Preรงo: R$ 11,90 SETEMBRO de 2011 - ano 1 n o 9
EDITORIAL
46 anos de idade e muitos séculos de história Preparamos uma edição especial comemorativa, cuja matéria de capa vai apresentar um pouco mais da história de diversos administradores que, em diferentes áreas de atuação, inspiram a todos pela sua competência, dedicação, liderança e, claro, um apurado senso de administração. Nesse mês, fomos presenteados com um excepcional artigo do professor Idalberto Chiavenato, que homenageia a todos os profissionais e estudantes da área. Outra reportagem fala sobre como a administração pode ser sustentável e, na editoria “Administradores da História”, contamos a vida de Belmiro Siqueira, o patrono da área no Brasil. Mas, é claro que o papo desse mês não ficará restrito apenas ao Dia do Administrador. Teremos dicas para quem quer ser trainee, um panorama sobre a tecnologia da China, as onze novas características do sucesso profissional, uma conversa com Seth Godin – um dos mais espetaculares autores sobre Marketing da atualidade – e muito mais.
Há alguns meses atrás – mais precisamente, em janeiro – ressaltei no meu primeiro editorial que a Administração está presente em tudo, sendo uma das áreas mais antigas da humanidade e que nunca vai sair de moda. Certamente, seus princípios já estavam nas reuniões dos povos antigos ao determinar as divisões das tarefas ou na escolha das estratégias de caça e sobrevivência. Isso sem falar de todas as formas de organização e sistemas que as civilizações adotaram ao longo da história. O mundo evoluiu e a Administração também. Apesar de todos os recursos e novas ideias, ainda há um longo caminho. Contudo, não tenho dúvida de que os conceitos da Administração sempre estarão disponíveis para apoiar aqueles que visam melhorias, resultados e progresso. Mesmo com todo esse passado, a história da regulamentação da profissão de Administrador no Brasil é bem recente. No dia 9 de setembro, ela completa 46 anos e a revista Administradores não poderia deixar essa data passar em branco.
05
agenda
ambiente externo
08
ONLINE
10
12 entrevista
quiz
ESTRATÉGIA
18
carreira
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acadêmico
Está aberta a temporada de caça às vagas de trainee
- Pensar nos outros: uma forma de obter maior eficiência - As onze novas características para o sucesso profissional
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PEI, BUF!
Como investir em ações?
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ADMINISTRADORES NA HISTÓRIA
artigo
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46
ENTRE TENIME NTO
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Veja como o endomarketing pode potencializar a motivação dentro das empresas
INFOGRÁFICO A história do dinheiro
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ADMINISTRADOR DO FUTURO
FORA DO QUADRADO
MARKETING
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Belmiro Siqueira, patrono da Administração
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TECH
Os segredos de inovação e tecnologia da China
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Nem tudo o que é verde por fora é sustentável por dentro
Fábio Bandeira de Mello Editor @fabiobandeira_
- O que seu filho vai ser quando crescer? - Como fica a marca da Apple com a saída de Jobs? - Parabéns, administradores!
Conheça a história de administradores que empreendem, transformam e inspiram
Seth Godin: o revolucionário dos conceitos
Boa leitura e uma generosa dose de conhecimento!
38
28 capa
06
Eu também não poderia deixar de comentar a feliz notícia da conquista de nosso publisher e amigo Leandro Vieira no Prêmio Honra ao Mérito 2011, pelo Conselho Federal de Administração. Leandro foi indicado pelo CRA-RJ e por unanimidade, a Comissão de Honraria do CFA escolheu, na categoria Jovem Profissional, o seu nome como o homenageado deste ano. Parabéns, Leandro! E para você, administrador, que nos lê, os votos de sucesso de toda a equipe da revista. Como já dizia o mestre Drucker: “se você tiver ambição e conhecimento, poderá chegar ao topo na sua profissão, independentemente de onde começou”.
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PAPO COM YODA
A estudante Yeda Woiciekowski e o aprendizado voluntário para a vida
- Curiosidades e Humor - Ações para um mundo melhor - Leitura: porque ler os clássicos e por que ler os não-clássicos - Cinema: “Quero matar meu chefe”
As dúvidas dos leitores tiradas pelo Mestre Jedi
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ponto final
Destruindo a riqueza das nações
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CONTATOS
facebook NANI DE CASTRO Eu estou satisfeitíssima com a revista. Essa (edição), particularmente, eu amei. Assino pra minha filha, que faz Técnico em Administração, e ela curte pela leitura fácil e atraente, sem o peso da teoria. JB na #marvel!
RICARDO SOUZA Essa capa esta F.A.N.T.Á.S.T.I.C.A. !!!!!!!! Parabéns pelo excelente trabalho, já estou com a minha em mãos e confesso, essa já é xodó!!!! Amo quadrinhos e essa só colocou os meus prediletos!!!!
NATHÁLIA CYSNEIROS A revista desse mês veio com um encarte/ pôster muito louco! Parabéns, as edições estão cada vez mais bonitas (esteticamente) e criativas!
MAURÍCIO ALCÂNTARA Poxa! A revista Administradores deveria ter umas 500 páginas, só para não ficarmos esperando muito ansiosamente pela próxima edição.
MARCELO DOS SANTOS Meus filhos pegaram o meu encarte e ficaram dizendo “parece com X-Men e a Liga da Justiça!”. Parabéns pelo encarte e pela revista.
Assinaturas www.administradores. com.br/revista PUBLICIDADE comercial@administradores.com.br +55 (83) 3247 8441 correspondência Av. Nossa Senhora dos Navegantes, 415 / 304 - Tambaú - João Pessoa - Paraíba CEP 58039-110 redação revista@administradores.com.br Publisher Leandro Vieira leandro@administradores.com.br Redação Editor Fábio Bandeira de Mello fabio@administradores.com.br Repórteres Eber Freitas eberfreitas@administradores.com.br, Fábio Bandeira de Mello, Juliana Cariello e Simão Mairins simao@ administradores.com.br Revisão Laíza Felix COLABORADORES Ícaro Allande, Idalberto Chiavenato, Josep Maria Rosanas, Mestre Yoda, Sérgio Ditkun, Silvia Generali, Stephen Kanitz, Tom Coelho, Winter Nie
TWITTER @JPVani Todos os meses me surpreendo com a qualidade gráfica e também de conteúdo da revista @admnews. Mais uma vez, parabéns à equipe.
ARTE DIREçÃO João Faissal joaofaissal@
@guiii_1910 Galera, a revista @admnews está perfeita esse mês, estou babando em cima da revista, melhora a cada mês!!!! Parabéns!! @martinsmanoel Recebi minhas duas primeiras edições da
revista @admnews e, pelo que vi, não vou me arrepender de ter assinado! Recomendo. @Ramon__Braga Parabéns por esta edição da revista. A parte gráfica, assim como a matéria, foi sensacional!
@douglasroma Hoje a revista Administradores foi meu alimento pela manhã, tarde e, agora, à noite. Li toda! Parabéns, ótima capa e conteúdo. @m3lrick Sério mesmo, tive que vir aqui só pra elogiar
E-MAILS PASSADO Adorei a nova editoria, “Administradores na História”, muito legal. Além de seu conteúdo, gostei também da apresentação da página, que tem um tom envelhecido, e de detalhes. alexandre labaki
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a revista @admnews pelo pôster que veio na edição desse mês! #Fantástico! @mauricioasbreal O filme indicado pela @admnews em sua 8ª edição de revista - “Uma Manhã Gloriosa” - foi muito bom! Acabei de ver...
administradores.com.br Design e ilustração Thiago Castor thiago@administradores.com.br COMERCIAL Diretor Comercial Diogo Lins diogo@administradores. com.br Atendimento ao Leitor Anna Valéria Vita annavaleria@ administradores.com.br Impressão Gráfica Moura Ramos www.mouraramos.com.br
ERRATA EDIÇÃO 8 Confesso que me maravilhei com todo o processo gráfico da revista. Todos os personagens ficaram ótimos, mas o Capitão América no papel de Facebook ficou fantástico! A introdução, o conteúdo e o possível desfecho
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que poderemos ter dentre alguns meses e/ou anos entre as gigantes é o que nos faz ficar cada vez mais ligados nos próximos episódios dessa saga. TOP a matéria! A entrevista de Mark Johnson sobre inovação e criatividade é
excelente, muito esclarecedora. Além claro de citar o infográfico e a evolução no tempo que me fez viajar alguns séculos antes...aiaiai, é tanta coisa boa que não sei o que falar sobre a revista. ricardo souza
Na edição de Agosto, a alternativa correta da pergunta 5 no Quiz (p. 24) é a letra “D” e o nome correto do Administrador do Futuro (p. 43) é Raphael Falcioni.
O papel ultilizado nessa revista possui certificado internacional FSC - nossa prova de responsabilidade ambiental
Mande também seu recado para a Administradores através do revista@administradores.com.br
| CAPACITE-SE istockphoto
EVENTOS
Agenda Início:
09 SET 2011 Início:
13 set 2011 Início:
15 set 2011 Início:
29 set 2011 Início:
23 out 2011
IV Encontro Paraibano de Empreendedorismo Responsável: Idea Produções Local: João Pessoa – PB Info: adm.to/enpe2011
Leadership Management Summit 2011 Responsável: HR Academy Local: São Paulo – SP Info: adm.to/lideranca2011
CONAD 2011 Responsável: Conad Local: Goiânia – GO Info: adm.to/conad2011
3º Fórum Nacional Gestão por Processos no Setor Público Responsável: Conexões Educação Local: Brasília – DF Info: adm.to/gestao_por_processos
XXII ENANGRAD Responsável: Angrad Local: São Paulo – SP Info: adm.to/xxii_enangrad
Início:
12 SET 2011 Início:
13 SET 2011 Início:
16 set 2011 Início:
10 out 2011
Início:
20 nov 2011
Semana Senac Administrador Responsável: Senac Local: São Paulo – SP Info: adm.to/semana_senac
BPM Implementation 2011 Responsável: IQPC Local: São Paulo – SP Info: adm.to/bpm11
III CONNAD Responsável: Connad Local: Belém – PA Info: adm.to/3connad
VII Congresso Mundial de Administração Responsável: CFA e OIT Local: Torino – Itália Info: adm.to/congresso_mundialadm
EnGPR 2011 Responsável: Anpad Local: João Pessoa - PB Info: adm.to/engpr11
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| rápidas foto: Eric J. Tilford, U.S. Navy
ambiente externo
MILITARES SABEM MANDAR E SABEM OBEDECER
10 anos do maior atentado terrorista da história
Às 8h46min do dia 11 de setembro de 2001, o primeiro avião colidia com a torre norte do World Trade Center, símbolo do poderio econômico norte-americano. O número de mortos nesse ataque, incluindo a queda de quatro aviões nesse mesmo dia, chegou a 2.753. Porém, ele tornou-se bem maior quando pensamos nas consequências que o episódio gerou ao dar início a uma série de atentados terroristas, que abalaram as estruturas econômicas, políticas, sociais e culturais do mundo. Esses ataques reacenderam de forma extrema a chama da xenofobia, geraram crises econômicas, alteraram o panorama das relações internacionais e desencadearam guerras, a exemplo do Afeganistão e do Iraque.
Gringos invadem o Brasil em busca de emprego Se você já considera o mercado de trabalho concorrido, é bom abrir o olho. O número de estrangeiros que vieram trabalhar no Brasil subiu 19% no primeiro semestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, mais de 26 mil estrangeiros receberam autorização para trabalhar no país. Em sua maioria, são profissionais especializados, que não estão encontrando oportunidade em seus países ou têm interesse em atuar em outro mercado que está aquecido.
300 milhões de reais em moedas estão perdidos
Sabe aquelas moedas que todo mundo perde ou que são esquecidas em casa? Pois bem, apenas considerando o modelo antigo (ou seja, fabricadas entre 1994 e 1998) estão “desaparecidas” o equivalente a R$ 300 milhões, quase um terço da quantidade existente no país, conforme dados do Banco Central. As maiores perdas estão no dinheiro de menor valor. As antigas moedas de R$ 0,01, por exemplo, representam 60% da quantidade que não está circulando no mercado.
Em meio à liderança, sai Jobs
No fechamento do pregão da bolsa de valores Nasdaq no último dia 10 de agosto, a Apple se tornou a empresa com maior valor de mercado do mundo, superando a petrolífera Exxon Mobil. No entanto, o bom desempenho no segmento de dispositivos móveis não foi suficiente para segurar o mandatário máximo da empresa. Em carta divulgada no dia 25, o executivo disse que “infelizmente”, chegou o dia de deixar o cargo. Embora sua saída da direção da companhia não tenha sido justificada na carta, as especulações são de que os motivos estejam relacionados com os problemas de saúde.
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Marco Aurélio Garcia, assessor especial da presidência para Assuntos Internacionais, sobre a divergência entre os militares com a escolha de Celso Amorim para o cargo de ministro da Defesa.
RECEBI UM CAMINHÃO DE CRÍTICAS AO PROPOR A FUSÃO COM O CARREFOUR. A IDEIA ERA TÃO BOA QUE O WALMART AMEAÇA COMPRÁ-LO Abílio Diniz, empresário, em mensagem postada no Twitter sobre o fracasso da união entre o Grupo Pão de Açúcar e o Carrefour no Brasil.
A CÂMARA É UMA FÁBRICA DE LOUCOS Tiririca, deputado federal (PR-SP), ao falar sobre o dia a dia na Câmara dos Deputados.
A AQUISIÇÃO DA MOTOROLA IRÁ FORTALECER O PORTFOLIO DE PATENTES DO GOOGLE, O QUE IRÁ PROTEGER O ANDROID DE AMEAÇAS ANTICOMPETITIVAS DA MICROSOFT, APPLE E OUTRAS COMPANHIAS Larry Page, CEO do Google, ao comentar a aquisição da Motorola. A operação foi a mais cara da história da companhia: US$ 12,5 bilhões.
JUNTOS, ESTES JOVENS FIZERAM UMA PEQUENA EMPRESA DE TI SER COBIÇADA POR MULTINACIONAIS
LUCCA, 25 anos Engenheiro de Sistemas
VLADIMIR, 28 anos Administrador
Profissional de Administração: Para a pequena empresa virar grande e o Brasil ser um gigante. Quando um empresário inovador opta pela gestão profissional as pequenas empresas ganham competitividade e são reconhecidas no mercado.
Assine embaixo, para o Brasil ser um gigante. WWW.BRASILPROFISSIONAL.ADM.BR
online
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FOI DESTAQUE NA WEB
ARTIGOS
Corrida contra o tempo: como o planejamento pode garantir uma vida mais produtiva e tranquila?
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Com tudo na ponta do lápis, fica bem mais fácil cumprir todas as obrigações com menos estresse, garante especialista. adm.to/corrida_contraotempo
As carreiras “Amy Winehouse” nas empresas
Casos no Orkut e no Twitter chamam atenção para a possibilidade de estudo nos espaços tradicionalmente vistos apenas como entretenimento. adm.to/estudandonasredes
Nem todo sucesso traz felicidade, torna alguém mais seguro ou é capaz de resolver os problemas que enfrentamos cotidianamente. adm.to/carreira_winehouse
#FICADICA
Marcelo Toledo indica quais são as maiores falhas cometidas pelos empreendedores ao desenvolver um produto inovador. adm.to/startups_falhas
entrevista Participe dos fóruns de discussão e leia as entrevistas feitas com os executivos.
Comunidade Espírito Empreendedor O que leva alguém a empreender? adm.to/motivos_para_empreender
ENTREVISTA
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Sim, espanhol e outro - 0.60%
Sim, outro - 1.40%
Sim, inglês e outro - 2.41%
Sim, outros (mais de um) - 3.86%
Alexandre Tadeu, fundador da Cacau Show, revela como transformou seu negócio em um caso de sucesso. adm.to/entrev_alexandre Sim, espanhol - 7.59%
Sim, inglês - 23.50%
Sim, inglês e espanhol - 9.20%
NÃO - 51.44%
Você domina outro idioma além do português?
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Wagner Campos destaca o que é preciso saber para realizar uma negociação bem sucedida. adm.to/ambiente_negociacao
Startups: por que a maioria falha?
Estudando nas redes sociais: sim, é possível
ENQUETE
Ambientes da negociação: como identificá-los
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Revista também no ipad e no iphone Se você já curte a Administradores impressa, aproveite também a leitura da Revista no iPad e no iPhone. Basta entrar na App Store, procurar por Revista Administradores e fazer o download. Algumas edições estarão disponíveis gratuitamente. Veja mais detalhes sobre esse formato em adm.to/adm_apple
Luiz Paulo Ferrão, coordenador da Vistage, empresa de treinamento para executivos, explica como driblar o sofrimento no trabalho. adm.to/entrev_ferrao
Orkut
@admnews
adm.to/orkutadm
adm.to/facebookadm adm.to/linkedinadm
COM O TRABALHO DE ADRIANA NO PET SHOP, LUDMILA FICOU TRANQUILA PARA FAZER O QUE MAIS GOSTA: CLINICAR
LUDMILA, 29 anos Médica Veterinária
ADRIANA, 32 anos Tecnóloga em Gestão Comercial
Profissional de Administração: Para a pequena empresa virar grande e o Brasil ser um gigante. Quando um profissional liberal passa a contar com o suporte técnico de um profissional de Administração, a qualidade e rentabilidade dos seus serviços aumentam.
Assine embaixo, para o Brasil ser um gigante. WWW.BRASILPROFISSIONAL.ADM.BR
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QUIZ Teste seus conhecimentos em Administração Esse exercício visa medir os seus conhecimentos na área.
A função que tem por finalidade a compatibilização de todas as atividades da organização e a promoção da cooperação na busca de um dado objetivo é chamado de: a) Controle b) Feedback c) Avaliação d) Coordenação e) Planejamento
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O modelo de produção em massa que introduziu uma linha de montagem padronizada para reduzir custos se remete ao: a) Taylorismo b) Toyotismo c) Fordismo d) Estudo de Hawthorne e) Hierarquia das Necessidades de Maslow
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A atividade de consiste em verificar permanentemente se a execução das atividades ocorre de acordo com as diretrizes e os planos organizacionais, a fim de permitir o ajustamento necessário dos planos anteriores e a formulação de novos planos. a) Pesquisa b) Coordenação c) Controle d) Direção e) Planejamento
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O controle empresarial pode ser: a) Gestão do Planejamento b) Forma de desestruturar todo o processo c) Rentabilidade desnecessária d) Controle dos funcionários e) Controle das horas trabalhadas
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A prática de uma coordenação inadequada produz: a) Organização b) A unidade do comando c) Perda de controle d) A reestruturação da cadeia de comando e) A sincronização das atividades de um grupo de pessoas
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O planejamento é considerado uma função básica, pois: a) Estabelece a ponte entre onde estamos e onde desejamos estar b) Somente preestabelece metas c) Inicia-se pelo estabelecimento dos resultados d) Somente utiliza recursos e) Estabelece um único curso de ação
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O planejamento estratégico de uma empresa é: a) Uma ferramenta útil para as empresas b) Um sistema obsoleto c) Modo de produção descontinuada d) Um controle e) Uma norma
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A tem por finalidade auxiliar, apoiar, aconselhar e assistir à autoridade de Linha: a) Autoridade funcional b) Autoridade linear c) Autoridade de fiscalização d) Autoridade hierárquica funcional e) Linha - Staff
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A constitui mecanismo essencial de descentralização administrativa. Ocorre quando um chefe cede uma parcela de sua autoridade a um subordinado para ele desincumbir-se de suas tarefas. a) Delegação b) Promoção horizontal c) Comunicação vertical d) Responsabilidade e) Pontualidade
10 “Não existe uma teoria administrativa total-
mente correta; tudo depende das circunstâncias do momento”. Esse princípio refere-se à teoria: a) Científica b) Clássica c) Contingencial d) Relações humanas e) Administração por objetivos
Teste elaborado pelo professor Marcelo Beneti, administrador, pedagogo, licenciado em Matemática e Geografia, com pós-graduação em Matemática. Respostas: 1) D, 2) C, 3) A, 4) C, 5) A, 6) C, 7) A, 8) E, 9) A, 10) C.
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COM A ESTRATÉGIA MONTADA PELO FRANCISCO, O TRABALHO DA TALITA É VENDIDO EM MAIS DE 30 PAÍSES
TALITA, 31 anos Designer
FRANCISCO, 65 anos Administrador
Profissional de Administração: Para a pequena empresa virar grande e o Brasil ser um gigante. Quando o talento criativo brasileiro se encontra com o conhecimento técnico de um Administrador, o mundo deixa de ter fronteiras para a nossas empresas.
Assine embaixo, para o Brasil ser um gigante. WWW.BRASILPROFISSIONAL.ADM.BR
SETH GODIN entrevista
| Seth Godin
fotos: Brian Bloom Photography
Seus livros foram traduzidos para mais de 33 lĂnguas e seus e-books estĂŁo entre os mais populares sobre Marketing.
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o revolucionário dos conceitos Esqueça tudo o que você aprendeu sobre Marketing até hoje e prepare-se para uma nova forma de comunicação e divulgação das empresas. Seth Godin parece ter essa missão de quebrar paradigmas e ser um verdadeiro agente de mudanças. Com suas ideias descritas em doze livros, best-sellers em todo o mundo, ele alterou e inspirou a forma como muitas pessoas pensam sobre as melhores estratégias de mercado. Ah, Godin também quebrou conceitos sobre carreira, comportamento, internet, etc. Você está preparado para o novo? por fábio bandeira de mello
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entrevista
| Seth Godin
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mpreendedor, autor de livros e palestrante. Fazendo uma rápida descrição, ele poderia até passar despercebido pela imensa quantidade de profissionais que optam por esse caminho. Porém, com um estilo singular de dissolver com o tradicional e de inovar conceitos de forma bem divertida e clara, Seth Godin se transformou em um dos mais importantes autores de Marketing da última década. Ele popularizou o tema Marketing de Permissão, demonstrou como as ideias devem ser “infecciosas”, apresentou a maneira certa de desenvolver produtos notáveis, lançou as bases para a construção de tribos virtuais e indicou como se tornar uma pessoa indispensável. A revista Administradores conversou com Godin sobre alguns de seus conceitos e como essas transformações estão diretamente ligadas a nossa vida profissional e pessoal. Em seus livros, você costuma criticar as estratégias tradicionais de Marketing. Inclusive, na obra “A Vaca Roxa”, você comentou que a velha máxima dos 4Ps do Marketing está ultrapassada e não faz mais tanto efeito nos dias atuais. Mas, afinal, o que mudou no Marketing? Por que as estratégias tradicionais de divulgação das empresas estão perdendo valor?
Duas coisas mudaram e ambas estão relacionadas: 1. Existe bem menos escassez e muito mais oportunidades. O resultado disso é que ficou mais fácil do que nunca encontrar alguma coisa comparável àquelas oferecidas pelas marcas líderes, porém, mais baratas. 2. O poder de voz dos marqueteiros está menor. Mais confusão e mais possibilidades de mídia tornam a empresa mais difícil de ser escutada. Ou seja, saímos do mundo centrado no Marketing e fomos para o mundo centrado no mercado. Ninguém liga mais para o seu Marketing. Os consumidores não são mais tão passivos quanto antes. As empresas já não têm o poder de comandar a atenção e não vão ganhar dinheiro enviando mensagens comerciais indesejáveis.
O produto é marketing. A maneira como você atende o telefone é marketing As palavras “inovar”, “reinventar” e “fazer diferente” devem, então, estar no vocabulário diário dos profissionais de Marketing e dos administradores?
Vocabulário não é nada importante como a ação. Todos os administradores precisam agir como se eles rodassem a empresa porque essa é sua real missão. Então, deve-se entender que as coisas realmente mudaram. O produto é marketing. A maneira como você atende ao telefone é marketing. A verdade é que, quando os marqueteiros começarem a fazer - ao invés de apenas ficar falando - nos tornaremos irrelevantes.
Você costuma defender que é muito mais eficiente espalhar uma informação ou uma ideia quando é feito de cliente para cliente em vez de empresa para cliente. Inclusive, lançou o termo “ideia vírus” e destacou que esse fenômeno é diferente do “boca a boca” que conhecemos. Mas, quais são essas diferenças?
A seta do mouse aponta para um universo digital que só aumenta. Podem alcançar milhões, não poucos como no boca a boca. No entanto, o que se espalha pelo boca a boca desaparece gradualmente depois de umas poucas trocas - diferente do vírus de ideias, que são mais eficazes. E, novamente, vemos que as ideias se espalham divinamente. É muito diferente e importante.
Mas como exatamente iniciar um processo de circulação de uma ideia vírus?
MARKETING DE PERMISSÃO
MARKETING: IDEIA VÍRUS
Ano: 2000
Ano: 2001
Neste livro, Seth Godin, apresenta o até então conceito inédito Marketing de Permissão, que abre aos profissionais de marketing a perspectiva de criar mensagens de modo que os próprios consumidores queiram recebê-las.
A ideia vírus é quando a informação de uma empresa espalha-se de cliente para cliente ao invés de vir da empresa para o cliente. Seth Godin mostra, no livro, como criar este tipo de estratégia de marketing.
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Você faz grandes produtos!
A VACA ROXA Ano: 2003
Em um mundo saturado de informação, somente os produtos que forem notáveis têm chances de serem comentados e lucrativos. Este livro ajudará os leitores a identificar a sua “vaca roxa” no ambiente competitivo atual.
Você poderia apontar exemplos de empresas que conseguiram isso?
1. Na sapataria Tom Shoes, a cada par de sapatos vendido, um é doado para crianças que não possuem recursos financeiros para comprá-los. A iniciativa repercutiu muito na web e impulsionou a venda de milhares de pares nos Estados Unidos.
Que tal a Tom Shoes¹, que vendeu milhões e, como resultado, conseguiu doar muitos sapatos para crianças ao redor do mundo? E sem nenhuma propaganda. Ou que tal a forma como a Apple cresce? Não por causa de muitos anúncios, mas porque as pessoas não conseguem parar de falar dos seus produtos.
E sobre os erros? Quais são as falhas mais comuns que anunciantes e profissionais de Marketing cometem ao tentar uma ideia viral?
Eles tentam comprá-la. Eles trabalham para fazer coisas medianas e se esforçam muito para compartilhá-la, quando tudo funciona ao contrário.
Outro ponto que gostaria que comentasse é quando você diz que os clientes satisfeitos são os piores inimigos de uma empresa. Você poderia nos explicar melhor por que isso acontece?
Clientes satisfeitos não fazem você melhorar suas coisas ou modificá-las de forma radical. Eles não reclamam e também não divulgam seu produto de forma intensa. Eles não provocarão um aumento extraordinário nas vendas ou motivarão outras pessoas a comprarem seus produtos porque eles estão satisfeitos, não maravilhados. Bom não é o suficiente.
Você relatou em “O Melhor do Mundo” (livro de 2008) que os vencedores desistem com frequência e sem nenhuma culpa. Como as pessoas reagiram quando você lançou esse conceito? Afinal, é quase um senso comum que desistir é sinônimo de perder.
Isso é verdade. Muita gente não entende aonde quero chegar, mas uns poucos leram o livro e o fizeram transformador em suas vidas.
E como, de fato, podemos identificar quando modificar ou manter um objetivo?
Você não pode ter certeza, claro. Isso é de onde a experiência, o tato e as boas escolhas vêm.
Para encerrar, qual mensagem você deixaria para os administradores brasileiros que desejam vencer o inconformismo e potencializar a sua criatividade?
Você é um gestor ou um líder? Se você for um gestor, eu não posso oferecer-lhe muito, uma vez que seu trabalho é fazer com que sua equipe produza a mesma coisa que fez ontem, mas de uma forma mais barata e rápida. Em um ambiente assim, não existe muito espaço para o crescimento. Então, modifique sua forma de pensar e, principalmente, de agir.
“No marketing tradicional, o profissional de marketing dirige-se para tantos consumidores quanto for possível. O objetivo do vendedor é gastar dinheiro com anúncios que interrompam as pessoas que não queremos ouvir nada. Ao criar um vírus de ideia, o anunciante cria um meio no qual a ideia pode se reproduzir e se espalhar. É a interação entre os consumidores que faz o trabalho, não o profissional de marketing.” — Seth Godin no livro “Marketing IdeiaVírus”
TODO MARQUETEIRO É MENTIROSO!
O MELHOR DO MUNDO
VOCÊ É INDISPENSÁVEL?
Ano: 2008
Ano: 2011
Com um tom provocador, a obra pretende ajudar o leitor identificar se é apropiado desistir diante de uma situação na qual investiu seu tempo e esforço, para ser o melhor do mundo em outra coisa.
Embora a resposta à pergunta que dá nome a esta obra seja não, o livro de Godin mostra como podemos nos aproximar o máximo possível disto: nos tornando indispensáveis.
Ano: 2003
O livro mostra que toda organização precisa fazer marketing para se manterem competitivas, e fazer marketing é, essencialmente, inventar histórias.
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ACADÊMICO
| TRAINEE
De olho notrainee Está aberta a temporada de caça às vagas de trainee. Fique atento e prepare sua artilharia para agarrar uma das ótimas oportunidades disponíveis no mercado. por fábio bandeira de mello
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e você tem entre 22 e 30 anos, domina um segundo idioma e já está formado há, no máximo, dois anos, atenção: você é um candidato em potencial para uma vaga de trainee. Nessa modalidade de trabalho, o escolhido irá participar de um programa estruturado de treinamento e desenvolvimento para que, em um curto espaço de tempo, possa assumir uma posição de liderança na empresa como supervisor ou gerente. O segundo semestre do ano, aliás, é o melhor momento para quem deseja entrar nessa função. São centenas de vagas em várias empresas espalhadas pelo Brasil. Os salários oferecidos são muito bons e, por isso, esses programas são tão cobiçados. Em média, os rendimentos dos trainees são de R$ 1.800, mas podem chegar a até R$ 5.100. Mas o melhor de tudo é que a maioria das vagas disponíveis são para as áreas de Economia, Engenharia, Marketing e Administração – sendo esse o curso disparado com mais oportunidades para o cargo. Quem já participou de programas assim, recomenda. Elton Oliveira, por exemplo, já teve experiências como trainee no McDonalds e no Makro Atacadista, e não esconde de ninguém o aprendizado adquirido nesse período. “Em ambos os programas pude ser um agente de mudança, tive a oportunidade de aprender com uma diversidade de profissionais e passei a ter uma visão ampla do negócio, pois, devido ao job rotation, aprendemos um pouco sobre o que cada setor desenvolve dentro da empresa e como estão ligados”, explica Elton.
Exigência: preparando as armas Quem acha que o caminho para entrar nesse tipo de programa é fácil, está muito enganado. O processo de seleção, em 16
muitos casos, pode demorar meses e o critério é bem rigoroso. Na maioria, há avaliação do currículo, testes on-line de português e inglês, dinâmicas de grupo, painel de negócios e entrevistas com os gestores da companhia. “Nesses processos, o que é mais bem visto são pessoas que estão se formando naquele ano ou recém-formados, que, de preferência, tenham passado por faculdades
Em média, os rendimentos dos trainees são de R$ 1.800, mas podem chegar a até R$ 5.100 bem conceituadas e possuam conhecimento em outro idioma – preferencialmente, inglês avançado”, comenta Eliane Figueiredo, diretora-presidente da Projeto RH, empresa especializada em recrutamento de jovens profissionais. De acordo com ela, aqueles que realizaram cursos extracurriculares ou possuem vivência no exterior, como intercâmbio, também ganham pontos. “A verdade é que toda empresa quer um profissional que vai em busca de conhecimento e aprimoramento”, afirma a especialista.
Concorência: outros caçadores Em alguns casos, o número de inscritos para esse tipo de vaga é extremamente alto. Na edição de 2010 do programa de trainee do Itaú Unibanco, por exemplo, foram mais de 43 mil participantes que concorreram a 104 vagas; já no da Ambev 2011, foram recrutados apenas 22 dos 72 mil candidatos.
Porém, nada disso desanima a administradora recém-formada Rafaella Poncino. Ela já participou desse processo, viu a dificuldade, mas quer tentar de novo. “Acredito que a experiência como trainee é de grande importância para o início de carreira de qualquer profissional. Tenho muita vontade de participar de algo assim”, deseja. Para Rafaella, o maior desafio, no entanto, está no inglês fluente. “Sei que foi uma falha minha não ter cursado o inglês durante a graduação e, como me formei em 2009, minhas chances como trainee estão diminuindo – mas não desisto”, afirma a jovem administradora, que já se matriculou em um curso do idioma para preencher essa lacuna. De acordo com Marcelo Orticelli, diretor da Área de Pessoas do Itaú Unibanco e um dos responsáveis pela seleção no programa de trainee, o objetivo principal é atrair jovens talentos com potencial. “O Itaú busca candidatos que tenham um perfil alinhado aos valores e às estratégias do banco, jovens que tragam novas ideias e contribuam para as ações de negócio da empresa. Ao mesmo tempo, eles têm que ter brilho nos olhos, energia, capacidade de realização, espírito empreendedor e potencial para liderança de projetos e pessoas”, explica Marcelo. Se as dificuldades para conseguir uma vaga de trainee são muitas, a dica, então, é ficar atento a tudo. “Durante a seleção, o candidato deve observar desde coisas básicas – como não chegar atrasado ao processo e fazer um currículo bem elaborado – até o seu comportamento durante as entrevistas e dinâmicas de grupo”, afirma Eliane Figueiredo. Por isso, torna-se fundamental pesquisar sobre a empresa, evidenciar interesse pela chance e demonstrar o quanto você pode contribuir com a organização. As oportunidades estão abertas no mercado. Resta saber se você – assim como a Rafaella Poncino – vai tentar uma dessas
A Administradores resolveu lhe dar uma mãozinha e separou alguns dos principais programas de trainee abertos no momento. Então, boa sorte!
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EMPRESA
Cinco dicas para você se dar bem ao concorrer a uma vaga de trainee 1 – Seja um ótimo aluno: O primeiro passo para ser selecionado em um programa de trainee é fazer um ótimo curso, com boa performance desde o 1º ano de faculdade. Você deve se colocar entre os melhores da classe para depois concorrer com os melhores do mercado. 2 – Faça sua escolha: não é apenas a empresa que decide o profissional que quer contratar. Você também deve optar por qual organização quer trabalhar. Por isso, antes de iniciar um processo, pesquise, selecione empresas com culturas e valores alinhados aos seus e com o que você espera para a sua carreira. 3 – Mantenha o equilíbrio entre falar, ouvir e agir: ser muito calado e não interagir é ruim; por outro lado, falar o tempo todo e não dar espaço para as outras pessoas também participarem da conversa não é
positivo. Por isso, mantenha o equilíbrio; coloque-se, mas saiba escutar e perceber os momentos corretos para agir. 4 – Venda-se, mas não exagere na dose: mostre suas habilidades, competências e aponte aspectos já vividos, mesmo que no âmbito acadêmico. Mas, cuidado com os adjetivos. Tente ser o mais claro possível, procurando fazer isso com isenção, para não correr o risco de tornar-se ou parecer pedante. 5 – Não se desespere: a ansiedade e vontade de ser bem-sucedido num processo de seleção é muito grande, porém, tente manter a calma. Dê o seu máximo, mas tenha sempre em mente que, se não conseguir, não será o fim do mundo. Você é jovem e ainda terá muitas outras oportunidades em sua carreira.
vagas e colher os frutos desse aprendizado – do mesmo modo que aconteceu com o Elton Oliveira – ou irá desistir e nem tentar. Então, prepare as armas rumo à caça da sua vaga, pois o prêmio final, com certeza, é bastante recompensador.
Inscrições
descrição
link
AES Brasil
Até 16/09/11
18 vagas (16 para SP e 2 para RS)
adm.to/aes12
Banco ABC Brasil
Até 15/09/11
Disponível para formados em Administração, Economia, Ciências Contábeis
adm.to/abc_brasil
Bosh
Até 05/09/11
Salário pode chegar a R$ 5.100,00
adm.to/bosc_12
Cielo
Até 16/09/11
Vagas disponíveis para mais de 12 áreas de formação
adm.to/ciel_12
Cyrela Brasil
Até 16/09/11
10 vagas distribuídas em diferentes estados brasileiros
adm.to/cyre_12
Ernst & Young Terco
Ao longo de 2011
São mais de mil oportunidades
adm.to/eyt_12
Ferrovia Centro-Atlântica
Até 12/09/11
Salário inicial é de R$ 4,2 mil
adm.to/fca_12
Jonhson e Jonhson
Até 12/09/11
Vagas para diversos estados brasileiros
adm.to/jj_12
Lojas Americanas e B2W
Até 30/09/11
30 vagas para SP e RJ
adm.to/amer_12
Lopes
Ao longo de 2011
500 vagas para diversos estados brasileiros
adm.to/lope_12
Makro
Até 30/09/11
12 vagas distribuídas em diversos estados brasileiros
adm.to/makr_12
McDonald’s
Até preenchimento
Selecionados poderão trabalhar no Brasil ou exterior
adm.to/mcdo_12
Penalty
Até 23/09/11
12 vagas distribuídas em diversos estados brasileiros
adm.to/pena_12
Riachuelo
Até 11/09/11
60 vagas para todo o Brasil
adm.to/riac_12
Tim
Até 15/09/11
Vagas em SP, RJ, PE, PR e DF
adm.to/tim_12
Unilever
Até 05/09/11
Vagas para os estados de GO, MG, SP e PE
adm.to/unil_12
Votorantim
Até 12/09/11
Salário inicial de R$ 4.700,00
adm.to/voto_12
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CARREIRA
| VALORIZAÇÃO
Pensar nos outros: uma forma de obter maior eficiência Entenda porque as empresas que oferecem um bom plano de carreira e um ambiente motivador para seus colaboradores têm mais chances de obter sucesso nos negócios. por josep maria rosanas*
Q
uando uma empresa faz um grande investimento, sua direção precisa, em primeiro lugar, medir uma série de variáveis complexas. Na hora de tomar a decisão final, seus dirigentes não devem perder os nervos, passar a questão adiante ou esconder-se por trás da opinião de especialistas. Afinal, não existem respostas universais para problemas complexos nos negócios. Depois de calcular os riscos de um investimento e analisar integralmente as alternativas disponíveis, o dirigente pode chegar à conclusão de que o novo investimento exigirá mais compromisso e maiores esforços de seu pessoal. Se for esse o caso, colocar uma decisão em prática irá quase sempre enfrentar um obstáculo: as pessoas. Ao contrário do que afirmam algumas teorias sobre produtividade, ter os interessados em mente aumenta a eficiência nos negócios.
Gente: o motor que faz uma empresa funcionar Embora possa ser difícil para os executivos formularem decisões que obtenham a aprovação geral dos funcionários e dos outros 18
interessados, é essencial mantê-los ao seu lado pelo máximo de tempo possível. Não devemos esquecer que a principal força motora por trás do sucesso de uma empresa é seu pessoal e as interações existentes em seu interior. Em resumo: os relacionamentos pessoais são para uma organização o que as transações são para um mercado. Assim, a forma como as empresas tratam suas forças de trabalho e outros interessados é decisiva. As mudanças que podem ocorrer em um relacionamento irão determinar quais as interações esperadas para o resto da linha. Essa é uma vantagem que as organizações têm em relação aos mercados. Na medida em que existe um aprendizado positivo, a confiança entre duas pessoas vai aumentar e os custos da transação vão diminuir.
Eficiência = execução + motivação A eficiência de qualquer relacionamento depende, ao mesmo tempo, de até onde uma pessoa realiza a ação que lhe foi confiada e da facilidade com que é capaz de realizála. Se o aprendizado decorrente desse relacionamento for positivo, as pessoas envolvidas ficarão motivadas a interagir com custos menores. Se for negativo, porém, seu malogro é garantido. Assim, não é fá-
cil obter algo de real valor de outra pessoa por meio de recompensas e punições, mas sim quando elas são induzidas a cooperar por meio da identificação. Vamos supor, por exemplo, que o proprietário de um negócio diga ao gerente para pôr em prática um programa agressivo de corte de custos que terá um efeito negativo sobre os trabalhadores da empresa – tudo em nome do aumento da produtividade. O gerente, cedendo à pressão do proprietário e à tentação do ganho financeiro, acaba por ceder e concordar com o pedido do dono. Embora os resultados possam melhorar a curto prazo, a insubordinação entre os trabalhadores certamente vai aumentar, resultando em um produto ou serviço de qualidade inferior. Se o proprietário e o gerente prolongarem ou mesmo intensificarem o programa de corte de custos, a experiência de aprendizado da empresa será negativa e os resultados, desastrosos a longo prazo. Por meio desse exemplo, é interessante analisar a importância de levar em consideração o que as pessoas aprendem durante a tomada de decisões. Se a confiança e a motivação do funcionário são prejudicadas em consequência de uma decisão da empresa, a produtividade também sofrerá futuramente.
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Dirigindo a motivação A firmação de que as relações trabalhistas vêm sendo tradicionalmente dominadas por elementos de estímulo externos ou materiais – como salários e bônus – trata-se de um grande erro, como a crise atual deixou claro. Também não se trata apenas de uma questão de motivação intrínseca, como ocorre quando o funcionário gosta de seu trabalho. Uma interação de sucesso exige motivações que vão muito além disso, como o desejo de aumentar o bem-estar e estimular o desenvolvimento na carreira de outras pessoas. Para instalar a confiança, é crucial que, primeiro, entenda-se o sistema de valores das outras pessoas, sem colocar o foco exclusivamente em servir aos próprios interesses. As empresas devem, assim, ter em mente as motivações de todos os interessados, dos funcionários em particular, e não se deixarem guiar puramente por preocupações relativas aos preços das ações.
As três exigências do sucesso Qualquer organização que deseje prosperar e crescer deve buscar os três objetivos seguintes: • Eficiência. Obter resultados concretos e mensuráveis. • Capacidade de atração. Oferecer atividades que possam satisfazer as motivações intrínsecas das pessoas. • Unidade. Levar as pessoas a se identificarem com a organização e seus objetivos, conquistando sua confiança por meio do comportamento ético.
A principal força motora por trás do sucesso de uma empresa é seu pessoal e as interações existentes em seu interior.
Cumprindo essas três exigências, os dirigentes podem reduzir ao mínimo o risco de tomar uma decisão errada e enfrentar o futuro com maior segurança.
* Josep Maria Rosanas é professor de Contabilidade e Controle do IESE Business School, eleita uma das dez melhores escolas de negócios do mundo e pioneira em educação executiva na Europa. www. ieseinsight.com. Josep também é autor do livro “Beyhond Efficiency”, que aborda motivação no trabalho.
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CARREIRA
| NOVAS COMPETÊNCIAS
Neocompetências as 11 novas características para o sucesso profissional O mundo mudou. E, nele, a exigência por um profissional mais completo ficou ainda maior. Conheça quais são as novas competências para evoluir na carreira. por tom coelho*
S
eja para construir uma carreira de sucesso ou para encontrar sua vocação e seguir uma missão, ser competente é um prérequisito básico. A mais difundida definição para competências foi formulada por Scott B. Parry, em sua obra “The quest for competencies”, de 1996. Nela, Parry disse: “competência é um agrupamento de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionados, que afeta a maior parte de uma tarefa (papel ou responsabilidade), correlacionado à performance, que pode ser medido a partir de parâmetros bem-aceitos, e que pode ser melhorado através de treinamento e desenvolvimento”. Esse conceito ficou registrado no mundo acadêmico e corporativo como a Regra do CHA. Ainda não conhece? É o seguinte: •
•
20
“C” representa o conhecimento, o saber adquirido. É o processo de instrução e envolve formação, escolaridade, autodidatismo, leituras, cursos e treinamentos realizados. “H” significa habilidade, o saber fazer. Trata-se da capacidade de produzir a partir do conhecimento adquirido e diz respeito a analisar, interpretar, compreender, planejar, administrar, comunicar, entre tantas outras. As habilidades, mediante treino, repetição
•
e prática constante, podem ser desenvolvidas e lapidadas. “A” constitui a atitude, o querer fazer. É a decisão consciente e emocional de agir diante dos fatos, com proatividade e assertividade. Atitudes são constatações, favoráveis ou desfavoráveis, em relação a objetos, pessoas ou eventos. Uma atitude é formada por três componentes: cognição, afeto e comportamento.
O plano cognitivo está relacionado ao conhecimento consciente de um fato. O componente afetivo corresponde ao segmento emocional ou sentimental de uma atitude. Por fim, a vertente comportamental diz respeito à intenção de permitir-se realizar alguma coisa ou situação. Para melhor compreensão, tomemos o seguinte exemplo. Enquanto estudante de Administração, desde que ingressou no curso, você soube que teria que apresentar futuramente um trabalho de conclusão de curso (TCC) para garantir sua titulação, ou seja, o componente cognitivo está presente. Porém, embora consciente dessa responsabilidade, é muito provável que você deixará para produzir seu trabalho apenas nos últimos meses e, com isso, a porta para acessar o aspecto emocional será aberta: você vai sentir preocupação, tensão e até estresse diante da necessidade de correr contra o tempo perdido. Todas essas variáveis mu-
dam seu comportamento, e você começa a elaborar o trabalho. No entanto, as pessoas acham que atitude é ação. Mas atitude é racionalizar, sentir e exteriorizar. É um processo endógeno, que deve ocorrer de dentro para fora. E entre a conscientização e a ação, é necessário estar presente o sentimento. Ou você sente, ou não muda. Contudo, ocorre que o modelo do CHA já não responde mais às demandas do mundo corporativo atual, motivo pelo qual desenvolvi um novo modelo, ao qual intitulei “Neocompetência”.
Novas Competências Embora o conhecimento continue imprescindível – na base dessa estrutura – é importante pontuar que ele não é mais estático. Aliás, as festas de “formatura” nas universidades deveriam ser simplesmente abolidas, porque, ao concluir um curso de graduação com quatro anos de duração, por exemplo, muito do que foi estudado no primeiro e segundo anos já está defasado. Disso decorre a importância da atualização, representando o desafio de ampliar o conhecimento de forma contínua, além da capacidade de discernir sobre o que deve ou não ser aprendido dentre tantas possibilidades. A atitude, embora seja o elo supremo desta corrente, precisa ser efetivamente referendada pela realização, pois
Neocompetências EDUCAçÃO
MOTIVAçÃO REALIZAçÃO
HUMILDADE
ATITUDE
autenticidade sociabilidade solidariedade
HABILIDADE ATUALIZAçÃO
CONHECIMENTO muitos que desejam não levam a termo suas ações, capitulando e desistindo no decorrer do caminho. Nesse contexto, surge a premência da motivação. Num primeiro instante, do ponto de vista individual, a motivação é responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para atingir uma determinada meta. A intensidade está relacionada à quantidade de esforço empregado – muito ou pouco. A direção refere-se a uma escolha qualitativa e quantitativa em face de alternativas diversas. E a persistência reflete o tempo direcionado à prática da ação, indicando se a pessoa desiste ou insiste no cumprimento da tarefa. Porém, para se alcançar a efetividade, precisamos empreender ações não individualmente, mas em equipe. Nesse ponto, a motivação se converte em apoio, sustentação e, em especial, inspiração àqueles que compõem o time. No estágio seguinte, o profissional competente compreende que conhecimento bom é conhecimento compartilhado, e que, para
evoluir – não apenas na hierarquia, mas nos processos de reconhecimento e de autorrealização – é necessário ensinar aos que estão ao seu redor por meio da educação, disseminando experiências, comportamentos e melhores práticas. Nesse momento, surge a importância da autoconsciência de que, na medida em que ampliamos nosso espectro de conhecimentos, maior é nossa ignorância diante do universo de possibilidades do saber. A humildade representa a percepção clara de nossas próprias limitações e nos faz, simultaneamente, educadores e educandos, combatendo a prepotência e a arrogância. Há que aprender; porém, há também que ensinar. A humildade leva à prática inconteste da verdade. E, como não há porque mascarar eventos ou ações, passa-se a valorizar a autenticidade, para a qual importa não o que você tem, mas quem você é. Uma característica singular num mundo tão superficial em determinados aspectos, como o que vivenciamos atualmente. O homem é um ser social por natu-
reza, de modo que deve aprender não apenas a viver, mas também a conviver, ou seja, viver com seus pares. A isso, chamamos sociabilidade. Por fim, a solidariedade, que remete não à solidão, mas à cooperação, à responsabilidade e à interdependência. É a consciência plena de saber devolver à mesma sociedade em que convivemos um pouco do que aprendemos e somos a fim de mitigar as desigualdades. Compreendido o conceito moderno de “competência”, fica mais fácil para o profissional definir como deve se posicionar. Há competências técnicas, comportamentais, relacionais e transcendentais. Mas esse é um assunto para outra oportunidade.
* Tom Coelho é publicitário por formação, administrador por opção, escritor e conferencista por vocação. Nas horas vagas, também é esgrimista. Visite: www.tomcoelho.com.br e www.setevidas.com.br.
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estratégia
| SUSTENTABILIDADE
Abaixo o Marketing Verde Para ser de fato implementada, a sustentabilidade empresarial deve unir inextricavelmente discurso e práticas, trazendo a responsabilidade socioambiental para o core business da empresa. por eber freitas
1
988. Após quase duas décadas de exploração dos recursos naturais de sua terra, um grupo de jovens nativos da pequena ilha de Bougainville, localizada no Pacífico Sul, se insurgiu contra a subsidiária de uma das maiores mineradoras do mundo, a Rio Tinto Zinc. A luta pelos recursos naturais ganhou corpo, ideologia e motivações. “Minha luta em Bougainville é baseada nesses fatores: primeiro, estamos lutando pelo homem e sua cultura; segundo, pela terra e o meio ambiente; e terceiro, é a independência”, afirmou o líder do movimento, Francis Ona, no documentário “The Coconut Revolution” (“A Revolução dos Cocos”, 1999), dirigido pelo britânico Dom Rotheroe. Porém, o mais curioso sobre esse episódio não é o fato de que a primeira “ecorrevolução” registrada no mundo tenha rechaçado forças militares de Papua Nova Guiné, da Austrália, e conquistado independência e autonomia para uma população considerada indígena. O que realmente surpreendeu foi a Rio Tinto Zinc ser considerada uma multinacional ecologicamente sustentável. A contradição presente em uma exploradora voraz de cobre que se diz verde não acontece apenas com a companhia britânica: é uma anomalia conceitual gritante e 22
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assustadoramente comum, que se assemelha a um medicamento que encobre os sintomas, mas abre as portas para a doença agir traiçoeiramente.
Transição Ainda hoje é normal empresas e governos se autoproclamarem ambiental e socialmente sustentáveis, mas só incorporarem ações aos discursos à medida em que a imagem pública é beneficiada ou enquanto isso satisfaz necessidades imediatas dos acionistas e grupos de interesses diversos. Quando ser sustentável implica em mudanças no plano de negócios, gastos além do previsto, confronto com shareholders e contratos transparentes com fornecedores éticos, adotam-se, muitas vezes, procedimentos contrários à noção de sustentabilidade. Para manter a imagem, o consumidor não é informado sobre o que a empresa faz para que o produto final tenha uma relação aparentemente vantajosa entre qualidade e preço. Esse tipo de equívoco já conta com cases emblemáticos, mas continua a ser praticado. Para o consultor e escritor Fernando Almeida, a sociedade ainda está enfrentando um processo de mudanças de paradigmas, do cartesiano para o sustentável. Enquanto o primeiro pressupõe uma visão fragmenta-
da das coisas (como, por exemplo, os setores de um negócio), o segundo propõe uma abordagem holística, completa, da humanidade como um todo, incluindo aí as empresas. Enquanto o paradigma cartesiano trata separadamente os fatos e os valores, o sustentável relaciona ambos fortemente, conforme destaca no livro “O Bom Negócio da Sustentabilidade” (Campus/Elsevier, 2002).
Lógica de Mercado A sustentabilidade, apesar de ser um fator determinante para o sucesso ou o fracasso de um negócio, ainda não está completamente inserida na lógica da competitividade do mercado. É uma noção simples: esse valor, potencialmente, representa um diferencial; dessa forma, os custos ambientais e sociais dos programas e projetos desempenhados pela empresa podem ser incluídos naturalmente no preço final do produto. Mas, num mercado de competição entre empresas – onde a ética e a transparência nem sempre têm tanto espaço – um produto pode ter a mesma qualidade que o seu rival sustentável, mas apresentar um preço bem inferior, obtido às custas de algum elemento na cadeia de valor que agride a humanidade e o meio ambiente. Exemplos recorrentes são o uso da força de trabalho infantil ou a aquisição de madeira extraída ilegalmente.
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CASES Ecorrevolução
Após expulsar uma grande mineradora e sofrer um grave bloqueio econômico que impedia o transporte de remédios e alimentos, habitantes da ilha de Bougainville aprenderam a utilizar os recursos naturais da terra para garantir alimentação, medicamentos, energia, armas e até combustível. Hoje, a ilha é um território autônomo com governo e bandeira próprios.
Pesticidas
Em 1995, a fabricante de defensores agrícolas Bayer começou a implementar medidas educativas junto aos agricultores para orientar sobre o manuseio correto dos produtos, sem prejudicar a própria saúde ou a natureza. O modelo, aplicado primeiramente no Brasil, foi exportado para outros países.
Escolaridade
Quando a Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), atualmente denominada de ArcelorMittal Tubarão, notou que mais de 25% dos seus quatro mil colaboradores não haviam concluído o ensino médio, implementou um programa escolar para reduzir esse índice. O projeto deu tão certo que se expandiu para as famílias dos colaboradores e, depois, para a comunidade.
FAILCASES De olho nos fornecedores
A Zara, famosa marca de roupas espanhola, entrou para a lista negra do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por ter se envolvido em uma denúncia de trabalho escravo. Motivo: uma das trinta empresas terceirizadas que produzem as roupas vendidas para os clientes da marca, a maioria da classe média, utilizava mão de obra escrava de adultos e crianças bolivianos. O barato saiu bem caro, já que só a multa pode chegar a R$ 1 milhão. E o prejuízo à imagem da marca... priceless.
Efeito reverso
A WWF, entidade internacional de defesa do meio ambiente, conta com um selo de qualidade para identificar fornecedores de madeira extraída legalmente, a Rede Global de Floresta e Comércio. O problema é que esse programa se mostrou pouco rigoroso para admitir filiados e poderia beneficiar madeireiras inescrupulosas com um belo greenwash. A falha foi descoberta pelo grupo de pesquisa Global Witness.
Poluição das águas
A Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro, nunca mais foi a mesma depois da Ingá Mercantil. A indústria despejou, durante 30 anos, uma montanha de metais residuais que inviabilizou a vida nos arredores. Em 2008, a Usiminas comprou o local e se comprometeu a limpar toda a sujeira. Serão 20 anos para eliminar as impurezas da água, num processo estimado em US$ 92 milhões.
estratégia
| SUSTENTABILIDADE
“Infelizmente, isso ainda ocorre”, lamenta Fernando. “O que eu continuo reafirmando até hoje é a necessidade de mudança no paradigma, e isso é algo que já vem acontecendo – não por força de imposições legais, mas pela democratização da informação”, diz o escritor. Na opinião de Fernando, atualmente, nenhuma empresa – sobretudo as que sejam bem conhecidas – quer ter um passivo ambiental ou social pesado no seu portfolio. “Aos poucos, o consumidor, os fundos de investimentos, seguradoras, vão percebendo essa postura de risco. É uma tendência”, garante. De fato, é; mas ela ainda não caminha a passos tão vigorosos. De acordo com estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT) em 2009 junto a dois mil executivos de grandes empresas, 92% disseram ter ciência de que as empresas desempenham um papel estratégico nas questões referentes à sustentabilidade. No entanto, 70% delas ainda não haviam desenvolvido ações sistêmicas e planejadas de responsabilidade social e ambiental. Por outro lado, uma pequena parte das empresas que adotaram integralmente a sustentabilidade como modelo de negócios, ganharam um bom terreno competitivo em relação às demais – e cerca de 75% mantiveram o compromisso com o desenvolvimento sustentável mesmo diante da crise. O sociólogo britânico John Elkington criou um conceito-chave para inserir a sustentabilidade dentro da pauta do mercado: o Triple Bottom Line. Para as empresas, a ideia consiste em comunicar o compromisso com o desenvolvimento sustentável por meio de relatórios anuais. O objetivo é conciliar o desempenho junto à natureza e à comunidade sem abrir mão da saúde financei-
ra. Porém, o próprio adverte: “as empresas devem trabalhar sua marca de acordo com o surgimento desse novo paradigma. Mas essas ações não podem ser forçadas. É preciso ter ética e ser transparente”, disse durante sua última visita ao Brasil.
A sustentabilidade é para qualquer empresa? Ao conceber a sustentabilidade empresarial como um valor holístico, consideramos que todos os processos e atores envolvidos em um empreendimento – a cadeia de valor por completo – deve funcionar como uma simbiose entre empresas, natureza e comunidade. E quando o produto final é, em si, agressivo ao meio ambiente e aos seus usuários? Adianta plantar árvores para aliviar o enorme passivo ambiental e social? “A sustentabilidade corporativa não é um jogo de ganha-ganha. Muitas empresas vão desaparecer”, lembra Almeida. Para Wilson Bueno, doutor em Jornalismo Científico pela USP, apesar de dificilmente um negócio ser completamente sustentável, há empresas que carregam um ônus ambiental tão pesado que jamais poderiam se declarar socioambientalmente responsáveis. “Dentro de certos parâmetros, é possível atenuar o passivo ambiental. Mas eu não consigo imaginar a sustentabilidade associada à indústria do tabaco, por exemplo, uma vez que ela não contempla princípios fundamentais, como a qualidade de vida e a saúde dos seus clientes”, critica Bueno. “Há uma tendência de que esse processo se consolide, mas eu não seria tão otimista a ponto de imaginar que empresas e setores vão levar isso ao pé da letra de tal forma que prejudique os lucros ou estratégias. Nunca teremos empresas cem por cento
sustentáveis, mas o importante é trabalhar no sentido de cada vez mais as companhias incorporarem o conceito e a prática da sustentabilidade à gestão”, explica. A visão de Bueno encontra respaldo em cases como o da Bayer, fabricante de pesticidas agrícolas. Mesmo com um produto final potencialmente prejudicial à saúde, a empresa desenvolveu programas para educar agricultores e usuários sobre os procedimentos corretos a serem adotados na aplicação do produto, evitando a contaminação.
Comunicação e transparência Comunicar a sustentabilidade com ética, transparência e profissionalismo não é importante apenas para agregar valor à marca e angariar clientes e vendas. A informação é um fator de grande importância à medida em que, a partir dela, os consumidores, shareholders e colaboradores passarão a desenvolver uma consciência crítica em relação à responsabilidade coletiva e de como suas ações podem impactar o meio ambiente. “Ainda temos situações de ‘boca grande e ouvido pequeno’, onde as empresas falam muito, mas ouvem pouco. O ideal é criar canais efetivos de comunicação entre os diversos públicos e a cúpula da empresa. A comunicação explicita o compromisso e está dentro da pauta sustentável”, destaca Bueno. Por outro lado, informar é proporcionar a todos esses públicos a oportunidade de escolha. “Consumidores informados das consequências ambientais e sociais de suas opções podem tomar as melhores decisões: escolher a melhor correlação entre produtos, preços e práticas empresariais”, defende Fernando Almeida.
LINHA DO TEMPO 1962
Publicação do livro-pesquisa “Silent Spring”, um libelo contra o DDT que acendeu as discussões mundiais sobre o meio ambiente
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1972
Governos e organizações da sociedade civil discutiram os custos ambientais do desenvolvimento na Conferência de Estocolmo, realizada pela ONU. Na ocasião, foi lançado o Relatóro Meadows, trabalho produzido por um grupo de pesquisas do Instituto Tecnológico de Massachussets (MIT)
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1987
Uma comissão formada por representantes de vários países – entre eles ,o ex-secretário do Meio Ambiente, Paulo Nogueira Neto – publicou o Relatório “Our Common Future” (“Nosso Futuro Comum”, em português), no qual foi introduzida a noção de Desenvolvimento Sustentável
Setembro 2011
1992
Durante a ECO – 92, os empresários Stephan Schmidheiny, Erling Lorentzen e Eliezer Batista da Silva lançaram o “Relatório Brundtland” do mundo corporativo: “Mudando o Rumo: uma Perspectiva Empresarial Global sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente” (Editora FGV, 1992)
1997
O Protocolo de Kyoto, que firma o compromisso dos países com a redução da emissão de poluentes, é aberto para assinaturas. Dois anos depois, foi ratificado, mas só passou a valer em 2005
2000
A ONU divulga os Objetivos do Milênio, conjunto de oito ações e medidas que os países deveriam adotar até o ano de 2015.
2012
Será realizado no Brasil o evento RIO + 20, Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável que definirá os novos parâmetros globais e as metas da sustentabilidade em todos os âmbitos
PEI, BUF!
| AÇÕES
Como investir em ações? por eber freitas
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ealizar investimentos de diversos tipos é uma atividade cada vez mais comum e acessível para qualquer cidadão. A informatização e a automação dos sistemas da Bolsa de Valores – bem como a disseminação da internet e o aumento do poder aquisitivo dos brasileiros – possibilitaram a compra e a venda de ações e títulos de forma bem mais simples e rápida do que se imagina. Mas lembre-se: com dinheiro, não se brinca. Para começar a investir, deve-se partir do pressuposto de uma vida financeira saudável e regrada.
COMO COMEÇAR
O tipo de investimento pelo qual o aspirante a investidor deve optar varia de acordo com o seu comportamento financeiro – que vai de conservador a arrojado – de modo que o melhor caminho para escolher é se informar minuciosamente sobre as características de cada um. Os modelos de investimentos mais comuns no mercado são:
Renda fixa
Renda variável
- Tesouro direto - CDBs e RDBs (Certificados e Recibos de Depósitos Bancários) - Debênture - Caderneta de poupança
- Ações - Fundo de Índice (ETF) - Fundos de Investimento
FIQUE ATENTO Quanto gastar
Organização
O Mercado de Ações é ideal para estratégias de ganhos a longo prazo. Logo, querer obter retorno imediato para saldar dívidas de curto prazo só vai trazer mais prejuízo. Saber como e qual é a importância de poupar para fazer sobrar dinheiro no final do mês é vital. “Parece óbvio, mas muita gente esquece disso”, afirma Macari.
Vencido o primeiro desafio, pergunte-se: o que eu quero com esse investimento? Aposentarme com conforto, comprar um apartamento ou fazer uma viagem? Lembre-se: ganhos com ações são de longo prazo.
Virtude: Educação financeira. Vício: Esperar ganhos imediatos ou em curto prazo.
Informação Na caderneta de poupança, você coloca o dinheiro e espera ele render sozinho. Em ações, você tem que se informar sobre as empresas onde vai investir, as perspectivas do setor e o panorama econômico e político. Tenha em mente que todo investimento envolve riscos – sobretudo, os de renda variável – e os ganhos ou as perdas dependem das suas escolhas. Virtude: Buscar informações. Vício: Permanecer desatualizado ou ignorar as diversas variáveis.
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Para investir em ações, é necessária a mediação de uma instituição financeira, geralmente um banco ou uma corretora de valores credenciada pelo Banco Central. A maioria das corretoras conta com plataformas on-line – as home brokers – que permitem a interação dos usuários com a Bolsa de Valores a partir de uma conexão com a internet. Existem taxas (corretagem e custódia) que variam entre as empresas. Portanto, deixe seu lado consumidor falar mais alto e pesquise preços e promoções de várias corretoras, e avalie qual delas se encaixa melhor no seu perfil investidor antes de fechar a escolha. De acordo com Miriam Macari, gerente da home broker Easynvest, para investir em ações, especificamente, não existe um perfil ideal. “Depende do investimento pelo qual a pessoa quer optar, dos seus objetivos e dos riscos que pretende correr. Existem vários ativos disponíveis no mercado de ações nos quais ele pode investir”, explica.
Tipos de investimento
Virtude: Traçar um objetivo. Vício: Começar dando passos maiores do que as pernas.
Estratégia A máxima do mercado é comprar na baixa e vender na alta. Mas outros detalhes entre a compra e a venda devem ser considerados. “Existem formas de se proteger no mercado de ações, investindo com risco baixo”, destaca Macari. Não se deve tomar nenhuma atitude por impulso ou emoção. Tudo precisa ser analisado. Virtude: Traçar estratégias de investimento. Vício: Comprar ou vender ações por impulso, sem estudar o mercado.
Diversidade Nunca, absolutamente nunca aposte todas as suas fichas em uma só empresa ou em um só setor. Diversifique seus investimentos. Dessa forma, você será bem menos afetado por eventuais oscilações ou até por uma crise em um determinado setor da economia. Virtude: Diversificar a carteira. Vício: Pegar atalhos “milagrosos”.
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Administradores que inspiram No mês em que comemoramos o dia do Administrador, trouxemos para vocês algumas histórias de sucesso de administradores que empreendem, transformam e são grandes exemplos para as atuais e futuras gerações. por simão mairins
N
os anos 1930 – em meio a tensões políticas que reconfiguraram as estruturas de poder e levaram à presidência da República o gaúcho Getúlio Vargas – o Brasil vivenciou uma importante fase de transformação na sua base econômica, que pode ser considerada a grande (e tardia) revolução industrial tupiniquim. Com amplos investimentos na indústria de base e de energia, megaestatais do naipe de Petrobras, Vale do Rio Doce e Chesf ganharam vida. Nesse passo, caía a dependência dos importados e começava a ganhar corpo a indústria nacional, gerando o aumento da demanda por mão de obra nas cidades e fazendo emergir uma nova figura, responsável por gerenciar o trabalho: o administrador. Nas décadas seguintes, a função ganhou força e, no furor da aceleração econômica impulsionada pelo desenvolvimentismo de Juscelino Kubitschek, os profissionais com formação específica na área já eram disputados pelas empresas que buscavam a modernização dos seus métodos. Com a criação da Escola de Administração de Empresas de São Paulo na Fundação Getúlio Vargas (Eaesp/FGV), em 1954, e da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP), em 1956, a área ganhou maior notoriedade e
influência, culminando, mais tarde, em duas conquistas históricas: a regulamentação da profissão e a fixação do currículo mínimo para os cursos de graduação, respectivamente, em 1965 e 1966. Ao longo desse caminho, apesar dos muitos problemas que ainda tem de superar, o Brasil também evoluiu e está hoje na van-
mente, o papel de conduzir uma equipe de maneira produtiva e sustentável – com um olhar atento a todos os aspectos que cercam e integram um empreendimento – é cada vez mais indispensável. É com esse espírito que alguns administradores têm se destacado, chamando atenção com práticas diferenciadas e dando suas contribuições para o desenvolvimento das organizações, dos seus profissionais, das suas próprias carreiras e, consequentemente, do Brasil. Foi pelas mãos de administradores desse time, por exemplo, que uma pequena loja de variedades do interior de São Paulo se tornou um dos maiores grupos varejistas do Brasil – e referência em políticas corporativas para mulheres; um pequeno empreendimento fundado no Ceará se expandiu para todos os estados do país e uma empresa de aviação imprimiu um novo conceito ao setor ajudando a iniciar uma nova era das viagens aéreas no país. Nesse mês, em que comemoramos o Dia do Administrador, decidimos trazer para vocês algumas dessas histórias de sucesso, de administradores que empreendem, transformam e inspiram. Nas próximas páginas você vai conferir como Luiza Helena Trajano, Deusmar Queirós, Sergio Chaia, Roberto Justus, Gustavo Cerbasi e David Neeleman tornaram-se exemplos para profissionais dos mais diversos segmentos, administrando com sucesso negócios que conquistaram o respeito e a admiração dos brasileiros.
para esse crescimento que enche os olhos do mundo, sem dúvidas, o trabalho dos administradores tem feito a diferença guarda do desenvolvimento. E, para esse crescimento que enche os olhos do mundo, sem dúvidas, o trabalho dos administradores tem feito a diferença. Diante das novas demandas e desafios apresentados pelos mercados cotidiana-
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CEO da Newcomm e apresentador de TV Visionário, carismático, extremamente competente no que faz – e também muito polêmico. Ao mesmo tempo em que desperta críticas, ele tem conquistado fãs e inspirado profissionais. Filho de imigrantes húngaros, Roberto Luiz Justus – ao contrário do que muitos pensam – não se formou em Publicidade, mas em Administração de Empresas, pela Universidade Mackenzie. Deu os primeiros passos na vida profissional atuando em negócios da família, mas, em 1981, os deixou de lado para seguir seu próprio caminho no mercado publicitário. Como sócio da Fischer & Justus Comunicações S. A., cuidou das áreas de Administração e Finanças da empresa, liderando um processo de prospecção de clientes que já em 1982 lhes rendeu um grande cliente: a Calvin Klein. Com o Grupo Newcomm – que fundou em 1998 – Justus associou-se à holding britânica WPP e passou a ser sócio do maior conglomera-
do de comunicação do mundo, responsável por quatro empresas no Brasil: Y&R, Wunderman, Energy e Ação. Essa trajetória de sucesso, por si, já seria suficiente para inspirar muita gente. Mas, provavelmente, ela não teria ficado tão conhecida e Justus não teria conquistado tantos admiradores se não tivesse ido para a TV. Como apresentador do programa “O Aprendiz” (hoje comandado por João Dória Jr.) na TV Record, o empresário ganhou fama com seu estilo durão de comandar equipes, que lhe rendeu críticas, mas também muitos elogios. No ano passado, foi eleito o publicitário mais confiável do Brasil e o líder mais admirado pelos jovens brasileiros. “O marketing pessoal dele encanta as pessoas. Mas não é só isso. Roberto Justus é extremamente competente, inteligente e carismático, e tudo isso faz dele essa figura tão admirada”, destaca o consultor Christian Barbosa, amigo de Justus, com quem chegou a ensaiar uma sociedade. E, de acordo com Christian, o fato de Justus estar no topo da lista dos líderes mais admirados pelos jovens não é gratuito. “Ele reúne várias características que o fazem se identificar com a geração Y. É empreendedor, prático e tem iniciativa, vai lá e resolve. Embora não pertença a ela, Roberto Justus é a própria Geração Y”, ressalta.
Presidente do Grupo Magazine Luiza Nascida em Franca, no interior de São Paulo, aos 12 anos Luiza resolveu abdicar das férias escolares para trabalhar na loja da família. Depois dessa primeira experiência, a menina tomou tanto gosto pelos negócios que resolveu repeti-la nos anos seguintes. Em alguns anos, ela já fazia parte oficialmente dos quadros da empresa, onde chegou a ocupar praticamente todas as funções, da cobrança à presidência, cargo que assumiu em 2008, momento em que intensificou seu processo de expansão com ações ousadas, como a inauguração simultânea de 44 lojas na Grande São Paulo. Formada em Administração e Direito, Luiza Helena Trajano foi eleita no ano passado pela AmericaEconomia uma das 10 executivas mais poderosas da América Latina. Mas poder
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não é uma palavra à qual ela tem procurado se associar à frente do Magazine Luiza – que se tornou um dos principais grupos varejistas do Brasil, tendo entre suas principais marcas a descentralização na tomada de decisões e a valorização permanente dos colaboradores, com destaque para as políticas de apoio às mulheres empregadas na rede. Conhecida por valorizar o olho no olho na relação com suas equipes, Luiza Trajano também tem se aproximado dos clientes pelas redes sociais. “Eu gosto muito do contato direto com o consumidor por meio das redes sociais, como faço aqui no Twitter”, disse em seu perfil na rede de microblogs. Foi pelo Twitter, inclusive, que ela confirmou ter recebido da presidente Dilma Rousseff o convite para assumir o comando da futura Secretaria da Micro e Pequena Empresa, cargo que – até o fechamento desta edição – ainda não havia definido se aceitaria ou não. “Ainda não decidi e pedi um tempo à presidenta, pois estou estudando com muito carinho. Incentivar o desenvolvimento da micro e pequena empresa sempre foi minha missão pessoal”, disse Luiza.
presidente da Nextel Com quase uma dezena de grandes companhias de segmentos diferentes no currículo e na presidência de uma empresa de telefonia que conquistou importantes mercados do Brasil – mesmo diante da concorrência de outras bem maiores – você facilmente o associaria a um senhor de cabelos grisalhos com, pelo menos, uns 40 anos de carreira. Mas não. Com apenas 36 de vida, ele tornou-se CEO e, hoje, com pouco mais de 40, é um dos executivos mais admirados do país. Mineiro de Belo Horizonte, Sergio Borges Chaia assumiu em 2007 a posição de Presidente da Nextel Telecomunicações Ltda., após ter passado por grandes companhias como Johnson & Johnson, Sodexhopass do Brasil, KFC, Pfizer e Makro. E cada passo desses foi planejado e formalizado. Colocando suas metas de carreira no papel, Chaia assumiu consigo mesmo o compromisso de galgar espaços e, até os 40 anos, ser presidente de uma companhia. Resultado: conseguiu antes. Executivo no principal centro econômico do Brasil, a caótica São Paulo, Sergio Chaia cultiva o hábito de meditar diariamente, prática que – para ele – está diretamente ligada ao seu modelo de
administração, que busca integrar espiritualidade e liderança. E, na prática, tem dado certo. Por sua atuação à frente da Nextel, Chaia foi reconhecido recentemente com o prêmio Executivo de Valor, na categoria Telecomunicações, e com o International Business Award, como Executivo do Ano na América do Sul. “A filosofia de Chaia é criar condições para que cada profissional consiga exercer todo o seu potencial e se realizar, motivando-se com resultados cada vez mais significativos. Essa forma de atuação permitiu que a Nextel atingisse resultados expressivos, mesmo competindo contra concorrentes de maior porte”, afirma comunicado oficial da empresa por ocasião da entrega do prêmio Executivo de Valor a Chaia no início deste ano.
Sócio-fundador da Azul Linhas Aéreas Brasileiro descendente de holandeses, David G. Neeleman nasceu e viveu em São Paulo até se mudar com os pais para os Estados Unidos, quando tinha apenas cinco anos. Aos dezoito, voltou ao Brasil como missionário mórmon para uma temporada no interior de Paraíba e Pernambuco que, de acordo com ele, lhe abriu os olhos para uma realidade que ainda não conhecia do seu país de origem. Pouco depois, voltou à América do Norte decidido a, um dia, retornar aos trópicos e fazer negócios por aqui. Em 2008, o projeto tornou-se realidade. Com bases estabelecidas em Barueri-SP, a Azul Linhas Aéreas iniciou suas operações e reforçou no Brasil a proposta de aviação de baixo custo. “A Azul surgiu para oferecer preços mais baixos do que uma tarifa de ônibus e, assim, promover a inclusão da nova
classe média no transporte aéreo”, afirma Neeleman. Sua contribuição à classe média logo converteu-se em receitas. Em dois anos, a companhia já é a terceira maior do mercado brasileiro e ajudou a triplicar o movimento no aeroporto de Viracopos, em Campinas-SP, seu principal centro de operações, onde é responsável pela maioria dos pousos e decolagens. “Queremos sempre que nossa malha ofereça aos nossos clientes acesso a locais que são pouco servidos pelo serviço aéreo, pois temos na nossa visão o objetivo de fazer das viagens aéreas algo mais acessível, humano, fácil e econômico”, afirma Neeleman.
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escritor, professor e consultor financeiro Diferentemente dos demais administradores apresentados aqui, Gustavo Petrasunas Cerbasi não é presidente de nenhuma mega companhia. Seu grande negócio é ele mesmo. Formado em Administração Pública pela FGV, sua carreira engrenou mesmo quando decidiu enveredar na área de finanças, que – curiosamente – era a que ele menos gostava durante o curso. “Quando me formei, um amigo me chamou para auxiliá-lo preparando laudos de avaliação de empresas em uma consultoria financeira. Aquilo foi o grande marco da minha carreira. Depois, passei a me dedicar à área, comecei a prestar consultorias, dar aulas e logo me tornei palestrante”, destaca Cerbasi. Após uma temporada no Canadá, o então consultor financeiro tomou a decisão de escrever um livro, no qual pudesse compartilhar de forma simples e direta aquilo que aprendeu sobre finanças até então. Mesmo criticado por colegas da academia, que não aceitavam que ele tratasse o conhecimento de maneira “tão rasa”, Cerbasi tocou o desafio e o resultado foi um sucesso de vendas. “Toquei o projeto com a consciência de que um pouco do conhecimento que eu passava para os alunos de um MBA por 30 ou 50 mil reais poderia chegar
a outras pessoas por pouco dinheiro”, destaca. Depois do primeiro livro, “Dinheiro – os segredos de quem tem”, outros vieram e se tornaram best-sellers, levando o autor, em 2009, à concorrida lista dos 100 homens mais influentes do ano da revista Época. O segredo desse sucesso, de acordo com o próprio Cerbasi, foi sua capacidade de identificar oportunidades e aceitar as mudanças. “Quando meu amigo me chamou para trabalhar no projeto de consultoria, eu estava prestes a tentar um concurso da Receita Federal e, muito provavelmente, passaria, pois havia me dedicado bastante. Na verdade, tinha a impressão de que seguiria carreira no serviço público”, destaca. Mais adiante, optou por mudar e se dedicar aos livros, às palestras e às consultorias. Para fazer isso, entretanto, precisava de dinheiro para se manter até as coisas engrenarem. Mas isso não foi problema para o homem que, mais tarde, se tornou um dos maiores especialistas em finanças pessoais do país. E ele deixa a dica: “aquelas pessoas que estão felizes com suas carreiras, não tenham pressa de se aposentar. Trabalhem até os 70! Já quem está infeliz, poupe, invista, junte dinheiro para que possa escolher com o que trabalhar”.
presidente da rede de farmácias Pague Menos Nordestino do município de Amontada, interior do Ceará, Deusmar Queirós foi cedo para a capital Fortaleza, onde cursou a faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas e fundou a primeira loja da rede Pague Menos. De lá até aqui foi um percurso longo e difícil, mas de grandes conquistas. Ainda nos anos 1980, adotou o modelo de drugstore, ampliando a gama de produtos oferecidos nas lojas da sua rede, passando a vender – além de medicamentos – artigos de beleza e higiene. Em seguida, implementou o primeiro modelo de autosserviço em farmácias do Nordeste, dispondo as gôndolas dos novos produtos fora dos balcões. Também de forma pioneira, iniciou a prestação de serviço de correspondente bancário dentro das lojas para recebimento de contas de luz, água e telefone. Nos anos 1990, a fase foi de expansão, colhendo os resultados das ações de sucesso desenvolvidas na década anterior. No início dos anos 2000, a rede já contava com 200 lojas. Hoje são 446, em 150 cidades espalhadas por todos os estados do Brasil, com mais de 11 mil funcionários e um faturamento que superou os R$ 2 bilhões em 2010.
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No quesito responsabilidade social, Deusmar tem implementado na Pague Menos, desde 1985, diversas iniciativas, como seus programas de doação de ambulâncias e cadeiras de rodas. Em 1998, a empresa foi a primeira nordestina a adotar um município no programa social Alfabetização Solidária. Cinco anos mais tarde, firmou parceria com a Unicef e deu início ao Infância Feliz Pague Menos, que contribui para a educação de crianças de baixa renda por meio da doação de livros a bibliotecas comunitárias. Outro ponto chave é o relacionamento com as equipes de colaboradores, que tem resultado em um índice de turnover anual baixíssimo (2% em 2010). De acordo com dados oficiais da companhia, 3% dos funcionários a acompanham desde sua fundação, em 1981, 10% atuam na rede há mais de dez anos e a média geral é de 6,5 anos de casa. “Desde o início, embasamos nosso modelo de negócio no tripé Inovação, Conveniência e Cidadania”, destaca Deusmar. E ele complementa: “Procuramos crescer passo a passo, mas sem deixar de nos reinventar continuamente”.
Fomos ao Facebook e ao Twitter perguntar o que podemos esperar de um administrador que inspira E separamos algumas das mais de 200 RESPOSTAS. as outras você confere em adm.to/inspiram
Facebook Livia Rodrigues
Postura de administrador, que tenha uma relação humana de confiança e credibilidade acima de tudo com seus colaboradores.
Luis Paulo
O administrador tem que ter clareza e firmeza no que faz e diz, tem que mostrar o correto para quem errou e parabenizar aquele que concluiu com êxito o que lhe foi pedido, ouvir e receber o que sua equipe tem a dizer, além de jamais se colocar acima deles, mas sempre ao lado, porque um muro não é feito apenas de um tijolo.
Oton Cabral
O administrador deve ser ético, ter visão e liderança para guiar seus companheiros ao melhor resultado possível. Ser um grande coordenador de esforços.
Patrick William
Hoje o administrador deve ter uma postura voltada para um crescimento sustentável, pois, por meio dessa postura, ele atingirá as bases econômicas, sociais e ambientais de uma empresa. Com essa visão, ele irá inspirar não somente os profissionais, mas as organizações.
Simone Farah
Aliny Teixeira
@FabianaMedeyros
@admadonai
Um líder que demonstre com seus próprios atos aquilo que prega aos seguidores.
O administrador deve com certeza ter uma postura ética, aceitar a opinião de seus liderados, ou seja, o famoso “saber ouvir” e com certeza saber motivar para conseguir ter seu time de sucesso.
TWITTER @rafamktblu
Uma pessoa ética, de bem com a vida, que sabe ouvir e dar feedback. Alguém à frente do seu tempo, que busca melhorar sempre.
@JervisFilho
Não é o administrador perfeito, mas aquele que, quando erra, se arrepende, reconhece perante os liderados. Esse homem sim é exemplar.
@_Leanddro
Ser carismático, saber ser líder e ser um exemplo de resiliência.
@Jizabely
Liderança, motivação, flexibilidade e saber que a melhor ferramenta que ele tem são as pessoas.
Gostar do que faz, envolvendo planejamento, organização, controle e execução.
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Atitudes que levam o liderado a crescer e querer ser igual ou melhor do que o líder: sabe se relacionar; autocrítica; humildade.
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tech
| CHINA
É
Made in China:
os segredos de inovação e tecnologia do país asiático * Winter Nie é professora de Gestão de Operações e Serviços no IMD, uma das principais escolas de negócios do mundo, sediada em Lausanne, Suíça.
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Entenda como o modelo chinês aproveita a inovação tecnológica conhecida como “copiar e melhorar” para aumentar de forma acelerada sua competitividade no cenário mundial.
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por winter nie*
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comum os ocidentais alegarem que a inovação chinesa é contraditória. De fato, a prática de “copiar e melhorar” fica no meio do caminho entre inovação e pirataria. Em resposta a essas acusações, os chineses afirmam - embora um pouco ironicamente - que o aluno deve primeiro aprender a copiar o trabalho do mestre antes de desenvolver seu próprio estilo. Afinal, se você não tem muito talento, precisa começar por algum lugar. O grande crescimento da competitividade da China nos setores ferroviário, de construção naval e até de aviação surpreendeu alguns observadores ocidentais. Menos de uma década atrás, por exemplo, o sistema ferroviário chinês era totalmente inadequado. Hoje, há no país mais quilômetros de linhas ferroviárias de alta velocidade do que na Europa, assim como os trens comerciais mais rápidos do mundo. No entanto, apesar do aumento considerável de sua produção de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em alguns setores, a China ainda carece de pesquisa básica e inovação radical. Mesmo assim, há um forte desejo do povo chinês em experimentar os benefícios das tecnologias inovadoras criadas no Ocidente. O fenômeno do “eu também” é um forte incentivo no desenvolvimento de novos produtos. Nesse contexto, existem quatro características interessantes sobre a maneira como os chineses inovam e pensam em tecnologia:
Testes no local, não no laboratório Os equipamentos da empresa Han’s Laser são um bom exemplo. Usados em aplicações como a personalização de botões, marcação de teclados de computador, ela não podia testar seus produtos na própria empresa. Assim, no começo de suas atividades, enviava um técnico ao cliente por vários meses, produzindo um relatório diário de desempenho da máquina. Quando surgiam problemas, o técnico de campo trabalhava junto à equipe de P&D na sede para encontrar soluções imediatas. Essas melhorias eram incorporadas às próximas versões da máquina. Entre 1996 e 1999, a empresa fez mais de três mil melhorias em seus equipamentos. Testes feitos no local transformaram a fábrica do cliente em um laboratório de pes-
elas utilizam estratégias precisas e ultradinâmicas Inovação com foco nos custos Quando a China International Marine Containers (CIMC) importou uma linha de produção da Alemanha no início da década de 1990, tinha uma capacidade de 10 mil contêineres por ano. Ao longo dos cinco anos seguintes, técnicos da CIMC fizeram mudanças no processo de fabricação, aplicando tecnologias emprestadas do setor automobilístico. Até 1996, a produção tinha aumentado vinte vezes e a CIMC era líder mundial em volume, fabricando praticamente um em cada cinco novos contêineres no mundo. Em 1997, a empresa criou seu próprio centro de P&D. Como resultado, aumentou sua capacidade, tornando-se mais rentável.
Características e funções customizadas às exigências locais Os telefones, além de serem disponibilizados pela metade do preço dos oferecidos pelas fabricantes tradicionais, também fornecem recursos para atender às necessidades específicas dos consumidores locais. Consumidores chineses usam seus telefones móveis para inúmeros propósitos, como assistir televisão. Assim, fabricantes de celulares na China oferecem aparelhos com alto-falantes para a reprodução de áudio ou para falar em locais barulhentos. A Haier, fabricante de eletrodomésticos, é outro exemplo da customização local. Quando um cliente da província chinesa de
Sichuan se queixou de que sua máquina de lavar vivia quebrando, técnicos encontraram seu encanamento entupido de lama. Descobriu-se que muitos estavam usando as máquinas de lavar Haier para limpar batata-doce e amendoim. Em vez de avisar aos clientes sobre o que não se deve lavar nas máquinas, os engenheiros da Haier modificaram-nas para acomodar as necessidades dos clientes. A partir de então, máquinas de lavar Haier vendidas em Sichuan contêm o aviso: “Principalmente para lavar roupas, batata doce e amendoim”. A estratégia da Haier de atender à demanda do mercado local e externo com modelos inovadores resultou em cerca de 96 categorias de produtos e 15 mil especificações. Executivos da Haier dizem que esses tipos de inovações são baratas, mas muito valorizados pelos clientes.
deve investir mais pró-ativamente em P&D, o que, consequentemente, exige a proteção dos direitos de propriedade intelectual. Nesse meio tempo, seria prudente que outras multinacionais tomassem nota das técnicas de inovação para mercados de massa adotadas pelas empresas chinesas. A China, que até outro dia contratava organizações estrangeiras para construir sua rede ferroviária de alta velocidade, agora concorre à licitação para contratos ferroviários nos Estados Unidos e está aumentando suas exportações de tecnologia ferroviária de alta velocidade para Europa e América Latina. É bom ficar de olhos neles...
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quisa, reduziram o tempo de colocação do produto no mercado e melhoraram o fluxo de caixa da Han’s Laser. Quando um novo modelo era lançado, já incorporava as necessidades específicas do cliente.
Inovação rápida de produto A qualidade mais importante que caracteriza a tecnologia chinesa é a rapidez com que as empresas apresentam produtos ao mercado. Por exemplo, antes dos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, operadoras de telefonia celular chinesas produziram novos modelos que lembravam o icônico estádio “Ninho de Pássaro” e o Centro Aquático Nacional “Cubo d’Água”. Só em 2007, a operadora Tianyu produziu mais de 100 novos modelos.
Pensado para o futuro Por que as empresas chinesas abordam a inovação de forma não-convencional? Por necessidade, simplesmente. Como não têm os mesmos orçamentos de pesquisa de seus concorrentes, elas utilizam estratégias precisas e ultradinâmicas. Do mesmo modo, sem uma identidade de marca para proteger, elas não têm nada a temer ao permitir que o cliente teste o produto. As empresas acabam ganhando e também perdendo mas, no ambiente de mercado em constante mutação na China, esse método ágil é muito eficaz e – mais importante – eficiente. Porém, há uma desvantagem nessa abordagem. Na medida em que as empresas chinesas amadurecem, vão querer desenvolver marcas reconhecidas globalmente. A fim de inovar, como a Apple, o Google e outras empresas altamente criativas, a China Setembro 2011
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marketing
| ENDOMARKETING
Mágica do Mickey Empresas apostam no marketing para o público interno a fim de melhorar desempenho dos funcionários e, assim, cumprir promessas feitas ao consumidor final. por juliana cariello
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ickey, Minnie, Pato Donald. Magic Kingdom, Epcot Center, Disney’s Hollywood Studios. Os personagens da Disney estão arraigados no imaginário popular há décadas. Seus parques bonitos e limpos são fonte de encantamento da entrada à saída. Mas se engana quem pensa que esse é o complexo de entretenimento mais famoso de Orlando – e um dos principais do mundo – apenas por isso. Os funcionários da empresa, chamados de cast members (“membros do elenco”, em português), são a alma do negócio. Fantasiados de personagens, alocados nas lojas, lanchonetes e atrações – ou, ainda, designados para a limpeza – eles são os responsáveis por perpetuar o clima de magia do mundo Disney para os visitantes das mais variadas idades e culturas. Mas por que os cast members se entregam de corpo e alma a essa missão? O fato de a companhia saber cuidar de quem cuida de seus clientes finais é um motivo de peso. E aí entra o endoma36
rketing, uma forma de marketing aplicada ao público interno que busca dar um “gás” nos funcionários para melhorar o desempenho deles e, de preferência, criar engajamento. Esse engajamento significa predisposição para fazer mais do que é esperado, fruto de um compromisso autêntico com os objetivos da organização e da equipe. E não há como negar: o comprometimento dos colaboradores é uma vantagem competitiva valiosa em um mercado cada vez mais distante do oceano azul de Chan Kim e Renée Mauborgne, no qual as empresas criam novos mercados e tornam a concorrência irrelevante. Porém, uma maior dedicação às metas estratégicas e à motivação no trabalho não são as únicas vantagens do marketing interno. “Um programa bem feito também garante: 1) a preservação da cultura corporativa; 2) a melhoria no processo de tomada de decisão; 3) a construção de uma visão sistêmica, ou seja, o entendimento, pelo colaborador, de seu papel no todo”, enumera Daniel Costa, diretor de planejamento da
consultoria Santo de Casa Endomarketing, agência especializada em ações para o público interno das empresas.
Tudo na prática “Em nenhuma das empresas pelas quais passei tive a oportunidade de observar um endomarketing tão efetivo quanto o da Disney. A companhia me mostrava o quão fundamental eu era para o sucesso do negócio, e eu entendia perfeitamente como meu trabalho contribuía para isso”, diz o administrador Humberto Isquerdo, 27 anos, hoje em uma consultoria de marketing de médio porte. Ele também já passou por duas grandes empresas no Brasil – uma do setor de bancos, outra do segmento de bebidas. “Sentia-me valorizado na Disney: recebia uma grana legal para quem tinha 21 anos na época, podia entrar nos parques de graça, comprava os produtos com descontos, morava em um condomínio só para intercambistas, tinha transporte de graça para o hotel onde trabalhava... Nem precisa dizer o quanto eu era motivado”, relembra.
Mas o que fazer para o endomarketing dar certo? Luis Pessoa, coordenador do MBA de Marketing do IAG, escola de negócios da PUC-Rio, considera essenciais o comprometimento das lideranças e a utilização de métricas para avaliar seus resultados. A compreensão de que o endomarketing não lida apenas com a motivação das pessoas, mas também com o entendimento dos processos, é fundamental. “O colaborador tem de entender qual é o seu papel na organização, como o seu trabalho afeta as demais áreas da corporação e de que forma impacta o desempenho final da empresa”, explica Pessoa. Marcia Ballariny, coordenadora dos cursos de planejamento de comunicação da ESPM-RJ, complementa: “para o endomarketing dar certo, a comunicação interna tem de ser interativa e bidirecional – empresa fala e escuta os funcionários”. A comunicação interna é parte do composto de endomarketing adaptado dos clássicos quatro Ps do marketing: produto, preço, praça e promoção.
Falha nossa Pense rápido: o que dizer de um canal de comunicação interna com um texto difícil, longo e desconexo com a estratégia da companhia? Acertou quem respondeu “furada”. A boa comunicação, para Marcia Ballariny, deve seguir cinco Ss: sintética; sintonizada com a estratégia da organização; sistemática, para passar as mensagens continuamente; simpática, com textos atraentes; segmentada para os diferentes públicos internos. A AES Eletropaulo, multinacional do setor de energia, por exemplo, reformulou sua comunicação há três anos, depois de perceber que ela era burocrática demais e estratégica de menos. As mudanças vão desde a segmentação dos canais à atuação voluntária de funcionários como agentes de comu-
nicação. “Hoje, temos um webmail mensal com dicas de liderança só para os gestores e um programa diário sobre segurança para o corpo técnico”, exemplifica Aglaê Prado Gonçalves, gerente de comunicação interna da empresa. “Os agentes nos passam informações relevantes de suas unidades. O trabalho é essencial para uma comunicação eficiente em uma empresa com unidades dispersas geograficamente e com a comunicação centralizada”, comenta. E, de acordo com pesquisa interna, as mudanças tornaram a comunicação mais confiável, transparente e satisfatória. No entanto, há fatores de risco que costumam impedir uma comunicação interna adequada. Eles são, para Daniel Costa, incongruência, ansiedade, indicadores contraditórios e preconceito. Incongruência é a empresa estabelecer metas, mas não disponibilizar recursos e infraestrutura para o cumprimento delas. Ansiedade significa a fixação de prazos pouco razoáveis. Indicadores contraditórios são, por exemplo, uma empresa de call center colocar a meta de atender melhor aos seus clientes e, ao mesmo tempo, os atendentes ficarem menos tempo com esses clientes ao telefone. Preconceito é crer que os funcionários dos níveis operacionais não se interessam pela estratégia da companhia. “Dois pedreiros foram questionados sobre o que faziam. O primeiro disse que levantava uma parede; o segundo, que construía uma catedral”, compara Daniel.
Como será amanhã Algumas tendências da comunicação interna – fundamentais para o sucesso do endomarketing, como já se viu – são o aumento do orçamento da área e a contratação de mais pessoas – profissionais mais bem preparados tecnicamente e mais experientes.
Dicas para o endomarketing dar certo: Busque o comprometimento das lideranças Faça uma comunicação bidirecional, ou seja, fale com seus funcionários e escute-os Segmente a comunicação interna de acordo com os diferentes interesses do público Compreenda que endomarketing lida com pessoas, mas também com processos Mensure seus resultados
“A gestão de assuntos ligados à cultura organizacional pela comunicação interna, antes responsabilidade do RH ou deixada de lado pelas empresas, é outra tendência”, diz Marcia Ballariny. Daniel Costa aponta mais duas possibilidades: mais transparência da comunicação formal – a própria empresa divulga informações antes dadas pela “rádio-peão” – e mais foco da comunicação na demanda do empregado. Para ele, as organizações tenderão a priorizar assuntos de interesse dos colaboradores na comunicação interna, como participação nos resultados, qualidade de vida e economia doméstica. Parece que aqueles temas exclusivamente de interesse da empresa, como a forma de se enquadrar a uma nova certificação ISO, não terão mais tanto destaque.
Endomarketing potencializa as relações de trabalho para reduzir o gap entre desempenho esperado e desempenho real.
Conheça o composto de endomarketing e entenda a importância de cada “P”: Empresa = Produto: é “vendida” para as pessoas a partir de tudo o que entrega aos seus colaboradores em troca do trabalho realizado – do ponto de vista tangível e intangível. Trabalho = Preço: é o valor “pago” pelo funcionário por aquilo que recebe da organização; quanto mais “cara” a empresa for percebida, melhor será o desempenho. Ambiente = Ponto: é onde a relação entre empresa e trabalho ocorre, com a dimensão tangível (instalações físicas) e a intangível (clima organizacional). Comunicação Interna = Promoção: é o elo entre os demais fatores do composto; busca garantir um diálogo fluido e disseminar os critérios para a tomada de decisão.
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ARTIGO HOMENAGEm
Parabéns, administradores
Idalberto Chiavenato
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*Idalberto Chiavenato é doutor e mestre em Administração pela City University of Los Angeles (EUA) e escreveu 30 best-sellers publicados no Brasil e 17 obras em língua espanhola. Chiavenato é uma das principais autoridades na área de Administração de Empresas da América Latina.
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história da humanidade é, no fundo, a história de suas organizações. Durante séculos e séculos as organizações foram sendo criadas por corajosos empreendedores e construtores de negócios. Mais adiante por organizadores, engenheiros e outros profissionais - e, a sua administração, entregue às pessoas das mais variadas histórias e formações profissionais. De maneira improvisada ou fortuita foram tocando seus negócios à medida em que as situações e contingências surgiam pela frente. Foi assim que as organizações foram nascendo, crescendo ou morrendo em um ciclo de vida extremamente variado, lábil, inconstante e indefinido. Quase sempre, muitas delas desaparecem rapidamente do mapa enquanto outras conseguem sobreviver ao longo dos tempos, em um processo semelhante à seleção natural das espécies, que não perdoava tamanho, nem poder. Adequar-se ao volúvel ambiente dos negócios sempre exigiu flexibilidade e adaptabilidade organizacional, por menor que seja. Afinal, os tempos estavam mudando e as transformações se avolumando cada vez mais. Hoje, vivemos em uma formidável sociedade de organizações. Organizações de todos os tipos imagináveis, de todos os tamanhos, características, propósitos e missões. O importante é lembrar que tudo o que precisamos para nossas vidas – alimentar, vestir, habitar, educar, viajar, informar, entreter, etc. - é criado, projetado, planejado, produzido e comercializado através das organizações. O pão nosso de cada dia é ganho através do trabalho ou da participação nas organizações. Até mesmo para nascer ou morrer precisamos delas. Inclusive, a inovação – seja ela social, cultural, técnica ou virtual, visível ou invisível – é criada por elas. Ficamos apaixonados e intrigados com as novidades tecnológicas que surgem hoje, mas nos esquecemos de que elas são produtos ou consequências das empresas capazes de se reinventar continuamente. A gradativa dependência humana dessas instituições que cuidam de todos os aspectos – materiais, sociais, culturais, espirituais, financeiros, tecnológicos – é cada vez mais perceptível e tudo indica que continuará aumentando cada vez mais. Tudo isso demonstra a profunda influência e o impacto organizacional sobre o cotidiano de nossas vidas. É que nelas acontece um fenômeno maravilhoso da auto-organização e da sinergia, capaz de reunir e multiplicar recursos e competências para a criação de valor para a sociedade como um todo. O capitalismo intelectual, financeiro, social, cultural e tecnológico das organizações demonstra que elas constituem o único ou o maior gerador de riqueza capaz
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de proporcionar desenvolvimento econômico para uma nação. O progresso de um país depende inevitavelmente delas. E somente delas. O resto é consequência – direta ou indireta delas. Mas, por que estamos falando tanto de organizações em uma revista que privilegia a Administração? É que o mundo organizacional depende profundamente da Administração. Toda organização precisa ser administrada. E aí vem a pergunta: como acontece o sucesso das organizações? Elas são autônomas e independentes? Elas nascem, crescem e se desenvolvem ao acaso? É que por trás delas existe um fenômeno intrigante, que somente agora recebeu o devido crédito e importância. Esse fenômeno se chama Administração e constitui a força essencial e o elemento catalizador do sucesso organizacional. É a Administração que imprime força, vigor e rumo às organizações, que define propósitos e objetivos, estabelece planos pela frente, organiza sua infraestrutura básica e sua complexa teia de conexões internas e externas, dimensiona recursos e cuida do conhecimento corporativo. Ela constrói habilidades e competências para criar, desenvolver, produzir e entregar produtos e serviços, conveniências, informação, entretenimento e tudo o que a sociedade moderna precisa, espera e se torna extasiada com o que recebe das organizações. Assim, não poderia deixar passar em branco mais este Dia do Administrador, data em que comemoramos a criação oficial da nossa profissão. Parabéns, administradores, não somente pelo seu dia, mas, principalmente, pelo vigor que vocês estão imprimindo às nossas organizações e na incessante busca pela melhoria da qualidade de vida de nossa sociedade. Vocês são os timoneiros do nosso futuro. Recebem toda a nossa admiração e respeito!
ARTIGO STEVE JOBS
Como fica a marca da Apple com a saída de Jobs?
Matt Yohe/ Wikimidia
Marco A. Rezende
O maior ícone do sucesso da Apple deixou o cargo recentemente, mas quer saber: nada deve mudar. A empresa está há anos na vanguarda tecnológica e os motivos, você descobre agora!
*Marco Antonio Rezende é diretor de branding e novos negócios da Cauduro Associados, consultoria de branding e design.
O
afastamento de Steve Jobs não é uma retirada, é apenas uma substituição de comando. Seu impacto deve ser mínimo. A prova está nas ações da Apple. Na NASDAQ, subiram 2,64%, enquanto a média de “tecnologia” foi de 2,49%, no dia posterior ao anúncio de Jobs sobre sua saída. Esta força vem do grande segredo da Apple: a eficácia de sua Marca, com “M” maiúsculo. Ela é a síntese do gênio empresarial de Steve Jobs. Mas qual será o seu segredo? A marca Apple é excepcional nas três dimensões da “Marca Eficaz”: produto, identidade e personalidade. Primeiro, a Apple é um produto superior aos concorrentes, na visão de muitos consumidores e sua constante inovação visa atender às demandas não atendidas. Os gadgets são surpreendentes, belos e ergonômicos, energizados pela tecnologia de vanguarda. Enquanto os concorrentes se copiam entre si, a Apple dá um “pulo de onça” e surpreende. Sempre transforma a experiência do usuário. Inova até na forma de vender. Quer um exemplo? Antes dos concorrentes, a Apple abriu lojas “flagship” nos principais pontos dos principais mercados. Elas são pontos de atração turística, como a Apple Store na 5ª Avenida, em Manhattan. Segundo, a identidade da Apple é sedutora e consistente. Através de um design atraente, a empresa criou e construiu, ao longo de seus 35 anos, uma identificação de marca única – presente em todas suas expressões, da maçã-logotipo ao enrolador de fios elétricos. Da embalagem, aos anúncios de TV. É a mais desejável, sempre formando uma rede significante, como uma teia de aranha, capaz de alucinar e fidelizar os consumidores. Terceiro, é a dimensão da personalidade da marca. Apple é um estilo de vida. Imaginação, inovação e aspiração. O usuário no poder, por meio da tecnologia. Simplicidade sem falsas complexidades. Tudo parece fácil, ao alcance de todos. Sem terno e gravata, alegre e inteligente. Estes valores sintetizam-se em uma Marca-matriz, absoluta. A eficácia da Marca Apple não se mede apenas por uma marca e uma empresa de valores astronômicos. É um branding que se comprova por seus resultados. Segundo pesquisa realizada junto a estudantes universitários nos Estados Unidos, enquanto cerca de 11% dos consumidores desejam um computador Dell ou HP, mais de 47% das intenções de compra vão para Apple. Venderam-
-se 1 milhão de iPads em 24 horas. Até minha tia-avó, com mais de oitenta anos, comprou um iPad! Apesar das manias de confidencialidade da Apple, os analistas já sabem qual será o próximo passo: invadir e vencer no mercado corporativo, a partir da popularidade do iPhone e do iPad, com novos programas e equipamentos. Quer superar o Google, a IBM e aposentar a Microsoft. A era Jobs foi apenas o período da infância e da adolescência da marca Apple. Agora, Tim Cook, o novo rei, vai liderar a entrada na maturidade. Sem perder o DNA da Apple: inovação, design e jeito de ser e viver, sempre como objeto de desejo dos olhos, dos cérebros e dos corações dos consumidores. Os executivos brasileiros deveriam estudar, refletir e aplicar as lições da Apple para fazer avançar as marcas brasileiras no mercado global. Deveriam mirar a criação de marcas eficazes, como Apple, Coca-Cola, Mac’Donalds – o segredo do lucro sustentável.
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futuro
divulgação
ARTIGO
O que seu filho vai ser quando crescer?
Leandro vieira
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É a educação espartana dos tempos modernos
* Leandro Vieira não é a favor da quase “educação espartana” imposta por muitos pais que acabam transformando as crianças em “pequenos adultos”.
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s crianças mal acabam de nascer e seus pais já estão preocupados com o seu futuro profissional. Todas essas inquietações que passamos a ter quando adultos são transferidas automaticamente para os rebentos: precisam aprender vários idiomas, precisam ser líderes (essa é boa!), precisam saber ganhar dinheiro, precisam saber falar em público, precisam ser atletas... Os estímulos discretos (e, muitas vezes, inconscientes) que a nossa geração recebeu quando criança são substituídos por cursos direcionados a desenvolver competências específicas na garotada de hoje. Pela manhã, aula no colégio; à tarde inglês, natação, algum tipo de reforço escolar, mandarim e mais alguma atividade se houver uma brechinha de tempo; à noite – sem descanso, preguiçoso! - preparar as atividades da escola para o dia seguinte. É a educação espartana dos tempos modernos. Ninguém sabe se isso dará certo no futuro. Trata-se de uma paranóia recente, e nenhuma das cobaias chegou ainda à idade adulta. O que se pode comprovar, até o momento, é que os resultados não são muito positivos: mau humor, crianças competitivas e pouco sociáveis, infância reduzida e o surgimento de uma espécie de mini-adultos estressados e ansiosos. Sem tempo para brincar, abstrair e divagar, essas crianças não chegam a descobrir seus verdadeiros talentos. E, de tanto se ocupar com diversas atividades, acabam não se tornando boas em nenhuma delas. Outra consequência nefasta desse tipo de criação – e que pode comprometer a formação do “futuro líder” – é, justamente, a ausência de um dos elementos fundamentais para o sucesso em qualquer profissão: a criatividade. De fato, a produção de ideias é o motor que move o mundo. O sociólogo italiano Domenico de Masi, autor do conhecido livro “O Ócio Criativo”, é totalmente contrário à nossa cultura ocidental centrada na idolatria do trabalho, do mercado e da competitividade. O autor defende um contraponto necessário a essa cultura, privilegiando uma educação baseada na criatividade: “Educar um jovem para a criatividade significa ajudá-lo a individualizar a sua vocação autêntica, ensinar-lhe como escolher os parceiros certos, como encontrar ou formar um contexto gerador de criatividade, como colocar a mente à vontade, como alimentá-la de liberdade e como estimulá-la, até que, em colaboração com as mentes dos seus colegas, dê à luz a ideia certa. Significa, acima de tudo, educá-los para não temer o fluir incessante das inovações”, afirma De Masi.
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Outro dia, pesquisando a futura escola dos nossos filhos, eu e minha esposa nos deparamos com alguns absurdos educacionais inconcebíveis. Uma delas estampava o slogan “Nós preparamos seu filho para o vestibular”. Vestibular? Como assim? Sim, nessa escola, a preocupação com o vestibular começa cedo, assim que termina a alfabetização. Outro colégio estabelecia um ranking dos alunos de acordo com as suas notas. Imaginem como se sentem o primeiro e o último dessa classificação: enquanto um se acha “o cara”, o outro se sente o último dos mortais... Essas escolas poderiam mudar o seu slogan para algo do tipo: “Nós formamos os idiotas do futuro”. Como pai de dois filhos, também nutro certas preocupações com o futuro dos pimpolhos. Sei que devemos estimular nossas crianças a se desenvolverem plenamente para que, ao chegarem à idade adulta, tenham um determinado número de competências que as permitam enfrentar as agruras da vida com segurança. Por outro lado, sou totalmente contrário à imposição de uma rotina estressante de atividades e, o pior, tolher o direito de nossos filhos de aproveitar a sua própria infância – certamente, a melhor fase da vida, e também a mais curta. Há alguns anos, muito antes de sonhar em ser pai, fiquei bastante encantado com uma passagem de um dos livros de Howard Gardner, o criador da Teoria das Inteligências Múltiplas, mais do que adequada para finalizar essa breve reflexão: “quero que meus filhos entendam o mundo, mas não apenas porque o mundo é fascinante e a mente humana, curiosa. Quero que eles compreendam o mundo para fazer dele um lugar melhor.” E o seu filho, o que vai ser quando crescer?
eira o Siquores Belmirad ministrad o patrono dos brasileiros lo por fábio bandeira de mel
CRA/R J - Div ulgaç ão
S
colunista trabalhos sobre Administração e em dúvida nenhuma, a e aulas, os text seus Em ais. jorn alguns história de um mineiro da em lipre procurava falar sobre assuntos cidade de Ubá está com- sem foi , de atuação. Em 1977 relacionada gados à sua área pletamente no Conselho Federal de iro elhe o cons ao início da regulamenta- eleit miu, inistração (CFA) e, assim que assu ção da Administração no Adm o de vice presidente. eira mais foi elevado ao carg Brasil. Ele lutou para tornar a carr trabalhou pela afirmairo Belm , No CFA e inspilho orgu de ivo mot ser e a eitad resp fixação da profissão de nais que ção da existência e ração para antigos e novos profissio empresas no macro sise: Belmiro administrador de abraçassem essa área. Seu nom e econômico nacional. Adminis- tema sócio, jurídico Siqueira. Sua missão: valorizar a participou da criação dos em um im- Nesse período, tração no Brasil e transformá-la capitais conselhos regionais nas diversas portante segmento de trabalho. ar um novo tempo de , Bel- do país e ajudou a inici Nascido em 22 de outubro de 1921 feiçoamento da Adno ser- desenvolvimento e aper miro atuou grande parte de sua vida cia e profissão. primeiro ministração como ciên viço público. Sempre aprovado em ceu em 1987, em fale eira Siqu iro Belm foi iniciallugar nos concursos que prestou, atuando como Presidentécnico de Porto Velho-RO, mente assistente administrativo e ria da Administração eira no- te do CFA. A histó administração – considerada a prim valiosa e no Brasil sempre vai exaltar a rador. menclatura do que é hoje o administ dele, cujo talento, atuou decisiva contribuição Funcionário de carreira federal, e dedicação à categoria vários go- profissionalismo como assessor e consultor de o Patrono dos Admidiretor da o consagraram com vernos, sendo também, em 1966, que lhe foi outorgado o Estado nistradores, título Escola de Serviço Público do entã mês de comemoAdmi- post-mortem. Nesse da Guanabara. No Departamento rador, nada SP), ração do Dia do Administ nistrativo do Serviço Público (DA eá-lo como o , o mais justo do que homenag ocupou vários cargos – entre eles inistrador cone nosso mais importante adm de diretor geral nos anos de 1967 temporâneo a entrar para a história. 1968. Belmiro foi também professor em 25 faculdades, autor de vários
O CFA Sique /CRAs reali ir z estuda a de Admin a o Prêmio B is n e emp tes de adm tração par elmiro r a in respon esas que de istração, p premiar se ro sabilid ade so nvolvem aç fissionais ões de cial.
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dúvidas
| Papo com yoda
0s en sTNAMENT0S D0 mestre y0da
Dúvidas, perguntas ou curiosidades sobre carreira, mundo corporativo, Administração ou desempenho no trabalho? O Jedi mais sábio do cinema responde para você! envie sua pergunta para mestreyoda@administradores.com.br
LADO NEGRO DA FORÇA
DESAFIOS DE UMA EMPRESA
O TAL DO FEEDBACK
Como eu faço para obter o sabre de luz do sucesso e isso sem ir para o lado negro da força (apelar, usar de má fé... essas coisas). Como fazer isso posso? Cláudio França
Como conseguir alinhar processos, comprometimento e motivação dentro de uma organização? Aline Barros
Como planejar e executar feedback corretivo em colaboradores que não reconhecem as fraquezas e se justificam o tempo todo? Alicy Cristina
Estimado Cláudio, a simples preocupação de para o lado negro não ir, seu grande trunfo é. Se de boa índole você é, as tentações inofensivas serão. Mas cuidadoso ser, nunca demais é, pois os subterfúgios do lado negro muito sutis são. Luke, apesar de muito esperto e de bom caráter ser, quase às investidas de Darth sucumbiu.
FICAR NO TOPO Como conseguir se manter estável por tanto tempo como faz a Coca-Cola? Anselo O. Lima Basta Fanta não ser. Mas agora sério falando, valoroso discípulo, uma fórmula não há (sem trocadilhos). A Coca-Cola uma marca forte é, há muito, muito tempo. E quando nem concorrente tinha, pois até remédio era. Ao longo de muitos anos seu nome fez, sem que novos entrantes surgido tivessem. Isso, sem dúvida, tudo mais fácil tornou. Mas a sua parte, certamente, faz também, em temos de dura concorrência: boas gestões ter; em propaganda investir; distribuição abrangente providenciar; promoções lançar; modernidade buscar (a Fan Page da Coca-Cola no Facebook, uma das mais curtidas é). Resumindo, uma conjunção de fatores é. Inclusive, com a Força estar…
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Perspicaz Aline, todos os três fatores citados, difíceis são, em si mesmos. Alinhados, então, mais ou menos como o alinhamento dos planetas esperar, é. Mas o máximo buscar, neste sentido, toda a diferença faz. Na medida em que os processos claros estiverem e eficazes forem, mais simples fica o comprometimento de todos buscar. E com esses dois elementos sólidos estando, a motivação natural deve ser. Steps, ligada você está? Steps…Em frente vá e... que a Força com você esteja.
ESTÁGIO Como um estagiário é visto pela empresa? Qual é o método que a empresa usa para avaliá-lo? Estou nessa fase e fico ancioso para trabalhar em período integral e passar a ser legalmente colaborador da empresa. Chello Carriel Trêmulo Chello, por partes vamos, como J… (muito velha esta é). Em primeiro lugar, a empresa ver não pode. Quem vê, as pessoas são. Nunca disso esqueça. Sempre por trás de processos, de estruturas organizacionais, de marcas – sempre, sempre – uma pessoa estará. E é com as pessoas que preocupar-se você deve. Então, a ansiedade procure não demonstrar e “ancioso” não mais escreva. Muito mal pega, pode crer. Coisa de estagiário...
Generosa Alicy, o “feedback” e o “corretivo”, geralmente juntos não funcionam. Infelizmente. O feedback somente serve para aqueles comportamentos que hábitos ou “um jeito de ser” não são. Atrasado chegar, temperamento difícil ou atípico, procrastinação, enfim... Para esses pontos, mais do que feedback preciso é. Disciplina, conhecimento, empenho, autocontrole, disposição, são fatores críticos de sucesso, como sempre ao Luke transmiti. Lutar contra aquilo que se quer fazer, em detrimento do que se deve fazer, a prova de que mais persistência e sabedoria exige. Já aqueles erros ou falhas que involuntários são, ou por falta de conhecimento, ou que por imperícia ocorram, esses sim, mais simples de apenas com feedback tratar são.
O melhor gestor aquele que sabe que o melhor não é, é @mestre_yoda
futuro
| administradores do futuro
Admin istra dorA do futuro
procura o sucesso é você. O diferencial é você. Estou conseguindo perceber isso com o Projeto. Enfim, em nossa vida, precisamos fazer o bem para que possamos sentir o bem. Os valores sociais e ambientais devem ser inerentes ao bom administrador hoje em dia? O que você pensa em relação a isso?
Sem dúvida. Em um mundo capitalista, perde-se muito essa visão de preservar. Fica apenas o consumismo e a busca incansável de lucro, que, diga-se de passagem, é fundamental à existência das organizações. Mas é necessário pensar como um todo, e um administrador precisa estar ciente de que o que é feito hoje resultará no amanhã. Somente com consciência e ações (sociais e ambientais) o administrador terá um diferencial.
Como você definiria sua mentalidade enquanto pessoa e profissional antes e depois do trabalho voluntário? Muita coisa mudou?
Muita coisa mudou na minha vida pessoal e profissional apenas realizando as visitas e sentindo na pele o quanto as pessoas precisam uma das outras. Participo do projeto há um ano e meu pensamento, minha visão sobre a sociedade mudou muito, seja na forma de encarar os problemas e procurar a melhor decisão, assim como na forma de fazer o bem para quem muitas vezes não conheço. Participando desse projeto, percebi que a motivação para a vida e o trabalho ganhou um novo impulso e sentido, meu ânimo e rendimento aumentaram. Por isso, sugiro a todos que podem e têm o desejo de participar de programas sociais ou ambientais que o façam, pois existem sentimentos e emoções que são indescritíveis, mas que o tempo é incapaz de apagar e alterar. Quem conhece esse tipo de trabalho, se apaixona.
por eber freitas
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e acordo com o último levantamento realizado pelo Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial - entidade que reúne empresas como a Petrobras e a Vale - o trabalho voluntário é uma das experiências mais valorizadas em um profissional. Isso porque o voluntariado demonstra mais do que experiência: revela a maturidade e a preocupação do profissional com outras pessoas, com a sociedade e com o meio ambiente. A estudante Yeda Woiciekowski, atualmente cursando o último período do curso de Administração com foco em Gestão Estratégica de Negócios da Faculdade Guarapuava (PR), decidiu tentar o serviço voluntário como uma terapia e acabou descobrindo muito mais. Yeda ingressou no Grupo Palhaços Doutores, que realizam visitas a pacientes em vários hospitais em Guarapuava. A experiência de contagiar as pessoas com a alegria e o otimismo da enfermeira “Sara Cura”, sua personagem, melhorou a vida da estudante em todos os aspectos. Para o professor Jonatã Mariani, “seu senso de responsabilidade é tão evidente quanto sua disposição para encarar desafios, especialmente os que envolvem aprendizagem”. Como a experiência no serviço voluntário (Palhaços Doutores) impactou em sua trajetória acadêmica e como você acha que isso vai influenciar sua carreira?
Serviço voluntário é colocar em prática o respeito, a ética e a consciência quanto à valorização do outro. Aprende-se nas faculdades muitos conceitos, o que deve ou não ser feito, a melhor opção e forma de atingir resultados. Porém, muitos se perdem nesse contexto entre teoria e prática. Quem já não teve aula de direito humano, de relações sociais e de tantas outras disciplinas que abordam várias maneiras de trabalhar com voluntariado? E quantos realmente se interessaram pela causa e estão praticando esse conhecimento? Poucos são os que conseguem. Sempre procurei estar envolvida em projetos de voluntariado, mas, em específico, o projeto Palhaços Doutores trouxe uma nova visão de que podemos sim melhorar para ajudar aos outros, estar em constante crescimento e dedicar isso ao outro. Qualquer curso que seja feito te oferece uma visão sistêmica. Quem executa e
A estudante de administração Yeda Woiciekowski participando do Grupo Palhaços Doutores.
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fora do quadrado
| inovação
FORA dO QUADRADO Bolsa-guitarra, carregadores de bateria solares, anel celular e organizadores de cabos. O Fora do Quadrado desta edição foi feito para agradar de geeks e roqueiros até os eco friendlies.
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por eber freitas e fábio bandeira de mello
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2 Anel celular 1 Faça barulho com sua bolsa Uma guitarra e um mini-amplificador acoplados a uma bolsa comum. Seria elegantemente excêntrico se não fosse possível executar melodias e acordes musicais no melhor estilo Jimi Hendrix nessa bolsa que leva seu notebook, cadernos e canetas. Custa US$ 49,99 no Think Geek.
Por essa você não esperava (e nem nós!). Pesquisadores da Nokia estão desenvolvendo um anel magnético chamado Nenya que, ao ser girado em torno do dedo, pode controlar as funções do telefone. Basta rodar o anel em volta do dedo, e ele responde a até oito comandos diferentes. Ainda não existe previsão para o Nenya ser comercializado.
Pendrive dois em um Aquela desorganização sem precedentes de arquivos, fotos e vídeos que muitas pessoas fazem no pendrive pode ter uma solução. Com o Split Stick, é possível ter um pendrive destinando aos arquivos pessoais e outro para os de trabalho – tudo em um só produto. O preço do Split Stick no www.quirky.com está US$24.99 4
3 Ao infinito e além! A hora do lanche na escola pode ser ainda mais divertida para seu filho – principalmente se ele for fã do desenho “Toy Story”. Isso porque a Prezzybox lançou a lancheira moldada para se parecer com o corpo dos personagens Buzz e Woody, com todos os detalhes que os identificam. O produto está sendo vendido por 12,95 euros no site www.prezzybox.com.
5 Colher para café Quem gosta de um cafezinho certamente vai curtir esta inovação. O MugStir promete acabar com aquela indesejável pergunta mental que surge quando não se tem um pires: “onde vou botar essa colher?”. Feita de aço inoxidável, é só colocá-la pendurada ao lado da própria xícara.
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6 Moto Predadora Imagine-se pilotando um imenso Predador, aqueles mesmos dos filmes. O tailandês Roongrojna Sangwongprisarn, dono da Ko Art Shop, fabrica motos estilo ‘chopper’ com a cara e o corpo do alienígena a partir de sucata de carros, outras motos e bicicletas. Além de desonerar o meio ambiente, o resultado é bem interessante!
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Organizador 12 ‘wirefull’ 7 Projetor no smartphone Você está em um almoço com um cliente e ele pede para você apresentar aquela planilha que está em seu e-mail. E agora? Simples, você acessa a conta no smartphone e projeta a planilha no gadget MiLi Power Projector 2. O acessório faz projeções de até 70 polegadas e nele é possível visualizar vídeos e diversos formatos de arquivos. Veja mais em www.milidirect.com.
Porta cane8 tas nada convencional Quem olha à primeira vista, nunca imaginaria que se trata de um porta canetas. Com um design elegante e funcional, o PenZen é um aliado na organização da mesa de trabalho, além de servir como peça ornamental. O produto pode ser posicionado tanto verticalmente quanto horizontalmente, e está sendo vendido por US$ 24,99 também na www.quirky.com.
9 iPad jurássico Criado pelo designer Stuart Hughes, conhecido por modificar aparelhos da Apple com algumas pedras preciosas, esse iPad conta com partes de, diz o criador, ossos da coxa de um Tiranossauro Rex moldados em uma Ammolite, pedra preciosa rara das montanhas da América do Norte. Custa a bagatela de US$ 8 milhões. Alguém se arrisca a pagar?
10 Biquíni solar Já pensou em aproveitar toda a energia gratuita emitida pelo sol para carregar seu smartphone? O designer norte-americano Andrew Schneider desenvolveu um biquíni feito de minúsculos captadores de energia solar que podem convertê-la em energia elétrica. A baixa voltagem não apresenta risco de choque elétrico para a usuária. A peça, que leva 80 horas para ser produzida, só é vendida sob encomenda.
(Outro) 11 carregador solar E esse não precisa ser vestido. Para atender ao apelo dos consumidores “verdes”, a loja on-line Greenvana vende produtos ambientalmente sustentáveis à primeira vista, entre eles esse carregador para iPhone 3G/3GS que custa R$ 120. Uma alternativa interessante para quem quer aliviar a consciência.
Os fios e cabos ainda fazem parte do nosso cotidiano, embora todas as tendências apontem para um futuro wireless. Então, para não deixar aquela parafernália sem começo nem fim de fios, às vezes sem sequer saber a finalidade de cada um, esses organizadores Dotz podem ajudá-lo a separar e catalogar cada cabo utilizado. Os produtos custam em média US$ 8 na loja online www.dotzshop.com.
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entretenimento
| curiosidades, humor e sustentabilidade
divulgação
curi osidades:
adeus viagens no tempo Macacos me mordam... eles também poderão falar Se as pesquisas médicas envolvendo animais como cobaias continuarem avançando sem limites éticos, macacos podem acabar adquirindo a capacidade de pensar e falar como humanos. O receio devese ao andamento das pesquisas de transplante de células. De acordo com a Academia de Ciências Médicas da Grã-Bretanha, os avanços tecnológicos e medicinais proporcionam o surgimento de novos temas que precisam ser regulados. Caso contrário, em breve, o filme “Planeta dos Macacos” pode se tornar realidade.
A publicação do cientista chinês Du Shengwang abalou gerações inteiras de fãs de ficção científica pelo mundo. Em seu estudo, publicado na revista especializada “Physical Review Letters”, ele prova que é impossível viajar no tempo. O cientista, junto com físicos da Universidade de Hong Kong, constataram que nada é capaz de viajar mais rápido que a velocidade da luz – uma das condições da física para uma suposta viagem no tempo. Resta agora assistir, ao menos, os filmes que usam o tema.
TV com cheiro em breve
QR code na lápide
velocidade máxima
A Universidade da Califórnia (EUA) e a Samsung estão desenvolvendo um dispositivo capaz de emitir cerca de 10 mil odores diferentes pela TV. É isso mesmo, pela televisão. Através do controle remoto, o telespectador poderá controlar a intensidade do aroma, selecionar os mais agradáveis ou desagradáveis e até mesmo desligar o gerador de aromas. O projeto está em andamento e não existe previsão para entrar no mercado.
Se algum ente querido partiu dessa vida e conta com tantos méritos que não cabem no epitáfio, uma solução é criar uma página na internet com um código QR na lápide. A iniciativa foi da judia Judith Medan para homenagear a sua falecida mãe, Yoav Medan. Os códigos QR são imagens que podem ser capturadas por câmeras de celulares e ligadas a diversos conteúdos na web. Para quem quer conhecer a página, basta acessar o judith.medan-il.com. Ah sim, é em hebraico.
Com uma máquina turbinada e perfeitamente aerodinâmica, o norte-americano Bill Warner bateu o próprio recorde ao atingir a velocidade de 502 km/h (311.9 mph) com uma motocicleta Hayabusa, da Suzuki, de 1299 cilindradas no dia 17 de junho. A marca anterior, também pertencente a Warner, era de 448,36 km/h (278.6 mph). Só falta agora as pizzarias e as farmácias com entrega em domicílio o recrutarem para seus atendimentos.
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Team Building – Dinâmica de grupo na qual os participantes serão expostos a vários problemas do dia-a-dia da empresa. A dinâmica pode ser através de simples exercícios até simulações mais complexas. O objetivo é tornar a equipe mais integrada e preparada.
ações para um mundo melhor: divulgação
descom plicando:
Undermanning – Situação em que não há empregados suficientes para fazer um trabalho, ou para fazê-lo apropriadamente. Benchmarking – Processo de comparação do desempenho entre duas ou mais organizações. Nele, é feito uma avaliação do produto ou serviço das empresas que são reconhecidas pelas melhores práticas com a finalidade de comparar atuações e identificar oportunidades de avanço na organização que realiza o benchmarketing.
humor trabalho é prioridade
O colaborador telefona para o colega de trabalho e fala: - Minha sogra morreu e agora fiquei em dúvida: não sei se vou trabalhar ou se vou para o enterro dela. O que você acha? O amigo responde: - Primeiro o trabalho, depois a diversão!
Um novo processo de tratamento de água por eber freitas
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erviços de saneamento básico são um problema sério no Brasil. Além de custarem caro para as concessionárias, as populações de comunidades e zonas rurais contam com acesso extremamente precário a tais serviços. Isso eleva taxas mórbidas, como as de doenças de veiculação hídrica, mortalidade infantil, sobrecarga dos hospitais e postos de saúde, evasão escolar, queda de produtividade dos trabalhadores locais, enfim, é uma cadeia viciosa na qual todos são prejudicados. O estudante de Engenharia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG - campus Jataí) Leonardo Lira propôs uma solução simples, limpa e barata para esse problema: uma pequena estação de tratamento de água (ETA) que consome apenas energia solar, feita com material reutilizado e comprovadamente eficiente contra os agentes biológicos presentes na água. A mini ETA consiste em comportar o líquido em pequenos contêineres de dois litros em um recipiente exposto ao sol, dispostos em um ângulo favorável à captação da luz solar como
se fossem placas de armazenamento de energia. “É, basicamente, uma caixa de madeira revestida com papel alumínio, com capacidade para armazenar até quatro garrafas PET de dois litros, totalizando oito litros”, explica Leonardo. A água atinge uma temperatura de, aproximadamente, 70ºC, suficiente para eliminar bactérias prejudiciais à saúde. A amostra utilizada no experimento foi analisada antes e depois do tratamento pela Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago), que atestou a eficiência do projeto: após o resfriamento natural do líquido, ele poderia ser normalmente consumido. O estudante alerta, porém, que os resultados podem variar de acordo com as características físicas, químicas e biológicas do manancial de onde a água é retirada. “Em cada localidade, deve-se fazer um estudo antecipado desses fatores antes de aplicar o sistema, pois os resultados podem variar de região para região”, lembra Leonardo. O projeto, se estudado em larga escala, pode solucionar o problema de água tratada em diversas localidades do país.
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entretenimento
| Leitura e cinema
leitura:
por que ler os clássicos e os não-clássicos por silvia generali*
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m 1993, a editora Companhia das Letras publicou a tradução para o português do texto Perché Leggere i Classici, do escritor cubano radicado na Itália, falecido em 1985,
estante:
Administração Industrial e Geral De Henry Fayol Editora Atlas, 144p. R$ 53,00
*Silvia Generali é conhecida como a mãe da Sofia. Nas horas vagas, escreve de tudo um pouco, de contos e poesias a livros de Psicologia. Acredita que o pensamento, a criatividade e a ética podem melhorar o mundo. Ela é professora em Administração na UFRGS.
Fora de Série Outliers De Malcolm Gladwell Editora Sextante, 288 p. R$ 19,90
clássico
clássico A principal contribuição de Taylor à teoria da Administração foi aplicar métodos científicos baseados em leis, regras e princípios.
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ria a posição de Taylor a respeito? Para saber, somente lendo Taylor. Um quarto motivo para a leitura dos clássicos da Administração é a possibilidade de contextualizar o texto. É impossível entender Taylor sem compreender a época em que ele viveu e o que estava acontecendo na sociedade, no desenvolvimento tecnológico, na política, na cultura e na economia de então. Daí que ler orelhas e contracapas são coisas muito interessantes – mas não ler somente as orelhas e as contracapas! Você pode argumentar que, se ler os clássicos, ficará desatualizado! Verdade. Para isso, é importante ler também os não-clássicos. Aí vão os motivos: a) manter-se atualizado (isso você já sabe); b) observar a evolução de determinadas ideias e linhas de pensamento; c) descobrir modos inteiramente novos de ver o mundo; d) conhecer a origem das ideias (elas não surgem do nada, são construções que vêm acontecendo ao longo do tempo, de acordo com o espírito de cada época); e) diferenciar o que é verdadeiramente novo do que é “reciclado”; f) decidir sobre suas preferências, valores e linhas de pensamento; g) ficar cada vez mais confuso sobre suas preferências, valores e linhas de pensamento. E pôr-se a pensar. Somente esse último processo, o pensamento, já justifica a leitura dos clássicos e dos não-clássicos.
Nesse mês, A professora Silvia Generali indica os livros:
Princípios de Administração Científica De Frederick W. Taylor Editora Atlas, 112 p. R$ 50,00
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Ítalo Calvino. Dentre as diversas definições apresentadas do que é um clássico e dos diversos motivos para lê-lo, Calvino escreveu: “A única razão que se pode apresentar é que ler os clássicos é melhor do que não ler os clássicos”. Os alunos de Administração estão tão cercados de novidades no mercado editorial direcionado à gestão de empresas (e tão ávidos por elas) que, muitas vezes, pensam que ler livros “antigos” pode ser uma chatice e, quiçá, uma perda de tempo. É claro que uma novidade literária com um título sugestivo é atrativa para os membros das novas gerações (que agora se convencionou chamar de Y, Z etc...). Entretanto, será que a novidade é mesmo novidade? Só saberemos se conhecermos o que foi escrito, dito e pensado anteriormente. A literatura em Administração é pródiga em reinventar termos e recontar histórias. Esse é um dos primeiros motivos para ler os clássicos. O segundo motivo para ler os clássicos é saber o que, de fato, foi dito e escrito, e o que é a visão de quem leu uma história e a recontou depois, da sua forma, do seu jeito, com sua interpretação, visão de mundo e conclusões. O terceiro motivo para ler os clássicos da Administração é poder ter o prazer de fazer suas próprias críticas! Se você pensa que Frederick Taylor foi um tolo arrogante e autoritário, não será interessante justificar sua opinião com base no que você mesmo leu? Já presenciei uma discussão em sala de aula cujo foco era: Taylor teria ou não escrito que os trabalhadores se comportam como bovinos? Ânimos acirrados contra ou a favor de tal opinião sobre a classe operária, mas qual se-
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A obra de Fayol é uma das contribuições iniciais sobre Administração e suas conceituações não se restringem a uma época.
não-clássico O autor realiza uma investigação sobre a trajetória de pessoas que apresentaram um desempenho extraordinário em várias áreas.
divulgação
cinema: quero matar meu chefe Comédia surpreende ao investir num humor simples e despretensioso. por ícaro allande*
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O filme é centrado em três melhores amigos que, frustrados em seus trabalhos, chegaram à conclusão de que a única solução é matar os seus respectivos chefes.
Casos de Ética Empresarial De Robert H. Srour Editora Campus, 192 p. R$ 59,90
não-clássico Este livro apresenta os conceitos fundamentais da Ética Empresarial usando exemplos colhidos no cotidiano dos negócios.
is mais uma comédia politicamente incorreta sobre marmanjos frustrados com a vida e agindo como adolescentes: depois de “Se Beber, Não Case” e “A Ressaca”, chega aos cinemas “Quero Matar meu Chefe” (Horrible Bosses, 2011). E não é que o filme surpreende justamente por sua falta de pretensão? Com a história declaradamente referenciada num clássico dos anos 1950 de Alfred Hitchcock, “O Pacto Sinistro”, essa comédia aposta na simplicidade e acerta o alvo. Apesar de se escorar num humor pastelão, com piadas recorrentes sobre negros, homossexuais e sexo, o filme não apela para sequências escatológicas desnecessárias – comuns ao gênero – mas aposta num roteiro inteligente, recheado de situações embaraçosas e referências a ícones da cultura pop. Em “Quero Matar Meu Chefe”, três amigos vivem, cada um a sua maneira, o seu inferno particular no trabalho. Nick (Jason Bateman) é um conformado executivo, humilhado constantemente pelo seu chefe psicopata e sádico, vivido por Kevin Spacey. Kurt (Jason Sudeikis) é um histérico auxiliar de dentista. Noivo, ele é assediado sexualmente pela chefe, uma ninfomaníaca super sexy interpretada por Jennifer Aniston. Vale salientar, nesse caso, que seu sonho de infância era ser um bom marido. Já Dale (Charlie Day), o galã da história – que, no entanto, não convence como tal – após a morte do bondoso patrão, tem de suportar o filho dele, um playboy idiota e grosseiro, vivido por Colin Farrell. Fazendo-se de surdo para razão, o trio protagonista resolve matar os seus respectivos chefes, e saem por Los Angeles à procura de um assassino profissional. Porém, só conseguem encontrar um hilário “consultor de assassinato” chamado “Ferra-Mãe Jones” (Jamie Foxx), que lhes dá a dica de
trocarem de alvos, ou seja, cada qual matar um chefe que não é o seu. A partir daí, como é de se imaginar, tudo começa a dar errado, e a telona é recheada de situações nonsense bem construídas, e atuações inspiradíssimas – principalmente as do núcleo secundário. Apesar de uma estética televisiva baseada nos seriados sitcoms, o longa do diretor Seth Gordon levanta uma questão muito comum no mundo corporativo. Chefes odiados e funcionários desmotivados. A alta tensão encontrada em ambientes cada vez mais competitivos no trabalho traz um questionamento corriqueiro para quem não suporta seu manda-chuva: “Se não gosto dele, é melhor mudar de emprego?”. Talvez essa até seja a melhor opção para aproveitar outras oportunidades, ainda mais se o descontentamento com o emprego vai além das desavenças com o patrão. Entretanto, é uma alternativa possível para aprender a lidar com personalidades difíceis e diferentes. Ou seja, se não dá para “despedi-los”, o jeito é tentar tirar o melhor dessa situação. É como dizem, “o que não nos mata, engorda”. Enfim, ao lidar com situações-limite, ou seja, fora da realidade – os chefes dentro do filme se transformam em verdadeiras caricaturas do mal – “Quero Matar Meu Chefe” não proporciona uma identificação direta, pois ninguém passa por situações tão absurdas como as do filme (espero mesmo que não). Mas isso não impede que o espectador se coloque no lugar dos protagonistas e torça pela morte de seus carrascos. Ou, ainda, perceba que talvez o seu patrão não seja tão ruim como imaginava.
*Ícaro Allande é jornalista em horário comercial e também nas horas vagas. Ele é o responsável pelo divertido e intimista blog travessias.tumblr.com
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PONTO.FINAL Destruindo a
riqueza das nações por stephen kanitz*
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odas essas crises dos últimos 30 anos têm sua origem num fato que a ciência administrativa vêm alertando continuamente. Os bancos do ocidente têm desaprendido a técnica de avaliar e emprestar dinheiro de forma segura e produtiva. As causas são múltiplas e, inclusive, algumas delas são determinações legais absurdas. Um ano antes da crise de 2008, já previa isso na VEJA: “Os bancos do mundo deixarão de emprestar dois trilhões de dólares em 2008, só para poder se enquadrar nos ditames de Basiléia I e II. Um tiro no pé dos bancos e na economia do planeta.” E que tiro no pé que foi. Claro que o problema dessa crise e de tantas outras não está somente nas determinações legais. Tudo, de fato, começou com as teorias expostas por Eugene Fama, Myron Scholes, Fischer Black e outros que inventaram uma série de “derivativos”, abstrações que não existem a não ser na imaginação e na legalização delas. O mais famoso desses derivativos é a “opção”, um dos instrumentos mais maléficos da história das finanças. Opção é o direito de você destituir um acionista de uma empresa. Ponto final. É trocar um acionista de longo prazo, normalmente de fundos de pensão, por um especulador, um quantitativo que não possui nenhum compromisso com a empresa a não ser o de ganhar com o próprio derivativo. O acionista tem a obrigação de entregar a ação pelo preço estabelecido da opção de compra a um especulador nato de um speculative fund. E, tratando-se de economia, não há nada mais nefasto do que isso. 50
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Esses especuladores, discípulos do modelo Black and Scholes, não possuem nenhum interesse na empresa em si, tanto que, em toda a literatura sobre opções, as empresas sequer são mencionadas. A maioria nunca as visitou, nunca estudou nada sobre Administração. Fidelizar cliente, trabalhador, fornecedor, acionista: nem pensar. Eles desfizeram em 30 anos o que administradores tentaram fazer por 100 anos: tornar a empresa mais estável e auto sustentável com companheiros comprometidos e fiéis a longo prazo com a produção. Black and Scholes e seus companheiros tornaram o capitalista no mais infiel da equação, enquanto há 30 anos, o capitalismo da empresa familiar era, seguramente, o mais fiel.
E o barato saiu caro. Muito caro O que era o capitalismo estável e conservador (daí o nome), se tornou instável. Por isso, muitos hoje preferem um Chavez à família Kirshner e Castro porque, por incrível que pareça, esses proporcionam uma estabilidade que o capitalismo não mais oferece. O objetivo da ciência econômica hoje não é mais a riqueza das nações, mas é aproveitar o que chamam de “imperfeições e volatilidade do mercado”. Quanto mais volátil, melhor. Existem escolas de economia que se especializam nisso e todos os que se matriculam nessas faculdades querem ficar ricos antes dos 30, especulando e
“arbitrando o mercado” para entrar nessa máquina de fazer milionários que possui um custo enorme para a humanidade. Essas teorias, ao longo dos últimos 30 anos, desmoronaram enormes departamentos de análise de crédito, que avaliavam cuidadosamente cada empréstimo, emprestador, sócio, plano de negócio, estrutura societária, nível de satisfação dos clientes, clima organizacional, ameaças tecnológicas, caráter dos compromissados, e mais 50 critérios importantes antes de conceder crédito. Porém, o risco foi substituído por cinco critérios estatísticos: Sigma, Delta, Vega, Theta, Rho e Gamma. Os gerentes de bancos, que conheciam tudo sobre os clientes nas pequenas cidades, foram lentamente perdendo poder para a matriz a 1000 km de distância, que passaram a financiar segundo métodos econométricos, considerados muito mais baratos. E o barato saiu caro. Muito caro. Hoje, Hedges Funds (fundo de garantia) financiam 100 vezes mais os derivativos do que atividades produtivas. Os modelos baseados em “curvas normais”, como bem mostra Nessim Taleb, se revelaram totalmente podres, e as economias de barateamento de custos não se materializaram conforme prometido. Pelo contrário, destruíram o governo americano. E, ao destruírem o sistema de análise creditícia do mundo, destruíram a capacidade de emprestar do setor financeiro. Por isso, esta recessão não sai do lugar. * Stephen Kanitz é consultor de empresas e conferencista. Vem realizando seminários em grandes empresas no Brasil e no exterior. Mestre em Administração de Empresas pela Harvard University, foi professor da USP. No Twitter, @stephenkanitz.
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