#17 Procura-se Gustavo Cerbasi e Bel Pesce

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EDITORIAL

Expediente

bravura indômita Outro dia, lendo algumas manchetes nos noticiários, uma delas me chamou bastante atenção. Um estudo feito pelo Sebrae, em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade, apontava que um em cada quatro brasileiros adultos é ou pretende ser um empreendedor. No primeiro momento, ainda sem ler a pesquisa, os dados me causaram desconfiança. Afinal, estamos falando de 27 milhões de pessoas, ou seja, 27% da população adulta com idade entre 18 e 64 anos. Contudo, depois do choque inicial, parei para analisar o meu próprio círculo de contatos. E fiquei surpreso ao constatar que a média de pessoas conhecidas que pretendiam abrir (ou já tinha aberto) um negócio ultrapassava a margem da pesquisa. O fato é que, indiscutivelmente, o brasileiro deixou de enxergar o empreendedorismo como uma aventura e passou a vê-lo como uma opção de carreira. Os fatores para essa mudança de paradigmas são muitos e vão desde a consolidação econômica brasileira, passando pelo avanço da internet (que abriu um leque novo de oportunidades), até atingir a própria transforma-

ção no comportamento dos profissionais do século 21. Com tantos empreendedores por aí, conhecer casos de sucesso pode inspirar muitos que estão começando ou que, simplesmente, querem reinventar o seu negócio. E, não por coincidência, a Administradores desta edição foi buscar dois talentosos profissionais que vêm se destacando no cenário nacional. Apesar de histórias bem diferentes, os traços de perseverança, iniciativa e faro para oportunidades (típicos de empreendedores de sucesso) não faltam em ambos. Os dois demonstram ter uma bravura indômita, ou seja, não se deixam abater. O resultado é que passam a ser procurados por diversos segmentos e a recompensa, sem dúvida, é a de grandes negócios. Uma deles é Bel Pesce. A jovem, de apenas 25 anos, se transformou em símbolo de toda uma geração de entusiastas com boas ideias e poucos recursos após a publicação de seu livro “A menina do vale”, que bateu a marca de meio milhão de downloads em um mês. Ela aproveitou a experiência de morar no Vale do Silício – e de ter atuado em lugares como Microsoft,

Google, MIT e Deutsche Bank – para fundar a Lemon, uma startup de software. O outro é Gustavo Cerbasi, administrador e autor de mais de 10 livros, que venderam 1,5 milhão de exemplares. Ele conseguiu um feito para poucos no Brasil: transformou seu nome em uma espécie de “marca própria”, expandindo o alcance de seu trabalho para muito além do universo literário e despertando o interesse de uma série de empresas, de diferentes segmentos (dos estúdios de Maurício de Souza, criador da Turma da Mônica, à indústria cinematográfica). Se você quer saborear primeiro a entrevista com a Bel, é só ir direto para a página 12. Se preferir conhecer de perto a história do Cerbasi, pule para a página 36. É claro, só não pode deixar de conferir as outras reportagens. Tem artigo de professores da Harvard, matérias que envolvem Lady Gaga, Copa do Mundo, liderança, inovação e som no trabalho, além de um bate papo com o filósofo francês Pierre Lévy. O menu está delicioso, aproveite! Boa leitura!

CONTATOS Assinaturas www.administradores.com.br/revista PUBLICIDADE comercial@administradores.com.br +55 (83) 3247 8441 correspondência Av. Nossa Senhora dos Navegantes, 415 / 304 - Tambaú - João Pessoa - Paraíba CEP 58039-110 redação revista@administradores.com.br Publisher Leandro Vieira leandro@ administradores.com.br Redação Editor Fábio Bandeira de Mello fabio@ administradores.com.br Repórteres Agatha Justino agatha@ administradores.com.br Eber Freitas eberfreitas@administradores.com.br, Fábio Bandeira de Mello, Mayara Emmily mayara@ administradores.com.br e Simão Mairins simao@administradores.com.br Revisão Laíza Felix COLABORADORES Adriano Obeid, Ana Paula Pires, Henry Mintzberg, Ives Gandra Martins, João Luiz de Figueiredo, Kent Lineback, Linda A. Hill, Mireia Las Heras Maestro, Rafaela Macedo, Raniere Rodrigues, Seth Godin, Sowon Kim, Sueli Brusco, Suzanne C. de Janasz, Stephen Kanitz. ARTE DIREçÃO João Faissal | Imaginária Design design@ imaginaria.cc Design e ilustração Thiago Castor thiago@administradores. com.br COMERCIAL Diretor Comercial Diogo Lins diogo@administradores.com.br FINANCEIRO Anna Vita Vieira annavitavieira@administradores.com.br Atendimento ao Leitor Anna Valéria Onofre annavaleria@administradores.com.br Impressão Gráfica Moura Ramos www.mouraramos.com.br capa (música) The good, the bad and the ugly (Ennio Morricone)

Fábio Bandeira de Mello editor

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índice

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09

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feedback

ambiente externo

eventos

Saiba como fazer uma Análise Swot

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O empreendedorismo incansável de Bel Pesce

As possibilidades de aprendizado na Universidade

Desenvolvendo líderes? Desenvolvendo países? | Henry Mintzberg

ACADÊMICO

ONLINE

PEI, BUF!

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entrevista

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insight

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26

28

30

- Como o trabalho e a família podem enriquecer um ao outro - Uma prática simples que fará de você um gestor melhor - Guia para profissionais que pretendem trabalhar no exterior

O som no trabalho: os impactos da música para os profissionais

Copa do Mundo no Brasil traz mais benefícios ou malefícios?

Marketing no show business: a marca Lady Gaga

carreira

TENDÊNCIA

contraponto

marketing

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34

O futuro da internet e da comunicação sob a ótica de Pierre Levy

Como navegar pelo Oceano Azul

TROCA DE IDEIAS

INFOGRÁFICO

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capa Um negócio chamado Gustavo Cerbasi

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MENTE ABERTA

Super homem, Batman e visões de mundo | Seth Godin

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jornalismo gonzo

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- Desligue-se: a vida não é só trabalho! | Rafaela Macedo

Leandro Vieira destaca as lições de estratégia, liderança e bravura do filme 300

artigo

Diário de um campuseiro

ARTIGO

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As dúvidas dos leitores tiradas com os conceitos do pai da Administração moderna

Coco Chanel: a estilista que fez da moda um grande negócio

O multitarefa Fábio Vogelaar Carlucci

o que drucker faria

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ambiente interno Logística, Finanças, TI, Marketing e RH pelo Brasil

ADMINISTRADORES NA HISTÓRIA

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FORA DO QUADRADO

ADMINISTRADOR DO FUTURO

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ENTRETENIMENTO

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- Curiosidades e humor - Ações para um mundo melhor - Leitura: A ascensão da classe criativa - Cinema: Batman: o cavaleiro das trevas ressurge

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ponto final

Quem salvará o capitalismo dos capitalistas? | Stephen Kanitz

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NEUROMARKETING Gostei muito da entrevista com A. K. Pradeep sobre Neuromarketing e acredito que o futuro das pesquisas de mercado está nele, por ser uma fonte tão fidedigna de informações. Sou administrador de informações em um laboratório farmacêutico pernambucano e indiquei esta reportagem ao meu diretor.

essa nova edição. Parabéns por mostrarem que a Administração – além de ser uma profissão deveras importante – o quanto ela está evoluindo, mudando e quem não acompanhar essa mutação, ficará pra trás. Se não puder se atualizar com um curso de MBA , leia a Administradores que estará se atualizando tanto quanto. Eliana

Rafaell José de Medeiros

EI, OLHA PRA MIM! Desde que assinei a revista Administradores, leio assiduamente todas as reportagens, entrevistas e matérias. Farei a divulgação da reportagem “Ei, olha pra mim” para todos em minha network. Uma das melhores que já li na revista . Muito interessante a narrativa. Ficou “fera” a reportagem.

MERCADO DO SEXO E como é lucrativo mesmo. Se eu tivesse dinheiro, um bom dinheiro pra investir, tentaria abrir um motel. Tati Lima

REVISTA VIRTUAL No iPhone, está excelente a visualização.

ESTREIA Recebi essa semana minha primeira revista Administradores. A edição nº16 está incrível. Amei o design e os assuntos abordados nela. E ainda o adesivo e o mouse pad! Parabéns a toda a equipe pelo excelente trabalho. “A Administração move o mundo!”

Fabiane Botelho

Layse França

MBA ADMINISTRADORES Recebi minha revista! Amei! Parei o mundo, desci e li do começo ao fim. Agora é administrar a ansiedade da espera pela próxima. Falando sério... Parabéns por

EMPENHO Gostaria de aproveitar para parabenizá-los pelo trabalho que têm feito no Portal e na Revista Administradores. Todo o empenho e competência têm contribuído,

Lucas M. Santos

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sem sombra de dúvida, para a evolução da área de Administração. Maria Cecília Stroka

COMPARAÇÃO Vale cada centavo! Esta revista é a solução inclusive para estudantes de ADM como eu. Administradores (revista e site) está para Administração assim como Philip Kotler está para o marketing. Parabéns e continuem aumentando o placar atual: 1000x0. Rafael Antonio Vannucci

FILOSOFANDO De fato, a Administradores não é apenas uma revista, mas sim a linha de possibilidade entre a prospecção acadêmica de um sonho e a realidade da gestão de uma empresa. Obrigada, pois vocês, “família Administradores”, são “o modelo de orgulho” e um projeto lindo de se ver. Ariana Mato

Mande também O seu recado para a Administradores através do revista@administradores.com.br


EVENTOS 20 outubro

22 outubro

28 outubro

Curso de Formação de Consultores

XLVII CLADEA

XXIII ENANGRAD

Responsável: Cegente Local: São Paulo – SP Info: adm.to/consultores_sp

Responsável: ESAN Local: Lima - Peru Info: adm.to/cladea2012

Responsável: ANGRAD Local: Bento Gonçalves – RS Info: adm.to/enangrad23

05 novembro

05 novembro

15 novembro

15 novembro

18 novembro

18 novembro

HSM ExpoManagement Responsável: HSM Local: São Paulo – SP Info: adm.to/expomanagement2012

XXII ENBRA Responsável: CRA/RJ Local: Rio de Janeiro – RJ Info: adm.to/enbra

4º Encontro Magno dos Estudantes de Administração Responsável: RDreans Local: Florianópolis - SC Info: adm.to/ emead

Encontro Mineiro de Empresas Juniores Responsável: Emej Local: Uberlândia - MG Info: adm. to/19_emej

EnAPG 2012 Responsável: ANPAD Local: Salvador – BA Info: adm.to/enapg

Simpósio 2012 Responsável: ANPAD Local: Salvador – BA Info: adm.to/ simposio2012

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ONLINE | www.administradores.com

ARTIGOS

ENQUETE

#FICADICA

Qual área da Administração você mais curte?

151

534 votos

Cérebro e Tecnologia: o bit nosso de cada dia

143

votos LOGÍSTICA

votos

Navita Translator

O aplicativo traduz palavras e frases em mais de 50 idiomas e pronuncia palavras em outros sete.

76

votos

Wikipedia Offline Reader

TI

ESTRATÉGIA

Permite que os usuários busquem material de referência da maior enciclopédia digital do mundo sem precisar estar online.

229

FINANÇAS

votos

Martha Gabriel, estreia colunista e mostra a conexão da tecnologia com a evolução da humanidade

APP

OUTROS

ENTREVISTA

adm.to/tec_bit

Como serão as empresas no futuro?

635 votos TWITTER

Orkut

FACEBOOK

LINKEDIN

@admnews

adm.to/ orkutadm

adm.to/ facebookadm

adm.to/ linkedinadm

adm.to/modelos_mentais

FOI DESTAQUE NA WEB

Volta, chocolate Surpresa! Campanha do Administradores mobiliza milhares de internautas e ultrapassa 6,5 mil compartilhamentos no Facebook. Nestlé afirma que “pedidos não serão descartados”.

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adm.to/cesar_souza

MARKETING

RECURSOS HUMANOS

Jerônimo Mendes avalia o impacto dos modelos mentais positivos e negativos no empreendedorismo

adm.to/choc_surpresa

682

votos

O grande destaque é você Aplicativo que coloca as pessoas como capa da revista Administradores é sucesso no Facebook no mês do administrador. adm.to/admgratis

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thinkstock

Modelos mentais favoráveis ao empreendedorismo

O especialista César Sousa afirma que os profissionais precisam promover uma nova postura em suas carreiras

A importância dA pós-graduação na vida profissional A psicóloga Márcia Luz explica por que se deve cursar uma pós-graduação para se destacar adm.to/pos_importancia

Revista digital e de graça Aplicativo “Banca Administradores”, em tablets e smartphones ultrapassa 50 mil downloads. Antigas edição da revista são colocadas no app e no Facebook de graça. adm.to/nodigital


AMBIENTE EXTERNO | RÁPIDAS

iPhone 5 e supera vendas iniciais

Filme causa fúria no Oriente Médio

eleições: candidatos LGBT batem recorde

A nova geração do iPhone foi lançada em setembro e já chegou fazendo sucesso. A Apple diz ter vendido dois milhões de unidades do aparelho em apenas um dia, mais que o dobro do volume de vendas do iPhone 4S no dia de seu lançamento. Entre as novidades, está a tela alongada de quatro polegadas e o processador A6, um dos mais rápidos já fabricados. No Brasil, a estimativa é que o smartphone comece a ser vendido em novembro. O modelo com 16 GB de capacidade deverá custar 1.999 reais (desbloqueado).

Um polêmico filme produzido nos Estados Unidos, que ofende o profeta Maomé e os muçulmanos, gerou grandes protestos no Oriente Médio e África. Entre as consequências estão a morte do embaixador dos EUA na Líbia, manifestações constantes em países árabes e dezenas de atos de violência às embaixadas. Os muçulmanos querem a punição do homem responsável pelo filme, que chegou a ser interrogado pela polícia americana, mas está em liberdade.

As eleições 2012 já registraram um dado histórico: 108 candidatos assumidamente homossexuais disputarão o cargo de vereador em todo o país. Ao todo, são 21 estados brasileiros que contam com representantes da classe. Este é o maior índice de candidatos gays declarados de toda a história. “Os números já são excelentes e demonstram que há uma diminuição do preconceito por parte da sociedade, mas mostram também que a categoria está mais unida e fortalecida”, afirmou o presidente da ABGLT, Toni Reis.

FRASES O lançamento do iPhone 5 pode aumentar o PIB dos Estados Unidos em 0,5%

Eu nunca quis ser um empreendedor

Michael Feroli economista-chefe do banco J.P.

Jack Dorsey fundador do Twitter

Morgan.

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O Brasil é apenas o 36º país mais atraente para investidores estrangeiros, de acordo com o ranking Global venture capital and private equity country attractiveness. Apesar de ter subido sete posições entre 2011 e 2012, o país está somente à frente da Rússia entre os Brics.

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Saiba como fazer uma Análise Swot por mayara chaves

P

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Analise o cenário encontrado

A análise Swot ajuda a ter clareza do negócio, possibilitando que se identifiquem quais pontos fortes explorar e quais pontos a trabalhar no âmbito de toda a gestão empresarial. Essa ferramenta ajuda a determinar a posição atual da empresa e antecipar o futuro, visando as oportunidades e precavendo as ameaças.

lanejamento. Para que uma empresa consiga estipular e atingir suas metas de visibilidade, crescimento, produção e aumento de lucros, é necessário analisar diversas variáveis

que, de modo direto ou indireto, estão ligadas a essa palavra e podem contribuir para a evolução e o desempenho de um negócio.

Coloque os dados em formato de diagrama

4

Determinados os dados do ambiente interno e do ambiente externo, colocam-se as informações numa tabela 2x2, com duas colunas e duas linhas. Confira abaixo um exemplo do diagrama Swot:

Existem várias ferramentas que servem de auxílio na hora de planejar os passos do presente e do futuro

Pontos Fortes

Pontos Fracos

Ambiente interno

S Força

W Fraquezas

Ambiente externo

O Oportunidades

T Ameaças

da companhia. Uma delas é a Análise Swot, que é utilizada durante a realização do planejamento estratégico para auxiliar na compreensão do cenário em que se encontra a companhia. A palavra Swot é uma sigla em inglês originária das palavras Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknes-

ses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats) e dá nome a uma matriz que facilita a visualização destas quatro características, que são inerentes aos mais variados tipos de empresas. Através desses dados, é possível ter uma maior noção dos pontos fracos e fortes, do cenário em que a empresa está inserida, além de servir como auxílio para que profissionais e empresários fiquem atentos ao movimento do mercado. Confira abaixo o passo a

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Determine o ambiente externo

As oportunidades e ameaças estão dentro do chamado ambiente externo. Elas variam de acordo com o mercado em que o empreendimento está inserido. Por exemplo, uma oportunidade para uma empresa é o crescimento do setor do qual faz parte e o surgimento de novos nichos de consumidores. Já as ameaças podem ser a expansão ou o lançamento de novas tecnologias por uma concorrente do mesmo segmento.

passo para a realização da Análise Swot.

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Divida o cenário empresarial em duas partes

Com o objetivo de entender melhor o cenário em que a empresa está inserida, é necessário dividi-lo em ambiente externo (variáveis que afetam a empresa de fora para dentro) e ambiente interno (variáveis que partem da companhia, de dentro para fora).

2

Defina o ambiente interno

No ambiente interno, é necessário determinar as forças e fraquezas de uma companhia em comparação com outras empresas do mesmo ramo de atuação. Tais variáveis são determinadas por meio do próprio contexto da companhia, das ações realizadas, e devem ser sanadas pelos líderes e suas equipes. Por exemplo, as forças e fraquezas podem ser medidas diante da quantidade e qualidade de recursos de uma empresa em face aos concorrentes, como mão de obra qualificada e receita.

| Colaboraram com essa edição Bernardo Gussen (sócio da BC Office) e Ana Paula Lobato (proprietária da Anpla Comunicação).

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ENTREVISTA | BEL PESCE

O empreendedorismo incansável de Bel Pesce Com apenas 25 anos, a jovem escala rapidamente rumo ao topo do mundo e demonstra, com o seu próprio exemplo, que nenhum sonho é impossível – desde que você não aceite o “não” como resposta final. por eber freitas

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|

foto sandee pawan


O

assédio de jovens encantados pela história

cinco graduações (incluindo Administração), trabalhar em em-

da empreendedora Isabel Pesce duran-

presas como Google, Microsoft e Deutsche Bank e, finalmente,

te a Campus Party Recife – evento que

se tornar sócia de um projeto empreendedor de sucesso – tudo

aconteceu em julho – só não era maior do

isso antes dos 25 anos de idade. E o mais impressionante é

que a disposição dela em dar atenção a todos. Foram várias palestras ministradas, dezenas de fotografias ao lado dos fãs,

que, para Pesce, esse é apenas o começo. Essa bela história de superação, coragem e criatividade

autógrafos no seu livro e entrevistas entre um compromisso e

foi publicada na internet em meados de maio, e rapidamente

outro. Foi numa dessas brechas que eu consegui marcar um

ganhou impulso nas graças da mídia on-line. Em uma semana,

encontro com a nova queridinha do público jovem universitário.

foram 100 mil downloads do livro (em formato PDF); em um

“Cara, é surreal, eu sou igual a todo mundo aqui”, confidencia-

mês, 500 mil. “Depois disso, eu parei de contar”, brinca a em-

va, enquanto caminhávamos para um local mais sossegado,

preendedora. Atualmente, ela é sócia e diretora de Negócios

longe dos flashes.

da Lemon, empresa desenvolvedora de um aplicativo móvel

Talvez o fato de ela ser igual a todos fez com que seja vista

que reúne informações de documentos e cartões de crédito,

como um exemplo. Afinal, ela mostrou que uma pessoa co-

uma “carteira digital”. Em entrevista exclusiva à revista

mum, filha da classe média, é capaz de ser aprovada no exame

Administradores, ela conversou um pouco sobre sua forma-

do Massachussets Institute of Technology (MIT), conquistar

ção, experiência e planos futuros.

“Esse negócio de não desistir nunca é legal, mas entender quando é hora de parar um pouquinho e inventar outra coisa – para depois voltar para aquela meta inicial – é interessante” Você diz que, no Brasil, sobram histórias de sucesso e faltam de fracasso, criando um comportamento que desestimula o empreendedorismo, principalmente pelo medo de errar. Então, a gente poderia começar falando sobre o seu maior fracasso como empreendedora? Só uma coisa na pergunta: também faltam histórias de sucesso. Tem os dois, faltam histórias de fracasso e há poucas histórias de sucesso. Temos que ouvir mais histórias. Tem mais gente que deu certo que tem de contar como deu certo, e gente que errou que tem de contar o que deu errado. Quando a gente começou na Lemon, eu queria muito aprender a fazer parcerias, e acreditava que, com essa energia toda, conseguiria fechar uma por dia com empresas gigantescas. Não é bem um fracasso, mas eu reparei que, quando você representa uma empresa pequena, tem empresas maiores que não dão atenção a você, não importa o que você faça. E eu tentei por meses, meses e meses, deveria ter parado antes. A atenção que eu dei para essa meta acabou me desviando de outras que teriam nos ajudado mais no começo. Então, eu acho que também esse negócio de não desistir nunca é legal, mas entender quando é hora de parar um pouquinho e inventar outra coisa – para depois voltar para aquela meta inicial – é interessante. Nesse caso, eu demorei um pouquinho para identificar que o que eu estava tentando fazer era literalmente (ou praticamente) impossível naquela hora, mas não impossível para depois. Antes, a gente precisava construir a empresa e criar uma história legal ao redor dela, para depois as empresas maiores se

interessarem por nós. Eu estava querendo colocar a carroça na frente dos burros. Então, essa foi uma das coisas que apanhei muito no começo, mas aprendi. Era assim: as reuniões iam super bem, mas ninguém assinava o contrato. Então eu falava: “meu, alguma coisa aqui sou eu, não é possível”. E acho que a parte do fracasso aqui foi não identificar que isso era muito cedo para acontecer. Mas você aprendeu a fazer parceria depois? Ah, aprendi. Tá acontecendo muito agora, tem muita coisa nova. Mas também tenho muito o que aprender ainda. Você se formou em cinco cursos diferentes no MIT. Como essa lógica funciona por lá? Aqui você tem que fazer um vestibular para um curso específico... Lá é diferente, você entra na faculdade inteira, não apenas no curso. Você presta vestibular pro MIT com outras 999 pessoas (mil pessoas entram no MIT). No segundo ano, você tem que declarar o seu curso mas, durante toda a sua carreira, você pode fazer matérias em todos os departamentos. Se você faz Física, pode fazer aulas de Música, por exemplo. Eles têm dois conceitos lá: o de major é um bacharelado mesmo. E o minor é um diploma compacto. Normalmente, as pessoas fazem o major e às vezes fazem o minor. Só que, no MIT, conforme você vai cursando as matérias, pode acabar acumulando vários majors e vários minors. O MIT recomenda até um máximo de dois de outubro/novembro 2012

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ENTREVISTA | BEL PESCE

cada, dois compactos e dois completos. E o que eu fiz foram dois diplomas majors, em Engenharia Elétrica e Ciências da Computação. Fiz um outro major em Administração, e fiz mais dois minors: um de Economia e um de Matemática, mas isso era porque eu estava fazendo um monte de aulas. Então, por exemplo, para você ter um diploma major, tem que fazer quatro aulas por semestre. Como em alguns semestres eu fiz muitas aulas – teve um em que eu fiz 13 – acabei acumulando diferentes diplomas. Você parou de estudar para se dedicar aos negócios. Pretende voltar a estudar algum dia?

Aqui no Brasil nós lidamos muito com questões de regulamentação profissional, sindicatos, conselhos profissionais e uma legislação trabalhista bem rígida. Na sua opinião, isso favorece a abertura de novos negócios startups, apesar de proteger os trabalhadores?

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Eu comecei um mestrado depois de me formar, mas tranquei. Achei que, para mim, o que fazia mais sentido no momento era aprender a pôr a mão na massa. Então, o sonho agora é realmente criar coisas. É engraçado, a gente pensa que para estudar tem que estar sentado estudando em um livro. Mas a gente aprende todo dia na startup, tem um monte de estudos também. Então, eu sinto que estou aprendendo ainda. Daria pra gente fazer uma palestra inteira sobre isso, porque os direitos do trabalhador são muito diferentes quando você atua numa startup e as leis norte-americanas ajudam nisso. Por exemplo, a maioria das startups contratam em um regime que, quando mandam embora, não precisam pagar nenhum benefício. Não é maldade, mas para uma companhia que a qualquer momento pode dar errado, é uma maneira de se proteger. Faz sentido, se uma empresa pode ser fechada sem nenhuma dívida. Mas as pessoas que aceitam trabalhar nessas condições gostam disso, porque quando eles quiserem sair, podem fazê-lo sem dar nota prévia. Como uma startup geralmente está em busca de um modelo de negócios que ainda vai escalar e se tornar sustentável, ela pode não existir daqui a seis meses. Então a estrutura de uma startup nos Estados Unidos é muito diferente da estrutura de uma empresa aqui, que se preocupa mais com os direitos trabalhistas. Não é que as companhias devem ser malvadas com o empregado. De maneira alguma, elas vão fazer o que é possível e o que é necessário para que as pessoas que trabalhem lá permaneçam motivadas a trabalharem.

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Para formalizar um negócio no Brasil, são necessários mais de 40 documentos, dependendo do ramo de atuação, e os custos variam de R$ 900 a mais de R$ 3 mil de estado para estado – fora os tributos e uma eventual falência. Para uma empresa que pode fechar em questão de meses, é um risco considerável.

Lá também tem isso. Quando você abre uma empresa, tem que ter uma documentação. Mas como é mais padronizado, tem muita coisa que minimiza o quanto você precisa de um advogado ou um contador. Então, tem muita coisa que você faz sozinho. Mas, do jeito que a startup é, ajuda muito, principalmente no começo. Quanto menor o número de pessoas, melhor, porque – como você está tentando descobrir as coisas – uma grande estrutura e mais pessoas para tomar uma decisão deixam o processo mais lento. E tempo, para uma startup, é um elemento fundamental.

As startups hoje têm uma vantagem em relação às grandes empresas: elas já estão nascendo dentro de uma lógica sustentável. Uma empresa que nasceu de dez anos para cá pensa diferente de uma empresa que começou há 100 anos. Uma startup não cria um produto para dar lucro ao seu dono, primordialmente, mas sim para ajudar e melhorar a vida das pessoas. Como você enxerga essa mudança de paradigmas?

Hoje tem uma nova escola de empreendedorismo, que se chama startup enxuta (lean startup), idealizada por Eric Ries. No final, as empresas têm o mesmo goal, que é gerar rendimentos. Do contrário, ela não vai resistir. Mas o que essa nova escola de startups está fazendo é: existem maneiras de minimizar os riscos de criar um produto que ninguém quer. Como? Por isso que eles estão focando mais no “gerar valor”, porque esse é o primeiro passo para você criar sua base de usuários, que depois pode ser monetizada e, então, gerar rendimento para a empresa se tornar autossuficiente. A meta é a mesma, mas o caminho é um pouco diferente.

“Quem faz a companhia são as pessoas que estão trabalhando”


Uma das tendências mais fortes na Administração atualmente é o pensar “fora do quadrado”. Você acha que as empresas estão absorvendo bem essa cultura de inovação, de abandonar as velhas soluções – mesmo que tenham dado certo em outra época?

Acho que tem muito trabalho para ser feito aí. Na verdade, não é nem culpa das empresas ou da cultura, é culpa da gente, porque não queremos sair da zona de conforto. Tendemos a querer pensar naquilo da maneira que a gente deseja porque temos medo de errar. Mas acho que, aos poucos, está se mudando bastante esse perfil, e você vê isso na forma como as empresas estão sendo geridas. São pequenas coisas que fazem você pensar de uma maneira diferente.

Agora falando um pouquinho de talentos: você diz que nos EUA, principalmente no Vale do Silício, há uma preocupação muito grande em reter os talentos. Mas pesquisas recentes mostram que essa é uma preocupação mínima entre os gestores de RH no Brasil. Quais os riscos que isso representa para uma empresa?

O problema é que, no final, quem faz a companhia são as pessoas que estão trabalhando. Então, quanto mais comprometidos e mais apaixonados eles estejam pela ideia, maiores as chances de eles colocarem a energia e o pensamento necessários para mitigar a possibilidade de dar errado. Eu não falo “dar certo”, porque às vezes nunca dá certo, mesmo quando você faz tudo certo. Mas, no Vale do Silício, a pessoa é tudo! Mais do que a ideia, mais do que o mercado. Porque, no final, a empresa nada mais é do que uma ideia sendo executada por pessoas, e se essa pessoa não faz direito, é impossível que dê certo. Então, o pessoal foca muito nisso. Tenho até que esclarecer: às vezes as pessoas pensam que a Lemon sou só eu. De modo algum, eu não faço isso sozinha. A gente tem um time fundador animal, o meu sócio, que é o CEO, é um cara sensacional. Foi por ele que eu quis abrir essa empresa. Nós nunca fazemos as coisas sozinhos, é sempre trabalho em equipe.

Mas você pensa em abrir uma empresa sozinha um dia, do zero?

Penso, mas eu estou aprendendo tanto que faz mais sentido esperar. E a gente tem muita responsabilidade quando uma empresa é pequena.

“Ninguém pegou uma bicicleta sem rodinha e começou a andar na velocidade, todo mundo caiu muitas vezes”

Quais são os planos para o aplicativo da Lemon? Vocês pensam em lançar uma plataforma de pagamentos digitais, por exemplo?

Para terminar, qual o conselho que você deixa para os jovens empreendedores e administradores do Brasil?

Achamos que pagamento digital vai acontecer, mas vai demorar um pouquinho ainda. O mercado não está pronto pra isso. Mas a nossa visão de longo prazo não é ser apenas uma carteira na nuvem, mas sim uma carteira aberta. Falando assim, parece que a carteira está aberta pra todo mundo ver, mas não é isso (risos). Aberta no sentido de que outras pessoas possam integrar serviços que adicionem mais valor para o usuário. Então, não queremos só que a gente faça as coisas (o desenvolvimento da Lemon), gostaríamos também de identificar parceiros que estão fazendo coisas legais, que poderiam rodar em cima da Lemon e trazer mais valor para os nossos usuários. Queremos ser uma carteira aberta em termos de código aberto, e deixar que as pessoas se integrem com a gente.

Quando vocês começarem, vão notar que é bem mais difícil do que parece. Mas não desanima, não desanima mesmo. Tudo é sempre mais difícil do que a gente imagina, e todo mundo que conseguiu sucesso falhou muitas vezes antes disso. Ninguém pegou uma bicicleta sem rodinha e começou a andar na velocidade, todo mundo caiu muitas vezes. E é muito parecido com tudo na vida. Se cair, pare, pense o que deu errado, aprende, e fale para si mesmo que não vai cometer o mesmo erro. Depois, levanta e continua.

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acadêmico | EXPERIÊNCIA

UNIVERSIDADE

Quando a universidade é o melhor estágio por agatha justino

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PRIMEIRO EMPREGO

imagem shutterstock

Muitos reclamam que o mercado pede experiência e, por isso, não conseguem o tão sonhado emprego. No entanto, comece a ficar mais atento ao seu próprio curso. A maioria oferece diversas alternativas para expandir as habilidades e, não se engane: os recrutadores estão de olho nesses estudantes.

A

conclusão de um curso universitário é a porta para um labirinto chamado mercado de trabalho. Ao pisar nele, muitos estudantes se veem perdidos nesse emaranhado de

caminhos. Ao olhar para trás, os professores – que se diziam guias – já não estão mais ali, e o futuro naquele ambiente parece incerto. Para alguns, aqueles livros que deveriam ser um mapa para o sucesso e toda a teoria acumulada parecem inúteis. Já outros encaram a jornada sem dificuldades porque aproveitaram os últimos cinco anos para colocar na bagagem, além de conhecimento, experiência. Uma das formas mais comuns de adquirir essa bagagem é através de estágios. Neles, os ainda estudantes conseguem ter contato direto com a profissão e aprender as nuances que deverão encontrar quando formados. No entanto, a própria Universidade oferece diversas maneiras de aprimorar as habilidades que não se restringem à sala de aula. Programas de iniciação científica, monitoria, participação em empresa júnior, cursos de extensão, entre outros, são algumas atividades que vem despertando o interesse de muitos headhunters na hora de procurar talentos. Diretora de Recursos Humanos do Grupo GR, Flávia Herdeiro acredita 16

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que os alunos que na universidade fazem parte de iniciativas complementares possuem um diferencial qualitativo. “Além de terem a consistência de uma prática supervisionada, um estudante que tem passagem por uma empresa júnior, por exemplo, sabe resolver problemas utilizando diversas teorias”, afirma. Flávia ainda acredita que as atividades de extensão formam profissionais mais aptos a criticar. “Para encontrar uma solução, ele pesquisa, busca diversos autores e aplica a produção acadêmica na prática – diferente de quem entra em um estágio em empresa privada e se acostuma com a visão apenas daquela instituição”, destaca.

Visão macro Estudante do 6º período de Administração na Universidade Federal da Paraíba e graduada em Relações Internacionais pela Universidade Estadual da Paraíba, Maria Olívia Gomes soube, desde o primeiro dia de aula, a usar o meio acadêmico a seu favor. Ao sentir que a teoria ensinada em sala não seria o suficiente para prepará-la, a estudante agarrou as oportunidades oferecidas pelas duas instituições para formar


Possibilidades de aprendizado na Universidade Empresas Júnior

São organizações que tem como objetivo desenvolver as habilidades dos estudantes de graduação por meio de uma vivência empresarial. Os alunos que participam podem realizar projetos nas áreas do curso a que são vinculados e oferecer consultoria a micro e pequenas empresas.

um currículo que se destaca na mesa de qualquer empregador. Olívia acredita que, além de trabalhar o lado intelectual, é na faculdade que se forma a primeira rede de relacionamentos. “O mais importante é enxergar professores e colegas de turma como aliados e futuros companheiros de trabalho”, afirma a estudante. Antes de conseguir o primeiro estágio, Olívia se engajou em projetos de extensão onde aprendeu a levar até a comunidade o que aprendeu dentro da sala de aula. “O objetivo do projeto de extensão é devolver à sociedade tudo o que a universidade pública lhe ofereceu”, explica. Durante a experiência, ela aprendeu a conviver com diferentes tipos de pessoas, a gerenciar opiniões divergentes e desenvolveu um ritmo de trabalho que casa os estudos com atividades extracurriculares. Ela também soube levar um pouco da experiência em Administração para seu

Monitoria

Iniciação Científica

É uma atividade na qual o estudante deve auxiliar tanto o professor na preparação das aulas, quanto os alunos que sentirem dificuldades. Além de aprofundar o conhecimento, o trabalho de monitoria enriquece o currículo e é um passo para aqueles que desejam ensinar.

outro curso, Relações Internacionais. Em parceria com alguns ex-colegas, a estudante participou do processo que recuperou a Dignata, a Empresa Júnior do curso, que estava esquecida. O desafio de assumir a gestão de uma empresa até então desacreditada lhe deu segurança e experiência para encarar o mercado. Para Olívia, ter reconstruído a imagem da consultoria perante os outros alunos e a própria universidade – além de ter preparado uma nova equipe para assumir o comando – é motivo de orgulho. Segundo a professora e coordenadora do curso de Comunicação Social da Faculdade Anhanguera de Belo Horizonte, Ana Paula Damasceno, a universidade é uma etapa fundamental para que o aluno forme um excelente currículo. Ela lembra que as grandes instituições superiores, hoje, “têm investido em uma formação acadêmica e mercadológica que permite ao estudante finalizar o seu curso superior, por exem-

Com a orientação de um professor, os alunos desenvolvem estudos sobre diversas áreas do conhecimento. O projeto geralmente oferece uma bolsa-auxílio e é mantido por agências financiadoras como o CNPq (em nível federal, através de seu Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, o PIBIC) e outras de nível estadual como a Fapesp, a Faperj ou a Fapemig.

plo, falando uma segunda língua fluentemente, com cursos de extensão e capacitação para o mercado corporativo”. De acordo com a coordenadora, antigamente, as escolas estimulavam o aluno a mergulhar apenas no conhecimento acadêmico, deixando de lado a missão de apresentá-los à prática. “Hoje, o próprio mercado de trabalho exige que as universidades formem candidatos preparados para colocar a teoria em prática”, ressalta. A conquista do primeiro emprego é motivo de orgulho. Manter-se nele deve ser fruto de um comportamento profissional que já pode ser construído dentro da universidade. Saber adequar horários, manter a organização e construir um bom relacionamento com a equipe são qualidades que o empregador reconhecerá ao retirar da pilha de currículos o de um estudante que soube aproveitar a faculdade para cultivar a responsabilidade.

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INSIGHT APERFEIÇOAR

Desenvolvendo líderes? Desenvolvendo países? por henry mintzberg

Nós desenvolvemos líderes e países. Pelo menos é o que acreditamos. Nós também acreditamos que desenvolvemos países quando desenvolvemos líderes. Talvez, o que nós precisamos, é desenvolver o nosso pensamento.

Henry Mintzberg é um dos autores mais produtivos da Administração na atualidade, com 16 livros publicados, quase todos considerados referências na área. Ele é professor na McGill University, co-fundador do International Master’s Program in Practicing Management, usado por institutos de ensino em Administração no Canadá, Inglaterra, Índia, China e Brasil. Mintzberg também é responsável pelo desenvolvimento do curso CoachingOurselves, que em solos brasileiros é gerenciado pelo Grupo A. www.impm.org www.coachingourselves.com

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Q

uando visitei Gana, durante um período que passei na África, eu me questionei: como um país “em desenvolvimento” pode ser desenvolvido? Então, algo me perturbou quanto a essa formulação. O termo “em desenvolvimento” é muito utilizado como um eufemismo para falta de desenvolvimento econômico. Países pararam de se desenvolver? Por que outras nações se mostram obcecadas em desenvolvê-los? Eu fui hospedado pela fundação Kweku Hutchful, de Gana, e lá fui convidado para responder a uma questão diferente: como os líderes ganenses podem ser desenvolvidos? Então, algo nesta formulação também me perturbou. E, mais uma vez, foi essa palavra. Nós realmente precisamos desenvolver líderes? No meu segundo dia, três colegas ganeses e eu caminhávamos pelo jardim botânico próximo a Acra, quando um deles perguntou o que eu achava das empresas multinacionais. Não muito, respondi sabendo de onde a pergunta

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veio. Isso levou os ganeses a uma discussão sobre o por quê de as operações domésticas serem tão concentradas em sedes estrangeiras. Será que eles entenderiam as necessidades locais? Só por que algumas práticas funcionam em Nova York, isso significa que elas funcionarão em Acra? Eles sentem que muitas ONGs internacionais e agên-

cias de desenvolvimento, não apenas o Fundo Monetário Internacional, agem da mesma forma. Nós ficamos impressionados como os gerentes americanos reagiriam ao conhecerem as práticas adotadas por consultores ganeses: “Funcionou em Acra, então funcionará em Nova York!”. Então, eles perceberam que tinham um exemplo proeminente disto.

Eu acredito que verdadeiros líderes se engajam. Eles estimulam os outros com humildade porque estão engajados para o que estão fazendo – e não para ganhos pessoais

Esse exemplo veio no outro dia, quando visitei o Dr. Kwame Bediako em seu centro de desenvolvimento de líderes. Eu confesso que esperei tomar uma boa “dose” de poder, construção de equipe e todos os outros jargões da liderança. Mas Dr. Bediako se revelou um teólogo, astuto e bem publicado, preocupado com a moral da liderança. Ele se especializou na abordagem dada pelos africanos e ganeses à liderança. “Como você ensina liderança aqui?”, perguntei, e ele me respondeu: “Nós apenas mostramos”. E o exemplo mostrado por Dr. Bediako foi um camarada ganês, Kofi Annan, que liderou uma das organizações mais difíceis em Nova York, as Nações Unidas. Aqui vemos uma organização verdadeiramente global, que cresceu e melhorou com a sua atuação, apesar de ir contra o estilo americano de liderar. Mesmo que Annan tenha passado parte da carreira fora de Gana e tenha sido

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Liderança como heroísmo ou engajamento?


educado nos Estados Unidos, Dr. Bediako, que frequentou a escola com ele, afirma que sua abordagem de liderança é africana e ganesa. Como disse um dos conselheiros de Kofi Annan a um jornalista: “Ele comanda a ONU como o chefe de uma vila africana, discutindo com os mais velhos, com períodos de reflexão e, eventualmente, uma decisão”. Para descrever o estilo de Kofi Annan, Dr. Bediako falou sobre as tradições do serviço, honestidade e modéstia – o que dificilmente funcionaria para executivos de corporações e seus bônus polpudos. Claro, ele não controla a ONU como executivos possuem o controle de suas empresas, fazendo acordos e impondo estratégias aos funcionários. Mas, talvez, ele saiba melhor. Afinal, ele passou sua carreira na organização. Ele não caiu de paraquedas lá. Kofi Annan foi o primeiro funcionário de carreira a comandar a ONU. Então, ele sabia o que estava errado e preocupou-se em consertar cuidadosa e pacientemente, estimulando a equipe ao invés de simplesmente intimidá-la. Kofi Annan escuta, disse Dr. Bediako, e une as pessoas, não importa o tipo de relação que tenha com as Nações Unidas. Seu discurso de posse incluiu as palavras moral e coragem. Em seguida, sua re-eleição veio com suporte a todas as nações ao redor do mundo, ricas e pobres, como os próprios funcionários da ONU. Imagine o líder de uma organização escolhendo referências para liderar. O estilo de liderança que prevalece nos Estados Unidos geralmente é chamado de heróico: um grande homem decidido a transformar uma organização drasticamente – o que inclui a demissão de parte dos funcionários. Quanta honestidade, moral e coragem são necessárias para isto? Eu acredito que verdadeiros líderes se engajam. Eles estimulam os outros com humildade porque estão engajados para o que estão fazendo – e não para ganhos pessoais. Alguns líderes trazem à tona uma

energia natural que existe dentro das pessoas. Se existe uma dimensão heróica neste comportamento, não é a ação em si, mas o fato de que tem alguém permitindo que os outros sejam os heróis. Esse é o tipo de liderança que é desenvolvida? Será que Kofi Annan foi desenvolvido? Esses países em desenvolvimento – ou os já desenvolvidos – precisam desenvolver líderes que são heróis?

Um tempo para desenvolvimento indígena Depois que eu passei um tempo no interior do país em que conheci várias pessoas, a fundação organizou um workshop de um dia e meio para discutir liderança e desenvolvimento. Isso uniu cerca de vinte ganeses de todos os setores: o Ministério da Saúde, a União dos Estudantes, sindicatos, ONGs, empresários, acadêmicos e consultores do mundo inteiro. Nesse momento, meus conceitos sobre as duas formas de desenvolvimento já estavam ficando claros, e eu estava pronto para discutí-los com o grupo. Talvez nós não precisássemos desenvolver líderes tanto para alimentar as condições que trazem essa liderança à tona. E a chave nestas condições deveria ser o respeito próprio, que deriva do trabalho em outros âmbitos (individual e coletivo), construindo o melhor das suas culturas tradicionais. A importação passiva de técnicas, controles e crenças por agências de fora e experts que correm para resolver os problemas alheios pode ser o grande problema do desenvolvimento. A globalização, certamente, desenvolve as corporações internacionalizadas do mundo rico. Mas será que a globalização desenvolve os países mais pobres do mundo em desenvolvimento? Ou será que a globalização é mais uma forma de exploração, na qual a África tem mais do que é compartilhado? Será, então, o tempo para o desenvolvimento indígena, de países e líderes semelhantes?

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carreira | VIAGEM

Vai trabalhar no exterior? Certifique-se de que seu paraquedas vá abrir corretamente .

por suzanne c de janasz imagem shutterstock

Viajar para fora do Brasil pode ser o sonho de muitos profissionais. No entanto, é preciso ficar atento a diversos aspectos para que essa aspiração não se transforme em pesadelo.

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apenas uma questão de lógica. À medida que os mercados globais vão se abrindo, cada vez mais empresas percebem que a experiência

prática compensa o esforço de organizar uma viagem. 20

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De acordo com a Associação Mundial de Viagens de Negócios, em 2011, estimaram-se gastos de mais de US$ 1 trilhão com viagens de negócios. Seja para realizar uma apresentação em uma convenção ou feira, negociar um contrato ou iniciar uma nova missão, em breve, você poderá ser o próximo a embarcar. No entanto, não importa o motivo da viagem: o sucesso de sua tarefa no exterior depende de sua pers-


pectiva e de sua preparação para o que lhe espera.

Quando em Roma... Trabalhar com funcionários cuja cultura é diferente da sua pode ser algo desafiador – e gerir uma equipe composta de variadas culturas, assustador. Estilos de comunicação, saudações e percepções de tempo estão entre uma série de mal-entendidos que podem surgir. Só porque você está trabalhando em Roma (ou Hong Kong, São Paulo ou Seattle), agir como um romano pode fazer mais mal do que bem. É preciso estudar um mapa para planejar uma viagem longe de sua terra natal. O mesmo vale para quando cair de paraquedas em um ambiente que lhe é estranho. Ainda que você tem um mapa em mãos, uma vez que chega, a paisagem não é bem o que esperava. Só porque você acha que sabe aonde está indo, não significa que vai chegar lá – pelo menos, não diretamente. Então, o que você pode fazer a respeito?

Antes de chegar Informe-se sobre a cultura. Muitos livros e sites podem ajudar, mas perceba que a cultura – ou melhor, as culturas (organizacional, regional, nacional) – podem ser muito mais complexas e sutis do que os guias que você leu. Resumindo, a sua intenção – traduzida em palavras e gestos – pode não corresponder às interpretações dos outros. Faça a visita e vivencie a cultura em primeira mão, mas não pense que uma semana de estadia em Miami Beach vai fazer de você um “conhecedor” da cultura americana. Se você acha que pode completar a frase “Todos os asiáticos...”, estará prejudicando muito sua reputação. Essas generalizações ofendem

as pessoas e fazem você parecer ignorante ou grosseiro. Entregue-se. Idealmente, você poderia chegar uma ou duas semanas antes do trabalho começar. Isso lhe dá a oportunidade de vivenciar transações comerciais, desenvolver um senso de seus valores (exemplo: eles trabalham para viver ou vivem para trabalhar?), e aprender alguns dos costumes e tabus da cultura. Erros podem ser perdoados, mas somente se há humildade e vontade de aprender. Se você está mudando de vez para o país, envolva sua família (incluindo as crianças) no descobrimento e aprendizagem. Eles vão expandir seu campo de observação enquanto realizam uma joint venture com você, não apenas lhe seguindo e reagindo aos descobrimentos. Engaje-se na reflexão e reeducação. Todos nós temos hábitos e comportamentos disfuncionais. Reflita sobre todo o feedback recebido durante sua carreira para se lembrar de hábitos que podem lhe causar problemas, e os corrija antes de chegar ao seu destino, comprometendo-se a continuar o exercício enquanto executa seu trabalho. Aprendemos mais ao refletir sempre, ao adaptar e repensar nossos “novos” comportamentos. Em seguida, considere hábitos que contribuíram com o seu processo no passado e avalie sua compatibilidade com o novo ambiente.

Quando for expatriado Tenha interesse, mas também seja interessante. Todos nós queremos que as pessoas gostem de nós e que nos achem interessantes. Ter interesse nos outros é igualmente importante, se não mais. Quando você se envolve com as pessoas, fazendo perguntas e

mostrando um interesse sincero nelas – como funcionário e humano – você se abre para a aprendizagem e passa a ver o mundo com outros olhos. Estabeleça e gerencie expectativas. Da mesma forma que está aprendendo a entender os outros em seu novo lar, eles estão aprendendo a compreender você. Facilite o processo ao conversar com sua equipe sobre seus pontos fortes, fracos, gostos, desgostos e estilo de liderança preferido. O compartilhamento dessas informações deixa as pessoas conhecerem mais sobre você e o que podem esperar, mesmo enquanto você adapta sua abordagem. Além disso, você prepara os outros para aceitar sua humanidade com uma declaração do tipo: “Não vai demorar até eu cometer meu primeiro erro, e agradeceria se pudessem me apoiar e me comunicar o erro para que eu aprenda com vocês”. E se você responder graciosamente àqueles dispostos a apontar seus erros, os laços de confiança entre ambos vão crescer, assim como a vontade de fornecer mais feedback (e receber o seu). Seja sensível ao feedback não-verbal. Enquanto um holandês ou alemão provavelmente irão compartilhar diretamente o que pensam de você e sua abordagem, um japonês ou brasileiro podem optar por uma abordagem mais indireta. Não confie no ditado “nenhuma novidade é uma boa novidade” ao avaliar sua eficácia no gerenciamento perante culturas diferentes. Em vez disso, preste atenção ao silêncio, às levantadas de ombros e contato visual (ou a falta dele). Isso pode ser um aviso de que você precisa de mais feedback. Saiba como pedir desculpas. outubro/novembro 2012

É fácil cometer um erro, mas não é tão fácil reconhecer ou pedir desculpas. Alguns líderes pensam que pedir desculpas por erros os tornam menos confiáveis perante seus subordinados. A pesquisa aponta o contrário: uma boa dose de humildade vai longe ao desenvolvimento de vínculos e na confiança dos subordinados. Evite se esconder atrás do escudo cultural em seu pedido de desculpas. “Não se ofenda, eu grito por causa do meu temperamento latino” não vai durar muito tempo. Trabalhar com culturas variadas não é diferente de pular de paraquedas. Os riscos aumentam quando o paraquedista subestima o salto e não se prepara bem, quando a certeza da competência diminui o foco no ambiente e quando a adrenalina é alta e o comportamento irracional automático passa a dominar. No entanto, ao compreender uma cultura antes de começar seu trabalho, você aumentará suas chances de pousar de pé!

Suzanne C. de Janasz é professora de Liderança e Desenvolvimento Organizacional, onde leciona nos programas de MBA e Orchestrating Winning Performance (OWP), assim como em inúmeros programas customizados de desenvolvimento para executivos.

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carreira | FAMÍLIA

Como o trabalho e a família podem enriquecer um ao outro por mireia las heras maestro e sowon kim imagem shutterstock

Estudo mostra como a relação entre casa e escritório pode estar mais próxima do que você imagina. 22

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N

as últimas quatro décadas, as pesquisas sobre as relações entre o trabalho e a família vêm recebendo considerável atenção. A princípio, foi a crescente participação das mulheres na força de trabalho que estimulou o interesse, com as primeiras pesquisas focadas nos conflitos experimentados por elas ao tentar conciliar a demanda de seus papéis no trabalho e na família.

Cada vez mais, contudo, as pesquisas foram demonstrando que podem emergir aspectos positivos da interação entre essas duas esferas, tanto para as mulheres como para os homens. Por exemplo, os recursos adquiridos em um papel podem ser reinvestidos no outro. A participação em uma área pode criar energias capazes de serem usadas para estimular experiências na outra. O enriquecimento trabalho/ família diz respeito a essa nova linha de pesquisas, explorando a maneira como os recursos obtidos no trabalho podem aumentar a qualidade da vida familiar e vice-versa. No estudo que publicamos recentemente, Qualitative analysis of facilitating conditions for work/ Family enrichment, procuramos mostrar diversos fatores que podem contribuir para a partilha de recursos vitais entre os dois domínios.

cobriram que suas vidas pessoais lhes davam o suporte emocional necessário para aumentar sua eficiência em cargos de direção. Pense no seguinte depoimento: “Eu me sinto bem em casa, isso melhora meu humor e indiretamente melhora meu trabalho. Quando preciso confrontar pessoas (no trabalho), o humor em que me encontro é importante. Se eu me sinto bem em casa, eu me sinto bem ali”. Da mesma forma, experiências positivas no trabalho têm um efeito positivo na vida familiar, como descobriu um homem que recentemente começou seu próprio negócio na área da publicidade. Ele nos disse: “Quando você pega um projeto interessante, isso deixa você contente de uma forma que quer dividir com a mulher em casa. Isso leva a uma dinâmica melhor, a ter bom humor e a conversar”.

Enriquecimento

Divisor

Ficou evidente que uma satisfação mental mais elevada pode ser significativamente correlacionada a uma maior satisfação no trabalho, da mesma forma que uma maior discordância conjugal foi associada a uma menor satisfação no emprego. Como parte de nossa pesquisa, entrevistamos casais que trabalham fora, tendo como temas das entrevistas diversos aspectos da dinâmica do lar, inclusive vida conjugal, filhos e administração da casa, além de experiências relacionadas com o serviço. As mulheres do estudo des-

Alguns recursos – como talentos, perspectivas, bens materiais e capital social – frequentemente transcendem os domínios da família e do trabalho. Os fatores domésticos que contribuíram para os recursos familiares incluíram conhecimento entre o casal, experiências parentais positivas e responsabilidades divididas. Um homem destacou a importância da compreensão de sua mulher: “Temos qualidades e gostos complementares, de forma que não preciso justificar cada coisa que quero fazer ou cada decisão que tomo com re-

lação ao lar ou à família. Geralmente concordamos em todas as áreas importantes da vida”. As experiências parentais não foram menos importantes. Homens que se tornam pais tendem a ficar mais satisfeitos e comprometidos com suas carreiras do que homens sem filhos. Como um homem colocou, a família tornou-se “um projeto de vida”. O comprometimento maior com a família se traduziu em um comprometimento maior em outras áreas da vida, incluindo o trabalho. Pessoas também colocaram que aprenderam do trabalho sobre como educar os filhos. Como um entrevistado declarou, “com os novos conhecimentos que adquiro, posso ajudar e ensinar mais (meus filhos)”. Os parceiros também se mostram capazes de aprender com os conhecimentos e capacidades adquiridos por seus cônjuges no trabalho. Uma professora que participou do estudo destacou a importância dos conhecimentos sobre contabilidade do marido quando ela aceitou um novo cargo que envolvia responsabilidades administrativas. Ela disse: “Agora, ser responsável por um orçamento e os conhecimentos de contabilidade de meu marido me vêm ajudando muito”. O estudo concluiu que organizações interessadas em promover o equilíbrio entre trabalho e família devem incluir o enriquecimento de ambos. Além disso, os dirigentes de-

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vem estar conscientes de como os recursos de seus subordinados em casa melhoram seus resultados no trabalho. É ainda mais importante que os dirigentes assumam a liderança por meio do exemplo. Isso significa estar a par dos recursos disponíveis e usá-los de forma intencional nos domínios familiar e do trabalho. Desta maneira, podem estimular os outros a melhorar seu desempenho no trabalho e a terem vidas mais equilibradas e saudáveis.

Mirea Las Heras é professora assistente de Gestão de Pessoas em Organizações e Research Director do International Center for Work and Family do IESE Business School, eleita uma entre as dez melhores escolas de negócios do mundo. Possui Ph.D. em Administração de Negócios pela Boston University, Master em Administração de Negócios pelo IESE Business School e graduação em Engenharia Industrial (Organização Industrial) pela Universidad Politécnica de Cataluña. ieseinsight.com Sowon Kim é licenciada em Relações Internacionais pelo The Graduate Institute in Geneva (IUHEI), em Genebra, doutora em Ciências Econômicas e Mention Management Social pela HEC, da Université de Genève e Post Doc Fellow do International Center of Work and Family, do IESE Business School.

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carreira | PERGUNTA CERTA

Uma prática simples que fará de você um melhor gestor .

por linda a hill e kent lineback imagem shutterstock

Por incrível que pareça, uma singela pergunta para a equipe pode aperfeiçoar todo o trabalho em um projeto. 24

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uando foi a última vez que você fez à equipe que gerencia esta simples pergunta: como posso ajudá-los para que sejam melhores no que fazem?

Esta não é uma pergunta que os gestores fazem com frequência. Mas qual pergunta poderia ser mais essencial do que esta para se tornar um bom gestor? Se você deseja que a sua gestão e liderança sejam bem-sucedidas, deve saber o que as pessoas que estão realizando o trabalho necessitam e esperam de você. Elas podem precisar de seu apoio para obter suporte de outras equipes, mais recursos, colaboração de colegas dentro da própria equipe ou um melhor senso de prioridades.

Então, por que não perguntar? Você obterá uma variedade de respostas, é claro, principalmente no início – incluindo a falta de respostas: “Oh, nada. Continue fazendo o que você está fazendo”. Para algumas solicitações, não haverá muito a ser feito – problemas pessoais, políticas da empresa que você não pode alterar ou práticas de outras equipes. Você também receberá pedidos do tipo: “eu queria um aumento de salário” ou “eu queria uma promoção”, que representam questionamentos mais complexos sobre um desempenho individual que você terá de enfrentar. Uma vez feita a pergunta, você não pode deixar de avaliar algo dito por sua equipe sem antes fornecer uma explicação. Se não puder responder imediatamente, leve as respostas ou solicitações em consideração. Prometa adotar medidas se você achar que são adequadas, mas resista a qualquer um que tentar

transferir de volta para você a responsabilidade pelo trabalho. Em outras palavras, que tentam fazer uma “delegação inversa”. Esteja preparado para, às vezes, receber críticas implícitas ou mesmo explícitas, tais como: “você deveria delegar mais” ou “mantenha-nos informados sobre o que está acontecendo”. Responda a elas explicando o que foi feito, mas não discuta ou reaja defensivamente. Admita falhas ou erros do passado, se for o caso. Ao menos responda a uma reclamação, dizendo: “deixe-me pensar sobre isso. Obrigado por me dizer”. Discuta, ouça, explique, ensine e – acima de tudo – entenda o que a pessoa (ou a equipe) está querendo dizer em suas respostas. Seja atencioso, mas sincero. Se não pode modificar as políticas da empresa ou as escalas de remuneração, deixe isso claro. Se discorda do que está ouvindo, diga isso pessoalmente e de maneira respeitosa. Essas práticas são oportunidades para que ambos, ou todos, aprendam. Se esta simples pergunta pode levar a tanta discussão e explicação, pode-se, então, pensar: por que fazê-la? Você deveria fazer a pergunta porque, além de receber essas respostas, irá apreender modos de realmente fazer com que os colaboradores sejam mais eficazes. Descobrir isso pode exigir discussões, uma escuta extenuante, uma análise cautelosa e boa vontade de sua parte para ouvir avaliações de forte impacto e mudar. Talvez você realmente ne-

cessite voltar atrás e deixar que as pessoas façam o trabalho delas ou, talvez, deva se envolver mais. Talvez haja a necessidade de modificar algum processo de trabalho na sua equipe. Talvez seja necessário que você converse com um colega, líder de outro grupo, sobre a falta de cooperação da equipe dele. Essas atitudes são, muitas vezes, fáceis de adotar e podem produzir um resultado imediato. Uma vez que você iniciar essas discussões, descobrirá que elas não demandam muito tempo, exceto quando merecem mais dedicação. E elas geram dividendos: produzem confiança, ajudam todos a trabalhar melhor em equipe e a identificar e remover obstáculos. Elas são um sinal de que você se importa com as pessoas e com um bom trabalho. Se não se importa, como pode esperar que elas se importem com o que fazem? As discussões geradas por esta simples pergunta podem também tornar seu desempenho como gestor mais eficaz, porque revelam o que as pessoas estão pensando. Goste ou não, o que elas pensam é o que elas pensam, e isso é algo que você precisa saber, mesmo que não lhe agrade. Acima de tudo, você precisa saber o que as pessoas esperam de você como gestor. Se não conhece as expectativas delas – e essas expectativas não são razoáveis – você não será capaz de negociar e continuará a decepcioná-los. Está relutante em fazer a pergunta por que ela parece uma transferência do seu poder para aqueles que trabalham para você? Em muitas organizações, as expectativas são consideradas um fluxo de sentido único: hierarquicamente para baixo. Na verdade, elas fluem também para cima, embora poucas organizações deem atenção a isso. É outubro/novembro 2012

uma pena. Ser gestor é uma via de mão dupla. As pessoas ficam mais propensas a trabalhar por suas expectativas se você também compreende e trabalha pelo que elas esperam de você. Se esta abordagem parece reduzir sua autoridade, talvez você deva repensar o seu próprio papel e o da autoridade na sua função. Autoridade diz respeito a dever e responsabilidade – esta, em relação ao trabalho daqueles que se reportam a você e ao seu dever em torná-los tão eficazes quanto possível. A autoridade, de fato, traz certos direitos e responsabilidades. Porém, se ela é o que você enfatiza, suas chances de obter sucesso são muito menores. Pergunte às pessoas como você pode ajudá-las a fazer um bom trabalho, não apenas uma vez, mas todas as vezes que solicitar um trabalho a alguém. Sim, alguns podem pedir mais do que deveriam. Será necessário mostrar a eles o que você pode e o que não pode fazer e o que irá e o que não irá fazer. Ao final, esta prática simples fará com que eles sejam muito mais eficazes – e, portanto, você também.

Linda A. Hill é professora de Administração de Empresas na Harvard Business School e lidera o movimento Leadership Initiative na Universidade. Kent Lineback, atualmente coach e escritor, foi gestor e executivo por, aproximadamente, 30 anos. Eles são co-autores de Being the boss: the 3 imperatives for becoming a great leader (Harvard Business Review Press 2011, beingtheboss.com

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tendência | MÚSICA

Música no trabalho: ajuda ou atrapalha? Eis a questão por mayara chaves

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imagem shutterstock

É difícil encontrar alguém que não goste de música. Afinal, cada vez mais, ela faz parte do nosso dia a dia. No entanto, o assunto divide opiniões quando o som é no ambiente profissional. Conheça alguns casos e as opiniões de especialistas sobre o tema.

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uando você está fazendo um trabalho cujo prazo é curto ou que demanda muita concentração, colocar uma música é uma boa pedida ou o silêncio é o melhor companheiro?

Pode ter certeza: essa pergunta divide tantas opiniões quanto a “disputa” entre profissionais pela temperatura do ar condicionado nos escritórios. No entanto, independente da resposta dada, é preciso ter bom senso - especialmente quando se trabalha com outras pessoas. Se, por exemplo, você gosta de música e o ambiente permite isso, é preciso sempre ter cuidado para que ninguém fique incomodado com o volume, o gênero musical escolhido ou até mesmo com a quebra do silêncio. Já no caso de não gostar de sons, o melhor é dialogar para que haja um consenso e a opinião de todos possa ser respeitada. Para algumas pessoas, é essencial que o local de trabalho seja silencioso para que possam exercer suas atividades. É o caso da operadora de back office Mayara Oliveira, que trabalha numa empresa de tecnologia e serviços. “A música serve para um momento relaxante, quando você chega do trabalho. Se estiver muito nervoso, até acalma. 26

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Mas, no trabalho, atrapalha e muito, pois você não tem foco algum. Eu mesma não consigo me concentrar no meu trabalho e na música”, afirma. Já com outras pessoas, acontece o oposto. A melodia serve de terapia, despertando a criatividade e aumentando a motivação. É assim para Rafael Tiba, que trabalha numa empresa de comércio de combustíveis. “Sempre fui adepto de ouvir música no trabalho e acho o ambiente muito mais alegre. Mas é claro que tem que haver um bom senso. Tudo sendo na medida e com o consentimento de todos, pode ter uma harmonia”, explica. Diante dessas diferentes opiniões, qual é a melhor solução dentro de uma empresa? Cada um com seu fone de ouvido, som ambiente para todos ou nada de música?

O que dizem as pesquisas Existem pesquisas científicas que tentam responder a essas questões, mas ainda não existe consenso sobre o assunto. Um desses estudos é o da pesquisadora Teresa Lesiuk, da Universidade de Miami (EUA). Realizado com profissionais da área de tecnologia, o estudo constatou que os trabalhadores que têm o hábito de escutar música apresentam melhores ideias e finalizam suas atividades mais rapidamente. No en-


fonoaudióloga Talita Sunaitis Donini, é comum que a música seja empregada não só como uma maneira de estimular os funcionários, mas também com o intuito de atenuar outros sons. “Todos estão muito mais vulneráveis a um telefone que toca, a uma porta que bate, a uma conversa paralela que, de certa forma, estão ali contaminando a concentração e a atenção. Isso acaba diminuindo a produtividade dos funcionários no ambiente de trabalho. Então, a música, nesse sentido, é usada como uma máscara para o ruído do ambiente”, afirma. No entanto, a especialista alerta que, apesar da função atenuadora de barulhos, a música pode ser nociva quando é colocada em um volume superior ao dos outros sons. “Um estímulo tão forte quanto os ruídos acaba desgastando o profissional, se torna causa de estresse e piora a qualidade de vida do trabalhador. Além disso, a soma dos vários ruídos, dependendo de um deter-

tanto, esse efeito foi mais sentido em empregados com um nível de experiência razoável, causando distração entre os menos experientes e afetando pouco os profissionais com vários anos de atuação. Já um estudo realizado pelos psicólogos Nick Perham e Joanne Vizard, da Universidade de Wales (Reino Unido), aponta que é benéfico ouvir música antes de iniciar as atividades no trabalho. Porém, durante a execução das tarefas, o efeito é o contrário. Isso porque, durante o experimento, voluntários expostos à música tiveram uma produtividade menor do que aqueles que trabalharam em ambiente sem escutar nenhuma melodia.

Música x Ruídos Diante da falta de consenso, prevalecem as normas da empresa para qual o profissional trabalha, que podem não permitir música ou oferecer um ambiente de trabalho com o fundo musical. Neste último caso, de acordo com a

minado nível, acaba interferindo na habilidade de concentração, atenção e, consequentemente, na produtividade”, explica a fonoaudióloga, ressaltando que, se um trabalhador ficar exposto a um som por mais de 6h a 8h, ultrapassando 85 dB, ele já pode estar colocando a própria audição em risco.

Os perigos do excesso O hábito de ouvir música alta em fones de ouvido e em shows ainda pode custar caro aos jovens de hoje e aos profissionais que atuam no meio. Estes são os principais agentes que atualmente causam danos às células sensoriais da audição. De acordo com a Sociedade Brasileira de Otologia (SOB), 15 a 20% da população em geral já sofre com algum tipo de zumbido. Um exemplo dos que tem arriscado a saúde auditiva é o fotógrafo Brunno Dantas. Por trabalhar em uma boate, ele não tem como fugir da exposição a

volumes altos de música. “Eu fico andando pela casa o tempo todo e, com o som rolando alto, minha comunicação com as pessoas é complicada. Tirando isso, como eu estou a madrugada toda exposto, às vezes não me lembro de usar o protetor auricular. Então, tem fotos que eu tiro ao lado da caixa de som, quase grudado. Quando volto pra casa, sinto ainda o zumbido no ouvido. Na hora de dormir, fico com a batida da música na cabeça ou com o zumbido fininho no ouvido”, descreve Brunno, que já tem perda auditiva. Que tal você contar alguma experiência sobre a sua utilização da música no trabalho? Pode ser alguma situação em que ela trouxe benefício ou que prejudicou o desempenho. Aliás, esse depoimento pode ajudar outras pessoas que vivem nesse dilema entre música, trabalho e performance. Acesse, então, o link adm.to/ musicanotrabalho e conte a sua história.

“É comum que a música seja empregada não só como uma maneira de estimular os funcionários, mas também com o intuito de atenuar outros sons” CONVERSA ALTA

biblioteca silenciosa frequência

frequência

75db limite de exposição

40db

limite de exposição

ilimitado

trânsito frequência

85db

limite de exposição

8 horas

ilimitado

FALA NORMAL

buzina de carro

Exemplos de sons e limites de exposição para os ouvidos

frequência

65db limite de exposição

ilimitado

fonte: phonak

frequência

100db

limite de exposição

1 hora

decolagem de avião frequência

140db

casa noturna / trio elétrico / salões de baile frequência

120db

limite de exposição

6 minutos

limite de exposição

0 minutos

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(Debate) contraponto | FUTEBOL

Você acha que a realização da Copa do Mundo no Brasil traz mais benefícios ou malefícios? por adriano obeid e ives gandra

Em 2014, o nosso país receberá, pela segunda vez na história, a Copa do Mundo de Futebol. A realização dos jogos no Brasil, porém, divide opiniões sobre os verdadeiros ganhos de sermos a sede do evento. Confira, no contra ponto desta edição, duas opiniões inversas que destacam os benefícios e os malefícios da Copa para o país.

Adriano Obeid é sócio-diretor do Grupo Afeet, formado pelas marcas Authentic Feet, Artwalk, Magic Feet e Tennis Express. Há 17 anos, uniu sua formação em Medicina à paixão pelo varejo, não deixando de lado os temas que nortearem sua vida: saúde e esporte.

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BENEFÍCIOS

N

ão há dúvidas de que será muito positivo para o Brasil receber a Copa do Mundo e as Olimpíadas nos próximos anos. Em termos de infraestrutura, empregos e turismo, por exemplo, não há como negar que haverá um crescimento na ordem de dois dígitos. Porém, a maior herança que estes eventos podem deixar tange ao tema da saúde, já que este é o momento ideal para que os brasileiros se inspirem em seus ídolos e pratiquem esportes, cuidem melhor da alimentação e sigam engajados na busca por mais qualidade de vida. Para isso, contribuirá também a infraestrutura, já que empreendimentos como estádios e centros olímpicos estão sendo construídos, reformados e ampliados. Estes espaços deverão ser usados pela população, já que serão públicos. Aliás, já há um movimento nesse sentido, como a pressão popular por políticas públicas desportivas concretas e pelo aumento do número de parques e ciclovias, por exemplo. As empresas já estão atentas a esta lacuna: o incentivo à qualidade de vida e ao bem-estar, ocasionados pela prática do esporte, envolvendo desde os mais jovens até as pessoas mais idosas. Qualquer que seja o ramo de atividade da empresa – mas, principalmente, àquelas ligadas ao esporte – a preocupação a partir de agora está voltada para esta oportunidade. Na mesma via, estarão os atletas, asso-

ciando suas imagens a essas grandes marcas, gerando, ainda mais, esta mudança de hábito que induz à prática esportiva. Além disso, há a excitação em que as pessoas ficam durante eventos esportivos de grande porte, seja pela reunião e festividades que os acompanham, ou, principalmente, pela proximidade com grandes ídolos do esporte. Isso poderá ser visto nos campos, nas quadras e pistas e, sem dúvidas, servirá de inspiração para instaurar uma áurea esportiva bastante positiva aos hábitos dos brasileiros. Do ponto de vista de um empresário do ramo de artigos esportivos, posso afirmar que a expectativa é a melhor possível. Afinal, este mercado, muito específico, é pouco explorado no país. Quando falamos de suas inúmeras possibilidades de crescimento, estamos vendo apenas a ponta do iceberg. Se antes focávamos nossos esforços em atrair a atenção de pessoas com faixa etária entre 14 e 40 anos de idade, hoje abrimos este leque. Vemos as crianças começarem a praticar esportes cada vez mais cedo, ao passo que os adultos também têm esticado a prática esportiva, visando prevenir doenças e retardar os efeitos do envelhecimento. Portanto, é muito claro, aos olhos corporativos, que as oportunidades de negócio estão postas, e aos poros do consumidor a chance de suar a camisa, assim como seus ídolos. No final, o resultado muito provavelmente será, para ambos, mais que implacável: será olímpico.

“Em termos de infraestrutura, empregos e turismo, por exemplo, não há como negar que haverá um crescimento na ordem de dois dígitos”

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) MALEFÍCIOS

N

ão estou convencido de que a Copa do Mundo e as Olimpíadas trarão um benefício maior ao país. Creio mesmo que, objetivando viabilizar os dois eventos, questões da mais alta prioridade para o interesse nacional estão sendo deixadas de lado. Estamos a construir estádios com dinheiro público que poderão, como na África do Sul, tornarem-se elefantes brancos. A Prefeitura de São Paulo colocou 420 milhões de reais – e o Governo do Estado, 70 milhões – para construir um estádio quando havia outras opções mais baratas e sem necessidade de usar dinheiro governamental. É de se lembrar que o orçamento da cidade de São Paulo, cuja população é maior do que a da maioria dos países do mundo, é limitado. Vale dizer também que esse dinheiro foi tirado para um estádio quando há problemas reais não solucionados de educação, saúde, enchentes, vias esburacadas, abastecimento, trânsito etc., para os quais parece não haver recursos! Por outro lado, toda a infraestrutura necessária (esta, sim, de utilidade após os eventos esportivos) está atrasadíssima por incapacidade gerencial, criando fundados receios de que não a teremos com o mínimo de adequação para a Copa de 2014. A espetacularização política parece, no caso, prevalecer sobre a competência administrativa, razão pela qual aeroportos, estradas, hotéis, trânsito urbano e soluções de transporte interno representam uma gama de proble-

mas com soluções pífias até o presente. A própria preparação esportiva não tem merecido a atenção que deveria, como demonstrou o desempenho insatisfatório dos nossos atletas em Londres, onde apenas o Vôlei, em que somos potência tradicional, teve resultados dignos. Destacaram-se, ainda, talentos isolados, decorrentes mais do esforço pessoal do que do apoio técnico-governamental. Preferiria que o Brasil gastasse mais em todas as suas indiscutíveis necessidades e investisse – aí, sim, se justifica dinheiro público – no aperfeiçoamento do esporte (futebol e outras modalidades), do que gastar recursos públicos em obras faraônicas que poderão se transformar em monumentos inúteis. Os 15 dias de cada evento estão levando o Brasil a deixar de lado o que é mais relevante e deseja há muito mais tempo: reformas política, tributária, trabalhista e administrativa. É preciso repensar o modelo. A receita tributária não tem sido gerida em prol das verdadeiras necessidades de um país cuja renda per capita não condiz com a de muitas nações de PIB consideravelmente menor e não desenvolvidas. Tanto assim o é, que 35% da riqueza nacional é usada, todos os anos, para custear uma máquina burocrática esclerosada. Enfim, os holofotes destas duas quinzenas de eventos não justificam, a meu ver, tantos desvios de enfoque e tanta protelação de projetos prioritários para o bem do país.

“Os 15 dias de cada evento estão levando o Brasil a deixar de lado o que é mais relevante e deseja há muito mais tempo: reformas política, tributária, trabalhista e administrativa”

Ives Gandra da Silva Martins é advogado tributarista e especialista do Instituto Millenium. Prestigiado jurista brasileiro, ele é professor emérito da Universidade Mackenzie e professor honoris causa do Centro Universitário FIEO. É membro da Academia Paulista de Letras e da Ordem dos Advogados, secção de São Paulo.

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MARKETING | LADY GAGA

Marketing no show business: a marca Lady Gaga por ana paula pires

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imagem divulgação

Com apresentações marcadas para novembro no Brasil, Lady Gaga ultrapassou o status de ícone pop mundial para se transformar em um verdadeiro (e bastante lucrativo) produto.

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indústria fonográfica movimenta orçamentos bilionários na economia mundial. Artistas consagrados do gênero pop como Madonna e Mi-

chael Jackson foram os grandes ícones de boa parte da geração X nos anos 1970 e 1980, e suas músicas continuam encantando as gerações mais recentes. Atualmente, quando se discute música pop internacional, Lady Gaga é um dos nomes mais citados. Conhecida por seus figurinos extravagantes e suas declarações polêmicas, a cantora apresenta-se hoje como uma das artistas mais rentáveis do mundo.

Alinhada às mudanças de hábitos e costumes dos consumidores promovidas pelo advento da era digital, Lady Gaga posiciona-se como um produto altamente competitivo no mercado fonográfico. Suas músicas emplacam o topo das grandes de listas hits internacionais e seus recordes em número de vendas aquecem o mercado musical. Não se restringindo apenas ao show business, Lady Gaga amplia seus negócios e é reconhecida não só como produto da música, mas seu nome e sua imagem assemelham-se a uma marca. Grandes empresas têm procurado parcerias com a cantora a fim de atingir certo grau de visibilidade que, de outro modo, não seria possível ou tão eficaz quanto. A internet tem sido o canal estratégico de comunicação de Lady Gaga com os seus fãs (ou consumidores), tornando-se o palco principal para o desenvolvimento de sua imagem. Além de possuir recorde em vendas, também lidera os rankings em número de seguidores em sites como Twitter e Facebook. Dessa forma, a imagem da cantora é trabalhada de acordo com os desejos, necessidades e tendências do público predominante nas redes sociais: as gerações Y e Z.

Uma equipe bem estruturada A meteórica ascensão de Lady Gaga caracteriza um case de sucesso e uma significativa referência sobre estratégias mercadológicas que pode ser contextualizada para qualquer outro segmento artístico. A princípio, a hipótese de que sua carreira não aconteceu e não permanece ao acaso pode ser sustentada pela existência de uma equipe de apoio intitulada como Haus Of Gaga. A Haus é composta por profissionais que são responsáveis pela assessoria de marketing e produção da carreira da cantora, além de também dar vida às suas ideias, identificando tendências e elementos importantes que são comuns nas empresas onde existem bons gestores. Designers e produtores criativos, como Nichola Formichetti e Matthew Williams, fazem parte do laboratório de criação da artista, que também participa desse processo de produção e planejamento – fato que ficou bastante evidente no documentário “Gaga

by Gaultier”, dirigido pelo francês Jean-Paul Gaultier. Por outro lado, ainda como hipótese, as parcerias e ações sociais promovidas com o nome de Lady Gaga também podem ser entendidas como estratégias de consolidação no mercado. O merchandising com marcas conhecidas como HP, Virgin Mobile, Polaroid, Diet Coke, Chanel, entre outras, faz com que a própria Lady Gaga acabe sendo uma espécie de vitrine de outras marcas. Além disso, a criação de uma fundação sem fins lucrativos, a Born This Way Foundation – que servirá para apoiar os jovens, promovendo a igualdade, a tolerância, a auto-confiança e o combate ao bullying – é outra ferramenta para alcançar visibilidade no mundo e contribuir para o desenvolvimento da sociedade, abrangendo as últimas tendências do marketing preocupado com a responsabilidade social. Outra ação estratégica no planejamento da carreira de Lady Gaga é a criação de uma rede social destinada aos seus fãs. A LittleMonsters.com evidencia uma forte atenção ao mercado consumidor e público-alvo da cantora que, em sua grande maioria, são usuários das grandes redes sociais. Conhecida por ser exótica e ousada, recentemente houve o lançamento de uma colônia da cantora, intitulada Fame, o mesmo nome do seu primeiro CD, estreando em um novo segmento de atuação. Vale ressaltar que o perfume em questão foi desenvolvido pela Haus Laboratories, outra equipe de apoio da cantora.

Exemplo musical e profissional Constata-se

uma gestão profissional e especializada, atenta às transformações e características do ambiente em que atua. As questões de relacionamento com o cliente evidenciam uma grande atenção ao explorar um dos maiores bens da era digital – a interatividade – resultando no intercâmbio efetivo com o consumidor. A estratégia é interagir com seus milhões de fãs por todo o mundo e, em pouco mais de quatro anos, a cantora tem mostrado dominar esta arte. A carreira de Lady Gaga é um exemplo que pode ser usado como fonte de pesquisa e inspiração para fundamentar a gestão da carreira de artistas com pretensões de projeção para novas fronteiras sociais, culturais e geográficas, caracterizando-se como um subsídio técnico e profissional para a planificação mercadológica. As inferências da pesquisa também podem ser contextualizadas para outros segmentos da cultura, do entretenimento e da moda em geral.

Ana Paula Pires é graduanda do curso de Administração da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e fã de Lady Gaga. Sua admiração pela cantora fez com Ana escolhesse as estratégias mercadológicas empregadas na carreira de Lady Gaga como seu Trabalho de Conclusão do Curso. O professor da UESC Márcio Antônio Leal é o orientador deste trabalho.

preliminarmente

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TROCA DE IDEIAS | PIERRE LEVY

O futuro da internet e da comunicação sob a ótica de Pierre Levy 32

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por fábio bandeira de mello e simão mairins

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imagem divulgação

Reverenciado como um dos principais filósofos dos últimos tempos, o francês Pierre Levy é, sem dúvida, um otimista sobre o futuro da sociedade. Conversamos com o estudioso e questionamos alguns desses pontos. O resultado está a seguir.

A

través de conceitos como “espaços de conhecimento” e “cosmopédia”, ele já prenunciava o surgimento da Wikipédia e a eficácia da disseminação das redes de comunicação digital. Há algumas décadas, aborda as implicações da tecnologia na sociedade, o que culminou em teorias mundialmente conhecidas como a cibercultura e a inteligência coletiva.

Esse é Pierre Levy, filósofo francês que não esconde seu posicionamento positivo sobre os ganhos da internet e da comunicação para a sociedade. Em um papo sem rodeios, a Administradores conversou com o estudioso e trouxe alguns contrapontos para o filósofo responder em uma verdadeira troca de ideias. O mundo está passando por um momento de reconfiguração de suas estruturas políticas, econômicas e, portanto, sociais. Qual o papel da internet nisso tudo? Um papel extremamente importante. A infraestrutura da comunicação se remodelou, e nós ainda não vimos todas as consequências políticas, econômicas e culturais dessa revolução. Nós deveríamos compará-la à invenção da escrita.

Quando conceitua o virtual, você o define como tudo aquilo que tem potência para ser, embora ainda não o seja. Como você analisa, sob a luz dessa concepção, o contexto das mobilizações virtuais atualmente? Em relação ao “poder de se tornar”, eu diria que a internet abre um novo espaço para a liberdade de expressão, porque todos podem publicar, editar e colher informações – mesmo que não tenham nenhum poder econômico. Duas forças se opõem à atualização deste novo poder: governos ditatoriais, que tentarão ao máximo limitar a expressão do povo, e a falta de alfabetização e educação, para usar ao máximo esse ambiente de comunicação.

Você é bastante otimista ao tratar das possibilidades do ciberespaço em favor da democracia em todos os âmbitos. Como você enxerga as restrições que grupos de poder vêm buscando impor à internet? A rede é mesmo livre e incontrolável? Eu já comentei sobre governos ditatoriais que tentam limitar a liberdade de expressão. Em relação a grandes empresas da internet como Facebook, Google, Twitter, Amazon e afins, talvez seja bom que elas estejam competindo. As barreiras como a falta de transparência e de interoperabilidade são passageiras. Você não pode esperar que tudo seja perfeito agora. Nós devemos medir e apreciar o progresso a partir dos últimos 10 anos e trabalhar para melhorar futuramente.

Você defende que a internet abre possibilidades para o surgimento de uma “inteligência coletiva”. O mau uso das ferramentas, o excesso de exposição e a banalidade dos temas repetidos e compartilhados à exaustão, por outro lado, não estariam pondo abaixo essa tese? Apesar de ser contra a censura, não condenarei a estupidez e a banalidade, que são parte da natureza humana e que existem de qualquer forma na mídia tradicional. Meu esforço é para mostrar como nós podemos explorar as novas possibilidades da comunicação a serviço da inteligência coletiva e do desenvolvimento humano.

Com a multiplicação de gadgets, estamos todos cada vez mais virtualmente conectados. Trabalhamos com um computador, saímos conectados com o smartphone, que substituímos pelo tablet quando estamos em casa. O cibernético não estaria matando o orgânico? Isto é um absurdo, nós sempre usaremos o nosso corpo. O tablet é apenas muito mais prático e poderoso que uma folha de papel estática. A tecnologia é uma extensão do homem, não um substitutivo.

O fato de os serviços necessários à existência da internet estarem vinculados - na maior parte das vezes - a interesses empresariais pode trazer de volta a velha lógica “massificadora” da comunicação e minimizar a importância da informação compartilhada? Em outras palavras: existe futuro para o princípio da neutralidade da rede? Interesses empresariais não são um mal em si. Negócios oferecem serviços e criam valores. Se você observar a espiral da comunicação, testemunhará que a massificação foi precisamente o efeito da mídia tradicional, e que a diversificação e personalização é o principal efeito do novo ambiente de comunicação. Vá ao Twitter e à blogosfera e veja você mesmo!

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CAPA | NEGĂ“CIOS

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Gustavo Cerbasi:

a marca que todos querem por simão mairins

| fotos divulgação

Os segredos do quase funcionário público que se tornou escritor, vendeu 1,5 milhão de livros e virou uma marca valiosíssima, bastante cobiçada por empresas do segmento financeiro, publicações infantis e até pelo cinema (tudo isso tirando férias de 15 dias a cada três meses!).

D

esistir. Ironicamente, essa palavra - intrinsecamente associada ao fracasso - é o ponto de partida da trajetória

de sucesso de um dos brasileiros mais influentes da atualidade. Gustavo Cerbasi, principal nome quando se pensa em finanças pessoais no país, quase se tornou funcionário público. Às vésperas de um concurso ao qual dedicou meses de estudos, decidiu mudar os planos e aceitou um convite para trabalhar em uma consultoria financeira. Em seguida, acabou se tornando professor. Mais tarde, um aluno que era sócio de uma editora o convidou para escrever um livro. Resultado: a obra foi um sucesso e abriu caminho para a con-

solidação de um dos maiores fenômenos editoriais do Brasil, com mais de 1,5 milhão de títulos vendidos em menos de 10 anos. Como consequência, o autor se tornou uma marca respeitada e hoje é uma espécie de selo de confiança de uma série de iniciativas, que incluem, obviamente, empresas na área de finanças, mas também publicações infantis e até um filme. “Não foi exatamente uma escolha minha. Eu lecionava finanças corporativas, e usava exemplos de finanças pessoais para que as aulas ficassem mais atraentes. Aos poucos, comecei a receber solicitações de aulas específicas de finanças pessoais, o que me levou a produzir uma apostila para o curso. Foi em uma dessas aulas que, lecionando para o sócio de uma editora, surgiu o convite para que eu escrevesse meu primeiro livro”, conta Cerbasi. “Escrevi sem grandes pretensões de vender muito, pois imaginava que Dinheiro - Os segredos de quem tem (Ed. Gente) não passaria de um livro didático. Mas começou a ser bem aceito pela imprensa e a vender bastante. Foi das dúvidas que recebi dos leitores desse livro que nasceu meu maior best-seller, Casais inteligentes outubro/novembro 2012

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CAPA | NEGÓCIOS

enriquecem juntos (Ed. Gente)”, complementa o autor. Do primeiro até aqui, foram 11 livros publicados no Brasil e no exterior. Casais inteligentes enriquecem juntos é o principal sucesso, com 1 milhão de exemplares vendidos. Investimentos inteligentes (Ed. Thomas Nelson) vem em segundo lugar, com 125 mil, e Dinheiro, os segredos de quem tem é o terceiro, com 100 mil.

Cerbasi, o selo de confiança Desde que lançou seu primeiro livro, em 2003, Gustavo Cerbasi vem consolidando não apenas sua carreira de autor respeitado, mas também seu valor enquanto marca. Diferentemente da maioria dos empreendedores de sucesso com os quais esta-

mos acostumados, ele não dirige uma mega corporação. Ele mesmo é seu grande negócio. E esse ativo valiosíssimo tem despertado a atenção de diferentes segmentos. O resultado disso é uma série de iniciativas e empreendimentos que estão ganhando o mercado em parceria com seu nome, seu trabalho ou com ele mesmo. Marcelo Prata é o fundador do Canal do Crédito, um comparador de produtos financeiros on-line do qual Cerbasi é sócio e atua como uma espécie de porta-voz. Para o empresário, a associação do autor ao negócio foi decisiva para abrir portas no mercado. “Ele, sem dúvida, é uma marca forte e isso pesou quando decidimos falar com ele. Nosso modelo de negócio é novo no Brasil. Então, querí-

A guardiã do tesouro Uma marca tão valiosa exige, evidentemente, um cuidado especial. A guardiã desse tesouro é a advogada Ana Carolina Perin, agente literária de Cerbasi, que nos conta como é ter tamanha responsabilidade. Qual é, exatamente, sua função nesse trabalho junto a Cerbasi? Tenho a função de representá-lo perante editores e parceiros, em nível nacional e internacional, tarefa de altíssima responsabilidade. Posso concluir que o crescimento pessoal e profissional advindo desta experiência é inigualável. Quais os grandes desafios de ser responsável por uma obra tão prestigiada e que conseguiu tanto sucesso? Quando comecei a trabalhar com Cerbasi, ela já era o Cerbasi! Meu desafio maior hoje é encontrar os projetos certos, tanto na área literária quanto nas demais. O livro mais vendido dele, Casais inteligentes enriquecem juntos, chega às telas de cinemas em outubro. Vivenciamos uma situação na qual o livro não é apenas um livro, mas uma experiência. Neste cenário, temos que nos preocupar com os diversos formatos e canais onde esta “experiência” será reproduzida, e tomar cuidado especial para que a mensagem original do Cerbasi não seja mal interpretada. Como vocês atuam para manter o valor da marca Cerbasi? Cerbasi foi pioneiro ao trazer a questão da educação financeira para dentro dos lares, ambientes de trabalho, clubes, igrejas e escolas. O tema está tomando força com a proposta da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) e já estamos alinhados, escutando o que as escolas pensam sobre o assunto e como pretendem se preparar para envolver pais e alunos nesta discussão. Além do mais, Cerbasi é pai de três filhos e, portanto, lida de forma permanente com o tema da educação financeira. Em sua opinião, o que faz de Cerbasi esse fenômeno de vendas? Foco. Cerbasi sabe exatamente para quem quer falar e, sabendo a quem fala, não se aventura tentando entrar em áreas que não domina. Ainda, capacidade de traduzir conceitos complexos para uma linguagem compreensível e marcante. Além disso, tem a consciência de que percorreu uma longa caminhada para chegar aonde chegou. Mas, como pretender ir sempre mais longe, mantêm os pés no chão

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amos que as pessoas nos reconhecessem enquanto uma empresa séria, idônea. Daí, a ideia foi trazer para o negócio um pouco da reputação que ele tem”, destaca Marcelo.

Educação para além da sala de aula Entretanto, Marcelo faz questão de ressaltar que a função de Cerbasi no Canal do Crédito vai bem além. “É muito comum ainda ouvirmos que o brasileiro está endividado porque a oferta de crédito é excessiva. Mas nós discordamos disso, pois acreditamos que o crédito tem um papel importantíssimo no desenvolvimento da economia e na melhoria de vida das pessoas. Agora, o que é preciso ter é educação para lidar com o dinheiro. E foi aí que pensamos em agregar isso ao nosso negócio, trazendo o Cerbasi. O papel dele é aproximar a educação financeira do produto crédito”, destaca o empresário. Foi também com a proposta de difundir o modelo de educação financeira - que deu tão certo com os livros de Cerbasi - que outro empreendedor procurou no autor uma parceria. João Henrique Cristofolini é o responsável pela Mais Educa, uma franquia de cursos que está entrando no mercado com uma proposta um tanto diferente das demais: transformar os best-sellers de Cerbasi em cursos, fazendo justamente o percurso inverso do caminho percorrido pelo autor no início da carreira. “Pegamos todos os livros de Gustavo e transformamos em cursos de rápida duração, que são disseminados de forma interativa. Há uma parte de cunho teórico, que vai de seis a 10 horas de aulas. Depois, os alunos têm 10 dias de acesso a uma ferramenta que permite praticar o que foi aprendido. Os cursos têm os próprios nomes dos livros e são 100% baseados nas obras”, explica João Henrique. Para Cerbasi, essa expansão de seu trabalho para além dos livros é, antes de tudo, uma forma de levar o que ele faz para mais gente. “Creio que o interesse maior das pessoas está na aquisição de conhecimento que possa transformar suas vidas. As parcerias

são importantes para que alguém acompanhe o resultado do que é feito, pois eu me concentro em aprender e multiplicar. São meus parceiros que me dão feedbacks de resposta do público e ajudam a potencializar a multiplicação de conteúdo em seus respectivos canais”, destaca o autor.

Cerbasi para crianças Ensinar a criançada a lidar com dinheiro é algo que nunca recebeu grandes atenções do modelo educacional brasileiro. No entanto, a maior parte dos especialistas da área afirma que isso faz uma diferença enorme na forma como esses pequenos vão administrar suas finanças quando estiverem grandes. Foi pensando nisso que Cerbasi se uniu a ninguém menos que Maurício de Souza para lançar Descobrindo o valor das coisas, material multimídia de educação financeira para pais e educadores com ilustrações da Turma da Mônica. De acordo com Cerbasi, o objetivo desse projeto é “ajudar as crianças a entenderem um pouco melhor como lidar com dinheiro, para que construam mais riqueza ao longo da vida”.

Cerbasi no cinema Um casal ganha na loteria. Com dinheiro de sobra, os dois começam a gastar, gastar e gastar. Percebendo que as coisas estão fora de controle, o marido tenta pisar no freio, mas a esposa - que não pode ser contrariada devido a uma doença - continua queimando tudo que tem em compras. Mas uma hora a fonte seca e o banco dá a notícia: “vocês estão no vermelho”. E é aí que os personagens interpretados por Leandro Hassum e Danielle Winits vão procurar um jeito de sair da lama. Nessa busca, acabam indo assistir a uma palestra de quem? Sim, de Gustavo Cerbasi. Baseado em Casais inteligentes enriquecem juntos, o longa da

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Onde está a marca Cerbasi assista ao trailer

Livros

Your Life Finanças

11 títulos publicados e mais de 1,5 milhão de exemplares vendidos

coach financeiro on-line

Mais Educa franquia de cursos de finanças

filme

Portal Maisdinheiro.com.br canal oficial do autor

Paris com a Globo Filmes Até que a sorte nos separe, lançado nacionalmente no começo de outubro, não é apenas uma comédia. Além das risadas que promete arrancar, o filme deve mostrar, com bom humor, o quão importante é a educação financeira. “As situações vividas no filme refletem as lições presentes no livro, como a necessidade de o cônjuge abrir o jogo para o outro assim que a situação financeira começar a piorar. Não é um filme sério para que o casal fique apontando o dedo um para o outro, mas para refletir sobre a relação que ambos, como um só, têm com o dinheiro”, afirma Cerbasi.

O segredo Diante de uma história de sucesso como a de Gustavo Cerbasi, é difícil não se fazer a pergunta: como ele consegue isso? Qual é o seu segredo? O próprio autor responde. “Não me sinto exatamente um homem de negócios, pois não cultivo a ambição de ser o maior ou de querer abraçar o mundo. Minhas preocupações são basicamente duas: ser correto e ético no que faço, e aproveitar todas as oportunidades que tenho para levar a educação financeira a públicos que ainda não tiveram acesso a ela”, afirma Cerbasi. 40

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“Até que a sorte nos separe”

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Canal do Crédito comparador gratuito de financiamentos e consórcios

Colunas em portais, revistas e jornais, como Administradores.com, Folha de S. Paulo, Época e Você/SA

Saber dosar o trabalho de fato com a busca por novas ideias é outro fator que o autor destaca como importante para que seus negócios deem certo. “Acordo todos os dias de olho em novas informações e ideias, e sou extremamente atento a críticas negativas. Dedico grande cuidado a cada palavra que sai como sendo de minha autoria, pois acredito que a maneira de educar é mais importante do que o conteúdo. E sou extremamente crítico comigo mesmo. Talvez esteja neste controle de qualidade o motivo da boa resposta ao meu trabalho”, afirma. E, olhando de fora, é fácil dizer que a vida de uma pessoa envolvida em tantos projetos é um caos. Mas, no caso de Cerbasi, há um grande esforço para que a busca por dinheiro não seja simplesmente a busca por dinheiro (afinal, é preciso ter tempo para gastá-lo, não é mesmo?). “A cada 90 dias, 15 são dedicados a férias, sem acesso a e-mails e telefone. É nesse período que recarrego as baterias e trago novas ideias para o trabalho. Porém, mesmo nos 75 dias trabalhados do trimestre, evito exageros. Procuro começar minha semana somente na segunda-feira à tarde, e encerrar na sexta de manhã. Com isso, minha produtividade e o foco crescem bastante nos momentos de trabalho”, afirma.



JORNALISMO GONZO | tecnologia

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diário de um campuseiro por eber freitas

| ilustração thiago castor

Com uma toalha amarrada na mochila e uma roupa nerd, o repórter da Administradores foi a um dos maiores eventos de internet e tecnologia do país e verificou quais são as relações do mundo geek com os negócios.

N

Na Campus

o final de julho, Recife respirava tecnologia. E a metáfora não se perde por aí. Ao descer do ônibus, no distrito de Abreu e Lima, um taxista solícito ofereceu seus préstimos. “O ônibus é

aquele ali”, disse, apontando para o seu veículo. Mal ouvi o clique do cinto de segurança, e a conversa começou. Ao contrário do que dizia o meu preconceito, o assunto não era futebol, mulheres, dinheiro ou política: era tecnologia. “Vocês vão praquela feira de informática? Então devem entender do babado”, começou. “Eu queria instalar um aplicativo hackeado da Tom Tom, mas o aparelho não tá aceitando”, comentou a figura. “É um Android?”, perguntei, ainda meio cético. “Não, um iPhone”, respondeu, tirando do bolso um novíssimo 4S – até então, o último modelo lançado pela Apple. Daí eu vi que ele também entendia do “babado”, e trocamos muitas ideias durante o trajeto de 20 minutos. Ele dominou a maior parte da conversa, falando principalmente sobre o seu mercado paralelo de smartphones, tablets e players de áudio (iPod). “Vendi um [Galaxy] Note novinho para comprar o iPhone. Muito bonito, tem a tela grande”, explicava enquanto comparava o tamanho do dispositivo da Samsung com a tela do GPS instalado no painel. “Uma vez, levei um advogado pra João Pessoa, e eu tava com outro iPhone. Ele perguntou quanto custava, eu disse: ‘mil e quinhentos’. Ele falou: ‘tire duzentos desse preço aí’. E levou o bicho na hora”, contou. Quando chegamos ao nosso destino, percebi que não havia perguntado o nome dele – como vocês também devem ter notado, não o identifiquei até agora. “Pode me chamar de Dido”, falou, depois que anotei o número do seu celular. Descemos, e lá se foi Dido.

Cheguei com uma boa antecedência ao início das atividades e logo parti para resolver o credenciamento. Como a viagem foi bem cedo, já era possível ouvir roncos do estômago. O café da manhã era bem razoável, diversificado. Como não podia ser diferente, tinha macaxeira com carne guisada e ovos à parte, prato tipicamente nordestino. Fiquei tentado, mas temi a possibilidade de que um revertério acabasse atrapalhando meu tour em um dos maiores eventos de tecnologia do país. Fui só de frutas, sanduíches, café e um achocolatado batido com amendoim – para dar a “sustança”. O interior do Chevrolet Hall, onde ficavam os ambientes da Campus Party, era um paraíso na Terra para quem curte tecnologia. Um salão enorme com grandes mesas e vários pontos de acesso à internet com velocidade de conexão a 5GB. Estava a 3GB quando eu testei mas, mesmo assim, uau! Era como um contínuo espaço-temporal independente do planeta, onde o tempo não passava e o senso de dia e noite permanecia neutralizado. Parecia o segundo livro da saga do Guia do mochileiro das galáxias. No local também havia cinco palcos,

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JORNALISMO GONZO | tecnologia

onde eram apresentadas as palestras e mesas de discussão. Logo, era possível ficar bem sentado, acessando internet à vontade e ouvindo os debates. O mais comum era encontrar gamers vidrados em jogos multiplayer de altíssima qualidade, mas toda sorte de geeks povoava o local. Pode-se dizer que esse é um dos poucos locais no mundo onde alguém carrega uma toalha laranja a tiracolo, uma estampa de Marvin na camisa, e não é visto como um cara estranho. Circulando pelo espaço, avistei um simulador de carros da Stock Car suspenso por molas e criado justamente para imitar o balanço de um veículo durante a corrida, dando ao jogador a mesma sensação do piloto. “É perfeito. Quando você passa pela terra, ele balança. Quando você vira, ele vai junto. Você freia e ele inclina para frente”, contou o campuseiro Fábio Moura, que acabara de sair da geringonça. Topei o desafio, entrei na fila e, devo dizer, acertei na decisão de não comer a macaxeira com guisado. O chacoalhado é realista e bem forte, acabei dirigindo como quem acelera o 2.0 novinho do pai. “A galera tava querendo capotar o carro para ver se simulava isso também”, comentou outro participante. Ao longo do dia, um episódio de Pica-Pau era projetado nos telões LED. O nome era “Niagara Fools”. Cada vez que o vilão despencava nas quedas d’água, duas mil pessoas gritavam em um uníssono eufórico: “ÔOOOOO”. Era o único momento que atraía a atenção da multidão dispersa. Parecia que era a parte mais esperada da Campus Party. Falei com o pessoal da Campus TV para saber o motivo. “O pessoal da organização resolveu passar um episódio do Pica-Pau, aí alguém começou com essa brincadeira e todo mundo seguiu”, explicaram. Mais tarde, um campuseiro explicou o motivo: “se você ver direitinho, do lado tem uma escada com um pessoal. Eles gritam e levantam os braços quando o cara dentro do barril cai. A galera só faz repetir o que eles estão fazendo”. É o que pode ser chamado de crowdbagunça.

Empreendedorismo: essa é a palavra Enquanto eu escrevia, uma turma do outro lado da mesa tentava fazer um carrinho elétrico – desenvolvido por eles – funcionar por meio de um volante e pedais ligados a um computador, exemplo perfeito de hacking. Sempre que um resultado mínimo era alcançado – como quando o motor respondia ao comando do acelerador depois de horas debugando os códigos – eles vibravam como se fosse uma conquista olímpica. Acabada a euforia do momento, todos voltavam ao trabalho para se empenhar ainda mais em resolver os problemas restantes e criar novas e melhores maneiras de fazer a máquina funcionar. Essa característica aparecia em boa parte dos participantes da Feira. Em diversos momentos, pude me deparar com pessoas compartilhando experiências de startups, relatando o desenvolvimento de inovações

Administradores, sejam hackers. ou melhor, empreendedores

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tecnológicas ou realizando um networking informal. Acredito que esse é o maior legado da Campus Party: o espírito de fazer as coisas de formas inesperadas, utilizando métodos heterodoxos, obtendo resultados surpreendentes e impactando tudo ao redor. Isso pode ser feito tanto em um sistema computacional quanto em uma empresa. Administradores, sejam hackers. Ou melhor, empreendedores.

Incansáveis Podem falar o que quiserem dos programadores de software, mas eles eram os caras mais ativos dentro da Campus Party. Enquanto boa parte dos participantes passava a noite jogando, eles ficavam até 3 horas da madrugada discutindo sobre software livre.

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Enquanto o espaço estava vazio no domingo de manhã, era impossível encontrar um assento no Palco Pitágoras, onde muita gente assistia de pé a uma apresentação sobre aplicações de Java, Python, Assembly, C e C++. Nesse mesmo ambiente, conheci o Alan Patrick. Ele estava no evento desde o primeiro dia, acampando no seu próprio carro e buscando mais conhecimento. “Sou técnico em informática, trabalho com gerenciamento de redes e estou me formando em Física. Meu interesse aqui é buscar aprendizado. Não quero ficar preso apenas à programação. Aqui eu posso ver empreendedorismo, mídias sociais e outras coisas”, falou. No domingo (29), último dia da Campus Party Recife, alguns campuseiros já demonstravam sinais de esgotamento físico. As palestras mais esperadas já haviam acontecido, tinha rolado um Flash Mob até tarde da noite e dormir era algo que pouca gente havia feito em quatro dias. Eu, que passei apenas dois dias sem comer ou dormir muito, já sentia meu corpo fatigado. Tive que estender minha presença na Campus Party para uma entrevista exclusiva com a empreendedora Bel Pesce. Combinamos o encontro um dia antes e eu já imaginava que seria bem concorrido. Afinal, ela era a queridinha de todos que estavam ali. Sua palestra foi a mais assistida e aplaudida. Parecia uma estrela de rock, como a própria descreveu. Enfim, o resultado dessa espera você pode conferir na página 12. Minha missão na Campus Party Recife terminou algumas horas antes do encerramento oficial do evento. Foi memorável. A qualidade e a organização contribuíram, mas o que fez a Campus Party foram as mais de duas mil histórias que ali se reuniram: uma imensa diversidade de pessoas, com inumeráveis interesses e expectativas, que compartilharam tudo isso no mesmo espaço e aprenderam umas com as outras. Conheci empreendedores, técnicos, programadores, jornalistas, gente que tinha pelo menos um objetivo em comum: usar a tecnologia para criar uma nova realidade.



MENTE ABERTA caminhos

A corrida para o fundo por seth godin

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ilustração shutterstock

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Seth Godin escreveu treze livros que foram traduzidos em mais de trinta línguas. Cada um tem sido best-seller. Ele escreve sobre a revolução pós-industrial, a forma como difundir ideias, marketing, parar de fumar, liderança e, acima de tudo, como mudar tudo.

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ão vamos correr para o fundo. Nós sabemos que indústrias espremem cada centavo de todos os mercados. Nós sabemos que competidores desejam reduzir seus custos a zero a fim de se tornarem a escolha de commodity mais óbvia. E nós sabemos que muitos cobiçam desenterrar recursos naturais, querem tudo, rápido, barato e agora. Nós podemos eliminar as regras de proteção da água limpa ou de segurança do consumidor. Nós podemos extorquir os trabalhadores. Além disso, eles trabalharão mais por menos. Assim ofereceremos menos que o competidor. Nós podemos tirar vantagens de consumidores menos sofisticados e enganá-los para que comprem itens que causam satisfação em curto prazo e dor em longo. Esses podem ser resultados dolorosos, mas eles são um caminho direto a seguir. O pior é que nós sabemos como fazer isso e muito bem. Em nossa conexão com o mundo, produtores de commodities vivem sob uma pressão intensa. O preço de cada produto específico, ou que responda a um RFP (request for a proposal), é reconhecido instantaneamente por todos os compradores. O

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que significa que existe um argumento criado por grandes empresas para cada país para cobrar das corporações os impostos mais baixos possíveis, diminuir as leis ambientais e trabalhistas até que elas não existam mais. Tudo isso para que os produtores de commodities do país sejam os mais baratos. Eu sei que nós podemos fazer isso. Sempre existe a oportunidade de cortar o caminho, sacrificar a qualidade de vida e sugar mais, enquanto corremos para ganhar um pouquinho mais do mercado. Mas o problema com a corrida até o fundo é que você talvez vença. Você pode mais dinheiro por enquanto, mas não por muito tempo e não com orgulho. Alguém sempre encontrará uma maneira de ser mais barato ou mais brutal que você. Em minha opinião, a corrida para o topo faz mais sentido. Essa é focada no design, respeito, dignidade, sustentabilidade e, sim, generosidade quando é mais fácil ser egoísta. Também é arriscado, repleto de dificuldades técnicas e obstáculos emocionais, requer paciência, esforços e insight. A corrida ao topo corresponde a um caminho longo, mas com um prêmio muito melhor no final.



ARTIGO 300

prepare-se para a glória por leandro vieira

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Lições de estratégia, liderança e bravura de 300 para os negócios.

Leandro Vieira é publisher da revista Administradores e resolveu entrar no clima ao escrever este artigo. Tomou emprestada a barba do Rei Leônidas e advertiu: “invejosos dirão que é Photoshop”.

assista ao trailer

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sparta, Grécia, em algum dia por volta do ano 480 a.C.. O lendário Rei Leônidas está entretido ensinando técnicas de batalha para o seu filho Plistarco. Ao terminar a sessão de treinamento, Leônidas recomenda ao garoto: “A verdadeira força de um espartano é o guerreiro ao seu lado. Respeite-o, honre-o, e será retribuído.” O filme é 300, que se baseia na clássica graphic novel de Frank Miller que, por sua vez, baseia-se na história da Batalha das Termópilas, um dos muitos confrontos das Guerras Médicas, como ficou conhecido o longo período de confrontos bélicos entre os gregos e os persas. Nessa emblemática batalha, Leônidas liderou um pequeno grupo de soldados espartanos (os 300 do título) contra o exército de Xerxes, o “deus-rei” persa, estimado em mais de 300 mil homens. Tanto a história original quanto a romanceada nos quadrinhos e no filme nos remetem a importantes lições de estratégia, liderança e bravura. Visto com olhos de administrador, 300 revela-se uma obra-prima de gestão, conduzindo o espectador através de um verdadeiro case de storytelling que revela preciosos links entre teoria e prática. Espartanos nunca recuam. Espartanos nunca se rendem. Os valores de respeito, honra e coragem são talhados no espírito dos espartanos desde a mais tenra idade. Ao chegar à fase adulta, toda essa carga de princípios passa a nortear a conduta dos espartanos ao longo da vida. “Não existe brandura em Esparta”, diz o narrador do filme. “Não há tolerância para a fraqueza. Apenas os implacáveis e fortes podem denominar-se espartanos. Apenas os implacáveis e fortes”. Ao receber um mensageiro persa que vem “solicitar” a submissão de Esparta ao rei Xerxes, Leônidas

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repousa seu olhar pensativo sobre os cidadãos à sua volta. Homens, mulheres, crianças, idosos. Eles lhe devolvem o olhar, mas com aflição, esperando a decisão de seu líder. São apenas alguns segundos de reflexão para vir à tona os ideais espartanos de liberdade, justiça e esperança. Espartanos nunca recuam. Espartanos nunca se rendem. “This is Spartaaa!”, brada Leônidas, empurrando o mensageiro para a morte em um imenso fosso. Um ato de guerra. A batalha é iminente. Impedido pelas leis espartanas de reunir um exército para combater as forças de Xerxes, Leônidas reúne 300 de seus melhores guerreiros e marcha para as Termópilas (do grego “portas quentes”), um estreito desfiladeiro pelo qual o exército persa teria que, obrigatoriamente, passar para chegar a Esparta. A ideia era fazer uso da própria geografia da região para conter o avanço dos persas. Ao utilizar a topografia do ambiente como recurso estratégico, os gregos conseguiram diminuir sua fraqueza numérica, impelindo fortes perdas ao exército inimigo durante longos dias de batalha. No mundo contemporâneo, existe um foco exacerbado em nós mesmos: eu preciso me preparar, eu preciso conquistar meus objetivos, eu preciso vencer os concorrentes. Eu, eu, eu... 300 ensina que, sim, é fundamental esse preparo individual – algo que, na Grécia Antiga, começava, inclusive, nos primeiros anos de vida. Entretanto, é o trabalho em grupo e o foco no conjunto que revelam a grande força dos espartanos. Um todo muito maior que a soma das partes. Logicamente, a coesão do grupo seria impossível sem a figura de seu líder. Apesar de ser o rei – posição que, naturalmente, já confere poder e comando sobre os demais, Leônidas é a personificação dos valores e ideais espartanos (ou da “organização”, seguindo o nosso paralelo). Sua conduta é o espelho onde todos buscam se enxergar. Ao mesmo tempo em que é grande, Leônidas é humilde. Importa-se sinceramente


com todos de seu grupo e reconhece a importância, o talento e a bravura de cada um. Leônidas desperta respeito, admiração e inspira seus guerreiros a darem o melhor de si. Um dos espartanos, momentos antes de sua morte no campo de batalha, olha para Leônidas e diz: “é uma honra morrer ao seu lado”. E ele lhe responde: “foi uma honra ter vivido ao seu”. Xerxes, por sua vez, é uma espécie de CEO inatingível de uma imensa multinacional. Para descer do seu trono, utiliza a cabeça de seus escravos como degraus. Um a um eles se curvam para que o seu sagrado rei possa ter onde pisar com segurança até chegar ao chão. Autodenomina-se “deus-rei”. Autoritário e tirano, ordena decepar as cabeças de seus generais se estiver descontente com os resultados. Inspira medo e temor, nada além disso. “Você tem muitos escravos, Xerxes, mas poucos guerreiros”, disse-lhe Leônidas. “Não demorará muito para que temam mais minhas lanças que seus chicotes”, completou o espartano. Após vários dias de batalhas, os 300 de Esparta finalmente sucumbiram. O que parece ter sido uma massacrante derrota foi, na verdade, uma grande vitória dos gregos. Os espartanos infligiram grandes perdas aos persas e atrasaram a sua marcha de conquista da Grécia, o que permitiu a reorganização do exército grego e a sua posterior vitória. “O mundo saberá que homens livres enfrentaram um tirano. Que uns poucos enfrentaram muitos e, antes dessa batalha terminar, que até um deus-rei pode sangrar”, profetizou Leônidas. E assim foi. Leônidas e seus 300 guerreiros ensinaram ao mundo que, com inteligência estratégica e um pequeno grupo de pessoas extremamente preparadas e que compartilham um ideal comum, somos capazes de enfrentar inimigos (ou concorrentes) muito maiores. “Lute primeiro com a cabeça; depois, com o coração”, recomendaria o rei espartano. Esteja preparado para a glória.

A verdadeira força de um espartano é o guerreiro ao seu lado. Respeite-o, honre-o, e será retribuído

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ARTIGO DO LEITOR intervalo

Desligue-se: a vida não é só trabalho! por rafaela macedo

Rafaela Macedo 21 anos, estudante de Administração, técnica em turismo e blogueira no Coisas de Adm coisasdeadm.wordpress. com

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ocê ama o que faz, exerce a profissão que escolheu e estudou por anos para conseguir executá-la com perfeição. Gosta quando recebe alguma missão difícil de ser cumprida porque sabe que vai dedicar-se ao máximo até chegar a um resultado satisfatório, e mostrar que é um profissional muito competente e apaixonado pelo que faz. É excelente para a empresa poder contar com um empregado tão comprometido. Ela sabe que tem um grande aliado na luta pela sobrevivência no mercado que, a cada dia, fica mais concorrido. No entanto, as coisas começam a ficar complicadas quando o profissional leva o trabalho para casa todos os dias sem se incomodar, passa horas concentrado naquele projeto e compromete até seus finais de semana. Há alguns que se privam de bons momentos com a família e amigos para ficarem sentados na frente do computador gerando relatórios, fazendo projeções, interpretando dados e buscando resolver os enigmas do mercado. Se você se identificou, não se assuste! Muitos profissionais estão nesse nível de engajamento com a empresa e nem se dão conta disso porque são muito apaixonados pelo que fazem e gostam do desafio de ser cada vez melhor. Claro que não há nada demais nisso, desde que seja dosado. É preciso haver um equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal. Este é o grande segredo para a felicidade: conseguir concluir aquele projeto tão importante para sua empresa e ter tempo para brincar com seu filho no parquinho ou fazer uma viagem com sua família no final de semana. Que tal um rápido teste: pare um pouco e analise a forma como está gerenciando seu tempo. Talvez, sem perceber, você esteja dedicando grande parte dele ao trabalho e deixando a desejar no que diz respeito a cuidar de você mesmo e das pessoas que você ama. Será que está na hora de você aplicar todo o seu talento

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para resolver questões organizacionais para solucionar outra questão igualmente importante: conseguir ser tão competente na vida pessoal quanto você é no trabalho? Chega um momento que a mente pede socorro. Ela está cansada e precisa de um momento de descanso. Isso não significa fazer uma pausa de 15 minutos para respirar e voltar ao trabalho, significa tirar um dia para ficar totalmente off! Use esse dia para rever amigos, sair com a família, brincar com seus filhos, visitar aquele lugar que você adora, mas nunca tem tempo de ir. Escolha o que lhe faz relaxar, desligue-se, entre em outra dimensão, esqueça a vida corporativa e foque em você! Isso fará bem também para aquelas pessoas que sentem sua falta, que lhe convidam para sair e recebem sempre respostas do tipo: “hoje não posso, tenho um relatório para concluir” ou “poxa! adoraria ir, mas esse final de semana estarei trabalhando”. Presenteie essas pessoas com sua presença e esteja totalmente lá. Entregue-se de vez em quando aos happy hours . Esse tipo de coisa faz bem, renova as energias. O sucesso não pode existir somente na vida profissional. A pessoa realmente realizada e digna de admiração é aquela que consegue ser feliz no trabalho e mais ainda na vida privada! Depois desse descanso, você voltará renovado, pronto para encarar mais desafios e seu rendimento será muito melhor. Experimente! Desligue-se de vez em quando e seja mais feliz!

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DÚVIDAS | DRUCKER RESPONDE

RELACIONAMENTO

EMPREENDEDOR

Como ser sincero com seu chefe sem que isso prejudique o seu crescimento profissional na empresa ou em outra?

Acabo de deixar uma empresa onde tinha um bom salário e benefícios para dedicar-me a uma empresa de prestação de serviços que abri. O que devo fazer para tornar minha empresa produtiva e competitiva de modo que possa viver dos rendimentos dela?

vanessa camargo

sérgio ricardo santos

Sérgio Ricardo, percebo que sua atitude é ousada e empreendedora. Embora não conheça seu negócio, acredito que o encare como uma inovação. Peter Drucker, ao falar disso, descreve: “contrariamente à crença popular no romance de invenção e inovação, lampejos de genialidade são consideravelmente raros”. Neste caso, afirmou ele, “o que realmente impulsiona a inovação é a análise, o sistema e o trabalho duro”. Aplicando à sua realidade para alavancar seu negócio, sugiro aplicar os conhecimentos básicos da gestão e seus desdobramentos: planejar, organizar, dirigir, controlar e, acima de tudo, trabalhar duro. Caso esteja com muita dificuldade, recomendo procurar um consultor em gestão de negócios para lhe apoiar nisso. MARKETING

Sou estudante de Administração e me identifiquei muito com a área de Marketing. Gostaria de saber qual é a característica marcante que hoje as grandes empresas buscam em um profissional de Marketing.

O que Drucker faria? por raniere rodrigues

Tire suas dúvidas através da ótica dos pensamentos de Peter Drucker, considerado o pai da Administração moderna. Basta enviar a sua pergunta, curiosidade ou questionamento para revista@administradores.com.br

renata alves

As empresas buscam pessoas eficientes, inovadoras, capazes de reinventar alternativas de negócio e de mercado. A demanda por profissionais capacitados e dinâmicos em seu potencial criativo é o que conduz o processo. O profissional de Marketing tem que estar preparado para encarar desafios, Renata. Ser hábil no uso das ferramentas que o ajudem a vencê-los. Acredito que o foco está no desenvolvimento do potencial de criticidade e análise do mercado, pensar a execução de tarefas especificas rumo à competência e ao bom resultado. Ou seja, observando o desempenho, os profissionais precisam de perícia e conhecimento de marketing – além de manter o bom relacionamento com os demais.

Ser sincero é uma questão necessária, é um dever, uma obrigação. Mas, sobretudo, deve-se manter a sobriedade, Vanessa. Sugiro nunca agir no impulso das emoções. Isso, sim, pode ser prejudicial. Precisamos estar calmos para falar o que pensamos e abertos ao diálogo, pois as justificativas do líder podem nos ajudar a compreender melhor a situação. Ouvir é a melhor coisa a fazer para se preparar diante do que você vai falar. Agora, um detalhe importante: pronunciar a verdade, por mais que incomode, é sinal de profissionalismo. DECISÃO

Trabalho em um supermercado como auxiliar de escritório há oito anos e recebo R$ 1.500,00. Há um mês, recebi uma proposta para ganhar R$ 3.000,00. Quando falei com o meu patrão sobre a proposta, ele disse que eu é quem deveria escolher qual seria o melhor lugar para eu estar. Mas a empresa que me ofereceu a proposta é fornecedora do supermercado e meu patrão ligou para lá e disse para eles não me contratarem, se não pararia de comprar deles. O que sugere que eu faça? denilson coelho

O responsável pelas respostas é o professor Raniere Rodrigues dos Santos, diretor geral da The Drucker Society of Brazil – Recife, professor de Administração da Universidade Federal de Pernambuco, Coordenador de Extensão na Faculdade dos Guararapes e um dos principais pesquisadores de Peter Drucker no Brasil.

Denilson, num primeiro momento, eu fiquei preocupado, mas vamos lá. Entendo que seu trabalho está sendo muito valorizado e reconhecido. Você deve avaliar se a proposta da empresa procede mesmo com a ameaça do seu patrão, que demonstrou ser uma pessoa que não prima pela ética. No entanto, acho que ele está certo ao se referir à decisão: de fato, a escolha deverá ser sua. Acredito que a relação entre vocês poderá não ser mais a mesma depois de tudo isso. Então, vejo que deve considerar sim a nova proposta. Outra dica é consultar um advogado trabalhista, que poderá te orientar sobre como agir com maior segurança, caso você venha a ser prejudicado.

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ADMINISTRADOR NA HISTÓRIA | coco chanel

COCO CHANEL

A estilista que fez da moda um grande negócio por agatha justino

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foto divulgação

LINHA DO TEMPO

Chanel foi a primeira estilista a priorizar o conforto feminino e soube como poucas montar um negócio que viraria sonho de consumo da maioria das mulheres no mundo

C

impressionante a quantidade de perdas sofridas por quem decide não ser algo, e sim alguém.

trabalho da estilista que mais revolucionou o século XX. Foi ela quem popularizou a moda e conseguiu construir, através de seu próprio nome, uma marca que é sinônimo de luxo até hoje. Gabrielle Bonheur Chanel cresceu junto às irmãs em um orfanato na cidade de Auvergne. Aos 18 anos, acompanhada por uma prima, fugiu do lugar para tentar a carreira de cantora e atriz. Suas primeiras apresentações foram em bordeis da cidade e, nesse período, ela ganhou o apelido de Coco, em homenagem a uma música que costumava cantar. Para se sustentar, a jovem passou a costurar em uma casa de confecções, onde descobriu o seu verdadeiro talento. A primeira loja – fundada em 1910, com o investimento de seu amante, o milionário britânico Arthur “Boy” Capel – era uma chapelaria bem diferente das que existiam na época. Enquanto as mulheres da alta sociedade optavam por chapéus ostensivos repletos de plumas, os criados por Chanel eram feitos de palha, uma simplicidade que a seguiria por todas as coleções e compraria brigas com roupas que deixavam a mulher desconfortável, como os famigerados espartilhos. Chanel soube crescer em meio à crise econômica na Europa, reflexo do pós-guerra. Como os tecidos estavam escassos, ela passou a utilizar jersey, um material barato que era destinado a cuecas masculinas e outubro/novembro 2012

1901

1922

Nasce em Paris Gabrielle Bonheur Chanel

hanel costumava dizer que era

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Cria o perfume Chanel Nº 5, símbolo de luxo e glamour britânico

1883

Perdas essas que inspiraram o que há de melhor no

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Vira cantora em bordeis e ganha o apelido Coco

É lançado o filme Coco antes de Chanel sobre a vida da estilista

2009

1910

1971

Funda a sua primeira loja de chapéus

Chanel morre no Hotel Ritz Paris

roupas de marinheiros. Além dos novos tecidos, Coco introduziu vestidos mais simples, calças – que, na época, estavam restritas ao guarda roupa masculino – e pérolas falsas. Ao longo de sua vida, Chanel conviveu com diversos tipos de mulheres. Desde freiras, que preferiam lavandas simples; às cantoras, atrizes e prostitutas, que usavam jasmim para atrair os homens; até as da alta sociedade, que sempre optavam por florais. Para traduzir as três personalidades em um frasco e criar o perfume de uma mulher independente, ela passou a vida estudando combinações. Em 1920, Dimitri Pavlovich, apresentou a estilista ao perfumista da família Romanov, Ernest Beaux. Juntos, eles desenvolveram a mistura sonhada por Chanel: jasmim, rosas e aldeídos. A partir de então, o trabalho da estilista nunca mais seria o mesmo. O perfume se transformou em um ícone cultural associado à sen-

sualidade. Soldados da Segunda Guerra Mundial, mesmo enfrentando uma crise econômica, faziam filas para comprar o produto e presentear suas mulheres. Marylin Monroe também contribuiu com o marketing ao declarar que dormia apenas com duas gotas do nº5. Coco, no entanto, teve uma vida imprevisível e cheia de polêmica. Anti-semita, ela apoiou a ocupação nazista na França, entregou seus sócios judeus a Hitler e manteve um relacionamento com um general nazista. Faleceu aos 87 anos em uma suíte particular no luxuoso hotel Ritz, em Paris, um final que surpreenderia as freiras que a criaram. Por não ter deixado herdeiros diretos, a grife está sob o comando de Alain Wertheimer e Gerard Wertheimer, netos de um dos financiadores do perfume nº 5, com o controle criativo de Karl Lagerfeld. Chanel costurou até 10 de janeiro de 1971, seu último dia de vida.


Administrador

do futuro por mayara chaves

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foto acervo pessoal

Fábio Vogelaar Carlucci

mundo jovem Conheça ações de empresas juniores que estão fazendo a diferença no Brasil

Consultoria que cabe em todos os bolsos Com 21 anos de atuação e 300 projetos de consultoria, a FEA Júnior USP vem orientando

Professor universitário, fluente em quatro línguas, mestrando em Administração de Organizações, vice-campeão mundial em negociação e empreendedor do setor de calçados. Com apenas 23 anos, Fábio Vogelaar Carlucci já tem um currículo profissional que impressiona e vai além: o rapaz também fez intercâmbio na Universidade de Bolonha, na Itália, participou de um projeto para promover o desenvolvimento regional em uma comunidade nas Filipinas e quer abrir um negócio na internet. Conheça mais sobre a trajetória desse administrador do presente e do futuro.

micro, pequenos e médios empreendedores na gestão de seus negócios a preços baixos. A entidade não tem fins lucrativos e auxilia os empresários em questões como o aumento de lucros, reestruturação em fase de crescimento e informações para reformular setores específicos. Segundo Caio Colzi Lemos da Cunha, presidente da entidade, a primeira fase de consultoria é gratuita. Nas etapas seguintes, os preços podem variar de acordo com o tamanho e as necessidades de cada cliente. “Um plano de digitalização de documentos para uma empresa de marketing custou R$ 13 mil e elevou seu faturamento em 200%”,

Em abril deste ano, você e dois colegas da USP participaram de uma rodada de negócios na Polônia realizada pela Warsaw School of Economics. Conte um pouco sobre como foi a experiência. Na rodada de negócios, a equipe brasileira foi finalista. Conquistamos a segunda colocação. Tínhamos a intenção de firmar uma parceria entre a universidade brasileira com a Warsaw School of Economics, mas que, até o momento, ainda não foi estabelecida. Voltamos com o objetivo de fazer acontecer um evento semelhante no Brasil. De que maneira você colocou em prática os ensinamentos da área de Administração e do empreendedorismo quando viveu nas Filipinas? A parceria havia sido firmada com uma organização chamada Gawad Kalinga, que trabalha com pessoas que não tem onde morar. A organização oferece os meios para as pessoas se juntarem e construírem as suas próprias casas, sendo que todos os envolvidos ajudam a construir as moradias de todas

as famílias. E, acredite se quiser, o projeto funciona muito bem. Você é professor no Instituto Municipal de Ensino Superior de Bebedouro (IMESB), empreendedor do setor calçadista e quer abrir um negócio na internet. Como é a sua atuação nesses segmentos? Em razão do meu vínculo com a Pós-Graduação na USP, surgiram oportunidades de atuar como professor. Achei uma experiência interessante, uma grande oportunidade, e decidi assumir o desafio. Trabalho como professor de Economia e de Mercado Financeiro e de Capitais. Amo o trabalho e considero a docência uma das profissões mais nobres possíveis. O negócio no setor calçadista vem de família, teve início com o meu avô e é um mercado que considero promissor e muito dinâmico, e pretendo continuar atuando nos próximos anos. Já os negócios na internet estão em evidência devido ao grande número de usuários e da facilidade de acesso. Junto com alguns amigos, trabalho em dois projetos de negócios on-line.

afirma Cunha. Neste ano, a expectativa é realizar 15 projetos. Em 2010, foram 13.

Pólo do setor de moda A empresa júnior de consultoria UFMG Consultoria Jr. (UCJ), em parceria com as espanholas Bloom Consulting e E-Joventut, realizam pesquisas mercadológicas para a viabilização do posicionamento do Fashion City e de Belo Horizonte como futuro pólo de moda da América Latina. Com investimento de 300 milhões de reais, o megaempreendimento vai ocupar uma área de 400 mil m² e terá um complexo com shoppings especializados, centro de convenções, universidade de moda e hotéis. “A oportunidade de trabalhar em inglês - com empresários juniores de outro país e com uma empresa sênior de alta relevância no mercado internacional - foi uma experiência extraordinária. O projeto, por ter muitas entregas e curta duração, foi extremamente desafiante. Mas a equipe se destacou na qualidade e rapidez da execução!”, afirmou Júlia Salgado Chagas, gerente do projeto.

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ambiente interno por simão mairins e fábio bandeira de mello

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EMPREENDIMENTO

As 7 franquias mais baratas do Brasil* Zets

R$ 7,2 mil Carrinho Chopp Brahma

R$ 7,5 mil Tutores

R$ 7,5 mil

Brasil: Zumbilândia empresarial?

Doutor Faz Tudo

O Brasil vivencia uma invasão zumbi. Não é bem como em The walking dead, mas representa um perigo real para a saúde financeira das empresas, da cadeia produtiva e, por extensão, do país. O número de “empresas-zumbi” – apelido que se dá a organizações que não geram caixa e nem lucro suficientes para pagar dívidas – cresceu 50% no primeiro semestre de 2012. A informação é resultado de um estudo da KPMG junto às principais instituições financeiras do Brasil.

Home Angels

Quase metade das empresas não sobrevive no mercado depois de três anos*

R$ 8 mil

464,7 MIL

76,1%

empresas apareceram pela primeira vez no mercado em 2007

48,2% das empresas fecharam três anos após entrar no mercado

353,6 mil sobreviveram em 2008

61,3%

285 mil persistiam em 2009

51,8%

240,7 mil chegaram até 2010

*Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

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$ 7,5 mil

Amigo Computador

R$ 7,5 mil

Disk Manicure

*Dados da Associação Brasileira de Franquias

R$ 7,5 mil

TI

Ford testa comunicação entre veículos A Ford começou, há um mês, a testar tecnologias avançadas para a comunicação de veículos entre si e a infraestrutura das estradas. Esses recursos – até então estudados somente em ambientes controlados – já estão sendo avaliados em condições reais nas ruas de Frankfurt, Alemanha, e arredores. O objetivo do projeto, com duração de quatro anos, é entender melhor o seu potencial para melhorar a segurança no trânsito e a mobilidade pessoal.


recorde

Kombi: 55 anos no Brasil A Volkswagen comemorou, em setembro, os 55 anos de produção ininterrupta da Kombi no Brasil. Produzido em São Bernardo do Campo desde 1957, o utilitário foi o primeiro modelo da companhia alemã feito no Brasil. Modelo de maior longevidade na história da indústria automotiva mundial, a Kombi acumula mais de 1.530.000 unidades produzidas desde seu lançamento até julho de 2012. Apesar do bom resultado, são crescentes as especulações em torno da possibilidade de o modelo sair de linha por não conseguir se adequar às novas exigências da legislação brasileira, como a obrigatoriedade de airbags.

EMPREGO

Varejo se prepara para o Natal antecipando contratações O mercado varejista está contratando profissionais temporários mais cedo para ter tempo de qualificar a força de vendas, a fim de que o cliente seja melhor atendido neste Natal. A afirmação é de Ana Cláudia Pereira Santos, Coordenadora de Recrutamento e Seleção da ALLIS, empresa líder em serviços de RH no Brasil. De acordo com a especialista, estima-se um crescimento de 23% no montante de vagas abertas este ano comparado com o mesmo período de 2011.

“Liderança é a habilidade de inspirar e provocar as pessoas a fazer acontecer.” Como se conformar com a falta de líderes num mundo em que todos discutem, pregam e incentivam a liderança? Alguma coisa está errada. É sobre isso que Luciano Pires reflete em seu novo livro Diário de um Líder. Escrito de forma irreverente e com dezenas de histórias reais, este livro deixará você com a pulga atrás da orelha: será que o Luciano trabalhou na sua empresa? Saiba mais acessando

www.portalcafebrasil.com.br


FORA dO QUADRADO 5

Eles adoram aparecer em eventos, reuniões e feiras de negócios. Fazem parte do material de trabalho de quase todo administrador e, geralmente, são trocados para futuros contatos. Sim, nós estamos falando dos cartões de visitas que, basicamente, possuem o mesmo tamanho, formato e estilo. No entanto, encontramos e selecionamos 12 modelos diferentes que podem aguçar a sua criatividade quando for fazer o próximo. por eber freitas e fábio bandeira de mello

1 À sua própria imagem Esse é daqueles cartões que basta dar uma olhadinha para você identificar o que a empresa oferece. De acordo com os criadores (e com qualquer leigo), o cartão é uma referência ao nome da empresa Bang Your Own Drum (“Bata sua própria bateria”) e insinua aos seus serviços. Ele vem também com um lápis-baqueta para complementar.

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fotos divulgação

Caixa6 surpresa

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5 Salaminho ou cartão?

2 Design criativo Yo, dawg… Quando designers criam cartões de visitas para colegas de profissão, é necessário um bom design thinking. O milanês Dario Monetini criou um bem divertido: translúcido, estilizado para fotos e sob medida para exportação. Um jeito diferente e criativo de divulgar o próprio serviço.

3 Cartão para ciclistas Se a moda de pedalar voltou forte em diversas capitais do mundo, ter à mão um cartão de alguém que conserta bicicletas se tornou uma opção interessante. Melhor ainda é ter o cartão da Broke Bike Alley. Feito de aço inoxidável, o cartão pode se transformar em uma verdadeira ferramenta para ajustar e apertar parafusos, raios e freios da bicicleta.

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4 janelas O conceito criado pelo designer canadense Philippe Cossette para a agência web Akufen consiste em destacar o nome e as informações de contato com uma capa, sendo que o cartão em si contém os nomes e contatos de todos os funcionários. Somando isso ao belo contraste entre as cores, o resultado é um cartão de dar orgulho.

Você olha o cartão, pensa em comida e, logo, se lembra do restaurante. Com essa ideia, a La Charcuterie – conhecido restaurante nos arredores de Vancouver, no Canadá – encontrou uma forma de seus clientes se recordarem dela. Os cartões de visita foram criados para se parecerem com frios, como salame e presunto. O papel, inclusive, é o mesmo utilizado em açougue para envolver esses petiscos.

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Investir em outras experiências sensoriais também é uma boa para cartões de visitas. Este, ao estilo caixa de fósforos, foi desenvolvido para os funcionários de um webzine sobre culinária, e revela uma pequena surpresa para degustação. Assim, o nome e as informações profissionais vão ser lembradas com mais carinho.

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10 Mensagem 12 certeira 7 Barriga I/O Se a desculpa para o sedentarismo é a falta de estímulo, esse cartão não deixa a desejar. O conceito foi criado para uma personal trainer, e mostra que perder a barriga e ter uma vida saudável só depende de atitude.

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O mais 8 divertido Se fosse para escolher o cartão de visitas mais legal, o dos funcionários da LEGO certamente estaria no topo das preferências. Os bonequinhos são personalizados de acordo com a fisionomia do dono, e as informações de nome e contato vêm na parte da camisa.

Cartão 10 carimbo Pensando 9 dentro da caixa A Young & Rubicam (Y&R) do Brasil faturou um prêmio com esse cartão de visitas pensado para a TAM Cargo, braço da companhia aérea para transporte de cargas. O adereço é dobrável e se transforma em uma caixa, representando o core business da subsidiária.

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Muitas vezes, temos de carregar toneladas de informações irrelevantes para nossos cartões de visita só porque temos espaço. Este cartão carimbo propõe, justamente, o contrário. Seu espaço curto permite apenas que as informações necessárias sejam reveladas. Feito com um material especial que não precisa da almofada de tinta, ele pode ser carimbado em qualquer superfície – seja um papel, guardanapo ou mesmo a mão de alguém.

Primeiros 11 passos de um corte Como deveria ser um cartão corporativo de um Instituto de Educação voltado para beleza e que estimula a criatividade? Criativo, é óbvio. Foi assim que os cartões do Instituto Glammer de Hair Design, localizado na Tailândia, surgiram. O cartão permite formas de ser cortado com tesoura, criando estilos de cabelos únicos. Ótimo teste para que está iniciando ou pretendendo seguir o curso.

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Muitas vezes, as melhores formas de passar um posicionamento são aquelas onde o conceito e a forma visual se combinam para comunicar a mensagem-chave da empresa. Isso aconteceu com a Stack Architects (“Arquitetos Pilha”). A tipografia foi literalmente empilhada, comunicando tanto o nome da empresa e do sentido da forma construída e arquitetura.

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divulgação

ENTRETENIMENTO | curiosidades, humor e sustentabilidade

MKT de guerrilha

chocolate menos gorduroso Cientistas ingleses da Universidade de Warwick encontraram a solução para quem adora chocolate, mas não quer se descuidar da saúde (e nem da balança!). Os pesquisadores conseguiram substituir 50% da gordura do chocolate por duas substâncias alternativas: suco de frutas ou uma solução de água com ácido ascórbico (vitamina D). O melhor é que, mesmo contendo menos gordura, o sabor e a textura eram os mesmos. A exceção é em relação ao suco de frutas que, de acordo com os estudiosos, pode deixar um leve sabor no doce. 58

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DNA vira pen-drive Esqueça o pen-drive, o futuro é armazenar no DNA. Pesquisadores de Harvard (EUA) desenvolveram uma técnica que permitiu o armazenamento de 700 TB de dados (o equivalente a 70 bilhões de cópias de um livro) em um grama de DNA. Para conseguirem isso, os cientistas converteram todo o conteúdo do livro para código binário. Em seguida, sintetizaram o código. Além da longevidade dos dados, outra vantagem da técnica é a economia de espaço físico, já que um grama de DNA pode armazenar cerca de 455 bilhões de gigabytes de dados.

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shutterstock

ruas da Alemanha. Se a ação não é bonita visualmente, pelo menos é eficiente. Afinal, quem vai querer ficar com tufos de pelo depois de ver essa imagem?

shutterstock

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Ações de marketing de guerrilha tem algo em comum: misturam o ambiente com a mensagem que desejam passar. E, por mais estranho que tenha ficado, a Tondeo conseguiu fazer bem isso com o seu aparador de pelos Tondeo Mini Trimmer. A ação mistura pedaços de galhos que passam pelo nariz e orelha dos homens do outdoor colado nas

iphone testa se comida é orgânica Se você é daqueles que se preocupa com a alimentação, vai gostar dessa. Um aplicativo lançado recentemente promete verificar umidade, radiação, frequências magnéticas e nível de organicidade de alimentos. O sistema, que se apresenta como “personal monitor de ambiente” é composto, além do software, por componentes acopláveis feitos em plástico e madeira, utilizados para colher os dados a serem verificados. O aplicativo sairá para iPhone e deve ser colocado no mercado até o final do ano por 220 dólares.


AçÕES para um mundo melhor

DES COM Kenguru: PLI o carro CAN inclusivo DO por

TEAM BUILDING Dinâmica de grupo em área externa, onde os participantes serão expostos a várias tarefas físicas desafiadoras, que são exemplos comparativos.

FOLLOW-UP Dar prosseguimento a uma discussão ou debate, retomando temas para atingir soluções. Também pode significar revisão das tarefas que foram geradas após uma reunião ou auditoria, quando os prazos para realização se esgotaram.

RAIDER Investidor agressivo que pretende adquirir o controle da empresa e nomear uma nova administração.

eber freitas

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foto

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A norte-americana Stacy Zoern nunca teve a oportunidade de andar. Uma atrofia muscular de nascença fez com que sua mobilidade permanecesse limitada a uma cadeira de rodas elétrica e à ajuda de amigos e familiares – o que não a impediu de estudar Direito e atuar na área de patentes por um escritório de advocacia local. Também administrou uma galeria de arte junto com a mãe e escreveu um livro. Já teve a experiência de dirigir, mas não foi nada boa: aos 19 anos, pegou o volante de uma van modificada para deficientes físicos, perdeu o controle do veículo e bateu num parapeito. Não dirigiu mais desde então. Zoern representa uma parcela da população que enfrenta sérias dificuldades para se locomover dentro da cidade. Não há táxis modificados para atender a pessoas com necessidades especiais, é impossível usar bicicletas ou motocicletas, os carros têm que ser totalmente adaptados e os ônibus, muitas vezes, passam direto para o motorista não ter o trabalho de prestar auxílio. “Existem 3,3 milhões de cadeirantes apenas nos Estados Unidos, e o transporte é um grande problema para nós”, afirma. Em um dia de trabalho qualquer, ela se deparou com um projeto baseado na Hungria

que mais tarde viria a se tornar o Kenguru: um carro elétrico projetado para apenas uma pessoa, completamente desenvolvido pensando nas necessidades dos deficientes físicos. Zoern resolveu investir: ajudou a levantar a grana necessária para a ideia e trouxe a sede da companhia, junto com os engenheiros responsáveis, para os Estados Unidos. Hoje ela é CEO da montadora independente Community Cars, e o Kenguru é uma bala na agulha. Menor do que um smart, o carro tem o corpo desenvolvido em fibra de vidro e é capaz de atingir 96,5 quilômetros por hora. A alimentação se dá através de quatro baterias de 12 volts, e demora oito horas para recarregar completamente. “O modelo atual foi projetado para cadeiras manuais. Estamos desenvolvendo um modelo com joystick para cadeiras de rodas elétricas”, explica Zoern. A porta do carro se localiza na par-

te de trás, e é aberta com um controle remoto. O veículo deve ser estacionado de frente para a rua, no estilo “garagem”, como uma motocicleta. Veja uma demonstração em adm.to/carro_kenguru. Ainda não há data certa para que o Kenguru comece a ser distribuído em larga escala, mas a empresária garante que espera começar a vender nos próximos 12 meses – e o Brasil está incluído nos planos. “Seria uma tremenda ajuda para pessoas com deficiência, já que nos daria poder para sermos membros ativos da sociedade”, diz. Uma campanha de crowdfunding foi iniciada para tentar arrecadar os recursos necessários para dar mais um impulso para o projeto, mas a campanha não obteve tanto sucesso: o objetivo era US$ 100 mil, mas chegou a apenas US$ 7,4 mil. O próximo passo agora é conseguir um bom investidor para apostar na ideia.

humor

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ENTRETENIMENTO | Leitura e cinema

LEITURA criação de valor agregado nos setores tradicionais da economia; e os desafios de gestores e empreendedores de negócios criativos. Na esteira desse processo, o número de publicações e traduções sobre o tema cresce a cada dia, como é o caso do livro que aqui se apresenta. Publicado originalmente em 2002 nos EUA, Ascensão da classe criativa, de Richard Florida, tornou-se um best-seller mundial ao relacionar as mudanças da economia e das cidades no século 21 com os novos valores e estilos de vida da sociedade. Organizado em quatro partes, o livro se inicia pela apresentação da “era criativa” ao leitor. O autor conceitua o ethos criativo e os valores que são compartilhados pelos trabalhadores criativos, identificados por ele como integrantes da classe criativa. Nessa perspectiva, compreendemos como a valorização da criatividade se configura em uma forte característica do nosso tempo e da fase atual do capitalismo. Na sequência, Florida descreve as alterações que estão em curso no trabalho humano, de modo que hierarquias rígidas de controle são substituídas por outra mais suave, que funciona pela auto-gestão, pela pressão, pelo reconhecimento dos parceiros de trabalho e, fundamentalmente, pela motivação. A terceira parte dedica-se a desvendar as mudanças no estilo de vida e no lazer, sublinhando o papel da vivência de experiências e da mistura entre trabalho e estilo de vida

como os definidores de uma identidade criativa. O resultado são indivíduos únicos com múltiplos e diversos interesses. Por fim, Florida estuda os lugares que se destacam pela produção de bens e serviços criativos, indicando, assim, um caminho para o futuro das cidades. Ao enfatizar a importância do espaço urbano na potencialização da criatividade, o autor revela que esses espaços são marcados pela presença de pessoas talentosas, de tecnologia e de tolerância. As empresas intensivas em conhecimento buscam esses espaços de modo que, segundo Florida, estamos diante de uma grande mudança: as organizações passaram a ir atrás das pessoas, invertendo-se a lógica anterior em que as pessoas se mudavam em busca das empresas. Trata-se, portanto, de um livro para aqueles que discutem, pensam e planejam o futuro das cidades, assim como por todos os que desejam compreender os novos padrões de organização do trabalho na sociedade do século XXI. A sua tradução para o mercado brasileiro em 2011 indica que, apesar do atraso, a economia criativa entrou de vez na pauta do Brasil.

Liderança Positiva

Os Princípios da prosperidade

A doutrina dos 20%

por gilberto guimarães

por henry ford

por ryan tate

O livro apresenta a evolução da liderança e seus diferentes estilos, características e competências. Acompanhada de resultados financeiros, coloca uma avaliação para que o leitor reflita sobre o tipo de líder que ele é ou pode se tornar.

Foi publicado pela primeira vez no Brasil na década de 1940, com tradução e prefácio de Monteiro Lobato. Reúne, de uma só vez, três clássicos: Minha vida e minha obra, Hoje e amanhã e Filosofia de indústria.

A obra traz uma análise inspiradora de como práticas corporativas não convencionais e a liberdade de experimentar ideias ousadas podem gerar lucro e inovação. Entre elas, estão a bisbilhotice, a enrolação e a transgressão de regras profissionais.

Évora, 192p. R$ 49,90

Freitas Bastos – CRA/RJ, 486p. R$ 63,00

Campus/Elsevier, 200p. R$ 39,90

A ascensão da classe criativa por joão luiz de figueiredo

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imagem divulgação

Há no Brasil, atualmente, um crescente interesse pelo campo de estudos da economia criativa. Muitos são os objetivos desses estudos, porém, é possível destacar quatro temas frequentemente presentes nas mesas de debate: a relação entre a economia criativa e o desenvolvimento dos lugares; a importância dos setores criativos para a geração de trabalho e de renda; a relevância da criatividade na

Ed. L&PM Editores, 452p. R$ 41, 90 João Luiz de Figueiredo é coordenador do Núcleo de Economia Criativa e chefe do departamento de Gestão do Entretenimento da ESPM-Rio e professor do departamento de Geografia da PUC-Rio

ESTANTE

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assista ao trailer

CINEMA

Batman: o cavaleiro das trevas ressurge por

Um novo líder terrorista, Bane, aterroriza Gotham e o Cavaleiro das Trevas ressurge para proteger uma cidade que o tratou como inimigo.

sueli brusco

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divulgação

O que faz do Batman um herói tão aceitável pelo público é o fato de ele ser plenamente possível: não veio de outro planeta, não tem super poderes, nem é fruto de uma mutação genética. Batman é um homem normal, que teria diversos motivos para não se importar com os problemas alheios, mas que decide usar sua inteligência e dinheiro para fazer justiça. Seus conflitos são reais, o que o torna um ícone legítimo. Por não se permitir perder o controle frente aos piores desafios, sua autodisciplina contribui para o enfrentamento de seus maiores medos e, assim, se diferencia de homens e mulheres. No ambiente corporativo, não é diferente. Todos os dias, vemos pessoas querendo ser heróis, buscando um destaque que só é revelado quando driblamos nossos medos e desafios. Contudo, quando comecei a escrever este artigo, busquei alguns momentos de reflexão com minha equipe sobre os questionamentos que pretendia comentar aqui. Os jovens redatores e apaixonados pela trilogia me olhavam com certa estranheza e, definitivamente, o silêncio pairava. Talvez se questionassem sobre o que a motivação, a formação de líderes e o comportamento humano teriam em comum com o Batman. Muito mais do que resgatar elementos importantes desse personagem, gostaria de comentar que temos muitos Batmans pelas empresas, como também outros tipos de super heróis. Essas pessoas são capazes de revigorar os negócios, de mobilizar mudanças positivas e de equilibrar nossas equipes. Como percebemos no filme, são profissionais indispensáveis que são chamados à tona quando vivenciamos situações que só eles têm competência para resolver. Eu diria, portanto, que são nossos heróis do dia a dia. Para quem ainda não assistiu ao filme, a trama se desenrola com a chegada da Mulher Gato, uma ladra misteriosa, e com uma nova onde de crimes na cidade de Gotham, o que

motiva o ressurgimento do Batman após oito anos de clausura. As razões que o motivaram a retomar seu papel na sociedade são inúmeros, mas gostaria de identificar a importância dessa reclusão. Quantos líderes vejo escondidos após um trauma ou uma situação negativa? Quantos deles precisam desse tempo de reflexão? O problema está justamente no momento em que assumimos certas responsabilidades e buscamos a perfeição absoluta. Quando ocorre um deslize, por menor que seja, nos culpamos como se heróis não pudessem cometer erros. Quem seria esse personagem forte o suficiente para enfrentar os problemas, frio o bastante para direcionar sua motivação individual e cuidadoso para se reclusar na sua mais íntima escuridão? Por outro lado, o chamado “retorno” desse herói frente aos problemas da sociedade também é significativo para o Batman. Quando assumimos um papel relevante aos que nos rodeiam, é muito difícil se despir dele. E, se o assumimos, é um sinal de que somos capazes. Não importa o que ocorra no caminho, vale a pena investir no talento. Bem, líder ou não, Gotham desejava reencontrar essa força. E nós também precisamos desse personagem, que investe e tem um sentido para a empresa. Aliás, cada um tem seu tempo de reclusão e este momento é importantíssimo para que a avaliação pessoal seja eficiente para trazê-lo de volta. É, sem dúvida, um momento de redescoberta e os elementos que vão despertar esse movimento podem ser os mais variados. O importante é perceber que eles estão próximos a você e ter a sapiência de buscar o autoconhecimento constantemente. Sueli Brusco é especialista em comportamento humano e, como diretora da SimGroup, inspira equipes a inovar e a realizar sonhos. Antenada em tudo o que move profissionais a superarem desafios, é uma executiva curiosa, atenciosa e apaixonada por pessoas. Você pode encontrá-la no linkedin/SueliBrusco.

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PONTO FINAL socialmente responsável

Quem salvará o capitalismo dos capitalistas? por stephen kanitz

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Stephen Kanitz é consultor de empresas e conferencista. Vem realizando seminários em grandes empresas no Brasil e no exterior. Mestre em Administração de Empresas pela Harvard University, foi professor da USP. No Twitter, @stephenkanitz.

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ideia de que o mercado se autorregula – de Alan Greenspan e muitos neoliberais – não se concretizou. Também não funcionou a ideia de que o Banco Central, o FED, os economistas esclarecidos, as leis e os regulamentos já controlavam o capitalismo dos capitalistas há algum tempo. O problema do mundo é que o capitalismo já estava sendo “salvo”, mas pelas pessoas erradas. Se não são os políticos, os acadêmicos, os intelectuais, a religião, a ética e a filosofia que irão salvar o capitalismo dos capitalistas, quem será? Uma das grandes descobertas da Administração foi que controlar o produto depois de produzido não funciona. É esse, mais ou menos, o modelo que se discute agora para salvar o capitalismo. Desde 1980, estudiosos em Administração perceberam que a solução era focar nos insumos, e não no produto final. A teoria é simples: se os insumos e os processos forem de qualidade, o produto também o será. Este é o caminho para resolver a crise do capitalismo. Avaliar, selecionar melhor os insumos, bem como os processos, e não os resultados. Físicos que nunca estudaram ética nos negócios e matemáticos que nunca aprenderam Administração jamais poderiam ser promovidos aos cargos dos bancos como foram. Esses jovens não foram cultivados com os valores compartilhados nas escolas típicas de Administração. O compromisso deles era exclusivamente com a Física, a Matemática e os bônus prometidos. Acredito que a lei ficha limpa precisa existir não somente para políticos, mas também para administradores de empresas de capital aberto, especialmente bancos. E o primeiro item é saber se foi formado em Administração Bancária antes de entrar um bilhão para esses malucos administrarem. Por isso, tenho batido na mesma tecla há 34 anos, desde quando escrevia na revista Exame: O único que poderá salvar o capitalismo dos capitalistas é o administrador socialmente responsável, treinado, educado, conscien-

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tizado, selecionado, almejado e valorizado pela sociedade, para executar exatamente esta função. Para quem não acompanha esta tese, os administradores socialmente responsáveis são aqueles que se preocupam com os stakeholders, e não somente os stockholders, inglês para capitalistas. Stakeholders são todos aqueles que têm um compromisso com as empresas – trabalhadores, fornecedores e colaboradores que, assim como os capitalistas, também “investem” nela. Para o desespero das escolas de Chicago, ficou evidenciado que administradores socialmente responsáveis não maximizavam o lucro do acionista. Pecado mortal? De fato, damos aumentos aos funcionários para mantê-los fieis, trocamos produtos defeituosos sem fazer perguntas ao cliente, mantemos os acionistas felizes com dividendos mínimos, mas crescentes. De fato, não almejamos o lucro máximo, porque acreditamos que ele não é autossustentável, tese que se confirmou com esta crise. Para minar este movimento da Administração, a Escola de Chicago inventou o “bônus”, o Stock Option, para alinhar novamente o administrador profissional com o capitalista e maximizar o lucro trimestral. É, olha só no que deu. Não existe esta tal mão invisível do mercado pregada pelos economistas e os neoliberais. Nem tampouco existe esta mão visível do Estado, que provou ser ágil e capaz de resolver a crise do capitalismo (a um custo de oito trilhões totalmente inaceitáveis), mas somente depois que ela ocorreu. Quem pode salvar o capitalismo dos capitalistas é o movimento da administração socialmente responsável, que prevaleceu até os anos 1980. Se você é um jovem desiludido com o capitalismo de mercado e com o capitalismo de estado, não se preocupe, existe uma luz no final do túnel. Ela dependerá de um movimento que envolverá dois milhões de profissionais que estejam dispostos a ser treinados e a seguir uma linha ética e de conduta socialmente responsável. Isso já foi feito em outros países há mais de 100 anos. Agora, só depende de você.




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