OS VINGADORES O que os heróis do cinema têm a ensinar aos administradores
negócios DA FÉ Como o mercado religioso se transformou em um segmento bilionário
PÓS-GRADUAÇÃO junho/julho de 2012 – ano 2 – no 15 www.administradores.com
Saiba como identificar o momento certo para começar a sua
ENTREVISTA Daniel Goleman: use a inteligência emocional para turbinar a carreira
O PODER DA INTUIÇÃO R$ 12,50
Pressentimento? palpite? sexto sentido? A ciência garante que eles existem e, melhor, podemos utilizá-los para impulsionar nossos negócios e carreira
ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO
2012
Participe da História do Prêmio Belmiro Siqueira Modalidades: Artigo Acadêmico Tema para artigo: Análise dos resultados da Pesquisa Nacional Perfil de Trabalho do Administrador 2011
30 mil reais
em prêmios
Data para envio do artigo: Até o dia 28 de setembro Represente os Estudantes dos Cursos de Bacharelado em Administração de seu Estado na edição de 2012 do Prêmio Belmiro Siqueira de Administração. Para participar consulte o edital e envie para o CRA do seu estado, até o dia 28 de Setembro de 2012, um artigo com o tema: “Análise dos resultados da Pesquisa Nacional Perfil, Formação, Atuação e Oportunidades de Trabalho do Administrador 2011”, 5ª edição. Os resultados da referida pesquisa estão à sua disposição no endereço eletrônico pesquisa.cfa.org.br para servirem como subsídio ao desenvolvimento do artigo. Faça parte desta história que já premiou dezenas de estudantes de Administração.
Acesse o edital pelo portal: www.cfa.org.br Informações: formacao@cfa.org.br ou pelos telefones: (61) 3218-1800 / 3218-1809 www.belmirosiqueira.org.br
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SISTEMA
CFA/CRAs
CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO CONSELHOS REGIONAIS DE ADMINISTRAÇÃO
EDITORIAL
Expediente
“Alguma coisa me diz para fazermos dessa forma” Antes de você começar a leitura desse editorial, gostaria que parasse um minuto para responder duas perguntas aparentemente simples: o que é e de onde vem a intuição? Fiz esse questionamento para uma dezena de pessoas e, pode acreditar, as respostas foram as mais variadas. Alguns falaram que ela vem de uma espécie de “sexto sentido” do ser humano, como se alguém soprasse em nossos ouvidos o melhor caminho a seguir. Outros, no entanto, acreditam que a intuição é criada a partir de nosso próprio conhecimento, mas que está no subconsciente. Houve ainda os que consideraram ser um simples desejo pessoal de fazermos algo à nossa maneira. Independente da variedade de respostas, em um contexto geral, houve um consenso sobre o seu significado. A maioria das pessoas apontou que a intuição é um pressentimento que não sai de nossa cabeça tão facilmente e impulsiona a frase que deu título a esse editorial: “alguma coisa me diz para fazermos dessa forma”. Esse pressentimento, inclusive, apesar de não ser encontrado facilmente nos livros de Administração (e muitas vezes ser ignorado), na prática, faz parte da vida de milhares de profissionais. No mundo dos negócios, por exemplo, é comum adotarmos uma série de instrumentos para diminuir as incertezas na tomada de decisões. No entanto, muitas vezes essas análises apontam direções que, na hora da escolha definitiva, ignoramos e optamos por seguir outro caminho. Nos últimos anos, a ciência tem dado passos significativos para entender o que é, como funciona a intuição e, melhor, como utilizá-la a nosso favor. A reportagem de capa dessa edição é exatamente sobre isso. Fomos em busca de desvendar alguns segredos sobre o termo e descobrimos que a intuição e a prática de administrar têm mais coisas em comum do que se imagina. A Administradores traz também três outras grandes reportagens tão importantes quanto polê-
micas: o mercado da fé (negócios), as virtudes e defeitos do serviço público (carreira) e a hora de fazer uma pós-graduação (acadêmico). Os temas revelam aspectos pouco explorados sobre esses assuntos, mas que podem ampliar a reflexão em novas perspectivas. Também não poderia deixar de comentar algumas ótimas notícias envolvendo o Administradores. A primeira, inclusive, está na página 8. Nossa fanpage no Facebook lidera o ranking de sites de negócios na rede social com mais de 190 mil seguidores. A outra boa notícia é a conquista da menção honrosa no Prêmio SAE Brasil de Jornalismo na categoria Internet com a reportagem Os caminhos do Brasil, pelo Administradores.com O portal também é o finalista nacional do Prêmio Sebrae de Jornalismo na categoria Mídias Sociais, já sendo considerada uma das três melhores coberturas sobre empreendedorismo nas redes sociais. É muito bom ver que todo o nosso trabalho em prol da Administração está trazendo resultado e, ao mesmo tempo, sendo reconhecido. Isso nos fortalece ainda mais na busca de fazer sempre o melhor e seguir em nossa missão de difundir o conhecimento. Essa é uma jornada que provavelmente não terá fim, mas que pelo simples fato de estarmos nela todos os dias, nos enche de orgulho e satisfação. Espero que goste deste exemplar que, inclusive, cresceu. Ganhou mais oito páginas de conteúdo a partir dessa edição. Boa leitura! Fábio Bandeira de Mello editor
junho/julho 2012
CONTATOS Assinaturas www.administradores.com.br/revista PUBLICIDADE comercial@administradores.com.br +55 (83) 3247 8441 correspondência Av. Nossa Senhora dos Navegantes, 415 / 304 - Tambaú - João Pessoa - Paraíba CEP 58039-110 redação revista@administradores.com.br Publisher Leandro Vieira leandro@ administradores.com.br Redação Editor Fábio Bandeira de Mello fabio@ administradores.com.br Repórteres Eber Freitas eberfreitas@ administradores.com.br, Fábio Bandeira de Mello, Ícaro Allende, Mayara Emmily mayara@administradores.com.br e Simão Mairins simao@administradores.com.br Revisão Allana Dilene tradução Nino Xavier COLABORADORES Fernando Castor, Flavio Ferrari, Henry Mintzberg, Jandiara Soares, Juan Carlos Martinez, Kênia Carvalho, L. A. Costacurta Junqueira, Lluís G. Renart, Maury Peiperl, Preston Bottger, Raniere Rodrigues, Reinaldo Carlos, Rodolfo Araújo, Seth Godin e Stephen Kanitz. ARTE DIREçÃO João Faissal | Imaginária Design design@ imaginaria.cc Design e ilustração Thiago Castor thiago@administradores. com.br COMERCIAL Diretor Comercial Diogo Lins diogo@administradores.com.br Atendimento ao Leitor Anna Valéria Vita annavaleria@administradores.com.br Impressão Gráfica Moura Ramos www.mouraramos.com.br
O papel ultilizado nessa revista possui certificado internacional FSC - nossa prova de responsabilidade ambiental
administradores.com
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índice
06
feedback
29
marketing
Não existe modelo único no marketing de relacionamento
07
AGENDA
28
ADMINISTRAçÃO
Quem são os administradores do Brasil?
08
ambiente externo
09
ONLINE
10
entrevista Daniel Goleman e a inteligência emocional aplicada aos negócios
20
18
14
- As perspectivas do serviço público - Os Vingadores: o que esses super-heróis têm a nos ensinar - O funcionário do mês: até que ponto a bonificação pode interferir no trabalho
O lado negro das caixas de e-mail | Henry Mintzberg
Pós-graduação: como saber se está na hora de começar uma?
carreira
insight
ACADÊMICO
30
32
34
36
40
Existe um único perfil de liderança?
Como definir o públicoalvo para sua empresa?
A odisseia do empreendedorismo
Showbusiness religioso: o espetacular mercado da fé
O poder da intuição: descubra o que a ciência – e os próprios executivos - têm a dizer sobre isso
contraponto
56
PEI, BUF!
54
QUIZ
Você é um profissional que faz acontecer?
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o que drucker faria
As dúvidas dos leitores tiradas com os conceitos do pai da Administração moderna
jornalismo gonzo Por trás do sorriso da Mona Lisa
58
ADMINISTRADORES NA HISTÓRIA O carisma contagiante do Papa João Paulo II
66
ponto final
Empresas que pagam bem | Stephen Kanitz
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administradores.com
junho/julho 2012
INFOGRÁFICO
51
artigo
- Autoatrapalha: a autoajuda como você nunca viu | Rodolfo Araújo - O marketing e a evolução das espécies | Por Juan Carlos Martinez - Mala direta, sempre atual | Por Reinaldo Carlos
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ADMINISTRADORA DO FUTURO A visionária Márcia Conceição Tomas
NEGÓCIOS
capa
50
48
Fazendo decisões sérias envolvendo dinheiro | Seth Godin
Logística, Finanças, TI, Marketing e RH pelo Brasil
MENTE ABERTA
60
FORA DO QUADRADO
ambiente interno
62
ENTRETENIMENTO
- Curiosidades e humor - Ações para um mundo melhor - Leitura: Ascensão e queda do planejamento estratégico - Cinema: A invenção de Hugo Cabret
Exame de Suficiência na Administração 1 Digam o que quiserem, mas a sociedade, nós, brasileiros, precisamos ter um maior controle de qualidade dos profissionais que entram no mercado, que já não consegue se autorregular. Eu apoiaria 100%, não só para administradores, mas para todos os cursos superiores! Isabela Fernandes Kattar
Sociedade do futuro Quero parabenizar mais uma vez a equipe da revista Administradores pela excelente edição Abril/Maio. A capa já é um chamariz e atiça curiosidade para leitura. A matéria Sociedade do futuro surpreendeu e vem nos mostrar uma realidade que há poucos anos atrás ficávamos imaginando como seria e hoje vivemos esse futuro que tem mudado nossos hábitos, forma de pensar e o que queremos deixar para as gerações futuras. Ouvimos muito falar de sustentabilidade, mas será que realmente tem sido colocada em prática? Fica a pergunta no ar. Alisson Alcântara
Branding: Além da Morte 1 Parabéns aos construtores dessas marcas. Apesar de tudo, conseguiram fazê-las permanecer por longos anos na memória do povo. E ainda assim nos deixar lembranças, exemplificando a Mesbla. Muitas saudades.
Branding: Além da Morte 2 Tem coisas que realmente ficam na mente. Os comerciais da Kolinos sempre foram muito legais. É impossível não lembrar do Ayrton Senna e imediatamente lembrar do Nacional. Ser cliente Nacional era ser campeão (pelo menos no pensamento). Quem não se lembra do jingle “o tempo passa, o tempo voa, e a poupança Bamerindus continua numa boa...” e dos comerciais com aquele “Sr. barbudo”, super carismático (que ria de olhos fechados)? Muitas empresas atualmente estão se esforçando muito para se distanciar dos consumidores, achando que são bobos, que não têm opinião própria, que não são sabedores de seus direitos. A verdade é que essas empresas antigas eram mais humanas... Alex Araujo
Capa 2 Muito bacana a capa... Parabéns para a rapaziada da arte!
Jorge Passos
Hector Thyso
Capa 1 A capa está maravilhosa. Essa revista é muito boa. Recomendo. Vale a pena ler!
Capa 3 A capa está super bacana. Vocês estão sempre caprichando! Parabéns!
Evaldo Costa
Ligia Ignacio
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administradores.com
junho/julho 2012
Exame de Suficiência na Administração 2 Com o fluxo de recém-formados que as universidades despejam pela rua todos os anos, esse tipo de iniciativa não passa de uma tentativa de dificultar a vida dos que chegam agora à profissão, por parte do grupo que viveu muito bem sem licença. Criar regrinhas, associações, sindicatos e tudo o mais com a desculpa de que é para “organizar” e “qualificar” não passa de um engodo inútil, pois a concorrência está aí, avassaladora. Laura Sil
Colaborando Como sempre, vocês estão de parabéns pelas matérias, artigos, entrevista e tudo que compõe a revista. Eu apenas não entendi o porquê da mudança de mensal para bimestral, mas toda mudança é feita com um propósito. Quero agradecer por participarem da minha carreira com enriquecimento de conteúdo para utilizar no mercado de trabalho e no dia a dia. Espero ansioso pelo próximo exemplar! Saulo Tarso S.S.
Mande também O seu recado para a Administradores através do revista@administradores.com.br
thinkstock
EVENTOS
13 JUNho
16 JUNho
XIX CONAMERCO
XXXVIII Encontro Nacional dos Estudantes de Administração
Responsável: CFA Local: Uberlândia – MG Info: adm.to/conamerco
18 JUNho
19 JUNho
Seminário HSM – Philip Kotler Responsável: HSM Local: Recife – PE Info: adm.to/ seminario_hsm
BPO Summit Responsável: IQPC Local: São Paulo – SP Info: adm.to/ summit2
16 agosto Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas Responsável: ABRH Nacional Local: São Paulo – SP Info: adm.to/ conarh12
22 setembro
Responsável: Fenead/RN e COE Local: Natal – RN Info: adm.to/enead12
21 JUNho
10 JUlho
Formação e Certificação Internacional Professional & Self Coaching Responsável: IBC Coaching Local: São Paulo – SP Info: adm.to/ self_coaching
HR Shared Services Responsável: IQPC Local: São Paulo – SP Info: adm.to/ hr_shared
5 novembro EnANPAD 2012 Responsável: ANPAD Local: Rio de Janeiro – RJ Info: adm.to/ enanpad12
22 outubro XLVII CLADEA Responsável: ESAN Local: Lima – Peru Info: adm.to/ cladea2012
junho/julho 2012
XXII ENBRA Responsável: CRA/RJ Local: Rio de Janeiro – RJ Info: adm.to/enbra
administradores.com
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divulgação
AMBIENTE EXTERNO | RÁPIDAS
A “bolha” Facebook e o casório de Zuckerberg
Câncer: quando o ambiente de trabalho também é de risco
Após meses de expectativa, o Facebook teve uma estreia insossa na Nasdaq, marcada por uma pane geral nos computadores da bolsa que atrasou em meia hora o início das transações. No primeiro dia, as ações começaram valendo US$ 42,05, chegaram a US$ 45 e fecharam cotadas a US$ 38,23 – o que levou a uma captação de US$ 16 bilhões. Na segunda-feira, primeiro dia útil após o IPO, as ações tiveram uma queda de 11,43%, e muitos investidores que não conseguiram comprar os papéis no primeiro dia agradeceram aos céus e aos computadores defeituosos da Nasdaq. No dia seguinte à abertura, o CEO e acionista majoritário Mark Zuckerberg se casou com a médica sino-americana Priscilla Chan.
19 tipos de câncer podem ter relação com o ambiente de trabalho. Essa é uma das conclusões do levantamento Diretrizes de vigilância do câncer relacionado ao trabalho, do Instituto Nacional do Câncer, que lista mais de 100 substâncias cancerígenas que podem ser encontradas no ambiente profissional, como poeiras de cereal e de madeira. Os dados também apontam que, no trabalho, os casos mais comuns da doença são: câncer na bexiga, na laringe, na pleura, no nariz, de pulmão, de pele e leucemia. No entanto, estima-se que cerca de 46% dos casos relacionados ao trabalho não são comunicados, devido à falta de informação sobre o assunto.
Líder entre os sites de negócios no Facebook
Neymar: Showman do marketing O jogador Neymar lidera o ranking dos atletas com maior potencial de marketing do mundo. Segundo levantamento realizado pela revista inglesa SportsPro, especializada em negócios do esporte, o atacante está à frente do norte-irlandês Rory Mcllroy, líder do ranking mundial de golfe, e do argentino Lionel Messi, eleito melhor jogador do planeta pela Fifa nos últimos três anos. O velocista jamaicano Usain Bolt, que ocupava o primeiro lugar no ranking de 2011, passou este ano para a quarta posição. Atualmente, Neymar tem contrato de patrocínio com 11 empresas: Ambev (Guaraná Antarctica), Banco Santander, Claro, Heliar, Lupo, Nike, Panasonic, Red Bull, Tenys Pé Baruel, Unilever e Volkswagen.
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administradores.com
A empresa Dito divulgou na primeira quinzena de maio mais um panorama das marcas no Facebook, feito através da ferramenta GraphMonitor. No levantamento, a fanpage do Administradores.com é apontada como a maior entre os sites de negócios. O ranking, que inclui dados coletados até o início de maio, apresenta a página na primeira posição, à frente dos canais Exame.com, PEGN, Época Negócios e Você S/A, que completam as cinco primeiras posições. No levantamento, o Administradores.com contava com 183.196 fãs. Hoje, a fanpage já ultrapassou a marca de 190 mil fãs.
FRASES Gostaria que vocês soubessem que lamento profundamente que a questão tenha afetado a companhia e todos vocês
É uma homenagem muito gratificante, mas acredito que o dinheiro poderia ser investido em obras públicas
Eu imaginei como George Bush seria se estivesse incrivelmente chapado
O sonho de Jobs antes de morrer era desenvolver o iCar
Scott Thompson presidente-executivo do Yahoo!,
Gusttavo Lima cantor sertanejo de 22 anos.
Johnny Depp ator, explicando como criou sua
Mickey Drexler membro do conselho
que admitiu ter inventado parte de seu currículo
junho/julho 2012
Vereadores da sua cidade, Presidente Olegário (MG), aprovaram a construção de uma estátua dele
versão do personagem Willy Wonka do filme A fantástica fábrica de chocolate
administrativo da Apple, sobre o plano da marca de lançar um carro
ONLINE | www.administradores.com
ARTIGOS
ENQUETE
#FICADICA
A empatia com o chefe e a equipe é um fator determinante para você realizar bem seu trabalho?
90.89% Sim, pois dessa forma trabalho mais motivado (a)
Qual é a importância do design na administração?
APP
ORÇAMENTO INTELIGENTE
Colabora para manter as finanças organizadas. Contém recursos como múltiplas moedas correntes, várias contas, transações planejadas e sincronização em nuvem.
9.11% Não, pois faço meu trabalho de forma independente
REMOTE PRINT
Ele se conecta ao computador para executar a impressão e imprime documentos à distância através da rede WI-FI.
Rique Nitzsche destaca o valor do design para a existência dos diferentes tipos de mercado
ENTREVISTA
adm.to/design_adm
Sim, você pode ser um gênio no que faz O professor Michael Hall explica como o profissional pode acessar seu gênio pessoal adm.to/michael_hall
Orkut
@admnews
adm.to/ orkutadm
adm.to/ facebookadm
adm.to/ linkedinadm
adm.to/prazer_no_trab
O consultor Tim Harford fala sobre a importância do erro no trabalho adm.to/tim_harford
thinkstock
FOI DESTAQUE NA WEB thinkstock
“Eu fracassei” não pode se transformar em “eu sou um fracasso”
thinkstock
Fábio Zugman aponta o autoconhecimento para descobrirmos o que realmente gostamos de fazer
thinkstock
Que tal fazer o que realmente gosta?
Mobilidade: o que fazer para alcançá-la plenamente
Como preparar uma apresentação encantadora?
7 dicas para otimizar seu dia
Especial do Administradores.com mostra os desafios para a consolidação do modelo de mobilidade ideal no Brasil
Se você está precisando apresentar algo na universidade ou no seu trabalho, é bom ficar atento a algumas dicas
Com o tempo curto e a correria habitual na rotina, o planejamento é uma excelente solução para organizar o dia
adm.to/caminhos_do_brasil
adm.to/apresentar
adm.to/dicas_tempo
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administradores.com
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ENTREVISTA | DANIEL GOLEMAN
A inteligência emocional aplicada aos negócios
Autor do best-seller Inteligência emocional e de mais de 10 livros sobre psicologia, educação, ciência e liderança, Daniel Goleman fala sobre a inteligência emocional no ambiente de trabalho. por eber freitas e jandiara soares
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administradores.com
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|
foto divulgação
T
estes de QI sempre foram tomados como
sucesso editorial veio com Inteligência emocional, concluído
parâmetros de mensuração da inteligên-
em 1995: cinco milhões de cópias vendidas, traduzido para
cia individual e, por tabela, ainda são um
mais de 40 línguas. Ele também é professor, consultor e jor-
meio de um sujeito dizer que é mais inteli-
nalista científico, com 12 anos de contribuição para o The New
gente do que os outros à sua volta. Mas o que as organizações, governos e a sociedade precisam é de líderes sensíveis, que
York Times. A teoria da inteligência emocional é um verdadeiro mantra
saibam desenvolver uma empatia social com a sua equipe;
da liderança, especialmente para os leitores corporativos. A
essa competência é vital no front das crises, seja quais forem
forma como lidamos com as nossas emoções, atitudes e rela-
as suas proporções. Aqui entra o psicólogo Daniel Goleman e
cionamentos é capaz de dizer mais precisamente como agimos
sua teoria da inteligência emocional.
diante das situações profissionais, e isso importa muito mais
A trilha acadêmica de Goleman é extensa, e o relato de sua
do que testes padronizados. Como exemplo, o psicólogo cita a
experiência mais ainda. Começando pelo meio, ele concluiu os
empatia social, a habilidade de compreender o ponto de vista
seus estudos de doutorado e pós-doutorado em Harvard após
ou perspectiva de outra pessoa e, assim, sentir o que ela está
várias viagens pela Ásia estudando métodos ancestrais de
sentindo. Confira a entrevista que ele concedeu com exclusivi-
psicologia, como a meditação. O trabalho resultou no livro, A
dade à Administradores.
mente meditativa, o primeiro de uma dezena. Mas o verdadeiro
“Onde quer que seja, identifique a área na qual você acredita que vale a pena o seu tempo e esforço para melhorar”
Você diria que é possível motivar ou desenvolver empatia a partir de uma motivação puramente interna, ou é necessária uma força externa? Na verdade, a melhor motivação para desenvolver força mental e inteligência emocional é interna; você tem que ter o desejo de melhorar. Por exemplo, a empatia social, sua habilidade de compreender o ponto de vista ou perspectiva de outra pessoa e, assim, sentir o que ela está sentindo. Você pode receber mensagens sutis do mundo externo dizendo que não é tão bom nisso quanto precisa, mas então só depende de você decidir o quanto se importa e o quanto está disposto a fazer para melhorar nesse aspecto. Somente motivado você pode desenvolver intencionalmente a sua força mental e a inteligência emocional. Como podemos desenvolver a nossa inteligência emocional? Existem cinco passos. Primeiro você tem que se perguntar: “Isso é realmente importante para mim?”. Você tem que estar motivado, tem que visualizar seus objetivos, analisar seus valores e aonde você quer chegar na vida e na carreira. Se você responder a essa primeira pergunta, parta para o segundo passo: uma análise de 360 graus, como o ESCI (sigla em inglês para Inventário de Competências Emocionais e Sociais), conseguindo, assim, uma avaliação honesta. Quando nos avaliamos, nossa visão pode ser distorcida pelos nossos pontos cegos. Mas em um 360º você recolhe confidencial-
mente e anonimamente as opiniões de pessoas que você respeita, chegando a uma média. O terceiro passo é olhar para esses resultados e identificar as suas habilidades de inteligência emocional e autoconsciência: a maneira que você se administra, como você empatiza com as pessoas, como você forma relações, sua persuasão, cooperação e capacidade de trabalho de equipe. Onde quer que seja, identifique a área na qual você acredita que vale a pena o seu tempo e esforço para melhorar. Aí você estabelece um plano de mudança, um contrato consigo mesmo sobre um comportamento específico que você tentará mudar, como parar e ouvir atentamente o que está sendo dito, compreender completamente o que você está pensando antes de falar. Em um diálogo, isso melhora bastante a sua empatia. O quinto passo é tentar seguir este comportamento em todas as oportunidades que se apresentarem. Se você fizer isso durante três, seis meses, verá que as pessoas começarão a reagir e, dessa forma, notará a sua melhora. Existe algum tipo de teste usado para medir a inteligência emocional ou ela só pode ser identificada em situações práticas? Acredito que todos podemos sentir a inteligência emocional de uma pessoa sempre que interagimos com ela. Temos meio que um radar natural para isso. Com algumas pessoas você sente essa atração, uma química, uma simpatia. Esse é um sinal claro de uma inteligência emocional desenvolvida; já com outras pessoas você não consegue estabelecer uma ligação, elas são um pouco diferentes. É um sinal de que precisam de ajuda com a junho/julho 2012
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ENTREVISTA | DANIEL GOLEMAN
sua inteligência emocional. Então, por um lado, todos nós temos um senso inato para isso, por outro, existem atualmente vários testes direcionados à inteligência emocional. Alguns não são muito bons, e outros são muito bons para propósitos específicos.
Se falarmos na esfera empresarial, no campo dos negócios, há testes assim? No campo dos negócios existem testes que auxiliam na seleção para contratação e testes que facilitam notar aqueles que merecem ser promovidos a posições de liderança. Eu fui co-criador de um processo em 360 graus para desenvolver a inteligência emocional de líderes chamado ESCI. Ele foi criado para que tanto o indivíduo se autoanalise, como também para que aqueles que o conhecem bem o avaliem. Então você pode decidir em que área precisa de ajuda para desenvolver-se e pode usar o programa como um motivador para o seu próprio crescimento.
Em seu trabalho você discorre sobre cinco tipos de inteligência emocional: autoconhecimento emocional, o controle emocional, auto-motivação, o reconhecimento de emoções em outras pessoas e a habilidade de manter um relacionamento interpessoal. Cada um desses tipos serve como requisito para o outro? Para trabalhar essas inteligências emocionais, deve-se trabalhar os estágios anteriores? Penso que a parte mais fundamental da inteligência emocional é a primeira, o autoconhecimento. A maneira como administramos a nós mesmos é a segunda parte. A terceira depende completamente do quanto nos conhecemos, assim como a nossa capacidade de estabelecer relacionamentos com os outros depende da habilidade de empatizar com eles. Cada uma das partes usa as anteriores como base.
Você mencionou que as pessoas precisam descobrir o que querem para continuarem motivadas. Como você propõe que façamos isso? Para conhecer os seus próprios valores você precisa de autoconhecimento. Precisa saber o que importa para você, e trabalhar um senso próprio do que é certo e errado.
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administradores.com
Junho/Julho 2012
Em sua opinião, aqueles que têm uma vida mais saudável e feliz, marcadas por vários relacionamentos e vidas sociais mais intensas, são melhores em seu trabalho? Diria que as pessoas geralmente mais positivas, extrovertidas e bem conectadas com outras nas suas vidas sociais podem trazer isso para o trabalho, tornando-se bons colaboradores, trabalhadores em equipe e possivelmente ótimos líderes. Então sim, com certeza.
Apesar do conceito de inteligência emocional ser algo recente, você acredita que ele já era familiar aos grandes líderes e filósofos da antiguidade? Acredito que os elementos básicos da inteligência emocional sempre formaram líderes excepcionais desde a antiguidade até os tempos modernos. A diferença é que hoje nós entendemos a base cerebral, e temos maneiras de medir isso nas pessoas e de ajudá-las a desenvolver esses traços. Essa é uma prática antiga, mas um conhecimento completamente novo.
Assim como os arquétipos da morte e do herói estão presentes no inconsciente humano, a imagem do líder também figura no nosso imaginário. Você diria que essa imagem pode ser considerada um arquétipo? Penso que a imagem de um líder é o que poderia ser chamada de um arquétipo fundamental, construído durante milhões de anos de evolução na mente inconsciente humana. O líder é como um pai em um sentido bastante primitivo: alguém em quem nós procuramos segurança em tempos de crise, incerteza e estresse, assim como uma criança procura um pai.
Um bom líder não apenas é bom em delegar funções, ele precisa ser capaz de transmitir emoções. Qual a importância dessa função? O trabalho emocional de um líder é extremamente importante e consiste em ajudar as pessoas a chegar a um estado emocional ideal, em que elas consigam trabalhar melhor, e mantê-las nesse estado. Sinceramente, acredito que essa é a função mais importante de um líder.
Em várias situações o líder formal não é necessariamente o líder emocional de um grupo e isso pode criar vários problemas. Como resolver esses conflitos em uma empresa? A situação ideal é aquela onde aquela pessoa com o título de líder (o chefe, CEO, presidente etc.) é também a pessoa que desempenha o papel de líder emocional. Essa é a situação que você deseja. Quando esses dois papéis são ocupados por pessoas diferentes, você tem dificuldades sérias, porque as pessoas têm muita consideração pelo líder emocional, e se o suposto líder não tem o mesmo respeito ou a mesma importância, ele será bem menos eficiente do que deveria.
É difícil não comparar o conceito de inteligência emocional com o de inteligências múltiplas proposto por Howard Gardner. Existe alguma similaridade ou afinidade entre essas duas teorias? Eu construí o meu próprio modelo. No trabalho de Howard Gardner ele fala de vários tipos de inteligência, duas das quais são chamadas intrapessoal e interpessoal. Intrapessoal é o autoconhecimento e interpessoal são nossas habilidades de estabelecer e manter relações pessoais. A inteligência emocional é uma maneira de examinar esse objeto de maneira mais detalhada, especialmente de uma forma que seja útil para o ambiente de trabalho e liderança.
rança ou inteligência emocional, então achei que era um bom momento para analisar as descobertas mais recentes sobre o cérebro e o que elas significam para a pesquisa de inteligência emocional. Por isso que eu escrevi O cérebro e a inteligência emocional, e lá eu falo sobre criatividade e como um administrador pode criar condições que encorajem pensamento inovador. Baseado em pesquisas recentes, pude descrever maneiras pelas quais os líderes podem criar circunstâncias que possibilitem às pessoas trabalharem melhor. Essa área de análise de performance deve muito a uma compreensão recente do relacionamento entre as emoções e o resto do cérebro. Assim, pude descrever várias situações importantes para o ambiente de trabalho e ver como a nova pesquisa cerebral pode nos ajudar. Para encerrar, quais os resultados em uma empresa que cria esse ambiente harmônico e encoraja o desenvolvimento da inteligência emocional? Melhores resultados financeiros, melhor nível de satisfação dos empregados, melhor motivação e uma maior retenção de talento, evitando que as pessoas mais importantes deixem a companhia.
Em “Inteligência Emocional”, Goleman analisa como as emoções podem atuar em favor da inteligência do indivíduo, engrossando o coro de especialistas que rebatem o QI como teste padrão de mensuração da inteligência
E qual é a sua relação com Gardner? Vocês já trabalharam juntos? Nós não trabalhamos juntos. Nós nos graduamos na universidade juntos, nos conhecemos há bastante tempo e eu respeito profundamente o seu trabalho. Somos bons amigos, mas não fazemos pesquisas juntos. Você lançou recentemente o livro O cérebro e a inteligência emocional (The brain and emotional intelligence, ainda sem versão em português). O que pode nos falar sobre esse trabalho? Bem, quando eu escrevi o livro Inteligência emocional e vários outros, tentei sempre me manter o mais atualizado possível, especialmente no campo da pesquisa cerebral. Mas fazia vários anos desde a última vez que eu tinha escrito algo sobre lide-
“O líder é como um pai em um sentido bastante primitivo: alguém em quem nós procuramos segurança em tempos de crise, incerteza e estresse”
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acadêmico | PÓS
Pós-graduação: como saber se está na hora de galgar esse degrau na carreira? por eber freitas
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Alguns preferem emendar com o término da graduação; outros indicam um pouco mais de experiência profissional. Saiba como identificar o momento certo para começar uma pós-graduação lato sensu e as áreas mais procuradas na Administração.
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Q
uatro anos após a conclusão do curso universitário
uma pós. “Fazer por fazer também não dá. Apesar de ser uma exigência, ela tem que agregar alguma coisa. Tem gente que faz uma pós atrás da outra para ficar atualizada no mercado, mas isso tem que ser feito pelo conhecimento, algo pensado para que você aumente a empregabilidade”, sugere.
em Administração, Umberto Rosti, que já trabalhava com auditoria e consultoria em Tecnologia da Informação, decidiu partir para um MBA em Gestão de TI. A óbvia motivação para ascender ao nível gerencial
da empresa onde trabalhava e a necessidade de adquirir conhecimentos e habilidades na área foram os fatores que mais influenciaram Umberto,
… e adquirindo competências
que hoje tem o seu próprio negócio. “A pós foi um elemento essencial para que eu fosse promovido a gerente na época, e com certeza foi o que me incentivou a ser um empreendedor, a identificar uma oportunidade e iniciar uma empresa do zero”, relata o empresário, sócio-fundador da SafeWay Consultoria. A história de Umberto aponta um caminho que muitos profissionais e recém-formados estão tomando: continuar os estudos através de uma pós-graduação. No entanto, a dúvida comum de boa parte dessas pessoas é saber qual é o melhor momento para fazê-lo. Esse timing de quando iniciar uma pós-graduação, segundo especialistas, vai depender de inúmeros fatores tão particulares que apenas o próprio profissional será capaz de saber precisamente a hora de iniciar. Mas é preciso ter critérios e ser cauteloso ao escolher o momento certo e, acima de tudo, a melhor área para atuar. A primeira falácia que deve ser evitada é a de que qualquer pós-graduação serve e o que importa é incrementar o currículo.
Atitude certa, motivação equivocada Apesar de concordar com o fato de que a exigência do mercado é um critério que pesa muito na hora da decisão, o professor João Paulo dos Santos acredita que a principal motivação deve ser a busca por conhecimento. “As pessoas precisam se empenhar e estudar continuamente. A essência da busca de um programa de pós é aumentar conhecimentos para que você possa ter uma condição melhor”, diz. Esse foi o critério utilizado pela assessora de imprensa Clara Marinho. Formada em Jornalismo há três anos, ela iniciou recentemente uma especialização na área em
que atua. O motivo: “queria algo mais prático que me ajudasse diretamente no meu atual emprego. O que me foi passado na universidade por muitas vezes se tornava escasso no dia a dia e sentia sempre a necessidade de ter, em teoria, aquilo que eu vinha colocando em prática”. É por isso que os planos para uma especialização ou MBA devem estar alinhados com o planejamento de carreira do profissional. As qualificações aleatórias, feitas sem critério, em vez de monetizar o conhecimento e levar a cargos mais altos, podem criar funcionários insatisfeitos com o atual posicionamento, cheios de teorias acumuladas, porém incapazes de assumir postos estratégicos nas empresas. Em outras palavras, operacionais muito inteligentes, mas apenas operacionais.
Suprindo deficiências... De acordo com o último censo do ensino superior, realizado em 2010 pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Brasil conta com 29.507 cursos de graduação em 2.377 instituições de ensino superior públicas e privadas. Elas atendem a mais de 6,3 milhões de alunos, contando com apenas 345 mil professores. Somando-se esse cenário à evidente deficiência estrutural das universidades públicas e o baixo conceito obtido por diversas instituições, não é difícil inferir que nem sempre um curso superior forma um profissional completo. E para suprir eventuais falhas na formação, uma pós-graduação pode ser fundamental. A consultora de RH Sônia Nakabara também acredita que uma boa escolha justifica o investimento de tempo e dinheiro em
“Tenho certeza que hoje nenhum profissional consegue se sentir completo apenas com sua graduação”, relata a jornalista Clara Marinho. “Sempre procurei ficar antenada através de artigos, livros, pesquisas na web, mas a falta do debate no meio acadêmico uma hora pesa. Não procurei uma pós apenas pelo título em si. A troca de experiências e o ambiente são bastante válidos, sem contar que vejo a especialização apenas como o segundo batente de uma escada. E pretendo chegar ao final”, afirma. O consultor de TI, Umberto Rosti, mesmo formado em Administração, optou por melhorar suas competências como tecnólogo alinhando-as à sua capacidade de gestor. Agora pretende voltar às origens. “Estou bem inclinado a fazer uma pós na área de negócios para complementar minhas necessidades”, disse. “Gostaria de fazer outra fora do Brasil, o que para o mercado seria um bom diferencial, mas temos aqui alguns bons cursos. Estou buscando tempo para entrar nessa jornada”. Formada em Psicologia, Nakabara pretendia seguir a carreira clínica quando resolveu optar pela área organizacional e fez uma especialização voltada para marketing de serviços. “Acabei focando minha carreira na área de pós-venda, de relacionamento com o cliente. Eu precisava entender mais essa parte do marketing da empresa, e aí fui buscar essa especialização”, relata. O leque de possibilidades de pós-graduação atualmente é enorme. Administração, inclusive, é um curso privilegiado nesse aspecto. Por conta de sua multidisciplinaridade, possui dezenas de especializações e MBAs que podem ajudar profissionais de diferentes áreas do conhecimento. Basta apenas analisar as oportunidades disponíveis, escolher a do seu interesse e... bons estudos.
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acadêmico | PÓS
Especializaç
TI Com o avanço das tecnologias, surge naturalmente a demanda por serviços ligados a esse mercado. As indústrias de aplicativos e cloud computing, por exemplo, são áreas bem promissoras que estão rendendo ótimos cases em empreendedorismo digital, dada a facilidade em emplacar novas soluções.
Logística e Transportes
Marketing Digital
Administração Financeira
O Brasil é um país continental e sempre vai ser (a não ser que um conflito imperialista ou separatista fragmente o nosso território). Com isso, há uma demanda constante por serviços que vão desde transportes de carga até administração de estoques. O crescimento da economia e de setores como a construção civil representa oportunidades promissoras para essa área.
As ferramentas de comunicação on-line estão se tornando cada vez mais diversificadas, e isso cria um campo vasto de trabalho para profissionais que saibam encontrar os clientes certos utilizando os meios apropriados. O especialista em Marketing Digital também trabalha para elaborar estratégias de acesso a websites e blogs, bem como a articulação nas redes sociais.
Elaborar preços, estimar custos e criar novas estratégias de lucro são algumas das atribuições do especialista em Administração Financeira. Como todas as organizações precisam de estratégias de aumento da receita e dos lucros, o profissional com essa competência sempre terá uma oportunidade à disposição, inclusive em pequenas empresas. Bancários e contadores também constituem o público-alvo dessa especialização.
Pós-graduação, especialização ou MBA?
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Tanto a especialização quanto o Master of Business Administration (MBA – mestre em Administração de Empresas), no Brasil, correspondem ao nível de pós-graduação lato sensu. Ao optar por um curso lato sensu, é importante verificar se a instituição cumpre a carga horária mínima exigida pelo MEC, que é de 360 horas. Ao final do curso, o aluno recebe um certificado, e não um diploma. O Ministério disponibiliza uma ferramenta on-line com a relação de todas as instituições credenciadas (emec.mec.gov.br). Já o nível stricto sensu refere-se aos cursos de mestrado profissional, mestrado acadêmico e doutorado.
ações em alta
Sustentabilidade e Meio ambiente Atualmente, todas as empresas querem ser, ou parecer, sustentáveis. Essa exigência vem de todos os agentes, desde clientes até acionistas. Como o Brasil foi, pela segunda vez, o centro mundial dos debates sobre o meio ambiente e crescimento econômico sustentável, o segmento corporativo não vai ficar alheio às discussões e objetivos traçados na Rio+20. Com isso, especialistas em áreas relacionadas serão visados e valorizados.
Recursos Humanos Pessoas fazem as organizações, não importa qual o ramo de atuação. Um quadro de pessoal bem administrado é o que faz a produtividade e, consequentemente, a lucratividade da empresa aumentarem de forma sustentada. O gestor de RH também orienta o corpo de colaboradores de acordo com os objetivos, a missão, a visão e os valores da companhia. Além disso, ele pode atuar ou administrar consultorias terceirizadas.
Os planos para uma especialização ou MBA devem estar alinhados com o planejamento de carreira do profissional
Comércio Exterior
Hotelaria
A reconfiguração dos mercados globais, o surgimento de novos competidores, como a China, e o declínio das economias outrora desenvolvidas criam o panorama perfeito para a atuação de especialistas nesta área. O profissional de Comércio Exterior trabalha para buscar novas parcerias, fornecedores e mercados, o que exige um conhecimento profundo em outros idiomas e legislações aduaneiras. Estar antenado com a economia, movimentação dos mercados e atualidades também são requisitos importantes.
Além de destino turístico, o Brasil também será sede dos dois maiores eventos esportivos do mundo: a Copa em 2014 e as Olimpíadas em 2016. Os hotéis estão longe de equilibrar a oferta de quartos para o volume esperado de turistas – a cidade do Rio de Janeiro dispõe de apenas 45,4 mil leitos, incluindo albergues e motéis, segundo dados do IBGE. Esse número não pôde suprir as necessidades nem para a Rio+20; foi necessário encorajar a população a ofertar quartos para aluguel. Com esse déficit, há muito trabalho para especialistas em Gestão Hoteleira.
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INSIGHT PRODUTIVIDADE
O lado negro das caixas de e-mail por henry mintzberg e peter todd
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Henry Mintzberg é um dos autores mais produtivos da Administração na atualidade – com 16 livros publicados (quase todos considerados referências na área). Ele é professor na McGill University, cofundador do International Master’s Program in Practicing Management, usado por institutos de ensino em Administração no Canadá, Inglaterra, Índia, China e Brasil, e da empresa de desenvolvimento de gestão CoachingOurselves. www.impm.org www.coachingourselves.com
Peter Todd é professor de Informática, Ciência Cognitiva e Psicologia na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. É pesquisador em tecnologia e desenvolveu modelos de redes neurais da evolução da aprendizagem.
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gestão não é uma ciência nem uma profissão. Você não aprende a administrar em uma sala de aula da mesma forma que começa a aprender medicina e engenharia. E ninguém precisa de um certificado para exercer a gestão. Jack Welch, Andy Grove, Bill Gates e Warren Buffet nunca fizeram uma universidade de Administração (diferente de George W. Bush). A gestão é uma prática dependente de experiência. Ela deve ser aprendida no trabalho, embora possa ser aprimorada através da troca de vivências em uma sala de aula, como fazemos em alguns de nossos programas (como o impm.org, mcgill.ca/ imhl e CoachingOurselves.com). A administração é um trabalho sutil e cheio de nuances, dependente de gestos, tons de voz e comportamentos, não somente palavras. Além disso, as próprias palavras carregam muito mais significado quando partilhadas ao vivo, de maneira interativa. Na nossa experiência, uma conversação de e-mails ou um texto longo não produzem insights de uma maneira tão eficiente quanto discutirmos juntamente ou refletirmos sobre um problema. Quantas ideias criativas você teve respondendo seus e-mails ontem? Isso quer dizer que a estru-
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tura formal da Tecnologia da Informação contemporânea é inútil? Com certeza não. Mas quer dizer que depender muito dela ao invés da interação ao vivo pode ser perigoso. Por exemplo, administradores que acreditem ser capazes de comunicar-se exclusivamente por e-mail, sem pegar um avião ou mesmo simplesmente sair de suas salas, podem ter um grande problema: conhecer os fatos, mas perder o significado. Onde estão aqueles gestos, tons de voz e presença nessas salas? Como você faz uma leitura de uma pessoa?
Quantas ideias criativas você teve respondendo seus e-mails ontem? Administradores que só mantêm contato com o seu teclado estão fora de sintonia com o vasto mundo além de uma tela de LCD desse mecanismo. Como o Facebook e todas as suas “amizades”, redes estendidas podem vir à custa dos relacionamentos sólidos, tão importantes para a administração efetiva. Deve fi-
car claro que as redes não são comunidades verdadeiras (tente chamar os seus amigos do Facebook para ajudar na mudança).
O lado negro da TI: perdendo o controle Existe outro problema com as novas formas de Tecnologia da Informação, possivelmente ainda mais perigoso. Elas podem se encaixar bem com o ritmo rápido, variedade e distração tão prevalecentes no trabalho administrativo, mas podem também agravar esses fatores, levando a administração a um nível ainda mais frenético de atividade. Considere as mensagens de texto e Twitter, com seus 140 caracteres, impondo deliberadamente mais fragmentação. Esses meios acabam dando mais importância a ganhar seguidores do que realizar a verdadeira gestão. Se forem gerenciados de maneira inadequada, isso pode levar a prática ao exagero, fazendo o gestor perder o controle sobre o seu trabalho e o seu propósito. Isso também cria expectativas de uma conexão completa e uma reação exageradamente rápida, geralmente impensada. Os administradores costumavam ficar conectados apenas quando estavam no trabalho, ou quando próximos de um telefone que precisava de uma linha física de alcance limitado. Então vieram os celulares, e depois o Blackberry, e agora o iPhone e iPad. Que alegria é estar sempre conectado! E que terror! O quão rápida, o quão frenética, o quão interrompida e fragmentada pode tornar-se a gestão antes que o administrador se perca? Quando uma reunião é marcada em uma mensagem de texto às 22:30h do domingo para ocorrer às 8:30h da segunda-feira não será um sinal de que o administrador está conectado demais? Quando o seu chefe envia
so de informações etc. O que é pouco considerado é a compulsão de checar mensagens. Ande pela rua e veja várias pessoas lado a lado lendo mensagens de texto, um sujeito com as mãos embaixo da mesa no meio da reunião ou os vários outros sacando seus celulares na saída desse mesmo encontro. Quando foi a última vez que você verificou suas mensagens? Essa compulsão, ou vício, afeta seriamente o modo do trabalho administrativo, aumentando a sua brevidade, fragmentação e variedade, reforçando a propensão natural do administrador de distrair-se. O que explicaria esta inclinação de focar-se nas mensagens recebidas, frequentemente de pouca utilidade, ao invés da tarefa à nossa frente? Algumas das explicações para este problema podem ter uma grande importância no design das tecnologias de comunicação.
uma mensagem às 6:30 da manhã e reclama porque você ainda não respondeu às 7:30, não devemos questionar o problema? Considere essa descoberta razoavelmente comum descrita por Joe Robinson no artigo Alivie o ataque de interrupção por e-mails (em Entrepreneur.com, março de 2010). Enquanto a capacidade de concentração dos funcionários é chicoteada por interrupções, algo perturbador acontece no cérebro: as interrupções desgastam uma área chamada de controle consciente e a sua capacidade de regular atenção.
Em outras palavras, quanto mais você checa suas mensagens, mais sente a necessidade de checá-las, sensação familiar a usuários de Blackberry ou iPhone. De acordo com Winifred Gallager no seu livro Rapt, de 2009, “para realmente aprender algo e lembrar-se disso, você deve manter atenção total no seu objeto”.
Do útil à distração Existem muitos conselhos práticos sobre como gerenciar o envio e o recebimento de processos, como lidar com o exces-
Uma visão cognitiva: checar mensagens requer pouco esforço e pode ser instintivo. Isso pode nos dar um alívio de tarefas que exigem mais esforços cognitivos ou emocionais. Além disso, esse ato pode nos dar a sensação que estamos alcançando algo e prover o sentimento de gratificação imediata que acompanha o finalizar de uma tarefa, mesmo que seja simples. Uma visão social: responder a mensagens assim que elas são recebidas indica aos outros que nós somos atentos a suas necessidades e estamos sempre trabalhando duro. Esperamos receber recompensas por esse bom comportamento. Uma visão de saúde mental: esperar uma resposta pode induzir ansiedade e estresse. Responder a uma mensagem transfere ime-
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diatamente a responsabilidade de nós para a outra pessoa. Isso pode tornar-se um ato reflexivo, manifestando-se como um hábito sensível ou um vício perigoso se não for bem administrado.
Quem está no comando Quantas provas existem de administradores perdendo o controle? Sem uma pesquisa cautelosa, é difícil precisar. Mas as consequências podem já ser enormes, e possivelmente até catastróficas. Por exemplo, será que a recente “crise financeira” dos Estados Unidos pode ser na verdade uma crise de gestão causada pela falta de ligação dos vários gestores das companhias de bancos e seguros com as suas operações? Será que eles sabiam fatos demais, mas pouco sobre o significado desses dados? Em outras palavras, será que eles tinham muita informação sólida, mas poucas necessárias? Seria fácil saber quanto dinheiro era gerado por hipotecas em cada trimestre, mas e a informação sobre quem estava adquirindo essas hipotecas? De que serve conhecer os fragmentos de informação quando você desconhece o todo integrado? Aí jaz o perigo dessas novas tecnologias: fornecendo ao administrador a ilusão da compreensão e do controle, elas podem acabar retirando dele essas mesmas capacidades. Para quantos a administração já não se tornou por demais frenética, desconectada e superficial, afastando-os daquilo necessário para a boa prática da gestão? Como Andrea Batista Schlesinger apontou em A morte do porquê: “Eu temo que a cultura da internet vá contra o desenvolvimento da sabedoria, pois o ruído é muito constante, o ritmo muito rápido, as escolhas imensamente intimidadoras”.
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carreira | funcionário PÚBLICO
as perspectivas do serviço público Conheça as possiblidades do administrador neste campo de atuação e as consequências positivas e negativas que o serviço público causa.
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Administrador Público: múltiplos conhecimentos em prol da coletividade por mayara emmily imagens thinkstock
Confira os vários caminhos que a carreira pública oferece ao profissional de administração.
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arreira pública. Muitas vezes são essas duas palavras que vêm primeiro na cabeça de muita gente quando se pensa em estabilida-
de nos aspectos financeiro e profissional. E como a principal porta para o serviço público se abre por meio de concursos, aumenta cada vez mais a concorrência nessas seleções. Exemplos disso são os recentes processos seletivos realizados pelo INSS (921.136 inscritos), Banco do Brasil (com mais de 700 mil candidatos) e Caixa Econômica Federal (1.086.513 candidatos).
Quem está vivenciando essa situação é Anna Paula Santos, que atua na iniciativa privada. Ela já fez pelo menos cinco concursos públicos e acredita que essa é a melhor opção de carreira. “Para mim, é uma oportunidade de realização profissional e financeira, além de uma maior segurança no futuro”, explica. E no contexto atual de valorização crescente do serviço público, é muito importante conhecer e entender o funcionamento dessa esfera. Nesse sentido, uma carreira que se destaca por possuir um foco específico em assuntos desse ramo - seja governamental ou de outras instituições - é a de administrador público (ou gestor público). Basicamente, o campo de trabalho é uma das características que diferenciam um administrador público de um administrador de empresas. “A atuação da Administração Pública é o que chamamos de espaço público ampliado, envolvendo governo, terceiro setor, ONGs, intersecção entre o público e o privado, entre outros”, explica Fernando Luiz Abrucio, coordenador do curso de Administração Pública da FGV. Além disso, por ter um foco mais voltado ao sistema público, o profissional que opta pela carreira deve possuir um interesse maior
em questões sociais, da comunidade e negócios sustentáveis. “O administrador público tem que possuir uma visão muito complexa do planejamento social e estar alinhado com a causa em questão”, afirma Marcus Ignatti, coordenador dos cursos de graduação em Administração e Ciências Contábeis da ALFA/FADISP.
Perspectivas A carreira pública já se configura como uma tendência no campo profissional dos administradores. Esse fato já foi constatado pela recente Pesquisa nacional sobre o perfil, formação, atuação e oportunidades de trabalho do administrador 2011, realizada pelo Conselho Federal de Administração com mais de 21 mil pessoas ligadas à área. Segundo o levantamento, nos próximos cinco anos, um dos setores mais promissores para a contratação de profissionais será o de Administração Pública direta e indireta. Os resultados são uma prova do crescimento da importância das questões públicas na sociedade, bem como das possibilidades de trabalho desse setor, que precisa de “profissionais com visão econômica e social mais apurada”, afirma o professor Edson Sadao, coordenador do núcleo de empreendedorismo da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP). De acordo com o acadêmico Abrucio, a demanda por administradores públicos vai aumentar também devido ao envelhecimento da força de trabalho no serviço público. “No governo federal , por exemplo, até 2020 haverá quase 50 mil contratações”, completa. Além disso, outro fator que torna a área pública atraente para os profissionais são os salários, que podem chegar a 11 mil reais. Toda essa vertente, de acordo com o professor de Gestão Pública da Unicamp Carlos Etulain, deve reforçar o verdadeiro sentido do gestor, principalmente para quem está ingressando nessa carreira. “Compreender criticamente as situações do mundo contemporâneo é princípio básico da formação desse profissional, pois a visão de mundo integrada ao conhecimento permite encontrar soluções aos desafios sociais e econômicos de interesse público”, afirma. Bom para o profissional, melhor ainda para a sociedade.
/Administrador público Quem é e o que faz Seu campo de trabalho é a esfera pública, que inclui instituições governamentais, ONGs, além de outras organizações.
Áreas de conhecimento A formação do administrador público engloba conhecimentos interdisciplinares de áreas mais ligadas à sociedade. Exemplos: Administração, Ciências Sociais, Direito, Economia, entre outras.
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Remuneração Dependendo da área e do organismo onde atua, seu salário pode atingir aproximadamente 11 mil reais
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preciso que se estimule outra forma de pensar o serviço público, sua cultura, a consciência, a velha lógica penetrada de comodismo. Ou seja, mais do que uma estrutura física (que também precisa de atenção), faz-se necessário um intenso trabalho na formação do servidor público, dando a ele noção da importância da prestação de seus serviços à sociedade. Ou seja, resignificar seu trabalho, valorizar. Como valorizar? Além da formação teórica, moral e cívica mesmo, deveria se encorajar um sistema de promoção mais dinâmico, por meritocracia e não apenas pelo tempo de serviço prestado à instituição. Incentivar, por exemplo, os servidores que inovam, que transgridem expectativas, que são inspirados, colaborativos e têm ideias significativas que afetem, de fato e positivamente, o modus operandi da empresa. Porém, essa é uma realidade distante da que percebo hoje, apesar de desejável. Coloco-me frequentemente a seguinte questão enquanto gestora: a quem recorrer para promover mudanças inevitáveis? Não há lideranças. As chefias são os distantes senhores presidentes dessas enormes instituições a quem só temos acesso se percorrermos aquele longo corredor que enfileira as fotografias amareladas e emolduradas, a fim de revelar o quão resistente ao tempo, incorruptível, confiável e indispensável é a sua empresa. Apresentar um projeto de gestão? De estratégia? De inovação tecnológica? Isso tudo é incrivelmente burocrático e desencorajador. Beira a impossibilidade de execução. Um dos problemas é o questionamento do conformismo. “Para que otimizar, racio22
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O diário de um gestor público Carreira pública na perspectiva de uma servidora. *
por isabela couto
nalizar processos, frequentar cursos de formação, economizar material e implementar ideias inovadoras se o salário está garantido no final de cada mês? Para que atender bem quem procura o serviço público se não há concorrentes?” Ou seja, sempre haverá a clientela mantida. Não há porque conquistá-la com publicidade cara, planejamentos mirabolantes e estratagemas fantásticos. Aliás, é melhor não ter clientes satisfeitos. Há menos trabalho quando eles desistem, vencidos pelo descontentamento. O serviço público não é uma boa pizzaria onde posso escolher entre outras ótimas e no mesmo quarteirão,
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julgando-as pelos tipos de atendimento que me entendo merecedor. A lógica pública é inversa à da privada. Não trabalho para me manter empregada, apenas mantenho-me empregada, com ou sem trabalho. O que motiva um colaborador na esfera privada é a sobrevivência ao mercado, é o ideal de vencer na vida, são os desafios do crescimento profissional e pessoal. No setor público a motivação (se é que isso motiva) é o plano de carreira. Ou seja, espere o tempo passar. Essa é sua promoção: envelheça conosco! Missão patriótica! O servidor deveria ser submetido a alguma instabilidade constante (e não estabilidade eterna) que o incitasse na busca contínua do reequilíbrio. A meritocracia, por exemplo, geraria essa instabilidade e competitividade se fosse empregada sem corporativismo e com responsabilidade. Alguém que alça voos ao seu lado lhe imprime o mesmo desejo. E desejo é uma angústia, uma instabilidade saudável. Motiva, movimenta. Diferente da empresa privada, que conta com a competitividade como variável importante - porque exige dos colaboradores planejamento estratégico, lucratividade e resultados para continuar a existir no mercado - a empresa pública definitivamente não persegue essa coerência. Se a realidade há uma década atrás era de morosidade e ineficiência por carência de estrutura física, na atualidade este problema persiste e ainda é sublinhado por outro fator a ser observado: a escassez de mão de obra interessada em outra realidade que não essa da comodidade e do “deixa como está”.
*Isabela Couto 35 anos - Gestora pública em Minas Gerais
ARTIGO PONTO DE VISTA
O ônus da cultura do funcionalismo público por leandro vieira
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Leandro Vieira é publisher da revista Administradores e escreveu esse texto ainda em 2007, sendo o mesmo replicado intensamente por diversos veículos de comunicação de todo o Brasil.
arece realmente tentador: salário vitalício, benefícios garantidos pelo Estado, estabilidade, carga horária conveniente... Quem nunca desejou passar em um concurso público para dar fim às aflições motivadas pelas incertezas do conturbado cenário econômico-social atual? De fato, milhões de pessoas em todo o Brasil têm se dedicado à exaustiva maratona preparatória para os diversos concursos oferecidos pelo setor público, em todas as suas esferas. Alguns dedicam anos de estudo, investindo não apenas tempo, mas também, dinheiro, muito dinheiro. Tudo bem, cada um sabe onde aperta o sapato e o que é melhor para a sua vida. A grande questão é que o sonho do concurso público tem gerado um prejuízo enorme para o nosso país. A lógica é simples: temos uma boa parcela de nossos talentos buscando vagas em trabalhos que não acrescentam nada ao avanço da nação. A maior parte dos cargos públicos volta-se à operacionalização e manutenção da máquina estatal e nada mais que isso. Não estou menosprezando a grande importância do serviço público em nosso país, e tampouco me refiro aos professores e pesquisadores das nossas instituições públicas, longe disso. A questão é que apenas manter a máquina não gera crescimento econômico. É algo como uma locomotiva funcionando sem sair do lugar. Enquanto se preparam para os concursos, os candidatos deixam de desenvolver as competências e habilidades extremamente necessárias na iniciativa privada. Não acumulam experiência, não fazem contatos, e colocam em seu currículo apenas os cursinhos preparatórios para concursos. Parecem nunca ter o pensamento “e se eu não passar?”. Um dos principais vetores do desenvolvimento econômico e social de um país é a sua capacidade de produzir ciência, tecnologia e inovação. Nesse cenário, surge o empreendedor como uma força positiva no crescimento econômico, fazendo a ponte entre a inovação e o mercado. Vou mais além: o empreendedor é a figura principal desse processo. Apenas pesquisa e desenvolvimento e investimentos em capital físico e humano não causam o crescimento. Essas atividades tomam lugar em resposta
às oportunidades de crescimento, e tais oportunidades são criadas pelos empreendedores. Lembrando Schumpeter, os empreendedores são os impulsionadores do desenvolvimento econômico, os responsáveis pelas mudanças econômicas em qualquer sociedade. O seu papel envolve muito mais do que apenas o aumento de produção e da renda per capita. Trata-se de iniciar e constituir mudanças na estrutura de seus negócios e da própria sociedade. Essas mudanças são acompanhadas pelo crescimento e por maior produção, o que possibilita que mais riqueza seja dividida pelos diversos atores sociais. Entretanto, em nosso país a cultura empreendedora cede lugar, cada vez mais, à cultura do funcionalismo público. Por aqui, empreender é apenas a saída para os menos inteligentes, para os mais necessitados, para aqueles que não têm condições de arrumar um emprego decente ou de passar em um concurso público. Está tudo errado. A carreira acadêmica não atrai os jovens em virtude dos baixos soldos e falta de reconhecimento profissional. O empreendedorismo não os atrai em virtude dos elevados riscos e das enormes dificuldades para se fazer negócios no Brasil. O resultado dessa equação é trágico: empaca-se o avanço da ciência e dos negócios, a oferta de empregos diminui, a economia estagna e mais e mais pessoas passam a almejar um posto nas instituições públicas, alimentando esse círculo vicioso. É fundamental revertermos essa tendência e trabalharmos no sentido de fomentar a cultura empreendedora em nosso país. Quando coloco os verbos reverter e trabalhar na primeira pessoa do plural, quero puxar a responsabilidade para as nossas mãos, cidadãos comuns. Não podemos esperar que o poder público faça a sua parte, pois o Estado faz justamente o contrário: inibe a atividade empreendedora ao elevar a carga tributária e criar empecilhos burocráticos absurdos, buscando sempre financiar os altos gastos do setor público com mais tributos e endividamento. A impressão que passa é de que o Estado é um inimigo da sociedade. Já que não podemos vencê-lo, devemos resistir fortemente à tentação de nos juntarmos a ele.
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Os Vingadores: o que eles têm a nos ensinar? * |
por kênia carvalho
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Talentosos, mas com personalidades completamente diferentes. Os super-heróis da Marvel enfrentam dilemas que podem ser muito bem encontrados em empresas de todo o mundo.
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ualquer um que tenha acompanhado minimamente o grande sucesso de Os
Vingadores (The Avengers) percebe claramente a formação de uma equipe que tem todas as qualidades para
obter sucesso, mas que, como grande parte das equipes, caminha em direção contrária a ele. Isso porque normalmente – e até naturalmente, quando temos um grupo de pessoas com características variadas, temos também um grupo com objetivos diferentes e que se motivam de maneiras diferentes. No grupo em questão temos pessoas com excelentes níveis de instrução, treinamento e algumas que vão bem além disso - com super poderes de precisão sobre-humana. Como essa discussão se baseia em uma ficção, pensemos apenas no que podemos absorver de “real” de cada personagem. Inicialmente temos no Gavião Arqueiro e na Viúva Negra a face mais humana desta equipe extraordinária. Mesmo sem nenhum super poder eles fazem de suas habilidades grandes armas. Temos neles, entre outros, a persuasão, a sagacidade, a precisão e a eficiência que, por serem competências humanas, são possíveis de serem aprendidas e melhoradas. Essa é a prova de que todo indivíduo deve e pode se fazer importante, buscando compensar suas fragilidades com o aperfeiçoamento de seus talentos. O Hulk, por incrível que pareça, é a representação de algo muito comum. Indivíduos que aparentemente são de difícil convivência ou de natureza arredia, com a motivação certa, podem se revelar a grande força de resultado. Bem orientados, eles trazem para dentro do projeto todo seu conhecimento e disposição e tornam palpáveis
o cumprimento de várias etapas do trabalho. O Homem de Ferro é a motivação. É aquele que faz as coisas andarem. Claro que o planejamento é necessário, mas às vezes gastamos tanto tempo no projeto que quando vamos implantá-lo, ele já está ultrapassado. Um pouco de impetuosidade dá energia e ela se faz necessária para que a equipe não se acovarde diante do novo. Isso também exercita o raciocínio e faz com que o grupo tenha respostas mais rápidas diante dos desafios. Como nas maratonas, alguém precisa determinar o ritmo. Thor, o semideus, em suas próprias palavras se declara intocável. É comum encontrarmos alguém assim nos grupos. Porém, destoando do habitual, Thor não é deslumbrado. Ele sabe de seu poder e exatamente por isso sabe que não precisa subjugar os mais frágeis. Sendo o “intocável”, ele demonstra humildade, pois sabe ouvir, sabe lutar ao lado dos demais e sabe compartilhar. E enfim o Capitão América. O líder nato. Uma grande representação de liderança. Mesmo em uma equipe repleta de poderosos e gênios, a liderança que poderia ser disputada, foi natu-
ralmente concedida a ele e reconhecida pelos demais. Eles confiam na estratégia do Capitão América, pois sabem que ele foi treinado para isso e o capitão corresponde transmitindo segurança nos momentos de maior turbulência. Ele pode não ter o maior conhecimento e algumas vezes pode parecer antiquado, mas o tempo todo ele mantém o otimismo e a confiança em sua equipe e assim consegue extrair o melhor de cada um. E ser líder nada mais é que isso: fazer sua equipe acreditar. E assim, quando cada um reconhece a qualidade do outro, automaticamente percebe que a equipe só poderá funcionar se as individualidades forem deixadas em segundo plano. Mesmo que a motivação seja - e sempre será - diferente para cada um, o objetivo deve ser comum. Alguns vilões, a exemplo de Loki, podem ser mais difíceis de ser derrotados, pois eles perturbam nosso emocional e nos levam ao extremo de nossas possibilidades. Mas se houver sinergia entre o grupo, dificilmente haverá metas inatingíveis e as características individuais, que a princípio parecem elementos que não combinam, se tornam peças chave de uma equipe completa e de sucesso.
Um grande negócio
Você sabia?
Não é apenas o perfil dos super-heróis que está remetido ao mundo empresarial. A própria estratégia de divulgação dos Vingadores e de fortalecimento da marca é uma verdadeira aula de marketing. Muitos brindes e produtos licenciados como camisas, bonés, brinquedos, pendrives, equipamentos eletrônicos, entre outros, estão fazendo a cabeça (e o bolso) dos fãs do mundo inteiro pirarem. Com uma elaborada campanha na internet e fora dela, incentivando a divulgação boca-a-boca, o faturamento da Marvel já alcançou cifras bilionárias, sendo um dos blockbusters mais bem sucedidos da história.
A primeira aparição dos Vingadores foi nos quadrinhos em setembro de 1963. A equipe que reúne os “heróis mais poderosos da Terra” foi criada pela Marvel como uma resposta à Liga da Justiça, cuja revista traz os principais heróis da DC Comics (Superman, Batman, Mulher Maravilha, Lanterna Verde). A disputa entre as duas editoras americanas de história em quadrinhos continua até hoje, expandindo-se para as telas do cinema e também para os jogos.
*Kenia Carvalho é graduada em Administração e atualmente trabalha no ramo do comércio no setor financeiro/fiscal em Sete Lagoas - MG.
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carreira | BONIFICAÇÃO
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asta você ir a qualquer rede
fast food ou em um grande
supermercado que a foto de um funcionário sorridente estará estampada na parede do local. Os dizeres escritos em letras garrafais não deixam dúvida: ele foi eleito o funcionário do mês.
A estratégia de eleger e premiar um modelo a ser seguido pelo restante da empresa – o exemplo inspirador – é uma ação frequente. Se não é em formato de retrato, muitos utilizam comissões de vendas, pagam cursos completos de aperfeiçoamento, viagens no final do ano, premiam com eletroeletrônicos e até onde a criatividade dos gestores permitir. O objetivo, inclusive, é bastante claro para todos: motivar e estimular os colaboradores dentro da empresa. “Essas são ações que demonstram o reconhecimento no trabalho”, afirma Enio Klein, gerente geral das operações de vendas da SalesWays no Brasil e professor de vendas da Business School São Paulo. E quem está acostumado a ganhar bonificações não tem o que reclamar. Eduardo Leite, que trabalha no setor de vendas em uma grande concessionária, é o famoso “papa prêmio” da empresa. “Para mim é ótimo. Já ganhei uma boa quantia financeira, conheci diversos lugares do Brasil e até fiz uma viagem internacional com as bonificações obtidas através de resultados alcançados. Acredito que isso me motiva ainda mais 26
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funcionário do mês por fábio bandeira de mello
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Descubra até que ponto ter um retrato pregado na parede ou receber algum tipo de bonificação da empresa pode ajudar ou atrapalhar os profissionais no trabalho.
a manter o trabalho em alto nível”, afirma o vendedor.
A questão não é o dinheiro Claro que ganhar um extra no final do mês não é nada mal. Mas o retorno financeiro, há tempos, não é o fator que mais influencia na motivação de um profissional. De acordo com a Pesquisa dos executivos, junho/julho 2012
realizada pela Catho Online com mais de 46 mil trabalhadores que ocupam cargos de médio a alto comando, os fatores que mais motivam os profissionais em suas carreiras são o bom relacionamento com as pessoas do trabalho, reconhecimento como bom profissional e atuar na área que gosta. O item enriquecer acúmulos de dinheiro e bens ficou apenas
na 12ª posição da lista. Para Celso Bazzola, diretor da Bazz Estratégia e Operação de RH, a motivação está cada vez mais conectada aos anseios, desejos, sonhos e objetivos do profissional. “Motivar está diretamente interligado ao conjunto de fatores que levam o funcionário a se sentir parte do grupo, como o ambiente de trabalho, formas de liderança, pacotes de benefícios, desenvolvimento profissional e remuneração variável”, afirma. Por isso, para o especialista, quando se trata de bonificação, “ela precisa estar atrelada às conquistas ou resultados, e não simplesmente ao prêmio”. Uma estratégia que está sendo usada em diversas empresas antes de dar qualquer bonificação é conhecer melhor seu funcionário e saber suas ambições. A partir daí, tentar alinhar os anseios dos empregados à estratégia e à necessidade da empresa. Quem começou um programa de bonificação assim foi a Vault, especializada em sistemas de segurança. Há um ano os funcionários que mais se destacam ganham bolsa parcial de estudos em faculdades, curso de idiomas ou bônus em dinheiro, de acordo com os seus interesses. “Houve um aumento considerável no nível de satisfação e, consequentemente, de produtividade”, destaca o satisfeito diretor Cristiano Vargas.
Quando a bonificação vira um “tiro no pé” A empresa tem a responsabilidade direta no processo motivacional de seus colaboradores, principalmente ao lançar iniciativas e planos
Fatores que mais motivam na carreira
1º
2º
3º
4º
5º
Ter um bom relacionamento com as pessoas com quem trabalha
Ser reconhecido com um bom profissional
Fazer o que gosta
Trabalhar com pessoas que admira e respeita
Ter desafios constantes
6º
7º
8º
9º
10º
Ter liberdade/ autonomia de ação
Ter voz ativa junto ao chefe
Possibilidade de crescimento na empresa
Ter flexibilidade no horário
Possibilidade de coordenar/ gerenciar pessoas Fonte: Catho online
de bonificação. Isso porque a criação de um status “funcionário do mês” pode gerar uma concorrência acerbada entre os empregados e, em alguns casos, atrapalhar a organização. “Se este status for apresentado sem critérios claros, inevitavelmente haverá disputas internas, o que atrapalhará os resultados finais”, afirma Celso Bazzola. Para o gestor, “o grande cuidado que as empresas devem tomar é na definição clara de todas as condições necessárias para se alcançar este êxito. A inclusão de indicadores de avaliação poderão ajudar nesse gerenciamento”. Pode até acontecer de causar insatisfação e inveja dentro da empresa. Fernanda, que preferiu que não fosse divulgado seu sobrenome, diz que já foi perseguida pelo seu bom desempenho no local em que trabalhava. “Já notei algumas pessoas olhando de cara feia para mim e até escutei nos bastidores cochichos como ‘essa é a queridinha do chefe, ele dá
todas as premiações para ela”, conta a gerente de marketing. Para ela, “não são todos, mas infelizmente há alguns que não sabem reconhecer a dedicação e o empenho de um colega de trabalho”.
Missão impossível Outro efeito colateral que pode estar relacionado à bonificação é o de atingir metas e resultados agressivos
contrário de motivar, criam desconfiança e desconforto. Muitas vezes acabam por gerar trapaças”, ressalta Enio Klein. E há casos extremos desse efeito. Um dos mais emblemáticos do mundo corporativo foi na empresa Enron. A companhia de energia estadunidense – que empregava 21 mil funcionários e atingia faturamento de $101 bilhões de dólares por ano
O retorno financeiro, há tempos, não é o fator que mais influencia na motivação demais. Algumas empresas colocam um patamar tão alto que desenvolve efeitos inversos na motivação dos profissionais. “O problema que encontramos em muitas empresas, principalmente nas áreas de vendas, é a pressão exagerada por crescimento, levando a metas que, ao
– estimulava a competição ao extremo. Isso resultou em fraudes e falsificação de resultados, o que ocasionou sua falência no ano de 2001. Para evitar consequências desse porte, Enio ressalta que não há tanto mistério: “o desafio é estabelecer métricas factíveis. Somente metas junho/julho 2012
possíveis de serem atingidas motivam. Aquelas agressivas a ponto de serem questionáveis causam efeito contrário, desmotivam e frustram profundamente”, destaca o gerente geral da SalesWays e professor da Business School. A fórmula de transformar a bonificação em vilão ou herói está muito alinhada às diretrizes da empresa, mas conta diretamente com a interferência dos funcionários. Afinal, estimulada de forma correta, pode ser uma das principais ferramentas das organizações e dos profissionais atingirem bons resultados. Que todos desejam seguir o caminho positivo e da prosperidade ninguém duvida, resta saber se a sua empresa ou aquela em que atua está realmente nesse rumo da motivação e de reconhecer o bom desempenho ou, simplesmente, adotou uma estratégia tão agressiva para conseguir mais lucros que as consequências se tornaram imprevisíveis.
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ADMINISTRAçÃO | PERFIL
Quem são os administradores do Brasil? Estudo realizado pelo CFA mostra perfil dos profissionais de Administração no Brasil. por simão mairins
O
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A pesquisa Foram ouvidas, ao todo, 21.110 pessoas em todo o país. Responderam administradores, professores, coordenadores de cursos de Administração e empresários.
Conselho Federal de Administração (CFA) divulgou em maio os resultados da Pesquisa nacional
sobre o perfil, formação, atuação
e oportunidades de trabalho do administrador
58%
2011. O levantamento traça um panorama geral da profissão no Brasil e revela dados importantes sobre assuntos como formação, gênero e remuneração. De acordo com o estudo, a maioria dos
atuam em grandes companhias privadas
Oportunidades A pesquisa ouviu também empresários e quis saber deles as áreas mais promissoras para administradores. Segundo o estudo, nos próximos cinco anos, serão os ramos de serviços, administração pública direta e indireta e indústria. “Na fase da pesquisa qualitativa ficou claro, ainda, que existem oportunidades de trabalho para o administrador como consultor nas micro e pequenas empresas”, destaca Sebastião Luiz de Mello, presidente do CFA.
administradores brasileiros é formada por homens (65%), com salários entre 3 a 10 mínimos (43,37%) e empregados em grandes companhias privadas (58%). A pesquisa revela ainda que a maior parte concluiu a graduação em instituições de ensino particulares (84,18%). Cerca de 85% dos profissionais entrevistados atuam nas áreas de serviços em geral, indústria, comércio varejista, consultoria empresarial, instituições financeiras e serviços hospitalares e de saúde. Assim, como no levantamento
Conselho Mulheres Os homens ainda são maioria entre os administradores, mas as mulheres vêm conquistando cada vez mais espaço. No primeiro levantamento, em 1998, elas eram apenas 21%. Em 2011, já passaram a responder por 35% do total.
anterior, o setor de serviços continua sendo o maior empregador, seguido da indústria. 11% dos graduados estão fora do mercado. A região que paga melhor é a Sudeste, onde há o maior número de profissionais com salários
35%
acima de 30 mínimos (7% do total na região). No lado oposto, o Nordeste tem o maior percentual de administradores ganhando menos que três (29% do total na região).
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junho/julho 2012
Porcentagem feminina entre os administradores
O sistema CFA/CRAs anunciou que, com os resultados em mãos, vai traçar metas de curto, médio e longo prazo, com o intuito de promover melhorias para a carreira de administrador. “É nossa missão propor iniciativas coerentes com a realidade, mas antecipando o futuro, já que a expansão dos mercados mundiais é um desafio e, para estar preparado para as mudanças, precisamos pensar em diretrizes de desenvolvimento destinadas aos profissionais de Administração”, diz Sebastião Mello, ressaltando que a pesquisa também servirá de guia para gestores públicos e privados, professores e profissionais de Administração que desejarem fazer a diferença.
marketing | RELAÇÃO
Não existe modelo único no marketing de relacionamento .
por lluís g renart cava
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A satisfação e a fidelidade do cliente passam por uma gama de fatores que devem ser continuamente trabalhados e intensificados.
N
os últimos anos, o foco do marketing vem mudando do “transacional” para o “de relacionamento”. De acordo com esta nova abordagem, a meta do marketing é estabelecer, manter e melhorar relacionamentos lucrativos com clientes e outros associados, de forma a alcançar os objetivos de todas as partes envolvidas. Apesar de o marketing de relacionamento parecer interessante e atraente, quando se trata de colocá-lo em prática muitas empresas encontram dificuldades e até mesmo o fracasso. Tratei do assunto de forma mais ampla em um artigo recente, Marketing relacional: café para todos?, no qual discuti se o conceito e a prática do marketing de relacionamento são apropriados a todos os tipos de negócios. Existem princípios que orientam o marketing de relacionamento com o cliente: reunir informações, investir nos melhores associados, personalizar a comunicação, interagir sistematicamente, integrá-lo envolvendo-o em todo o processo de criação de valor do produto e tentar criar um relacionamento único com cada um dos clientes. As empresas devem, em primeiro lugar, considerar a complexidade de colocar em prática cada passo, a fim de decidir se o lançamento do processo do marketing de relacionamento é interessante para elas. O processo é dividido em oito etapas:
2 1 Identificar o universo de clientes que podem ser alvo da estratégia do marketing de relacionamento
8 Abrir oportunidades para a criação de uma comunidade de usuários. Algumas empresas obtêm sucesso na criação de clubes de usuários, membros ou fãs, o que constrói fortes relacionamentos entre o cliente, a empresa e seus produtos/serviços. As comunidades de usuários trazem para a empresa os benefícios da maior lealdade do cliente e de menores custos de comunicação.
4
Informar e atrair, transmitindo dados sobre a empresa e seus produtos/serviços avaliando o grau de atratividade
3
Servir o cliente
Vender, pois um cliente em potencial identificado e informado se transforma em um cliente real
7 Desenvolver o relacionamento com o cliente leal e conseguir um aumento na frequência das compras e no volume dos produtos/serviços adquiridos, seja na aquisição de outros produtos/ serviços da empresa, de produtos com margens maiores ou maior valor agregado ou na obtenção de prazos mais curtos para a substituição (no caso de produtos de investimento ou bens duráveis)
6 Criar a lealdade, transformando clientes satisfeitos em clientes fiéis
Junho/Julho 2012
5 Satisfazer a necessidade ou ultrapassar as expectativas do comprador com relação ao produto ou serviço adquirido
Lluís G. Renart é professor assistente de Marketing da Escola de Negócios IESE Business School, eleita uma entre as dez melhores escolas de negócios do mundo. www.ieseinsight.com
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contraponto | TROCA DE IDEIAS
Debate .
Existe um único perfil de liderança? .
por dr preston bottger e dr maury peiperl
Dois profissionais da mesma instituição e duas teses diferentes sobre o mesmo tema. Confira o que dois professores do IMD acham sobre o perfil ou os perfis dos profissionais líderes.
“Eles podem alternar de uma forma de pensar analítica para uma criativa, política, pragmática ou idealista, enquanto os demais ficam presos a um só modo.”
SIM
Dr. Preston Bottger é professor de liderança no IMD, onde leciona nos programas Executive Development e Orchestrating Winning Performance.
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E
m seu livro O príncipe, o italiano Niccolò Machiavelli identificou três tipos de inteligência: quando alguém entende as coisas por conta própria – o que é excelente; quando alguém entende aquilo que os outros lhe explicam – o que é bom; e quando alguém não entende nem por si só, nem através dos outros – o que é inútil para a liderança. Com o passar de séculos de educação pública, penso que essa categorização não mudou! Os verdadeiros líderes compartilham de uma fome pela responsabilidade. São capazes de atrair, organizar e empolgar as pessoas para cumprir sua missão primária, a criação de riqueza. Eles têm o fôlego e a resistência para lidar com duras críticas e enxergam o potencial de crescimento e os riscos de uma situação. São assertivos e sensíveis a diferentes pontos de vista. Podem pensar analiticamente, assim como de forma criativa, política, pragmática ou idealista, enquanto outras pessoas conseguem pensar apenas por uma via. Por fim, são pessoas dispostas a investir tempo e esforços e, por vezes, sacrificam algo – uma paixão, por exemplo – para atingirem seu objetivo. Isso é algo inerente ou aprendido? Os dois, claro – mas acredito que algumas pessoas são melhores nisso do que outras. A psicologia infantil identificou características diferentes em bebês. Uma delas é a energia física pura. Outra é a capacidade de acalmá-los quando estão nervosos. As pesquisas indicam que é provável que um bebê com energia física elevada se torne um adulto com a mesma energia, e um bebê que é fácil de pacificar provavelmente se tornará um
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adulto mais calmo. E isso é exatamente o que um líder precisa! Em minhas aulas, vejo grandes diferenças entre os participantes em suas capacidades para diagnosticar o que está ao seu alcance. Alguns são muito mais flexíveis, outros muito mais rígidos. Um verdadeiro líder é capaz de olhar para uma situação a partir de ângulos diferentes e gerar novas perspectivas. Ele pode se desprender de uma influência passada, o que significa suspender seu julgamento entre o que acha bom ou ruim, certo ou errado, adequado ou inadequado; e uma vez que tenha entendido a situação, ele assume uma posição forte. Um verdadeiro líder também tem de ser muito bom em identificar as preocupações dos outros, e falar de modo que passe a impressão de que ele tem as respostas que procuram. Carisma ajuda, é claro – é verbalmente atraente, chama a atenção das pessoas. Mas a liderança nem sempre se trata de cooperação, e sim, vamos admitir, de competição. Muitos não conseguem realmente assumir um alto grau de responsabilidade, pois sempre buscam afeto. Querem que o mundo e que os outros sejam perfeitos e se tornam amargos diante da realidade, porque ela não é perfeita. Essa amargura impede a ascensão de muitas pessoas talentosas, que pensam: “a vida é muito dura. Vou só beber cerveja e assistir TV”. Agora, os verdadeiros líderes arregaçam as mangas, assumem a responsabilidade e fazem o possível para espalhar o entusiasmo, ao mesmo tempo em que mantêm os pés no chão. Eu lhes chamo de “guerreiros felizes”, e acredito que precisamos de mais deles em nosso mundo conturbado.
Existe um único perfil de liderança?
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m bom líder é alguém que possibilita aos outros o bom desempenho e a aprendizagem. Portanto, rejeito o conceito de que há um único perfil de liderança. Há muitos perfis possíveis para um bom líder, assim como existem muitos perfis possíveis para um mau líder. Depende dos objetivos que se deseja realizar e, especialmente, da situação. Por exemplo, um líder de fábrica, um gerente financeiro e um diretor global de vendas podem não compartilhar dos mesmos atributos e habilidades, mas ainda assim podem ser bons líderes em seus respectivos campos. Em outras palavras, você não nasce um bom líder, você se torna um. A maioria dos comportamentos que fazem a diferença na liderança podem ser aprendidos. A inteligência emocional é fundamental. Este conceito engloba a capacidade de entender as motivações e capacidades dos outros. Ninguém nasce com essa habilidade – requer tempo, empatia, abertura, humildade e feedback. Mesmo os líderes mais bem-sucedidos continuam a se perguntar: “o que eu não sei? O que eu preciso aprender?”. Isso os torna líderes e pessoas melhores, e certamente mais humildes – algo que até mesmo as culturas ocidentais estão finalmente aceitando como sendo de suma importância para criar credibilidade e conexão. Ninguém quer ser liderado por alguém que pensa que sabe tudo. É verdade que muito da nossa personalidade é herdada geneticamente. De acordo com alguns estudos, cerca de 60% – muito mais do que as pessoas pensam. Mas o que realmente importa é como você desenvol-
NÃO
ve essas tendências naturais. E, primordialmente, como você se comporta em situações específicas. Através de pesquisas, sabemos que as pessoas prestam muita atenção às características dos indivíduos e não às situações em que se encontram, tendendo a culpar uma determinada pessoa quando outra, na mesma situação, provavelmente se comportaria da mesma maneira. Isso é chamado na psicologia social de o “erro fundamental de atribuição”. Por exemplo, foi o CEO da BP a causa do vazamento de petróleo do Deepwater Horizon? De forma imediata, ele não era culpado. As pessoas criticaram muito seu estilo gerencial, mas apenas uma minoria relacionou o problema à cultura da empresa (que existia muito antes de sua nomeação ao cargo), à regulação frouxa, aos empreiteiros irresponsáveis, ou mesmo ao azar (não que o resultado fosse perdoável!). Não aproveitamos a oportunidade de entender a liderança contextualmente quando focamos apenas nos indivíduos. Alguns dos melhores líderes são as pessoas que se encontram no meio da estrutura e que ajudam os outros a obter sucesso. Elas não necessariamente almejam atingir o topo (para mim, isso não é liderança, é apenas competição). Em vez disso, visam formar outros líderes. Isso tem muito pouco a ver com carisma – muito pelo contrário, na verdade. Com carisma, as pessoas podem admirá-lo mais, mas o que podem não entender é que sua liderança tem mais a ver com o que realizam, e não com o quanto gostam de você. Como se pode trabalhar para se tornar um líder melhor? Praticar a empatia é um caminho. Às vezes, fazemos exercícios no IMD onde juntamos duas pessoas que mal
Dr. Maury Peiperl, Ph.D, é professor de Leadership and Strategic Change no IMD. Ele é o coautor do texto líder de mercado “Managing Change: Cases and Concepts”, e é um blogueiro expert para a revista Fast Company.
“Você não nasce um bom líder, você se torna um. A maioria dos comportamentos que fazem a diferença na liderança podem ser aprendidos. A inteligência emocional é fundamental.”
se conhecem. Cada um tem que descobrir o que motiva o outro, e a resposta raramente é a mesma para ambos. Ter alguém como modelo também é importante, não somente por seu status (geralmente alto), mas porque nos apresentam um atalho: em vez de ter que aprender tudo sozinho, você pode imitar os “outros” bem sucedidos e assim evita cometer os mesmos erros. Ainda assim, uma boa maneira de melhorar é realmente fracassar, para aprender e para tentar novamente. Se você for humilde e flexível o suficiente, encontrará o caminho definitivo para o sucesso.
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PESQUISE
PEI, BUF! Como definir o público-alvo para sua empresa? por simão mairins
Q
uando se pensa em abrir um negócio, há uma série de fatores que precisam ser considerados para que o empreendimento saia do papel e consiga sucesso. Levantamento de
capital inicial, definição do produto e planejamento
É importante conhecer muito bem o mercado que se pretende atingir. Quanto mais detalhes, melhor. É uma região de imóveis residenciais ou comerciais? Existem mais edifícios ou casas? Os prédios são novos ou antigos? Ali moram mais pessoas solteiras ou casadas? Qual a faixa etária predominante? Qual a faixa de renda? Agora, claro, cuidado para não perder tempo com o que não fará diferença para sua estratégia.
Organize a oferta Público majoritário definido, agora é só preparar sua oferta de modo que atenda o máximo possível de necessidades dele. “Digamos que ao montar uma farmácia em um local de muitos prédios residenciais novos, o perfil predominante dos moradores seja de recém-casados, faixa etária entre 25 e 35 anos, com filhos pequenos. Assim, talvez seja razoável deduzir que, ao incrementá-la com produtos como fraldas e de higiene pessoal, poderá gerar maior atração junto aos moradores”, exemplifica Tamanaha.
financeiro são alguns exemplos. Nesse conjunto, entretanto, poucos são tão determinantes quanto um: a definição do público-alvo. Dependendo do tipo de negócio que se pretende implementar, pode ser importante identificar desde a faixa etária e o nível de renda dos possíveis clientes até o estado civil e se têm filhos (e quantos, claro!). Com as informações em mãos, o próximo passo é delimitar a parcela desse grande público para a qual valerá a pena dedicar as maiores atenções. “É melhor falar bem com os vizinhos do que mais ou menos com todas as pessoas do bairro”, destaca o professor Paulo Tamanaha, autor do livro Planejamento de mídia:
teoria e experiência. “O lançamento de um negócio sem um prévio entendimento de quem será o seu público principal faz com que o empreendedor assuma riscos que podem afetar de forma bastante negativa seu negócio”, complementa André Banchi Alves, da Cauduro Associados, empresa especializada em branding e design.
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Defina uma estratégia de comunicação
DICAS Delimite seu público majoritário Agora você já sabe quem é quem no mercado em que pretende atuar. Mas vá com calma e não saia atirando para todos os lados. Afinal de contas, quem tenta agradar a todos não agrada a ninguém. Delimite um grupo específico no qual valerá a pena focar seus principais esforços, cruzando informações e identificando o que será mais vantajoso para seu negócio.
Evite confundir gosto pessoal e gosto dos clientes
Muito profissionalismo nessa hora. Quando for definir os produtos, a arquitetura do ponto de venda, a decoração, a abordagem dos clientes, coloque-se no outro lado do balcão. “Evite achar que o que é bom para você é bom pra todo mundo. Essa é uma atitude que deve ser abandonada imediatamente, a não ser que o perfil do público seja totalmente idêntico ao seu”, afirma Tamanaha.
Aqui, tudo depende do tipo de negócio e do público a que se pretende chegar. Procure identificar os principais canais através dos quais será possível chegar a seus clientes e defina ações para eles, levando em conta o grau de retorno de cada um e os custos. “Uma loja de bairro, por exemplo, pode utilizar canais específicos da região onde está localizada, como jornais de bairro, mala direta nos edifícios, e-mail marketing, panfletagem etc.”, explica André Banchi.
Escute e observe
“Aproveite todos os contatos que tiver com seu cliente para ouvir e compreender quais são suas reais necessidades. Além disso, pergunte o que poderia melhorar no seu negócio. Depois, observe o comportamento de compra. Pequenos gestos podem indicar onde você precisa fazer ajustes na sua operação”, explica André.
COMEÇANDO A VIAGEM Superada a fase abstrata, é o momento de pôr a mão na massa. O Código Civil prevê a obrigatoriedade de um contador para acompanhar o empreendedor na obtenção do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o processo pode envolver até 12 órgãos das três esferas administrativas e 43 documentos (veja os documentos em adm.to/documentos).
MAR DO PLANEJAMENTO
EBER FREITAS
THIAGO CASTOR
PLANEJAMENTO
SER EMPREENDEDOR é o sonho de boa parte dos brasileiros. O crescimento econômico, acompanhado das boas oportunidades, certamente deixa o terreno fértil para a abertura de novas empresas. Mas a burocracia, a bagunça da estrutura administrativa e o alto custo decorrente desses fatores atrapalham a vida de qualquer trirreme aventureira. Para abrir um negócio formal, um empreendedor iniciante deve encarar uma aventura homérica e tomar cuidado para não se perder no mar do planejamento, ser despistado no arquipélago da burocracia e não se deixar seduzir pelo estreito da informalidade: você não vai querer passar anos em uma jornada que pode durar alguns árduos meses. Portanto se amarre no mastro, cera nos ouvidos e siga o caminho.
O QUE VOCÊ QUER? É a etapa mais óbvia, mas que deve ser definida com precisão para seguir adiante. Que tipo de empresa eu quero abrir? Qual o ramo de atuação? Quais são as minhas metas e objetivos nessa empreitada? Tudo isso terá implicações na hora de formalizar. INFORME-SE Se quiser entrar no mundo dos negócios, é melhor se habituar com o fato de que informações são estratégicas e podem representar a diferença entre o crescimento e a falência. Comece reunindo dados como: quem são os seus possíveis concorrentes; qual o seu público-alvo, as suas necessidades, anseios e comportamentos; quais os melhores fornecedores etc. Em resumo, faça uma breve pesquisa de mercado.
EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
CIDADÃOS ENTRE 18 E 64 ANOS DE IDADE ENVOLVIDOS EM ATIVIDADES EMPREENDEDORAS
17,5%
21,1 MILHÕES DE PESSOAS
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INFORME-SE
PREPARANDO A BAGAGEM
PARA CADA EMPREENDEDOR POR NECESSIDADE HÁ EM MÉDIA 2 POR OPORTUNIDADE
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O QUE VOCÊ QUER?
PLANEJAMENTO Papel e lápis na mão, agora é hora de detalhar as coisas: é necessário pelo menos um plano de negócios, mas planejamentos de vendas, marketing e finanças podem ser bem úteis e, baseado neles, o empresário pode obter melhores resultados mais rapidamente.
MOTIVAÇÕES
SUA ODISSEIA COMEÇA AQUI
43% 35,2% 18,5% 3,3%
INDEPENDÊNCIA PROFISSIONAL AUMENTO DA RENDA MANUTENÇÃO DA RENDA OUTROS MOTIVOS
O LOCAL
REGISTRO
O primeiro desafio é decidir a localização da empresa, que deve estar em conformidade com as leis e exigências municipais, o que pode variar de negócio para negócio. A solicitação deve ser feita à prefeitura municipal, que vai analisar a compatibilidade entre o local e a atividade a ser exercida (zoneamento).
CNPJ O documento deve ser obtido na Receita Federal (na maioria dos estados, isso pode ser feito pela internet) ou por meio da própria Junta Comercial.
Na maioria dos casos, sobretudo em empresas do comércio e indústria, deve ser feito o registro do contrato social na Junta Comercial do estado (a redação deve ser feita e assinada por um advogado). O procedimento é necessário para obter o Número de Inscrição no Registro de Empresas (NIRE). É aqui que será escolhido o nome da empresa.
ALVARÁ DO CORPO DE BOMBEIROS O empresário deverá apresentar todos os documentos pessoais e da empresa ao Corpo de Bombeiros do estado e preencher um formulário emitido pelo próprio órgão.
ALVARÁ DA PREFEITURA
SECRETARIA DA FAZENDA
Repita exatamente o mesmo processo anterior, com os mesmos documentos (incluindo, claro, o alvará do Corpo de Bombeiros) junto à prefeitura.
Se a empresa atua no ramo do comércio ou indústria, deve se cadastrar na secretaria estadual para contribuir com o ICMS. Se for prestadora de serviços, o cadastro deve ser feito no município (ISS). Se exercer mais de uma atividade simultaneamente, deve se inscrever em ambas as instâncias. CARTÓRIO Entre uma etapa e outra, é preciso dar algumas viagens ao cartório para fazer as autenticações, o que representa mais custos e mais dor de cabeça.
IN EST FO RE RM ITO AL D ID A AD E
ARQUIPÉLAGO DA BUROCRACIA
CUSTOS
CANSOU? A partir de agora você é dono de uma empresa formal, mas isso não é nada além do começo. Depois vem mais burocracia com a contratação de funcionários com carteira assinada ou terceirização da mão de obra. Mas isso já é outra odisseia.
O custo total depende do ramo de atuação e do estado onde a empresa será aberta. Porém, o custo médio, segundo a Firjan, é de R$ 2.038. O estado mais caro é Sergipe (R$ 3.597), enquanto o mais barato para abrir uma empresa é a Paraíba (R$ 963). Desses valores, 60% em média corresponde apenas ao visto do advogado e à obtenção do alvará junto ao Corpo de Bombeiros.
ARQUIPÉLAGO DA BUROCRACIA
3.597 2.811
PREFEITURA 2.038
JUNTA COMERCIAL 1.711 RECEITA FEDERAL CORPO DE BOMBEIROS
PB
SP
BRASIL
RJ
SE
963
SECRETARIA DA FAZENDA
CUSTO MÉDIO EM R$ PARA ABRIR UMA EMPRESA
CARTÓRIO Dependendo do tipo de empresa, também deve ser requisitado o alvará da Vigilância Sanitária e/ou do Ibama ou de algum órgão estadual que providencie o licenciamento ambiental. IBAMA
VIGILÂNCIA SANITÁRIA
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negócios | MERCADO RELIGIOSO
Showbusiness religioso: o espetacular mercado da fé por simão mairins
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CDs, DVDs, livros, shows, programas de TV e até um site de namoro segmentados para o público religioso integram esse segmento bilionário da economia brasileira.
O
panorama religioso do Brasil vem passando por um lento, porém profundo, processo de transformação. De um lado, as igrejas protestantes – principalmente as neopentecostais – têm ganhado bastante espaço,
mais que triplicando o número de fiéis nos últimos 30 anos. Ao mesmo tempo, o percentual de católicos tem caído, de acordo com o IBGE, passando de 90% no começo dos anos 1980 para menos de 70% atualmente, reduzindo consideravelmente uma hegemonia de séculos. Nesse campo, como em qualquer área onde o poder de influência está em jogo, a disputa por seguidores tem sido cada vez mais acirrada. Demarca-se, então, um período fortemente caracterizado pela midiatização e, consequentemente, pelo consumo em torno da fé, o que tornou o mercado de produções religiosas um dos mais sólidos do país. Tabu para muitos e alvo constante de críticas fervorosas de todos os lados, a relação entre fé e negócios não é algo novo no mundo. No Brasil, entretanto, sua consolidação como um grande mercado é um fenômeno recente e está intimamente ligado à chegada de dois grandes movimentos por aqui: o Neopentecostalismo (evangélico) e a Renovação Carismática Católica. Apesar das várias diferenças entre as doutrinas, os dois segmentos têm em comum o fato de terem nascido rompendo paradigmas dos eixos tradicionais de onde se originaram (o pentecostalismo e o catolicismo romano, respectivamente). Entre as revisões propostas, em ambos os lados está a valorização da experiência pessoal direta com Deus, o que na prática se dá através de louvores, adorações e pregações em celebrações animadas, com música e bastante interação entre os fiéis. Com o crescimento dos dois movimentos, as celebrações têm assumido proporções cada vez maiores, gerando uma série de artistas populares e, consequentemente, de produtos. De acordo com uma pesquisa da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), o faturamento anual desse mercado já supera os R$ 10 bilhões no Brasil. No segmento editorial, publicações do gênero têm lugar cativo nas listas de mais vendidos. Na TV aberta, 110 horas semanais
foram dedicadas no ano passado a programas com conteúdos relacionados à religião. Já na indústria fonográfica, a lista dos 10 CDs mais vendidos em 2011 tem cinco cantores religiosos, sendo quatro padres católicos e uma cantora evangélica: Padre Marcelo Rossi (1º), Padre Robson (5º), Padre Fábio de Melo (6º), Padre Reginaldo Manzotti (7º) e
Tabu para muitos religiosos e alvo constante de críticas fervorosas de todos os lados, a relação entre fé e negócios não é algo novo no mundo Damares (9ª). Rossi, inclusive, conseguiu bater a internacionalizada Paula Fernandes e o ídolo teen Luan Santana, bem como todos os católicos deixaram para trás o fenômeno do ano, Adele.
O padre é pop O padre Marcelo Rossi, ligado à Renova-
ção Carismática Católica, é, sem dúvidas, o maior ícone pop do show business religioso na América Latina. Seu CD de estreia, Músicas para louvar ao Senhor, lançado pela Polygram em 1998, vendeu mais de 3,3 milhões de cópias, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD). Até 2011, foram lançados 10 álbuns solo do padre, que resultaram em mais de 11 milhões de unidades vendidas. Rossi também já atuou em dois filmes. Maria, mãe do filho de Deus (2003) foi assistido por 2,3 milhões de pessoas e Irmãos de fé (2004) rendeu mais de 900 mil espectadores. Na TV, além de aparecer constantemente em programas de auditório de diversas emissoras, celebra todos os domingos a Santa Missa em Seu Lar, transmitida pela TV Globo e a Rede Vida simultaneamente. Com o mesmo título do seu último álbum, Ágape, o padre cantor lançou recentemente também um livro, que até o fechamento desta edição estava na lista dos mais vendidos da Veja há mais de 80 semanas consecutivas. O best-seller, entretanto, vinha perdendo espaço para sua versão infantil, Agapinho, que aparecia no ranking pela quarta semana seguida e já ocupava a primeira posição. Para comportar os fãs/fiéis, o padre está construindo um megassantuário com capacidade estimada para cerca de 100 mil pessoas. O templo deverá ser maior até mesmo do que a Basílica de São Pedro, no Vaticano, que pode receber até 60 mil em celebrações internas.
Os pastores são pops No lado dos evangélicos, o televangelismo é o grande fenômeno, em torno do qual se desenvolvem os mercados editorial, musical e, claro, do próprio broadcasting. À frente de tudo, líderes de denominações populares são verdadeiros showmen, bastante performáticos e com um imenso poder de influência. Edir Macedo é o nome mais proeminente desse grupo. A igreja que fundou, a Universal do Reino de Deus, expandiu-se para cerca de 180 países e, segundo estimativas próprias, já conseguiu mais de oito milhões de fiéis. Tamanho sucesso na conquista de adeptos está diretamente ligado a seu potencial midiático. Hoje, estão sob a batuta do bispo-empresário a Rede Record de televi
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negócios | MERCADO RELIGIOSO
são; a rede Aleluia de rádios FM; os impressos Correio do Povo (Porto Alegre), Hoje em Dia (Minas Gerais), revista Plenitude e a Folha Universal (nacional, com tiragem semanal anunciada de mais de 2 milhões de exemplares); a Editora Gráfica Universal; a gravadora Line Records e os portais R7 e Arca Universal (oficial da IURD). Macedo, entretanto, não é o único. Nomes como R. R. Soares (Igreja Internacional da Graça de Deus), Valdemiro Santiago (Igreja Mundial do Poder de Deus) e Silas Malafaia (Assembleia de Deus) possuem grande prestígio no televangelismo brasileiro também.
plo, perfil, cor de olhos e cabelos”, conta Claudio Gandelman, presidente do Match na América Latina. Garantir um ambiente adequado aos princípios do público exige acompanhamento constante. “Para garantir a segurança, realizamos o monitoramento de 100% das fotos e textos publicados. Imagens e frases inadequadas não entram no site, pois tudo passa por uma triagem, que é aprovada antes de ser publicada. Não permitimos palavrão nem fotos picantes, não existe menção a drogas e nem campo relativo ao consumo de bebida”, destaca Gandelman.
Espíritas
Embora os neopentecostais e os carismáticos tenham sido os responsáveis pelo boom midiático da fé nas últimas décadas, eles não inventaram esse mercado. A prática religiosa sempre esteve atrelada à atividade de divulgação e, em um país com as dimensões do Brasil, os livros, periódicos, a música, o rádio e a televisão foram e são grandes instrumentos de envangelização. Com o objetivo de viabilizar produções nesses formatos, aos poucos foram surgindo editoras, gravadoras e emissoras especializadas, ligadas ou não a igrejas. Dois exemplos são as editoras Paulus, ligada à igreja Católica, e a Mundo Cristão, independente. “Em 1914, o Padre Tiago Alberione deu início à Escola Tipográfica Pequeno Operário, na cidade de Alba, na Itália, que mais tarde seria chamada de Pia Sociedade de São Paulo (Paulus), instituição religiosa que tem por missão evangelizar com a ajuda da imprensa e dos meios multimidiáticos. Em 1931, ela chegou ao Brasil, dando assim início à missão da Paulus no país”, conta o padre Zulmiro Caon, diretor de marketing da Paulus do Brasil. Já a Mundo Cristão foi criada em 1968, inicialmente como uma revista mensal. No segundo ano de vida, entretanto, passou a responder pela publicação de livros religiosos. “A Mundo Cristão publica livros com temas religiosos ou não, desde que o conteúdo esteja alinhado com a cosmovisão cristã. Por exemplo, publicamos desde um dicionário de teologia até um livro de gestão, caso este tenha influência dos valores cristãos”, explica Renato Fleischner, diretor de operações da editora.
Outro nicho que tem sido bastante explorado pela indústria de entretenimento no Brasil é o de produtos ligados à doutrina espírita. No mercado literário, as obras psicografadas de Chico Xavier até hoje têm grande demanda. Mais recentemente, a médium Zíbia Gasparetto também ganhou notoriedade comsuas psicografias. Mas foi no cinema e na TV que as produções espíritas se tornaram um grande filão. Os longas Chico Xavier e Nosso Lar superaram os R$ 30 milhões em faturamento. Na rede Globo, uma série de novelas de cunho espiritualista tem sido veiculada há bastante tempo com bons índices de audiência e, nos últimos anos, elas ganharam lugar quase que cativo na programação. Amor, eterno amor, no ar atualmente no horário das seis, é um exemplo.
Namoro evangélico Antenados nas tendências tecnológicas, mas fiéis à fé religiosa, alguns usuários evangélicos do site de namoro ParPerfeito não conseguiam ali o que queriam, e se viam constantemente em conflito com suas convicções. Atento a esse retorno, o Grupo Match, responsável pelo site, resolveu criar uma versão segmentada do canal apenas para o público evangélico. Assim nasceu, em 2009, o Divino Amor. “Atualmente, temos 1,5 milhão de evangélicos cadastrados e uma média de dois mil novos usuários por mês. A maioria são homens, 51%, contra 49% de mulheres. No site eles podem realizar buscas pelas mais diversas características como, por exem38
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Os tradicionais
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A Paulus tem uma das edições mais populares da Bíblia no Brasil e foi responsável pelo lançamento do Padre Zezinho nos anos 1970, o primeiro padre cantor a conseguir sucesso de massa no país, hoje considerado um dos maiores fenômenos da música cristã no mundo. Já a Mundo Cristão trabalha com inúmeros títulos de autores internacionais, entre os quais o pastor norte-americano Max Lucado, best-seller mundial de livros cristãos.
Administrando Longe dos holofotes, as empresas que atuam no mercado religioso são iguais a quaisquer outras, com os mesmos desafios. Por exemplo, como manter-se no mercado de livros no Brasil, que tem um dos piores índices de leitura no mundo? “Atuamos como uma estratégia agressiva de precificação e comunicação, sustentada por tiragens elevadas que permitem maior acessibilidade do leitor ao produto. Possuímos também grande rede de distribuição de canais religiosos e não religiosos, facilitando a aquisição dos nossos livros”, explica Fleischner, da Mundo Cristão. O executivo conta ainda que a equipe é formada por cristãos, mas que isso não basta para garantir espaço em um mercado cada vez mais disputado. “Por si só, este fato não é suficiente para compreendermos as necessidades do público. Com frequência, participamos de eventos e mantemos diálogos com os principais atores do segmento para sempre estarmos com o dedo no pulso da comunidade cristã”, conta Fleischner. “De abril de 2011 a março de 2012, comercializamos 3,865 milhões de exemplares de livros. Esperamos concluir o ano com 4 milhões nesse número e R$ 28 milhões em faturamento”, conta o diretor. “Nossas vendas não param de aumentar”, complementa. Na Paulus, as expectativas também são boas. “Nos últimos anos temos superado as nossas projeções. Fechamos 2011 com um crescimento de vendas entre 5% e 10%”, afirma Zulmiro Caon. “Na medida do possível, estamos nos organizando para superar essas metas este ano, sem nunca esquecer que somos uma empresa promotora de valores sociais, humanos e éticos”, conclui o diretor de marketing.
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por fábio bandeira de mello e mayara emmily
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Vivemos em uma sociedade que valoriza o racional, os métodos e as pesquisas. No entanto, muitas pessoas, por mais que “o resto do mundo” e todos esses instrumentos de análise apontem para determinado caminho, acabam escolhendo outro completamente diferente. Descubra o que a ciência – e os próprios executivos – têm a dizer sobre isso.
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CAPA | intuição
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conteceu na primavera de 1983. Eu estava na Starbucks havia um ano quando a companhia me enviou a Milão para visitar uma exposição de utilidades domésticas. Na manhã seguinte à minha chegada, decidi ir a pé até a exposição. Durante a caminhada, reparei na existência de cafés em praticamente todas as esquinas. O que me tocou emocionalmente foi o ritual e o romantismo de cada um daqueles estabelecimentos.Seus atendentes tinham um vínculo forte com os clientes. Todo tipo de gente se encontrava e conversava naqueles cafés, que, aliás, pareciam uma extensão de suas próprias casas. Naquele momento, aquilo tudo me atingiu como um relâmpago: por que não levar esse conceito para a América? A Starbucks poderia ser recriada para oferecer justamente este diferencial. A ideia foi tão avassaladora que comecei a tremer.
A declaração descrita por Howard Schultz, atual CEO da Starbucks, narra o momento em que ele sentiu um forte pressentimento de levar o estilo italiano de café para os Estados Unidos. E por mais que a sua indicação tenha sido rejeitada no primeiro momento pelos antigos sócios, que acreditavam que “café era algo que deveria ser feito em casa” (na época a empresa só vendia grãos de alta qualidade), dois anos depois, seu palpite foi colocado em prática. O que começou com uma experiência intuitiva do empresário em Milão se transformou em uma organização com mais de 15 mil pontos de venda no mundo. Hoje, inegavelmente, adotamos uma série de instrumentos na intenção de diminuir incertezas na tomada de decisões. Para uma empresa dar um passo à frente ou seguir um caminho que foge do seu foco atual, existem incontáveis análises, projeções de cenário e pesquisas de mercado que apontam qual será a direção mais coerente a seguir. No entanto, muitas escolhas nos negócios, e em nossas vidas, estão longe de serem adotadas de forma meramente racional. Howard Schultz não é um exemplo único no meio corporativo a usar o seu feeling para ações empresariais. Akio Morita da Sony, Mark Zuckerberg do Facebook e Ray Kroc do McDonalds são outros empresários conhecidos por construírem seus pilares comerciais fundamen-
tados em suas intuições e instintos. Em 1991, após a explosão do walkman, Akio Morita chegou a dizer que “a criatividade depende do pensamento humano, da intuição espontânea e de um bocado de coragem”. Ignorando as recomendações de conselheiros, Ray Kroc comprou a marca McDonalds dos irmãos McDonald: “eu não era um jogador e não tinha esse tipo de dinheiro, mas meu instinto me impulsionou”. E não é preciso ser mágico, vidente ou um mega empreendedor de sucesso para utilizar a intuição. Se você já teve que tomar uma decisão antes de reunir todas as informações importantes por viver uma situação de tensão, ou teve a certeza de que uma ideia daria certo embora não tivesse todos os dados para assegurar seu potencial, ou até já pensou “parece tudo adequado, mas estou com um mau pressentimento”, parabéns! A intuição também tem exercido um papel influente em suas escolhas.
Mas afinal, o que é isso? Sexto sentido, insight, voz interior, feeling, toque divino, faro profissional. Os nomes utilizados para a capacidade mental de avaliar situações sem uma análise completa dos fatos são muitos e sempre intrigaram os pensadores e estudiosos. Platão, filósofo grego que viveu entre 428 e 347 a.C., já dava indícios de tentar compreen-
Mente Analítica »» Os processos demandam esforço em nível consciente »» Comunicação na linguagem das palavras »» Rápido aprendizado, mas lenta operação 42
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der essa temática em sua chamada Teoria do Conhecimento. Immanuel Kant, um dos mais célebres pensadores do século XVIII, escreveu em 1781 a Crítica da razão pura, na qual indicava que possuímos, em nossas escolhas e definições, formas fundamentais de percepção e sensibilidade como ferramentas da mente. O fundador da psicologia analítica, Carl Jung, relatava a capacidade inconsciente do ser humano de perceber possibilidades. A cultura popular chinesa considera há séculos a existência das forças mentais Ying e Yang que, entre um de seus significados, simbolizam a “vanguarda intelectual da mente” (Yang) e a “retaguarda intuitiva da mente” (Ying). Agora, parece, chegou a hora da ciência. Estudos recentes nas áreas de psicologia, neurociência cognitiva e biologia evolutiva, munidos de aparelhos de ressonância magnética, entraram mais a fundo nesse dilema e avançaram sobre a fronteira enigmática do cérebro humano. Uma das principais descobertas foi a comprovação de que a espécie humana desenvolveu dois sistemas de pensamento, que funcionam como se possuíssemos duas mentes: a analítica (fundamento dos processos racionais) e a intuitiva (responsável pelos sentimentos e comportamentos). “A mente analítica nos permite avaliar e resolver problemas. São os processos de
Mente intuitiva »» Os processos não demandam »» esforço. São inconscientes »» Comunicação por meio da linguagem dos sentimentos »» Lento aprendizado, mas rápida operação
educação e capacitação que trabalham basicamente com dados objetivos. Já a mente intuitiva funciona como um avançado programa de simulação que orienta na hora de decidirmos o que deve ou não ser feito, em quem devemos ou não confiar e como tomar decisões importantes”, afirma Eugene Sadler-Smith, um dos principais estudiosos na área e autor do livro Mente intuitiva. A chamada intuição, segundo especialistas, não é programada, ou seja, não vem na hora que a pessoa quer ou quando acha mais adequada. Ela acontece de forma involuntária e inesperada. O assunto, inclusive, ganhou bastante destaque em 2006, quando a compilação de vários artigos do jornalista Malcom Gladwell gerou o best-seller internacional Blink: a decisão num piscar de olhos. No livro, Gladwell apresenta, através de um amplo trabalho de pesquisa com psicólogos e estudiosos na área, o conceito “inconsciente adaptável”. Ele consiste na parte do cérebro que toma decisões rápidas, baseadas em uma série de experiências que já possuímos em nossa mente.
tavam desabou. A origem do fogo, na verdade, estava no porão do prédio. O que mais chamou atenção do psicólogo foi o fato de o capitão, aparentemente, não saber o motivo de ter agido daquele modo. “Ele não conseguia lembrar porque dera a ordem de abandonar a casa. Ele achou que foi seu sexto sentido”, relatou Klein à revista Fast Com-
Acelerando o potencial nos negócios
Vidas em jogo Gary Klein, em mais de vinte anos de pesquisas na área da psicologia intuitiva, constatou que a intuição tem um papel importante em 90% das decisões tomadas por bombeiros, equipes médicas de emergência, militares e altos executivos. Nos livros Fontes do poder e Intuition at work, o estudioso colheu inúmeras provas do trabalho de nosso subconsciente e relatou que a maioria desses profissionais é capaz de discernir sinais sutis e fazer escolhas certas sem perceber. Um desses casos mais surpreendentes foi vivido por um capitão do corpo de bombeiros de Cleveland, EUA, entrevistado por Klein. Ele estava no comando de um grupo chamado para apagar um incêndio em uma cozinha residencial. Apesar de seguirem a orientação padrão desses incidentes, por alguma razão, o fogo não cedeu. Mesmo sem saber o porquê, o capitão começou a ter uma impressão ruim e, de algum modo, sentiu a urgência de abandonar o local. Minutos depois, o andar térreo onde es-
maioria dos médicos e psicólogos. “Diversas vezes eu já usei a intuição em momentos críticos”, relata o médico Pablo Benely, que atua em dois hospitais de Pernambuco. Ele conta que muitas vezes não há tempo para fazer exames detalhados e é preciso, através de um diagnóstico rápido de eliminação pelos sintomas e de intuição, adotar o procedimento que acha mais coerente em cada caso. O neurocirurgião Carlos Brandão também não se omite a essa diretriz do uso do pressentimento. “Se fosse baseado apenas em dados, uma máquina substituiria um médico. A experiência pessoal que eu tenho e de insights conta muito no dia a dia. Eu prefiro ficar com a intuição ainda”, afirma o neurocirurgião.
pany. O cientista reconstruiu a sequência das percepções que levou o chefe dos bombeiros a tomar aquela atitude. Além de o capitão ter estranhado o calor intenso e o silêncio feito pelas chamas, as labaredas não reagiam à água. Klein analisou que, aquilo que o bombeiro chamou de “sexto sentido”, foi seu subconsciente que reuniu os fragmentos de informação e o levou a tomar aquela decisão. Longe de ser um caso isolado, esse pensamento intuitivo está presente no dia a dia da
No Japão dos anos 1950, uma pequena companhia de motocicletas explodiu no cenário nipônico usando tecnologias de produção eficientes e inovação no design. Ela desenvolveu uma motocicleta de 50 cilindradas que teve grande aceitação junto ao público. Dez anos depois, a pequena Honda cresceu bastante no país e pensou em se expandir rumo ao mercado norte-americano. No entanto, o cenário era desencorajador. Nos Estados Unidos havia poucos representantes de vendas de motos, os serviços de pós-venda eram pobres, a preferência maciça dos motoristas era por carros ou motos grandes (a Honda construiu seus pilares no Japão com motos pequenas) e a Toyota tinha acabado de sair fracassada em sua tentativa de entrar no país. Ignorando todos os obstáculos competitivos, a cúpula de comando da Honda resolveu, mesmo assim, encarar o desafio. O famoso caso da expansão continental da Honda, somado a tanto outros exemplos do uso da intuição, instigou pesquisadores acadêmicos e autores da área de negócios a desenvolverem estudos paralelos para entender esse fenômeno. De certa forma, esse feeling sempre foi negligenciado no aprendizado sistemático da Administração.
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Os nomes utilizados para a capacidade mental de avaliar situações sem uma análise completa dos fatos são muitos e sempre intrigaram os pensadores e estudiosos
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Na década de 1980, um levantamento da Organizational Dynamics, que trazia a opinião de dezenas de altos executivos norte-americanos, confirmou uma suspeita eminente: eles usam a intuição para tomar muitas decisões importantes. Nos anos 1990, outro levantamento feito pela Academy of Management Executive, com mais de mil executivos, constatou que a intuição é especialmente importante para administradores da área de estratégia corporativa, marketing e recursos humanos. No entanto, para os executivos que acreditam no poder da intuição está virando senso comum a dificuldade em alcançar o sucesso operando com a mente em apenas um modo, seja ele analítico ou intuitivo. Os gestores que apostam tudo na mente intuitiva costumam ser muito bons em ter ideias, mas sem a ajuda de alguém para implementá-las, suas mentes perdem uso prático. Já os gestores que utilizam apenas a mente analítica costumam ser muito bons na realização de tarefas, porém, sem as ideias, suas mentes não possuem tanta utilidade. “É preciso unir e desenvolver um modo complementar de pensar, estimulando a consciência e a confiança nas nossas ilimitadas reservas de intuição ou capacidade de análise” declara o psicólogo Eugene Sadler-Smith. E de modo geral, apesar de existir um amplo caminho a ser percorrido no desenvolvimento das pesquisas, há fortes evidências de que a mente intuitiva funciona melhor com o reconhecimento de padrões. Quanto mais dados estiverem arquivados em nosso cérebro, mais nosso “palpite” será feito através das experiências passadas e presentes. “Tem muito mais coisas acontecendo em nosso cérebro e nossa mente do que nos damos conta. Se fosse simplesmente ler os dados que estavam à mostra, não precisaria de empresário, uma máquina faria. O que faz a diferença é alguém que tenha, além do conhecimento da pesquisa, outro conhecimento latente, que às vezes não é nem formalizado. Se são bem sucedidos, acertam mais do que erram. Se começam a errar muito, estão fora do jogo”, afirmou o economista e cientista social Eduardo Gianetti, no último Congresso Brasileiro de Cérebro, Comportamento e Emoções (CBCCE).
A bolsa de valores aleatória Por incrível que pareça, a economia - área em que o conceito de intuição poderia sofrer
a maior resistência possível - é onde os resultados da influência intuitiva nas decisões estão em grande ebulição. Com a chamada economia comportamental, o trabalho dos psicólogos Amos Tversky e Daniel Kahneman é, desde os anos 1970, analisar a inconstância do ser humano em situações econômicas, como a compra da primeira casa própria ou o comportamento inconstante dos investidores nas bolsas de valores. Recentemente a área ganhou sua própria vertente científica com aplicação das técnicas de mapeamento cerebral: a neuroeconomia. Apesar do campo de estudos ainda estar em estágio inicial, a corrente já acena com um entendimento sobre os perfis dos investidores e analistas econômicos. Mas a ambição da neuroeconomia vai além. Os estudiosos querem descobrir formas de evitar grandes quedas das bolsas de valores e criar ideias de comportamento para as pessoas garantirem o seu futuro economicamente. “Imagina quando entendermos a relação entre o processamento de informações e a tomada de decisão? Esse conhecimento terá um impacto muito grande na vida das pessoas e na economia”, indicou o cientista cognitivo e economista experimental francês Sacha Gironde, no CBCCE.
Quando a intuição falha De alguma forma, todos nós já experimentamos os efeitos de nossa intuição e convivemos com as consequências dessas escolhas. No entanto, esses palpites podem ser proveitosos ou perigosos. É um antigo sistema que, assim como as mais avançadas tecnologias, tem a desvantagem de não ser 100% confiável. “Frequentemente temos intuições que são falsas”, resume Daniel Kahneman em recente palestra no Google Talks. Para o psicólogo, “isso acontece quando a intuição não é baseada na experiência. E elas vêm, são fáceis e automáticas”. Os estudos defendidos por Kahneman, inclusive, apontam que a mente intuitiva pouco desenvolvida está passível a erros lógicos, avaliações tendenciosas e estereótipos. A confiança excessiva no sexto sentido, por exemplo, pode ser uma tentação para ignorar a análise objetiva que deve acompanhar qualquer decisão de negócios importante. Um caso frequente é a confiança exagerada de investidores em suas previsões, que podem não dar certo. Outra situação é fechar negócios sem fazer uma análise ampla dos dados.
Inúmeras pessoas tendem a acreditar que possuem uma intuição apurada em diversos acontecimentos do dia a dia. Tente recordar as vezes em que você pensou em alguém e de repente ela ligou ou esbarrou contigo na rua. Premonição sensorial? Sexto sentido? Agora, lembre-se de quantas vezes você pensou nessa mesma pessoa e não houve nenhum telefonema ou contato. É preciso tomar cuidado para não depositar mais confiança em nossa intuição do que ela merece. Nossa fascinação intuitiva por coincidências é estimulada pelo fato de que, quando elas ocorrem, faz-se um grande alarde, enquanto nenhuma menção é feita às não coincidências. Em seleções de empregos, recrutadores e headhunters frequentemente têm essa ativação intuitiva em candidatos e podem favorecer ou preferir alguém que seja tecnicamente inferior, mesmo que não consigam explicar o motivo.
CASO LINDA
TESTE SUA MENTE INTUITIVA E ANALÍTICA Linda é uma mulher de 31 anos, desembaraçada e muito brilhante. Ela se formou em Psicologia e, quando estava na universidade, mostravase profundamente preocupada com as questões de discriminação e justiça social. Também participou de manifestações antinucleares. Se você tivesse que escolher a afirmação mais provável a respeito de Linda, qual das duas abaixo seria?
1
Linda é bancária
2
Linda é bancária e ativista do movimento feminista
Se você escolheu a opção 1, acertou. A probabilidade de que Linda se enquadre numa categoria menor – bancária ativista - é menor do que ela se enquadre em uma categoria mais ampla, a de todos os bancários. Ou seja, bancária ativista é uma subcategoria de apenas bancária. Teste criado pelos psicólogos Kahneman e Tversky.
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CAPA | intuição
Desenvolvendo o algo mais O publicitário Miguel Gouveia é o tipo de profissional que lida frequentemente com a sua intuição e a dos clientes em muitos projetos que executa. Responsável pela Brains@Works, empresa que cria estratégias on-line para empreendimentos, ele já viu muitas ações darem certo e outras darem errado pelas pessoas acreditarem nesse pressentimento intuitivo. O caso, inclusive, provoca um dilema comum: quando podemos confiar na intuição e quando não? De modo geral, os estudiosos e os próprios executivos acreditam que a chave desse equilíbrio está na ampliação do conhecimento. “A intuição é uma forma de raciocínio não formalizada. É um conhecimento latente”, afirma o economista Eduardo Gianetti. “A informação já existe, mas ela não se tornou consciente. Uma simples analogia seria que as estrelas existem no céu, só que quando a luz do sol está muito forte, você não consegue enxergar. Ou seja, quanto mais experiência adquirimos, mais norteadora será nossa intuição”, complementa a médica psicoterapeuta Ana Maria Ferreira. E uma forma que o publicitário Miguel encontrou para fazer isso foi treiná-la. “Se você sentir mais o seu negócio, o seu mercado, o seu cliente, a intuição ajuda a pensar mais rapidamente e se ganha uma vantagem competitiva”, destaca. Um dos primeiros passos para desenvolvê-la está em questionar seus próprios pressentimentos. Intuições genuínas resistem a exames detalhados, enquanto as tendenciosas e estereotipadas geralmente caem diante de uma avaliação crítica. Incrementar as próprias habilidades identificando quais são as competências fundamentais que precisam ser desenvolvidas é outro caminho. Além disso, outra dica é simular o cenário em que surgiu uma intuição e analisar possíveis problemas e armadilhas que essa escolha poderia causar. Conseguir o equilíbrio entre o rigor e a disciplina da mente analítica e a liberdade criativa da intuição, ao tempo que é um grande desafio, pode ser um diferencial que transformará sua trajetória para melhor. Este mecanismo, não se engane, já está presente em muitas das melhores empresas e profissionais do mundo. Só resta saber quando você começará a usá-lo também.
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ENTENDENDO MAIS A INTUIÇÃO
ENTREVISTA COM EUGENE SADLER-SMITH* Em que casos utilizamos mais a intuição? Os administradores frequentemente usam a intuição em situações que são complexas, dinâmicas e incertas, o que inclui negociações e entrevistas de emprego. Muitas delas frequentemente envolvem julgamentos sociais, pois existe um grande número de informações para serem assimiladas e processadas rapidamente, com as quais a mente analítica não pode lidar e a mente intuitiva pode. Quando você recomenda acreditarmos em nossa intuição? O mais importante é que o uso frequente da intuição só deve ser feito quando os gestores têm a experiência (o que leva muitos anos para se desenvolver) de saber em que casos basear suas intuições. Se eles não têm a experiência para dar base à sua intuição, ela pode muito bem se tratar de uma adivinhação. Dessa maneira, a ideia-chave é a “experiência intuitiva”. Quem foram as personalidades mais intuitivas ao longo da história? Existem muitos exemplos. Nos negócios, por exemplo, Steve Jobs e Richard Branson. Mas, surpreendentemente, existem muitos cientistas que recorreram à intuição, incluindo ganhadores do Prêmio Nobel. Eu acredito que o intuitivo mais famoso é Einstein, que é conhecido por ter dito: “o intelecto tem pouco a fazer no caminho para a descoberta. Então, chega um salto na consciência, chame-o de intuição ou do quiser, e a solução vem e você não sabe como ou por quê”. Sem a imaginação e criatividade que vêm com a intuição ele poderia não ter descoberto a teoria da relatividade. *Professor da University of Surrey, no Reino Unido, autor do livro Mente intuitiva e um dos principais pesquisadores sobre psicologia da intuição na atualidade.
Viés religioso A intuição, muitas vezes, é associada à religião. Há correntes esotéricas e religiosas como o budismo e o espiritismo que acreditam que nosso pressentimento intuitivo funciona como um “toque divino”, uma mensagem do plano espiritual passada a nós. No entanto, não existem estudos científicos que comprovem ou desmintam essa teoria.
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Aperfeiçoe a intuição »» Desenvolva competências e habilidades para fundamentar mais as decisões »» Submeta sua intuição a avaliações críticas e previsões que contrariem as evidências »» Fique atento antes de seguir as opiniões da maioria. Nem sempre elas estão corretas »» Não se leve pelas emoções, preconceitos e pensamentos tendenciosos; »» Não dê demasiada importância a alguma informação em detrimento de outras.
É muito difícil alcançar o sucesso operando com a mente em apenas um modo, seja ele analítico ou intuitivo
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ambiente interno por simão mairins
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imagens divulgação e thinkstock
LOGÍSTICA
FINANÇAS
Pesquisa analisa Gestão de Risco em Supply Chain A Associação Brasileira de Logística (ABRALOG), em parceria com a consultoria Accenture, lançou uma pesquisa sobre Gestão de Risco em supply chain. O levantamento, que conta com a participação de professores da USP e da FGV, tem como objetivo compor uma visão integrada dos riscos na cadeia logística. Ao término da pesquisa, será gerado um relatório para divulgação nacional dos dados.
CFOs querem melhor integração com departamentos de TI Líderes de finanças do mundo todo, entrevistados pela KPMG, mostraram-se frustrados com as limitações tecnológicas no setor. Em muitos casos exemplificados, aplicativos e sistemas desatualizados foram citados como barreiras para a eficácia dos departamentos financeiros. Tendo em vista a demanda por dados precisos e consistentes, muitos executivos disseram que querem reduzir lacunas entre TI e Finanças.
TI
Mais de 65% dos projetos de TI corporativa estouram orçamento De acordo com pesquisas realizadas pela IBM em parceria com a consultoria IDC, dois terços dos projetos de TI corporativa são concluídos, atualmente, com prazo e investimentos superiores ao planejado. Os levantamentos constataram ainda que o tempo, o esforço e as habilidades requeridas atualmente para desenhar a arquitetura, comprar e implementar a infraestrutura necessária para um aplicativo web típico, por exemplo, podem requerer um prazo de até seis meses ou mais.
56%
50%
Na América Latina
Na ÁsiaPacífico
34%
24%
Nos EUA
Na Europa
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Empresas da América Latina são as que mais utilizam aplicativos em nuvem Uma pesquisa realizada pela consultoria norte-americana Tata Consultancy Services constatou que as empresas da América Latina utilizam mais aplicativos baseados em servidores remotos do que as dos EUA e Europa, apontadas como mais conservadoras nesse âmbito. Segundo o estudo, no continente, 56% das companhias adotam o modelo. Em seguida, aparecem as da Ásia-Pacífico (50%), EUA (34%) e Europa (24%). O levantamento ouviu 600 gestores de TI em organizações com receita superior a um bilhão de dólares.
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MARKETING
RECURSOS HUMANOS
Manual ensina boas práticas no comércio eletrônico O Projeto Mercosul Digital, iniciativa de cooperação internacional entre a União Europeia e o Mercosul, lançou recentemente o Manual de boas práticas para o uso eficiente do comércio eletrônico. Destinado às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), o documento apresenta, entre outros pontos, dicas de marketing para o sucesso de negócios na internet. Para baixar, acesse: adm.to/manualpme
Apenas 14% dos jovens profissionais esperariam até três anos para serem promovidos De acordo com uma pesquisa realizada pela Page Personnel, apenas 14% dos jovens profissionais brasileiros esperariam até três anos por uma promoção no emprego. Ainda segundo o estudo, 78% dos que têm até 30 anos pretendem mudar de emprego caso não consigam ascender na empresa; 47% esperariam entre um e dois anos; 29% até um ano e 2% até seis meses. Outros 8% aguardariam pacientemente quatro anos.
De acordo com estudo realizado pelo Conselho Federal de Administração (CFA) em parceria com a FIA, a capacidade de gerir equipes é a competência mais exigida dos profissionais de Administração brasileiros (73%). Em seguida aparecem administração estratégica (68%); administração financeira e orçamentária (61%); visão ampla, profunda e articulada do conjunto das áreas de conhecimento (61%); administração de vendas e marketing (50%) e administração de sistemas de informação (49%).
RECURSOS HUMANOS
Capacidade de gerir equipes é a competência mais exigida de profissionais de Administração Junho/Julho 2012
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MENTE ABERTA ESCOLHAS
Fazendo decisões sérias envolvendo dinheiro por seth godin
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ilustração thiago castor
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Seth Godin escreveu treze livros que foram traduzidos em mais de trinta línguas. Cada um tem sido bestseller. Ele escreve sobre a revolução pós-industrial, a forma como difundir ideias, marketing, parar de fumar, liderança e, acima de tudo, como mudar tudo.
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uando se envolve dinheiro, a verdade é que são poucas as pessoas que sabem fazer boas escolhas. Somos ruins nisso, e os
profissionais de marketing sabem disso. Considere que você está comprando um carro de R$ 30 mil e lhe oferecem a opção de levar uma super caixa de som com 18 polegadas ao invés do som estéreo por apenas R$ 500,00 a mais. Ou você é sortudo e tem a chance de escolher entre duas faculdades. A primeira tem ótimo campus e um nome mais reconhecido no meio, mas vai custar cerca de R$ 200 mil por quatro anos (um empréstimo para o resto da sua vida), e a outra (a faculdade “menor”) ofereceu uma bolsa integral. Qual você deve escolher? Em um grande número de casos, escolhemos levar o som maior, embora nunca fôssemos comprar um som de qualidade em casa; e escolhemos a faculdade cara, pois “seguimos nossos corações, já que faculdade é algo importante”.
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O motivo pelo qual fazemos besteiras é que dinheiro é somente um número. Comparar o sonho de ter um som excelente (você vai passar cerca de quatro anos dirigindo longas distâncias e ouvindo música em boa qualidade), com lembrar todo dia que você foi mão de vaca assim que ligar o som do carro, parece ser muito ruim. Escolher o som melhor, sem dúvida, aparenta ser a decisão mais fácil. Afinal, você só está perdendo um número e não um sonho. O caso da faculdade é ainda mais claro. R$ 200 mil é um número muito
alto, com certeza, mas não tem muita substância. Não é um número que lidamos frequentemente. A sensação de desistir de algo importante é fortemente ligada à nossa autoestima, e esse sentimento é algo com que lidamos diariamente. Existe uma maneira simples de desfazer esse automarketing: pare de usar números e comece a comparar as situações.Você pode comprar o som se desistir de tomar café na esquina do trabalho todo dia pelo próximo um ano e meio. Passa valer a pena a compra? Se você for para faculdade pública ou com bolsa integral, pode utilizar os R$ 200 mil para ir à aula em um carro automático e todo completo, gastar em cada período de férias R$ 25 mil em workshops, estágios ou experiências que enriquecerão seu currículo. Com R$ 200 mil, pode ainda montar um show de jazz e pagar aos seus músicos favoritos para tocar para você e seus amigos, ou até descolar umas aulas de piano com Herbie Hancock. Ah, ainda sobraria dinheiro depois da graduação para você se sustentar por um tempinho enquanto procura emprego... De repente, você não está comparando seu sonho com um número que significa muito pouco. Está comparando um sonho com outro.
ARTIGO LIVROS QUE NÃO AJUDAM
Autoatrapalha: a autoajuda como você nunca viu por rodolfo araújo
Rodolfo Araújo já leu um livro de autoajuda, mas conseguiu largar. Hoje edita o blog www. autoatrapalha.com.br para ajudar quem ainda sofre com o vício.
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ilustração thiago castor
ada vez que entro numa livraria espanto-me com o tamanho das seções de autoajuda. A proliferação dos títulos do gênero revela o crescimento
acelerado de um público em busca de receitas prontas, fáceis e infalíveis para ter sucesso, enriquecer, emagrecer e encontrar o amor da sua vida. Tudo isso sem esforço, claro. Do contrário, os best-sellers estariam nas prateleiras de Administração, Economia, Medicina e outras disciplinas mais científicas. Estes livros dizem, basicamente, que há dois pré-requisitos para alcançar seus sonhos: ser um gênio e acreditar em você mesmo. Ao terminar a leitura, você incorpora a segunda parte e passa a usá-la como um mantra, um ritual, uma verdade exaustivamente repetida na frente do espelho. Algum tempo depois, no entanto, sua vida continua na mesma, embora seu desejo de prosperar tenha sido vitaminado pela última fórmula mágica que prometia progressos diários e velozes. Então você compra mais um livro de autoajuda esquecendo-se, convenientemente, do primeiro requisito: ser um gênio. Comprar o segundo livro de autoajuda, aliás, confirma
que você realmente não é um gênio, pois está gastando mais dinheiro para ler a mesma coisa. Mas boiar em palavras elogiosas, escritas por quem nunca lhe viu, é muito mais agradável do que remar em meio a fórmulas estatísticas, afogar-se em teorias econômicas ou mergulhar em conceitos de estratégia. Não requer prática, tampouco habilidade, e ainda massageia o ego. O único inconveniente é que você não sai do lugar. Querer ser um sucesso é a parte fácil da equação. Praticamente nascemos assim, numa sociedade em que a ambição é quase uma obrigação. Mas ela jamais será suficiente. Vontade não soluciona problemas, não
aponta respostas, não cria nada inovador. Vontade sem conhecimento é um peso. E é isso que você está comprando nos livros de autoajuda: vontade. Alguns confundem com otimismo. Ser otimista é acreditar que algo vai dar certo no longo prazo. Só que o leitor desses livros normalmente se esquece do curto prazo, que é onde ele precisa agir, tomar decisões e, efetivamente, trabalhar. Quando você transforma seu otimismo em inércia, seus problemas continuam do mesmo jeito que você os deixou. Na verdade, provavelmente eles estão piorando. Isto não é tapar o sol com a peneira – é tapar com uma lente de aumento. Se esse roteiro parece-lhe familiar, lembre-se que casos de sucesso são muito mais raros do que os de fracasso. Mas fracassados não escrevem livros. Quem não ganha na loteria não escreve livro. Gordos não escrevem sobre dietas. Falidos não escrevem sobre investimentos. Um caso em um milhão não tem nada a lhe ensinar. Você não pode aprender com a exceção, se não souber a regra. Certamente a saída para o otimismo não é ser pessimista. Antes disso, devemos incorporar uma necessária dose de realidade na hora de pensar em nossos sonhos. A tão festejada autoajuda dos livros mascara nossas fraquezas, disfarça nossas dificuldades e minimiza nossa incompetência, substituindo tudo por falsas esperanças e otimismo infundado. Ela te embala com a promessa de um maravilhoso sonho, enquanto vivemos uma dura realidade. Assim, a grande falácia da autoajuda nada mais é do que uma grotesca lorota de autoatrapalha.
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ARTIGO mudanças
O marketing e a evolução das espécies por juan carlos martinez
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ilustração thiago castor
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Juan Carlos Martinez é professor do Departamento de Gestão de Marketing da ESADE Bussiness School, uma das escolas de negócios com maior prestígio internacional.
ós, acadêmicos de marketing, gostamos de explicar o desenvolvimento da crise a partir de uma perspectiva diferente e, assim, abrir uma janela de esperança. Resolvi neste artigo usar uma simples comparação do modelo de evolução entomológico que nos permite perguntar, nesse mundo de incertezas, de onde viemos, onde estamos e para onde vamos.
De onde viemos? Do tempo das formigas (19601989), em que a sociedade tinha referências e valores claros, quase sempre emanados da religião. Na última década do século passado (1990-1999), alteramos nosso status e entramos no tempo dos casulos: anos de contrastes, que questionaram os valores da época anterior e as referências existentes. Buscava-se sair de um sistema que parecia esgotado e ultrapassado. De repente, nos instalamos no tempo das cigarras (2000-2008) ou o tempo do Big Brother. Houve mudanças na política, com o ressurgimento das chamadas guerras da religião, a obsessão pela segurança e o ambientalismo extremo, além de mudanças econômicas, como a emergência da filosofia do “baixo custo” e o boom das energias renová52
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veis. Transformações também no social, com a ascensão do hedonismo e do culto do corpo, adultos querendo permanecer jovens, os grandes movimentos migratórios nos países e o quase desaparecimento do conceito de passar um tempo com a família. As cigarras queriam viver mais, ter experiências novas, mas, às vezes, encantava “dar apenas um passo”, esforçar-se o mínino para alcançar o máximo. Com isso, começamos a relativizar as coisas, a praticar o exibicionismo e o individualismo. Em suma, caímos no “euismo”: eu tenho, eu quero, eu mereço. Naquele momento surgiram os rumores de crise. Veio o subprime, a concordata do Lehman Brothers e o rumor foi confirmado: a crise chegou e, na Europa, veio com tudo. Então, nossos vizinhos, amigos e familiares começaram a ser devorados pelas chamas do desemprego. Ela alcançou também os gurus com suas previsões, que erraram feio em várias delas.
Onde estamos? Mesmo sem perceber, entramos no tempo das lagartas (2009 -2011), com novas mudanças: o boom das redes sociais, a consolidação de novas formas de organização das famílias, a mudança do culto ao corpo pela obsessão com a saúde e o quase desaparecimento das grandes migrações.
Testemunhamos mudanças políticas, como a queda dos regimes ditatoriais no norte da África, o ressurgimento de um novo “império” turco, o renascimento da Alemanha e de alguns países asiáticos. A tudo isso temos de acrescentar mudanças econômicas e a consolidação de novas potências como Brasil, Rússia, Índia e China. O salto de low cost para low price e o surgimento de novas oportunidades de negócios e trabalho foram apoiados em novas tecnologias. Isso mudou o processo de comercialização e o pagamento de bens e serviços. Mais não foi só isso. A mudança cultural também foi apoiada pelas novas tecnologias e conceitos que fazem cinema, música e literatura ainda estão procurando uma nova fórmula que lhes permita viver com garantias. Para onde vamos? Agora é o momento decisivo e devemos decidir para onde queremos ir (2012-2020). Para isso, temos duas opções: voltar para o tempo da crisálidas (casulos), ou seja, fazer pequenas alterações na vida social, econômica, política e cultural para aguentar até a próxima crise ou nos direcionarmos ao tempo das borboletas, superando o modelo anterior, definindo um novo paradigma social, baseado em valores, como a recompensa para o esforço, o sacrifício ou a satisfação de um trabalho bem feito, apoiado por formação, experiência, profissionalismo e honestidade. Recuperando relações pessoais e profissionais com base na confiança e na verdade. Se você escolher a segunda opção, haverá novos valores e, portanto, novas condutas, novos hábitos, novos desafios, novos problemas e novas soluções. Aqui estamos nós, profissionais de marketing, ansiosos para seguir neste voo desafiador para as borboletas novas.
ARTIGO DO LEITOR investimento no impresso
Reinaldo Carlos é consultor em marketing direto.
Queremos o seu texto publicado na Revista Administradores Cadastre-se em administradores.com e publique artigos em sua conta. Os textos mais interessantes serão selecionados e poderão estar na próxima edição da Revista Administradores.
Mala direta, sempre atual por reinaldo carlos
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ilustração thiago castor
omo profissional de marketing atuando há mais de duas décadas na profissão, acompanhei o surgimento das principais inovações tecnológicas na telefonia móvel e o surgimento da web. Posteriormente veio o uso do e-mail como mídia de marketing direto e, mais recentemente, as redes sociais. Junto com esse movimento surgiram as indefectíveis previsões de que sempre uma nova modalidade substituiria a anterior. Um processo semelhante aconteceu com o surgimento do cinema, no qual se acreditava que o teatro acabaria. Depois vieram o rádio, a TV, e cada um foi ocupando o seu espaço. Felizmente essas previsões nunca se concretizaram, aumentando o leque de mídias, cada uma com seu perfil. Diariamente empresas de e-mail marketing bombardeiam nossas caixas postais com ofertas de envio de milhares de mensagens a custos baixíssimos. É realmente tentador. Empresários de todos os setores da economia veem ali uma oportunidade de divulgar seus produtos, serviços e marcas quase que de graça e muitos embarcam nessa. Tudo isso nos leva a crer que, em um mundo tão eletrônico e virtual, o papel esteja com os dias contados, mas não é o que se constata. Em uma análise mais detida, percebe-se que ainda existe muita informação impressa circulando pelo planeta, com destaque para as conhecidas malas diretas. Por suas características, a mala direta apresenta benefícios que a tornam o veículo de comunicação mais indicado para diversas situações. Ela pode ter formato tridimensional, apresentar textura, permite a inclusão de pequenos brindes, cupons para troca, formulários de resposta e pode até ser aromatizada, estimulando outros sentidos que o meio eletrônico não possibilita. Do mesmo modo, não depende de autorização prévia do destinatário para ser entregue, não encontra a barreira dos anti-spams e não corre o risco de levar alguma ameaça virtual. Por ser uma mídia dirigida, evita dispersão, levando a informação somente àquele público que se quer atingir, permitindo envio de mensagens relevantes ao target escolhido. Além disso, comparada ao e-mail marketing, per-
mite atingir todos os perfis de público-alvo de diversas classes sociais e faixas etárias, não ficando restrita a uma determinada parcela da população. Basta lembrar que a geração Y, por exemplo, pouco usa o e-mail, salvo como ferramenta de trabalho ou estudo e idosos, em sua maioria, não têm familiaridade com os computadores. Públicos que podem perfeitamente serem impactados através da mala direta. Uma pesquisa recente mostrou que pessoas que compõem a chamada nova classe média, por não fazerem parte da maioria dos mailing lists utilizados pelas empresas, apresentam um sentimento de valorização e inclusão social quando recebem malas diretas de produtos ou serviços, pois têm a sua condição de consumidor reconhecida. Nesse cenário, a velha e boa mala direta, impressa, mantém o seu apelo e continua sendo utilizada pelas grandes empresas. E se ela não tivesse dando um retorno bastante satisfatório, com certeza já teria parado. Basta dizer que os bancos, segmento que valoriza cada centavo investido, utilizam a mala direta com muita frequência, sobretudo para fidelizar clientes e realizar campanhas de cross-selling ou up-selling, aumentando o valor patrimonial de seus correntistas. Outro segmento que explora os recursos da mala direta com grande habilidade é o automobilístico, que lança mão dos dados socioeconômicos de seus clientes para ofertar pacotes de manutenção ou mesmo novos veículos posteriormente, de acordo com o perfil familiar, classe social e ciclo de vida do cliente. Mantém dessa forma um canal de relacionamento com o consumidor, levando informações relevantes e que vão ao encontro do seu interesse. A conclusão a que se chega é que, ao optar por uma mídia para divulgar um negócio, a escolha deve ser criteriosa, levando-se em conta o perfil do consumidor. Não se deve descartar o uso de mídias complementares. Todas podem trazer resultados desde que corretamente planejadas. O importante é que, seja qual for a modalidade de marketing direto escolhida, deve ser feita com profissionalismo. Uma peça inadequada pode trazer resultados adversos, revelando-se um péssimo investimento.
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jornalismo gonzo | valorização profissional
Por trás do sorriso da Mona Lisa por ícaro allende
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imagem thinkstock
De que adianta investir pesado em publicidade se em alguns lugares os próprios funcionários “detonam” a imagem da organização? 54
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publicidade é a Mona Lisa da cultura de massa. Os seus sorrisos elegantemente falsos encantam tanto quanto o enigma labial irônico retratado por Leonardo da Vinci. E escondem, assim como o da italiana, muito mais do que mostram os “reclames do plim plim”.
Entretanto, se nunca saberemos ao certo o que o sorriso da Mona retratada por da Vinci oculta, por trás da encenação publicitária podemos encontrar dezenas de funcionários que ficam na linha de frente do atendimento ao consumidor. E nessa hora, meus amigos, salve-se quem tiver investido em seus colaboradores. Aposto minhas fichas que você mesmo já deve ter visto em um fast food ou loja de vestuário algum atendente criticando a própria empresa. Pois se no supermercado do “mundo da fantasia” a nova mocinha da novela derrama fama e prestígio nos produtos através de seu lindo sorriso de estrela, no supermercado real, a mocinha do caixa pode estar fechando a cara para o cliente. E os motivos podem ser os mais variados: seja pelo horário da sua jornada de trabalho, por não estar recebendo hora extra, por não ter tempo para almoçar direito, por não receber aumento ou até por não ser reconhecida pelas suas ações. É aí que a valorização real do colaborador entra em campo e pode ser uma ferramenta até mais eficaz do que o próprio marketing externo. Faz toda a diferença ter planos para motivar o profissional, tornando-o torcedor roxo da empresa. Mas muitos empregadores ainda ignoram o seu valor, como poderemos ver nos três casos a seguir, quando o próprio funcionário, que poderia ser o nome do jogo, não foi convocado. E aí, não resta muito o que fazer: surge a ira dos consumidores, que se não fossem tão educados, gritariam com toda a razão (pois eles sempre a têm, não é mesmo?): “Burro! Burro! Burro!”.
“A empresa sou Eu” Como exemplo, dessa frase se engrandecia em sua sala o dono de um dos mais frequentados barzinhos da cidade, até ser interrompido de suas autogratulações por dois de seus garçons. Eles entregaram um colega de trabalho que estava falando mal do patrão por “não pagar totalmente os 10% combinados”. O patrão ouviu tudo em silêncio e disse que iria tomar suas providências. Assim que
os dois se retiraram, ajeitou-se no espelho e foi confirmar a história com os clientes. Chegou à mesa onde estávamos, eu e uns amigos, e ouviu de nós a mesma história contada por seus empregados. Chamou então imediatamente o garçom-problema e lhe despediu com um cartão vermelho. Mais tarde, numa conversa informal em nossa mesa, ele nos contou toda a história e justificou a demissão imediata: “a empresa sou eu, caras, esse bar sou eu. Se os clientes já não costumam distinguir entre empregado e empresa, não o fazem nunca entre dono e empresa. Aquele empregado estava me dando prejuízo, fazendo contrapropaganda dentro do próprio estabelecimento”. Em outro dia que voltei ao mesmo bar, o dono, que dessa vez não estava enclausurado em sua sala, revelou-me as providências tomadas para evitar um novo problema: “apesar de achar que esse funcionário é um caso isolado, resolvemos deixar mais transparente para todos o quanto eles realmente ganham e como o cálculo dos 10% é realizado, além de disponibilizar, em tempo real, os ganhos que eles estão tendo no seu turno”. Moral da história: a regra precisa ser clara para todos, caso contrário, sempre existirão insatisfeitos com o jogo. Do mesmo modo, quanto mais informação os funcionários tiverem sobre a empresa, mais eles se sentirão parte do time.
Ficou só na promessa Primeiro dia de empresa. O chefe de vendas recebe de sorriso aberto os novos admitidos prometendo um sistema meritocrático de crescimento. O nosso “herói”, que não quis se identificar, ficou animado com o incentivo e fez vários cursos de qualificação, sonhando com uma promoção que nunca veio. Após vários anos, cansou de esperar e se indignar com a ascensão de apenas parentes dos supervisores. Resultado: pediu demissão. Recentemente, na mesma loja onde trabalhou, num final de expediente, eu procurava um atendente que me informasse o preço da mercadoria que não estava indicado, quando dei de cara com dois vendedores
que reclamavam duramente sobre diversos aspectos da empresa, sem se preocupar se estavam sendo ouvidos pelos consumidores. “Nada mais comum”, explicou o nosso herói quando comentei o episódio vivido nesta loja de varejo, “principalmente nesse horário em que a supervisão afrouxa o controle”. E confessou que talvez já tenha feito o mesmo. “Quando se está descontente com o trabalho, a empresa vira sua inimiga, e dos inimigos a gente sempre fala mal, né?”. Moral da história: ajoelhou, tem que rezar. Prometeu, tem que cumprir. Não transforme uma campanha motivacional numa decepção total. Caso contrário, você atrairá seus inimigos para dentro de sua própria casa.
“As mona pira” com os horários A nossa Mona Lisa, que não quis publicar seu nome verdadeiro, trabalha num destes grandes supermercados. Enquanto atendia os clientes, verificou que seu turno já tinha acabado há mais de uma hora, irritou-se e começou a reclamar da empresa em alto e bom som, pois “aquilo não era a primeira vez que tinha acontecido e que nunca tinha recebido por essas horas extras”. Na fila que Mona atendia, e onde eu estava, o desconforto dos clientes com aquela cena era tão grande que eles nem atentaram em mudar de caixa. Ficaram lá, a maioria calada, talvez com medo de sobrar para eles, observando e curiosos em saber onde tudo iria parar. Só após dez minutos de propaganda negativa contra o supermercado chegou um supervisor e alguém para substituí-la. Na saída, após pagar meu salgadinho e meu refrigerante, ainda escutei uma senhora comentando: “não há Ana Maria Braga que me faça voltar aqui”. Moral da história: “as mona pira” nos sorrisos publicitários. E não adianta pensar diferente: a impressão que a empresa transmite é passada pelos funcionários que lidam diretamente com os consumidores. Sem o incentivo e uma valorização das Monas reais, aqueles milhões investidos no marketing podem ir para o ralo. Ah, e quando você fizer compras à noite, procure ver a expressão dos atendentes na hora de pagar. É bom evitar aqueles com muita cara de cansaço. Vai que o horário deles já terminou e não estão recebendo hora extra.
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Você é um profissional que faz acontecer?
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Eu costumo pensar nos problemas antes deles acontecerem.
Sou um cumpridor de prazos.
As pessoas se lembram de mim nas situações difíceis.
Os produtos que entrego não precisam ser revistos.
m tempos de turbulência, uma das principais competências
Antes de fazer algo eu questiono se deve ser feito.
buscadas pelo mercado é a do “fazer acontecer”. Torna-se
inevitável a busca por profissionais que tenham capacidade de realização para reverter adversidades. Você possui essas características? Responda as questões a seguir, considerando sempre suas ações e comportamentos reais, nunca os ideais.
INTERPRETAÇÃO
Para mim o planejamento vem antes da execução.
Consigo equilibrar o “saber” com o “fazer”.
Sinto felicidade e realização conseguindo resultados coordenando o trabalho de outras pessoas.
Tenho consciência do período do dia em que sou mais eficaz e otimizo esse momento.
Aplico o Princípio de Pareto, concentro meu trabalho nos 20% das ações que produzem 80% dos resultados. — Multiplique por 4 o total de respostas Sempre. — Multiplique por 3 o total de respostas Quase Sempre.
Todo trabalho que inicio vou até o fim.
— Multiplique por 2 o total de respostas Às vezes. — Multiplique por 1 o total de respostas Nunca. — Some os quatro totais.
Gosto de desenvolver pessoas / fazer coaching.
80 a 65
Ao tomar decisões ouço outras pessoas.
Você realmente faz acontecer! Tem grande valor no mercado e buscas as melhores soluções na rotina das atividades.
Começo meus dias pelas atividades mais importantes.
64 a 50 Você mostra boa capacidade para lidar com algumas situações, no entanto, em outras, têm dificuldade para encontrar a melhor saída.
Consigo me isolar quando preciso pensar/inovar.
49 a 35
Digo sim e não quando a situação requer.
É preciso ficar mais atento ao que está acontecendo à sua volta para sanar os problemas que irão surgir. Concentre-se nas respostas às vezes e nunca, pois aí estão suas oportunidades de progresso
Possuo disposição física constante para o trabalho.
34 a 20 Seu caso requer uma mudança de atitudes. Nos tempos atuais, você terá que se reposicionar completamente para desenvolver seu perfil. Preste extrema atenção aos itens às vezes e nunca, pois aí pode estar a saída. Teste elaborado por L. A. Costacurta Junqueira, CEO do Instituto MVC www.institutomvc.com.br
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A rotina é algo desconfortável para mim.
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A hierarquia não é a base do meu relacionamento.
Fico feliz com o êxito dos meus subordinados e pares.
sempre
Quase sempre
ÀS VEZES
NUNCA
QUIZ
Para cada questão use as seguintes alternativas de resposta:
DÚVIDAS | DRUCKER RESPONDE
PRECONCEITO
LIDERANÇA
Em pleno século XXI, no Brasil, mais especificadamente em São Paulo, ainda existe preconceito em admitir negros para a área administrativa e em cargos de confiança?
Como manter uma postura de líder sem usar da posição hierárquica para manter o respeito? thalita amaral
jorge eduardo mello
Caro Jorge, não somente negros, mas uma boa parcela da população em São Paulo e no mundo inteiro sofre com isso. É difícil equilibrar as ações existentes nas empresas no tocante ao reconhecimento da diversidade da força de trabalho. O preconceito e a discriminação acontecem de forma silenciosa, seja relacionado ao sexo, raça, idade, cultura étnica, capacidade física, filiação religiosa e orientação sexual. É uma barreira invisível que bloqueia o crescimento de pessoas competentes que precisam se reinventar para serem reconhecidas e superar obstáculos, pois no século XXI o capital intelectual faz diferença.
O que Drucker faria?
Thalita, isso não é algo simples, embora pareça. A liderança é um processo construído e conquistado ao longo do tempo, envolvendo poder, influência, persuasão, ética e empoderamento. É uma questão de gestão de interesses, e não de sobreposição destes. As pessoas possuem comportamentos e educação diferentes. A melhor postura de líder é aquela que inspira o outro para o trabalho árduo, dedicado, ou seja, que provoca a realização de coisas importantes. Respeito se conquista com conhecimento e equidade de valores, responsabilidade nas ações de trabalho, fazendo-se o que é certo e bom para a empresa e seus stakeholders.
por raniere rodrigues
CARREIRA X ESPECIALIZAÇÃO? CHEFE ARROGANTE
Trabalho com um chefe que possui atitudes grosseiras em relação à equipe. Isso desmotiva os funcionários, além da perda de confiança no trabalho. Como faço para mostrá-lo que suas atitudes prejudicam a equipe? leonel rodrigues
Leonel, esta situação é bem delicada, e acredito que você está empenhado em uma grande missão: conseguir provocar a mudança de atitude de seu chefe, que não é nada profissional nem ético em suas atitudes. Você pode, por meio de uma conversa franca, tentar alertá-lo sobre isso, mas deve ser muito cauteloso, pois ele pode não gostar e virar-se contra você, afinal, essa não é sua obrigação. É importante se deter em seus deveres e obrigações no trabalho, evitando situações vulneráveis em relação a este desvio de comportamento de seu chefe, a quem recomendo uma boa leitura sobre atitudes e comportamento no trabalho. Afinal, essa busca por mudança deve ser unicamente dele.
Considerado o pai da Administração moderna, Peter Drucker deixou um legado de ensinamentos sem precedentes para a área. E a partir de agora, seus princípios poderão ajudálo diretamente em suas dúvidas. Basta enviar a sua pergunta, curiosidade ou questionamento para revista@administradores.com.br
Estou no último ano de Administração. Iniciei minha vida profissional como estagiária em Qualidade e hoje faço outro estágio na área comercial. Tenho dúvidas sobre como continuar a minha trajetória profissional. Seria melhor me especializar e depois arranjar um emprego ou o contrário? khaol g. hayama
O responsável pelas respostas é o professor Raniere Rodrigues dos Santos, diretor geral da The Drucker Society of Brazil – Recife, professor de Administração da Universidade Federal de Pernambuco e um dos principais pesquisadores de Peter Drucker no Brasil
Um bom desafio bom, Khaol! Não tenha dúvida que o trabalho realmente é nosso maior guia. Um novo emprego vai lhe trazer mais experiência e isso pode ser uma primeira prioridade, mas que não te impede de fazer um MBA ou especialização em uma área que você já possui uma identificação, como segunda prioridade. Na vida, fazemos escolhas profissionais que nos motivam e nos fazem crescer felizes; a experiência com qualidade é aplicada à gestão. Nela, trabalha-se método, técnica e gerenciamento de rotinas; planejar, fazer, checar, agir.
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ADMINISTRADOR NA HISTÓRIA | JOÃO PAULO II
Papa João Paulo II
O carisma que uniu pessoas, religiões e nações por mayara emmily
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foto divulgação
LINHA DO TEMPO
Wojtyła é eleito papa e ganha o título de João Paulo II
Sofre outra tentativa de assassinato em Fátima, Portugal
Morre João Paulo II
1982
2005
1978
1920 Personalidade que inspirou pessoas de todo o mundo, João Paulo II é considerado um dos líderes mais influentes do último século.
S
aber lidar com as diferenças e neutralizar de maneira pacífica conflitos são habilidades intrínsecas aos bons líderes. No entanto,
nem sempre é uma tarefa fácil se chegar a um denominador comum: é preciso dialogar, argumentar e até mesmo ceder ou mudar atitudes.
Estas e outras ações marcaram a trajetória do ex-líder da Igreja Católica, o papa João Paulo II, que se configurou como uma das personalidades mais importantes do século XX. João Paulo II nasceu em 18 de maio de 1920 na Polônia sob o nome Karol Józef Wojtyła. Ele, que perdeu os pais e o irmão ainda jovem, chegou a escapar de ser preso pelas forças nazistas em plena 2ª guerra mundial. Wojtyła foi ordenado sacerdote em 1946, chegando ao cargos de bispo e, depois, de cardeal. Foi eleito papa em 1978, aos 58 anos, ocasião em que adotou o título João Paulo II, sendo um dos mais jovens a ocupar o posto. Durante o papado, João Paulo II foi considerado o “papa para a juventude” por suas iniciativas para aproximar os jovens da fé religiosa. Além disso, contribuiu para a melhoria do relacionamento da Igreja Católica com várias outras religiões como o Judaísmo, a Comunhão Anglicana, o Islã, o Luteranismo e a Igreja Ortodoxa. Inclusive, travou diálogos com o Budismo, por meio do Dalai Lama Tenzin Gyatso, que chegou a visitá-lo oito vezes. O papa também tinha influência na relação com os governos 58
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1981
Nasce Karol Józef Wojtyła
Sofre sua primeira tentativa de assassinato, na Praça São Pedro
e ajudou a evitar uma guerra entre Argentina e Chile. Os países, que disputavam o Canal de Beagle, receberam um emissário pessoal do papa e recorreram ao auxílio do líder religioso, que culminou na assinatura do Tratado de Paz e Amizade, documento que selou a paz entre as nações. Além disso, a influência de João Paulo II é tida como fundamental para a queda do regime comunista em boa parte da Europa. Ele manteve comunicação com os presidentes Ronald Reagan (Estados Unidos) e Mikhail Gorbachev (União Soviética). O primeiro teve apoio do papa para combater o comunismo e o segundo utilizou medidas que culminaram no fim do regime nos estados soviéticos – o que acarretou, posteriormente, na extinção da própria União Soviética. Apesar de sua influência, João Paulo II não agradava a
2011 Foi proclamado beato pelo atual papa, Bento XVI
todos. Além de ter recebido críticas devido aos seus posicionamentos opostos à contracepção e à ordenação feminina, ele sofreu duas tentativas de assassinato. A primeira ocorreu em 1981, enquanto entrava na Praça São Pedro para discursar, quando foi baleado por um atirador turco. Em 1982, sofreu outra ameaça, quando estava em Fátima, Portugal. Dessa vez um homem armado com uma baioneta tentou esfaqueá-lo. João Paulo II, que visitou durante os 26 anos do seu pontificado 129 países, podia se comunicar em 13 idiomas. Depois de sofrer com a doença de Parkinson por mais de uma década, o pontífice morreu em 2 de abril de 2005. Seus feitos, incluindo milagres atribuídos a ele, fizeram com que seis anos após sua morte, em 1° de maio de 2011, fosse proclamado beato pelo seu sucessor, papa Bento XVI.
AdministradorA
do futuro por fábio bandeira de mello
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foto acervo pessoal
Márcia Conceição Tomas está no pequeno município de Paranaíba, no Mato Grosso do Sul. A cidade, com cerca de 70 mil habitantes, conta com poucas oportunidades de trabalho se comparada a centros urbanos mais populosos, graças a seu porte pequeno. Mas isso não impediu que Márcia demostrasse seu talento e desenvolvesse projetos benéficos para a localidade. A estudante de Administração de 22 anos, que está no 8º período da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul / Campus de Paranaíba (UFMS), é uma das atuais responsáveis pelo projeto Coorepa - Cooperativa Recicla Paranaíba. A iniciativa, inclusive, ganhou o Prêmio Santander Universidades, e foi contemplada com 50 mil reais em 2011. Este ano, pela continuidade do projeto, a cooperativa recebeu mais 50 mil reais. Para o professor da UFMS, Geraldino Carneiro, “como profissional em Administração, o futuro vai exigir de Márcia uma postura proativa e articulada, competências que ela tem desenvolvido no curso e nos projetos. Outro ponto a ser destacado da acadêmica é a sua comunicação, que é clara e objetiva, mais uma competência importante para uma administradora do futuro”.
Qual é a sua função dentro da Coorepa e que atividades desenvolve?
Nessa experiência, qual foi o principal aprendizado que obteve?
Sou líder da equipe que trata das atividades referentes à administração, financeiro e produção da Coorepa. Ao todo são onze alunos que participam destas ações. Assumi este compromisso por ser uma das acadêmicas mais antigas no projeto. As atividades envolvem principalmente capacitação em processo das rotinas administrativas e de produção para o alcance da autogestão da cooperativa e do empoderamento dos cooperados.
Tenho aprendido muito sobre economia solidária e cooperativismo. Em termos de desenvolvimento pessoal, aprendi que o tempo de aprendizado dos cooperados é diferente do ritmo dos acadêmicos, fazendo com que a equipe desenvolva novas formas de abordagem e estratégias. Profissionalmente, adquiri um networking que inclui pessoas, órgãos e instituições que se articulam em prol do crescimento da cooperativa, além da experiência em gestão de cooperativas.
Como futura administradora, qual importância você acredita que as questões socioambientais têm com o mundo empresarial? O lucro e a perenidade são fatores importantes para as empresas, entretanto, o paradigma atual exige um posicionamento ambientalmente correto. Em termos empresariais, sabe-se que a gestão socioambiental é muito relevante a todos os nichos de organizações. Trata-se de um requisito para as empresas que querem permanecer competitivas no mercado. Responsabilidade social, gestão ambiental, apoio a projetos e engajamento em causas socioambientais são iniciativas que desenvolvem a empresa, o entorno e a própria sociedade.
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Onde você se imagina atuando daqui a 15 anos? Eu e uma amiga de curso, Isadora de Souza, temos conversado sobre o futuro e nos imaginamos empreendedoras. Pensamos que uma empresa em consultoria de cooperativas e empreendimentos economicamente solidários é uma alternativa interessante. Sabemos que há uma forte demanda na gestão desse segmento e atuar nessa área é uma forma de profissionalizar esses negócios, que encontram muitos desafios.
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FORA dO QUADRADO O que há de inovador que você pode colocar no escritório? Fomos atrás de doze itens bem diferentes que poderiam estar no seu local de trabalho. por eber freitas e fábio bandeira de mello
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1 Porta cartão com estilo Andar com muitos cartões na carteira pode ser um problema, principalmente para os homens. Muitas vezes o cartão amassa, danifica a ponta, o que pode se tornar bem inconveniente na hora de pagar alguma compra. Pensando nisso surgiu o ACM 6 Wallet Card. Ele guarda em segurança 6 ou 12 cartões e ordenadamente aparece o mais adequado para fora com o toque de um botão. Embora possa ser um exagero para o dia a dia, o ACM é sem dúvida um assessório bacana e bem útil como presente corporativo.
Abrindo 2 cartas como um samurai Tesouras são para os fracos. Guerreiros de verdade abrem correspondências no fio da espada, equilibrando mente e corpo em um corte único e perfeito. Essa espada em tamanho miniaturizado é feita de partes de metal com acabamento do punho em bronze – portanto corta de verdade, cuidado ao utilizar. Como diria Musashi, o espírito vence a força e a técnica.
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6 Cookies de cérebro
3 Tomador 3 de decisões aleatórias Você adora apostar no acaso para resolver os problemas? Ou apenas não gostaria de tomar uma decisão difícil – como uma demissão, por exemplo? O Schrödinger’s Cat Executive Decision Maker pode assumir essa carga por você. Basta abrir a caixa e verificar o status do bichano virtual: se ele estiver morto, a resposta à sua pergunta é “não”. Se ele estiver vivo, siga em frente na sua resolução. Um treco bem ‘nonsense’, pra não dizer inútil, mas deve ser bom para tirar uma onda.
4 Temporizador de luz Para quem gosta de trabalhar em ambientes pouco iluminados (acredite, há quem goste) ou para quem queira fazer uma trilha na mata à noite, o Time Your Light é um aliado bem interessante. O usuário gira o temporizador para determinar por quanto tempo vai precisar da luz e a lâmpada só permanece acesa durante esse tempo, ajudando a economizar bateria. O produto está disponível nas cores azul e laranja.
Sonhando 5 nas nuvens Com a moda do
cloud computing, em que os arquivos ficam gravados na própria internet sem a necessidade de uma cópia no computador, não ia demorar muito para que esse conceito atingisse outros segmentos. O surpreendente foi ele aparecer como sofá. O Cloud (nuvem) é um sofá conceito flutuante e suportado pela força magnética gerada pela base inferior. Excelente para relaxar na hora do cafezinho.
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Depois que zumbis viraram moda, surgiram variadas possibilidades gastronômicas explorando a temática para os fortes de estômago, como bolos de casamento. Esse pote armazena biscoitos no lugar onde deveria ser o cérebro do morto-vivo. Quando não está sendo utilizado, o domo do crânio se encaixa no resto da cabeça para conservar o alimento. Uma boa maneira de servir os convidados... nomomnomnom...
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Cadeira 7 ultra confortável Um grupo de designers alemães em parceria com a Audi afirmam ter criado a cadeira mais confortável do mundo. O R18 Ultra foi desenvolvido a partir do monitoramento de dados através de sensores instalados em uma cadeira comum. Conforme as pessoas sentavam, os sensores detectavam os principais pontos de tensão exercidos no ato e processavam a melhor configuração para uma cadeira eficiente. A versão final do produto será apresentada na feira Design Miami, ainda em 2012.
8 Linhas sem erros Se você também possui dificuldade de fazer uma linha reta ou um círculo realmente redondo (nós possuímos!), gostará muito dessa invenção. Para fazer esses traços realmente alinhados, basta colocar o Constrained Ball na ponta da caneta e começar o seu rabisco. Ótimo para escritórios que mexem com gráficos, essa vai ser a ferramenta mais inteligente do seu porta-lápis.
12 Campainha de Star Trek Caneta 11 biomimética inteligente
Multi fun9 cionalidade para a copa Torradeira, frita ovo, -fogão e ainda aquece a carne. A Back to Basics TEM500 Eggand-Muffin 2-Slice Toaster and Egg Poacher, se não fosse pelo nome, seria perfeita para qualquer copa de escritório. O produto une todas essas funções e permite que você faça um suculento coffee break rapidamente. Ela inclui luz de configurações da torradeira, desligamento automático, touchpad, controle de limpeza e uma bandeja de migalhas removível. Pena que erraram feio no tamanho do nome.
10 Impressora de timeline Você é um aficionado por redes sociais, mas no seu escritório bloquearam o acesso? Fica angustiado por não ler sua timeline de três em três horas? Seus problemas estão quase todos resolvidos. O Little Printer é um pequeno aparelho que permite imprimir o conteúdo de redes sociais e até de jornais por meio de smartphones. Ele se conecta à internet e imprime, por meio de um aplicativo, as atualizações em tiras de papel.
Um conceito criado pelo designer sul coreano Jinsun Park promete tornar bem mais divertido o ato de desenhar e colorir. A Color Picker-pen é capaz de escanear as cores presentes em elementos, naturais ou artificiais, e reproduzi-las através do padrão de cores RGB, como se fosse uma ferramenta do Photoshop. Depois de escanear, as cores são misturadas em uma determinada proporção até chegar à tonalidade desejada. Peraí... RGB não é um padrão para monitores?
Taí um item bem relevante para um bom escritório geek. A Campainha Eletrônica de Star Trek funciona como um sensor de movimento, ou seja, detecta quando alguém passa pela sua porta. Ela pode ser configurada para fazer apenas um som discreto ou para emitir alerta vermelho – útil para o caso de um klingon invadir a nav...empresa. O produto também funciona como um comunicador, para que o visitante se identifique antes de acessar a ponte de comando.
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ENTRETENIMENTO | curiosidades, humor e sustentabilidade
MKT de guerrilha
Tecnologia pode ocultar as coisas no tempo
Que tal regar as plantas com xixi?
As capas de invisibilidade da ficção nem parecem tão surreais diante do que físicos do Darpa (agência de pesquisas militares do Pentágono) desenvolveram. Ao decompor um feixe de luz foi possível ocultar um dado ou objeto no tempo (não no espaço). Dessa maneira, informações secretas podem ser enviadas com mais segurança, já que durante 50 milésimos de nanossegundo elas “não existem”. O objetivo agora é ampliar esse tempo para driblar a ação de crackers. 62
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A busca por soluções sustentáveis não para e algumas têm chamado atenção. Uma delas é a do designer Eddie Gandelman e consiste em um urinol capaz de filtrar a urina e reaproveitá-la para regar plantas. A estrutura tem três etapas de filtragem e a ideia é que o equipamento permita, inclusive, o cultivo caseiro de vegetais. Resta saber se as pessoas comerão frutos de uma árvore sabendo que ela foi regada com xixi.
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utilizavam o veículo como o próprio controle do game. A ação queria trazer uma experiência única aos clientes e conseguiu. Veja em adm.to/carrogame
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Quando você acredita que nada mais vai lhe surpreender em propaganda, vêm alguns criativos adeptos do marketing de guerrilha e inovam mais uma vez. Em uma surpreendente ação da agência alemã BBDO, a empresa transformou o simpático veículo Smart em uma das peças do clássico game Pong, do Atari. No entanto, o mais interessante mesmo foi o fato de que as pessoas que andavam na rua de Berlim entravam no carro e
Macacos se prostituem em troca de comida Um experimento realizado pela Universidade de Yale induziu macacos capuchinhos a um comportamento que seria, no mínimo, chocante. Na experiência, coordenada pelo economista Keith Chen e pela psicóloga Laurie Santos, os primatas começaram a trocar peças de metal por alimentos. Depois, foram induzidos a aprender que quanto mais peças possuíam, mais comida poderiam conseguir. Isso os levou a negociar entre os companheiros, inclusive oferecendo “favores sexuais”.
DES COM PLI CAN DO
AçÕES para um mundo melhor
Inclusão social: aplicativo irá fazer tradução LibrasPortuguês por
eber freitas
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Joint Venture Empreendimento com fins lucrativos de que participam várias empresas para explorar determinado negócio, sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurídica.
Método ABC Nele, o estoque é analisado em categorias, o que permite uma melhor mensuração dos custos. A finalidade é enfocar a atenção nos grupos de itens que justifiquem controle de estoque mais rigoroso.
Efeito Hawthorne Mudança no comportamento ou no desempenho de funcionários em resposta a mudanças ambientais ou à pressão do grupo. O nome é originário das experiências de cientistas na fábrica de Hawthorne, que foi o ponto de partida para as Teorias Humanísticas.
Há exatamente dez anos a Língua Brasileira de Sinais (Libras) passou a ser considerada por lei o segundo idioma oficial do país (Lei 10.436/02). Criada especificamente para atender às necessidades comunicacionais das pessoas com um determinado grau de deficiência auditiva, o idioma atualmente cria uma grave barreira linguística. Segundo dados do último censo populacional do IBGE, cerca de 2,6 milhões de pessoas declaram sofrer de dificuldade auditiva severa. Outros 7,2 milhões possuem algum grau de surdez. Essa fatia da população, muitas vezes, não cresce aprendendo o tradicional português nas escolas, deixando a barreira entre os deficientes auditivos e os falantes do idioma ainda maior. Além disso, intérpretes são poucos, embora exista um decreto instituindo a língua como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores e licenciaturas. No entanto, se depender da iniciativa de uma startup pernambucana, esse panorama deve mudar em breve. A Proativa Soluções desenvolveu um aplicativo para celular que permite o contato entre uma pessoa com problemas auditivos e aqueles
que não possuem limitações. Chamado de ProDeaf, o programa é capaz de fazer a tradução da Libras para o português e vice-versa. No primeiro caso, o dispositivo lê através da câmera do celular os movimentos do interlocutor com as mãos e interpreta como som, possibilitando desde uma conversa cara a cara até o envio de SMS e ligações telefônicas. Já no segundo caso, a voz é interpretada e convertida em gestos através de um assistente virtual. “Contamos com uma equipe multidisciplinar para desenvolver o aplicativo, como programadores, linguistas, designers e especialistas em Inteligência Artificial”, explica o mestre em Ciências da Computação João Paulo Oliveira, um dos fundadores da Proativa Soluções. Apesar de ser uma empresa com menos de dois anos de estrada – a Proativa foi oficializada em dezembro de 2010 – ela já chegou
longe. Em 2011, o ProDeaf foi o segundo colocado na Imagine Cup, evento realizado pela Microsoft que reúne inventos e soluções em tecnologia desenvolvidos por estudantes e startups do mundo inteiro. De volta ao Brasil com a prata, não foi difícil conseguir apoios e financiamentos para o desenvolvimento do app em escala comercial: atualmente o CNPq aposta no projeto, que também tem um aporte financeiro próprio e conta com a parceria da Fitec (ligada ao Porto Digital) e do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep). Apesar de ainda não ter sido liberado para os usuários, o ProDeaf deve ser comercializado ainda este ano, assim que os desenvolvedores conseguirem resolver problemas bem inusitados, como o “sotaque” em Libras. Veja mais sobre o funcionamento do aplicativo em adm.to/prodeaf.
humor EIKE BATISTA USANDO TODA A
SUA EXPERIÊNCIA
120 MILHÕES, EIKE? O QUE VOCÊ TÁ QUERENDO PAGAR É UMA NINHARIA!
A GENTE BEM SABE QUE A QUANTIDADE DE METAIS PESADOS NO ROCK IN RIO TÁ CADA VEZ MENOR, MEDINA.
EM NEGOCIAÇÕES NA COMPRA DO
ROCK IN RIO...
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ENTRETENIMENTO | Leitura e cinema
LEITURA
Ascensão e queda do planejamento estratégico por flavio ferrari
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Mintzberg é um renomado professor da McGill University (Canadá), autor de uma dezena de livros relacionados a gestão e estratégia, dono de uma instigante e bem humorada visão crítica que compartilha com agradável propriedade. Por força de minhas atividades (e também pela curiosidade), costumo ler muito. E confesso que, embora os auto-
res sejam sempre uma boa referência, não me deixo impressionar com facilidade. É o conteúdo que me conquista. Lamentavelmente, a quantidade de conteúdos sem qualquer originalidade que andam sendo publicados por aí não é pequena. E a obra de Mintzberg tem essa rara qualidade de engajar na leitura. Mesmo quando o leitor não concorda com ele, o estilo e a força dos argumentos capturam a atenção. Ascensão e queda do planejamento estratégico é um bom exemplo. Eu aqui, todo entusiasmado, recomendando aos meus clientes que não deem um passo sem planejar e o cidadão me chega com um livro dizendo que o planejamento estratégico “já era”. Então, antes de ouvir de algum dos clientes algo como “mas você não leu o livro do Mintzberg?”, resolvi enfrentar a obra (me ocorreu que esse não deixa de ser um bom jeito de vender livros, quando você é famoso o suficiente para isso, como o Mintzberg). Embora tenha começado a leitura com algum preconceito, as ideias do livro me surpreenderam. Mintzberg não é contra o estabelecimento de estratégias, mas define o planejamento como a formalização da estratégia, e aponta para os riscos de processo inerentes a essa formalização. Claro que estou simplificando a história. Se eu fosse capaz de resumir as 350 páginas em um parágrafo não estaria recomendando o livro. Mintzberg navega pela definição de
estratégia, planejamento e seus possíveis processos e formatos, sempre questionador. Só isso já valeria a leitura da obra. Ele ainda apresenta cases interessantes de fracasso baseados em planejamento (a gente não encontra isso com facilidade por aí!) e investe boa parte de suas páginas listando as armadilhas do planejamento estratégico. As últimas 100 páginas são dedicadas a propor uma solução para o paradoxo que ele mesmo cria, partindo de uma interessante discussão comparativa entre intuição e análise e chegando à proposição de novos papéis para o planejamento. Para minha sorte, desenvolve esse pensamento admitindo que planejamento estratégico não é tão mal assim, desde que seja entendido como consequência da estratégia, e que sua formalização e execução não desviem a empresa de seus intentos. A leitura oferece uma excelente oportunidade para rever conceitos relevantes sob outras óticas. E, apesar do título do livro, posso continuar recomendando o planejamento estratégico aos meus clientes. Ufa! Ed. Bookman, 360p. R$ 68,00 Flavio Ferrari é, segundo suas palavras, um sujeito feliz que tem dois filhos incríveis, uma mulher deliciosa, amigos bacanas e um trabalho desafiador na www. sevendots.com. Considera que é um raro caso de sucesso na aplicação da gestão estratégia em causa própria.
ESTANTE A NeoEmpresa
O poder da inovação
A startup enxuta
A obra defende uma nova postura de liderança, adaptada à realidade do século XXI. Provoca o leitor com questionamentos, traça novas condutas e o encoraja a buscar suas próprias respostas para visualizar os contornos das novas empresas e profissionais.
O autor utiliza os cases da 3M, Fiat, GE, Google, Grupo Pão de Açúcar, IBM, Natura e Petrobras para ilustrar, neste livro, os principais fatores de um vigoroso sistema de inovação, estabelecendo um roteiro adequado para guiar rumo à transformação.
Eric Ries explica o que é, como implementar e obter sucesso através de uma startup. Nele, o autor apresenta histórias reais de vitória e fracasso de empreendedores para que os leitores possam aprender e descobrir como investir seu tempo e esforço de forma correta.
Integrare, 262p. R$ 35,00
Saraiva, 240 p. R$ 44,90
Leya, 288p. R$ 39,90
por césar souza
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por luiz serafim
Junho/Julho 2012
por eric ries
CINEMA A invenção de Hugo Cabret por
Uma merecida homenagem ao cineasta Méliès, o homem que redefiniu os propósitos do cinema ao acreditar no poder da fantasia e do espetáculo
fernando castor
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Quis o destino que a magia do cinema fosse justamente descoberta por um mágico. Do palco para a tela, um ilusionista francês percebeu que um filme poderia oferecer muito mais ilusão e fantasia do que uma cartola e uma vareta. Sua crença contrariava a noção de que o frenesi em torno do cinematógrafo (a câmera-projetor inventada pelos Lumière) era passageiro, como defendiam seus criadores, que só enxergavam no invento utilidade científica. Ele acreditava estar diante de uma fábrica de sonhos, e estava certo. Misturando eventos reais com outros puramente ficcionais, o diretor Martin Scorsese resgata a história acima em A invenção de Hugo Cabret (2011), um agradável exercício metalinguístico que possibilita o desdobramento do olhar para além do lirismo ficcional visto no filme, numa perspectiva que revela o delicado equilíbrio entre arte e consumo. A história do mágico/cineasta Georges Méliès vem à tona através do personagem Hugo Cabret (cuja existência não passa da ficção), um garoto órfão que vive escondido no interior de um imenso relógio numa estação ferroviária em Paris, no início dos anos 1930. O elo entre eles é um robô, e a partir daí surge uma longa aventura que culmina na memória do ilustre cineasta-ilusionista. A primeira atitude empreendedora de Méliès foi a percepção do potencial de espetáculo do cinema, antevendo a formação de um público pagante interessado em entretenimento e de um modelo de produção cinematográfica ficcional. Apostando nisso, ele se desfez de seu teatro e aplicou os recursos na fundação do primeiro estúdio de filmes de ficção da história, o Star Film. Ao reinventar a utilidade do cinema, ele acabou criando aquilo que hoje chamamos de efeitos especiais. Realizou cinema fantástico numa extensa filmografia de mais de 500 filmes, como o famoso Viagem à lua, de 1902. Mas, depois de
quase 20 anos de sucesso, sucumbiu sob o peso do desgaste de sua fórmula, em 1914. O criador do cinema-espetáculo não percebeu que seu tino falharia justamente naquilo que foi a razão de seu acerto no início: que para ser inventivo é preciso estar atento à capacidade da reinvenção. Preso à ótica teatral, Méliès não atinou para o fato de que o desinteresse de seu público era motivado pela forma discursiva que adotava para contar suas historietas. Seus filmes enfrentavam um problema de linguagem e ele não imaginou que precisava investir na evolução das técnicas narrativas para atrair novamente seus espectadores. Essa foi a razão maior de sua falência. Faltou ao mágico o tirocínio de Griffith, cineasta norte-americano que resolveu o problema da narratividade inspirando-se nos romances de Charles Dickens (em 1915, no filme Nascimento de uma nação, ele rompe com a imobilidade da câmera através de uma meticulosa sistematização dos planos e da montagem, e entra para a história do cinema como o pai da linguagem cinematográfica). Mas a falência da Star Film jamais será uma mancha no talento mágico de Méliès. Se não coube a ele o título dado a Griffith, vale relembrar que é dele a múltipla paternidade do espetáculo, da fantasia, dos efeitos especiais, da mise en scène na ficção e de um modelo de estúdio que inspirou os posteriores voltados à produção ficcional. Se hoje eu me deleito numa sala escura diante de A invenção de Hugo Cabret (na onda da reinvenção do cinema 3D), sei muito bem a quem se deve a gênese do prazer dessa fabulosa magia. Merci, Méliès!
Fernando Castor é jornalista, professor de comunicação e profissional de cinema, reunindo experiências em filmes de curta, média e longa-metragem, e atuações nas áreas de marketing e publicidade.
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PONTO FINAL RemuneraçÃo
Empresas que pagam bem por stephen kanitz
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Stephen Kanitz é consultor de empresas e conferencista. Vem realizando seminários em grandes empresas no Brasil e no exterior. Mestre em Administração de Empresas pela Harvard University, foi professor da USP. No Twitter, @stephenkanitz.
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empresa em que eu trabalho é má pagadora”. Essa é uma frase que todo mundo já deve ter dito alguma vez na vida. No entanto, o que significa realmente esse desejo ou reclamação? Procurar uma empresa que lhe pague um salário maior do que você merece não faz o menor sentido. Se a empresa pagar acima do que o funcionário merece, ela fatalmente estará quebrada em pouco tempo e você, desempregado. Toda empresa, se ela quiser sobreviver, terá de pagar o que cada funcionário realmente vale e, portanto, não existe essa história de empresas que pagam bem ou mal. O problema do seu baixo salário, normalmente, é devido a outra questão, raramente abordada: a maioria das empresas, departamentos e funcionários não sabem avaliar corretamente quanto você, ou o departamento, efetivamente contribui para o lucro da organização. Não se ensina mais Contabilidade Departamental e Divisional, matéria que criei na USP há 30 anos e que foi desativada depois da minha aposentadoria, não sei o porquê. Este é, no fundo, o cerne da questão: a maioria das empresas não mede, não sabe o quanto você de fato contribui. Dito isto, em vez de reclamar, sua tarefa agora não é trocar de empresa, mas mostrar claramente o quanto você ajuda e colabora para o lucro da organização em que trabalha. Poucas pessoas pensam nisto antes de escolher uma profissão. Alguns ofícios são praticamente impossíveis de serem relacionados com o lucro. Auditores internos, por exemplo, têm enormes dificuldades em mostrar seu resultado como lucro. Pior ainda, auditores internos, bem como uma série de outras profissões, são vistos como centros de custos, um mal necessário. Vendedores, por outro lado, conseguem demonstrar muito facilmente sua contribuição, enquanto presidentes esquecem que vendedores somente quebraram recordes de vendas graças aos excelentes produtos desenvolvidos pelo departamento de produção. Eu vivo dando palestras nos resorts mais badalados do Brasil para equipes de vendas que receberam uma semana grátis como prêmio de uma campanha. Já
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palestrei em cruzeiros marítimos, praias maravilhosas, com shows de artistas famosos. Nunca fiz um evento parecido para a equipe de engenheiros, aqueles que produziram os produtos vendidos. Muito menos para a equipe de Produção, Contabilidade, Crédito e Cobrança, que consegue receber a duras penas as duplicatas dos clientes mais complicados que os vendedores arrumam. Por isso que professores universitários, colegiais e secundários sempre irão ganhar mal, pois é quase impossível avaliar a contribuição efetiva de um professor nos ganhos futuros de seus alunos. Uma vez propus na USP que, em vez de recebermos 9,5% do ICMS do estado como remuneração, deveríamos receber 5% do imposto de renda dos nossos ex-alunos, o que mediria nosso trabalho e competência diretamente, de forma mais justa do que os 9,5% divididos irmanamente. Ter sua própria empresa é sempre melhor do que trabalhar numa pela mesma razão. Tente achar uma ligação entre seu trabalho e o lucro da organização, anote sempre o que você contribuiu e tente sempre colocá-lo em números. Estude Contabilidade Divisional, um assunto chato e complexo que mostrará, pelo menos, o lucro do seu departamento e divisão – primeiro passo para você determinar sua própria contribuição. Aí, é só pedir um aumento de salário ou a demissão.