missão impossível”. Em especial, não aceite metas específicas em ambientes voláteis, onde você não tem controle sobre os recursos necessários. Quando surgir uma oportunidade como essa, é preciso avaliar as características da situação: • • •

É um desafio de uma startup, recuperação ou fortalecimento? Há muita incerteza na economia/mercado externo? O projeto está fora do core business da empresa?

Se a resposta for ‘sim’ a quaisquer destas perguntas, você terá de negociar com seu chefe para poder contar com as pessoas, tempo, financiamento e outros recursos necessários para realizar um trabalho bem feito. Mas atenção: esta negociação terá de ser contínua para que você possa se adaptar à medida que as condições se tornam mais claras. Receber a atenção e o apoio devidos não é fácil, mas é fundamental para seu desenvolvimento. Enquanto você sobe a escada da hierarquia, aprende a lidar com pessoas de alto calibre - que são difíceis, geniosas e sabem como conseguir o que bem desejam. Tornar-se líder não se trata simplesmente de ter know-how comercial e capacidade técnica, é também ter a fome de brigar e lidar com sua jornada até o topo.

*Preston Bottger é professor de Leadership no IMD, onde leciona nos programas Executive Developlment e Orchestrating Winning Performance.

O ‘sim’ a mais Quando você é um funcionário de alto potencial, não terá como negar ou negociar tarefas. No início, é ótimo - você estará opeDezembro 2011

*Jean-Louis Barsoux é pesquisador no IMD; seus interesses incluem a administração da liderança e mudança.

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PEI, BUF!

| FACEBOOK

Como divulgar seu negócio no Facebook?

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lguns apontavam apenas como uma “moda de momento”, outros diziam que ele não ia fazer sucesso aqui no Brasil e teve até aqueles que cravaram sua extinção em dois anos. Não, não estamos falando de uma nova banda internacional, uma série de TV estilo sitcom ou a saga de bruxos e vampiros estrelados em Hollywood. Trata-se do Facebook que, certamente, já calou os pessimistas (eles também abriram uma conta)

e vem reunindo pessoas de todas as gerações que estão curtindo, compartilhando e trocando contatos o tempo todo. Aliás, o Facebook é, no momento, o queridinho entre os brasileiros. A rede social de Mark Zuckerberg tem 30,9 milhões de usuários no país (e, pasmem, 800 milhões no mundo). É tanta gente conectada que as oportunidades de divulgar uma marca, estar em contato com os clientes e potencializar os negócios de uma empresa são enormes. E o melhor, o Facebook é preparado e disponibiliza centenas de possi-

bilidades para isso. Separamos algumas dicas para aqueles que desejam se aventurar por essas terras. Mas, lembre-se, as redes sociais são “facas de dois gumes”: da mesma forma que é possível potencializar os negócios de uma empresa, é possível também manchar a reputação dela. Ter uma conta simplesmente para dizer que possui não vale a pena. Publicar só besteiras, apenas se você for um humorista. E, definitivamente, não faça spam.

Crie uma Fan Page

Venda produtos

Anuncie para o público certo

No Facebook, existem páginas específicas para as empresas e marcas interagirem com seus fãs – as Fan Pages. Elas são gratuitas e permitem compartilhar conteúdos através do mural, grupos de discussão, tabs de informação, fotografias, vídeos, além de aplicativos específicos. Duas de suas virtudes são que não há limite de fãs por página e elas podem ser gerenciadas por diversos administradores que já possuem conta na rede. Além disso, é possível integrar as informações postadas em um blog, Twitter e LinkedIn com a página da empresa no Facebook, permitindo que os fãs recebam todas as atualizações publicadas diretamente nessa rede social.

Você já reparou que aconteceu uma mudança no local de algumas lojas durante as últimas décadas? Antes se vendia apenas em lojas físicas, depois algumas se transformaram em sites na internet e agora surge a tendência do comércio dentro do Facebook. Porém, é bom saber alguns detalhes antecipadamente: assegure-se de que sua loja no Facebook é fácil e intuitiva para navegar - os usuários não devem gastar mais de três cliques para localizar um produto. Crie também mecanismos que incentivem a divulgação “boca a boca” na rede social. As lojas que oferecem experiências diferentes de compra, listas de desejo e estimulam a colaboração irão, provavelmente, ter um aumento no tráfego e nas vendas.

O Facebook facilita também a criação de publicidades com um grau de personalização fora de série. É possível definir o segmento do anúncio com base no sexo, local, faixa etária, estado civil e até gostos. Quer atingir um público de mulheres, entre 25 e 40 anos, casadas, que morem no Rio de Janeiro e gostem de cozinhar? Ah, não esqueça que esse serviço é pago, porém se você tiver poucos recursos para investir não tem problema. No Facebook você publica a quantidade de anúncios que o seu dinheiro permitir.

Faça aplicativos legais

Seja interessante e dedique-se

Um dos grandes atrativos dessa rede social são os aplicativos. Eles funcionam como uma ótima maneira de interação entre os clientes e as marcas. Hoje, são mais de 500 mil aplicativos na rede, e quase 70% dos usuários “curtem” mensalmente algum em seus perfis. Existem aplicativos de jogos, de notícias, de serviço, de vídeo, previsão do tempo etc. Como eles são, geralmente, interativos incentivam o usuário, os amigos do usuário e os amigos dos amigos do usuário a compartilhá-lo. Ou seja, mais pessoas ficam ligadas e interessadas nas empresas que possuem aplicativos legais.

Atualizar a página apenas quando dá não basta. Para a empresa ter sucesso no Facebook, é preciso dedicação. É importante ouvir o que seus clientes têm a dizer, valorizar a interação e postar notícias, fotos e vídeos interessantes. Ser divertido nos posts pode ser também um bom caminho, afinal, ainda se trata de uma rede social. E por favor, não vai ficar contando detalhes que ninguém quer saber sobre seu produto ou serviço. Seja original, pense na parte interessante do seu produto e conte para seus fãs de uma forma diferente.

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por fábio bandeira de mello


estratégia

| resultados eficientes dor. Para identificar movimentos, converse com pessoas diferentes de você. “Não é lendo livros, mas olhando pela perspectiva dos outros que detectamos as tendências”, afirma Charan. E para o coach, esse é um dos segredos das companhias mais bem-sucedidas. “Seja qual for o seu modelo de negócio, descobrir tendências e olhar para fora sempre pode trazer bons resultados. A internet hoje facilita as coisas. Por isso, seja global”.

2 - Defina prioridades dominantes É preciso definir três ou quatro prioridades que ajudem atingir sua visão e sua estratégia. Se você conseguir detectar quais são elas, com certeza vai conseguir reverter isso em resultados. “As pessoas que são excepcionais na execução não se distraem fazendo mil coisas ao mesmo tempo”, esclarece Charan. O consultor destaca que Bill Gates, por exemplo, quando começou, colocou apenas uma prioridade: um computador por pessoa. “A partir daí, as coisas começaram a funcionar com eficiência”, destaca.

3 - As pessoas certas, nas funções certas

Os conselhos de Ram Charan para uma gestão eficaz Fomos atrás de quem realmente entende sobre o assunto e ouvimos seis recomendações para conseguir, de fato, esses resultados. por fábio bandeira de mello

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eus livros, quase todos best-sellers, mostram o lado prático dos negócios. Atuou nos bastidores de grandes corporações, como DuPont, General Eletric, Novartis, Home Depot, 3M, Ford, Duke Energy e Verizon. Aconselhou homens poderosos do mundo dos negócios (incluindo Jack Welch) e foi apontado pela revista Business Week como um dos “10 melhores consultores para cursos in-company”. O invejável currículo pertence ao professor indiano Ram Charan, um dos mais admirados conselheiros em gestão do mundo. Em passagem pelo Brasil, o coach esteve com empreendedores e executivos de todo o país e, para nossa felicidade, listou alguns princípios que podem fazer a diferença para o sucesso das empresas.

1 - Olhe para o horizonte e identifique tendências A execução das tarefas na empresa é importante, mas é preciso estudar o ambiente externo para ir além dos limites da organização. É necessário ficar de olho no horizonte e detectar as tendências ao re-

Os profissionais não precisam ser perfeitos, mas precisam estar felizes e satisfeitos. Eles precisam estar à vontade no trabalho que estão realizando. “O seu maior multiplicador é ter a pessoa certa no lugar certo”, afirma Charan. No entanto, ele lembra que é fundamental, independente do talento de cada líder ou funcionário, saber trabalhar em conjunto. “Para convocar um jogador é preciso que ele seja muito bom, mas também é preciso que ele saiba jogar em equipe”, indica.

4 - Ligue as pessoas, as estratégias e o orçamento Para que a ligação entre essas três vertentes seja realizada, é fundamental a reflexão sobre as competências necessárias para o negócio dar certo e as competências que não possuem tanta importância. Essa reflexão, alinhada com o orçamento disponível, trará a definição das melhores estratégias para serem colocadas em prática. Ram Charan sugere duas perguntas que todo CEO deve fazer: - Quais competências não temos e quais precisamos ter para nossa estratégia decolar? - Como mudar o orçamento para o ano seguinte?

5 - Avalie o desempenho de olho nas causas “Ache as causas de por que o desempenho é bom e por que o desempenho não é bom”, ensina Charan. O coach explica que não é bom tirar conclusões precipitadas. Às vezes, inclusive, a meta não foi alcançada, no entanto, se o mercado diminuiu e a empresa foi melhor que os concorrentes, essa performance deve ser premiada por ter minimizado os efeitos negativos. Ele explica que é importante avaliar o desempenho de tempos em tempos e recompensar os bons trabalhadores.

6 - Treine, treine e treine A execução não é uma disciplina dificílima, mas necessita de muito treino para atingir a prática. Para Charan, existem empresas que fazem muito bem isso, como: Apple, Amazon e até as brasileiras Vale, Natura e Ambev. Por isso, ele assegura: “quando você treina, desenvolve hábitos que se tornam instintivos”.

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| STARTUPS

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Negócios

A explosão de oportunidades no

mercado de aplicativos Ascendência do mercado de apps mobile consolida tendência do uso de smartphones e tablets. Startups já enxergam boas oportunidades no segmento, que deve obter um crescimento mundial de 183% só em 2011. por eber freitas

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ense rápido: qual o bem de consumo que você mais deseja adquirir nos próximos dois anos? Se a resposta for um smartphone ou um tablet, você é mais um dentre milhões de brasileiros que não irão dispensar um desses dispositivos como item essencial. Essa tendência não carece de fundamentos, já que, de acordo com a Anatel, devem estar circulando no país nada menos do que 227 milhões de aparelhos celulares, número 20

que excede em quase 40 milhões o número de habitantes. E, assim como você, seus conterrâneos querem algo bem mais valioso do que a capacidade de ligar e receber ligações: desejamos informação, interatividade e poder de expressão. “Cada vez mais a proliferação desses dispositivos móveis nas mãos de classes baixas como C e D tende a trazer mais usuários, mais adeptos dessa mobilidade”, acredita Bruno Badini, CEO da Vertigo Tecnologia. Ele explica que a entrada de mode-


los baratos de smartphones no mercado brasileiro e a obsolescência de dispositivos que fizeram sucesso – o primeiro iPad já é um item jurássico – favorecem a disseminação dessas tecnologias. Um dos efeitos virtuosos gerados pelo crescimento dessa demanda interna é o surgimento de novas oportunidades de negócios, sobretudo na cadeia de produção dos aplicativos – pequenos programas criados para prestar serviços específicos aos usuários. Essa cadeia inclui desde o desenvolvimento, passando pela captação de investimentos, até a disponibilização nos canais de distribuição ou venda. Uma estimativa divulgada pelo instituto de pesquisas Gartner revela que, em comparação a 2010, a indústria de aplicativos triplicará até o final de 2011, gerando uma receita para as lojas de aplicativos (app stores) de até US$ 15,1 bilhões. Já a consultoria IDC prevê a profissionalização do setor, com um aumento na produção mundial de aplicativos na ordem de 183%, ou 6,5 apps por empresa desenvolvedora. André Martins, presidente do JLIDE (Grupo de Jovens Líderes Empresariais), acredita que em cinco anos os aplicativos estarão em evidência muito maior no mercado. “Em pouco tempo nós vamos ver a morte dos endereços na web. Ela vai ser apenas o processador do negócio, tudo vai rodar em aplicativos. Você não vai mais ao navegador fazer os acessos. Dentro desse cenário, aqueles que focarem em desenvolver aplicativos vão ser a grande coqueluche do negócio”, acredita.

tecnologia; mas, com a vinda das primeiras pesquisas e impressões, tivemos que começar a focar no usuário, saber o que o cliente espera em termos de usabilidade, funcionalidade e design, e não apenas encher o aplicativo de recursos que nunca serão utilizados”, explicou o administrador Deivide Oliveira, idealizador da startup. Aliás, a captação de investimentos é um verdadeiro dilema para as startups no Brasil. Apesar de contarmos com iniciativas de redução e simplificação da carga tributária para micro e pequenas empresas – como o Simples Nacional – os empresários que aderem a essas modalidades estão sujeitos a diversas regras, e uma delas prevê a impossibilidade de receber recursos de investidores. Ou seja, são pequenos empreendimentos que terão de arcar com as mesmas responsabilidades financeiras e tributárias do Facebook e do Google, caso sejam desvinculados de tais programas. E nesse dilema residem problemas que

inteiro como um celeiro frondoso onde os investimentos em startups podem render os melhores resultados. Para André Martins, existem pelo menos quatro particularidades que fazem a fama do lugar. “O Vale do Silício é um contexto único, que envolve ambientes inovadores, faculdades de primeira linha, capital para investimento fácil e muita disposição”, afirmou o empresário. À primeira vista, o que pode ser deduzido é que, entre esses elementos, o único de que o Brasil dispõe em abundância é o último. De acordo com a última edição da pesquisa anual Global Enterpreneurship Monitor (GEM), divulgada no Brasil pelo Sebrae, 21,1 milhões de brasileiros desempenharam alguma atividade empreendedora em 2010, o equivalente a 17,5% da população adulta. Essa é a maior taxa de empreendedorismo entre os países membros do G20, que abrange as maiores economias do mundo. O empreendedor e consultor de marketing digital Eric Santos ratifica essa visão, afirmando que o talento não falta, mas o país ainda carece de outros elementos, como diversos cases de sucesso, investidores de risco de fato, empreendedores experientes, conhecimento disseminado, entre outros fatores. “Acredito que estamos avançando rápido. Nosso ecossistema hoje é incomparavelmente melhor com o que era doze anos atrás, quando comecei nessa área. Creio que temos que achar uma maneira tupiniquim de criar empresas inovadoras, considerando as limitações e algumas oportunidades diferenciadas que temos”, disse. Mas, para que as startups que desenvolvem aplicativos naveguem em oceano azul, é preciso mudar também alguns comportamentos culturais que ainda persistem na cabeça dos brasileiros. Um desses comportamentos é o medo e o repúdio ao erro: “tanto o empreendedor quanto o investidor precisam aceitar a falha, não podem se prender por achar que não vai dar certo. Não é a pessoa que não dá certo, é o negócio. Temos que ter um pouco mais de ousadia”, disse Martins, lembrando que a cultura empreendedora do Vale do Silício conta com aberturas e falências cotidianas. “Montar um negócio que não dá certo é rotina pra eles”, afirma.

Novas possibilidades de mercado estão sendo rapidamente permeadas por profissionais empreendedores e suas empresas inovadoras, as startups

Oportunidades e mais oportunidades Todas essas novas possibilidades de mercado estão sendo rapidamente permeadas por profissionais empreendedores e suas empresas inovadoras, as startups. A UPPNA é um exemplo claro dessa tendência. Focada no desenvolvimento de sites e aplicativos para dispositivos móveis, a empresa conseguiu recentemente captar investimentos da ordem de R$ 1 milhão para o desenvolvimento do Mallguide.me - um guia para os usuários, contendo produtos, preços e promoções das lojas. “A gente era muito focado apenas na

atingem diretamente pelo menos dois lados da coisa toda: os investidores, que se sentem desestimulados a investir nas startups; e os empreendedores, que vão ter menos recursos disponíveis – muitas vezes oriundos do próprio salário. E consequentemente o desenvolvimento de aplicativos de qualidade se torna um sonho distante. O empresário André Martins defende alterações na legislação para que essas empresas sejam desenquadradas pelo mérito das próprias conquistas, e não por receber investimentos. “Esse é um assunto que a gente vai demandar: criar uma instrução para que as empresas do Simples Nacional possam receber investimentos sem que elas sejam desenquadradas”, destaca.

Ambiente empreendedor O Vale do Silício, localizado na Califórnia e onde estão sediadas as maiores empresas de tecnologia do mundo, tem muita história para contar. O local é conhecido no mundo

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especial

| NOTÍCIAS DO ANO

2011 Retrospectiva

Fim de ano. E o que você encontra nos noticiários de todo o mundo? Pois é, a retrospectiva. Nas páginas a seguir você verá a nossa, com um panorama dos acontecimentos que marcaram o Brasil, o mundo, a tecnologia e até aqueles que bombaram na internet ao longo do ano. por fábio bandeira de mello

janeiro

FEVEREIRO MUNDO

BRASIL O Brasil tem, pela primeira vez, uma mulher na presidência. Dilma Rousseff recebeu, no dia 1º, a faixa presidencial e a responsabilidade de conduzir o país durante os próximos quatro anos. No mesmo mês, o país se mobiliza para ajudar as vítimas da maior tragédia climática da nossa história, com mais de 900 mortos na região serrana do Rio de Janeiro.

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Uma série de protestos e atos de desobediência civil ocorre no Egito e na Tunísia. O principal objetivo dos protestos é derrubar o regime do presidente egípcio Hosni Mubarak, que estava no poder há quase 30 anos e do Bem Ali, que governava a Tunísia desde 1987. Os governos dos dois ditadores caíram.

TECNOLOGIA 750 milhões de fotos são postadas no Facebook no primeiro final de semana do ano. Empresas agitam o mês com o lançamento de gadgets nas duas principais feiras de tecnologia do mundo - CES e Campus Party. Destaque para o tablet Motorola Xoom, o smartphone Atrix e a nova loja de aplicativos da Apple - Mac App Store.

Motorola Xoom

BRASIL VIRAL A propaganda das sandálias Havaianas com a atriz Fernanda Vasconcellos dá o que falar no Twitter e Youtube. A atriz apareceu de biquíni e não era possível ver seu umbigo. Logo surgiram rumores de que o desaparecimento seria consequência dos retoques para apagar imperfeições de sua barriga. O vídeo teve mais de um milhão de views em poucos dias. Relembre em adm.to/jan_2011.

Começa a valer em 1º de fevereiro o astronômico salário dos parlamentares. Na prática, os reajustes salariais foram de 61,8% para deputados, 133,9% para a presidente e 148,6% aos ministros. Todos passaram a receber R$ 26,7 mil. A aprovação foi votada em dezembro de 2010, em menos de duas horas, nas duas casas legislativas.

MUNDO O discurso do rei ganha o Oscar como melhor filme. Nesse mês, vários países islâmicos, a exemplo do Egito, saem às ruas para exigir a abertura política e a implementação de um regime democrático. Os protestos se iniciam através de mobilizações nas redes sociais, sendo rapidamente bloqueadas pelos governos.


MARçO

iPad 2

MUNDO

A News Corp lança o primeiro jornal criado especialmente para tablets, The Daily, que custa US$ 0,14 por dia e só roda no iPad. Líderes de tecnologia norte-americanos, como Apple, Google e Facebook, encontram-se com o presidente Barack Obama para discutir sobre as estratégias para fortalecer a economia dos EUA.

BRASIL

Em uma reportagem no Museu de Zoologia da USP, ao se deparar com uma fila de crianças, o repórter Márcio Canuto, da TV Globo, recebe uma resposta para lá de inusitada de uma das crianças que não compreendeu muito bem sua pergunta. O vídeo no YouTube ultrapassou rapidamente os dois milhões de acesso em adm.to/fev_2011.

O prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e políticos reincidentes de vários partidos anunciam a criação do Partido Social Democrático (PSD). No final do mês, morre, aos 79 anos, o ex-vice-presidente José Alencar, que enfrentou uma batalha contra o câncer durante 13 anos.

ABRIL José Alencar

VIRAL

TECNOLOGIA A Apple lança o iPad 2 para delírio de seus fãs. Na guerra dos navegadores, a Microsoft inaugura o Internet Explorer +, o Mozilla traz a versão do Firefox 4 e a Google disponibiliza para teste a versão Beta do Chrome 11.

Casey Heynes se transforma no símbolo da luta contra o bullying após reagir a um “valentão” que o agrediu em uma escola australiana. Em questão de horas, a gravação de apenas 45 segundos foi assistida por milhões de internautas. O vídeo está em adm.to/mar_2011.

TECNOLOGIA BRASIL Na manhã do dia 7, Wellington Menezes entra numa escola em Realengo, zona oeste do Rio, mata 11 alunos e se suicida. O crime causou comoção no país e teve ampla repercussão internacional.

MAIO

MUNDO Sob os olhos do mundo, o príncipe William e Catherine Middleton fazem o primeiro casamento high-tech da realeza britânica. As imagens da união foram transmitidas e comentadas ao vivo pela internet e vistas por quase dois bilhões de pessoas.

A rede on-line de videogame da Sony é invadida por crackers que roubam dados de 77 milhões de contas de usuários, numa das maiores violações de segurança da internet. Ainda em Abril, Larry Page assume a diretoria da Google e o YouTube lança um canal de vídeos ao vivo, o YouTube Live.

TECNOLOGIA

O Supremo Tribunal Federal aprova o reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo. Com isso, casais gays têm direitos como pensão e herança. Na Câmara dos Deputados, decreto legislativo autoriza a realização de um plebiscito para a criação do estado de Carajás, que seria uma divisão do estado do Pará.

A Microsoft compra por US$ 8,5 bilhões o Skype programa de voz e vídeo mais popular da internet. Em maio também é anunciado o balanço trimestral do The Daily, jornal exclusivo para iPad lançado em fevereiro: prejuízo de U$ 10 milhões.

EUA anuncia a morte de Osama Bin Laden durante operação da CIA, em uma região montanhosa do Paquistão. Líder do grupo extremista islâmico Al-Qaeda era um dos homens mais procurados pelo FBI.

Dezembro 2011

O vídeo da música Friday, da celebridade instantânea teen Rebecca Black, atinge a marca de 100 milhões de visualizações no Youtube em apenas 63 dias... Ai se fosse aquela campanha de marketing da empresa. adm.to/abr_2011.

VIRAL

BRASIL

MUNDO

VIRAL

O discurso de Amanda Gurgel, professora de português da rede pública do Rio Grande do Norte, sobre a difícil realidade do professor brasileiro virou hit na web. A declaração emocionante na Assembleia Legislativa do seu estado pode ser vista em adm.to/maio_2011.

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algumas imagens do thinkstock

TECNOLOGIA

VIRAL

Forte terremoto de 8,9 graus na escala Richter, seguido de tsunami, devastou várias regiões costeiras do Japão. O número de mortos superou 10 mil e houve vazamento radioativo na usina de Fukushima. O medo de contaminação alertou grandes potências para a revisão de seus programas de energia nuclear.


especial

| NOTÍCIAS DO ANO

AGOSTO

Yingluck Shinawatra

BRASIL

MUNDO

TECNOLOGIA

VIRAL

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, vive momentos tensos no governo. Após afirmar ter votado no candidato Serra em 2010, disse que a ministra Ideli Salvatti era “muito fraquinha” e que Gleisi Hoffmann “sequer conhece Brasília”. O resultado foi sua saída do Ministério. Já na bolsa de valores, a Bovespa, no dia 8, fecha com queda de 8,08%, menor patamar desde 30 de abril de 2009.

O acesso à internet é reestabelecido na Líbia, após seis meses de bloqueio, quando rebeldes tinham invadido a capital Tripoli. Na Tailândia, é eleita a primeira premiê mulher do país. Yingluck Shinawatra venceu votação parlamentar 11 semanas após iniciar carreira política.

Em 9 de agosto, a Apple fecha o dia financeiro como a empresa mais valiosa do mundo. Valendo US$ 337 bilhões, a empresa ultrapassou a petroleira Exxon Mobil. No mesmo mês, Steve Jobs deixa o cargo de CEO da empresa por motivos de saúde.

A marca espanhola Zara se envolve em denúncia de trabalho escravo, quando sua fornecedora é acusada por manter 16 trabalhadores sul-americanos em condições irregulares. O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais durante o mês com manifestações e reações de repúdio pelos internautas.

JULHO

MUNDO

BRASIL Morre o senador e expresidente da República Itamar Franco, de acidente vascular cerebral (AVC). Ele estava sendo tratado de uma pneumonia decorrente de uma leucemia aguda. Nesse mês, o dólar caiu ao menor nível desde 1999, em relação ao real. A moeda fechou a R$ 1,544 para venda.

O militante de extrema direita Anders Breivik faz ataques em Oslo e na Ilha de Utoya, na Noruega, que deixam 77 mortos no total. Ele foi preso e será julgado no primeiro semestre de 2012. Já a cantora inglesa Amy Winehouse é encontrada morta em sua casa, em Londres. Ela tinha 27 anos e um histórico de envolvimento com álcool e drogas.

JUNHO BRASIL

TECNOLOGIA

O ministro Antonio Palocci pede afastamento do cargo um mês após o jornal Folha de S.Paulo divulgar o aumento de seu patrimônio em 20 vezes entre 2006 e 2010. Palocci foi o primeiro dos seis ministros que caíram em 11 meses de governo Dilma.

Google lança rede social Google +, onde os usuários promovem a interação em pequenos grupos (os círculos). Intensificam-se também ataques para acessar informações confidenciais de sites, bancos e órgãos governamentais pelos grupos crackers LulzSec e Anonymous.

MUNDO Vulcão Puyehue entra em erupção no Chile. Cerca de 600 moradores são retirados e vários voos foram cancelados em seis países. Já Obama anuncia a saída de 33 mil soldados do Afeganistão até 2012 e confirma a retirada total para 2014.

VIRAL A deputada estadual do Rio de Janeiro Myrian Rios - que já foi atriz, modelo e namorada do cantor Roberto Carlos - fez pronunciamento polêmico que repercutiu em debates calorosos nas redes sociais. Myrian defendeu seu direito de não empregar homossexuais, fazendo relação de gays com a pedofilia. adm.to/jun_2011

Pôneis Malditos

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TECNOLOGIA No dia 27, o sistema operacional MS-DOS completou 30 anos de existência. Ele foi comprado pela Microsoft por US$ 50 mil e se transformou nos pilares do início da computação. O mês contou também com o lançamento do Adobe Flash Player 11 Beta, novo aperfeiçoamento do plugin mais utilizado no mundo.

VIRAL Vencedor de 10 prêmios expressivos em publicidade, eleito o Trending Topic do Ano e alvo de processo do Conar, a campanha “Pôneis Malditos”, da Nissan, fez sucesso e foi um dos vídeos com maior repercussão da internet brasileira em 2011. adm.to/jul_2011


SETEMBRO BRASIL

MUNDO

Acontece a quarta edição do Rock in Rio no Brasil com grandes nomes da música mundial e atrações de interatividade e marketing que surpreenderam os 100 mil espectadores diários em sete dias de festividade. No dia 14, funcionários dos Correios entraram em greve por melhores salários e benefícios; a paralisação durou 28 dias.

Dilma se torna a 1ª mulher a abrir a Assembleia Geral na ONU. Ela defendeu a formalização do Estado Palestino e o combate à crise econômica de forma coesa. No mesmo mês, uma série de manifestações contra a exclusão social e crise econômica iniciam um movimento intitulado Ocupy Wall Street.

OUTUBRO

MUNDO BRASIL Brasil tem a 2ª melhor colocação na história dos jogos Pan-Americanos em Guadalajara, no México. Ao todo foram 141 medalhas, sendo 48 de ouro. Também em outubro, bancários de todo o Brasil fazem greve que dura 21 dias e entra em vigor o horário de verão em três regiões do país, tendo como novidade a inclusão do estado da Bahia.

NOVEMBRO BRASIL Forças policiais fazem a ocupação das favelas da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, no Rio de Janeiro, após décadas de domínio do poder paralelo na região. Chamada de operação Choque de Paz, o objetivo agora é instalar Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nessas comunidades.

MUNDO Após fortes pressões políticas, Silvio Berlusconi deixa o cargo de primeiro-ministro da Itália depois de 17 anos no poder e George Papandreou renuncia ao cargo de premiê na Grécia. Além disso, pesquisa da ONU anuncia que o número de pessoas com HIV passou para 34 milhões no mundo.

Morre aos 56 anos Steve Jobs, fundador e ex-presidente da Apple. O executivo sofria de câncer e estava afastado do comando da empresa. Segundo a família, ele teve uma morte tranquila. No mesmo mês, mas com uma morte violenta, o ex-ditador líbio Muammar Kadhafi é alvejado com vários tiros pouco após sua captura.

TECNOLOGIA Cientistas apresentam o metal mais leve do mundo. O novo material é 100 vezes mais leve do que o isopor e tem em sua combinação apenas 0,01% de material sólido com 99,99% de ar na formulação da estrutura. Além de leve, o novo metal possui forte resistência.

VIRAL

TECNOLOGIA Facebook passa Orkut em número de visualizações no Brasil, segundo Ibope. A rede de Mark Zuckerberg atinge 30,9 milhões de visualizações contra 29 milhões do Orkut.

A campanha da fabricante de roupas íntimas Hope, estrelada pela modelo Gisele Bündchen, gera polêmica e vira alvo da Secretaria de Políticas para as Mulheres e do Conar. Nela, a modelo estimula as mulheres brasileiras a fazerem uso de seu “charme” para amenizar possíveis reações de seus companheiros. Nas redes sociais, as opiniões ficaram divididas. Veja o vídeo em adm.to/set_2011.

TECNOLOGIA Amazon anuncia seu novo tablet, o Kindle Fire, que chega ao mercado norteamericano por US$ 199. Nos Estados Unidos, testes feitos na Universidade de Pittsburgh possibilitam um tetraplégico comandar um braço artificial usando um chip implantado no seu cérebro. A tecnologia é o primeiro passo para repor o movimento de milhares de pessoas no com alguma impossibilidade física.

VIRAL Poucos dias após a a descoberta do câncer no Luiz Inácio Lula da Silva, dois homens invadem o link ao vivo do Jornal Hoje, da TV Globo. Eles empurraram a repórter Monalisa Perrone, que fazia a cobertura sobre o estado de saúde do ex-presidente, em São Paulo. adm.to/out_2011.

Silvio Berlusconi

VIRAL O dia 11/11 não passou em branco para muitos e uma enxurrada de previsões apocalípticas e motivos de piada aconteceu na web pela coincidência dos números. O mês contou também com uma perseguição digna dos filmes de Hollywood, na qual a Polícia Federal bateu na asa de um avião em movimento com contrabandistas. Veja em adm.to/nov_2011

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Plano

e os 5 Ps para a Estratégia de Mintzberg

O grupo sempre planeja seus próximos passos antes de tomar qualquer atitude. Seja quando vão à cidade atrás de mantimentos e combustível, quando entram na floresta para caçar e até na decisão de mudar de acampamento pelo medo de uma invasão zumbi.

Texto | Fábio Bandeira de Mello Arte | JB Neto Em 1991, o teórico canadense Henry Mintzberg propôs a inexistência de um conceito único para definir o que seja estratégia. Para o pesquisador, existem cinco Ps que esclarecem melhor o conceito desse termo. Essas definições fizeram com que a estratégia ganhasse um status muito além do que o simples planejamento de ações nas empresas. Ela pode ser utilizada para definir a nossa carreira, nossos estudos, conquistar o amor da nossa vida e, claro, sobreviver a um ataque zumbi após uma epidemia viral. Os 5Ps: Plano (plan) Essa estratégia constitui um conjunto de ações, algo intencional e planejado, que objetiva a obter um resultado positivo para a organização. Artimanha (ploy) É uma manobra da empresa que tem a finalidade de confundir, iludir ou comunicar uma mensagem falsa aos concorrentes. Padrão (pattern) Essa estratégia mostra que, quando um curso de ação traz resultados positivos, a tendência natural é definila como padrão. Ford, por exemplo, adotou a venda de carros apenas na cor preta. Posição (position) Define a posição de uma empresa perante seus concorrentes e consumidores. Ela busca um posicionamento que lhe permita se estabelecer dentro de um segmento. Perspectiva (perspective) É a forma de se olhar o mundo e a escolha de como competir no mercado. Essa estratégia surge da visão sobre o futuro, o que muitas organizações denominam como “a nossa maneira de atuar”.

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Posição G, comandando um grupo de mexicanos, faz tudo para proteger uma comunidade hospitalar de aposentados na 1ª temporada. O grupo toma um posicionamento de aparentar serem desprezíveis e maus, no entanto, o objetivo é nobre: defender os idosos.


PADRÃO Ao descobrir que um golpe certeiro na cabeça era suficiente para eliminar os mortos-vivos, essa atitude tornou-se o padrão de defesa de todos os sobreviventes.

Artimanha O policial Rick e o entregador de pizza Glenn tentam confundir os zumbis ao esfregarem as entranhas de um andarilho morto em suas roupas. Como os zumbis localizam os seres humanos pelo cheiro, os dois se “fantasiam” de zumbi para passarem despercebidos por uma multidão até a caminhonete mais próxima.

A série

The Walking Dead é uma das séries de TV a cabo mais assistidas do momento. Ela foca em um grupo de pessoas tentando sobreviver no mundo após uma infestação de zumbis. Um dos pontos fortes do seriado é ir além da pura e simples carnificina, explorando os conflitos internos, as disputas de poder, os dilemas éticos e, até mesmo, a utilização dos cinco modelos de estratégias para escapar dos perigos frequentes.

Perspectiva Esse modelo de estratégia, talvez, seja o mais importante em The Walking Dead. O grupo de sobreviventes liderado por Rick agarra-se à esperança de encontrar uma solução que altere a atual circunstância – e esse é o grande motivador que faz com que todos continuem lutando pela sua vida.

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Profecias apocalípticas, crise econômica de proporção mundial e muitas especulações em várias áreas. Está na hora de você saber o que nos espera para o próximo ano. por simão mairins e mayara emmily

F

inais de décadas, séculos ou milênios quase sempre são povoados pelas mais variadas especulações em torno do fim do mundo. Do final dos anos 1990 até hoje, muitas pessoas já devem ter ido dormir com medo de não acordar no dia seguinte pelo menos umas duas vezes. Em 1999, por exemplo, tinha gente que não podia ou28

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vir falar em Nostradamus que sentia logo aquele calafrio. O réveillon daquele ano, inclusive, foi um dos mais tensos que o mundo já passou. Embora a profecia de Nostradamus não tivesse se concretizado (segundo ele, o fim do mundo deveria ter ocorrido em outubro), restava aquela pontinha de medo de que a grande catástrofe ainda acontecesse até 31 de dezembro. Além disso, um monte de

gente contou apreensivamente os últimos segundos de 1999 antes de abrir o champanhe. Aquele 1º de janeiro que se aproximava, para muitos, poderia ser o início de uma grande dor de cabeça. O tão temido e (felizmente) não concretizado bug do milênio, que faria a maior bagunça em sistemas informáticos de todo o mundo, chegou a ser mais assustador que o próprio fim dos tempos.


E essas histórias duraram pelo menos até 2001, quando as inseguranças se dissiparam um pouco. Mas o sossego não durou 10 anos. Foi só perceberem que uma nova passagem de década se aproximava para começarem a procurar novas previsões apocalípticas. E aí apareceram com essa da profecia maia, uma interpretação da chamada Contagem Longa utilizada pelos povos mesoamericanos para mensurar o tempo. Segundo as leituras mais dramáticas, esse calendário simplesmente acaba no dia 21 de dezembro de 2012, quando ocorrerão vários fenômenos cataclísmicos que varrerão tudo sobre a superfície da Terra. Há, ainda, correntes científicas que acreditam que vai

acontecer a colisão de asteróides em nosso planeta, e outros religiosos, que indicam mudanças drásticas na vida humana - tudo em dezembro. O negócio é que, mesmo que essas previsões sejam verdadeiras, temos aí pelo menos um ano pela frente, com muitas coisas por fazer e muita história para ser construída, por gente que não está nem aí para o fim do mundo. É verdade, entraremos em 2012 com várias incertezas, principalmente acerca dos rumos da economia mundial, que continua em uma crise aguda que perdura desde 2008, não dá sinais de recuperação no curto prazo e não deixa pistas muito claras

de como o Brasil será impactado por ela. Mas é justamente por isso que precisamos pôr os planos no papel e trabalhar para colocá-los em prática. Nesse sentido, deixamos de lado a pauta tradicional dos finais de ano e resolvemos olhar para a frente. Fomos ouvir diversos profissionais e estudiosos sobre as principais perspectivas para o ano que vem nas áreas de Política, Economia, Negócios, Carreira, Tecnologia, entre outras, e reunimos suas análises em um grande especial que você pode conferir nas próximas páginas. E aí, se o mundo for mesmo pelos ares antes de 2012 acabar, já teremos feito a nossa retrospectiva com um ano de antecedência.

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O mundo em chamas ECONOMIA & POLÍTICA

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Pelo visto, 2012 começará com o mundo em plena ebulição. Mas, calma, ainda não é o fogo do apocalipse (pelo menos esperamos que não seja!). É que, com Estados Unidos e Europa em crise econômica e o mundo árabe numa fase aguda de confusões em sua sempre conturbada política, uma sucessão de eventos atípicos vem acontecendo e eles devem continuar pelo menos nos próximos meses. Nos EUA, o movimento Occupy Wall Street, que reuniu diversas pessoas no maior centro financeiro do mundo para protestar contra o capitalismo, acabou se espalhando para outras cidades. Desde então, o clima divisionista que toma o país tem se acirrado cada vez mais e posto em xeque a reeleição do presidente democrata Barack Obama, que vem enfrentando uma ferrenha oposição dos republicanos (e até de aliados) no Congresso. “Os EUA são um país sólido, mas vivem uma divisão grave entre republicanos e democratas que no longo prazo pode ser muito prejudicial”, afirma o ex-presidente do Banco Central do Brasil Armínio Fraga. Já a Europa chega ao final de 2011 com seus governantes (os que ainda se mantêm no cargo e os que assumiram agora) com muitos pedidos para fazer a Iemanjá na virada do ano. O problema é que apenas pular sete ondas na beira-mar não deve resolver os problemas. Dois primeiros-ministros europeus já caíram por pressão das circunstâncias (Sílvio Berlusconi, na Itália, e George Papandreou, na Grécia). Outros oito governos foram derrotados nas urnas, em eleições com baixíssima participação e muito protesto nas ruas, com destaque para a Espanha, onde as manifestações populares foram mais intensas. Para Armínio Fraga, uma das principais questões é a dificuldade dos líderes na condução da crise. “Eu vejo com muita apreensão a falta de liderança das autoridades globais para dar uma solução definitiva a essa questão”, disse o economista. Já Nouriel Roubini, economista turco conhecido por prever a bolha imobiliária norte-americana, acredita que a chave para as dificuldades econômicas está na resolução dos problemas sociais. “A desigualdade 30

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social traz efeitos negativos ao desenvolvimento econômico”, afirma Roubini. E ele chama atenção para o caso do Brasil, que tem mantido seu ritmo de crescimento, mas ainda amarga uma severa desigualdade social. “É importante ter um sistema de bem estar social que distribua riqueza, mas, mais ainda, que dê educação e saúde aos menos privilegiados. Se isso for assegurado, o futuro do Brasil e da região (América Latina) deve ser muito positivo”, destacou o economista. O quesito educação, inclusive, está diretamente relacionado com o desempenho das empresas brasileiras nos próximos anos. Com uma taxa empreendedora de dar orgulho, o país empreende muito, porém mal. E um dos maiores gargalos é a inovação. “Muitos países desenvolvidos têm baixas taxas de empreendedorismo, mas o grau de inovação das suas empresas é muito maior. No Brasil, é insignificante. No GEM (Global Entrepreneurship Monitor) sequer é contabilizado um valor para o país nesse ponto”, destaca Rosângela Angonese, do Sebrae/PR. Algumas áreas, entretanto, são bastante promissoras e já registram avanços importantes no país. “A economia brasileira vive um momento muito positivo, pois experimenta um ciclo virtuoso de crescimento, diferentemente de países da Europa e dos Estados Unidos. O crescimento brasileiro focado no mercado interno, que registrou a inclusão de 40 milhões de novos consumidores, vem impulsionando a demanda por produtos e serviços, o que leva à maior atividade produtiva, gerando emprego e renda”, afirma Carlos Alberto dos Santos, do Sebrae nacional. E se a economia vai bem, muito dificilmente a estrutura política sofrerá grandes abalos. O governo Dilma, inevitavelmente, entrará em 2012 com o peso de ter precisado trocar seis ministros (até o fechamento desta edição, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, era mais um forte candidato à queda) apenas no seu primeiro ano. Mesmo assim, a presidente encerra 2011 sem grandes estragos na sua imagem pública e bons índices de aprovação.


Fuja do tsunami (do comodismo) CARREIRA

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Se o mundo acabar em 2012, supostamente nossos dias estão contados, mas não é por isso que vamos afundar no ócio e na mediocridade. Até porque ninguém quer ficar para trás se “escaparmos dessa”. Então, quando o assunto é trabalho, devemos arregaçar as mangas para nos atualizarmos, aproveitando ao máximo as oportunidades que surgirem no próximo ano e buscando o aprimoramento na carreira. E vagas não faltarão para diversos setores, com destaque para a construção civil, turismo, TIC, agronegócio, têxtil e confecção, comércio varejista e serviços. O funcionalismo público ainda continua sendo uma opção, já que é a área que mais vai criar oportunidades, em especial as instâncias do governo e os três poderes. “Estes setores estão entre os maiores empregadores nos próximos anos, sobretudo porque serão obrigados a fazer concursos para substituir funcionários que irão se aposentar”, diz José Pio Martins, economista e reitor da Universidade Positivo. Porém, para garantir uma vaga no cada vez mais exigente mercado de trabalho, é preciso estar preparado e, mais do que nunca, acompanhar as tendências. As mais importantes, de acordo com especialistas em recrutamento, são as que dizem respeito às funções e prerrogativas da carreira em si, conhecimento de ferramentas digitais e da internet, além de fluência em novas línguas estrangeiras. “É preciso se qualificar por meio de cursos técnicos e de especialização”, complementa Carlos Alberto dos Santos.

Mas não devemos esquecer de que não é só de habilidades práticas que se faz um bom profissional. Ousadia, boas ideias e muita criatividade são desde já exigências das empresas e continuarão sendo fundamentais em 2012. Aliás, o pensamento criativo é a característica mais desejada em um profissional, mais até que o conhecimento tecnológico, de acordo com o consultor Roberto Menna Barreto. “A grande possibilidade surge quando o indivíduo possui uma mente aberta e capaz de gerar soluções inéditas”, afirma Roberto. Além da criatividade, Carlos Alberto Santos também aponta outras habilidades subjetivas que fazem a diferença entre ser apenas mais um no mercado com uma visão estreita e imediatista, ou ser o profissional visionário que, provavelmente, terá seu rosto estampado nas plaquinhas de Funcionário Modelo 2012. “É importante ser proativo, mais assertivo e preventivo; ter bom senso e percepção ampliada, tendo em vista o mercado global para atuar localmente”, destaca Carlos Alberto. Da mesma opinião é Susana Azevedo, especialista em coaching e diretora da empresa ns2a Desenvolvimento Humano, que ressalta o bom entrosamento em grupo como uma característica tão importante quanto o conhecimento prático. “As empresas procuram profissionais que, para além do conhecimento técnico e experiência, sejam focados em resultados, mas com habilidades de influência para liderar e trabalhar em equipes cada vez mais multidisciplinares e nem sempre juntas fisicamente”, explica Susana.

E onde vão parar os administradores? O administrador também não pode se esquivar da prerrogativa de ser um profissional multifacetado, que lida bem com pessoas, curioso e realmente com fome de conhecimento e atualização contínua. É mais fácil para um indivíduo tentar fugir das profetizadas catástrofes do fim dos tempos do que conseguir se manter na carreira sem ser, no mínimo, um profissional excelente. Para esse tipo de administrador, o mercado está de portas abertas, em especial nos setores de gestão de projetos, de resultados e financeira, pois, de acordo com Carlos Alberto, “a sociedade brasileira exige cada vez mais transparência na aplicação de recursos públicos”. Apesar de ser uma profissão que tem uma gama de perspectivas de continuar a ser uma das mais procuradas, é essencial que os administradores não parem na graduação e continuem buscando se atualizar e se especializar. “Por isso, a recomendação é fazer cursos, participar de seminários, palestras e estudos em sua área de atuação e temas de seu trabalho”, explicou José Pio Martins. Além disso, analisar o mercado e as empresas, a fim de encontrar as oportunidades que melhor se adéquem ao seu perfil, é uma boa maneira de esses profissionais diminuírem incompatibilidades que podem acarretar frustração. Com isso, a dica para os administradores é “entender as suas forças, fraquezas e valores para poderem se adaptar e ser o melhor profissional possível no decorrer dos próximos anos e décadas”, conclui a coach Susana Azevedo.

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O furacão tech TECNOLOGIA, CIÊNCIA, SAÚDE, GADGETS

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O dinamismo continuará sendo a marca do desenvolvimento tecnológico e dos avanços científicos que, talvez, possam até evitar a catástrofe anunciada (e não comprovada pela ciência) em 21 de dezembro do próximo ano. Mas, pondo de lado as suposições místicas, já podemos visualizar um campo de tendências na tecnologia para o ano de 2012, ainda que não se saiba ao certo quais serão as grandes descobertas. A inovadora cloud computing (computação em nuvem), as redes sociais corporativas, a nanotecnologia, as fontes de energia sustentáveis e uma medicina mais rápida no diagnóstico de doenças são algumas áreas que têm possibilidade de se expandirem a passos largos no próximo ano. É, se alguém estava esperando carros voadores, máquina que teletransportam, refeições completas através de uma pílula, terá que aguardar mais um pouco ou se contentar com os lançamentos de filmes no cinema. Alguns estudiosos acreditam que dificilmente 2012 terá algum avanço realmente expressivo, apesar de progressos em diversos estudos e investigações. Um dos que defende essa tese é o geneticista italiano Edoardo Boncinelli, que realiza pesquisas na área da genética há 20 anos. Ele afirma que andaremos alguns passos na evolução da medicina no tratamento do câncer, no entanto, o grande diferencial seria a preocupação antecipada das pessoas com sua saúde. “Muitos tumores são diagnosticados cada vez mais rapidamente e as terapias são cada vez mais eficazes. Para mim o objetivo final deveria ser o diagnóstico antecipado, porque se descoberto muito antes, nenhum tumor é muito perigoso” afirma. Outros desafios para o futuro na saúde, além do combate ao câncer, são as lutas contra males que podem vir com o envelhecimento e a possibilidade de dar movimentos a tetraplégicos. Testes feitos no centro médico da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, já indicaram avanços significativos. Em outubro, por exemplo, o norte-americano Tim Hemmes, apesar de sofrer de paralisia há sete anos após um

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acidente de moto, conseguiu comandar um braço artificial usando um chip implantado no seu cérebro. Além da medicina, outras áreas como educação, energia e tecnologia da informação terão destaque em 2012, inclusive no contexto brasileiro, que se expande-se e está em um ritmo de desenvolvimento promissor para o próximo ano, já visando a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. “Temos grandes possibilidades na área das comunicações e principalmente na saúde do esporte. Enfatizo esta última, pois vamos entrar numa sequência de eventos esportivos e isso vai expor as pessoas ao assunto e às tecnologias referentes a ele”, afirma o coordenador de inovação da Universidade de São Paulo (USP), Vanderlei Bagnato. No caso específico da Tecnologia da Informação, o instituto de pesquisas Nucleus Research prevê a expansão, principalmente, da cloud computing, modelo em que os elementos da computação, como um software, são armazenados na rede e recebem acesso remoto via internet. O instituto também constatou que a utilização das redes sociais nas corporações terá crescimento, por auxiliarem no aumento da produtividade nas empresas já que, de acordo com o estudo, o acesso às redes por meio dos dispositivos móveis vai incentivar os empregados a também trabalharem fora do escritório. Para os alucinados em novos gadgets, a briga entre os gigantes da área promete ser boa. A Apple deve apostar na terceira versão do iPad, a Amazon pode trazer melhorias no seu já novo Kindle Fire e os novos smartphones da Nokia, Samsung, Sony Ericsson e Motorola prometem novas funcionalidades com mais personalizações. No entanto, os avanços tecnológicos e científicos não se concentrarão apenas em produtos que agilizem a execução de tarefas, ou em equipamentos e tratamentos que ajudem no combate às doenças. Há uma preocupação cada vez maior com a preservação do planeta e uma consequente melhoria na qualidade de vida das próximas gerações, e o mercado não deixou de perceber essa tendência e de se render a ela.


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Ser sustentável é sobreviver Seu Ferreira separa todos os dias o lixo orgânico de outros materiais. Bem cedo, ele pega também as garrafas plásticas e metais, as coloca em uma grande sacola e entrega numa oficina de reciclagem localizada próxima ao seu bairro. E ele sabe: “minha pequena ação está ajudando o meio ambiente”. Se há algumas décadas, a conscientização ambiental de seu Ferreira era considerada rara, agora, não é difícil perceber uma ampla mobilização da sociedade em achar soluções que melhorem a relação do ser humano com o meio ambiente. Ela pode ser percebida em nossa vida familiar e no trabalho quando, por exemplo, economizamos água, evitamos a impressão de uma quantidade absurda de papel e até na escolha de alguns produtos que consumimos. O próprio planeta ajudou a despertar esse cuidado maior da população, com uma série de catástrofes, mudanças climáticas, o risco da escassez de recursos naturais, entre outros problemas causados com o propósito de um benefício imediato, sem a reflexão acerca dos consequentes malefícios que podem ocorrer. A partir dessa crescente conscientização, as empresas também buscam agregar soluções para satisfazer o anseio dos

consumidores em transformar o planeta. Inicialmente encarada apenas como uma jogada de marketing– de transmitir a imagem de “politicamente correto” -, hoje, as ações de sustentabilidade das organizações estão sendo realizadas mais a sério. E 2012 promete uma continuidade dessa mobilização. De acordo com o renomado professor de Marketing Philip Kotler, esse movimento não é à toa: “as pessoas estão buscando empresas que atendam suas mais profundas necessidades sociais e ambientais em missão, visão e valores”, revelou em palestra a executivos brasileiros. Um exemplo de produção com a utilização de novos materiais é o da Coca-Cola, que vai lançar em janeiro um novo tipo de garrafa PET, fabricada a partir da cana de açúcar. Outras empresas como Natura e Tetra Pak já iniciaram a incorporação do chamado “plástico verde” em seus produtos. No setor público, a Caixa Econômica tem linhas de crédito específicas para o financiamento de ações empresariais que diminuam impactos ambientais e disponibiliza até 2% do seu lucro para projetos voltados à sustentabilidade. Empresas da área supermercadista também investem em alternativas sustentáveis,

como a Walmart, através de suas lojas ecoeficientes. Há também iniciativas para a intensificação do uso de fontes renováveis. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) prevê a instalação na cidade de Sete Lagoas uma usina de energia solar com capacidade de 3MW em meados do próximo ano. Mas ainda existem dados alarmantes. O meio ambiente, apesar de ter no desenvolvimento sustentável um aliado que vem ganhando terreno, continua sendo vítima da irresponsabilidade e de atitudes de descaso ambiental. Exemplos não faltam, como o recente caso do vazamento de óleo na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, além da fragilidade de coordenação das instâncias públicas, que permitiu dissimular falhas operacionais e acarretou no vazamento radioativo na usina nuclear de Fukushima, no Japão. Ou mesmo em menor escala, quando vemos alguém jogar lixo no chão ou em rios. É, ainda temos muito o que mudar e é necessária uma mudança veloz pois, se não formos responsáveis, nossas próprias atitudes podem ser a causa do nosso fim, mesmo que ele não ocorra em 2012.

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E se realmente 2012 fosse o último ano de nossas vidas? Quase todo mundo já deve ter demorado para fazer alguma coisa, acreditando ter tempo de sobra depois, ou mesmo priorizado um aspecto da vida, como o trabalho, em detrimento da família. Mas, e se tivéssemos um futuro com dias contados, será que continuaríamos

“Curtiria cada momento com minha família e amigos. Na verdade, a pergunta nos faz refletir sobre tudo o que é importante em nossas vidas e tem significado verdadeiro. Portanto, se 2012 fosse nosso último ano, acredito que viria à tona uma questão muito pontual: a necessidade do equilíbrio entre vida pessoal e profissional” Gisele Friso, advogada e consultora jurídica na G.Friso Consultoria Jurídica

relegando para segundo plano diversas tarefas. Para responder a essa pergunta, entrevistamos executivos, profissionais e estudantes de Administração que revelaram o que eles não deixariam de fazer no próximo ano se a profecia Maia se cumprisse.

“Se, de fato, o mundo acabasse no final de 2012, não deixaria de levar meus filhos para Disney, com passagem só de ida” Cristiano Vargas, diretor da Vault

“Aproveitaria cada segundo... mas, para que esperar saber que vai acabar? É besteira isso... o mundo acaba quando morremos. Morremos quando não vivemos. Não vivemos quando deixamos de lado as coisas simples e boas da vida”

“Similar ao livro Ah, se eu soubesse, eu não deixaria de passar a mensagem para que os executivos estivessem mais próximos aos seus familiares e amigos. O equilíbrio em tudo o que fazemos na vida é importante, e saber dosar é o segredo para não criar a expectativa de que trabalhando em excesso, terá resultados em excesso” Reinaldo Nogueira, presidente executivo do instituto ORAUG-BR

Wesley Pereira, comunicólogo

“Tenho muito o que fazer ainda, amo minha família, adoro meus netos, mas, se tiver que acabar, acaba e pronto. Recomeça-se, outra hora, em outro lugar, simples assim” Norma Veras

“Temos que saber que o mundo acaba todos os dias para muitos. O meu pode acabar a qualquer momento... Meu Deus, o que eu faço?” Isael Borges, analista financeiro

“Carrego uma máxima comigo, um verso de uma música conhecida: ‘eu só quero saber do que poder dar certo, não tenho tempo a perder!’. Aprendi a focar naquilo que realmente importa, que traz os resultados de que necessito. Então, eu conduziria minha vida do mesmo jeitinho que faço hoje” Sérgio Mena Barreto, executivo e escritor

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“Se eu tivesse certeza, organizaria uma passeata na Av. Paulista para protestar. Tanto esforço, um mundo quase construído, e agora isso. Não é justo...” Juarez Alvarenga, diretor na Thoth

“Já ouvi falar em várias datas diferentes e ainda estamos aqui. Se este fim em 2012 fosse verdade, viveria meus dias como vivo atualmente, sempre em busca de sorrir mais. O mundo acaba para aqueles que morrem. As pessoas deveriam ser fraternas umas com as outras sem ter em mente que o mundo vai acabar. Por que sermos pessoas melhores e pedir perdão por nossas falhas em cima da hora? Devemos fazer isso sempre” Lorena Rayssa, estudante de Administração da UFCG


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marketing

| internet

Segredos de marketing para gerar tráfego na web Hoje, ficar fora da internet ou ter um site simplesmente para dizer que possui se transformam em sinônimos de perder bons negócios. Está na hora de você potencializar sua marca e empresa na rede mundial de computadores. por julián villanueva galobart*

A

internet mudou a maneira pela qual os encarregados do marketing interagem com seus clientes. Por isso, é vital entender como ela funciona, para obter o máximo das vantagens oferecidas pela rede mundial. É necessário criar um bom plano de marketing digital, adaptado às necessidades de sua empresa. Nesse sentido, dar atenção especial a determinados fatores é particularmente importante para o sucesso das ações on-line. Entre os elementos que se destacam estão:

Fazer análises interna e externa da situação Identifique seus pontos fortes e fracos bem como as ameaças e oportunidades que tem diante de si.

Objetivos de marketing Além de aumentar as vendas e obter lucros mais altos, existem objetivos secundários mais específicos e mensuráveis, como o lançamento de uma loja on-line para diminuir os estoques fora da estação, o caso de uma empresa que vende produtos de couro, por exemplo.

Estratégia Para atingir esses objetivos, você deve estabelecer estratégias concretas com relação ao produto, preço, canais de distribuição e propaganda.

Plano de ação Especifique claramente suas estratégias 36

digitais, com tarefas específicas, prazos, pessoas encarregadas e suas posições na hierarquia, para determinar se os objetivos preestabelecidos foram alcançados.

Plano de viabilidade Para garantir a lucratividade de sua estratégia digital, é necessária uma ideia clara de onde virá sua receita e para onde vão suas despesas, além dos investimento a serem feitos.

Gerenciamento e acompanhamento Crie indicadores para julgar se está atingindo os objetivos do negócio, ou seja, seus Indicadores Chave de Desempenho (ICD). Pergunte a si mesmo: por quais canais os visitantes estão chegando ao nosso site? Quantos usuários acabam por realmente comprar alguma coisa? Quais são as páginas mais visitadas?

Quanto mais tráfego, melhor As técnicas de otimização de dispositivo de busca (Search engine optimization - SEO) irão auxiliá-lo a posicionar melhor o seu site na lista de resultados obtidos quando alguém faz uma busca. E isso você pode notar no seu próprio dia a dia. É muito mais provável você acessar um site que está na primeira página da lista do que escondido em algum lugar da terceira, ou mesmo da trigésima terceira página. Mas é bom ficar atento para não confundir. Existem dois tipos de otimização, a SEO dentro do site e a SEO fora do site. A primeira é composta de técnicas para a oti-

mização interna do site, como a oferta de um mapa que permite ao usuário encontrar todas as informações nele contidas. A segunda se refere a técnicas externas, como a organização de links qualificados para seu site a partir de outros sites. O tráfego recebido por esses métodos não envolve pagamentos. O interesse do usuário fica claro a partir da busca que está realizando. Existe também o marketing de dispositivo de busca (Search engine marketing SEM) que, no entanto, envolve custos. Ele inclui, por exemplo, os links patrocinados incluídos pela maioria dos dispositivos de busca quando o usuário faz uma pesquisa sobre determinado assunto. O tráfego SEM tem diversas vantagens e oferece uma maior flexibilidade para dar visibilidade à empresa. Podemos dizer que o SEO e o SEM se complementam. O último é mais usado quando uma empresa tenta posicionar-se no curto prazo, enquanto a primeira oferece resultados melhores no médio e no longo prazo. Outras técnicas para a geração de tráfego entram na categoria do marketing de mídias sociais, que consiste na promoção de seu produto ou serviço por meio de blogs ou agregadores de vídeos como o Youtube e as redes sociais. Não se deve menosprezar, ainda, a otimização das mídias sociais (social media optimization), que envolve a promoção do seu site por meio de ferramentas que permitem ao usuário enviar seu conteúdo para outros sites. Isso ocorre, por exemplo, quando colocamos no Facebook um artigo noticioso do qual gostamos. Aliás, a utilização desse artifício está se tornando uma ferramenta cada vez mais comum e va-


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É muito mais provável você acessar um site que está na primeira página da lista do que escondido em algum lugar da terceira, ou mesmo da trigésima terceira página liosa na hora de gerar tráfego na internet pelas empresas. Os fãs, seguidores e curtidores de várias marcas que possuem perfil nas redes sociais costumam ser um elo fortíssimo para atrair novos fãs, novos seguidores e novos curtidores.

A escolha do caminho correto Existem outros recursos para a promoção do seu site. Por exemplo, é possível basear campanhas de apresentação ou de marca na inserção de propaganda em suas próprias páginas na internet. No entanto, elas costumam ficar mais ligadas a objetivos de geração de marca do que à geração direta de receita. Outra estratégia de marketing é a da afiliação, que consiste na distribuição de propaganda on-line por meio de diversos sites agrupados em torno da plataforma de uma empresa. Existem três modelos de pagamento: custo por clique, custo por indicação ou custo por acesso. Já a relação pública digital, enquanto isso, pode promover seu produto por meio de influenciadores cuja função é a de persuadir pessoas e/ou organizações influentes em seu setor

a recomendar sua marca ou produto em seus próprios sites. Outras estratégias digitais incluem o e-mail marketing – enviar e-mails a um grupo escolhido de pessoas para atrair clientes novos ou manter os já existentes – e o marketing móvel, que, apesar de não ser ainda muito usado pelas empresas, mostra imensas promessas como um meio que vai crescer em um futuro não tão distante. Naturalmente, não devem ser esquecidas as mídias tradicionais, como a televisão, o rádios e o rádio, capazes de aumentar a eficiência de qualquer campanha digital. Afinal, uma boa estratégia fora da internet sempre aumenta a eficiência de qualquer estratégia on-line – e vice versa.

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*Julián Villanueva Galobart é professor associado de Marketing da Escola de Negócios IESE Business School, eleita uma entre as dez melhores escolas de negócios do mundo. www.ieseinsight.com Colaboraram com a matéria Rosa Fernández-Velilla e Luis Ferrándiz.

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ARTIGO evolução

A recessão eterna (e a revolução futura)

Seth godin

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*Seth Godin escreveu treze livros que foram traduzidos em mais de trinta línguas. Cada um tem sido um bestseller. Ele escreve sobre a revolução pós-industrial, a forma como difundir ideias, marketing, parar de fumar, liderança e, acima de tudo, como mudar tudo.

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a verdade existem duas recessões: a primeira é cíclica, aquela que inevitavelmente chega e inevitavelmente vai embora. Foi provado que uma intervenção adequada pode encurtá-la, mas também há indícios que uma resposta exagerada pode resultar em desperdício ou até agravar a situação. A outra recessão, porém, a que provoca a perda de todos os “bons trabalhos de fábrica” e desemprego sistemático – essa eu temo que tenha vindo para ficar. A internet espremeu as ineficiências de vários sistemas, e a habilidade de coordenar atividades e digitalizar dados se combinam para eliminar um vasto número de cargos que a era industrial criou. Por que acreditamos que irão retornar aqueles empregos onde somos muito bem pagos para fazer um trabalho que pode ser sistematizado? As fábricas foram o centro da era industrial. Prédios onde os trabalhadores se juntavam para construir carros, utensílios, fazer apólices de seguros e transplantes de órgãos - essas são atividades centradas no trabalho, onde ineficiências locais são superadas pelos lucros da produção em massa. Se o trabalho local custa mais ao empresário, ele tem que pagar, afinal, que escolha ele tem? Não mais. Se pode ser sistematizado, ele será. Se o intermediário pode encontrar uma fonte mais barata, ele irá. Se o consumidor não-afiliado pode poupar um centavo clicando aqui ou ali, isso irá acontecer. A ineficiência causada pela geografia era o que permitia a trabalhadores locais receberem um salário melhor, e era a ineficiência de uma comunicação imperfeita que permitia às companhias cobrarem preços maiores. A era industrial, que começou com a revolução industrial, está deixando o palco. Ela não é mais a força motriz da economia e é absurdo pensar que altos salários por um trabalho facilmente substituível vão retornar. Isso representa uma grande descontinuidade, uma decepção forte para pessoas trabalhadoras que procuram estabilidade, mas provavelmente não a conseguirão. É uma recessão, a recessão de cem anos de crescimento do complexo industrial. Eu não sou um pessimista, pois a nova revolução - a revolução da conectividade - cria modos novos de produtividade e oportunidades. Porém, não para o trabalho repetitivo de fábrica nem para os índices de empregabilidade. A maior parte da riqueza gerada por essa revolução não toma a forma de um trabalho integral. Quando todo mundo tem um laptop e uma conexão com o mundo, então todos possuem uma fábrica. Ao invés de nos juntarmos fisicamente, nós temos a capacidade de nos aproximarmos virtualmente, angariar atenção, conectando trabalho e recursos, e criando valor.

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É desgastante? Claro que sim. Ninguém é treinado para isso, em iniciar, visualizar, resolver problemas interessantes e então entregar. Alguns veem esse novo trabalho como uma colcha de retalhos de pequenos projetos, uma imitação fajuta de um trabalho “de verdade”. Outros conseguem notar que essa é uma plataforma para um tipo de arte, um campo bem mais justo onde a posse de uma empresa não é uma herança para uma pequena minoria, mas algo que milhões de pessoas podem alcançar. A situação vai mudar de qualquer forma. De um lado da economia, as expectativas diminuem e muitos hambúrgueres são fritos. O outro lado é uma corrida ao topo, em que indivíduos, até então esperando instruções, começam a dá-las. O futuro tem cada vez mais traços do marketing - é improvisado, baseado em inovação e inspiração, e envolve conexões entre pessoas - e menos traços do trabalho de fábrica, onde você faz o que fez ontem, mas mais rápido e mais barato. Isso quer dizer que devemos alterar as nossas expectativas, mudar o nosso treinamento e alterar a forma com a qual nós lidamos com o futuro. Ainda assim, é bem melhor do que lutar por um status quo que não mais existe. As boas notícias são claras: cada recessão longa é seguida de uma época de crescimento baseada na próxima inovação, e assim segue... A criação de trabalhos é um falso ídolo. O futuro é baseado em bicos e recursos e arte e uma série dinâmica de parcerias e projetos. E ele vai mudar as fundações da nossa sociedade. Nós não precisamos gostar dessa mudança, mas quanto mais cedo nós a notarmos e buscarmos nos tornar eixos insubstituíveis nesse sistema, menor será a dor, e nós podemos voltar ao trabalho que precisa (e agora pode) ser feito. Essa revolução é, ao menos, tão grande quanto a última, e essa última mudou tudo.


ARTIGO motivação

Novas estratégias para novos comportamentos

Sueli Brusco

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*Sueli Brusco é especialista em comportamento humano e como diretora da SimGroup inspira equipes a inovar e a realizarem sonhos. Antenada em tudo o que move profissionais a superarem desafios, é uma executiva curiosa, atenciosa e apaixonada por pessoas e por cãezinhos. br.linkedin.com/ in/suelibrusco

otivar equipes não é algo novo, tampouco reconhecer e premiar talentos. O que muda constantemente são as nossas reflexões sobre as gerações, os jovens que estamos motivando. Eles mudam tudo, representam novas linguagens, comportamentos e influenciam diretamente nossas empresas, e consequentemente, a idealização das campanhas de incentivo. Se essa chamada geração “Y” já mudou a percepção das estratégias comerciais e de mercado, certamente elas foram afetadas, anteriormente, pelas gerações anteriores. Os primeiros a conquistarem o direito da juventude, inventando um novo jeito de viver, vestir e se apresentar foram os Baby Boomers, nascidos após a II Guerra Mundial, entre as décadas de 40 e 50. Eles receberam as chaves da internacionalização das empresas e romperam as barreiras físicas. Deixaram nossos escritórios mais descontraídos e revolucionários. Por causa disso, influenciam ainda hoje as nossas decisões. Já a geração X, dos nascidos entre os anos 60 e 70, chegou com os direitos conquistados e promoveram a liberdade de expressão influenciada pelo avanço do marketing e da publicidade. No meio corporativo, trouxeram a competitividade, o que libertou a criatividade que antes era permitida somente nas escolas. E essas transformações continuam refletindo na nossa forma de gerenciar pessoas e, por conseguinte, em como as motivamos e buscamos melhores resultados. De anos para cá, inúmeros fatores representaram mudanças na gestão, nas estruturas hierárquicas e, portanto, nas aspirações profissionais de cada indivíduo. O sentimento que cada um carrega também não é imune ao progresso. É esse desejo, único e individual, que nos interessa, que instiga escolhas e nos mobiliza a superar desafios. Atualmente, falamos de equipes interligadas, a primeira geração completamente globalizada por uma rede que ampliou e aproximou pessoas, lugares e companhias. É o acesso total. Não só o comportamento evoluiu, como as relações de negócio já não são as mesmas. Na era industrial, por exemplo, quem tinha o conhecimento, detinha o poder. Hoje, as administrações são participativas, o conhecimento é partilhado, multiplicado, e o poder segue a mesma relação. Se hoje as mudanças do comportamento humano são orgânicas, são elas também que determinam o direcionamento das estra-

tégias a serem adotadas nas campanhas de incentivo. Estamos falando de uma era, a mais pluralista da história comportamental, em que reconhecer as diferenças e as particularidades é um gesto natural. É orgânico, e nos permite mostrar que onde houver pessoas e objetivos a serem alcançados, uma campanha pode fazer a diferença. E o que vai garantir o sucesso delas é o pragmatismo, o realismo e a proximidade da campanha com o alvo. A tendência para o setor de incentivo é um aumento dessa conscientização que depende de capacitação, motivação e bem-estar das equipes, para que possam desenvolver o melhor de suas performances. Se sua empresa consegue entender esses movimentos e toma parte disso, ela está no caminho certo. Do contrário, a conformidade puxará uma estagnação geral. No início, pode parecer duvidoso, mas no final as grandes perguntas desses jovens se tornarão nossas ações, que cada vez mais estão conscientes e sustentáveis em todos os sentidos. Mais do que nunca, para entender empresas e pessoas é preciso compreender o que as motivam, desde seus clientes, distribuidores, fornecedores e colaboradores, que são os catalisadores das próximas mudanças, dos resultados e da realização profissional.

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ARTIGO grátis

A caspa e o poder da amostra grátis thinkstock

Leandro vieira

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* Leandro Vieira é publisher da Administradores e jura de pé junto que nunca mais teve caspa.

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e você estivesse nos anos 70 ou 80 e alguém lhe pedisse para dizer a primeira marca de shampoo anticaspa que lhe viesse à mente, certamente você diria: Denorex – e de quebra ainda repetiria o famoso bordão “parece, mas não é”. E hoje, que marca você diria? Há mais ou menos um ano atrás, comprei alguns livros em uma livraria do aeroporto de Congonhas e recebi de brinde uma amostra grátis do anticaspa Clear, que na época também estava com uma forte divulgação na TV e em várias revistas. “Que gesto simpático!”, pensei, saindo satisfeito da livraria. Na semana passada, minha esposa notou alguns pontos brancos em minha camisa preta. “Você está com caspa”, disse ela, ao mesmo tempo em que passava a mão nos meus ombros. “Parece, mas não é. Isso é poeira”, respondi, tentando disfarçar o embaraço. Fico até sem jeito de comentar, mas não é que era caspa mesmo? Bom, isso acontece nas melhores famílias. Vai dizer que você nunca teve... Para resolver o problema, corri para o supermercado mais próximo em busca de um shampoo tiro-e-queda. Qual a primeira marca que me veio à cabeça? Aháá! Um ano depois do singelo gesto de ser presenteado com um sachê de anticaspa em uma livraria, apenas cinco letras dançavam em minha mente: C-L-E-A-R. Amostra grátis é um dos recursos mais poderosos e eficazes do marketing. A resposta imediata é a simpatia. Se a comunicação for bem trabalhada – como no caso do Clear, que complementou a distribuição de amostras com propagandas convencionais -, é algo que pode transformar a sua marca em top of mind.

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Experimente oferecer algo de graça para os seus clientes ou potenciais clientes. Muitas vezes, amostras grátis e brindes são determinantes na sua indecisão entre levar a escova de dente comum e a outra também comum, mas que já vem com a pasta, ou entre o celular maneiro que vem com um álbum de sua banda preferida e o outro que só é maneiro e nada mais, entre o carro que inclui o airbag como item de série e o outro que cobra a mais por isso, entre a companhia aérea que somente vende passagens e a outra que premia seus fiéis clientes com passagens grátis. Todos adoramos essa palavra: “grátis”. Quando recebemos qualquer coisa gratuitamente, acionamos uma necessidade interna de retribuir. Essa retribuição pode ser automática, ou pode vir tempos depois. Cedo ou tarde, cedemos à tentação de retribuir. Com o perdão do trocadilho, se você quer grudar a sua marca na cabeça de seu cliente, estude formas de recompensá-lo. Ele merece esse reconhecimento. Recompense-o, antes mesmo de ele vir a comprar algo de você. Você pode até ter a sensação momentânea de estar perdendo algo, mas essa é só uma sensação do tipo Denorex: parece, mas não é.


r Follet Mary Padamirnikste ração A profeta da

ra emmily por leandro vieira e maya

grupo No momento em que um membro do magine um pesquisador que tamos outr os ais, dem aos te toma posição fren A tem ideias inovadoras em uma ele. a ão relaç em ção posi bém tomarão uma realidade que está vários pasque nto vime nvol dese de lo hipótese do círcu sos aquém de sua linha de comportasegue a espiral positiva prevê que o pensamento. Nesse caso, é propessoa uma em r rado integ nte mento socialme vável que seja difícil para este ogo anál nto ame port com um induzir crédito e tende a favo a clim um pesquisador se fazer ouvir, receber m, assi se, uranos outros. Insta tesua e sobr ises anál nas conseguir avançar de acordo com Domenico De Masi, silenciado rável que, oria. Ele ainda corre o risco de ser ca e enriquece a troca de informaque dificil- “multipli ameaças e e até ridicularizado pela sociedade ções em todos os níveis, elimina as na se, E s. osta prop suas ia de tentar e mente compreender os medos, potencializa a coragem er mulh uma e foss dor uisa cérebros, realidade, esse pesq errar, atrai do exterior os melhores Pois ens? hom por a inad dom e es e sua época foss os participantes com personalidad a difusão protege gruno er anec é, o tempo foi uma das barreiras para perm a a ajud os as e Follet, que mais frac das ideias da estudiosa Mary Parker a a sintonia e a ‘extensão de onda’ rmin dete po, mais as eceu forn 1920 de da colher já no início da déca comum, graças às quais é mais fácil o. nte eme uent freq valiosas contribuições à Administraçã que , ções intui feta as mais sutis Considerada por Peter Drucker a "pro as”. lutiv lam reso eira ao in- se reve do gerenciamento", Follet foi pion y Parker Follet desenvolveu conceitos Mar na inteda troduzir o conceito de circularidade m redescobertos por estudiosos icava que que fora o, diss sar Ape e. ração entre seres humanos. Ela expl tard mais anos o Administraçã uma em tem, exis lar circu nto dora pois, no comportame poucos ouviram falar da pesquisa livre jogo o e ação ront conf a 1930 e discussão aberta, como afirmou Peter Drucker, nos anos das o raçã integ a Há s. ideia desenna exposição de 1940, suas ideias, conceitos e preceitos de ão inaç dom r have de s invé namentos diferenças, ao volvidos foram rejeitados. Seus ensi das o essã conc a ou as outr as e realidade, uma ideia sobr eram incompreensíveis naquela s. todo a um com ideia uma por partes na busca a sociedade estava dominada por uma grupo, as em que Patrões e Ou seja, surgindo um conflito em um crença profunda na luta de classes. com ente som das ntra enco ser soluções devem dos em eterna posição antagônica. por meio emprega veu a participação de todas as partes, não Follet foi uma visionária que desenvol de uma é que l, atua te de uma “psicologia de adaptação”, mas men ema extr nto um pensame ”. nção inve de em prá“psicologia base para o gerenciamento colocado eu No entanto, a dinâmica circular, que falec Ela s. resa emp das -dia po- tica no dia-a to, imen pode sugerir um círculo virtuoso e nhec reco do devi o ter de- em 1933 sem sitivo, que leva à criatividade e ao foram mas suas pesquisas e constatações senvolvimento, também pode criar um hoje até e ntais ame fund as, à revolucionári círculo vicioso e negativo, levando o. raçã inist Adm na fazem história esterilidade e à desagregação.

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papo com yoda

| perguntas e respostas

0s en sTNAMENT0S D0 mestre y0da Dúvidas, perguntas ou curiosidades sobre carreira, mundo corporativo, Administração ou desempenho no trabalho? O Jedi mais sábio do cinema responde para você! envie sua pergunta para mestreyoda@administradores.com.br

LÍDERES FEIOS

NA HORA DA PROMOÇÃO

FAZER O QUE NÃO GOSTA

Mestre Yoda, o fato de você ser pequeno, verde e feio atrapalhou, em algum momento, o seu posicionamento como líder perante a ordem Jedi? Ramon Hernades

Fui promovido recentemente e estou apavorado. Como controlar esse sentimento? Wendel Pereira

É possível obter sucesso no mundo corporativo mesmo não gostando de assumir posições de comando? Francys Wynnie

MERCADO PARA ADMINISTRADORES Gostaria de saber como está voltado o mundo para os profissionais de Administração e Contabilidade? É realmente um mercado em expansão? Tem vagas para todos? Lineker Moraes Sim, palpitante Lineker. Assim como o universo, o mercado em constante expansão está. Isto, ao menos, não tema. Resta-nos saber se você em constante expansão está. Isto sim, o foco de sua preocupação deve ser. E, verdade isto sendo, sua vaga garantida estará. Vagas somente não há para aqueles que ocupá-las não podem. Que a Força e a vaga com você estejam.

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SEM INOVAÇÃO Qual a melhor forma de lidar com "chefes" que não aceitam inovações? Bruna Marsom Sandei

Astuta Francys, sua pergunta muito pertinente é. Muitas pessoas este dilema enfrentam, na construção de suas carreiras. Mas muita sutileza há entre comandar não conseguir e de comandar não gostar. Sabendo que importante comandar é, fazer você deve, mesmo não gostando. Parecido com comer salada em churrasco é. Por outro lado, comandar talvez o termo mais exato não seja, para o êxito conseguir. Liderar, sim, fator de sucesso é. Darth Vader, um comandante típico é, mas não um líder. Ao sentir-se liderando, o comando natural será. Que a Força dos líderes com você esteja.

Irriquieta Bruna, talvez a melhor forma inovando seja. Em vez das vantagens da inovação mostrar, o custo de não inovar exponha. O mesmo lado da laranja repetidamente mostrar, a eficácia perde. Também na forma de argumentação inovar é preciso.

Treine a si mesmo a deixar partir tudo que teme perder @mestre_yoda divulgação

E para você, Ramon, o fato de sutil como um hipopótamo numa loja de cristais ser, em algo atrapalha? Mas, à sua pergunta respondendo, pequeno sou, mas menor já fui. E se tamanho importante fosse, o elefante dono do circo seria; o verde, uma cor ecologicamente correta é, e a fotossíntese, de quebra realizo; e feio, bem... quem de Jedi bonito gosta, bem... você sabe... Então, diplomático Ramon, meu posicionamento como líder, jamais abalado esteve. Que a Força com você esteja (porque a sinceridade com você já está!).

Antes de tudo, atemorizado Wendel, o pensamento eleve. As influências negativas afaste, pois delas o Lado Negro se nutre. O medo natural é, mas controlado deve ser. Depois, os fatores que levaram à sua promoção, mentalizar você deve. A promoção motivos teve e em você eles estão. Em mais ninguém. Logo, na Força acredite e nela confie, pois com você ela está. Palavra de Jedi.


por eber freitas

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ovem de rápida ascensão no mercado de trabalho, o administrador Jonathan Gottfridsson conseguiu aproveitar algumas boas oportunidades para edificar a própria carreira. De bolsista no Centro de Estudos e Pesquisas em Agronegócios (Cepan), o ex-aluno da UFRGS conseguiu um trabalho na Dell Computadores em Eldorado (RS) e mais tarde trabalhou na Suécia, país de origem da sua família, onde teve a oportunidade de aprender um novo idioma. Mas a experiência no exterior rendeu mais do que isso, confirmando a paixão do estudante pela área de marketing: “quando adolescente, via as propagandas na TV e ficava imaginando qual teria sido a estratégia das empresas por trás delas”, brinca. Atualmente, Jonathan executa análises táticas e estratégicas dentro da área de Inteligência de Mercado do Banco Cooperativo Sicredi, cargo normalmente concedido a profissionais experientes. O professor de Administração da UFRGS Walter Nique destaca características como a alta capacidade de trabalho, criatividade, cultura geral profunda, conhecimento de diversos idiomas e responsabilidade. “Estes traços de personalidade seguramente o levarão a píncaros dentro da Administração", afirma. Conheça o nosso framtidens administratör desta edição.

dos, e você estagiou em uma de suas unidades. O que você conseguiu aprender trabalhando em uma multinacional? Sair da bolsa e ir pra Dell foi literalmente conhecer um mundo novo. Tenho ótimas lembranças de lá, amigos também. Considero o tempo na Dell como uma escola, onde no dia a dia podia colocar em prática o que eu vinha aprendendo na faculdade. O ambiente de trabalho sempre me proporcionava aprendizado, e os meus colegas sempre estavam dispostos a ensinar. Também a oportunidade de conhecer de perto o modelo de gestão americano foi importante para minha carreira.

acervo pessoal

Você trabalhou na Suécia durante o curso, certo? Como surgiu essa oportunidade e como foi a experiência por lá? Sim, no meio da faculdade tranquei um semestre pra morar fora. Era um sonho também conhecer as origens da minha família (meu pai é sueco). Eu queria muito aprender o idioma local e também ter uma experiência com administração fora do Brasil. Inicialmente foi bem difícil conseguir algo ligado à área, porque nos primeiros meses eu ainda estava aprendendo o sueco. Não bastava o inglês e o espanhol; eles queriam que eu falasse a língua deles. Após essa barreira ser vencida, surgiu uma experiência de trabalho na área que foi bem gratificante, principalmente pelo fato de poder comparar dois modelos de gestão bem diferentes. Nela desempenhei funções nas áreas de logística e marketing. Com apenas 24 anos, Jonathan Gottfridsson desempenha um papel estratégico na área de marketing do Sicredi – cooperativa de crédito com quase 110 anos de história

Você fez uma breve incursão pelo agronegócio, mas se decidiu firmemente pela área de marketing. Como você explica essa decisão? Desde antes de começar a faculdade eu já gostava de marketing. Quando adolescente, por exemplo, via as propagandas na TV e ficava imaginando qual teria sido a estratégia das empresas por trás delas. Porém, quando entrei na faculdade de Administração, a pri-

meira oportunidade de trabalho que surgiu foi de uma bolsa na federal. Apesar da experiência ter sido boa, pude provar um pouco da burocracia existente neste campo, e ver que realmente o que eu queria eram os desafios e a liberdade que o marketing me proporcionaria. A Dell é uma das gigantes na fabricação de computadores, notebooks e deriva-

Quais os próximos passos que você almeja para a sua carreira? Pretendo continuar me aprofundando no marketing, aprendendo sempre. Gosto do que faço e não quero que isto mude. Creio que é importante seguir se divertindo com o trabalho, e sempre gostei de colocar ideias e estratégias em prática. Obviamente novos desafios e posições são almejados, porém, sei que no tempo certo Deus vai estar conduzindo todas estas coisas.

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fora do quadrado

| produtos inovadores

FORA dO QUADRADO

Todo fim de ano é a mesma coisa. As pessoas se agitam e aproveitam o período para comprar novos produtos. E as empresas, que não são bobas, aproveitam o momento para fazer diversos lançamentos. Então, nesse mês, separamos alguns “presentes” que podem fazer sucesso no Natal.

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por eber freitas e fábio bandeira de mello

Kindle Fire: 1 o tablet da Amazon A aposta da Amazon com o novo tablet Kindle Fire é obter um recorde de vendas: cinco milhões de unidades. O visual é semelhante ao Playbook, da RIM, já que ambos têm o mesmo fabricante. Por enquanto, sua versão conta com Wi-Fi, tela de 7" e sistema operacional Android. O preço é um dos maiores atrativos: US$ 200, contra US$ 500 da versão básica do iPad. Como reza a cartilha tecnológica, uma nova versão feita com mais calma, portanto melhor deve ser lançada no ano que vem. 1

2 DVD? Não, obrigado! O DVD ou Blu-ray são utensílios presentes na casa do brasileiro. No entanto, existe uma nova tendência que pretende diminuir a utilização dessa mídia em formato CD. Trata-se dos dispositivos de armazenagem com interface USB e de cartões de memória SD / MMC / MS. E para esse público (que por sinal está crescendo), a Elgin lançou o Media Player MPE322: aparelho multimídia que é conectado à TV e permite assistir filmes, fotos e músicas através desses novos dispositivos.

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3 Som na caixa Apesar do nome complicado - Fidelio SoundSphere DS9800W – o novo dock da Philips para iPod/iPhone/iPad destaca-se pela praticidade. A aposta da empresa nesse final de ano vem com duas caixas de som potentes e reprodutor de áudio via AirPlay, integrado ao iTunes. Ele vem também com tweeters na parte superior que, segundo a Philips, garantem uma boa experiência sonora de qualquer local. Os amantes da Apple agradecem.

Chromebook: 4 nuvem para o usuário O notebook equipado com o sistema operacional Chrome OS, o Chromebook, deve chegar ao Brasil entre o final do ano e começo de 2012. Fabricado pela Samsung e Acer, o aparelho é integrado com todos os serviços em nuvem do Google, desde o Gmail até o Docs, de forma que o seu espaço em disco seja reduzido. Por isso, a internet para o aparelho é essencial, para não se tornar uma tartaruga marinha fora da água. Nos EUA, o Chromebook custa até US$ 500.

5 Ar-condicionado portátil O calor promete ser intenso nesses próximos meses no Brasil, mas quem parece estar preocupado com as fortes temperaturas são os japoneses. A companhia japonesa Thanko criou o ar-condicionado portátil HNWAARCN, que custa cerca de R$ 30. O aparelho usa água para enviar o ar gelado para o indivíduo e funciona por meio de duas pilhas comuns ou pela porta USB de um computador. Ele promete ser um sucesso de vendas nesse fim de ano... no Japão.

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Nanotecnolo6 gia em smartphones Esse não deve chegar nesse Natal e nem no próximo, mas talvez daqui a 10 verões. A Nokia apresentou um conceito de smartphone baseado em nanotecnologia completamente humanizado. O HumanForm seria translúcido, flexível, mais interativo do que qualquer aparelho fabricado hoje e capaz até de identificar as emoções de quem fala do outro lado (sim, ele fará ligações). Por enquanto ainda é um sonho, mas um vídeo degustativo está em adm.to/humanform.


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7 Diversão saborosa Ah, o sorvete e o picolé... A criançada adora e, para falar a verdade, os mais velhos também. E esse é um dos motivos que a Máquina de Raspadinha Linha Disney Ariete pode fazer sucesso no fim de ano. Ela possui uso simples: basta introduzir os cubos de gelo que o triturador profissional os transforma, preparando gelados deliciosos. O produto ainda conta com um sistema de segurança que impede o funcionamento do motor até que a tampa seja colocada corretamente. O valor sugerido é de R$ 273,60.

11 12 Ténéré 660: 8 a família está completa Com um design cyberpunk, a Yamaha Ténéré 660 chegou ao Brasil para se unir às irmãs Super Ténéré (1200 cc) e Tenéré (250 cc); somos o único país no mundo onde os três modelos são comercializados. A Big Trail promete uma boa autonomia - capacidade para 23 litros de gasolina - e motor monocilíndrico de 660 cm³ com potência máxima de 48 cv. O modelo, mais adaptado para as estradas, deve tomar parte da fatia de mercado da XT 660 (também da Yamaha), motocicleta mais off-road. Let's rock and ride.

8 Projeção de imagens em 3D O primeiro projetor doméstico em 3D foi anunciado pela LG em novembro. O CF3DAT é capaz de exibir imagens de até 200" em uma sala de estar comum, o que, segundo a empresa, pode levar a experiência do cinema para casa. O aparelho precisa do uso dos óculos específicos para aproveitar o recurso em terceira dimensão. Ainda não há data para o início das vendas nem previsão de preço, mas a LG deve colocar o produto no mercado logo. 11

9 Hora do Rango Uma das características marcantes nas festas de fim ano são os banquetes fartos. Sempre aparecem vários pratos saborosos que insistem em tirar as pessoas daquele almejado regime. Pensando em dar um toque especial nesses pratos tradicionais, a K3 Imports está lançando o Mini Maçarico Culinário. O produto é indicado para flambar, corar e dar acabamento diferenciado nas massas, queijos fundidos, cremes e no próprio peru. Ah, ele também pode ser utilizado como acendedor automático de fornos e fogões.

O trenzinho 10 está de volta Não se trata de um produto ultra inovador, pelo contrário, segue a linha nostálgica e retrô, mas é uma das grandes apostas de brinquedos da Estrela para o natal. A empresa está relançando a edição especial do Ferrorama XP 100, um clássico dos trens de brinquedo de 1980. A diferença é que a versão moderna conta com controle remoto infravermelho, duas velocidades e cenário incluído. O produto que promete fazer a alegria dos pequenos, e também dos grandes, custa R$ 199,90.

Que beleza essa limpeza

Não basta ser útil, tem que ser bonito. E foi com esse pensamento que a Electrolux lançou mais uma linha do aspirador de pó Ergorapido. Reconhecido pelo design inovador, ele ode ser usado também como aspirador de mão, possui uma luz de LED que ajuda na visualização da sujeira e dispensa o uso de fio, tornando a aspiração mais ágil. Os modelos do produto variam de R$ 299 a R$599.

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entretenimento

| curiosidades, humor e sustentabilidade

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curi osidades:

Cerveja hidrata como água após esporte “Robô-guia” para cegos

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Não precisa de alimento, não faz “caquinha” pela casa e não solta pelo. Com essas características, a empresa japonesa NSK em parceria com a University of Electro-Communications desenvolveu um robô que pretende revolucionar o deslocamento de pessoas com deficiência visual. A máquina funciona como um cão-guia e é ativada ao ser pressionada a alça. Durante o percurso, o robô fala com a pessoa e ultrapassa obstáculos em diversos tipos de terreno e escadas. A expectativa é que novas versões do equipamento tenham até comando de voz e GPS. Veja o vídeo em adm.to/roboguia.

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Tem muita gente que vai abrir um sorriso ao ler essa curiosidade. Um estudo apresentado pela Universidade de Granada, da Espanha, comprova que o consumo de cerveja após exercícios físicos é tão eficaz quanto a água para a hidratação. Segundo a análise, a reação do corpo após ingestão de ambos os líquidos é semelhante. Porém, antes de se empolgar em beber todas, pesquisadores esclarecem que o consumo da bebida alcoólica deve ser em quantidade moderada.

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Sono não ajuda a melho- Aeronaves mais rar memória de idosos confortáveis

Músculos de porco

No quesito memória, dormir nem sempre é o melhor remédio para a terceira idade. De acordo com pesquisa das cientistas Lauri Kurvvwwdziel e Rebecca Spencer, da Universidade de Massachussets, o sono pode apagar habilidades que impulsionam o bom funcionamento da memória dos idosos. Além disso, a razão para pessoas mais velhas terem dificuldades em aprender coisas novas, de acordo com Kurdziel, deve-se ao motivo de os idosos gastarem menos tempo no estágio de sono dois, em que os eventos do dia são reproduzidos e confiados à memória.

Soldados que sofreram perda significativa de massa muscular tiveram seus tecidos regenerados a partir de proteínas extraídas da bexiga de porcos. As proteínas catalisam a ação das células-tronco do próprio paciente, que envolvem a área lesionada e ajudam a recuperar o tecido - inclusive nervos e tendões. Após a aplicação da terapia, ainda são necessárias atividades de fisioterapia para reabilitar o membro danificado. As pesquisas estão sendo conduzidas por uma equipe de medicina regenerativa da Universidade de Pittsburgh ligada ao Pentágono.

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A Embraer e a Fapesp estão investindo tempo e dinheiro para deixar as aeronaves brasileiras menos barulhentas e mais confortáveis. Ao todo são três projetos de pesquisa financiados pelo Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), que teve início em 1995. Os projetos preveem o estudo da percepção de conforto dos passageiros, a criação de espaços individualizados, ajuste do microclima dos assentos, efeitos da pressão na cabine e redução dos ruídos. Quem sofre por conta da despressurização durante o voo agradece.


descom plicando: Business-to-business (B2B) –

ações para um mundo melhor: divulgação

descreve transações comerciais entre empresas, como um fabricante e um atacadista, ou entre um atacadista e um varejista. B2B também é usado no contexto da comunicação interna entre os próprios funcionários de uma empresa.

Kaizen – refere-se à filosofia ou práticas que incidem sobre a melhora no trabalho. Sua técnica busca a melhora contínua e padronização de todas as atividades e processos de uma empresa, com o objetivo de eliminar o desperdício. Turnover – no contexto de Recursos Humanos, refere-se ao percentual de substituição de funcionários que uma empresa possui. No contexto econômico, serve como indicador de saúde organizacional, ou seja, o giro entre entradas e saídas de uma empresa.

humor

Climatização sem excessos por eber freitas

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m trabalhador sai de casa em direção ao escritório, enfrenta um sol escaldante sem uma nuvem no céu pra dar uma colher de chá, e quando chega ao trabalho, liga todos os aparelhos de ar-condicionado no frio máximo pra espantar logo a agonia. Não é difícil imaginar essa situação, até porque muitos passam por isso todos os dias, principalmente na chegada do verão. No entanto, objetivando esse suposto conforto, muita gente esquece que o choque de temperaturas de ambientes quentes para frios, além do ressecamento das mucosas, pode deixar o corpo mais vulnerável a diversos agentes patogênicos. Inclusive, o que é conforto pra uns, para outras pessoas - sobretudo vítimas de asma e alergias crônicas - pode ser uma experiência cotidiana insuportável. Para oferecer uma opção mais agradável do que o frio extremo, o doutor em Física Heitor de Souza desenvolveu um conceito que substitui, ou pelo menos integra, os sistemas de climatização tradicionais, o Airconomics. Mais agradável e certamente menos pesado para o meio ambiente, o sistema substitui em grande parte o frio pela brisa, que é o elemento que realmente dá a sensação de conforto térmico. "O

sistema gasta até 90% menos energia do que os aparelhos de ar-condicionado gastariam operando de forma convencional", lembra Heitor. O Airconomics leva em conta fatores como a temperatura e umidade do ar, calor das paredes e janelas, além de elementos captados através de um sensor. Além disso, possibilita o controle individual, de acordo com o metabolismo corporal de cada um, sem impor um frio intenso para todos os indivíduos em uma única sala. “A renovação do ar é muito maior do que a dos sistemas convencionais, o que melhora muito a questão da insalubridade e produtividade", garante o físico, que iniciou o desenvolvimento do sistema há 14 anos. Quanto à expectativa de aceitação do projeto no mercado, Heitor é bem otimista. Com 30 kits distribuídos em escritórios, dormitórios, embarcações e laboratórios, ele afirma que não tem dúvidas de que o conceito será bem aceito pelo mercado, "pois é muito mais agradável, econômico em termos de equipamento e energia, com ótima apresentação e que promove a sustentabilidade do planeta". É esperar pra ver, mas que é uma solução para o calor bem mais interessante do que as convencionais, isso é.

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entretenimento

| Leitura e cinema

leitura: Nielsen apontam que o país já possui 78 milhões de internautas, o equivalente à população da Argentina e Canadá juntos, ultrapassando também toda a população do Reino Unido, França e Itália. Como meio de comunicação só perde para a TV e o rádio e, segundo estimativas da e-Bit, deverá movimentar até o final do ano cerca R$ 20 bilhões em vendas para consumidores finais (B2C). Mas se possui maravilhas, a internet também guarda os seus percalços, e estes não são poucos. Seduzidas pelo potencial de negócios e pelo aparente baixo custo (afinal, muitos sites chegam a oferecer uma série de serviços gratuitos), muitas empresas acabam por considerar que basta “estar” na internet para ter um retorno fácil e garantido. Não levam em conta que a internet é um meio extremamente dinâmico, em que novos concorrentes e novos modelos de negócio surgem a cada dia e que os bons resultados de hoje não garantem o sucesso do negócio amanhã. Diante dessa realidade, é muito bem-vindo o novo trabalho do professor Conrado Adolpho, Os 8Ps do marketing digital – o guia estratégico de marketing digital. Como o título do livro já indica, trata-se de um guia para orientar sobretudo as pequenas e médias empresas a planejar, executar e monitorar suas ações de marketing digital de modo a obter o máximo retorno sobre seus investimentos. O livro apresenta uma nova metodologia, os “8Ps” (Pesquisa, Planejamento, Produção, Publicação, Promoção, Propagação, Personalização e Precisão), desenvolvida e testada nos últimos anos por diversas empresas no Brasil.

Aliás, este é um dos grandes méritos do trabalho de Adolpho, criar um manual prático com base na realidade de mercado brasileira. Não se assuste com as 900 páginas do livro. Não há teorias complexas ou conceitos técnicos complicados, todo o conteúdo é focado em negócios e apresentado com uma linguagem simples e direta, quase um bate papo, sobre como tirar proveito dos principais recursos da internet para gerar resultados aos seus negócios. Você vai aprender a pesquisar o público-alvo através das ferramentas do Google, formalizar o planejamento e as ações em um documento detalhado, montar uma equipe de marketing digital, criar um site com conteúdo relevante que seja facilmente encontrado pelos buscadores, desenvolver promoções e “viralizá-las” nas redes sociais, fazer campanhas de e-mail marketing personalizadas para seus clientes e monitorar os resultados por meio de indicadores de performance. Tudo isso complementado por mais de cem cases práticos de empresas brasileiras e outras centenas de referências de sites e ferramentas úteis para o dia a dia, assim como uma extensa bibliografia para se aprofundar nos assuntos abordados. Depois de ler Os 8Ps do marketing digital, você não vai precisar ler nenhum outro livro sobre o assunto. Mas o mais provável é que você vá querer ler muitos outros, de tão apaixonado que vai ficar pelo assunto.

Pais inteligentes enriquecem seus filhos De Gustavo Cerbasi Editora Sextante, 176 p. R$ 19,90

Estratégia boa, estratégia ruim De Richard Rumelt Editora Campus, 320 p. R$ 69,90

Investimento à prova de crise De Marcos Silvestre Ed. Lua de Papel, 224 p. R$ 24,90

O autor mostra como preparar as crianças para poupar, investir e escolher suas prioridades. Também aponta os seis princípios da educação financeira.

O livro utiliza exemplos de empresas, entidades sem fins lucrativos e organizações militares para revelar suas originais e pragmáticas ideias.

O livro traz dicas de como aplicar o dinheiro, realizar investimentos dinâmicos e investir no Tesouro Direto e na Bolsa de Valores.

Os 8 Ps do Marketing Digital De Conrado Adolfo Ed. Novatec, 904 p. R$ 139,90

por silvio tanabe*

A

internet representa hoje um verdadeiro mundo de oportunidades para os negócios e, pelo menos no Brasil, está em franca expansão. Os mais recentes números do Ibope/

Silvio Tanabe é corinthiano roxo, pai do Guilherme e defensor da bicicleta como meio de transporte em São Paulo. É consultor de marketing digital da Magoweb e autor do blog Clínica Marketing Digital (www.magoweb.com/clinicadigital).

estante:

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divulgação

cinema: Pronto para recomeçar Às vezes é preciso retirar as “bonecas matrioshkas” para dar a volta por cima e superar os obstáculos. por fernando castor*

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Na tentativa de recomeçar a vida, Nick coloca à venda, no gramado de sua casa, tudo o que tem. Um novo vizinho pode ser a chave para o seu retorno à normalidade.

xecutivo de vendas de uma grande empresa, o alcoólatra Nick Halsey (Will Ferrell) vê como consequência de suas bebedeiras a falência de suas relações: perde emprego, esposa, casa, carro, celular, conta bancária e dinheiro. O que lhe resta é viver no jardim de sua ex-residência cercado por seus objetos e latas de cerveja. Este cenário desolador dá sustentação ao filme Pronto para recomeçar (Everything must go), do estreante Dan Rush, que mesmo não apresentando grandes virtudes na sua narrativa, meio incongruente com a motivação fílmica, compensa ser visto pelo valor metafórico de sua história. O filme não se detém nos problemas etílicos de Nick anteriores à demissão. Inicia-se com ele já demitido, dentro do carro, em planos intercalados com ligeiros flashbacks, um recuo no tempo que serve para delinear as circunstâncias que justificam a perda do emprego e fornecer uma noção mínima da postura de Nick no desempenho de sua função. O que Nick encontra, logo em seguida ao baque do desemprego, é a atordoante visão de todos os seus objetos espalhados no jardim. A fechadura trocada o impede de entrar na casa. E uma carta fixada na porta é o recado de que nem esposa ele tem mais. Está no olho da rua. E agora? Nick senta-se numa poltrona, abre uma cerveja, e oferece a quem lhe assiste a metáfora de sua vida. E ao fazer isso, num jogo meio voyeur, posiciona-se também como um espectador que descortina o sentido literal das coisas: o mundo não é exatamente como se vê. Os personagens que interagem com Nick não são tratados com nitidez, pouco se sabe deles, além do mínimo necessário para justificá-los na trama. Sua esposa, por exemplo, não passa de uma turva referência sem presença física na tela. Esse distanciamento acaba servindo como um artifício que aponta para a questão das aparências, na qual as pessoas não são o que literalmente aparentam ser. O próprio

protagonista recebe um tratamento sutil na definição de seus traços, deixando o espectador à vontade para fazer a leitura que julgar conveniente. Eu fiz a minha: não é um sujeito moralmente condenável. Tomaria uma cerveja com ele na grama de seu jardim ouvindo um disco na vitrola de seu pai. A vida de Nick, na sucessão das perdas, funciona como uma matrioshka, aquela boneca que parece única, mas que se revela oca guardando dentro de si uma outra boneca – menor, claro –, que por sua vez revela outra ainda menor, e assim sucessivamente vão surgindo outras até restar uma pequeníssima bonequinha, inteiramente maciça. Esse efeito matrioshka atinge sua plenitude quando Nick, com a ajuda de Kenny (um garoto que passa o dia pedalando enquanto a mãe trabalha fora), resolve desfazer-se dos seus objetos, vendendo cada um deles, em pleno jardim, até devolver ao gramado o verde que lhe pertence. Aliás, corrijo-me, atinge sua quase plenitude. Mas vou deixar para o amigo leitor, caso não tenha visto o filme, verificar com os seus olhos as matrioshkas que restam antes de Nick Halsey encontrar-se na sua forma mais diminuta e, finalmente, sólida. Qual mensagem o filme deixa para o mundo dos negócios? Trata-se de uma metáfora da decomposição e recomposição da vida. Se aquilo que se decompõe tem um elemento mínimo sólido, vivo, essa é uma condição essencial para a recomposição. A curva do crescimento de uma carreira, ou empresa, não é ascendente ad infinitum. E quando estabiliza em um ponto supostamente mais alto, a estabilidade, como um acúmulo de conquistas, deve estar atenta à consciência dialética de que tudo se transforma.

*Fernando Castor é professor de jornalismo opinativo e técnico de cinema, reunindo experiências em filmes de curta, média e longa-metragem.

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PONTO.FINAL A Nova Teoria Administrativa por stephen kanitz*

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oa parte da teoria administrativa e econômica de antigamente partia do pressuposto de que empresas são criadas e controladas por empresários. No início da industrialização e da teoria administrativa, a maioria das empresas eram controladas por essas pessoas, e 30 anos depois, eram controladas por seus filhos que seguiam os mesmos objetivos. Em vez de maximizar o lucro, o objetivo primordial era maximizar o controle da empresa dentro da família. Isto permitia empregar todos os membros da família e garantia um enorme fluxo de dividendos. A maioria das crises familiares e rupturas de acordos de acionistas ocorrem após sucessivos anos de falta de pagamento de dividendos. A própria legislação brasileira previa punições aos acionistas controladores se os dividendos não fossem distribuídos por três anos seguidos, permitindo a destituição da diretoria. A nova teoria administrativa substitui o conceito de acionista controlador, peça fundamental da empresa, para um mais pluralista de parceiros reunidos num mesmo local para uma cooperação mútua. Nessa nova doutrina, a empresa é vista como a organização de vários grupos de interesse - empregados, clientes, fornecedores, governo e acionistas - em torno de um objetivo comum. O acionista não é mais a peça fundamental, mas um dos componentes cujos interesses também precisam ser satisfeitos. O administrador 50

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profissional, ao contrário do empresário acionista, passa a ser aquele que tenta conciliar todos estes interesses difusos, agradando na medida do possível a todos, e não um único grupo.

A empresa é vista como a organização de vários grupos de interesse empregados, clientes, fornecedores, governo e acionistas - em torno de um objetivo comum O administrador profissional pode ser agora despedido ad nutum, algo que não ocorria no acionista controlador familiar. O acionista passa a ser um grupo de pes-

soas relativamente distantes da empresa, desde fundos de pensão, yuppies com dinheiro e até velhos aposentados, todos com objetivos e interesses diversos. Enquanto para a empresa familiar o controle acionário era uma questão de vida e morte, para o acionista minoritário o controle passa a ser até um inconveniente. Esses executivos deixam de mandar na empresa e passam a ser uma variável a ser satisfeita pelo administrador profissional. Esta perda de comando do acionista, de majoritário para minoritário, sem muito poder de decisão individual, veio acompanhada de uma tendência contrária de fortalecimento do administrador em relação aos acionistas. Mais do que maximizar o lucro, minimizar o custo de capital se tornou fator determinante para os administradores profissionais. Poderíamos dizer que foi uma guinada de 180 graus no capitalismo de antigamente. Em vez de explorar o trabalhador pagando salários mínimos, passamos a literalmente explorar o capitalista, fazendo IPOs onde se cobra P/Ls máximos. O objetivo é vender uma quota do capital da empresa pelo preço máximo e não pagar o mínimo para nossos companheiros e trabalhadores. Os acionistas viraram distantes, e os empregados e colegas de trabalho se tornaram próximos e objeto de nossa proteção. Algo que Karl Marx nunca poderia ter imaginado.

* Stephen Kanitz é consultor de empresas e conferencista. Vem realizando seminários em grandes empresas no Brasil e no exterior. Mestre em Administração de Empresas pela Harvard University, foi professor da USP. No Twitter, @stephenkanitz.


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