#18 Como resolver os problemas do Brasil?

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EDITORIAL

Expediente

Entregue ao político mais próximo Desculpe a sinceridade, mas a reportagem de capa desta edição não é só para você, leitor habitual do Administradores e que nos acompanha com frequência aqui na revista. A matéria principal desse bimestre é direcionada, também, aos nossos vereadores e prefeitos, principalmente àqueles que elegemos nas últimas eleições. Antes que você fique surpreso comigo, calma, eu explico. Estamos iniciando 2013 e – como acontece de quatro em quatro anos – o mês de janeiro marca o início de mais um mandato dos nossos gestores eleitos nos municípios. E, quando o assunto é política, sempre surge aquele misto de esperança e incerteza em nossas cabeças: será que nos próximos quatro anos as nossas cidades vão avançar tanto quanto gostaríamos? Resolvemos não esperar 2017 para saber e, por isso, optamos em produzir uma reportagem, ou melhor, um guia direcionado aos nossos governantes. Trata-se do Guia prático dos afazeres do gestor público 2013. Essa é nossa contribuição para

que vereadores e prefeitos administrem melhor nossas cidades. Lá existem algumas ideias, sugestões e exemplos sobre o que se pode fazer nas áreas da segurança, educação, saúde e transporte. Se você quer saber sobre o que pode ser implementado para melhorar o seu município, pule para a matéria de capa. E, claro, se você tiver uma oportunidade, entregue a matéria ao político mais próximo. Quem sabe o guia inspira nossos governantes? Esta edição conta também com uma entrevista (imperdível) com Láercio Cosentino, presidente da Totvs e também da Endeavor; as vantagens e desvantagens de um curso tecnológico; uma divertida “aventura” de nosso repórter Simão Mairins como vendedor porta a porta e muitas outras coisas legais. Quero registrar, ainda, o recebimento de dois prêmios com os quais o Administradores foi agraciado recentemente. O primeiro deles foi o infográfico A odisseia de abrir uma empresa, publicado na edição nº 15, que recebeu o selo de destaque

da 6ª Mostra Nacional de Infografia na Infolide. Um viva para a dupla dinâmica Thiago Castor e Eber Freitas, responsável pela obra de arte. O outro prêmio veio para nosso publisher Leandro Vieira. Ele recebeu o Prêmio excelência em Administração prof. Sylvio Vianna Freire, concedido pela Fabes-RJ, pela contribuição na construção de uma sociedade ética e socialmente justa. Leandro recebeu a homenagem ao lado de Graça Foster, presidente da Petrobras, e representantes de instituições como Ibam e STF. Isso demonstra, mais uma vez, que o trabalho diário de dedicação, amor e de compartilhamento de conhecimento – feito no Administradores – vem sendo reconhecido. Nossa caminhada continua para uma valorização ainda maior da área da Administração, mas como diria Gandhi: “a satisfação está no esforço e não apenas na realização final”. Agora é com você. Boa leitura!

CONTATOS Assinaturas www.administradores.com.br/revista PUBLICIDADE comercial@administradores.com.br +55 (83) 3247 8441 correspondência Av. Nossa Senhora dos Navegantes, 415 / 304 - Tambaú - João Pessoa - Paraíba CEP 58039-110 redação revista@administradores.com.br Publisher Leandro Vieira leandro@ administradores.com.br Redação Editor Fábio Bandeira de Mello fabio@ administradores.com.br Repórteres Agatha Justino agatha@ administradores.com.br, Eber Freitas eberfreitas@administradores.com.br, Fábio Bandeira de Mello, Mayara Chaves mayara@ administradores.com.br e Simão Mairins simao@administradores.com.br Revisão Vítor Rodrigo Dias COLABORADORES Denise de Moura, Ginka Toegel, Henry Mintzberg, Jean-Louis Barsoux, Jerônimo Mendes, Morten Olsen, Pedro Henrique Souza, Raniere Rodrigues, Seth Godin e Stephen Kanitz. ARTE DIREçÃO João Faissal | Imaginária Design design@ imaginaria.cc Design e ilustração Thiago Castor thiago@administradores. com.br EDITOR DE vÍDEO Daslei Ribeiro daslei@administradores. com.br COMERCIAL Diretor Comercial Diogo Lins diogo@administradores.com.br FINANCEIRO Anna Vita Vieira annavitavieira@administradores.com.br Atendimento ao Leitor Anna Valéria Onofre annavaleria@administradores.com.br Impressão Gráfica Moura Ramos www.mouraramos.com.br

Fábio Bandeira de Mello editor

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sumário

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09

feedback

AGENDA

ambiente externo

ONLINE

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Presidente da Totvs, Láercio Cosentino, conta como foi passar de estagiário a CEO

Curso superior, superior tecnológico ou técnico? Qual modalidade escolher

entrevista

ACADÊMICO

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Comunismo? Capitalismo? Que tal um terceiro modelo? | Henry Mintzberg

Está na hora de começar uma pósgraduação?

insight

QUIZ

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As lições de um fracassado

Como manter a concentração?

A armadilha dos sexos: como as mulheres líderes devem agir?

carreira

PEI, BUF!

carreira

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A inovação pode salvar o planeta?

Como as datas comemorativas influenciam o seu bolso

Sete descobertas por acaso

inovação

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negócios

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INFOGRÁFICO

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o que drucker faria

As dúvidas dos leitores tiradas com os conceitos do pai da Administração moderna


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marketing

Marketing sem custos: isso é possível?

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capa

jornalismo gonzo

Como resolver os problemas do Brasil?

Cinco lições de Seu Vieira sobre vendas que eu aprendi tarde demais

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Ciclo negativo, ciclo positivo | Seth Godin

- Você já pensou em escrever artigos? | Leandro Vieira - Os sabotadores de reuniões | Denise de Moura

Logística, Finanças, TI, Marketing e RH pelo Brasil

MENTE ABERTA

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ADMINISTRADOR DO FUTURO Conheça o proativo Júlio Moschetto

artigo

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FORA DO QUADRADO

ambiente interno

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ADMINISTRADORES NA HISTÓRIA

Amador Aguiar: a gloriosa e trágica história do ex-presidente do Bradesco

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- Curiosidades e humor - Ações para um mundo melhor - Leitura: A arte do encantamento - Cinema: Intocáveis

O estilo português de administrar | Stephen Kanitz

ENTRETENIMENTO

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ponto final

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AGRADECIMENTO Gostaria de agradecer a revista pelas informações passadas em cada artigo ou notícia. A revista nos mostra a realidade do mercado atual, destacando as coisas importantes para a nova realidade das organizações. Tendo todo esse conhecimento fica mais fácil de aprender! Obrigada a revista! Micheli Stuber

Bel e Cerbasi Fã dos dois! Um mestre das finanças e a outra do empreendedorismo e da atitude! Show! Marcus Fabrino

Bel I A Bel é admirável, inteligente, determinada e gata demais. Merece todo o sucesso do mundo. William Castro

No digital I Recebi a Administradores deste mês e, a cada nova edição que recebo, fico mais feliz por ter escolhido essa profissão e ver o quão importante ela é. No entanto, receber a Administradores tem me deixado orgulhoso por fazer parte de um processo de difusão do conhecimento e, por isso, por mais que a revista esteja gratuita no Face e no APP, prefiro continuar ajudando financeiramente a rotação desta roda, para que eu e cada vez mais administradores estejamos atualizados e informados! Douglas Pinheiro da Silva

Pedido Muito linda esta edição. Espero artigos sobre mulheres de negócios, mulheres empreendedoras, ou paixão por esta profissão tão maravilhosa... Ser administradora!

No digital II Vocês foram sensacionais. Absolutamente sensacionais. A única coisa que faltou foi disponibilizar em PDF... Mas já é um caminho. Isso é inovação. Isso é liderar. E por isso, SOMENTE POR ISSO, continuarei assinante a revista impressa! Renato Siqueira

Dia-a-dia Prezados editores, antes de tudo gostaria de parabenizá-los pelo conteúdo editorial da publicação eletrônica Administradores. Já há algum tempo é uma leitura obrigatória em meu dia-a-dia. Todo conteúdo pertinente naquele diário é compartilhado fortemente junto aos quase 50 funcionários de minha equipe e já foi alvo de matérias específicas no portal da empresa onde atuo. José Carlos Castello Branco

Vera Paimel

Bel II Bel Pesce é fera demais. Heliton Arantes Rocha

Bel III Revista Administradores + Bel Pesce = perfeito.

Característica Inovação e vanguarda: é isso que o Brasil precisa! Parabéns Administradores. Guto Álvares

revista@administradores.com.br

Brenda Fernandys

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Mande também O seu recado para a Administradores através do

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EVENTOS

04 dezembro

14 dezembro

Special Management Program HSM

Palestra Sistema de Apoio à Decisão e Informações Gerenciais

Responsável: HSM Local: São Paulo – SP Info: adm.to/special_hsm

Responsável: CRA/RJ Local: Rio de Janeiro – RJ Info: adm.to/palestra_CRA_RJ

24 de janeiro

28 janeiro

28 janeiro

Formação e Certificação Internacional Professional & Self Coaching

Campus Party Brasil 2013 Responsável: Campus Party Local: São Paulo – SP Info: adm.to/ campus2013

PEX Week Brazil 2013 Responsável: IQPC Local: São Paulo – SP Info: adm.to/ pex_week

Responsável: IBC Coaching Local: Rio de Janeiro – RJ Info: adm.to/coaching_jan13

02 março

19 março

28 março

07 MAIO

Formação de Consultores Responsável: Cegente Local: São Paulo - SP Info: adm.to/ consultores_sp

8º Encontro Regional dos Estudantes de Administração – Sudeste Responsável: RDreams Local: Juiz de Fora – MG Info: adm.to/eread13

Conecades – 10 anos Responsável: VEM! Local: Guarapari - ES Info: adm.to/ conecades

Family Business 2013 Responsável: HSM Local: São Paulo – SP Info: adm.to/ family13

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AMBIENTE EXTERNO | RÁPIDAS

julgamento do Mensalão dura quatro meses e tem 25 condenações Foi um dos mais emblemáticos julgamentos da história do Brasil. Afinal, no banco dos réus estavam os envolvidos em um esquema de compra de apoio político durante os primeiros anos do governo Lula. O julgamento realizado pelo Supremo Tribunal Federal, que começou no dia 2 de agosto, teve 37 réus e 25 condenados, entre eles José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares. A estimativa, no entanto, é de que as prisões possam levar mais de um ano para serem efetivadas. Isso porque elas só podem acontecer após a publicação do acórdão, que só deve ocorrer nos primeiros meses de 2013, e do fim do prazo para recursos.

Obras da Copa 2014 vão custar R$ 3,5 bilhões a mais Os contratos entre serviço público e empreiteiras privadas no Brasil sempre merecem uma vigilância extra. Sobretudo quando se trata de um megaevento esportivo cujas obras caminham quase sem vontade. Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que o valor total dos investimentos vai exceder em R$ 3,5 bilhões o que estava inicialmente previsto. Os setores mais críticos são o aeroportuário (R$ 1,78 bilhão) e os estádios (R$ 1,13 bilhão). Com os valores corrigidos, a estimativa do custo total das obras para a Copa é de R$ 27,3 bilhões.

Reeleições marcaram 2012 Neste ano, as eleições presidenciais nos Estados Unidos, Venezuela e Rússia trouxeram de volta para o comando figuras que levam em sua bagagem tanto admiração quanto polêmica. Reeleito em novembro pelos norte-americanos, Barack Obama começou a governar em 2008. Apesar de ser conhecido pelo seu carisma, ele também foi criticado por ações como a de manter tropas no Afeganistão. Em outubro, quem ganhou de novo foi Hugo Chávez que, já há 14 anos no governo, acumula adeptos e rejeições por suas medidas econômicas. Já na Rússia, março foi o mês de Vladimir Putin. Ele governou o país de 2000 a 2007 e, mesmo tendo promovido o crescimento econômico, já recebeu acusações de incentivo ao terrorismo e assassinato de jornalistas. 8

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Onda de criminalidade invade SP e SC São Paulo e Santa Catarina foram destaques na mídia nacional e internacional pela onda de violência que enfrentam nos últimos meses. Em São Paulo, a guerra entre a polícia e o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que comanda o crime de dentro dos presídios, causou o aumento de 86% na quantidade de homicídios. Pelo menos 140 pessoas foram assassinadas em duas semanas. Em Santa Catarina, 35 ataques ocorreram em apenas uma semana, inclusive com um ônibus turístico incendiado. A associação hoteleira do Estado teme uma baixa no turismo justo no final do ano.

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FRASES As prisões brasileiras estão lotadas de presos, mas são pessoas comuns. Desta vez são pessoas graduadas do ponto de visto político, econômico e social

Joaquim Barbosa ministro do Supremo Tribunal

Federal, sobre os condenados no julgamento do Mensalão

Guerra nas Estrelas certamente viverá e florescerá por muitas gerações

George Lucas criador da saga de ficção

científica. Ele anunciou a venda da sua produtora para a Disney, que planeja lançar o sétimo filme da série em 2015

Vocês me prometeram colônias em Marte. Em vez disso, tive um Facebook

Edwin Aldrin segundo homem a pisar na lua, sobre a evolução da tecnologia

O povo de Goiás vai ter orgulho de mim

Carlinhos Cachoeira acusado de ser o mandante de uma quadrilha de jogo ilegal em Goiás e no Distrito Federal. Ele foi condenado a cinco anos de prisão em regime semiaberto


ONLINE | www.administradores.com

ARTIGOS

Três palavras que garantem o fracasso

ENQUETE

#FICADICA

Quanto tempo você passa na internet diariamente?

Jasmine

Serve para suprir uma ausência do iOS 6, última versão do sistema operacional: a falta do aplicativo YouTube, que foi eliminado pela Apple na versão anterior.

Smart Office 2

Útil para criar, editar, visualizar e compartilhar documentos da suíte Microsoft Office.

Pedro Souza revela as três palavras que são realmente capazes de alterar o bom andamento das coisas

ENTREVISTA

16.80% 0 a 2 hora

adm.to/fracassos

Empresário brasileiro paga 14º salário a colaboradores que leem um livro por mês

42.42%

18.65%

Mais de 6 horas

4 a 6 horas

O empresário Francis Maris conta os detalhes de sua gestão voltada à educação, que conta com MBA dentro da própria empresa e biblioteca em suas lojas

22.13% 2 a 4 horas

adm.to/francis_maris

9 atitudes que não deixam sua vida evoluir Christian Barbosa mostra alguns fatores que podem determinar o sucesso ou não dos nossos

APP

Como transformar projetos em resultados? TWITTER

G+

FACEBOOK

LINKEDIN

@admnews

adm.to/ plusadm

adm.to/ facebookadm

adm.to/ linkedinadm

adm.to/9atitudes

Ricardo Vargas, presidente do Project Management Institute, explica o que é o gerenciamento de projetos, sua importância e como ele pode ser decisivo adm.to/ricardo_vargas

FOI DESTAQUE NA WEB

As 10 carreiras mais promissoras para aspirantes a empreendedores

As lições de Bill Gates para o mundo dos negócios

10 maneiras de parecer (e ser) mais inteligente

Para especialistas, algumas carreiras podem servir como uma preparação para abrir seu próprio negócio sem risco

Conheça a história de um dos precursores da revolução tecnológica e as cinco lições que ele deixa para os negócios

O jornalista Whitson Gordon reuniu dez maneiras de melhorar o desempenho do seu cérebro

adm.to/dezcarreiras

adm.to/adm_billgates

adm.to/10_inteligencia

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ENTREVISTA | LAÉRCIO COSENTINO

Como convencer seu chefe a se tornar seu sócio? Em entrevista exclusiva à revista Administradores, o presidente da Totvs, Láercio Cosentino, conta como foi passar de estagiário a CEO da companhia e conseguir transformá-la em uma referência no mercado de TI. por fábio bandeira de mello e simão mairins

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foto sandee pawan


P

assar três ou quatro anos em uma mes-

a microinformática (até então a companhia era dedicada a

ma empresa é algo quase impensável

grandes computadores). O negócio deu certo e, entre 1989 e

para boa parte dos jovens profissionais

1999, já havia se espalhado pelo Brasil. Nos anos seguintes,

de hoje, ávidos por novos desafios a todo

Laércio deu início à consolidação da empresa e iniciou o

instante. Dedicar toda a vida a uma única companhia, então,

processo de expansão no exterior. Depois de dominar o país,

é um absurdo sem tamanho, na cabeça de muita gente.

agora o objetivo é conquistar o mundo.

Entretanto, para Laércio Cosentino, presidente da Totvs - gi-

E, mesmo com toda a dedicação à Totvs, o executivo

gante brasileira de Tecnologias da Informação que acaba de

encontrou ainda tempo para se dedicar a uma causa nobre:

chegar ao Vale do Silício - nada foi tão importante, do ponto

apoiar o surgimento e desenvolvimento de novas empre-

de vista profissional, quanto nunca ter mudado de emprego.

sas. À frente da Endeavor no Brasil, ONG internacional que

Estagiário da Siga (empresa embrião que deu origem à

tem como objetivo fomentar o empreendedorismo de alto

Totvs) em 1979, mesmo ano em que entrou na faculdade,

impacto, Laércio tem se tornado uma referência para muita

galgou cargos ano a ano até conseguir convencer o próprio

gente que quer empreender. À revista Administradores, ele

chefe a se tornar seu sócio. Juntos, fundaram uma nova em-

contou um pouco de sua experiência, relembrou sua trajetó-

presa nos anos 1980, de olho em algo que naquela época era

ria e apontou o caminho das pedras para quem quer seguir

apenas uma novidade com futuro ainda um tanto obscuro:

sua trilha.

“Quando todo mundo tem as mesmas tecnologias, são as pessoas que fazem a diferença” Você entrou na Siga, no final dos anos 1970, como estagiário. Nos anos 1980, convenceu seu então chefe a se tornar seu sócio, fundando uma nova empresa, a Microsiga, que mais tarde se tornou a Totvs, da qual você é hoje o presidente. Como foi esse processo, de passar de estagiário a presidente, acompanhando o crescimento da companhia? Foi uma carreira bastante rápida, meteórica. Eu comecei a trabalhar como estagiário já quando eu entrei na faculdade. Logo em seguida, fui promovido a programador. Depois de um ano fui promovido a analista de sistemas. Daí, então, eu propus para o meu antigo patrão que ele precisava ter uma estrutura hierárquica dentro da companhia dele, ter mais gestores, ter diretores para que ela pudesse crescer. E aí ele criou os cargos e eu me tornei diretor. Depois, com o aparecimento da microinformática, eu propus que, já que a estrutura da empresa estava formada, a gente investisse naquela recém-chegada tecnologia. Sugeri que deveríamos pegar toda a experiência que nós tínhamos com computadores de grande porte e colocar nos PCs. E aí surgiu a ideia de criar a Microsiga, e com isso eu me tornei sócio do meu antigo patrão, em um esquema de 50% e 50%. E, com um acordo de cavalheiros, no fio do bigode, dissemos que se um dia a Microsiga fosse um dia muito bem sucedida, tudo aquilo da Siga e tudo aquilo que eu tinha em termos de consultoria, de outras atividades que eu tinha também, nós juntaríamos dentro da Microsiga. E aí em 1989 éramos uma só empresa.

Você sempre foi um executivo que colocou a mão na massa. Fazia de tudo, programava, atendia. Como isso ajudou no desenvolvimento da organização? Eu acho que esse é um ponto fundamental. Quando você conhece a operação da empresa que administra, você pode ter um processo de comando mais facilitado. Isso foi profissionalmente bastante interessante para mim. Saber como se programa, como se faz análise, como se faz gestão, o que está por trás de cada comando fez diferença.

Isso ajuda a passar os valores da empresa para a equipe? Antes de você passar os valores, você precisa definir quais são esses valores. E quando você fala de valores, são coisas que você traz de berço, que você traz de sua vida pessoal e de alguma maneira compartilha com a empresa, ou não. Se você não compartilha, é um sinal de que você pode estar no lugar errado. Mas o que ajuda é na disseminação desses valores, quando você conhece toda a operação.

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ENTREVISTA | LAÉRCIO COSENTINO

Uma curiosidade: é verdade que você fez um espaço gastronômico na empresa e costuma cozinhar por lá? Nós temos aqui um espaço gourmet, sim. Eu tenho pouco tempo pra estar cozinhando hoje em dia, mas é um espaço em que a gente cozinha para os nossos clientes e algumas vezes os nossos clientes cozinham para nós. É um espaço de relacionamento que hoje é comum em muitas empresas, mas nós montamos em 2001 e naquela época fomos pioneiros. Para nós, o relacionamento é fundamental. Eu costumo dizer que quando todo mundo tem as mesmas tecnologias, são as pessoas que fazem a diferença. Relacionamento é isso.

Agora falando um pouco mais do mercado, temos visto um processo de crescimento das empresas de TI brasileiras, acompanhando o dinamismo da economia do país, que já desponta entre as mais importantes do mundo. Qual o papel das empresas de TI na consolidação da economia brasileira no plano internacional? Eu acho que a consolidação das empresas de TI é importante para cada vez mais fortalecer os sistemas que vão viabilizar o desenvolvimento do mercado como um todo. Quando uma empresa quer ser competitiva, ela tem que ter TI em sua estratégia.

A Totvs passou por vários processos de fusão e aquisição. Como foram essas transições? Toda vez que você faz um processo de consolidação, você tem um passo anterior. E a gente sempre trabalhou muito aqui na Totvs. Que é deixar bem claro qual é sua missão, visão, valores, qual o DNA da companhia. Se você faz um processo de fusão, você une duas culturas e não tem bem claro qual a cultura resultante disso. Pode ser que no meio do caminho você tenha alguns problemas. Então foi isso que nós trabalhamos muito em todos os processos de consolidação. Em 2005, nós compramos a Logocenter. Só que em 2000 nós trabalhamos muito fortemente qual era nossa missão, nossa visão, nossos valores, o que fazia diferença para a empresa. Preparamos a companhia para dar esse passo e isso foi fundamental.

Para a Totvs, qual é a importância de ter chegado ao Vale do Silício? Esse é um passo importante para uma empresa de tecnologia que pretende se tornar global. Nós estamos vivendo agora a quinta fase da Totvs. A primeira foi a fundação da companhia. A segunda foi o entendimento do que seriam as software houses globais e nos prepararmos para ser uma delas. A terceira foi a definição da visão e valores. A quarta foi a de consolidar mercado. E a quinta fase começou neste ano, que é tornar a empresa uma referência global. Fazer isso não é estar presen-

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te em todos os países. Mas, sim, estar pronta para atender toda companhia internacional que quiser vir capturar o crescimento do Brasil. É fazer com que, quando uma empresa chegar ao Brasil, saber que a Totvs é a melhor parceria, que é a software house que mais entende do país, que entende de carga tributária, que sabe fazer negócios. Então a gente acredita que tem que ser conhecida lá fora para quando chegarem falarem assim: “está aqui a empresa que você precisa”. O segundo ponto é que tem várias empresas brasileiras saindo do Brasil, são clientes da Totvs e nós temos que ir junto. Outra questão é que nós precisamos desenvolver produtos mais globais, que não dependessem de tantas localizações, de coisas específicas para cada país. E, aliado a isso, nós somos uma empresa de capital aberto, onde quase 80% da companhia são formados por investidores estrangeiros. Esse é outro passo para essa consolidação no mercado global.

Como está sendo essa chegada ao Vale do Silício nesse primeiro momento e quais os planos que vocês têm para essa atuação nos EUA? Nós começamos, inicialmente, conversando com universidades de lá, Stanford e San Jose. Depois, vamos começar a desenvolver um plano de negócios e, em seguida, começar a fase de contratação de pessoas. Agora estamos trabalhando especificamente na parte de identificação de pessoas, porque a gente entende que uma parte fundamental do desenvolvimento dos nossos sistemas é identificar as pessoas para que você tenha segurança das informações. Estamos trabalhando fortemente na parte que é justamente o nosso carro-chefe, que são os sistemas de ERP, mas atrelados a CRM, redes sociais corporativas e outras coisas. Então, segurança é uma coisa muito importante. Por isso, pensamos em trabalhar, como início de operações em solo americano, essa parte de identificação. Franquear a marca Totvs foi um dos grandes acertos da companhia no sentido de expandi-la no Brasil. Essa, entretanto, não é uma experiência muito comum entre companhias desenvolvedoras e, certamente, tem exigências bem mais peculiares com relação aos demais tipos de franquias. Como esse modelo deu certo para vocês? Se a gente fosse fazer exatamente igual a todo mundo faz, seríamos apenas mais uma empresa. Para ocuparmos o Brasil em uma velocidade mais rápida, que foi de 1989 a 1999, tínhamos que criar realmente o que nós chamamos de Tratado de Tordesilhas, ocupar o Brasil antes que ocupassem em nosso nome. E aí nós criamos um modelo que até hoje é um grande diferencial. Por exemplo, a gente dá exclusividade em cada território em um esquema de mão dupla, em que a nossa franquia é exclusivamente nossa e nós fornecemos exclusivamente para a nossa franquia. Esse foi, é e ainda será um diferencial por muito tempo, mais um fruto de uma ideia em que nós aproveitamos o empreendedorismo de diferentes pessoas em regiões distintas da própria Totvs.


Esse modelo de franquia deverá ser o caminho para a internacionalização também? Sim. A gente tem franquia no Paraguai, no Chile. Hoje em dia o esquema de franquia já é uma realidade fora do país. Quais os grandes desafios de administrar uma companhia que assumiu tamanha importância? O desafio de administrar uma companhia como a Totvs hoje é o mesmo de administrar qualquer empresa que quer crescer e se perpetuar. Hoje a competitividade é cada vez mais forte, você não tem mais só concorrentes locais. Há alguns anos você tinha concorrentes em sua cidade, seu estado. Agora, com a internet, o concorrente está no outro lado do mundo. O desafio é continuar gerando oportunidades, para que tenhamos sempre o melhor time, os melhores clientes e o melhor canal de distribuição. Para manter todo um ecossistema adequado, você precisa gerar essas oportunidades.

Além de comandar a Totvs, você está à frente da Endeavor no Brasil, ONG que tem um trabalho muito bonito e importante. Qual a relevância de grandes empresas apoiarem o empreendedorismo e o nascimento de novos negócios? Eu acho que é fundamental toda empresa bem sucedida apoiar empresas novas, empreendedoras, porque a economia tem que se manter viva. Uma economia bem sucedida é uma economia que todo dia tem entrantes, pessoas fazendo acontecer, novas ideias, muita inovação. E acho que tem um número muito grande de empreendedores, que estão em grandes empresas, e também pensam como eu. Para cada grande empresa hoje continuar crescendo ela precisa de um mercado crescente. E esse mercado cresce através dessas novas ideias.

Quando passou a direção da Endeavor para você, Carlos Alberto Sicupira disse que sua missão seria fechar a Endeavor. A declaração inusitada tinha uma justificativa: você deveria expandir a atuação da ONG de modo que o empreendedorismo no Brasil se desenvolvesse a tal ponto que uma organização dedicada a fomentá-lo passasse a ser desnecessária. Hoje, levantamentos nacionais e internacionais apontam o Brasil como um dos países mais empreendedores do mundo. Entretanto, o nível de mortalidade das empresas ainda é muito alto. Quais são os grandes desafios da Endeavor no sentido de fomentar um empreendedorismo sustentável no Brasil? Quando o Beto (Carlos Alberto Sicupira) falou em a gente fechar, foi algo bem figurativo e que diz justamente isso: a Endeavor vai crescer tanto que não vai mais precisar existir. Hoje ela apoia muito as empresas de alto impacto, ao mesmo tempo em que, através do treinamento, dos eventos, da divulgação do empreendedorismo, faz com que mais pessoas consigam empreender. Esse índice de mortalidade é mesmo alto, mas com boas ações nós vamos conseguir reduzir isso. Para finalizar, como presidente da Endeavor, qual o recado que você deixa para os nossos leitores que querem empreender? Empreendedorismo é interpretar o mundo e querer mais. Essa é uma frase que eu uso muito. Então o que eu digo para quem está começando é que se informe, se posicione sobre o mundo e queira um pouco mais que os outros, que aí você vai desenvolver boas ideias. Com as ideias, coloque muita inspiração e transpiração para fazer acontecer. É fundamental, no momento em que descobrir uma oportunidade, não medir esforços para colocá-la em prática.

“O desafio de administrar uma companhia como a Totvs hoje é o mesmo de administrar qualquer empresa que quer crescer e se perpetuar” dezembro 2012/janeiro 2013

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acadêmico | FORMAÇÃO

Curso superior, superior tecnológico ou técnico?

Qual modalidade escolher? por mayara chaves

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imagem shutterstock

As opções são muitas, mas ficam as dúvidas: será que esse curso combina com o meu perfil?

C

om apenas 17 anos, Natália Pinto se interessava por línguas, Administração, viagens, meio ambiente e tinha diversas dúvidas em relação ao mercado. Ela,

então, acabou escolhendo fazer vestibular para o curso que achou mais condizente com suas aspirações: Tecnologia em Gestão de Turismo. No entanto, no decorrer da formação, se deu conta de que o turismo, em si, não era sua praia. Essa descoberta, aliada à falta de conteúdo acadêmico, a fizeram decidir cursar o bacharelado em Administração. “Gostei do curso tecnológico, mas como é muito focado para o mercado, percebo que deixou algumas lacunas em relação às áreas teóricas, à pesquisa e à extensão, o que também contribuiu para a minha decisão de fazer outro curso”, afirma. Não só Natália como tantas outras pessoas tiveram ou ainda têm dúvidas em relação ao mundo profissional e se questionam sobre, além da área, que modalidade de curso deveriam fazer. Alguns jovens, por exemplo, têm uma ideia a respeito de um tipo de formação mas, quando estão nele, percebem que a escolha não foi a certa para a sua carreira ou não estava de acordo com os seus objetivos. Aspectos como entrar rapidamente no mercado, adquirir conhecimentos mais abrangentes e se especializar no segmento em que já se atua são apenas alguns dos pontos considerados na hora de dar esse passo. E é com base nesses objetivos que se faz a opção por diferentes modalidades de curso, entre as quais estão a graduação superior, o curso técnico e a formação superior tecnológica. No entanto, ter dúvidas em relação aos objetivos profissionais nem sempre é o problema, pois, para algumas pessoas, as funções e os intuitos de 14

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dezembro 2012/janeiro 2013

cada curso ainda não estão claros. Uma situação comum é a confusão feita entre o curso tecnológico e a formação técnica. O Ministério da Educação dispõe, no seu portal na internet, a seguinte diferenciação entre as modalidades: “cursos técnicos são programas de nível médio com o propósito de capacitar o aluno, proporcionando conhecimentos teóricos e práticos nas diversas atividades do setor produtivo, e os cursos tecnológicos classificam-se como de nível superior”. Além disso, há diferenças na esfera acadêmica, já que a formação técnica é equivalente ao nível médio enquanto a graduação tecnológica consiste num curso superior de duração mais curta que um tradicional e torna o concluinte qualificado para uma pós-graduação, como aponta Denis Carmassi, coordenador de cursos superiores do Instituto Brasileiro de Tecnologia Avançada (IBTA). O especialista ainda ressalta outras diferenças, estas na esfera profissional. “Os cursos técnicos e tecnológicos possuem, dentro de uma mesma área, atribuições diferentes, sendo que, para os técnicos, cabem verbos como executar e operar enquanto para os tecnólogos atribuem-se supervisionar, planejar, gerir”, explica. Para o mercado, no entanto, ainda há desconfiança para quem se forma em curso superior tecnológico. A maioria dos processos de trainee e muitos concursos públicos restringem suas vagas para profissionais com bacharelado e licenciatura em superior ou com nível técnico. A estudante Viviane Correia sofre isso na pele. “Curso Gestão financeira e não consigo recolocação no mercado e a maioria dos estágios são


AS AS MODALIDADES

1

Curso técnico

PERFIL

Vantagens

DESVantagens

Pode ser cursado paralelamente ao Ensino Médio ou após o seu término.

Risco de precipitação na hora da escolha da área

Proporciona um acesso mais rápido ao mercado e dá uma formação técnica na área de interesse do aluno.

DESVantagens

Estudantes concluintes de Ensino Médio ou Técnico

Ainda é visto com desconfiança

Profissionais que já atuam na área de interesse e querem uma formação específica

Limitação para o aprendizado de outras áreas

3

Falta de oportunidades em concursos e em outros processos seletivos

Curso SUPERIOR

Dificuldades de conciliamento com o estudo de matérias do Ensino Médio, caso o estudante queira tentar um vestibular

Vantagens Formação superior em tempo reduzido, com duração de 2 a 3 anos

DESVantagens

Conhecimento mais amplo de outras disciplinas Opção por vários caminhos dentro da formação, devido às diversas áreas possíveis para se trabalhar

2 Voltado para jovens estudantes que querem entrar no mercado em um curto espaço de tempo.

Curso superior tecnológico

Especialização em uma área do conhecimento focada no interesse do estudante

Vantagens

PERFIL

PERFIL

Tempo mais longo para a formação

Estudantes que desejam uma formação mais abrangente

Aumento da indecisão de atuação do profissional

Pessoas com perspectivas menos imediatas de profissionalização Pessoas com formação técnica e/ou tecnológica que querem agregar outros conhecimentos

Box realizado com ajuda de Letícia Bechara, Denis Carmassi e Viviane Mourão – consultora e diretora da empresa Meta&Vida Desenvolvimento em RH

só para bacharelado”. Essa dificuldade sentida pelos tecnólogos, no entanto, vem mudando. Dados do Censo da Educação Superior indicam que de 2010 a 2011 a matrícula em cursos tecnológicos cresceu 11,4%, enquanto o aumento no curso de bacharelado ficou em 6,4%. Já a formação em licenciatura teve acréscimo de

apenas 0,1%, o que demonstra, aos poucos, que esse tipo de preconceito em relação à graduação tecnológica vem diminuindo, tanto por parte dos próprios alunos quanto por parte das empresas. Ainda assim, a escolha por um curso técnico, superior ou superior tecnológico deve partir do perfil do estudante, de suas

aspirações, objetivos e condições familiares e financeiras. “As modalidades de cursos se constituem em maneiras diferentes de adquirir conhecimento e é essa diversidade de opções que permite que mais pessoas sejam capacitadas”, explica Letícia Bechara, coordenadora do Vestibular e Relacionamento da Trevisan Escola de Negócios.

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INSIGHT DESENVOLVIMENTO

INDÍGENA

O triunfo do equilíbrio por henry mintzberg

| imagem shutterstock

Comunismo? Capitalismo? Que tal experimentarmos um terceiro modelo: o desenvolvimento indígena?

Henry Mintzberg é um dos autores mais produtivos da Administração na atualidade, com 16 livros publicados, quase todos considerados referências na área. Ele é professor na McGill University, co-fundador do International Master’s Program in Practicing Management, usado por institutos de ensino em Administração no Canadá, Inglaterra, Índia, China e Brasil. Mintzberg também é responsável pelo desenvolvimento do curso CoachingOurselves, que em solos brasileiros é gerenciado pelo Grupo A. www.impm.org www.coachingourselves.com

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N

ós somos dependentes das forças econômicas, assim como somos dependentes das forças sócio-políticas. Mas nós permitimos que as forças econômicas dominassem as outras por causa da nossa crença – errada – de que o capitalismo triunfou sobre o comunismo. Em outras palavras, os mercados provaram sua superioridade em relação aos controles dos governos. O fato é que o capitalismo nunca triunfou de verdade. Durante o comunismo no leste europeu, o poder político do estado dominou. Enquanto isso, os países ricos do ocidente combinavam mercados fortes com a influência dos governos e setores sociais vibrantes, privilegiando o setor privado e as forças econômicas em geral. O resultado foi um crescimento de uma cultura de ganância e negligência, remanescente do próprio comunismo. Então, a chave para um desenvolvimento saudável, seja em um país rico ou pobre, é o equilíbrio entre a economia, as

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necessidades sociais e as forças políticas. E isso requer o reconhecimento de um terceiro modelo, chamado de desenvolvimento indígena. Esse modelo é apresentado como uma transformação, porque assim as empresas nacionais nascem fora das iniciativas pessoais. Ele não busca substituir os outros

A chave para um desenvolvimento saudável, seja em um país rico ou pobre, é o equilíbrio entre a economia, as necessidades sociais e as forças políticas

dois – nós não precisamos de outro dogma – mas ocupar um espaço proeminente ao lado deles. Para isso, com-

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bina a aplicação de três modelos de sucesso da história. Os Estados Unidos não dependem de uma ideologia imposta ou experts estrangeiros para o seu desenvolvimento. Pelo contrário, seu desenvolvimento veio a partir de um esforço indígena de sua própria população. Mas não sozinha. O Estado manteve-se presente também, intervindo significativamente: na concessão de terras para agricultores, ferrovias e empresas de mineração; com políticas industriais e de financiamento direto do governo para indústrias incipientes; através dos gastos militares que estimulam a economia; e, claro, pelo uso de barreiras tarifárias. Também houve um investimento estrangeiro direto, por exemplo, dos ingleses nas ferrovias americanas. Da mesma forma, o desenvolvimento indígena desempenhou um papel importante no Japão e na Alemanha após a Segunda Guerra Mundial, na Coreia do Sul mais recentemente, e na Inglaterra depois. O modelo foi reforçado pela forte intervenção do estado, principalmente no Japão, o que permitiu um certa de fora para dentro. Vou expressar esse ponto crítico na seguinte questão: algum país já se desenvolveu por meio de um modelo de fora para dentro, baseado na importação de crenças, expertise e capital? Exemplos claros são difíceis de encontrar. Então por que os países desenvolvidos estão forçando os outros a adotarem um modelo que nunca funcionou para eles?


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insight | desenvolvimento indígena

Em nome do desenvolvimento A resposta para desenvolver uma economia moderna parece ser, como sempre, identificar como as economias modernas se tornaram assim – através de um acordo entre um desenvolvimento indígena, apoiado por uma intervenção responsável do Estado e reforçado pela ajuda estrangeira. Alice Amsden, professora de economia política no MIT, perguntou “o que permitiu que essas companhias, que foram bem sucedidas em países em desenvolvimento, crescessem?” Sua resposta: “... nesses países, negócios e governo trabalharam juntos para fortalecer a indústria doméstica. Empresas estrangeiras foram desencorajadas, pela burocracia deliberada, a entrar em certas indústrias, para que as companhias nacionais pudessem ter um bom começo. Bancos estatais emprestaram dinheiro a taxas subsidiadas para ajudar as firmas locais a adquirirem a tecnologia e o capital que precisassem”. Um bom joguinho é negar aos outros a base para seu próprio sucesso. Nivele o campo da partida de forma que o New York Giants possa assumir algum time colegial de Acra, em Gana. E, então, promover o sucesso futuro da própria economia, mesmo se isso tenha ser nas costas das pessoas mais pobres do mundo. Jogar esse dogma de globalização nesses países, portanto, é inconcebível. Vergonha de todos nós, que permitimos economistas e corporações perpetrarem essa mentira que só beneficia um lado, em nome do desenvolvimento. Por anos, nós usamos o comunismo como uma desculpa para o colonialismo econômico. Agora é livre comércio. Isso não dispensa o modelo de fora para dentro menos que os outros dois. Multinacionais estrangeiras podem trazer novas ideias, tecnologia e novos processos; são capazes de prover certo financiamento; e eles podem permitir a escala necessária de manufaturamento moderno. Mas isso tem de ser feito dentro das leis do país anfitrião, sem nunca focar apenas nos próprios interesses. Em outras palavras, o modelo de fora para dentro tem que ser desacreditado como apenas a resposta para o desenvol-

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vimento, não como um de seus componentes. Claro, o mesmo deve ser verdade para os outros dois modelos, a saber: de cima para baixo, a intervenção do estado; de dentro para cima, o desenvolvimento indígena, que é o elo mais fraco em tantos países pobres de hoje.

De micro a média empresa Consequentemente, esse assunto no qual nos focamos em nosso workshop em Acra, estava sendo quebrado na figura como uma “barreira de empresa”, indo de micro a média empresa. Nós começamos buscando exemplos de desenvolvimento indígena, companhias que romperam essa barreira de maneira decisiva e, então, serviram como modelos. No começo, o silêncio tomou conta da sala – ninguém conseguia pensar em nada. Então uma coisa interessante aconteceu. Quando o primeiro exemplo surgiu, muitos apareceram em seguida, e logo se tornaram uma efusão de histórias. O problema, aparentemente, não é a falta de desenvolvimento indígena, como a obscuridade: nós fomos cegados pelas estrelas multinacionais. Assim que os exemplos começaram a surgir, nós pedimos que os participantes trouxessem várias abordagens para um negócio de desenvolvimento indígena, para sugerir a maior variedade de possibilidades. A mais óbvia são as empresas familiares. Geralmente, elas são vistas como pequenas e vulneráveis em tempos de sucessão. Ainda assim, muito do desenvolvimento de Taiwan, Hong Kong e Cingapura deve-se a empresas familiares que cresceram em grande escala. Assim também foi feito em muitas corporações da Índia, e no começo da América. Outros exemplos surgiram em workshops e incluíram imigrantes coreanos na América e o Igbo da Nigéria, que ajudaram uns aos outros a fundarem empresas. O desenvolvimento de um spin-off (termo utilizado para descrever uma empresa que nasceu de outra) cria um crescimento cristalino da economia. Outra maneira é a abordagem cooperativa, onde as pessoas se unem para conjugar seus esforços econômicos.

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A marca cooperativa tem uma conotação negativa em muitos países em desenvolvimento, onde se tornou uma desculpa para a intervenção do estado. Mas aqui nós temos em mente verdadeiras cooperativas, controladas por membros cujas ações não podem ser vendidas. Outra forma parecida é a abordagem por rede de contatos, porque a cooperação vai além do conceito de propriedade formal. As pessoas se conectam aos seus negócios, tanto quanto fazem na rede WWW. Nós também discutimos a promoção de desenvolvimento indígena na construção de capacidades. Existe um papel chave para o governo aqui, ajudando a financiar, estabelecendo um quadro jurídico favorável à criação de empresas nacionais, disseminando informação e encorajando todas as redes para que o processo seja bem sucedido. Também foram fornecidos exemplos de como as organizações podem ser sociais – ONGs e outras associações podem ajudar, principalmente com a formação de networking e espalhando informação. A esperança é que mais empresas estrangeiras ajam da mesma maneira, promovendo empresas indígenas que devem se tornar parceiras. Existem bons exemplos disto, mas é necessário que surjam mais. Nós também precisamos ver mais exemplos de cooperação entre diferentes setores dos países. O suporte da comunidade é especialmente importante no desenvolvimento econômico. Por exemplo, minha colega na McGill, Paola Perez Aleman, tem mostrado como a indústria de calçados e a agroindústria, no Chile, alcançaram sucesso por meio de “relações entre as empresas; reorientação das associações de comércio; e com o estado desempenhando um papel de facilitador dos processos de aprendizagem”. A chave para isto, na opinião dela, são as associações não lucrativas no setor social, que uniram os players. De fato, outra colega, Margaret Graham, mostrou algo parecido nas relações entre o governo americano e a indústria que introduziu, de maneira bem sucedida, o alumínio na aviação durante a década de 1920.


QUIZ

(comentado)

Está na hora de começar uma pós-graduação? thinkstock

A

pergunta acima, sem dúvida, é uma das mais comuns entre os estudantes e profissionais que buscam

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alavancar suas carreiras. No entanto, antes de avaliar

se é o melhor momento para fazer uma pós-graduação, é preciso

NÃO {Some 2 PONTOS}

Responda abaixo ao quiz com perguntas sobre situações vividas por muitas pessoas nesse momento e confira a análise para cada tópico.

7 1

Diante do desemprego e da falta de perspectiva, uma pós-graduação será ideal para recolocá-lo no mercado?

SIM {Some 1 PONTO} NÃO {Some 2 PONTOS}

2

A empresa onde trabalha está apostando no futuro dos funcionários e criando um plano de carreira. Este é o momento ideal de tentar uma pós-graduação?

SIM {Some 2 PONTOS} NÃO {Some 1 PONTO}

3

A família reclama que você anda ausente, sem tempo para dedicar à vida pessoal. Mesmo assim, decide fazer uma especialização. Este é o momento?

SIM {Some 1 PONTO}

Se a empresa tem lhe oferecido boas perspectivas, esta é a hora de apostar no futuro. Verifique a possibilidade de receber um apoio financeiro para a realização desta etapa, já que ambos serão beneficiados pelos conhecimentos adquiridos.

4

Você terminou a faculdade e se sente um pouco desmotivado. Uma pós-graduação em outra área, mas que complemente a graduação, pode abrir novos horizontes?

SIM {Some 2 PONTOS}

5

SIM {Some 1 PONTO} NÃO {Some 2 PONTOS}

8

Se sua condição financeira permitir, nunca é tarde para voltar aos bancos acadêmicos. Com o mercado de trabalho mais competitivo, atualizações se tornam cada vez mais necessárias.

Com os filhos na faculdade e com uma boa reserva financeira, chegou a hora de fazer uma especialização.

SIM {Some 2 PONTOS} NÃO {Some 1 PONTO}

9

Você entrou na faculdade cedo e seguiu os passos profissionais de seu pai. Sem enxergar perspectivas, acha que a única saída é fazer uma pós-graduação.

Esta pode ser a oportunidade de mudar de área. Uma nova graduação, de acordo com os seus interesses, seria o ideal.

SIM {Some 1 PONTO} NÃO {Some 2 PONTOS} Você conseguiu uma bolsa de estudos e decidiu voltar às salas de aula. Afinal, sem pagar pelo curso, seu orçamento (mesmo apertado) permanecerá intacto.

SIM {Some 1 PONTO} NÃO {Some 2 PONTOS}

Por mais que a oportunidade seja praticamente irrecusável, avalie os demais gastos que terá com o curso. Transporte, material didático, alimentação, etc., são despesas que, a princípio, parecem irrisórias, mas que, com o tempo, podem tomar uma grande parcela do seu orçamento.

RESULTADOS

NÃO {Some 1 PONTO} Você ganha pouco e não tem conseguido planejar uma reserva de emergência. Com uma pós-graduação, no entanto, sua carreira deve decolar?

Para quem nunca trabalhou e não tem experiência, uma pósgraduação profissional irá agregar bem pouco, e apenas alimentará o conhecimento técnico.

NÃO {Some 2 PONTOS}

10 Um curso complementar, mas ao mesmo tempo diferente, pode lhe proporcionar novas opções de atuação.

Mesmo sem fazer estágio durante a faculdade, emendar uma pós-graduação profissional e postergar o primeiro emprego é o melhor a fazer?

SIM {Some 1 PONTO}

É muito importante contar com o apoio das pessoas próximas para tomar uma decisão como esta. Afinal, serão anos de dedicação, abdicando de lazer, noites de sono e certas economias.

NÃO {Some 2 PONTOS}

Este novo objetivo vai exigir horas de empenho, além daquelas dedicadas à sala de aula, seja para estudo, realização de trabalhos e preparação para as provas.

SIM {Some 1 PONTO}

ponderar com cuidado a atual necessidade de realizar um novo curso.

De nada adianta mergulhar em um curso se não estiver empregado ou, pelo menos, com a perspectiva de uma colocação no mercado. Investir no currículo é bom, mas também é fundamental o conhecimento prático.

Seu trabalho exige muito e lhe toma todo o tempo. Porém, a rotina corrida não deve ser motivo para desistir da pós, já que são poucas aulas por semana.

Esta decisão demanda planejamento, tanto de tempo como de dinheiro. Se as coisas não estão fáceis agora, é melhor não considerar mais esta despesa, pelo menos por enquanto. Estipule uma meta e planeje o retorno aos estudos de forma consciente.

Até 15 pontos

16 a 20 pontos

Esta não é a hora de começar uma pós-graduação. É melhor você se planejar mais, tanto financeiramente como na sua vida pessoal, e buscar certezas no mercado de trabalho. Sem planejamento, este será um gasto a mais, e não uma boa experiência.

Este pode ser um bom momento para fazer uma pós-graduação. Com gastos planejados e estando no momento certo na carreira, a pós pode ajudar a aprofundar o seu conhecimento e ser muito útil em sua profissão.

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Teste elaborado pelo portal Finanças Práticas, que faz parte da estratégia de responsabilidade social corporativa da Visa International – www.financaspraticas.com.br

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Epic carreira | LIÇÕES DE UM FRACASSADO

por eber freitas

Geralmente as pessoas querem se inspirar naquelas que são bem sucedidas e se tornaram cases de sucesso. No entanto, é possível aprender muito com as derrotas.

E

m novembro, o Monitor Group, consultoria fundada em 1983 pelo super estrategista do management Michael Porter, foi à bancarrota e seus ativos

foram adquiridos pela Deloitte. Porter não é respeitado apenas no mercado; sua contribuição para o estudo acadêmico da estratégia, através do modelo das Cinco Forças, fez dele o estudioso mais citado de todos os tempos em trabalhos científicos. Não é preciso mencionar que a crítica caiu matando, tanto em três décadas de teoria quanto sobre o incômodo fato de a empresa ter assessorado o regime do ditador líbio Muamar Khadafi. Ele não é o único figurão que enfrentou complicações graves nos negócios. Robert Kiyosaki, mago financeiro norte-americano (mais conhecido pelo best-seller Pai rico, pai pobre), pediu a falência da Kiyosaki’s Rich Global LLC após perder um processo milionário por direitos autorais. Donald Trump já passou por quatro falências e continua nadando em dinheiro. A Microsoft sobreviveu às versões Millenium e Vista do Windows, revezando com os bem adotados XP e 7, e Bill Gates ainda tem recursos de sobra para tocar seus projetos filantrópicos. Qual é o ponto da coisa? Existe uma cultura de que, para se chegar ao sucesso, existe uma receita pronta, sintetizada em histórias bem-sucedidas de empresários cheios da grana. Uma parte dessa receita é o repúdio ao erro – também conhecido como culto ao perfeccionismo: se um profissional ou empresário comete erros memoráveis, é certamente um caso perdido. Em outra abordagem, as falhas são 20

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usadas como trampolim para contar histórias de superação e acariciar o ego de quem ganha a vida promovendo palestras e escrevendo best-sellers com o timbre Não desista dos seus sonhos (da trilogia Não pare de sonhar). No entanto, é garantido que, quanto mais histórias de sucesso você ler por aí, menos diferença isso vai fazer na sua vida, e mais dividendos vai gerar para a turma da solução fácil. “As histórias de sucesso são utilizadas principalmente como ferramenta de marketing, a exemplo da biografia de Steve Jobs. Nem sempre essas histórias são contadas da maneira que aconteceram e sempre viram romance”, afirma Ricardo Cipullo, professor de Estratégia Empresarial e sócio da Renaissance Executive Forums no Brasil. Em outras palavras, tenta-se criar mitos, heróis, signos. Ninguém imagina um herói fracassado. Logo, os profissionais não querem ser perdedores, e vivem aventuras quixotescas na carreira, onde o fracasso e a

busca pelo sucesso não passam de cenouras imaginárias. E se eu te disser que o erro é a etapa mais importante do negócio, uma fase onde há amadurecimento e transformação do pensamento?

FailCon Como dizia o apóstolo, “quando estou fraco, aí é que sou forte”. O paradoxo é levado a sério na era das startups, onde um modelo de negócios pode ser rapidamente escalável ou absolutamente inviável – para os jovens empreendedores, o meio termo de trabalhar duro para crescer aos poucos é inaceitável. Isso ocasiona não apenas um, mas inúmeros fracassos retumbantes. E muitos deles são relatados na FailCon. A conferência anual foi criada para ser uma antagonista dos eventos de negócios convencionais. Enquanto algumas empresas trabalham seus segredos estratégicos, a FailCon – que este ano teve uma edição no Brasil – serve para demonstrar os erros cometidos pelos empreen-


l i a f

r a m m r o e f o s s s n o s a d a r a c t t a l o r u f m s o re co

dedores, evidenciar as topadas e, por fim, provocar o aprendizado. Uma abordagem ousada, mas que faz sentido em um mundo onde os negócios colaborativos estão ganhando cada vez mais terreno, minando (ou reinventando) o velho conceito de competitividade. “O segredo para quem quer ter sucesso é compartilhar, é uma das poucas coisas que quando se divide, aumenta. Você deve se cercar de pessoas que estejam dispostas a oferecer o que têm”, lembra Ricardo Cipullo.

A queda da Starbucks “Antes estávamos em uma situação maravilhosa, parecia que tudo que a empresa tocava virava ouro. Passamos a nos sentir invencíveis”, disse Howard Schultz, CEO da Starbucks, durante a HSM Expomanagement 2012. O status dos sonhos se transformou em uma crise sem precedentes na história da companhia, e nem faz muito tempo.

Em 2007, as ações da Starbucks começaram a despencar – a desvalorização chegou a mais de 40%. Com o aumento vertiginoso na quantidade de filiais (de 84 em 1990 para 10 mil em 2008), as lojas passaram a competir entre si, uma vez que muitas eram próximas. A marca deixou de ser sinônimo de exclusividade e bom gosto para ser mais associada ao fast-food. Com isso, a concorrência cresceu para cima da gigante dos cafés. “Precisávamos transformar nossa maneira de agir. Quando assumi, tive a ideia de fazer uma reunião enorme, com a participação dos 10 mil gerentes. Foi naquele encontro que realinhamos a responsabilidade e direcionamento da rede”, afirmou Schultz. Ele voltou à cadeira de CEO no início de 2008, após oito anos afastado, com a missão de fazer um milagre para salvar a marca do desastre. “Em uma crise, você tem que tomar decisões sem informações precisas ou perfeitas”. A Starbucks conseguiu se

reencontrar com o consumidor: no segundo trimestre de 2012, alcançou lucro de 16% em relação ao ano anterior. Mas para isso foi necessário um mergulho de cabeça no fracasso.

Bons franqueados nunca desertam Um administrador nem sempre tem o luxo de dispor de dados, tempo e informações necessárias para formular estratégias redondas e tomar decisões. Atualmente, a maioria delas é tomada com base na experiência e tato do profissional, para dar a agilidade necessária. Rápida porém ainda mais sujeita a erros. José Rubens, fundador da empresa de marketing digital Guia-se, enfrentou uma situação dessa natureza. Entre 2010 e 2011, a companhia passou por um processo acelerado de expansão das franquias, o que acarretou em um excesso de projetos a serem desenvolvidos. Com isso, na metade dos casos houve atrasos sédezembro 2012/janeiro 2013

rios, ocasionados por uma “decisão equivocada de centralizar os projetos na franqueadora”. E clientes não gostam de esperar. “Para contornar a crise, trocamos a liderança da equipe, aumentamos o foco e agilizamos alguns processo com terceirização. Em dois meses todos os projetos estavam em dia”, relata Rubens. Ele explica ainda que as decisões geraram uma repercussão negativa entre os franqueados; “mas a maioria entendeu que não estávamos fugindo dos problemas e nos ajudou a resolvê-los. Foi um período no qual descobrimos quem realmente eram nossos parceiros”. Não é o destino, inferno astral, histórias de sucesso ou de fracasso, nem a conjuntura do cenário econômico ou quaisquer outros fatores externos que vão determinar o erro ou acerto. “O sucesso se compõe de esforço, dedicação e conhecimento, e não de contos de fadas”, dispara Cipullo. Não chega a ser uma novidade, mas é uma conclusão que anda meio esquecida. administradores.com

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Dormir e se alimentar bem

Como manter a concentração? por mayara chaves

P

Parece óbvio, mas ter um sono de qualidade e uma boa alimentação é um desafio para quem tem um dia-a-dia acelerado. Para fazer tarefas com concentração 100%, é essencial que se esteja bem descansado e alimentado na medida certa (nem demais, nem de menos): “Quando comemos alimentos muito pesados, o corpo vai direcionar mais energia para a digestão e não para os estudos ou para atividade do trabalho”, explica Cintia Bortotto.

| imagens shutterstock

erder o fio da meada durante uma atividade, escrever uma resposta errada em um teste por pura desatenção ou até mesmo esquecer de

algum detalhe ao fazer um relatório? Que atire a primeira pedra quem nunca se desconcentrou e acabou passando por algumas das saias-justas citadas acima. Diante dessas situações, é notável que manter a con-

Organização É muito importante se programar e ter uma rotina bem definida de trabalho ou de estudo. De acordo com a psicóloga Ana Beatriz Cintra, é preciso “se organizar, reservando os últimos horários do dia para fazer a agenda do dia seguinte”. Além disso, é necessário que essa programação também seja aplicada nos períodos de descanso durante a atividade. Sobre isso, a especialista aponta que pequenos intervalos a cada 2 horas fazem com que a atividade renda muito mais.

centração, por mais essencial que seja na realização

Usar a tecnologia ao seu favor

das tarefas, nem sempre é fácil e depende de uma série de fatores, que partem tanto da própria pessoa quanto do ambiente em que é realizada a atividade. Segundo a psicóloga Ana Beatriz Cintra, “as dificuldades mais comuns de concentração podem ser causadas pelo cansaço, preocupação com resolução de outros problemas e até desinteresse pela tarefa”, afirma, ressaltando que as pessoas têm a tendência de deixar para depois atividades que não lhe são prazerosas. Além desses, outros fatores prejudiciais como “má alimentação, ruído, excesso de interrupções e um ambiente muito quente”, apontados pela consultora em RH Cintia Bortotto, também fazem parte dessa lista e são “pedras nos sapatos” de muita gente. Mas, identificados os motivos, o que fazer para escapar da distração e manter o foco nas tarefas? Ficou na dúvida? Então confira algumas atitudes simples que, se colocadas em prática, melhoram a concentração e, consequentemente, otimizam o tempo e a qualidade na realização de atividades.

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Saber fugir dos ruídos e das interrupções Para não sofrer com os incômodos dos ruídos durante uma atividade, a especialista Cintia Bortotto afirma que é válido colocar um fone de ouvido com uma música tranquila. Mas, em alguns casos, o que soluciona mesmo o problema é ter uma conversa franca com a gestão sobre as condições de trabalho. Já no caso da interrupção, a lógica do diálogo é a mesma: o importante é combinar com os colegas para evitar paradas fora de hora em uma tarefa importante. Além disso, é possível “tentar alternativas, como uma sala de reuniões onde tenha silêncio, sem telefone tocando, ou fazer um home office”, finaliza.

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Ao mesmo tempo em que é uma facilitadora, a tecnologia - quando usada sem muita consciência também pode criar obstáculos à concentração, como aponta Luciano Meira, vice-presidente da FranklinCovey Brasil: “o que o profissional não pode fazer é tornar-se muito passivo e deixar que a tecnologia atue sobre ele. É ele quem precisa criar as regras na tecnologia para melhorar a concentração”, afirma. Ele cita como exemplo disso o e-mail, um dos maiores vilões da concentração nos dias atuais, e explica como gerenciar da melhor maneira possível a ferramenta. “O uso de filtros contra o spam, arquivamento automático de mensagens não urgentes e a verificação da caixa de e-mails até três vezes por dia são algumas saídas”, explica.



carreira | ESTEREÓTIPO

A armadilha dos sexos: como as mulheres líderes devem agir? -

por ginka toegel e jean louis barsoux imagem shutterstock

Existem executivas que pensam ser necessário se comportar como homens para avançar na carreira. Mas, de acordo com pesquisas recentes, é muito melhor buscar um equilíbrio entre as expectativas amplamente aceitas de líderes e as expectativas específicas das mulheres.

A

s mulheres tendem a se sentir obrigadas a incorporar características masculinas ligadas à imagem padrão de liderança, como a assertividade, competitivi-

dade e foco sobre a tarefa, que sustentam as expectativas tradicionais do líder. O problema é que as mulheres que almejam esses comportamentos raramente são julgadas como os homens. Mesmo que sua atitude seja menos radical do que a de seus colegas masculinos,

Por exemplo, Jill Barad, ex-diretora executiva da Mattel, foi duramente criticada por alienar “as pessoas que a ajudaram a expandir a empresa”. Comentando sobre seu estilo de liderança forte, a presidente da Disney/ABC Cable Networks, Geraldine Laybourne, observou: “já conheceram Ted Turner ou Michael Eisner? Em comparação com a maioria dos diretores executivos, ela não é abrasiva. Mas talvez comparada com suas esposas, ela seja”. Muitas vezes, uma mulher que adota um estilo assertivo de comandar e controlar é suscetível a ser rotulada de “durona”. Penelope Trunk, colunista da revista Business 2.0, observa: “não há contrapartida masculina nesse termo, pois homens que apresentam tais características são promovidos”.

elas ainda podem ser vistas de forma negativa, simples-

Falta autenticidade

mente porque o limiar de comportamento “aceitável”

Há momentos em que as mulheres sentem a necessidade de atenuar suas qualidades mais expressivas, como sorrir menos ou usar um

geralmente é menor para as mulheres. 24

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tom de voz mais baixo, arriscando violar certos estereótipos femininos que dizem que elas têm de ser gentis e carinhosas. Consequentemente, podem parecer falsas. Por exemplo, Hillary Clinton foi criticada por ser “alguém que calcula quase tudo, incluindo seu sotaque e risada”, causando polêmica sobre sua autenticidade. Muitas vezes, executivas que não têm a confiança para retratar a “chefe” podem suprimir suas características mais suaves. Essa foi a luta travada por Niki Leondakis, diretora de operações da Kimpton Hotels & Restaurants, que tentou emular a abordagem obstinada de seus colegas do sexo masculino até que percebeu: “eu estava preterindo minha liderança ao tentar ser alguém que não era”. A pesquisa também revela que as mulheres tendem a esconder seus instintos competitivos, até mesmo entre si. Em um exercício onde grupos específicos de homens e mulheres receberam uma tarefa, os grupos femininos tiveram grandes ideias para salvar o mundo enquanto os grupos masculinos muitas vezes usaram sua sabedoria coletiva para resolver questões importantes relacionadas às suas carreiras. Este experimento revelou a pressão colocada sobre as mulheres a pensarem coletivamente e de forma altruísta, mesmo em um “ambiente seguro”, sem homens. Infelizmente, o problema não é apenas a percepção dos

homens, mas também as percepções das mulheres sobre elas mesmas e suas colegas, criando barreiras auto-impostas que as deixam penduradas entre dois conjuntos opostos de expectativas. Se seu comportamento confirmar o estereótipo de gênero, irá precisar de credibilidade e parecerá incompatível com a visão tradicional da liderança. No entanto, se corresponder ao exemplo tradicional, irá precisar de autenticidade. Então, levanta-se uma questão: como as mulheres podem evitar a armadilha dos sexos no trabalho e dentro de si?

Misturando os dois Pesquisas sugerem que as executivas mais bem sucedidas incorporam uma mistura de comportamentos masculinos e femininos, e a chave para administrar esta tensão é a autoconsciência – de entender a si própria e também seu estilo de liderança. Só então as mulheres poderão encontrar um equilíbrio correto. Indra Nooyi, diretora executiva da Pepsi, demonstra este equilíbrio ao ser uma chefe direta, com reputação forte e, ao mesmo tempo, trabalhar em prol dos funcionários e de ser carinhosa, tornando seu exigente estilo de liderança mais agradável. Enquanto uma mistura dos dois estilos seria ideal, certas situações claramente exigem um determinado tipo de comportamento, e é importante saber em que momento qual usar.

Por exemplo, mulheres líderes precisam adaptar seu comportamento, que vai depender se estão lidando com superiores ou subordinados. Com superiores, elas precisam mostrar que conseguem enfrentar problemas e tomar decisões difíceis; com subordinados, que os apoiam e são acessíveis. Tal dualidade pode ser difícil de conciliar com a autenticidade, e as mulheres podem passar anos buscando esse equilíbrio.

Silenciando a crítica interna Os estereótipos afetam não apenas as percepções dos outros, mas também as percepções de si mesmo. Por exemplo, há uma grande tendência de as mulheres subestimarem suas próprias capacidades de liderança, e tal comportamento limitador pode ser uma projeção de um medo de rejeição. Além disso, as mulheres frequentemente deixam de solicitar algo que merecem, pois temem que o uso da política para satisfazer suas necessidades e fazer valer seus direitos será vista como um comportamento egoísta. A armadilha dos sexos diz respeito aos homens também, que muitas vezes precisam se atentar mais às barreiras inconscientes que impõem sobre mulheres. Especificamente, precisam reparar mais em seus preconceitos contra líderes femininas e trabalhar para dispersar essas percepções. dezembro 2012/janeiro 2013

Evite estereótipos Pesquisas mostram que a informação vinda de mulheres é frequentemente recebida de uma forma mais positiva quando seu sexo não é divulgado. Portanto, os estereótipos interferem na capacidade de neutralidade, e precisam ser monitorados e abordados. Apesar de pensarmos que as diferenças entre os sexos diminuem em sociedades mais progressistas, pesquisas sugerem fortemente que o desenvolvimento social, na verdade, acentua as diferenças entre homens e mulheres. Isso significa que, se os sexos estão de fato se tornando cada vez mais diferentes entre si, então abordar e administrar tais diferenças torna-se cada vez mais importante.

Ginka Toegel é professora de Liderança e Comportamento Organizacional no IMD e diretora do Programa Strategies for Leadership, que prepara executivas seniores para obter mais sucesso em suas carreiras e assumir novas responsabilidades com maior confiança. Jean-Louis Barsoux é pesquisador contribuinte do IMD.

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INOVAÇÃO | DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A inovação pode salvar o planeta? por morten olsen

|

imagem shutterstock

Nos tempos atuais, muito se fala em sustentabilidade e na produção de novas tecnologias que podem melhorar a relação do homem com o meio ambiente. No entanto, existem alguns dilemas e fronteiras que parecem, ainda, estar longe de serem resolvidos.

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A

Conferência de Cúpula Rio + 20, realizada em julho de 2012, reiterou oficialmente que “a mudança climática é uma crise interdisciplinar e persistente” e que “o combate à

mudança climática requer ações urgentes e ambiciosas”. A Conferência das Nações Unidas sobre o fez um apelo aos chefes de Estado e de governo para que se engajem com as empresas e os setores da economia para a realização do “Futuro que Queremos”. Por sua vez, o governo dos Estados Unidos passou as últimas três décadas apostando no etanol produzido a partir do milho como a fonte inovadora de biocombustíveis do futuro. O apelo político de combustíveis baseados totalmente em plantas produzidas dentro do país é óbvio. Mas, depois de serem pagos bilhões de dólares em subvenções aos produtores norte-americanos de milho, chegou-se à conclusão de que os custos do etanol de milho ultrapassam de longe seus benefícios e as subvenções de US$ 6 bilhões por ano cessaram. Apesar de existir um amplo acordo sobre que algo precisa ser feito para enfrentar a mudança climática, e que qualquer ação que venha a ser tomada precisa incluir o setor privado, ninguém parece concordar sobre qual será o melhor curso de ação. Isso ocorre porque poucos compreendem verdadeiramente os dois princípios básicos de como e quando a inovação funciona.

1º princípio Primeiro, a maioria das inovações está primariamente dirigida a tornar um produto ou mais barato ou mais atraente para o consumidor. Você pode achar que isso é uma coisa boa, citando a lista grande e crescente de inovações verdes projetadas para melhorar nossas vidas e o mundo: automó-

veis híbridos, aviões mais leves e melhores, produção de eletricidade cada vez mais eficiente, reuniões virtuais on-line. Com todas essas inovações, o consumo de energia pelo ser humano médio está a caminho de diminuir e, com ele, as perigosas emissões.

As tendências são ainda mais dramáticas em outras partes do mundo. E não se trata apenas do transporte aéreo: a mesma coisa acontece no uso de automóveis, no consumo de eletricidade e assim por diante. O próprio fato de a inovação ter sucesso no aumento da eficiência só faz aumentar nosso consumo. E há poucos motivos para esperar que essa tendência se modifique no futuro.

2º princípio O segundo princípio de todas as inovações de sucesso é o de que as pessoas que tomam as decisões devem ter ao mesmo tempo conhecimentos especializados e interesse financeiro no desenvolvimento e no resultado. Quando

“Com todas essas inovações, o consumo de energia pelo ser humano médio está a caminho de diminuir e, com ele, as perigosas emissões. Infelizmente, se você pensa assim, está enganado” Infelizmente, se você pensa assim, está enganado. Vamos tomar o exemplo do transporte aéreo. Nas últimas décadas, ocorreram enormes progressos, não só com relação à eficiência no uso de combustíveis, mas também quanto ao conforto, velocidade e, sobretudo, preço. Tudo isso, somado, estimula um consumo maior. Assim, nos Estados Unidos, apesar de o consumo médio por passageiro-quilômetro ter caído mais de 30% entre 1975 e 2000, o total de quilômetros viajados ultrapassou de longe os ganhos, fazendo com que o consumo de combustíveis mais do que dobrasse no mesmo período.

se trata de políticos, normalmente eles não têm nenhum dos dois. A experiência do governo dos Estados Unidos com o etanol de milho é um exemplo. Como este problema pode ser resolvido? A solução é simples. Os governos podem ter as melhores intenções do mundo, mas precisam reconhecer que não têm o talento e o conhecimento necessários para serem efetivos. Assim, devem obter a ajuda do setor privado. A inovação privada pode ser uma poderosa força para o bem, mas seus incentivos precisam estar alinhados com as necessidades do planeta, de forma que

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as pessoas encarregadas das decisões sobre quais inovações buscar sejam as mesmas cujos interesses estejam em jogo. Talvez seja preciso ter taxas ou penalidades impostas sobre as emissões, por exemplo. Isso serviria para focar os cérebros na busca de eficiências que ajudem, em vez de atrapalhar, ao mesmo tempo em que fique destacado o fato de haver um custo para nosso consumo. Agir assim pode desestimular tentativas mal orientadas e incentivar inovações mais promissoras, como o dos biocombustíveis com base na cana-de-açúcar. Os esforços do Brasil nessa direção parecem estar melhor alinhados com a maneira como a inovação realmente funciona, trazendo benefícios tanto para o meio ambiente como para a economia. Apesar de ser politicamente difícil, um acordo global que siga essas linhas é a única maneira de garantir que as forças da inovação privada sejam conduzidas para direções mais frutíferas e que as aspirações articuladas nos últimos 20 anos possam, finalmente, transformar-se em realidade.

Morten Olsen é professor assistente de Economia da IESE Business School. A instituição está entre as dez melhores escolas de negócios do mundo e é pioneira em educação executiva na Europa desde sua fundação em 1958, na Espanha. Este artigo foi publicado pela primeira vez no número 14 do IESE Insight (www.ieseinsight.com/review/)

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NEGÓCIOS | CELEBRAÇÃO

O lucrativo mercado das datas comemorativas

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por simão mairins imagem shutterstock e divulgação

Mais do que a troca de presentinhos, algumas datas se transformaram em verdadeiros impulsionadores do comércio e modificaram o comportamento do consumidor.

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éspera de Natal, supermercado lotado, pessoas em alvoroço, correndo contra o tempo para encontrar o que falta para a ceia e ainda

sair a tempo de passar em alguma loja para comprar os presentes dos amigos e da família. Para os mais rigorosos com a tradição religiosa, uma cena de consumismo que deturpa o real significado da data. Para o mercado, a melhor época do ano. Julgamentos de valores à parte, o fato é que as datas comemorativas têm um papel crucial nas economias (principalmente para o comércio) e, no fim das contas, acabam até fazendo pelo menos uma boa ação: geram dezenas de milhares de empregos temporários, dos quais uma parte significativa se torna efetiva. Celebrar, definitivamente, é um bom negócio. No Brasil, as cinco datas comemorativas mais importantes são Natal, Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais e Dia das Crianças. De acordo com Roque Pellizzaro Jr., presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o Natal, sozinho, gera um faturamento equivalente a três meses normais do ano. Segundo ele, o motivo é o fato de a busca não ser somente por presentes, como nas demais épocas. “Todas as datas movimentam faixas específicas. O Natal movimenta todas. No final de ano, geralmente, as pessoas querem reformar a casa, trocam o carro, fazem compras para a ceia e, é claro, compram presentes”, explica. Nas demais, de acordo com Pellizzaro Jr., o acréscimo varia de 30% a 60%, na comparação com o mês anterior. Na hora de fechar a conta do ano, são as épocas festivas que garantem o equilíbrio. É na Páscoa, por exemplo, que o mercado do chocolate tem seu maior movimento. De acordo com Fernanda Della Rosa, assessora econômica da Fecomercio-SP, a data foi responsável por mais de 70 mil contratações temporárias, um número maior até que o da segunda

data mais tradicional ano, o Dia das Mães. Conforme ela explica, isso se dá porque a Páscoa movimenta, além do comércio, a indústria, que inicia a produção e, consequentemente, começa a contratar nos meses anteriores à comemoração. Para o Natal deste ano, a FecomercioSP calculou em novembro 155 mil contratações temporárias no Brasil, sendo 80 mil para o Sudeste, das quais 46 mil apenas para o estado de São Paulo. Segundo Della Rosa, 15% dessa mão de obra deve ser efetivada. Uma pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e a CNDL, entretanto, é ainda mais otimista. Os resultados mostram que mais de 290 mil varejistas afirmaram estar dispostos a contratar pelo menos um temporário para o final de ano.

Aumento na demanda, desafio para o atendimento Com mais gente procurando produtos e serviços, as empresas precisam ficar atentas a um quesito crucial: o atendimento. “As datas comemorativas são sempre um desafio nessa parte, porque todos os estabelecimen-

tos estão procurando atrair a atenção dos clientes, com promoções e ações especiais. A concorrência é grande e, se o cliente não ficar satisfeito, vai para a loja ao lado na mesma hora. Por isso, é preciso um treinamento adequado. É importante que o lojista se prepare e prepare sua equipe para atender bem”, afirma Della Rosa.

O desafio do e-commerce Com o aumento do poder aquisitivo da classe C, um número cada vez maior de brasileiros tem conseguido acesso à internet e adquirido o hábito de fazer compras on-line. Com isso, as empresas de e-commerce têm desafios maiores a cada dia, no que diz respeito à segurança de dados fornecidos e algo que ainda é um calo incômodo e já causou grandes transtornos em épocas de pico, como o Natal: a logística. Por isso, para aproveitar as oportunidades geradas para as datas comemorativas, as empresas precisam traçar estratégias que evitem ao máximo problemas que afastem os consumidores. Assim, todos ganham. “Primeiramente, a empresa precisará preparar sua loja para

“Celebrar, definitivamente, é um bom negócio” dezembro 2012/janeiro 2013

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NEGÓCIOS | CELEBRAÇÃO

qualquer ação de marketing, desenvolvendo um ótimo layout com todas as boas práticas de aumento de conversão, fazer uma boa elaboração da vitrine, dando ênfase aos produtos que pertencem às categorias mais vendidas, criar promoções etc. No caso das empresas de pequeno e médio porte, devem atentar-se a manter todos os produtos divulgados em estoque, para entregá-los em um prazo competitivo, passando confiança,

brigando assim com os grandes players”, explica Felipe Martins, CEO da Dotstore, empresa que desenvolve soluções de e-commerce para empresas. Felipe acrescenta ainda que, caso necessário, com antecedência, as empresas devem “investir na contratação de novos colaboradores e passar constantes treinamentos aos mesmos, planejar e talvez estudar a possibilidade de uma segunda empresa de logística para o caso de a principal

falhar, efetuar todos os testes necessários e fazer ajustes em seu sistema e/ou plataforma para que não aconteça de um cliente conseguir comprar produtos que a loja não tenha em seu estoque”.

Mercado quer fortalecer outras datas Diante do grande potencial das datas comemorativas, o mercado está sempre atento a novas oportunidades. Com o

envelhecimento da população, o mercado de produtos específicos para a terceira idade, por exemplo, começou a apostar no Dia dos Avós, comemorado em 26 de julho. “Já está havendo uma atenção maior da economia para essa parcela da população e o Dia dos Avós é uma data que já começou a ser trabalhada e deve ser fortalecida nos próximos anos”, explica Roque Pellizzaro Jr., presidente da CNDL.

Como surgiram as principais datas comemorativas Apesar do apelo comercial, as datas comemorativas mais tradicionais não são invenções do mercado (que apenas deu um jeitinho de utilizá-las a seu favor).

Natal

Dia das Mães

Em um país eminentemente cristão como o Brasil, é um feriado que dispensa explicações. Marca o dia do nascimento de Jesus Cristo. Antes de ser absorvida pela Igreja Católica com esse fim, a festa já era comemorada por culturas pagãs, com o objetivo de marcar o nascimento anual do deus Sol. Pelo caráter de confraternização que tem, criou-se o hábito de, nessa época, trocar presentes e reunir familiares e amigos para uma refeição especial. Data universal: 25 de dezembro 30

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Uma manifestação que existe desde a Grécia Antiga, como homenagem à deusa Reia, mãe de Zeus e considerada a matriarca de todos os deuses. Ganhou seu significado moderno nos Estados Unidos, como homenagem às mães que perderam filhos na Guerra Civil Americana. Algumas décadas depois, sob influência dos EUA, foi trazido para o Brasil, durante o primeiro governo de Getúlio Vargas. No final dos anos 1940, começou a ser explorado comercialmente no país. Data no Brasil: segundo domingo de maio

Dia dos Pais

Surgiu nos EUA, em homenagem a um pai que criou seis filhos sozinho. No Brasil, a origem mais plausível é comercial, através de uma ação atribuída ao publicitário carioca Sylvio Bhering, em 1953. Data no Brasil: segundo domingo de agosto

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Dia dos Namorados Na Europa e nos EUA, é comemorado no Dia de São Valentim, que, segundo a tradição, se impôs contra a proibição de casamentos determinada pelo imperador romano Cláudio II e foi executado por isso. No Brasil, a comemoração entrou para o calendário festivo, provavelmente, graças a uma ação do publicitário João Dória, nos anos 1940. Data no Brasil: 12 de junho

Dia das Crianças Foi instituída por uma lei federal no início do século passado e tinha como objetivo simplesmente homenagear os pequenos. Mas não emplacou. Nos anos 1960, entretanto, uma ação da marca de brinquedos Estrela com a “Johnson & Johnson” resgatou a iniciativa, que tem dado certo até hoje. Data no Brasil: 12 de outubro


DÚVIDAS | DRUCKER RESPONDE

carreira

FUNCIONÁRIO PROBLEMA

Desde 2005, ingressei na área alimentícia. Entrei na área pelo dinheiro, fazendo chocolates caseiros, mas acabei me apaixonando. Desde então, tenho o desejo de abrir minha empresa, mas há obstáculos que preciso desfazer e não consigo. Estou na dúvida se sigo a carreira na área administrativa (onde me dou muito bem) ou se prossigo para o meu sonho.

Temos um colaborador que passou a apresentar baixo desempenho e fazer com que outros o acompanhem em uma espécie de “operação tartaruga”. Já conversamos com ele várias vezes, chegando a cortar a cesta básica. No entanto, ele repete o comportamento. A postura da empresa em não permitir demissões pelo simples fato da desídia tem dificultado o processo de gestão. Gostaria de uma dica.

paloma picossi

joão marcelo aquino

Compreendo o problema e tenho ciência que é sempre um desafio manter um elevado nível de motivação dos funcionários, mas a situação ficou crônica, dado que o profissional influencia negativamente os seus colegas de trabalho. A medida que tomou, de negar algo que se tornou um direito do trabalhador, somente o conduz à decisão mais drástica, a demissão. No entanto, uma intervenção dos recursos humanos poderá aliviar a situação, já que as pessoas devem estar com suas necessidades básicas atendidas para que o funcionário se sinta confiante e volte a desempenhar bem o seu papel. Se preferir, poderá realizar um rodízio de função para que o mesmo possa desfrutar de novos e diferentes desafios.

O que Drucker faria? por raniere rodrigues

DRUCKER EMPREENDEDOR Tire suas dúvidas através da ótica dos pensamentos de Peter Drucker,

AÇÕES DE MARKETING

Gostaria de dicas que me ajudassem na campanha do Natal. Vou investir um pouco mais este ano em outdoor. Só que não é sempre que consigo receber um feedback sobre esse tipo de mídia. pamela burili

Pamela, analise bem seu orçamento. Toda mídia é boa desde que cause repercussão e as pessoas tenham uma conexão ao seu negócio. O impacto que você deseja criar deve conduzir as pessoas a uma atitude de mudança diante daquilo que está ao seu alcance. Sugiro, então, utilizar as redes sociais e provocar uma atitude de mudança nas pessoas por meio de um gesto feliz, chamando atenção ao consumo de teu produto. Um exemplo: todo aquele que comprar com você estará automaticamente ajudando uma criança a estudar por meio da doação de um kit de educação, que sua empresa irá oferecer em creches carentes na sua redondeza. Pense nisso!

Que tal seguir no trabalho com doces e aliar com os conhecimentos da administração que adquiriu? Afinal, empreender é a melhor forma de se desenvolver na área de administração. Você poderá expandir suas ações até montar uma equipe de trabalho e fundamentar seu negócio em princípios expansionistas, ou seja, criar uma rede em forma de franquia, por exemplo. Sugiro cursar uma pós-graduação em Gastronomia para expandir a mente, pois este curso está em alta no momento. Minha ideia sobre o assunto resume-se assim: se o negócio foi bem por acaso, quando planejado será ainda melhor.

considerado o pai da Administração moderna. Basta enviar a sua pergunta, curiosidade ou questionamento para revista@administradores.com.br

Tenho dúvidas em relação aos pensamentos de Drucker. Há algum sobre a importância do administrador para o sucesso do empreendedorismo? Outra coisa: o baixo nível de escolaridade é a causa de altos índices na taxa de mortalidade das empresas? andressa dos santos

O responsável pelas respostas é o professor Raniere Rodrigues dos Santos, diretor geral da The Drucker Society of Brazil – Recife, professor de Administração da Universidade Federal de Pernambuco, Coordenador de Extensão na Faculdade dos Guararapes e um dos principais pesquisadores de Peter Drucker no Brasil.

Peter Drucker escreveu um livro chamado no Brasil de Inovação e espírito empreendedor: prática e princípios, que foi responsável por – além de introduzir novos termos a literatura – promover a ideia do empreendedorismo como disciplina. Drucker descreve os aspectos ligados não à psicologia ou traços do caráter do empreendedor mas, simplesmente, suas atitudes e comportamentos como agente de realização de novos negócios. Na segunda questão, acredito que sim, a mortalidade de empresas, entre outras variantes, também é causada pelo despreparo dos empreendedores. É preciso investir no aprendizado e no conhecimento como forma de exercitar a mente e fortalecer o comportamento próspero.

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I N F O G R Á F I C O

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MAYARA CHAVES

THIAGO CASTOR

omo as boas ideias surgem? Do trabalho árduo, da pesquisa ou aparecem simplesmente por acaso? As situações e maneiras possíveis para que tenhamos “aquele estalo”são inúmeras e nem sempre estão sob o nosso controle. A criação de um produto, por exemplo, às vezes pode demorar anos, mas também pode acontecer quando menos se espera. E mais: em alguns casos, o produto não tem nenhuma relação com os objetivos iniciais de seus criadores. Mesmo não estando nos planos, um resultado imprevisto pode ser o que é necessário para um produto deslanchar. O post-it, forno de microondas ou o teflon são algumas invenções que surgiram assim e estão presentes no cotidiano de muita gente. Conheça as histórias destas e de outras criações inesperadas.

A MÁQUINA DE RUBE GOLDBERG Criada pelo cartunista e engenheiro norte-americano Rube Goldberg, a máquina utiliza diversos processos complicados, provocados por uma reação em cadeia, mesmo para realizar uma tarefa simples, como, por exemplo, ligar um forno de microondas. Neste infográfico, fizemos uma analogia entre os processos da máquina e as descobertas/invenções de alguns produtos. Assim, mostramos que muitas ideias podem surgir e dar certo por meio de caminhos improváveis.

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VIAGRA

Em 1994, ao realizarem testes para o tratamento de hipertensão com a substância Cidrato de Sidenafila, estudiosos da Pfizer perceberam um efeito colateral no mínimo curioso: o aumento da irrigação de sangue no órgão sexual masculino provocando sua ereção. A substância foi transformada em comprimido e em 1998 o produto se tornou o primeiro medicamento contra a impotência.

COCA-COLA

Nascido em 1886 pelas mãos do farmacêutico John Pemberton, o atual refrigerante Coca-Cola foi criado para ser um xarope contra dores de cabeça. No entanto, o inventor vendeu a empresa para Asa Griggs Candler, que proporcionou o início da história de sucesso do produto e atualmente tem presença em praticamente todos os países.

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CROCS

Criado no ano de 2002 em Boulder, Colorado, por amigos de pescaria que queriam evitar escorregões de seus barcos, o Crocs ganhou popularidade mesmo sem qualquer anúncio publicitário. Hoje, o modelo virou marca usada por pessoas em diversas ocasiões (muito além da pescaria), está presente em 40 lojas, 1000 pontos de venda e é comercializado em 125 países.

FLOCOS DE MILHO (CORN FLAKES) Destinada à alimentação de pacientes de um hospital norte-americano, uma massa de trigo para o preparo de granola feita por Will Keith Kellogg, em 1894, acabou ressecando. Tentando aproveitar o alimento de alguma maneira, Will e seu irmão, John Harvey Kellogg, colocaram-no em cilindros, o que acabou transformando o produto em flocos, que depois foram assados. A novidade se tornou um sucesso e, em 1906, Will criou a empresa The Battle Creek Toasted Corn Flake Company, atual Kellog’s.

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POST-IT

Em 1968, foi desenvolvido por Spencer Silver um adesivo de fácil remoção e recolocação, sem, no entanto, ser produzido em larga escala. Mas, em 1977, Art Fry, colega do inventor do produto na 3M, descobriu que o adesivo poderia ser utilizado como marcador ao utilizá-lo no livro do coral em que cantava. Hoje, o Post-it virou uma marca que detém mais de 1.000 produtos.

6 FORNO DE MICROONDAS A aplicabilidade das microondas para o aquecimento de alimentos foi descoberta enquanto Percy Spencer fazia uma experiência com um radar. Isso porque, durante o experimento, o inventor percebeu que o chocolate que estava em seu bolso estava derretendo. Após testar o aquecimento provocado em outros alimentos, Spencer utilizou uma caixa de metal e criou o forno de microondas, hoje presente nas cozinhas de pessoas de todo o mundo.

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TEFLON

Em 1938, esperando criar um novo tipo de clorofluorcarbonos (CFC), o químico Roy Plunkett acabou dando origem ao Politetrafluoretileno (PTFE), conhecido como Teflon. Mesmo sem o resultado esperado, o cientista começou a testar a substância, que revelou propriedades lubrificantes. Atualmente, sua presença é comum em utensílios de cozinha antiaderentes, como as panelas de sua cozinha.

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MARKETING | AÇÕES

Marketing sem custos: isso é possível? por fábio bandeira de mello imagem divulgação e shutterstock

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Não só é viável, como é muito comum. E existem ao menos quatro maneiras para as empresas fazerem isso. Inclusive, fique atento! Se você ainda não implementou algumas dessas estratégias, pode estar perdendo clientes em potencial.

P

arece o sonho de qualquer dono de

O que pode parecer um “sonho” para alguns, na verdade já é

empresa: o negócio ou produto começa a

usado por muitas empresas em seu suporte de divulgação e dis-

ser falado pelos consumidores e veículos

seminação de negócio. E não existe apenas uma forma de fazer

de comunicação sem nenhum custo com

isso. Há, ao menos, quatro diferentes estratégias que compõem

marketing ou com um investimento bem pequeno. A marca vai

um cenário favorável para aqueles que desejam ter espaço sem

ganhando um destaque de forma espontânea, o que permite o

necessariamente desembolsarem milhões. Ficou interessado?

seu reconhecimento diante o seu público.

Então, continue lendo!

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Veículos de comunicação tem algo em comum. Eles destacam informações e notícias que geralmente possuem pelo menos uma dessas três características: ineditismo, atualidade ou interesse geral. E é nessa hora que as empresas podem conseguir uma “casquinha” no espaço midiático, digamos, de forma mais natural. Pode ser através da apresentação de um produto inovador, um fato inusitado que

A tal mídia espontânea desperta curiosidade nas pessoas, uma mudança estratégica da organização que tem impacto em algum setor, e por aí vai. Inclusive, executivos ou funcionários de empresas, de tanto viverem aquele mercado, podem virar potenciais especialistas no segmento e representar seu negócio em entrevistas. Normalmente essas informações são trabalhadas pelas assessorias de imprensa que divulgam as

notícias como sugestões de matérias jornalísticas. Esse tipo de estratégia pode atrair os olhares de mais gente do que esperado, não só o público-alvo, fazendo com que a marca e o produto sejam expostos numa escala muito maior. Inclusive, com a internet e a consolidação de novos veículos de comunicação de nicho, essa aproximação de empresas com a mídia pode ser utilizada cada vez mais

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com frequência nas estratégias de negócios. “A comunicação não é um mero modismo nas folhas de investimento corporativo, ela ajuda a empresa a crescer, se desenvolver, ter contato com aqueles de quem ela precisa no mundo a fora e também no contato com o público interno”, afirma a jornalista Clarice Pereira, responsável pela agência LINK Portal da Comunicação.

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Fala que eu te escuto Uma das mais poderosas formas de chegar a novos clientes é através de novos clientes. Empresas que já entenderam isso, com certeza possuem um diferencial competitivo em relação aos concorrentes que não levam isso a sério. Essa estratégia funciona, basicamente, através de recomendações – quando alguém comenta com outra pessoa que está satisfeito ou insatisfeito com um produto ou com um serviço que adquiriu. Afinal, esse comportamento de compartilhar experiências e repartir incertezas é uma característica marcante do ser humano. O especialista norte-americano Andy Sernovitz, que atua há mais de 20 anos com consultorias em marketing boca-a-boca, relata que não existem setores específicos para a utilização dessa estratégia, pois ela funciona para qualquer empresa. “Mas apenas se essas companhias forem fantásticas e o produto valha a pena ser comentado. Se o seu produto ou serviço for ruim, pessoas ainda falarão sobre ele, mas não dirão 36

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coisas positivas. Essa é a beleza do boca a boca: os bons profissionais e produtos vencem e os ruins perdem”, destaca Andy, que também é autor do livro Marketing boca-a-boca. E não faltam exemplos no mercado de como é possível usar o cérebro e não a carteira para despertar comentários reais dos consumidores, segundo o consultor. “A Zappos, que vende sapatos on-line, possui um suporte ao cliente incrível. Eles oferecem frete grátis e permitem que você devolva o produto com até um ano de uso. E se eles não têm o sapato que o cliente está procurando, eles o redirecionam a uma concorrente que tenha. Já a Southwest Airlines é outra favorita em uma indústria que todos amam odiar. Ela possui um orçamento mais baixo, mas ganham milhares de fãs todos os dias sem gastar. Como? A companhia contrata bons profissionais, os trata com respeito e incentiva que eles tratem o cliente bem, em ações como cantar durante as instruções de segurança. Além disso, a empresa não explora os consu-

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midores com tarifas ridículas”, indica Andy Sernovitz.

O mundo virtual do boca-a-boca Dentro do segmento boca-a-boca, um espaço que virou a “galinha dos ovos de ouro” para a maioria das empresas do mundo são as redes sociais. A facilidade de estar em contato direto com o seu público-alvo e o alcance sem fronteiras a partir do compartilhamento dos próprios consumidores, nunca tinham tomado proporções tão gigantescas. A Butter Toffees, uma das principais marcas do portfólio de balas da Arcor, é um exemplo disso. A empresa chega a conquistar em média quatro mil fãs por dia no Facebook e, com pouco mais de sete meses no ar, a fanpage da marca ultrapassou mais de 750 mil curtidores. “Temos muitas participações espontâneas declarando amor à marca diariamente. Mas, pra isso, é preciso uma estratégia bem completa que envolve um plano de mídia muito bem executado, cuidado diariamente

para atingir exatamente esse público e que conversa diretamente com nosso conteúdo”, destaca Vitor Elman, diretor de arte da Cappuccino Digital, agência responsável pela rede social da Butter Toffees. Para Vitor, o mais importante nas postagens é a forma como se fala com o internauta. “São frases, enquetes e, principalmente, imagens bem trabalhadas que expressem todo esse sentimento em volta de momentos das nossas vidas que acabam tocando fundo e fazendo com que a gente se identifique, interaja e queira mostrar para os amigos. Esse é o nosso diferencial: trocar as tradicionais métricas de impressões por expressões, engajamento”, explica o diretor de arte da Cappuccino Digital. Mas fique alerta: a mídia espontânea pode ser tão boa quanto cruel. Da mesma forma que ela pode destacar produtos interessantes, ela “adora” ressaltar aqueles que sofrem problemas. E estar no lado sombrio da força, neste caso, pode ter certeza, não é tão interessante.


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assista a ação

A la Che Guevara Marketing de Guerrilha é um tema, de certa forma, frequente na revista Administradores. Virou seção fixa na editoria de Curiosidades (pág. 58) e foi a reportagem de capa na edição de Maio de 2011 (Você não viu? Então pode ler – depois que terminar essa matéria – no link adm.to/mkt_guerrilha). No entanto, se você ainda assim não está familiarizado com o tema, aí vai uma definição: “O marketing de guerrilha tem como objetivo fazer a marca ser falada. Enquanto a publicidade faz uma campanha tradicional para ser assistida, o marketing de guerrilha cria uma história inusitada para ser contada, falada e compartilhada”, destaca Wagner Martins, sócio e diretor de planejamento da Espalhe, principal agência do país nesse segmento. E na Guerrilha o que vale é a criatividade. Seja ela uma intervenção urbana – utilizando postes, faixas e calçadas –, seja através do corpo a corpo, quando atores e modelos abordam o público promovendo a interação com a marca, seja na própria internet ou, sério mesmo, seja o que a imaginação permitir. “Em 2011, a Espalhe criou o case que divulgou a volta do Halls Uva Verde, produto que tinha saído do mercado em 2010 mas, por conta de uma grande movimentação de fãs nas redes sociais, a Kraft Foods deci-

diu relançá-lo. Através de uma ação inusitada, transformamos os principais fãs e engajadores para a volta do drops em bustos produzidos com a matéria-prima do próprio Halls Uva Verde”, conta Wagner Martins (foto na pág. 36). Outro exemplo, mas usando as redes sociais, foi a ação para o Guaraná Antarctica em comemoração aos cinco milhões de fãs na fanpage da marca. O número, atingido em junho de 2012, foi comemorado com um jogo entre a Seleção de Guaraná Antarctica e a Costa Rica. O time da marca foi selecionado por Mano Menezes, ex-técnico da seleção brasileira, através de vídeos enviados por jovens de todo o Brasil. “A ação ‘Seleção Amigos do Guaraná Antarctica’ foi a primeira seleção a ser escalada pelo Facebook”, relata o sócio da Espalhe. A estratégia, porém, não é bem aceita por todos, principalmente em grandes eventos. Nas Olimpíadas, por exemplo, para garantir a exposição limpa dos patrocinadores oficiais, o governo de Pequim e, recentemente o de Londres, prepararam uma ação de guerra contra a guerrilha, criando um livro de regras sobre Marketing na Olimpíada. Na China, 100 mil policiais e voluntários ficaram responsáveis pela fiscalização de violações aos direitos dos patrocinadores.

Incentivos fiscais Poucas empresas sabem, mas o fomento à cultura, ao audiovisual e ao esporte pode contribuir significativamente para a imagem e a lembrança da sua marca. E tem um detalhe: a divulgação pode sair de graça se se forem utilizadas as leis de incentivo. A Lei Rouanet, por exemplo, possibilita que cidadão (pessoa física) e empresa (pessoa jurídica) apliquem parte do Imposto de Renda devido em ações culturais. Assim, além de ter benefícios fiscais sobre o valor do incentivo, esses apoiadores fortalecem iniciativas culturais que não se enquadram em programas do Ministério da Cultura. Desse modo, o investimento em cultura pode ser visto como

uma oportunidade para as empresas participarem do processo de incremento dos valores culturais da sociedade e, principalmente, como a possibilidade de construir uma imagem bem posicionada para o consumidor. “Sempre que uma companhia se associa a uma iniciativa bacana – seja arte ou esporte – tendemos a olhar para ela com novas lentes: ‘Puxa, que legal, a empresa XYZ bancou esta ação’. Essa frase não tem preço e é difícil de mensurar. Quando o seu cliente enxerga sua organização com essa admiração, não há orçamento publicitário que cause benefício comparável”, indica João Ribeiro, que atua na área de Comunicação Integrada Organizacional.

Está esperando o quê? Agora que você está terminando de ler esta matéria e viu algumas formas para intensificar o marketing em sua empresa sem gastar muito dinheiro, que tal colocar a mão na massa? As coisas só acontecem para quem sabe aproveitar as oportunidades, transformando-as em ferramentas de promoção participativa e interativa no mundo dos negócios, esteja on-line ou não.

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Como r Como re Como r os prob osos probl pro do Bra dodo Bras Bra CAPA | GUIA PARA POLÍTICOS

por agatha justino e fábio bandeira de mello

| fotos divulgação

Eles prometeram, distribuíram sorrisos e, sim, elegeram-se. Agora, chegou a hora de começarem a cumprir o combinado e colocarem a mão na massa para melhorar a situação dos nossos municípios. Nós da Administradores resolvemos dar uma ajudinha e fizemos um guia para prefeitos e vereadores sobre como administrar o Brasil nos próximos anos.

2013.

Sabe o que significa? Na verdade, muita coisa. Significa que passamos do fatídico dia 21 de dezembro – que, segundo o calendário Maia, seria o último dia dos seres humanos na Terra –; significa que está na hora de renovar aquele famoso planejamento que costumamos fazer para o próximo ano; pode

significar um novo emprego, um casamento, filhos ou uma mudança em sua vida; e, não menos importante, significa que é o primeiro dos próximos quatros anos de mandato dos prefeitos e vereadores que elegemos nas urnas em outubro.

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resolver esolver resolver blemas lemas oblemas asil? sil? asil? Não se empolgou muito com esse último? Vamos adivinhar: entra ano e sai ano e você fica com a sensação de que as coisas não mudam muito em seu município. Você também não aguenta mais o discurso engessado de políticos em época eleitoral: “Vamos melhorar a saúde, a educação e a segurança”? É óbvio que todos nós gostaríamos de ver isso na prática mas, infelizmente, para a maioria dos municípios brasileiros, enquanto as necessidades andam em passos largos, os avanços feitos pelos vereadores e prefeitos seguem em passadas de formiga. Existem iniciativas simples, como o incentivo fiscal de forma transparente, que poderiam desencadear, em alguns setores, uma bola de neve positiva, que permite todo um aquecimento econômico, desde a entrada de novas empresas até a geração de emprego, circulação de capital e o desenvolvimento da cidade. Há também a possibilidade de trocar experiências entre gestões. “Intercâmbios com outras cidades que são modelos ou têm uma proposta mais avançada também é algo positivo. Por que se tem que inventar a roda se em algum município deu certo?”, indaga Sebastião Melo, presidente do Conselho Federal de Administração. E, claro, como cidadãos, ficar apenas parafraseando “é tudo safado e corrupto” está muito aquém do nosso papel para acelerarmos o progresso de nossas cidades. É preciso, antes de tudo, ter o anseio de mudança. Isso começa com o voto ético nas urnas, com o fim da

cultura do assistencialismo e do interesse individual, até a participação mais ativa de cada um nos problemas da cidade. Nós da Administradores resolvemos fazer a nossa parte nesse processo. No entanto, escolhemos uma forma peculiar para isso. Elaboramos o Guia prático dos afazeres do gestor público 2013. Trata-se de um guia com sugestões e implementações sobre as áreas sempre tão comentadas e ditas pelos nossos políticos. Fomos atrás de especialistas, de exemplos, de executores que, de alguma forma, podem acrescentar novas ações nos próximos quatro anos de mandato de nossos gestores públicos. E uma conclusão que já podemos adiantar é: precisamos de mais administração no governo. Além de falarmos do tripé fundamental de qualquer discurso eleitoral dos candidatos – saúde, educação e segurança –, acrescentamos também outro fator muito relevante para a maioria das cidades brasileiras: a mobilidade urbana. E é evidente que um aspecto não pode ser esquecido. “Não importa o porte ou valor do orçamento da cidade, os gestores devem administrá-la com responsabilidade e ética”, instrui o presidente do CFA. Veja nas próximas páginas esse guia e, claro, se tiver uma oportunidade, repasse uma cópia para um dos 60 mil vereadores ou 5.564 prefeitos de nosso país. Afinal, está na hora de dar um passo mais largo na busca da melhoria do seu município.

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EDU CA çÃO

CAPA | GUIA PARA POLÍTICOS

Caro gestor público, aqui começa o nosso guia prático. Como você bem sabe, todo problema social tem na sua gênese uma educação precária. Consequentemente, nosso primeiro tópico não poderia ser outro. Prefeito, ao injetar dinheiro nas salas de aula, você contribuirá diretamente para a segurança, emprego e desenvolvimento. É a falta de investimento nas escolas que impõe barreiras na mobilidade social, visto que, enquanto os mais ricos podem oferecer aos seus filhos conhecimento de primeiro mundo, estudantes de baixa renda precisam lidar com as adversidades inerentes ao ensino público. Hoje, o problema já não se resume a colocar as crianças em frente ao quadro e evitar a evasão escolar. Não é preciso lembrar que o governo precisa oferecer qualidade no que está sendo lecionado. De acordo com um levantamento do Instituto Paulo Montenegro, 27% dos brasileiros são analfabetos funcionais. “O maior problema da educação brasileira é a gestão da aprendizagem. Grande parte dos alunos passa pela escola básica e não assimila os conhecimentos fundamentais”, afirmou a pedagoga Francisca Paris, mestra em Educação e diretora do Ético Sistema de Ensino.

Valorização do professor A professora de português e recém-eleita vereadora pelo Rio Grande do Norte Amanda

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Gurgel tornou-se celebridade na internet após expressar diante de vários deputados algumas das dificuldades dos docentes. Para Amanda, a desvalorização começa a partir do salário. “Existe uma falsa ideia de que faltam professores nas disciplinas básicas, como física e química, mas na realidade são os salários baixos e a jornada de trabalho exaustiva que afastam os recém-formados da carreira; poucos querem ensinar, a maioria sempre optará pelas oportunidades do setor privado”, indica. O canadense Ron Harris, especialista em educação pública, concorda com Amanda: “No Canadá, saúde e educação representam a maior despesa no orçamento do governo. Os professores ganham o mesmo salário que receberiam na iniciativa privada. Então, reconhecer os bons professores é o primeiro passo para se ter uma boa educação”. Além de melhorar a qualidade de vida por meio da remuneração, é preciso rever as metodologias de ensino e fazer com que o corpo docente passe por reciclagens. Os educadores precisam se adequar às tecnologias, sem esquecer a importância de fatores como a participação familiar e o foco na leitura. Harris ressalta que há 15 anos as escolas exigiam que os alunos apenas memorizassem o conteúdo para devolvê-lo na hora da prova. Porém, agora é importante que as crianças não apenas acumulem informação, mas que saibam como usá-las.

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“É preciso desenvolver a habilidade de resolver problemas, tomar decisões, criar um posicionamento e um argumento desde o ensino básico”, afirmou o especialista. Professores bem motivados. Este é o segredo da Escola Municipal Laurindo de Castro, localizada na zona rural de Teresina. Embora não tenha telefone ou internet, a escola ostenta uma das maiores médias no IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. A nota 7,7 é fruto de um trabalho em equipe, focado no incentivo à leitura e na frequência dos alunos. Um dos segredos da escola está em manter as turmas em no máximo 20 alunos, para poder oferecer mais atenção a cada um. Se alguém estiver enfrentando dificuldades, passa a ir à escola em período integral. No entanto, segundo Amanda Gurgel, para reverter essa situação de descaso é necessário que o Estado destine uma fatia maior do PIB para o setor; caso contrário, a educação continuará com problemas. “O governo tem metas para a educação que devem ser cumpridas em dez anos. Mas não há investimento o suficiente para isto. Em 2022, quando me perguntarem quais são os problemas do ensino no país, minha resposta será a mesma de hoje: escolas sem infra-estrutura, professores mal remunerados e a falta de compromisso dos políticos. A verdade é que a educação nunca foi prioridade no Brasil”, destaca a professora.

PROPOSTAS Promover a reciclagem do corpo docente e modernizar as metodologias de ensino; Limitar o número de alunos por sala de aula. Com 20 alunos o professor pode oferecer mais atenção a cada um; Merendas de qualidade feitas por nutricionistas e bibliotecas renovadas ajudam no processo educacional; Oferecer salários iniciais mais atraentes aos professores como forma de motivação e valorização; Disponibilização de cursos gratuitos nas escolas (e fora delas). Integrar algumas notas do boletim escolar aos cursos pode incentivar a maior frequência neles.


PROPOSTAS Investir em políticas de prevenção e conscientizar a população acerca do álcool e tabagismo; Era 1988 quando foi criado o Sistema Único de Saúde. Hoje, quase 25 anos depois, está na hora de aprimorá-lo. O conceito do SUS é moderno e promete assistência universal, abraçando todas as classes sociais e permitindo que recebam atendimento integral. Enquanto em um país rico como os Estados Unidos, boa parte da população sofre com a falta de um plano de saúde, qualquer brasileiro pode gozar, por direito, das atividades preventivas aos tratamentos mais complexos. Mas, se em tese o SUS é avançado, por que ainda são noticiadas mortes em filas de hospitais ou a demora absurda para se fazer procedimentos como mamografias ou hemodiálise? A resposta é simples: falta agilidade, senhores prefeitos. Boa parte da saúde pública é municipalizada, ou seja, cabe às prefeituras decidirem para onde são encaminhados os recursos provenientes da esfera federal. Esse dinheiro precisa ser bem dividido para cobrir as despesas básicas e ainda custear o cuidado de doenças graves. Para o médico Cláudio Souza, da Vigilância Epidemiológica de Ribeirão Preto, o ideal é que houvesse uma mudança na forma de se financiar exames e

tratamentos mais caros. “Para melhorar o atendimento, torná-lo mais rápido, é preciso mudar o modelo em que esses procedimentos são financiados. Esses serviços são comprados e, infelizmente, a quantidade de vagas é incompatível com a demanda”, afirma o médico. Entre as soluções apontadas para o problema está na harmonia entre os setores públicos e privados. De acordo com o Secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Giovanni Cerri, essa união já trouxe benefícios, por exemplo, quando o assunto é distribuição de medicamentos. “O governo de São Paulo fez uma parceria com a indústria farmacêutica para a produção e distribuição de medicamentos. Isso permitiu deixar o preço dos remédios mais baratos”, indicou Cerri.

alimentação inadequada são alguns dos grandes vilões da saúde pública e que oneram significativamente o governo”, indica o secretário. E uma forma disso acontecer está, além de em campanhas voltadas para a população, no incentivo ao relacionamento de confiança entre médico e paciente. Outra ideia bastante interessante à qual nossos gestores municipais devem atentar são as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), estruturas preparadas para receber casos de emergência e que podem desafogar as portas dos hospitais. A medida é paliativa, mas o projeto tem ajudado a agilizar o atendimento da rede pública nas cidades implementadas. Cláudio Souza lembra que a valorização dos profissionais de saúde também é essencial para garantir um sistema de saúde de qualidade. Ele afirma que muitos prefeitos alegam que as cidades não possuem recursos para pagar aos médicos o piso salarial ou garantir o plano de carreira. “Um médico que começa recebendo dois mil reais corre o risco de chegar ao final da carreira ganhando dois mil ainda porque não tem um plano de carreira. É preciso vontade política”, afirma o médico.

SAÚ DE Prevenção, valorização e aproximação

Apontadas como fundamentais para a saúde pública, políticas voltadas para a prevenção podem significar uma economia considerável aos cofres municipais. “Temos que preparar a população para a prevenção. Cigarro, alcoolismo, saídas de tratamento, automedicação,

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Criar Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para desafogar as portas dos hospitais e ampliar o atendimento nos Programas de Saúde da Família (PSF); Valorizar os profissionais de saúde com a instituição de planos de carreiras e jornadas menos desgastantes; Buscar parcerias entre o setor público e privado para solucionar problemas frequentes na saúde da cidade; Implantar programas para garantir a saúde bucal e o tratamento ortodôntico para a população mais carente.

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CAPA | GUIA PARA POLÍTICOS

NOT BAD

Nesse quesito, você, nosso querido gestor público municipal, já deve ter começado a indagar: “Opa, a responsabilidade da segurança é do governo estadual e federal”. Sim, você tem razão, mas isto não significa que Vossa Excelência não possa colaborar. Há muitas ações e iniciativas que podem partir de políticas públicas da cidade. Afinal, segurança é uma questão que preocupa a todos. De acordo com o Instituto Avante Brasil, de 1980 até hoje foram assassinadas quase um milhão e 200 mil pessoas no nosso país. Isto equivale a uma morte a cada nove minutos, ou a seis enquanto você está preso no trânsito de uma hora. “É como uma epidemia que torna o corpo social doente e todos nós temos uma parcela de culpa”, afirmou Muniz Sodré, sociólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autor do livro Sociedade, mídia e violência. Por muito tempo a miséria e a desigualdade social foram responsabilizadas pelos assaltos nos grandes centros. Entretanto, a violência urbana possui uma raiz mais profunda. “Nunca existiu uma relação de causa e efeito entre miséria e violência. Existem países pobres cujas ruas não são perigosas. A Índia é um exemplo. Também podemos citar Tóquio, uma capital bastante desigual, mas onde

o cidadão pode transitar sem medo”, destacou o professor. Primeiramente, é preciso tomar uma atitude comum sempre que sentimos medo: acender a luz. Uma rua, avenida ou praça bem iluminada aumentam a movimentação e inibe os assaltantes. E esta ação ainda pode envolver sistemas de radares, câmeras de videomonitoramento e atendimento telefônico integrados entre a prefeitura e as polícias Civil, Militar e Federal.

que tira os jovens das ruas e promove fontes de renda e inclusão social. Reverter esse quadro impõe que sejam tomadas medidas estruturais, que não se resumem em colocar o criminoso atrás das grades. “É um trabalho que exige sintonia entre segurança, educação e saúde, mas também uma conscientização da classe média que se diz vítima, mas às vezes age como cúmplice, quando compra um cigarro de maconha ou suborna um policial”, afirma Muniz Sodré. O professor explica que para resolver os problemas de segurança é preciso analisar as peculiaridades de cada lugar e, então, desenvolver um plano de ação especialmente para ela. Um exemplo bem sucedido foi a chegada das Unidades Pacificadoras nos morros cariocas. Lá, o governo utilizou a situação geográfica, que antes favorecia as facções criminosas, a seu favor. Também encontrou nas UPPs uma maneira de restabelecer a confiança entre a população e a polícia. Em São Paulo a solução seria outra, assim como em Salvador ou no Acre. A única medida comum a todas as regiões é o investimento no ensino. “Um estado que se descuida da educação está se descuidando da segurança”, ressalta Sodré.

SEGU RAN ÇA

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Desmistificar a banalização

Aliado aos fatores sociais, uma cultura de violência tornou as mortes no noticiário como parte do cotidiano. “Ao contrário dos países europeus, o Brasil não instituiu o tabu do sangue. Os assassinatos foram banalizados pela mídia e consequentemente pelas pessoas”, lembrou o jurista Luiz Flávio Gomes, presidente do Instituto Avante Brasil. Para combater essa inércia diante da criminalidade é preciso educar. Desenvolver projetos sócio-educativos que podem esclarecer os estudantes acerca de temas como o racismo, homofobia e machismo é uma solução. Além disso, a criação de centros de referência que forneçam cursos profissionalizantes e atividades de lazer também é um diferencial

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PROPOSTAS Melhorar a iluminação de ruas, praças, avenidas e pontos de ônibus; Promover projetos socioeducativos que podem esclarecer a população acerca de temas como o racismo, homofobia e machismo; Criar um sistema de integração entre todos os sistemas de radares, câmeras e atendimento telefônico entre a prefeitura e as polícias Civil, Militar e Federal; Criação de uma Secretaria da Mulher com atendimento jurídico, psicológico e assistencial gratuito; Construir centros de referência para jovens com ofertas de cursos profissionalizantes e atividades de lazer.


Senhores políticos, os próximos três anos serão decisivos para a melhoria do panorama da mobilidade no Brasil. Com uma infraestrutura insuficiente em vias, calçadas e no transporte público, o modelo brasileiro vive sob a constante ameaça de colapso, com muitos carros nas ruas, ônibus que não atendem a todas as necessidades e linhas de metrô insuficientes. Com dois megaeventos esportivos batendo à porta – a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016 – ações de melhorias nos transportes se tornam ainda mais urgentes. “Não conseguiremos avançar muito mais no modelo que temos hoje: incentivo ao transporte individual, à velocidade e à falta de cidadania. Isso é, de fato, um conceito fadado ao fracasso”, afirma Maria Amélia, especialista em Gestão de Trânsito e Mobilidade Urbana. E a responsabilidade para executar o que é preciso está com vocês, prefeitos e vereadores. Tanto que a Lei de Mobilidade Urbana, sancionada em janeiro de 2012, após 17 anos em debate, prevê maiores responsabilidades para as prefeituras. Mais de 1600 cidades brasileiras acima de 20 mil habitantes, agora, estão obrigadas a se comprometer com o planejamento da mobilidade urbana. Soluções? Sim, elas existem. Separamos ao menos três tendências que podem ser levadas em conta para ajudar a cumprir os objetivos da Lei Nacional de Mobilidade Urbana.

porte urbano é caro e responde atualmente, em média, por 15,2% do orçamento das famílias brasileiras, de acordo com o Ipea. O percentual perde apenas para habitação e alimentação. Unificar as tarifas pode ser uma boa solução. Para se ter uma ideia, na cidade do Porto, em Portugal, que tem pouco mais de 200 mil habitantes, a população tem à disposição um sistema integrado de ônibus, bondes elétricos e metrô por um custo relativamente baixo, mesmo o país vivendo uma de suas piores crises econômicas. Uma assinatura mensal que dá livre acesso em ônibus e metrô na zona principal do Porto pode ser adquirida hoje por 30 euros, o que equivale a 6,1% do salário mínimo do país. Isso incentiva o uso do transporte público e diminui o tráfego de veículos na cidade.

quando vamos vendo resultados importantes com ações simples e pontuais, nos motivamos a continuar o trabalho”.

Tecnologias no trânsito As melhorias no trânsito podem surgir também de parcerias com empresas e universidades que realizam projetos nessa área. Um exemplo é o Contreal, sistema de controle de tráfego de tempo real, que vem sendo desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina em parceria com a Brascontrol, desde o ano 2000. De acordo com Romeu Bosse, um dos responsáveis pelo projeto, “a ferramenta possibilita que os semáforos sejam interligados entre si e conectados a laços indutores embutidos no piso das ruas e avenidas”. Com isso, o Contreal analisa informações de todas as avenidas monitoradas e determina qual a melhor programação para cada semáforo, com o intuito de facilitar o fluxo de veículos. A ferramenta já foi implantada nas cidades de Macaé (RJ) e Mauá (SP) e possibilitou a redução do tempo de viagem nos dois municípios entre 20 e 30%, além do tempo de espera nos semáforos. Este pacotão de ideias é apenas um presente de reflexão para as inúmeras ações imprescindíveis à melhoria dos municípios. Tudo é importante e urgente. Mas o primordial mesmo é começar, seja com atitudes proativas, seja envolvendo as pessoas certas, instituições e empresas. Afinal, administrar também é construir, superando obstáculos e os transformando em ferramentas de soluções a favor da coletividade.

TRANS POR TE Tarifas integradas

O grande calo do Brasil está dentro das cidades. O trans-

Planejamento extensivo

A cidade de Curitiba é uma referência mundial por conta de seu sistema de transportes urbano. Há aproximadamente 30 anos foi criada a Rede Integrada de Trasporte (RIT), um planejamento completo de transporte urbano público que consistia em corredores para ônibus favorecendo viagens rápidas, estações de tubo localizados em pontos estratégicos para o embarque de passageiros, rotas otimizadas e estímulo a tarifas relativamente baixas. Jaime Lerner, arquiteto e ex-prefeito, um dos responsáveis pela RIT, destacou o que todo prefeito deveria saber ao assumir a posição: “planejamento de cidades toma tempo, mas nós temos que fazer. E aí,

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PROPOSTAS Tarifa única. Disponibilizar um sistema integrado de ônibus, bondes elétricos e metrô por um custo mensal e acessível; Utilizar novas tecnologias para reduzir o trânsito através de ferramentas de controle de tráfego; Otimizar as rotas para reduzir o tempo de espera dos passageiros nos pontos de ônibus; Realizar campanhas de utilização ao transporte público e de oferecer caronas aos colegas de trabalho. O objetivo é diminuir e desafogar o trânsito; Planejar a mobilidade para os próximos 10 anos. Antever problemas e criar novas vias que melhorem a circulação dos veículos.

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JORNALISMO GONZO | vendas

Cinco lições de seu vieira sobre vendas que aprendi tarde demais por simão mairins

| foto leandro vieira

Em apenas uma tarde, o repórter da Administradores aprendeu (na marra) sobre o que fazer e o que não fazer para ser dar bem como um vendedor porta a porta.

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empre fui um péssimo vendedor e um negociador tão ruim quanto. Quando era criança, e tinha de vender bilhetes de sorteios na escola, só conseguia atingir a cota com a solidariedade do pessoal de casa – nessas

horas, sempre dava graças a Deus por ter uma família grande! Nas vezes em que tentei colocar à venda objetos que não me serviam mais, sempre fui um fiasco. Ou não conseguia quem comprasse ou acabava saindo no prejuízo – nessas ocasiões, era impressionante: os compradores sempre tinham mais lábia do que o vendedor. Essas histórias de gente de sucesso que começou com uma barraquinha de doces ou de refresco com os amigos na infância eu nunca vou poder contar.

Com a falta de jeito para as vendas, acabei criando uma aversão tão grande a esse tipo de trabalho que, quando não sabia o que escolher no ano do vestibular, um dos critérios de exclusão foi justamente esse: topo (quase) qualquer coisa, desde que um dia eu não precise vender algo para sobreviver. Acabei escolhendo jornalismo, com duas certezas que mais tarde se provaram meras pegadinhas do malandro. A primeira era a de que, finalmente, tinha me livrado da matemática, que durou até o dia em que tive de fazer minha primeira matéria sobre estatísticas do IBGE. A segunda merece um parágrafo à parte. Com exceção do meu peixe, até esta edição da Administradores eu nunca tinha precisado vender nada para garantir o final feliz do mês. E, no fim das contas, continuo sem vender. Mas, graças a mais uma ideia genial (só que não) do nosso editor Fábio Bandeira de Mello, precisei tentar. O lance: atuar como vendedor porta a porta e depois contar a experiência aqui. De cara, vi que isso não daria certo. Mas, se para eu comer o pão, o diabo teria que amassá-lo, melhor que eu mesmo amassasse. Fui à luta. Os produtos: livros (de best-sellers de auto-ajuda a biografias de celebridades). O público: qualquer pessoa que me abrisse a porta. A meta: pelo menos, voltar para a redação com uma boa história para contar. Depois de três horas sob o sol, com uma pi44

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lha de livros nas mãos, entretanto, não tinha ainda nada demais. Apenas alguns “não tenho interesse” e outros “passe depois que a dona da casa não se encontra”, e nada mais. Aceitei, então, que não teria jeito e voltei para a redação. O bom senso recomendava voltar, dizer que a missão falhou e sugerir pensarmos em outra coisa. E assim o fiz. De volta, cabisbaixo, com todos os livros nas mãos, a equipe em peso me perguntou, quase em uníssono: “e aí, vendeu quantos?”. Não sei por quê, mas meu “nenhum” foi hilário. É verdade que eu não vi graça. Mas as pessoas riram (com exceção de Fábio, que perdeu mais alguns fios de cabelo pensando na edição que tinha de fechar). Eu sentei e já fui chamando a turma para discutirmos o plano B. Foi aí, então, que o big boss Leandro Vieira chegou com a solução: trocar uma ideia com uma lenda viva das vendas porta a porta. O homem que vendeu 10 máquinas de datilografia em meia horinha de conversa e comprou casa, carro e estabilidade vendendo enciclopédias nas ruas: Seu Vieira. Também conhecido na nossa redação como O pai de Leandro. Fomos até ele e, com papel e caneta na mão, ouvi 40 minutos de uma história que nos deu o toque que faltava e salvou nossa pauta simplesmente invertendo fatores que, no final das contas, não alteraram o resultado. No início, o objetivo era atuar como


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JORNALISMO GONZO | vendas

vendedor porta a porta e destacar pontos interessantes da experiência que, ao mesmo tempo, servissem de lição para quem atua ou pretende atuar no setor e mostrassem como a atividade é vista hoje pelo público. Depois da conversa – e da tentativa fracassada de identificar alguma coisa atuando como vendedor – decidi que o melhor seria contar o que não aprender comigo e compartilhar com vocês meus erros, analisando-os sob a luz das lições que aprendi tarde demais com Seu Vieira.

1. Perca a vergonha (no bom sentido) Quando conseguiu seu primeiro emprego de vendedor – na Olivetti (os mais jovens talvez tenham visto impressoras com essa marca. Para os mais velhos, entretanto, ela é sinônimo de máquina de datilografia) –, encarou um desafio que, na primeira semana, parecia impossível de cumprir: vender máquinas de escrever portáteis Lettera 22, novidades naqueles idos de 1962. Tímido, não conseguiu bater em uma porta sequer. Chegou ao sábado como a grande decepção da equipe. Antes de chegar à segunda-feira, entretanto, parou, refletiu e chegou à conclusão de que não sabia por que estava com vergonha e, se não havia motivo aparente, não havia o que temer. Começando a semana, saiu de casa cedinho e obstinado a derrubar o muro da timidez. Escolheu, então, um destino onde, certamente, encontraria vários potenciais compradores: a secretaria de educação da cidade, Porto Alegre. Na cara dura, pediu para falar com a secretária, disse que tinha um produto inovador, que ajudaria bastante no cotidiano dos profissionais que trabalhavam ali, e solicitou autorização para apresentá-lo aos funcionários. Com a permissão concedida, reuniu as pessoas, fez uma demonstração e já saiu daquele primeiro dia com dez pedidos. Dali em diante, já tinha coragem para bater na porta até do presidente dos EUA. Eu, não.

2. Prepare-se Depois que perdeu a timidez, Seu Vieira se deu conta de que tinha mesmo vocação para as vendas. Mas sempre teve em mente que formação é fundamental. Antes de começar a vender as máquinas portáteis da Olivetti, passou por um curso específico de vendas 46

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na empresa. E cotidianamente participou de processos de formação continuada, fosse em cursos de média duração, fosse em treinamentos pontuais. Não é à toa que ele descreve a companhia como “a maior escola de vendas que se podia encontrar naquela época”. Mas a capacitação formal nem sempre é suficiente (pelo menos para quem quer ir além do suficiente). Quando passou a ser vendedor de exemplares da Barsa, além dos cursos de vendas, se dedicou a estudar os verbetes da enciclopédia. Conhecê-los foi fundamental para convencer as pessoas de que aqueles eram produtos interessantes. “Livro é a coisa mais difícil de você vender. Máquinas de datilografia, calculadoras, as pessoas compravam porque precisavam. No caso dos livros, elas tinham que se convencer de que aquilo ia acrescentar algo às suas vidas. Então eu perguntava algo interessante (e difícil), por exemplo, sobre a história mundial e, quando a pessoa dizia que não sabia, eu falava que a informação estava na Barsa”, conta Seu Vieira. No meu caso, eu mal conhecia as capas dos livros que estava vendendo e sequer me dei ao pequeno trabalho de ler uma das incontáveis listas de 10 coisas que um bom vendedor precisa saber, disponíveis na internet. Achei que fosse só chegar e pronto.

3. Monte sua estratégia Com a habilidade e a preparação, tudo que falta agora é traçar um plano. Pensar em como agir faz toda a diferença. Eu saí de casa simplesmente com o objetivo de vender qualquer livro e a única estratégia foi fazer um percurso que me permitisse andar sempre pela calçada da sombra (o Nordeste, nos últimos meses do ano, na primeira metade da tarde, é, como diria o poeta, praticamente uma sucursal do inferno). Saí com todos os livros tal e qual como chegaram. Mas evitei o bronze. Objetivo cumprido. Para vender, entretanto, é preciso um pouco mais. Seu Vieira tinha seus artifícios. Para vender mais, procurava sempre vender a grupos. Embora seja um tipo de venda mais difícil, já que sempre tem um boicotador no meio, permitia vender mais em um espaço de tempo menor. Ao chegar a um grupo, apresente uma proposta especial para ele. Ao chegar a uma região que não conhece, informe-se, faça uma lista e, daí, programe visitas. Escolha clientes que, realmente, são compradores potenciais do seu produto.

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Dessas lições, cheguei perto da “proposta especial”. No fim de minha jornada, já sob o desespero de não vender nada, comecei a usar um recurso que, confesso, já me convenceu (mas não me ajudou a convencer ninguém): “ah, custa R$ 30,00, mas para você vou fazer por R$ 10”. Nem assim deu certo.

4. Vá à luta. metas são o mínimo “Eu ganhei dinheiro vendendo porta à porta porque eu trabalhava. Como o salário era muito bom, na época, a maioria dos vendedores cumpria o mínimo e se conformava. Eu, não. Lembro que quando me deram uma área para cobrir, avisaram que era uma região em que ninguém havia conseguido vender. Quando fui, o principal cliente disse que nunca tinha recebido a visita de um vendedor da empresa. Os caras diziam que haviam ido fazer a visita, mas iam namorar na praça. No primeiro dia, vendi duas máquinas. Quando bati a meta, sempre continuei vendendo. Em dezembro, fui eleito vendedor do ano (na Olivetti)”, conta Seu Vieira. Nessa parte, vou fazer minha defesa. Ir à luta, eu fui. Ninguém pode dizer que não tentei. Bati em algumas dezenas de portas e mesmo com algumas dessas batendo na minha cara, continuei firme. Tudo bem que Seu Vieira vendia até de madrugada e eu passei só cerca de três horas tentando. Mas tenho o próprio Seu Vieira a meu favor. Ele disse que livros são mesmo difíceis de vender.

5. Construa um bom relacionamento Seu Vieira disse que nunca recorreu à família em suas vendas (como eu fazia com meus bilhetes na escola), como muitos colegas faziam para atingir suas metas. Para garantir essa independência, entretanto, construir um bom relacionamento com os clientes, da forma mais duradoura possível, sempre foi fundamental. Seja sempre ético e nunca prometa o que não pode cumprir: um deslize com um cliente pode comprometer toda sua carreira. “Meus clientes eram meus amigos e assim as coisas funcionavam muito bem”, conta Seu Vieira. No meu caso, como era apenas uma experiência de um dia, sequer levei isso em conta. Mas vejamos pelo lado positivo: também não procurei ninguém da família.



ARTIGO hábito

Você já pensou em escrever artigos? por leandro vieira

Leandro Vieira é publisher da revista Administradores e foi incentivado a escrever bastante desde bem pequeno. O hábito, que virou hobby, foi um dos motivadores para escrever um livro e criar o portal Administradores com uma plataforma colaborativa, na qual é possível que todos escrevam e publiquem seus artigos de graça.

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imagem eugene ivanov

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a pressa de evoluirmos profissionalmente, estamos sempre em busca de experiências objetivas e específicas que nos ajudem a adquirir determinado conhecimento ou desenvolver certas competências e habilidades. As recomendações são sempre na mesma linha: faça um curso, leia um livro, assista a uma palestra. Pouca gente pratica uma das atividades mais enriquecedoras, prazerosas e – o melhor – com custo zero: escrever artigos. A melhor forma de começar a escrever é simplesmente começando. Não importa o local, a hora do dia, se você vai escrever no computador, em uma máquina de escrever ou em um caderno: o importante é dar o primeiro passo. Existe algo de mágico na primeira frase, que parece desencadear todo o resto do processo. Não espere a inspiração chegar para poder começar. Como diria Picasso, “a inspiração existe, mas ela deve encontrá-lo trabalhando”. É fundamental, também, incorporar o hábito de escrever aos seus afazeres. Você deve estabelecer um dia e um horário em que essa atividade será sagrada. Quando adotamos uma rotina para escrever, acabamos adotando outra rotina para ler e estudar, pois só escreve bem quem lê bastante e se atualiza. Os benefícios não param por aí. Escrever é importante para desenvolver a reflexão e o senso crítico. Não raro, começamos a escrever um artigo com uma visão e terminamos com outra totalmente diferente no fim da página. E mais: a prática ajuda a mente a tornar-se mais fértil e criativa – o que acaba abrindo espaço para o surgimento de novas ideias e até mesmo alguma inovação revolucionária. É o caminho para fora da caixa. Escrever nos deixa mais inteligentes. Muito mais inteligentes. Embora seja uma atividade diretamente ligada à inteligência linguística, escrever também é

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uma atividade que turbina outras inteligências, como a intrapessoal (é praticamente um exercício de autoconhecimento), a interpessoal (nossa capacidade de lidar com os outros), a própria inteligência lógico-matemática, já que a lógica é fiel companheira de um bom texto e, até mesmo, a espacial (afinal, escrevendo muitas vezes criamos imagens e espaços mentais). Consequentemente, a partir daí você desenvolve a sua capacidade de argumentação, aumenta o seu poder de persuasão, aprende a contar histórias, enfim, amplia drasticamente suas habilidades de se comunicar, o que é essencial na hora de negociar, liderar, falar em público... coisas corriqueiras na vida de um administrador. Tem outro ponto que pode até parecer um tanto quanto “esotérico”, mas eu passo muito por isso e com certeza você já deve ter passado também, seja escrevendo, praticando outro tipo de arte ou algum esporte. Algo zen acontece quando você escreve. A sensação é de que tudo ao seu redor entra em silêncio e você se conecta com alguma região da mente de onde as palavras simplesmente surgem. Você mergulha e desaparece nessa atividade, envolvendo-se totalmente. Esse tipo de estado mental de concentração e foco total foi amplamente estudado pelo psicólogo húngaro Mihály Csíkszentmihályi (valendo um prêmio para quem conseguir pronunciar o nome dele). Csíkszentmihályi denominou esse estado como “flow” (fluxo), uma das chaves para a felicidade no trabalho e na vida. Por fim, quem escreve também aparece. A internet é um grande palco para você exibir o seu talento. Ao publicar seus artigos em sites especializados, você se colocará em contato com incontáveis leitores, receberá feedbacks valiosos sobre o seu trabalho (possibilitando-o evoluir), e também irá ampliar significativamente a sua rede de contatos. Pronto para dar o primeiro passo?



MENTE ABERTA escolha

Ciclo negativo, ciclo positivo por seth godin

Seth Godin escreveu treze livros que foram traduzidos em mais de trinta línguas. Cada um tem sido best-seller. Ele escreve sobre a revolução pós-industrial, a forma como difundir ideias, marketing, parar de fumar, liderança e, acima de tudo, como mudar tudo.

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espiral para baixo é muito familiar. O alcoolismo leva à perda de um emprego e consequentemente, a pessoa beberá ainda mais. Um serviço ao consumidor ruim leva os clientes a escolherem outros vendedores, o que diminuirá o investimento em serviço ao consumidor e o problema persistirá. Seu chefe tem um acesso de raiva e a fonte de seu estresse é a preocupação com as próprias habilidades de liderança. O temperamento difícil mina a relação que possui com os funcionários e o torna ainda mais suscetível a ter outro ataque de mau humor. Se uma colaboradora está desmotivada por causa de um feedback negativo do chefe, ela diminuirá seus esforços e, com certeza, receberá comentários ainda piores acerca de seu trabalho. A verdade é que a maioria das coisas que dão errado acontece lentamente. E como resolver isso? Talvez a resposta não seja olhar para a solução rápida para um problema de longo-prazo. A solução é substituir um ciclo negativo por um positivo. O que acontece é que o plano comum de muita gente é viver com o ciclo que lhe causa problema (“Quando eu me estresso, eu esfrio a cabeça, então

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o que eu preciso é encontrar uma maneira de não me irritar mais”). É responsabilizar os outros pelo que há de negativo. No entanto, isso nunca funciona bem. O mais difícil, porém a alternativa mais eficaz, é prestar atenção nos ciclos negativos. Quando você encontrá-lo, saiba o que está o desencadeando para iniciar um ciclo diferente. “Esse é o meu ciclo negativo. O que me custará substituí-lo por um diferente? Quem poderá me ajudar? O que eu preciso aprender? Como eu posso mudar meus hábitos e instintos?” Isso funciona para organizações e indivíduos. O restaurante de peixe cujas vendas vão mal faz empréstimos para comprar mais peixe fresco, ao invés de fazer cortes que não levam a nada. Ou a agência de propaganda que não responde as perdas de clientes com demissões, mas com a contratação de uma equipe criativa ainda melhor. A diminuição das vendas pode levar a um investimento maior em serviço ao consumidor, não menor. A diminuição das notas deve levar o estudante a se esforçar mais, não menos. Isso é muito difícil. Mas identificar um comportamento ruim e transformá-lo em bom é a única e melhor estratégia. A alternativa, que é racionalizar e defender o ciclo como uma lei da natureza ou um hábito permanente, é trágico.


ARTIGO DO LEITOR SALA DE REUNIÃO

Os sabotadores de reuniões por denise de moura

Denise de Moura é consultora de recursos humanos, especialista em clima organizacional e autora do livro Cansei de Sofrer no Trabalho, recém-publicado pela Qualitymark Editora.

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e pensarmos bem, muitas reuniões de trabalho são extremamente desgastantes e não geram o resultado esperado. Isso acontece por diversos fatores: talvez elas não sejam realmente necessárias, o tempo para cada assunto é mal dimensionado, a pauta costuma ser extensa demais ou as pessoas não se comprometem como deveriam. São nesses momentos que entram em cena os sabotadores de reuniões que acabam contribuindo para que esses encontros se tornem ainda mais improdutivos. Conheça alguns deles: Os cochichadores São aquelas pessoas que conversam paralelamente durante toda a reunião. Não sobre o conteúdo que está sendo apresentado, mas talvez sobre o capítulo da novela, sobre um novo programa de computador ou sobre o chopp após o expediente. Esses estão sabotando a sua concentração.

Este artigo pode ser conferido no Administradores adm.to/sabotador

Queremos o seu texto publicado aqui na revista Cadastre-se em administradores.com e publique artigos em sua conta. Os textos mais interessantes serão selecionados e poderão estar na próxima edição da Administradores.

O desnorteado É aquele que foi chamado para a reunião, mas nem ele mesmo sabe o porquê. Como não conhece a maioria dos assuntos que está sendo debatido, ele dorme todo o tempo e acaba virando alvo de piadas. Esse está sendo sabotado grotescamente, pois ao invés de estar em sua mesa realizando o seu trabalho, fica preso a uma reunião que nada lhe trará de benefícios. O prolixo É aquela pessoa que não consegue chegar à conclusão alguma do que está apresentando. Fala sem nenhuma objetividade e os seus slides de Power Point parecem não ter fim. Esse está sabotando o seu tempo. O exibido É aquele que, em toda reunião, menciona com alguns predicados a mais o que está fazendo. Geralmente são atividades rotineiras, nada mais do que a sua obrigação, mas ele precisa transformálas em algo surpreendente para ser visto pelo

chefe e acaba “roubando” o tempo de um assunto importante. Esse está sabotando a sua paciência. O pessimista Sabe aquele colega que, ao ouvir uma ideia, corta logo o seu raciocínio dizendo que não dará certo? Esse está sabotando a sua criatividade. O mau condutor É aquele que convocou a equipe para uma reunião, mas, em um determinado momento, perdeu o controle de toda a situação. Não conseguiu controlar o tempo, as pessoas e os assuntos em pauta. Esse está sabotando toda a empresa, pois como diz um ditado popular, time is money. Como solucionar esses problemas? Em primeiro lugar, é preciso que as organizações desenvolvam um programa eficaz de comunicação, em que cada integrante conheça os seus papéis dentro de uma equipe. Isso já evitará muitas reuniões rotineiras desnecessárias em que as pessoas são chamadas apenas para mostrar o que estão fazendo. Em segundo, antes de enviar os convites para uma reunião, responda a três perguntas básicas: “Qual o objetivo da reunião?”; “O que será apresentado?”; “Qual o produto a ser obtido?”. Somente após ter clareza das respostas, convoque as pessoas que realmente precisam estar presentes. Em terceiro, prepare uma pauta curta com assuntos realmente importantes. Após 30 minutos em uma sala de reunião, as pessoas começam a se dispersar. Em quarto lugar, procure um excelente condutor de reunião, que consiga controlar o tempo e seja assertivo com as pessoas, evitando conversas paralelas e discursos pouco efetivos. Lembre-se: reuniões devem ser extraordinárias e servir para estudar um novo processo de trabalho, apresentar um programa para o próximo ano, comunicar algo importante ou levantar sugestões para resolver determinado problema. Fora isso, são apenas rotinas de trabalho e que não valem o tempo e a paciência das pessoas.

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ambiente interno por simão mairins

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carreira

REORGANIZAÇÃO

O que os recrutadores mais procuram nos estagiários e trainees?

Smiles será empresa independente a partir de janeiro

O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) realizou um levantamento com cerca de 2 mil recrutadores do Brasil sobre quais são as competências mais procuradas por eles em estagiários e trainees. Os resultados mais citados foram:

A companhia aérea Gol anunciou que, a partir de 1º de janeiro de 2013, seu programa de fidelidade Smiles será uma empresa independente. O objetivo é agregar mais valor ao negócio, buscando outras formas de receita. Há três anos, a TAM fez a mesma coisa com seu programa, o Multiplus. No caso da nova companhia Smiles, é possível que o capital seja aberto ainda em 2013. A Multiplus já é uma companhia com ações negociadas na bolsa.

30,82%

23,01%

5,24%

15,21%

24,97%

12,84%

adaptação e flexibilidade

análise e resolução de problemas

capacidade empreendedora

27,84%

17,02%

25,03%

15,76%

ESTAGIÁRIOS

COMUNICAÇÃO ESCRITA E ORAL

CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO

TRAINEES

ranking

As 10 empresas mais influentes do mercado brasileiro A consultoria britânica The Leadership Group (TLG) divulgou a edição 2012 da pesquisa Thought Leaders, com o ranking das empresas mais influentes do mundo. Neste ano, pela primeira vez, ela teve uma versão exclusivamente brasileira e destacou as companhias que têm maior influência no mercado nacional. As americanas dominaram a lista. 52

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1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º

google apple microsoft facebook petrobras nestlé o boticário sony visa coca-cola

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Empresas brasileiras mais influentes no país 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º

PETROBRAS O BOTICÁRIO VALE NATURA BANCO DO BRASIL CORREIOS TAM ITAÚ-UNIBANCO BRADESCO PETRÓLEO IPIRANGA


SETOR PÚBLICO

Cresceu o número de servidores empregados nas prefeituras brasileiras O número de funcionários empregados nas administrações municipais brasileiras aumentou 4,8% de 2009 a 2011. O dado foi revelado pela Pesquisa de Informações Básicas Municipais – Perfil dos Municípios, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo a qual existem hoje quase 6 milhões de pessoas empregadas por prefeituras no país. O levantamento mostrou ainda que 94,6% dos funcionários eram ligados à administração direta (5.637.624 de pessoas) e 5,4% (323.165) estavam na administração indireta (que inclui empresas e fundações vinculadas).

MERCADO

Lucrando na crise A despeito da crise que assola seu país, a companhia aérea portuguesa TAP divulgou que o terceiro trimestre de 2012 foi o melhor de toda a sua história. Em julho, agosto e setembro o resultado líquido foi de 102 bilhões de euros, um aumento de 21% face aos 84 bilhões apurados no mesmo período de 2011. Neste período a companhia transportou 3.110.344 passageiros, tendo, pela primeira vez em sua história, ultrapassado um milhão em cada um dos meses. O maior fluxo foi em agosto (1.071.255), o melhor mês de todos os tempos da empresa. Para o presidente da companhia, Fernando Pinto, o desempenho “confirma a capacidade de adaptação e eficiência que hoje caracterizam a empresa”.

64% das compras realizadas no Brasil são feitas por mulheres sozinhas Um estudo realizado pela consultoria Kantar Worldpanel traçou um panorama dos consumidores brasileiros. Um dos destaques mais importantes identificados foi que a visita aos pontos de venda ainda é um programa que as pessoas preferem fazer desacompanhadas: 64% são feitas por mulheres sozinhas. Enquanto isso, homens sozinhos são 23% do total de idas ao comércio. Entre as mulheres que visitam sozinhas o ponto de venda, o estudo aponta que esse grupo faz parte, prioritariamente, das classes D e E e se localiza nas regiões Norte, Nordeste e no estado do Rio de Janeiro.

EMPREENDEDORISMO

Empreendendo com o próprio bolso Uma pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) aponta que 77% dos empreendedores brasileiros em varejo de pequeno e médio porte afirmam ter utilizado capital próprio para abrir seus negócios. Apenas 7% disseram ter procurado linhas de crédito bancário. Ainda segundo o levantamento, o homem representa 69% do segmento, e a mulher, 31%. Do total, 67% afirmaram ter tido experiência anterior em varejo ou herdaram negócios da família. A pesquisa revela ainda que 46% dos empreendedores têm apenas ensino médio completo. Na outra ponta, 43% têm curso superior.

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ADMINISTRADOR NA HISTÓRIA | amador aguiar

Amador Aguiar

A gloriosa e trágica vida do ex-presidente do Bradesco por eber freitas

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foto divulgação

LINHA DO TEMPO Começa a trabalhar como contínuo no Banco Noroeste, em Birigüi (SP)

Assume a presidência do Bradesco

1925

1904

Do banco da praça até a presidência da maior instituição financeira privada da América Latina, Aguiar construiu um patrimônio de R$ 800 milhões

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No dia 11 de fevereiro, em Ribeirão Preto (SP), nasce Amador Aguiar

mador Aguiar é um mito do empresário brasileiro, aquilo que se espera do próprio país no cenário internacional: um humilde

trabalhador braçal com pouco estudo que emerge das massas e, através do trabalho estoico e disciplinado, conquista o seu império e fortuna. Sem trambiques nem malandragens, fez de uma pequena agência bancária de Marília (SP) a maior instituição financeira privada da América Latina, o Bradesco, que atualmente conta com um total de ativos superior a US$ 369 bilhões e 85 mil funcionários Aguiar teve uma educação escolar precária. Aos 13 anos abandonou os estudos para ajudar o pai, João Antônio Aguiar, na lavoura de café de uma fazenda em Sertãozinho (SP). Três anos depois, fugiu para o município de Bebedouro (SP), atitude atribuída ao comportamento violento de seu pai. Chegou a dormir em um banco de praça e passou fome até conseguir trabalho em uma tipografia na cidade. No novo emprego, teve o dedo indicador da mão direita amputado em uma máquina impressora. Seu primeiro contato com o mundo das instituições bancárias foi como contínuo no Banco Noroeste. Em dois anos, já ocupava o cargo de gerente: segundo o próprio Aguiar, a asma o impedia de dormir tranquilamente à noite, e, durante o tempo em que ficava acordado, estudava tudo o que podia sobre operações bancárias. Sua história no Bradesco começou quando foi contratado como diretor-gerente, em 1943, da Casa Bancária Almeida e recebeu 10% 54

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1963

1943

É contratado pelo recém-fundado Banco Brasileiro de Descontos

das ações, que não tinham grande valor na época. Só em 1963 ele viria a se tornar o presidente do banco. Ele ocupou o cargo até 1984, passou dois anos afastado e reassumiu até 1990, pouco antes da sua morte. Durante o caso da era agrária e o amanhecer dos pequenos negócios no Brasil, o Bradesco se destacou por atender aos empresários urbanos, enquanto os bancos maiores ofereciam linhas de crédito aos grandes fazendeiros. Com o advento da informática, o Bradesco foi o primeiro banco da América Latina a adquirir um computador para agilizar o processamento diário dos dados e possibilitar o acesso a extratos diários dos clientes – operação inédita até então para um banco. Também foi o primeiro a adotar cartões de crédito, em 1968. A Fundação Bradesco, instituição que presta ensino para jovens de baixa renda, foi uma das maiores sacadas do empresário. Aguiar entendia a necessidade de formar jovens capacitados para atuarem dentro das agên-

Após meses de tratamento contra a asma, morre aos 86 anos

1991

1990

Se afasta das atividades e recebe o título de “Presidente Emérito da Organização Bradesco”

cias e construírem uma carreira no Bradesco. A primeira escola foi aberta em 1962; hoje são 40 escolas em todo o Brasil e mais de 112 mil alunos matriculados. Após a morte do banqueiro, em janeiro de 1991, começaram as brigas judiciais no seio familiar, que se estendem até hoje. Da fortuna original de R$ 860 milhões, só sobraram R$ 150 milhões que as três filhas, a viúva e os 11 netos disputam. No começo dos anos 2000, os netos do banqueiro venceram uma das pelejas. Mas, em 2010, a Justiça decidiu que o testamento feito por Aguiar um mês antes de sua morte, destinando toda a herança para a sua última esposa Cleide Campaner, quarenta anos mais jovem, era legítimo. Os demais herdeiros alegavam que o banqueiro não estava em perfeita sanidade mental quando assinou os papéis. Durante o processo, a imagem de Amador Aguiar como o mais bem sucedido self-made man do Brasil foi reduzida à de um idoso louco, incapaz de discernir suas próprias ações.


Administrador

do futuro por agatha justino

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foto acervo pessoal

Júlio Moschetto Com apenas 20 anos, o estudante do 3º ano de Administração da Universidade Mackenzie Alphaville, Júlio Moschetto, se apresenta como um administrador cuja visão de mercado é dinâmica. Logo no primeiro semestre de faculdade, Júlio buscou entrar na equipe da Empresa Júnior, o que lhe permitiu ganhar experiência em diversas áreas do curso. Não demorou para ganhar a presidência da empresa e impressionar colegas e professores com a sua capacidade de gestão. “Antes de mais nada, o Júlio sabe ouvir e tem um poder de análise formidável. Além de bom observador, consegue amarrar as pontas em busca de soluções, integrando as variáveis do problema”, ratifica o professor José Carlos Thomaz.

mundo jovem Conheça ações de empresas juniores que estão fazendo a diferença no Brasil

Colaboração com as startups O CITi (Centro Integrado de Tecnologia da Informação) é a empresa júnior da Universidade Federal de Pernambuco. Por meio do programa CITi Partner de educação empreendedora, 45 alunos da UFPE formando oito startups aprenderam como lançar seus projetos no mercado. Em seguida, através da plataforma Impulso, investidores foram convidados para conhecer o projeto e oferecer financiamento. O objetivo é ter, até 2015, uma rede Partner em todo o Brasil. Para mais informações acesse o site: www.citi.org.br/partner

Júlio, como você pode descrever sua atuação na Empresa Júnior? Entrei na Empresa Júnior logo no primeiro período da faculdade. O grupo é responsável por oferecer consultoria a empresas de diversos segmentos e no começo eu atuei na parte de recursos humanos e análise. Em seguida, venci as eleições para presidente e ganhei a oportunidade de desenvolver minha visão estratégica e trocar conhecimento com outras empresas juniores do país. Além de oferecer consultoria, nós buscamos trabalhar o lado social com um projeto do qual me orgulho bastante que é o Cinemack, no qual recebíamos 150 crianças carentes para participar de programas que combinavam recreação e aprendizado. Como sua participação nela te ajudou a entrar no mercado de trabalho? Acredito que participar de uma Empresa

Júnior é importante não apenas pelo destaque que gera no currículo, mas também pelo aprendizado. Quando deixei a presidência, as empresas já me procuravam e eu tive a oportunidade de escolher estagiar no grupo BRMalls, onde estou há 1 ano e 5 meses, passando desde a área financeira e comercial até a parte de Marketing e estratégia, onde estou agora. Você se considera um administrador do futuro? Sim. Eu acredito que o administrador do futuro é aquele que busca vivenciar as diversas áreas do conhecimento e ter também uma visão estratégica. Não se focar em apenas um setor da administração, mas em várias. Estou buscando fazer isso em minha carreira e a experiência aprendida desse processo vem sendo bastante gratificante e enriquecedor.

projeto sabão A Mult Jr é uma empresa júnior da Universidade Federal de Minas Gerais. Em 2008, a Mult Jr desenvolveu o Projeto Sabão, que consiste na confecção de sabão a partir do óleo de cozinha usado, um agente poluidor. Além da preocupação ambiental, a empresa agregou o lado social, levando oficinas a comunidades carentes para conscientizá-las sobre a importância da destinação adequada do óleo de cozinha e ensinar a população a fazer o produto. Para saber mais acesse o site: www.multjr.com.br

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FORA dO QUADRADO Chegamos à edição de dezembro/janeiro e, nesse período, ou você está pensando nas férias ou já está vivenciando ela. Por isso, separamos alguns produtos bem “fora do quadrado” que você pode aproveitar nesse momento. por eber freitas e fábio bandeira de mello

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fotos divulgação

Armadura 5 contra a neve 1 1 Copo bacana Muitas crianças (e adultos) vão adorar esse produto. Afinal, lavar colher ou o próprio liquidificador na hora de misturar o achocolatado com leite ficarão no passado. Com este prático e surpreendente copo misturador ficou tudo mais fácil. É só colocar tudo dentro do copo, apertar o botão e voilà.

Impressora 2 portátil para iPhone Que tal revelar as fotos das divertidas férias ainda durante as férias? Essa impressora portátil para iPhone imprime imagens em 300 dpi no formato 4x6 polegadas. O cartucho de tinta térmica revela até 12 fotografias. Mas, atenção: o iPhone 5 tem um padrão de conectores distinto dos demais, então pode não funcionar com o Photo Cube. O gadget custa US$ 100 no Thinkgeek.

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3 Relógio-anel estiloso Quem gosta de tendência, de estilo e de nunca chegar atrasado vai gostar do Ring Clock. Esse acessório pode ser utilizado de diferentes formas: como um relógio, como um anel ou até como os dois ao mesmo tempo. Feito de aço inoxidável, ele tem três anéis que giram separadamente, exibindo a hora, minutos e segundos.

Impressora 4 3D de rosto de pessoas Imagina uma festa em que todas as pessoas teriam o mesmo rosto. Estranho e assustador? Com certeza, mas agora é possível. Planmeca ProMax 3D ProFace CA, é a máquina que promete fazer essa loucura. O equipamento tira um scanner em 3D completo do rosto com todas as perfeições e imperfeições de cada um. Ah, a escolha do papel faz toda a diferença.

Quem pretende passar as férias no frio e disputar guerras de bola de neve, essa jaqueta pode ser uma excelente armadura. Integrada ao capuz e com um óculos para neve, a Matt Nylon Hooded Down Jacket também pode ser bem útil para quem pratica snowboarding ou esqui – a despeito do tosco pompom na cabeça. Como tem entradas de ar, não sufoca; mas se você tem o estômago sensível, é bom usar com cuidado para não ter uma experiência traumática. No luisaviaroma.com custa 300 euros.

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Bicicleta 6 pela metade Você sabia que muita gente desiste de comprar uma bicicleta por conta do espaço? Para acabar com esse dilema, a Durban fez uma linha com diversos modelos dobráveis de bicicleta. Quando guardado, o produto chega a ficar menos da metade do tamanho original dele. Em tempos onde os gadgets e os equipamentos eletrônicos dominam a preferência, uma opção dessas não é nada mal para aproveitar as férias.


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12 Lavadora sustentável

7 7 Sofá treino Se você gosta de luta, certamente, ter um sofá desse tipo em casa não seria nada mal. O sofá tem duas finalidades complementares: descansar e se esforçar. Ele possui um apoio que, quando levantado, transforma-se em um saco de pancada digno de uso dos lutadores de boxe e de MMA. Acabou o treino? Fácil. Desce o apoio e é só sentar para relaxar.

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O fim do 8 excesso de bagagem Se você é daqueles que viaja de avião e geralmente ultrapassa o limite da bagagem, uma roupa diferente pode mudar essa questão. Trata-se do Jaktogo, criada pelo engenheiro irlandês John Power. Esse é uma espécie de casaco que permite a pessoa carregar até 33 kg de bagagem no corpo. O look passa longe de ficar bonito, mas nessas horas quem se importa mesmo? Veja o vídeo em adm.to/fim_bagagem

Abridor de 9 portais Portal é um game multiplataforma no estilo first person, onde o personagem, ao invés de atirar contra monstros, atira para criar portais e escapar de labirintos – é um jogo de raciocínio lógico nerd com um toque de aventura. O Think Geek resolveu trazer essa brincadeira para a realidade, com a Aperture Science Handheld Portal Device (ASHPD), ou simplesmente Portal Gun, que emite as luzes amarela e azul dos portais. Custa US$ 60.

Caneta, 10 telescópio e chaveiro Um dos acessórios mais fáceis de perder é a caneta, talvez por ser tão trivial e onipresente. Mas, quando ela não está ao alcance nos momentos em que mais precisamos, tudo se torna mais complicado. Essa caneta, porém, não se perde tão fácil se estiver junto com as chaves do carro e da casa. Por isso a Telepen pode ser útil durante as férias: compacta, ela pode se desdobrar como um telescópio para até 4,5 polegadas. Além disso, vem com três refis de tinta. Custa apenas US$ 8 em adm.to/ caneta_legal

A extinção 11 em uma caneca O desaparecimento dos dinossauros ainda é tema de controvérsias entre os paleontólogos. Mas esta caneca é favorável à teoria de que tudo é culpa do aquecimento global. A estampa é feita de uma tinta sensível ao calor que, à medida em que uma bebida quente enche o recipiente, vai deixando os dinossauros descarnados. Na Amazon, a caneca custa em média US$ 10. adm.to/ caneca_dino

No verão não tem jeito, geralmente utilizamos mais roupas. E quanto mais roupa, mas lavagem. A Electrolux, sabendo disso, aproveitou para embarcar na tendência de sustentabilidade e lançou a Ecologic 12kg. Seu principal benefício é a economia de até 45% da água comparada aos modelos da mesma categoria. O produto conta com uma tecnologia chamada “Eco Reservatório”, que permite a reutilização da água do enxágue para uma nova lavagem. Preço: R$ 1.799,00

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ENTRETENIMENTO | curiosidades, humor e sustentabilidade

MKT de guerrilha

Bactéria que produz ouro é descoberta

Cientistas conseguem ver através das paredes

Ter ouro em casa pode ser mais comum do que se imagina. Isso porque cientistas da Universidade de Michigan descobriram uma bactéria capaz de produzir ouro 24 quilates. Isso mesmo, ouro. A bactéria teve 99,9% de eficácia ao processar cloreto de ouro e gás natural em ouro puro. No entanto, quem esperava ficar rico com a bactéria terá que abandonar a ideia. Apesar do cloreto de ouro ser mais barato do que o ouro, os custos do processo de produção não resultariam em uma margem de lucro tão alta. 58

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balança e o peso é apresentado no quadro para que todos vejam. Já a Nivea colocou um refrigerador de ar escondido em um pacote enorme de pó Nycil, para imitar o efeito de frescor do produto sobre a pele.

Em breve, ter uma visão de raio-x não será mais exclusividade do Super-Homem. Cientistas israelenses do Weizmann Institute of Science descobriram que é possível utilizar a luz natural espalhada, que impossibilita a visão através das superfícies, para gerar imagens em um computador. A tecnologia permitirá a criação de câmeras capazes de mostrar estrelas entre as nuvens, o crescimento de uma ave dentro de um ovo e imagens além de curvas e cantos.

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Parece que muitas empresas gostam de utilizar as paradas de ônibus em estratégias de ações de marketing de guerrilha. Claro, muitas pessoas passam em frente ou param nesses pontos, o que se torna uma ótima possibilidade para visualizar um produto ou uma mensagem. O Guaraná Antarctica resolveu colocar balizas de futebol para promover a Copa do Mundo e seu refrigerante. No anúncio do Fitness First, o banco funciona como uma

Evidência indica que máquina pode aprender Cientistas do Google afirmam ter encontrado evidências de que máquinas são capazes de aprender. A “inteligência” foi testada por meio da tarefa da busca de vídeos e imagens de gatos na internet. Nele, os equipamentos dobraram sua capacidade de identificação. “Nunca falamos durante o treinamento ‘Isso é um gato’. A rede inventou o conceito de gato”, afirmou um dos estudiosos, Jeff Dean. Segundo o Google, as máquinas poderão ser usadas para otimizar o algoritmo do seu buscador.


AçÕES para um mundo melhor

DES COM Refrigeração PLI solar: o calor CAN que esfria DO por

5S Trata-se de uma filosofia japonesa de Administração. Eles significam: 1 – Seiri: Senso de descarte; 2- Seiton: Senso de organização; 3 – Seiso: Senso de limpeza; 4 – Seiketsu: Senso de saúde; 5 – Shitsuke: Senso de autodisciplina

ABC (Activity Based Cost) Custo baseado em atividade. Trata-se de um sistema de determinação de custo que toma por base as atividades específicas da empresa, isoladamente ou em conjunto.

CFO (CHIEF FINANCIAL OFFICER) Trata-se do diretor de finanças, responsável pela administração dos riscos financeiros de um negócio ou pelo planejamento financeiro da organização.

eber freitas

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acervo pessoal

O ar condicionado é uma regalia que custa caro para o meio ambiente. Em troca de um local climatizado e agradável, cada aparelho instalado consome uma pequena quantidade de energia elétrica. Multiplicando por cada escritório ou residência que mantém um ou mais aparelhos funcionando simultaneamente durante todos os dias, não é difícil deduzir que os climatizadores são pequenos e numerosos vilões da conta de energia e da natureza. Com uma maior demanda, mais energia tem que ser gerada nas usinas termelétricas e mais CO2 é despejado na atmosfera. “Embora nossa geração principal seja de hidrelétricas, há uma série de termelétricas prontas para entrar em operação assim que a demanda supere a capacidade do sistema tradicional”, afirma o doutor em Engenharia e jornalista Antônio Pralon, pesquisador da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ele está à frente de um projeto pioneiro na América Latina, capaz de desenvolver aparelhos de ar condicionado que têm como principal fonte de energia a luz solar, complementada por gás natural. O projeto, hospedado no Laboratório de Energia Solar (LES) da UFPB, está sendo

tocado desde 2007, e o protótipo está na fase final de desenvolvimento. A aplicação inicial será em estabelecimentos comerciais e industriais, que além de contarem com as especificações técnicas necessárias para a instalação de todo o aparato, poderiam ser os maiores beneficiados – e beneficiadores – do ar condicionado solar. Imagine o que um data center gasta com para manter os servidores resfriados e o que poderia ser economizado com a exploração do sol. “Nós somos muito privilegiados quanto a isso”, diz. “A produção de frio é mais intensa à medida em que há maior incidência da luz solar. Então é um dos melhores casamentos que você tem com aplicação de energia solar. Onde há mais sol, é onde se precisa de mais frio, e combinar os dois é perfeito”, destaca o engenheiro.

Como funciona Um ar condicionado normal usa energia porque ele tem um motor, que na verdade é o compressor de gás. O ar condicionado solar dispensa o motor; portanto, não há o uso de energia mecânica movida por eletricidade. A refrigeração é feita a partir de um carbono ativado que interage com um fluido líquido através de um processo físico conhecido por “adsorção” – analogamente, Pralon diz que esse é o “coração” do aparelho. A entrada de energia solar é feita a partir do campo de coletores (placas) instaladas no teto do estabelecimento, que devem cobrir a mesma área que será refrigerada. “Nessa interação não há consumo de energia mecânica. Precisa apenas do calor, e esse calor vem do sol ou da queima do gás natural, que também é abundante em nosso território”, lembra.

humor

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ENTRETENIMENTO | Leitura e cinema

LEITURA Guy Kawasaki é um daqueles caras que você aprende a gostar logo de início. Ele foi evangelista-chefe da Apple, uma das empresas mais admiradas do mundo, e criador da Alltop, livraria com revistas on-line que aborda os assuntos populares da web. O Encantamento, como diz o próprio Kawasaki, não envolve a manipulação das pessoas, por meio de propagandas enganosas nem sofisticados recursos de mídia, mas sim a transformação positiva de situações e relacionamentos. Converte a hostilidade em civilidade e a civilidade em afinidade permanente, competência escassa nos dias de hoje. Segundo ele, no mundo dos negócios ou nas relações pessoais, a meta não deve ser apenas alcançar um objetivo, mas sim obter uma mudança voluntária, duradoura e agradável nas outras pessoas. E, aqui entre nós, não é fácil mudar os outros quando você mesmo não está disposto a mudar. Quer mudar o mundo? Quer transformar lagartas em borboletas? Construir uma história de vida interessante? Isso não será possível nas baladas, nas mesinhas de bares, nas andanças pelo shopping. Para isso, meu amigo, é necessário mais do que relacionamentos comuns. É necessário convencer as pessoas a sonhar o seu sonho. Essa é uma meta desafiadora que pode ser alcançada por qualquer pessoa na face da Terra. Porém, antes de tudo, você precisa mudar radicalmente o seu discurso e a sua forma de se comunicar, seja qual for o seu projeto.

Por que o Encantamento? Segundo Kawasaki, quanto maiores forem as suas metas, maior será a sua necessidade de modificar os corações, as mentes e as ações das pessoas. Isso ocorre principalmente quando você tem poucos recursos e grandes concorrentes. Se você precisa encantar as pessoas, é porque está realizando algo significativo. Se estiver fazendo algo significativo, você precisa de encantamento. Este livro é dedicado às pessoas que veem a vida pelo que ela pode ser e não pelo que não pode. Seja qual for a sua causa – produto, serviço, ideia ou organização -, você vai precisar de muito mais do que relações instantâneas, rasas e temporárias para conseguir o engajamento das pessoas. Encantamento é um processo e não um simples evento. Deve ser construído com base no sonho e na causa e não apenas na simples vontade de ganhar dinheiro. Leia o livro e descubra porque é necessário aceitar as pessoas e também descobrir algo que você goste em cada uma delas para se tornar uma pessoa encantadora. Pense nisso, mude seus hábitos e seja feliz!

Branding: a arte de construir marcas

Empreendedorismo Inovador

Apresentações Mágicas

por marcos hiller

por nei grando

por nick fitzherbert

De forma leve, o livro convida o leitor a um debate sobre branding, marketing, comunicação e consumo. A obra reúne dezenas de cases sobre a gestão da marca como Hyundai, Coca-Cola, Barack Obama, McDonald’s, Apple, entre outros.

O livro reúne diversas opiniões e especialistas para tratar sobre inovação e empreendedorismo. A obra mostra alguns caminhos seguidos por muitas pessoas que resolveram criar startups, entre seus erros e acertos.

O livro apresenta os princípios psicológicos utilizados pelos melhores mágicos do mundo e os aplica à realidade empresarial. O autor mostra técnicas para direcionar a atenção, persuadir e convencer – todas extraídas das Regras da Magia.

Trevisan Editora, 136p. R$ 32,90

Évora, 582p. R$ 79,90

Campus/Elsevier, 224p. R$ 45,00

A arte do Encantamento por jerônimo mendes

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Fala sério! Há quanto tempo você não lê um livro diferente, do início ao fim, sem ser interrompido pelo toque do celular ou do MSN? Pensando bem, quantos livros você já leu até hoje, sem contar aqueles obrigatórios do ensino fundamental ou do vestibular? Encantamento, de Guy Kawasaki, é um desses livros que vai mudar o seu jeito de avaliar e fazer as coisas. Começa pela capa dura, bem produzida, maneiríssima, ilustrada com uma borboleta simples feita em origami, tradicional técnica da arte japonesa.

Ed. Alta Books, 240p. R$ 46, 90 Jerônimo Mendes é casado, pai de dois filhos e apaixonado por empreendedorismo. Seu propósito de vida é tornar o mundo mais empreendedor por meio de artigos, livros, blogues e sites na Internet que exaltam os bons exemplos nessa área. @jeronimomendes, www.jeronimomendes.com.br

ESTANTE

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CINEMA

As lições do filme Intocáveis para a sua carreira por

A comédia que alcançou 30 milhões de espectadores mostra os contrastes, muitas vezes politicamente incorretos, entre um milionário tetraplégico e seu cuidador pobre e ex-presidiário.

pedro henrique souza

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Além de ser um forte candidato ao Oscar, Intocáveis é o filme francês mais visto até hoje, quebrando recordes de bilheteria em diversos países. Tanto sucesso não é por acaso. De forma divertida, ele conta a história de um milionário francês que, tetraplégico, passa a ser ajudado por um ex-presidiário sem experiência ou mesmo interesse pelo emprego de cuidador. Do encontro surge uma comédia com a sensibilidade típica dos filmes franceses e a inteligência de tratar a natureza humana através de uma perspectiva leve e bem humorada. No caso, a combinação das realidades – e marginalidades – opostas, como observada na relação entre os protagonistas, faz brotar questões pertinentes e carregadas de lições valiosas aos negócios, à carreira e principalmente à forma de conduzir a própria vida. Alguns desses ensinamentos seguem adiante.

com a chance de ser verdadeiramente útil e crescer como indivíduo ao cuidar do patrão tetraplégico. Depende de você encontrar o que as crises têm a oferecer.

As frustrações podem ser uma matéria prima para as realizações A noção de viver para evitar os fracassos e as frustrações chega a ser um axioma do pensamento ocidental. Talvez o princípio de “nunca perder” seja a fórmula objetiva que construímos para atingir aquilo que entendemos como sendo a felicidade, mas que, na prática, não se justifica. As perdas sofridas pelos personagens lhes abriram portas: deram origem a um novo caminho, repleto de oportunidades para a realização pessoal. Ao se perceber dependente de outras pessoas, Philippe, o milionário, é obrigado a abandonar sua arrogância característica em prol da construção de relações sinceras, fazendo delas um bom motivo para continuar vivendo, ou talvez o grande motivo para viver. Enquanto isso, seu assistente, Driss, expulso de casa e excluído da sociedade, se depara

Você decide o que é importante e isso faz toda a diferença Quanto você pagaria por um quadro branco manchado de vermelho, desses que qualquer criança pode pintar acidentalmente? Apesar de brincar com o valor que atingem algumas obras de arte, a pergunta feita no filme nos leva a pensar sobre a importância que damos às coisas, os esforços que fazemos por elas e o preço que pagamos para obtê-las. No fim das contas, é uma questão de saber se os nossos objetivos realmente valem o sacrifício ou se precisamos encontrar outros, mais dispostos a contribuir com a realização pessoal de cada um.

As realizações pessoais estão em expressar os seus talentos O espaço de tempo entre o nascimento e a morte de um indivíduo é essencialmente uma oportunidade a ser aproveitada. Por outro lado, a dúvida sobre como aproveitá-lo é uma característica própria do ser humano, cuja resposta reside no sentimento de estabelecer e alcançar objetivos relevantes, de acordo com as suas próprias vontades e habilidades. Ou, visto de outra forma, a realização pessoal, que é a sensação de ter aproveitado a vida da forma certa, surge quando os seus talentos são empregados no exercício de algo significativo para os demais.

Pedro Henrique Souza é aficionado por aikido e acha que a filosofia alemã deveria ser material de escritório. Fundou a consultoria Hëd River e fundamentou a ciência do stakeholding. @phsouza_ www.hedriver.com.br

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PONTO FINAL MANEIRAs

O estilo português de administrar por stephen kanitz

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Stephen Kanitz é consultor de empresas e conferencista. Vem realizando seminários em grandes empresas no Brasil e no exterior. Mestre em Administração de Empresas pela Harvard University, foi professor da USP. No Twitter, @stephenkanitz.

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enho escrito muito que o Brasil é um país mal administrado, mas vou corrigir essa afirmação com certa ironia. Temos sim um estilo administrativo, que obviamente não tem funcionado satisfatoriamente. Que estilo administrativo vocês acham que o Brasil emulou? O americano? O alemão, com sua enorme preocupação em contabilidade de custos? O japonês e a sua preocupação em decisão de grupos ou o francês com sua preocupação nacionalista? Nenhum desses. E não deve ser surpresa que na realidade emulamos o “estilo português de administrar”. Infelizmente, mais uma vez. Uma das características desse estilo é a forma de tomar uma decisão. As decisões são tomadas pelo chefe supremo, aquele que manda. Até hoje costumamos cumprimentar amigos com “O que mandas?”, “Manda aí”, “Manda chuva”. A palavra tem sua origem em manus, ou mão, gesticular para onde alguém dever ir, andar, se mandar. Novamente o mesmo gesto do chefe, com mão, dando ordens para os seus escravos e subordinados. Acho incrível o atrevimento de certos professores continuarem a usar o termo Gestão em salas de aula, dado o seu histórico de abusos. Quando os portugueses chegaram na China, identificaram o seu estilo português de administrar nos líderes do país oriental e os chamaram de Mandarins, “aqueles que mandam”. Os chineses adoraram o nome e o adotaram até hoje. Para esse estilo funcionar, não é preciso muito: basta o resto obedecer. Por isso, o estilo português funcionou tão bem nas ditaduras Vargas e Militar. Gostem ou não gostem do que eu vou dizer, foi no governo Militar – ditatorial e mandão – que o nosso país mais cresceu e que os projetos de infraestrutura (que nos permite sobreviver hoje) foram feitos. O estilo de administração americano, onde se exige liderança e não obediência, onde há reuniões de equipe para ouvir a opinião de todos, nunca foi implantado no Brasil. Com a democratização, a sociedade brasileira, os nossos intelectuais e jornalistas, deveriam ter continuado a sua luta contra a ditadura, exigindo o abandono do “estilo

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português de administrar” por outro, algo mais apropriado para as democracias. Mas não o fizemos. A maioria dos nossos intelectuais e jornalistas nem saberiam o que estou propondo. As únicas empresas que prosperam isso aqui foram as estrangeiras e algumas poucas privadas. As nossas estatais e o próprio governo continuam estagnados. Em vez de mudar nosso estilo português de administrar para um mais moderno, nossos professores de Sociologia, Economia e Ciências Políticas disseminaram por 500 anos a ideia de que o necessário era tomada de poder – para poder trocar um grupo “mandão”, por outro. Por isso Marx, Gramsci, Lenin e Trotsky são os gurus de nossos intelectuais e não Peter Drucker, Rob Peddle, Ian Rosam, David Grayson, Adrian Hodges e, modestamente, eu, que tenho escrito bastante sobre administração socialmente responsável. Foi esse o início de carreira da Dilma: guerrilheira, disposta a derrubar o governo. Felizmente ela mudou de ideia e se elegeu democraticamente sem derramamento de sangue, mas seu estilo administrativo continua o português. Todos vocês já ouviram de algum economista ou sociólogo que falta no Brasil “vontade política” para mudanças. Ah... Se um político somente tivesse “vontade política” tudo seria resolvido, já que ele simplesmente mandaria fazer o que tem de ser feito. Mas, não é bem assim. Isso porque administrar não é simplesmente mandar, dar ordens com os dedos, gesticular, ser um bom gestor. Lembre se que aqueles que usam o termo Gestão, são justamente aqueles adeptos do estilo “português” de administrar. A tragédia desse país é que nossos intelectuais lutaram para tomar o poder para que eles pudessem ser, por sua vez, os mandarins do Brasil. Vide o mensalão, eu pago e você me obedece. Por quanto tempo cientistas políticos, sociólogos e economistas vão insistir no “estilo português de administrar”? Por quanto tempo iremos usar um estilo que não requer estudo qualquer? Por quanto tempo iremos tolher a vida de tantos brasileiros de um estilo administrativo moderno e decente nesse país? Esta é a verdadeira causa digna de todo administrador brasileiro lutar.



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