abril de 2011 - ano 1 n o 4
o garoto-propaganda do profissional competente
Preço: R$ 9,90
O mais brilhante pensador da Administração moderna deixou um legado sem precedentes para a área. Descubra quem são os possíveis estudiosos que podem substituí-lo
Stephen Kanitz
Das páginas da Veja para a nossa revista
JAPÃO
A arte de administrar e reconstruir do país asiático
editorial
Reconstrução nipônica
U
m minuto de silêncio não é suficiente para homenagear as vítimas da tragédia que se abateu no Japão, no último dia 11 de março. Às 14:46, hora local, o pior terremoto da história do país, seguido de tsunami, abalou uma das nações mais desenvolvidas do mundo, de cultura milenar e histórico surpreendente de coragem e renovação. A força da natureza falou mais alto quando atingiu em cheio quatro províncias. A falha no sistema de refrigeração que afetou o reator da usina de Fukushima resultou num vazamento radioativo que agravou o problema. A catástrofe anunciada causou devastação e fuga em massa, além da exposição de milhares de pessoas à radioatividade. Boa parte da água e dos alimentos foi contaminada, o que espalhou pânico geral e fez as grandes potências repensarem os seus próprios programas nucleares. Passada algumas semanas, novamente, o Japão dá o exemplo da sua incrível capacidade de recuperação. Apesar de todo o drama, eles vivem uma crise ordeira e civilizada, respeitando as filas e a orientação das autoridades. As edificações vão sendo levantadas, as estradas reconstruídas e o povo solidário se abraça ao
apoio do mundo. Certamente, um minuto de aplausos não é suficiente para homenagear esses sobreviventes, que só no Brasil têm um milhão e meio de descendentes diretos. A revista Administradores resolveu explicar um pouco mais do poder de reconstrução do povo japonês (págs 22 e 23). Para esse mês, não foi coincidência também que escolhemos o Marquês de Pombal como o exemplo de Administrador na História (pág 17). Ele teve papel decisivo na reconstrução de Lisboa após o terremoto de 1755. Além de reconstruir, vamos falar em renovar. Na matéria de capa levantamos o questionamento: “quem será o próximo Peter Drucker?”. As pessoas, principalmente no Brasil, têm a mania de tentar achar um substituto à altura em tudo. É assim no futebol com o Pelé, na Fórmula 1 com Ayrton Senna, e em tantas outras áreas. Então, não seria diferente com a Administração. Conversamos com professores e especialistas nacionais e internacionais sobre quais são os estudiosos que estão se destacando na área e quem seria um possível substituto do nosso eterno pai da Administração Moderna. O resultado é surpreendente. Aproveite e boa leitura! Fábio Bandeira de Mello
índice
06 AMBIENTE EXTERNO
Os mais recentes acontecimentos no Brasil e no mundo
10 entrevista
O publicitário Washington Olivetto e os segredos de uma carreira bem sucedida
14 acadêmico
Saiba os pontos positivos e negativos de estudar em cursos a distância
26infográfico
A trajetória que uma tecnologia faz para o sucesso absoluto ou fracasso total
28 marketing
Gerenciar a experiência do consumidor é o grande diferencial para fidelizar clientes
do 31 artigo leitor
Quem são os verdadeiros concorrentes das pequenas empresas?
capa 17 32 administradores na história 38 artigo 18 carreira 40 tech 20japão 42 artigo 22 quiz 43 agenda do 23 44 fora quadrado administrador do O Marquês de Pombal transformou a administração pública de Portugual no século 18
O melhor para o outro pode não ser tão bom assim para você
O poder do Toyotismo na rápida reconstrução do país asiático
Você é um realizador, procrastinador ou um conformado?
Quem será o próximo Peter Drucker? Estudantes de MBA da Espanha dizem quais as melhores maneiras de usar o iPad na sala de aula
Ainda há futuro para o Blu-Ray? Consultor Sebastião de Almeida afirma: está faltando afinação empresarial Alguns dos cursos, eventos e seminários realizados no Brasil
futuro
Mouse sustentável, gabinetes para cartões, zumbi de jardim e outros produtos bem diferentes
24papo comyoda
46 entretenimento
O recém formado Wagner Júnior é o administrador do futuro desse mês Mestre Jedi tira dúvida dos leitores sobre carreira, negócios e Administração
25 artigo
Leando Vieira aponta as consequências de comprar produtos assim que são lançados
Curiosidades, sustentabilidade, humor, dicionário do administrador, filme e livros
50 ponto final
Stephen Kanitz estreia sua coluna
3
E-mails
Abordagem divertida
@kellybeatriz_am
A revista ADMINISTRADORES é quase gastronômica de deliciosa! Alimenta o cérebro! @ marsifer
Recebi hoje minha Revista! Muito show! Maneiro também o adesivo que veio. Já colei no meu netbook! @saavedra_adm
A minha #revistaadministradores de março chegou! Não vejo a hora de ler as matérias que vieram. Tem uma sobre a ANPAD que muito me interessa @GilsonDantas
Receber a #RevistaAdministradores é ganhar inovação, conteúdo, criatividade com excelência e qualidade em suas mãos
facebook Deise Viana A matéria da capa e
o artigo se completam em uma análise real dos cursos de ADM, nos colocando para refletir com estatísticas verdadeiras e cruéis. Carlos Magno Borges Vocês reinventaram a forma de apresentar notícias. Muito inteligente! A revista está leve e bem direta nas propostas. Parabéns! Wilianson Grimaldi Gostei da
capa... muito criativa e adequada ao tema.
Olá, vim aqui parabenizar a todos que estão empenhados em entregar a nós leitores os melhores conteúdos, com abordagens claras e divertidas. Estou de fato muito satisfeita com a revista. Nathali Costa
Cartazes
Fiquei muito feliz ontem. Fui colocar o pôster de divulgação da Revista Administradores lá na Univille (Joinville-SC) , onde faço faculdade e não tinha espaço... Sabe por quê? Porque no mural já haviam pôsteres divulgando o trabalho de vocês. Fiquei muito feliz dessa divulgação ocorrer lá no departamento de Administração. Hiago de Moraes
Sugestão
Como sou uma bióloga apaixonada pelo meio ambiente e há mais de 10 anos trabalho na fronteira entre a produção e a divulgação do conhecimento científico e a sua tradução para ações de Educação Ambiental, gostaria de sugerir para a revista Administradores uma abordagem mais frequente sobre temas ambientais que afetam diretamente o meio empresarial, como: a reciclagem de resíduos sólidos, a poluição do ar, o desperdício da água, alternativas ecológicas, a tão falada sustentabilidade, marketing verde, entre tantos outros. Valeska de Oliveira
Exemplares anteriores
Minha assinatura começou na edição nº 2, como faço p/ adquirir a nº 0 e nº 1? Existe a possibilidade? Tenho total interesse em colecionar todos os exemplares... já não vejo a hora do próximo exemplar fazer parte da minha leitura diária. Lívia Carvalho Resposta: Lívia, as edições anteriores da Administradores podem ser adquiridas no www.admshop.com.br
Mande também seu recado para a Administradores através do revista@administradores.com.br
CONTATOS
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Publisher: Leandro Vieira leandro@administradores.com.br Redação: Editor Fábio Bandeira de Mello fabio@administradores.com.br Repórteres Amanda Salim, Eber Freitas eberfreitas@administradores.com.br, Fábio Bandeira de Mello, Simão Mairins simao@administradores.com.br Colaboradores: Christian Barbosa, Gabriel Bitran, Izadora Pimenta, Juan Carlos Ferrer, Julio Cesar Santos, Katie Carr, Maria Cecília de Lima, Mestre Yoda, Michael Wade, Oscar Teran, Paulo Rocha e Oliveira, Rodolfo Araújo, Sebastião de Almeida e Stephen Kanitz Arte: direção Felipe Spencer spencer@administradores.com.br Design/ilustração Bruno Morales, João Faissal, Thiago Castor thiago@administradores.com.br Comercial: Diretor Comercial Diogo Lins diogo@administradores.com.br Atendimento ao Leitor Anna Valéria Vita annavaleria@administradores.com.br Impressão: Gráfica Moura Ramos www.mouraramos.com.br Portal Administradores Negócios Digitais www.administradores.com.br
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ambiente externo rápidas
“zangief kid” vira símbolo
mundial contra bullying
As discussões sobre pelo mundo bullying ganharam força depois que foi divulgado um vídeo gravado em uma escola australiana, onde um ‘valentão’ sofre uma retaliação violenta do aluno que até então era agredido. Em questão de horas, o vídeo de apenas 45 segundos foi assistido por milhões de usuários, e Casey Heynes se tranformou numa figura emblemática da resistência dos mais fracos contra os agressores históricos. Já são incontáveis os desdobramentos do fato, entre remixes, entrevistas e até ataques de hackers contra o site da escola onde ocorreu a agressão.
Novo partido
Ficha Limpa
político
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o vice-governador do estado Guilherme Afif Domingos, e outros dissidentes do Democratas (DEM) oficializaram, no dia 21 de março, o Partido Social Democrático (PSD). O novo Partido já ganhou a adesão de Índio da Costa, que concorreu à vice-presidência da República na chapa encabeçada por José Serra (PSDB), na última eleição.
2012
só em
Por 6 votos contra e 5 a favor, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no dia 23 de março, que a Lei Complementar nº. 135, conhecida como Lei da Ficha Limpa, não valerá para os candidatos eleitos em 2010. A norma, que teve seus efeitos adiados para as eleições de 2012, impedirá que políticos com condenação na Justiça possam concorrer às eleições.
EU NÃO QUERIA PERDER ISSO HOJE Steve Jobs, com suas tradicionais calça jeans e camiseta preta, no lançamento do iPad 2, em San Francisco. O CEO da Apple passa por graves problemas de saúde.
GRANDES GAROTAS PRECISAM DE GRANDES DIAMANTES
Famosa frase da consagrada atriz Elizabeth Taylor, falecida no final do mês de março aos 79 anos.
o IMPERIALISMO CHEGOU E ACABOU COM O PLANETA
Frase do polêmico presidente Hugo Chavez em discurso na Venezuela. Aproveitando a ocasião do Dia Mundial da Água, o presidente colocou a culpa de vários problemas ambientais pelo mundo no sistema capitalista.
E-commerce registra O faturamento do comércio eletrônico em 2010 foi de R$ 14,8 bilhões, segundo a e-Bit, empresa de pesquisa de mercado. O número representa um crescimento de 40% em relação ao ano anterior. Para 2011, a expectativa é que o e-commerce fature até R$ 20 bilhões.
Dígito 5 para
celular em SP
Novos números de celulares poderão ser iniciados com o dígito 5, prefixo até então reservado para a telefonia fixa. A norma passa a valer a partir desse mês de abril para as operadoras de telefonia móvel na região metropolitana de São Paulo. 6
ESPERO QUE as pessoas POSSAm SUPERAR ESTE MOMENTO INFELIZ CUIDANDO UMa DaS OUTRaS
Declaração do imperador Akihito, do Japão, em emissora de TV no país. Foi a primeira vez que o imperador discursou na TV à nação em seus 22 anos de trono. istockphoto
recorde em 2010
online www.administradores.com.br
FOI DESTAQUE NA WEB
Mais uma vez, batemos nosso recorde de audiência e seguimos na liderança absoluta dos sites brasileiros de negócios! No último mês de março foram 2.831.365 visitas totais. Quer fazer parte desse time? Cadastre-se gratuitamente no adm.to/cadastrogratis, ganhe vários benefícios e faça parte do maior portal mundial em língua portuguesa voltado à Administração.
Cooperativo ou competitivo: o que o mercado espera de você A cooperação entre empresas e colaboradores está sendo cada vez mais valorizada no mercado. Exageros, no entanto, podem levar à perda de oportunidades. adm.to/admmercado
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número 1!
Empreender: isso é negócio para você? Relatório revela que 250 milhões de pessoas em 59 países abriram empresa em 2010. Descubra quais são os obstáculos da profissão “empresário”. adm.to/ admempreendedorismo
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artigos + Efeito placebo Tom Coelho aponta como a manipulação da esperança pela cura muitas vezes se torna o próprio remédio para os males que nos afligem. adm.to/ admefeitoplacebo
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Não, mas pretendo ter um GalaxyTab
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1.50%
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1.62%
Sim, tenho um de outra marca
Fonte: Administradores.com.br + Você motiva como antigamente? Débora Martins questiona a atitude de muitas empresas que buscam motivar através de recompensas materiais. adm.to/ admmotivarweww
#ficadica
Você conhece seus direitos enquanto consumidor? O advogado Lúcio Wandeck indica de maneira clara como funcionam as regras das relações de consumo. adm.to/admconsumidor
Sociologia e Administração no cotidiano das organizações Os professores Sidinei Rocha, Valmiria Piccinini e Marilis Lemos falam sobre as teorias clássicas para o dia a dia das empresas. adm.to/admsociologia atender bem A consultora e palestrante Débora Martins dá dicas semanais sobre carreira, comportamento no trabalho e como atender bem o cliente através de seu podscast. Confira em adm.to/podscastdebora 7
entrevista Washington Olivetto
Washington Olivetto:
sem coragem e alguma dose de atrevimento, não se chega lá
10
Uma carreira com quase mil prêmios e um futuro ainda mais promissor. Ele participou ativamente da evolução da publicidade no Brasil e demonstra ser o verdadeiro garoto-propaganda dos profissionais competentes e criativos Por Fábio Bandeira
Atualmente, Olivetto coordena a WMcCann, união das agências de publicidade W/Brasil e McCann-Erickson, anunciada em 2010
O
publicitário mais premiado do país e responsável pelo prestígio internacional da propaganda brasileira mostra um vigor incomparável quando o assunto é trabalho. Aos 59 anos, sendo 41 deles dedicados à publicidade, Washington Olivetto carrega na bagagem o orgulho de ter ajudado a construir a imagem e o reconhecimento de grandes marcas brasileiras. Mas engana-se profundamente quem pensa que o fruto dessa conquista vem somente do seu talento. Adaptação, visão macro, sensibilidade, liderança e uma profunda facilidade para trabalhar em equipe, fizeram de Olivetto um marco da propaganda, considerado o publicitário do século pela Associação Latino-Americana de Publicidade. Em uma conversa com a revista Administradores, Washington Olivetto falou da sua trajetória, analisou as características de um bom profissional, a adaptação da publicidade aos novos veículos digitais e o que as empresas precisam aprender na hora de divulgar seus produtos.
Na época da W/Brasil, graças ao seu dinamismo e criatividade, a agência tornou-se uma das mais premiadas do mundo. Foram centenas de prêmios, Leões no Festival de Cannes, entre outros. Qual o segredo de tanta inspiração? Washington Acredito que não existe um segredo. É o fenômeno de algum talento com muito trabalho. A verdade é que, quando você vê a peça publicitária brilhante, premiada e isso e aquilo, parece que há somente o mérito do criador. Na verdade, existe toda uma equipe que trabalhou nessa história, seja da área do planejamento, do atendimento ou da mídia. É a união de um grupo que conseguiu materializar isso. Temos conseguido fazer muitos trabalhos assim, por causa da nossa obsessão pela cultura popular brasileira. Nossas campanhas têm forte obsessão pelo
estudava, furou o pneu do carro e vi uma agência de publicidade do outro lado da rua e resolvi, em vez de trocar o pneu, pedir um estágio. Aí, eu formulei uma frase para o dono da agência dizendo “eu estou aqui por causa do pneu furado e isso é uma grande oportunidade para você, porque o pneu não fura duas vezes na mesma rua”. Ele gostou do jeito que falei e acabou me dando o estágio.
Você ganhou um Leão de Bronze no Festival de Cannes antes de completar um ano de trabalho. Mostrou talento e soube administrá-lo positivamente para crescer profissionalmente. Mas, e hoje? Como você avalia essa nova geração de talentos? Muitos falam que eles estão mais dinâmicos, porém rebeldes. Você nota isso? Não, ao contrário. O novo talen-
Quando você está fazendo o que gosta, o trabalho deixa de ser trabalho e passa a ser prazer
nosso país. Isso faz com que elas sejam tão conhecidas e premiadas.
A entrada na sua primeira agência foi um tanto curiosa. O pneu do seu carro furou em frente ao trabalho? Como foi bem essa história? Essa história é bem do início da minha vida profissional. Eu estava indo para a faculdade que
to realimenta o já existente e o já existente adestra o novo talento. Então as duas coisas convivem excepcionalmente bem. Inclusive, na publicidade, tem surgido talentos numa quantidade maior até de quando eu comecei, pois a área está mais exposta e desejada pelo jovem estudante. Então surgem mais talentos, mas em compensação a competição fica ainda maior.
Você é responsável por algumas das campanhas nacionais mais marcantes. Entre tantas que já fez, quais delas são as suas preferidas? A gente, geralmente, tende a gostar mais dos últimos trabalhos que realiza. Só que, sem dúvida nenhuma, eu tenho na minha carreira muitas campanhas fortes que ressaltam a cultura popular brasileira como: Bombril, a menina do primeiro sutiã Valisère, o rato do jornal da Folha, o casal Unibanco e o cachorrinho da Cofap. São coisas realmente muito fortes. Mas eu diria que não tenho um favorito, gosto de todos. Eu gosto principalmente das coisas que estamos fazendo agora ou que ainda vamos fazer. Especialmente nestas criações, como achar o ponto mágico da identidade com o público? É a mistura da informação com o intuitivo. Quanto mais informação você incluir e um intuitivo brilhante tiver, a chance de fazer bem um determinado trabalho aumenta. Ao longo da sua carreira você já atendeu centenas de empresas. Fazendo uma análise desse retrospecto, qual é o erro mais comum delas com relação às propostas solicitadas? Aquela que você diz: isso aqui eu não vou utilizar... O que pode acontecer nas recusas do nosso trabalho, e com absoluta razão, é relativo aos critérios errados. Eu acho que uma das grandes coisas que impedem, muitas vezes, de se fazer coisas brilhantes é o medo e a busca excessiva de segurança. No negócio da comunicação, e também em diversas outras áreas, é comum não termos grandes certezas se aquilo realmente vai dar certo, por isso é fundamental ser corajoso e um pouco atrevido. Sem coragem e alguma dose de atrevimento, não se chega lá. 11
entrevista Washington Olivetto
O ator Carlos Moreno participou de mais de 340 inserções como “Garoto Bombril”. A propaganda entrou no Guinness como a de mais tempo no ar em todo o mundo
Vivemos numa época em que a competição entre as empresas pelo seu espaço é cada vez mais evidente. Como você analisa o papel da publicidade nessa dinâmica? A publicidade quando surgiu era pura e simplesmente informação. Mas com o aumento dessa competição, ela passou a ser também informação e persuasão. Na verdade, até mais que isso. Em alguns casos não basta só informar e persuadir, também é fundamental entreter, para que as pessoas prestem atenção no produto. É assim que a publicidade colabora para construir as grandes marcas. Um caso bastante peculiar na propaganda brasileira é a cam12
panha da Bombrill. Foram mais de 30 anos com o mesmo personagem, entrou para o Guinness como a de maior tempo no ar e o público adora até hoje. Por quê? Apesar de aparentar possuir a mesma dinâmica, esse personagem é renovado automaticamente. As características e a biografia dele com a mistura da persuasão da propaganda e da atualidade
O cachorro da raça Teckel tornou-se símbolo e garoto-propaganda das campanhas da empresa Cofap - vendedora de amortecedores para carro
uma das grandes coisas que impedem, muitas vezes, de se fazer coisas brilhantes
é o medo e a busca excessiva de segurança
do jornalismo, fazem com que esse trabalho se auto renove o tempo inteiro.
Mas, geralmente, há um limite de divulgação da publicidade de um produto? Por exemplo, quando vemos o mesmo comercial muitas vezes e durante um longo tempo já começamos a ficar incomodados. Existe um controle para isso, para saber se sua campanha já exauriu sua capacidade de persuasão. É algo técnico, não é um julgamento só de intuição.
Primeiro Sutiã (1988), da Valisère, é um dos únicos comerciais brasileiros a constarem na lista mundial dos 100 maiores comerciais de todos os tempos
Inspirada pelas sitcom norte-americanas, o Casal Unibanco contou, ao longo de 12 anos, com cinco casais diferentes em mais de 100 comerciais, entre eles Deborah Bloch e Luís Fernando Guimarães
E as redes sociais? Como você vê a entrada do Twitter e Facebook como ferramentas de divulgação de tantas empresas? Evidentemente, são ferramentas muito interessantes, muito poderosas e que, quando corretamente combinadas com outras mídias, se tornam difusoras importantes. Aqui na WMcCann somos fanáticos por isso. Hoje, qualquer trabalho que oferecemos aos nossos clientes, praticamente, apresentamos não só as mídias analógicas como também as digitais.
Você é uma pessoa competitiva? Como esse status de astro da publicidade mexe com seu lado profissional? Eu estou há muito tempo neste negócio, desde os 18 anos de idade, então evidentemente, com o passar do tempo, você sabe administrar sua pessoa muito melhor. Eu tenho, inclusive, uma característica específica: eu gosto que me levem a sério, mas eu não me levo a sério. Tenho uma capacidade muito grande de rir de mim mesmo,
o que é muito bom. Isso acelera teu senso crítico, então convivo muito bem com o sucesso profissional sabendo que ele é uma mera circunstância do trabalho.
O que é mais fácil: trabalhar sozinho ou em equipe? Os dois são deliciosos, mas eu gosto muito de trabalhar em equipe. Mas como fazer para motivar e extrair o melhor potencial do grupo? Eu costumo dizer que as pessoas têm que ter consciência de que é melhor ser co-autor de algo brilhante do que autor solitário de algo medíocre. Claro que isso funciona melhor quando você vai estabelecendo uma relação de intimidade, de confiança
e de igualdade com a equipe. Eu, historicamente, sempre fui considerado um bom líder de equipe, inclusive, fui eleito pelo mercado o melhor profissional para se trabalhar. O segredo é gostar de gente, e eu gosto muito de gente. Então pra mim é fácil liderar equipes.
E quais seriam as lições de Washington Olivetto para um profissional ter sucesso em sua carreira? Eu acho que as lições básicas são: ter algum talento, trabalhar muito, ter alguma sorte e a certeza de que gosta do que faz. Porque quando você está fazendo o que gosta, o trabalho deixa de ser trabalho e passa a ser prazer, e aí, ele vira um trabalho melhor.
Divulgação
E o que pode ser utilizado e o que não pode ser utilizado nessas redes? Tudo pode ser utilizado, claro que com bom senso. A propaganda possui uma palavra chave:
pertinência. É você analisar se aquela ideia, ou se aquele veículo é pertinente ao produto anunciado. Por isso, é preciso fazer uma análise caso a caso para ver o que é melhor para a empresa.
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acadêmico EAD
você estudaria
a distância?
A modalidade de ensino que cresce a passos largos no Brasil ainda provoca desconfiança em muita gente. Veja opiniões de professores, estudantes e recrutadores, e descubra seus pontos positivos e negativos Por Fábio Bandeira de Mello
O
formato é bem antigo, mas ele voltou a ganhar notoriedade na década de 90, com o avanço da tecnologia e, principalmente, devido ao alcance da internet pela população. Ainda assim, ele está longe de ser unanimidade no país. Quando o assunto é educação a distância, existem tanto as pessoas que são favoráveis e entusiastas, quanto aquelas que são categoricamente contra. O fato é que enquanto alguns observam uma oportunidade de capacitação com fácil acesso, comodidade e preços mais baixos, outros questionam qual é o verdadeiro aproveitamento acadêmico do estudante nessa modalidade. Em meio a essa falta de consenso, o Brasil vem registrando um frenético aumento na quantidade de alunos e de cursos a distância pela internet. Entre 2002 e 2009, somente a graduação saltou de 46 cursos para 844. Segundo informações do Ministério da Educação (MEC), em 2009, mais de 1 milhão de pessoas estudaram em programas oficiais nesse mo-
14
o Brasil vem registrando um frenético aumento na quantidade de alunos e de cursos a
distância
delo. Já os números totais, que abrangem e-learning de empresas, cursos abertos livres e cursos oficiais, apontam mais de três milhões de estudantes no país.
Dentro do contexto Quem está inserido nesse contexto é o estudante de Administração Edvan Pereira dos Santos, que acredita nessa modalidade de ensino. “Os cursos são perfeitos para pessoas que, assim como eu, não têm tempo disponível para frequentar um curso presencial. Hoje sou casado, tenho filhos e trabalho. Esse é o maior motivo de ter escolhido essa modalidade. As aulas ficam gravadas e posso revê-las quantas vezes for possível. Não tenho motivos
para reclamar”, afirma. Na visão de Edvan, muitos começam e desistem por desinformação ou ideia pré-concebida de forma equivocada. “Ocorre que quem não tem disciplina para desenvolver as atividades ou esquece de ler as apostilas, depois não consegue acompanhar o curso e acaba falhando. Na verdade, alguns sentem dificuldade quando chegam com a ideia de que os cursos a distância são fáceis ou que não são reconhecidos e de baixa qualidade”, comenta o estudante em Administração da Unip. Já Nádila dos Santos Pereira, graduada em Administração pela Unigran e secretária executiva de uma entidade privada no Estado de Mato Grosso do Sul, compartilha que esta modalidade é até mais difícil do que a presencial, pois há pouca interação entre os colegas, o que aumenta a busca individual por informações. Mas o administrador de Empresas e eletricitário Luciano Pereira tem uma opinião completamente diferente e identifica a falta de regras mais rigorosas na dinâmica de ensino por parte de diversos cursos a distância. “A presença de um professor é extremamente importante para a formação de um profissional. Ter algumas aulas presenciais em dias alternados da semana ou mês não capacita um aluno a entender as nuances de matérias complexas. Os critérios de avaliação também são muito flexíveis, podendo ser feitas várias provas até a aprovação do aluno”, questiona o aluno.
Pensando na carreira A verdade é que ter uma formação acadêmica nunca foi tão valorizado. De acordo com um levantamento do IBGE em 2010, realizado nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil, a taxa de desemprego entre os que possuem ensino superior ficou em 3,1%, o menor índice em oito anos. Esse fato, sem dúvida, contribuiu para elevar a procura por uma capacitação e aumentar a quantidade de cursos a distância. Porém, a preocupação está na abertura de cursos sem qualquer critério de ensino ou preocupação com a qualidade. Para o professor David Forli Inocente - coordenador do MBA Gestão Estratégica da EAD USP e que também faz parte da equipe de avaliadores do Ministério da Educação para Metodologias EAD - falta uma análise e fiscalização mais intensa por parte do órgão. “Creio que o MEC deve ampliar em muito a supervisão das instituições, acompanhar seus indicadores essenciais tais
como a relação de alunos por tutor. Há instituições que trabalham com um tutor para cada 200 ou 300 alunos, eu já vi até 500. Fica óbvio que não se pode garantir qualidade com esse volume de alunos”, avalia. David considera ainda que há muita liberdade nos métodos de ensino. “Apesar de ter seu lado positivo, o MEC deveria avaliar a consistência metodológica das propostas pedagógicas das instituições, ou seja, qual a rotina mínima de atividades acadêmicas exigidas. Desse modo, a instituição se obrigaria a pensar nisso. O que vemos é que até há entrega de conteúdo, mas existem poucos instrumentos de medição do aprendizado”. Para Luciano Pereira, não adianta aumentar o número de alunos em cursos superiores simplesmente elevando o número de instituições a distância. “O que se deve primar é a qualidade do ensino, pois não basta aumentar o número de profissionais no mercado de trabalho se esses profissionais são formados
EAD
no
Brasil 1939
O Instituto Rádio Técnico Monitor foi a primeira instituição via EAD no país; Telecursos, com aulas via satélite, eram oferecidos por organizações não governamentais e fundações privadas;
1970 1992 1996 2011
a partir de
Surge a Universidade Aberta de Brasília, voltada para o ensino superior, a educação continuada e reciclagem profissional;
a partir de
O EAD é estabelecido pela Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional. O formato ganha força com a internet; Mais de três milhões de alunos. Maior quantidade de estudantes através dessa modalidade.
15
acadêmico EAD
*Enquete realizada pelo portal Administradores
% você faria 27.53 um curso * a distância % (EAD) ? Sim. Faria uma graduação.
sobre a qualidade dos cursos.
8.65%
Não. Acho que não tem interação.
Sim. Um curso de curta duração.
19.34%
19.25%
Sim. Um MBA ou uma Pós-Graduação.
Não. Acho que o mercado não valoriza diplomas com Ensino a Distância
em instituições desqualificadas e sem corpo docente capaz”, indica Luciano. A opinião também é compartilhada pelo próprio Ministro da Educação, Fernando Haddad. Para o ministro, o crescimento na quantidade de cursos não pode ser feito de qualquer maneira. “Há países em que 50% das matrículas são feitas em cursos a distância. No Brasil, esse número equivale a 14%. Então, nós temos espaço para expandir, mas expandir com critérios de qualidade”, revelou Haddad na divulgação do relatório do MEC esse ano. O ministro afirmou ainda que o estudante deve estar atento às instituições que oferecem essa modalidade. “É necessário checar a qualidade dos cursos e a estrutura das salas usadas para as aulas presenciais, pois as leis brasileiras exigem que pelo menos uma parte do período de aulas seja dada presencialmente”, afirmou Haddad.
E como fica o mercado? Um dos principais questionamentos sobre essa modalidade de ensino é a falta de reconheci16
19.45
5.78 % informação Não. Falta
mento das empresas em relação à formação em cursos de EAD. Só que essa desconfiança parece que vem sendo alterada por quem está contratando. “Antes existia certo preconceito diante deste modelo de ensino, já que grande parte do mercado ainda era bastante conservador. Porém, com o inegável crescimento desta modalidade, o mercado acabou se rendendo”, declara Viviane Prado, gerente da ALLIS S.A., empresa especializada em recrutamento. Segundo o professor David Forli, realmente não há uma reação contrária ao formato. “Tendo em vista os headhunters com quem mantenho contato, não há um preconceito declarado dos contratadores por conta da modalidade. Muitas vezes esse preconceito se dá em razão da reputação da instituição”, afirma. Para o professor, se existir algum tipo de desconfiança nesta modalidade, ele é fruto do desconhecimento. “O novo, em geral, causa essa reação ao estabelecido. Lembre-se que a gravadora Decca (que já não existe) disse aos Beatles: ‘não gostamos de seu som e a música de guitarra
a preocupação está na
abertura de cursos
sem qualquer critério de
ensino
está acabando’. Ao ser apresentada aos computadores portáteis, a IBM disse: ‘quem vai querer ter um computador em casa?’”, ressalta o professor.
Alerta dos especialistas Para quem pretende ingressar em cursos de EAD, professores e especialistas alertam que é preciso fazer uma análise anterior da instituição e avaliar as críticas positivas e negativas que surgem dela. Além disso, vale conhecer a grade curricular dos cursos, o corpo docente, as parcerias que a organização firma e, principalmente, se a instituição é reconhecida pelo MEC. Hoje, inclusive, diversas
universidades públicas e renomadas instituições particulares já abriram ou têm previsão de implantar algum curso de EAD, o que aumenta a credibilidade do formato de ensino. Para Jucimara Roesler, diretora-geral e professora da UnisulVirtual - uma das instituições pioneiras no mercado de ensino a distância e que já formou mais de 7,5 mil alunos - apesar da escolha da instituição ser importantíssima, o interesse do aluno em realmente querer aprender é o grande diferencial. Para Jucimara, “as exigências de autonomia, disciplina, organização a esse aluno são bem maiores. O aluno é livre para escolher seu método, ambiente de estudo e seus horários. Porém, o sucesso de seu aprendizado exige que ele leia, em média, 1.200 páginas por semestre. Assim, ele precisa ser um exímio gerente do seu tempo. Todas essas características integram o perfil mais almejado pelo mercado e esse aluno já começa a ser reconhecido pelas empresas”.
PERSONALIDADE administradores na historia
Marquês de Pombal: sem trono, porém rei Claude Joseph Vernet e Louis Michel Van Loo, 1767
Por Simão Mairins
O Marquês de Pombal transformou a administração pública de Portugual no séc. 18
E
m 1755, Lisboa, capital de Portugal, sofreu a maior tragédia da sua história. Um terremoto que, hoje, a sismologia supõe ter sido de 9 graus na escala Richter (mesma intensidade do sismo que abalou o Japão) destruiu a cidade. Seguido por um tsunami que – segundo relatos da época – gerou ondas de até 10 metros e submergiu boa parte da cidade, o abalo derrubou prédios e causou incêndios que duraram cinco dias. Até hoje, aquele fatídico 1º de novembro é lembrado com luto pelo povo de Portugal. Para um português, entretanto, o lamento deu lugar ao trabalho já no primeiro dia após a tragédia. E foi nessa fase conturbada vivida pelo país que sua figura controversa se tornou um dos principais ícones da história do país. Sebastião José de Carvalho e Melo, posteriormente Conde de Oeiras e, por fim, Marquês de Pombal, no dia seguinte à grande tragédia, teria proferido a frase que, entre os portugueses, virou ditado popular: “enterram-se os mortos, alimentam-se os vivos”. E foi com esse espírito que ele conduziu com pulso firme a reconstrução da cidade que, um ano após, já estava reerguida e composta por novas edificações preparadas para resistir a futuros tremores. Diplomata de carreira, foi com a ascensão do rei Dom José I que o nobre assumiu a função de Se-
cretário de Estado do Reino, uma espécie de primeiro-ministro. Pelo papel decisivo na reconstrução de Lisboa, o estadista ganhou poderes especiais que, na prática, o equipararam ao próprio rei. Foi assim que, ao longo de 27 anos, transformou a Administração pública portuguesa, implementou mudanças profundas no sistema educacional do país e desenvolveu a economia nacional. Hoje, a maior parte das medidas adotadas pelo Marquês de Pombal soam retrógradas até para o mais conservador dos capitalistas, e é inegável que o estadista não foi nenhum santo. Durante seu governo, cresceu a exploração das colônias, com a imposição de mais tributos; foi mantida a atuação do Tribunal da Inquisição e vários tipos de censura foram impostos, inclusive com a destruição de livros. Mesmo assim, à época, suas ações representaram um marco importante para a modernização da Administração pública, até então bastante presa aos vícios dos regimes absolutistas. 17
carreira empresas
o Lado negativo
das melhores práticas: Por que o melhor pode ser ruim pros negócios?
C
omo argumentar contra as melhores práticas? Afinal, elas representam a conduta de negócios da maioria das empresas bem-sucedidas e, ao adotá-las, você pode compartilhar do mesmo sucesso. Se as melhores práticas parecem ser mais vantajosas do que as que você têm no momento, e são comprovadamente eficazes em seu setor, então por que não adotá-las? Talvez você já tenha ouvido esse argumento de empresas de consultoria ou de fornecedores de software (a maioria dos pacotes de software empresariais é construída a partir de um modelo de melhores práticas). Em muitos aspectos, eles estão certos. Modificar ou substituir seus métodos existentes para torná-los o setor mais consistente faz todo sentido. No entanto, há um lado negativo das melhores práticas que pode prejudicar seu negócio tanto quanto pode beneficiar. Aqui estão quatro considerações antes de você embarcar nessa onda de olhos fechados.
1a Consideração: talvez não seja melhor pra você! Essa consideração é exemplificada pelo velho ditado: “O que é bom para um nem sempre é bom para o outro”. As empresas são únicas e elas se diferem, ou seja, as melhores práticas são imperfeitamente móveis. Podem funcionar incrivelmente em um ambiente, mas podem fracassar nos outros lugares. Não culpe o mensageiro.
2a Consideração: talvez não seja melhor pra ninguém! De onde vêm as melhores práticas? Você pode pensar que elas surgem de um processo sistemático e bem definido, mas na verdade a origem é mais complicada. O processo é mais ou menos assim: uma organização coleta dados de importantes empresas de um determinado setor. Isso é feito através de entrevistas com altos executivos e/ou pesquisas com funcioná18
por Michael Wade*
rios de vários níveis. A partir desses dados é identificado um conjunto bruto das melhores práticas, executadas por essas grandes empresas para obterem sucesso. O conjunto é então despido de especificidades e refinado em algo que seja suficientemente generalizado para que seja aplicado em outras empresas. Superficialmente, não há nada de errado com esse processo contanto que seja feito de forma sistemática, coerente e cuidadosa. O problema é que a relação entre as melhores práticas e o sucesso organizacional é extremamente difícil de demonstrar. Muitos fatores levam ao sucesso, e as melhores práticas identificadas são apenas parte de uma grande gama de possibilidades. A melhor prática talvez não beneficie a empresa e, de fato, pode até atrapalhar. Além disso, enquanto as empresas de consultoria sempre realizam pesquisas sobre as melhores práticas das empresas líderes de um determinado setor, elas raramente, verificam o desempenho das empresas inferiores. Por que deveriam se importar? Porque é possível que elas estejam usando as mesmas ‘melhores práticas’ que as líderes, o que significa que os fatores associados ao sucesso também podem ser associados ao fracasso.
3a Consideração: ela pode te deixar menos competitivo, não mais! Ao adotar melhores práticas setoriais, as empresas deixam de se diferenciar dos concorrentes. Este fato se acentua quando as melhores práticas são incorporadas aos planos de reengenharia dos processos, promovido pelas empresas de consultoria, ou embutidos em pacotes de software empresarial, como o SAP. Dado que essses sistemas são fundamentados em processos padronizados e suas customizações caríssimas e complicadas, as empresas de setores com altos índices de adoção do SAP acabam sendo muito semelhantes entre si, assim as pressionando a construir pontos de diferenciação competitiva sobre fatores que estão fora do controle da aplicação empresarial. Portanto, mesmo que a melhor prática seja móvel (1a consideração) e que realmente aponte para o sucesso (2a consideração), na melhor das hipóteses, as melhores práticas o colocam a par de seus concorrentes.
4a Consideração: é desmoralizante! Por fim, a implementação de melhores práticas pode ser desmoralizante para funcionários que trabalharam duro para desenvolver e implementar outras
práticas. Definitivamente, quando se aplica as melhores práticas em uma organização, você está dizendo que as práticas existentes são inferiores. Embora possa ser verdade, isso também pode incomodar os funcionários. Seu pessoal investe bastante em processos e práticas, como usuários e designers. Se você não tiver cuidado, pode haver resistência passiva ou ativa às novas ‘melhores’ práticas.
Conclusão No papel, as melhores práticas são fáceis de vender. Quem não quer se associar ao ‘melhor’? No entanto, é importante refletir sobre o verdadeiro valor da adoção das melhores práticas em sua organização. Em algumas situações, será a coisa certa a fazer. Mas, em outras, os custos podem encobrir os benefícios.
Quando houver oportunidade de adotar as melhores práticas, faça as seguintes perguntas: -A melhor prática é sólida o suficiente para ser aplicada a uma variedade de empresas? -A melhor prática será melhor para minha empresa? -Quão rigoroso foi o processo usado para identificar e modificar a melhor prática? -Minha empresa perderá diferenciação competitiva se a melhor prática for adotada, dada a quantidade de empresas em meu setor que já a adotou? -Quanto terei de modificar minhas práticas existentes para adotar as melhores práticas e, sendo assim, valerá esforço?
*Michael Wade é professor de Inovação Estratégica e Gestão da Informação no IMD, uma das principais escolas de negócios do mundo, sediada em Lausanne, Suíça
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japão sistema de produção
A influência do Toyotismo na
recuperação do Japão Até que ponto o modelo pode ser útil para a reconstrução do país? Simão Mairins
J
apão, 12 de março de 2011. Era a primeira manhã depois do maior terremoto da história do país. O cenário, desolador: casas inteiras no chão, vias alagadas, carros destruídos. No caos das ruas, entretanto, um número considerável de pessoas parecia não ter sido afetado pela tragédia do dia anterior. Bem organizados, divididos em grupos, diversos cidadãos comuns retiravam escombros das ruas, limpavam calçadas, auxiliavam feridos. À primeira vista, a cena descrita acima é apenas um exemplo de como se comporta, diante da adversidade, um povo que se desenvolveu tendo de aprender a lidar com as catástrofes. Com um olhar um pouco mais atento, entretanto, é possível perceber que há aí, também, alguns traços do modelo de Administração que ajudou o país a se transformar na segunda maior economia do mundo poucas décadas depois de ter sido devastado na Segunda Guerra Mundial. Surgido – como se costuma falar no jargão industrial – no chão
da fábrica, o Sistema Toyota ou Ohnoismo, é filho da indústria automobilística. Entretanto, tendo como princípio básico a “produção enxuta”, difundiu-se em outros setores e foi muito importante para a consolidação do país como uma potência econômica. Afinal, até que ponto os princípios do Toyotismo têm estado presentes no dia a dia da reconstrução do Japão?
mais de 60 anos depois do fim da guerra, o país está tendo, novamente,
de se reerguer
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O que é o Toyotismo Tendo como conceito básico o Just-in-time (ver quadro), o Toyotismo é um sistema que organiza a produção de modo que sejam evitadas ao máximo as perdas. Para isso, é esquematizada a sincronização total da cadeia produtiva, desde a aquisição
de matérias-primas até a distribuição para os consumidores finais. Dessa forma, é possível trabalhar sob demanda, com estoques baixos, reduzindo, assim, os custos totais. É uma marca do Toyotismo, também, o rígido controle de qualidade dos produtos, prática implantada no país antes mesmo da sistematização do modelo, introduzida por empresários que, após a Segunda Guerra Mundial, foram buscar nos modelos ocidentais instrumentos capazes de reposicionar a produção japonesa no mercado internacional.
Antes da teoria, a tradição Mais que um método, o Toyotismo é reflexo das tradições japonesas sobre o sistema produtivo do país. “O modelo japonês de Administração como um todo vem da forma como o povo de lá vê o mundo. Então, ele não é algo que surgiu à parte da sociedade japonesa, ele emergiu dela”, explica o professor Rafael Alcadipani, da Fundação Getúlio Vargas. Ao longo da sua história, mas principalmente nos momentos de crise, o povo japonês sempre demonstrou possuir características que foram fundamentais para a manutenção do mínimo de ordem, mesmo em situações de caos. O foco no trabalho e o respeito à hierarquia, por exemplo, foram fatores decisivos para a organização do país e o desenvolvimento da sua economia nas últimas décadas.
A teoria na prática
No Toyotismo, isso se estrutura sobre uma busca permanente por melhorias e a valorização do trabalho coletivo, tanto entre os funcionários de uma empresa quanto entre companhias diferentes, posicionadas de forma interdependente. Vale destacar ainda que, diferentemente dos modelos ocidentais, em que os profissionais são extremamente especializados, no modelo japonês os trabalhadores são capacitados para atuar em diversas funções e dominam diferentes etapas do processo produtivo.
Com o Toyotismo, as tradições milenares somaram-se a metas e planos que até hoje são o modus operandi de muitas empresas no Japão. “Na indústria, o modelo permitiu diminuir custos a partir da redução dos estoques, mantendo um controle de qualidade total. Na reconstrução, embora as obras sejam na área de construção civil, saneamento, habitação, (os princípios do Toyotismo) podem ser implantados também. Muitas empresas desses setores no Japão usam esses princípios e, geralmente, têm dado bons resultados, como agilidade e custos baixos”, explica o professor Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios. Em um momento em que o país vê a China lhe tomar o segundo lugar no ranking das maiores economias do mundo e com uma dívida de trilhões que cresce a cada ano, economi-
zar no trabalho de reconstrução é algo indispensável. Por conta do terremoto e do tsunami que o seguiu, o fornecimento de energia no país ficou comprometido, reduzindo a capacidade e até parando temporariamente algumas empresas. Diante de um cenário tão complicado, o anúncio do governo de que serão necessários US$ 310 bilhões para reerguer o país é, no mínimo, preocupante, o que levou alguns especialistas a considerar, inclusive, uma retração no PIB para esse primeiro semestre. Os estragos causados pelo terremoto e o tsunami, entretanto, podem, a longo prazo, gerar uma movimentação positiva na economia japonesa, segundo o professor Alcides Leite. “A catástrofe tem um lado que pode contribuir para a alavancagem da economia, aumentando a
demanda com obras de reconstrução”, explica o professor. Nesse sentido, salienta Leite, os princípios do Toyotismo podem fazer a diferença. “O modelo ajuda muito. A atuação coletiva dos chamados conglomerados agiliza bastante o trabalho e facilita a reconstrução”, afirma. Para as empresas afetadas pela tragédia, o fato de ter uma produção “no limite” ajuda a reerguê-las, na visão do professor Rafael Alcadipani. “Diferentemente do Fordismo, em que é necessária a acumulação e você precisa trabalhar com grandes estoques, o modelo japonês permite trabalhar de forma mais enxuta. Isso é muito positivo, porque as empresas têm como se recuperar com uma agilidade muito maior”, explica.
Toyotismo Princípios básicos: Just in time
Sincronização total da cadeia produtiva, desde a aquisição de matéria prima até a distribuição para os consumidores finais
Muda
Eliminação de tudo que é dispensável para o processo produtivo, com o intuito de evitar desperdícios e, assim, reduzir custos
Kanban
Esquematização visual do sistema de produção, responsável por acionar e acompanhar todo o processo
Kaizen
Aperfeiçoamento permanente, tanto dos métodos quanto dos produtos
Principais características
Estoque reduzido, automação, produtos de alta qualidade, profissionais capacitados para exercer diversas funções, baixo custo de produção, interdependência entre diferentes empresas
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Quiz
Você é um realizador, procrastinador ou um conformado? tem pessoas que buscam constantes realizações na vida e outras que estão conformadas com sua atual situação. Descubra em qual perfil você se encaixa!
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Dinâmica: Faça o teste dando notas para as perguntas conforme a escala abaixo, some o resultado e veja em qual perfil você se encaixa:
1 – Nunca | 2 – Raramente | 3 – Algumas vezes | 4 – Com muita freqUência | 5 – Sempre
1 – Costumo listar todas as atividades que tenho para fazer nos próximos dias em minha agenda e consigo concluí-las conforme planejado. ( ) 2 – Eu defini e consegui realizar pelo menos 50% das metas definidas no final do ano passado, para este período.( ) 3 – Minha família sente muito orgulho das realizações que tive nos últimos 24 meses e pode afirmar que sou uma pessoa de sucesso profissional e pessoal.( ) 4 – Sempre que necessário, eu mudo os
rumos, crio alternativas e tomos decisões duras, para que eu consiga resolver impasses, problemas ou situações delicadas que me ajudam a avançar um degrau na minha vida. ( ) 5 – Estou conseguindo equilibrar minha vida pessoal e profissional, tendo tempo para as coisas realmente importantes e mantendo sob controle o urgente.( ) 6 – Sou uma pessoa que tem uma mente aberta para mudança e não penso duas vezes
se for necessário fazer algo para que eu possa melhorar a minha vida. ( )
equilibrada, permitindo criar uma reserva para realização dos meus sonhos futuros. ( )
7 – Acredito que meus resultados são fruto do meu trabalho, dedicação, persistência e empenho, e não da sorte ou de circunstâncias alheias à minha vontade. ( )
10 – A minha carreira teve uma evolução sólida nos últimos 12 meses, comprovadas através de novas certificações, promoções, alcance de metas, novas responsabilidades etc. ( )
8 – Meus colegas de trabalho e familiares me veem como um exemplo de pessoa realizadora, que consegue ter resultados na vida. ( ) 9 – Consigo usar meu dinheiro de forma
11 – Evito ao máximo deixar tarefas para a última hora e luto constantemente contra a procrastinação das atividades que não gosto de realizar. ( )
RESULTADO Até 20 pontos – Conformado Esse perfil corresponde àquelas pessoas que já assumiram dificuldade para mudar, que a vida é assim mesmo, que ela não nasceu com sorte e nem tenta mudar a situação atual. A vida passa rápido demais para quem se conforma com ela e isso acaba atrasando toda a sua realização pessoal. É fundamental que você pare e faça uma auto-análise sobre sua vida, seu momento atual, aonde deseja chegar e que passos práticos serão necessários para iniciar sua mudança. Talvez seja necessária a ajuda de um amigo, mentor ou coach para dar os primeiros passos com você.
Acima de 20 pontos – Procrastinador Provavelmente, está deixando algumas coisas importantes de lado na sua vida. Você tem a iniciativa, as ideias, mas na hora de começar a execução acaba deixando de fazer, por preguiça, falta de tempo, porque a atividade é muita chata ou difícil. Nesse perfil você acaba agindo demais, mas evoluindo muito pouco. A dica para você é aprender a administrar melhor o seu tempo, descobrir as coisas que possam ajudá-lo a ter uma maior motivação para execução e definir objetivos para sua vida com mais seriedade.
Acima de 35 pontos - Realizador Parabéns! Você está no time das pessoas que fazem a vida acontecer, que realizam sonhos, que conquistam objetivos e evoluem a cada período de sua vida. Isso não significa que você tenha uma sorte extrema ou que não tenha problemas. muito pelo contrário, o resultado mostra que a sua tendência é ver os problemas como obstáculos a serem superados. Faça de tudo para manter essa sua característica, defina boas metas, crie planos de ação e aprenda a usar seu tempo com mais qualidade.
O teste foi elaborado pelo CEO da Triad Consulting Chirstian Barbosa, maior especialista no Brasil em Administração de tempo e produtividade. www.maistempo.com.br e www.triadps.com 22
futuro novos profissionais
ADMINISTRADOR DO FUTURO Por Eber Freitas
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isão sistêmica, ampla experiência no mercado de trabalho nacional e estrangeiro, afinidade com as diversas áreas da Administração e uma boa dose de sofisticação. Eis as características de Wagner Xavier Júnior, Administrador do Futuro desta edição. Hoje, com 24 anos, ele lembra a sua trajetória profissional, que começou aos 14: técnico de hardware autônomo, caixa, vendedor, estagiário e gerente de projetos internos, cargo que ocupa atualmente. Após uma curta experiência acadêmica no curso de Engenharia de Controle e Automação na PUC – RJ, Wagner foi para os Estados Unidos, onde trabalhou na CVS/Pharmacy e pôde, além de dominar um idioma estrangeiro, conhecer o mercado de varejo norte-americano. De volta ao Brasil, cursou Administração de Empresas no Ibmec - RJ, onde se formou no final do ano passado. Apesar da correria do cotidiano, ele encontra tempo para se dedicar a ocupações extra profissionais. “No fim do ano passado comecei a tocar gaita diatônica. Na adolescência tocava contrabaixo, mas a falta de tempo para estudar e o pouco tempo que passo em casa me despertou o desejo de tocar algo mais portátil”, afirma Wagner.
Arquivo pessoal
Você já trabalhou em diferentes áreas de atuação. Em sua opinião, contar com o domínio de diversas habilidades e ferramentas é um fator positivo para o profissional? Wagner Xavier Júnior Ferramentas existem para facilitar a nossa vida, aumentar produtividade e a eficácia nos processos. Desta forma, acredito que contar com diversas habilidades, mesmo que não sejam de uso específico do cargo ocupado, pode ser sim um ponto muito positivo para qualquer profis-
sional, considerando que o domínio das core competencies de cada atividade deixou de ser uma vantagem competitiva e passou a ser um simples requisito.
O fato de ter morado nos EUA, dominar um idioma estrangeiro e conhecer os procedimentos e métodos do mercado de varejo norte-americano é um diferencial na sua carreira? Por parte sim. Para uma grande parcela do mercado, falar inglês deixou de ser um diferencial, mas acredito que a vivência no exterior durante a juventude e a convivência com o maior mercado consumidor do mundo seja bem vista pelos gestores de recrutamento e seleção. Quanto pela parte da experiência no varejo norte-americano, independente da atividade da empresa onde eu trabalhe, sempre existirá o objetivo de vender para um público-alvo. Neste ponto, esse setor nos Estados Unidos tem fortes estratégias voltadas para os fundamentos do comportamento do consumidor, principalmente principalmente com ações voltadas para despertar a necessidade/ desejo de compra no consumidor.
Como dizia o filósofo Aristóteles, “a música acostuma o caráter aos prazeres sadios”. Você curte blues, jazz, estilos musicais que não fazem muito sucesso entre os jovens brasileiros de uma maneira geral. Levando isso em conta, como você adaptaria o conceito de Aristóteles para o mundo da Administração?
Atualmente, existe uma vertente na comunidade científica que condena famosas práticas de mercado como o benchmarking, e até mesmo teorias consagradas como a Vantagem Competitiva de M. Porter. Estes pesquisadores afirmam que o benchmarking, diferentemente do que seus praticantes alegam, des-
trói a criação de diferenciação, uma vez que todos adotam as estratégias e padrões do líder de mercado. Esses estudiosos defendem que o mercado deveria utilizar uma direção contrária às empresas líderes, é claro, sempre visando o que é desejável pela sociedade. Afinal, qual é a graça de vermos nascer o aPad, ePad, entre outros “Pads” que, no fundo, fazem a mesma coisa? Por que não criar um dispositivo que voa, outro que anda e um terceiro que nada? Isso sim que seria competição de verdade, mais saudável para empresas e consumidores. Esse é o espírito criativo que busco nestes gêneros musicais. Gosto do poder de improvisação do jazz e de um mercado criativo e inovador. De acordo com Luiz Flavio Autran, professor da IBMEC, Wagner reúne o que há de melhor em termos de habilidades gerenciais
dúvidas PAPO COM YODA
Tem alguma dúvida, pergunta ou curiosidade sobre sua carreira, o mundo corporativo, Administração, desempenho na empresa ou está com problemas no trabalho? O Jedi mais sábio do cinema responde para você! Envie sua pergunta para mestreyoda@administradores.com.br
Aldilania Cardoso Mestre Yoda, por que quando somos promovidos, em vez de ficarmos felizes, às vezes, bate a sensação de arrependimento? Sei lá, uma coisa estranha... ”Coisa estranha” é no mesmo lugar ficar. Força e talento temos, para adiante avançar. O medo do novo, sim, normal é, assim como passageiro. Somente lamentar ou arrependerse você deve, novamente, se ao mercado de trabalho “promovida” você for! Que a Força com você esteja, neste novo desafio. Dyonathan Lavall Faço cursinho pré-vestibular e tenho total interesse na área de Administração. Gostaria de saber o salário inicial de um recém formado e se, com pós-graduação, o sálario tende a aumentar. Para ter uma boa carreira, o inglês é fundamental? E o mercado de trabalho do administrador como está hoje em dia? Vale a pena mesmo eu fazer uma faculdade de Administração em uma boa faculdade (estou tentando a UFPR) ou seria melhor tentar uma Engenharia em uma faculdade particular? Com o salário, afoito aprendiz, preocupado você não deve ficar. Feliz fique em uma oportunidade conseguir, caso assim seja. Assim como as consequências, isto depois vem. Certamente, os 24
estudos não cessar fundamental é. Conhecimento e sabedoria, acumular você deve. Se inglês fundamental é? Outra língua, nos dias de hoje, diferencial é até em processo seletivo de gandula. Então, caprichar você deve, não só no inglês, mas no espanhol e no mandarim também. Quem disse que fácil seria? Até o Han Solo - que um tosco era - mais de uma língua sabia. (Quem apenas uma sabia? O Chewbaca) Sobre faculdades, o tema polêmico é. Muitos bons profissionais, as boas faculdades não conheceram. Por outro lado, das melhores faculdades, muitos medíocres com o canudo saíram. Certo é, que tudo do melhor, buscando sempre, as chances aumentar devem. Finalizando, administradores muito mercado terão, sempre. Bons cargos de diretoria e gerência por bons profissionais esperando estão, em pequenas, médias e grandes empresas. Que a Força com você esteja, padawan da Administração. Amanda Reis Para obter uma visão sistêmica da empresa, seria interessante para o gestor não se prender apenas nas informações passadas pelo seu subordinado direto da hierarquia e sim obter ideias de seus subordinados indiretos? Isso não poderia trazer ideias
que talvez não chegassem até ele se obedecesse à hierarquia da empresa? Perspicaz discípula, sua colocação, revestida de verdade está. Sempre que de uma pessoa apenas a verdade vier, frágil ela será. Por tal motivo, muitos gestores ao “chão de fábrica” descem e para detrás do balcão vão, muitas vezes escondidos, até. Este exemplo, o limite mais drástico é, mas a visão amplia. Outros, sempre percorrer a empresa procuram. Com todos conversando e a tudo atento. Infelizmente, esmerada Amanda, em nenhum dos exemplos citados, a regra está. Que a Força, sem hierarquias, com você esteja.
Janaina Reis A exemplo do que ocorreu no Egito, onde uma revolução sem líderes foi capaz de derrubar o ditador Hosni Mubarak, o futuro
das organizações será de uma liderança coletiva? Impetuosa Janaina, apesar de ótima a pergunta ser, não creio. Muito nisto se fala e ainda hoje um belo vídeo vi, sobre isto, e aqui compartilho: adm.to/admcuriosidade. Nos países, tal qual como no Egito de Mubarak, o inconsciente coletivo mais alto fala, diante de uma opressora e injusta liderança. Nas empresas, os mais insatisfeitos a sair tendem e não a uma revolta começar. E mesmo que o fizessem, outro líder assumir iria. Darth Vader uma revolução externa enfrentava. A dos rebeldes, contra o império. Política, portanto. Entre os seus, a mais surda e artificial paz reinava. Mas reinava. Infelizmente, em muitas empresas, Maquiavel ainda as tintas dá: “Um Príncipe, amado não deve ser, mas temido.” Que a Força com você esteja.
Conhecimento passar eu posso: @mestre_yoda
artigo consumo
Desventuras de um
early adopter
Comprar produtos logo que são lançados pode dar prejuízo, mas é tão bom... Por Leandro Vieira*
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Em termos teóricos, no Ciclo de Vida da Adoção de Tecnologia, enquadro-me na categoria de “Early Adopter”, ou adepto inicial, representado no famoso gráfico em forma de sino ao lado. Geoffrey Moore, consultor americano que ficou famoso após a publicação de Crossing the Chasm (Atravessando o Abismo), explica que esse modelo da década de 50 postula que, quando um mercado confronta-se com a possibilidade de mudança de paradigmas - como a transição das máquinas de escrever para os processadores de textos -, os con-
ficou foi que, na prática, a teoria não funcionava com frequência. A transição dos visionários (early adopters) para os pragmáticos é especialmente complicada, em virtude das diferenças gritantes entre os dois grupos. Ao invés de estarem dispostos lado a lado, como o modelo previa, Moore apontou que existe um abismo
Ciclo de vida da adoção de tecnologia
t va no
Tem explicação
sumidores se separam ao longo de um eixo de aversão ao risco, iniciando com os inovadores, imunes ao risco, terminando com os retardatários, totalmente avessos ao risco. Entre esses dois extremos, surgem outras três comunidades, identificadas como adeptos iniciais (early adopters), maioria inicial (early majority)
In
ou constantemente zoado em minha família por fazer as “piores compras”. Por não conseguir conter a curiosidade, tenho a mania de comprar os produtos assim que são lançados. Sabe quando teve o boom das TVs de plasma em 2006, ano da última copa? Pois é. Paguei R$ 9 mil na minha. Alguns meses depois os preços despencaram, e os meus irmãos me chamavam carinhosamente de otário toda vez que me viam, virou quase um apelido. Algum tempo depois, com o mesmo dinheiro já era possível comprar duas TVs iguais à minha. Logo que a Apple lançou o iPod Touch em 2007, não hesitei em comprá-lo. O único detalhe é que o iPhone, lançado no resto do mundo alguns meses depois, fazia tudo o que o Touch faz, mas com a singela diferença de servir também como telefone celular. Meti o pé na jaca de novo. No primeiro dia em que o Kindle foi lançado para o resto do mundo, lá estava eu novamente, cego para os valores e possíveis consequências de comprar um produto recém lançado. Novamente, pouco tempo depois o preço do gadget da Amazon caiu e, para a minha irritação, eles liberaram para compra internacional o Kindle DX, com tela maior e mais recursos. Bastardos!
e maioria tardia (late majority). Segundo o modelo, a mudança á adotada sempre da esquerda para a direita. Só que Moore identificou algumas características peculiares de cada grupo, e os rebatizou da seguinte forma: Inovadores, Visionários, Pragmáticos, Conservadores e Céticos. (Entenda mais no infográfico da pág 26 e 27). Em conjunto, esses cinco grupos constituem o Ciclo de Vida da Adoção de Tecnologia. Durante a década de 80, as empresas se apoiaram na ideia de desenvolver o mercado trabalhando de um perfil para o outro. Em tese, isso era maravilhoso. O que Moore identi-
(the chasm!) entre eles - e atravessar esse abismo não é tão simples quanto parece. Voltando ao tema principal do artigo, sugerido no título “desventuras de um early adopter”, estou me coçando agora pelo iPad 2. Por diversas vezes em sites de comércio eletrônico, já cliquei em “colocar no carrinho” o novo hit da Apple. Tomando com base minhas experiências anteriores, uma voz na minha cabeça sussurra: “espere mais um pouco”. É difícil. Muito difícil. Eu sei que o produto vai baixar. Eu sei que eles deverão lançar brevemente uma nova versão aprimorada, com novos e melhores recursos. Mas e daí? Enquanto isso, eu também sei que o iPad 2 existe e eu não o tenho. *Leandro Vieira perdeu a conta de quanto já gastou em produtos considerados inovadores
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marketing satisfação do cliente
Gerenciar a experiência é mais
importante do que controlar a espera Don’t Manage Waits, EXPERT
insight
WAITS AND MEASURES
Gabriel Bitran, Juan Carlos Ferrer e Paulo Rocha e Oliveira*
Manage Experiences
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irigentes de empresas se preocupam muito com a possibilidade de seus clientes ficarem aborrecidos com o tempo de espera. Mas é possível que a solução não se resuma apenas em reduzir esse tempo. Essa é uma solução antiquada, menos relevante para o novo tipo de consumidor que caracteriza hoje o mercado. Com base em pesquisas que combinam psicologia do comportamento e princípios tradicionais de marketing com as operações, é possível organizar uma nova estrutura, capaz de ajudar as empresas a tomar decisões melhores sobre o gerenciamento do tempo de espera. A ideia básica é que tomar tempo demais do cliente acabará por prejudicar os lucros. Mas esperar não precisa ser uma coisa negativa. Pode ser neutra ou, em lugares como o Walt Disney World, até positiva. Às vezes, adotar um ritmo mais lento pode ser a melhor forma de garantir um serviço eficiente com relação ao custo e até mesmo fazer com que o cliente se sinta melhor. A chave para o gerenciamento da espera é entender como a espera influenciará os lucros da empresa. Um dos melhores exemplos nesta área está na Disney. Seus dirigentes sabem que, para ter sucesso, a espera precisa ser divertida, pois os visitantes passam mais tempo nas filas do que nos próprios brinquedos. Por que, mesmo assim, os visitantes normalmente saem sorrindo do parque no fim do dia? Porque os funcionários orquestram, de maneira inteligente, o tempo em que ficaram no local.
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By GABRIEL BITRAN, JUAN CARLOS FERRER and PAULO ROCHA e OLIVEIRA
SECOND QUARTER 2009 ISSUE 1
IESEinsight
Manter crianças entretidas enquanto esperam em uma fila é um grande desafio, que a Disney aprendeu a enfrentar. Por exemplo, Mickey, Minnie e os outros personagens percorrem o local, prontos a serem fotografados com os visitantes. Durante a espera do programa Soarin’ Over California, os visitantes podem jogar em video games interativos ou dar uma espiada no Wings of Fame, uma coleção de aviões históricos. Antes de tomar medidas para poupar tempo, é importante para o gestor determinar se elas são desejadas pelo público. Por exemplo, estabelecer o check in automático nos hotéis indubitavelmente ganha tempo. Mas mesmo viajantes apressados irão apreciar algumas palavras de boas-vindas ditas por um ser humano e acompanhadas por um sorriso ao atendimento impessoal de um computador.
Miranda Jelicié/ Revista IESE insight
Na hora das compras Fazer compras é outro setor em que isso é importante. Há pessoas e ocasiões em que o processo de escolha e negociação pode ser mais importante do que a compra em si. Mas também há pessoas para quem gastar o mínimo de tempo em uma compra é o mais importante. Por isso, o que uma cultura, grupo de idade ou sexo gosta é abominado por outro. Assim, tente saber qual o interesse de seu público, levando em conta toda a experiência, e faça a opção pelo o que der respostas mais positivas. Muita coisa pode ser aprendida a partir de pesquisas na área da Psicologia feitas a partir da década de 90 e que contribuíram para mudar o pensamento atual sobre como as pessoas reagem a experiências. Uma das mais interessantes foi feita na Universidade Princeton pelo psicanalista e prêmio Nobel de Economia Daniel Kahneman.
Em uma de suas experiências, os participantes do estudo mantiveram as mãos mergulhadas em duas vasilhas com água, cada uma por um minuto. A primeira vasilha continha água gelada. A segunda continha água ainda mais fria, mas, nos 30 segundos finais, ela ia sendo ligeiramente aquecida. A equipe descobriu que a maioria dos participantes preferia a segunda vasilha, mesmo ela sendo, objetivamente,
voltarão ou não e o que vão co- gosto. O tempo de espera, assim, mentar sobre o seu negócio. O tende a ter um efeito neutro ou que importa em um encontro de até mesmo positivo. prestação de serviços não é só o tempo, mas o que, como e quan- GERENCIE O CLIENTE, NÃO do acontece esse serviço. A DEMORA Manter os consumidores A forma como o consumidor contentes durante o encontro – percebe o passar do tempo pode e ainda mais contentesEXPERT no fim ser maior ou menor que a reali- MAN DON’T insight – significa uma vantagem com- dade. Uma demora bem explicapetitiva. Veja seis ideias relativas da pode ser menor do que é na ao gerenciamento do tempo, realidade. A demora produz senbaseadas em nossas próprias pes- sações de impaciência e nervoime is money, they say sismo que são as mais negativas. Barclaycard once calcu Nesses casos, o responsável deve of the time it takes an a ir além da própria duração e lito brush his or her tee dar diretamente com a ansiedade pence (43 cents). But when it com e aborrecimento do consumidor. standing how customers make de
O consumidor lembra os aspectos da experiência que mais chamam sua atenção menos confortável que a primeira. Isso o levou a formular o chamado end effect: quando uma pessoa avalia uma experiência, o final não só tende a ser mais importante que o princípio, mas pode fazer com que a pessoa esqueça sua duração. Outro grupo de pesquisadores, chefiado pelo economista comportamental Dan Ariely, da Universidade Duke, realizou testes nos quais identificou as chamadas gestalt features, aspectos de uma experiência que determinam como o consumidor vai lembrá-la no futuro. Além do end effect, são incluídos aspectos como a tendência (a experiência melhorou com o tempo?), os picos e vales (momentos de alta e baixa satisfação) e a taxa (a satisfação do cliente subiu e abaixou rapidamente ou lentamente?). Aplicamos as ideias dos dois grupos a situações do mundo real, incluindo transporte aéreo, hotéis, serviços financeiros e lojas de varejo. Nossa descoberta foi a de que os clientes não lembram todos os detalhes de sua experiência, mas apenas aspectos que chamaram sua atenção. São eles que determinam se eles
quisas, trabalhos de consultoria e tarefas de ensino, além de trabalhos de outros pesquisadores, citados em nosso paper publicado em Manufacturing & Service Operations Management.
TORNE A ESPERA MENOS APARENTE O consumidor lembra os aspectos da experiência que mais chamam sua atenção e tenderá a esquecer a espera se ela passar para segundo plano. Uma maneira de fazer isso é mantê-lo ocupado, assistindo a uma TV de tela plana ou ouvindo música de seu
T
and money have some critical diff
REDUZA AS INCERTEZAS, example: How relevant to you is th AUMENTE ure forA brushing your teeth? PREVISIBILIDADE Understandably, managers fret
Isso aumenta a sensaçãowaiting de coners will perceive as an ann trole eanyone satisfação consumidor. whodohas spent a half-hour w Dar ao cliente to pay for ainformações carton of milkhoin a noisy, nestassupermarket sobre a espera – especialwould be inclined to a menteagers nos scramble encontrosto pelo te-the wait reduce lefonelessen e pelaitsinternet – o deixa effect: thus, more lanes, b bettere hold music mais width, confortável permite que- based o sumption that taking up too much o controle melhor o seu tempo. ers’ time will ultimately hurt Em atendimentos públicos, um profit Yet waiting doesn’t have relógio, um teleprompter com o to be a n be a neutral or, at places like tempo de espera estimado, um Walt D positive. Sometimes sistema de senhas ou umslowing dis- thing the best way to ensure cost-effecti positivo para avisar o cliente na make customers esperacan de even um restaurante levamfeel bett the management of waiting a sensações mais positivas com is to un the wait affects profits. relação à experiência total.
executive summary
29
marketing satisfação do cliente EXPERT insight
DON’T MANAGE WAITS, MANAGE EXPERIENCES
A Cadeia do Lucro durante a Espera
Políticas operacionais
TABELA 1
Conjunto de decisões para gerenciar um processo de serviço de entrega
Políticas operacionais afetam a rentabilidade de forma direta ou indireta
Moderadores Afetam o humor e o senso cronológico do cliente
Rentabilidade AMBIENTE EXPERIÊNCIA POSITIVA
EXPERIÊNCIA NEGATIVA
>a p
mudança de provedor (estabelecimento de compra), má reputação
tendência a comprar novamente,divulgação do serviço boca-a-boca
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IESE insight
Estado Personalidade Cultura Educação Experiência Conhecimento Gênero
TEMPO DE ESPERA
do cliente
n te
a es p e ra
<
ra
u
Se o cliente não ficar satisfeito no fim da transação, naturalmente vai dar mais importância ao tempo de espera e a outros obstáculos que encontrou no caminho. Uma forma de fazer isso, quando há boas e más notícias a dar, é prestar as informações ruins primeiro, para passar as boas no final.
A PESSOAL
>D
GARANTA UM EFEITO FINAL POSITIVO
espera <
Comportamento
AJUSTE O AMBIENTE Muitas vezes é possível aumentar a satisfação do cliente por meio de ajustes no ambiente. Considerado normalmente um elemento do chamado “gerenciamento de percepções”, consiste no controle de condições como iluminação, temperatura, sons e cores; de avisos, símbolos e dispositivos que podem ser instruções para formar filas e aproveitar oportunidades de economizar tempo; e elementos de layout espacial e funcionalidade, como equipamentos e móveis.
a ós
Iluminação Temperatura Sons/cores Funcionalidade/ Aproveitamento do espaço Sinais e símbolos Instruções de formação da fila Dispositivos de manutenção do tempo
EXPERIÊNCIA POSITIVA
maior paciência, propensão à compra
Evolução do serviço pelo cliente
EXPERIÊNCIA NEGATIVA
decepção e renegação, sem propensão à compra
SEJA JUSTO
tro setor do aeroporto. *Gabriel Bitran é professor de Perguntamos aos nossos alu-or access fees. É aconselhável sempre procurar products. Instead, tangible goods are but one of through rentals Consumers are Gerenciamento de Operações nosapply qualtheir era aused piortoexperiência servir em accessories primeiro lugar e Dinâmica de Sistemas da the many firmsquem can use to considering the tradeoff – renting the car Management de esperaeffort da qual se lembravam. chega primeiro, evitar aglomeraknowledge and expertise in a collaborative rather than buying it – and areSloam moreSchool likelyofto take a Instituto de Tecnologia de citaram oapproach, tempo preferringdo ções the e manter fora de vista fun- Raramente elesutilitarian with customer. a slice of freedom Massachusetts (MIT); perdido. A-nãotoser em situações cionários e atendiIn this desocupados context, a win-win skill set of special a physical piece of the action. Juan Carlos Ferrer é de grande como emthis new perspective, ized knowledge becomes crucialemergência, in Viewed from time begins mentos especiais.and Porabilities exemplo, professor da Faculdade de um pronto-socorro, interactions customers, as Christopher Love- to playo atempo crucialderole in economic exchanges. Yet, passageiros with da classe econômica Engenharia da Pontifícia Universidade Católica de espera secundário. O lock andvezes EvertseGummesson argue in their pode 2004 ser despite near-universal acknowledgement that muitas aborrecem com Santiago, Chile, e doutor em paper “Whither Services Marketing: In Search é time has become few com a forma como oa precious commodity, o tratamento especial dado aos importante Gerenciamento pelo MIT; of New Paradigm Fresh Perspectives.” Asencara, paniesno bother how customers consumidor final,toaexamine exactly daaprimeira classe. Aand companhia Paulo Rocha e Oliveira é the economic paradigm theexperiência. produc - perceive time and how it shapes theirdodecisions. professor IESE Business aérea LAN achou umashifts solu-fromsua School, de Barcelona, tion and consumption of goods (and the implied This is partly due to the existence of silos in ção muito inteligente para isso: em Matemática transfer of oownership seller to buyer) tofoi the both originalmente academia and practice.graduado Operations man A matéria publicada transferiu check in from dos passapela Universidade Princeton na revista IESE insight, da escola de focusing on ethe co-creation of value, consumer exchanges are in agers have been production and doutor em Gerenciamento geiros de primeira classe para ounegócios IESE (Espanha). peloMost MIT. marketers, creasingly becoming focused on offering benefits delivery of goods and services. ISSUE 1 SECOND QUARTER 2009
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ARTIGO do leitor competição
Competitividade nas pequenas empresas Quem são os verdadeiros concorrentes de uma padaria? E de um pequeno supermercado? Como competir no mundo globalizado? Por Julio Cesar Santos*
A
o retornar de uma viagem ao interior do estado num dos postos de serviços à beira da estrada, acabei me deparando com uma cena inusitada. Dois vendedores de frutas trocaram sopapos na minha frente porque ambos disputavam a preferência do consumidor. Ou seja, eu. Isso me fez recordar de um fato presenciado por mim há algumas décadas, quando eu ainda era vendedor de uma multinacional de produtos alimentícios. Naquela ocasião eu visitava um pequeno supermercado de um bairro distante quando – de repente – entrou um sujeito no estabelecimento e, sem mais nem menos, esmurrou o comerciante que eu estava atendendo. Acalmados os ânimos consegui apurar que ambos eram concorrentes próximos. Ou seja, tanto o agressor quanto o agredido tinham pequenos comércios numa mesma calçada. Será que era isso que eles denominavam de “competitividade”? Tentar aniquilar um colega de negócios só porque ele estava próximo? Talvez eles não soubessem – naquela época – que um dos segredos de qualquer negócio é exatamente o contrário: ser o melhor sem precisar bater nos outros. No mundo moderno, onde a competitividade é abundante, é necessário que os pequenos empresários saibam identificar quem é o seu verdadeiro concorrente. Eles devem refletir sobre outros campos onde existe muita competição. Por exemplo: quais são os concorrentes de um piloto de Fórmula Um? Os outros pilotos ou o cronômetro? Se você vende livros, o seu concorrente é a livraria da esquina ou a internet? E se você vende tênis de grife, o seu competidor é o camelô adiante ou as lojas do shopping de Miami e Orlando? Mas, se você vende um produto que não é muito bom, então, nesse caso, você realmente não tem concorrentes, você tem inimigos. Ou seja, seus próprios clientes. Quem poderia derrotar a melhor seleção de futebol do mundo, a não ser ela mesma? A melhor adversária de uma organização talvez seja ela mesma. Na verdade os concorrentes mais ajudam do que atrapalham, pois são eles que forçam as empresas a inovarem e a crescerem.
Conheço pessoas – e você também – que ao retornarem de suas viagens ao exterior trazem em suas bagagens biscoitos, lápis, tempero, etc, em quantidade suficiente para dois anos de consumo. Sabe com quem estão concorrendo? Com as padarias, bazares e as quitandas do próprio bairro onde essas pessoas moram. Numa economia globalizada os concorrentes são do mundo inteiro, pois no mundo empresarial baseado na inovação, os concorrentes são inusitados. Ou seja, as telecomunicações concorrem com as passagens aéreas; a televisão concorre com o varejo; os computadores concorrem com os despachantes – por exemplo. Nos dias atuais, onde a competitividade entre as organizações – pequenas, médias e grandes – é avassaladora, mais do que nunca é preciso associativismo e cooperativismo. Hoje vivenciamos o momento da “Gestão Compartilhada” daqueles que antes eram inimigos nos negócios e o melhor exemplo disso são as redes de compras formadas por pequenos supermercados, farmácias e padarias. Diante disso, é necessário que os empresários entendam que é preciso unir-se a fim de poder competir com o mundo – esse, realmente, o maior concorrente de qualquer negócio.
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Esse artigo pode ser conferido no Portal Administradores através do link adm.to/admcompetitividade
*Julio Cesar Santos é professor, consultor e palestrante. Por mais de 20 anos treinou equipes de atendentes e supervisores de vendas em multinacionais de bens de consumo e de serviços
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O mais brilhante pensador da Administração moderna deixou um legado sem precedentes. Descubra quem são os possíveis estudiosos que podem substituí-lo Por Amanda Salim
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urante o tempo de apuração desta reportagem. até o fechamento da edição que você tem nas mãos, a notícia que mais repercutiu no mundo inteiro foi a morte de Liz Taylor. A comoção com o falecimento da atriz foi o ponto de partida para declarações do tipo “É o fim de uma era”. Nada mais natural, se pensarmos nas transformações que a diva do cinema causou pelos lugares que passou. Se falarmos de Peter Drucker, então, não há como ser diferente.
Por que queremos outro ícone? A necessidade de ter um modelo, alguém que sirva de inspiração e exemplo, sempre esteve presente na natureza humana. Buscamos constantemente, mesmo sem perceber, um líder para seguir, admirar e respeitar. Alguém que nos dê bons exemplos e nos mostre que é possível, sim, fazer mais e melhor, não importa o que seja. “Entendo que pessoas brilhantes, como Drucker, nos ajudam a encontrar caminhos de sucesso e a acreditar em nós mesmos, que podemos fazer a diferença e que devemos aproveitar sua existência e suas conquistas principalmente como exemplo e oportunidade de aprendizado”, diz Raniere Santos, professor de Administração
que, em 2009, fundou e assumiu a direção da Drucker Society of Brazil, em Recife, uma instituição filiada ao The Drucker Institute, nos EUA. Raniere conta que Drucker costumava dizer o seguinte: “Não me diga que teve um grande encontro comigo, mas, sim, o que vai fazer de diferente na próxima segunda-feira”. Não é à toa, então, que ele representa tantas coisas para tantas pessoas ao redor do mundo e sua influência extrapola os campos ligados à ciência da Administração.
O intelectual da Administração Desde novembro de 2005, com a morte de Drucker, homens e mulheres de negócios do mundo inteiro se questionam e argumentam na tentativa de encontrar um discípulo à altura do que o executivo representou para o universo corporativo durante seus quase 75 anos de carreira. Seus estudos lançaram ideias
mano precisa ser produtivo para ser feliz. E que as empresas, de qualquer natureza, existem para potencializar a produtividade humana. Dessa forma, ele se interessava pelo esforço coletivo e também explorava a questão de como as pessoas podem trabalhar em equipe dentro das organizações”, conta Clemente Nóbrega, consultor em estratégia, inovação e autor de sete livros. Outra razão que eternizou a figura e o trabalho de Drucker é que seu apelo foi além da Administração. “Ele também escreveu sobre outros assuntos de maneira consistente. Se preocupava com estratégias organizacionais e a gestão de pessoas. Sua reputação foi construída durante muitos anos em cima de todo o seu trabalho”, conta o norte-americano Bruce Rosenstein, especialista em Drucker e autor do livro “O Legado de Peter Drucker” (Ed. Campus Elsevier, 2010). Para Bruce, qualquer teoria e doutrina considerada revolucionária
básicos e fundamentais articulados por ele ainda são aplicáveis em diversas circunstâncias e não devem ser negligenciados no ímpeto de abraçar novas teorias”, completa Bruce. Antes de partir, Drucker criou nos Estados Unidos o instituto que leva seu nome, com o intuito de promover o conhecimento da área e incentivar as melhores práticas. “Há um grande acervo, são 31 livros e uma quantidade enorme de artigos, entrevistas, reportagens, documentários sobre sua história, encontros locais e mundiais documentados, projetos universitários e registros das atividades voluntárias. Essas obras reunidas não o deixam morrer”, conta Raniere. Na opinião de Bruce Rosenstein, para chegar perto de onde o mestre da Administração chegou, é preciso gerar confiança e respeito de forma genuína. “Para alcançar a posição de Drucker, quem quer que seja, precisará refletir o que é autoridade e integridade, além de ser um comunicador claro e consistente, como ele foi”, relata Bruce. Nas próximas páginas, você vai encontrar opiniões de professores e especialistas acerca de quem seria o candidato mais capacitado para ocupar a vaga de Peter Drucker. Para participar e dar o seu voto, acesse o site www. administadores.com.br e conte se você concorda ou não com as escolhas dos pensadores.
Buscamos constantemente, mesmo sem perceber, um líder para seguir, admirar e respeitar poderosas, que ainda hoje servem de base para o trabalho de acadêmicos e especialistas empresariais. “Além de construir os entendimentos sobre a visão sistêmica da Administração, Drucker afirmava que o ser hu-
nos dias de hoje precisa passar por um teste de tempo. É importante lembrar que, por causa de fatores como a globalização e tecnologias disruptivas, a Administração nunca foi tão complexa. “Mesmo assim, os conceitos
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Os substitutos mais cotados
Henry Mintzberg
Jim Collins
Contribuição: Professor de gestão, estratégia e negócios, atualmente leciona Administração na McGill University, no Canadá. Os estudos do autor contemplam as práticas de gestão das organizações (incluindo o papel dos gestores), planejamento estratégico e, de maneira polêmica, Mintzberg avalia tradicionais instituições de ensino de Administração e Negócios, como Harvard, nos EUA. O autor afirma que “não se cria um administrador ou um líder na sala de aula”, uma crítica aos cursos de MBAs que aparece exemplificada em sua obra “Managers not MBAs (2004)”.
Contribuição: Um dos maiores especialistas do mundo em gestão de empresas é também autor de dois dos best-sellers de Administração: “Empresas Feitas para Vencer”, lançado em 2001, que vendeu mais de três milhões de cópias e foi traduzido para 35 idiomas, e o clássico “Feitas para Durar”, de 2004, que foi traduzido para 29 idiomas e permaneceu na lista dos livros mais vendidos da Business Week por mais de seis anos.
“Henry Mintzberg é um nome pertinente, pois se dedica ao estudo das estratégias competitivas e planejamento, com foco nos meandros intraorganizacionais.” prof. josé carlos thomaz
-
universidade
presbiteriana mackenzie
“O professor Mintzberg trabalha bem a ideia de processo e envolvimento na condução da estratégia. Para ele, a estratégia não é planejada, é construída” claudio josé santos pinheiro – universidade do estado do rio de janeiro
“Mintzberg observa de forma mais crítica a maneira que a estratégia é desenvolvida e praticada dentro das organizações e conseguiu apresentar achados de forma bastante objetivas em obras como ‘The Strategy Process’ (1991) e ‘Strategy Safari’ (1998).” joão felipe rammelt sauerbronn pesquisador fgv/rio
–
prof.
“Mintzberg é um estudioso que tem se destacado e é reconhecido pelo meio acadêmico. Sua contribuição tem sido na área de estratégia e também envolve o ensino de Administração e comportamento organizacional.” prof. mauro neves garcia - programa de mestrado e doutorado em administração da uninove
“Em ‘Empresas Feitas Para Vencer’, Jim Collins nos oferece, através de pesquisas e um trabalho criterioso, contribuições e informações maravilhosas que explicam porque somente algumas empresas brilham” prof. elson magno da silva mec-rj
–
fgv e ib-
“Jim Collins deu um “show de management” na HSM ExpoManagement 2010. Usando casos reais, Collins é capaz de captar padrões relevantes e desenvolver modelos que efetivamente contribuem para a administração das empresas” profa. maruza vieira barbosa tavares – universidade estadual vale do acaraú
– ce
“Sob uma perspectiva mais acadêmica, Henry Mintzberg talvez seja o autor mais representativo atualmente. Ele busca questionar o formalismo proposto (principalmente por Ansoff e Porter) no processo de planejamento estratégico, discutindo e propondo outras abordagens para a formulação de estratégias.” prof. mauricio crippa. universidade federal do ceará
“Collins vem demonstrando, principalmente por meio de seus estudos focados em liderança, ser um dos grandes pensadores da atualidade. Seus estudos em gestão e liderança têm grande destaque, uma vez que a gestão de pessoas vem sendo um desafio cada vez maior para as empresas, seja pela rápida mudança de comportamento ou pelos formatos atuais das organizações” prof. fabio konishi
“Mintzberg certamente tem contribuído profundamente com os estudos no campo da administração” profa. claudia coser
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A opinião de professores e especialistas entrevistados foi o critério utilizado para a escolha dos nomes a seguir.
– puc/pr
mogi das cruzes
– (umc) universidade
“Os trabalhos de Jim Collins envolvem gestão e liderança e me chamam muito a atenção. Gosto da vertente pesquisador, vertente palestrante e as pílulas de sabedoria que simplificam as necessidades dos gestores. O livro ‘Feitas Para Durar’, publicado com Jerry Porras, é leitura obrigatória para gestores e futuros gestores.” prof. raimundo santos leal administração da ufba
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escola de
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Administradores
Michael Porter
Tom Peters
Contribuição: O autor de 18 livros sobre estratégia e competitividade é professor na Harvard Business School e consultor de grandes empresas ao redor do mundo. Michael Porter redefiniu conceitos de estratégia e competição, lançando modelos que, por exemplo, permitem estudar o ambiente no qual as empresas competem e determinar quais fatores aumentam ou diminuem a vantagem competitiva em cada situação.
Contribuição: O intelectual e especialista no mundo corporativo já foi considerado o “guru dos gurus” pela revista Fortune. Em seus livros e palestras, que muitas vezes transforma em verdadeiros espetáculos, o autor usa palavras simples para explicar como se deve administrar uma empresa e obter excelência nos negócios. PhD pela Stanford University, o engenheiro civil também definiu conceitos-chave sobre liderança corporativa que ainda hoje norteiam a formação e dia a dia de grandes líderes em empresas mundo afora.
“Aprecio muito o trabalho de Michael Porter e, particularmente, acredito que ele pode ser tão expressivo quanto Drucker foi. A compreensão das forças competitivas de Porter é fundamental para o desenvolvimento gerencial estratégico em qualquer organização. Suas contribuições vão além da dimensão atual – ele de fato desenvolve uma estrutura de pensamento que nos chama a atenção para o futuro, por meio do processo de formulação de diretrizes que promovem mudanças e transformações no ambiente organizacional” raniere santos, professor de adminis-
tração, e coordenador de extensão na faculdade dos guararapes (laureate international universities) - pe
“Michael Porter tem grande potencial para ocupar uma posição no pódio em que Drucker está. Suas contribuições na área de estratégia são importantes e seus estudos na área de gestão da saúde certamente serão muito úteis no futuro em razão da elevação dos gastos nesta área” hélio raymundo ferreira filho sidade da amazônia
- unama
– univer-
“O americano Michael Porter vem sendo muito referenciado. A cadeia de valor (value chain), o modelo das cinco forças e o modelo do diamante, todos de Porter, são conceitos conhecidos e aplicados na academia e nas empresas” josé carlos thomaz, universidade presbiteriana mackenzie
“A meu ver, Tom Peters tem um perfil semelhante a Drucker, embora não seja low profile em suas convicções. Acredita firmemente que a ruptura constante garante a sobrevida organizacional. Analisa com profundidade o âmago das organizações e detecta, com entusiamo e eloquência, os caminhos a serem percorridos. Indica o rumo. Vê o futuro através do próprio futuro e não de um presente tão óbvio. É contundente em relação às organizações que respiram da própria ignorância estratégica. Espera das organizações a maturidade que se espera de um mestre da arte marcial. Tanto quanto Drucker, gosta de gente. Enfim, acho que Tom Peters será, em algum momento, o sucessor do inesquecível Peter Drucker” prof. msc. jairo de carvalho guimarães
-
“Considero que o aspecto mais relevante do trabalho de Tom Peters seja justamente sua capacidade de análise da organização tomando como base as pessoas. Ou seja, quando estudamos o tema organização, é de grande importância entender como as pessoas que nela trabalham se organizam, se relacionam, de tal forma que alcancem um desempenho superior. Outro aspecto importante em Peters, e que se aproxima de uma das características de Peter Drucker, é não ser definitivo em suas ideias, ou seja, considera que a realidade apresenta contradições e muda com o passar dos anos” luiz fernando gomes pinto, professor de
graduação e pós-graduação no curso de administração da faculdade anhanguera e gerente de marketing da chicco do brasil
coordenador do curso de administração - universidade federal do piauí - campus senador helvídio nunes de barros
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Acervo pessoal
O mundo mudou
Thomas Davenport Contribuição: O professor de Administração e de Tecnologia da Informação da Babson College, principal escola de empreendedorismo do mundo, foi um dos primeiros nomes a aparecer relacionado ao tema da gestão contemporânea e competição analítica. Suas análises também se estendem aos campos da gestão do conhecimento e reengenharia dos processos de negócios. “Thomas Davenport contribuiu com as áreas de inteligência analítica e gerência da informação. E ainda temos muito que aprender sobre gestão da informação e do conhecimento” hélio raymundo ferreira filho sidade de amazônia
- unama
– univer-
“Davenport tem seu trabalho na linha da interação entre a gestão do conhecimento e a análise de dados para a tomada de decisão. Ele tem diversos livros publicados e é uma referência em ascensão” prof. paulo vicente
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fundação dom ca-
bral
ESPECIALISTAS E EXECUTIVOS QUE TAMBÉM FORAM APONTADOS POR PROFESSORES COMO REFERÊNCIAS ATUAIS:
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Clayton Christensen – EUA
Phil Rosenzweig – EUA
Jay Barney – EUA
Jagdish N. Sheth – EUA
Richard Whittington – Inglaterra
Jeffrey Pfeffer – EUA
Shelby D.Hunt - EUA
Renée Mauborgne - França
“Nós não precisamos de um novo Peter Drucker nem de um novo guru”, afirma Lawrence Greenspun, gerente sênior do The Drucker Institute, na Universidade de Claremont, na Califórnia. Lawrence é uma das maiores autoridades em Peter Drucker no mundo e, segundo ele, o pai da Administração moderna não se sentia confortável com o termo “guru”. “Dizer que ele foi um guru significa que suas ideias não durariam ou durariam apenas o tempo necessário para serem substituídas por novos conceitos. Ficar procurando pela próxima fonte de ideias não é nada produtivo quanto se comprometer e trabalhar duro para colocar em prática ideias poderosas que já existem”, conclui. “Não acredito que alguém possa substituir Peter Druker assim como não vejo pessoas que substituiram Beethoven, Mozart, Gandi, Jesus Cristo, Buda e tantos outros. Pessoas viveram em momentos diferentes e tiveram suas contribuições únicas. Há os que dão continuidade a um pensamento ou a um processo. Neste sentido, hoje temos autores contemporâneos que trazem teorias já conhecidas porém repaginadas. Uma continuidade na linha de pensamento de Druker eu não conheço nenhum autor”, declara. Um dos motivos que justifica a ausência de um protagonista como Drucker no cenário empresarial atual é que o mundo não é mais o mesmo em que ele se consagrou. Para Bruce, não vamos ver tão cedo um sucessor para ele no sentido de um “profeta futurístico número um” no mundo da Administração. “O mundo hoje é outro e não acho que vamos olhar apenas para uma pessoa. Há espaço para diversas vozes com autoridade. Nesse contexto, já vimos o surgimento de muitas fontes de sabedoria relacionadas à Administração.
Uma lista incompleta incluiria Malcom Gladwell, Daniel Pink, Seth Godin, Marshall Goldsmith, Marcus Buckingham, Sally Helgesen, David Allen e outros. Há pessoas que perduram por mais tempo, como Tom Peters, Charles Handy, Warren Bennis, Rosabeth Moss Kanter, Guy Kawasaki e outros. Temos mais opções e muitos destes autores estão disponíveis não só através de seus livros e palestras, mas em diversas formas de mídia social”, completa o escritor. George Leal Jamil, professor de graduação da Fumec e da Ibmec, concorda com Bruce. “No meu entender isso ocorre não ‘apenas’ pelo brilhantismo da obra e pelo posicionamento ético e exemplar de Drucker, mas também pelas condições do momento, do lapso de tempo em que ele viveu, considerando condições tecnológicas de comunicação, competitivas e dinâmicas que hoje são profundamente diferentes. Há uma gama extraordinária de pesquisadores, pensadores e formadores de opinião, mas a substituição, no meu entender, é improvável”. David Cohen, redator-chefe da revista Época, partilha da mesma opinião. “O Drucker era um generalista, falava de todos os assuntos relacionados à Administração. Hoje, os campos estão muito mais divididos. Uns falam de estratégia, outros de riscos, outros de marketing, e por aí vai. Ele era um daqueles seres de cultura vastíssima. Foi de outra era”. Assim como Liz Taylor, que, entre polêmicas e muito glamour nos deixou exemplos de talento e trabalhos bem feitos, Peter Drucker veio, com toda sua magnitude, revolucionar a dinâmica das empresas, mexer com a gestão de pessoas e desenvolver conceitos que vão alimentar novos pensadores, não importa quem seja a bola da vez no âmbito acadêmico e no badalado mundo dos negócios.
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Drucker Institute at Claremont Graduate University
artigo tablet
As 1001 utilidades do
Ipad nos estudos
Revelamos o kit de sobrevivência dos aplicativos para iPad na sala de aula Por Oscar Teran e Katie Carr*
trocar iPads e conhecer o que os outros estão usando antes de baixar os recém-descobertos aplicativos em sala de aula. Não vamos forçá-lo, ainda, a enveredar por esse caminho. Vamos apresentá-los a algumas ferramentas importantes udados nas escolas de negócios.
de organização. Seja qual for o aplicativo de nota que escolheu para usar, recomendamos a aquisição de um teclado externo, um investimento relativamente pequeno que faz toda a diferença para a velocidade na digitação.
Aplicativos
Sua próxima ferramenta é um leitor de PDF. Você receberá muitos documentos para leitura durante o seu curso e um dos mais claros benefícios do iPad é que não precisará mais carregar ou guardar todos impressos. Assim você também salva árvores. Então, o melhor aplicativo para essa finalidade é o Goodreader. Vai lhe custar um pequeno valor, mas valerá cada centavo. Você pode ler, anotar, sublinhar, fazer download e organizar PDFs. Pode não parecer empolgante, mas realmente muda a forma como você trabalha, para melhor. Se você é do tipo criativo e se sente limitado apenas com a ferramenta de tomar notas, nem tudo está perdido. Se você fizer um investimento extra (cerca de US$ 15,00) em uma caneta (um tipo de caneta que possibilita escrever no próprio iPad) você vai abrir um mundo totalmente diferente. Combinando isso com o aplicativo Adobe Ideas, você pode esboçar seus diagramas. Por ser baseado em vetor, é
Tomar nota talvez seja a primeira forma de utilizar o seu iPad em sala de aula e ele será excelente para tal função. Sugerimos o uso do Evernote, que lhe permite marcar o arquivo de suas anotações bem como organizá-los por data. A função de tomar nota talvez seja o principal uso de funções do iPad em sala de aula. É o mais próximo que encontramos de um caderno de verdade e tem o diferencial de sincronização para cada dispositivo que você possui. Você também pode adicionar imagens e gravar sons (útil para as dicas dadas pelo professor). A alternativa é o Spring Pad, que permite acesso pleno a outras plataformas, além de, visualmente, categorizar todas as suas notas, dando-lhe características poderosas
Sua chave de sucesso com o iPad em sala
de aula consiste em
conhecer seus aplicativos
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Divulgação
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a selva de nossa turma de MBA Executivo existem três espécies de animais: aqueles que não possuem um iPad, aqueles que possuem, mas não utilizam em sala de aula, e aqueles que possuem e usam (as abelhas, os tigres e os chipanzés, respectivamente). As abelhas trabalham duro com o que têm, mas estão em perigo de extinção (a cada 9 dias parece haver pelo menos um novo iPad na sala de aula), os tigres têm boa aparência com seus brinquedos brilhantes, mas continuam à caça, da mesma forma que antes. Mas os chimpanzés aprenderam a usar essa excelente ferramenta para conseguir seu diferencial. A questão é que para se tornar um usuário fiel e produtivo do iPad, existem vários sacrifícios envolvidos. Você deve estar aberto às mudanças e evolução, dar um salto no escuro chegando a sala de aula sem uma caneta e não considerar esse fato um problema. Um iPad pode ser muito mais e muito menos do que um laptop. Certamente você terá problemas no início, mas o esforço o compensará se puder superar essas primeiras aulas. Sua chave de sucesso com o iPad em sala de aula consiste em conhecer seus aplicativos e, devido às constantes inovações por parte dos desenvolvedores, significa manter-se atualizado quanto aos novos lançamentos. Caso aja dessa forma, deverá estar disposto a se inserir no estranho e maravilhoso mundo do Apple Geeks. Você sabe quem são essas pessoas: aquelas que aproveitam seus intervalos de trabalho para
possível preencher a página com pequenos detalhes.
Cálculos Levando em conta que deva realizar uma grande variedade de cálculos, você precisará de algumas ferramentas de números. Nesse sentido, comece com algo tão elementar quanto a Calculadora HD (calculadora de base científica) ou o MathSheet - programa que imita uma folha de papel para escrever o cálculo. O próximo passo será levá-lo ao mundo das planilhas, onde os usuários Mac têm a sorte de encontrar uma excelente versão para iPad e podem fazer um bom uso do Quickoffice. Em todo caso, para quem gosta de gadgets de estilo retrô e clássico, a calculadora financeira HP 12C será uma peça bem valiosa. Se você realmente pretende usar o iPad como um compu-
tador, vai precisar de algo semelhante ao Microsoft Office. Há uma série de opções de aplicativos disponíveis, mas pelo menos para computadores pessoais, nenhum deles realmente se destaca. O Quickoffice vale a pena considerar. Por outro lado, a Apple tem tido um cuidado especial para migrar a suíte iWork (Pages, Keynote and Numbers) para o iPad. Qualquer um deles vai ligar o aparelho em uma poderosa ferramenta de negócios, permitindo uma excelente facilidade de uso através de toques. Seu curso vai exigir também que você saiba o que está acontecendo na mídia internacional. Recomendamos os aplicativos The Economist, Financial Times (que é baseada em assinatura, mas vale a pena), Bloomberg, o International Herald Tribune, da BBC e TED (que atualmente são gratuitos). Se os seus profes-
sores te passam livros para leitura, faça o download do aplicativo Amazon Kindle, imediatamente. Muitos textos estão lá. Realmente, existem ferramentas práticas excelentes que estão disponíveis para o iPad. Recomendamos também o OANDA para ForEx. Esse é o seu kit básico para o MBA. É claro que poderíamos continuar falando por vários dias sobre ótimos aplicativos, mas vamos guardar isso para outra oportunidade. Uma palavra de advertência, porém: se você valoriza o seu MBA, não faça download do Angry Birds, você começará a pensar que acabar com porcos verdes é mais importante do que o plano de marketing que deve entregar no dia seguinte. *Oscar Teran e Katie Carr, alunos do MBA Executivo da ESADE Business School, de Madrid (Espanha).
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tech novas mídias
O futuro do blu-ray O candidato a substituto do DVD luta para aumentar as vendas e conquistar novos consumidores. Mas será que tem espaço para mais um disco num mercado que caminha para as nuvens? Por Eber Freitas
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ovimentações de bastidores: segundo informações da revista norte-americana FastCompany, a Microsoft relocou Tom Gibbons, um dos melhores profissionais da empresa e que ajudou a popularizar o teclado e o mouse, para a vice-presidência corporativa de Televisão, Negócios e Serviços da companhia. A ideia é a criação de um novo conceito de interatividade. Já a Apple está criando um serviço próprio de transmissão de conteúdo televisivo via streaming para seus produtos. Empresas de ponta não fazem investimentos para se perderem. Há um motivo para Bill Gates e Steve Jobs desembolsarem uma grana no desenvolvimento de serviços voltados para a reinvenção da forma de assistir televisão. Para entender esse panorama que está se delineando no horizonte, vamos voltar um pouco no tempo.
Betamax da Sony foi escanteado do mercado em função do formato VHS, da JVC, o formato Blu-ray bateu o High Density Digital Versatile Disc (HD DVD), desenvolvido pela Toshiba, que contava com parceiros como Microsoft e Intel. Após alguns anos de batalha no mercado, numa convivência de natureza excludente (mídias Blu-ray não podem ser lidas por aparelhos HD DVD, e vice-versa), a Toshiba decidiu, no dia 19 de fevereiro de 2008, descontinuar a produção da tecnologia, porém sem deixar de fornecer suporte aos usuários.
Empresas de ponta
O laser azul
não fazem investimentos para se perderem
Anos atrás, no final da década de 90, quando a reprodução de vídeos em alta definição começou a se tornar tendência, verificou-se que não existia um disco rígido capaz de suportar a quantidade de informações. Um DVD suporta 4,7 GB, com resolução máxima de 720x480 pixels, tamanho insuficiente para armazenar conteúdo em HD. Foi quando o pesquisador japonês Shuji Nakamura inventou um tal ‘laser azul’, que possibilitaria a criação de unidades com alta capacidade de armazenamento. A partir dessa pesquisa, a Sony começou a trabalhar no desenvolvimento de duas tecnologias voltadas para o mercado de vídeos HD: a UDO (Ultra Density Optical) e o DVR Blue. Em 2002, o projeto foi unificado e batizado de Blu-ray.
HD DVD x Blu-ray Assim como se deu no final dos anos 80, quando o 40
Benefícios O Blu-ray disc, em sua versão mais simples, é capaz de suportar um volume de dados de 25 GB, enquanto a versão com camada dupla tem 50 GB de espaço. Em termos comparativos, o DVD suporta de cinco a dez vezes menos dados, enquanto o HD DVD conta com 15 e 30 GB de espaço em disco, respectivamente. Dessa forma, o disco pode armazenar arquivos de áu-
dio e vídeo pesados, o que não é possível no DVD. Para Marcelo Spinassé, CEO da Truetech, a principal vantagem para o usuário do Blu-ray sobre o DVD é a qualidade de imagem e som. Ele afirma que “como no Blu-ray é possível armazenar muito mais conteúdo, é possível entregar este conteúdo com muito mais resolução de áudio e vídeo, além de inúmeros extras e entrevistas”. Entretanto, a coisa toda não é tão simples como um plug-and-play. É preciso desembolsar uma boa grana para ter uma excelente experiência com filmes e jogos em nessa mídia. Além de demandar um aparelho específico para rodar a mídia, é necessário construir uma infra-estrutura de primeiro mundo na sala, com um televisor Full HD e um home theater.
Confronto com as nuvens Aqui nós voltamos ao começo. As empresas de ponta já estão investindo pesado em TVs com acesso à internet, bem como em conteúdo voltado para esses equipamentos. Na internet existem vários cases, como o Youtube e o Megavideo, que fornecem serviços via streaming, seja com conteúdo pago ou não. No Brasil, a Saraiva Digital já oferece conteúdo para comprar ou alugar on-line. Mas para acessar esse tipo de serviço, também é necessária uma infraestrutura poderosa, que possibi-
A qualidade de som e imagem dos filmes aumenta através dessa tecnologia
lite o download ou transmissão de arquivos online, sobretudo se a qualidade for a mesma do Blu-ray. “A qualidade do conteúdo depende da banda larga do usuário. Se ele tiver um bom link - acima de 10Mbps - também consegue acessar conteúdo em HD”, explica Marcelo. A LG já está no mercado com a TV Netcast, e a Samsung lançou recentemente as suas SmarTVs com acesso à internet WiFi. Os preços ainda são bem salgados, se comparados a televisões comuns, chegando a custar até R$ 12 mil. Entretanto, como acontece historicamente com os produtos eletrônicos, o preço deve diminuir gradativamente nos próximos anos, conquistando um público cada vez maior.
Divulgação
Comodidade ou rapidez? Em tese, o Blu-ray seria um acessório perfeitamente dispensável, já que por meio da TV com acesso à internet é possível obter um serviço com a mesma qualidade, conteúdo em alta definição e sem ter que ir até a locadora. Mais uma vez, não é tão simples. A relação do brasileiro com o mundo digital não é muito íntima sob pelo menos dois aspectos: 1. De acordo com o IBGE, apenas 5,8% dos brasileiros têm conexão banda larga fixa. Já o
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) reportou que, em 2010, pagava-se o equivalente a US$ 28 para ter internet de 1Mbps; 2. A relação de pertencimento. Marcelo destaca que muita gente prefere ter algo em que possa tocar, mexer, guardar na gaveta, a um arquivo virtual. “Fica aí o sentimento de posse que o serviço digital não consegue reproduzir. Quando você compra um produto digitalmente, apesar de você possuir este conteúdo, você não consegue segurá-lo nas mãos e isso gera dúvidas em alguns consumidores”, acredita. Apaixonado por novas tecnologias, Deric Guilhen, diretor de Produtos Digitais, atesta a qualidade oferecida pelo laser azul, e que a substituição pelas TVs não deve se dar tão rapidamente. “A mídia física para esse conteúdo, no caso o Blu-ray, ainda é necessária. Não dá pra assistir confortavelmente um filme em 1080p, hoje, sem se submeter a downloads muito longos ou a um streaming engasgado”, relata. Na opinião de Marcelo, a tendência de distribuição do conteúdo sob demanda deve mesmo superar o formato físico em alguns anos. “O Blu-ray ainda crescerá, mas certamente terá vida mais curta que seus substituídos anteriores”, finaliza.
Blu-ray contra
apirataria Com a pirataria de DVDs, os produtos originais levaram um verdadeiro “baque”. As primeiras vítimas dessa concorrência desleal foram as locadoras, que agora veem na tecnologia Blu-ray uma oportunidade de triunfo sobre a informalidade. De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas Videolocadoras do Estado de São Paulo (Sindemvideo), Luciano Tadeu, futuramente não será mais um bom negócio comprar filmes ilegais, uma vez que a relação qualidade x preço deverá favorecer o Blu-ray. “Essa transição deve demorar, mas vai acontecer à medida que o preço dos equipamentos se tornar mais baixo. Hoje, um aparelho pode ser encontrado a partir de 400 reais, o preço de uma TV Full HD gira em torno de R$ 1.300. A tendência é que tudo fique mais barato em um futuro próximo”, espera Luciano.
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ARTIGO avaliação
Está faltando afinação empresarial Você acha que as empresas estão realmente conseguindo avaliar seu desempenho no mercado? Por Sebastião de Almeida Júnior*
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epois de se submeter a uma maratona, o sujeito recebe as chaves do seu carro 0 km e os parabéns do vendedor pela sua aquisição. Mas na despedida se acrescenta um pedido: “dentro de alguns dias, o senhor receberá uma ligação da montadora para avaliar o nosso desempenho. Conto com a sua colaboração para nossa equipe conquistar o ‘reconhecimento’ neste semestre, dando a nota máxima para todos os quesitos”. E assim é sepultada mais uma iniciativa dos dirigentes da empresa, no sentido de promover uma melhor afinação entre suas práticas e as expectativas dos seus clientes. Mas qual deslize teria levado a isto? Talvez o exagero na expectativa em termos de um desempenho exemplar. Ou (quem sabe) uma valorização muito grande do “reconhecimento” pela equipe de venda. De qualquer forma, os resultados da pesquisa de satisfação de clientes se tornaram inócuos, uma vez que não ajudam os gestores a identificar os pontos em que seus processos precisam melhorar. Se alguém busca aperfeiçoamento sistemático, precisa identificar seus problemas da forma mais clara possível. Depois pode se servir de um dos vários instrumentos de gestão desenvolvidos desde o século passado. Alguns ficaram “na moda” durante um período considerável, outros tiveram alguns segundos de fama. Todos, no entanto, ajudaram a destacar algum aspecto da organização. Uma das primeiras ondas (que testemunhei) se referia à Administração de Custos, numa época em que a demanda superava a oferta em termos de crescimento, na década de 1970. Algumas empresas embarcaram a sério neste movimento e se aprimoraram. Outras até hoje, não conseguiram transformar o conceito em ação regular e ordinária, identificando objetivamente o que é necessário comprar e fazer para gerar produtos/servi-
ços valorizados por seus clientes. Ainda aguardam que o extraordinário ou o mágico promova maravilhas. Isto devido ao fato da permanente coleta, análise e organização de dados serem trabalhosas e raramente valorizadas. Alguns empresários e executivos ainda deixam que a situação se torne desesperadora para fazer “alguma coisa” (ou qualquer coisa) em vez de manterem-se atentos às tendências e agirem preventivamente, porque isto “não dá Ibope” daquele que se auto-intitula “salvador da pátria”. Ou seja, desde este ponto ficava evidente que a saúde da empresa depende de sua estrutura e esta, por sua vez, depende de implantação completa e não de eventos isolados. Em seguida a essas primeiras ondas, houve um destaque maior para Análise de Valor, principalmente porque essa técnica permitia a redução de custos que não agregavam valor aos produtos/serviços. Ao mesmo tempo, se debatia a questão do “team building” (cuja tradução poderia ser “construindo equipe”), uma vez que esta técnica sugeria a atuação em equipe. Num Brasil que precisava reduzir sua dependência de importados, esta técnica foi útil para uma série de empresas, sem deixar de ser útil, em algumas situações, na atualidade.
os resultados da pesquisa
de satisfação de clientes
se tornaram inócuos
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Mas uma questão permanece: que alternativas se apresentam para os empresários empenhados em implantar e manter práticas empresariais saudáveis, diante da competição do mercado? No próximo (e último artigo desta sequência), uma alternativa será apresentada para os decisores das empresas situadas neste país, sem explorar “fórmulas de sucesso”, mas demonstrando meios para desenvolver competências necessárias. Até lá. * Sebastião de Almeida Júnior é consultor na área de Desenvolvimento Gerencial & Organizacional desde 1987 e autor de seis livros sobre temas empresariais
EVENTOS CAPACITE-SE
Agenda
o 1ª Conferência em Gestã e Inovação soria Eduses Responsável: DH2 As to en cacional e Treinam Início: 16/04/2011 Local: Recife/PE o Info: adm.to/admgesta
Lean Enterprise
Responsável: IQPC 1 Início: 26 a 28 de abril de 201 Local: São Paulo/SP Info: adm.to/leanenterprise
Oratória e Comunicação Estratégica
Responsável: Cristiane Romano Consultoria Início: 30/04/2011 Local: S. Bernardo do Campo/SP Info: adm.to/admoratoria
R&B Summit
ademy Responsável: HR Ac aio de 2011 Início: 03 a 05 de m Local: São Paulo/SP mit Info: adm.to/rbsum
Formação de Consultores Responsável: Cegente Início: 07/05/2011 Local: Brasília/DF esmg Info: adm.to/admconsultor
Special Management Program HSM - Family Business 2011 Responsável: HSM Início: 11/05/2011 Local: São Paulo/SP mspecial Info: adm.to/admhs
EnADI 2011
D Responsável: ANPA Início: 15/05/2011 RS Local: Porto Alegre/ adi2011 en dm Info: adm.to/a
nt EnADI - IIIco Encontro de rode 1111––En ntro co En 3ES 202011 3ES20 ia ég detu Administração daia atég trat Estr Es deEs dossde Estudo D PA Informação Re ANPAD sável:el:AN onsáv spon Resp
1111 Responsável: In 5/2020 15/0/05/ANPAD ício:o:15 Iníci re/RS Início: Po Lo rtoAlAlegegre/RS Porto ca:l:15/05/2011 Local y/d1WNx4G ht Local: Porto Alegre/RS s201 3eit.l dm//b In /atp: .to mes: adçõ fo:ma Infor Informações: www.bit.ly/gqBH0b
8º CONTECSI
FEA/USP Responsável: EAC – Início: 01/06/2011 Local: São Paulo/SP ntecsi Info: adm.to/admco
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fora do quadrado inovação
Fora
do quadrado
Mouse sustentável, gabinetes para cartões, pendrives diferentes, cabeça de zumbi para o jardim e organizadores de livros inovadores. Veja itens diferentes que não são encontrados em qualquer loja por Eber Freitas e Fábio Bandeira
Novos conceitos em pendrive
Em um planeta repleto de dispositivos móveis e com o desenvolvimento de sistemas em nuvem, o bom e velho pendrive já está se reinventando para não ser esquecido. O micro pendrive da Verbatim, de 4 GB, é super útil para usuários de som ou computador automotivo, podendo permanecer conectado a qualquer aparelho mesmo quando desligado. Já o Infinite USB (ainda fora do mercado) é uma proposta interessante para quem quer conectar vários gadgets, mas tem um computador com apenas duas entradas USB.
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Gabinete para cartões de visita
Profissionais com um vasto network, que vão a vários eventos por ano e colecionam dezenas de cartões de visitas, porém encontram dificuldade em organizá-los, têm neste produto uma alternativa conveniente. O Mini Business Card File Cabinet (ufa!), que permite armazenar até 500 cartões, é do tamanho de um copo e custa somente US$ 13, no ThinkGeek adm.to/admcartao
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Zumbis no jardim
Se você quer se sentir dentro do universo do ‘The Walking Dead’ ou simplesmente gostaria de assustar o vizinho, pode colocar esse busto de zumbi, feito de resina, no quintal. O ‘lurker’ medonho, desfigurado, desmembrado e em tamanho real custa uma mordida de US$ 90 (aproximadamente R$ 153), também na ThinkGeek adm.to/cabecazumbi
4 Organizadores estilosos de livros Para quem gosta de deixar tudo
organizado, adora um design diferente e tem muitos livros ou filmes, possuir organizadores (fotos acima e abaixo), pode ser muito interessante. Conhecido como Bookend, o produto está virando peça de decoração e mania nos EUA. Agora, imagina se eles viram, também, moda nas bibliotecas?
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O Mouse sustentável
Quando o mouse sem fio chegou ao mercado, mostrou ser um acessório de bastante comodidade, porém com um grande defeito: a utilização de pilhas ou de carregamento. Só que a empresa Sustail criou um modelo do equipamento que promete solucionar esse problema. Trata-se de um mouse a corda. É isso mesmo, um mouse a corda! Bastam algumas voltas em uma chave na parte superior do produto e pronto. O mouse já está em funcionamento. A empresa explica que o aparelho dá um sinal sonoro indicando o nível da carga, quando a pessoa começa a rodar a chave.
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ENTRETENIMENTo Curiosidades, humor e sustentabilidade
Curiosidades #$$
O gelo é mais embaixo...
Cientistas da Universidade Columbia, nos EUA, constataram recentemente que metade do manto de gelo que cobre a Antártica é formado por águas do fundo do mar, e não apenas por precipitações e acúmulo de neve na superfície. O congelamento acontece quando a água passa por antigos vales e leitos de rios, sofrendo superesfriamento. A desoberta pode influenciar outros estudos sobre a formação de mantos de gelo e como essas estruturas sofrem com o aquecimento global e o consequente derretimento das geleiras.
... já em cima a situação é Charlie Sheen, o recordista do Twitter outra Cientistas europeus constataram em estudo recente que a área devastada da camada de ozônio sobre o círculo polar ártico é de aproximadamente 15 milhões de metros quadrados, 22 vezes o tamanho do estado norte-americano do Texas. Eles preveem que nos próximos meses a radiação ultravioleta vai penetrar com mais frequência na atmosfera, atingindo com maior intensidade a Europa, Canadá e norte dos EUA.
Cartucho de Nintendo vira Hermano bafômetro genial Aparentemente sem ter muito o que fazer, uns geeks que gostam de abusar da ingestão de etílicos resolveram criar um jogo onde o cartucho do velho Super Nintendo é o bafômetro e o objetivo é saber quem está mais (ou menos) embriagado. Os gráficos são semelhantes aos games da década de 80 e, ao final da competição, é exibido um ranking com a pontuação de cada player. Veja o vídeo com a demonstração em adm.to/admbafometro 46
O argentino Kouichi Cruz, no auge dos seus 13 anos, está matriculado na Faculdade de Matemática, Astronomia e Física (FAMAF) da Universidade de Córdoba e, não satisfeito, pretende cursar também Engenharia, Informática e Ciências Econômicas. Esnobando, ele afirmou que, na universidade, “a aula não foi tão simples como no segundo grau, mas também não foi tão complicada como cheguei a imaginar”... Pode ser superdotado, mas o argentino é cheio de marra.
O ator Charlie Sheen, conhecido por sua performance no inesquecível ‘Top Gang’ e mais recentemente por seus problemas com os criadores da sitcom ‘Two and a Half Men’, foi o perfil mais seguido em 25 horas de inauguração. Ele alcançou 1 milhão de seguidores no microblog, passando a ser reconhecido pelo Guinness Book com o usuário que atingiu a marca em menos tempo. Ele também se tornou o dono da tuitada mais cara da rede social, ao receber US$ 100 mil para divulgar uma oferta de estágio em 140 caracteres.
Veneno de aranha ou Viagra Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Georgia, nos Estados Unidos, descobriram que uma picada da Aranha Armadeira (Phoneutria nigriventer), originalmente brasileira, provoca uma ereção de até [pasmem] quatro horas, de dar inveja a qualquer latin lover. Eles acreditam que se a toxina responsável pelo ‘benefício’ for isolada corretamente pode ser a chave para um novo tratamento da disfunção erétil, problema assustadoramente comum entre os homens de meia idade.
HUMOR Um amigo pergunta para o outro: - Cara, você nunca tira férias? - De jeito nenhum! Eu não posso me afastar da empresa! - Por quê? A empresa não pode passar sem você? - Pode! Mas é isso que eu não quero que eles descubram!
- O que faremos hoje, Steve?
- Simples, Gates, o que fazemos todas as noites: tentar dominar o mundo!
Descomplicando: Fluxograma - Representação gráfica que apresenta a sequência de um trabalho ou de um processo.
Expertise - Qualificação especializada ou conhecimento apurado de uma empresa, equipe ou profissional.
ISO (International Organization for Standardization) – Organização Internacional de Normatização.
Ombudsman - Ouvidor, profissional que tem como missão intermediar a comunicação entre o público e a empresa. Workshop - Treinamento em grupo de acordo com a técnica dominada pelo instrutor.
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Empowerment - Delegação do poder e da decisão e resolução de problemas aos funcionários.
Algumas empresas tornam o seu negócio sustentável, outras fazem da sustentabilidade o seu negócio. Veja como pessoas comuns, estudantes, empresários e universidades realizam ações e empreendimentos com finalidades sociais e/ou ambientais de maneira simples, criativa e construtiva.
Poesia e sustentabilidade nos muros de Londres por Eber Freitas
Os entusiastas inveterados da arte do grafite certamente vão se interessar por essa nova modalidade de intervenção urbana. A britânica Anna Garforth desenvolveu uma maneira criativa e inteligente de dar vida aos muros gelados de Londres: cultivar musgo nas paredes de forma que eles cresçam em forma de letras, palavras e sentenças, fazendo
brotar verde e poesia em plena paisagem urbana. A arte, batizada por Anna de Mossenger (trocadilho entre as palavras moss = musgo e messenger = mensagem), tem como objetivo aprofundar a conexão entre os moradores e transeuntes da metrópole e a natureza. “Eu cresci no campo e sempre fui fascinada por musgos, costumava desenhar algumas palavras
nos tapetes de musgo da floresta. Depois de um tempo vivendo na cidade, percebi que eles cresciam entre brechas e rachaduras nas paredes, muros e em lápides nos cemitérios, formando um belo padrão orgânico”, explica a artista. O musgo demora de 2 a 8 meses para se desenvolver, logo é um trabalho de paciência até o artista poder apreciar a sua
obra pronta. Para os brasileiros, porém, resta se contentar em ver fotos ou viajar à terra da rainha para apreciar o Mossenger: segundo Anna, o musgo é mais ambientado ao clima úmido e com pouca claridade da chuvosa Inglaterra. Uma das receitas para a criação de artes com musgo pode ser conferida no site Environmental Graffiti (adm.to/admgrafite). Vale a pena apreciar.
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Entretenimento leitura, cinema
estante
“Funcionários em primeiro,
Que tal uma boa leitura? Veja algumas sugestões
clientes em segundo”
Por Rodolfo Araújo*
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ser atreladas ao pagamento de bônus, passando a focar exclusivamente no desenvolvimento do funcionário. Além disso, sua mecânica permitia que qualquer empregado avaliasse quem quer que fosse, desde que guardasse alguma relação de trabalho com a pessoa. Tal medida teve o efeito colateral de revelar estruturas informais de poder, expondo o grau de influência de cada colaborador, independentemente de sua posição. Com a divulgação de absolutamente todos os resultados deste processo, Nayar conseguiu inverter a hierarquia formal da empresa, garantindo voz aos funcionários e permitindo que efetivamente criassem valor em suas atividades. É interessante notar, ainda, que em seu objetivo de colocar os funcionários em primeiro lugar, Nayar não dedicou um parágrafo sequer a salários ou benefícios. Talvez entenda que a empresa que realmente deseje ter este perfil já tenha feito o dever de casa. Ou que as atitudes aqui descritas representem um fator motivacional muito além do dinheiro ou bons planos de saúde. Ou, quem sabe, ambas as opções. *Rodolfo Araújo é Diretor da Pharma Coaching Treinamento Corporativo e tem dois pares de sapato que não conseguiu trocar.
O Legado de Peter Drucker
De Bruce Rosenstein O autor reúne as ideias de Peter Drucker em torno de suas principais competências, teorias fundamentais e valores. Editora: Campus. 160 págs. R$ 42,50
O Gerente Lean
De Michael Ballé e Freddy Ball O livro usa a ficção para ensina como manter o Sistema Lean, sistema de gestão inspirado no método Toyota. Editora: Bookman.
“Employees First, Customers Second” (“Funcionários em Primeiro, Clientes em Segundo), de Vineet Nayar, subverte a
Administração tradicional que coloca os consumidores como a prioridade máxima para as empresas.
Editora: Harvard Business Press, 208 págs.
Como os Mercados Quebram
De John Cassidy Combinando reportagem, teorias econômicas e até explicações esotéricas, o autor explica como os mercados param de funcionar. Editora: Intrínseca. 392 pág. R$ 39,90
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rovavelmente você já deve ter passado pela frustrante experiência de tentar trocar um produto numa loja e esbarrar numa insana burocracia, prazos e exigências que te fizeram desistir. Também é provável que já tenha pedido para trocar um sanduíche no McDonald’s e teve sua solicitação prontamente atendida, sem perguntas ou desconfiança extras. Em ambos os casos, a solução tem pouco a ver com o funcionário em si e tudo a ver com os processos adotados. Este é o tema central da revolucionária ideia de Vineet Nayar: deixe o funcionário realizar seu trabalho, em seu livro “Employees First, Customers Second” (“Funcionários em Primeiro, Clientes em Segundo”). Ao visitar diversas filiais ao redor do mundo, assim que assumiu o cargo mais alto da HCLT (gigante indiana da área de TI), Nayar deparou-se com uma situação comum à maioria delas: os funcionários que tinham mais contato com os clientes, aqueles que realmente geravam valor para a companhia, não recebiam a devida atenção, tampouco tinham a liberdade necessária para fazê-la prosperar. Os níveis gerenciais estavam distantes do que chamou de “Zona de Valor” e atrapalhavam as melhores iniciativas. Sua visão consistia em ajudar na relação entre colaboradores e clientes – ou ao menos deixar de atrapalhar as importantes interações com o mundo exterior. As mudanças implementadas por ele sustentaram-se em dois pilares: transparência e quebra de hierarquia. A transparência era necessária para criar um clima de confiança entre a alta gerência e demais funcionários. Assim, seu primeiro passo foi abrir todas as informações financeiras para qualquer nível da companhia. Cada pessoa envolvida sabia, então, como sua contribuição ajudava a empresa atingir seus objetivos. Nayar também criou canais específicos de comunicação para que todos pudessem manifestar suas queixas e sugestões, além de resolver problemas pessoais ou de suas áreas. Mas a maior revolução talvez tenha ocorrido nas avaliações de desempenho, que saíram da alçada do RH e deixaram de
Faça seu próprio Discurso de Rei “Está chegando a hora de falar... É a minha vez! A expectativa das pessoas... Todos estão olhando para mim... Coração acelerado, frio na barriga, mãos transpirando, tremor, sensação de incapacidade...” Por Maria Cecília de Lima e Izadora Pimenta*
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ngústias relacionadas com situações de comunicação em público são comuns a muitas pessoas. Seja para apresentar um projeto, participar de uma reunião, dar uma aula ou simplesmente falar em situações sociais. O que fazer quando se está em um cargo importante e precisa se comunicar com clareza para que um grupo de pessoas compreenda e acredite no seu discurso? Como superar as dificuldades e acreditar em si mesmo? Em “O Discurso do Rei”, ganhador do prêmio de Melhor Filme no Oscar 2011, Colin Firth interpreta o Rei George VI Bertie, para os íntimos - que desde o seu posto como Duque de York encontra dificuldades para transmitir recados à população da Grã-Bretanha devido a um pequeno problema: a gagueira. Mesmo um rei, ou qualquer outra pessoa em um cargo importante, pode se sentir des-
preparado na hora de proferir um discurso. Isso é normal. A habilidade de falar e expressar-se com clareza é uma atividade que pode ser aprendida e desenvolvida com a prática. Contudo, entender que as dificuldades são normais pode ser o primeiro passo para o sucesso. Bertie é tímido e inseguro, e mesmo depois de tentar vários métodos com doutores renomados, não consegue superar seu problema. É aí que Elizabeth, sua Com 12 indicações para o Oscar, “O Discurso do Rei” levou quatro das principais mulher, procura por estatuetas, incluindo melhor filme, ator, diretor e roteiro original Lionel Logue, um homem que propõe um treinamento que, de do potencial comunicativo existente dentro início, parecia um pouco incomum: ele en- dele e o auxilia a dar um novo sentido às sina Bertie a se expressar com clareza através experiências de falar em público. de um trabalho que ia além dos exercícios Bertie, que deixava a comunicação atrapapropostos pelos primeiros terapeutas. lhar sua autoconfiança e afirmação enquanLionel conduziu Bertie a descobrir e eli- to rei, cargo assumido após a morte de seu minar as crenças que o impediam de se co- pai e a renúncia de seu irmão mais velho, municar e a buscar o poder de comunicação se transformou em um porta-voz eficaz, de que existia dentro dele. Tal metodologia uti- modo com que todos reconhecessem a sua lizada por Lionel se assemelha ao processo de soberania. Ou seja: a partir da busca em si coaching de comunicação. mesmo, a arte de fazer um discurso de rei A compreensão da produção de voz, a fala não é impossível para ninguém. e os exercícios práticos são fundamentais *Izadora Pimenta é estagiária da Comunicação para melhorar aspectos como dicção, projeem Foco e não dormiu até ver O Discurso do Rei ção, entonação da voz e expressividade corganhar o Oscar de Melhor Filme, mesmo tendo poral. Contudo, o coaching de comunicação que trabalhar no dia seguinte. vai além: visa entender quais os fatores que *Maria Cecília de Lima é Fonoaudióloga e impedem o ser humano a se expressar com Coach de Comunicação Profissional, apaixonada clareza e energia. O coach (treinador) trilha por comunicação e diz que “O Discurso do Rei” é o melhor filme que já assistiu em toda a sua vida. com o cliente um caminho de descoberta
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PONTO FINAL A Função do Presidente Por Stephen Kanitz*
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ecidi começar minha coluna com o cargo de presidente, seja de uma empresa, seja de uma nação, porque a função do administrador é pensar grande, pensar no todo. Infelizmente, no Brasil, temos uma visão equivocada, ou melhor, atrasada da função do administrador, que muitos confundem com a de gestor, termo ainda muito usado no país. Gestor era aquele que fazia gestos, gesticulava e apontava quem deveria fazer o quê. Rima com feitor. Administrar para esta linha de pensamento era dar ordens. “Empregados” não tinham uma função, não eram do RH ou do Departamento de Finanças, como em Administração. “Empregado” era empregado para obedecer às ordens dos gestores. Só que a Administração não é nada disto. Administração é criar um sistema operacional de tal forma que a empresa ande sozinha, sem que precisemos dar ordem alguma. Não somos gestores, somos talvez supervisores, fazendo nada, até que um problema surja e demande a nossa atuação. Para a Teoria da Gestão, o presidente da empresa é o dirigente supremo. Ele quem decide tudo. Tudo passa pela mão dele. É a visão do empresário, da gestão familiar. “O olho do dono é que engorda o gado”. O presidente na visão da Teoria da Administração é olhar para fora da empresa, é cuidar do todo, das relações com a sociedade, governo, cuidar de alianças estratégicas, da expansão da empresa, com as vendas no exterior. O presidente administrador tem tempo para isto, porque a empresa, lembre-se, anda sozinha. Lula, tão criticado pelo Aero Lula, foi um
grande administrador, justamente porque cuidou do Brasil para fora, e como fruto deste esforço o Brasil obteve um prestígio jamais visto. O gestor não tem tempo para tudo isto, está atolado, controlando a sua empresinha. Verdade seja dita que nosso governo não anda sozinho. Por isso todos acham que Dilma será uma excelente gestora, porque ela irá cuidar do governo para dentro. É o custo que teremos que enfrentar e o Brasil perderá um pouco o seu prestígio internacional, por falta de um presidente na concepção da Administração. Esta é a missão de vocês. Agir politicamente para mostrar que o Brasil está 500 anos atrasado e exigir que o país seja administrado por administradores, aqueles que têm tempo para pensar no todo, no Brasil, no Brasil para fora e não para dentro, pensar estrategicamente, ampliar seus negócios, pensar na responsabilidade social, e não ficar atolado nos problemas internos que se acumulam dia a dia. Por isso o Brasil não cresce, nossas empresas não crescem. Por isso não temos empresas de classe mundial. Espero poder motivá-los a lutar politicamente para mostrar o que o Brasil realmente precisa. A motivá-los a olhar a empresa para
Administração é criar um sistema operacional de tal forma que a empresa
ande sozinha
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fora, e não somente a empresa para dentro, como todo bom gestor. Obrigado por esta oportunidade. Tentarei liderá-los para um Brasil eficiente, mas o tempo urge. Outros países, como China e Índia, estão nos ultrapassando a passos largos, porque ainda estamos discutindo questões atrasadas como esta, a diferença entre Gestão x Administração. STEPHEN KANITZ é consultor de empresas e conferencista.Vem realizando seminários em grandes empresas no Brasil e no exterior. Mestre em Administração de Empresas pela Harvard University, foi professor da USP e inicia esse mês sua coluna na Revista Administradores. @stephenkanitz
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